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Curso de Administração Eva Cristina Boeno da Costa AS PERCEPÇÕES DAS EMPRESAS DO RAMO METALMECÂNICO DE CAXIAS DO SUL SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE SEUS PROFISSIONAIS POR MEIO DO COACHING. Caxias do Sul, Dezembro de 2012

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Page 1: AS PERCEPÇÕES DAS EMPRESAS DO RAMO … proporciona maior visibilidade do contexto do problema. A pesquisa se deu por meio de estudo de caso, e a amostra

Curso de Administração

Eva Cristina Boeno da Costa

AS PERCEPÇÕES DAS EMPRESAS DO RAMO METALMECÂNICO

DE CAXIAS DO SUL SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE SEUS

PROFISSIONAIS POR MEIO DO COACHING.

Caxias do Sul, Dezembro de 2012

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Eva Cristina Boeno da Costa

AS PERCEPÇÕES DAS EMPRESAS DO RAMO METALMECÂNICO

DE CAXIAS DO SUL SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE SEUS

PROFISSIONAIS POR MEIO DO COACHING.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade da Serra Gaúcha – FSG como parte das exigências do Curso de Administração para obtenção do título de bacharel.

Margareth Inês Motter Caregnatto

Caxias do Sul

2012

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Eva Cristina Boeno da Costa

AS PERCEPÇÕES DAS EMPRESAS DO RAMO METALMECÂNICO

DE CAXIAS DO SUL SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE SEUS

PROFISSIONAIS POR MEIO DO COACHING.

Trabalho apresentado e aprovado pela Banca Examinadora

em 11 de Dezembro de 2012.

Msc. Antor Beltrame

Esp. Gabriela Trapp

Msc. Margareth Inês Motter Caregnatto

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DEDICATÓRIA

Dedico essa realização a todos os mestres que

conheci nessa jornada, os quais agregaram

aprendizagem e conhecimentos. Àqueles que

acreditaram na minha capacidade e

compreenderam minha ausência, em especial a

minha mãe Ana, que sempre me apoiou, e a

minha orientadora Margareth Inês Motter

Caregnatto, que foi fundamental para a

realização do mesmo. Muito Obrigada.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha orientadora Margareth Inês

Motter Caregnatto pelo carinho e atenção, a

meus pais Ana e Sérgio pelo apoio

incondicional, aos gerentes e responsáveis

pelas áreas de treinamento e desenvolvimento

das empresas respondentes, aos profissionais:

Gustavo G. Boog e Fabiana W. Diaz, e a todos

aqueles que contribuíram para a realização

dessa etapa. Muito Obrigada.

“Aprender é mudar posturas” Platão

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RESUMO

No Brasil, o Coaching é considerado uma metodologia nova, no entanto, está começando a ganhar espaço no mercado de trabalho. O processo proporciona aos profissionais uma nova forma de se posicionar diante das dificuldades no ambiente corporativo, oferecendo direcionamento e alinhamento com os objetivos das organizações. Neste estudo, o problema de pesquisa é: Quais os principais fatores que levam as empresas do ramo metalmecânico de Caxias do Sul a contratar serviços de Coaching no ano de 2012? Procurou-se conceitualizar o assunto na prática, verificando como a metodologia está sendo utilizada nas instituições empresariais. Para o embasamento do assunto foram utilizados renomados autores, tais como: Araújo (1999), Goldsmith, Lyons e Freas (2003) e Boog (2002), entre outros. Quanto à metodologia, a pesquisa teve caráter exploratória, se deu por meio de um estudo de caso, e a abordagem foi qualitativa. O resultado obtido mostrou a importância do Coaching para o desenvolvimento de profissionais nas organizações, ainda foi possível verificar os prós e os contras desta metodologia. Assim, é possível afirmar que a ferramenta em questão é um método para explorar potenciais e desenvolver capacidades e habilidades no ambiente corporativo. Palavras-Chave: Coaching. Desenvolvimento. Liderança.

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ABSTRACT

At Brazil, Coaching is considered a new methodology; however it’s beginning to earn its place at the job market. The process gives leaders a new way to position yourself in front of organizational difficulties, offering direction and aligning the staff with the companies’ objectives. In this study, the research problem is: What are the main factors leading firms in the industry Metalworking de Caxias do Sul to hire services of Coaching in 2012? We tried to conceptualize the issue in practice, checking how the methodology is being used in business institutions. To the basement of the study were used renowned authors such as: Araújo (1999), Goldsmith, Lyons and Freas (2003), Boog (2002) and others. About the methodology, this research had an exploratory character, occurred through a case study, and the approach was qualitative. The obtained result from the research showed the importance of Coaching to the professinal development in the companies; it was also possible to see the pros and cons of this methodology. Thus we can say that the tool in question is a method to explore and develop potential abilities in the corporate environment.

Keywords: Coaching. Development. Leadership.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Objetivos do desenvolvimento gerencial ................................................................ 17

Quadro 2: Comparativo Geral .................................................................................................. 27

Quadro 3: Comparativo Chefe e Líder Coach .......................................................................... 33

Quadro 4: Diferenças entre Líder e Líder Coach ..................................................................... 35

Quadro 5: Tempo de mercado e número de funcionários ........................................................ 42

Quadro 6: Motivos para optar pelo Coaching .......................................................................... 43

Quadro 7: Vantagens da metodologia ...................................................................................... 44

Quadro 8: Indicação da metodologia ........................................................................................ 44

Quadro 9: Dificuldades............................................................................................................. 45

Quadro 10: Adaptação .............................................................................................................. 46

Quadro 11: Resultados ............................................................................................................. 46

Quadro 12: Sugestões ............................................................................................................... 47

Quadro 13: Melhorias ............................................................................................................... 48

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Ano de fundação das empresas estudadas ............................................................... 41

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Msc. – Master of Science1.

CIC – Câmara de indústria e comércio de Caxias do Sul.

SIMECS – Sindicato das indústrias metalúrgicas, mecânicas e de material elétrico de Caxias

do Sul.

1 Mestrado de ciências

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 12 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................................... 14 2.1 Um cenário voltado para pessoas ...................................................................................... 14 2.2 A importância do desenvolvimento interpessoal............................................................... 15 2.3 Conceito de liderança ........................................................................................................ 18 2.4 Perfis de líderes ................................................................................................................. 20 2.5 Empowerment como fator motivacional ............................................................................ 21 2.6 Coaching na história e sua evolução ................................................................................. 22 2.7 Conceito de Coaching ....................................................................................................... 23 2.8 As diferenças nos métodos Coaching, Couseling e Mentoring......................................... 26 2.9 Tipos de processo de Coaching ......................................................................................... 29 2.10 Clareza na comunicação entre coach e coachee ............................................................... 30 2.11 Confiança na relação entre coach e coachee ..................................................................... 31 2.12 Coaching executivo ........................................................................................................... 32 2.13 O Líder Coach ................................................................................................................... 34 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ........................................................................... 36 3.1 Método(s) de pesquisa ....................................................................................................... 36 3.2 Delimitação da população ou do objeto de estudo e amostragem ..................................... 37 3.3 Técnicas de coleta das ferramentas ................................................................................... 38 3.4 Técnicas de análise dos dados ........................................................................................... 39 4 ANÁLISE DOS DADOS ....................................................................................................... 41 4.1 Análise do perfil das empresas .......................................................................................... 41 4.2 Análise do questionário aplicado para as empresas .......................................................... 42 4.3 Questionário aplicado para profissionais .......................................................................... 48 4.4 Coaching na prática por Gustavo G. Boog........................................................................ 49 4.5 Coaching na prática por Fabiana W. Diaz ........................................................................ 50 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 52 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 54 OBRAS CONSULTADAS ..................................................................................................... 57 APÊNDICE A – Questionário qualitativo para empresas .................................................. 58 APÊNDICE B – Questionário qualitativo para profissionais ............................................ 59

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1 INTRODUÇÃO

No início do século XX, surgiu o modelo organizacional tradicional, o qual

estabeleceu as regras para empresas da era Industrial, marcou o início do sistema capitalista

global (CHIAVENATO, 2004). Já na era da informação o mundo dos negócios mudou, e o

que contribuiu para isso foram: a globalização, a reengenharia dos sistemas, a estabilização

monetária brasileira, a entrada de capitais estrangeiros, as privatizações juntamente com as

fusões e a demanda por novos mercados. A exigência aumentou, e surgiu a necessidade de

incorporar a flexibilidade nas instituições e nas pessoas para acompanhar as mudanças

globais, estando orientadas para a evolução (BOOG, 2002).

O presente estudo tem como escopo explorar uma metodologia voltada para as

relações humanas nas organizações, bem como com o desenvolvimento dos profissionais no

mercado corporativo por meio de uma ferramenta chamada Coaching2. O objetivo é

compreender como os serviços de Coaching estão sendo percebidos pelas instituições

empresariais. Com isso, a pesquisa foi desenvolvida a partir das empresas do ramo

metalmecânico da cidade de Caxias do Sul. Nessa área, encontram-se as maiores empresas

que movimentam a economia da região, sendo que a cidade é considerada o segundo maior

pólo metalmecânico do país (Câmara de indústria e comércio de Caxias do Sul, 2012).

O assunto Coaching está em evidência, já que as transformações no mundo

empresarial começaram a exigir novos estilos de relacionamentos com os colaboradores e

stakeholders3, e esse processo surgiu para orientar os profissionais nas tomadas de decisões,

proporcionar desenvolvimento de habilidades e capacidades e alinhar os processos de acordo

com os valores das organizações (KRAUSZ, 2007). O método de pesquisa utilizado neste

estudo se caracterizou como pesquisa exploratória qualitativa, conforme Malhotra (2001)

proporciona maior visibilidade do contexto do problema. A pesquisa se deu por meio de

estudo de caso, e a amostra é não probabilística por julgamento, que conforme Cooper e

Shindler (2003), a população é escolhida de acordo com os critérios do pesquisador. Neste

sentido, foi realizada a pesquisa com empresas específicas da cidade que apresentavam as

2 Processo de Desenvolvimento e treinamento. 3 Pessoa ou grupo que legitima as ações de uma organização.

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características: possuir número maior que 300 funcionários ativos e apresentar experiência

com o processo de Coaching.

O problema de pesquisa deste estudo é: “Quais os principais fatores que levam

as empresas do ramo metalmecânico de Caxias do Sul a contratar serviços de Coaching no

ano de 2012?” O objetivo geral é: identificar fatores que levam as empresas a contratar os

serviços de Coaching a seus profissionais. Ademais, seus objetivos específicos são: pesquisar

o conceito teórico de Coaching, verificar a importância do Coaching nas empresas, relacionar

o conceito teórico com a metodologia aplicada nas organizações.

A estrutura deste estudo está dividida em quatro etapas: a primeira trata da

apresentação do estudo, descrito anteriormente, com uma breve apresentação do conteúdo em

questão. Na segunda etapa, será apresentada a fundamentação teórica, que reforça a

sustentação por meio do conceito teórico, contendo referenciais de diferentes autores

renomados, entre eles, Araújo, Boog, Goldsmith, Lyons e Freas, sobre temas como Coaching,

gestão de pessoas, desenvolvimento e liderança. Na terceira etapa cabe a descrição da

metodologia utilizada para desenvolver a pesquisa de campo e a análise de dados, e, por fim,

são apresentadas as considerações finais do estudo.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo tem como objetivo apresentar os temas pertinentes ao estudo em

questão. Serão abordados assuntos como: Gestão de pessoas, desenvolvimento, liderança e

Coaching a fim sustentar a aprendizagem por meio da teoria o tema abordado.

2.1 Um cenário voltado para pessoas

Com a mudança no cenário global, o trabalho se tornou complemento na vida

das pessoas, e a tendência é que elas passem cada vez mais tempo no ambiente empresarial. O

trabalho preenche as necessidades de uma identificação profissional: está vinculado à

aprovação da sociedade, às interações sociais, à sensação de domínio e poder, à satisfação de

se manter ocupado e de realizar objetivos estabelecidos para alcançar metas. (TULKU, 1994)

Drucker (2002) afirma que o cidadão de hoje é tipicamente um empregado: trabalha nas

instituições e busca oportunidades, acesso a uma posição e uma função na sociedade, bem

como, deseja se sentir realizado e ter satisfação em suas necessidades pessoais. Para

Chiavenato (2004), as pessoas passaram a constituir o principal patrimônio das organizações,

elas constroem resultados e mantêm a competitividade. Assim, as empresas bem-sucedidas

começaram a tratar seus colaboradores como parceiros do negócio, já que eles oferecem

conhecimentos, habilidades e competências.

Almeida (2004) afirma que o mercado de trabalho se tornou mais seletivo:

começou a valorizar as experiências relacionadas ao comportamento e à formação. Em função

do avanço tecnológico, surgiram novas profissões e novos perfis. O cenário se voltou para o

capital humano como diferencial das organizações, e os talentos começaram a ser

considerados um dos pilares das organizações. “O termo talento refere-se, com frequência, à

pessoa que traz em sua bagagem um conjunto privilegiado de competências, isto é,

conhecimentos, habilidades e atitudes, que a diferenciam de outras.” (ALMEIDA, 2004,

p.16).

Conforme Chiavenato (2004), as empresas precisam investir nas pessoas, já

que elas constituem a sua principal vantagem competitiva, desenvolvendo e proporcionando

espaço para os talentos se aprimorarem. Quanto mais a empresa fizer isso, mais valorizará e

aumentará a mobilidade potencial dos seus colaboradores. Porém, o conceito de gestão de

pessoas é determinado pela cultura organizacional, pela estrutura corporativa, pelo negócio da

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empresa, pelo contexto ambiental, por processos internos e por uma série de outras variáveis.

No entendimento de Oliveira (2002), atualmente, fica cada vez mais evidente que a verdadeira

vantagem competitiva está no correto estímulo e no desenvolvimento dos talentos humanos,

talentos que só afloram quando recebem o treinamento adequado.

2.2 A importância do desenvolvimento interpessoal

Nas organizações, o desenvolvimento interpessoal depende do interesse

estratégico da empresa e de seu negócio, e ambos estão diretamente vinculados. As

instituições empresariais continuam investindo no desenvolvimento de seus funcionários, mas

a ideia de “obrigatoriedade” deixou de existir. Atualmente, o empregado busca o seu

aperfeiçoamento com investimentos em si próprio e por conta própria (CHIAVENATO,

2004). Marras (2001), comenta que cada vez mais existe a necessidade de aumentar o nível

de empregabilidade devido à expansão da competitividade e do desemprego, que expõe as

pessoas de todas as partes do mundo.

Já para Chiavenato (2004), o desenvolvimento das pessoas tem como foco os

cargos a serem ocupados futuramente em uma organização, bem como novos conhecimentos

e habilidades que eles agregarão para o colaborador. Por meio do desenvolvimento, as pessoas

podem assimilar informações, desenvolver atitudes e habilidades, mudar o comportamento e

adquirir conceitos abstratos. A aprendizagem oportuniza uma mudança no comportamento das

pessoas, pois incorpora novos hábitos, atitudes e conhecimentos, antes ignorados. As

informações servem de base para o comportamento organizacional.

Em síntese alguns programas de treinamento possuem foco em desenvolver as

habilidades dos profissionais, melhorando a capacidade de tornar seu trabalho mais eficaz.

Outros programas visam o desenvolvimento de novos comportamentos para entender os

clientes internos e externos, a organização e o próprio trabalho. Existem ainda os programas

de treinamento que se preocupam em desenvolver conceitos, em que as pessoas ampliam sua

forma de pensar.

Ainda, Chiavenato (2004) afirma que ao implantar um programa de

treinamento, as empresas estão desenvolvendo habilidades nas pessoas, transmitindo

informações e incentivando o desenvolvimento dos funcionários. Grande parte dos programas

de treinamentos proporciona mudanças de atitudes reativas e conservadoras para atitudes

proativas e inovadoras. Um programa que integra um novo colaborador é a orientação que

visa a reduzir a ansiedade das pessoas nas primeiras semanas de trabalho, já que muitas nessa

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fase possuem receio de falhar. A partir da orientação e do apoio, a ansiedade é reduzida, a

rotatividade diminui, as pessoas se mantêm mais resistentes e perseveram em suas atividades.

A integração economiza tempo, já que o funcionário conhece a organização por meio de um

orientador.

Na visão de Goldsmith, Lyons e Freas (2003), a orientação serve também para

oferecer a visão realística, informando para o profissional o que se espera dele. Ou seja, o

sucesso corporativo atualmente está vinculado à maneira pela qual os executivos pensam,

agem e interagem cotidianamente. Para Drucker (1996), o conceito de desenvolver pessoas

representa uma grande amplitude nas organizações, pois é a oportunidade de criar um clima

em que os colaboradores participam ativamente, podendo conhecer e experimentar seus

talentos e habilidades, já que estão expostas a novos desafios e a novas opções. É importante

que os profissionais reconheçam suas capacidades e ampliem suas perspectivas com relação à

missão da organização. Em outras palavras, o autor explica que desenvolver pessoas é algo

que todo gerente, supervisor, e profissionais de cargos de liderança deveriam se propor a

fazer, pois isso oportuniza ao colaborador estender seus conhecimentos em um ambiente de

aprendizado, o que agrega experiências à própria organização.

Conforme Moscovici (2002), os programas de treinamento e desenvolvimento

são elaborados de acordo com a cultura da empresa. Os seus valores e normas ditam os níveis

de liderança existentes em cada organização. O desenvolvimento interpessoal apresenta-se

três níveis de consequências: individual, grupal e organizacional. O desenvolvimento

interpessoal está inteiramente vinculado à necessidade dos desenvolvimentos organizacional e

social, pois o funcionário é o subsistema principal da organização. Nesse nível, são

trabalhadas as questões motivacionais, os objetivos pessoais, a interrelação de afetividade e a

intimidade. Existe uma busca pelo autoconhecimento e pela conscientização. O indivíduo

desenvolve habilidades de diagnose, de comunicação e de percepção, e torna-se mais flexível

para dar e receber feedback4.

Segundo o autor, no nível grupal, são aperfeiçoadas habilidades de

comunicação, de diagnóstico e administração de conflitos, bem como de liderança e trabalho

em grupo. Nesse nível são trabalhados os desenvolvimentos interpessoal e grupal, e seu

objetivo são questões de motivação, de poder, de autoridade, de influência social e de

controle. Já o nível organizacional é mais completo: tem foco na organização como um todo,

procura aperfeiçoar e ampliar o trabalho em equipe.

4 Retorno, resposta.

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Ainda, Moscovici (2002) afirma que para desenvolver gerentes, as

organizações são responsáveis por proporcionar condições adequadas no desenvolvimento

gerencial. O gerente é responsável pelo seu autodesenvolvimento. É uma habilidade

adquirida, e que resulta na expansão, na aquisição ou na reformulação de conhecimentos, de

novas habilidades e de atitudes. Cabem aos gerentes os esforços pela busca de oportunidades

de desenvolvimento. O Autor exemplifica o objetivo do desenvolvimento gerencial por meio

do quadro a seguir:

Curto prazo Médio prazo Longo prazo

Sensibilização

Motivação para desenvolvimento

gerencial

Conscientização de forças e

fraquezas (autodiagnóstico)

Atitudes Autodesenvolvimento

Conhecimentos técnicos

Conhecimentos gerenciais

Conhecimentos organizacionais

Reciclagem e aperfeiçoamento

Institucionalização do processo de

desenvolvimento (autos

sustentação)

Visão sistêmica Compreensão de interdependência Integração

Habilidades: percepção e

diagnose Flexibilidade para mudanças Criatividade/inovação

Comunicação Competência interpessoal -

Liderança e participação em

grupo Trabalho em equipe “Saúde” /vitalidade organizacional

Desempenho individual Desempenho grupal Desempenho global da organização

Quadro 1: Objetivos do desenvolvimento gerencial Fonte: Moscovici (2002, p.173)

Bitencourt (2004) afirma que o desenvolvimento interpessoal só tem

funcionalidade se a pessoa em questão está comprometida a participar de um processo de

mudança, pois, assim, terá o poder de selecionar o que aprender. O autodesenvolvimento

proporciona ao colaborador autonomia para decidir entre as melhores opções para sua

carreira, independentemente de sua posição hierárquica.

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2.3 Conceito de liderança

Conforme Hunter (2004) liderança é a habilidade de influenciar outras pessoas

para que alcancem os objetivos identificados para o bem comum. Essa habilidade é uma

capacidade adquirida e desenvolvida por alguém que tem o desejo e a aspiração de praticar

ações adequadas. Gómez (2005) acrescenta que a liderança é uma arte, que envolve o

relacionamento com as outras pessoas. Ela é capaz de mobilizar a participação voluntária para

alcançar determinado objetivo em comum. O líder autêntico desperta a consciência dos

demais, conquista corações e adquire disponibilidade.

De acordo com Kouzes & Posner (2008), a liderança é um relacionamento

entre aqueles que desejam liderar e aqueles que escolhem seguir. É a qualidade desse

relacionamento que faz a diferença, pois a relação que é baseada no medo e na desconfiança

dificilmente produzirá valores duradouros. Já o relacionamento que tem como base a

confiança e o respeito mútuo, supera qualquer dificuldade e pode deixar um legado

importante e significativo. A eficácia na gestão de liderar depende do sucesso em construir e

manter as relações humanas. Corrobora com o autor Vergara (2000). Ele afirma que a

liderança requer humildade para aprender, constantemente, a lidar com grupos e indivíduos de

diferentes opiniões, e assim mobilizá-los para uma causa vinculados às escolhas da empresa.

Os gerentes/líderes devem possuir habilidades para conduzir processos multidisciplinares, e

deles participar. Devem ser capazes de prever acontecimentos e estar preparados para

enfrentar tais situações. Devem saber onde querem chegar na empresa. Devem tomar como

referência a missão empresarial para traçar objetivos e metas.

Para Hunter (2004), é importante diferenciar poder de autoridade. Poder é a

faculdade de forçar ou coagir uma pessoa a fazer algo que ela não queira, mas se resigna a

fazer, por causa da posição ou da força que a outra pessoa possui sobre si. Autoridade é a

habilidade de fazer com que as pessoas realizem de boa vontade o que foi proposto por causa

de sua influência pessoal.

Chiavenato (2004) afirma que a liderança pode ser desenvolvida e Araújo

(1999) reforça essa afirmação ao comentar que existem muitas abordagens criadas

erroneamente sobre o assunto. Ao entender a liderança como um papel social, compreende-se

que ela pode ser desenvolvida, ou seja, pode ser aprendida na prática. Já Oliveira (2011)

ressalta que, para um líder ser eficaz, é necessário ter pulso firme, saber utilizar as palavras

nos momentos certos, saber orientar o caminho a seguir e não se isentar da função de

motivador. O pulso firme serve para que os liderados não se acomodem. A mudança funciona

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realmente quando o exemplo vem de cima, quando os colaboradores conseguem observar

essas alterações nos gerentes e nos diretores. Assim surge a motivação para também realizar

tal mudança.

No entanto, Drucker (1996) afirma que existe uma grande carência de

lideranças em toda a sociedade, e que não há mais crença nas lideranças educacionais,

religiosas e governamentais, pois há falta de pessoas qualificadas para assumir cargos desse

nível nas corporações deste século. Os fatores que explicam essa situação são os métodos

tradicionais utilizados para educar e treinar os executivos que não acompanharam o ritmo das

mudanças que ocorreram no mundo. O desenvolvimento e as experiências na função não

conseguiram produzir líderes que as organizações necessitavam. Conforme o autor, a

educação executiva se tornou prioridade nas empresas que têm visão de futuro, e elas se

voltaram para os programas de treinamento e desenvolvimento de lideranças com o objetivo

de ajudar as pessoas a alcançarem suas metas estratégicas tornando-as catalisadoras da

mudança nas organizações.

Drucker (1996) comenta que a característica mais elementar na liderança é a

inteligência. Ou seja, pessoas com visão para enxergar as coisas de modo distinto dos demais,

para propor novas alternativas e para ter a capacidade de absorver e transmitir informações.

Os melhores líderes têm a capacidade de se colocar no lugar dos demais. A empatia faz com

que eles compreendam o comportamento e entendam a situação. O autor afirma que os líderes

de amanhã não serão muito diferentes dos líderes de ontem. Para aqueles que desejam ser

líderes no futuro, a dica é estudar o comportamento e analisar a constituição intelectual e

moral dos líderes do passado, e, por fim, acrescentar as características próprias do novo líder.

“O líder do passado era uma pessoa que sabia como dizer. O líder do futuro será uma pessoa

que saberá como perguntar.” (DRUCKER, 1996, p. 229). Ele afirma ainda que o novo líder

será aquele que tiver interesse em aprender e crescer, terá curiosidade em obter feedback e

novas ideias, será um indagador constantemente.

Conforme Drucker (1996), algumas características, tais como tratar as pessoas

igualmente, ter empatia e possuir senso de humor e humildade, são essenciais para os líderes.

Na visão do autor, os líderes do futuro são pessoas que têm consciência dos seus atos e são

honestas consigo mesmas, bem como possuem curiosidade e compreensão, são proativas tanto

com seus concorrentes, quanto em condições gerais de negócios. Líderes possuem consciência

de seus deveres e são honrados no agir. “Líderes verdadeiros são justos e éticos, abertos e

fidedignos. Estas raízes básicas do caráter, talvez mais do que quaisquer outras, ganham o

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respeito indispensável para que uma pessoa seja considerada um líder.” (DRUCKER, 1996, p.

251).

2.4 Perfis de líderes

Nos dias atuais, os líderes que conseguem estabelecer um nível de

relacionamento com seus liderados são aqueles que fazem do carisma seu maior poder

pessoal. Essas pessoas demonstram uma grande preocupação com seus semelhantes, o

interesse de aprender por meio de outras culturas é autêntico. (GOLDSMITH, LYONS e

FREAS, 2003). Boog (2006) acredita que é possível observar características próprias dos

líderes carismáticos. E esses líderes acreditam nas pessoas e abrem espaço para elas

brilharem. Possuem a capacidade de saber o momento de permitir que os colaboradores

brilhem, aplaudindo o esforço de realização e, muitas vezes, de superação. Os líderes sabem

como identificar os talentos e investir no desenvolvimento, reconhecem a contribuição dos

liderados, dando-lhes crédito na justa medida da contribuição.

Conforme Boog (2006) o respeito significa a aceitação e o incentivo da

diversidade, o entendimento de que as pessoas são mais do que aquilo que podem produzir em

seu espaço e em determinado tempo de produção. Os líderes são autênticos em todas as

situações, agem de acordo com o que falam e são capazes de dar o exemplo. Os perfis de

líderes podem ser definidos como facilitadores, avaliadores, realizadores de previsões,

conselheiros e habilitadores. O facilitador é o líder que ajuda as pessoas a reconhecerem a

importância de um planejamento de carreira de longo prazo, desenvolvendo um clima aberto e

receptivo em que as pessoas podem discutir suas preocupações com a carreira.

Boog (2006) afirma que o avaliador é aquele que fornece feedback honesto aos

membros da equipe quanto ao desempenho e reputação deles, esclarecendo os padrões e as

expectativas segundo as quais o desempenho será avaliado, chamando atenção para a relação

entre desempenho, reputação e metas profissionais. O realizador de previsões é aquele que

fornece informações sobre a organização, a profissão e o segmento de mercado, ajudando as

pessoas a localizarem e terem acesso a fontes adicionais de informação, bem como a

compreender a realidade cultural e a política da organização, comunicando a diretriz

estratégica da organização para a equipe.

Ainda, Boog (2006) afirma que o conselheiro é o líder que ajuda a identificar

uma gama de metas de carreira desejáveis, auxiliando os colaboradores nas escolhas de suas

metas profissionais de forma sensata, relacionando potenciais metas de carreira aos requisitos

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da atividade e à intenção estratégica da organização. O habilitador é o líder que ajuda a

desenvolver planos de ação detalhados para o alcance das metas de carreira, auxiliando a

cumprir as metas, favorecendo contatos úteis com pessoas de outras áreas do setor de mercado

ou da organização, articulando recursos necessários à implantação dos planos de ação de

carreira (BOOG, 2006).

Já Drucker (2002), afirma que existem ainda o perfil líder-professor, e para que

seja possível elevar uma pessoa a esse nível, é preciso primeiro que ela adote uma nova

mentalidade, de que liderar seja facilitar, e não chefiar, entendendo que sua função é ajudar os

outros a desempenhar o melhor. Esse profissional designa uma boa parte do seu tempo e da

sua energia para ensinar. Bitencourt (2004) ainda ressalta que as inúmeras teorias e modelos

que seguem a temática da liderança confirmam a diversidade das concepções e de estudos

conhecidos. Desse modo, é possível encontrar coincidências na definição do conceito.

2.5 Empowerment como fator motivacional

Conforme Bitencourt (2004), quando se fala em liderança, pensa-se em um

processo social, e isso significa que ele tem um efeito coletivo (empowerment)5, que é

compartilhado por toda a organização. Quando há liderança eficaz, os efeitos se dão por meio

das pessoas, que se sentem parte do negócio. Elas sabem que são importantes para a

organização, e dão significado para aquilo que fazem. Os líderes se preocupam com o

aprendizado e com o desenvolvimento de competências, de modo que os erros são encarados

como forma de conhecimento. Seguindo o mesmo pensamento da autora, Chiavenato (2004)

afirma que, para ser possível distribuir níveis de autoridade e de responsabilidade na

organização, é necessário que sejam fortalecidos todos os seus membros. A partir daí, o

controle se torna mais intenso, a autoestima é o elemento essencial do controle. Pessoas com

alta autoestima manifestam aumento de consciência, enquanto as com baixa autoestima

manifestam baixo domínio de consciência. O empowerment – ou “empoderamento” – é um

conceito com a finalidade de transmitir responsabilidades e recursos para todas as pessoas.

Chiavenato (2004) esclarece que o objetivo é obter a energia criativa e

intelectual, e mostrar a verdadeira liderança dentro das próprias esferas individuais de

competência. O empowerment reforça a autonomia aos colaboradores e maximiza os talentos.

5 Empoderamento, dar poderes.

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Já de acordo com Araújo (1999), o empowerment consiste no poder dirigido ao colaborador,

para que ele desenvolva suas atividades com autonomia. Cada profissional é responsável pela

sua carreira, e o papel da organização é proporcionar condições para que o profissional

maximize seu poder de realização (empowerment). A maneira para que se consiga um

estímulo maior é fazer com que esse profissional assuma responsabilidades e corra riscos em

seus projetos. Ele pode ser assessorado por um orientador nas etapas dos processos. Conforme

Drucker (2002), os indivíduos exercerão seu trabalho com mais afinco em um projeto que

claramente beneficiará suas carreiras. Para essas pessoas, o foco da arte da liderança será

facilitar e habilitar e não dirigir e instruir.

2.6 Coaching na história e sua evolução

Conforme Pérez (2009), a palavra coach6 teve origem na cidade húngara de

Kocs7, pelos séculos XV e XVI, quando surgiram os primeiros coaches8 , que viajavam de

Viena a Budapeste. Na região eles eram conhecidos como carruagem de kocs. Por volta do

século XVII, as corridas feitas com essas carruagens ficaram conhecidas por Coaching

símbolo de um desporto da elite, elas eram conduzidas pelos coachman9.

Porém, com o decorrer do tempo, e à medida que ultrapassavam fronteiras,

houve alterações decorrentes da pronúncia das línguas. No entanto, o seu significado se

manteve e o primeiro uso na língua inglesa era referência da carruagem em questão. Por isso,

Coaching tem o significado de “transportar uma pessoa valiosa de onde ela está para onde ela

quer ir.” (GOLDSMITH, LYONS e FREAS, 2003, p.205). Essa metodologia surgiu com a

proposta de um misto de consultoria, aconselhamento, assessoria, mentoria, um trabalho,

prestado por pessoas experientes, maduras e dotadas de conhecimentos especializados, ou seja

por pessoas que inspiravam confiança (KRAUSZ, 2007).

Já nos Estados Unidos, o Coaching começou a proliferar em 1980, quando

Timothy Gallwey publicou o livro “The inner game of tennis10” (O jogo interno do tênis, em

português), adaptado ao mundo corporativo. Nesse livro, o autor afirma que o Coaching pode

ser utilizado em todos os aspectos da vida (LOES, 2012). Na história do método, John

6 Treinador, orientador. 7 Cidade Húngara 8 Treinadores 9 Cocheiro 10 O Jogo Interno do Tênis

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Withmore ficou consagrado ao escrever livros sobre o conceito e ser reconhecido como

bussiness coach11 número um pelo Jornal Independent12.

É possível fazer uma comparação com os filósofos da antiga Grécia, por volta

de 470-399 A.C., quando Sócrates afirmava que, por meio de questionamentos podiam-se

chegar às respostas, pois as pessoas tinham todo o conhecimento dentro de si. O filósofo

orientava a pensar. Platão 428-347 A.C., discípulo de Sócrates, por meio da formulação de

perguntas e escuta ativa valorizava o autoconhecimento, e orientava as pessoas a extrair de si

próprias as respostas para as indagações. Já Aristóteles 384-322 A.C., outra influência,

contribuiu para essa metodologia com sua teoria da tábua rosa que consistia em afirmar que as

pessoas podem ser aquilo que elas querem ser. Ou seja, havia a reflexão e a ação, duas

características do Coaching (PÉREZ, 2009).

A Bíblia apresenta um episódio em que o aconselhamento está envolvido

quando relata a conversa de Jetro com seu genro Moisés, durante a qual discutem as

dificuldades em conduzir seu povo até Israel. Em diversos trechos, aparecem os conselheiros

do rei, que abrem um leque maior de opções, demonstrando visões diferentes e estimulando

Jetro e Moisés a pensar sobre suas escolhas (KRAUSZ, 2007).

No Brasil, no ano de 1999, surgiu a Sociedade Brasileira de Coaching, com o

intuito de fundamentar a prática e comprovar a funcionalidade do processo. Ela é reconhecida

em mais de 72 países, oferece cursos de aperfeiçoamento na área e tem foco na excelência

(SOCIEDADE BRASILEIRA DE COACHING, 2012). Em meios de comunicação do país,

em setembro deste ano, a Rede Globo de Televisão começou a transmitir o programa de

entretenimento reconhecido em outros países por The Voice13, denominado no país por The

Voice Brasil, no qual é explorada a metodologia do Coaching como forma de desenvolver

potenciais musicais em cantores que desejam alcançar o sucesso. Nesse programa, existem os

coaches, que se responsabilizam em auxiliar seus pupilos em suas carreiras, oferecendo dicas

e desenvolvendo habilidades (informação verbal).14

2.7 Conceito de Coaching

O índice de crescimento do Coaching no Brasil chegou a 300% ao ano. Esse

crescimento pode ser justificado a partir das necessidades do mundo corporativo. Existem

11 Treinador de Negócios 12 Independente 13 A voz

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diferentes modalidades: executivo, de carreira, de negócios, equipe e liderança, todas com um

único objetivo: resultado (MATA, 2012).

Já Wunderlich (2012) afirma que existem ainda o Coaching de vida, o pessoal,

espiritual, profissional, de finanças e investimentos, até chegar ao Coaching de casais,

famílias, casamento, viagens, entre outros. Araújo (1999) comenta que esse processo

proporciona às pessoas conhecimento para poderem passar adiante o que aprenderam, e

formar outros cada vez melhores. Acima de tudo, é praticar a gratidão, ser solidário com o

próximo. Pessoas de diferentes profissões procuram orientações com coaches. O princípio do

processo se dá a partir de perguntas formuladas com foco no objetivo proposto pelo cliente,

com a intenção de obter respostas plausíveis ou um caminho que proporcione a solução do

esperado.

Bitencourt (2004) define o processo como uma série de atividades intencionais,

que ajudam os gerentes a trilharem uma direção às aspirações das pessoas e da organização.

Os fundamentos do processo se encontram na estratégia, na mudança de comportamento e na

definição de valores essenciais. Para Goldsmith, Lyons e Freas (2003), o Coaching tem como

objetivo tornar as mudanças no processo de administrar menos rígidas, facilitando o sucesso e

fazendo junção com a maneira que as pessoas desejam trabalhar. O coach, ou treinador, é a

pessoa que aplica o processo e “pode ser identificado como um facilitador, um instrutor que

age para reunir as capacidades das pessoas, grupos ou instituições com os quais se relaciona.”

(BITENCOURT, 2004, p.294).

O Coach é o profissional, o facilitador, é o responsável pelo mapeamento da

situação que a pessoa está passando. Ele é treinado para ouvir, observar e customizar as

abordagens das necessidades individuais do cliente, ou seja, é um treinador de carreira, cuja

sua principal função é orientar o cliente a visualizar as perspectivas. Possui foco no presente e

futuro (MENDONÇA e PAES, 2012).

No ambiente de trabalho, os coaches podem ser identificados como os colegas

que facilitam a integração de novos colaboradores, como o chefe que orienta as questões da

carreira, como alguém que proporciona ajuda na preparação e no desempenho de uma nova

competência ou de um novo cargo. Os profissionais que possuem competências de Coaching

são: técnico esportivo, psicólogo clínico ou educacional, consultor de desenvolvimento

gerencial e orientador de tese, que é por meio dele que o graduando maximiza seu sucesso na

14 Dado fornecido pela Rede Globo de televisão na estreia do programa em Setembro de 2012.

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vida profissional futura. Também podem ser considerados coaches os pais, que orientam os

filhos e prestam apoio incondicional nas mais variadas situações (ARAÚJO, 1999).

A pessoa que recebe o Coaching pode se tornar líder de maior credibilidade e

agente ativo da mudança, pois consegue desenvolver nos demais um hábito essencial para o

sucesso pessoal ou organizacional, já que acompanha o processo até a consecução de metas

estabelecidas. Ao fazer isso, o coach ajuda na criação de uma organização mais reativa,

positiva e coesa (GOLDSMITH, LYONS e FREAS, 2003).

Araújo (1999) afirma que o Coaching não tem vínculo com a terapia, pois

trabalha o presente e o futuro. Inicialmente, na metodologia, o primeiro passo é estabelecer o

objetivo, o foco do trabalho. É um planejamento estratégico, que possui ferramentas que

levam o cliente às orientações necessárias às suas incertezas. O profissional possui data para

começar e para terminar o processo.

Colaboram para a definição do conceito Mendonça e Paes (2012), ao afirmar

que os propósitos mais comuns do Coaching são para desenvolver lideranças, gerenciar

relacionamentos e conflitos, facilitar mudanças, melhorar relacionamentos pessoais, recuperar

a motivação profissional, aumentar a qualidade de vida no trabalho, e otimizar a

administração de tempo, bem como desenvolver competências gerenciais, aprender novas

ferramentas de gestão, orientar e avançar na carreira e no autoconhecimento. Goldsmith,

Lyons e Freas (2003) afirmam que o Coaching permite que a estratégia ganhe vida e estenda-

se para a prática, portanto, tornou-se uma ferramenta no mundo dos negócios porque é

relevante, completa e adaptativa.

Precisamos de Coaching porque não podemos observar nossas próprias ações sem a ajuda dos outros; é com os olhos dos outros que nos enxergamos melhor, que vemos quem realmente somos e os resultados que, de fato, produzimos. Precisamos dos outros especialmente quando ainda não temos competência para produzir algum resultado. O coach nos ajuda a desenvolver confiança em nossas possibilidades e persistência diante de obstáculos. (ARAÚJO, 1999, p.28).

Conforme Clutterbuck (2008), todo Coaching inicia o processo com a

identificação da necessidade de melhorar ou mudar, seja imposta pela sociedade, seja pela

família, seja pela empresa. Essa necessidade pode ser muito específica e pessoal, ou pode ser

muito ampla, possuindo longo prazo. O cliente precisa observar e reunir evidências do que é

necessário ser mudado, analisar as ações que deram errado no passado e repensar os motivos

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principais do fracasso. O coach neste momento deve analisar os feedbacks15 das outras

pessoas.

Clutterbuck (2008) comenta que a motivação para melhorar ou mudar é

fundamental no Coaching, e depende dos princípios de cada pessoa, do que se valoriza e no

que se acredita. Neste momento, é questionado o que realmente é importante para si. Por meio

do auto questionamento, o Coaching ajuda a planejar como alcançar as metas estabelecidas

pelo cliente, e faz com que a prática se torne frequente. O feedback objetivo causa no cliente

um maior impacto. Por isso, neste processo, a comunicação é de extrema importância, pois

melhora o desempenho da relação entre ambos.

2.8 As diferenças nos métodos Coaching, Couseling e Mentoring

Conforme Boog (2002), as ferramentas que encaminham as questões

fundamentais para o processo humano nas organizações são: Coaching, couseling16 e

mentoring17. Já a terapia transita fora das organizações. Cada qual com sua especificidade,

essas ferramentas facilitam a resposta da identidade do profissional na organização, pois têm

o objetivo de questionar “quem sou?”, “para onde vou?” e “ para que sirvo?”.

Essas ferramentas desenvolvem respostas como: “sei quem sou, para onde vou

e do que sou capaz”. Todo esse questionamento tem um profundo sentido existencial, é algo

concreto. Não são avaliados somente os mecanismos de recompensa, e sim a consciência

de ser capaz, de sentir satisfação e de ter orgulho de sua organização.

Para que essas ferramentas fiquem mais claras, Boog (2002) faz um

comparativo das mesmas no quadro a seguir:

15 Retornos 16 Conselheiro 17 Mentoria

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Quadro 2: Comparativo Geral Boog (2002, p.83)

Boog (2002) ainda afirma que Coaching, couseling e mentoring tratam das

mesmas demandas, pois estimulam o conhecimento, a sua aplicação e a expressão do mundo.

COACH COUSELING TERAPIA MENTORING

FOCO Modelo de sucesso empresarial.

Modelo de sucesso funcional.

Modelo de sucesso existencial.

Modelo de sucesso pessoal.

OBJETIVO Acelerar inserção do cliente na estrutura e

na posição.

Buscar adequação ao contexto

sociocultural e profissional da organização.

Promover o autoconhecimento e o entendimento de

suas dinâmicas.

Potencializar, ampliar e acelerar a

realização de projetos de vida

e de carreira.

CLIENTE TÍPICO

Subordinados em ascensão, afirmação de carreira, novos

desafios, recuperação (transita na estrutura).

Profissionais e técnicos com

problemas comportamentais, insatisfeitos ou em

busca de reconhecimento

(transita na estrutura).

Todos (transita fora da organização).

Profissionais potenciais,

acelera e agrega valor à carreira, oportunidades

(desvios na carreira)

(transita fora da estrutura).

METODOLOGIA

Prática, orientação, exercícios,

acompanhamento e feedback.

Discussão, argumentação e

proposição.

Depende da linha terapêutica.

Escolhas, informais

reservadas e públicas.

INFORMAÇÕES

Formais, avaliação de desempenho,

competências, perfil 360°.

Informais, decisões de movimentação, aperfeiçoamento.

Reservadas.

Formais, informais,

reservadas e públicas.

PRODUTOS

Padrões de desempenho esperados,

proficiência no cargo, instalação de competências, roteiros, testes,

inventários, avaliações, entrevistas

e prescrições.

Comportamentos (modificados e

percebidos) atuação

profissional.

Melhora nos sintomas

apresentados.

Atuação profissional

alinhada com a visão e

estratégia pessoal,

ampliação da percepção sobre

si mesmo, o mundo, as

oportunidades e as estratégias de

carreira.

PRAZO Variável (de oito a vinte e quatro horas).

Variável(em geral menos de seis

horas). Variável.

Variável (fase de seis meses a

dois anos).

VALORES

Conhecimento, desempenho, ganhos,

reconhecimento, direcionamento.

Ajustamento, correção,

orientação, suporte.

Conforme a linha.

Compartilhamento, descoberta,

confiança, amizades, realização,

espiritualidade.

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Implicam o uso da própria capacidade, na prática. Também proporcionam respostas aos

indivíduos e retorno do investimento às organizações. O grau de ética pessoal define o bom

desempenho dessas ferramentas, já que se trata de uma extensão racional do eu transformador

do mundo, que produz respostas.

As organizações também vivem as mesmas questões existenciais da pessoa: “Quem sou eu?” é a pergunta traduzida nas formulações relativas a visão, missão e valores. “Para onde eu vou?” implica as formulações de metas, objetivos, planos e projetos. Está envolvida nos ciclos da organização – existencialmente posta em xeque em seus ciclos de vida e renovação. “Para que sirvo?” é a pergunta que surge quando a empresa busca diferenciais competitivos, inovações tecnológicas, criação de produtos, fala da capacidade de fazer. (BOOG, 2002, p.84).

Boog (2002) conclui que o mentoring é um mentor que pode ser um

funcionário mais experiente, que patrocina e apoia outro menos experiente (um protegido). O

papel do mentor inclui instrução, aconselhamento e patrocínio. Podem ser instrutores, que

desenvolvem a habilidade de seus protegidos, como conselheiros, que oferecem apoio e ajuda

para forjar a autoconfiança deles. E, como patrocinadores, os mentores podem intervir em

prol de seus protegidos, com o foco em obter atribuições de destaque, utilizando a política

para lhes conseguir promoções e aumentos salariais.

Onde existem mentores, as pessoas costumam ser mais motivadas, melhor

articuladas politicamente, e possuir menor probabilidade de sair da empresa (ROBBINS,

2005). “Um mentor é simplesmente alguém que ajuda outra pessoa a aprender algo que

aprenderia não tão bem, mais lentamente, ou simplesmente não aprenderia, se deixada por

conta própria.” (GOLDSMITH, LYONS e FREAS, 2003, p.172).

Para Boog (2002), no contexto do trabalho, essas ferramentas desenvolvem um

importante papel, pois elas conseguem unir os fatores tomados como referência em

perspectiva, ressaltando o valor da dimensão humana no desenvolvimento. A prática do

Coaching e do mentoring são atividades importantes para crescer e fazer crescer, pois se

constroem com uma relação de ajuda e uma relação de troca contínua de aprendizado. São as

ferramentas mais humanas, interessantes e democráticas, portanto, possíveis de serem

aproveitadas por pessoas de qualquer nível hierárquico da organização. Wunderlich (2012)

continua o pensamento do autor ao afirmar que o processo surgiu no mundo dos negócios com

a proposta de ampliar a visão do mundo, orientar e ajudar na construção de uma nova era.

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2.9 Tipos de processo de Coaching

Segundo Araújo (1999), o processo de Coaching é mais que um treinamento,

pois se preocupa com a pessoa como um todo, com sua realização e seu desenvolvimento, já

que permanece com o cliente até atingir o resultado esperado. A função do Coaching é dar

poder, para que o cliente produza transformações em suas ações, e gerar resultados.

Ainda no pensamento de Araújo (1999), a metodologia proporciona ao cliente

a concretização de seu propósito e de sua intenção. A ajuda ao cliente para manter o foco no

resultado é primordial, pois ele assume responsabilidades por suas escolhas. Prometer

somente aquilo que se pode cumprir é saber honrar a palavra, e isso cria um vínculo potente

com o cliente, além de evitar constrangimentos e desperdícios de talento e energia. O

processo se inicia quando uma pessoa procura apoio de outra para resolver um problema, ou

quando é oferecida ajuda ou suporte a alguém.

Na visão de Goldsmith, Lyons e Freas (2003) esse processo tem grande

adaptação ao novo modelo de aprendizado, já que permite ao executivo que ele aprenda,

modifique e aplique uma abordagem compatível a uma determinada situação de negócio. O

processo de Coaching possui quatro subdivisões. São elas:

a) Coaching para aptidões: São o conhecimento, as qualificações, as

capacidades e as perspectivas que permitem a um executivo realizar uma

ação eficaz, envolvendo uma interação dinâmica entre o executivo e o

coach, o Coaching. Nesse, há um processo deliberado de observação,

indagação, diálogo e descoberta. Como a essência do aconselhamento de

carreira é fazer com que o executivo aprenda, em vez de treiná-lo ou servir

de tutor, aconselhar é facilitar;

b) Coaching para performance: refere-se a termos amplos para indicar as

competências do executivo e suas características que contribuem para uma

função ou papel atual. Nesse Coaching, há aconselhamento para corrigir a

performance funcional de um executivo, que pode descarrilar uma carreira;

c) Coaching para desenvolvimento: trata-se, de forma ampla, das

competências e das características do executivo que são exigidas para uma

função ou papel futuros. E envolve crescimento considerável. Nesse

Coaching, é necessário um período mais longo de aplicação, pois ele

oferece ao cliente a capacidade de vislumbrar perspectivas alternativas;

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d) Coaching para agenda de um executivo: é utilizado de forma abrangente

para identificar as questões ou as preocupações pessoais do negócio e/ou da

organização. Esse Coaching abrange questões importantes para os

executivos, já que trabalha com iniciativas de mudança, demissões e

enxugamentos das organizações. É um processo muito variável, e depende

da questão que será trabalhada;

e) Coaching para grupos: diferencia-se do Coaching individual na questão de

abranger os diferentes objetivos e trabalhar com a diversidade de

pensamentos. O objetivo desse é amadurecer os envolvidos para que possam

ser uma equipe. A complexidade desse aconselhamento é maior, e não é

indicada para coaches iniciantes. O Coaching é um processo de alto impacto para o aumento da produtividade, pois significa compromisso com os resultados e com a realização das pessoas e pressupõe disposição para cooperar. Quando a equipe está muito competitiva, a prática do Coaching restabelece os vínculos entre as pessoas e a preocupação com o desenvolvimento dos outros; e quando ela está cooperativa demais, ou até complacente, provoca uma reflexão sobre a responsabilidade pelos resultados. (ARAÚJO, 1999, p.29).

Wunderlich (2012) ressalta que os profissionais de Coaching devem possuir

algumas características para esse processo, tais como: interação clara e motivação de

beneficiar pessoas, ter bons conhecimentos sobre o comportamento humano, conseguir

manter uma relação entre cliente e coach, ter autoconhecimento sobre seus referenciais

mentais. Além disso, ter profundos conhecimentos sobre Coaching e mentoring, possuir

instrumentos próprios para desenvolver o processo, possuir ampla visão do mundo, ter boa

comunicação com o cliente, ter ordenação mental e saber encerrar o processo.

2.10 Clareza na comunicação entre coach e coachee

Conforme Goldsmith, Lyons e Freas (2003), a eficácia para o Coaching se

baseia nas informações válidas. É por meio da clareza na comunicação que as pessoas

conseguem compartilhar ideias relevantes sobre uma situação e aumentar a probabilidade de

tomar decisões acertadas. Distinguir os papéis do “Coaching ajuda a dar clareza a uma

linguagem comum em relação ao aconselhamento de carreira e pode ser uma forma de

orientar as partes para o processo de contratação, avaliação e feedback.” (GOLDSMITH,

LYONS e FREAS, 2003, p.209 e 210).

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Ainda conforme os autores, no processo, faz-se necessária a escolha das

informações relevantes, pois é por meio delas que é possível aumentar as chances de se fazer

uma escolha livre e informada. Compreender as distinções dos diferentes papéis do Coaching

ajuda o cliente a visualizar a melhor escolha. Para que a aplicação dessa metodologia seja

eficaz, o comprometimento de ambas as partes é fundamental, as informações necessitam ser

verdadeiras. Quando as escolhas são feitas de maneira livre e baseadas em informações

válidas, as pessoas tendem a se sentir pessoalmente responsáveis pelas suas decisões e suas

escolhas são intrinsecamente motivadoras ou satisfatórias.

Seguindo a explicação de Goldsmith, Lyons e Freas (2003), a cada papel de

Coaching, colabora-se para definir comportamentalmente como os coaches e os clientes se

relacionam. Dessa forma, a má escolha do papel ideal pode alterar as expectativas do cliente,

levando a insatisfação. Ainda conforme os autores, cada pessoa tem um estilo de aprendizado

único. Dessa forma, a aplicação do processo é individualizada, e pode revelar pontos cegos e

acabar mudando o estilo pessoal dos indivíduos.

2.11 Confiança na relação entre coach e coachee

Conforme Bitencourt (2004), o coach utiliza-se da confiança e da coesão entre

líder e membros da equipe, possuindo habilidades para lidar com grupos enquanto times,

seguindo a analogia do esporte. Uma das formas de alimentar a autoestima de um colaborador

no trabalho é lhe confiando uma tarefa ou pedindo que assuma um compromisso, deixando

claro que a missão está sendo confiada porque se reconhece sua habilidade e competência

para realizá-la (MARRAS, 2005).

Já Robbins (2005) afirma que confiança é algo positivo, é uma expectativa que

se tem sobre a atitude da outra pessoa, para que não aja de maneira oportunista. À medida que

se conhece alguém, e o relacionamento amadurece, começa-se a acreditar na capacidade de

formar uma expectativa positiva. Com os líderes eficazes, a confiança é construída aos

poucos, encorajando os liderados a responderem da mesma maneira. A confiança nada mais é

do que uma pessoa poder contar com o apoio ou a ajuda de outra sempre que necessitar.

Existe união entre ambas e o auxílio é imediato. Ainda conforme o autor, se os liderados

confiam em seu líder, eles ficam dispostos a correr o risco e enfrentar as consequências em

razão das ações do líder. A principal característica admirada em um líder é a honestidade, já

que as pessoas precisam se assegurar de que o líder que irão seguir é digno de confiança.

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Nesse sentido, Araújo (1999) comenta que o profissional de Coaching ajuda a

desenvolver confiança nas possibilidades e persistência diante de obstáculos. Com as equipes,

o processo tem como maior benefício o clima de confiança e cooperação, e o aumento do

nível de satisfação no trabalho. Essa metodologia depende fundamentalmente do grau de

abertura entre o coach e o cliente a partir do momento em que a abertura cria maiores

proporções, aumentam a confiança e o sentimento de apreço entre ambos. Em uma relação de

confiança mútua, a prática do feedback é constante, pois os envolvidos acabam se

expressando abertamente. Lembrando que forçar a abertura não é aconselhável. Sempre que

há uma situação assim, acaba surgindo um clima constrangedor.

Conforme Araújo (1999), o coach e o coachee devem manter uma relação de

totalidade. Eles precisam lidar abertamente com a realidade dos fatos. Devem adotar o

feedback como frequente prática. O coach deve proporcionar ao coachee a oportunidade de

sonhar, mantendo a integridade consigo. É muito importante que os dois se conheçam bem. O

autor afirma que os melhores coaches são aqueles que vivenciaram experiências com

desenvolvimento humano, consultoria, liderança nas organizações e psicoterapia.

2.12 Coaching executivo

Conforme Goldsmith, Lyons e Freas (2003), o Coaching tornou-se uma

estratégia de negócio. Ele é relevante para o mundo dos negócios por uma questão de

estratégia que possui um processo completo e adaptativo. Araújo (1999) comenta que falar

dessa metodologia é falar de poder pessoal, cuja base é a estrutura de funcionamento da

própria pessoa. O poder pessoal está presente e disponível em todas as atividades que ela

exerça, porém, não está vinculado à posição ou ao cargo que a pessoa ocupa.

Ainda, conforme o pensamento da autora, “Coragem, em francês courage18

(vem de couer: “coração”), é a ação do coração, a capacidade de agir com base na força do

propósito” (ARAÚJO, 1999, p.46). Isso requer do líder um conhecimento intimo do seu

propósito de vida, a razão da sua existência. Ou seja, compreender a contribuição de cada uma

das escolhas para a formação da trajetória de vida. Requer unir a palavra à ação, o discurso à

prática. É integridade. O quadro 3 a seguir demonstra o comparativo entre chefe e líder

coach:

18 Coragem

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CHEFE LÍDER COACH

Controla o comportamento Libera o potencial

Dá ordens Motiva

Conduz pessoas Aconselha

Foca na execução da tarefa Foca no processo

Resolve problemas Ouve e ensina a resolver problemas

Inspira medo Inspira entusiasmo

Preocupa-se com as coisas Preocupa-se com as pessoas

Diz “eu” Diz “nós”

Assume a responsabilidade Compartilha a responsabilidade

Dirige as pessoas Serve às pessoas

Colhe os “louros” Compartilha os “louros”

Enxerga o hoje Contempla o amanhã

Quadro 3: Comparativo Chefe e Líder Coach Fonte: Jordão (2012)

O processo de Coaching envolve a pesquisa de mercado, identificação das habilidades do presente e futuro e ajuda o executivo tanto a lidar com problemas financeiros como com as incertezas que ele sempre teve e com as que surgem ao longo do caminho. Já no auxílio para a mudança de carreira, o coach faz pesquisas de oportunidades e desenvolve novas habilidades e competências junto ao coachee, para que este possa alcançar seus objetivos como uma promoção ou aumento de salário. Também ajuda o profissional na adaptação a novos desafios em decorrência de promoções e em uma das questões mais trabalhadas no Coaching de carreira, que é o equilíbrio entre as questões pessoais e as que envolvem o trabalho (MARQUES e CARLI, 2012, p. 47).

Goldsmith, Lyons e Freas (2003) comentam que os líderes coaches podem

surgir de qualquer posição nas empresas. Eles envolvem as pessoas desde o chão de fábrica

até a retaguarda administrativa, fazendo com que elas ponderem suas escolhas nas tomadas de

decisões difíceis. O coach líder tem a ver com espírito e propósito, e não com destaque ou

cargo ocupado. O Coaching de lideranças não depende exclusivamente da pessoa que está

sendo desenvolvida, mas sim se refere às mudanças que podem ser feitas para os grupos que

estão subordinados àquele líder.

Ainda no pensamento dos autores, os líderes coaches possuem a capacidade de

admitir seus erros, e não são pessoas que desistem facilmente. Eles certificam-se de que o

trabalho está fazendo sentido para as pessoas, estabelecendo metas e contribuindo para aquilo

que as pessoas pensam de si mesmas. Existe a necessidade de saber se os caminhos estão

corretos. Por isso, os líderes coaches proporcionam feedback construtivo para a carreira de

seus subordinados. E o que mais chama atenção é a maneira mais pessoal como esse feedback

é feito, incentivando, demonstrando que se importa com os colaboradores.

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34

2.13 O Líder Coach

Os líderes possuem as maiores responsabilidades em uma empresa. Eles devem

buscar aperfeiçoamento e desenvolvimento. “Os executivos precisam de conhecimento e

aptidões para enfrentar situações à medida que estas surgirem” (GOLDSMITH, LYONS e

FREAS, 2003, p.52). Segundo Marras (2001), as organizações devem deixar claro o que se

deseja em um líder, e devem proporcionar programas de desenvolvimento gerencial para que

o líder consiga atingir os objetivos propostos.

Conforme a Sociedade Brasileira de Coaching (2012), um indivíduo se torna

líder quando possui competências que se destacam entre os demais. As pessoas podem

desenvolver a liderança, já que ela é fundamental para a vida, e um meio para isso é o

Coaching. Esse processo proporciona ao cliente um grande número de conceitos, ferramentas,

e técnicas para alcançar objetivos, amplia a percepção emocional, melhora as interações

sociais, os relacionamentos, e eleva a capacidade de resiliência a mudanças e promove

melhoria contínua.

O líder coach utiliza-se das suas habilidades para desenvolver o capital

humano e aumentar a performance19 e a produtividade de seus colaboradores. Trata de modo

eficaz com situações que exigem respostas rápidas, inovação e mudanças. Obtém resultados e

consegue superar expectativas. Esse líder consegue ter uma visão do todo e manter o foco no

que realmente é necessário, obtendo clareza, contexto e direcionamento. Possui grande

autoconhecimento e tem consciência de que seus atos influenciam pessoas. Está atento para

motivar e despertar o melhor de si e dos demais, oferece feedbacks construtivos. Estimula as

pessoas a refletirem sobre as melhores soluções, compartilha reconhecimento e constrói uma

relação de confiança. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE COACH, 2012)

Conforme Albrecht (2006), o líder coach acredita que todos apresentam

condições para desenvolver e melhorar suas habilidades. Tem foco no seu desenvolvimento e

no desenvolvimento das pessoas. Para complementar, Diniz (2011) afirma que a principal

ferramenta do líder coach é o questionamento. O líder direciona perguntas a seus

subordinados, e isso faz com que eles pensem por si próprios, desenvolvendo a capacidade

criativa e a visão estratégica. O autor faz um comparativo entre líder e líder coach no quadro

4 a seguir:

19 Exercício de atuar, de desempenhar.

Page 35: AS PERCEPÇÕES DAS EMPRESAS DO RAMO … proporciona maior visibilidade do contexto do problema. A pesquisa se deu por meio de estudo de caso, e a amostra

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Líder Líder Coach

Empenhado no futuro a ser criado, seja na visão de

um país, seja na de uma organização. Foco no futuro de uma pessoa ou de um grupo.

Foco maior nos resultados. Foco maior nas pessoas.

Analisa o desempenho do negócio. Ajuda a pessoa a analisar seu desempenho.

Antecipa problemas/necessidades do negócio. Estimula a pessoa a antecipar seus problemas e suas

necessidades.

Articula estratégias e recursos do negócio. Ajuda a pessoa a criar, analisar e usar os próprios

recursos.

Não tem compromisso de assessorar pessoas de

forma direta e, quando o faz, concentra-se em sua

equipe.

Tem compromisso de assessorar pessoas mesmo

quando elas não pertencem a sua equipe.

Tem seguidores. Não tem seguidores, é ele quem “segue” a pessoa.

Quadro 4: Diferenças entre Líder e Líder Coach Fonte: Diniz, 2011

Conforme a Sociedade Brasileira de Coaching (2012), o melhor caminho para

desenvolver habilidades de liderança se dá por meio do Coaching. Essa metodologia possui

ferramentas que ampliam a performance e expandem a eficácia, desenvolvendo capacidades

para realização pessoal e profissional. É um processo fundamentado em conceitos e

conhecimentos de inúmeras áreas do saber e a partir disso, o profissional estará preparado

para atuar em muitos mercados.

Page 36: AS PERCEPÇÕES DAS EMPRESAS DO RAMO … proporciona maior visibilidade do contexto do problema. A pesquisa se deu por meio de estudo de caso, e a amostra

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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este capítulo visa a apresentar os procedimentos metodológicos utilizados para

o desenvolvimento das pesquisas junto às empresas do ramo metalmecânico da cidade de

Caxias do Sul. E expor a forma como a pesquisa foi realizada, juntamente com o

embasamento teórico que colaborou para a escolha dos métodos.

3.1 Método(s) de pesquisa

Este estudo tem o objetivo de identificar quais os fatores que fazem com que as

empresas do ramo metamecânico da cidade de Caxias do Sul contratem serviços de Coaching.

De acordo com isso, o tipo de pesquisa desenvolvida teve abordagem qualitativa que segundo

Cooper e Schindler (2003), visa a atingir um entendimento profundo de uma situação. A

pesquisa teve essa característica, pois tinha o escopo de verificar as respostas das

organizações sobre a metodologia de Coaching em suas práticas. Malhotra (2005), afirma que

essa abordagem é mais flexível, proporcionando maiores insights20 e compreensão ampla do

contexto do problema, devendo ser aplicada em pequenas amostras e suas perguntas sendo

abertas. Mattar (2008) comenta que nessa pesquisa, o objetivo é aprofundar o conhecimento

do tema ou o problema em questão, sendo adequada nos primeiros estágios da investigação

quando o assunto ainda não é totalmente conhecido, quando não se tem familiaridade ou

compreensão suficiente sobre o tema explorado.

A pesquisa se caracteriza pela natureza exploratória, já que o tema em questão

necessitava de compreensão e entendimento. Malhotra (2001) afirma que o objetivo é

explorar o assunto quando o pesquisador não dispõe de conhecimento suficiente para dar

andamento ao seu projeto. Segundo Mattar (1996), a pesquisa exploratória pode ser usada

para clarear o conceito estudado, e proporcionar maiores informações sobre as possibilidades

práticas do desenvolvimento da pesquisa. Esse método foi aplicado a fim de ampliar os

conceitos sobre o tema em questão.

Devido à profundidade do assunto, fez-se necessário o estudo de casos como

abordagem para o desenvolvimento do tema. Malhotra (2008) afirma que o estudo de casos

20 Em Inglês: Tradução: Maior percepção, maior entendimento.

Page 37: AS PERCEPÇÕES DAS EMPRESAS DO RAMO … proporciona maior visibilidade do contexto do problema. A pesquisa se deu por meio de estudo de caso, e a amostra

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estimula a compreensão. É possível verificar hipóteses e levantar questões para a elaboração

da pesquisa. O autor comenta que o método de estudo de casos pode envolver verificação de

registros existentes, observações da ocorrência do fato, entrevistas estruturadas e não

estruturadas. Pode ser objeto de estudo um indivíduo, um grupo de indivíduos, uma

organização, um grupo de organizações ou uma situação. Malhotra (2008) comenta que o

estudo de casos é um método de pesquisa exploratória. Por isso, vale lembrar que o seu

objetivo é de gerar hipóteses, ampliando o conhecimento sobre o problema em estudo.

3.2 Delimitação da população ou do objeto de estudo e amostragem

Para a realização deste estudo, a população se deu a partir das informações de

um relatório do sindicato das indústrias metalúrgicas, mecânicas e de material elétrico da

cidade de Caxias do Sul (SIMECS), em que constavam as empresas que apresentavam

número superior a 300 funcionários ativos no ano. Conforme Cooper e Schindler (2003), uma

população é um conjunto de elementos sobre os quais se deseja fazer inferência. Nesse

sentido, foi delimitada para este estudo a população de 30 empresas, as quais tinham duas

características em comum: ser do ramo metalmecânico e apresentar número superior a 300

colaboradores em atividade.

No entanto, algumas empresas não participaram da pesquisa devido a restrições

organizacionais. Com isso, 10 empresas apresentavam o programa de Coaching implantado

em suas políticas. A amostra é não probabilística por julgamento, que conforme Cooper e

Shindler (2003), é uma abordagem subjetiva, atendendo satisfatoriamente os objetivos da

amostragem, já que a população é escolhida de acordo com os critérios do pesquisador. A

partir das necessidades de exploração do tema, foi identificado que essa abordagem é a que

mais se aproxima do objetivo do estudo, por ser frequentemente usada. Para testar ou ter

ideias sobre o assunto de interesse, ela será utilizada, já que a seleção se deu a fim de

mensurar as respostas dos gestores das empresas do ramo metalmecânico da cidade de Caxias

do Sul no ano de 2012, sobre os serviços de Coaching.

Ainda, com o objetivo de explorar o conhecimento, fizeram parte do estudo

dois profissionais com certificação em Coaching que aplicam o processo nas empresas. Sendo

o autor de inúmeras bibliografias sobre gestão de pessoas e renomado em treinamento e

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desenvolvimento, Gustavo G. Boog, e a profissional Fabiana W. Diaz, Master Coach21 com

certificação na França.

3.3 Técnicas de coleta das ferramentas

A técnica de coleta das ferramentas deste estudo foi o questionário com

perguntas abertas. Rea e Parker (2000) afirmam que, para poder realizar a pesquisa, é

adequado escolher pessoas que possuem conhecimentos e informações sobre o tema, a fim de

satisfazer os requisitos do mesmo.

Os questionários foram elaborados pela autora (apêndices A e B), conforme as

necessidades da pesquisa e apresentam perguntas abertas. Em um primeiro momento, a autora

entrou em contato com o SIMECS que proporcionou um relatório com as empresas do ramo

metalmecânico de Caxias do sul, a partir daí, entrou-se em contato telefônico com empresas

de portes diferenciados, com a intenção de conversar com os responsáveis pelas áreas de

treinamento e desenvolvimento de cada organização, a fim de perceber a área de recursos

humanos das instituições, a partir desse contato, foi possível verificar a inviabilidade da

pesquisa em relação as empresas de menor porte, já que no primeiro momento identificou-se

que esse perfil teria muita dificuldade para responder o questionário devido as argumentações

que as instituições não estariam com a área de recursos humanos formalizada ou estruturada.

Depois de analisar as respostas, e encontrar a população, foi possível delimitar

que as organizações com perfil para responder ao questionário seriam aquelas com maior

porte em relação ao número de profissionais. Identificadas essas empresas, fizeram parte da

pesquisa somente aquelas que apresentavam o processo de Coaching ou que haviam tido

experiências com o processo, a partir daí, o questionário A foi encaminhado para o e-mail 22

dos profissionais autorizados a responder a pesquisa. Isso se deu entre 10 de Setembro de

2012 e 28 de Setembro de 2012.

Algumas organizações não retornaram o questionário, e outras tiveram

restrições com relação ao sigilo das informações. Sendo assim, a amostra totalizou 10

instituições participantes da pesquisa. A partir das informações obtidas pelas empresas

respondentes, foi percebido a amplitude do assunto e surgiu o interesse em ampliar as

percepções sobre o mesmo. Com isso, elaborou-se o questionário B, destinado aos

21 Treinador Mestre

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profissionais da área, com o objetivo de identificar as opiniões de quem aplica o processo nas

empresas. Entrou-se em contato com quatro profissionais, por meio de sites23 de

relacionamentos pela internet24, porém apenas dois responderam positivamente a participação.

A aplicação se deu por contato via e-mail, entre os dias 24 de setembro a 5 de outubro de

2012.

Neste estudo, foram necessários levantamentos bibliográficos sobre o tema,

denominados de fontes secundárias, que, conforme Mattar (1996) são uma das formas mais

rápidas e econômicas para se conseguir informações. O levantamento é realizado a partir de

livros sobre o assunto, revistas, trabalhos realizados por outros, teses de universidades e

informações publicadas por jornais.

Foi realizado um levantamento de pesquisas efetuadas, em que Mattar (1996)

explica que se trata do levantamento de informações de pesquisas que já foram efetuadas

sobre o tema, mesmo que de outra época ou localização. São encontradas em empresas de

pesquisa, faculdades, universidades, publicações especializadas, etc. Para a realização deste

estudo, foi necessária a leitura e o entendimento de inúmeros artigos e fontes publicadas em

sites. A pesquisa teve caráter direto, já que Malhotra (2001) afirma que, na pesquisa direta, os

entrevistados sabem do objetivo do estudo. No estudo em questão, foram realizadas

entrevistas telefônicas de forma tradicional, e houve entrevistas eletrônicas realizadas por e-

mail.

3.4 Técnicas de análise dos dados

Coopler e Shindler (2003) afirmam que, a partir da análise de dados, é possível

gerar informações relevantes ao estudo em questão. Geralmente a análise de dados envolve

uma redução dos dados acumulados facilitando a compreensão do pesquisador, fornecendo

ferramentas para interpretação e resultados para as hipóteses estabelecidas. Neste trabalho

fez-se necessário o estudo da análise de conteúdo, a fim de poder identificar diferentes

respostas das empresas do ramo metalmecânico da cidade de Caxias do Sul. Coopler e

Shindler (2003) explicam que a análise de conteúdo oportuniza ao pesquisador comparar as

22 Correio eletrônico. 23 Sítio, lugar 24 Sítio eletrônico

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respostas dos entrevistados e compreender onde se encontra o problema, já que as

informações encontradas são implícitas e necessitam de interpretação.

Nesta pesquisa foi seguida rigorosamente essa premissa, e, para evitar

possíveis informações incorretas, os questionários foram direcionados para os responsáveis

pela área de treinamento e desenvolvimento dessas empresas, sendo registrados os nomes dos

respondentes e suas respectivas funções.

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4 ANÁLISE DOS DADOS

Neste capítulo, serão apresentados os dados obtidos por meio da pesquisa

realizada sob a amostra das 10 empresas do ramo metalmecânico na Cidade de Caxias do Sul

que apresentam programa de Coaching, bem como a análise e a comparação com a teoria. Na

sequencia, serão apresentadas as duas percepções dos profissionais que aplicam a

metodologia no mercado corporativo.

4.1 Análise do perfil das empresas

Os gráficos a seguir, identificam o tempo de mercado das empresas que

apresentam o programa de Coaching em suas políticas de Recursos Humanos. E demonstram

o número total de funcionários ativos nas empresas respondentes da pesquisa.

Gráfico 1: Ano de fundação das empresas estudadas Fonte: Dados da pesquisa

Page 42: AS PERCEPÇÕES DAS EMPRESAS DO RAMO … proporciona maior visibilidade do contexto do problema. A pesquisa se deu por meio de estudo de caso, e a amostra

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RESPONDENTE TEMPO DE MERCADO

NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS

1 63 anos 8500 2 63 anos 4591 3 58 anos 2842 4 15 anos 1658 5 26 anos 1258 6 116 anos 1000 7 54 anos 350 8 32 anos 320 9 17 anos 318 10 16 anos 306

Quadro 5: Tempo de mercado e número de funcionários Fonte: Dados da pesquisa

É possível verificar que o tempo de mercado de uma organização não é um

fator decisivo para a implantação de um programa de Coaching. A partir da análise dos

quadros, observa-se que, mesmo nas empresas mais novas, naquelas que apresentam menos

de 20 anos de existência, existe interesse em desenvolver suas lideranças por meio do

Coaching.

4.2 Análise do questionário aplicado para as empresas

Neste item, os dados serão apresentados e analisados. As perguntas feitas para

os profissionais da área de Recursos Humanos das empresas estudadas e as respostas obtidas

serão exibidas em forma de quadros. Cada quadro teve sua análise e interpretação

sequencialmente. As respostas iguais foram agrupadas.

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Questionamento Principais respostas

1- Por que sua organização optou pela metodologia

de Coaching para desenvolver seus colaboradores?

Ø Direcionar as dificuldades individuais.

Ø Projeto piloto para desenvolvimento.

Ø Ferramenta moderna de

autodesenvolvimento.

Ø Alinhamento de lideranças.

Ø Uma experiência positiva.

Ø Desenvolvimento interno.

Ø Desenvolvimento gerencial.

Quadro 6: Motivos para optar pelo Coaching Fonte: Dados da Pesquisa

As principais respostas para explicar o porquê as empresas entrevistadas

optaram pela metodologia do Coaching foram com o objetivo de direcionar seus

colaboradores com suas dificuldades individuais, bem como alinhá-los a os objetivos

organizacionais, pelo o motivo de ser um programa piloto e por ser uma ferramenta moderna

de gestão – e de desenvolvimento gerencial interno.

Por meio das respostas obtidas, é possível confirmar o conceito de Coaching

por Goldsmith, Lyons e Freas (2003), que afirmam que o processo oferece à pessoa a

oportunidade de dar um passo para trás e refletir sobre seu desenvolvimento pessoal. O

processo se torna uma estratégia individual, porém, para alcançar as metas estabelecidas,

primeiro é necessário entender onde o profissional se encontra em sua carreira e em sua vida

pessoal. O desenvolvimento das pessoas que participam do processo é o foco principal do

Coaching, pois ajuda no alinhamento da organização com as pessoas que fazem parte dela.

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Questionamento Principais respostas

2-Quais são as vantagens da metodologia de

Coaching para sua organização?

Ø Acelerar o processo de desenvolvimento e

proporcionar direcionamento das

necessidades individuais.

Ø Desenvolvimento mais focado.

Ø Elevar o nível dos resultados positivos.

Ø Alinhamento das ideais com a direção.

Ø Aumento de foco e visão ampla.

Ø Desenvolvimento de competências

individuais e específicas.

Quadro 7: Vantagens da metodologia Fonte: Dados da pesquisa

Os entrevistados afirmam que as vantagens de se ter um programa de Coaching

se relacionam com o desenvolvimento de competências individuais e específicas, sendo as

necessidades de cada um alinhadas e direcionadas. Ainda como vantagens, há aumento de

foco e visão ampla sobre o negócio, o que eleva os resultados positivos. Nesta questão, é

possível citar Goldsmith, Lyons e Freas (2003), que afirmam que os benefícios do Coaching

incluem melhoria na questão de fidelidade do cliente, desenvolvimento de novas lideranças,

retenção das pessoas de alto impacto e o sucesso na gestão da mudança. A verdadeira

vantagem é que o programa se torna autossustentado, ou seja, produz resultados por tempo

indefinido, sendo bem aplicado. Por meio do aprendizado contínuo, o coach estratégico para

executivos se destina a alinhar o desenvolvimento dos executivos com o negócio proposto

pela organização.

Questionamento Principal resposta

3-Você indica o Coaching para desenvolver

colaboradores nas organizações?

Ø Sim, para cargos de liderança. (Unanimidade)

Quadro 8: Indicação da metodologia Fonte: Dados da pesquisa

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Conforme dados da pesquisa, as empresas foram unânimes na questão de

indicar o processo de Coaching para desenvolver os colaboradores, porém, para cargos de

liderança. As empresas têm ciência da importância da metodologia para executivos. Seguindo

essa premissa, é possível confirmar por meio de Goldsmith, Lyons e Freas (2003), que as

organizações bem-sucedidas se deram conta de que contratar e reter pessoas está cada vez

mais difícil: os bons profissionais são disputados no mercado, assim, as empresas começaram

a investir em seu pessoal.

Questionamento Principais respostas

4-Quais foram as maiores dificuldade na implantação

do programa?

Ø Aceitação por parte do participante,

compreensão de que não é uma terapia.

Ø Ainda não temos o programa implantado.

Ø A disponibilidade das pessoas.

Ø Não houve dificuldades.

Quadro 9: Dificuldades Fonte: Dados da pesquisa

Para essa questão, as respostas foram variadas, e observou-se que a maior

dificuldade para a realização de Coaching é a pessoa compreender que não se trata de uma

terapia. Araújo (1999) afirma que o orgulho pode dificultar a aceitação do processo, já que é

visto como uma forma de pedir ajuda. Talvez esse fator seja determinante nessa questão.

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Questionamento Principais respostas

5-Todos os colaboradores que participaram do

treinamento e desenvolvimento se adaptaram à

metodologia?

Ø Perfeitamente, a partir da primeira seção de

Coaching, o participante compreende o

processo.

Ø Apenas dois gestores fizeram o uso da

ferramenta.

Ø Em um primeiro momento, houve resistência,

mas, em seguida, houve boa adaptação.

Ø Não houve manifestações de desacordo.

Quadro 10: Adaptação Fonte: Dados da pesquisa

Conforme respostas na pesquisa, observa-se que a adaptação foi positiva. Em

uma organização houve de imediata resistência, porém, com o tempo, houve boa adaptação.

Nesse sentido, a confiança é a base para o relacionamento entre coach e coachee, Araújo

(1999) afirma que no Coaching deve haver concordância de ambas as partes. É importante

que haja respeito com o indivíduo e que o coach compreenda a situação se houver resistência.

Questionamento Principais respostas

6- A empresa atingiu o resultado esperado ou

superou as expectativas?

Ø Cinco empresas alcançaram a expectativas.

Ø Quatro afirmam que não é possível mensurar

os resultados, mas que houve uma mudança

muito positiva em relação ao comportamento

dos líderes.

Ø Uma superou as expectativas.

Quadro 11: Resultados Fonte: Dados da pesquisa

Analisando as respostas, quatro empresas responderam ter dificuldade em

mensurar os resultados. Com essa afirmação, Block (2001) comenta que existem poucas

evidências referentes ao impacto que o treinamento de líderes causa na mudança

organizacional. Existe essa dificuldade, pois o processo de desenvolvimento é abstrato, com

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resultados no longo prazo por ser uma ferramenta que modifica o comportamento com o

decorrer do tempo, muitas vezes é difícil perceber mudanças, bem como uma empresa relatou

que superou as expectativas com o desenvolvimento do processo.

Questionamento Principais respostas

7-Qual sua sugestão de melhoria para esta

metodologia?

Ø Fazer uma análise criteriosa do perfil do

Coach.

Ø Maior divulgação do assunto.

Ø Deve ser aplicado fora da organização.

Ø Por ser uma técnica nova, não identificamos

oportunidades de melhorias.

Ø Esperamos que os investimentos das seções

se tornem mais em conta.

Quadro 12: Sugestões Fonte: Dados da Pesquisa

Analisando essa questão, o valor do investimento foi bastante lembrado, já que

o preço varia de R$ 150,00 a R$ 700,00 por sessão (informação verbal) 25. Já em relação à

questão da divulgação, Araújo (1999) explica que o Coaching não é algo novo, ele sempre

existiu, porém manifesta-se de forma tão natural que as pessoas nem percebem. Observou-se

que é necessário fazer uma análise de perfil do Coach, analisar suas experiências e suas

atitudes. Um entrevistado comenta que o ideal seria aplicar a metodologia fora da

organização, pois proporcionaria ao colaborador distanciamento da mesma, podendo sair do

ambiente profissional, conseguindo se desenvolver de forma completa.

25 Informação divulgada pela Msc. Maria Marlene em uma palestra sobre Coaching e sustentabilidade na semana acadêmica da Faculdade da Serra Gaúcha no ano de 2012.

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Questionamento Principais respostas

8-O que mais lhe surpreendeu neste processo?

Positivamente ou negativamente

Ø Positivamente: aceitação da metodologia, os

gerentes aderiram ao processo sem

resistência.

Ø As pessoas que participaram apresentaram

desempenho além do esperado.

Ø Tudo depende de nós, devemos traçar metas e

buscar nossos objetivos.

Ø Melhoria da visão macro e micro, ajudando

as percepções em todos os setores da vida.

Ø Negativamente: custo elevado, alto

investimento.

Quadro 13: Melhorias Fonte: Dados da Pesquisa

Com as respostas coletadas, averiguou-se que as organizações apresentam

opiniões distintas, conforme suas questões culturais. Porém, é possível observar que o

processo de Coaching é descrito como um investimento de custo muito elevado, no entanto,

100% das empresas que participaram do programa afirmam que foi possível identificar

resultados positivos, como a aceitação do programa, o aumento do desempenho do

participante, a melhoria da visão macro e micro, o que contribuiu para as percepções em todos

os setores da vida, e a consciência de que traçar metas e buscar alcançar os objetivos é dever

de cada um.

4.3 Questionário aplicado para profissionais

A seguir, serão apresentadas as respostas do questionário aplicado para o

consultor, diretor, ex docente da universidade de São Paulo, e autor de renomadas

bibliografias, Gustavo G. Boog, e para a master coach com certificação na França, membro

da sociedade internacional de Coach Fabiana W. Diaz. Com o objetivo de identificar a

importância do Coaching inserido nas organizações, bem como sugestões sobre a prática e

melhorias para o processo.

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4.4 Coaching na prática por Gustavo G. Boog

Conforme o questionário (apêndice B), Gustavo G. Boog comenta sobre a

metodologia de Coaching, o autor considera o processo um recurso que sempre existiu, mas

que, nos dias de hoje, tem um lugar de destaque nas organizações. O autor não acredita que a

metodologia se trate de um modismo, mas sim que é uma ferramenta sólida e que

permanecerá no mercado. Sobre o foco principal do Coaching, o autor comenta que o

desenvolvimento do participante é o centro do processo, tanto no aspecto profissional, quanto

no pessoal, isso pode incluir questões pontuais de curto prazo até uma visão de carreira para

os próximos anos.

Boog acredita que as organizações devem optar pelo processo porque existem

questões individuais que não podem, nem devem ser tratadas pelo chefe ou pelo departamento

de recursos humanos das empresas, para as quais não é adequada uma discussão, como,

exemplo, um treinamento de gestores. Sobre o valor do processo, o autor comenta que

existem os aspectos dos custos versus benefícios do processo e que é ideal que seja

respondida a pergunta: Quanto custa para a organização um gestor desmotivado ou com

estilos de liderança inadequados? Essa conta, em geral, conduz a organização a escolher o

Coaching.

Segundo o autor, o Coaching é uma ferramenta pouco conhecida, e as pessoas

geralmente confundem-na com processos terapêuticos, que têm outro foco e duração

indeterminada. Comenta que o método é indicado para aplicação nas organizações, em geral,

a indicação se dá para pessoas em posição de liderança. Em toda a experiência do

profissional, até agora, cerca de 1/3 dos participantes de treinamentos precisam dessa

metodologia, os demais possuíam condições de se desenvolverem de forma autônoma. Sobre

as dificuldades no processo, o autor afirma que o mais difícil é definir o foco do Coaching, os

critérios de confidencialidade e a liberação dos profissionais para realizar do processo.

Sobre os resultados com o Coaching, Boog ressalta que, na maioria das vezes,

as empresas atingem os resultados esperados, porém, há casos de pessoas enviadas

mandatoriamente ao Coaching, que resistem ao processo, e aí os resultados não são

alcançados. Ou seja, as pessoas precisam querer participar da metodologia. Para o autor, as

principais vantagens do processo são as pessoas que estarão mais ajustadas e alinhadas com as

estratégias da organização, resultando em mais motivação e resultados. Durante sua

experiência com o método, o que mais surpreendeu Boog com relação ao desenvolvimento do

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processo, foi à postura do participante em se abrir e ter a confiança no coach, o autor afirma

que para que isso aconteça, é necessário assegurar 100% de confidencialidade ao participante,

sem que haja relatórios para a organização.

4.5 Coaching na prática por Fabiana W. Diaz

A profissional em Coach Fabiana W. Diaz acredita que o Coaching é uma

ferramenta que já se consolidou no mercado, mas que corre o risco de cair em descrédito em

virtude das práticas não alinhadas ao negócio. Ressalta que existem muitas pessoas dispostas

a aplicar o processo, mas que não possuem o devido conhecimento sobre o assunto, a

profissional acredita que o ponto de partida se dá por meio da importância de se fazer uma

análise de perfil do profissional que irá aplicar o Coaching, antes de iniciar o processo, bem

como realizar uma análise de perfil do candidato a se submeter ao método. A profissional

afirma que o Coaching executivo é indicado para desenvolver os profissionais de forma a

trabalhar de acordo com os valores da empresa, alinhando e direcionando os colaboradores.

Para Fabiana, as organizações que optam por essa metodologia aceleram o processo de

aprendizagem de executivos e auxiliam no desenvolvimento de competências específicas. O

tempo de aprendizagem de novas competências é mais curto do que em outras práticas.

Porém, é necessário que o trabalho seja conduzido por profissionais competentes.

Para Fabiana, o Coaching é uma ferramenta conhecida e entendida pelas

organizações, o que prova isso é a difusão dos cursos com foco no método em questão. No

entanto, ela ressalta que ainda há muitas crenças relacionadas ao processo que não são

realidades. Essa ferramenta, por exemplo, não é adequada a qualquer situação de

desenvolvimento e não “faz milagres”. O envolvimento e a trajetória de cada executivo são

definitivos no atingimento de resultados. A profissional acredita que o processo também pode

ser indicado para desenvolver colaboradores, não apenas cargos em posição de lideranças.

Conforme a experiência da master coach, as maiores dificuldades na implantação do

programa são as situações culturais que dificultam o espaço do executivo e limitam muito

seus movimentos. A cultura deve ser um facilitador do processo de mudança e nem sempre o

é. Fabiana comenta que nesses casos, um bom diagnóstico inicial é necessário antes de se

propor o processo. Sobre a adaptação, a profissional explica que, no caso de Coaching

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individual, geralmente há grande aceitação, porém, nas situações de Coaching de grupos,

pode haver alguma resistência em alguns casos.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com este estudo, foi possível atender o objetivo proposto, que era abordar os

principais fatores que levam as empresas do ramo metalmecânico de Caxias do Sul a contratar

serviços de Coaching no ano de 2012. Bem como os objetivos específicos, que eram

pesquisar o conceito teórico de Coaching, verificar a importância do Coaching nas

organizações e relacionar o conceito teórico com a metodologia aplicada nas organizações.

Na elaboração da fundamentação teórica, houve dificuldades para encontrar

livros específicos sobre o assunto. Muitos autores abordavam o conceito de forma superficial,

e haviam muitas discordâncias com relação à metodologia em questão. Acredita-se que o

Coaching no Brasil seja um conceito que está se dissipando aos poucos. Por esse motivo,

existem dificuldades para definir o processo. Porém a carência de livros sobre o assunto pode

ser suprida a partir de consultas à artigos e à dissertações acadêmicas encontradas em sites na

internet.

Para o desenvolvimento da pesquisa, colaborou o SIMECS, o qual forneceu um

relatório com as informações referentes as empresas que apresentavam o perfil para a

pesquisa. Com isso, foi possível definir a população, que se deu por 30 organizações. A

amostra se caracterizou a partir das empresas que apresentavam o programa de Coaching em

suas políticas, totalizando 10 organizações. Participaram com suas colaborações o renomado

autor e profissional Gustavo G. Boog, e a especialista e a Master Coach Fabiana W. Diaz, os

quais compartilharam suas experiências e analisaram o conceito no mercado atual.

No desenvolvimento da pesquisa, as maiores dificuldades encontradas foram a

indisponibilidade das empresas em fornecer informações para o estudo, as restrições

organizacionais e o sigilo de algumas empresas, bem como as negativas com relação à

participação. Ainda houve dificuldades para localizar as empresas que, de fato apresentavam

o processo. Com este estudo, foi possível constatar a importância do Coaching para as

organizações. Observou-se que muitas empresas têm ciência dos benefícios do processo e

apresentam interesse na metodologia, porém há certo receio com relação a ser um método

novo no país. Existem desconfianças sobre o real propósito e insegurança sobre a eficácia do

processo. A questão financeira surgiu como empecilho, no entanto, capacitar pessoas para se

tornar líderes coaches é um investimento de longo prazo, que trará melhorias nos processos e

desenvolvimento das pessoas que estão ao redor no ambiente profissional. Observou-se que

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muitas instituições têm dificuldades em suas áreas de recursos humanos, algumas não

apresentavam RH estruturado percebeu-se a carência de investimentos nessa questão nas

empresas de pequeno a médio porte.

O Coaching é uma metodologia inteligente para motivar as pessoas a realizar

as mudanças que desejam em suas vidas. É por meio do Coaching que se consegue visualizar

as áreas que precisam ser resgatadas e trabalhar para desenvolver novas capacidades. O

Coaching não é um método novo. Como se viu, existem relatos bíblicos da ferramenta,

obviamente, adequados à época. Porém, muitas pessoas confundem a metodologia com

terapia, a qual estuda o passado do indivíduo, a fim de melhorar o presente e o futuro. O

Coaching se diferencia da terapia pois parte do momento presente com foco em melhorias

futuras no desenvolvimento. Muito dessa confusão, se refere à expansão da informação e à

variedade de conceitos existentes nos dias de hoje. No entanto, a metodologia é encontrada

em muitas relações: os pais que orientam seus filhos, o professor que aprimora conceitos, a

rede de amigos e de vínculos que ao longo da vida uma pessoa adquire. Pode-se dizer que

Coaching se ressume em aprendizado.

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REFERÊNCIAS

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OBRAS CONSULTADAS

BARBOSA, Carolina Leite : O papel do coaching dentro da organização. Disponível em: <http://www.jogart.com.br/moodle/file.php/1/ARTIGOS/COACHING/O_PAPEL_DO_COACHING_DENTRO_DA_ORGANIZACAO.pdf>. Acesso em: 25 Ago. 2012. BERLATTO, Odir (Org.). Manual de orientação e normatização dos trabalhos acadêmicos do curso de administração. 5.ed. Caxias do Sul: FSG, 2010. Disponível em: <http://www.fsg.br/website_pt/user_files/File/Documentos/ADM/Montaca20101.pdf>. Acesso em: 14 Nov. 2012.

CHARAN, Ram. O líder criador de líderes – A gestão de talentos para garantir o futuro e a sucessão. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. DUTRA, Eliana: Carreira: Manual para entender o coaching. Disponível em: <http://vocesa.abril.com.br/desenvolva-sua-carreira/materia/carreira-artigo-manual-entender-coaching-644755.shtml> . Acesso em: 4 Set.2012. DUTRA, Joel Souza. Gestão de pessoas: Modelo, Processos, Tendências e Perspectivas. São Paulo: Atlas, 2006. HAIR, Jr. J. et al. Fundamentos de métodos de pesquisa em administração. [S.l], Bookman Companhia, 2005.

HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

JORDÃO, Sonia: Mais que um líder sendo um coach. Disponível em: <http://www.merkatus.com.br/21_parceiros/001.htm>. Acesso em: 11 Set. 2012. KOTTER, John P. Afinal, o que fazem os líderes? On what leaders really do - a nova face do poder e da estratégia. Rio de janeiro: Campus Ltda, 2000.

MCDANIEL, Carl; GATES, Roger. Fundamentos de pesquisa de marketing. Rio de Janeiro: LTC, 2005.

MCGREGOR, Douglas. O lado humano da empresa.3 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

OLINTO, Antônio. Minidicionário inglês/português, português/inglês. São Paulo: Saraiva, 1999.

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APÊNDICE A – Questionário qualitativo para empresas

Pesquisa sobre utilização do Coaching para treinamento e desenvolvimento

Esta pesquisa é um dos elementos necessários para a finalização do Trabalho de Conclusão de Curso que realizo – estou me formando em Administração com Ênfase em Negócios, pela Faculdade da Serra Gaúcha (FSG).

O objetivo desta pesquisa é identificar fatores que levam as empresas a contratar os serviços de Coaching a seus profissionais.

Por isso, peço a sua colaboração para responder oito questões. O questionário e as respostas serão considerados estritamente confidenciais.

A sua opinião é muito importante para a realização do meu trabalho. Agradeço antecipadamente sua colaboração. Atenciosamente, Eva Cristina Boeno da Costa

1-Por que sua organização optou pela metodologia de Coaching para desenvolver seus colaboradores?

2-Quais são as vantagens da metodologia de Coaching para sua organização?

3-Você indica o Coaching para desenvolver colaboradores nas organizações?

4-Quais foram as maiores dificuldades na implantação do programa?

5-Todos os colaboradores que participaram do treinamento e desenvolvimento se

adaptaram a metodologia?

6-A empresa atingiu o resultado esperado, ou superou as expectativas?

7-Qual sua sugestão de melhoria para esta metodologia?

8-O que mais lhe surpreendeu neste processo? Positivamente ou negativamente.

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APÊNDICE B – Questionário qualitativo para profissionais

Pesquisa sobre utilização do Coaching para treinamento e desenvolvimento

Esta pesquisa é um dos elementos necessários para a finalização do Trabalho de Conclusão de Curso que realizo – estou me formando em Administração com Ênfase em Gestão de Negócios pela Faculdade da Serra Gaúcha (FSG).

O Objetivo desta pesquisa é identificar fatores que levam as empresas do ramo metalmecânico a contratar serviços de Coaching a seus profissionais.

Por isso, peço a sua colaboração para responder 10 questões. O questionário e as respostas serão consideradas estritamente confidenciais.

A sua opinião é muito importante para a realização do meu trabalho. Agradeço antecipadamente sua colaboração

Atenciosamente, Eva Cristina Boeno da Costa

1 - Para você o Coaching é uma ferramenta contemporânea e veio para ficar ou se trata apenas de um modismo?

2- Qual é o foco principal do Coaching?

3- Porque as organizações devem optar pelo Coaching?

4- O Coaching é uma ferramenta conhecida e seus princípios são entendidos pelas

organizações?

5- Você indica o Coaching para desenvolver colaboradores nas organizações?

6- Quais são as maiores dificuldades na implantação do Coaching?

7- Todos os colaboradores que participam de treinamento e desenvolvimento se adaptam à

metodologia?

8- As empresas atingem os resultados esperados, ou superam as expectativas?

9- Quais são as vantagens por parte da organização na utilização do Coaching no

desenvolvimento de seus colaboradores?

10- O que mais lhe surpreende neste processo?