aula saude ocupacional

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HISTORIA DA SEGURANA E SAUDE OCUPACIONALMrcia Vilma G de Moraes Enfermeira do trabalho

HISTORIA DA SEGURANA E SAUDE OCUPACIONALSECULO IV aC: Aristoteles (384 322 aC): cuidou do atendimento preveno das enfermidades dos trabalhadores em ambientes das minas. Plato: Constatou e apresentou enfermidades especificas do esqueleto que acometiam determinados trabalhadores no exerccio de suas profisses.

HISTORIA DA SEGURANA E E SAUDE OCUPACIONALPLINIO (23-79 dC): Publicou a historia natural onde pela primeira vez foram tratados temas referentes a Segurana do trabalho. Discorreu sobre o Chumbo, mercurio e poeiras. Mencionou o uso de mascara pelos trabalhadores dessas atividades. Hipocrates (460 375 aC): Revelou a origem das doenas profissionais que acometiam os trabalhadores nas minas de estanho Galeno (129 201 aC): Preocupou-se com o saturnismo (doena do Chumbo)

HISTORIA DA SEGURANA E E SAUDE OCUPACIONALSECULO XIII Avicena (908-1037) Preocupou-se com o saturnismo e indicou-o como causa das clicas provocadas pelo trabalho em pintura que usavam tinta a base de chumbo. SECULO XV: Ulrich Ellembog; Editou uma serie de publicaes em que preconizava medidas de higiene do trabalho.

HISTORIA DA SEGURANA E E SAUDE OCUPACIONALSECULO XVI Paracelso (1493-1541): Divulgou estudos relativos infeces dos mineiros de Tirol. Foram criadas corporaes de oficio que organizaram e protegeram os interesses dos artfices que representava. 1601 Inglaterra: Criada a Lei dos pobres, oficializao da caridade inicio da Previdncia Social. Bernardino Ramazzine (1633-1714): Divulgou sua obra classic Doenas dos Trabalhadores. 1802 Inglaterra: inicio das inspees no trabalho feitas por pastores, juizes.

MEDICINA DO TRABALHOO 1 Servio de Medicina do Trabalho surgiu na Inglaterra em 1828 com contrato de um medico que periodicamente visitava os locais de trabalho e propunha medidas preventivas nos casos que encontrava ameaas de sade aos trabalhadores. Esse exemplo se difundiu-se por toda a Europa at meados do sculo XX. Em 1946 a Frana tornou obrigatria a existncia de mdicos em todos os locais de trabalho, em 1959 a Organizao Internacional do Trabalho, determinava a todos os paises membros a Recomendao 112 tornando obrigatria a existncia de servios de sade nos locais de trabalho.

PREVENO E PROMOO EM SAUDE

PREVENO E PROMOO EM SAUDEPreveno: ao de interveno antecipada orientada para evitar o surgimento de doenas especficas Promoo: conceito mais amplo, que se refere a medidas que no se dirigem a uma determinada doena ou desordem, mas enfatizam a transformao das condies de vida e de trabalho.

Preveno Primria: Educar para adoo de hbitos de vida saudveis; Co-participar de imunizaes contra doenas infecto-contagiosas; Impedir que a doena ocorra, removendo suas causas; A promoo da sade, ou interveno sobre os determinantes sociais, ambientais . A preveno, ou atuao sobre determinantes especficos, como situao de imunidade ou exposio a agentes patgenos

NIVEL DE PREVENO Leavell e Clark 1976

NIVEL DE PREVENO Leavell e Clark 1976PREVENO SECUNDARIA Incentivar a deteno precoce da doena e tratamento quando ela ainda assintomtica; Instituir o tratamento precoce evitando a progresso da doena; O tratamento, dividido em tratamento precoce, ainda no perodo assintomtico, e tratamento das doenas j estabelecidas. Identificar e orientar, entre as pessoas que esto aparentemente bem, aquelas que apresentam doena ou fator de risco.

NIVEL DE PREVENO Leavell e Clark 1976PREVENO TERCIARIA Prevenir a deteriorao ou reduzir as complicaes depois da doena instalada; Maximizar o tempo de vida com qualidade. A recuperao, quando se procura superar as limitaes decorrentes das doenas e promover a reinsero do doente na sociedade.

SAUDE OCUPACIONAL OBJETIVOSPROMOO: manuteno do mais alto grau de bem estar fsico, mental e social dos trabalhadores de todas as ocupaes PREVENO: desvios de sade causados pelas condies de trabalho. PROTEO do trabalhador em seus empregos dos riscos resultantes de fatores adversos a sade

Historia das Polticas de Sade no Brasil

1.500 at primeiro reinadoNo existia modelo de ateno a sade da populao Ateno a sade limitava-se aos prprios recursos da terra (curandeiros) Em 1800 vinda da famlia real criou-se uma estrutura sanitria mnima At 1850 as atividades sade publica se limitavam a delegao das atribuies sanitrias as juntas municipais e controle de navios e sade dos portos Carncia de mdicos era enorme Proliferao dos boticrios (farmacuticos) sem aprendizado acadmico 1808 fundou-se na Bahia o Colgio medico Real Hospitalar Militar em Salvador e outro no RJ.

Inicio da Republica 1889 at 1930Falta de estrutura sanitria fez o pais a merc das epidemias (varolas, malaria, febre amarela) afetando o comercio exterior Nomeou-se Oswaldo Cruz como Diretor do Dep.Federal de Sade Publica erradicar a epidemia de febre amarela no RJ. Instalado modelo campanhista (exercito 1500), desinfeco no combate ao mosquito vetor da FA e obrigatoriedade da vacinao anti-varola em todo territrio nacional. Revolta da populao, porm erradicao da febre amarela Criou-se o Instituto soroterapico federal atual Instituto Oswaldo Cruz

Vacinao contra febre amarela na Fazenda Pedra Preta, em Trs Pontas, MG, 15 de agosto de 1937

Em 1920 Carlos ChagasReestruturou o Dep. Nacional Sade ligado Ministrio da Justia Introduziu a propaganda e a educao sanitria na tcnica rotineira de ao. Criam-se rgos especializados na luta contra a tuberculose, a lepra e as doenas venreas. Erradicao e controle das doenas que poderiam prejudicar a exportao Controle das epidemias rurais (chagas, esquistossomose)

Foi nesta casa, situada s margens do rio Buriti Pequeno em Minas Gerais, que o chefe da comisso de engenheiros da Estrada de Ferro Central do Brasil,que foi mostrado os barbeiros pela primeira vez a Chagas, em 1908.

Nascimento da Previdncia SocialInicio do processo de industrializao no pais Urbanizao crescente, utilizao de mo de obra nas industrias de imigrantes Operrios sem garantias trabalhistas (frias, penso aposentadoria) Mobilizao e organizao da classe operaria no Brasil surgiu greves 1917 e 1919 Em 1923 congresso Nacional cria Lei Eloi Chaves marco inicial da previdncia social atravs da instituio das Caixas de Aposentadoria e Penso CAPs

Caixa de Aposentadoria e Penso - CAPAplicada somente ao operrio urbano (fato que perdurou at a dcada de 60 quando foi criado o FUNRURAL). CAP deveria ser criado pela empresa e no por categorias profissionais A comisso que administrava o CAP era composta por 5 membros 3 representante da empresa e 2 representantes dos empregados (eleitos) O CAP era mantido por 3% empregados, 1% da empresa (renda bruta) o Estado NO participava Benefcios do CAP: aposentadoria, penso em caso de morte, socorros mdicos por doenas titular e familiar, medicamentos com preo especial.

Crise dos anos 30Revoluo contra poltica caf com leite Cria-se o Ministrio do Trabalho o da Industria e Comercio e o Ministrio da Educao e Sade. Em 1939 regulamenta-se a justia do trabalho e em 1943 homologada a CLT consolidaes das leis Trabalhistas Setor industrial cresce na regio centro-sul, agravando desequilbrio regional, xodos rurais (nordeste) e proliferao das favelas, cresce a massa assalariada urbana So Promulgadas as leis Trabalhistas garantindo direitos sociais ao trabalhador.

Previdncia Social no Estado NovoAs CAPs so substitudas pelos IAP - Institutos de Aposentadoria e Penses Trabalhadores eram organizados por categoria profissional e no por empresa Os IAPs foram criados de acordo com organizao, mobilizao e importncia da categoria profissional Os IAPs cobriam: aposentadoria, penso caso morte, assistncia medica e hospitalar (30d int) Auxilio Farmcia. 1949 foi criado o Servio de Assistncia Medica Domiciliar e de Urgncia SAMDU mantidos pelo IAP Importncia crescente da assistncia medica previdenciria

Sade Publica no perodo de 30 a 60Poucos investimentos no setor da sade publica Distribuio das aes de sade para outros setores: fiscalizao produtos origem animal (Minist. Agricultura) higiene e seg. trabalho (Ministrio do trabalho) Institui-se a reforma Barros Barretos: programas de abastecimento de gua e construo esgoto, criao servios especializados mbito nacional (instituto Nacional cncer) Em 1953 cria-se o Ministrio da Sade.

Lei Orgnica da Previdncia Social e o Processo de Unificao dos IAPProcesso de Unificao dos IAPs em 1960 Abranger todos os trabalhadores sujeitos ao regime da CLT (extino do FUNRURAL pela Lei 7.789/89) Contribuio TRIPLICE com a participao do trabalhador, empregador e a Unio.

Aes do Regime Militar na Previdncia SocialUnificao dos IAP e do SAMDU criando em 1967 o INPS Instituto Nacional de Previdncia Social Todo trabalhador urbano com carteira assinada foi contribuinte do novo sistema, crescimento recursos financeiros, com pequeno percentual de aposentados e penses Incorporaram a assistncia medica Estabelecido convnios e contratos com maioria dos mdicos e hospitais existente no pais Criao do INAMPS em 1978, desvinculando a assistncia medica da previdncia social Criou-se o FAS Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social ampliao dos hospitais de rede privada

Aes de Sade Publica no Regime Militar Em 1975 cria-se o Sistema Nacional de sade estabelecia aes primarias de sade Medicina curativa competncia do ministrio da Previdncia Medicina Preventiva de competncia do Ministrio da sade com verba reduzida Na pratica a medicina curativa contava com recursos da contribuio dos trabalhadores atravs do INPS

1975 A CRISEModelo econmico implantado pela ditadura militar entra em crise. Populao com baixos salrios, desemprego e conseqncias sociais aumento de favelas, marginalidade Por ter priorizado a medicina curativa, no solucionou problemas de medicina preventiva surgindo epidemias aumento de mortalidade infantil Aumento constante dos custos da medicina curativa hospitais de complexidade crescente Excluso do sistema os sem carteira assinada que no contribua para previdncia Desvio de verbas e no repasse pela unio de recursos

Para combater fraudes o governo criou em 1981 CONASP - Conselho Consultivo de Administrao da Sade Previdenciria, fiscalizao das contas, (oposio da medicina de grupo) agravamento crise financeira setor publico de sade redescobre que investir na medicina preventiva e menor e atende a maioria da populao Em 1983 foi criado a AID Aes Integradas de Sade (previdncia-sade-educao)

Fim do Regime MilitarDiretas J, gerando movimentos sociais inclusive na rea da sade Reforma sanitria surge o SUDS Sistema nico Descentralizado de Sade Setor medico privado que beneficiou do modelo medico-privativista com recursos do setor publico e financiamentos subsidiados cresceu e desenvolveu e o setor publico entrou em Crise Medicina de grupo cresce vertiginosamente na dcada de 80 chega a cobrir 22% da populao, sem preocupao com medicina preventiva

Nascimento do SUS Sistema nico de SadeA Constituio de 1988 define a sade direito de todos e dever do estado, garantindo mediante polticas sociais e econmicas que visem a reduo do risco de doena e de outros agravos e ao acesso universal e igualitrio as aes e servios para sua promoo, proteo e recuperao Modelo de sade voltado para a populao procurando resgatar o compromisso do estado para com o bem estar social, principalmente com sade coletiva Lei 8.212/91 unificou os regimes de previdncia do homem do campo e do trabalhador urbano

DEFINIO DE SAUDEO SUS foi definido pela Constituio de 1988, porem somente em regulamentado em 19 de setembro de 1990 atravs da Lei 8.080 O SUS define sade como: A sade tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentao a moradia, o saneamento bsico, o meio ambiente, o trabalho, a renda a educao, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e servios essenciais.

Princpios do SUSUniversalidade: garantir a todas as pessoas acesso as aes e servios de sade Equidade: a rede de servio deve estar atenta a necessidade real da populao atendida, sem preconceitos e privilgios Integralidade: considerar a pessoa como um Todo, atendendo as suas necessidades Hierarquizao: exigncia da referencia e contrareferencia nos atendimentos sade preventiva e curativa Participao Popular: participao da populao nos conselhos municipais de sade Descentralizao: municpio gestor administrativo e

Objetivos e atribuies do SUSFornecer assistncia nas aes de promoo, proteo e recuperao Executar aes de vigilncia sanitria e epidemiolgica Executar aes visando a sade do trabalhador Participar na formulao da poltica e na execuo de aes de saneamento bsico Formulaes execuo da poltica de sangue e de seus derivados Realizar atividade de vigilncia nutricional e de orientao alimentar Controle e fiscalizao de servios, produtos e

Norma Operacional Bsica - NOBNormas operacionais para o funcionamento do SUS de competncia do Ministrio da Sade Forma de repasse de recursos financeiros a serem transferidos para estados e municpios tem como critrio: perfil demogrfico, perfil epidemiolgico, servios instalados, desempenho tcnico O nvel da ateno primaria teve progresso significativo no setor publico, enfrentando problemas graves no setor privado que detm a maioria dos servios de complexidade referente ao nvel secundrio e tercirio.

Os Governos a Partir de 19921991 a 1994 Fernando Collor de Mello discurso de reduzir o estado ao mnimo Inicia a edio das Normas Operacionais Bsicas para regular a transferncia de recursos financeiros da unio para estados e municpios O INAMPS torna-se obsoleto e extinto em 1993 1993 com resultados pssimos da poltica econmica escndalo de corrupo Collor sofre Impeachment 1994 o Ministro da Previdncia determina que os recursos recolhidos em folha salarial dos empregados e empregadores seria destinado somente para custear a Previdncia Social

1995 Fernando Henrique Cardoso assume o governo a crise financeira se agrava Incapacidade do governo em remunerar adequadamente os prestadores de servios mdicos. Como fonte de recurso exclusivo para financiar a sade o ministro da sade Adib Jatene prope a criao do CPMF contribuio provisria sobre movimentao financeira passando a vigorar em 1997 Durao definida de vigncia por um perodo de UM ANO e que os recursos arrecadados somente poderiam ser aplicados na rea de sade.

Crise de financiamento do SUS se agrava principalmente atendimento hospitalar, escassez de leito Hospitais filantrpicos (Santas Casas)criam planos prprios de sade diminuindo ainda mais leitos para SUS 1997 Hospitais Universitrios reduz atendimento SUS, criam atendimento privatizado

CRIA-SE NOB 01/96 (NORMA OPERACIONAL BASICA)Representa um avano no modelo de gesto SUS. Cria-se 2 modelos Gesto Plena e Ateno Bsica de sade Cria-se o PAB - Piso Assistencial Bsico, recursos financeiros para custear procedimentos e aes de assistncia bsica a sade Programas de agentes Comunitrios de Sade (PACS) , Programa de Sade da Famlia (PSF), Assistncia Farmacutica Bsica, Programa de Combate a Carncia Nutricional, Aes Bsicas de Vigilncia Sanitria, epidemiolgica e ambiental

NORMA OPERACIONAL DE SADE DO TRABALHADOR NOST-SUS Publicada no DOU de 10 de novembro de 1998.

I - unidade e equidade, onde todos os trabalhadores, urbanos e rurais, com carteira assinada ou no, empregados, desempregados ou aposentados, trabalhadores em empresas pblicas ou privadas, devem ter acesso garantido a todos os nveis de ateno sade;

NORMA OPERACIONAL DE SADE DO TRABALHADOR NOST-SUS

- integralidade das aes, tanto em termos do planejamento quanto da execuo, com um movimento constante em direo mudana do modelo assistencial para a ateno integral, articulando aes individuais e curativas com aes coletivas de vigilncia sade, uma vez que os agravos sade, advindos do trabalhador, so essencialmente prevenveis;

NORMA OPERACIONAL DE SADE DO TRABALHADOR NOST-SUS

III - direito informao sobre a sade, por meio da rede de servios do SUS, adotando como prticas cotidianas o acesso e o repasse de informao aos trabalhadores, sobretudo os riscos, os resultados de pesquisas que so realizados e que dizem respeito diretamente preveno e promoo da qualidade de vida;

NORMA OPERACIONAL DE SADE DO TRABALHADOR NOST-SUS

IV - controle social, reconhecendo o direito de participao dos trabalhadores e entidades representativas em todas as etapas do processo de ateno sade, desde o planejamento e estabelecimento de prioridades, o controle permanente da aplicao dos recursos, a participao nas atividades de vigilncia em sade, at a avaliao das aes realizadas;

NORMA OPERACIONAL DE SADE DO TRABALHADOR NOST-SUS

V regionalizao e hierarquizao das aes de sade do trabalhador, que devero ser executadas por todos os nveis da rede de servios, segundo grau de complexidade, desde as bsicas at as especialidades, organizadas em um sistema de referncia e contra-referncia local e regional;

NORMA OPERACIONAL DE SADE DO TRABALHADOR NOST-SUS

VII - configurao da sade do trabalhador como um conjunto de aes de vigilncia e assistncia, visando a promoo, a proteo, a recuperao e a reabilitao da sade dos trabalhadores submetidos a riscos e agravos advindos do processo de trabalho.

DEFINIO SAUDE NO TRABALHO PELA OIT 1950A Sade no Trabalho deveria objetivar: a promoo e manuteno do mais alto grau de bem estar fsico, mental e social dos trabalhadores em todas as profisses; a preveno, entre os trabalhadores, dos desvios de sade causados pelas condies de trabalho; a proteo dos trabalhadores, em seus empregos, dos riscos resultantes de fatores adversos sade; a colocao e a manuteno do trabalhador adaptadas s aptides fisiolgicas e psicolgicas, em suma: a adaptao do trabalho ao homem e de cada homem a sua atividade. O principal foco da Sade no Trabalho deve estar direcionado para trs objetivos: a manuteno e promoo da sade dos trabalhadores e de sua capacidade de trabalho; o melhoramento das condies de trabalho, para que elas sejam compatveis com a sade e a segurana; o desenvolvimento de culturas empresariais e de organizaes de trabalho que contribuam com a sade e segurana e promovam um clima social positivo, favorecendo a melhoria da produtividade das empresas. O conceito de cultura empresarial, neste contexto, refere-se a sistemas de valores adotados por uma empresa especfica. Na prtica, ele se reflete nos sistemas e mtodos de gesto, nas polticas de pessoal, nas polticas de participao, nas polticas de capacitao e treinamento e na gesto da qualidade.

VIGILANCIA SANITARIA E EPIDEMIOLOGICA

CONCEITOS DE VIGILANCIAVigilncia Epidemiolgica entendida como "um conjunto de aes que propiciam o conhecimento, a deteco ou preveno de qualquer mudana nos fatores determinantes e condicionantes da sade individual ou coletiva, com finalidade de recomendar e adotar as medidas de preveno e controle das doenas ou agravos".

Vigilncia Sanitria o conjunto de aes capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos sade e de intervir nos problemas sanitrios decorrentes do meio ambiente, da produo e circulao de bens e da prestao de servios de interesse a sade, abrangendo: I - Controle de bens de Consumo que se relacionem direta ou indiretamente com a sade, compreendidas todas as etapas e processos, da produo ao consumo; II - Controle da prestao de servios que se relacionam direta ou indiretamente com a sade; III - Promover aes que se relacionem a sade do trabalhador

VIGILNCIA EM SADE DO TRABALHADORTrabalha com os fatores determinantes de agravos sade dos trabalhadores gerados pelo ambiente de trabalho, condies de trabalho ou pela organizao do trabalho (como o trabalho planejado, estruturado e executado). Entende-se por agravos sade dos trabalhadores: acidentes de trabalho, doenas decorrentes do trabalho e aquelas agravadas pelo processo/ambiente de trabalho. A ao da equipe de Vigilncia em Sade do Trabalhador pauta-se pela investigao dos fatores determinantes dos agravos sade dos trabalhadores e interveno nos ambientes de trabalho para garantir a preservao da vida e da sade dos trabalhadores

NOTIFICAO COMPULSORIANotificao a comunicao de ocorrncia de determinada doena ou agravo sade, feita autoridade sanitria por profissionais de sade ou qualquer cidado, para fins de adoo de medidas de interveno pertinentes

PORTARIA N 777/GM Em 28 de abril de 2004.Dispe sobre os procedimentos tcnicos para a notificao compulsria de agravos sade do trabalhador em rede de servios sentinela especfica, no Sistema nico de Sade - SUS Art. 1 Regulamentar a notificao compulsria de agravos sade do trabalhador - acidentes e doenas relacionados ao trabalho

So agravos de notificao compulsriaI - Acidente de Trabalho Fatal;

II - Acidentes de Trabalho com Mutilaes; III - Acidente com Exposio a Material Biolgico; IV - Acidentes do Trabalho em Crianas e Adolescentes; V - Dermatoses Ocupacionais; VI - Intoxicaes Exgenas (por substncias qumicas, incluindo agrotxicos, gases txicos e metais pesados); VII - Leses por Esforos Repetitivos (LER), Distrbios Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT); VIII - Pneumoconioses; IX - Perda Auditiva Induzida por Rudo - PAIR; X - Transtornos Mentais Relacionados ao Trabalho; e XI - Cncer Relacionado ao Trabalho.

CEREST Centro de Referencia sade do Trabalhador

CEREST Centro de Referencia sade do TrabalhadorCriado pela Portaria GM/MS n1679 de 19 setembro de 2002 os CRST - Estaduais e Regionais devero desempenhar papel na execuo, organizao e estruturao da assistncia de mdia e alta complexidade, relacionados com os problemas e agravos sade

AGRAVOS A SAUDECncer ocupacional; Agravos produzidos pelos campos eletromagnticos; Problemas de sade provocados pela radiao ionizante; Transtornos da auto-imunidade; Mutagenicidade e teratogenicidade; Asbestose (exposio ao amianto); Problemas relacionados com o trabalho em turnos; Alteraes neuro-fisiolgicas relacionadas ao trabalho; Transtornos mentais condicionados pela organizao do trabalho; Agravos produzidos pela exposio ao calor excessivo; Agravos provocados pela exposio a agentes biolgicos: vrus, bactrias, fungos entre outros; Intoxicao crnica por metais pesados; Exposio crnica aos solventes orgnicos; Agravos produzidos por agrotxicos.

Papel do CERESTOs CEREST desempenha papel importante na organizao e estruturao da assistncia de mdia e alta complexidade Lista de Doenas Relacionadas ao Trabalho que constam na Portaria n 1339/GM, de 18 de novembro de 1999 agravos de notificao compulsria citados na Portaria GM n 777, de 28 de abril de 2004:

DISTRIBUIO DO CEREST POR REGIONorte 16 Nordeste - 54 Sudeste 84 Centro-Oeste- 14 Sul 30

DADOS MINIMOS PARA CERESTTodos os CEREST (Estaduais e Regionais) devero dispor de bases dados disponveis e atualizadas, no mnimo com os para sua respectiva rea de abrangncia: Mapa de Riscos no trabalho. Mapa de Acidentes e Doenas Relacionadas ao Trabalho. Indicadores Sociais, Econmicos, de Desenvolvimento, Fora de Trabalho e IDH. Informaes sobre benefcios pagos pela Previdncia Social e outros rgos securitrios. Capacidade Instalada do SUS. Estrutura Regional e funcionamento do INSS e da DRT Delegacia Regional do Trabalho.

Os Centros de Referncia em Sade do Trabalhador no podero assumir as funes ou atribuies correspondentes aos Servios Especializados de Segurana e Medicina do Trabalho SESMT ou similar, tanto do setor pblico quanto do privado.

RECURSO HUMANOrecursos humanos dispostos em cada equipe para desenvolvimento destes trabalhos sendo estes profissionais dimensionados e pactuados pela Comisso Intergestores Bipartite

(*) - Profissional de nvel mdio: auxiliar de enfermagem, tcnico de higiene e segurana do trabalho, auxiliar administrativo, arquivistas, entre outros. (**) - Profissional de nvel superior, com experincia comprovada de, no mnimo, dois anos, em servios de Sade do Trabalhador e/ou com especializao em Sade Pblica, ou especializao em Sade do Trabalhador: mdicos generalistas, mdicos do trabalho, mdicos especialistas, engenheiros, enfermeiros, psiclogos, assistentes sociais, fonoaudilogos, fisioterapeutas, socilogos, eclogos, bilogos, terapeutas ocupacionais, advogados, relaes pblicas, educadores, comunicadores, entre outros.

RENASTRede Nacional de Ateno Integral Sade do Trabalhador RENAST principal objetivo integrar a rede de servios do SUS, voltados assistncia e vigilncia, para o desenvolvimento das aes de Sade do Trabalhador

Doena do TrabalhoDefinio:As doenas do trabalho, so resultantes de condies especiais de trabalho, no relacionadas em lei, e para as quais se torna necessria a comprovao de que foram adquiridas em decorrncia do trabalho. Atualmente, estas doenas so verificadas, com maior intensidade, nas empresas de pequeno e mdio porte, situao que vivenciada em todos os pases, Exemplos de doenas do trabalho a) Alergias respiratrias provenientes de locais com arcondicionado sem manuteno satisfatria, principalmente limpeza de filtros e dutos de circulao de ar. b) Estresse

DOENAS PROFISSIONAISDefinio:

As doenas profissionais decorrem da exposio a agentes fsicos, qumicos e biolgicos que agridem o organismo humano. Essa simples conceituao permite imaginar a freqncia e a gravidade que devem revestir as doenas profissionais. Todo trabalhador que sofrer uma intoxicao, afeco ou infeco causado por estes agentes foi acometido por uma doena profissional

BIBLIOGRAFIABrasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Departamento de Aes Programticas Estratgicas.Notifcao de acidentes do trabalho fatais, graves e com crianas e adolescentes / Ministrio da Sade, Secretaria de Ateno Sade, Departamento de Aes Programticas Estratgicas. Braslia : Editorado Ministrio da Sade, 2006