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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKIAULA 8 - PRONOMES Pronome o vocbulo que, ao p da letra, fica no lugar do nome (chamado de pronome substantivo) ou o determina (pronome adjetivo). Para compreender melhor a funo dos pronomes, precisamos saber o conceito de coeso textual, pois essas palavras, assim como os conectivos (conjuno e preposio a serem estudados na prxima aula), so responsveis por estabelecer nexo entre as ideias do texto. Coeso textual a ligao entre os elementos da orao e delas em relao ao texto. A incoerncia de um texto muitas vezes se deve falta de coeso, exatamente porque a leitura fica prejudicada pelo emprego inadequado de pronomes, conjunes ou outros elementos textuais, inclusive a pontuao. Por exemplo, o uso inapropriado de porquanto ou de a ele pode levar o leitor a uma concluso diversa da que se pretendia dar, ou at mesmo a nenhuma concluso (alguns chamam de ruptura semntica). Os pronomes exercem um papel decisivo na construo de um texto coeso e coerente, a partir de indicaes corretas aos seus elementos. Muitas questes de prova abordam esse conhecimento. Algumas vezes, a banca (especialmente, ESAF e CESPE) faz afirmaes sobre as referncias textuais e o candidato deve verificar se esto corretas essas indicaes. Para isso, a compreenso correta do texto e o domnio do significado de seus elementos so decisivos. DEFINIO Pronomes so palavras que determinam um substantivo ou ocupam o seu lugar. Da, a designao pronomes adjetivos ou pronomes substantivos, respectivamente. Servem para, no primeiro caso, acompanhar um substantivo, determinando-lhe a extenso (assim como o faz um adjetivo) e, no segundo, representar o prprio substantivo, ficando em seu lugar. Todo pronome tem uma funo sinttica, que pode ser prpria do substantivo (sujeito, objeto direto, objeto indireto) ou do adjetivo (adjunto adnominal, predicativo do sujeito, predicativo do objeto). Este produto importado. (pronome adjetivo / funo de adjunto adnominal) Isto importado. (pronome substantivo / funo de sujeito) Os pronomes podem ser interrogativos e relativos. PESSOAIS pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos,

representam as trs pessoas do discurso - a que fala (1 pessoa), a com quem se fala (2 pessoa) e a de quem se fala (3 pessoa); dividem-se em retos e oblquos. Regra geral, os retos exercem a funo de sujeito ou de predicativo do sujeito, enquanto que os oblquos funcionam como complementos (objetos diretos, indiretos ou adjuntos); os pronomes oblquos devem obedecer a certas regras de colocao (sintaxe de colocao pronominal), a serem estudadas mais frente.

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKIDE TRATAMENTO categoria dos pronomes pessoais que designa a forma de tratamento a ser usada no trato com certas pessoas. a pessoa com quem se fala pode ser expressa tambm pelo pronome de tratamento, que leva tanto o verbo quanto os pronomes para a 3 pessoa; os nicos pronomes de tratamento que admitem o uso do artigo acompanhando-os so: senhor, senhora, senhorita. POSSESSIVOS estabelecem relao de posse entre os elementos regente e regido; como j vimos em aula anterior, h casos em que um pronome pessoal oblquo usado com valor possessivo, ponto a ser estudado mais adiante. MSV RO I DOTTS E NA indicam a posio dos seres no espao e no tempo (funo ditica dos pronomes demonstrativos) ou em referncia aos elementos do texto (funo anafrica ou catafrica); tambm podem substituir algum termo, expresso, orao ou ideia, evitando sua repetio, no papel de termos vicrios (H muito tempo eu planejo sair de frias e vou faz-lo no meio desse ano. faz-lo = fazer isso = sair de frias, ou Eu lhe jurei que seria fiel e vou s-lo ser isso ser fiel o pronome permanece neutro, sem flexo de gnero ou nmero, assim como acontece com o isso). INDEFINIDOS INTERROGATIVOS tm sentido vago ou indeterminado. pertencem a uma subclasse dos pronomes indefinidos. Muito importante compreender a distino entre eles e os pronomes relativos, j que a grafia a mesma em alguns casos (como, quando, quem etc): os pronomes indefinidos so usados nas interrogaes, diretas ou indiretas, enquanto que os pronomes relativos apresentam referncia a termos antecedentes veja mais detalhadamente a seguir. referem-se a um termo anterior chamado antecedente ou referente (substantivo ou pronome substantivo); sempre do incio a oraes subordinadas adjetivas.

RELATIVOS

1 - PESSOAIS 1.1 - CLASSIFICAO Designam as trs pessoas do discurso. Classificam-se em RETOS e OBLQUOS.

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKIRETOS: funcionam como sujeito ou predicativo do sujeito. Por isso, Rocha Lima os denomina pronomes subjetivos (no papel de sujeito). Tu no s eu. O fato de ele reconhecer o erro no importa. OBLQUOS: funcionam como complemento, motivo pelo qual Rocha Lima os chamou de pronomes objetivos. Vi-o na rua Deu-lhe um bom presente Quero compr-las Fi-los entrar Nesse ltimo exemplo (Fi-los entrar.) vemos um caso excepcional em que o pronome oblquo exerce a funo sinttica de sujeito (do verbo entrar), assunto que ser apresentado mais adiante (caso 1.3). QUADRO RESUMO DOS PRONOMES PESSOAIS CASO OBLQUO PESSOA 1 2 3 1 2 3 CASO RETO EU TU ELE/ELA NS VS ELES/ELAS TONO ME TE SE, O, A, LHE NOS VOS SE, OS, AS, LHES TNICO (sempre com preposio) MIM, COMIGO TI, CONTIGO SI, ELE*, ELA* NS*, CONOSCO VS*, CONVOSCO SI, ELES*, ELAS*

OBSERVAES: 1:(*) Quando oblquos, so sempre preposicionados: Nem ele entende a ns, nem ns a ele.. A preposio est na frase por fora do uso do pronome, sendo o caso de objeto direto preposicionado. Na linguagem coloquial informal, costumam ser usados acompanhados de numerais (Encontrei elas duas.) ou pronome indefinido (Trouxe todas elas.), construo no abonada pela linguagem culta formal (Encontrei-as, as duas. / Trouxe-as todas.). Os oblquos ns/vs podem ser usados acompanhados da preposio com e elementos reforativos, como os pronomes demonstrativos MESMOS ou PRPRIOS. Ex.: S podemos contar com ns mesmos. 2: Os pronomes me, te, se, nos, vos podem exercer as funes de objeto direto ou indireto, de acordo com a transitividade do verbo. Uma boa tcnica de saber se o pronome est na funo de complemento direto ou indireto trocar o pronome por um NOME, ou seja, por um substantivo: Ele no me obedece. trocamos o me por o pai: Ele no obedece ao pai.

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PLURAL

SINGULAR

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKIComo o complemento verbal foi antecedido de preposio, o pronome me exerce a funo de objeto indireto. No adiantaria nada trocar o me por a mim, pois, como vimos acima, esse pronome oblquo sempre ser preposicionado. 3: Os pronomes oblquos podem ser, ainda, reflexivos e recprocos. Os primeiros, quando o objeto direto ou indireto representa a mesma pessoa ou coisa que o sujeito do verbo; os recprocos exprimem reciprocidade da orao. Vamos ver como isso j foi objeto de prova? 1 - (FCC / TRE PI / 2002) Afinal, os papis no haviam ficado . ...., mas sim ...... . (A) contigo - com ns mesmos (B) contigo - conosco mesmos (C) com ti - conosco mesmo (D) com tu - conosco mesmos (E) com tu - com ns mesmos Na funo de complemento, no se deve usar pronomes retos, como sugerem as opes d e e (com tu). A preposio com j faz parte da forma contigo, que deve preencher a primeira lacuna. Em seguida, o preposio com antecede o ns. Como esse pronome oblquo est acompanhado de um pronome demonstrativo mesmos, est correta a forma da opo A contigo / com ns mesmos. 1.2 - RELAO ENTRE PREPOSIO E PRONOME As preposies de e em contraem-se com o pronome oblquo de 3 pessoa ele(s) e ela(s): A pasta dele, e nela est o meu livro. Normalmente, aps preposio usa-se o pronome oblquo. Entre mim e ti existe um abismo profundo. Entretanto, se aps a preposio, especialmente a preposio para, o pronome estiver como sujeito do verbo no infinitivo, permanece sendo pronome reto e, segundo a norma culta, no poder se contrair, embora na linguagem coloquial j se admita a contrao. Observe os exemplos. 1) Apesar de ela no saber nada, passou no concurso. (quem no sabia nada? Resposta: ela sujeito 2) Isto no trabalho para eu fazer. (quem no vai fazer o trabalho? Resposta: eu - sujeito 3) Isto no trabalho para mim. pronome reto) pronome reto)

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI(O trabalho para quem? Resposta: para mim = complemento nominal pronome oblquo) 4) O milagre de ele existir tinha-se dado naquele momento. (quem existe? Resposta: ele - sujeito 5) Pouco depois de ela sair, fomos embora. (quem saiu? Resposta: ela sujeito Faa agora um teste: Para mim comparecer a essa reunio foi um prazer. At o corretor ortogrfico do Word cai nessa pegadinha. Ele sugere a troca do mim pelo eu. Ser que isso estaria correto? Vejamos. Primeira pergunta: o que foi um prazer? Resposta: comparecer a essa reunio. Ento, na ordem direta (SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO), teramos: Comparecer a essa reunio foi um prazer. timo! Isso (comparecer a essa reunio) foi um prazer para quem? Resposta: para mim. Ento, complementando a estrutura acima, teramos: Comparecer a essa reunio foi um prazer para mim. O que levou o Word (e muitos alunos) a imaginar um erro (que no existe) foi o deslocamento do complemento nominal para o incio do perodo, causando, assim, a aproximao do mim (que atua como complemento nominal de prazer) com o verbo comparecer (que faz parte do sujeito oracional). Nessa, at o Bill Gates caiu!!! Sorte dele no precisar fazer um concurso pblico aqui no Brasil....rs.... Veja, agora, como j caiu em prova. 2 - (FUNDEC / TJ MG / 2002) Tendo em conta o emprego das formas pronominais "eu" e "mim", assinale a alternativa INCORRETA. a) Toda a conversa entre eles e eu se deu a portas fechadas. b) Seria muito penoso para mim comparecer ao julgamento. c) Quando me aproximei, notei que falavam sobre voc e mim. d) No h diferena entre eu lhes dar a notcia ou qualquer outra pessoa. O gabarito foi letra a. A conversa rolou entre eles e MIM. Aps uma preposio (entre), o pronome a ser usado o oblquo: MIM. S se usa pronome reto aps preposio quando este pronome exerce a funo de sujeito da forma verbal no infinitivo, como na construo da letra d: quem vai dar a notcia? Resposta: eu ou qualquer outra pessoa. Como o pronome o sujeito do verbo dar, est correto o emprego do pronome reto (eu). A opo b apresenta estrutura idntica do exemplo que apresentamos. Muitas vezes, quando o mim fica perto de um verbo no infinitivo, muita gente tem clicas e sai por a berrando: mim fazer quem diz ndio!!! Em parte, tem razo. pronome reto) pronome reto)

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKIMas s em parte, pois preciso analisar a estrutura para verificar se este mim mesmo o sujeito do verbo no infinitivo, antes de sair por a condenando a estrutura. Na ordem direta, a construo seria: Comparecer ao julgamento seria muito penoso para mim.. O pronome, nesse caso, complemento nominal ao adjetivo penoso ( penoso para quem? Para mim.) e no sujeito de comparecer, que est sendo usado em sentido genrico (verbo impessoal). Note que o verbo continuaria inflexvel qualquer que fosse o pronome: Comparecer ao julgamento seria penoso para ns. Isso porque este verbo impessoal (no tem sujeito) e est sendo usado em sentido amplo (O ato de comparecer). Est perfeita a construo da letra c. Aps a preposio sobre, foi empregado corretamente o oblquo mim e o pronome de tratamento voc. 1.3 - PRONOME OBLQUO TONO SUJEITO DE UM INFINITIVO CASO 1 - Mandei que ele sasse. CASO 2 - Mandei-o sair. Nos dois casos, o sujeito do verbo mandar o mesmo e est indicado pela desinncia verbal: (eu) mandei. No entanto, apresentam complementos diferentes. Verificamos que o objeto direto do verbo mandar (Eu mandei o qu?) expresso: - no CASO 1: pela orao que ele sasse. - no CASO 2: pelo pronome seguido de infinitivo o sair. Agora, vamos analisar as oraes que exercem a funo de complemento do verbo mandar. CASO 1: orao desenvolvida (iniciada pela conjuno que) = que ele sasse. Quem vai sair? Resposta: ele. Ento, o sujeito de sasse o pronome pessoal reto ele. CASO 2: o sair = Quem vai sair? Resposta: o. Esse pronome oblquo, que representa algum substantivo (menino, rapaz, aluno etc.), o sujeito do verbo sair. Esse o caso especial de que tratamos logo no incio da nossa aula. Geralmente, a funo de sujeito exercida por um pronome pessoal reto, enquanto que cabe aos pronomes oblquos a funo de complemento verbal. Pois essa a nica exceo: VERBOS CAUSATIVOS (mandar, deixar, fazer) ou SENSITIVOS (ver, sentir, ouvir) acompanhados de complemento representado por um pronome oblquo na funo de sujeito e um verbo no infinitivo. Para treinar, vamos analisar a construo desta belssima cano: Deixe-me ir, preciso andar Vou por a a procurar Rir pra no chorar Quero assistir ao sol nascer Ver as guas do rio correr Ouvir os pssaros cantar Eu quero nascer, quero viver. (Preciso me encontrar, de Candeia)

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKIQuem o sujeito de ir, na primeira estrofe? O pronome oblquo me. Nas passagens Ver as guas dos rios correr / Ouvir os pssaros cantar, vimos que, em relao concordncia do verbo correr/cantar, no infinitivo, quando se apresenta um sujeito nominal (substantivo), no h consenso entre os gramticos. Uns indicam a flexo verbal obrigatria (Ver as guas dos rios correrem/ Ouvir os pssaros cantarem); outros probem a flexo (Ver as guas dos rios correr / Ouvir os pssaros cantar); h tambm os que facultam indistintamente essa flexo (Ver as guas dos rios correr/correrem, Ouvir os pssaros cantar / cantarem). Contudo, se no lugar dos nomes estiverem os pronomes oblquos correspondentes, so unnimes em afirmar que obrigatoriamente o verbo no infinitivo permaneceria sem flexo: V-las correr / Ouvi-los cantar. Na dvida, releia o item 10.d da Aula 5 Concordncia parte 2. muito comum, na linguagem coloquial, usar o pronome reto no lugar do oblquo: Mandaram eu sair. Vi ela sair. O curioso que tal incorreo no se repete quando se constri uma orao negativa: No me mandaram sair. No a vi sair. Para fixar esse conceito, a partir de agora, procure usar a construo correta: Ouvi-o dizer (e no Ouvi ele dizer) e afins. Para terminar o ponto, vejamos como a ESAF abordou o tema. 3 - (FISCAL MS / 2001) Marque a palavra, a seqncia ou o sinal de pontuao sublinhado, que foi mal empregado. Vivemos um perodo de adversidade,(A) mas contamos com o apoio de uma poltica econmica adequada para contorn-lo(B). Prova disso a atuao do Banco Central no cmbio, que mantm(C) tambm os juros sob(D) controle. No passado, vamos os juros subirem(E) de 15% a 45% de uma s vez. (Fernando Xavier adaptado) a) A b) B c) C d) D e) E O gabarito foi a letra C. ACORDO ORTOGRFICO : O trema foi abolido. Assim, registra-se agora sequncia. Na verdade, a questo versava sobre concordncia. O sujeito do verbo manter (pronome relativo que) tem como referente o substantivo atuao, devendo ficar no singular. Afinal, a atuao do Banco Central que mantm os juros sob controle. Mas, mesmo que a sua interpretao seja de que o pronome relativo se refere a Banco Central (O Banco Central mantm os juros sob controle.), o verbo continuaria no singular. Na aula sobre concordncia, alertamos bastante para as construes com verbos derivados de pr, ter e vir. Suas formas plurais no apresentam nenhuma distino

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKIfontica em relao s formas singulares (mantm/mantm, convm/convm), o que poderia enganar o ouvido do candidato. O mesmo pode ocorrer com outros verbos (compor, propor, contrapor, supor, pressupor). Observe, agora, o item (E) No passado, vamos os juros subirem(E). Em estruturas como: VERBO CAUSATIVO/SENSITIVO + PRONOME OBLQUO + INFINITIVO o verbo no infinito NO PODE SE FLEXIONAR, por apresentar como sujeito um pronome (Vi-os sair / No os deixe fazer isso.). Nessa questo, o verbo sensitivo (ver) vem acompanhado de um substantivo (juros) que o sujeito de um infinitivo (subirem). Orao reduzida do infinitivo Vamos os juros subirem. Nessas construes, quando o sujeito do infinitivo vem sob a forma de um substantivo (e no um pronome), h divergncia doutrinria. Contudo, a banca da ESAF considerou CORRETA a flexo verbal. Como no h consenso, a ESAF tratou de definir o gabarito em outra opo, de modo que, passando ao largo da discusso, no restasse dvida acerca da resposta correta (apresentou um erro crasso de concordncia na opo C). Resumindo: VERBO CAUSATIVO/SENSITIVO INFINITIVO SEM FLEXO + PRONOME OBLQUO + INFINITIVO

VERBO CAUSATIVO/SENSITIVO + SUBSTANTIVO + INFINITIVO O VERBO PODE OU NO FLEXIONAR-SE (depende do autor, h divergncia doutrinria) = busque nas demais opes a resposta.

1.4 ALTERAO GRFICA DOS VERBOS EM FUNO DA COLOCAO DOS PRONOMES Quando os pronomes tonos o, a, os, as se associam a uma forma verbal, pode haver alteraes grficas nessa ltima: - verbos terminados em r, s, z caem essas consoantes e os pronomes so grafados sob as formas lo, la, los, las. Mandaram prender + o = Mandaram prend-lo - verbos terminados em terminao nasal (o, e, am, em) os pronomes assumem as formas no, na, nos, nas. Sempre que meus pais tm roupas velhas, do-nas as pobres. 1.5 - PRONOME OBLQUO COM VALOR POSSESSIVO J falamos sobre Sintaxe de Regncia. isso nos comentrios questo 4 da aula 6 -

O pronome oblquo pode ser usado com sentido possessivo, exercendo a funo sinttica de ADJUNTO ADNOMINAL (Bechara chama de objeto indireto de posse1).1

Cf. EVANILDO BECHARA, Lies de Portugus pela Anlise Sinttica, 16 edio, p.78.

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKIRoubou-lhe a voz, ento no pde mais reclamar. (= Roubou sua voz)

1.6 - COMBINAES E CONTRAES DOS PRONOMES TONOS Vamos ver agora construes rarssimas na linguagem moderna. Quando numa mesma orao ocorrem dois pronomes tonos, um na funo de objeto direto e outro, objeto indireto, estes pronomes podem combinar-se, observadas as seguintes regras: o pronome se associa-se aos me, te, nos, vos, lhe(s), e NUNCA aos o(s), a(s). antepostos, conservam-se separados e, pospostos, ligam-se por hfen. 1) Eu quero paz. D-ma ma = me (a mim) + a (a paz) = D a paz (= a) a mim (= me) 2) Apesar de no receber cartas minhas, envio-lhas sempre. lhas = lhe (a ela) + as (as cartas) = Envio as cartas a ela = Envio-lhas. 3) Justia se lhe faa. se (pronome apassivador = Justia seja feita / Justia se faa) + lhe (a ele/ela) = Justia seja feita a ela.

1.7 - COLOCAO PRONOMINAL Adoro essa parte da matria! o momento em que posso ajud-lo(a) a nunca mais errar uma questo sobre colocao pronominal. Basta que voc estude bem o que ser apresentado a seguir. Para comear, precisamos conhecer a terminologia que ser usada. nclise Prclise Mesclise o pronome aparece aps o verbo. o pronome surge antes do verbo. o pronome colocado no meio do verbo.

Agora, a fim de facilitar a sua vida, resumimos a trs todas as regras de colocao pronominal: PRCLISE OBRIGATRIA / CASOS DE PROIBIO / EMPREGO FACULTATIVO. REGRA GERAL: NCLISE Segundo a norma culta, a regra nclise, ou seja, o pronome aps o verbo. Isso tem origem em Portugal, onde essa colocao mais comum. No Brasil, o uso da prclise (antes do verbo) mais frequente, por apresentar maior informalidade. Mas, como devemos abordar os aspectos formais da lngua, a regra ser nclise, usando prclise em situaes excepcionais. a) CASOS DE PRCLISE OBRIGATRIA: Desde que no haja pausa (normalmente marcada na escrita pela vrgula), as PALAVRAS INVARIVEIS atraem o pronome. Por palavras invariveis, entendemos as que no se flexionam (olhe o quadro da aula 2!!!): os

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKIadvrbios; as conjunes; alguns pronomes, como o pronome relativo que, os pronomes indefinidos quanto/como/ningum, os pronomes demonstrativos isso/aquilo/isto. Ele no se encontrou com a namorada. (advrbio de negao) Quando se encontra com a namorada, ele fica muito feliz. (conjuno) Havendo pausa, no ocorre a atrao. Aqui se aprende a estudar.(sem pausa, advrbio atrai) Aqui, aprende-se a estudar. (com pausa, recai na regra geral)

ORAES EXCLAMATIVAS ou que OPTATIVAS prclise obrigatria.

expressam

desejo,

chamadas

de

Vou te matar! Que Deus o abenoe! Macacos me mordam!

ORAES SUBORDINADAS ... e por isso que nele se acentua o pensador poltico (orao subordinada adverbial causal) H pessoas que nos querem bem. (orao subordinada adjetiva restritiva) No se preocupe com esses nomes e sobrenomes das oraes. Tudo isso ser objeto de aula especfica (Perodos). b) CASOS DE PROIBIO: Iniciar perodo com pronome - a forma correta : D-me um copo dgua (e no Me d), Permita-me fazer uma observao (e no Me permita); Pronome tono aps verbo (nclise) no particpio, no futuro do presente e no futuro do pretrito. Com essas formas verbais, usa-se a prclise (desde que no caia na proibio acima iniciar perodo), modifica-se a estrutura (troca o me por a mim) ou, no caso dos futuros, emprega-se o pronome em mesclise.

Concedida a mim a licena, pude comear a trabalhar. (No havia outra sada. A troca foi necessria por no podermos colocar o pronome aps o particpio - concedida-me nem iniciar perodo com ele me concedida esse so dois CASOS DE PROIBIO). Recolher-me-ei minha insignificncia. (No poderia ser recolherei-me nem Me recolherei CASOS DE PROIBIO).

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKIc) EMPREGO FACULTATIVO: Com o verbo no INFINITIVO, mesmo que haja uma palavra atrativa, a colocao do verbo pode ser encltica (aps o verbo) ou procltica (antes do verbo). Tanto faz, desde que no recaia em um dos casos proibidos (como iniciar perodo). Para no me colocar em situao ruim, encerrei a conversa. Para no colocar-me em situao ruim, encerrei a conversa. Assim, com infinitivo est sempre certa a colocao, desde que no caia em um caso de proibio (comear perodo, por exemplo). CUIDADO!!! NO CONFUNDA INFINITIVO COM FUTURO DO SUBJUNTIVO Na maior parte dos verbos, essas formas so iguais (para comprar = INFINITIVO /quando comprar = FUTURO DO SUBJUNTIVO). Contudo, a regra da colocao pronominal s se aplica ao infinitivo. Se o verbo estiver no futuro do subjuntivo, aplica-se a regra geral. Para ter certeza de que o infinitivo mesmo e no o futuro do subjuntivo, troque o verbo por um que apresente formas diferentes, como o verbo trazer (para trazer / quando trouxer), fazer (para fazer/ quando fizer), pr (para pr/ quando puser), e tire a prova dos noves. Se for infinitivo, pode colocar o pronome antes ou depois, tanto faz. De qualquer jeito, estar certo, mesmo que haja uma palavra atrativa (invarivel). Observao importante: quando houver DUAS palavras invariveis, o pronome poder ser colocado entre elas. A essa intercalao d-se o nome de APOSSNCLISE. Para no levar-me a mal, irei apresentar minhas desculpas. como vimos, com infinitivo est sempre certa a colocao (caso facultativo), mesmo que haja uma palavra invarivel (no caso, so duas para e no). COLOCAES IGUALMENTE POSSVEIS: (1) Para no me levar a mal, ...- O pronome foi atrado pelo advrbio no. (2) Para me no levar a mal, ... O pronome foi atrado pela preposio para. 1.8 - COLOCAO PRONOMINAL EM LOCUO VERBAL Locues verbais so construes que apresentam um s conceito verbal sob a forma de um verbo auxiliar (ou mais) e um verbo principal. O auxiliar (o primeiro, no caso de mais de um) ir se flexionar, enquanto que o verbo principal ficar em uma das formas nominais: infinitivo, particpio ou gerndio (assim como os demais auxiliares). Em relao colocao pronominal, valem os conceitos j apresentados. 1 COM INFINITIVO EST SEMPRE CERTO; 2 COM GERNDIO ARROZ COM FEIJO: REGRA GERAL NCLISE HAVENDO PALAVRA INVARIVEL, O PRONOME ATRADO (PRCLISE); 3 COM PARTICPIO, A NCLISE (PRONOME APS O VERBO) PROIBIDA. A colocao do pronome ser analisada em relao a cada um dos verbos que compem a locuo.

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKICOM O VERBO PRINCIPAL NO INFINITIVO 1. PRONOME EM RELAO AO VERBO AUXILIAR - Eu lhe devo pedir um favor. Prclise ao verbo auxiliar CERTO Ainda que a regra seja a nclise, modernamente no se condena a prclise em estruturas como essa, desde que no recaia em algum caso de proibio (iniciar perodo, por exemplo). - No lhe devo pedir um favor. Prclise ao verbo auxiliar - CERTO Como o advrbio atrai, est CERTSSIMA a colocao! Caso de prclise obrigatria. - Eu devo-lhe pedir um favor. - No devo-lhe pedir um favor. nclise ao verbo auxiliar CERTO nclise ao verbo auxiliar ERRADO. O advrbio atrai o pronome, devendo ser empregada a prclise. 2. PRONOME EM RELAO AO VERBO PRINCIPAL - Eu devo lhe pedir um favor. A norma culta condena a prclise ao verbo principal, ou seja, o pronome solto no meio da locuo verbal. Na linguagem coloquial, o mais usado. - No devo lhe pedir um favor. Note que o advrbio est prximo do verbo auxiliar, e no do principal. Este verbo auxiliar atua como uma pausa, reduzindo o poder da palavra invarivel. Como j mencionamos, a norma culta condena essa colocao solta do pronome no meio da locuo. - Eu devo pedir-lhe um favor. nclise em relao ao verbo principal CERTO. Essa a construo abonada pela gramtica normativa. Como j observamos, h uma distncia entre o advrbio e o verbo principal. Assim, est CORRETA a colocao do pronome aps o verbo.

- No devo pedir-lhe um favor.

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKICOM O VERBO PRINCIPAL NO GERNDIO (igualzinho ao anterior) 1. PRONOME EM RELAO AO VERBO AUXILIAR Eu lhe estou pedindo perdo. No lhe estou pedindo perdo. Prclise ao verbo auxiliar CERTO Prclise ao verbo auxiliar - CERTO Como o advrbio atrai, est CERTSSIMA a colocao! Caso de prclise obrigatria. Eu estou-lhe pedindo perdo. No estou-lhe pedindo perdo. nclise ao verbo auxiliar CERTO nclise ao verbo auxiliar ERRADO. O advrbio atrai o pronome, devendo ser empregada a prclise.

2. PRONOME EM RELAO AO VERBO PRINCIPAL Eu estou lhe pedindo perdo. A norma culta condena a prclise ao verbo principal, ou seja, o pronome solto no meio da locuo verbal. Na linguagem coloquial, o mais usado. No estou lhe pedindo perdo. Note que o advrbio est prximo do verbo auxiliar, e no do principal. Este verbo auxiliar atua como uma pausa, reduzindo o poder da palavra invarivel. Como j mencionamos, a norma culta condena essa colocao solta do pronome no meio da locuo. Eu estou pedindo-lhe perdo. nclise em relao ao verbo principal CERTO. Essa a construo gramtica normativa. No estou pedindo-lhe perdo. abonada pela

Como j observamos, h uma distncia entre o advrbio e o verbo principal. Assim, est CORRETA a colocao do pronome aps o verbo principal.

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKICOM O VERBO PRINCIPAL NO PARTICPIO 1. PRONOME EM RELAO AO VERBO AUXILIAR Eu lhe tenho obedecido. No lhe tenho obedecido. Prclise ao verbo auxiliar CERTO Prclise ao verbo auxiliar - CERTO Como o advrbio atrai, est CERTSSIMA a colocao! Caso de prclise obrigatria. Eu tenho-lhe obedecido. No tenho-lhe obedecido. nclise ao verbo auxiliar CERTO nclise ao verbo auxiliar ERRADO. O advrbio atrai o pronome, devendo ser empregada a prclise.

2. PRONOME EM RELAO AO VERBO PRINCIPAL Eu tenho lhe obedecido. A norma culta condena a prclise ao verbo principal, ou seja, o pronome solto no meio da locuo verbal. Na linguagem coloquial, o mais usado. No tenho lhe obedecido. Note que o advrbio est longe do verbo principal. Este verbo auxiliar atua como uma pausa, reduzindo o poder da palavra invarivel. Como j mencionamos, a norma culta condena essa colocao solta do pronome no meio da locuo, construo bastante comum na linguagem coloquial. Eu tenho obedecido-lhe. (ERRADO!) pronome aps o verbo principal, pois ele No tenho obedecido-lhe. (ERRADO!) Est INCORRETA a colocao do

est no PARTICPIO, e pronome aps particpio um dos casos de PROIBIO.

Veja, agora, como esse assunto j foi abordado em prova. 4 - (CESGRANRIO / MPE RO / 2005) Indique a opo em que o pronome oblquo NO est colocado corretamente, de acordo com a norma culta. (A) O professor levou a moto para ser consertada levou-a.

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI(B) O professor levar a moto para ser consertada lev-la-. (C) O professor levaria a moto para ser consertada a levaria. (D) O professor tinha levado a moto para ser consertada tinha levado-a. (E) O professor estava levando a moto para ser consertada a estava levando. A banca apresentou a letra d como o gabarito, e cheia de razo para isso. O pronome est INDEVIDAMENTE aps um verbo no PARTICPIO, um dos casos de proibio. Veja as demais opes: a) Construo certinha. Como vimos, segundo a norma culta, a regra a nclise. Assim, a forma levou-a abonada pela gramtica. b) Em lev-la- temos um caso de mesclise. A forma verbal est no futuro do presente do indicativo. Seria vlida tambm a prclise, uma vez que o pronome no iria iniciar perodo: O professor a levar .... Aproveite para observar a acentuao dessa forma mesocltica. Cada segmento considerado um vocbulo para as regras de acentuao (l do incio do nosso curso, lembra-se ainda?). c) Como o verbo est no futuro do pretrito do indicativo (levaria), o examinador apresentou o pronome procltico ao verbo. Tambm estaria correta a forma mesocltica: O professor lev-la-ia. e) Desta vez, optou-se pela prclise em relao locuo verbal (O professor a estava levando). As demais colocaes possveis seriam: O professor estava-a levando (nclise ao verbo auxiliar, menos recomendvel por formar um eco va-a) ou O professor estava levando-a (nclise ao verbo principal). Como podemos ver, nenhuma das opes apresentou prclise ao verbo principal (aquela do pronome solto no meio da locuo verbal). 1.9 PRONOMES DE TRATAMENTO Entre os pronomes pessoais, destacam-se os pronomes de tratamento, que so usados no trato com as pessoas. O pronome a ser utilizado vai depender da intimidade (voc, senhor, senhora) e/ou da cerimnia que se tenha com essa pessoa, de acordo com seu cargo, funo, ttulo etc. Esses so pronomes da segunda pessoa do discurso, ou seja, representam a pessoa com quem falamos. Para isso, usamos um pronome de 2 pessoa (vs) Vossa Majestade, Vossa Excelncia, Vossa Senhoria etc. No obstante serem usados ao nos dirigirmos a algum (2 pessoa do discurso), esses pronomes de tratamento levam o verbo e os pronomes possessivos 3 pessoa: Vossa Excelncia tem manifestado sua opinio. Para simplificar, basta lembrar o mais famoso pronome de tratamento: VOC. Tudo o que acontece com VOC vai acontecer com qualquer outro pronome de tratamento. Voc sabia que seu desempenho em Portugus tem melhorado bastante? Ento, se usssemos Vossa Senhoria, a construo seria: Vossa Senhoria sabia que seu desempenho em Portugus tem melhorado bastante?

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKIIsso tudo se explica: originalmente, a forma de tratamento era Vossa Merc, que variou para vosmec, dando origem a voc. Hoje em dia, na linguagem cotidiana, chegamos a abreviar ainda mais: falando, usamos c" (C soube da ltima?); na escrita, comum colocarmos vc, especialmente em textos coloquiais e da internet. Assim, encolhemos cada vez mais o pobrezinho! Qualquer dia ele some... rs... Quando nos referimos a pessoa de cerimnia (sem nos dirigirmos a ela), o pronome a ser usado passa a ser de 3 pessoa: Sua Majestade, Sua Excelncia, Sua Senhoria etc. Raramente, esse tema objeto de prova. Vejamos uma dessas raras questes: 5 - (FUNDEC / TRT 2 Regio / 2003) Se na festa de inaugurao dos trens algum resolvesse dirigir-se ao Governador do Estado para agradecer a obra realizada, usando uma linguagem correta e adequada, deveria expressar-se de acordo com a forma da opo: A) Senhor Governador, Vossa Excelncia tem conhecimento das dificuldades do povo e sabe que todos lhe so extremamente agradecidos por esta obra. B) Senhor Governador, Vossa Excelncia tendes conhecimento das dificuldades do povo e sabeis que todos lhe so extremamente agradecidos por esta obra. C) Senhor Governador, Sua Excelncia tem conhecimento das dificuldades do povo e sabe que todos lhe so extremamente agradecidos por esta obra. D) Senhor Governador, Sua Excelncia tens conhecimento das dificuldades do povo e sabes que todos te so extremamente agradecidos por esta obra. E) Senhor Governador, Vossa Senhoria tem conhecimento das dificuldades do povo e sabe que todos te so extremamente agradecidos por esta obra. Para nos dirigirmos cerimoniosamente a uma autoridade, usamos o pronome de tratamento Vossa Excelncia. Quem acompanha os debates do Congresso Nacional v que cortesia e cerimnia se resumem ao emprego do pronome o teor do discurso e o timbre da voz derrubam qualquer centelha de respeito entre os parlamentares. De volta questo, vamos eliminar a opo e, por apresentar a forma Vossa Senhoria, que se usa especialmente em ofcios, correspondncias e outros tratamentos cerimoniosos a pessoas comuns. Vimos que os pronomes de tratamento, apesar de se dirigem s segundas pessoas do discurso (com quem se fala), levam o verbo e os pronomes para a 3 pessoa (exatamente como faz o pronome voc). Ento, podemos eliminar, tambm, as opes b e d (que empregam verbos nas segundas pessoas, respectivamente do plural e do singular: tendes/tens). Ao nos dirigirmos pessoa do Governador (como indica o enunciado), devemos usar o pronome sob a forma de Vossa Excelncia (pronome de 2), como apresentado na opo a (gabarito), e no Sua Excelncia, utilizado em referncia a ele (O Governador chegou capital. Sua Excelncia ELE - deve permanecer na cidade at sexta-feira pronome de 3 pessoa). 2. POSSESSIVOS Esses pronomes referem-se s pessoas do discurso, atribuindo-lhes posse dos elementos possudos.

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKIPESSOA SINGULAR 1 EU 2 TU 3 ELE / ELA / VOC 1 NS 2 VS 3 ELES / ELAS / VOCS POSSESSIVOS MEU, MINHA, MEUS, MINHAS TEU, TUA, TEUS, TUAS SEU, SUA, SEUS, SUAS NOSSO, NOSSA, NOSSOS, NOSSAS VOSSO, VOSSA, VOSSOS, VOSSAS SEU, SUA, SEUS, SUAS

Algumas bancas examinadoras exploram bastante a referncia textual, solicitando que o candidato indique a qual elemento se refere o pronome possessivo. Muitas vezes, preciso voltar a ler o texto para identificar a relao entre os vocbulos destacados pelo examinador. O pronome varia em gnero e nmero de acordo com a coisa possuda. O promotor almoou em sua casa. Em funo do emprego do pronome possessivo sua tambm em relao ao pronome de tratamento voc, preciso cuidado para no gerar ambiguidade ao texto. No exemplo acima, de quem era a casa: do promotor ou de voc? Para eliminar a confuso, lana-se mo de expresso dele(s)/dela(s). Vimos anteriormente que os pronomes oblquos podem ser usados com valor possessivo. Trata-se de construo que imprime ao texto elegncia. O vento acariciava-lhe os cabelos. (= os seus cabelos / os cabelos dela) 3. DEMONSTRATIVOS Indicam a posio dos seres em relao s trs pessoas do discurso. Essa referncia pode ser em relao a um lugar (posio espacial), a um momento (posio temporal) ou aos elementos de um texto (referncia textual). 3.1 FUNES DOS PRONOMES DEMONSTRATIVOS No quadro a seguir, sero apresentadas as funes ditica, anafrica e catafrica dos pronomes demonstrativos. O que foi??? Algum problema?? Parece que voc levou um susto com essas expresses. Vamos entender o que cada uma delas significa. - FUNO DITICA: a capacidade de indicar um objeto sem nome-lo. Assim, quando dizemos aquele tempo era maravilhoso!, o pronome demonstrativo indica o tempo a que me refiro (tempo distante ocorrido no passado usamos o pronome aquele para indic-lo). - FUNO ANAFRICA e CATAFRICA: em relao ao texto, o pronome demonstrativo pode se referir a algum elemento que j surgiu (referncia anafrica passado para trs) ou que ainda surgir (referncia catafrica futuro para a frente).

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PLURAL

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKIPESSOAPRONOME

1 pessoaESTE, ESTA, ISTO Perto do falante Este documento meu. - O documento est bem prximo do falante (ou mesmo em suas mos).

2 pessoaESSE, ESSA, ISSO Perto do ouvinte Esse documento meu. - O documento est bem prximo do ouvinte.

3 pessoaAQUELE, AQUELA, AQUILO Longe do falante e do ouvinte Aquele documento que est na mesa seu? - O documento est distante tanto do falante quanto do ouvinte.

POSIO ESPACIAL

POSIO TEMPORAL

Em referncia a um momento presente ou que ainda no passou. Este ano est sendo proveitoso. O ano a que se refere est em curso (momento presente).

Em referncia a um momento passado.

Em referncia a tempos distantes, tanto no passado quanto no futuro. Naquela oportunidade algo estranho ocorreu.. Faz-se meno a um momento que ocorreu em um passado remoto. Em relao ao que se encontra mais distante no texto, fazendo distino entre dois elementos textuais. Joo e Mrio estudam na UERJ. Este, Fsica; aquele, Letras. O pronome este (Mrio) faz meno ao mais prximo, enquanto que aquele (Joo) se refere ao mais distante.

Essa noite sonhei com ela. A noite a que se refere j passou (passado prximo).

REFERNCIA TEXTUAL

Em relao ao que se vai enunciar (futuro prximo).

Em relao ao que j foi mencionado anteriormente.

O problema este: ningum est satisfeito com voc. ainda ser mencionado aquilo que indicado pelo pronome.

Ningum est satisfeito com voc. Esse o problema O pronome faz meno ao que j foi apresentado .

No pense que essa nomenclatura (ditico / anafrico) preciosismo da professora. Apresento esses nomes a vocs porque eles podem cair em prova. Veja s a questo de prova elaborada pelo NCE/UFRJ.

TEXTO DE UMA VIDA A OUTRA Segundo o Ministrio da Sade, em janeiro de 2003 havia 51.760 pessoas na lista de espera para transplante.

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKIDado o tamanho do pas e, infelizmente, o grau de violncia seria de se esperar que o auxlio viesse rpido. De certa forma, a populao est mais sensibilizada para o problema. O nmero de doaes cresce desde 1997. De l at o ano passado, saltamos de 3.932 para 8.031 transplantes realizados. As estatsticas mostram que o Brasil o segundo do mundo em doaes em nmeros absolutos, perdendo dos Estados Unidos. Proporcionalmente ao tamanho da populao, fica em nono lugar. Ou seja, o brasileiro generoso, mas precisa fazer mais. Isto , fevereiro de 2003 6 - Entre as alternativas abaixo, aquela que apresenta um termo sublinhado de valor ditico: (A) seria de se esperar que o auxlio viesse rpido; (B) a populao est mais sensibilizada para o problema; (C) De l at o ano passado...; (D) De l at o ano passado; (E) mas precisa fazer mais. O gabarito oficial da banca foi a letra D. Contudo, questionamos essa resposta. Dixis a propriedade que tm alguns elementos lingusticos, tais como pronomes pessoais e demonstrativos, de fazer referncia ao contexto situacional ou ao prprio discurso, em vez de serem interpretados semanticamente por si ss. Esta definio nos dada por Aurlio Buarque de Hollanda, em seu consagrado dicionrio. A essa palavra se relaciona o adjetivo DITICO, que designa as palavras com capacidade intrnseca de situar os elementos presentes no discurso e de fazer referncia enunciao realizada. Em resumo, uma palavra em uma funo ditica serve como referncia a um elemento ou informao contextualizada. Essa funo exercida por excelncia pelos pronomes demonstrativos, mas que tambm pode ser observada em um advrbio c, l, aqui, agora - ou at mesmo um substantivo. Dessa forma, podemos afirmar que na construo De l at o ano passado, tanto o advrbio l, que se refere ao ano de 1997, citado na orao imediatamente anterior, quanto a expresso o ano passado, que se contextualiza com o ano de 2003 mencionado no primeiro perodo do texto, seriam exemplos de termos de valor ditico. Assim, por haver duas respostas vlidas (opes C e D), foi solicitada a anulao dessa questo, mas infelizmente a banca no modificou o gabarito, mantendo apenas a letra D. Fazer o qu... L no fim do material, voc encontrar outra questo de prova que explora esses conceitos aguarde e ver. Em relao s referncias textuais, podemos simplificar a sua vida um pouquinho. Veja a seguir um mtodo para memorizar o correto emprego dos pronomes demonstrativos.

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI3.2 - PRONOMES DEMONSTRATIVOS EM REFERNCIAS TEXTUAIS Quando um pronome demonstrativo faz referncia a algo j mencionado no texto, ou seja, a algo que est no paSSado do texto, deve-se usar ESSE / ESSA / ISSO (com o SS do paSSado). Se a referncia ainda vier a ser apresentada (pertence ao fuTuro), usa-se ESTE / ESTA / ISTO (com o T do fuTuro) gostou dessa dica mnemnica? Modernamente, reduziu-se o rigor no emprego do pronome demonstrativo em referncias textuais, inclusive em relao s provas (veremos em seguida). Contudo, em textos formais, deve-se observar o correto emprego dos pronomes demonstrativos. Veja como isso foi explorado em uma questo de prova da ESAF. 7 - (TRF 2002.1) Assinale a opo em que uma das duas possibilidades de redao est gramaticalmente incorreta. a) A economia americana sobreviveu a muitos percalos e, at o incio da curta e moderada recesso, da qual parece comear a emergir, conheceu nove anos de uma das mais exuberantes expanses de sua histria. / A economia americana sobreviveu a muitos percalos e conheceu nove anos de uma das mais exuberantes expanses de sua histria at o incio da curta e moderada recesso, de que parece comear a emergir. b) O professor Paul Kennedy, figura expressiva da escola do declnio na dcada de 80, confessa ter mudado de posio. Temia o pior em 1985, quando o esforo militar consumia 45% do PIB. / Figura expressiva da escola do declnio na dcada de 80, o professor Paul Kennedy confessa que mudou de posio. Temia o pior em 1985, quando o esforo militar consumia 45% do PIB. c) Pensa hoje que se tornou barato adquirir a hegemonia ao preo de 3,8% de PIB florescente e produtividade que permite encarar sem susto o momento prximo em que os EUA gastaro com a defesa US$ 1 bilho por dia. / Seu pensamento hoje esse: tornou-se barato adquirir a hegemonia ao preo de 3,8% de PIB florescente e produtividade que permite encarar sem susto o momento prximo em que os EUA gastaro com a defesa US$ 1 bilho por dia. d) No quer isso dizer que os americanos sejam onipotentes ou possam ignorar para sempre alguns ameaadores desequilbrios de sua economia e as reaes do resto do mundo. / No quer isso dizer que os americanos sejam onipotentes ou que alguns ameaadores desequilbrios de sua economia e as reaes do resto do mundo possa por eles serem ignorados para sempre. e) Significa apenas reconhecer que a atual configurao do poder mundial est longe do declnio e que um pas como os Estados Unidos tem uma extraordinria capacidade para recuperar-se de erros que para outros seriam provavelmente fatais. / Significa apenas o reconhecimento de que a atual configurao do poder mundial est longe do declnio e de que um pas como os Estados Unidos tem uma extraordinria capacidade para recuperar-se de erros que para outros seriam provavelmente fatais. (Itens adaptados de Rubens Ricupero)

O gabarito foi a letra d. O segundo segmento apresenta um erro de construo da locuo verbal: alguns ameaadores desequilbrios de sua economia e as reaes do resto do mundo possa por eles serem ignorados.

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKIO sujeito composto e tem dois ncleos: desequilbrios e reaes. Em uma locuo verbal que apresente dois verbos auxiliares (poder + ser + ignorar), o que se flexiona o primeiro verbo auxiliar (PODER), enquanto que o segundo auxiliar e o verbo principal ficam sob formas nominais (respectivamente, infinitivo e particpio). O correto, portanto, seria possam ser ignorados. O que nos interessa, para esta aula de PRONOMES, observar a opo c. Este item foi considerado CORRETO pela banca da ESAF. Note que, no segundo segmento, o autor usa o pronome demonstrativo esse em referncia catafrica (algo que ainda ser mencionado para frente): Seu pensamento hoje esse: tornou-se barato adquirir a hegemonia .... Isso, segundo os puristas, seria um erro. Contudo, a banca indicou esse item como correto, reforando a tese de que se reduziu o rigor gramatical no emprego do pronome demonstrativo em relao aos elementos textuais. E na hora da prova, o que fazer??? Neste caso, o candidato, para indicar a forma incorreta, estava diante de uma forma duvidosa de referncia pronominal (em vez de este foi empregado esse) e de uma locuo verbal com construo totalmente inaceitvel. Ele deveria ficar com a segunda. Analise todas as opes antes de marcar. 3.3 CONTRAO DO PRONOME COM PREPOSIO Pode ocorrer a contrao dos pronomes demonstrativos com as preposies a, de e em. quela hora morta da madrugada, todos dormiam. Daquele dia em diante, nunca mais fumei. Ficaremos nesta posio at voc chegar. OBSERVAO: Em expresses de tempo (dia, ms, ano, dia da semana), pode-se omitir a preposio em. Na linguagem formal, recomenda-se manter a preposio. Vou viajar (n)este ano. (N)esta segunda-feira, ser divulgado o resultado do concurso. (No) Domingo, eu vou ao Maracan,...

3.4 OUTROS PRONOMES DEMONSTRATIVOS O pronome o (e flexes - a, os, as) tambm pode ser demonstrativo e aparecer junto ao relativo que ou da preposio de, equivalendo a aquele(s)/ aquela(s) /aquilo. Fiz o que voc mandou. Somos o que podemos ser. Prefiro a da direita. Pode tambm figurar sozinho, equivalendo a isto, isso, aquilo. Ele me pediu para sair da sala, e o fiz. (fiz isso sair da sala) Nesse caso, quando um pronome demonstrativo faz referncia a algum elemento do texto, quer antecedente (referncia anafrica), quer subsequente (referncia

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKIcatafrica), lana-se mo de um recurso lingustico para evitar a repetio de palavras, expresses ou mesmo oraes: Os sem-terra ameaavam invadir a fazenda e isso aconteceu no ltimo domingo.. (isso = invadir a fazenda). Para obter a aprovao em um concurso pblico, so necessrios estes elementos: estudo, dedicao e persistncia. (estes = estudo, dedicao e persistncia). Esse pronome demonstrativo (o) pode, inclusive, representar toda a orao: Sua me no era fcil, ele mesmo o sabia (= que sua me no era fcil). Aparecem ainda como demonstrativos os vocbulos tal, mesmo, prprio e semelhante, quando equivalerem aos casos j citados. Vimos, inclusive, na aula sobre Concordncia (Aula 4 item 1.5) que, como pronomes demonstrativos, essas palavras se flexionam em gnero e nmero com o substantivo que acompanham. Estamos no mesmo lugar. (NESSE LUGAR) Tal atitude inaceitvel. (ESSA ATITUDE) Lucas errou e doeu-se por semelhante descuido. (ESSE DESCUIDO) Como realce, estes correspondente: pronomes tambm se harmonizam com o substantivo

Elas chegaram concluso por si prprias, por si mesmas. No h respaldo para o emprego do vocbulo mesmo (e variantes) no lugar de um substantivo, como se observa atualmente na linguagem coloquial: Para abrir a porta, bata at que a mesma quebre. (Ui! Essa doeu!!) Para evitar esse tipo de construo, sugerem os gramticos a substituio por pronomes pessoais ou demonstrativos, por um sinnimo ou at mesmo a repetio da palavra. Tudo menos esse mostrengo ( assim mesmo que se escreve essa palavra se no acreditar, procure o Aurlio!). No confunda esse pronome MESMO (demonstrativo) com: a) a palavra denotativa de incluso mesmo (equivalente a at). Mesmo uma ameba retardada seria capaz de entender aquela lio. b) advrbio mesmo, equivalente a realmente, de fato, de verdade. O que ela queria mesmo era me atingir. Uma dica: palavras denotativas e advrbios so INVARIVEIS! 4 - INDEFINIDOS Como o prprio nome j indica, referem-se terceira pessoa com sentido vago ou indeterminado. So exemplos: algum, nenhum, todo, outro, muito, certo, vrios, demais, tanto, quanto, qualquer, algum, ningum, tudo, outrem, nada, cada, algo, mais, menos, que, quem, (LOCUES) cada qual, qualquer um, quem quer etc.

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI4.1 OBSERVAES SOBRE ALGUNS PRONOMES INDEFINIDOS ALGUM - O pronome indefinido algum, posposto ao substantivo, assume valor negativo: Problema algum ir me fazer desistir de estudar. (=NENHUM PROBLEMA) Acredite se puder: esse conceito j caiu em prova: 8 - (NCE UFRJ / INCRA / 2005) Assinale a opo em que a mudana na ordem dos termos altera substancialmente o contedo semntico do enunciado: (A) Algum valor deve ser dado a este tipo de quadro / A este tipo de quadro, valor algum deve ser dado; (B) So duas estas ofertas especiais / Estas ofertas especiais so duas; (C) Qualidades que so pelos inimigos reconhecidas / Qualidades que so reconhecidas pelos inimigos; (D) isto que permite ao professor ganhar um melhor salrio / Isto que permite ao professor ganhar um melhor salrio; (E) Esta qualidade intelectual pode ser construda aos poucos / Pode esta qualidade intelectual ser construda aos poucos. A resposta foi, logicamente, a letra A. Em algum problema, o pronome indica a existncia de pelo menos um problema. J em problema algum, o pronome passa a ter valor negativo, indicando a presena de nenhum problema. DEMAIS - No confunda o pronome indefinido demais com o advrbio homnimo. Esse vocbulo indefinido quando equivale a outros e se referem a substantivos. J o advrbio indica intensidade, modificando um verbo (Ele bebe demais), adjetivo (Ele alto demais) ou um advrbio (Ele fala alto demais). Fiquei com dois cezinhos. Os demais (= OUTROS) foram vendidos na feira. QUALQUER o nico vocbulo da lngua portuguesa que se flexiona no meio quaisquer em virtude do processo de formao (pronome indefinido qual + verbo quer). TODO Existe diferena entre o emprego desse pronome diretamente ligado ao substantivo e acompanhado de um artigo. Isso s acontece no singular. No primeiro caso, assume valor indefinido: Toda criana tem direito a assistncia familiar. (= qualquer criana) No segundo caso, acompanhado de artigo, passa a significar inteiro. Toda a criana ficou machucada. (= a criana toda inteira) 5 - INTERROGATIVOS Como os pronomes indefinidos (que no fundo tambm so), referem-se terceira pessoa de modo vago em interrogaes (diretas e indiretas)

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKIAs diretas exigem uma resposta imediata e terminam com um ponto de interrogao. J as indiretas se constroem em perodos compostos (normalmente com verbos saber, ver, verificar, ignorar etc.) e no terminam com ponto de interrogao (com ponto final, reticncias etc). Quem vai praia? / Eu no sei o que voc tem feito. Cuidado para no confundir certos pronomes indefinidos com pronomes relativos de mesma grafia. Os pronomes indefinidos formam perguntas, mesmo que indiretamente. No sei quantas velas sero colocadas em seu bolo de aniversrio. Quantas velas sero colocadas? J os pronomes relativos possuem referentes que j foram mencionados. Coloque tantas velas quantas sejam necessrias. O pronome relativo quantas se refere a velas. No poderia ser construda uma orao interrogativa direta, como no exemplo anterior. 6 - RELATIVOS Sem medo de errar, afirmo que a maior parte das questes de prova que tratam de PRONOMES exploram o conhecimento do candidato acerca do emprego dos PRONOMES RELATIVOS. 6.1 - DEFINIO Os pronomes relativos referem-se a termos antecedentes. J falamos sobre concordncia e regncia com pronomes relativos. Agora, veremos quais so esses pronomes e como devem ser empregados na orao subordinada adjetiva que iniciam, especialmente em relao aos seus referentes e ao emprego de preposio. Sempre que abordo pronomes relativos, lembro a histria da Branca de Neve ( srio!!!) dos sete anes, seis apresentavam caractersticas particulares e fisicamente eram parecidos (pareciam gnomos); somente um deles se destacava dos demais era completamente diferente (parecia um duende, era mudo) e recebia tratamento especial (dizem que era o preferido da princesa... na qualidade de me de meninas, estou por dentro dos detalhes...rs...). Agora, vamos fazer uma analogia com os pronomes relativos. Os pronomes que/o qual, onde, quando, quanto, como e quem devem ser usados, cada qual, de acordo com seus prprios referentes, mas, grosso modo, fazem a mesma coisa - referncia a um substantivo antecedente. J cujo (o Dunga do grupo e, sem dvida, o preto das bancas examinadoras) diferente de todos liga dois substantivos com ideia de posse (coisa que os outros no fazem), flexiona-se em gnero e nmero com o substantivo subsequente (coisa que os outros tambm no fazem o qual varia, mas de acordo com o antecedente). Talvez seja esse o motivo de tanta gente j ter abolido o pobrezinho do seu dia a dia (mataram o Dunga, e no o tcnico da nossa seleo o pronome CUJO!!!), usando o que indevidamente no seu lugar. No raro ouvirmos esse erro por a, inclusive em msicas. Veja um exemplo disso:

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKIEu presto ateno em cores que eu no sei o nome/ Cores de Almodvar/ Cores de Frida Khalo... cores (Esquadros Adriana Calcanhoto) O que ela no sabe? O nome das cores. Ento, a construo seria: Eu presto ateno em cores cujos nomes no sei. Mas NINGUM IA CANTAR ISSO A!!! A msica no faria tanto sucesso...rs... Do jeito que est, at hoje toca nas rdios. Agora, observe a letra de uma msica do fenomenal Chico Buarque: A Foto da Capa, do disco Paratodos. Em sua letra, o compositor usou corretamente o pronome CUJO na msica e, como eu previ a em cima, a msica no fez sucesso (...rs...). Segue a letra para os que no conhecem a cano: O retrato do artista quando moo No promissora, cndida pintura a figura do larpio rastaquera Numa foto que no era para capa Uma pose para cmera to dura Cujo foco toda lrica solapa Era rala a luz naquele calabouo Do talento a clarabia se tampara E o poeta que ele sempre se soubera Claramente no mirava algum futuro Via o tira da sinistra que rosnara E o fotgrafo frontal batendo a chapa uma foto que no era para capa Era a mera contracara, a face obscura O retrato da para quando o cara Se prepara para dar a cara a tapa O foco da cmera solapa (destri ou oculta, esconde) toda lrica (poesia, beleza) em virtude da dureza (rigidez) daquela. A relao de subordinao entre os dois elementos (foco da cmera) abona o emprego do pronome relativo CUJO. Lindo isso, no ? Tinha de ser mesmo do Chico! Outra letra nos foi trazida por Antnio, um querido colaborador do curso passado. A cano se chama Raa Humana e de Gilberto Gil (outro campeo de citaes do curso...rs...). Veja s. A raa humana o cristal de lgrima Da lavra da solido Da mina, cujo mapa Traz na palma da mo Voc encontra a letra na ntegra no seguinte endereo eletrnico: http://www.gilbertogil.com.br/sec_discografia_view.php?id=24 Bom proveito!

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKIVou lanar, agora, um desafio. Quero conhecer outras msicas com o emprego do pronome CUJO, empregado corretamente (acho que o mesmo que achar uma agulha no palheiro...rs...) ou no. Quem encontr-las, pode publicar no frum ou mand-las para mim ([email protected]) . Vamos enriquecer nossa aula. Conto com a participao de vocs. 6.2 CARACTERSTICAS DOS PRONOMES RELATIVOS QUE Pode ser usado com qualquer antecedente, por isso chamado de pronome relativo universal. Normalmente empregado em relao a coisa, j que os demais referentes tm pronomes relativos especficos (lugar, quantidade, modo). Aceita somente preposies monossilbicas, exceto sem e sob. Assim como que, pode ser usado com qualquer antecedente. Aceita preposio com duas ou mais slabas, locues prepositivas, alm de sem e sob (rejeitadas pelo que). usado quando o referente se encontra distante ou para evitar ambiguidade: Visitei a tia do rapaz que sofreu o acidente. Quem se acidentou? O rapaz ou a tia dele? Para evitar a dvida, uso o qual para ele ou a qual para ela. QUEM ONDE Somente usado com antecedente PESSOA. Sempre vir antecedido de preposio Ele o rapaz de quem lhe falei. Utilizado quando o referente for lugar, ou qualquer coisa que a isso se assemelhe (livro, jornal, pgina etc.) A gaveta onde guardei o dinheiro foi arrombada.; pode ser substitudo por em que. Usado com antecedente que indique MODO ou MANEIRA O jeito como escreve mostra a pessoa que . O antecedente d ideia de TEMPO, tambm equivalente a em que poca de ouro era aquela, quando todos andavam tranquilos pelas ruas. O antecedente d ideia de QUANTIDADE - normalmente precedido de um pronome indefinido (tudo, tanto(s), todos, todas) Tenho tudo quanto quero. Leve tantos quanto quiser.

O QUAL

COMO QUANDO QUANTO

Esses pronomes relativos representam sempre substantivos ou pronomes substantivos nas oraes adjetivas que formam. Mais uma vez alertamos para no confundi-los com pronomes interrogativos que idntica grafia. Estes no tm antecedentes e podem aparecer em oraes interrogativas diretas ou indiretas (Quem bateu? / No sei onde moras/ Quanto custa? / Como farei? / Preciso saber quando estar pronto o almoo. / Que gostaria de saber?). CUJO (e flexes) o mais especial de todos; liga dois substantivos indicando ideia de posse (entre os substantivos, haveria uma preposio de) O rapaz cuja me faleceu recentemente procurou por voc. (me do rapaz faleceu rapaz cuja me faleceu); concorda com o substantivo subsequente, flexionando-se em gnero e nmero, e dispensa o artigo (no existe cujo o ou cuja a);

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKIDICA: Ao usar o pronome relativo, verifique: 1 qual deve ser o pronome mais adequado, a depender do antecedente (coisa, pessoa, tempo, modo, lugar...); 2 se o algum termo na orao adjetiva exige preposio. Para no errar, os conceitos de regncia devem estar vivinhos em sua memria. Exemplo: (1) Este o livro | que ganhei. Orao principal: Este o livro Orao subordinada adjetiva: que ganhei - O verbo ganhar transitivo direto (eu ganhei o livro) e no rege preposio. (2) Este o livro | a que me referi. Orao principal: Este o livro Orao subordinada adjetiva: a que me referi o verbo referir-se indireto e rege a preposio a (eu me referi ao livro). Por isso, a preposio antecede o pronome relativo, que est no lugar do termo regido livro. (3) Aquele o professor | por quem eu tenho muita admirao. Orao principal: Aquele o professor Orao subordinada adjetiva: por quem eu tenho muita admirao o substantivo admirao rege preposio por, que antecede o pronome relativo que substitui o termo regido professor (eu tenho muita admirao pelo professor). Algumas bancas, como a Fundao Carlos Chagas, se cansam de apresentar questes que envolvem o emprego de preposio (sintaxe de regncia) com pronomes relativos. Veremos uma srie delas nos exerccios de fixao. Para compreender a mecnica da coisa, vamos treinar: 9 - (NCE UFRJ / ARQUIVO NACIONAL Agente Adm./ 2006) com a qual ningum deseja se identificar; a utilizao da preposio COM antes do pronome relativo QUE se deve regncia cobrada pelo verbo IDENTIFICARSE. A alternativa em que houve erro num caso semelhante de regncia : (A) da qual ningum desejava afastar-se; (B) contra a qual ningum queria lutar; (C) com a qual ningum discordava; (D) sem a qual ningum podia sair; (E) pela qual ningum escapava. O enunciado j ajuda o candidato. Ele apresenta a regncia do verbo identificar-se: Algum se identifica COM alguma coisa/algum. O candidato deve marcar o item que apresenta erro no emprego da preposio antes do pronome relativo. Para isso, dever analisar a regncia de cada um dos verbos.

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKIA) ningum desejava afastar-se O verbo afastar-se (pronominal) rege a preposio de: Algum se afasta de algum lugar. Por isso, est correto o emprego da preposio antes do pronome relativo a qual: da qual ningum desejava afastar-se. B) contra a qual ningum queria lutar Vamos verificar a regncia do verbo lutar: Algum luta contra algo ou algum. Como devemos usar uma preposio disslaba, o nico pronome relativo cabvel a qual. Est certa. C) com a qual ningum discordava. O verbo discordar rege a preposio de, e no com. Algum discorda de alguma coisa. Por isso, est INCORRETA essa construo. Esse o gabarito. A forma correta seria: da qual ningum discordava. D) sem a qual ningum podia sair Vimos tambm que, com a preposio sem, no podemos usar o pronome relativo que; assim, est correta a forma apresentada. E) pela qual algum escapava Essa era a opo mais difcil. O verbo escapar apresenta as seguintes possibilidades de regncia: - escapar a/de: livrar-se eu escapei de ser assaltado.; - escapar a ou escapar-lhe: passar despercebido, ser omitido esse assunto escapa minha memria.; - escapar (intransitivo): sobreviver O carro bateu fortemente, mas eu escapei.; - escapar por: fugir por algum lugar, indicando direo o ladro escapou pelo telhado. Como outra opo (C) apresentou um erro grosseiro de regncia (C), no resta dvida de que o examinador optou pela ltima construo (escapar por alguma sada = pela qual algum escapava). Mais uma questo de prova. 10 - (FGV / MPE AM / 2002) Assinale a alternativa em que a preposio utilizada antes de cuja NO a correta. (A) Ele o cronista sobre cuja prosa escrevi alguns artigos. (B) Ele o cronista de cuja prosa j me pronunciei. (C) Ele o cronista com cuja prosa mais me entretenho. (D) Ele o cronista a cuja prosa j fiz reparos. (E) Ele o cronista por cuja prosa mais me interesso. Agora, vamos botar o preconceito de lado e usar o pronome CUJO (coitadinho...). Entre cronista e prosa (dois substantivos), h uma relao de subordinao (a prosa do cronista). Ento, o pronome adequado CUJO (... cronista cuja prosa...). No h diferena alguma em relao ao que j vimos. Identifique a preposio porventura exigida pelo verbo da orao adjetiva e coloque-a antes do pronome relativo, assim como voc fez no exemplo anterior. Analisando cada uma das opes: A) Eu escrevi alguns artigos sobre a prosa do cronista = sobre cuja prosa eu escrevi

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKIB) Eu j me pronunciei .... a prosa do cronista bem, no sentido de emitir opinio, o verbo PRONUNCIAR-SE aceita as preposies / locues prepositivas: em - pronunciar-se em algum assunto; sobre - pronunciar-se sobre algum assunto; acerca de - pronunciar-se acerca de algum assunto; a respeito de - pronunciar-se a respeito de algum assunto; por - pronunciar-se por algum (a favor ou contra).

As possibilidades seriam: Eu j me pronunciei sobre/a respeito da/ acerca da/ na prosa do cronista. O verbo no aceita a preposio de. Essa a opo INCORRETA. C) Eu me entretenho com a prosa do cronista = com cuja prosa eu me entretenho D) Eu j fiz reparos (fazer observao, comentrio crtico) prosa do cronista (tambm se admite a preposio sobre) = a cuja prosa eu fiz reparos E) Eu me interesso pela prosa do cronista = por cuja prosa eu me interesso Mais uma questo para treinarmos. 11 - (FCC / BANCO DO BRASIL / 2006) A expresso de que preenche corretamente a lacuna da frase: (A) A privao ...... o autor no se conforma a de itens como aspirina, fsforos e leituras. (B) O cronista no est nada interessado num tipo de vida ...... muita gente aspira. (C) H detalhes desagradveis da vida rstica ...... muita gente parece omitir, no entusiasmo de seus relatos. (D) Muitos leitores partilharo das mesmas fobias ...... o cronista enumerou em seu texto. (E)) H quem veja como suprfluos os recursos urbanos . .... o cronista se recusa a abrir mo. Essa a banca campe nesse assunto. Nessa questo, o examinador procura a opo que deve ser preenchida com DE QUE. Para isso, o verbo da orao adjetiva deve reger a preposio DE. Vamos busc-lo. A) O autor no se conforma COM a privao a preposio que antecede o pronome relativo que COM e no DE. B) Muita gente aspira A um tipo de vida tambm no essa a resposta correta. C) Muita gente parece omitir detalhes desagradveis da vida rstica o verbo OMITIR transitivo direto e no exige nenhuma preposio nesta acepo. D) O cronista enumerou as mesmas fobias outro verbo transitivo direto. O verbo enumerar se liga diretamente ao seu complemento, dispensando a preposio.

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKIE) O cronista se recusa a abrir mo DOS recursos urbanos Ufa! At que enfim! J estava ficando nervosa. Essa expresso (abrir mo) exige a preposio DE. essa a resposta correta: gabarito foi letra E. 6.3 COM A EXPRESSO O QUE O pronome que sempre ser um pronome relativo aps o pronome demonstrativo O. Cuidado com a concordncia verbal nesse caso. Por estar se referindo ao demonstrativo (que est no singular), o relativo, na funo de sujeito, leva o verbo tambm para o singular: O que importa para mim so os meus filhos. Anlise: o = aquilo pronome demonstrativo que = pronome relativo o que importa = Aquilo que importa para mim so os meus filhos.

Mais um exemplo: O que falta so recursos. O sujeito do verbo faltar o pronome relativo que. O verbo ser concorda com o predicativo do sujeito, que est no plural. Essa possibilidade de concordncia foi abordada na aula especfica (item 5.c da Aula 5 Concordncia parte 2). Polticos corruptos o que no falta nesse pas. Nessa construo, o sujeito de faltar novamente o pronome relativo, presente no segmento o que no falta. O antecedente do pronome relativo, em todos esses casos, o pronome demonstrativo o. Quando, em vez de sujeito, o pronome relativo complemento verbal, todo cuidado pouco com a preposio exigida pelo verbo da orao adjetiva. Preciso saber no que ele pensa. Algum pensa em alguma coisa. O verbo pensar rege a preposio em. J o verbo saber, da primeira orao, transitivo direto (algum sabe alguma coisa). (eu) preciso saber isso: "aquilo em que ele pensa. O registro culto formal da construo deveria ser, portanto: Preciso saber o em que ele pensa. J vamos comear a nos ambientar com a diviso dos perodos. Para visualizar melhor, vamos dividir o perodo em oraes: 1 orao - Preciso saber o (= isso) 2 orao - em que ele pensa. (A preposio exigida pelo verbo pensar; por isso, pertence segunda orao).

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKIEm virtude disso, h erro de regncia em construo como esta: O que mais gosto chocolate. Algum gosta de alguma coisa. H necessidade de se empregar a preposio antes do elemento que representa essa coisa: O de que mais gosto chocolate. S que a proximidade do o com a preposio de acabou formando, na linguagem coloquial: Do que eu mais gosto (de) chocolate. Essa forma recebe a simpatia de muitos gramticos, embora no seja endossada pelos puristas. Vamos reproduzir as palavras de Bechara, em seu maravilhoso Lies de Portugus pela Anlise Sinttica: Com freqncia, a preposio que deveria acompanhar o relativo emigra para o antecedente deste relativo: No sei no que pensas (por o em que) Agora, j sabe a fidalga no que ele estraga o dinheiro Estas emigraes de preposio para o antecedente do relativo tornam a construo mais harmoniosa e espontnea. Os seguintes exemplos de RUI BARBOSA, embora gramaticalmente corretos, trazem o selo do artificialismo: Assim me perdoem, tambm, os a quem tenho gravado, os com quem houver sido injusto, violento, intolerante...(Orao aos Moos, 23) Os meus sero os a que me julgo obrigado... (Ibid, 61) Acredite: isso j caiu em prova recentemente!!! A banca foi Fundao Pelcio Ferreira (quem?????...rs...) e a prova foi para o cargo de Fiscal da Prefeitura de Porto Velho RO. Analise o item e me diga se est certo ou errado. Era eu o a quem vinham referindo-se como mau gestor da coisa pblica A banca buscava o item com mau uso do pronome relativo e esta construo encontrava-se na opo A (maldade!!!). Muita gente marcou e partiu para o abrao. Pobrezinhos!!! Um aluno, que me encaminhou a dvida, questionou: Professora, essa questo no est malfeita?. Minha resposta foi: No, meu querido, ela est PERFEITA. Para ficar bem claro que esse o est em posio correta, troque-o por outro pronome que tal aquele? Vamos l. Era eu AQUELE a quem vinham referindo-se... O verbo REFERIR-SE rege a preposio a (algum se refere A alguma coisa). Como o pronome relativo quem sempre se refere a pessoa e vem sempre preposicionado, est certinha a construo. Vamos, agora, analisar uma questo de prova da ESAF.

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI12 - (Analista Comrcio Exterior/ 1998) Marque o item sublinhado que apresenta erro gramatical ou impropriedade vocabular. A primeira expedio cientfica (A) Amaznia foi feita em 1638 por George Marcgrave, um naturalista alemo. At o final do sculo XVII, o que se procuravam(B) eram animais exticos, dentro da tica do "estranho mundo novo": peixe que d choque, aranhas gigantes, mamferos que vivem submersos nos rios. Nos sculos seguintes, o objetivo passou a ser a coleta do maior nmero possvel de bichos de diferentes espcies. At os anos 40, os museus estrangeiros pagavam coletores profissionais(C) para levar espcimes(D) da fauna e flora nacionais(E) para suas colees. O Brasil s assumiu a pesquisa cientfica na Amaznia h poucas dcadas. Agora, a idia conhecer para preservar. a) b) c) d) e) A B C D E

O gabarito foi letra B ACORDO ORTOGRFICO: A palavra ideia no recebe mais acento agudo. O tema era concordncia verbal com construo de voz passiva. Na passagem, podemos observar a forma abordada neste ltimo ponto pronome demonstrativo o acompanhado do pronome relativo que. Vamos aproveitar para relembrar um pouco de sintaxe de concordncia. Quando um verbo de transitividade direta ou direta e indireta estiver acompanhado do pronome se, todo cuidado pouco: poderemos estar diante de uma construo de voz passiva. Para confirmao, temos de fazer duas perguntas: 1 O verbo transitivo direto (TD) ou transitivo direto e indireto (TDI)? 2 Existe uma ideia passiva na construo? Se ambas as respostas forem SIM, estamos diante de uma construo de voz passiva e, ento, o verbo dever se flexionar de acordo com o sujeito paciente. A existncia de um objeto direto na transitividade do verbo necessria pois, como vimos na aula sobre verbos, o objeto direto da construo de voz ativa ir exercer a funo essencial de sujeito da voz passiva. Na questo de prova ora comentada, o que se procuravam eram animais exticos, temos de fazer duas anlises: a primeira, em relao construo: 1 pergunta: O verbo transitivo direto (TD) ou transitivo direto e indireto (TDI)? Resposta: O verbo procurar transitivo direto (algum procura alguma coisa). 2 pergunta: Existe uma ideia passiva na construo?

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKIResposta: Sim, existe ideia passiva os animais eram procurados. Concluso: temos uma construo de voz passiva. A segunda anlise versa sobre o antecedente do pronome relativo que. Para isso, vamos separar as oraes: Perodo composto: o | que se procuravam |eram animais exticos 1 orao: o [pronome demonstrativo = aquilo] eram animais exticos ORAO PRINCIPAL 2 orao: que se procuravam ORAO SUBORDINADA ADJETIVA (lembre-se: pronome relativo sempre inicia uma orao adjetiva!) O pronome que relativo e tem como antecedente o pronome demonstrativo o. Por isso, o verbo que o segue dever ficar no singular. Para melhor compreenso, iremos fazer a substituio do pronome relativo QUE pelo termo que substitui, o pronome demonstrativo o. Para simplificar ainda mais, em vez de o, colocaremos aquilo, seu equivalente. que se procurava - aquilo se procurava = AQUILO era procurado. Viu? O verbo s poder ficar no singular. Na orao principal (o eram animais exticos), devemos relembrar a concordncia do verbo ser. Esse aquele verbo especial, que admite a concordncia tanto com o sujeito quanto com o seu predicativo. De um lado, como sujeito, existe um pronome substantivo demonstrativo o - COISA. De outro lado, na funo de predicativo do sujeito, h um substantivo acompanhado de um adjetivo: animais exticos - COISA. Portanto, tanto de um lado (sujeito) como de outro (predicativo), os elementos so coisas (substantivos, pronomes substantivos ou oraes substantivas). Assim, a concordncia pode se dar com qualquer deles, PREFERENCIALMENTE com o elemento que estiver no PLURAL ... eram animais exticos. Isso justifica a flexo do verbo ser no plural. Por hoje s. Bons estudos e at a prxima aula.

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKIQUESTES DE FIXAO 01 (FUNDEC / TJ MG / 2002) Tendo em conta o emprego dos pronomes pessoais oblquos tonos, assinale a alternativa em que a substituio das expresses sublinhadas nas sentenas abaixo esteja CORRETA. Os fs cercaram os cantores, No pde dar a informao aos reprteres. No se sabe quando recebero a restituio desses valores. a) cercaram-os lhes pde dar quando a recebero b) os cercaram pde lhes dar quando receb-la-o c) cercaram-nos pde dar-lhes quando a recebero d) os cercaram lhes pde dar quando receb-la-o 02 - (FCC / AFTE PB / 2006) A frase inteiramente de acordo com a norma culta : (A) De fato, punies seriam-lhe impostas, caso no se provasse sua inocncia em relao s graves denncias. (B) Os relatrios foram-lhe entregues pelos representantes da bancada ruralista. (C) O povo vota muito tempo sob a influncia das elites e dos chefes partidrios. (D) A Cmara dos Deputados ficou meia preocupada com as repercues das ltimas votaes nos processos de cassao. (E) Apenas 20% dos deputados esto dispostos respeitar as concluses dos relatores dos processos. 03 - (FUNDAO JOO GOULART / SMG - AGENTE DE POSTURAS / 2005) TEXTO EMPRESAS ACOMPANHAM O RESTO DA SOCIEDADE Toni Marques medida que a cultura pop divulga bem-sucedidos personagens que so tatuados atletas, cantores, modelos e atores maior a chance de as sociedades ocidentais passarem a aceitar a tatuagem como um adorno to corriqueiro quanto brincos em orelhas furadas. Com elas, as orelhas, aconteceu o mesmo. Houve tempo e lugar em que mulher de orelha furada no era digna da ateno das pessoas de bem, dada a relao que tais pessoas estabeleciam entre a mulher e indgenas diversos. Foi assim na Gr-Bretanha, onde tatuagem, desde o sculo XIX, smbolo de orgulho imperial, patritico e religioso. At a dcada de 50, l ainda se discutia se mulher podia ou no furar a orelha, muito embora o povo soubesse que o rei Eduardo VII foi tatuado, assim como seus dois filhos, um deles tambm monarca. A aceitao da tatuagem nas classes mdias do Ocidente se deu a partir do movimento hippie. [....] O mundo corporativo tende a acompanhar o resto da sociedade nessa matria. Afinal, a estrelinha que Giselle Bndchen tem no pulso no a impediu de se

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKItornar a maior modelo do mundo. Do mesmo modo, o jogador de futebol Beckham tem mais ou menos tantas tatuagens quanto tem zeros no seu salrio no Real Madrid. Giselle e Beckham sabem negociar seus talentos respectivos. O antecedente do pronome relativo est indicado incorretamente na seguinte alternativa: A) ..dada a relao QUE tais pessoas estabeleciam... - relao B) Foi assim na Gr-Bretanha, ONDE tatuagem... Gr-Bretanha C) Afinal, a estrelinha QUE Giselle Bndchen tem no pulso... - a estrelinha D) medida que a cultura pop divulga bem-sucedidos personagens QUE so tatuados... - a cultura pop

04 - (FEPESE / TCE SC / 2006 - adaptada) Leia o texto abaixo para responder questo. Meu pai abraou-me com lgrimas. Tua me no pode viver, disse-me. Com efeito, no era j o reumatismo que a matava, era um cancro no estmago. A infeliz padecia de um modo cru, porque o cancro indiferente s virtudes do sujeito; quando ri, ri; roer o seu ofcio. Minha irm Sabina, j ento casada com o Cotrim, andava a cair de fadiga. (...) Meu filho! A dor suspendeu por um pouco as tenazes; um sorriso alumiou o rosto da enferma, sobre o qual a morte batia a asa eterna. Era menos um rosto do que uma caveira: a beleza passara, como um dia brilhante; restavam os ossos, que no emagrecem nunca. Mal poderia conhec-la; havia oito ou nove anos que nos no vamos. Ajoelhado, ao p da cama, com as mos dela entre as minhas, fiquei mudo e quieto, sem ousar falar, porque cada palavra seria um soluo, e ns temamos avis-la do fim. Vo temor! Ela sabia que estava prestes a acabar; disse-mo; verificamo-lo na seguinte manh. Longa foi a agonia, longa e cruel, de uma crueldade minuciosa, fria, repisada, que me encheu de dor e estupefao. Era a primeira vez que eu via morrer algum. Conhecia a morte de outiva; quando muito, tinha-a visto j petrificada no rosto de algum cadver, que acompanhei ao cemitrio, ou trazia-lhe a idia embrulhada nas amplificaes de retrica dos professores de cousas antigas, a morte aleivosa de Csar, a austera de Scrates, a orgulhosa de Cato. Mas esse duelo do ser e do no ser, a morte em ao, dolorida, contrada, convulsa, sem aparelho poltico ou filosfico, a morte de uma pessoa amada, essa foi a primeira vez que a pude encarar. No chorei; lembra-me que no chorei durante o espetculo: tinha os olhos estpidos, a garganta presa, a conscincia boquiaberta. Qu? uma criatura to dcil, to meiga, to santa, que nunca jamais fizera verter uma lgrima de desgosto, me carinhosa, esposa imaculada, era fora que morresse assim, trateada, mordida pelo dente tenaz de uma doena sem misericrdia? Confesso que tudo aquilo me pareceu obscuro, incongruente, insano... (Machado de Assis, Memrias Pstumas de Brs Cubas, cap. 23, com adaptaes)

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKIIndique V para as assertivas verdadeiras e F para as falsas. Em seguida, assinale a opo que apresenta a ordem correta. ( ) No trecho trazia-lhe a idia embrulhada nas amplificaes de retrica (ls. 20 e 21), o pronome encltico retoma por substituio coesiva o vocbulo morte (l. 18). O trecho Tua me no pode viver, disse-me (l. 2) est em desacordo com as regras da gramtica normativa, pois o no atrairia o pronome me. No trecho tinha-a visto j petrificada no rosto de algum cadver (ls. 18 e 19), o pronome a faz remisso ao vocbulo morte (l. 18). O pronome no trecho tudo aquilo me pareceu obscuro (l. 42) admite mudana de colocao em consonncia com as regras da gramtica normativa. V V V V V FVF VFV VVF FFF FFV

( ( (

) ) )

a) b) c) d) e)

05 - (FUNDAO JOO GOULART / ENGENHEIRO CIVIL / 2004) Reescreve-se em cada alternativa abaixo uma frase do texto mediante incluso de um pronome pleonstico. A nova redao no bem sucedida em: A) Um estado emocional patolgico pode intensificar ao mximo a tendncia s iluses. A tendncia s iluses, um estado emocional patolgico pode intensific-las ao mximo. B) A emoo tem o poder de transformar ilusoriamente nossas percepes. Nossas percepes, a emoo tem o poder de transform-las ilusoriamente. C) Diz-se comumente que no h lobos pequenos, todos so enormes. Lobos pequenos, diz-se comumente que no os h, todos so enormes. D) Por si mesma, a iluso no constitui sintoma de doena mental. Sintoma de doena mental, a iluso no o constitui por si mesma. 06 - (FCC / BANCO DO BRASIL / 2006) O sonho desse amanuense Belmiro vem registrado e desenvolvido em seu dirio pessoal, que a forma pela qual o romance se apresenta: anotaes metdicas, datadas, em que o funcionrio fala do que lhe ocorreu na repartio, ou na rua, ou nos encontros com os amigos. Mas fala tambm de seu amor por Carmlia, moa que lhe inacessvel, que ele idealiza a no mais poder, fazendo dela o mito de sua vida. O leitor do romance acompanha nas pginas do dirio esse ir e vir entre o sonho e rotina, entre a vida estreita do funcionrio tmido e as projees de sua fantasia romntica. A nica compensao real para o amanuense est, de fato, em dar linguagem de seu dirio o capricho da melhor forma possvel; seu consolo a literatura, ainda que na forma modesta das pginas de um caderno pessoal.

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKIDo trecho acima transcrito, no perodo: Mas fala tambm de seu amor por Carmlia, moa que lhe inacessvel, que ele idealiza a no mais poder, fazendo dela o mito de sua vida. (A)) as duas ocorrncias da palavra que tm o mesmo referente da palavra dela. (B) as palavras seu e sua referem-se a pessoas distintas. (C) o pronome lhe tem como referncia a moa Carmlia. (D) a forma lhe poderia ser desdobrada e substituda por com ele. (E) o segmento que ele idealiza pode ser substitudo por que idealizado. 07 - (ESAF/AFRE MG/2005) O setor pblico no feito apenas de filas, atrasos, burocracia, ineficincia e reclamaes. A stima edio do Prmio de Gesto Pblica, coordenado pelo Ministrio do Planejamento, mostra que o servio pblico federal tambm capaz de oferecer servios com qualidade de primeiro mundo. De 74 instituies pblicas inscritas, 13 foram selecionadas por ter conseguido, ao longo dos anos, implantar e manter prticas e rotinas de gesto capazes de melhorar de forma crescente seus resultados, tornando-os referncias nacionais. O perfil dos premiados mostra que o que est em questo no tamanho, visibilidade ou importncia estratgica, mas, sim, a capacidade de fazer com que as engrenagens da mquina funcionem de forma eficiente, constante e muito bem controlada. (Ilhas de Excelncia. ISTO, 2/3/2005, com adaptaes) Julgue a assertiva abaixo, em relao aos aspectos textuais. d) A retirada do pronome do termo tornando-os(l.8) preserva a correo gramatical e a coerncia textual, deixando subentendido o objeto de referncias nacionais(l.8). 08 - (ESAF/Auditor TCE ES/2001) Os contratos e seus aditamentos sero lavrados nas reparties interessadas, as quais mantero arquivo cronolgico dos seus autgrafos e registro sistemtico do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartrio de notas, de tudo juntando-se cpia no processo que lhe deu origem. Julgue a proposio abaixo, em relao aos elementos do texto. c) Os pronomes possessivos na segunda orao referem-se a arquivo cronolgico. 09 - (ESAF/TFC SFC/2000) O saber produzido pelo iluminismo no conduzia emancipao e sim tcnica e cincia moderna que mantm com seu objeto uma relao ditatorial. Se Kant ainda podia acreditar que a razo humana permitiria emancipar os homens de seus entraves, auxiliando-os a dominar e controlar a natureza externa e interna, temos de reconhecer hoje que essa razo iluminista foi abortada. A razo que hoje se manifesta na cincia e na tcnica uma razo instrumental, repressiva. Enquanto o mito original se transformava em Iluminismo, a natureza se convertia em cega objetividade.

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKIInicialmente a razo instrumental da cincia e tcnica positivista tinha sido parte integrante da razo iluminista, mas no decorrer do tempo ela se autonomizou, voltando-se inclusive contra as suas tendncias emancipatrias. (B. Freitag, A Teoria Crtica Ontem e Hoje, p. 35, com adaptaes) Das seguintes expresses retiradas do texto, indique o item em que o elemento da coluna da esquerda faz remisso incorreta s expresses da coluna da direita. a) b) c) d) e) seu (l.2) .......... tcnica e cincia moderna seus(l.4) . ....... homens os (l.4) . ...........homens ela (l.9) . ........razo instrumental suas (l.10) .......cega objetividade

10 - (ESAF/MPU/2005) Assinale a opo que preenche corretamente as lacunas do texto. A _______ intelectual de Nabuco provm de suas ________ e por isso que nele ______, mais do que o artista, o pensador poltico. uma tradio espiritual que ele conserva e eleva a um grau superior, ainda que a______ vocao poltica se alie ______ sensibilidade artstica. (Baseado em Graa Aranha) a) essncia origens b) riqueza c) carreira razes influncias razes razes se acentua se acentua marca-se acentua-se acentua-se essa esta tal esta essa a a

d) qualidade e) vivncia

11 - (FCC/TRT 3 Regio Tcnico Judicirio / Janeiro 2005) Em cada um dos segmentos abaixo, a substituio da expresso grifada pelo pronome correspondente est INCORRETA em: (A) para oferecer trabalho = para oferec-lo. (B) evocar a lembrana de outro colega = evocar-lhe a lembrana. (C) tomaram caminhos paralelos = tomaram-nos. (D) a ocupar boa parte de minha vida = a ocupar-lhe. (E) cativava inteligncias e paladares = cativava-os. 12 - (FCC/TCE MA Analista / Novembro 2005)

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CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKIA maior parte da gua da chuva interceptada pela copa das rvores, . .... cobrem toda a regio. . evapora rapidamente, causando mais chuva, o que no ocorre em reas desmatadas, . .... solo pobre em matria orgnica. As lacunas da frase acima esto corretamente preenchidas, respectivamente, por (A) onde - A chuva - que o (B) nas quais - Aquela chuva - cujo (C) em que - A gua da chuva - que o (D) que elas - Essa chuva - aonde (E))que - Essa gua - cujo 13 - (FCC / INSS MEDICO / 2006) O nico segmento grifado que NO est empregado em conformidade com o padro culto escrito : (A) No muito agradvel estar com aqueles meus primos, porque eles falam ininterruptamente de si. (B) Esse o tipo de questo que voc ter de resolver com ns mesmos. (C) A fim de no encontr-lo no consultrio, deixei para ir no dia seguinte. (D) Ele preencheu o formulrio de modo inadequado, onde o coordenador chamou sua ateno. (E) Cabelos cacheados e sedosos moldam-lhe o rosto afilado e claro. 14 - (FCC / TRE PI / 2002) Afiano- . ... que V.Sa .. grande influncia na resoluo do problema que submeto a ...... exame. (A) lhe - ter - seu (B) vos - ter - vosso (C) lhe - tereis - seu (D) vos - tereis - vosso (E) lhe - ter - vosso 15 - (FGV / Ministrio da Cultura /2006) Foto dos Sonhos O engenheiro colombiano Joaqun Sarmiento trabalhava em Nova York e se sentia, muitas vezes, solitrio. Era mais um daqueles imigrantes nostlgicos. Para ocupar as horas vagas, decidiu aprender fotografia. Estava, nesse momento, descobrindo um novo ngulo para a sua vida, sem volta. A vontade de se aventurar pela Amrica Latina tirando fotos fez com que ele deixasse para sempre a paisagem nova-iorquina, aposentasse sua carreira de engenheiro e transformasse Paraispolis, uma das maiores favelas paulistanas, em seu cenrio cotidiano. "Estou ficando sem dinheiro, mas uma bela aventura."Portugus para concursos Prof Claudia Kozlowski AULA 8 - 39 -

CURSO ON-LINE PORTUGUS TERICO CURSO REGULAR PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKIDepois de trs anos nos Estados Unidos, voltou para Bogot, planejando trabalhar em obras de infra-estrutura. Mudou de idia. Com 26 anos, percebeu que o hobby que tinha adquirido em Nova York se convertera em paixo. No final de 2004, veio com sua famlia para duas semanas de frias em So Paulo. "Como sempre tive muito interesse em estudar a Amrica Latina, fui ficando." Soube ento de uma experincia desenvolvida pelo colgio Miguel de Cervantes, criado por