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AVALIAÇÃO DE PROJECTO DE ARQUITECTURA CENTRO DE ARTES E ESPECTÁCULO Edificações VI I Apoio a Projecto 2014 I 15 Beatriz Serrazina # 20101257 MIARQ 5A

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Analisar um projecto académico considerando de regulamentos e processos construtivos.

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AVALIAÇÃO DE PROJECTO DE ARQUITECTURA

CENTRO DE ARTES E ESPECTÁCULO

Edificações VI I Apoio a Projecto2014 I 15

Beatriz Serrazina # 20101257MIARQ 5A

AVALIAÇÃO DE PROJECTO DE ARQUITECTURA

CENTRO DE ARTES E ESPECTÁCULO

Edificações VI I Apoio a ProjectoDocente I Francisco Oliveira

Discente I Beatriz Serrazina # 20101257

MIARQ 5A

Dezembro de 2014

ÍNDICE

Descrição Sumária do ProjectoSegurança contra IncêndiosAcessibilidade e MobilidadeArquitectura ModularComponente ConstrutivaSistematização do ConhecimentoConclusões Finais Anexos

Edificações VI I Apoio a Projecto2014 I 15

Beatriz Serrazina # 20101257 MIARQ A

AVALIAÇÃO DE PROJECTO DE ARQUITECTURA

Centro de Artes e Espectáculo

Descrição Sumária do Projecto

Área de Implantação I 708m2Área Bruta de Construção I 3009 m2Número de Pisos I 6Altura I 24mLocalização I Avenida da Liberdade, Lisboa

Anexo ao Cinema São Jorge

O Centro de Artes e Espectáculo integra um programa onde constam um espaço de entrada (recepção, loja, zona de estar), uma sala polivalente, vários espaços expositivos temporários e permanentes, oficinas criativas, laboratórios artísticos, anfiteatros, uma sala multimédia, cafetaria e ainda um bar panorâmico, distribuídos por vários níveis. Estão ainda previstos amplos espaços de circulação horizontal e vertical, serviços (gabinetes, arquivos), zonas húmidas (casas de banho) e zonas técnicas (armazém, zona de cargas e descargas).

Os espaços organizam-se em torno de um núcleo formado por uma grande sala polivalente (com triplo pé direito), que tem o papel de distribuir funções. Este pólo central encontra-se dotado de equipamento multimédia, permitindo múltiplas actividades, e o grande envidraçado na sua fachada é uma janela aberta como um palco para a praça adjacente - um novo espaço público na Avenida da Liberdade.

SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS

Regime Jurídico (DL 220/2008 de 12 de Novembro)

Artigo 2º I DefiniçõesAltura do EdifícioO Centro tem 24m de atura, equivalentes a 6 Pisos.De acordo com a documentação, é considerado um edifício de média altura, sendo esta compreendida da seguinte forma:

Média 9m < H < 28 m

Plano de ReferênciaUma vez que existem vários planos de referência - nomeadamente alçados frontal e laterais -, considerou-se o mais favorável para as operações de bombeiros: o alçado lateral nascente, virado para a Avenida da Liberdade. Este permite a rápida chegada de veículos de emergência e na via não se encontram elementos

CoberturasO edifício possui dois tipos de coberturas: existem dois terraços acessíveis, ou seja, destinados à utilização recorrente, e a restante área é denominada um terraço não acessível, como cobertura reservada a fins de reparação.

Artigo 8º I Utilizações TipoAs utilizações tipo presentes no edifício em estudo são as seguintes:

VI Estabelecimentos destinados a espectáculos, reunião pública (...) em edifícios (...) VII (...) restaurantes, cafés, bares (...) VIII Espaço comercial X Museus e galerias de arte

XII Armazéns

Assim, poderá afirmar-se a coexistência entre as Utilizações Tipo. Deste modo, o Centro de Artes e Espectáculo é considerado um edifício de utilização mista e respeita tanto as disposições gerais como as disposições específicas para cada utilização.

Confirma-se a existência de espaços administrativos e de armazenamento com 10% da área bruta afecta às utilizações tipo VI e VII.

Artigo 10º I Locais de Risco A Sem riscos agravados de incêndio e com presença reduzida de pessoas B Sem riscos agravados de incêndio e com presença significativa de pessoas C Risco agravado de incêndio: Cozinha e Armazéns

Artigo 51º I Cálculo do EfectivoFoi calculado o efectivo (número máximo de pessoas para ocuparem um simultâneo um espaço) global do edifício e a sua subdivisão em cada um dos espaços, de modo a entender quais os valores aplicáveis às saídas, em número e largura, vias de evacuação e portas necessárias para o cumprimento regulamentar. Os valores encontram-se em anexo.

Regulamentação Técnica (1532/2008 de 29 de Dezembro)

Artigos 4º e 5º I Vias de Acesso aos EdifíciosArtigo 6 º I Acessibilidade às FachadasDado que o Centro tem mais de 9 metros de altura, o estacionamento de viaturas de socorro deve ser possível junto às fachadas. De acordo com o regulamento, entre outros pressupostos, esta faixa deve estar permanentemente livre de obstáculos, pelo que as únicas fachadas válidas para o efeito serão aquela junto à praça e a via lateral paralela à Avenida da Liberdade.

Locais de Risco Existentes

A I Salas de Formação B I Auditórios e Salas de Exposição C I Cozinhas de bar e Armazém

Fachadas Acessíveis

Avenida da LiberdadeLargo Jean Monet

Praça Sul (proposta)

Artigo 25 º I Protecção de Vias Horizontais de EvacuaçãoUma vez que existem vias que servem locais de risco B que não dispõem de alternativa (nomeadamente auditórios e salas de formação), torna-se exigível a protecção para estas vias horizontais de evacuação.

Assim, dada a altura média, a protecção faz-se da seguinte forma:a)Paredes não resistentes: EI 30;b)Paredes resistentes: REI 60;c) Portas: E 30 C.

Artigo 53º I Lugares destinados ao PúblicoUma vez existindo salas de espectáculos no edifício, e consequentes lugares destinados ao público, são respeitados as regras exigidas, a saber:a) Lugares dispostos em filas;b) Cadeiras rigidamente fixadas ao pavimento no sentido transversal;c) Espaçamento de 0,5m entre os planos verticais (não pode ser inferior a 0,4m);d) Oito (8) cadeiras entre uma coxia e uma parede (sendo este o máximo permitido na situação

disposta).

Artigo 63º I Dimensionamento das Câmaras Corta-FogoAinda que tenha sido desenhada uma escada de evacuação de emergência, separada do restante edifício através de um movimento de porta, não foram previstas no projecto câmaras corta-fogo. Assim, e de acordo com as especificações, seria necessário acrescentar junto à entrada/saída de cada piso da já indicada escada um compartimento (utilizável por mais de 50 pessoas) com as seguintes características: área mínima de 6m2, distância mínima entre portas de 1,2m, dimensão linear mínima de 1,4m e um pé direito não inferior a 2m.

Auditório Proposto

Tal acrescento das câmaras porta-fogo seria facilmente executável na maioria das situações (A), cedendo o espaço destinado a arrumos. Porém, em dois planos (B), determinar a presença destas câmaras levaria ao repensar de todo o desenho de projecto.

Artigo 64º I Características das ViasAs vias verticais de evacuação possuem 1,20m. No entanto, de acordo com o regulamento - 1 UP (0,9m) por cada 70 utilizadores -, estas deveriam ter 2UP, ou seja, . Tal redimensionamento da área afecta à circulação vertical das escadas de emergência exigiria a alteração das áreas

adjacentes, nomeadamente instalações sanitárias e arrumos. Porém, sugere-se a segunda opção em detrimento da primeira, dado que as casas de banho estão já desenhadas com valores mínimos aceitáveis.

A I Arrumos possibilitam CPF B I Situação de redesenho total

CONCLUSÃO SUMÁRIA I INCÊNDIOS

De forma geral, o projecto do edifício apresenta uma resposta razoável às inúmeras variáveis impostas pelo regulamento de segurança contra incêndios analisado. Existem, contudo, falhas no dimensionamento de algumas vias e portas.

O maior problema encontrado reside no dimensionamento das câmaras porta fogo (artigo 63º) e consequentes vias verticais de evacuação (artigo 70º), que, apesar de terem sido incluídas no desenho, não têm as dimensões requeridas pela regulamentação. O seu redesenho obrigaria a uma redefinição de toda a área afecta a circulações secundárias (escadas e elevadores), instalações sanitárias e arrumos. Ainda que não fosse impossível, estas alterações mudariam por completo a disposição do projecto.

Assim, conclui-se, relativamente à análise efectuada, que, uma vez tido em conta o regulamento em primeira instância, no começo do desenho do projecto, este não se teria desenrolado desta forma em alguns aspectos (nomeadamente dimensionamento de espaços). A concretização seria certamente mais cuidada e, sem dúvida, condicionada e guiada pelas normas técnicas, impossíveis de contornar face à aprovação dos técnicos.

ACESSIBILIDADE E MOBILIDADE

Regulamentação Técnica (DL 163/2006 de 8 de Agosto)

Secção 1.3 I Escadarias na Via Pública1) Faixas de AproximaçãoA escadaria exterior não possuiu faixas de aproximação, como é regulamentado no guia. Para tal, uma vez que se propôs um pavimento exterior em lioz branco, estas faixas, que devem ser de um material de revestimento de textura diferente e cor contrastante com o restante piso, poderiam ser executadas com ardósia ou granito escuro.

A questão do espaço necessário à implementação desta norma (faixas afastadas 0,5m do primeiro degrau e com uma largura não inferior a 0,6m) não constitui um problema, uma vez que existe suficiente área em ambos os extremos da escadaria.

3) CorrimãosUma vez que vence um desnível superior a 0,40 m (1m) e a sua largura é superior a 6m (10m), a escadaria deveria possuir corrimãos de ambos os lados e um duplo corrimão central, o que não se verifica. De forma a colmatar esta questão, poderiam ser colocados corrimãos embutidos nas paredes que acompanham o delinear as escadas.

Secção 1.5 I Rampas na Via Pública1) Como a rampa vence um desnível superior a 0,4m (1m) e a sua largura é superior a 6m (7m),

deveria ter corrimãos de ambos os lados e um duplo corrimão central, o que não se verifica.

Secção 2.3 I Patamares, galerias e corredoresTodos têm mais de 1,50m (o valor mínimo exigível para todas as situações averbadas), pelo que não se coloca qualquer situação anti-regulamentar (2.3.3.).

Secção 2.4 I EscadasSecção 2.4.1. I Patins intermédiosNem todos os patins intermédios possuem um profundidade não inferior a 0,7m - 0,52m nas situações 3.1 e 3.2 (ver planta). Para tal, seria necessário prolongar a escada, o que seria facilmente alterável, uma vez que a largura dos lanços não se tornaria inferior a 1,2m, como regulamentado em 2.4.1. Contudo, esta mudança implicava um redesenho da arquitectura do edifício.

Nem todas as escadas que vencem desníveis superior a 2,4m possuem patins intermédios, pelo que na situação 3.3 (ver planta) deverá prever-se uma extensão de mais 0,7m no espaço afecto à circulação. Este aumento do comprimento não constituiria um problema no projecto uma vez que existe espaço suficiente no arranque e término das escadas para o aumento das mesmas.

Secção 2.4.8 I CorrimãosNem todas as escadas possuem corrimãos e nenhuma os possui de ambos os lados, pelo que seria necessário prever a existência dos mesmos em todas as situações.

Secção 2.4.9 I Dimensões dos Corrimãos1) A altura dos corrimãos existentes não se compreende entre os 0,85m e os 0,9m, sendo que

todos eles têm apenas 0,8m.

Secção 2.9 I Instalações Sanitárias de Utilização GeralEm todos os pisos existe uma instalação sanitária específica para pessoas com mobilidade condicionada, que serve ambos os sexos e está próxima das restantes instalações sanitárias (2.9.1 e 2.9.2.)

2.9.5 1) O espaço interior cumpre 1,7m de comprimento, mas tem apenas 1,5m de largura na parede em que está instalada a sanita (contra os 1,6m regulamentados). O aumento necessário iria afectar em cinco centímetros o espaço para acesso às cabines nas instalações sanitárias masculinas e femininas, mas tal diminuição não levantaria problemas dimensionais de circulação.

Situação Existente

Situação Correcta

Secção 2.12. I Balcões e Guichés de AtendimentoO Átrio Principal possui um balcão de atendimento, pelo que este está localizado junto a um percurso acessível (1). Tendo uma extensão não inferior a 0,8m e um altura de 0,8m, cumpre com as normas dispostas em 2) e 3).

Secção 3.6 I Salas de Espectáculos e outras Instalações para Actividades Sócio-Culturais3.6.1 Não existem lugares especialmente destinados a pessoas em cadeira de rodas.1) O Auditório Secundário (b), com 39 lugares, necessitaria de dois lugares entre estes;2) O Auditório Principal (a), com 56 lugares, necessitaria de três lugares entre estes.

Como estes lugares, que têm de ser distribuídos por vários pontos da sala e estar localizados numa área de piso horizontal, necessitam de uma zona livre de permanência com dimensões superiores a 0,8m por 1,2m, para além de uma margem livre de 0,3m ao seu redor, a sua implementação causaria grandes mudanças no desenho dos auditórios:

1) O Auditório Secundário, que se encontra num único plano horizontal, teria de perder quatro lugares para poderem ser implementados os dois lugares necessários destinados a pessoas em cadeira de rodas.

2) O Auditório Principal, porém, ao desenrolar-se num plano inclinado, com uma plateia com várias filas sucessivas a diferentes alturas, e apenas com uma porta no topo da sala, tornar-se-ia completamente inviável nos moldes em que foi desenhado. Os lugares poderiam ser colocados na primeira fila junto à entrada, mas o espaço requerido iria substituir duas filas de sete lugares - ou seja, três lugares acessíveis roubariam catorze lugares ao auditório.

Auditório B

Localização de Lugares Acessíveis

Auditório A

Secção 4.9 I Portas4.9.1 As portas de menores dimensões no projecto possuem vãos de 0,77m, pelo que todas estão de acordo com o estipulado.

4.9.6 As portas assinaladas não têm zonas de manobra desobstruída com dimensões satisfatórias, nomeadamente das dimensões B (1,10m) e C (1,40m), de percurso antes e depois da porta.

Secção 4.13 I Elementos VegetaisAs árvores existentes na praça exterior não foram tratadas de modo a permitir a sua identificação por pessoas com deficiência visual, pelo que se propõe a colocação de grelhas de protecção de nível.

CONCLUSÃO SUMÁRIA I ACESSIBILIDADE E MOBILIDADE

Ainda que se tenha tentado incluir, à partida, conceitos de acessibilidade e mobilidade para todos na concepção do edifício, a verdade é que existem problemas de várias índoles a ser resolvidos de modo a que seja cumprida a regulamentação.

O espaço público, muitas vezes desmerecido no projecto de arquitectura, necessita de mais atenção ao dimensionamento e concepção de escadas e rampas de acesso (nomeadamente dimensões de degraus, diferenciação de pavimentos e presença de corrimãos). Sendo estas alterações de fácil aplicação, não deixam de importantes para uma boa apreciação do desenho.

Também as escadas (degraus e corrimãos) teriam de sofrer alterações de dimensionamento e colocação - sendo este o aspecto mais constatado face à análise efectuada. Ainda que as diferenças não sejam significativas, nem se tornassem inviáveis de realizar, a sua manutenção no desenho do projecto levaria a um inevitável chumbo na aprovação do mesmo.

A única questão incontornável revelou-se a colocação de lugares acessíveis nos auditórios, já que as dimensões afectas aos mesmos tornariam insustentável a sala, dada a grande diminuição de lugares na totalidade.

ARQUITECTURA MODULAR

Kullman Offside Construction

A arquitectura modular desenrola-se a partir dos conceitos de repetição e pré-fabricação, bem como da presença de malhas regulares que permitem uma simplificação do projecto em módulos construtivos. Este tipo de edificações permitem uma agilização do processo construtivo, a optimização de recursos e a capacidade de trabalhar com qualquer situação meteorológica.

Ainda que persista o pensamento comum que o recurso à modularização num projecto de arquitectura o torna mais limitado, a verdade é que actualmente qualquer tipo de edifício é possível de fazer desta forma, poupando custos nas mais variadas fases de uma obra. Além do mais, a concretização de um módulo permite inúmeras variações que o tornam numa peça com muito polivalente, como se entende no esquema seguinte:

Dada a especificidade de cada projecto, a prática corrente leva a um misto de situações in situ com peças modulares, levando a um pensamento sobre o edifício antes da sua concretização - o que pode gerar uma crítica mais estruturada sobre cada espaço. Por fim, o processo contínuo e multidireccional associado a este tipo de arquitectura é também uma mais valia:

ESTRUTURAS MODULARES - ESTRUTURAS DE PAINÉIS

COMPONENTES PRÉ-FABRICADOS - MATERIAIS STANDARDIZADOS

MODULARIZAÇÃO DO CENTRO DE ARTES E ESPECTÁCULO

No projecto em estudo propõe-se um uso misto entre a arquitectura modular e a construção no local. Sendo um equipamento de grande escala, sem recurso à repetição (como acontece, por exemplo, na habitação), poder-se-à afirmar que a modularização de espaços no seu todo não é aplicável. No entanto, a utilização de uma malha regular certamente será benéfica e facilita a aplicação de painéis e materiais standard, bem como de componentes pré-fabricados.

Como no exemplo acima, a proposta remete para a edificação in situ o elemento central - uma sala polivalente com triplo pé-direito, podendo tudo o resto ser regrado através de uma malha de 3 x 3 metros. Ainda que não tenha sido pensado desta forma, o desenho do projecto necessita apenas de algumas alterações para que encaixe nesta quadrícula.

Uma vez delineada esta malha, será muito mais fácil, por exemplo, entender as necessidades de materiais a comprar para a obra, tornando eficiente a gestão de recursos, aumentando o rendimento económico e a sustentabilidade ambiental. Também a utilização conjunta de diversos componentes fica mais facilitada, dadas as dimensões equivalentes entre eles.

3x3

PROCESSO DE MODULARIZAÇÃO

Figura Geométrica Base

Alinhamentos Verticais

Módulo 3 x 3

3m 1,5m

Alinhamentos Horizontais

Possível nova configuração do espaço

PROCESSO DE MODULARIZAÇÃO

1/2 Módulo

Peças de Excepção

CONCLUSÃO SUMÁRIA I MODULARIZAÇÃO

Sendo este um edifício de excepcionalidades espaciais, suportadas pela especificidade própria do programa de usos, não faz sentido aplicar os princípios da arquitectura modular no seu mais estrito senso. Uma vez que não existe repetição espacial, a concepção de um módulo não é passível de ser executada.

Ainda assim, ainda que esta análise inviabilize o uso de módulos espaciais, o mesmo não acontece com as potencialidades de um módulo estrutural, como demonstrado nas anteriores plantas esquemáticas. A definição, optimização e utilização de uma malha regular estrutural permite que o processo construtivo passe a suportar diversas abordagens, tanto em termos de materiais como de aplicação dos mesmos.

Um edifício que anteriormente estava apenas desenhado para um solução construtiva apoiada no uso do betão, pode, a partir da modularização espaciais, aceitar também sistemas de construção mais leves, recorrendo a sistemas metálicos. Estes que, por sua vez, permitem tirar maior partido da pré-fabricação, levando a possíveis economias de material, tempo e recursos humanos.

COMPONENTE CONSTRUTIVA

A proposta apresentada previamente como solução construtiva para o projecto do Centro de Artes e Espectáculo assenta numa lógica de betão armado in situ para as fundações, conjugado com paredes de alvenaria de tijolo e sistema pilar viga para a restante edificação.

Dadas as grandes distâncias a vencer entre vãos, optou-se por lajes de piso aligeiradas, à excepção de situações de forma excepcional, onde, dada a complexidade construtiva, se utilizou o betão armado.

DETALHE COBERTURA E FACHADA

DETALHE LAJE E FACHADA

PROPOSTA PRÉVIA

OS DETALHES ENCONTRAM-SE COM MAIOR RESOLUÇÃO EM ANEXO.

COMPONENTE CONSTRUTIVA

Todavia, face à nova realidade possibilitada pela utilização de uma estrutura leve, estudou-se um sistema de fachada ventilada em chapa metálica, como o descrito a baixo. Este apresenta facilidades de montagem e manutenção, um menor peso próprio (e consequentemente menos carga na fachada) e ainda uma gama considerável de acabamentos.

Considerações Técnicas:

FACHADA VENTILADA

bucha de fixação

montante verticalperfil guia contínuopeça de revestimento

REVESTIMENTO DA FACHADA DESCRIÇÃO

O sistema de fachada ventilada proposto desenrola-se num sistema de composto por perfis guia contínuos, montantes verticais fixados com buchas e peças de revestimento ancoradas. Esta solução, em termos de dimensões, materialidade e processo construtivo, está adaptada de forma intrínseca à solução estrutural desenvolvida, de betão armado.

FACHADA VENTILADA (PROPOSTA)

COMPONENTES DA NOVAFACHADA

COMPONENTE CONSTRUTIVA I ANÁLISE CRÍTICA

REFLEXÃO

Estando o sistema de fachada ventilada apoiado na anterior opção construtiva - estrutura em betão -, pode agora, com a possibilidade aberta de modularização do projecto e consequente passagem para estrutura leve metálica, beneficiar das vantagens da mesma. Assim, poderá ser desenvolvida uma outra solução integrada, entre elementos estruturais, que responda às características particulares da pré-fabricação: facilidade de montagem, rapidez, leveza e materiais mais esbeltos.

O sistema de fachada considerado em primeira instância, bastante pesada e com uma espessura considerável (por exemplo, as peças de revestimento têm 4 cm), tornar-se muito mais fino e leve, sendo articulado com materialidades adequadas à estrutura em metal agora adoptada.

Modularização do Projecto de Arquitectura

Possibilita estrutura metálica

leve (face ao betão)

Novas soluções construtivas mais

optimizadas

CONCLUSÃO FINAL

O presente relatório sistematiza um processo de trabalho composto por duas fases distintas, a saber:

a) Análise de Regulamentação Técnica, nomeadamente Incêndios e Acessibilidade;b) Aplicação dos Princípios da Modularidade.

A primeira etapa, ao submeter um projecto concluído à luz da regulamentação legar vigente no país, permite compreender a extrema relevância das normas no processo de desenho do objecto arquitectónico, uma vez que introduz condicionantes exteriores à simples vontade do arquitecto. Estudar estas premissas torna o acto de projecto muito mais restrito, mas, dada a sua obrigatoriedade, saber de previamente da sua existência e aplicação permite optimizar desde logo o gesto e tornar as escolhas mais conscientes. Evita-se assim uma eventual reformulação total do projecto, advindo de especificações legais não respeitadas, que prejudica qualquer trabalho, reflectindo-se numa perda de tempo e dinheiro.

A segunda fase permite uma reflexão sobre as vantagens de recorrer, logo no início do desenho de um projecto, aos princípios da modularidade - a saber, utilização de regras métricas espaciais que permitam implementar as potencialidades de módulos construtivos, standardizados e pré-fabricados. O projecto em estudo, pensado para uma estrutura em betão armado in situ, revelou-se, contudo, passível de ser modularizado com alguma facilidade. Deste modo, a sua construção poderia ser organizada em peças já vindas de fábrica, tornando a intervenção em pleno centro da cidade de Lisboa em algo menos moroso - um factor essencial nas intervenções em locais com grande afluência e transtorno devido aos eventuais cortes na via pública e barulhos promovidos pela construção. Por último, destacam-se ainda as inúmeras vantagens de utilização de materiais com medidas standard.

Conclui-se ressalvando a extrema importância e pertinência das análises realizadas ao longo deste relatório - e, por conseguinte, da relevância do documento -, uma vez que, findos os estudos, seremos certamente confrontados com a necessidade de incluir nos projectos da vida profissional as normas técnicas legisladas no país. Assim, entende-se que, muitas vezes, o arquitecto tem o seu traço condicionado por estes factores exteriores à sua vontade e que, sendo estes do seu conhecimento, devem desde logo ser incorporados na solução proposta, evitando dissabores associados às aprovações requeridas na lei.

ANEXOS

1. Desenho do Projecto

2. Cálculo do Efectivo

3. Detalhes Construtivos

Edificações VI I Apoio a Projecto 2014 I 15Beatriz Serrazina # 20101257

MIARQ

A

AVALIAÇÃO DE P

ROJECTO DE A

RQUITECTURA

Centro de A

rtes e EspectáculoPlanta 1 I Espaço Público Exterior

Edificações VI I Apoio a Projecto 2014 I 15Beatriz Serrazina # 20101257

MIARQ

A

AVALIAÇÃO DE P

ROJECTO DE A

RQUITECTURA

Centro de A

rtes e EspectáculoPlanta 2 I Piso Térreo

Edificações VI I Apoio a Projecto 2014 I 15Beatriz Serrazina # 20101257

MIARQ

A

AVALIAÇÃO DE P

ROJECTO DE A

RQUITECTURA

Centro de A

rtes e EspectáculoPlanta 3 I Piso 1

Edificações VI I Apoio a Projecto 2014 I 15Beatriz Serrazina # 20101257

MIARQ

A

AVALIAÇÃO DE P

ROJECTO DE A

RQUITECTURA

Centro de A

rtes e EspectáculoPlanta 4 I Piso 2

Edificações VI I Apoio a Projecto 2014 I 15Beatriz Serrazina # 20101257

MIARQ

A

AVALIAÇÃO DE P

ROJECTO DE A

RQUITECTURA

Centro de A

rtes e EspectáculoPlanta 5 I Piso 3

Edificações VI I Apoio a Projecto 2014 I 15Beatriz Serrazina # 20101257

MIARQ

A

AVALIAÇÃO DE P

ROJECTO DE A

RQUITECTURA

Centro de A

rtes e EspectáculoPlanta 6 I Piso 4

Edificações VI I Apoio a Projecto 2014 I 15Beatriz Serrazina # 20101257

MIARQ

A

AVALIAÇÃO DE P

ROJECTO DE A

RQUITECTURA

Centro de A

rtes e EspectáculoPlanta 7 I Piso 5

Anexo CÁLCULO DO EFECTIVO De acordo com o Artigo 51º, Regulamento de Incêndios

Espaço Área m2 Efectivo Pessoas (aprox.)

Foyer 200 m2 150

Recepção 21,7 m2 4

Administração 14,5 m2 2

Sala Polivalente 110 m2 38

Área Comercial 105 m2 21

Armazém 68,1 m2 NA

Instalações Sanitárias 30,4 m2 NA

TOTAL PISO 0

Sala Polivalente 127,4 m2 44

Bar 110,5 m2 110

Cozinha 26,5 m2 NA

Arrumos 33,75 m2 NA

Instalações Sanitárias 30,4 m2 NA

Backstage 64,4 m2 NA

TOTAL PISO 1

Auditório Secundário 63,4 m2 39 (número de lugares)

Auditório Principal 145,1 m2 56 (número de lugares)

Sala de Formação 64,4 m2 (número de lugares variável)

Arrumos 33,75 m2 NA

Instalações Sanitárias 30,4 m2 NA

TOTAL PISO 2

Espaço Expositivo 189,35 m2 66

Espaço Expositivo 145,6 m2 59

Arrumos 33,75 m2 NA

Instalações Sanitárias 30,4 m2 NA

TOTAL PISO 3

Átrio Expositivo 67 m2 23

Espaço Expositivo 125,5 m2 43

Anexo CÁLCULO DO EFECTIVO De acordo com o Artigo 51º, Regulamento de Incêndios

Arrumos 33,75 m2 NA

Instalações Sanitárias 30,4 m2 NA

Sala de Formação 58,5 m2 (número de lugares variável)

Sala de Formação 64,4 m2 (número de lugares variável)

Oficina Criativa 93,45 m2 (número de lugares variável)

TOTAL PISO 4

Sala Multimédia 67 m2 30

Átrio Expositivo 125,5 m2 43

Copa 7,05 m2 NA

Skybar 44,3 m2 (número de lugares variável)

Terraço Coberto 56,9 m2 30

Terraço Descoberto 125,8 m2 95

TOTAL PISO 5

Espaço Área m2 Efectivo Pessoas (aprox.)