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ASSOCIAÇÃO ESCOLA LOUIS BRAILLE ESCOLA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL LOUIS BRAILLE

FUNDADA EM 10/06/1952

Reconhecida pelo Sr. Secretário de Educação e Cultura em 13/10/1977

STCAS 101146 - COE Parecer nº 216/77 CEE Cons. Estadual de Educação matr. nº 276001

CNAS.59.164/65 Cert. de Ent. de Fins Filantrópicos processo nº 440066.005388/2000-42

Rua Andrade Neves, 3084 CEP:96020-080 FAX:( 0xx53) 3222-1474

CNPJ: 92236249/0001-19 PELOTAS RS - BRASIL

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OLHE VOCÊ TAMBÉM COM O CORAÇÃO !

ASSOCIAÇÃO ESCOLA LOUIS BRAILLE

PROJETO LUZ NA ESCURIDÃO Ensino da prática fotográfica para alunos cegos e de baixa visão

PELOTAS

2015








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INTRODUÇÂO

O projeto Luz na Escuridão foi criado em 2014 com o intuito de promover o

ensino da prática fotográfica a alunos cegos ou com baixa visão, que frequentam a

Associação Escola Louis Braille de Pelotas. O projeto trata-se de uma inovação na

relação de pessoas com deficiência visual com a construção de imagens, tão

vinculada ao sentido da visão.

Partindo do princípio de que o aluno também é detentor de conhecimento,

cabe ao professor utilizar as melhores ferramentas para promover esta troca de

conhecimentos. Mas e quando o aluno possui uma limitação, como os deficientes

visuais? Como desenvolver práticas com o aluno cego e ou de baixa visão numa

aula de fotografia? Que ferramentas utilizar? Como o docente se coloca no lugar do

aluno? Que alternativas explorar?

Estas questões foram um desafio na forma de ensinar a fotografia aos alunos

com deficiência visual. Por outro lado, acreditando que ver e olhar são muito mais

do que simplesmente abrir os olhos, explorou-se outras formas de enxergar,

possibilitando novas percepções.

OBJETIVOS

Objetivo geral

Reconhecer a prática fotográfica como possibilidade aos alunos cegos ou

com baixa visão da Associação Escola Louis Braille de Pelotas.

Objetivos específicos

Desenvolver uma nova percepção de mundo a partir dos ensaios

fotográficos;








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Promover a inclusão social a partir da participação coletiva e individual dos

alunos;

Ampliar o acesso ao conhecimento.

JUSTIFICATIVA

Breve Histórico do município

A primeira referência histórica de Pelotas foi com o surgimento do

município, data de junho de 1758, através da doação que Gomes Freire de Andrade,

Conde de Bobadela, fez ao Coronel Thomaz Luiz Osório, das terras que ficavam às

margens da Lagoa dos Patos. Fugindo da invasão espanhola, em 1763, muitos dos

habitantes da Vila de Rio Grande buscaram refúgio nas terras pertencentes a

Thomaz Luiz Osório. A eles vieram juntar-se os retirantes da Colônia do

Sacramento, entregue pelos portugueses aos espanhóis em 1777, cumprindo o

tratado de Santo Ildefonso assinado entre os dois países.

Em 1780, o português José Pinto Martins, que abandonara o Ceará em

consequência da seca, funda ás margens do Arroio Pelotas a primeira charqueada.

A prosperidade do estabelecimento, favorecida pela localização, estimulou a

criação de outras charqueadas e o crescimento da região, dando origem à povoação

que demarcaria o início da cidade de Pelotas.

A Freguesia de São Francisco de Paula, fundada em 07 de julho de 1812

por iniciativa do padre Pedro Pereira de Mesquita, foi elevada à categoria de Vila

em 07 de abril de 1832. Três anos depois o Presidente da Província, Antônio

Rodrigues Fernandes Braga, outorgou à Vila os foros de cidade, com o nome de

Pelotas, sugestão dada pelo Deputado Francisco Xavier Pereira. O nome originou-

se das embarcações de varas de corticeira forradas de couro, usadas para a

travessia dos rios na época das charqueadas. A grande expansão das charqueadas

fez com que Pelotas fosse considerada a verdadeira capital econômica da província,

vindo a se envolver em todas as grandes causas cívicas. Pelotas tem a segunda

maior concentração de curtumes do Estado e uma das maiores capacidades

curtidoras de couro e peles do Brasil.

O município tem tradição na cultura do pêssego e aspargo. A produção

do leite é o grande destaque na pecuária, constituindo a maior bacia leiteira do








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Estado. Pelotas apresenta um comércio ágil e diversificado com serviços

especializados e empresas de pequeno, médio e grande porte. Atualmente, o

município de Pelotas localiza-se em uma área geográfica de 1.921.80 Km²,

possuindo 327.778 habitantes (censo 2010). A distribuição da população é de

93,26% habitantes na zona urbana. Pelotas está localizada na Encosta do Sudeste,

às margens do Canal São Gonçalo, o que confere ao município a tarefa de

preservação desta riqueza natural.

A história do Passado entrelaçada com a história do presente ...

Passados tantos anos de história, trazemos os resultados do Censo 2010,

que aponta um número expressivo de 6,5 milhões de pessoas com deficiência

visual no Brasil, o que torna este público alvo de vulnerabilidade social. Este

dado deve ser levado em consideração, em especial quando observamos a

deficiência visual como a de maior incidência na população brasileira. (Fonte:

Relatório Anual de Atividades/2012 – Fundação Dorina Nowill- São Paulo)

Para tanto, a Associação Escola Louis Braille, situada no município de

Pelotas/RS, tem sua história entrelaçada com a da cidade de Pelotas desde

1952, onde foi iniciada em uma sala da Biblioteca Pública Municipal de Pelotas

e atualmente situa-se em endereço próprio, conforme figura.

Figura 1: Fachada principal da escola

Em 2012, o grande destaque e desafio da Associação Louis Braille foi à

implantação do Centro de Reabilitação Visual Louis Braille, voltado unicamente








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para serviços de reabilitação para as pessoas com deficiência visual, ampliando

a trajetória iniciada em 10/06/1952. Aos poucos, esse novo desafio, solicita

novos caminhos para novos projetos, projetando um futuro mais confiante,

acreditando nas possibilidades de uma Inclusão para todos, sem exclusões

sociais, a partir de acesso ao que é de direito de todos. Atualmente, o Centro de

Reabilitação Visual Louis Braille de Pelotas desenvolve ações e projetos a

pessoas e alunos com deficiência visual para vinte e oito municípios da região

sul do RS e já passaram por este espaço cerca de 580 reabilitandos da região

sul do Rio Grande do Sul.

Figura 2: área de abrangência








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Figura 3: fachada do Centro de Reabilitação Visual – entrada paralela

Em 2014, a Associação Escola Louis Braille (re) ordena suas atividades a

partir do novo perfil da inclusão escolar, criando mais um espaço para o

desenvolvimento de estratégias pedagógicas específicas aos alunos que já

estão incluidos nas escolas e ou universidades, nascendo então o Centro de

Atendimento Educacional Especializado.

Com isso, a Associação atende a área de reabilitação, a área da educação

e a área da inclusão escolar.

Dentro dessa perspectiva, sabemos que a cada dia, alunos com todos os

tipos de deficiência chegam às escolas e as universidades desafiando a capacidade

dos educadores de se reconstruir. Assim, a inclusão tem tornado-se cada vez mais

um tema cotidiano, promovendo acesso as práticas desafiadoras vistas até então

como impossíveis,de maneira que possibilita uma nova percepção de mundo e uma

recolocação na sociedade, de forma que as diferenças, façam com que os alunos

superem seus limites.

A partir da concepção o ensino da fotografia é mais uma forma de romper

barreiras e apresentar aos alunos novas formas de ver e olhar o mundo, além de

vivenciar o cotidiano com outra percepção.








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METODOLOGIA

Para a realização do projeto a escola conta com um professor convidado,

Nauro Cardoso Machado Júnior, formado em Filosofia pela Universidade Federal

de Pelotas (UFPel) e pós-graduando em Docência no Ensino Superior pela

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS), e fotojornalista há

25 anos, com um currículo que inclui grandes coberturas jornalísticas e diversos

reconhecimentos vindos em forma de prêmios.

A primeira turma do curso foi organizada em outubro de 2014, com 15 alunos

da Instituição. Dentre as metodologias utilizadas, são montadas estratégias e

métodos de ensino da fotografia, técnicas de enquadramentos e percepção, para

que os alunos se comuniquem com as pessoas ao seu redor através de imagens

que, mesmo não chegando aos seus olhos, são construídas por seus próprios

pensamentos. As aulas acontecem uma vez por semana, em ambiente interno e

externo.

O instrutor parte do princípio de que as imagens não são criadas pelos olhos

e, sim, pelo cérebro, portanto estimulam-se outros sentidos: tato, olfato, audição e

paladar.

RESULTADOS OBTIDOS

Depois de dois meses de aula a primeira turma estava formada e as imagens

captadas durante o curso foram expostas em uma galeria de arte da cidade. Além

disso, a exposição já passou pela Sociedade Científica Sigmund Freud e hoje é

permanente na Escola Louis Braille, apresentando as fotografias produzidas pelos

alunos.

O resultado do trabalho dos alunos com deficiência visual chamou a atenção

de veículos de comunicação do centro do País, que se interessaram pelo assunto

e vieram conhecer o curso. O projeto foi destaque nacional no Programa “Como

Será?”, da jornalista Sanda Anemberg da rede Globo , conforme link

http://redeglobo.globo.com/como-sera/noticia/2015/03/fotografo-cria-

http://redeglobo.globo.com/como-sera/noticia/2015/03/fotografo-cria-curso-para-deficientes-visuais-em-pelotas-rio-grande-do-sul.html








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curso-para-deficientes-visuais-em-pelotas-rio-grande-do-sul.html, além de

receber ampla divulgação em outros meios de comunicação.

Isto serviu para diminuir o preconceito e estimular outros professores e até

mesmo outros alunos com deficiência visual a experimentarem aquilo que até então

lhes parecia impossível. Um docente que não tem medo de enxergar além do óbvio

pode conseguir com que uma pessoa cega construa imagens de seu próprio

cotidiano, através da fotografia.

http://redeglobo.globo.com/como-sera/noticia/2015/03/fotografo-cria-curso-para-deficientes-visuais-em-pelotas-rio-grande-do-sul.html








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Anexos – Fotos aulas e exposição








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