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MARIA LUCY FRAGA TEDESCO AUDIOMETRIA VERBAL: TESTE DICÓTICO CONSOANTE- VOGAL EM ESCOLARES DE 7 a 12 ANOS DE IDADE Tese apresentada à UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA, para obtenção do Título de Mestre em Ciências dos Distúrbios da Comunicação Humana: Campo Fonoaudiológico. São Paulo 1995

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MARIA LUCY FRAGA TEDESCO

AUDIOMETRIA VERBAL: TESTE DICÓTICO CONSOANTE-

VOGAL EM ESCOLARES DE 7 a 12 ANOS DE IDADE

Tese apresentada à UNIVERSIDADE FEDERAL

DE SÃO PAULO - ESCOLA PAULISTA DE

MEDICINA, para obtenção do Título de Mestre

em Ciências dos Distúrbios da Comunicação

Humana: Campo Fonoaudiológico.

São Paulo

1995

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TEDESCO, Maria Lucy Fraga. Audiometria verbal: teste dicótico consoante-vogal em escolares de 7 a 12 anos de idade. São Paulo, 1995. 121p. [Tese/(Mestre) - Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina].

Percepção auditiva / Audição / Audiometria de fala

NLMC - WV 272

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COORDENADOR

Prof. Dr. Raymundo Manno Vieira

Professor Titular e Chefe do Departamento de

Otorrinolaringologia / Distúrbios da Comunicação Humana

da Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de

Medicina.

ORIENTADOR

Profa. Dra. Alda Christina L. Carvalho Borges

Professora Adjunto da Disciplina de Distúrbios da Audição

do Departamento de Otorrinolaringologia / Distúrbios da

Comunicação Humana da Universidade Federal de São

Paulo - Escola Paulista de Medicina.

CO-ORIENTADOR

Profa. Dra. Liliane Desgualdo Pereira

Professora Adjunto da Disciplina de Distúrbios da Audição

do Departamento de Otorrinolaringologia / Distúrbios da

Comunicação Humana da Universidade Federal de São

Paulo - Escola Paulista de Medicina.

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Ao meu pai, Constantino,

por ter me ensinado a vida...

À minha mãe, Lucy,

por ter me ensinado a fé...

Ao Carlos e aos meus filhos, Marina e Caio,

por terem me ensinado o amor...

Aos meus irmãos, Bernadete, Constantino e Marcelo,

por terem me ensinado a amizade...

À minha cunhada e amiga, Elisa,

por ter me ensinado a perseverança...

... dedico este trabalho

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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

Ao Carlos, por me acompanhar em mais esta etapa dando “apoio e refúgio” nas

horas em que mais precisei.

Aos meus filhos, Caio e Marina, pelo auxílio na utilização do computador e pelo

incentivo constante.

À minha mãe, Lucy, e aos meus segundos pais, Ernesto e Vilma, cuja ajuda foi

imprescindível na realização deste trabalho.

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AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Raymundo Manno Vieira, por sua dedicação à Fonoaudiologia.

À Profa. Dra Alda Christina de Carvalho Borges, pela dedicação na orientação

desta pesquisa, por sua compreensão diante das dificuldades encontradas, pelo apoio e

incentivo à minha formação científica, por sua amizade.

À Profa. Dra. Liliane Desgualdo Pereira, por sua dedicação à pesquisa, pela

empolgação e paciência com que me orientou, por sua disposição em repartir seus

conhecimentos, por sua amizade e incentivo constante.

Aos alunos do Centro Educacional Júlio Pereira Lopes e Liceu Santa Cruz, pela

colaboração preciosa e indispensável na realização deste trabalho.

À fonoaudióloga Maria Cecília Martinelli Iório, pelo auxílio prestado na

realização deste trabalho e pelo incentivo constante.

Às fonoaudiólogas Maria Lúcia B. T. Bethancourt, Maria Francisca C. dos Santos,

Nancy Motta Ferraz e Haydee B. L. Zamperlini, pela amizade, pelo espírito incentivador

e pelo auxílio prestado na elaboração deste trabalho.

Às fonoaudiólogas Marisa M. B. Gargantine, Maria Helena Mourão e Heloisa O.

Macedo, pela amizade e pelo apoio presente em todos os momentos.

Às Faculdades Integradas São Camilo pelo empréstimo do equipamento utilizado

na triagem audiológica.

Ao Centro Educacional Júlio Pereira Lopes, pelo incentivo à pesquisa e à diretora

Nilza S. Ferreira, à coordenadora pedagógica Lilian L. do Amaral, à funcionária Lourdes

Bortolatto e às professoras de 1ª a 6ª séries, pelo auxílio na realização deste trabalho.

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Às fonoaudiólogas Adriana Vilas Boas, Andréa M. Baffi, Cristiane A. Pereira.

Inês C. Lourenço, Lúcia H. Schiavon, Luciana A. Ruas, Luciana M. Ferreira, Marcia

Cacace, Patrícia Torniero, Rita H. Silveira e Simone Ladeira, pela triagem audiológica

dos alunos do Centro Educacional Júlio Pereira Lopes.

Ao Liceu Santo Cruz, pelo carinho com que nos recebeu.

Às fonoaudiólogas Érica Longone, Maristela Costa, Andréa Dishtchekenian, Mary

O. Silva e ao otorrinolaringologista José Antônio Barberi, pela triagem audiológica dos

alunos do Liceu Santa Cruz.

À Siemens e a José A. Orlandi pelas medições do nível de intensidade a ser

utilizado no estudo.

À Widex pelo empréstimo do equipamento utilizado na triagem audiológica.

A Roberto L. Bohnstedt pela adaptação do fone TDH39 ao gravador.

A Marcos T. Maeda pelo tratamento estatístico dos dados.

A Valéria H. Acquilino pela digitação e composição das tabelas.

A Carlos A. Tedesco e a Ádila Pimentel Chaim, pela revisão sintática e

ortográfica.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo

auxílio financeiro na realização desta pesquisa.

Às minhas alunas do curso de Fonoaudiologia das Faculdades Integradas São

Camilo, pela compreensão de minhas falhas durante o período de realização deste

trabalho e pelo incentivo, meu carinho e amizade.

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 01

LITERATURA ........................................................................................................ 04

MATERIAL E MÉTODO ....................................................................................... 27

RESULTADOS ....................................................................................................... 35

COMENTÁRIOS .................................................................................................... 66

CONCLUSÃO ......................................................................................................... 108

RESUMO ................................................................................................................. 111

SUMMARY ............................................................................................................. 113

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 115

ANEXO I

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INTRODUÇÃO

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A avaliação audiológica para identificar disfunção auditiva do Sistema Nervoso

Central vem se desenvolvendo lentamente desde os meados dos anos 50. Este desafio

despertou o interesse de numerosos pesquisadores, porém a complexidade do Sistema

Nervoso Auditivo Central dificultou estes trabalhos. Além disto, os efeitos das desordens

do Sistema Nervoso Auditivo Central são muito sutis e os resultados dos testes podem ser

muito variáveis. Apesar destas dificuldades, o interesse nesta avaliação continua

existindo e, na literatura especializada, encontramos trabalhos mostrando a eficácia tanto

dos testes comportamentais como dos eletrofisiológicos na identificação de desordens do

processamento auditivo central.

A tarefa de estimulação dicótica, que consiste na apresentação simultânea de um

estímulo auditivo diferente para cada orelha, foi introduzida por BROADBENT em 1954,

e apresenta múltiplas possibilidades de aplicação na delimitação da especialização

hemisférica para funções verbais. Os testes de escuta dicótica tem aumentado sua

popularidade tanto em pesquisa como em uso clínico nos últimos anos. A diferença entre

os acertos das duas orelhas ou “vantagem de orelha” tem sido usada como base para

inferir quanto à direção ou grau de lateralização, natureza dos mecanismos de percepção

auditiva e presença de alterações do lobo temporal.

Alterações do processamento auditivo central começam a ser consideradas

importantes etiologias para distúrbios de aprendizagem. A ênfase atual em testar a função

auditiva central, em crianças com distúrbio de aprendizagem, tem crescido devido à

necessidade de identificar prejuízos no mecanismo da audição que possam estar

interferindo no trabalho acadêmico.

A investigação da atenção seletiva avalia a capacidade de selecionar um entre dois

estímulos verbais diferentes apresentados simultaneamente um em cada orelha, e pode

auxiliar na detecção de distúrbio de aprendizagem resultante de problema de atenção

auditiva, auxiliando na escolha das condutas terapêuticas adequadas.

O objetivo que delineou este trabalho foi o de investigar, em escolares de 7 a 12

anos de idade, as respostas comportamentais obtidas no Teste Dicótico Consoante-Vogal

considerando as variáveis sexo e faixa etária.

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Esperamos com este estudo poder contribuir para a obtenção de dados normativos

na aplicação do Teste Dicótico Consoante-Vogal em crianças de 7 a 12 anos de idade,

possibilitando o uso deste importante instrumento diagnóstico na rotina clínica.

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LITERATURA

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No resumo da literatura contido neste capítulo foram incluídos apenas os trabalhos

relacionados ao tema deste estudo, seguindo uma ordem cronológica de apresentação.

BROADBENT (1954) foi o primeiro a relatar que quando estímulos sonoros são

apresentados simultaneamente às duas orelhas, estes são mais corretamente processados

na orelha direita. Propôs, pela primeira vez, a utilização de estímulo dicótico para a

avaliação da atenção.

KIMURA (1961ab) foi quem primeiro associou a preferência de orelha direita, em

exposições simultâneas de mensagem nas duas orelhas, à especialização do hemisfério

esquerdo para linguagem. Estudando indivíduos com lesão do lobo temporal, identificou

a disfunção cerebral através de estimulação dicótica com estímulos verbais do tipo

dígitos. Mostrou que lesão unilateral do lobo temporal afeta o reconhecimento dos dígitos

apresentados à orelha contralateral à lesão, mas, quando o lobo esquerdo estava afetado,

observou resultados baixos bilateralmente. Propôs a teoria estrutural, baseada na

anatomia do sistema auditivo, para explicar o mecanismo neural da escuta dicótica. Ela

explicou sua teoria através de dois ítens: a via auditiva contralateral é mais eficiente que a

via ipsilateral e o hemisfério esquerdo é especializado na percepção da fala. Em situação

monoaural qualquer caminho é capaz de iniciar a função apropriada para permitir a

percepção do sinal de fala, entretanto, em situação dicótica, a via contralateral domina. O

grande número de elementos neurais na via contralateral pode resultar na supressão das

fibras ipsilaterais, em situação dicótica. Em indivíduos sem lesão, a orelha direita tendo

acesso direto ao hemisfério esquerdo, atua mais eficientemente que a esquerda, cujo canal

ipsilateral de acesso é obstruído pela competição dicótica. Este acesso preferencial é

responsável pela vantagem da orelha direita na percepção dicótica de estímulo verbal.

KIMURA (1963) estudou o aspecto desenvolvimental da lateralização da

linguagem e notou vantagem da orelha direita aos 4 anos de idade. Refere que a

lateralização da linguagem, normalmente, não está completa até o início da adolescência

ou término da infância pois, em seu estudo, as crianças mais velhas ainda demonstraram

uma menor superioridade da orelha direita que os adultos.

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DIRKS (1964) comparou a percepção de palavras em tarefa monoaural e dicótica

e a percepção de dígitos em tarefa dicótica, em adultos destros, com audição normal, na

faixa etária de 15 a 19 anos. Realizou o seu estudo utilizando um gravador acoplado a um

audiômetro em intensidade de 40dBNS. Na tarefa monoaural encontrou resultados

idênticos para as orelha direita e esquerda, porém, na tarefa dicótica, encontrou maior

número de acertos na orelha direita tanto para palavras como para dígitos. Ao utilizar

palavras encontrou 40,3% de acertos na orelha direita e 33,3% de acertos na orelha

esquerda quando impunha ao sujeito a repetição das duas palavras e 45% de acertos na

orelha direita e 41% na orelha esquerda quando o sujeito repetia apenas uma palavra.

Para dígitos encontrou 92,6% de acertos na orelha direita e 86,4% de acertos na orelha

esquerda.

SHANKWEILER & STUDDERT-KENNEDY (1966) foram os primeiros a usar

Consoante-Vogal em testes dicóticos. Compararam a identificação, em apresentação

dicótica, de pares de sílabas formadas pelas consoantes plosivas e a vogal “a” (pa, ta, ka,

ba, da, ga) com a de pares de vogais. Os resultados mostraram vantagem da orelha direita

para os dois tipos de estímulos mas com vantagem significantemente maior quando o

estímulo usado foi Consoante-Vogal. Este resultado sugere a existência de vários graus

de lateralização para formas diferentes de sons de fala.

OXBURY, OXBURY, GARDINER (1967) aplicaram o teste dicótico de dígitos

em um grupo de adultos destros com idade média de 30 anos. Os sujeitos repetiam os três

dígitos apresentados a uma orelha seguidos dos três apresentados à outra. O lado a ser

repetido primeiro era indicado ao sujeito depois que a série tinha sido apresentada e

variava ao acaso. O resultado indicou que a orelha que recebeu o material a ser repetido

primeiro apresentou maior número de acertos. Em um segundo experimento os

indivíduos deveriam repetir, de uma lista contínua de aproximadamente 100 dígitos, os

que chegassem à orelha direita ignorando os dígitos da orelha esquerda e vice-versa.

Através dos resultados tentam explicar que quando se usa repetição livre, o material da

orelha direita entra primeiro no sistema e isto faz com que seja repetido primeiramente.

Existe uma tendência da atenção para a orelha direita o que pode explicar a superioridade

desta orelha em tarefas de repetição livre em escuta dicótica.

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MORAY & O’BRIEN (1967) utilizaram duas formas de escuta seletiva em oito

estudantes universitários. A tarefa era detectar a presença de letras dentro de uma lista de

dígitos. Através de fones, duas mensagens eram apresentadas simultaneamente, uma para

cada orelha. O sujeito deveria apertar um botão com a sua mão direita quando escutasse a

letra na orelha direita e outro botão com a mão esquerda quando escutasse na orelha

esquerda. Utilizaram duas condições de atenção: atenção dividida (prestar atenção nas

duas orelhas e apertar o botão quando a letra aparecesse em qualquer orelha) e atenção

seletiva (apertar o botão só quando escutasse a letra na orelha direita descartando as que

escutasse na orelha esquerda e vice-versa). Os resultados indicaram igual nível de

detectabilidade nos 2 canais durante a etapa de atenção dividida pois quando dirige a

atenção para as 2 mensagens o ouvinte divide o tempo de atenção entre elas, então, ele

efetivamente escuta apenas metade de cada mensagem. Na atenção seletiva a

detectabilidade da orelha rejeitada diminui e o da orelha escolhida aumenta, porém, a

mensagem rejeitada é diminuída mas não bloqueada. Quando seleciona uma e rejeita a

outra, a divisão do tempo não ocorre e o indivíduo escuta a mensagem selecionada todo

tempo.

STUDDERT-KENNEDY & SHANKWEILER (1970) avaliaram 12 indivíduos

destros, de 18 a 26 anos, através de estimulação dicótica com estímulos verbais do tipo

Consoante-Vogal e com vogais. A vantagem da orelha direita foi significativamente

maior para as consoantes plosivas do que para as vogais. Para calcular a vantagem de

orelha utilizaram a fórmula (D-E / D+E x100) onde D indica acertos da orelha direita e E

acertos da orelha esquerda. Os autores concluíram que o hemisfério dominante é

especializado na extração de traços linguísticos dos parâmetros acústicos dos estímulos.

Na tentativa de explicar o resultado baixo, em teste dicótico, na orelha ipsilateral

relatado comumente em lesões do lobo temporal esquerdo mas não no direito, SPARKS,

GOODGLASS, NICKEL (1970) propuseram um modelo para os caminhos da fala

dicótica sugerindo áreas onde lesões podem causar uma redução na performance tanto da

orelha direita como da orelha esquerda. De acordo com o modelo, lesões afetando as

fibras do corpo caloso vindas do hemisfério direito poderiam ser responsáveis por

resultados similares àqueles de lesão do hemisfério direito, isto é, resultados reduzidos

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para a orelha esquerda mas não para a direita. Os pacientes com lesão do corpo caloso

apresentaram “extinção” da informação da orelha esquerda em situação de escuta

dicótica, porém, em situação monoaural isto era normal. Isto indica que em indivíduos

sem lesão neurológica o corpo caloso tem função importante na transmissão de

informação dicótica vinda da orelha esquerda. A informação verbal presente na orelha

esquerda, em situação de escuta dicótica, vai para o hemisfério direito e precisa

atravessar o corpo caloso para atingir o hemisfério esquerdo. Os estímulos da orelha

direita são projetados diretamente ao hemisfério esquerdo e não necessitam participação

do hemisfério oposto.

NAGAFUCHI (1970) aplicou um teste dicótico com palavras dissílabas e

trissílabas em 80 crianças com audição normal (10 meninos e 10 meninas em cada faixa

etária: 3, 4, 5 e 6) e em cinco adultos com idade média de 20 anos. Realizou o teste

utilizando um gravador acoplado a um audiômetro em várias intensidades (de 20 a 80

dBNS). Estudou o desenvolvimento da habilidade de separação dicótica (uma palavra em

cada orelha simultaneamente) e monoaural (duas palavras simultâneas na mesma orelha).

Os resultados demonstraram que a orelha direita reconheceu mais palavras que a orelha

esquerda na escuta dicótica, porém, na escuta monótica os resultados foram iguais para as

duas orelhas. A habilidade de separação monótica foi inferior à de separação dicótica em

todas as idades. A capacidade de separação dicótica e monótica melhorou com a idade e

as crianças de 6 anos apresentaram resultados semelhantes aos adultos. Não houve

diferença significante entre meninos e meninas. Utilizou a fórmula D-E (acertos na orelha

direita menos acertos na orelha esquerda) para verificar a vantagem de orelha e os

resultados variaram de 0 a 1,5 para ambos os sexos.

LOWE, CULLEN JR, BERLIN, THOMPSON, WILLETT (1970) fizeram

experimentos para determinar qual o melhor material para ser usado em testes de escuta

dicótica. Verificaram que usando material que começe com consoante plosiva fica mais

fácil determinar o início da fonação para que os estímulos tenham início simultâneo.

Compararam o teste dicótico usando sílabas formadas por uma consoante plosiva mais a

vogal /a/ ou /i/ e não encontraram diferença em função da vogal empregada. Os sujeitos

repetiram um maior número de consoantes surdas que sonoras porém a maior

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contribuição para esta diferença estava nos pares diferenciados apenas pelo traço de

sonoridade.

KINSBOURNE (1970) propôs a teoria funcional da atenção para explicar a

vantagem da orelha direita durante escuta dicótica. Ele teorizou que durante atividade

cognitiva que é lateralizada para um hemisfério o indivíduo dirige a atenção para o lado

contralateral do espaço. Desta forma ao escutar material linguístico, a atenção do

indivíduo é dirigida para o lado direito do espaço e o inverso é verdadeiro para estímulos

não linguísticos.

LING (1971) para determinar a lateralidade cerebral para fala e linguagem aplicou

o teste dicótico de dígitos em 19 crianças com audição normal entre 6 e 14 anos com

tarefa de integração binaural (repetir todos os dígitos). Utilizou gravador e fones para a

testagem e uma intensidade de 55dBNPS em ambos os fones. Os resultados indicaram

predomínio da orelha direita (82,5% de acertos na orelha direita e 76,3% de acertos na

orelha esquerda).

ROESER & JOHNS (1972) estudaram a influência do nível de intensidade de

apresentação dos estímulos no predomínio da orelha direita. Avaliou 32 indivíduos

destros, com audição normal e com idade variando entre 19 e 51 anos, sendo 15 homens

e 17 mulheres. O teste foi dividido em 4 etapas: na 1ª o teste foi apresentado a 10dBNS,

na 2ª a 30dBNS, na 3ª a 50dBNS e na 4ª a 70dBNS (tendo como referência o limiar de

recepção de fala - SRT). Utilizou um gravador acoplado a um audiômetro para a

realização do teste. Os resultados mostraram uma tendência de errar mais na intensidade

de 10dBNS, predomínio da orelha direita em todas as intensidades e este predomínio não

diferiu significantemente em função da intensidade usada.

BERLIN, LOWE-BELL, JANNETTA, KLINE (1972) compararam os resultados

obtidos no teste dicótico Consoante-Vogal com início simultâneo e não simultâneo em

100 indivíduos com audição normal. Duas sílabas Consoante-Vogal foram apresentadas

em competição, uma em cada orelha. Primeiro as sílabas foram apresentadas

simultaneamente e depois com um tempo de atraso de 15, 30, 60 e 90 mseg. O teste foi

realizado em uma intensidade de 78 dBNPS e o indivíduo deveria marcar as duas sílabas

ouvidas. Os resultados mostraram vantagem de orelha direita quando o início dos dois

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estímulos foi simultâneo. Com separação de 30 a 90 mseg entre o início de um estímulo e

o início de outro, apareceu o “lag-effect”, isto é, o indivíduo percebe melhor o estímulo

mais atrasado.

BERLIN, LOWE-BELL, CULLEN JR, THOMPSON (1973) estudaram a

quantidade de tempo, separando o início de cada mensagem, necessária para superar a

vantagem da orelha direita. Avaliaram 12 jovens do sexo feminino com audição normal,

utilizando o Teste Dicótico Consoante-Vogal com separação entre o início dos dois

estímulos de 0, 30, 60, 90, 180, 250 e 500 mseg. Os resultados indicaram vantagem de

orelha direita na apresentação simultânea, com separação de 15 e 30 mseg a

inteligibilidade da orelha que recebe o estímulo que inicia primeiro cai, e a

inteligibilidade em ambas as orelhas aumenta acima de 30 mseg de separação.

BERLIN, HUGHES, LOWE-BELL, BERLIN (1973), com a finalidade de estudar

a vantagem de orelha em crianças, aplicaram o teste dicótico Consoante-Vogal em 150

crianças destras com audição normal. A idade das crianças variou de 5 a 13 anos, sendo

15 meninos e 15 meninas em cada faixa etária (5, 7, 9, 11, 13). Utilizou para o estudo

gravador com fones em uma intensidade de 78dBNS em ambos os fones. A criança, ao

escutar as sílabas apresentadas de forma dicótica e simultânea, deveria repetir ou escrever

as duas sílabas. Analisando os resultados encontraram vantagem da orelha direita em

todas as faixas etárias e esta vantagem não variou com o sexo e nem com o aumento da

idade. O número de respostas corretas duplas aumenta com a idade. Observaram que o

que aumenta com a idade é a “capacidade” do hemisfério esquerdo (precisão, conteúdo

fonético, natureza dos erros).

WITELSON & PALLIE (1973) obtiveram medidas anatômicas da área de

linguagem no lobo temporal superior, para os hemisfério esquerdo e direito, em um grupo

de 14 recém-nascidos e 16 adultos. A área estudada esquerda foi significantemente maior

tanto no recém-nascido como no adulto. Isto sugere que assimetria anatômica está

presente antes que qualquer efeito ambiental, como aprendizagem de linguagem e

preferência manual, estejam presentes e pode, mais tarde, ser um importante fator do

típico padrão de lateralização da linguagem para o hemisfério esquerdo encontrado na

maioria dos adultos. Além disso, seus achados sugerem que esta assimetria neonatal

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indica que a criança nasce com a “capacidade biologicamente programada para processar

estímulos de fala”.

DOYLE (1973) estudou o desenvolvimento da atenção seletiva através de uma

tarefa de reconhecimento de palavras em que 108 crianças, nas faixas etárias de 8, 11 e

14 anos, deveriam repetir uma lista de palavras emitidas por uma certa voz, não

prestando atenção nas palavras emitidas por outra voz. Não refere se a tarefa era dicótica

ou monótica. Os resultados indicaram que a capacidade de focar a atenção melhora com a

idade e que a “intrusão” da mensagem distrativa durante a tarefa de seleção decresce

conforme a idade aumenta.

PAPCUN, KEASHEN, TERBEEK, REMINGTON, HARSHMAN(1974)

observaram que o hemisfério esquerdo é especializado no processamento sequencial das

partes da qual o estímulo é composto. Linguagem é lateralizada para o hemisfério

esquerdo devido a sua dependência das partes segmentares. Esta dependência caracteriza

a percepção de linguagem como diferente da maioria das outras percepções humanas.

DORMAN & GEFFNER (1974) aplicaram o teste dicótico Consoante-Vogal para

verificar os efeitos da raça e do nível sócio-econômico na vantagem de orelha direita, em

crianças de 6 anos de idade, das raças branca e negra, de nível sócio-econômico baixo e

médio. Utilizaram gravador e fones para os testes porém não referiram a intensidade

utilizada. Utilizaram a atenção livre, isto é, a criança repetia apenas 1 sílaba qualquer das

duas ouvidas simultaneamente. Para um total de 60 pares de sílabas as crianças

apresentaram as seguintes médias calculadas para o número de sílabas corretas: 35,00 à

esquerda e 42,92 à direita para as crianças negras de nível sócio-econômico baixo; 34,76

à esquerda e 44,86 à direita para as crianças negras de nível sócio-econômico médio;

41,46 à esquerda e 47,87 à direita para as crianças brancas de nível sócio-econômico

baixo e 33,61 à esquerda e 48,38 à direita para as crianças brancas de nível sócio-

econômico médio. Para calcular a vantagem de orelha utilizou a fórmula (D-E / D+E x

100) onde D significa acertos à direita e E acertos à esquerda, e encontrou valores entre

0,02% e 16,72% para a vantagem de orelha. Os resultados indicaram que todos os grupos

de crianças de 6 anos apresentaram vantagem da orelha direita e que não houve diferença

significante entre raça e nível sócio-econômico. A variável sexo não foi estudada.

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GEFFNER & DORMAN (1976) utilizando o teste dicótico Consoante-Vogal,

avaliaram 44 crianças de 4 anos de idade sendo 21 de nível sócio-econômico baixo (9

meninos e 12 meninas), e 23 de nível sócio-econômico médio (11 meninos e 12

meninas). Todas as crianças eram destras e tinham audição normal. Utilizaram a atenção

livre onde as crianças repetiam apenas uma das duas sílabas ouvidas. Utilizou a fórmula

(D-E / D+E x 100), onde D significa acertos à direita e E acertos à esquerda, para

calcular a vantagem de orelha, e obteve 12,00% para as crianças do sexo masculino e de

nível sócio-econômico médio; 12,53% para as crianças do sexo masculino de nível sócio-

econômico baixo; 0,60% e -0,83% para as crianças do sexo feminino de nível sócio-

econômico médio e baixo respectivamente. Os resultados indicaram diferença

significante entre os sexos: vantagem da orelha direita para as crianças do sexo

masculino tanto de nível sócio-econômico médio com baixo e ausência de vantagem da

orelha direita entre as meninas tanto de nível sócio-econômico médio como baixo.

MILLAY, ROESER, GODFREY (1977), com o objetivo de verificar se a prática

altera os resultados do Teste Dicótico Consoante-Vogal, avaliaram 8 mulheres com idade

média de 26,6 anos, por 8 sessões semanais. Utilizaram duas condições de respostas:

marcar as duas sílabas, mesmo que tivesse que adivinhar quando necessário; marcar

apenas a sílaba que lhe parecesse mais clara. Todos os sujeitos tinham audição normal e

eram destros. O teste foi realizado com a ajuda de um gravador e fones TDH 39 em

intensidade de 75dBNPS em ambos os fones. Os sujeitos obtiveram em média 89% de

acertos (orelha direita + orelha esquerda) na condição de resposta que exigia mostrar

apenas uma sílaba e 67% de acertos (orelha direita + orelha esquerda) na condição de

resposta que exigia mostrar as duas sílabas. A análise de variância mostrou não existir

diferença sgnificante entre as respostas das várias sessões, o que significa que a prática

não melhora os resultados do Teste Dicótico Consoante-Vogal.

HYND & OBRZUT (1977) avaliaram 160 crianças, sendo 20 do sexo masculino e

20 do sexo feminino em cada faixa etária (6, 8, 10 e 12 anos), com o objetivo de verificar

a vantagem de orelha durante escuta dicótica segundo as variáveis sexo e faixa etária.

Aplicaram o Teste Dicótico Consoante-Vogal através de gravador e fones em intensidade

de 40dB (não refere o nível). As crianças deveriam repetir a sílaba ouvida. Encontraram

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vantagem da orelha direita significante em todas as idades para os dois sexos. Para um

total de 30 sílabas o número de acertos na orelha direita variou de 12,30 a 14,55 e o da

orelha esquerda de 11,30 a 13,00, e não tiveram aumento significante com a idade. Não

houve diferença entre os sexos quanto ao número de acertos da orelha direita e da orelha

esquerda.

GEFFEN & SEXTON (1978), para examinar o papel da atenção no processo de

informação, utilizando escuta dicótica de palavras, pediram para crianças de 7 a 10 anos

dividirem sua atenção entre dois estímulos falados simultaneamente às duas orelhas ou

focar a atenção no estímulo apresentado a uma determinada orelha rejeitando o da orelha

oposta. Estes autores observaram um aumento na eficiência da atenção, tanto focada

como dividida, com a idade, e que a capacidade de focar a atenção se desenvolve mais

que a de dividir a atenção entre 7 e 10 anos de idade. A resistência à distração causada

por um estímulo que é para ser ignorado manteve-se constante entre 7 e 10 anos. Na

atenção dividida encontraram vantagem de orelha direita que se manteve constante nos

dois grupos. Não houve diferença quanto ao sexo. Concluíram que a eficiência em

atenção seletiva mostrou grande melhora com o aumento da idade e que a aprendizagem

perceptual toma lugar envolvendo um aumento na discriminação entre estímulos

relevantes e irrelevantes.

TOBEY, CULLEN JR, RAMPP, FLEISCHER-GALLAGHER (1979) avaliaram

crianças destras com audição normal através do Teste Dicótico Consoante-Vogal com o

objetivo de verificar a vantagem de orelha quando os dois estímulos iniciam em tempos

diferentes. Utilizaram como forma de resposta a repetição forçada das duas sílabas. Em

crianças sem distúrbio de aprendizagem, observaram presença de vantagem da orelha

direita quando o início das sílabas era simultâneo. Em condições em que o início dos

estímulos era separada por 30, 90 e 150 mseg, encontraram melhor identificação para o

estímulo mais atrasado. Entretanto, conforme a separação dos estímulos aumentava, a

identificação do estímulo anterior e posterior se igualava.

GEFFEN & WALE (1979) estudaram a interação entre lateralidade e atenção

seletiva através de tarefa de escuta dicótica com dígitos em crianças de 7 e 9 anos.

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Encontraram vantagem de orelha direita que se manteve constante entre 7 e 9 anos. Neste

estudo, crianças de 7 e 9 anos mostraram controle insuficiente da atenção e responderam

em termos de sua assimetria perceptual involuntária, isto é, quando solicitadas a

responder aos estímulos da orelha esquerda, responderam mais aos da orelha direita.

Concluiram que a atenção seletiva pode compensar a assimetria perceptual involuntária.

A habilidade de superar a vantagem da orelha direita aumenta com a idade: crianças mais

novas respondem em termos de sua assimetria perceptual enquanto crianças mais velhas

conseguem dirigir a atenção.

BAKKER, HOEFKENS, VLUGT (1979) fizeram um estudo longitudinal em

criancas de 5 a 12 anos com o objetivo de investigar o desenvolvimento de assimetria de

orelha. Realizaram este estudo com 55 crianças e aplicaram o teste dicótico de dígitos por

quatro vezes entre as idade de 5 a 12 anos. Os resultados indicaram presença de

vantagem de orelha direita durante todo o tempo. Não encontraram diferença quanto ao

sexo e quanto à faixa etária.

HISCOCK & KINSBOURNE (1980) administraram uma tarefa de escuta seletiva

a 155 crianças na faixa etária de 3 a 12 anos, sendo 74 do sexo feminino e 81 do sexo

masculino. Utilizaram o teste dicótico com dígitos desde pares de 1 dígito até pares de 4

dígitos. Todas as crianças eram destras e tinham audição normal. O teste era composto de

72 pares de dígitos e a criança deveria repetir os dígitos que ouvisse em uma orelha nos

primeiros 36 pares e o que ouvisse na outra nos 36 pares restantes, sendo que metade das

crianças iniciaram com a orelha direita e metade com a orelha esquerda. Realizaram o

teste utilizando um gravador e fones numa intensidade de 65dBNPS. Para avaliar a

vantagem de orelha utilizaram a fórmula D-E onde D significa acertos à direita e E

acertos à esquerda. As crianças que focaram a atenção primeiro na orelha esquerda

obtiveram um valor médio de D-E de 1,42 (±7,00), as que focaram a atenção primeiro na

orelha direita, um valor de 9,71 (±10,51). Os resultados indicaram presença de vantagem

da orelha direita sem mudança do grau de assimetria com o aumento da idade

confirmando a hipótese de invariância da lateralização cerebral. A ordem em que as

orelhas são monitoradas influencia a vantagem de orelha: quando o teste começa pela

orelha esquerda diminui a vantagem da orelha direita, isto é, crianças de 3 a 12 anos tem

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dificuldade de mudar a atenção da orelha direita para a orelha esquerda. Não houve

diferença entre o sexo feminino e masculino quanto ao grau de assimetria. Existe uma

melhora na performance geral com o aumento da idade, as crianças mais velhas se saem

melhor quando o número de dígitos por par vai aumentando.

TENG (1981) realizou um estudo comparativo em 51 indivíduos destros, sendo 17

do sexo masculino e 34 do sexo feminino, avaliando a reaplicabilidade do teste de escuta

dicótica para diferentes estímulos verbais (palavras, dígitos e sílabas Consoante-Vogal).

A autora concluiu que o teste tem pouco valor previsível em comparação ao reteste,

porém os estímulos verbais do tipo Consoante-Vogal foram os de maior concordância

entre o teste o resteste. As sílabas competitivas diferem apenas na consoante inicial e o

simples desvio da atenção para uma orelha em particular, não faz a sílaba desta orelha

parecer fácil de identificar.

KOOMAR & CERMAK (1981) compararam os resultados obtidos no teste

dicótico Consoante-Vogal e de dígitos em crianças normais e com desordem de

aprendizagem. Avaliaram 30 crianças sem desordem de aprendizagem, sendo 28 destras e

2 sinistras, 7 do sexo feminino e 23 do sexo masculino, na faixa etária de 7 a 10 anos. O

teste dicótico Consoante-Vogal foi aplicado através de um gravador acoplado a um

audiômetro de dois canais em intensidade de 74dBNPS. Utilizaram 60 pares de

Consoante-Vogal e a resposta exigida da criança era repetir a sílaba mais audível. A

porcentagem média de acertos na orelha direita foi de 28,8% (±7,5), a de acertos na

orelha esquerdo foi de 18,3% (±5,5), a porcentagem total de acertos foi de 78% (±6).

Calcularam a vantagem de orelha através da fórmula D/E onde D significa acertos da

orelha direita e E acertos da orelha esquerda e econtraram um valor médio de 1,86

(±1,12), 83% das crianças mostraram vantagem da orelha direita, 17% vantagem da

orelha esquerda e nenhuma criança apresentou ausência de vantagem de orelha. Estes

resultados indicaram presença de vantagem da orelha direita e que essa vantagem é maior

para Consoante-Vogal que para dígitos. O Teste Dicótico Consoante-Vogal mede

habilidade com maturação precoce, não muda depois de 4 anos, enquanto o teste com

dígitos mede habilidades que amadurecem mais tardiamente mostrando diferença entre 4

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12 anos. Verificaram que o Teste Dicótico Consoante-Vogal é mais confiável que o de

dígitos em retestes. Não compararam sexo e faixa etária.

BRYDEN, MUNHALL, ALLARD (1983) fizeram um estudo para investigar o

efeito da instrução de atenção na performance de escuta dicótica pois desconfiavam de

que a magnitude do efeito da lateralidade poderia ser devido à forma com que os

indivíduos focam sua atenção. Aplicaram o Teste Dicótico Consoante-Vogal em 16

universitários destros com audição normal, sendo que 8 eram do sexo masculino e 8 do

sexo feminino. Utilizaram 60 pares de Consoante-Vogal para cada uma das quatro

condições de resposta: repetir obrigatoriamente as duas sílabas, repetir as duas sílabas

porém uma só era exigida, repetir as sílabas da orelha direita e repetir as sílabas da orelha

esquerda. A ordem das atenções era contrabalanceada com os indivíduos. Na condição de

repetição obrigatória das duas sílabas encontraram em média 39,94% de acertos na orelha

esquerda 45,31% de acertos na orelha direita perfazendo um número total de acertos de

85,25%. Na condição de repetição de qualquer sílaba encontraram 34,81% de acertos na

orelha esquerda 39,75% de acertos na orelha direita e 74,56% de acertos na orelha direita

mais acertos na orelha esquerda. Na condição de atenção forçada para a orelha direita

encontraram 13,19% de acertos na orelha esquerda, 41,25% de acertos na orelha direita

perfazendo um número total de 54,44% de acertos. Na condição de atenção forçada para

a orelha esquerda encontraram 34,44% de acertos na orelha esquerda, 16,56% de acertos

na orelha direita e um total de 51,00% de acertos. Os resultados não indicaram diferença

significante entre os sexos e entre as ordens de apresentação. A vantagem da orelha

direita foi mais significante para a atenção direita que para a atenção dividida. Na atenção

forçada encontraram alta frequência de intrusão de respostas da orelha oposta.

Concluiram que a premissa de que o direcionamento da atenção é que dá a assimetria é

falsa pois quando a atenção é forçada através da instrução aparecem diferenças

individuais: alguns sujeitos são capazes de dirigir sua atenção igualmente para os dois

lados (o que chamaram de “biased attenders”) enquanto outros não (“no biased

attenders”). Consideraram a vantagem de orelha uma assimetria perceptual.

HISCOCK & STEWART (1984), com o objetivo de determinar quando a

vantagem de orelha direita apresentada por adultos em testes de escuta dicótica, com

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instrução de repetição livre, é alterada por experiência prévia em escuta seletiva para uma

orelha, avaliaram 72 estudantes com idade variando entre 16 e 31 anos, sendo 36 do sexo

masculino e 36 do sexo feminino, destros, com audição normal e sem história de

desordem neurológica. Utilizaram gravador e fones em intensidade de 70dBNPS e

aplicaram testes dicóticos de dígitos e Consoante-Vogal. Metade dos sujeitos prestavam

atenção e repetiam os estímulos da orelha direita e depois em nova testagem repetiam os

estímulos livremente, enquanto a outra metade iniciava repetindo os estímulos da orelha

esquerda. Os resultados indicaram que a vantagem da orelha direita para dígitos dicóticos

é alterada de acordo com a orelha que foi monitorada anteriormente, isto é a vantagem da

orelha direita diminui ou se torna ausente nos indivíduos que monitoraram a orelha

esquerda previamente. Isto não corre quanto substituímos os dígitos por Consoante-

Vogal.

MAC KEEVER, NOLAN, DIEHL, SEITZ (1984) compararam a vantagem de

orelha em 206 estudantes universitários sendo 102 destros e 104 sinistros. Utilizaram o

Teste Dicótico Consoante-Vogal usando gravador e fones em intensidade de 83dBNPS.

Os sujeitos davam apenas uma resposta por par e não duas. Isto foi realizado devido a

observação de que muitos indivíduos não escutavam as duas sílabas e sim apenas uma em

cada ítem. Forçando o indivíduo a responder duas sílabas será inevitável que use

advinhações ao acaso e isto não conduzirá ao resultado real da tarefa. Os resultados

mostraram maior vantagem de orelha direita para os destros que para os sinistros, 75%

dos sinistros possuíam vantagem de orelha direita e não houve diferença entre sexo.

BEHLAU (1984), através de análise perceptual, espectrográfica de formantes e

computadorizada de frequência fundamental das vogais do português brasileiro, concluiu

que as vogais orais apresentam maior facilidade de identificação e, dentre elas, a vogal

“a” foi a mais estável.

BISSEL & CLARK (1984) aplicaram o Teste Dicótico Consoante-Vogal em 30

crianças entre 5 e 6 anos, 30 entre 11 e 12 anos e trinta adultos, sendo 15 do sexo

masculino e 15 do sexo feminino em cada grupo. Todas as crianças eram destras e

possuiam audição normal. A criança repetia 1 ou 2 sílabas. O objetivo deste estudo foi

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investigar dados normativos no teste de escuta dicótica a fim de determinar a influência

do sexo e do desenvolvimento na performance de escuta dicótica. Num total de 60 pares

de Consoante-Vogal as crianças entre 5 e 6 anos acertaram em média 24 (±4,9) sílabas na

orelha direita, 18 (±3,8) na orelha esquerda totalizando 42 acertos; as crianças entre 11 e

12 anos acertaram em média 28 (±6,6) sílabas na orelha direita, 22 (±4,0) na orelha

esquerda totalizando 50 (±8,1) acertos, os adultos acertaram 30 (±6,3) sílabas na orelha

direita, 23 (±4,5), na orelha esquerda totalizando 53 (±7,0) acertos. Calcularam a

vantagem de orelha através da fórmula D/E onde D significa acertos na orelha direita e E

acertos na orelha esquerda E encontraram 1,3(±0,4) nas crianças de 5 e 6 anos, 1,4(±0,4)

nas crianças de 11 e 12 anos, 1,4(±0,4) nos adultos (os valores maiores que 1,0 indicam

predomínio da orelha direita e os inferiores a 1,0 indicam predomínio da orelha

esquerda). Os resultados indicaram que o grau de predomínio da orelha direita não diferiu

entre os três grupos indicando que a especialização cerebral para Consoante-Vogal está

estabelecida aos 5 anos e também que não houve diferença entre os sexos. O grupo de 5 e

6 anos apresentou menos acertos que o grupo de 11 a 12 anos e este último não diferiu do

grupo de adultos, indicando que a precisão aumenta entre 5 e 12 anos.

HUGDAHL & ANDERSSON (1986) compararam a performance de adultos e

crianças destras para investigar diferenças na idade e na forma como fatores de atenção

podem influenciar a vantagem da orelha direita na escuta dicótica. Compararam a

freqüência de respostas corretas da orelha direita e orelha esquerda durante as condições

de atenção livre, atenção forçada à direita e atenção forçada à esquerda. Avaliaram 36

adultos com idade variando entre 18 e 39 anos e 36 crianças com idade variando entre 8 e

9 anos, sendo 18 do sexo feminino e 18 do sexo masculino em cada grupo, todos com

audição normal. Realizaram o teste utilizando gravador e fones em intensidade de

75dBNPS e 72 pares de Consoante-Vogal para cada condição de atenção. Avaliaram a

vantagem de orelha através da fórmula (D-E/D+E) onde D significa acertos da orelha

direita e E acertos da orelha esquerda e encontraram os seguintes valores: na atenção

livre, 5,11 para adultos do sexo feminino, 9,39 para adultos do sexo masculino, 8,61 para

meninas e 6,28 para meninos; na atenção forçada para direita, 44,72 para mulheres, 54,17

para homens, 29,22 para meninas e 24,89 para meninos; na atenção esquerda, -3,44 para

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mulheres, -35,33 para homens, -7,67 para meninas e 1,89 para meninos. Os resultados

indicaram presença de vantagem da orelha direita na atenção livre e atenção direita para

adultos e crianças, na atenção esquerda os adultos tiveram vantagem da orelha esquerda

enquanto as crianças não apresentaram vantagem de orelha. Concluíram que os adultos

são capazes de afetar a vantagem da orelha direita em escuta dicótica dirigindo a atenção

para a orelha esquerda e as crianças são menos capazes de reverter a vantagem de orelha

direita durante instrução para repetir apenas o que escuta na orelha esquerda. Então,

vantagem de orelha direita na atenção livre não é influenciada pela atenção e a

capacidade de atenção parece estar sujeita ao desenvolvimento enquanto a assimetria

cerebral não.

STRAUSS (1986), com o objetivo de determinar, em uma população normal, se

preferência de mão, pé, olho e orelha e congruência das preferências para um lado

podiam prever a vantagem de orelha em um teste de escuta dicótica, aplicou um teste

dicótico de palavras monossilábicas, utilizando pares de 3 monossílabos onde os

indivíduos deveriam repetir as 6 palavras. Realizou o teste utilizando gravador e fones

em intensidade de 93dBNPS em ambos os fones. O resultado foi calculado utilizando a

fórmula (D-E/D+E) onde D representa o número de respostas corretas da orelha direita e

E o número de respostas corretas da orelha esquerda. Os resultados não indicaram

associação entre preferência de mão e vantagem de orelha, porém, lateralização reduzida

ou inversa foi mais encontrado em sinistros do que em destros de mão. Encontrou

associação entre preferência de pé e vantagem de orelha pois o pé é menos suscetível a

tendências culturais e deve ser um melhor indicador de lateralização cerebral. Não

encontrou ligação entre preferência de olho e vantagem de orelha. A preferência de

orelha foi o fato mais relacionado com a vantagem de orelha no teste dicótico. A

preferência total está relacionada com vantagem de orelha.

HUGDAHL & ANDERSSON (1989) aplicaram o Teste Dicótico Consoante-

Vogal, na condição de atenção livre, em 126 crianças sinistras entre 8 e 9 anos de idade,

sendo 82 do sexo masculino e 44 do sexo feminino, todas com audição normal. O

objetivo deste estudo foi verificar a distribuição das crianças sinistras mostrando

vantagem de orelha direita, vantagem de orelha esquerda, ou ausência de vantagem em

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tarefa de escuta dicótica. Realizaram o teste utilizando gravador e fones em intensidade

de 84dBNPS. Os resultados indicaram que 65% das crianças apresentaram vantagem da

orelha direita sendo 44% do sexo masculino e 20% do sexo feminino; 25,4% das crianças

apresentaram vantagem da orelha esquerda sendo 14,3% do sexo masculino e 11,1% do

sexo feminino; 9,6% das crianças apresentaram ausência de vantagem de orelha sendo

6,4% do sexo masculino e 3,2% do sexo feminino.

IACCINO & SOWA (1989) estudaram a interação entre sexo, preferência manual,

lado de orelha e instrução de atenção no processo de escuta dicótica. Avaliaram 96

universitários com idade média de 20 anos sendo 48 destros e 48 sinistros e 24 do sexo

feminino e 24 do sexo masculino em cada grupo. Aplicaram o Teste Dicótico Consoante-

Vogal utilizando gravador e fones. Os resultados indicaram que destros tem vantagem de

orelha direita, sinistros não tem vantagem de orelha, atenção influencia vantagem de

orelha em destros, destros identificam mais sílabas corretas que sinistros, orelha direita

identifica melhor as sílabas que a orelha esquerda, simetria é maior em mulheres e

sinistros, destros são mais lateralizados para linguagem que sinistros.

IACCINO & HOURAN (1989), com o objetivo de investigar os acertos na orelha

direita e na orelha esquerda em função do sexo e da direção da atenção, aplicaram o teste

dicótico Consoante-Vogal em 48 estudantes universitários com idade de 20 anos, sendo

24 do sexo feminino e 24 do sexo masculino, todos destros. Aplicaram o teste utilizando

gravador e fones em condições de atenção direita e atenção esquerda. Os resultados

indicaram que a identificação de sílabas foi melhor com a orelha direita, a atenção direita

gerou mais respostas corretas que a atenção esquerda, na atenção esquerda a orelha

esquerda acertou mais que a direita, não houve diferença significante quanto ao sexo,

porém os indivíduos do sexo masculino acertaram mais na orelha esquerda na etapa de

atenção esquerda que os do sexo feminino. Concluíram que a atenção para um

determinado lado gera lateralização para aquele lado em homens e mulheres.

MUSZKAT (1989), através da estimulação dicótica com consoante-vogal em

pacientes epilépticos, buscou correlacionar preferência hemisférica à escuta dicótica

Consoante-Vogal , lateralização na atividade paroxística no eletroencefalograma e

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localização hemisférica da lesão cerebral. Aplicou o Teste Dicótico Consoante-Vogal

através de um gravador acoplado a um audiômetro em intensidade de 70dBNA em ambos

os fones. Utilizou a tarefa de atenção livre, isto é, repetir a sílaba que parecesse mais

clara. O grupo controle foi composto por 26 indivíduos com audição normal, sem

alteração neurológica com idade variando entre 6 e 60 anos. Os 26 indivíduos do grupo

controle apresentaram preferência hemisférica esquerda com média de Índice de

lateralidade de 0,45. O Índice de Lateralidade foi calculado através da fórmula (D-

E/D+E) onde D significa acertos na orelha direita e E acertos na orelha esquerda.

Concluiu que em pacientes com epilepsia parcial a presença da lesão cerebral desviou a

preferência hemisférica no Teste Dicótico Consoante-Vogal para o lado não lesado,

enquanto na ausência de lesão cerebral o lado de preferência hemisférica no Teste

Dicótico Consoante-Vogal corresponde ao lado da atividade paroxística observada no

EEG intercrítico.

MUSIEK, GOLLEGLY, LAMB, LAMB (1990) referiram que a idade influencia

os resultados dos testes centrais de audição. Efeitos maturacionais são notados na maioria

dos testes centrais requerendo que dados normativos sejam obtidos com crianças em cada

idade abaixo de 12-14 anos.

SPEAKS, NICCUN, CARNEY, JOHNSON (1991) fizeram um estudo

comparando as sílabas usadas no Teste Dicótico Consoante-Vogal (pa ba ta da ka ga) e

observaram que algumas sílabas possuem um efeito dominante sobre a outra. Utilizaram

30 pares de sílabas na qual cada uma das seis sílabas foram pareadas com as outras cinco.

Os sujeitos deveriam repetir as duas sílabas ouvidas, mesmo que tivessem que inventar.

Testaram 24 ouvintes normais destros com idade entre 18 e 22 anos. Cada indivíduo

recebia 20 vezes os 30 pares de sílabas e a posição dos fones era invertida em cada etapa.

Observaram que os fonemas velares dominaram sobre os bilabiais e alveolares e que os

surdos dominaram sobre os sonoros.

MONDOR & BRYDEN (1991) realizaram um estudo com o objetivo de investigar

o quanto da vantagem de orelha direita, na identificação de sílabas formadas por

Consoante-Vogal, é devida a fatores de atenção. A apresentação dos pares de Consoante-

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Vogal foi precedido pela apresentação de um tom de 600Hz em uma orelha. O sujeito

deveria repetir apenas a sílaba precedida pelo aviso. O tempo entre o início do tom e o

início da sílaba foi variado para manipular a quantidade de tempo necessário para orientar

a atenção. Avaliaram 22 universitários destros sem alteração auditiva sendo 11 do sexo

feminino e 11 so sexo masculino, utilizando gravador e fones em intensidade de 65

dBNPS. Concluíram que a atenção deve ser, inicialmente, orientada mais rapidamente

para a orelha direita que para a esquerda, a vantagem da orelha direita para identificação

da Consoante-Vogal diminui conforme aumenta a oportunidade de orientar a atenção

para orelha esquerda, a atenção auditiva contribui para a vantagem da orelha direita, o

estímulo tonal chama mais a atenção que o verbal.

PEARSON & LANE (1991) pesquisaram o desenvolvimento da reorientação da

atenção auditiva. Aplicaram o teste em crianças de 8 anos, 11 anos e em jovens adultos

utilizando gravador e fones. Usou uma tarefa de escuta dicótica em que os sujeitos

escutavam listas de letras e números e deveriam repetir os números. Na metade das listas

recebiam ordem de mudar sua atenção de uma orelha para a outra. Concluíram que os

sujeitos mais velhos foram capazes de reorientar a atenção de uma orelha para outra mais

rapidamente que os sujeitos mais jovens. A maioria dos sujeitos de 8 anos foi capaz de

dirigir sua atenção para uma segunda fonte de informação apesar de não ser capaz de se

sair tão bem como os mais velhos. As crianças de 11 anos não ficaram muito abaixo dos

adultos.

PINTO (1991) verificou a ocorrência de respostas corretas das orelhas direita e

esquerda e de respostas erradas no teste de atenção seletiva para estímulos verbais do tipo

consoante-vogal em uma população de universitários destros, sem evidência de patologia

auditiva. Verificou também o grau de confiabilidade deste teste. Avaliou 60

universitários de 19 a 25 anos de idade, sendo 30 do sexo feminino e 30 do sexo

masculino. e realizou o Teste Dicótico Consoante-Vogal utilizando três formas de

atenção: atenção livre atenção direita e atenção esquerda, e usou 24 pares de sílabas em

cada atenção. Na atenção livre encontrou 10,73 (±3,09) acertos na orelha direita, 9,07

(±2,89) acertos na orelha esquerda para o sexo feminino e 11,03 (±2,90) de acertos na

orelha direita e 7,73 (±2,05) de acertos na orelha esquerda para o sexo masculino; na

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atenção direita encontrou 13,47 (±3,38) de acertos na orelha direita e 5,93 (±2,93) de

acertos na orelha esquerda para o sexo feminino e 12,97 (±3,40) de acertos na orelha

direita e 6,10 (±2,90) de acertos na orelha esquerda para o sexo masculino; na atenção

esquerda encontrou 5,97 (±2,55) de acertos na orelha direita e 13,50 (±2,59) de acertos na

orelha esquerda para o sexo feminino e 8,07 (±3,56) de acertos na orelha direita e 10,90

(±3,12) de acertos na orelha esquerda para o sexo masculino. Em porcentagem encontrou

os seguintes valores: na atenção livre; para o sexo feminino 45% de respostas corretas na

orelha direita, 38% de respostas corretas na orelha esquerda totalizando 83% de respostas

corretas e 17% de erros, para o sexo masculino 46% de acertos na orelha direita, 32% de

acertos na orelha esquerda totalizando 78% de acertos e 22% de erros; na atenção direita,

para o sexo feminino, 56% de acertos na orelha direita, 25% de acertos na orelha

esquerda totalizando 81% de acertos e 19% de erros, para o sexo masculino, 54% de

acertos na orelha direita, 25% de acertos na orelha esquerda totalizando 79% de acertos e

21% de erros; na atenção esquerda, para o sexo feminino, 25% de acertos na orelha

direita, 56% de acertos na orelha esquerda totalizando 81% e 19% de erros, no sexo

masculino, 34% de acertos na orelha direita, 45% de acertos na orelha esquerda

totalizando 79% de acertos e 21% de erros. Os resultados indicaram que tanto a

população do sexo masculino como a do feminino apresenta 80% de respostas corretas

das orelha direita e orelha esquerda nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção

esquerda; existe predomínio de respostas corretas da orelha direita, nas etapas de atenção

livre e atenção direita e predomínio de respostas corretas da orelha esquerda na etapa de

atenção esquerda; na atenção livre mais de 60% dos indivíduos apresentaram vantagem

da orelha direita, sendo que os do sexo masculino apresentaram mais acertos à direita que

os do sexo feminino; na atenção direita 90% dos indivíduos tem vantagem da orelha

direita semelhante para os sexos feminino e masculino; na atenção esquerda 90% dos

indivíduos do sexo feminino apresentaram vantagem da orelha esquerda enquanto 65%

dos indivíduos do sexo masculino apresentaram vantagem da orelha esquerda.

JÄNCKE (1992), com o objetivo de verificar quando uma sílaba induz a diferentes

vantagens de orelha em uma população de destros e sinistros, avaliou 52 indivíduos

sendo 26 destros e 26 sinistros com idade variando entre 21 e 35 anos (13 homens e 13

mulheres em cada grupo). Utilizando gravador e fones aplicou um teste utilizando sílabas

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consoante-vogal onde o indivíduo deveria apertar um botão quando escutasse a sílaba

alvo. Realizou duas vezes o teste: uma utilizando como sílaba alvo o /ta/ e outra o /da/.

Os resultados demonstraram a existência de vantagem de orelha direita no

monitoramento da sílaba /ta/ mas não da sílaba /da/.

MAIORINO (1993) verificou o desempenho dos indivíduos gagos no Teste de

Escuta Dicótica Consoante-Vogal, analisando as respostas corretas das orelhas direita e

esquerda e de respostas erradas nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção

esquerda e comparou com o desempenho de indivíduos destros, sem evidência de

patologia de fala, audição e linguagem avaliados no trabalho de PINTO (1991). Utilizou

24 pares de sílabas consoante-vogal para cada etapa de atenção através de gravador

acoplado à audiômetro, em intensidade de 60dBNA em ambas as orelhas. Os resultados,

quando comparados com o grupo de indivíduos destros sem evidência de patologias,

mostraram diferenças estatisticamente significantes nas etapas de atenção direita e

atenção esquerda para a população do sexo feminino e de atenção livre para a do sexo

masculino, sugerindo que os indivíduos gagos apresentam uma desordem no

Processamento Auditivo Central.

HISCOCK & CHIPUER (1993) avaliaram 30 crianças sendo 10 na faixa de 5,8

anos, 9 com 7 anos e 11 com 7,5 anos, todos com audição normal e destros, a fim de

avaliar o “priming effect”, isto é, a influência da primeira forma de atenção utilizada na

ocorrência de vantagem de orelha da próxima testagem. Utilizaram 30 pares de 2 dígitos

nas condições de atenção direita e esquerda, através de gravador e fones em intensidade

de 60dBNPS. Os resultados indicaram vantagem da orelha direita principalmente nas

crianças que iniciaram o teste pela atenção direita, enquanto a vantagem da orelha direita

não foi significante entre as crianças que monitoraram primeiro a orelha esquerda, o

número de intrusões da orelha direita na etapa de atenção esquerda é maior que o número

de intrusões da orelha esquerda na etapa de atenção direita principalmente nas crianças

que monitoraram primeiro a orelha direita, não houve diferença entre as faixas etárias.

Concluíram que crianças têm mais dificuldade de mudar a atenção da direta para a

esquerda devido a vantagem de orelha direita e mais facilidade de mudar a atenção da

esquerda para direita o que é facilitado pela vantagem de orelha direita.

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OBRZUT, MONDOR, UECKER, MC GILL (1993) avaliaram 51 crianças sendo

17 com desordem de aprendizagem, todas do sexo masculino e 34 sem desordem de

aprendizagem, sendo 15 do sexo masculino e 19 do sexo feminino, com média de idade

de 9 anos, sendo todas destras. Este estudo teve como objetivo investigar se a típica

vantagem da orelha direita na identificação de sílabas formadas por consoante-vogal é

função de fatores atencionais. Usaram como estímulo pares de sílabas ba, da, pa, ta

precedidas de um tom de 600Hz para chamar a atenção para o lado onde a sílaba deveria

ser repetida. A diferença de tempo entre o tom e o início do estímulo variou entre 150,

450 e 750 mseg. A criança deveria repetir a sílaba escutada do lado em que escutasse o

tom puro. Utilizaram para o teste gravador e fones em intensidade de 65 dBNPS.

Concluíram que a percepção auditiva em crianças é o resultado da interação da

capacidade hemisférica e fatores atencionais. A performance da orelha esquerda melhora

conforme o tempo entre o tom e o estímulo diminui e a da orelha direita não se altera.

HARRIS (1994) teve como objetivo desenvolver um teste de escuta dicótica

perceptualmente neutro, isto é, nem verbal, nem musical, nem ambiental, e comparar a

performance neste teste com a performance assimétrica gerada pelo estímulo dicótico

consoante-vogal. Os indivíduos deveriam detectar um tom, perto do limiar, em uma

orelha na presença de um estímulo irrelevante na outra. A capacidade de detectar este

tom mascarado centralmente é regulada por um sistema de controle eferente que tem

origem no córtex cerebral. Avaliou 10 indivíduos com lesão do hemisfério direito com

média de idade de 53 anos, 10 com lesão no hemisfério esquerdo com média de idade de

58 anos e 10 normais com média de idade de 59 anos. Todos destros e sem problema

auditivo. Utilizou gravador e fones e uma intesidade de 60 dBNPS para o Teste Dicótico

Consoante-vogal. Calculou o índice de lateralidade através da fórmula (D-E / D+E) onde

D significa acertos da orelha direita e E acertos da orelha esquerda e encontrou para os

normais um índice de 0,192. Os resultados deste estudo mostraram que as medidas de

lateralização em tarefa de escuta dicótica e de mascaramento central são altamente

relacionadas sugerindo que certos aspectos do fenômeno dicótico relatados nestes 30

anos são mais consequências de assimetria geral da percepção auditiva que mudança na

performance verbal.

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TEDESCO, PEREIRA, BORGES (1995) compararam os resultados obtidos no

Teste Dicótico Consoante-Vogal, aplicado em estudantes do sexo feminino na faixa

etária de 17 a 22 anos, destros e sem alteração auditiva, utilizando dois tipos de

equipamento: gravador acoplado a um audiômetro de 2 canais e gravador estereofônico

ao qual foi acoplado fones TDH 39. A análise estatística não revelou diferença

significante entre os resultados de acertos da orelha direita, acertos da orelha esquerda e

erros nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda, com o uso dos dois

equipamentos. Utilizando apenas o gravador encontraram os seguintes resultados: na

atenção livre 12 (±3,17) acertos na orelha direita, 9 (±3,42) acertos na orelha esquerda e 3

(±1,58) erros; na atenção direita, 14 (±3,39) acertos na orelha direita, 5 (±2,79) acertos na

orelha esquerda e 4 (±2,54) erros; na atenção esquerda, 9 (±4,19) acertos na orelha

direita, 11 (±4,49) acertos na orelha esquerda e 4(±1,89) erros. Os resultados

indicaram vantagem da orelha direita nas etapas de atenção livre e atenção direita e

vantagem da orelha esquerda na etapa de atenção esquerda.

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MATERIAL E MÉTODO

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Este trabalho foi realizado no ambulatório da Disciplina de Distúrbios da Audição,

Departamento de ORL / Distúrbios da Comunicação Humana da Universidade Federal de

São Paulo - Escola Paulista de Medicina.

O material foi coletado através dos protocolos de avaliação audiológica de alunos

das escolas Liceu Santa Cruz e Centro Educacional Júlio Pereira Lopes, ambas situadas

na cidade de São Paulo.

A população avaliada foi constituída de 152 crianças dos sexos feminino e

masculino, cujas idades variaram de 7 a 12 anos. A tabela 1 mostra a distribuição da

frequência das crianças segundo as variáveis sexo e faixa etária.

Tabela 1 - Número total de indivíduos segundo as variáveis sexo e faixa etária.

Sexo

Faixa Etária Feminino Masculino Total

7 12 13 25

8 11 14 25

9 24 15 39

10 13 14 27

11 4 13 17

12 5 14 19

Total 69 83 152

O critério incial de seleção foi: escolares com faixa etária variando entre 7 e 12

anos e que não apresentassem repetência escolar, presentes na escola no dia da avaliação

de sua classe.

Realizamos uma triagem audiológica pois os resultados dos testes dicóticos que

utilizam consoante-vogal ou outro tipo de estímulo, como dígitos, são afetados por perdas

auditivas periféricas (ROESER JOHNS, PRICE, 1976).

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A primeira parte da triagem consistiu de otoscopia, sendo que as crianças com

qualquer tipo de obstrução no meato acústico externo (quantidade excessiva de cerume,

corpo estranho, secreções, etc.) foram eliminadas.

As crianças que não apresentaram alterações na otoscopia foram, então,

submetidas a uma triagem audiométrica segundo os moldes da ASHA (1985), que

recomenda avaliação com tom puro nas frequências sonoras de 1000, 2000 e 4000Hz,

considerando para aprovação o limiar de 20 dB (ANSI - 1969) nessas frequências

sonoras. No presente trabalho consideramos apenas as frequências de 2000 e 4000 Hz

pois na calibração biológica de dez indivíduos com audição normal, quando testados no

ambiente onde foi realizada a triagem, todos apresentaram limiares de audibilidade

superiores a 20 dB na frequência sonora de 1000 Hz.

A triagem da imitância acústica constou apenas da timpanometria. Consideramos

como criança sem alteração na triagem da imitância acústica, aquelas que apresentaram

pico de máxima compliância em uma pressão de ar contida no intervalo de -100 a +100

da Pa (SANTOS & RUSSO, 1993).

O reflexo estapediano não foi considerado pois seguimos os moldes de LIDÉN &

RENVALL (1980), que observaram que o reflexo acústico fornece uma maior

porcentagem de resultados falso-positivo quando utilizado em triagem. Estes autores

recomendam o uso da timpanometria e da varredura de tom puro.

As crianças que apresentaram resultados normais na triagem audiológica foram

também submetidas a uma avaliação de preferência no uso de mão, pé e olho. Para

avaliarmos a preferência da mão, pé e olho as crianças responderam a perguntas

adaptadas do questionário utilizado por PORAC & COREN (1981).

Utilizamos as seguintes perguntas:

− Que mão você usa para escrever?

− Em qual mão você segura a borracha para apagar o que escreveu?

− Em qual mão você segura a tesoura para fazer recortes?

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− Com qual pé você chuta uma bola?

− Se você for subir em uma cadeira, que pé usa primeiro?

− Qual pé você usa para matar uma formiga?

− Com qual olho você olha no buraco da fechadura?

− Qual olho você utiliza para olhar em uma luneta?

− Qual olho você usa para verificar o que tem dentro de uma garrafa que não é

transparente?

Consideramos como preferencial a mão, pé e olho utilizado na realização de, pelo

menos, duas das três atividades propostas. Quando a criança apresentava dificuldade para

responder a essas perguntas pedíamos para que executasse as atividades propostas nas

perguntas.

Apenas as crianças com uso preferencial de mão direita foram incluídas neste

trabalho pois 95% dos destros de mão possuem especialização hemisférica para

linguagem localizado no hemisfério cerebral esquerdo ( WADA & RASMUSSEN,

1960), enquanto que apenas 60 a 70% dos indivíduos com mão esquerda preferencial,

possuem o hemisfério cerebral esquerdo dominante para linguagem (BRANCH,

MILNER , RASMUSSEN, 1964; STRAUSS & WADA, 1983).

A criança, além de destra de mão, deveria ser considerada destra em pelo menos

mais uma modalidade avaliada, ou seja, dominância de pé direito ou de olho direito. O

trabalho de STRAUSS (1986) mostrou que o grau de congruência entre as preferências

(totalmente destro ou totalmente sinistro) tem maior valor na previsão da dominância

cerebral para linguagem.

Após estas avaliações preliminares as crianças selecionadas foram submetidas a

um teste de escuta dicótica em que são utilizados estímulos verbais do tipo consoante-

vogal.

O teste dicótico consoante-vogal, consiste na apresentação simultânea de pares de

sílabas diferentes, uma em cada orelha, ao mesmo tempo. Neste trabalho utilizamos a

tarefa de separação binaural, isto é, solicitamos à criança que repetisse oralmente apenas

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uma das sílabas do par apresentado de forma dicótica. O teste utilizado segue os moldes

do realizado por PINTO (1991).

O material de teste constou de uma lista de pares dos segmentos verbais pa, ta, ka,

ba, da, ga, gravados em fita cassete. Utilizamos uma cópia da fita cassete utilizada por

PINTO (1991). Para a montagem desta fita ela utilizou seis sílabas formadas pelas

consoantes plosivas do português e a vogal “a”, ou seja, pa, ta, ka, ba, da, ga. Todas as

combinações possíveis desses segmentos em pares foram considerados com exceção das

sílabas iguais (ex: pa-pa) e também das que se diferiam quanto ao traço de sonoridade, ou

seja, pa-ba, ta-da e ka-ga. Foi elaborada, então, uma lista de 12 pares de sílabas que

foram distribuídos de forma que cada sílaba ficasse disposta duas vezes em cada uma das

colunas, formando a seguinte lista:

Coluna 1 Coluna2 1. GA TA 2. BA GA 3. TA KA 4. BA DA 5. DA GA 6. TA BA 7. KA DA 8. GA PA 9. PA KA

10. KA BA 11. DA PA 12. PA TA

Estas duas colunas de sílabas foram gravadas em uma fita cassete de acordo com

o seguinte procedimento: cada coluna da lista de pares de sílabas foi gravada em fita de

vídeo cassete e posteriormente, através do contador de tempo do equipamento de edição

de vídeo, estas colunas, gravadas uma em cada canal, foram sincronizadas no tempo. Este

procedimento foi realizado com o equipamento Editing Control Unit RM 86V - JVC, no

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Centro de Apoio à Pesquisa e ao Ensino da UNIFESP - Escola Paulista de Medicina

(CAPE - EPM).

A aplicação do Teste Dicótico Consoante Vogal foi realizada tendo dois objetivos.

− Verificar a dominância hemisférica para estímulos linguísticos através da etapa de

atenção livre.

− Verificar a atenção seletiva, ou seja, a capacidade de identificar as sílabas ouvidas em

uma determinada orelha ignorando a sílaba da orelha oposta.

Para atingir estes objetivos o teste foi aplicado da seguinte forma: em uma

primeira etapa a criança escutava a lista contendo os 12 pares de sílabas e deveria repetir

a sílaba que lhe parecesse ser a mais audível, o que foi denominado etapa de Atenção

Livre. Em seguida a criança escutava novamente a lista de 12 pares de sílabas e deveria

repetir a sílaba apresentada na orelha direita, o que denominamos etapa de Atenção

Forçada à Direita ou simplesmente Atenção Direita. Em uma terceira etapa a criança

deveria repetir a sílaba que escutasse na orelha esquerda realizando a etapa de Atenção

Forçada à Esquerda ou simplemente Atenção Esquerda.

Em seguida invertemos os fones auriculares para que não houvesse qualquer

interferência dos canais do equipamento utilizado na resposta do indivíduo, e as três

etapas foram repetidas.

Desta forma, cada indivíduo foi estimulado através de escuta dicótica, com a lista

de 12 pares de sílabas, por duas vezes em cada etapa, isto é, recebeu 24 estimulações

dicóticas em cada etapa de atenção (livre, direita e esquerda).

O registro de cada emissão oral do indivíduo foi anotado em uma folha de

respostas assinalando-se a sílaba que foi repetida. Nos casos em que a criança omitiu ou

emitiu um terceiro segmento, que não constava em nenhuma das duas colunas, este foi

considerado erro.

Computamos, então, o número de sílabas repetidas corretamente na orelha direita,

o número de sílabas repetidas corretamente na orelha esquerda e o número de erros

cometidos pela criança nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda.

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Fizemos o estudo do Índice de Reconhecimento de Fala (IRF), isto é, da

ocorrência de acertos da orelha direita e da orelha esquerda nas etapas de atenção livre,

atenção direita e atenção esquerda, através da fórmula:

D + E IRF = x 100 onde: 24 D = acertos da orelha direita E = acertos da orelha esquerda

Estudamos, então, a ocorrência de acertos da orelha direita, de acertos da orelha

esquerda, de erros e da diferença entre acertos da orelha direita e acertos da orelha

esquerda em cada etapa de atenção (livre, direita e esquerda).

Denominamos de acertos à direita (D) ao número de acertos da orelha direita, de

acertos à esquerda (E) ao número de acertos da orelha esquerda e de Índice de Diferença

de Respostas (IDR) ao valor calculado para o estudo da diferença entre acertos da orelha

direita e acertos da orelha esquerda (D-E).

Por fim, estudamos o predomínio de acertos de uma orelha em relação a outra, o

que chamamos de Índice de Predomínio de Orelha (IPO) e foi calculado através da

seguinte formula:

D - E IPO = x 100 onde: D + E D = acertos da orelha direita E = acertos da orelha esquerda

Este índice foi calculado para as etapas de atenção livre, atenção direita e atenção

esquerda, sendo que os valores positivos indicam predomínio da orelha direita e os

negativos predomínio da orelha esquerda.

Para a triagem audiológica dos alunos do Centro Educacional Júlio Pereira Lopes

utilizamos o aparelho de triagem audiométrica e imitanciométrica MA620 fabricado pela

Maico. No Liceu Santa Cruz a triagem imitanciométrica foi realizada com o modelo

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TYMP 82 fabricado pela Damplex e a triagem audiométrica com o audiômetro de

screening Madsen MTA 83. Todos os aparelhos estavam devidamente calibrados.

Tendo como referência os resultados obtidos por TEDESCO, PEREIRA ,

BORGES (1995) que compararam os resultados obtidos no Teste Dicótico Consoante

Vogal em normais utilizando audiômetro e gravador, realizamos este estudo utilizando

um gravador estereofônico modelo SMZ-95 fabricado pela Gradiente, no qual foi

adaptado um fone TDH 39. A intensidade utilizada foi de 79,5 dBNPS em ambos os

fones. Esta intensidade foi obtida através do medidor de nível de pressão sonora modelo

2203 da Bruel & Kjaer com ouvido artificial modelo 4152 também da Bruel & Kjaer. Foi

acoplado, também, um fone monitor fabricado pela Sony.

Para a análise estatística dos resultados foram aplicados os seguintes testes:

1) Teste de Mann-Whitney (Siegel, 1975) visando a comparação das freqüências de

acertos à direita, acertos à esquerda, erros, Índice de Reconhecimento de Fala e Índice

de Predomínio de Orelha considerando a variável sexo.

2) Análise de variância por postos de Kruskal-Wallis (Siegel, 1975) para comparar as

freqüências de acertos à direita, acertos à esquerda, erros, Índice de Reconhecimento

de Fala e Índice de Predomínio de Orelha considerando a variável faixa etária.

3) Teste de Friedman (Siegel, 1975) para comparar as freqüências do Índice de

Reconhecimento de Fala considerando a variável etapas do teste: atenção livre,

atenção direita e atenção esquerda.

4) Teste de Wilcoxon (Siegel, 1975) visando a comparação da diferença entre os acertos

à direita e os acertos à esquerda por etapa do teste.

Em todos os testes fixou-se em 0,05 ou 5% o nível para rejeição da hipótese de

nulidade assinalando-se com um asterisco os valores significantes.

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RESULTADOS

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Neste capítulo apresentamos os resultados obtidos no Teste Dicótico Consoante -

Vogal aplicado em 152 crianças, de 7 a 12 anos, sendo 69 do sexo feminino e 83 do sexo

masculino.

Apresentamos no anexo I o número de acertos à direita, de acertos à esquerda e de

erros para cada uma das etapas do teste (atenção livre, atenção direita e atenção esquerda)

considerando as variáveis sexo e faixa etária. Neste anexo, apresentamos também, os

valores calculados de média, desvio-padrão, mediana e moda para cada ítem estudado.

Para facilitar a apresentação dos dados obtidos dividiremos os resultados em duas

partes:

Parte 1: Índice de Reconhecimento de Fala, número de erros, de acertos à direita e

à esquerda, Índice de Diferença de Respostas e Índice de Predomínio de Orelha: estudo

estatístico.

Parte 1.1: Estudo do Índice de Reconhecimento de Fala (IRF) para cada etapa do

teste (atenção livre, atenção direita e atenção esquerda).

Parte 1.2: Estudo do número de acertos à direita, acertos à esquerda, erros e Índice

de Diferença de Respostas (IDR) para cada etapa do teste (atenção livre, atenção direita e

atenção esquerda).

Parte 1.3: Estudo do Índice de Predomínio de Orelha (IPO) para cada etapa do

teste (atenção livre, atenção direita e atenção esquerda).

Parte 2: Desvios do Índice de Reconhecimento de Fala, do número de erros e de

acertos à direita e à esquerda, do Índice de Diferença de Respostas e do Índice de

Predomínio de Orelha para cada etapa do teste: estudo de suas variações.

Parte 1: Índice de Reconhecimento de Fala, número de erros e de acertos à direita

e à esquerda, Índice de Diferença de Respostas e Índice de Predomínio de Orelha: estudo

estatístico.

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Parte 1.1: Estudo do Índice de Reconhecimento de Fala.

Nesta parte apresentamos, na tabela 2, os valores calculados de média, desvio-

padrão, mediana e moda do Índice de Reconhecimento de Fala (IRF), na etapa de atenção

livre, segundo as variáveis sexo e faixa etária. As tabelas 3 e 4 apresentam as medidas de

tendência central para as etapas de atenção direita e atenção esquerda respectivamente.

Na tabela 5 apresentamos o teste estatístico de Mann-Whitney comparando os

resultados do Índice de Reconhecimento de Fala obtidos para crianças do sexo masculino

e feminino para cada faixa etária e para cada etapa do teste (atenção livre, atenção direita,

atenção esquerda).

Tabela 2 - Valores em porcentagem das medidas de tendência central calculadas para o

Índice de Reconhecimento de Fala obtidos na etapa de atenção livre

considerando as variáveis sexo e faixa etária.

Idade Sexo Média Desvio-

Padrão

Mediana Moda

7 F M

77,78 88,45

10,56 10,53

79,17 79,17

62,50 87,50

8 F M

82,58 80,65

9,65 11,63

83,33 83,33

79,17 91,67

9 F M

84,20 82,22

8,77 11,30

87,50 83,33

91,67 91,67

10 F M

85,26 88,39

8,77 3,72

87,50 87,50

87,50 87,50

11 F M

83,33 85,58

6,80 8,94

83,33 87,50

83,33 87,50

12 F M

85,00 84,23

6,97 8,98

83,33 85,42

79,17 83,33

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Tabela 3 - Valores em porcentagem das medidas de tendência central calculados para o

Índice de Reconhecimento de Fala obtidos na etapa de atenção direita

considerando as variáveis sexo e faixa etária.

Idade Sexo Média Desvio-

Padrão

Mediana Moda

7 F M

81,94 81,73

6,73 8,60

81,25 83,33

75,00 91,67

8 F M

84,85 78,87

10,75 12,17

87,50 79,17

66,67 87,50

9 F M

85,42 83,61

6,95 10,85

87,50 83,33

87,50 83,33

10 F M

83,65 83,63

6,47 6,00

83,33 81,25

83,33 79,17

11 F M

91,67 84,94

7,61 5,25

91,67 87,50

83,33 87,50

12 F M

86,67 85,42

6,18 7,08

87,50 85,42

87,50 91,67

Tabela 4 - Valores em porcentagem das medidas de tendência central calculados para o

Índice de Reconhecimento de Fala obtidos na etapa de atenção esquerda

considerando as variáveis sexo e faixa etária.

Idade Sexo Média Desvio-

Padrão

Mediana Moda

7 F M

85,07 82,37

5,75 6,40

83,33 83,33

79,17 87,50

8 F M

84,37 80,95

9,99 8,76

83,33 83,33

95,83 87,50

9 F M

83,43 82,78

8,48 7,36

83,33 83,33

87,50 87,50

10 F M

82,37 84,52

11,30 6,42

83,33 87,50

75,00 87,50

11 F 82,29 3,39 81,25 79,17

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39

M 84,29 7,05 87,50 87,50 12 F

M 88,33 81,25

8,01 9,35

87,50 81,25

88,33 87,50

Tabela 5 - Valores do teste estatístico de Mann-Whitney calculados para comparar os

IRF obtidos por crianças do sexo masculino com os obtidos por crianças do

sexo feminino para cada faixa etária e para cada etapa do teste.

Faixa Etária Atenção Livre Atenção Direita Atenção Esquerda

7 0,4757 0,9341 0,4681 8 0,8040 0,2140 0,3626 9 0,7698 0,8257 0,8019 10 0,5254 0,8231 0,6407 11 0,6465 0,1589 0,3359 12 0,9626 0,8875 0,1884

O teste estatístico não revelou diferença significante segundo a variável sexo

quanto ao Índice de Reconhecimento de Fala. Apresentamos, então, na tabela 6, as

médias dos IRF obtidos pelas crianças reunidas por sexo segundo faixa etária e etapa do

teste. Na tabela 7 encontramos os valores do teste estatístico de Kruskal-Wallis

calculados para comparar os IRF obtidos por crianças de diferentes faixas etárias para

cada etapa do teste.

Tabela 6 - Valores das médias de IRF em cada etapa do teste obtido pelas crianças de

ambos os sexos considerando a variável faixa etária.

Faixa Etária Atenção Livre Atenção Direita Atenção Esquerda

7 79,17 81,83 83,67 8 81,50 81,50 82,46 9 83,44 84,72 83,18 10 86,88 83,64 83,49 11 85,05 86,52 83,82 12 84,43 85,75 83,11

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40

Tabela 7 - Valores do teste estatístico de Kruskall-Wallis calculados para comparar os

IRF obtidos por crianças de diferentes faixas etárias, reunidas por sexo, para

cada etapa do teste.

Kruskall - Wallis

(7 x 8 x 9 x 10 x 11 x 12)

Atenção Livre Atenção Direita Atenção Esquerda

0,0898 0,3092 0,9967

Os testes estatísticos não detectaram diferença significante entre os resultados

obtidos pelas crianças segundo as variáveis sexo e faixa etária quanto ao IRF, por isso

calculamos um índice único para cada etapa do teste e comparamos estes três índices

através do teste estatístico de Friedman (tabela 8).

Tabela 8 - Valores em porcentagem das medidas dos IRF obtidos pelas crianças

reunidas por sexo e faixa etária para cada etapa do teste, e valor do teste

estatístico de Friedman calculado para comparar os IRF obtidos por crianças

em cada uma das etapas do teste.

Atenção Livre Atenção Direita Atenção Esquerda

média de IRF 83,3 83,9 83,3

Friedman

(A. Livre x A. Direita x A. Esquerda)

0.9465 _______________________________________________________________________

_

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41

Uma vez que não ocorreram diferenças estatisticamente significantes entre os

resultados dos Índices de Reconhecimento de Fala de cada etapa do teste, calculamos um

índice único para as crianças de 7 a 12 anos de idade dos sexos feminino e masculino e

apresentamos na tabela 9.

Tabela 9 - Valores, em porcentagem das medidas de tendência central do IRF obtidos

no teste Dicótico Consoante-Vogal para o grupo total de crianças nas três

etapas do teste.

IRF

Média 83,5

Desvio-Padrão ±8,6

Mediana 83,3

Moda 87,5

Parte 1.2: Estudo do número de acertos à direita e à esquerda, de erros e do Índice

de Diferença de Respostas obtidos para cada etapa do teste.

Apresentamos, nas tabelas 10, 11 e 12, os valores das medidas de tendência central

calculados para o número de acertos à direita obtidos nas etapas de atenção livre, atenção

direita e atenção esquerda, respectivamente, considerando as variáveis sexo e faixa etária.

Tabela 10 - Valores das medidas de tendência central calculados para o número de

acertos à direita obtidos pelas crianças reunidas segundo o sexo e a faixa

etária, na etapa de atenção livre.

Idade Sexo Média Desvio-

Padrão

Mediana Moda

7 F M

11,75 9,92

3,89 2,84

11,5 10,0

8 13

8 F M

12,36 12,00

3,50 2,83

12,0 11,5

8 10

9 F M

12,88 10,60

3,01 3,85

12,5 9,0

12 9

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42

10 F M

12,46 13,00

3,23 2,25

12,0 13,0

9 13

11 F M

12,75 11,38

4,27 3,23

12,5 11,0

8 13

12 F M

13,20 13,00

2,17 2,83

13,0 12,5

13 12

Tabela 11 - Valores das medidas de tendência central calculados para o número de

acertos à direita, obtidos pelas crianças reunidas segundo o sexo e a faixa

etária, na etapa de atenção direita.

Faixa Etária Sexo Média Desvio-Padrão Mediana Moda

7 F M

12,33 10,31

3,47 2,67

12,5 10,0

8 11

8 F M

13,36 11,57

4,30 2,41

13,0 12,5

20 13

9 F M

14,33 11,67

3,57 4,81

14,0 11,0

14 11

10 F M

12,69 13,14

3,28 2,74

12,0 13,0

11 10

11 F M

15,00 13,00

3,74 3,74

14,5 13,0

11 9

12 F M

14,20 13,50

2,28 3,25

14,0 13,0

12, 16

Tabela 12 - Valores das medidas de tendência central calculados para o número de

acertos à direita obtidos pelas crianças reunidas segundo o sexo e a faixa

etária, na etapa de atenção esquerda.

Faixa Etária Sexo Média Desvio-Padrão Mediana Moda

7 F M

12,58 9,77

3,45 2,83

13,0 10,0

16 11

8 F M

11,55 11,36

2,73 1,78

11,0 11,0

9 11

9 F M

11,67 9,73

3,16 3,81

12,0 10,0

15 6

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43

10 F M

9,46 10,43

3,62 3,44

10,0 11,0

10 11

11 F M

8,50 9,62

3,87 3,88

8,5 10,0

4 5

12 F M

11,40 11,57

3,97 3,63

11,0 12,0

11 13

As tabelas 13, 14 e 15 mostram os valores das medidas de tendência central

calculados para o número de acertos à esquerda nas etapas de atenção livre, atenção

direita e atenção esquerda, respectivamente, considerando as variáveis sexo e faixa etária.

Tabela 13 - Valores das medidas de tendência central calculados para o número de

acertos à esquerda obtidos pelas crianças reunidas segundo o sexo e a faixa

etária, na etapa de atenção livre.

Faixa Etária Sexo Média Desvio-Padrão Mediana Moda

7 F M

6,92 9,38

3,55 2,36

6,5 10,0

6 10

8 F M

7,45 7,35

3,50 2,82

7,0 7,0

10 7

9 F M

7,33 9,13

2,87 3,40

8,0 9,0

8 7

10 F M

8,00 8,21

2,83 2,42

8,0 8,0

10 6

11 F M

7,25 9,15

4,11 3,89

8,0 10,0

2 10

12 F M

7,20 7,21

2,78 3,17

8,0 8,0

6 8

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44

Tabela 14 - Valores das medidas de tendência central calculados para o número de

acertos à esquerda, obtidos pelas crianças reunidas segundo o sexo e a

faixa etária, na etapa de atenção direita.

Faixa Etária Sexo Média Desvio-Padrão Mediana Moda

7 F M

7,33 9,31

2,84 2,43

7,5 10,0

10 8

8 F M

7,00 7,36

3,26 2,50

7,0 7,5

8 9

9 F M

6,17 8,40

3,12 4,12

6,0 7,0

6 6

10 F M

7,38 6,93

2,21 2,46

7,0 7,5

6 9

11 F M

7,00 7,38

3,55 3,92

7,5 8,0

10 11

12 F M

6,60 7,00

3,36 3,16

7,0 8,0

5 8

Tabela 15 - Valores das medidas de tendência central calculados para o número de

acertos à esquerda, obtidos pelas crianças reunidas segundo o sexo e a faixa

etária, na etapa de atenção esquerda.

Faixa Etária Sexo Média Desvio-Padrão Mediana Moda

7 F M

7,83 10,00

3,27 2,65

8,0 10,0

8 10

8 F M

8,64 8,07

2,25 1,82

8,0 8,0

7 8

9 F M

8,46 10,13

2,69 3,44

8,0 11,0

8 7

10 F M

10,31 9,86

3,47 3,37

10,0 10,5

9 12

11 F M

11,25 10,62

4,57 3,80

11,0 10,0

6 10

12 F M

9,80 7,93

3,77 3,20

11,0 8,5

11 10

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45

Nas tabelas 16, 17 e 18 apresentamos os valores das medidas de tendência central

calculados para o número de erros obtidos nas etapas de atenção livre, atenção direita e

atenção esquerda, respectivamente, considerando as variáveis sexo e faixa etária.

Tabela 16 - Valores das medidas de tendência central calculados para o número de erros

obtidos pelas crianças reunidas segundo o sexo e a faixa etária, na etapa de

atenção livre.

Faixa Etária Sexo Média Desvio-Padrão Mediana Moda

7 F M

5,33 4,69

2,53 2,53

5,0 5,0

4 8

8 F M

4,18 4,64

2,32 2,79

4,0 4,0

1 2

9 F M

3,79 4,27

2,11 2,71

3,0 4,0

3 2

10 F M

3,54 2,79

2,11 0,89

3,0 3,0

3 3

11 F M

4,00 3,46

1,63 2,15

4,0 3,0

4 3

12 F M

3,60 3,79

1,67 2,15

4,0 3,5

5 2

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46

Tabela 17 - Valores das medidas de tendência central calculados para o número de erros

obtidos pelas crianças reunidas segundo o sexo e a faixa etária, na etapa de

atenção direita.

Faixa Etária Sexo Média Desvio-Padrão Mediana Moda

7 F M

4,33 4,38

1,61 2,06

4,5 4,0

6 4

8 F M

3,64 5,07

2,58 2,92

3,0 5,0

2 3

9 F M

3,50 3,93

1,67 2,60

3,0 4,0

4 4

10 F M

3,92 3,93

1,55 1,44

4,0 4,5

4 5

11 F M

2,00 3,62

1,82 1,26

2,0 3,0

0 3

12 F M

3,20 3,50

1,48 1,70

3,0 3,5

3 4

Tabela 18 - Valores das medidas de tendência central calculados para o número de erros

obtidos pelas crianças reunidas segundo o sexo e a faixa etária, na etapa de

atenção esquerda.

Faixa Etária Sexo Média Desvio-Padrão Mediana Moda

7 F M

3,58 4,23

1,38 1,54

4,0 4,0

5 3

8 F M

3,73 4,57

2,37 2,10

4,0 4,0

6 3

9 F M

4,00 4,13

2,04 1,77

4,0 4,0

3 3

10 F M

4,23 3,71

2,71 1,54

4,0 3,0

2 3

11 F M

4,25 3,77

0,96 1,69

4,5 3,0

5 3

12 F M

2,80 4,50

1,92 2,24

3,0 3,5

2 3

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47

Nas tabelas 19, 20 e 21 mostramos os valores do teste estatístico de Mann-

Whitney calculados para comparar o número de acertos à direita, acertos à esquerda e

erros nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda, obtidos pelas

crianças do sexo feminino com os obtidos pelas crianças do sexo masculino, segundo a

faixa etária.

Tabela 19 - Valores do teste estatístico de Mann-Whitney calculados para comparar o

número de acertos à direita nas etapas de atenção livre, atenção direita e

atenção esquerda obtidos pelas crianças do sexo masculino com os obtidos

pelas crianças do sexo feminino para cada faixa etária.

Faixa Etária Atenção Livre Atenção Direita Atenção Esquerda

7 0,4598 0,1632 0,0328* 8 0,8468 0,3331 0,9559 9 0,0342* 0,0576 0,0956 10 0,5408 0,8830 0,5578 11 0,6081 0,3940 0,6903 12 0,7435 0,7055 1,0000

Tabela 20 - Valores do teste estatístico de Mann-Whitney calculados para comparar o

número de acertos à esquerda nas etapas de atenção livre, atenção direita e

atenção esquerda obtidos pelas crianças do sexo masculino com os obtidos

pelas crianças do sexo feminino para cada faixa etária.

Faixa Etária Atenção Livre Atenção Direita Atenção Esquerda

7 0,0790 0,0733 0,0706 8 1,0000 0,6593 0,8224 9 0,1231 0,0786 0,1258 10 0,9610 0,8830 0,7882 11 0,4601 0,9092 0,7319 12 1,0000 0,7079 0,2626

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48

Tabela 21 - Valores do teste estatístico de Mann-Whitney calculados para comparar o

número de erros nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção

esquerda , obtidos pelas crianças do sexo masculino com os obtidos pelas

crianças do sexo feminino para cada faixa etária.

Faixa Etária Atenção Livre Atenção Direita Atenção Esquerda

7 0,4755 0,9341 0,4681 8 0,8040 0,2140 0,3333 9 0,7698 0,8257 0,8475 10 0,5254 0,8231 0,6407 11 0,6465 0,1581 0,3359 12 0,9626 0,8875 0,1884

Os resultados dos testes estatísticos mostraram, no sexo feminino, um número

maior de acertos a direita, na etapa de atenção livre, aos 9 anos e, na etapa de atenção

esquerda, aos 7 anos. Decidimos então, não juntar as respostas de ambos os sexos para a

análise da diferença entre as faixas etárias.

Nas tabelas 22, 23 e 24 encontramos os valores do teste estatístico de Kruskal-

Wallis calculados para comparar o número de acertos à direita, acertos à esquerda e erros,

respectivamente, obtidos pelas crianças entre as diferentes faixas etárias, para as etapas

de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda .

Tabela 22 - Valores do teste estatístico de Kruskal-Wallis calculados para comparar o

número de acertos à direita entre as crianças de diferentes faixas etárias,

separadas por sexo, nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção

esquerda.

Atenção Livre Atenção Direita Atenção Esquerda

Feminino 0,8881 0,6078 0,1453

Masculino 0,0421* 0,1266 0,5149

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49

Tabela 23 - Valores do teste estatístico de Kruskal-Wallis calculados para comparar o

número de acertos à esquerda entre as crianças de diferentes faixas etárias,

separadas por sexo, nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção

esquerda.

Acertos OD Acertos OE Erros

Feminino 0,9795 0,7722 0,2179

Masculino 0,3168 0,3513 0,1525

Tabela 24 - Valores do teste estatístico de Kruskal-Wallis calculados para comparar o

número de erros entre as crianças de diferentes faixas etárias, separadas por

sexo, nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda.

Atenção Livre Atenção Direita Atenção Esquerda

Feminino 0,3848 0,3038 0,8598

Masculino 0,4047 0,5601 0,8158

O teste estatístico revelou diferenças significantes entre os resultados obtidos por

crianças do sexo masculino quanto ao número de acertos à direita, na etapa de atenção

livre, considerando a variável faixa etária. Para localizar onde se encontrava esta

diferença, observamos os valores de média para acertos à direita, na etapa de atenção

livre, obtidos por crianças do sexo masculino em cada faixa etária e notamos que a média

na faixa etária de 7 anos estava muito abaixo das demais.

Utilizamos, então, o teste estatístico de Mann-Whitney,que apresentamos na tabela

25, para comparar o número de acertos a direita, na etapa de atenção livre, obtidos por

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50

crianças do sexo masculino na faixa etária de 7 anos com os obtidos por crianças,

também do sexo masculino, na faixa etária de 8 a 12 anos.

Tabela 25 - Valor observado no teste estatístico de Mann-Whitney calculado para

comparar o número de acertos à direita obtidos por crianças de 7 anos, com

os obtidos por crianças de 8 a 12 anos do sexo masculino, na etapa de

atenção livre.

Faixa Etária

7 anos 8 a 12 anos

Acertos da OD 9,9 12,0

Mann-Whitney

(7 x 8 a 12)

0,0418*

Na tabela 26 apresentamos o valor calculado, utilizando o teste estatístico de

Kruskal-Wallis, para comparar o número de acertos à direita obtidos pelas crianças do

sexo masculino nas faixas etárias de 8 a 12 anos, na etapa de atenção livre.

Tabela 26 - Valor observado no teste estatístico de Kruskal-Wallis calculado para

comparar o número de acertos à direita obtidos por crianças do sexo

masculino nas faixas etárias de 8, 9, 10, 11 e 12 anos, na etapa de atenção

livre.

Faixa Etária

8 9 10 11 12

Acertos OD 12,00 10,60 13,00 11,38 13,00

Kruskal-Wallis

(8 x 9 x 10 x 11)

0,1556

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51

Os testes estatísticos indicaram diferença significante entre as respostas obtidas

por crianças na faixa etária de 7 anos e na faixa etária de 8 a 12 anos, por este motivo

reunimos a amostra em 4 grupos:

Grupo A: crianças de 7 anos de idade, do sexo feminino.

Grupo B: crianças de 7 anos de idade, do sexo masculino.

Grupo C: crianças de 8 a 12 anos de idade, do sexo feminino.

Grupo D: crianças de 8 a 12 anos de idade, do sexo masculino.

Na tabela 27 apresentamos os valores das medidas de tendência central calculados

para o número de acertos à direita obtidos pelas crianças de cada grupo amostral nas

etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda. Nas tabelas 28 e 29

mostramos os mesmos itens para acertos a esquerda e para erros, respectivamente.

Tabela 27 - Valores das medidas de tendência central calculados para representar o

número de acertos à direita obtidos pelas crianças, reunidas por grupo, nas

três etapas do teste.

Grupo Média Desvio-Padrão Mediana Moda

Atenção

Livre

A

B

11,75

9,92

3,89

2,84

11,5

10,0

8

13

C

D

12,70

11,99

3,09

3,11

12,0

12,0

12

13

Atenção

Direita

A

B

12,33

10,31

3,47

2,67

12,5

10,0

8

11

C

D

13,81

12,56

3,54

3,50

14,0

13,0

14

13

Atenção

Esquerda

A

B

12,58

9,77

3,45

2,83

13,0

10,0

16

11

C

D

10,89

10,54

3,30

3,40

11,0

11,0

10

11

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52

Tabela 28 - Valores das medidas de tendência central calculados para representar o

número de acertos à esquerda obtidos pelas crianças, reunidas por grupo,

nas três etapas do teste.

Grupo Média Desvio-Padrão Mediana Moda

Atenção

Livre

A

B

6,92

9,38

3,55

2,36

6,5

10,0

6

10

C

D

7,49

8,21

2,97

3,19

8,0

8,0

8

9

Atenção

Direita

A

B

7,33

9,31

2,84

2,43

7,5

10,0

10

8

C

D

6,70

7,43

2,95

3,26

6,0

8,0

8

9

Atenção

Esquerda

A

B

7,83

10,00

3,27

2,65

8,0

10,0

8

10

C

D

9,23

9,31

3,01

3,29

9,0

9,0

8

8

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53

Tabela 29 - Valores das medidas de tendência central calculados para representar o

número de erros obtidos pelas crianças, reunidas por grupo, nas três etapas

do teste.

Grupo Média Desvio-Padrão Mediana Moda

Atenção

Livre

A

B

5,33

4,69

2,53

2,53

5,0

5,0

4

8

C

D

3,81

3,80

2,03

2,28

3,0

3,0

3

3

Atenção

Direita

A

B

4,33

4,38

1,61

2,06

4,5

4,0

6

4

C

D

3,49

4,01

1,84

2,12

3,0

4,0

4

3

Atenção

Esquerda

A

B

3,58

4,23

1,38

1,54

4,0

4,0

5

3

C

D

3,91

4,14

2,18

1,87

4,0

3,5

5

3

Na tabela 30 apresentamos os valores das medidas de tendência central calculados

para o Índice de Diferença de Respostas (IDR) obtidos pelas crianças de cada grupo

amostral nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda. Na tabela 31

mostramos os valores do teste estatístico de Wilcoxon calculados para comparar a

diferença entre os acertos da orelha direita e os acertos da orelha esquerda nas três etapas

do teste, verificando existência de vantagem de orelha em cada grupo amostral.

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54

Tabela 30 - Valores das medidas de tendência central calculados para representar os

Índices de Diferença de Respostas obtidos pelas crianças reunidas por

grupo, nas três etapas do teste.

Grupo Média Desvio-Padrão Mediana Moda

Atenção

Livre

A

B

6,33

0,54

4,60

4,40

5,0

0

3

0

C

D

5,21

3,77

5,66

6,78

4,0

4,0

3

6

Atenção

Direita

A

B

5,00

1,00

5,87

4,47

5,5

0

11

0

C

D

7,10

5,28

6,19

6,25

8,0

4,0

8

4

Atenção

Esquerda

A

B

4,75

-0,23

6,30

5,05

5,5

1,0

6

1

C

D

1,59

1,20

5,83

6,33

1,0

2,0

0

1

Tabela 31 - Valores do teste estatístico de Wilcoxon calculados para comparar a

diferença entre os acertos da orelha direita e os acertos da orelha esquerda,

nas três etapas do teste, por grupo amostral.

Grupo Atenção Livre Atenção Direita Atenção Esquerda

Valor observado

do teste de

Wilcoxon

A

B

C

D

0,0455*

0,5048

1,7 x 10-7*

5,1 x 10-6*

0,0262*

0,4838

8,5 x 10-9*

4,2 x 10-8*

0,0376*

0,8939

0,0349*

0,1043

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55

A tabela 32 mostra o predomínio de acertos nas orelhas direita e esquerda ou a

ausência de vantagem do número de acertos de uma orelha em relação à outra nas etapas

de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda para cada grupo amostral.

Tabela 32 - Vantagem de orelha para o Teste Dicótico Consoante-Vogal nas três etapas

do teste para cada grupo amostral.

Atenção Livre Atenção Direita Atenção Esquerda

Grupo A OD > OE OD > OE OD > OE

Grupo B OD = OE OD = OE OD = OE

Grupo C OD > OE OD > OE OD > OE

Grupo D OD > OE OD > OE OD = OE

Parte 1.3: Estudo do Índice de Predomínio de Orelha

Apresentamos na tabela 33, os valores calculados de média, desvio-padrão,

mediana e moda do Índice de Predomínio de Orelha (IPO) na etapa de atenção livre

considerando as variáveis sexo e faixa etária. Nas tabelas 34 e 35 mostramos os valores

de média, desvio-padrão, mediana e moda para as etapas de atenção direita e atenção

esquerda respectivamente.

Na tabela 36 mostramos o teste estatístico de Mann-Whitney calculado para

comparar os resultados do Índice de Predomínio de Orelha obtidos por crianças do sexo

masculino com os obtidos por crianças do sexo feminino em cada faixa etária nas etapas

de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda.

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56

Tabela 33 - Valores em porcentagem das medidas de tendência central calculadas para

o Índice de Predomínio de Orelha obtidos por crianças reunidas segundo o

sexo e a faixa etária, na etapa de atenção livre.

Faixa etária Sexo Média Desvio-Padrão Mediana Moda

7 F

M

25,84

2,15

35,90

25,50

20,00

0,00

20,00

0,00

8 F

M

25,37

24,36

34,37

24,37

22,22

19,69

10,00

0,00

9 F

M

27,55

6,59

27,07

32,80

25,54

0,00

63,64

-18,18

10 F

M

31,32

22,77

27,02

21,99

14,29

25,54

13,04

40,00

11 F

M

27,22

12,12

41,47

34,95

20,00

13,04

-11,11

4,76

12 F

M

30,11

29,41

25,07

29,54

23,81

23,64

13,04

14,29

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57

Tabela 34 - Valores em porcentagem das medidas de tendência central calculados para

o Índice de Predomínio de Orelha obtidos por crianças reunidas segundo o

sexo e a faixa etária, na etapa de atenção direita.

Faixa etária Sexo Média Desvio-Padrão Mediana Moda

7 F

M

24,69

4,86

31,23

25,54

28,57

0,00

33,33

0,00

8 F

M

29,93

22,72

32,44

22,63

25,00

17,14

23,81

13,04

9 F

M

39,34

15,12

30,63

39,35

42,22

17,65

40,00

0,00

10 F

M

25,19

30,77

26,11

25,24

26,31

23,81

54,55

5,26

11 F

M

36,34

27,97

31,53

37,72

33,33

18,18

4,76

18,18

12 F

M

37,80

31,75

28,99

31,72

33,33

21,90

20,00

20,00

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58

Tabela 35 - Valores em porcentagem das medidas de tendência central calculados para

o Índice de Predomínio de Orelha obtidos por crianças reunidas segundo o

sexo e a faixa etária, na etapa de atenção esquerda.

Faixa etária Sexo Média Desvio-Padrão Mediana Moda

7 F

M

23,09

-1,42

33,35

26,40

25,54

4,76

30,00

0,00

8 F

M

14,15

17,18

20,89

16,16

22,22

15,04

-9,09

18,18

9 F

M

15,41

-2,62

26,83

35,46

23,81

-4,76

0,00

15,79

10 F

M

-5,11

2,67

35,64

32,78

-5,26

2,38

-4,76

10,00

11 F

M

-12,84

-5,02

41,72

37,20

-13,16

4,76

36,84

5,88

12 F

M

7,40

18,26

26,37

33,60

8,33

16,45

15,79

26,32

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59

Tabela 36 - Valores do teste estatístico de Mann-Whitney calculados para comparar os

Índices de Predomínio de Orelha obtidos por crianças do sexo masculino

com os obtidos por crianças do sexo feminino para cada faixa etária e para

cada etapa do teste.

Faixa Etária Atenção Livre Atenção Direita Atenção Esquerda

7 0,1275 0,1541 0,0338*

8 1,0000 0,5109 0,8479

9 0,0303* 0,0581 0,0996

10 0,7707 0,2225 0,6622

11 0,5334 0,7768 0,7339

12 1,0000 0,7104 0,6769

O teste estatístico revelou algumas diferenças significantes e por este motivo a

análise das respostas segundo a faixa etária foi realizada separadamente considerando a

variável sexo.

Na tabela 37 mostramos os valores do teste estatístico de Kruskal-Wallis

calculados para comparar o Índice de Predomínio de Orelha obtidos por crianças de

diferentes faixas etárias considerando a variável sexo nas etapas de atenção livre, atenção

direita e atenção esquerda.

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60

Tabela 37 - Valores do teste estatístico de Kruskal-Wallis calculados para comparar os

Índices de Predomínio de Orelha obtidos por crianças de diferentes faixas

etárias considerando a variável sexo para cada etapa do teste.

Atenção Livre Atenção Direita Atenção Esquerda

Feminino 0,9872 0,7351 0,2077

Masculino 0,0891 0,1482 0,2597

O teste estatístico não revelou diferença significante entre as respostas

considerando a faixa etária quanto ao Índice de Predomínio de Orelha, porém, optamos

por manter a amostra reunida em grupos por faixa etária já que isto foi necessário quando

analisamos o número de erros e de acertos por orelha nas três etapas do teste.

Na tabela 38 apresentamos os valores das medidas de tendência central calculados

para o Índice de Predomínio de Orelha obtidos pelas crianças nas etapas de atenção livre,

atenção direita e atenção esquerda, segundo o grupo amostral.

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61

Tabela 38 - Valores em porcentagem, das medidas de tendência central calculados para

o Índice de Predomínio de Orelha obtidos pelas crianças reunidas por

grupo, nas três etapas do teste.

Grupo Média Desvio-Padrão Mediana Moda

Atenção

Livre

A

B

25,84

2,15

35,90

25,50

20,00

0,00

20,00

0,00

C

D

25,91

18,97

28,52

29,52

22,22

18,18

9,09

14,29

Atenção

Direita

A

B

24,69

4,86

31,23

25,54

28,57

0,00

-11,11

0,00

C

D

33,95

25,48

29,46

31,74

40,00

20,00

40,00

18,18

Atenção

Esquerda

A

B

23,09

-1,42

33,35

26,40

25,54

4,76

27,27

4,76

C

D

7,80

6,13

19,84

32,57

5,26

9,55

0,00

-14,29

Parte 2 - Desvios do Índice de Reconhecimento de Fala, número de erros, acertos à

direita e à esquerda, Índice de Diferença de Respostas e Índice de Predomínio de Orelha:

estudo de suas variações.

Nesta parte apresentamos a dispersão do Índice de Reconhecimento de Fala,

número de erros e de acertos por orelha, Índice de Diferença de Respostas e Índice de

Predomínio de Orelha calculados para o teste Dicótico Consoante Vogal obtidos por

crianças segundo o grupo amostral.

Na tabela 39 mostramos a dispersão do Índice de Reconhecimento de Fala para

cada etapa do teste segundo o grupo amostral. Nas tabelas 40, 41, 42, 43 e 44

apresentamos, respectivamente, a dispersão do número de erros, número de acertos na

orelha direita, número de acertos na orelha esquerda, do Índice de Diferença de Respostas

e do Índice de Predomínio de Orelha, para cada etapa do teste segundo o grupo amostral.

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62

Tabela 39 - Dispersão dos índices médios, em porcentagem, de Reconhecimento de

Fala calculados para o Teste Dicótico Consoante - Vogal para cada etapa do

teste segundo o grupo amostral.

Atenção Livre Atenção Direita Atenção Esquerda

GRUPO A

X + 1DP X + 2DP

[67,2 a 88,4] [56,6 a 99,0]

[75,2 a 88,6] [68,5 a 9 5,3]

[79,4 a 90,8] [73,7 a 96,5]

GRUPO B X + 1DP

X + 2DP [69,9 a 90,9] [59,4 a 100,0]

[73,1 a 90,3] [64,5 a 98,9]

[76,0 a 88,8] [69,6 a 95,2]

GRUPO C X + 1DP

X + 2DP [74,6 a 93,6] [65,1 a 100,0]

[77,8 a 93,2] [70,1 a 100,0]

[74,6 a 92,8] [65,5 a 100,0]

GRUPO D X + 1DP

X + 2DP [75,7 a 92,7] [67,2 a 100,0]

[75,5 a 92,1] [65,7 a 100,0]

[74,9 a 90,5] [67,1 a 98,3]

X = Média DP = Desvio Padrão

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63

Tabela 40 - Dispersão do número de erros calculados para o Teste Dicótico Consoante -

Vogal para cada etapa do teste segundo o grupo amostral.

Atenção Livre Atenção Direita Atenção Esquerda

GRUPO A

X + 1DP X + 2DP

[ 2,8 a 7,86] [0,27 a 10,39]

[2,72 a 5,94] [1,11 a 7,55]

[2,2 a 4,96] [0,82 a 6,34]

GRUPO B X + 1DP

X + 2DP [2,16 a 7,22] [ 0 a 9,75]

[2,32 a 6,44] [0,26 a 8,5 ]

[2,69 a 5,77] [1,15 a 7,31]

GRUPO C X + 1DP

X + 2DP [1,78 a 5,84] [ 0 a 7,87]

[1,65 a 5,33] [ 0 a 7,17]

[1,73 a 6,09] [ 0 a 8,27]

GRUPO D X + 1DP

X + 2DP [1,52 a 6,08] [ 0 a 8,36]

[1,89 a 6,13] [ 0 a 8,25]

[2,27 a 6,01] [0,4 a 7,88]

X = Média DP = Desvio Padrão

Tabela 41 - Dispersão do número de acertos à direita calculados para o Teste Dicótico

Consoante-Vogal para cada etapa do teste segundo o grupo amostral.

Atenção Livre Atenção Direita Atenção Esquerda

GRUPO A

X + 1DP X + 2DP

[7,86 a 15,64] [3,97 a 19,53]

[ 8,86 a 15,80] [ 5,39 a 19,27]

[9,13 a 16,03] [5,68 a 19,48]

GRUPO B X + 1DP

X + 2DP [7,08 a 12,76] [4,24 a 15,60]

[ 7,64 a 12,98] [ 4,97 a 15,65]

[6,94 a 12,60] [4,11 a 15,45]

GRUPO C X + 1DP

X + 2DP [9,61 a 15,79] [6,52 a 18,88]

[10,27 a 17,35] [ 6,73 a 20,89]

[7,59 a 14,19] [4,29 a 17,49]

GRUPO D X + 1DP

X + 2DP [8,88 a 15,10] [5,77 a 18,21]

[ 9,06 a 16,06] [ 5,56 a 19,56]

[7,14 a 13,94] [3,74 a 17,34]

X = Média DP = Desvio Padrão

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64

Tabela 42 - Dispersão do número de acertos à esquerda calculados para o Teste

Dicótico Consoante-Vogal, para cada etapa do teste, segundo o grupo

amostral.

Atenção Livre Atenção Direita Atenção Esquerda

GRUPO A

X + 1DP X + 2DP

[3,37 a 10,47] [ 0 a 14,02]

[4,49 a 10,17] [1,65 a 13,01]

[4,56 a 11,10] [1,29 a 14,37]

GRUPO B X + 1DP

X + 2DP [7,02 a 11,74] [4,66 a 14,10]

[6,88 a 11,74] [4,45 a 14,17]

[7,35 a 12,65] [4,70 a 15,30]

GRUPO C X + 1DP

X + 2DP [4,52 a 10,47] [1,55 a 13,43]

[3,75 a 9,65] [0,8 a 12,60]

[6,22 a 12,54] [3,21 a 15,25]

GRUPO D X + 1DP

X + 2DP [5,02 a 11,40] [1,83 a 14,59]

[4,17 a 10,69] [0,91 a 13,95]

[6,02 a 12,60] [2,73 a 15,89]

X = Média DP = Desvio Padrão

Tabela 43 - Dispersão do Índice de Diferença de Respostas calculado para o Teste

Dicótico Consoante-Vogal, para cada etapa do teste segundo o grupo

amostral.

Atenção Livre Atenção Direita Atenção Esquerda

GRUPO A

X + 1DP X + 2DP

[ 1,73 a 10,93] [-2,87 a 15,53]

[-0,87 a 10,87] [-6,74 a 16,74]

[ -1,55 a 11,05] [ -7,85 a 17,35]

GRUPO B X + 1DP

X + 2DP [-3,86 a 4,94] [-8,26 a 9,34]

[-3,47 a 5,47] [-7,94 a 9,94]

[ -5,28 a 4,82] [-10,33 a 9,87]

GRUPO C X + 1DP

X + 2DP [-0,45 a 10,87] [-6,11 a 16,53]

[ 0,91 a 13,29] [-5,28 a 19,48]

[ -4,24 a 7,42 ] [-10,07 a 13,25]

GRUPO D X + 1DP

X + 2DP [-3,01 a 10,55] [-9,79 a 17,33]

[-0,97 a 11,53] [-7,22 a 17,78]

[ -5,13 a 7,53] [-11,46 a 13,86]

X = Média

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DP = Desvio Padrão

Tabela 44 - Dispersão dos índices médios, em porcentagem, do Predomínio de Orelha

calculados para o teste Dicótico Consoante-Vogal para cada etapa do teste,

segundo o grupo amostral.

Atenção Livre Atenção Direita Atenção Esquerda

GRUPO A

X + 1DP X + 2DP

[-10,06 a 61,74] [-45,96 a 97,64]

[ -6,54 a 55,92] [-37,77 a 87,15]

[-10,26 a 56,44] [-43,61 a 89,79]

GRUPO B X + 1DP

X + 2DP [-23,65 a 27,65] [-48,85 a 53,15]

[-20,68 a 30,40] [-46,22 a 55,94]

[-27,82 a 24,98] [-54,22 a 51,38]

GRUPO C X + 1DP

X + 2DP [ -2,61 a 54,43] [-31,13 a 82,95]

[ 4,49 a 63,41] [-24,97 a 92,87]

[-12,04 a 27,64] [-31,88 a 47,48]

GRUPO D X + 1DP

X + 2DP [-10,55 a 48,49] [-40,07 a 78,01]

[ -6,26 a 57,22] [ -38,00 a 88,96]

[-26,44 a 38,70] [-59,01 a 71,27]

X = Média DP = Desvio Padrão

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COMENTÁRIOS

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67

Neste capítulo pretendemos apresentar uma análise crítica da proposta de

elaboração do Teste Consoante-Vogal e também dos resultados obtidos conforme o que

encontramos na literatura especializada.

A escolha de um teste dicótico foi baseada na quantidade de informação que nos

oferece sobre o processamento auditivo central. Os testes dicóticos são utilizados para

estudar a dominância hemisférica para linguagem ou para identificar disfunção cerebral

(KIMURA,1961 ab), são utilizados também para avaliar a capacidade de atenção seletiva

(KINSBOURNE,1970; HISCOCK & KINSBOURNE,1980; HUGDAHL &

ANDERSSON,1986).

A opção pelo teste de estimulação dicótica com sílabas consoante-vogal foi feita

em razão de sua simplicidade operacional, por não envolver capacidade de memorização

como o teste de dígitos, por ter lateralização hemisférica precoce (BISSEL & CLARK,

1984) e por apresentar maior grau de confiabilidade na medida de lateralidade do que

outros estímulos verbais como palavras e dígitos, pois as sílabas competitivas diferem

apenas na consoante inicial e o simples desvio da atenção para uma orelha não faz com

que a sílaba apresentada a esta orelha se torne mais fácil de ser identificada (TENG,

1981).

Escolhemos como população crianças numa faixa etária de 7 a 12 anos pois,

conforme relato de MUSIEK, GOLLEGLY, LAMB, LAMB (1990), os efeitos

maturacionais podem ser notados na maioria dos testes para investigar disfunção auditiva

central exigindo que dados normativos sejam obtidos com crianças em cada faixa etária

abaixo de 12 - 14 anos.

Realizamos o Teste Dicótico Consoante-Vogal nos moldes de PINTO (1991) pois

concordamos com os parâmetros utilizados por ela na montagem do teste.

Utilizamos consoantes plosivas pois elas evidenciam uma vantagem de orelha

direita significante de acordo com o estudo realizado por STUDDART-KENNEDY &

SHANKWEILER em 1970. A vogal “a” foi escolhida uma vez que revelou-se a vogal

mais estável do português brasileiro através de análise espectrográfica (BEHLAU, 1984),

porém através de estudo comparativo do teste dicótico usando uma consoante plosiva e as

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vogais “a” e “i”, LOWE, CULLEN JR, BERLIN, THOMPSON, WILLETT (1970), não

encontraram diferença estatisticamente significante no uso das duas. Os pares de sílabas

iguais (ex: pa-pa) e os que diferiam somente quanto a sonorização (ex: pa-ba) foram

excluídos pois LOWE, CULLEN JR, BERLIN,THOMPSON, WILLETT (1970)

observaram uma maior repetição da consoante surda que da sonora nos pares

diferenciados apenas pelo traço de sonoridade.Os pares de sílabas têm apresentação

simultânea pois o estudo de BERLIN, LOWE-BELL, CULLEN JR, THOMPSON (1973)

e o de TOBEY, CULLEN JR, RAMP, FLEISCHER-GALLAGHER (1979) mostraram

que quando as sílabas têm início simultâneo a vantagem da orelha direita aparece, mas se

o tempo entre o início de cada sílaba for de 30 mseg ou mais, a vantagem da orelha

direita desaparece quando o estímulo atrasado está na orelha esquerda.

No teste utilizado neste estudo, cada sílaba ficou disposta duas vezes em cada uma

das colunas para que a lateralização não fosse afetada pelas características acústicas dos

fonemas utilizados. Isto foi baseado no estudo de SPEAKS, NICCUN, CARNEY,

JOHNSON (1991) que comparando as sílabas usadas no Teste Dicótico Consoante-Vogal

(pa,ta,ca,ba,da,ga) observaram que os fonemas velares dominaram sobre os bilabiais e

alveolares e que os surdos dominaram sobre os sonoros. O estudo de JANCKE (1992)

demonstrou vantagem no monitoramento da sílaba “ta” e não na sílaba “da”.

Realizamos o nosso estudo através de um gravador estereofônico ao qual foi

acoplado fones TDH 39 ,baseado no trabalho de TEDESCO, PEREIRA, BORGES

(1995) que compararam os resultados obtidos no Teste Dicótico Consoante-Vogal

realizado com gravador acoplado a um audiômetro de dois canais e com o mesmo

equipamento que utilizamos não encontrando diferença estatisticamente significante nos

resultados obtidos com os dois equipamentos. Este equipamento nos permitiu a avaliacão

das crianças na própria escola. Na literatura consultada, a maioria dos autores que

indicaram o equipamento utilizado, também fizeram uso do gravador com fones,

dispensando o audiômetro (NAGAFUCHI, 1970; LING, 1971; BERLIN, LOWE-BELL,

JANNETTA, KLINE, 1972; BERLIN, HUGHES, LOWE-BELL, BERLIN, 1973;

BERLIN, LOWE-BELL, CULLEN JR, THOMPSON, 1973; DORMAN & GEFFNER,

1974; MILLAY, ROESER, GODFREY,1977; HISCOCK & KINSBOURNE, 1980;

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69

HISCOCK & STEWART, 1984; STRAUSS, 1986; HUGDAHL & ANDERSSON, 1986

e 1989; MONDOR & BRYDEN, 1991; OBRZUT, MONDOR, VECKER, MC GILL,

1993; HISCOCK & CHIPUER, 1993; HARRIS, 1994).

No presente estudo utilizamos um nível de intensidade de apresentação do teste de

79,5 dBNPS nos dois fones, o mesmo usado por TEDESCO, PEREIRA, BORGES

(1995) e equivalente aos 60 dBNA encontrado no trabalho de PINTO (1991) e no de

MAIORINO (1993) quando aplicaram o Teste Dicótico Consoante-Vogal com o

gravador acoplado ao audiômetro. Vários pesquisadores utilizaram nível de intensidade

entre 55 e 70 dBNPS (LING, 1971; HISCOCK & KINSBOURNE, 1980; HISCOCK &

STEWART, 1984; MONDOR & BRYDEN, 1991; OBRZUT, MONDOR, UECKER,

MC GILL, 1993; HISCOCK & CHIPUER, 1993; HARRIS, 1994), outros usaram nível

de intensidade superior a 70 dBNPS podendo atingir 85 dBNPS (BERLIN, LOWE-

BELL, JANNETTA, KLINE, 1972; BERLIN, HUGHES, LOWE-BELL, BERLIN, 1973;

BERLIN, LOWE-BELL, CULLEN JR, THOMPSON, 1973; MILLAY, ROESER,

GODFREY, 1977; KOOMAR & CERMAK, 1981; STRAUSS, 1986; HUGDAHL &

ANDERSSON, 1986 e 1989; MUSZKAT,1989). Segundo ROESER & JOHNS (1972)

que estudaram a influência do nível de intensidade de apresentação dos estímulos no

predomínio de respostas da orelha direita, o predomínio da orelha direita não diferiu

significantemente em função do uso de 30, 50 ou 70 dBNS. Em nosso estudo, baseados

no fato de que as crianças avaliadas apresentavam limiares de audibilidade de no máximo

20 dBNA, utilizamos um nível de intensidade de, no mínimo, 40 dBNS. Todos os autores

citados acima testaram sujeitos com audição normal e usaram dígitos ou sílabas

consoante-vogal em seus estudos.

Em nossa pesquisa, para verificar a dominância hemisférica para estímulos

linguísticos, utilizamos uma tarefa de separação binaural em que a criança deveria repetir

a sílaba que lhe parecesse ser a mais audível, o que denominamos de atenção livre. MAC

KEEVER, NOLAN, DIEHL (1984) também utilizaram esta técnica pois observaram que

muitos indivíduos não escutavam as duas sílabas e sim apenas uma em cada par, e que,

forçando o indivíduo a repetir duas sílabas, seria inevitável que usasse advinhações ao

acaso e isto não conduziria ao resultado real da tarefa. Na literatura especializada

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70

consultada, todos os autores que utilizaram atenção livre, também fizeram uso de sílabas

consoante-vogal como estímulo (DORMAN & GEFFNER, 1974; GEFFNER &

DORMAN, 1976; MILLAY, ROESER, GODFREY, 1977; KOOMAR & CERMAK,

1981; BRYDEN, MUNHALL, ALLARD,1983; BISSEL & CLARK, 1984; MAC

KEEVER, NOLAN, DIEHL, SEITZ, 1984; HISCOCK & STEWART, 1984;

HUGDAHL & ANDERSSON, 1986 e 1989; MUSZKAT, 1989; PINTO, 1991;

TEDESCO, PEREIRA, BORGES, 1995).

Outros autores, para verificar a dominância hemisférica para estímulos

linguísticos, utilizaram uma tarefa de integração binaural, isto é, a repetição de todos os

estímulos apresentados em ambas as orelhas de forma dicótica. Entre eles, vários

valeram-se de dígitos como estímulo (KIMURA, 1961ab, 1963; DIRKS, 1964;

OXBURY, OXBURY, GARDNER, 1967; SPARKS, GOODGLASS, NICKEL, 1970;

ROESER & JOHNS, 1972; BAKKER, HOEFKINS, VLUGT, 1979; HISCOCK &

KINSBOURNE, 1980), outros usaram sílabas consoante-vogal como estímulo

(SHANKWEILER & STUDDERT-KENNEDY, 1966; STUDDERT-KENNEDY &

SHANKWEILER, 1970; BERLIN, LOWE-BELL, JANNETTA, KLINE, 1972;

BERLIN, HUGHES, LOWE-BELL, BERLIN, 1973; BERLIN, LOWE-BELL, CULLEN

JR, THOMPSON, 1973; HYND & OBRZUT, 1977; TOBEY, CULLEN JR, RAMPP,

FLEISCHER-GALLAGHER, 1979; SPEAKS, NICCUN, CARNEY, JOHNSON, 1991;

HARRIS, 1994). STRAUSS (1986) usou palavras em tarefa de integração binaural.

Para medir a habilidade da criança em dirigir a atenção para o lado do hemisfério

dominante para estímulos linguísticos (orelha direita) e para o lado não dominante para

estímulos linguísticos (orelha esquerda), ou seja, a capacidade de identificar as sílabas em

uma determinada orelha ignorando as sílabas da orelha oposta, a criança deveria repetir a

sílaba da orelha direita ou da esquerda conforme o determinado previamente. Em nosso

trabalho este desempenho foi avaliado à semelhança de outros autores, sendo que alguns

utilizaram dígitos como estímulo (MORAY & O’BRIEN, 1967; GEFFEN & WALE,

1979; HISCOCK & KINSBOURNE, 1980; HISCOCK & STEWART, 1984; PEARSON,

1991; HISCOCK & CHIPUER, 1993), e outros sílabas consoante-vogal (BRYDEN,

MUNHALL, ALLARD, 1983; HUGDAHL & ANDERSSON, 1986; IACCINO &

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71

SOWA, 1989; IACCINO & HOURAN, 1989; MODOR & BRYDEN, 1991; PINTO,

1991; OBRZUT, MONDOR, UECKER, MC GILL, 1993; MAIORINO, 1993;

TEDESCO, PEREIRA, BORGES, 1995).

Para facilitar os comentários sobre os resultados obtidos no Teste Dicótico

Consoante-Vogal manteremos a divisão que foi utilizada na apresentação dos resultados:

Parte 1: Comentários sobre os resultados obtidos para o Índice de

Reconhecimento de Fala (IRF), número de acertos à direita e à esquerda, número de

erros, Índice de Diferença de Respostas (IDR) e Índice de Predomínio de Orelha (IPO)

nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda.

Comentaremos inicialmente o Índice de Reconhecimento de Fala obtido pelas

crianças nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda. Analisando os

valores de média, mediana e moda calculados para o IRF obtido pelas crianças nas etapas

de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda (tabelas 2, 3 e 4), observamos que

foram semelhantes para as crianças dos sexos feminino e masculino de diferentes faixas

etárias. Quanto ao desvio-padrão observamos que, na etapa de atenção livre, diminuiu

com o aumento da idade para ambos os sexos, porém, para a atenção forçada à direita e à

esquerda, manteve-se constante apresentando alguns aumentos aleatórios que ocorreram

com maior freqüência para a faixa etária de 8 anos em ambos os sexos.

O estudo estatístico, tabela 5, revelou que não houve diferença significante entre o

IRF obtido pelas crianças dos sexos feminino e masculino nas etapas de atenção livre,

atenção direita e atenção esquerda, por este motivo calculamos a média do IRF para as

crianças de ambos os sexos nas diversas faixas etárias (tabela 6) e observamos que essas

médias foram semelhantes para as três etapas do teste.

O estudo estatístico também não revelou diferença significante quanto ao IRF

obtido pelas crianças nas diferentes faixas etárias, nas etapas de atenção livre, atenção

direita e atenção esquerda (tabela 7), o que nos permitiu calcular um valor médio de IRF

para cada etapa do teste (tabela 8). Estes valores foram muito semelhantes e não

diferiram significantemente no estudo estatístico.

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Os resultados obtidos neste estudo indicaram que crianças dos sexos feminino e

masculino, na faixa etária entre 7 e 12 anos, apresentaram IRF médio de 83,5% com um

desvio-padrão de ±8,6 (tabela 9).

Analisando os valores de média, mediana e moda calculados para o número de

acertos à direita obtidos pelas crianças no Teste Dicótico Consoante-Vogal, nas etapas de

atenção livre, atenção direita e atenção esquerda (tabelas 10, 11 e 12), observamos que os

valores de média e mediana para acertos à direita obtidos por crianças do sexo feminino

foram semelhantes aos obtidos pelas crianças do sexo masculino em cada faixa etária,

com exceção da faixa etária de 9 anos em que as crianças do sexo feminino obtiveram

mais acertos à direita que as do sexo masculino nas três etapas do teste. Ao compararmos

média e mediana para acertos à direita obtidos pelas crianças de diferentes faixas etárias

observamos que foram semelhantes em todas as faixas etárias na etapa de atenção livre,

tiveram um ligeiro aumento com a idade na atenção direita e apresentaram uma leve

diminuição na atenção esquerda, a partir dos 10 anos. Os valores de moda calculados

para o número de acertos à direita variaram aleatoriamente em todas as formas de

atenção, tanto comparados aos valores de média e mediana na mesma faixa etária, como

se comparados com a moda para acertos à direita nas outras faixas etárias. Os valores do

desvio-padrão foram semelhantes para todas as faixas etárias nas três etapas do teste.

Comparando a média de acertos à direita nas três formas de atenção, em cada faixa etária,

observamos que as crianças de 7 anos, de ambos os sexos, apresentaram respostas

semelhantes nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda, enquanto as

crianças com idade entre 8 e 12 anos apresentaram, em média, pelo menos 1 acerto à

direita a mais na etapa de atenção direita e 1 acerto à direita a menos na etapa de atenção

esquerda, quando comparamos estas etapas com a etapa de atenção livre. Estas

observações sugerem que com o aumento da idade as crianças começam a adquirir a

habilidade de dirigir a atenção para as orelhas direita e esquerda.

Analisando os valores de média, mediana e moda calculados para o número de

acertos à esquerda obtidos pelas crianças no Teste Dicótico Consoante-Vogal nas etapas

de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda (tabelas 13, 14 e 15), observamos que

os valores de média, mediana e moda para acertos à esquerda foram semelhante para as

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crianças dos sexos feminino e masculino em cada faixa etária, com exceção da faixa

etária de 7 anos em que as crianças do sexo masculino apresentaram um número maior de

acertos à esquerda que as do sexo feminino nas três etapas do teste. Porém, ao

compararmos os valores de média , mediana e moda calculados para o número de acertos

à esquerda obtidos pelas crianças das diferentes faixas etárias, observamos que foram

semelhantes para as crianças dos sexos feminino e masculino nas etapas de atenção livre

e direita mas aumentaram com a idade, principalmente a partir dos 10 anos, na etapa de

atenção esquerda para ambos os sexos. O desvio-padrão obtido para o número de acertos

à esquerda foi semelhante em todas as faixas etárias para os sexos feminino e masculino

nas três etapas do teste. Comparando a média de acertos à esquerda nas três formas de

atenção, em cada faixa etária, observamos que as crianças de 7 anos, de ambos os sexos,

apresentaram respostas semelhantes nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção

esquerda, enquanto as crianças de 8 a 12 anos apresentaram respostas semelhantes nas

etapas de atenção livre e atenção direita e de 1 a 4 acertos à esquerda a mais na etapa de

atenção esquerda do que na etapa de atenção livre. Estas observações sugerem que a

habilidade de dirigir a atenção para a orelha esquerda pode ter seu início por volta dos 8

anos de idade.

Ao analisar os valores de média, mediana e moda calculados para o número de

erros obtidos pelas crianças no Teste Dicótico Consoante-Vogal nas etapas de atenção

livre, atenção direita e atenção esquerda (tabelas 16, 17 e 18), observamos que foram

semelhantes para as crianças dos sexos masculino e feminino das diferentes faixas etárias

nas três etapas do teste. Quanto ao desvio-padrão para o número de erros, também

observamos semelhanças em todas as faixas etárias e nas etapas de atenção livre, direita e

esquerda, para os sexos feminino e masculino.

O estudo estatístico dos acertos à direita constatou que crianças do sexo feminino

apresentaram maior número de acertos à direita que as do sexo masculino na faixa etária

de 9 anos para a etapa de atenção livre e na faixa etária de 7 anos na etapa de atenção

esquerda (tabela 19). Quanto aos acertos à esquerda o estudo estatístico não revelou

diferenças significantes entre as respostas das crianças do sexo masculino e as do sexo

feminino nas diversas faixas etárias e nas três etapas do teste (tabela 20). Ao comparar o

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número de erros obtidos pelas crianças dos sexos feminino e masculino nas etapas de

atenção livre, atenção direita e atenção esquerda, os testes estatísticos também não

revelaram diferenças significantes em todas as faixas etárias (tabela 21).

Devido às diferenças encontradas entre as crianças do sexo feminino e as do sexo

masculino quanto ao número de acertos à direita continuamos a realizar os estudos das

respostas no Teste Dicótico Consoante-Vogal obtidas pelos indivíduos separados por

sexo feminino e masculino.

O estudo estatístico realizado para comparar o número de acertos à direita obtidos

pelas crianças de diferentes faixas etárias (tabela 22) revelou a existência de diferença

significante no número de acertos à direita para as crianças do sexo masculino, na etapa

de atenção livre enquanto que para as crianças do sexo feminino observamos respostas

semelhantes entre os acertos à direita nas várias faixas etárias. Nas etapas de atenção

direita e esquerda, os testes estatísticos indicaram semelhança entre o número de acertos

à direita obtidos pelas crianças nas diversas faixas etárias, tanto para o sexo feminino

como para o masculino.

Os testes estatísticos não revelaram presença de diferenças significantes quanto ao

número de acertos à esquerda e erros obtidos pelas crianças das diversas faixas etárias,

tanto para o sexo feminino como para o masculino (tabelas 23 e 24).

Os testes estatísticos ainda revelaram que as crianças de 7 anos do sexo masculino

apresentaram menor número de acertos à direita que os obtidos pelas crianças de 8 a 12

anos, também do sexo masculino, na etapa de atenção livre (tabelas 25 e 26).

Devido às diferenças encontradas no estudo estatístico dos acertos à direita,

reunimos a amostra em quatro grupos: crianças de 7 anos do sexo feminino (grupo A),

crianças de 7 anos do sexo masculino (grupo B), crianças de 8 a 12 anos do sexo

feminino (grupo C) e crianças de 8 a 12 anos do sexo masculino (grupo D), e calculamos

os valores das medidas de tendência central para o número de acertos à direita, acertos à

esquerda e erros, agora para os grupos amostrais.

Analisando os valores calculados de média, mediana e moda para o número de

acertos à direita para a população reunida por grupos de indivíduos (tabela 27),

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observamos que eles foram semelhantes em cada grupo, nas três etapas do teste.

Analisando os acertos à direita entre os vários grupos observamos que foram semelhantes

para os grupos A, C e D na etapa de atenção livre, porém os grupos C e D obtiveram mais

acertos á direita na atenção direita e menos na atenção esquerda que os grupos A e B. O

grupo B manteve um menor número de acertos à direita que os outros três grupos em

todas as etapas do teste. O desvio-padrão do número de acertos à direita foi semelhante

para todos os grupos nas três etapas de atenção. Comparando a média de acertos à direita

nas três formas de atenção em cada grupo observamos respostas semelhantes nas etapas

de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda para os grupos A e B, enquanto,

tomando como referência a etapa de atenção livre, os grupos C e D apresentaram, em

média, 1 acerto à direita a mais na atenção direita e 1 acerto à direita a menos na atenção

esquerda. Estes resultados sugerem que , na atenção livre, o número de acertos à direita

não muda com o aumento da idade. Já na atenção forçada, os acertos à direita tendem a

aumentar quando a criança dirige sua atenção para a orelha direita e a diminuir quando

ela dirige sua atenção para a orelha esquerda, a partir dos 8 anos de idade.

Observando os valores calculados de média, mediana e moda para o número de

acertos à esquerda da população reunida por grupos amostrais (tabela 28) verificamos

que, com exceção do grupo B que apresentou um número maior de acertos à esquerda em

todas as formas de atenção, o número de acertos à esquerda foi semelhante para todos os

grupos nas três formas de atenção. Comparando a média de acertos à esquerda nas três

formas de atenção, em cada grupo, observamos respostas semelhantes nas etapas de

atenção livre, atenção direita e atenção esquerda para os grupos A e B, enquanto,

tomando como referência a etapa de atenção livre, observamos respostas semelhantes na

etapa de atenção direita e o aumento de , pelo menos, 2 acertos à esquerda na etapa de

atenção esquerda. Estes resultados mostram que o número de acertos à esquerda não

muda com o aumento da idade nas etapas de atenção livre e atenção direita, porém,

tendem a aumentar na etapa de atenção esquerda nas crianças a partir dos 8 anos,

sugerindo alguma habilidade em dirigir a atenção para a orelha esquerda.

Analisando os valores calculados de média, mediana e moda para o número de

erros obtidos pelas crianças reunidas por grupo amostral (tabela 29), observamos que

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foram semelhantes para todos os grupos nas etapas de atenção livre, atenção direita e

atenção esquerda, não ultrapassando a quantia de 5 erros. O desvio-padrão para número

de erros também foi semelhante para todos os grupos nas três etapas do teste.

Comentaremos a seguir o Índice de Diferença de Respostas obtido pelas crianças

no Teste Dicótico Consoante-Vogal nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção

esquerda. Analisando os valores calculados de média, mediana e moda para o IDR obtido

pelas crianças reunidas por grupo amostral (tabela 30), observamos que nas etapas de

atenção livre e atenção direita o IDR foi semelhante para os grupos A, C e D, com

valores médios entre 4 e 7, e menor para o grupo B, com valor médio de 1. Na etapa de

atenção esquerda o IDR foi semelhante para os grupos B, C e D, com valores médios

entre 0 e 2, e maior para o grupo A, com valor médio de 5. Comparando o IDR entre as

três formas de atenção, observamos que manteve-se constante nas três etapas de atenção

para os grupos A e B, e, tomando como referência a etapa de atenção livre, apresentou

um leve aumento (de 1 a 2) na atenção direita e diminuiu (3) na atenção esquerda para os

grupos C e D. O desvio-padrão do IDR foi semelhante para todos os grupos nas três

etapas do teste, porém, no grupo B, foi ligeiramente maior. A semelhança do IDR nas

crianças de 7 anos dos sexos feminino e masculino (grupos A e B), nas três formas de

atenção, sugere que estas crianças não tem habilidade para dirigir a atenção para as

orelhas direita e esquerda, respondendo sempre da mesma forma apesar da solicitação de

direcionamento da atenção para determinada orelha. Os resultados encontrados para as

crianças de 8 a 12 anos, de ambos os sexos (grupos C e D), sugerem a existência de

alguma habilidade em dirigir a atenção para a orelha direita já que, tomando como

referência a etapa de atenção livre, observamos um ligeiro aumento do IDR na etapa de

atenção direita, e também alguma habilidade em dirigir a atenção para a orelha esquerda

pois, apesar dos valores do IDR ainda serem positivos indicando vantagem da orelha

direita, diminuiu quando comparado aos valores obtidos na atenção livre.

A análise estatística indicou que os grupos compostos por crianças do sexo

feminino (grupos A e C) apresentaram vantagem da orelha direita nas três formas de

atenção, enquanto que, nas crianças do sexo masculino, indicou vantagem da orelha

direita apenas nas etapas de atenção livre e atenção direita para as crianças de 8 a 12 anos

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(grupo D). O grupo D apresentou ausência de vantagem de orelha na etapa de atenção

esquerda e o grupo B não apresentou vantagem de orelha em nenhuma forma de atenção

(tabelas 31 e 32). Estes resultados sugerem que crianças do sexo masculino possuem

habilidade em dirigir a atenção para a orelha esquerda maior do que as crianças do sexo

feminino.

O último ítem a ser comentado nesta parte é o Índice de Predomínio de Orelha

(IPO). Analisando os valores das medidas de tendência central calculados para o IPO

obtidos pelas crianças dos sexos feminino e masculino de 7 a 12 anos de idade (tabelas

33, 34 e 35), observamos que, nas três formas de atenção, a média e a mediana foram

semelhantes em cada faixa etária, enquanto a moda diferiu apresentando valores mais

altos e mais baixos aleatoriamente. Comparando as respostas das crianças do sexo

feminino com as do sexo masculino, observamos semelhança entre o IPO obtido pelas

crianças das diversas faixas etárias com exceção das crianças de 7 e 9 anos em que as do

sexo masculino apresentaram um IPO menor que as do sexo feminino nas três etapas do

teste. Ao analisarmos o IPO obtido pelas crianças das diversas faixas etárias notamos

que a média variou de 2% a 31% na etapa de atenção livre, de 5% a 38% na etapa de

atenção direita e de -13% a 23% na etapa de atenção esquerda, porém não observamos

relação entre esta variação e a idade da criança. Quanto ao desvio-padrão notamos que foi

semelhante para as crianças dos sexos feminino e masculino nas diversas faixas etárias e

nas três etapas do teste, sendo que variou de 21% a 42%. Ao compararmos o IPO entre as

três formas de atenção observamos semelhança na faixa etária de 7 anos nas etapas de

atenção livre, atenção direita e atenção esquerda, mas, na faixa etária de 8 a 12 anos,

observamos que, tomando como referência a etapa de atenção livre, houve um aumento

de 5% a 16% na etapa de atenção direita e uma diminuição de 7% a 40% na etapa de

atenção esquerda. Estes resultados sugerem que, a partir dos 8 anos, a criança já mostra

algum sinal de habilidade em dirigir a atenção para as orelhas direita e esquerda.

A análise estatística do IPO obtido pelas crianças do sexo feminino e masculino

detectou um IPO menor para as crianças do sexo masculino, na faixa etária de 9 anos,

na etapa de atenção livre e, na faixa etária de 7 anos, na etapa de atenção esquerda

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(tabela 36), porém o estudo estatístico do IPO obtido pelas crianças das diferentes faixas

etárias (tabela 37) não detectou diferença significante nas três etapas de atenção.

Devido às diferenças encontradas entre os indivíduos dos sexos masculino e

feminino, analisamos o comportamento das crianças quanto ao IPO reunindo a

população por grupos de indivíduos (tabela 38) e observamos que os valores de média e

mediana foram semelhantes em cada grupo para as três formas de atenção e os valores de

moda foram inferiores aos da média e mediana em alguns grupos. Comparando os

valores de média do IPO entre os quatro grupos amostrais observamos que o grupo B

apresentou valores inferiores nas três etapas do teste, enquanto os grupos A, C e D

apresentaram resultados semelhantes nas etapas de atenção livre e atenção direita, porém,

na etapa de atenção esquerda, o grupo A apresentou valores de IPO maiores que os

apresentados pelos grupos C e D. Ao compararmos as médias de IPO entre as três formas

de atenção observamos que os grupos A e B apresentaram resultados semelhantes para as

etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda, dentro do próprio grupo,

enquanto os grupos C e D, apresentaram aumento do IPO de 6% a 8% na etapa de

atenção direita e diminuição de 13% a 18% na etapa de atenção esquerda. O desvio-

padrão foi semelhante para todos os grupos, nas três etapas do teste. Estes resultados

sugerem que, após os 8 anos, as cianças já mostram alguma habilidade em dirigir a

atenção para as orelha direita e esquerda, apesar de ainda encontrarmos valores positivas

de IPO na etapa de atenção esquerda sugerindo que estas crianças não são capazes de

dirigir a atenção para a orelha esquerda.

Sendo assim podemos resumidamente afirmar que:

1) O Índice de Reconhecimento de Fala foi semelhante para os indivíduos dos

sexos feminino e masculino, de 7 a 12 anos de idade, nas etapas de atenção livre, atenção

direita e atenção esquerda. Observamos um IRF médio de 83,5% e um número médio de

4 erros nas três formas de atenção para os sexos feminino e masculino na faixa etária de 7

a 12 anos.

2) As crianças do sexo feminino apresentaram número maior de acertos à direita

do que as do sexo masculino, na faixa etária de 9 anos, na etapa de atenção livre e na

faixa etária de 7 anos na etapa de atenção esquerda. Crianças de 7 anos do sexo

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masculino apresentaram um número menor de acertos à direita que as de 8 a 12 anos,

também do sexo masculino, na etapa de atenção livre. Devido às diferenças citadas

acima, reunimos a amostra em 4 grupos: crianças de 7 anos do sexo feminino (grupo A),

crianças de 7 anos do sexo masculino (grupo B), crianças de 8 a 12 anos do sexo

feminino (grupo C) e crianças de 8 a 12 anos do sexo masculino (grupo D).

3) O número de acertos à direita e à esquerda não variou com o aumento da idade

na etapa de atenção livre. Nas crianças de 7 anos, de ambos os sexos, observamos valores

semelhantes de acertos à direita e à esquerda nas etapas de atenção livre, atenção direita e

atenção esquerda, isto é, obtiveram em média de 10 a 13 acertos à direita e de 7 a 10

acertos à esquerda nas três etapas de atenção, sugerindo inabilade em dirigir a atenção

para as orelhas direita e esquerda. Nas crianças de 8 a 12 anos de ambos os sexos,

tomando como referência a etapa de atenção livre, observamos que os acertos à direita

tendem a aumentar quando a criança dirige sua atenção para a orelha direita e a diminuir

quando ela dirige sua atenção para a orelha esquerda. Os acertos à esquerda, na etapa de

atenção direita, são semelhantes aos obtidos na etapa de atenção livre e tendem a

aumentar quando a criança dirige sua atenção para a orelha esquerda. Estes indivíduos

obtiveram, em média, de 12 a 13 acertos à direita e de 7 a 8 acertos à esquerda na etapa

de atenção livre, de 13 a 14 acertos à direita e 7 acertos à esquerda na etapa de atenção

direita e 11 acertos à direita e 9 à esquerda na etapa de atenção esquerda. Os resultados

encontrados nas crianças de 8 a 12 anos segerem habilidade em dirigir a atenção para as

orelhas direita e esquerda.

4) Quanto ao Índice de Diferença de Respostas, notamos que as crianças de 7

anos, do sexo feminino, mostraram vantagem da orelha direita enquanto as do sexo

masculino mostraram ausência de vantagem de orelha nas etapas de atenção livre,

atenção direita e atenção esquerda, e ainda que as crianças de ambos os sexos

apresentaram IDR semelhante nas três formas de atenção, isto é, IDR médio entre 5 e 6

para as crianças do sexo feminino e entre 0 e 1 para as crianças do sexo masculino,

apesar da solicitação de direcionamento da atenção para determinada orelha. Já nas

crianças de 8 a 12 anos, de ambos os sexos, notamos vantagem da orelha direita na etapa

de atenção livre com IDR médio entre 4 e 5, alguma habilidade em dirigir a atenção para

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a orelha direita demonstrada pelo aumento do IDR nesta condição de atenção quando

comparado com o obtido na etapa de atenção livre, e alguma habilidade em dirigir a

atenção para a orelha esquerda demonstrada pela diminuição do IDR nesta condição de

atenção quando comparado ao obtido na etapa de atenção livre. Sendo assim, as crianças

de 8 a 12 anos de ambos os sexos, apresentaram IDR médio entre 5 e 7 na etapa de

atenção direita e entre 1 e 2 na etapa de atenção esquerda. Notamos ainda que o grupo de

8 a 12 anos do sexo masculino apresentou maior facilidade em dirigir a atenção à orelha

esquerda do que o grupo de mesma idade do sexo feminino.

5) Quanto ao Índice de Predomínio de Orelha, observamos que o valor médio, na

etapa de atenção livre, variou entre 2% e 31%, na etapa de atenção direita entre 5% e

38% e na etapa de atenção esquerda entre -13% e 23% nos diferentes grupos de

indivíduos. Ocorreram diferenças estatisticamente significantes na análise do IPO quanto

ao sexo, não tendo havido entre as diferentes faixas etárias. Observamos IPO semelhante

nas três formas de atenção para as crianças de ambos os sexos, na faixa etária de 7 anos,

sugerindo inabilidade em dirigir a atenção para as orelhas direita e esquerda. Nas crianças

de 8 a 12 anos, de ambos os sexos, tomando como referência a etapa de atenção livre,

observamos um aumento de 5% a 16% no IPO médio na etapa de atenção direita e uma

diminuição de 7% a 40% no valor médio do IPO na etapa de atenção esquerda, indicando

alguma habilidade em dirigir a atenção para as orelhas direita e esquerda.

Na literatura especializada compulsada poucos autores fizeram o estudo do Índice

de Reconhecimento de Fala, sendo que apenas três trabalhos apresentaram estes valores

que descreveremos a seguir. MILLAY, ROESER, GODFREY (1977) aplicaram o Teste

Dicótico Consoante-Vogal em adultos jovens do sexo feminino, utilizando como tarefa a

repetição da sílaba mais audível das duas apresentadas dicoticamente, e obtiveram 89%

de respostas corretas ao somar os acertos da orelha direita e os acertos da orelha

esquerda. KOOMAR & CERMAK (1981) aplicaram o Teste Dicótico Consoante-Vogal

em crianças de 7 e 10 anos, dos sexos feminino e masculino, utilizando como tarefa a

repetição da sílaba mais audível e obtiveram em média 78% de acertos ao somar as

respostas corretas de ambas as orelhas. PINTO (1991) aplicou o Teste Dicótico

Consoante-Vogal em universitários dos sexos feminino e masculino encontrando um

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valor médio de 80% de acertos ao somar as respostas corretas de ambas as orelhas nas

etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda. Portanto na literatura

especializada ocorreu uma variação entre 78% e 89% de índices médios de

reconhecimento de sílabas no Teste Dicótico Consoante-Vogal.

Em nosso estudo encontramos um Índice de Reconhecimento de Fala médio de

83,5% nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda para os indivíduos

dos sexos feminino e masculino de 7 a 12 anos de idade. Este valor está dentro da

variação média encontrada na literatura nos trabalhos de MILLAY, ROESER,

GODFREY (1977), KOOMAR & CERMAK (1981) e PINTO (1991).

Não encontramos, na literatura especializada, nenhum trabalho que tenha avaliado

o número de erros no Teste Dicótico Consoante-Vogal em crianças. Dois trabalhos

avaliaram o número de erros em adultos jovens: PINTO (1991) encontrou, em média, 4

erros nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda quando aplicou o

Teste Dicótico Consoante-Vogal em universitários dos sexos feminino e masculino;

TEDESCO, PEREIRA, BORGES (1995) encontraram, em média, 4 erros nas etapas de

atenção livre, atenção direita e atenção esquerda quando avaliaram adultos jovens do

sexo feminino. Portanto, na literatura especializada, encontramos um número médio de 4

erros nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda no Teste Dicótico

Consoante-Vogal.

Em nosso estudo o número médio de erros variou de 4 a 5 erros nas etapas de

atenção livre, atenção direita e atenção esquerda para os indivíduos dos sexos feminino e

masculino de 7 a 12 anos de idade. Este valor é semelhante aos encontrados nos trabalhos

de PINTO (1991) e TEDESCO, PEREIRA, BORGES (1995).

Na literatura especializada, HYND & OBRZUT (1977) não encontraram diferença

significante entre as crianças dos sexos feminino e masculino nas idades de 6, 8, 10 e 12

anos, quando aplicaram o Teste Dicótico Consoante-Vogal utilizando como tarefa a

repetição da sílaba mais audível entre as duas apresentadas dicoticamente. BISSEL &

CLARK (1984) aplicaram o Teste Dicótico Consoante-Vogal, utilizando como tarefa a

repetição da sílaba mais audível, em crianças de 5 e 6 anos, 11 e 12 anos e em adultos,

não encontrando diferenças entre os indivíduos do sexo feminino e os do sexo masculino,

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porém, ao analisar a variável faixa etária, observaram que as crianças de 11 e 12 anos

acertavam mais que as de 5 e 6 anos e apresentavam respostas semelhantes aos adultos.

Não encontramos nenhum estudo que tivesse avaliado o comportamento de crianças no

Teste Dicótico Consoante-Vogal segundo as variáveis sexo e faixa etária, utilizando as

etapas de atenção direita e atenção esquerda. Em adultos, BRYDEN, MUNHALL,

ALLARD (1983) não encontraram diferenças entre as respostas dos indivíduos dos

sexos feminino e masculino quando aplicaram o Teste Dicótico Consoante-Vogal em

universitários, nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda. IACCINO

& HOURAN (1989) aplicaram o Teste Dicótico Consoante-Vogal em universitários

utilizando as etapas de atenção direita e atenção esquerda e não encontraram diferenças

significantes nas respostas dos indivíduos dos sexos feminino e masculino, porém, os

indivíduos do sexo masculino apresentaram mais acertos à esquerda que os do sexo

feminino na etapa de atenção esquerda. PINTO (1991) aplicou o Teste Dicótico

Consoante-Vogal em universitários dos sexos feminino e masculino e encontrou

semelhança nas respostas dos indivíduos dos sexos feminino e masculino nas etapas de

atenção livre e atenção direita e maior número de acertos à esquerda para a população

feminina na etapa de atenção esquerda.

Portanto, na literatura especializada, não houve diferença no comportamento de

crianças de 6 a 12 anos de idade, dos sexos feminino e masculino, no Teste Dicótico

Consoante-Vogal na etapa de atenção livre. Quanto ao comportamento dos adultos, os

dados da literatura mostram resultados discordantes na etapa de atenção esquerda:

BRYDEN, MUNHALL, ALLARD (1983) não encontraram diferença entre as respostas

dos indivíduos de ambos os sexos, IACCINO & HOURAN (1989) observaram maior

número de acertos à esquerda na população do sexo masculino, enquanto PINTO (1991)

observou maior número de acertos à esquerda para a população do sexo feminino. Na

literatura encontramos concordância nas etapas de atenção livre e atenção direita, pois os

vários estudos não encontraram diferenças significantes nas respostas dos indivíduos de

ambos os sexos nestas etapas.

Em nosso estudo, na etapa de atenção livre, encontramos maior número de acertos

à direita para as crianças do sexo feminino na faixa etária de 9 anos, e menor número de

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acertos à direita para as crianças do sexo masculino na faixa etária de 7 anos do que para

as de 8 a 12 anos, também do sexo masculino. Na etapa de atenção direita os acertos à

direita e à esquerda foram semelhantes para as crianças do sexo feminino e masculino nas

diferentes faixas etárias. Na etapa de atenção esquerda, as crianças do sexo feminino, na

faixa etária de 7 anos, apresentaram maior número de acertos à direita que as do sexo

masculino.

Comparando nosso estudo com os encontrados na literatura especializada,

observamos que nosso resultado, na etapa de atenção livre, difere dos encontrados por

HYND & OBRZUT (1977), BRYDEN, MUNHALL, ALLARD (1983) , BISSEL &

CLARK (1984) e PINTO (1991) que não encontraram diferenças entre as respostas dos

indivíduos de ambos os sexos. Na etapa de atenção direita, nossos resultados são

semelhantes aos de BRYDEN, MUNHALL, ALLARD (1983), IACCINO & HOURAN

(1989) e PINTO (1991) que não encontraram diferenças significantes entre os acertos à

direita e à esquerda para os indivíduos dos sexos feminino e masculino nesta etapa de

atenção. Na etapa de atenção esquerda, nossos resultados concordam com os de

IACCINO & HOURAN (1989) que encontraram maior número de acertos à esquerda nos

indivíduos do sexo masculino e discordam dos achados de BRYDEN, MUNHALL,

ALLARD (1983) que não encontraram diferenças significantes entre as respostas dos

indivíduos dos sexos feminino e masculino, discordam também dos resultados de PINTO

(1991) que encontrou maior número de acertos à esquerda para os indivíduos do sexo

feminino.

Analisando o número médio de acertos à direita e à esquerda nas três etapas do

teste, PINTO (1991), avaliando universitários, encontrou , na etapa de atenção livre, 11

acertos à direita e 9 à esquerda nos indivíduos do sexo feminino e 11 acertos à direita e 8

à esquerda nos indivíduos do sexo masculino; na etapa de atenção direita, encontrou 13

acertos à direita e 6 à esquerda nos indivíduos dos sexos feminino e masculino; na etapa

de atenção esquerda encontrou 6 acertos à direita e 14 à esquerda nos indivíduos do sexo

feminino e 8 acertos à direita e 11 à esquerda nos indivíduos do sexo masculino.

Observamos que, tomando como referência a etapa de atenção livre, houve aumento de 2

acertos à direita na etapa de atenção direita e aumento de 3 a 5 acertos à esquerda na

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etapa de atenção esquerda. O estudo de TEDESCO, PEREIRA, BORGES (1995) em

adultos jovens do sexo feminino mostrou, na etapa de atenção livre, em média, 12 acertos

à direita e 9 à esquerda; na etapa de atenção direita, 14 acertos à direita e 5 à esquerda e ,

na etapa de atenção esquerda, 9 acertos à direita e 11 à esquerda. Observamos que,

tomando como referência a etapa de atenção livre, houve aumento de 2 acertos à direita

na etapa de atenção direita e aumento de 2 acertos à esquerda na etapa de atenção

esquerda.

Portanto, na literatura especializada, ocorreu uma variação média de 11 a 12

acertos à direita e de 8 a 9 acertos à esquerda na etapa de atenção livre, de 13 a 14 acertos

à direita e de 5 a 6 acertos à esquerda na etapa de atenção direita e de 6 a 9 acertos à

direita e de 11 a 14 acertos à esquerda na etapa de atenção esquerda e que, tomando como

referência a etapa de atenção livre, ocorreu um aumento de 2 acertos à direita na etapa de

atenção direita e de 2 a 5 acertos à esquerda na etapa de atenção esquerda.

Em nosso estudo as crianças de 7 anos, de ambos os sexos, obtiveram, em média,

de 10 a 12 acertos à direita e de 7 a 9 acertos à esquerda na etapa de atenção livre; de 10

a 12 acertos à direita e de 7 a 9 acertos à esquerda na etapa de atenção direita, e de 10 a

13 acertos à direita e de 8 a 10 acertos à esquerda na etapa de atenção esquerda. As

crianças de 8 a 12 anos, de ambos os sexos, obtiveram em média, de 12 a 13 acertos à

direita e de 7 a 8 acertos à esquerda na etapa de atenção livre; de 13 a 14 acertos à direita

e 7 acertos à esquerda na etapa de atenção direita e 11 acertos à direita e 9 à esquerda na

etapa de atenção esquerda. Tomando como referência a etapa de atenção

livre,observamos que as crianças de 7 anos, de ambos os sexos, obtiveram o mesmo

número de acertos à direita e à esquerda nas três formas de atenção, enquanto as crianças

de 8 a 12 anos obtiveram aumento de 1 acerto à direita na etapa de atenção direita e

aumento de 1 a 2 acertos à esquerda na etapa de atenção esquerda.

Comparando nossos resultados com os encontrados na literatura observamos que

as crianças de 7 a 12 anos, de ambos os sexos, apresentaram resultados semelhantes aos

encontrados em adultos por PINTO (1991) e TEDESCO, PEREIRA, BORGES (1995) na

etapa de atenção livre. As crianças de 7 anos, de ambos os sexos, não acertaram mais à

direita na etapa de atenção direita e nem mais à esquerda na etapa de atenção esquerda,

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do que acertaram na etapa de atenção livre, sugerindo inabilidade em dirigir a atenção

para as orelhas direita e esquerda, o que discorda dos achados de PINTO (1991) e

TEDESCO, PEREIRA, BORGES (1995) em adultos. Já as crianças de 8 a 12 anos, de

ambos os sexos, apresentaram respostas semelhantes aos adultos dos trabalhos citados

acima a não ser nos acertos à esquerda, na etapa de atenção esquerda, em que

apresentaram um número menor de acertos que os adultos, porém, este número

aumentou em relação aos obtidos na etapa de atenção livre sugerindo alguma habilidade

em dirigir a atenção para a orelha esquerda.

Na literatura especializada vários autores observaram vantagem da orelha direita

em adultos utilizando como procedimento uma tarefa de integração binaural, isto é,

repetição dos estímulos diferentes ouvidos em ambas as orelhas, ou seja, dicoticamente,

para dígitos (KIMURA,1961 ab; DIRKS,1964; OXBURY, OXBURY,

GARDINER,1967; SPARKS, GOODGLASS, NICKEL,1970) e para sílabas consoante-

vogal (SHANKWEILER & STUDDERT-KENNEDY,1966; STUDDERT-KENNEDY &

SHANKWEILER, 1970; BERLIN, LOWE-BELL, JANNETTA, KLINE,1972; BERLIN,

LOWE-BELL, CULLEN JR, THOMPSON,1973). Outros autores tais como BRYDEN,

MUNHALL, ALLARD (1983), MAC KEEVER, NOLAN, DIEHL, SEITZ (1984),

HISCOCK & STEWART (1984), MUSZKAT (1989), PINTO (1991) e TEDESCO,

PEREIRA, BORGES (1995), também encontraram vantagem da orelha direita em

adultos no Teste Dicótico Consoante-Vogal, utilizando como procedimento uma tarefa de

separação binaural, isto é, repetição da sílaba mais audível entre as duas diferentes

ouvidas simultaneamente uma em cada orelha, ou seja, dicoticamente.

Em crianças, utilizando dígitos, KIMURA (1963) encontrou vantagem da orelha

direita a partir dos 4 anos, LING (1971) a partir dos 6 anos e GEFFEN & WALE (1979)

a partir dos 5 anos de idade.

Os trabalhos que avaliaram crianças utilizando consoante-vogal em tarefa de

integração binaural, isto é, repetição das duas sílabas ouvidas dicoticamente, também

mostraram vantagem da orelha direita a partir dos 5 anos (BERLIN, HUGHES, LOWE-

BELL, BERLIN,1973; HYND & OBRZYT,1977; TOBEY, CULLEN JR, RAMP,

FLEISCHER-GALLAGHER,1979).

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A vantagem da orelha direita também foi encontrada em crianças por autores que

utilizaram como estímulo sílabas consoante-vogal em tarefa de separação binaural, isto é,

repetição da sílaba mais audível entre as duas ouvidas dicoticamente. DORMAN &

GEFFNER (1974) encontraram vantagem da orelha direita em crianças de 6 anos, das

raças branca e negra e de nível sócio-econômico médio e baixo, KOOMAR & CERMAK

(1981) encontraram vantagem da orelha direita a partir dos 7 anos, BISSEL & CLARK

(1984) a partir dos 5 anos e HUGDAHL & ANDERSSON (1986) em crianças de 8 e 9

anos de idade.

Vários autores que estudaram o Teste Dicótico Consoante-Vogal, segundo as

variáveis sexo e faixa etária, não encontraram diferenças significantes na vantagem de

orelha entre os indivíduos do sexo feminino e os do sexo masculino de diferentes faixas

etárias (BERLIN, HUGHES, LOWE-BELL, BERLIN,1973; HYND & OBRZUT, 1977;

BAKKER, HOEFKENS, VLUGT,1979; BISSEL & CLARK, 1984; HUGDAHL &

ANDERSSON, 1986). Apenas o estudo de GEFFNER & DORMAN (1976) mostrou

diferença entre indivíduos do sexo feminino e do sexo masculino na faixa etária de de 4

anos: as crianças do sexo masculino apresentaram vantagem da orelha direita enquanto as

do sexo feminino apresentaram ausência de vantagem de orelha.

A existência de especialização do hemisfério esquerdo para linguagem foi

sugerida no estudo de WITELSON & PALLIE (1973) que encontraram uma assimetria

anatômica entre a área de linguagem no lobo temporal para os hemisférios direito e

esquerdo em recém-nascidos, antes que qualquer efeito ambiental como aprendizagem de

linguagem e preferência manual estivessem presentes. Sugerem que esta assimetria

neonatal indica que a criança nasce com a capacidade biologicamente programada para

processar estímulos de fala. PAPCUN, KEASHEN, TERBEEK, REMINGTON,

HARSHMAN (1974) observaram que o hemisfério esquerdo é especializado no

processamento sequencial das partes da qual o estímulo é composto. A linguagem é

lateralizada para o hemisfério esquerdo devido à sua dependência das partes segmentais.

Esta dependência caracteriza a percepção de linguagem como diferente da maioria das

outras percepções humanas.

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KIMURA (1961 ab) propôs a teoria estrutural para explicar o mecanismo neural

da escuta dicótica, a qual foi complementada por SPARKS, GOODGLASS, NICKEL

(1970). Esta teoria indica que na percepção de fala, em situação de escuta dicótica, a via

auditiva contralateral domina pois o grande número de elementos neurais da via

contralateral resulta na supressão das fibras ipsilaterais. A orelha direita, tendo acesso

preferencial ao hemisfério esquerdo, atua mais eficientemente que a esquerda cujo acesso

ipsilateral é obstruído pela competição dicótica. A informação presente na orelha

esquerda, em situação de escuta dicótica, vai para o hemisfério direito e precisa

atravessar o corpo caloso para atingir o hemisfério esquerdo. Os estímulos da orelha

direita são projetados diretamente ao hemisfério esquerdo não necessitando participação

do hemisfério oposto e isto é responsável pela vantagem da orelha direita na percepção

dicótica do estímulo verbal.

HISCOCK & KINSBOURNE (1980) sugerem a invariância da lateralização

cerebral, isto é, crianças de 3 a 12 anos apresentam vantagem da orelha direita sem

mudança no grau de assimetria com o aumento da idade.

GEFFEN & WALE (1979) referem que o direcionamento da atenção pode

compensar a vantagem da orelha direita denominada por eles de assimetria perceptual

involuntária, isto é, o direcionamento da atenção para a orelha esquerda aumenta o

número de acertos nesta orelha.

Na literatura especializada, a capacidade de dirigir a atenção para as orelhas direita

e esquerda foi encontrada em adultos nos estudos realizados por BRYDEN, MUNHALL,

ALLARD (1983), HUGDAHL & ANDERSSON (1986), IACCINO & HOURAN

(1989), PINTO (1991) e TEDESCO, PEREIRA, BORGES (1995).

O estudo de BRYDEN, MUNHALL, ALLARD (1983) e o de IACCINO &

HOURAN (1989) não mostraram diferenças significantes entre os indivíduos dos sexos

feminino e masculino quanto à capacidade de dirigir a atenção para as orelhas direita e

esquerda, porém, no estudo de HUGDAHL & ANDERSSON (1986) os indivíduos do

sexo masculino mostraram uma capacidade maior que os do sexo feminino para dirigir a

atenção para a orelha esquerda. O contrário foi encontrado por PINTO (1991): os

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88

indivíduos do sexo feminino mostraram uma capacidade maior em dirigir a atenção para

a orelha esquerda.

Os estudos que avaliaram a capacidade de dirigir a atenção para as orelhas direita

e esquerda em crianças de 7 a 11 anos de idade, mostraram que a capacidade de focar a

atenção melhora com o aumento da idade (DOYLE, 1973; GEFFEN & SEXTON, 1978;

GEFFEN & WALE, 1979; HUGDAHL & ANDERSSON, 1986; PEARSON & LANE,

1991). O estudo de GEFFEN & WALE (1979) mostrou que crianças de 9 anos

apresentam controle de atenção insuficiente respondendo em termos de sua assimetria

perceptual involuntária, isto é, quando solicitadas a repetir os estímulos da orelha

esquerda repetem mais os da orelha direita. PEARSON & LANE (1991) observaram que

as crianças de 11 anos não ficaram muito abaixo dos adultos quanto a capacidade de

dirigir a atenção em escuta dicótica.

Portanto, a literatura sugere que a vantagem da orelha direita está presente a partir

dos 3 anos de idade e não muda no grau de assimetria até a idade adulta.Sugere também

que os adultos tem capacidade de dirigir a atenção para as orelhas direita e esquerda e

mostra contradições quanto a maior capacidade de dirigir a atenção para a orelha

esquerda estar presente nos indivíduos do sexo masculino ou feminino.Quanto às

crianças, os estudos sugerem que a capacidade de dirigir a atenção para as orelhas direita

e esquerda melhora com o aumento da idade e que aos 11 anos essa capacidade é muito

semelhante à do adulto.

Nosso estudo mostrou que os indivíduos de 7 anos do sexo feminino apresentaram

vantagem da orelha direita nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda,

com Índice de Diferença de Respostas médio entre 5 e 6, semelhante nas três formas de

atenção. O Índice de Predomínio de Orelha médio, nesses indivíduos, também foi

semelhante nas três formas de atenção, variando de 23% a 25%. Os indivíduos de 7 anos

do sexo masculino apresentaram ausência de vantagem de orelha nas etapas de atenção

livre, atenção direita e atenção esquerda, com Índice de Diferença de Respostas médio

entre 0 e 1,semelhante nas três formas de atenção.O Índice de Predomínio de Orelha,

nesses indivíduos, também foi semelhante nas três formas de atenção variando de -1% a

5%. A semelhança dos resultados entre as etapas de atenção livre, atenção direita e

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89

atenção esquerda sugere inabilidade em dirigir a atenção para as orelhas direita e

esquerda nas crianças de 7 anos dos sexos feminino e masculino.

Nos indivíduos de 8 a 12 anos, nosso estudo mostrou vantagem da orelha direita,

para ambos os sexos, na etapa de atenção livre com Índice de Diferença de Respostas de

4 a 5 e Índice de Predomínio de Orelha entre 19% e 26%. Na etapa de atenção direita

também observamos vantagem da orelha direita para ambos os sexos, com Índice de

Diferença de Respostas médio entre 5 e 7 e Índice de Predomínio de Orelha médio entre

25% e 34%. Comparando os resultados da etapa de atenção livre com os da etapa de

atenção direita, observamos um aumento de 1 a 2 no IDR e de 6% a 8% no IPO

indicando habilidade em dirigir a atenção para a orelha direita. Na etapa de atenção

esquerda, nosso estudo mostrou vantagem da orelha direita para os indivíduos do sexo

feminino com Índice de Diferença de Respostas médio igual a 2 e Índice de Predomínio

de Orelha médio igual a 8%. Os indivíduos do sexo masculino, de 8 a 12 anos de idade,

não mostraram vantagem de orelha na etapa de atenção esquerda, com Índice de

Diferença de Respostas médio igual a 1 e Índice de Predomínio de Orelha médio igual a

6%.Observamos, ao comparar a etapa de atenção livre com a de atenção esquerda, em

ambos os sexos, uma diminuição de 3 no IDR e de 13% a 18% no IPO, indicando

habilidade em dirigir a atenção para a orelha esquerda. Notamos também que os

indivíduos do sexo masculino, de 8 a 12 anos de idade, mostraram maior habilidade em

dirigir a atenção para a orelha esquerda que os do sexo feminino.

Comparando nossos resultados com os encontrados na literatura especializada

compulsada, observamos que a presença de vantagem da orelha direita na etapa de

atenção livre, nos indivíduos de 7 a 12 anos do sexo feminino e nos de 8 a 12 anos do

sexo masculino, está de acordo com os trabalhos de autores como DORMAN &

GEFFNER (1974), KOOMAR & CERMAK (1981), BRYDEN, MUNHALL, ALLARD

(1983), MAC KEEVER, NOLAN, DIEHL, SEITZ (1984), BISSEL & CLARK (1984),

HISCOCK & STEWART (1984), HUGDAHL & ANDERSSON (1986), MUSZKAT

(1989), PINTO (1991) e TEDESCO, PEREIRA, BORGES (1995). A ausência de

vantagem de orelha nas crianças de 7 anos do sexo masculino difere dos resultados

encontrados nos trabalhos de BERLIN, HUGHES, LOWE-BELL, BERLIN (1973),

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90

HYND & OBRZUT (1977), BAKKER, HOEFKENS, VLUGT (1979), BISSEL &

CLARK (1984) que não notaram diferenças significantes na vantagem de orelha

segundo as variáveis sexo e faixa etária. Este resultado também difere do encontrado por

GEFFEN & DORMAN (1976) que notaram diferença entre os indivíduos do sexo

masculino e os do sexo feminino na faixa etária de de 4 anos, porém, seu estudo motrou

ausência de vantagem de orelha nas crianças do sexo feminino enquanto, em nosso

estudo, a ausência de vantagem de orelha apareceu nos indivíduos do sexo masculino.

Ao analisarmos a capacidade de focar a atenção, observamos que os resultados

encontrados em nosso estudo são semelhantes aos de DOYLE (1973), GEFFEN &

SEXTON (1978), GEFFEN & WALE (1979), HUGDAHL & ANDERSSON (1986),

PEARSON & LANE (1991) que observaram que a capacidade de focar a atenção

melhora com o aumento da idade. Nosso estudo também está de acordo com o de

PEARSON & LANE (1991) que observaram que indivíduos de 11 anos de idade não

ficaram muito abaixo dos adultos na capacidade de dirigir a atenção.

A maior capacidade das crianças do sexo masculino em dirigir a atenção para a

orelha esquerda notada em nosso trabalho, discorda dos trabalhos de GEFFEN &

SEXTON (1978) que não encontraram diferença entre as crianças do sexo feminino e as

do sexo masculino quanto a capacidade de dirigir a atenção para as orelhas direita e

esquerda, e do trabalho de HUGDAHL & ANDERSSON (1986) que observaram maior

capacidade de dirigir a atenção para a orelha esquerda nas crianças do sexo feminino

Os resultados do nosso trabalho e os da literatura especializada compulsada

sugerem que a vantagem da orelha direita na etapa de atenção livre não é influenciada

pela atenção sendo apenas uma assimetria perceptual (GEFFEN & WALE, 1979) que

não está sujeita ao desenvolvimento. A capacidade de dirigir a atenção parece estar

sujeita ao desenvolvimento: os adultos são capazes de afetar a vantagem da orelha direita,

em escuta dicótica, dirigindo a atenção para a orelha esquerda enquanto as crianças são

menos capazes de reverter a vantagem da orelha direita durante instrução para repetir o

que escuta na orelha esquerda.

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91

Parte 2 : Comentários sobre os desvios do Índice de Reconhecimento de Fala

(IRF), número de erros, número de acertos à direita e à esquerda, Índice de Diferença de

Respostas (IDR) e Índice de Predomínio de Orelha (IPO).

Iniciaremos comentando a dispersão do Índice de Reconhecimento de Fala e do

número de erros no Teste Dicótico Consoante-Vogal para cada grupo amostral nas etapas

de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda. Ao analisarmos a dispersão do IRF

obtidos pelas crianças dos quatro grupos amostrais (tabela 39), observamos que foram

semelhantes nas três etapas do teste sendo que foi superior a 67% considerando um

desvio-padrão e superior a 56% se considerarmos dois desvios-padrão.

Analisando o número de erros obtidos pelas crianças no Teste Dicótico Consoante-

Vogal (tabela 40) observamos que a dispersão dos erros foi semelhante nos quatro grupos

nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda e notamos a presença de

até 7 erros considerando um desvio-padrão e de até 10 erros considerando dois desvios-

padrão.

Analisando a tabela 41 onde encontramos a dispersão do número de acertos à

direita obtidos pelas crianças, reunidas por grupo amostral, no Teste Dicótico

Consoante-Vogal, observamos número de acertos semelhantes nas etapas de atenção

livre, atenção direita e atenção esquerda nas crianças de 7 anos (grupos A e B). As

crianças de 7 anos do sexo feminino apresentaram de 7 a 17 acertos à direita, nas três

etapas do teste, considerando um desvio-padrão e de 3 a 20 acertos à direita

considerando dois desvios-padrão. As crianças de 7 anos, do sexo masculino,

apresentaram de 6 a 13 acertos à direita nas três etapas do teste considerando um desvio-

padrão e de 4 a 16 acertos à direita se considerarmos dois desvios-padrão.Notamos maior

número de acertos à direita nas crianças do sexo feminino do que nas do sexo masculino.

As crianças de 8 a 12 anos, de ambos os sexos (grupos C e D), apresentaram, na etapa de

atenção livre, de 8 a 16 acertos à direita considerando um desvio-padrão e de 5 a 19

acertos à direita considerando dois desvios-padrão.; na etapa de atenção direita

observamos um ligeiro aumento nos acertos à direita, isto é, de 10 a 18 acertos à direita

considerando um desvio-padrão e de 6 a 21 acertos à direita considerando dois desvios-

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92

padrão; na etapa de atenção esquerda observamos uma leve diminuição no número de

acertos à direita sendo que as crianças obtiveram de 7 a 15 acertos à direita considerando

um desvio-padrão e de 3 a 18 acertos à direita considerando dois desvios-padrão.

Comentaremos agora a dispersão do número de acertos à esquerda obtidos pelas

crianças, reunidas por grupo amostral, no Teste Dicótico Consoante-Vogal, que se

encontra na tabela 42. As crianças de 7 anos, de ambos os sexos (grupos A e B),

apresentaram número de acertos à esquerda semelhantes nas etapas de atenção livre,

atenção direita e atenção esquerda. As crianças de 7 anos do sexo feminino apresentaram,

nas três etapas do teste, de 3 a 12 acertos à esquerda considerando um desvio-padrão e de

0 a 15 considerando dois desvios-padrão.As crianças de 7 anos do sexo masculino

apresentaram, nas três etapas do teste, de 7 a 13 acertos à esquerda considerando um

desvio-padrão e de 4 a 16 acertos à esquerda considerando dois desvios-padrão.As

crianças de 8 a 12 anos, de ambos os sexos (grupos C e D), apresentaram, na etapa de

atenção livre, de 4 a 12 acertos à esquerda considerando um desvio-padrão e de 1 a 15

acertos à esquerda considerando dois desvios-padrão; na etapa de atenção direita

observamos alguma diminuição no número de acertos à esquerda quando comparamos

com o que foi encontrado na etapa de atenção livre, isto é, de 3 a 12 acertos à esquerda

considerando um desvio-padrão e de 0 a 14 acertos à esquerda considerando dois

desvios-padrão; na etapa de atenção esquerda observamos um leve aumento dos acertos à

esquerda quando comparamos com a etapa de atenção livre, isto é, de 6 a 13 acertos à

esquerda considerando um desvio-padrão e de 2 a 16 acertos à esquerda considerando

dois desvios-padrão.

Analisando a tabela 43, onde encontramos a dispersão do Índice de Diferença de

Respostas (IDR) calculado para as crianças reunidas por grupo amostral no Teste

Dicótico Consoante-Vogal, observamos que as crianças de 7 anos de ambos os sexos

(grupos A e B), apresentaram IDR semelhante nas três etapas do teste. As crianças de 7

anos do sexo feminino (grupo A) obtiveram IDR variando de -2 a 11 considerando um

desvio-padrão e de -8 a 17 considerando dois desvios-padrão, enquanto as do sexo

masculino (grupo B) obtiveram IDR variando de -5 a 5 considerando um desvio-padrão e

de -10 a 10 considerando dois desvios padrão. Analisando estes valores observamos um

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desvio maior para números negativos do que para positivos no sexo masculino. As

crianças de 8 a 12 anos de ambos os sexos (grupos C e D) obtiveram, na etapa de atenção

livre, um IDR variando de -3 a 11 considerando um desvio-padrão e de -10 a 17

considerando dois desvios-padrão; na etapa de atenção direita observamos um aumento

do IDR em comparação com a etapa de atenção livre pois notamos um IDR variando

entre -1 e 13 considerando um desvio-padrão e de -7 a 19 considerando dois desvios-

padrão; na etapa de atenção esquerda observamos uma diminuição do IDR em

comparação com a etapa de atenção livre, sendo que as crianças obtiveram IDR variando

entre -5 e 8 considerando um desvio-padrão e de -11 a 14 considerando dois desvios-

padrão.

Através da análise da dispersão do Índice de Predomínio de Orelha (IPO),

calculado para as crianças reunidas por grupo amostral, no Teste Dicótico Consoante-

Vogal, nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda (tabela 44)

observamos que as crianças de 7 anos, de ambos os sexos (grupos A e B), obtiveram IPO

semelhante nas três etapas do teste. As crianças de 7 anos do sexo feminino (grupo A)

obtiveram, nas três etapas do teste, IPO variando entre -10% e 62% considerando um

desvio-padrão e entre -46% e 98% considerando dois desvios-padrão. As crianças de 7

anos do sexo masculino (grupo B) obtiveram, nas três etapas do teste, IPO variando entre

-28% e 30% considerando um desvio-padrão e entre -54% e 56% considerando dois

desvios-padrão. Notamos uma variação maior para valores positivos nas crianças do sexo

feminino e uma variação simétrica para valores positivos e negativos nas crianças do

sexo masculino. As crianças de 8 a 12 anos, de ambos os sexos, apresentaram, na etapa

de atenção livre, um IPO variando entre -11% e 54% considerando um desvio-padrão e

entre -40% e 83% considerando dois desvios-padrão; na etapa de atenção direita

observamos um leve aumento destes valores quando comparados com os da etapa de

atenção livre, isto é, IPO variando entre -6% e 63% considerando um desvio-padrão e

entre -38% e 93% considerando dois desvios-padrão; na etapa de atenção esquerda

observamos leve diminuição dos valores quando comparados à etapa de atenção livre,

isto é, de -26% a 38% considerando um desvio-padrão e de -59% a 71% considerando

dois desvios-padrão.

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Na literatura especializada compulsada, apenas KOOMAR & CERMAK (1981)

mostraram os desvios do Índice de Reconhecimento de Fala. Eles estudaram o número de

respostas corretas em ambas as orelhas no Teste Dicótico Consoante-Vogal utilizando

como tarefa a repetição da sílaba mais audível das duas apresentadas dicoticamente, em

crianças de 7 a 10 anos de idade, e encontraram 78% como índice médio de acertos com

um desvio-padrão de ±6. O índice de reconhecimento de sílabas foi superior a 72% ao

considerarmos um desvio-padrão e superior a 66% ao considerarmos dois desvios-

padrão.

Os outros dois estudos compulsados citaram apenas o índice médio de respostas

corretas: MILLAY, ROESER, GODFREY (1977) encontraram 89% de respostas corretas

ao somar os acertos à direita e à esquerda na etapa de atenção livre, quando aplicou o

Teste Dicótico Consoante-Vogal em adultos jovens do sexo feminino; PINTO (1991)

encontrou 80% de acertos nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda

em universitários dos sexos feminino e masculino.

Não encontramos, na literatura especializada, nenhum trabalho que tenha avaliado

o número de erros no Teste Dicótico Consoante-Vogal em crianças. PINTO (1991)

encontrou, em média 4 erros nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção

esquerda, quando aplicou o Teste Dicótico Consoante-Vogal em universitários de ambos

os sexos, porém, não citou o desvio-padrão. TEDESCO, PEREIRA, BORGES (1995)

avaliaram jovens do sexo feminino e encontraram até 5 erros considerando um desvio-

padrão e até 9 erros considerando dois desvios-padrão, sendo que o número médio foi de

4 erros nas três etapas do teste.

Portanto a literatura nos mostra Índices médios de Reconhecimento de Fala, no

Teste Dicótico Consoante-Vogal, superiores a 78% e um IRF mínimo de 66%. Quanto ao

número de erros, a literatura mostra um número médio de 4 erros e um número máximo

de 9 erros.

Nosso estudo mostrou um IRF médio de 83,5% e índices superiores a 67%

considerando um desvio-padrão e superiores a 56% considerando dois desvios-padrão.

Quanto ao número de erros observamos, em média, de 4 a 5 erros nas três etapas do teste

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e um número máximo de 7 erros considerando um desvio-padrão e de 10 erros

considerando dois desvios-padrão.

Comparando nossos resultados com os encontrados na literatura observamos

semelhança do IRF encontrado nos trabalhos de MILLAY, ROESER, GODFREY (1977)

e PINTO (1991) em adultos e no trabalho de KOOMAR & CERMAK (1981) em

crianças. Quanto ao número de erros, nossos resultados foram semelhantes aos

encontrados por PINTO (1991) e por TEDESCO, PEREIRA, BORGES (1995) em

adultos.

Na literatura especializada compulsada, apenas PINTO (1991) e TEDESCO,

PEREIRA, BORGES (1995) aplicaram o Teste Dicótico Consoante-Vogal utilizando 24

estímulos em cada etapa de atenção, possibilitando a comparação do número de acertos à

direita e acertos à esquerda com o nosso estudo. Para facilitar a visualização, os

resultados desses estudos foram colocados nas tabelas 45, 46 e 47.

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Tabela 45 - Número de acertos à direita e acertos à esquerda encontrados no Teste

Dicótico Consoante-Vogal, na etapa de atenção livre, em três estudos que

utilizaram 24 pares de sílabas em cada etapa de atenção.

Nº de

Acertos

Estudo Idade Sexo X DP X + 1DP X + 2DP

à Direita PINTO (1991) adultos F

M

11

11

3

3

8 a 14

8 a 14

5 a 17

5 a 17

TEDESCO, PEREIRA,

BORGES (1995)

adultos F 12 3 9 a 15 6 a 18

Nosso Estudo

7

7

8 a 12

8 a 12

F

M

F

M

12

10

13

12

4

3

3

3

8 a 16

7 a 13

10 a 16

9 a 15

4 a 20

4 a 16

7 a 19

6 a 18

à Esquerda PINTO (1991)

adultos F

M

9

8

3

2

6 a 12

6 a 10

3 a 15

4 a 12

TEDESCO, PEREIRA,

BORGES (1995)

adultos F 9 3 6 a 12 2 a 16

Nosso Estudo

7

7

8 a 12

8 a 12

F

M

F

M

7

9

7

8

4

2

3

3

3 a 10

7 a 12

5 a 10

5 a 11

0 a 14

5 a 14

2 a 13

2 a 15

X = média DP = Desvio Padrão

Tabela 46 - Número de acertos à direita e acertos à esquerda encontrados no Teste

Dicótico Consoante-Vogal, na etapa de atenção direita, em três estudos

que utilizaram 24 pares de sílabas em cada etapa de atenção.

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97

Nº de

Acertos

Estudo Idade Sexo X DP X + 1DP X + 2DP

à Direita PINTO (1991) adultos F

M

13

13

3

3

10 a 17

10 a 17

6 a 20

6 a 20

TEDESCO, PEREIRA,

BORGES (1995)

adultos F 14 3 11 a 17 7 a 21

Nosso Estudo

7

7

8 a 12

8 a 12

F

M

F

M

12

10

14

13

3

3

4

4

9 a16

8 a 13

10 a 17

9 a 16

5 a 19

5 a 16

7 a 21

6 a 20

à Esquerda PINTO (1991)

adultos F

M

6

6

3

3

3 a 9

3 a 9

0 a 12

0 a 12

TEDESCO, PEREIRA,

BORGES (1995)

adultos F 5 3 2 a 8 0 a 11

Nosso Estudo

7

7

8 a 12

8 a 12

F

M

F

M

7

9

7

7

3

2

3

3

4 a 10

7 a 12

4 a 10

4 a 11

2 a 13

4 a 14

0 a 13

0 a 14

X = média DP = Desvio Padrão

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Tabela 47 - Número de acertos à direita e acertos à esquerda encontrados no Teste

Dicótico Consoante-Vogal, na etapa de atenção esquerda, em três estudos

que utilizaram 24 pares de sílabas em cada etapa de atenção.

Nº de

Acertos

Estudo Idade Sexo X DP X + 1DP X + 2DP

à Direita PINTO (1991) adultos F

M

6

8

3

4

3 a 9

5 a 12

0 a 11

0 a 15

TEDESCO, PEREIRA,

BORGES (1995)

adultos F 9 4 5 a 13 0 a 17

Nosso Estudo

7

7

8 a 12

8 a 12

F

M

F

M

13

10

11

11

3

3

3

3

9 a 16

7 a 13

8 a 14

7 a 14

6 a 19

4 a 15

4 a 17

4 a 17

à Esquerda PINTO (1991)

adultos F

M

14

11

3

3

11 a 16

8 a 14

8 a 19

5 a 17

TEDESCO, PEREIRA,

BORGES (1995)

adultos F 11 4 7 a 15 2 a 20

Nosso Estudo

7

7

8 a 12

8 a 12

F

M

F

M

8

10

9

9

3

3

3

3

5 a 11

7 a 13

6 a 13

6 a 13

1 a 14

5 a 15

3 a 15

3 a 16

X = Média DP = Desvio Padrão

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99

A literatura nos mostra uma variação de 8 a 15 acertos à direita considerando um

desvio-padrão e de 5 a 18 acertos à direita considerando dois desvios-padrão, na etapa de

atenção livre. Quanto aos acertos à esquerda, na mesma etapa de atenção, observamos

uma variação de 6 a 12 e de 2 a 16 considerando um e dois desvios-padrão

respectivamente. Na etapa de atenção direita encontramos de 10 a 17 e de 6 a 21 acertos à

direita e de 2 a 9 e de 0 a 12 acertos à esquerda, também considerando um e dois desvios-

padrão respectivamente. Na etapa de atenção esquerda, a literatura nos mostra uma

variação de 3 a 13 e de 0 a 17 acertos à direita e de 7 a 16 e de 2 a 20 acertos à esquerda,

considerando um e dois desvios-padrão respectivamente.

Nosso estudo mostra uma variação de 7 a 16 e de 4 a 20 acertos à direita e de 3 a

12 e de 0 a 15 acertos à esquerda, na etapa de atenção livre, considerando um e dois

desvios-padrão respectivamente. Na etapa de atenção direita observamos uma variação de

8 a 17 e de 5 a 20 acertos à direita e de 4 a 12 e de 0 a 14 acertos à esquerda, também

considerando um e dois desvios-padrão respectivamente. Na etapa de atenção esquerda,

ainda considerando um e dois desvios-padrão respectivamente, observamos uma variação

de 7 a 16 e de 4 a 19 acertos à direita e de 5 a 13 e de 1 a 16 acertos à esquerda.

Comparando nossos resultados com os encontrados na literatura especializada,

observamos semelhança nos acertos à direita e à esquerda nas etapas de atenção livre e

atenção direita, porém, na etapa de atenção esquerda, as crianças do nosso estudo

apresentaram um número menor de acertos à esquerda do que os adultos dos estudos de

PINTO (1991) e de TEDESCO, PEREIRA, BORGES (1995).

Outros estudos avaliaram apenas a atenção livre utilizando um número de

estímulos diferente do utilizado em nosso estudo, impossibilitando a comparação do

número de acertos à direita e à esquerda, porém, transformando esses valores em

números percentuais, foi possível montar uma tabela comparativa. Nas tabelas 48 e 49

encontramos os valores, em porcentagem, do número de acertos à direita e acertos à

esquerda, respectivamente, na etapa de atenção livre, nesses diversos estudos.

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100

Tabela 48 - Número de acertos à direita, em porcentagem, na etapa de atenção livre, em

diversos estudos que aplicaram o Teste Dicótico Consoante-Vogal.

Estudo Idade Sexo X (%) DP (%) X + 1DP (%) X + 2DP (%)

DORMAN &

GEFFNER (1974)

6 F e M 40 não

refere

não refere não refere

HYND &

OBRZUT (1977)

6

6

8

8

10

10

12

12

F

M

F

M

F

M

F

M

46

44

49

47

47

47

46

46

8

14

7

15

8

10

8

10

38 a 54

30 a 58

42 a 56

32 a 62

39 a 55

37 a 57

38 a 54

36 a 56

30 a 62

16 a 72

35 a 63

17 a 77

31 a 63

27 a 67

30 a 62

26 a 66

KOOMAR &

CERMAK (1981)

7 a 10 M e F 48 14 34 a 62 20 a 76

BIESEL &

CLARK

(1984)

5 e 6

11 e 12

adultos

M e F

M e F

M e F

40

47

50

8

11

11

32 a 48

36 a 58

39 a 61

24 a 56

25 a 69

28 a 72

PINTO (1991) adultos F

M

45

46

13

12

32 a 58

34 a 58

19 a 71

22 a 70

TEDESCO, PEREIRA,

BORGES (1995)

adultos F 50

13 37 a 63 24 a 76

Nosso Estudo 7

7

8 a 12

8 a 12

F

M

F

M

49

41

53

50

16

12

13

13

33 a 65

29 a 53

40 a 66

37 a 63

17 a 81

17 a 65

27 a 79

24 a 76

X = Média F = Feminino DP = Desvio Padrão M = Masculino

Tabela 49 - Número de acertos à esquerda, em porcentagem, na etapa de atenção livre,

em diversos estudos que aplicaram o Teste Dicótico Consoante-Vogal.

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101

Estudo Idade Sexo X (%) DP (%) X + 1DP (%) X + 2DP (%)

DORMAN &

GEFFNER (1974)

6 F e M 29 não

refere

não refere não refere

HYND &

OBRZUT (1977)

6

6

8

8

10

10

12

12

F

M

F

M

F

M

F

M

39

40

43

41

42

40

38

38

12

12

7

12

9

10

8

8

27 a 51

28 a 52

36 a 50

29 a 53

33 a 51

30 a 50

30 a 46

30 a 46

15 a 63

16 a 64

29 a 57

17 a 65

24 a 60

20 a 60

22 a 54

22 a 54

KOOMAR &

CERMAK (1981)

7 a 10 M e F 30 9 21 a 39 12 a 48

BIESEL &

CLARK (1984)

5 e 6

11 e 12

adultos

M e F

M e F

M e F

30

37

38

6

7

8

24 a 36

30 a 44

30 a 46

18 a 42

23 a 51

22 a 54

PINTO (1991) adultos F

M

38

32

12

9

26 a 50

23 a 41

14 a 62

14 a 50

TEDESCO, PEREIRA,

BORGES (1995)

adultos F 38 14 24 a 52 10 a 66

Nosso Estudo 7

7

8 a 12

8 a 12

F

M

F

M

29

39

31

34

15

10

12

13

14 a 44

29 a 49

19 a 43

21 a 47

0 a 59

19 a 59

7 a 55

8 a 60

X= Média F = Feminino DP = Desvio-Padrão M = Masculino

Analisando os resultados do Teste Dicótico Consoante-Vogal, nos diversos

estudos da tabela 48, observamos valores semelhantes quanto aos acertos à direita, na

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102

etapa de atenção livre, tanto para adultos como para crianças, ocorrendo uma variação de

40% a 50% como valor médio de acertos à direita e uma dispersão, para 65% da

população, variando entre 30% e 63% de acertos à direita e uma variação de 16% a 76%

de acertos à direita para 95% da população. Na tabela 49 também observamos valores

semelhantes quanto aos acertos à esquerda, na etapa de atenção livre, tanto para adultos

como para crianças, ocorrendo uma variação de 32% a 43% no valor médio de acertos à

esquerda e uma dispersão, para 65% da população, variando entre 21% e 53% de acertos

à esquerda e uma variação de 10% a 66% de acertos à esquerda para 95% da população.

Em nosso estudo observamos, na etapa de atenção livre, uma variação de 41% a

50% no valor médio de acertos à direita e uma dispersão de 29% a 66% de acertos à

direita para 65% da população e uma variação de 17% a 81% de acertos à direita para

95% da população. Quanto aos acertos à esquerda, observamos uma variação de 29% a

39% no valor médio de acertos e uma dispersão de 14% a 49% de acertos à esquerda para

65% da população e uma variação de 0% a 60% de acertos à esquerda para 95% da

população.

Comparando nossos resultados com os compulsados na literatura, observamos que

a variação encontrada em nosso estudo foi semelhante à encontrada nos estudos de

DORMAN & GEFFNER (1974), HYND & OBRZUT (1977), KOOMAR & CERMAK

(1981), BISSEL & CLARK (1984), PINTO (1991) e TEDESCO, PEREIRA, BORGES

(1995) quanto aos acertos à direita e à esquerda na etapa de atenção livre.

Na literatura especializada compulsada, apenas o estudo de PINTO (1991)

analisou a diferença entre respostas corretas da orelha direita e respostas corretas da

orelha esquerda. Os resultados encontrados neste estudo foram colocados na tabela 50

para facilitar a comparação dos resultados.

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103

Tabela 50 - Índice de Diferença de Respostas no Teste Dicótico Consoante-Vogal, nas

etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda, no estudo de

PINTO (1991) e neste estudo.

Atenção Estudo Idade Sexo X DP X + 1DP X + 2DP

Livre PINTO (1991) adultos F

M

2

3

6

5

-4 a 8

-2 a 8

-10 a 14

- 7 a 13

Nosso Estudo

7

7

8 a 12

8 a 12

F

M

F

M

6

1

5

4

5

4

6

7

1 a 11

-3 a 5

-1 a 11

-3 a 11

-5 a 16

-7 a 9

-7 a 17

-10 a 18

Direita PINTO (1991)

adultos F

M

8

7

6

6

2 a 14

1 a 13

-4 a 20

-6 a 19

Nosso Estudo

7

7

8 a 12

8 a 12

F

M

F

M

5

1

7

5

6

4

6

6

-1 a 11

-3 a 5

-1 a 13

-1 a 11

-6 a 17

-7 a 9

-8 a 19

-6 a 17

Esquerda PINTO (1991)

adultos F

M

-8

-3

5

6

-13 a -3

-9 a 3

-21 a 2

-15 a 9

Nosso Estudo

7

7

8 a 12

8 a 12

F

M

F

M

5

0

2

1

6

5

6

6

-1 a 11

-5 a 5

-4 a 8

-5 a 7

-7 a 17

-10 a 10

-10 a 14

-11 a 13

X = Média DP = Desvio Padrão

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104

Analisando a diferença entre acertos da orelha direita e acertos da orelha esquerda

encontrados no Teste Dicótico Consoante-Vogal, no trabalho de PINTO (1991),

observamos, na etapa de atenção livre, valores médios positivos entre 2 e 3; na etapa de

atenção direita estes valores também foram positivos porém mais altos que na etapa de

atenção livre, isto é, entre 7 e 8. Quanto à dispersão dos valores do IDR, observamos uma

variação maior para valores positivos do que para negativos tanto na etapa de atenção

livre como na atenção direita , sendo assim, na etapa de atenção livre, ocorreu uma

variação de -4 a 8 considerando um desvio-padrão e de -10 a 14 considerando dois

desvios padrão; na etapa de atenção direita, ocorreu uma variação de 1 a 14 considerando

um desvio-padrão e de -6 a 20 considerando dois desvios-padrão. Na etapa de atenção

esquerda observamos IDR com valores médios negativos entre -3 e -8 e uma dispersão

com variação maior para valores negativos que positivos, isto é, entre -13 e 3

considerando um desvio-padrão e entre -21 e 9 considerando dois desvios-padrão.

Ao analisar o IDR no Teste Dicótico Consoante-Vogal em nosso estudo,

observamos valores médios positivos semelhantes para as etapas de atenção livre e

atenção direita, sendo que as crianças de 7 a 12 anos do sexo feminino e as de 8 a12 do

sexo masculino obtiveram IDR médio entre 4 e 7 enquanto as de 7 anos do sexo

masculino obtiveram IDR igual a 1. Quanto a dispersão dos valores do IDR também

observamos semelhança entre as etapas de atenção livre e atenção direita com uma

variação maior para valores positivos que negativos, isto é, variação entre -3 e 13

considerando um desvio-padrão e entre -10 e 19 considerando dois desvios-padrão, para

as crianças de 7 a 12 anos de ambos os sexos. Na etapa de atenção esquerda também

observamos valores médios positivos sendo que as crianças de 7 anos, de ambos os

sexos, obtiveram valores semelhantes aos das etapas de atenção livre e direita, porém, as

crianças de 8 a 12 anos, apesar de apresentarem IDR com valor positivo, obtiveram

valores menores que os encontrados nas etapas de atenção livre e atenção direita. Sendo

assim, as crianças de 8 a 12 anos, de ambos os sexos, obtiveram, na etapa de atenção

esquerda, IDR médio entre 1 e 2 e uma variação de -5 a 8 considerando um desvio-

padrão e de -11 a 14 considerando dois desvios-padrão.

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105

Comparando os resultados de IDR obtidos em nosso estudo com os encontrados

no trabalho de PINTO (1991) observamos semelhança na etapa de atenção livre. Na

etapa de atenção direita os valores do IDR foram levemente superiores para os adultos do

estudo de PINTO (1991) do que para as crianças do nosso estudo. Na etapa de atenção

esquerda o estudo de PINTO (1991) mostra valores negativos para o IDR enquanto o

nosso mostra valores positivos, porém, notamos que os valores encontrados nas crianças

de 8 a 12 anos estão mais próximos aos encontrados nos adultos do que os encontrados

nas crianças de 7 anos de idade.

Na literatura especializada, encontramos alguns trabalhos que aplicaram a mesma

fórmula que utilizamos para verificar o predomínio de orelha. Para facilitar a

comparação , a tabela 51 mostra os resultados encontrados nestes estudos. Não foi

possível comparar a dispersão do Índice de Predomínio de Orelha pois os estudos

compulsados não indicaram o desvio-padrão, indicando apenas o valor médio

encontrado.

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106

Tabela 51 - Índice de Predomínio de Orelha obtido no Teste Dicótico Consoante-Vogal

em diversos estudos, nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção

esquerda.

Estudo Idade Sexo Atenção Livre

(X )

Atenção

Direita (X )

Atenção Esquerda

(X )

DORMAN &

GEFFNER (1974)

6

6

F

M

14,53%

15,51%

não refere

não refere

não refere

não refere

GEFFNER &

DORMAN (1976)

4

4

F

M

0,60%

12,00%

não refere

não refere

não refere

não refere

HUGDAHL &

ANDERSSON (1986)

8 a 9

adultos

F

M

F

M

8,61%

6,28%

5,11%

9,39%

29,22%

24,89%

44,22%

54,17%

-7,67%

1,89%

-34,44%

-35,33%

MUSZKAT (1989) adultos M e F 45,00% não refere não refere

Nosso Estudo 7

7

8 a 12

8 a 12

F

M

F

M

25,84%

2,15%

25,91%

18,97%

24,69%

4,86%

33,95%

25,48%

23,09%

-1,42%

7,80%

6,13%

Analisando o Índice de Predomínio de Orelha encontrado nos diversos estudos da

tabela 51, em adultos e crianças, observamos uma variação de 0,60% a 45% no valor

médio do IPO na etapa de atenção livre; na etapa de atenção direita observamos uma

variação de 24,89% a 54,17% no valor médio do IPO e, na etapa de atenção esquerda,

uma variação de -7,67% a 1,89% em crianças e de -34,44% a -35,33% em adultos.

Em nosso estudo observamos um IPO médio entre 2,15% e 25,91% na etapa de

atenção livre, entre 4,86% e 33,95% na etapa de atenção direita e entre -1,42% e 23,09%

na etapa de atenção esquerda.

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107

Comparando nossos resultados com os encontrados na literatura observamos que

os resultados do IPO no Teste Dicótico Consoante-Vogal, na etapa de atenção livre e

atenção direita estão dentro da variação encontrada nos trabalhos de DORMAN &

GEFFNER (1974 e 1976), HUGDAHL & ANDERSSON (1986) e MUSZKAT (1989).

Quanto ao IPO na etapa de atenção esquerda observamos que os valores encontrados em

nosso estudo são maiores que os encontrados por HUGDAHL & ANDERSSOM (1986)

quando avaliaram crianças entre 8 e 9 anos e adultos.

Finalizando esta parte é importante comentar que, considerando que na escolha

dos sujeitos para este trabalho não avaliamos a existência de alterações de processamento

auditivo central, eliminando apenas as crianças que tivessem ocorrência de repetência

escolar, e existindo a possibilidade da presença deste tipo de alteração na população

estudada, achamos conveniente considerar, como intervalo de segurança, o uso da média

e apenas um desvio-padrão na análise dos resultados do Teste Dicótico Consoante-Vogal.

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108

CONCLUSÃO

Após aplicar o Teste Dicótico Consoante-Vogal em 152 crianças destras dos sexos

feminino e masculino, cujas idades variaram de 7 a 12 anos, pudemos concluir que:

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109

1) Crianças de 7 a 12 anos de idade dos sexos feminino e masculino, quando

submetidas ao Teste Dicótico Consoante-Vogal, apresentam um Índice de

Reconhecimento de Fala médio de 83,5% (±8,6) e um número médio de 4 erros nas

etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda.

2) Crianças de 7 anos do sexo feminino, quando submetidas ao Teste Dicótico

Consoante-Vogal, apresentam vantagem da orelha direita e resultados semelhantes nas

etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda: número médio de 12 a 13

acertos à direita, de 7 a 8 acertos à esquerda, Índice de Diferença de Respostas médio

entre 5 e 6 e Índice de Predomínio de Orelha médio entre 23% e 26%. Apresentam

assimetria perceptual e não apresentam habilidade em dirigir a atenção para as orelhas

direita e esquerda.

3) Crianças de 7 anos do sexo masculino, quando submetidas ao Teste Dicótico

Consoante-Vogal, apresentam ausência de vantagem de orelha e resultados semelhantes

nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda: número médio de 10

acertos à direita, de 9 a 10 acertos à esquerda, Índice de Diferença de Respostas médio

entre 0 e 1 e Índice de Predomínio de Orelha médio entre -1% e 5%. Não mostram

assimetria perceptual nem habilidade em dirigir a atenção para as orelhas direita e

esquerda.

4) Crianças de 8 a 12 anos de idade, dos sexos feminino e masculino, quando

submetidas ao Teste Dicótico Consoante-Vogal, apresentam vantagem da orelha direita

na etapa de atenção livre com número médio de 13 (±3) acertos à direita, 7 (±3) acertos à

esquerda, Índice de Diferença de Respostas médio entre 4 e 5 e Índice de Predomínio de

Orelho médio entre 19% e 26%. Apresentam assimetria perceptual.

5) Crianças de 8 a 12 anos de idade, dos sexos feminino e masculino, quando

submetidas ao Teste Dicótico Consoante-Vogal, mostram vantagem da orelha direita na

etapa de atenção direita apresentando pelo menos 1 acerto à direita a mais do que foi

apresentado na etapa de atenção livre, Índice de Diferença de Respostas médio entre 5 e 7

e Índice de Predomínio de Orelha médio entre 25% e 34%. Apresentam habilidade em

dirigir a atenção para a orelha direita.

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110

6) Crianças de 8 a 12 anos de idade, dos sexos feminino e masculino, quando

submetidas ao Teste Dicótico Consoante-Vogal, apresentam pelo menos 1 acerto à

esquerda a mais na etapa de atenção esquerda do que foi apresentado na etapa de atenção

livre, Índice de Diferença de Respostas médio entre 1 e 2 e Índice de Predomínio de

Orelha médio entre 6% e 8%. Mostram habilidade em dirigir a atenção para a orelha

esquerda, maior nas crianças do sexo masculino.

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111

RESUMO

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112

A presente pesquisa teve como objetivo investigar, em escolares de 7 a 12 anos de

idade, as respostas comportamentais obtidas no Teste Dicótico Consoante-Vogal

considerando as variáveis sexo e faixa etária.

Nossa casuística constituiu-se de 152 crianças dos sexos feminino e masculino,

cujas idades variavam de 7 a 12 anos, matriculadas em duas escolas situadas na cidade de

São Paulo. Todas as crianças eram destras e apresentavam audição dentro dos limites da

normalidade.

Aplicamos o Teste Dicótico Consoante-Vogal em três etapas: etapa de atenção

livre, em que a criança deveria repetir a sílaba que lhe parecesse ser a mais audível das

duas apresentadas dicoticamente; etapa de atenção direita, em que deveria repetir a sílaba

apresentada à orelha direita e etapa de atenção esquerda, em que deveria repetir a sílaba

apresentada à orelha esquerda.

Analisamos o Índice de Reconhecimento de Fala, número de acertos à direita e à

esquerda, número de erros, Índice de Diferença de Respostas e Índice de Predomínio de

Orelha em cada etapa do teste , estabelecendo seus desvios.

Concluímos que as crianças destras de 8 a 12 anos, dos sexos feminino e

masculino, apresentam assimetria perceptual, isto é, vantagem da orelha direita, e

possuem alguma habilidade para dirigir a atenção para as orelhas direita e esquerda,

enquanto as crianças de 7 anos, de ambos os sexos, não possuem habilidade em dirigir a

atenção para as orelhas direita e esquerda quando submetidas ao Teste Dicótico

Consoante-Vogal.

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113

SUMMARY

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114

The objective of the present study is to investigate students with ages ranging from 7

to 12 years and the behavioral responses obtained by the Consonant-Vowel Dichotic Test

regarding sex and age range variables.

Our group consisted of 152 male and female children, whose ages varied from 7 to

12 years, from two schools located in the city of São Paulo. All the children were right-

handed and presented hearing within the normal limits.

The Consonant-Vowel Dichotic Test was used in three stages: free attention stage,

in which the child repeats the more audible syllable between the two dichotically presented;

right attention stage, in which the child repeats the syllable presented to the right ear; and

the left attention stage, in which the child repeats the syllable presented to the left.

Speech Recognition Index, number of right answers to the right and left, number of

errors, Different Responses and Ear Predominance Indexes were analyzed for each stage,

establishing their deviations.

It was concluded that right-handed, male and female children from 8 to 12 years old

present a perceptual asymmetry, that is, predominance of the right ear and have some

capacity to direct the attention to the right and left ears while 7-year old children, of both

sexes did not have this capacity (to direct attention to the right and left ears) when submitted

to the Consonant-Vowel Dichotic Test.

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115

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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122

ANEXO I

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123

ANEXO I - Distribuição do número de acertos por orelha e de erros nas etapas de

Atenção Livre, Atenção Direita e Atenção Esquerda por sexo e faixa etária.

Tabela 1 - Número de acertos na orelha direita (OD), acertos na orelha esquerda (OE) e

erros nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda obtidos

no Teste Dicótico Consoante-Vogal em crianças de 7 anos do sexo feminino.

Indivíduo Atenção Livre Atenção Direita Atenção Esquerda

Acertos

OD

Acertos

OE

Erros Acertos

OD

Acertos

OE

Erros Acertos

OD

Acertos

OE

Erros

1 9 11 4 8 10 6 12 10 2

2 9 6 9 12 8 4 14 8 2

3 19 2 3 17 4 3 17 3 4

4 13 6 5 12 6 6 13 7 4

5 12 3 9 8 10 6 11 8 5

6 11 8 5 17 6 1 15 5 4

7 8 11 5 10 10 4 9 12 3

8 7 13 4 7 12 5 5 14 5

9 17 6 1 13 8 3 16 7 1

10 8 7 9 15 4 5 13 8 3

11 16 2 6 15 3 6 16 3 5

12 12 8 4 14 7 3 10 9 5

X

(±DP)

11,75

(±3,89)

6,92

(±3,55)

5,33

(±2,53)

12,33

(±3,47)

7,33

(±2,84)

4,33

(±1,61)

12,58

(±3,45)

7,83

(±3,27)

3,58

(±1,38)

Mediana 11,5 6,5 5,0 12,5 7,5 4,5 13,0 8,0 4,0

Moda 8,0 6,0 4,0 8,0 10,0 6,0 16,0 8,0 5,0

X = Média

DP = Desvio Padrão

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124

Tabela 2 - Número de acertos na orelha direita (OD), acertos na orelha esquerda (OE) e

erros nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda obtidos

no Teste Dicótico Consoante-Vogal em crianças de 7 anos do sexo msculino.

Indivíduo Atenção Livre Atenção Direita Atenção Esquerda

Acertos

OD

Acertos

OE

Erros Acertos

OD

Acertos

OE

Erros Acertos

OD

Acertos

OE

Erros

13 13 6 5 14 7 3 14 7 3

14 11 11 2 11 11 2 11 10 3

15 9 7 8 9 12 3 10 10 4

16 11 10 3 11 11 2 11 11 2

17 10 11 3 9 11 4 8 11 5

18 9 10 5 10 10 4 11 9 4

19 8 8 8 11 8 5 9 8 7

20 3 14 7 4 13 7 4 15 5

21 7 9 8 8 8 8 8 9 7

22 12 6 6 13 4 7 14 6 4

23 13 10 1 14 8 2 10 9 5

24 13 8 3 10 8 6 6 15 3

25 10 12 2 10 10 4 11 10 3

X

(±DP)

9,92

(±2,84)

9,38

(±2,36)

4,69

(±2,53)

10,31

(±2,67)

9,31

(±2,43)

4,38

(±2,06)

9,77

(±2,83)

10,0

(±2,65)

4,23

(±1,54)

Mediana 10,0 10,0 5,0 10,0 10,0 4,0 10,0 10,0 4,0

Moda 13,0 10,0 8,0 11,0 8,0 4,0 11,0 10,0 3,0

X = Média

DP = Desvio Padrão

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125

Tabela 3 - Número de acertos na orelha direita (OD), acertos na orelha esquerda (OE) e

erros nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda obtidos

no Teste Dicótico Consoante-Vogal em crianças de 8 anos do sexo feminino.

Indivíduo Atenção Livre Atenção Direita Atenção Esquerda

Acertos

OD

Acertos

OE

Erros Acertos

OD

Acertos

OE

Erros Acertos

OD

Acertos

OE

Erros

26 12 4 8 10 6 8 12 5 6

27 18 5 1 20 3 1 11 7 6

28 14 6 4 17 7 0 15 8 1

29 17 6 1 14 7 3 15 8 1

30 12 10 2 20 2 2 9 11 4

31 16 1 7 8 8 8 8 9 7

32 8 13 3 9 13 2 10 12 2

33 8 11 5 9 11 4 10 12 2

34 11 7 6 15 4 5 16 7 1

35 9 10 5 12 8 4 12 7 5

36 11 9 4 13 8 3 9 9 6

X

(±DP)

12,36

(±3,50)

7,45

(±3,50)

4,18

(±2,32)

13,36

(±4,30)

7,0

(±3,26)

3,64

(±2,58)

11,55

(±2,73)

8,64

(±2,25)

3,73

(±2,37)

Mediana 12,0 7,0 4,0 13,0 7,0 3,0 11,0 8,0 4,0

Moda 8,0 10,0 1,0 20,0 8,0 2,0 9,0 7,0 6,0

X = Média

DP = Desvio Padrão

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126

Tabela 4 - Número de acertos na orelha direita (OD), acertos na orelha esquerda (OE) e erros nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda obtidos no Teste Dicótico Consoante-Vogal em crianças de 8 anos do sexo masculino.

Indivíduo Atenção Livre Atenção Direita Atenção Esquerda

Acertos

OD

Acertos

OE

Erros Acertos

OD

Acertos

OE

Erros Acertos

OD

Acertos

OE

Erros

37 14 8 2 13 8 3 14 8 2

38 14 9 1 13 11 0 10 11 3

39 8 6 10 9 9 6 10 8 6

40 10 10 4 11 10 3 13 9 2

41 10 5 9 9 6 9 8 8 8

42 12 7 5 13 4 7 11 8 5

43 12 9 3 14 6 4 11 9 4

44 13 7 4 13 7 4 14 7 3

45 11 11 2 12 9 3 12 9 3

46 10 12 2 13 10 1 12 8 4

47 10 7 7 7 9 8 11 10 3

48 15 3 6 12 4 8 13 3 8

49 10 7 7 8 7 9 9 8 7

50 19 2 3 15 3 6 11 7 6

X

(±DP)

12,00

(±2,83)

7,35

(±2,82)

4,64

(±2,79)

11,57

(±2,41)

7,36

(±2,50)

5,07

(±2,92)

11,36

(±1,78)

8,07

(±1,82)

4,57

(±2,10)

Mediana 11,5 7,0 4,0 12,5 7,5 5,0 11,0 8,0 4,0

Moda 10,0 7,0 2,0 13,0 9,0 3,0 11,0 8,0 3,0

X = Média

DP = Desvio Padrão

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127

Tabela 5 - Número de acertos na orelha direita (OD), acertos na orelha esquerda (OE) e erros nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda obtidos no Teste Dicótico Consoante-Vogal em crianças de 9 anos do sexo feminino.

Indivíduo Atenção Livre Atenção Direita Atenção Esquerda

Acertos OD

Acertos OE

Erros Acertos OD

Acertos OE

Erros Acertos OD

Acertos OE

Erros

51 17 3 4 20 1 3 10 7 7

52 11 8 5 15 4 5 14 8 5

53 11 8 5 14 6 4 11 12 1

54 12 12 0 19 4 1 5 15 4

55 7 12 5 7 14 3 7 11 6

56 14 8 2 14 6 4 13 8 3

57 14 4 6 16 5 3 13 8 3

58 12 8 4 14 8 2 15 5 4

59 13 8 3 12 10 2 14 8 2

60 15 3 6 16 5 3 15 4 5

61 10 9 5 14 6 4 12 7 5

62 16 6 2 21 2 1 6 15 3

63 10 4 10 13 5 6 14 7 3

64 14 7 3 17 2 5 12 7 5

65 13 7 4 17 5 2 15 6 3

66 15 7 2 14 6 4 11 8 5

67 12 10 2 11 11 2 15 9 0

68 17 4 3 16 6 2 15 6 3

69 18 4 2 16 4 4 16 7 1

70 12 9 3 10 10 4 10 10 4

71 9 8 7 8 8 8 8 8 8

72 10 11 3 10 8 6 10 9 5

73 18 4 2 18 3 3 8 8 8

74 9 12 3 12 9 3 11 10 3

X (±DP)

12,88

(±3,01)

7,33

(±2,87)

3,79

(±2,11)

14,33

(±3,57)

6,17

(±3,12)

3,50

(±1,67)

11,67

(±3,16)

8,46

(±2,69)

4,00

(±2,04)

Mediana 12,5 8,0 3,0 14,0 6,0 3,0 12,0 8,0 4,0

Moda 12,0 8,0 3,0 14,0 6,0 4,0 15,0 8,0 3,0

X = Média DP = Desvio Padrão

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128

Tabela 6 - Número de acertos na orelha direita (OD), acertos na orelha esquerda (OE) e erros nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda obtidos no Teste Dicótico Consoante-Vogal em crianças de 9 anos do sexo masculino.

Indivíduo Atenção Livre Atenção Direita Atenção Esquerda

Acertos

OD

Acertos

OE

Erros Acertos

OD

Acertos

OE

Erros Acertos

OD

Acertos

OE

Erros

75 9 12 3 14 6 4 4 13 7

76 8 15 1 5 16 3 5 16 3

77 18 2 4 19 4 1 17 5 2

78 14 8 2 12 8 4 7 12 5

79 9 13 2 6 16 2 6 13 5

80 13 7 4 17 5 2 12 7 5

81 9 8 7 10 7 7 11 8 5

82 7 7 10 7 7 10 12 5 7

83 17 6 1 21 2 1 6 15 3

84 10 9 5 11 9 4 13 8 3

85 15 6 3 15 6 3 14 9 1

86 8 11 5 6 12 6 10 11 3

87 9 13 2 11 12 1 9 12 3

88 5 11 8 10 10 4 7 11 6

89 8 9 7 11 6 7 13 7 4

X

(±DP)

10,60

(±3,85)

9,13

(±3,40)

4,27

(±2,71)

11,67

(±4,81)

8,40

(±4,12)

3,93

(±2,60)

9,73

(±3,81)

10,13

(±3,44)

4,13

(±1,77)

Mediana 9,0 9,0 4,0 11,0 7,0 4,0 10,0 11,0 4,0

Moda 9,0 7,0 2,0 11,0 6,0 4,0 6,0 7,0 3,0

X = Média DP = Desvio Padrão

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129

Tabela 7 - Número de acertos na orelha direita (OD), acertos na orelha esquerda (OE) e

erros nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda obtidos

no Teste Dicótico Consoante-Vogal em crianças de 10 anos do sexo

feminino.

Indivíduo Atenção Livre Atenção Direita Atenção Esquerda

Acertos

OD

Acertos

OE

Erros Acertos

OD

Acertos

OE

Erros Acertos

OD

Acertos

OE

Erros

90 14 5 5 12 7 5 10 9 5

91 16 5 3 17 5 2 9 10 5

92 12 9 3 11 9 4 11 13 0

93 13 10 1 14 8 2 7 15 2

94 19 3 2 17 5 2 15 5 4

95 9 13 2 9 11 4 7 16 1

96 12 10 2 12 9 3 14 4 6

97 14 7 3 14 6 4 14 8 2

98 9 11 4 11 7 6 6 12 6

99 7 8 9 6 11 7 2 12 10

100 15 6 3 14 6 4 10 10 4

101 11 7 6 17 4 3 8 9 7

102 11 10 3 11 8 5 10 11 3

X

(±DP)

12,46

(±3,23)

8,00

(±2,83)

3,54

(±2,11)

12,69

(±3,28)

7,38

(±2,21)

3,92

(±1,55)

9,46

(±3,62)

10,31

(±3,47)

4,23

(±2,71)

Mediana 12,0 8,0 3,0 12,0 7,0 4,0 10,0 10,0 4,0

Moda 9,0 10,0 3,0 11,0 6,0 4,0 10,0 9,0 2,0

X = Média

DP = Desvio Padrão

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130

Tabela 8 - Número de acertos na orelha direita (OD), acertos na orelha esquerda (OE) e

erros nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda obtidos

no Teste Dicótico Consoante-Vogal em crianças de 10 anos do sexo

masculino.

Indivíduo Atenção Livre Atenção Direita Atenção Esquerda

Acertos

OD

Acertos

OE

Erros Acertos

OD

Acertos

OE

Erros Acertos

OD

Acertos

OE

Erros

103 15 8 1 17 6 1 11 10 3

104 13 9 2 10 9 5 9 12 3

105 14 6 4 11 7 6 11 8 5

106 8 13 3 12 10 2 8 12 4

107 17 4 3 17 3 4 18 3 3

108 13 9 2 13 8 3 8 13 3

109 11 10 3 10 9 5 8 11 5

110 14 8 2 15 4 5 13 5 6

111 12 9 3 10 9 5 11 11 2

112 13 7 4 17 2 5 5 12 7

113 10 12 2 10 9 5 6 16 2

114 15 6 3 13 8 3 13 9 2

115 13 8 3 15 6 3 11 9 4

116 14 6 4 14 7 3 14 7 3

X

(±DP)

13,00

(±2,25)

8,21

(±2,42)

2,79

(±0,89)

13,14

(±2,74)

6,93

(±2,46)

3,93

(±1,44)

10,43

(±3,44)

9,86

(±3,37)

3,71

(±1,54)

Mediana 13,0 8,0 3,0 13,0 7,5 4,5 11,0 10,5 3,0

Moda 13,0 6,0 3,0 10,0 9,0 5,0 11,0 12,0 3,0

X = Média DP = Desvio Padrão

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131

Tabela 9 - Número de acertos na orelha direita (OD), acertos na orelha esquerda (OE) e

erros nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda obtidos

no Teste Dicótico Consoante-Vogal em crianças de 11 anos do sexo

feminino.

Indivíduo Atenção Livre Atenção Direita Atenção Esquerda

Acertos

OD

Acertos

OE

Erros Acertos

OD

Acertos

OE

Erros Acertos

OD

Acertos

OE

Erros

117 11 11 2 14 10 0 7 12 5

118 18 2 4 20 3 1 4 17 3

119 14 6 4 15 5 4 13 6 5

120 8 10 6 11 10 3 10 10 4

X

(±DP)

12,75

(±4,27)

7,25

(±4,11)

4,00

(±1,63)

15,00

(±3,74)

7,00

(±3,55)

2,00

(±1,82)

8,50

(±3,87)

11,25

(±4,57)

4,25

(±0,96)

Mediana 12,5 8,0 4,0 14,5 7,5 2,0 8,5 11,0 4,5

Moda 8,0 2,0 4,0 11,0 10,0 0,0 4,0 6,0 5,0

X = Média

DP = Desvio Padrão

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132

Tabela 10 - Número de acertos na orelha direita (OD), acertos na orelha esquerda (OE) e

erros nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda obtidos

no Teste Dicótico Consoante-Vogal em crianças de 11 anos do sexo

masculino.

Indivíduo Atenção Livre Atenção Direita Atenção Esquerda

Acertos

OD

Acertos

OE

Erros Acertos

OD

Acertos

OE

Erros Acertos

OD

Acertos

OE

Erros

121 13 7 4 17 3 4 5 15 4

122 13 10 1 13 9 2 13 10 1

123 13 5 6 17 4 3 17 4 3

124 9 12 3 10 11 3 12 9 3

125 10 13 1 16 5 3 7 14 3

126 15 9 0 13 9 2 11 10 3

127 15 3 6 19 1 4 11 6 7

128 5 14 5 7 14 3 5 16 3

129 7 15 2 9 11 4 9 12 3

130 16 4 4 15 3 6 9 8 7

131 11 10 3 10 8 6 13 8 3

132 11 6 7 14 7 3 3 16 5

133 10 11 3 9 11 4 10 10 4

X

(±DP)

11,38

(±3,23)

9,15

(±3,89)

3,46

(±2,15)

13,00

(±3,74)

7,38

(±3,92)

3,62

(±1,26)

9,62

(±3,88)

10,62

(±3,80)

3,77

(±1,69)

Mediana 11,00 10,0 3,0 13,0 8,0 3,0 10,0 10,0 3,0

Moda 13,00 10,0 3,0 9,0 11,0 3,0 5,0 10,0 3,0

X = Média

DP = Desvio Padrão

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133

Tabela 11 - Número de acertos na orelha direita (OD), acertos na orelha esquerda (OE) e

erros nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda obtidos

no Teste Dicótico Consoante-Vogal em crianças de 12 anos do sexo

feminino.

Indivíduo Atenção Livre Atenção Direita Atenção Esquerda

Acertos

OD

Acertos

OE

Erros Acertos

OD

Acertos

OE

Erros Acertos

OD

Acertos

OE

Erros

134 13 8 3 14 7 3 15 6 3

135 14 6 4 16 5 3 11 11 2

136 13 10 1 12 11 1 13 11 0

137 10 9 5 12 8 4 7 13 4

138 16 3 5 17 2 5 11 8 5

X

(±DP)

13,20

(±2,17)

7,20

(±2,78)

3,60

(±1,67)

14,20

(±2,28)

6,60

(±3,36)

3,20

(±1,48)

11,40

(±3,97)

9,80

(±3,77)

2,80

(±1,92)

Mediana 13,00 8,0 4,0 14,0 7,0 3,0 11,0 11,0 3,0

Moda 13,00 6,0 5,0 12,0 5,0 3,0 11,0 11,0 2,0

X = Média

DP = Desvio Padrão

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134

Tabela 12 - Número de acertos na orelha direita (OD), acertos na orelha esquerda (OE) e

erros nas etapas de atenção livre, atenção direita e atenção esquerda obtidos

no Teste Dicótico Consoante-Vogal em crianças de 12 anos do sexo

masculino.

Indivíduo Atenção Livre Atenção Direita Atenção Esquerda

Acertos

OD

Acertos

OE

Erros Acertos

OD

Acertos

OE

Erros Acertos

OD

Acertos

OE

Erros

139 15 1 8 16 2 6 20 1 3

140 14 8 2 16 4 4 5 11 8

141 11 13 0 13 9 2 9 12 3

142 17 5 2 16 7 1 16 7 1

143 12 9 3 12 10 2 12 10 2

144 12 10 2 13 8 3 13 5 6

145 13 7 4 7 12 5 13 8 3

146 13 6 5 16 6 2 8 10 6

147 16 4 4 12 8 4 13 7 4

148 12 9 3 13 9 2 10 11 3

149 18 3 3 20 0 4 12 11 3

150 9 8 7 9 8 7 10 9 5

151 12 8 4 14 7 3 12 7 5

152 8 10 6 12 8 4 9 10 5

X

(±DP)

13,00

(±2,83)

7,21

(±3,17)

3,79

(±2,15)

13,50

(±3,25)

7,00

(±3,16)

3,50

(±1,70)

11,57

(±3,63)

7,93

(±3,20)

4,50

(±2,24)

Mediana 12,5 8,0 3,5 13,0 8,0 3,5 12,0 8,5 3,5

Moda 12,0 8,0 2,0 16,0 8,0 4,0 13,0 10,0 3,0

X = Média

DP = Desvio Padrão

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135