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A estrutura das revoluções científicas Thomas Kuhn

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Aula5.T.kuhn a.estrutura.das.Revolucoes

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  • A estrutura das revolues cientficas

    Thomas Kuhn

  • Os trs conceitos bsicos para a compreenso da obra

    1. Cincia Normal

    2. Paradigma

    3. Revoluo Cientfica

  • Cincia Normal

    A cincia normal, atividade na qual o

    cientista emprega inevitavelmente quase

    todo o seu tempo, baseada no

    pressuposto de que a comunidade

    cientfica sabe como o mundo.

  • Cincia Normal

    Definio de cincia normal:

    Pesquisa firmemente baseada em uma

    ou mais realizaes cientficas passadas,

    que so reconhecidas durante algum

    tempo por alguma comunidade cientfica

    especfica como proporcionando os

    fundamentos para a sua prtica

    posterior.

  • Cincia Normal

    Grande parte do sucesso do empreendimento da cincia normal deriva da disposio da comunidade

    cientfica para defender esse pressuposto com custos considerveis

    se necessrio. Por exemplo, a cincia normal freqentemente suprime

    novidades fundamentais, porque estas subvertem seus compromissos bsicos.

  • Pesquisa cientfica Normal

    Kuhn define a pesquisa cientfica

    normal como sendo aquela baseada em

    um paradigma.

  • Cincia Normal

    A cincia normal aquela que segue

    uma rota normal, rota desenhada

    (prometida) por um paradigma.

  • Cincia Normal

    A cincia normal no tem como objetivo

    trazer tona novas espcies de

    fenmeno; na verdade, aqueles que no

    se ajustam aos limites do paradigma

    freqentemente nem so vistos.

  • Paradigma

    Considero paradigmas as realizaes cientficas universalmente reconhecidas

    que, durante algum tempo, fornecem

    problemas e solues modelares para

    uma comunidade de praticantes de uma

    cincia.

  • Trs focos normais para a investigao cientfica

    1. A classe de fatos que o paradigma mostrou ser particularmente reveladora da natureza das coisas;

    2. O segundo foco uma segunda classe usual, porm mais restrita, de fatos a serem determinados diz respeito queles fenmenos que, embora freqentemente sem muito interesse intrnseco, podem ser diretamente comparados com as predies da teoria do paradigma.

    3. O terceiro foco consiste no trabalho emprico empreendido para articular a teoria do paradigma, resolvendo algumas de suas ambigidades residuais e permitindo a soluo de problemas para os quais ela anteriormente s tinha chamado a ateno.

  • As trs classes de problemas das cincias normais

    1. Determinao do fato significativo;

    2. Harmonizao dos fatos com a teoria do paradigma;

    3. Rearticulao da teoria a partir dos novos fatos.

  • A cincia normal como resoluo de quebra-cabeas

    Esse ttulo sugere que:

    1. O problema em foco possui uma soluo assegurada: o que incita o cientista ao trabalho a convico de que, se for suficientemente habilidoso, conseguir solucionar um quebra-cabea que ningum at ento resolveu ou, pelo menos, no resolveu to bem;

    2. O cientista deve obedecer a regras que limitam tanto a natureza das solues aceitveis como os passos necessrios para obt-la;

    3. A cincia normal uma atividade altamente determinada.

  • A cincia normal como resoluo de quebra-cabeas

    Ver o mundo como um quebra-cabeas uma

    crena cientfica de ordem psicolgica e sem

    legitimidade lgica.

    De outro modo, ver um problema como um quebra-

    cabeas o que faz da cincia normal uma

    atividade altamente determinada.

  • Paradigma

    Ao concentrar a ateno numa faixa de problemas

    relativamente esotricos, o paradigma fora o

    cientista a investigar alguma parcela da natureza

    com uma profundidade e de uma maneira to

    detalhada que de outro modo seriam inimaginveis.

    O paradigma o indutor da especialidade cientfica.

  • Paradigma

    J podemos notar que paradigma um termo estreitamente relacionado com

    cincia normal.

    Abandonar o paradigma deixar de praticar a cincia que este define.

  • Paradigma: observaes preliminares

    A aquisio de um paradigma e do tipo de pesquisa mais esotrico que ele

    permite um sinal de maturidade no

    desenvolvimento de qualquer campo

    cientfico que se queira considerar.

  • Paradigma: observaes preliminares

    O estudo do paradigma [...] o que prepara basicamente o estudante para ser membro da comunidade cientfica

    determinada na qual atuar mais tarde. Uma vez que ali o estudante rene-se a homens que aprenderam as bases de seu campo de estudo a partir dos mesmos

    modelos concretos, sua prtica subseqente raramente ir provocar desacordo declarado sobre pontos

    fundamentais. Homens cuja pesquisa est baseada em paradigmas compartilhados esto comprometidos com as mesmas regras e padres para a prtica cientfica. Esse comprometimento e consenso aparente que produz so

    pr-requisitos para a cincia normal, isto , para a gnese e a continuao de uma tradio de pesquisa

    determinada .

  • Paradigma: observaes preliminares

    A Fsica de Aristteles, o Almagesto de Ptolomeu, os Principia e a tica de Newton, a

    Eletricidade de Franklin, a Qumica de Lavoisier

    e a Geologia de Lyell esses e muitos outros trabalhos serviram, por algum tempo, para

    definir implicitamente os problemas e mtodos

    legtimos de um campo de pesquisa para as

    geraes posteriores de praticantes da cincia .

  • Paradigma: observaes preliminares

    A histria sugere que a estrada para um consenso estvel na pesquisa (cientfica)

    extraordinariamente rdua.

  • Paradigma: observaes preliminares

    Na ausncia de um paradigma ou de alguma candidato a paradigma, todos

    os que possivelmente so pertinentes

    ao desenvolvimento de uma

    determinada cincia tm a

    probabilidade de parecerem igualmente

    relevantes.

  • Paradigma: observaes preliminares

    Nenhuma Histria Natural pode ser interpretada na ausncia de pelo menos

    algum corpo implcito de crenas

    metodolgicas e tericas interligadas que

    permita a seleo, a avaliao e a

    crtica.

  • Paradigma: observaes preliminares

    No seu uso corriqueiro, um paradigma um modelo ou padro aceitos.

    No entanto, o sentido de modelo ou padro no o mesmo que o habitualmente empregado na definio de paradigma.

    Por exemplo, na Gramtica, amo, amas, amat um paradigma porque apresenta um padro a ser usado na

    conjugao de um grande nmero de outros verbos latinos para produzir, entre outros, laudo, laudas, laudat. Nessa explicao costumeira o paradigma funciona ao permitir a reproduo de exemplos, cada um dos quais poderia, em

    princpio, substituir aquele.

  • Paradigma: observaes preliminares

    Na cincia um paradigma raramente suscetvel de reproduo. Tal como uma

    deciso judicial aceita no direito costumeiro,

    o paradigma um objeto a ser articulado e

    precisado em condies novas e mais

    rigorosas.

  • Paradigma: observaes preliminares

    O sucesso de um paradigma , em grande parte, uma promessa de sucesso que pode ser descoberta em

    exemplos selecionados e ainda incompletos.

    A cincia normal consiste na atualizao dessa promessa, atualizao que se obtm ampliando-se o

    conhecimento daqueles fatos que o paradigma apresenta como particularmente relevantes, aumentando-se a

    correlao entre esses fatos e as predies do paradigma e articulando-se ainda mais o prprio paradigma.

  • Paradigma: observaes preliminares

    A maioria dos cientistas nem se d conta que durante toda a sua carreira ocupa-se

    com operaes de limpeza do paradigma a que esto vinculados.

    A verdade surge mais facilmente do erro do que da confuso. (Francis Bacon).

  • Uma definio de paradigma

    Paradigmas so modelos (lei, teoria, aplicao e instrumentao) aceitos na

    prtica cientfica real, dos quais brotam as

    tradies coerentes e especficas da

    pesquisa cientfica.

  • A aceitao de um paradigma

    Para ser aceita como paradigma, uma teoria

    deve parecer melhor que suas competidoras,

    mas no precisa (e de fato isso nunca

    acontece) explicar todos os fatos com quais

    pode ser confrontada.

  • A aceitao de um paradigma

    Os paradigmas adquirem seu status porque so mais bem sucedidos que seus

    competidores na resoluo de alguns

    problemas que o grupo de cientistas

    reconhece como graves.

  • A aceitao de um paradigma

    Quando o cientista pode considerar um paradigma como certo, no tem mais necessidade, nos seus trabalhos mais importantes, de tentar construir seu

    campo de estudos comeando pelos primeiros princpios e justificando o uso de cada conceito

    introduzido. Isso pode ser deixado para os autores de manuais. Mas, dado o manual, o cientista criador

    pode comear sua pesquisa onde o manual a interrompe e, desse modo, concentrar-se

    exclusivamente nos aspectos mais sutis e esotricos dos fenmenos naturais que preocupam o grupo.

  • Um novo paradigma

    O novo paradigma implica uma definio

    nova e mais rgida do campo de estudos.

  • Revoluo cientfica

    Revolues cientficas so mudanas que subvertem a tradio existente da prtica

    cientfica. So os complementos desintegradores da tradio qual a

    atividade da cincia normal est vinculada. Nesse sentido, so episdios extraordinrios

    nos quais ocorre a alterao dos compromissos profissionais de uma

    comunidade de cientistas.

  • Revoluo cientfica

    Quando ocorrem problemas extraordinrios que

    escapam s determinaes do tratamento dado pela

    cincia normal e que, em geral, surgem pelo avano

    e amadurecimento dessa cincia normal,o

    paradigma precisa ser abandonado para que o novo

    problema possa ser investigado. Os cientistas que

    realizam tal desero para tratar do novo problema

    comeam a construir os pontos de apoio para uma

    possvel revoluo cientfica.

  • Revoluo cientfica

    Revolues cientficas so episdios de

    desenvolvimento no-cumulativo, nos quais

    um paradigma mais antigo total ou

    parcialmente substitudo por um novo,

    incompatvel com o anterior.

  • Revoluo cientfica

    As revolues cientficas precisam parecer revolucionrias somente para aqueles cujos

    paradigmas sejam afetados por ela. Para observadores externos podem parecer etapas

    normais de um processo de desenvolvimento. Os astrnomos, por exemplo, podiam aceitar os raios X

    como uma simples adio ao conhecimento, pois seus paradigmas no foram afetados pela existncia de uma nova radiao. Mas para os pesquisadores

    de radiao, o surgimento dos raios X violou inevitavelmente um paradigma ao criar outro.

  • Revoluo cientfica

    Para Thomas Kuhn, o Progresso da cincia se

    baseia nas Revolues cientficas e no na

    acumulao de descobertas. Para ele, a concepo

    de que o desenvolvimento cientfico o processo

    gradativo atravs do qual os fatos, as teorias e

    mtodos reunidos foram adicionados, isoladamente

    ou em combinao, ao estoque sempre crescente

    que constitui o conhecimento cientfico falsa.