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Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – FMVZ – Campus de Botucatu Departamento de Produção Animal Aspectos da Nutrição Aspectos da Nutrição B b li em Bubalinos André Mendes Jorge Zootecnista Professor Adjunto Livre Docente Professor Adjunto Livre Docente Departamento de Produção Animal Prof. Dr. André Mendes Jorge Prrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

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Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – FMVZ – Campus de Botucatu

Departamento de Produção Animal

Aspectos da Nutrição Aspectos da Nutrição B b liem Bubalinos

André Mendes JorgeZootecnista

Professor Adjunto Livre DocenteProfessor Adjunto – Livre DocenteDepartamento de Produção Animal

Prof. Dr. André Mendes JorgePrrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

Prof. Dr. André Mendes JorgePrrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

Ali tAlimentos Fibrosos

DIETAS de BAIXADIETAS de BAIXA QUALIDADE Baixa % Proteína

M i id d d tili li t fibMaior capacidade de utilizar alimentos fibrosos

SOBREVIVÊNCIA EM AMBIENTES ADVERSOSSOBREVIVÊNCIA EM AMBIENTES ADVERSOSProf. Dr. André Mendes JorgePrrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

1. Características do Sistema DigestórioIntestinoDelgado Esôfagog

OmasoOmaso

Rúmen RetículoAbomaso

Anatomia – semelhante a de bovinos

Prof. Dr. André Mendes JorgePrrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

Biometria do Trato Digestivo de Bubalinos e Bovinos

Fonte: Leão et al. (1985)

Rúmen e Retículo BUBALINO > BOVINO

INT. DELGADO BUBALINO < BOVINOProf. Dr. André Mendes JorgePrrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

- Papilas ruminais mais desenvolvidas p(maior absorção produtos da fermentação)

Prof. Dr. André Mendes JorgePrrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

2. Microorganismos Ruminaisg

Relação simbiótica com o hospedeiro

População microbiana:

Fungos

- Primeiros organismos a invadir tecidos vegetais e digerir o componente estrutural das plantas;p p ;

- Permite a colonização de bactérias;

- Biomassa aumenta em dietas com ricas em volumosos.

Prof. Dr. André Mendes JorgePrrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

22. Microorganismos Ruminais

População microbiana:

Bactérias

-Maior predominância

- Bactérias digestoras de fibras (pH 6,2 - 6,8)

- Bactérias metanogênicas (pH 6,0)

B té i il líti ( H 5 2 6 0)- Bactérias amilolíticas (pH 5,2 - 6,0)Prof. Dr. André Mendes JorgePrrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

2. Microorganismos Ruminais

P l ã i biPopulação microbiana:

Protozoários

- Degradam componentes fibrosos e amido

Reduzem a população de bactérias por predação- Reduzem a população de bactérias por predação

-Protozoários: Gênero Entodinium (alto concentrado)Protozoários: Gênero Entodinium (alto concentrado)

Gênero Diplodiniiae (alto volumoso)

Prof. Dr. André Mendes JorgePrrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

2. Microorganismos RuminaisAlimentando bubalinos e bovinos com Panicum maximum picado observaram:

- Bubalinos apresentaram maior concentração de protozoários do gênero Diplodiniiae e menor do gênero Entodinium que bovinos.

(Franzolin & Dehorit 1999)(Franzolin & Dehorit, 1999)

- Dietas para bubalinos com maior nível de energia, maior população de Entodinium (Franzolin 1998)população de Entodinium (Franzolin 1998)

M i l ã t t l d b té i b b li- Maior população total de bactérias nos bubalinos quando comparado aos bovinos.

- Maior concentração de fungos.

(Wanadat et al, 2000)Prof. Dr. André Mendes JorgePrrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

3. Produção de Ácidos Graxos Voláteis

- Acético (C2) ; Propiônico (C3) ; Butírico (C4)

De forma geral, os búfalos apresentam maior concentração de AGV que bovinos em diversosconcentração de AGV que bovinos em diversos

sistemas de alimentaçãorealizados no continente asiáticorealizados no continente asiático.

Pesquisas brasileiras com diferentes níveis de FDN na dieta bubalinos não apresentaram diferenças na

produção de AGV em relação a bovinos.((FranzolinFranzolin, 2001), 2001)

Dietas com alto teor de fibras, maior produção de AGV em bubalinos comparados aos zebuínos.

(Naga & Shazhy, 1969)Prof. Dr. André Mendes JorgePrrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

4. Degradabilidade e Digestibilidade da Fibra

Carboidratos da planta

Conteúdo celularCarboidratos não estruturais

Parede celularCarboidratos estruturais

Ác orgânicos Açúcar Amido Frutosanas Pectina Hemicelulose Celulose Lignina

Carboidratos estruturais

FDN

Ác. orgânicos Açúcar Amido Frutosanas Pectinaß-Glucans

Hemicelulose Celulose Lignina

FDA

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Carboidratos da ParedeCelular ou Estruturais

-- IntegridadeIntegridade EstruturalEstrutural

C t ibC t ib R i ãR i ã-- ContribuemContribuem com a com a RuminaçãoRuminação

-- TaxasTaxas de de PassagemPassagem maismais LentasLentas

Prof. Dr. André Mendes JorgePrrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

4. Degradabilidade e Digestibilidade da Fibra

Controvérsia:A t fi búf l ã i fi i t tili ãAutores afirmam que búfalos são mais eficientes na utilização das fibras que bovinos porém a eficiência na sua utilização

i d ã tá l idainda não está esclarecida.(Franzolin 2001)

Maior digestibilidade da fibra (FDN e FDA) quando alimentados com volumosos de baixa qualidade, o mesmo não ocorreu quando

alimentados com volumosos de alta qualidade(quando comparado aos bovinos)

(Pradhan et al, 1997)

Maior digestibilidade da celulose em búfalosMaior digestibilidade da celulose em búfalos.(Zeoula et al., 1997)

Prof. Dr. André Mendes JorgePrrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

4. Degradabilidade e Digestibilidade da FibraBúfalos apresentam taxas médias de

degradação da FDN e FDA degradação da FDN e FDA superiores a dos bovinos.

(Settineri et al 1993)(Settineri et al,1993)

Em dietas V:C de 60:40 bubalinos eEm dietas V:C de 60:40 bubalinos e bovinos apresentaram digestibilidade da

FDN e FDA semelhantesFDN e FDA semelhantes.(Rodrigues et al., 2001)

Búfalos e Bovinos não apresentaram diferenças na digestibilidade da FDNdiferenças na digestibilidade da FDN.

(Souza et al, 2000) Prof. Dr. André Mendes JorgePrrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

4. Degradabilidade e Digestibilidade da FibraHipóteses

População microbiana dos bubalinos é maisPopulação microbiana dos bubalinos é mais eficiente na colonização de células vegetais

degrada mais rapidamente asfrações dos alimentosfrações dos alimentos.

(Franzolin & Dehorit, 1999)

Mastigação mais eficiente que favorece a

degradação da fração fibrosa no rúmen.(Puppo & Grandoni, 1993; Singh et al, 1992)

Prof. Dr. André Mendes JorgePrrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

4. Degradabilidade e Digestibilidade da Fibra

Considerações

Dietas ↑ porcentagem de forragem (70% de volumosos com 35% FDA) maior coeficiente

de digestibilidade da MO e fibra da dietade digestibilidade da MO e fibra da dieta.

Dietas com menos de 24% FDAocorre redução na digestibilidadeocorre redução na digestibilidade.

(Zicarelli, 1999)Prof. Dr. André Mendes JorgePrrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

4. Degradabilidade e Digestibilidade da Fibra

ConsideraçõesConsiderações

Animais de baixa produção X dietas baixa qualidade (alto teor de fibra baixabaixa qualidade (alto teor de fibra, baixa

energia e proteína)

Animais de alta produção x dietas com maior valor nutritivodietas com maior valor nutritivo

Prof. Dr. André Mendes JorgePrrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

5. Degradabilidade da proteína e produção de amônia

RÚMEN

Proteína PNDR IntestinoProteína Ração Proteína PNDR

PDRIntestinoe NNP

NNP aaaminoácidos

Proteína microbiana

AmôniaEnergia proveniente da

f t ã d b id t

Salivauréia

aa

fermentação do carboidratos

Reciclagem

Uréia

AmôniaReciclagem

da uréia aminoácidos

Glândula

ÍG O

Uréia

Uréia

Glândula mamária

T idFÍGADOUréia

RinsUrina

Tecidos muscular e

outro tecidosProf. Dr. André Mendes JorgePrrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

5. Degradabilidade da Proteína e Produção de Amônia

- BUBALINOS

- BOVINOSédia

s 00

ml)

açõe

s m

éa

(mg/

10on

cent

rae

Am

ônia

Co de

Tempo decorrido da primeira alimentação (horas)

Concentrações médias de Amônia (mg/100ml) em líquido ruminal de bubalinos e bovinos (Souza et al. 2000)Prof. Dr. André Mendes Jorge

Prrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

5. Degradabilidade da Proteína Bruta e Matéria Seca em Bovinos e BubalinosMatéria Seca em Bovinos e Bubalinos

BubalinosBubalinos

Prof. Dr. André Mendes JorgePrrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

5. Degradabilidade da Proteína eProdução de AmôniaProdução de Amônia

Maior parte dos experimentos BUBALINOS com

melhor capacidade de utilização da proteína na dieta.

- Maior ativ. microbiana em dietas com baixa PB (maior

atividade proteolítica e maior nível de amônia ruminal)at dade p oteo t ca e a o e de a ô a u a )

- Reciclagem da uréia mais eficiente

Melhor aproveitamento dos BUBALINOScom dietas contendo baixa

quantidade de proteína. Prof. Dr. André Mendes JorgePrrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

6. Consumo de matéria seca (CMS)( )

Depende de vários fatores:

- Dieta- Peso

Estágio fisiológico (cresc ; reprod ; lactação )- Estágio fisiológico (cresc.; reprod.; lactação...)- Nível produtivo- Sexo

Animais em Crescimento: 1,6 a 2,2% PVBúfalas em Lactação: 2,2 a 3,4% PV

Prof. Dr. André Mendes JorgePrrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

Consumo de Matéria Seca (CMS) em Bubalinos R l ã P M t bóliem Relação ao Peso Metabólico

Categoria Animal Consumo

Novilho Búfalo 90g / kg0,75

Búfala em Período Seco 68g / kg0,75

Búf l L t ã 137g / kg0 75Búfala em Lactação 137g / kg0,75

Últimos 3 meses de Lactação 93 a 104g / kg0,75ç 93 a 104g / kgCampanile et al. (2006)

Prof. Dr. André Mendes JorgePrrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

7. Consumo de Água

Animais com 270kg PVg

- Inverno – 20 litros de água- Inverno – 20 litros de água- VERÃO – 36 litros de água

Búfalas em Lactação

-Manutenção: 45 litros de águaç g-Produção de leite: 4 a 5 litros / litro leite

Prof. Dr. André Mendes JorgePrrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

8. Exigências Nutricionais de Bubalinos

Kearl (1982)

Universidade do Estado de Utah (EUA)E i ê i t d t i i i- Exigências para todas as categorias animais

Zicarelli (1999 e 2000) e Campanile (2006)Zicarelli (1999 e 2000) e Campanile (2006)

Universidade de NápolesUniversidade de Nápoles- Exigências de búfalas em lactação

Prof. Dr. André Mendes JorgePrrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

Exigência de energia metabolizável de g gbubalinos em relação ao peso metabólico

Categoria animal Consumo

Bezerros 186 kcalEM / kg0,75

Novilhas (Ganho Peso 450g/dia) 206 kcalEM / kg0,75

Búfalas em lactação (início) 188,8 kcalEM / kg0,75ç ( ) , g

Búfalas em lactação (meio) 119 kcalEM / kg0,75

Búfalas em período seco 100 a 147 KcalEM / kg0,75

Campanile (2006)p ( )

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Nutrição de Búfalas LeiteirasNutrição de Búfalas LeiteirasProf. Dr. André Mendes JorgePrrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

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-Maior exigência coincide com o inverno, necessidade de suplementação- 110 a 150 dias fase anabólica – reduzir carboidratos não estruturais manter- 110 a 150 dias fase anabólica – reduzir carboidratos não estruturais, manter amido da dieta abaixo de 18% para não haver GP excessivo

Prof. Dr. André Mendes JorgePrrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

P R O T E Í N AP R O T E Í N A

- Búfalas menor exigência de proteína(reciclagem e degradação)(reciclagem e degradação).

Dietas deficientes em PB a vaca bovina perde- Dietas deficientes em PB, a vaca bovina perdemais peso que búfala.

- Novilhas nos últimos 3 meses de gestação,adicionar 20% de PBadicionar 20% de PB.

Início da lactação exigência em PB aumenta em- Início da lactação exigência em PB aumenta em10%.

Prof. Dr. André Mendes JorgePrrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

Exigência Protéica de Búfalas em Lactação

Zicarelli (1999)

Búfalas em lactação:700g de PB para mantença de búfala com 650kg 2,742g de PB por grama de proteína sintetizada no leite

Exemplo: Búfala 650kg produzindo 8kg leite (4,5% proteína)

360g de proteína X 2,742g = 987g de PB para produção

M t ã P d ãManutenção + Produção700g + 987g = 1987g

** N i í i d l t ã t i ê i 10%** No início da lactação aumentar exigência em 10%Prof. Dr. André Mendes JorgePrrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

E N E R G I AE N E R G I A

- Bubalino não consegue compensar os requerimentos dei l bili ã d ienergia, pela mobilização de reservas corporais.

Búf l B i i id d bóli dBúfala Baixa atividade catabólica perde menos peso reduz produção de leite (menor persistência da lactação).

Ocorre pela menor seleçãocomparada com bovinosProf. Dr. André Mendes Jorge

Prrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

Energia ingerida com a Cana

30,000 30,000

20,000 20,000

10,000 10,000

0,0001 2 3 4 5 6 7 8 9

0,000

-10,000 -10,000

30 000

-20,000

30 000

-20,000

-30,000 -30,000

Diferença Exigencia de NDT NDT ingeridoProf. Dr. André Mendes JorgePrrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

Proteina ingerida na Cana

2700,000

3000,000 -120,000

2100,000

2400,000-100,000

80 000

1500 000

1800,000

s de

PB

-80,000

-60 000 renç

a

1200,000

1500,000

Gra

mas -60,000

-40,000

Dife

r

600,000

900,000

-20,000

0,000

300,000

1 2 3 4 5 6 7 8 90,000

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Meses de lactaçao

Exigencia PB PB ingerida Diferença Prof. Dr. André Mendes JorgePrrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

M I N E R A I SM I N E R A I S

M t ã 20 d C 15 d P20 d C 15 d P-Manutenção: 20 de Ca e 15 de P20 de Ca e 15 de P

6 d C /lit d l it-6g de Ca/litro de leite

2 5 d P/lit d l it-2,5g de P/litro de leite

R l ã 2 1-Relação 2:1

P í d 45 d C 45 d P-Período seco: 45g de Ca e 45g de P

(Zicarelli, 1990 e Campanile, 2006)Prof. Dr. André Mendes JorgePrrofa. Dra. Cristiana Andrighetto

OBRIGADO pela A !Atenção!

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