artigo física das radiações
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Física das Radiações II: Proteção ocupacional
Paulo R. Costa
Aspectos regulatórios, responsabilidades e
treinamento
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Paulo R. Cota Radioproteção Ocupacional
Definição de exposição ocupacional pela IAEA
Toda exposição de trabalhadoresdecorrente do curso de seustrabalhos, com exceção dasexposições excluídas dos BSS´s eexposições devidas a práticas oufontes isentas nos BSS´s
Paulo R. Cota Radioproteção Ocupacional
Os Basic Safety Standards� Responsablidades� Condições de trabalho� Classificação das áreas� Regras locais e supervisão� Equipamento de proteção
individual� Cooperação entre responsável
legal e responsável técnico � Monitoração individual e avaliação
da exposição� Monitoração do local de trabalho� Supervisão de saúde� Circunstâncias especiais
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Paulo R. Cota Radioproteção Ocupacional
Da Portaria 453
Paulo R. Cota Radioproteção Ocupacional
Responsabilidades (BSS I.4)
� O responsável técnico deve garantir para todos os trabalhadores que: � As exposições ocupacionais sejam limitadas e
otimizadas � Sejam fornecidas instalações adequadas,
equipamentos e serviços de proteção � Dispositivos de proteção adequados e
equipamentos de monitoração sejam fornecidos e apropriadamente utilizados
� Treinamento apropriado seja fornecido tanto quanto atualizações e reciclagens
� Registros adequados sejam mantidos� Seja fornecida uma cultura de proteção
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Paulo R. Cota Radioproteção Ocupacional
Limite de dose (1)
APPLICATION
Occupational Dose efetiva 20 mSv por ano, ponderado sobre períodos definidos de 5 anos(2)
Dose efetiva no embrião ou feto
1 mSv
Equivalente de dose anual no cristalino pele (4) mãos e pés
150 mSv 500 mSv 500 mSv
1. 2. 3. 4.
Os limites se aplicam à soma das doses relevantes de fontes externas de exposição no período específico de 50 anos de comprometimento de dose (ou a idade de 70 anos para crianças) pela incorporação de nuclídeos radioativos no mesmo período. Com provisão adicional de que a dose efetiva não deve exceder 50 mSv em qualquer ano. Em circunstâncias especiais valores mais altos de dose efetiva poderão ser permitidos em um único ano, desde que a dose media num período de 5 anos não exceda 1 mSv por ano. A limitação da dose efetiva fornece proteção suficiente para a pele contra efeitos estocásticos. Um limite adicional é necessário para exposições localizadas de modo a prevenir efeitos determinísticos.
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Risco/doseINACEITÁVEL Limite de dose
Restrições relacionadas à fonte
Otimização dos procedimentos de trabalho
Tolerável
AceitávelExposição
ocupacional
Otimização da radioproteção
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Paulo R. Cota Radioproteção Ocupacional
Os trabalhadores devem:�Seguir todas as regras aplicáveis de
proteção�Usar apropriadamente os
dispositivos e as vestimentas de proteção fornecidas
�Cooperar com o responsável técnico com respeito à proteção
� etc...
Responsabilidades (BSS I.10)
Paulo R. Cota Radioproteção Ocupacional
Arranjos compensatórios especiais� As condições operacionais dos trabalhadores devem
ser independentes da existência ou da possibilidade de exposição ocupacional
� Não devem ser concedidos ou utilizados como substitutos ao fornecimento de condições de proteção e segurança adequadas:
•tratamento especial com respeito a salário•cobertura especial de seguros•horas de trabalho•tempo de férias•feriados adicionais•benefícios de aposentadoria
Condições de trabalho
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Trabalhadoras grávidas
• notificar o empregador, assim que tiver consciência de sua gravidez, de modo que suas condições de trabalho possam ser modificadas se necessário.
• A notificação da gravidez não deverá ser considerada uma razão para excluir a mulher de seu trabalho
• Adaptar as condições de trabalho com respeito à exposição ocupacional
• garantir que o embrião ou feto estará submetido ao mesmo nível de proteção requerido a membros do público
Condições de trabalho
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Emprego alternativoI.18. Os empregadores deverão fazer todo o
esforço razoável para fornecer aos trabalhadores alternativas de trabalho em circunstâncias onde tiver sido determinado, seja pela Autoridade Reguladora ou pelo esquema de trabalho do programa de supervisão à saúde, que o trabalhador, por razões de saúde, não deva continuar no emprego que envolva exposição ocupacional.
Condições de trabalho
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Paulo R. Cota Radioproteção Ocupacional
Condições para pessoas jovens
I.19. Nenhuma pessoa com idade inferior aos 16 anos deverá estar sujeito a exposição ocupacional
I.20. Nenhuma pessoa com idade inferior aos 18 anos deverá estar autorizada a trabalhar em uma área controlada a menos que esteja sob supervisão e somente para propostas de treinamento
Condições de trabalho
Classificação das Áreas
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I.21. O responsável legal e responsável técnico deverão designar como área controlada qualquer área na qual medidas específicas de proteção ou condições de segurança devam ser tomadas para:
(a) Controlar as exposições normais durante condições normais de trabalho; e
(b) Prevenir ou limitar a extensão de exposições potenciais
Áreas controladas (BSS I.21-23)
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Na determinação dos contornos de qualquer área controlada levar em consideração
• as magnitudes das exposições normais esperadas
• a probabilidade e a magnitude das exposições potenciais
• natureza e a extensão das medidas de proteção e segurança necessárias
Áreas controladas (BSS I.21-23)
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• Em um departamento de Radiologia•Área controlada:
•Toda a sala radiológica
•Áreas supervisionadas:
•Áreas onde são utilizados equipamentostransportáveis
•Todas as outras áreas que não sejamáreas livres
• As salas devem ser utilizadas somente paraos trabalhos para as quais foram designadas
Áreas controladas e supervisionadas (BSS I.21-25)
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� Avaliação de segurança
�Planejamento de uso
�Avaliação da blindagem
� Deve-se avaliar se são controldas ou públicas:�Outras salas que não a de exames
�Escadarias
�Salas de enfermagem
�Áreas de espera
�Banheiros
Áreas controladas
Definição se é área controlada ou pública
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I.23. Os responsáveis devem:
(a) Delinear áreas controladas por meios físicos (ou outros métodos)
(b) Apresentar um símbolo de aviso e instruções nos pontos de acesso e outros locais apropriados
(c) Estabelecer proteção ocupacional e medidas de segurança (regras e procedimentos)
(d) Restringir o acesso por meio de procedimentos administrativos e barreiras físicas (considerando as magnitudes e probabilidades das exposições esperadas
Áreas controladas
REGRAS LOCAIS E SUPERVISÃO
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Regras locais e supervisão (BSS I.26-27)
Empregadores e responsáveis técnicos e legais devem,em consulta com os trabalhadores (BSS I.26):
� Garantir a proteção e segurança dos trabalhadores e deoutras pessoas
� Incluir níveis de investigação e níveis autorizados eprocedimentos caso estes níveis sejam excedidos
� Tornar as regras locais conhecidas dos trabalhadores eoutras pessoas
� Garantir que qualquer trabalho seja adequadamentesupervisionado
Paulo R. Cota Radioproteção Ocupacional
� As regras locais devem incluir:
� Procedimentos para utilização, manuseioe armazenamento de dosímetros
� Ações para minimizar a exposição àradiação durante eventos não-usuais
Regras locais e supervisão (BSS I.26-27)
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EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
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Equipamento de proteção individual
� Responsáveis técnico e legal devem
� Garantir que aos trabalhadores sejam fornacidosEPI´s adequados
� Equipamentos de proteção incluem
� aventais plumbíferos
� protetores de tireóide
� protetores oculares
� luvas .
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Vestimentas de proteção
� Aventais, saias protetores de tireóide� Materiais contendo chumbo
� Equivalência dos aventais� 0.25 mm Pb até 100 kV� 0.35 mm Pb acima de 100 kV
� Aventais com redução de proteção nascostas� Redução do peso� Assume-se que a operação é feita com
o operador de frente para o feixe� Luvas
� Difíceis de usar
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Dispositivos de proteção
CORTINASTELASE
ÓCULOS
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Equipamento de proteção pessoal
� Dispositivos de proteção adicional devemestar disponíveis em
� Salas de fluoroscopia
� Salas de radiologia intervencionista
• Estes dispositivos incluem:� Telas protetoras suspensas� Cortinas plumbíferas montadas na mesa do
paciente� Cortinas plumbíferas se o tubo é montado sobre a
mesa de exames e se o radiologista precisa ficarpróximo do paciente
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Ensaios� Avaliação de materiais para radioproteção
� IEC 61331-1� propriedades
� IEC 61331-2� visores
� NBR IEC 61331-3� Aventais e protetores de gônadas
http://www.abntdigital.com.br/http://www.abntdigital.com.br/
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Monitoração individual e avaliação da exposição
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Monitoração individual e avaliação da exposição� Monitoração individual das doses deve ser
conduzida nos trabalhadores normalmenteexpostos à radiação em áreas controladas:� Radiologistas, físicos médicos, responsável
pela proteção radiológica, técnicosenfermeiras
� Outros que seja usuários freqüentes de sistemasde raios X:� Endoscopistas, anestesistas, cardiologistas, cirurgiões,
etc. que trabalhem frequentemente em áreascontroladas
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Paulo R. Cota Radioproteção Ocupacional
Da 453...� Monitoração
� Medição de dose para fins de controle da exposição àradiação, e a interpretação dos resultados. Pode serclassificada em monitoração individual e de área
� Monitoração individual (externa)� Monitoração por meio de dosímetros individuais colocados
sobre o corpo do indivíduo para fins de controle dasexposições ocupacionais. A monitoração individual tem afunção primária de avaliar a dose no indivíduo monitorado.É Também, um mecanismo efetivo para detectar flutuaçõesdas condições de trabalho e para fornecer dados úteis parao programa de otimização.
� Monitoração de área� Levantamento radiométrico. Avaliação dos níveis de
radiação nas áreas de uma instalação. Os resultados devemser expressos para as condições de carga de trabalhomáxima semanal.
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� Dosímetros� Termoluminsescentes - TLD (LiF, CaO, etc)� Filmes dosimétricos� Dosímetros eletrônicos
� Devem ser usados na altura do tórax, entreos ombros e a cintura
� O período de monitoração deve ser de 1 mês� Não deve ser maior que 3 meses
� O período entre os relatórios não deveexceder 3 meses
Monitoração individual e avaliação da exposição
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Dosimetria pessoal
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Diferentes tipos de dosímetros pessoais
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Filme dosimétrico (Film badge)
Filtro plásticoMateriaismetálicos Janelas abertas
Janela aberta
Detecta beta, gama e raios X
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TLD
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Paulo R. Cota Radioproteção Ocupacional
TLD´s
corpo extremidade
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Aspectos especiais da monitoração individual
� No caso de perda do dosímetro, a estimativada dose deve der feita considerando:� Histórico de doses recente,� Doses dos colegas de trabalho� Dosimetria no local de trabalho
� Dispositivos de monitoração individual devemser calibrados
� Laboratórios de dosimetria pessoal devem ser aprovados pela autoridade reguladora
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Paulo R. Cota Radioproteção Ocupacional
Da 453...
� Níveis de investigação� Valores estabelecidos pelo titular que, se
excedidos, demanda-se uma investigação local.� Nível de registro
� Valor de dose obtido em um programa demonitoração, com significância suficiente acimado qual justifica-se o seu assentamento.Estabelecido pelo titular da instalação e/ouautoridade nacional e aplica-se principalmente àexposição ocupacional com particular referência àmonitoração de indivíduos e dos locais detrabalho.
Paulo R. Cota Radioproteção Ocupacional
Da 453...� 3.51 O responsável legal pelo serviço deve manter um
sistema de assentamento de dados... � d) Assentamento de controle ocupacional (histórico ocupacional):
� (i) os dados relativos ao controle ocupacional devem ser assentados para cada indivíduo ocupacionalmente exposto ... ;
� (ii) O nível de registro estabelecido para monitoração mensal do tronco é de 0,10 mSv.
� (iii) as doses anuais (ano calendário) devem ser computadas considerando os valores abaixo do nível de registro como iguais a zero ...;
� (iv) Cópia dos dados de controle ocupacional devem ser fornecidas ao empregado no ato da demissão;
� g) O titular deve zelar pela integridade dos assentamentos por 5 anos, exceto dos dados de monitoração individual que devem ser armazenados por um período mínimo de 30 anos após o termino da atividade com radiação, exercida pelo indivíduo monitorado. Podem ser utilizados meios adequados de armazenamento digital.
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INVESTIGAÇÃO E ACOMPANHAMENTO
Paulo R. Cota Radioproteção Ocupacional
� Os responsáveis devem� Incluir valores relevantes de níveis de
investigação nas regras e procedimentoslocais
� Implementar procedimentos paraacompanhamento de eventos nos quaisestes limites sejam excedidos
Níveis de investigação
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Paulo R. Cota Radioproteção Ocupacional
� Grandeza adequada para nível deinvestigação
� Dose efetiva individual mensal
� Outras opções para radiologiainterencionista
� Dose medida fora do avental
� Dose nas mãos
Níveis de investigação
Paulo R. Cota Radioproteção Ocupacional
� Dosímetro sob o avental� Valores mensais acima de 0.5 mSv deverão ser
investigadas
� Dosímetro sobre o avental ou mãos ou dedos� Valores mensais acima de 5 mSv deverão ser
investigadas visando a otimização
Níveis de investigação
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Paulo R. Cota Radioproteção Ocupacional
� Devem ser investigados:• Indivíduos cujas doses excedam os níveis de
investigação
• Qualquer parâmetro operacional relacionado à proteção ou segurança que estiverem for a das condições normais
• Falhas, acidentes ou erros em equipamentos
• Qualquer outra circunstância não usual que possa levar ao aumento da dose acima dos níveis previstos
Níveis de investigação
Supervisão à saúde
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Paulo R. Cota Radioproteção Ocupacional
Supervisão à saúde
� Avaliação das condições de saúde iniciais dos trabalhadores
� Acompanhamento da evolução da saúde� Exames médicos como especificados pela
autoridade regulatória� Aconselhamento no caso de mulheres gávidas
ou potencialmente grávidas Especialmente em caso de radiologia
intervencionista
Paulo R. Cota Radioproteção Ocupacional
� Sob condições normais de trabalho em radiologia� Doses inferiores aos limites
� Não há exames específicos relacionados à radiaçãonecessários a pessoas ocupacionalmente expostas� Não há testes clínicos com informações relevantes para
exposições próximas ou inferiores aos limites de dose
� Em casos de exposições acidentais com doses altas(0.2-0.5 Sv ou superiores)� Investigação clínica relacionada à radiação é necessária
Health surveillance (II)
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Paulo R. Cota Radioproteção Ocupacional
Da 453...� 3.48 Controle de saúde
� a) Todo indivíduo ocupacionalmente exposto deve estar submetido a um programa de controle de saúde baseado nos princípios gerais de saúde ocupacional.
� b) Exames periódicos de saúde não podem ser utilizados para substituir ou complementar o programa de monitoração individual.
� c) Ocorrendo exposição acidental com dose equivalente acima do limiar para efeitos determinísticos, o titular deve encaminhar o indivíduo para acompanhamento médico e, se necessário, com o aconselhamento de um médico especialista com experiência ou conhecimento específico sobre as conseqüências e tratamentos de efeitos determinísticos da radiação.
FÍSICA DAS RADIAÇÕES II:Doses em pacientes e
trabalhadoras gestantes
Paulo R. Costa
![Page 26: Artigo física das radiações](https://reader034.vdocuments.net/reader034/viewer/2022042605/58e4ddcb1a28abf5048b6553/html5/thumbnails/26.jpg)
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Riscos para o feto ou embrião
� Os riscos estão relacionados ao estágio da gravidez e a quantidade de dose absorvida.
� Maior no começo da gravidez, durante o primeiro trimestre, diminuindo conforme o avanço da gravidez.
Pequeno MínimoMaior risco
Situações a serem analisadas
� Exposições planejadas :� Pacientes que necessitam de exames
radiológicos ou de medicina nuclear ou de terapia durante a gestação
� Avaliação da função de válvulas ou implantes ou em situações que requerem cateterismo cardíaco
� Exposição acidental durante a gravidez� Exposição ocupacional durante a gravidez� Exposição de mulheres em idade reprodutiva
![Page 27: Artigo física das radiações](https://reader034.vdocuments.net/reader034/viewer/2022042605/58e4ddcb1a28abf5048b6553/html5/thumbnails/27.jpg)
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Limites de dose
Trabalhadoras Gestantes� ICRP: limite de equivalente de dose de
2 mSv na superfície do abdômen da gestante durante todo o período de gestação após a mesma ter sido notificada.
� Portaria no 453 do Ministério da Saúde: dose no feto inferior a 1 mSv, que é o limite adotado para o público.
Examplo: Uso de CT justificado Gestante envolvida em um acidente com veículo
Crânio fetal
costelasSangue extra-uterino
Dose fetal 20 mGy
![Page 28: Artigo física das radiações](https://reader034.vdocuments.net/reader034/viewer/2022042605/58e4ddcb1a28abf5048b6553/html5/thumbnails/28.jpg)
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Mal-formações induzidas pela radiação
� Mal-formações tem limiar entre 100-200 mGy ou mais altos� Tipicamente associadas a problemas no SNC
� Doses fetais de 100 mGy não são alcançadas nem com 3 exames de CT da pélvis ou com 20 exames diagnósticos convencionais
� Estes níveis podem ser alcançados com exames em procedimentos intervencionistas guiados com fluoroscopia da pélvis e com radioterapia
Efeitos no SNC
� Maior sensibilidade à radiação
� durante a 8-25 semana pós-concepção
� Doses fetais superiores a 100 mGy podem resultar em alguma redução no QI
� Doses fetais na faixa de 1000 mGy podem resultar em retardamento mental severo e microencefalia
� Especialmente entre 8-15 semanas e um pouco menos entre 16-25 semanas
![Page 29: Artigo física das radiações](https://reader034.vdocuments.net/reader034/viewer/2022042605/58e4ddcb1a28abf5048b6553/html5/thumbnails/29.jpg)
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Leucemia e câncer…
� A radiação aumenta o risco de leucemia e muitos tipos de câncer em adultos e crianças
� Assume-se que embriões e fetos tenham o mesmo risco de carcinogênese que as crianças
Leucemia e câncer…
� O risco relativo pode ser tão alto quanto 1.4 (40% de aumento sobre a incidência normal) devido à uma dose fetal de 10 mGy
� Para um indivíduo exposto no útero a 10 mGy, o risco absoluto de câncer entre 0-15 anos aumenta em cerca de 1 caso de câncer fatal para cada 1700.
![Page 30: Artigo física das radiações](https://reader034.vdocuments.net/reader034/viewer/2022042605/58e4ddcb1a28abf5048b6553/html5/thumbnails/30.jpg)
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Dose no feto (mGy) acima do background
Probabilidade de não existir má-formação
Probabilidade de não ocorrer câncer
(0-19 anos)
0 97 99.7
1 97 99.7
5 97 99.7
10 97 99.6
50 97 99.4
100 97 99.1
>100 Possível Mais alta
Irradiação pré-concepção
� Irradiação pré-concepção das gônadas NÃO mostra ter como resultado o aumento no risco de câncer ou má-formação em crianças
� Esta afirmação provém de estudos com os sobreviventes das bombas atômicas e com pacientes tratados com radioterapia
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Consentimento informado e entendimento
� Pacientes e trabalhadoras grávidas tem o direito de saber a magnitude e o tipo de risco potencial resultantes da exposição no útero
� Comunicações devem estar relacionadas ao nível de risco� Comunicação de que o risco é desprezível é adequado
para procedimentos de doses muito baixas (<1mGy no feto)
� Se a dose fetal é de cerca de 1 mGy, deve-se dar uma explicação mais detalhada
Avaliação de pacientes potencialmente grávidas
Mulheres em idade fértil, devem ser questionadas para determinar se estão
ou podem estar grávidas antes da exposição à radiação
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Notificações� Um período menstrual atrasado
deve ser considerado devido à gravidez, até que se prove o contrário
� Notificações relacionadas à gravidez devem ser postadas nas áreas de espera dos pacientes, tais como:
Se é possível que você esteja grávida, notifique o médico ou outro
membro da equipe antes do exame de raios Xou antes da injeção com um material radioativo
Limites de dose
� Em geral, são baixas as doses ocupacionais com pequena probabilidade que ultrapassem esses limites.
� Exceção: exames de fluoroscopia, em especial procedimentos intervencionistas, que utilizam quantidades consideravelmente altas de radiação.
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Modelo Matemático
� Metodologia computacional �estimativa de dose fetal a partir
� de dados referentes a exames radiológicos realizados pela gestante
� da exposição ocupacional de uma trabalhadora grávida.
OSEI, E. K.; DARKO. J. B.; FAULKNER, K.; KOTRE, C. J. – Software for the estimation of foetalradiation dose to patients and staff in diagnostic radiology. J Radiol Prot. 23(2):183-94, Jun, 2003.
Radiografia convencional
� Dr pode ser obtido a partir do cálculo da DEP (Dose na Entrada da Pele).
Onde:DFP: Distância foco-pele em cmV: Tensão aplicada ao tubo em kVpη: rendimento do tubo em mGy(mAs)-1
I: produto corrente-tempo em mAs
IVV
DFPDFP
DEP2
CQ
EX
EX
CQrad ×η×
=
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34
Fluoroscopia� Df pode ser obtido a partir do cálculo da ESD (Dose na
Superfície de Entrada).
Onde:DFP: Distância foco-pele em cmV: Tensão aplicada ao tubo em kVp: taxa de rendimento do tubo em mGy(mA)-1(min)-1
I: corrente anódica em mAt: tempo de fluoroscopia em minutos
tIVV
DFPDFP
DEP2
CQ
EX
EX
CQfluoro ××η×
=
η
Exposição médica da gestante
∑∑
∑
==
=
+=
=
n
1jjj,fluoroj,ESD,d
n
1iii,radi,ESD,df
n
1iii,radi,ESD,dr
SFDEPNUDSFDEPNUDD
SFDEPNUDD
Onde:NUD: Dose Uterina NormalizadaSF: Fator de conversão de dose uterina para dose fetald: profundidade do feto no ventre materno, estimado como 30% da espessura AP da paciente, onde
altura(cm)peso(g)
2 AP(cm)espessura×π
×≈
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35
Hora do exercício...
� Considere o caso da paciente Hermuzenilda, que está no início da gravidez (0-7 semanas)� Peso: 60 kg� Altura: 170 cm
� Calcule a profundidade estimada do feto no ventre da Hermuzenilda:
cm7d
cm2,21701
600002
alturapeso
2(cm) APespessura
≈
=×π
×=×π
×≈
Hora do exercício...
� Considere, agora, os seguintes dados obtidos dos relatórios do programa de controle de qualidade:� Para radiografia:
� Rendimento = 0,06 mGy/mAs
� Potencial = 80 kVp
� Distância foco-pele = 100 cm
� Para fluoroscopia� Rendimento = 20 mGy/mA-min
� Potencial = 100 kVp
� Distância foco-pele = 50 cm
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36
Hora do exercício...
� A Hermuzenilda estava com tosse e o médico recomendou 2 radiografias de tórax (1 PA e 1 lateral). As técnicas utilizadas foram:� PA: 110 kV, 2,5 mAs DFP155 cm� LAT: 110 kV, 8 mAs DFP 145 cm
� Calcule a DEP para cada caso:
mGy45,0806,080
110145100
DEP2
LATrad =××
=
mGy12,05,206,080
110155100
DEP2
PArad =××
=
Hora do exercício...� Considerando
� NUDPA = 0,0028 e NUDLAT= 0,0014 para d = 7cm� Dose no útero = dose no feto (SF=1)
� Calcule a dose total no feto
Gy1NUDDEPNUDDEPD LATLATradPA
PAradf µ<×+×=
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37
Hora do exercício...
� Agora, considere que a paciente teve um problema de bexiga e teve que fazer um procedimento que envolveu � 10 radiografias AP do abdome
� Técnica: 66 kVp, 12,5 mAs e DFP de 75cm
� 45 minutos de fluoroscopia� Técnica: 90 kVp, 3 mA e DFP de 45cm
� Considerando SF = 1 e, para d = 7cm:� NUDAP = 4,881� NUDfluoro = 1,287
� Calcule a dose no feto
Hora do exercício...
mGy1,95,1206,08066
75100
10DEP2
APrad =××
×=
mGy7,1684532010090
4550
DEP2
fluoro =×××
=
mGy5,261287,17,168881,41,9Df =×+×=
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38
Cálculo do risco para o futuro indivíduo
fc DRR ×=Onde:RC: Coeficiente de risco
Exemplos:
RC = 2,4x10-5 (mGy)-1 efeitos hereditários nas próximas geraçõesRC = 30x10-3 (mGy)-1 declínio de pontos no QIRC = 43x10-5 (mGy)-1 retardamento mental severoRC = 3x10-5 (mGy)-1 câncer infantil fatal até os 15 anos
Voltando ao exercício...
� Quais são os riscos para o bebê da Hermuzenilda?� Efeitos hereditátios – 0,006 %� Declínio de pontos no QI – 7,8 %� Retardamento mental severo – 0,002%� Câncer infantil fatal – 0,008%
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39
Doses Fetais Aproximadas de exames de raio-x convencional
Data from the UK, 1998
Intravenous uro-gram; lumbar spine
<0.01<0.01Skull; thoracic spine
41.1Pelvis
101.7
<0.01<0.01Chest
4.21.4Abdomen
Máxima (mGy)Média (mGy)Dose
Exame
Doses fetais aproximadas de exames de fluoroscopia
Data from the UK, 1998
246.8Barium enema
5.81.1Barium meal (UGI)
Maximum (mGy)Mean (mGy)Dose
Examination
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40
Exposição ocupacional da trabalhadora grávida
NUDLD f ×=
Onde:L: leitura do dosímetro
: Dose uterina média normalizadaNUD
Trabalhadoras gestantes
Trabalhadoras gestantes podem trabalhar em ambientes com radiação desde que se garanta que a dose fetal será inferior a
1mGy durante a gestação
![Page 41: Artigo física das radiações](https://reader034.vdocuments.net/reader034/viewer/2022042605/58e4ddcb1a28abf5048b6553/html5/thumbnails/41.jpg)
41
Interrupção da gravidez …� Doses fetais altas (100-1000 mGy) durante os
estágios finais da gravidez não tem probabilidadede resultar em má-formações ou defeitos denascimento, uma vez que os órgãos já estãoformados.
� Uma dose fetal de 100 mGy tem um risco individual pequeno de indução de câncer
� Há 99% de chance de que o feto exposto NÃO irá desenvolver leucemia ou câncer
Interrupção da gravidez
� Doses superiores a 500 mGy podem significar danos no feto�A magnitude e tipo é função da dose e
do estágio gestacional
� Em doses fetais entre 100-500 mGy, as decisões devem ser baseadas em circunstâncias individuais
![Page 42: Artigo física das radiações](https://reader034.vdocuments.net/reader034/viewer/2022042605/58e4ddcb1a28abf5048b6553/html5/thumbnails/42.jpg)
42
Riscos em uma população grávida NÃO exposta à radiação
� Riscos:
- Aborto espontâneo > 15%- Incidência de anormalidades genéticas 4-10%- Retardamento do crescimento intra-uterino 4%- Incidência de má-formações maiores 2-4%
Bibliografia
� OSEI, E. K.; DARKO. J. B.; FAULKNER, K.; KOTRE, C. J. – Software for the estimation of foetal radiation dose to patients and staff in diagnostic radiology. J Radiol Prot. 23(2):183-94, Jun, 2003.
� International Commission on Radiological Protection. ICRP Publication 84.Pergamon Press, Oxford, U.K. 1999
� International Comission on Radiological Protection. 1990. Recomendation of ICRP. ICRP Publication 60. Ann ICRP; 1991.
� Secretaria de Vigilância Sanitária, Ministério da Saúde. Regulamento técnico do Ministério da Saúde. Diretrizes de Proteção Radiológica em Radiodiagnóstico Médico e Odontológico. Portaria no 453 de 01/06/1998.
� WAGNER, L. K.; LESTER, R. G.; SALDANA; L. R. – Exposure of the Pregnant Patient to Diagnostic Radiations: a guide to medical mamagement. 2nd ed. Medical Physics Publishing, 1997.