artigo daily queens
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RAINHAS DO DIA-A-DIADAILY QUEENS
Morgana Gianesini1
Márcia Maria Junkes2
RESUMO: O artigo tem por objetivo mostrar e concretizar o projeto de um
desfile pensado e produzido pela 6ª fase em design de moda. Relatando desde
a primeira idéia ate a finalização do projeto.
PALAVRAS-CHAVE: Desfile, Rainhas, Moda, Elizabeth I.
ABSTRACT: This article aims to show and realize a project conceived and
produced by 6th stage design fashion parade. Reporting from the first idea until
the completion of the project.
KEY-WORDS: Parade, Queens, Fashion, Elizabeth I.
1 Introdução
A 6ª fase do Curso de design de moda da UNIFEBE–Centro
Universitário de Brusque- matriculada na matéria de projeto III, onde o objetivo
da matéria e do semestre é o projeto de um a coleção, sendo ele
interdisciplinar que por fim resultara em um desfile, esse projeto interdisciplinar
nada mais nada menos é do que juntar o conhecimento de todas as matérias
do semestre e ate conhecimento de semestres antigos para fazer um projeto
acontecer na pratica, pegamos fragmentos de cada matéria e com eles
montamos uma só “coisa” onde unimos professores, alunos e conhecimentos.
A idéia de um desfile de moda marcar o “final” do curso é a de
proporcionar aos seus “concluintes” a oportunidade de mostrarem acriatividade,
o talento e as técnicas adquiridas e desenvolvidas durante o mesmo, alémde
proporcionar a oportunidade para os formandos de estarem, nesta
ocasião,apresentando-se a imprensa local e ao mercado de Moda. O
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eventoconta com um tema pré-estabelecido, que orienta toda a sua
organização e ascoleções que serão desenvolvidase apresentadas pelos
alunos na ocasião.
Este artigo possui o objetivo de relatar a experiência vivenciada pó mim
durante a organização e produção deste evento.
2 Projeto
Logo no inicio do semestre decidimos que o projeto se trataria de
vestidos de festa, e a partir disso começamos a buscar um tema central para
ele. Foi na aula do professor Marcelo de psicologia que nos encantamos com
um tema proposto pela WGSN que fala sobre o místico e a fantasia, depois de
algumas aulas e consequentemente algumas conversas sobre isto, nos
encantamos mais uma vez com uma proposta superinteressante de trabalhar
um tema central queens, ou seja rainhas, percebemos que além de ter tudo a
ver com misticidade fantasia e magia, ia muito de encontro com a nossa
proposta de vestidos de festa. A partir dai foi fácil, definimos três subtemas
divididos pela turma: Vanessa Ives (gótico), Kate Middleton (contemporâneo) e
Rainha Elizabeth I (barroco). Escolhi para ser meu subtema, por afinidade com
historia a rainha Elizabeth. De acordo com Treptow, (2005), o profissional de
criação (estilista) deve manter olhos atentos às novidades da moda, mas sem
esquecer a realidade da empresa. Ainda, segundo a autora, deve conhecer as
tendências e, sobretudo conhecer profundamente seu mercado consumidor.
Escolhemos um publico alvo e o meu publico defini que seria jovens mulheres
de 20 a 35 anos, defini que queria fazer minha coleção para mulheres fortes de
decididas que tem o controle sobre sua vida social e pessoal, Marcelo Feldman
comenta que “saber analisar o comportamento das pessoas e tirar bons
proveitos dessa análise certamente trará resultados positivos” e considera
“relevante e determinante” o estudo dos fatores cultural e social,
respectivamente (World Fashion, 2007, p. 22).
Para a definição do público alvo precisei ficar atenta a três fatores de
grande importância, que juntos passam a identificar as características dos
usuários de uma marca. O primeiro seria o gênero, o segundo a faixa etária e
por fim o terceiro e não menos importante que seria o poder aquisitivo desse
consumidor. Segundo TREPTOW, esta segmentação “é clássica, mas o estilo
de vida e interesses dos grupos tem gerado uma subdivisão cada vez maior”
(2003, p. 50).
E com isso definido começaram as pesquisas que foram feitas em
maioria na matéria de projeto III com a professora grazyella, onde
desenvolvemos pesquisas, painéis, sketch book e definimos coisas importantes
como a produção do desfile também em parceria com o professor Marcelo.
A Professora Vanessa de Temática foi muito prestativa na parte de
analisar o look escolhido para desfilar e verificar se era coerente para a
produção de uma modelagem e da costura e também se o tecido e aviamentos
por nos propostos se aplicavam a produção, pois em semestres anteriores já
avia nos dado a matéria de costura e modelagem. Também se propôs a
analisar como um todo os looks de cada subtema, observando e analisando se
tinham coerência entre si para se tornar uma “família” na passarela.
Na mateia de visual Merchandising com a professora Roberta, faremos
uma maquete, utilizando e definindo um layout para a loja Renovando, que foi a
empresa que patrocinou os aviamentos e rendas do nosso look.
Já na matéria da professora Maria de Semiótica, ficamos responsáveis
de fazer uma matriz de percepção sobre o projeto (em anexo a matriz
completa), onde colocamos no papel todos os detalhes sobre o projeto que
antes na maioria das vezes só haviam sido discutidos verbalmente. Estudamos
também nessa matéria sobre o corpo e o que cada pessoa deseja passar ou
mostrar com o jeito que se veste muitos grupos sociais utilizam da moda para
definir uma identidade.
Segundo CASTILHO e MARTINS,
“Na moda, o sujeito da comunicação manifesta-se por seu corpo vestido
e adornado, cujas escolhas discursivas (...) estabelecem diálogos com outros
sujeitos sociais (...), pois, nos traços identificados na sua constituição de
sujeito, recuperam-se marcas da sua identidade e das formas de sua relação
com o circundante” (2005, p. 47).
Utilizei-me dessa base para definir o perfil da minha jovem mulher
consumidora, o que ela queria passar e demonstrar para as pessoas quando
se vestisse.
3 Coleção(coleção em geral como montar uma)
O planejamento de coleção é a definição escrita e cifrada do que serão
as peças da coleção (estilo, forma, material, cores, preço, quantidade).
Segundo o Dicionário Aurélio planejar pode ser definido como o ato de
elaborar um plano ou roteiro, projetar ou programar algo. O processo de
planejar envolve, portanto, um modo de pensar que objetive responder a
indagações referentes aos diversos questionamentos sobre o que será feito,
como será feito, para quem, porque, por quem e com que recursos, bem como
onde e quando será executado.
O planejamento é um método fundamental no desenvolvimento de uma
coleção de moda, pois além de tornar o trabalho do designer de moda mais
eficiente, auxilia no processo criativo. Segundo Rech (2002, p.68) “coleção é
um conjunto de produtos, com harmonia do ponto de vista estético ou
comercial, cuja fabricação e entrega, são previstas para determinadas épocas
do ano”. É através da coleção que vai se assegurar o estilo e a linguagem da
marca para o período de vendas vigente. Para o processo de desenvolvimento
de coleção ser dinâmico é importante muita comunicação entre os membros da
equipe de toda a empresa.
O planejamento de coleção é elaborado a partir de informações
atualizadas pela direção comercial. Essas informações serão reunidas ao longo
do ano pelas direções gerais, comerciais, financeiras, técnicas, pelo chefe de
produto e pelos estilistas. Elas portarão:
a) o estudo de vendas das estações passadas;
b) a evolução da clientela;
c) a evolução da moda, materiais e formas;
d) a evolução da tecnologia;
e) a evolução da empresa (faturamento) Projeto de Coleção
Isso tudo permitirá a realização do quadro de coleção, assim como,
também, a previsão do plano de carga da produção.
4 Processo Criativo(Tudo sobre meu projeto)
Elizabeth I (1533-1603) foi rainha da Inglaterra. Criou a Bolsa de
Londres e Durante seu reinado a Inglaterra tornou-se o principal centro
financeiro da Europa, restabelece a estrutura anglicana para a Igreja e em
1562 restaura a soberania do rei como chefe supremo, raramente convoca o
Parlamento, tomando para si todas as decisões. Mantém uma política
econômica mercantilista, surgindo nessa época às indústrias da construção
naval, do ferro, do estanho, do chumbo e do enxofre. A Inglaterra conquista os
mercados da América, Ásia e África. Em 1559, a rainha cria a Bolsa de Londres
e concede monopólio para a exploração comercial das colônias.
Elizabeth I funda, em 1600, a Companhia das Índias Orientais. Os
navegantes procuram a passagem de ligação entre a América e a Ásia. Francis
Drake circunavega a terra. Na América é fundada Virgínia, cujo nome
homenageia a "Rainha Virgem". Elizabeth I morreu em 1603, sem deixar
descendentes diretos, mas viu a Inglaterra ser a dona dos mares e da
Economia da Europa.
Isabel é reconhecida como uma intérprete carismática e uma
sobrevivente obstinada em um período em que o governo era desorganizado,
limitado e monarcas de países vizinhos enfrentavam problemas internos que
ameaçavam seus tronos. Seu período de 44 anos no trono forneceu uma bem-
vinda estabilidade para o reino e ajudou a criar um sentimento de identidade
nacional
Sob seu reinado a Inglaterra se tornou a maior potência econômica,
política e cultural da Europa sendo, por isso, o período de seu reinado
conhecido como a “Era de Ouro” inglesa. De acordo com um cronista da época,
“Se alguma vez, alguma pessoa teve o dom ou soube a forma de ganhar o
coração das pessoas”, relatou, “essa pessoa foi à rainha”. Elizabeth foi uma
Rainha imensamente popular, e sua popularidade não diminuiu com o passar
de 400 anos. Ela ainda é um dos monarcas mais amados, e um dos
governantes mais admirados de todos os tempos. Ela se tornou uma lenda
em vida, famosa por suas notáveis capacidades e realizações. Ainda sim,
sobre a mulher Elizabeth, sabemos muito pouco. Ela é um enigma, e foi um
enigma para o seu próprio povo.
5 Desfile
A organização de qualquer evento exige muito trabalho e dedicação para
que, naocasião, tudo ocorra como o pensado previamente. Para isso, a
elaboração de umplanejamento é decisiva e todos os seus pontos devem estar
muito bem estabelecidos econcatenados. Para Sabino (2007, p.222) o desfile
de moda é uma “performanceconsiderada de grande importância no meio da
moda com inúmeros profissionaisenvolvidos. Os desfiles geralmente levam
muito tempo para a sua concepção eorganização, mas costumam ter curta
duração.”
No início, este tipo de performance era realizada com o intuito de
concretizar avenda direta das criações de uma Maison de alta-costura para o
seu consumidor final,pois, desta forma, o cliente poderia visualizar as roupas
vestidas em modelos, quedavam contorno e movimento as peças, propiciando
uma melhor percepção com relaçãoa beleza e caimento das criações. Depois,
esta idéia passou a ser empregada em eventosque agregavam um público
maior, mas bastante seleto de compradores de lojas, além daimprensa
especializada. Foi com o crescimento da moda Preat-a-Porter, a partir dosanos
de 50 do século XX, que se começou a dar maior dimensão a esse tipo de
evento,pois este já começava a atrair um público maior, tanto de compradores,
como daimprensa em geral e de celebridades. Hoje, mesmo com tempo de
duração tão curto, emmédia 20 minutos, podemos dizer que o desfile é um dos
mais importantes veículos dedivulgação que uma marca e ou estilista tem em
mãos para apresentar suas novaspropostas, pois gera uma grande
repercussão e mídia espontânea na internet, em revistase na televisão.
Existem alguns objetivos que podem permear a realização de um desfile
demoda, são eles: lançar uma coleção; promover uma marca e ou estilista;
divertir, quandoo evento tiver cunho beneficente; e apresentar a evolução
(talento, conhecimento emtécnicas) alcançados pelos concluintes de cursos de
moda através das coleçõesdesenvolvidas por eles. Este último caso é o que
nos interessa e de acordo com JenkynJones:
O desfile de um estilista estabelecido é nitidamente diferente do desfile da coleção de um estudante. O desfile profissional dá aos compradores do varejo e a imprensa a visão prévia de uma coleção que estará disponível no mercado. É também um exercício de relações públicas que garante o estoque de fotos e matérias para as revistas e cada vez mais um espetáculo em si mesmo. O público dominante nos desfiles de faculdades, ao contrário, é formado pelo corpo docente, alunos, pais e alguns representantes dos patrocinadores e das confecções em busca de novas pessoas e idéias. Muitas faculdades consideram que a experiência da passarela é decisiva para a formação do aluno, pois a maioria vai passar por isso na futura carreira. (2005, p.185)
Desse modo, não é possível pensar na elaboração de um planejamento
eorganização de um desfile de conclusão de curso da mesma maneira que a
de um desfile1 “Palavra francesa que significa pronto para usar. Diz-se da
roupa comprada pronta em lojas, sejafabricada industrialmente, seja feita à
mão;” (ANHESIN; QUEIROZ, 1996, p.84)de uma marca e ou estilista
profissional. Isso significa dizer que, mesmo em se tratandode eventos dotados
de essência semelhante (passarela, roupas, modelos e etc.),
sãoparticularmente distintos e devem ser trabalhados dentro das suas
especificidades.
6 Considerações finais
As experiências vivenciadas pela turmacom esse projeto servirão
deparâmetro para nossa vida profissional.
Ensinou-nos que devemos estar preparado paralidar não com um
estilista/cliente, mas com todo um grupo de futuros profissionais da moda. E
Então por fim o nosso objetivo com o desfile foi o objetivo da matéria de projeto
em si que seria o desenvolvimento de uma coleção, e desfilar um desses looks
e isso tudo em parceria com as outras matérias e professores, buscando como
já falei anteriormente fragmentos que possam me ajudar de cada uma delas e
incorporar no projeto.
Podemos dizer também que com esse projeto todas nos temos o desejo
de mostrar pra sociedade em que vivemos o tipo de profissionais que estamos
nos tornando, pois estamos na reta final de uma graduação e além de
oportunidades de emprego, todas nos queremos um dia ser reconhecidas pelo
nosso trabalho, e esse projeto com finalização em forma de desfile e
apresentação em banca é uma ótima oportunidade para isso acontecer.
7 Referências
CASTILHO, Kathia e MARTINS, Marcelo M. Discursos da moda: semiótica,
design e corpo. São Paulo: Editora Anhembi Morumbi, 2005.
TREPTOW, Doris. Inventando moda: planejamento de coleção. Brusque: D.
Treptow, 2003.
ANHESIN, Célia M.J. e QUEIROZ, Fernanda. Terminologia do Vestuário. São
Paulo:Editora Escola Senai - Centro Nacional de Tecnologia em Vestuário,
1996.
JONES, SueJenkyn. Fashion Design – manual do estilista. trad. Iara Biderman.
SãoPaulo: Cosac Naify, 2005.
SABINO, Marco. Dicionário da Moda. Rio de Janeiro:Elsevier, 2007.
Revista:
FELDMAN, Marcelo. Segundo caderno. World Fashion, São Paulo, Abril/Maio
2007.