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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES CÁSSIA ARTICO BARBOSA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA, ATIVIDADE FÍSICA E ASPECTOS NUTRICIONAIS DE PACIENTES COM EPILEPSIA DE DIFÍCIL CONTROLE E QUE FORAM SUBMETIDOS À IMPLANTAÇÃO DE ELETROESTIMULADOR DO NERVO VAGO Mogi das Cruzes, SP 2006

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

CÁSSIA ARTICO BARBOSA

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA, ATIVIDADE

FÍSICA E ASPECTOS NUTRICIONAIS DE PACIENTES COM

EPILEPSIA DE DIFÍCIL CONTROLE E QUE FORAM

SUBMETIDOS À IMPLANTAÇÃO DE

ELETROESTIMULADOR DO NERVO VAGO

Mogi das Cruzes, SP

2006

Livros Grátis

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

CÁSSIA ARTICO BARBOSA

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA, ATIVIDADE

FÍSICA E ASPECTOS NUTRICIONAIS DE PACIENTES COM

EPILEPSIA DE DIFÍCIL CONTROLE QUE FORAM

SUBMETIDOS À IMPLANTAÇÃO DE

ELETROESTIMULADOR DO NERVO VAGO

Orientador: Prof. Dr. FÚLVIO ALEXANDRE SCORZA

Co- Orientador: Prof. Dr. ALEXANDRE VALOTTA DA SILVA

Mogi das Cruzes, SP

2006

Dissertação apresentada à Universidade de Mogi das Cruzes, como exigência parcial para obtenção do título de mestre em Engenharia Biomédica.

DEDICATÓRIA

A Deus, que me fortaleceu e abençoou para que me tornasse quem sou e trilhasse um

caminho, no qual mesmo sendo árduo, conquistei muitas vitórias ao longo de toda minha vida.

A Ele, a quem honrarei, glorificarei e louvarei enquanto existir. Sem Ele nada seria. Te adoro!

Ao ser soberano entre todas as criaturas da terra, que recebeu o divino dom de ser mãe,

que antes mesmo de me conhecer já me amava, minha mãe, Maria Luzia Ártico. A esta, devo

tudo que conquistei e que sou, pois mesmo que por vezes tivéssemos derrotas, enxugou

minhas lágrimas e lutou igualmente quando o leão defende sua presa. Àquela que com

palavras doces, outrora rudes, sempre me fez seguir em frente, ter determinação. Ensinou-me

a batalhar pelos meus sonhos sem me deixar desistir, a respeitar o próximo e investiu em meu

crescimento pessoal, espiritual, intelectual e profissional. E então, juntas construímos

alicerces para que esta obra fosse concluída. A benção de ter uma mamãe como esta, à mulher

da minha vida, por sua grandeza e sabedoria inigualáveis, minha eterna gratidão, amor e

respeito. Amo-a para sempre!

Às minhas tias: Cida, Nadir e Marli, como segundas mães, me instruíram e apoiaram em

toda minha vida. Também meus primos: Fátima, Mariana, Flávia e Jair pelo apoio e carinho.

Obrigada, amo vocês!

Ao meu noivo Eduardo, que com amor e paciência sempre esteve ao meu lado. Nos

momentos de alegria sorriu comigo e nos momentos de tristeza, trazia conforto com suas

palavras que fortaleciam e me faziam seguir em frente. Ao sentimento sublime que eterniza o

companheirismo, carinho, respeito, alegria e aprendizagem do dia-a-dia de uma vida a dois;

ao êxtase de viver todos esses sentimentos em um, o amor. Por viver este enlace de

sentimentos, digo que o amo!

Ao meu vovô João (in memmoriam) pelos momentos muito felizes que vivemos juntos.

Até seus 82 anos, fez-me entender, o quão importante é o estudo em nossas vidas. Saudades,

muitas saudades!

À minha vovó Santina (in memmoriam); mesmo sem conhecê-la, aprendi sobre a fé em

Deus, o amor, e creio interceder por mim!

São, todos estes, as pessoas mais importantes da minha vida!

AGRADECIMENTOS

Ao Profº Drº Fúlvio Alexandre Scorza, orientador deste trabalho, que com todo domínio

da ciência, sempre paciente, atencioso, crítico, professor e amigo, sempre esteve presente em

todos as etapas de desenvolvimento deste trabalho; e muitas vezes fez parte da minha vida. À

ele, minha sincera gratidão, pois foi um importante alicerce para minha formação profissional

e intelectual. Obrigada!

Também contribuíram de forma grandiosa para a elaboração do mesmo, Profº Ricardo

Mario Arida e Profª Drª Marli de Albuquerque, aos quais sou grata.

Aos coordenadores do curso de Mestrado em Engenharia Biomédica da UMC, Profª

DrªAnnie France Frère Slaets e Profº Dr Jean Jacques Bonvent, pelo apoio.

Agradeço também a todos os médicos da equipe de neurologia/neurocirurgia do

Hospital Brigadeiro, que contribuíram em esclarecer quaisquer dúvidas e ofereceram toda a

infra-estrutura necessária para a coleta dos dados.

Aos professores doutores do NPT: Marcelo, Márcia, Paulo, Henrique, Gustavo,

Fumagalli, Miriam, Pedro, pela dedicação ao ensino.

Aos funcionários do NPT: Fabiane, Teresinha e Wagner por terem sido tão prestativos e

tornarem possível esse trabalho.

À amiga Jaqueline Botelho da Ponte, amiga fiel e companheira, pronta a me auxiliar na

UMC ou no Hospital Brigadeiro. Sempre esteve presente em minha trajetória desde o dia em

que iniciei este mestrado. Hoje tem um lugarzinho todo especial no meu coração. Obrigada!

Também às amigas especiais Tânia Dora Anastácio Fonseca, Adriana Leite e Ana Maria

Abreu que estiveram presentes em todos os momentos. Foram capazes de oferecer um ombro

amigo para os momentos de tristeza e também risos nos momentos de alegria. E

igualmente têm um lugar todo especial guardado no meu coração Vocês fazem parte da

minha vida, obrigada!

Aos meus colegas de laboratório: Mônica, Leandro, Carlinha, Wilna, Juliana, Pauline,

Sérgio, Rude, Elisa, Márcio, Marcelo, Fabiano que sempre estiveram prontos a ajudar. As

gargalhadas nos momentos de trabalhos, as músicas para descontrair e as histórias que nos

faziam rir. Valeu, e muito!

Aos colegas do NPT, que mesmo sendo de outros laboratórios estavam ali, prontos a me

ajudar e com os quais trocamos muitas experiências, e talvez a mais importante, as

experiências de vida. Bel, Jaque, Ivan, Ricardo, Helinhu, Terigi, Alessandro, Gabi, Vivi,

Ariane, Fernando, Rude, Nana, Fred, Andréia, Thiago, Dani, Rodrigo de Maio e Diego Basile.

As colegas que apenas nos encontrávamos em dias de aulas, mas também muito especiais:

Simone Paganini, Rodrigo Marques. E a todos os outros colegas, mesmo que por um instante,

fizeram parte da minha trajetória.

Ainda, agradeço a todos os pacientes e familiares, pois afinal foi uma grande parceria!

Ao FAEP pelo apoio financeiro.

Á todos muitíssimo obrigada!

Deus os abençoe!

A autora.

“A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e prova das

coisas que se não vêem”.

Hebreus 11:1

RESUMO

A estimulação do nervo vago (ENV) é um neuroestimulador feito pelo sistema Neuro Cybernetic Prosthesis (NCP), dispositivo usado para tratamento de pacientes com epilepsia refratária. Baseado nisto, o alvo do nosso estudo era verifica a qualidade de vida, os hábitos da atividade física e aspectos nutricionais de uma amostra de pacientes com epilepsia refratária submetido ao tratamento cirúrgico pela técnica de ENV, através dos questionários específicos. Este estudo foi desenvolvido no Hospital Brigadeiro, São Paulo, Brasil e os questionários foram aplicados em um total de 08 pacientes (04 homens e 04 mulheres) É importante lembrar que os questionários foram aplicados antes e após o procedimento cirúrgico dos pacientes. Em relação a qualidade de vida, os pacientes apresentaram uma resposta satisfatória. Com relação aos hábitos de atividade físicos, antes de ENV, 50% dos pacientes relataram não praticarem atividade física, entretanto, depois do procedimento cirúrgico, os pacientes sentem-se mais confortáveis para fazer alguma atividade. Para nossa surpresa, antes da cirurgia, 50% dos pacientes praticavam atividade física, entretanto, 75% estavam preocupados quanto a prática de exercícios após o procedimento cirúrgico. Além disso, 75% dos pacientes tiveram crises durante o exercício físico, 13% destes nunca tiveram e 12% não responderam à pergunta. Com relação aos aspectos nutricionais, a maioria dos pacientes (90%) não acreditam que os tipos específicos dos alimentos podem gerar crises. Então, nossos resultados mostram que ENV é uma técnica interessante e estudos futuros são necessários para uma melhor compreensão destas e outras possibilidades do ENV. Palavras-chave: epilepsia, nervo vago, eletroestimulação, qualidade de vida, atividade física, nutrição, crises epilépticas.

ABSTRACT

The stimulation of the vagus nerve (VNS) is a neuroestimulador made by Neuro Cybernetic Prosthesis (NCP), a device used for treatment of patients with refractory epilepsy. The vagal stimulation is a new treatment, introduced in 1988. Based on this, the aim of our estudy was verify the quality of life, the habits of physical activity and nutrition aspects of a sample of patients with refractory epilepsy who had been submitted to the surgical treatment for the VNS technique, through specific questionnaires. This study was developed at Brigadeiro General Hospital, São Paulo, Brazil and the questionary was performed in a total of 08 subjects (4 male and 4 female). It is important to note that the questionaries was applied to the patients before and after surgical procedure. It concern quality of life, the patients had presented a satisfactory reply. In relation to physical activity habits, before VNS, 50% of the patients related stay home all day long, however, after surgical procedure the patients feel more confortable to do some activities. For our surprise, before surgery, 50% of patients engaged in physical activity, however, 75% of them were cautioned against participation in sports after surgical procedure. Moreover, 75% of the patients experienced seizures during physical exercise, 13% of them had never experienced and 12% did not answer the question. In relation to nutritional aspects, the majority of the patients (90%) do not believe that specific kinds of foods is able to generate seizures. Taken together, our results shows that ENV is a intersting technique and future studies are needed to gain a better understanding of these and other possible possibilities of ENV.

Keyword: epilepsy, vagus nerve, eletroestimulação, quality of life, physical activity, nutrition.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Tabela de oito domínios do questionário SF-36.......................................................31

Tabela 2: Pontuação dos oito domínios de pacientes com epilepsia. ......................................32

Tabela 3: Aspectos Gerais relacionados à atividade física.......................................................34

Tabela 4: Aspectos Específicos relacionados à atividade física...............................................36

Tabela 5: Aspectos relacionados à epilepsia ............................................................................38

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Uso do programador de mão para ajustar parâmetros do eletroestimulador (SCHACHTER, 2002). ......................................................................................................26

Figura 2: Eletroestimulador vagal ............................................................................................26

Figura 3: Figura esquemática do eletroestimulador e condução bipolar de estímulos para o Sistema Nervoso (SCHACHTER, 2002)...........................................................................27

Figura 4: Nervo Vago e eletroestimulador vagal. Implantação de fios elétricos em contato com o nervo vago esquerdo é limitado na região cervical médio-inferior, como mostra a figura. O nervo frênico pode estar erroneamente no lugar do nervo vago esquerdo devida a uma complicação raramente relatada. Lt.= esquerdo; n.= nervo; CCA= artéria carótida comum; CA= artéria carótida; Ext.= externo (HENRY, 2002). ...............27

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: ..................................................................................................................................33

Gráfico 2: Gostar ou não de exercício físico pré -cirúrgico .....................................................37

Gráfico 3: Gostar ou não de exercício físico pós-cirúrgico......................................................37

Gráfico 4: Medo de parecer pouco atraente pré-cirúrgico........................................................37

Gráfico 5: Medo de parecer pouco atraente pós-cirúrgico. .....................................................37

Gráfico 6: Freqüência de crises no pré-cirúrgico. ....................................................................39

Gráfico 7: Freqüência de crises no pós- cirúrgico. ...................................................................39

Gráfico 8: Alimentos X Crises Epilépticas no pré-cirúrgico....................................................39

Gráfico 9: Alimentos X Crises Epilépticas no pós-cirúrgico ...................................................39

Gráfico 10: Tipo de dieta no pré-cirúrgico. ..............................................................................40

Gráfico 11: Tipo de dieta no pós-cirúrgico. .............................................................................40

Gráfico 12: Tipo de tratamento no pré-cirúrgico......................................................................40

Gráfico 13: Tipo de tratamento no pós-cirúrgico .....................................................................40

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................14

1.1 Epilepsia ...................................................................................................................14

1.2 Epilepsia e Qualidade de Vida..................................................................................18

1.3 Epilepsia e Atividade Física .....................................................................................20

1.4 Epilepsia e os Aspectos Nutricionais........................................................................24

1.5 Aspecto cirúrgico......................................................................................................25

1.5.1 Estimulação vagal.................................................................................................25

2 JUSTIFICATIVA E OBJETIVO ..........................................................................................29

3 MATERIAIS E MÉTODOS..................................................................................................30

3.1 Análise dos Dados ....................................................................................................31

4 RESULTADOS .....................................................................................................................32

5 DISCUSSÃO E CONCLUSÕES ..........................................................................................41

REFERÊNCIAS .......................................................................................................................46

ANEXOS..................................................................................................................................57

14

1 INTRODUÇÃO

1.1 Epilepsia

Desde os tempos mais remotos a epilepsia tem intrigado a humanidade. O caráter ictal,

as manifestações convulsivas, a perda do controle volitivo e o desconhecimento por parte do

paciente de todo o ocorrido durante o evento convulsivo suscitavam explicações mágicas.

Inicialmente, as explicações das crises epilépticas tiveram como base a possessão do paciente

por deuses ou demônios. Essa visão religiosa foi, em parte, responsável pelo estigma e

preconceito que os pacientes com epilepsia sofreram e continuam sofrendo nos dias atuais. Só

no século XIX, com os trabalhos de Sommer, foi possível caracterizar a relação entre crises

convulsivas e lesões localizadas no Sistema Nervoso Central (SNC).

O termo epilepsia refere-se a um distúrbio da atividade cerebral caracterizada pela

ocorrência periódica e espontânea de atividade elétrica altamente sincronizada, acompanhada

de manifestações comportamentais. A definição de epilepsia requer a ocorrência de no

mínimo uma crise epiléptica, definida como a ocorrência transitória de sinais e/ ou sintomas

devidos à atividade anormal e excessiva do cérebro (FISCHER et al., 2005).

As crises epilépticas são fenômenos clínicos transitórios, decorrentes da descarga

excessiva e sincronizada da rede neuronal. Essas crises podem surgir espontaneamente ou

serem desencadeadas por situações como: febre, distúrbio eletrolítico, intoxicação e alterações

vasculares. As manifestações clínicas apresentadas pelos pacientes dependem das regiões

envolvidas, podendo o paciente apresentar desde um simples sinal motor focal até crises

motoras generalizadas. Neste caso, o paciente perde a consciência e apresenta atividade

motora intensa acometendo toda a musculatura estriada (PEDLEY et al., 1997).

Em função de suas características fisiopatogênicas, as epilepsias acometem os

indivíduos independentemente de aspectos étnicos, climáticos ou regionais. No entanto, em

decorrência de sua alta incidência e prevalência, provocam grandes repercussões nos aspectos

sócio-econômicos (OSUNTOKUN et al., 1987; LI et al., 1985).

15

Os estudos da prevalência e da incidência das epilepsias encontrados na literatura

apresentam índices com grande variabilidade. Têm sido descritos valores para prevalência

entre 0,9 e 57 casos / 1.000 habitantes e para a incidência entre 26 e 190 casos / 100.000

habitantes, porém essas variações são resultantes de problemas metodológicos durante as

investigações. Os problemas metodológicos mais comuns são: utilização de diferentes critérios

diagnósticos, de classificação e diferentes métodos de seleção de casos e definições de

epilepsia (HAUSER; KURLAND, 1975; SANDER ; SHORVON, 1985; McNAMARA, 1994;

JALLON et al., 1997).

Apesar desses problemas, as informações obtidas nessas investigações indicam que as

epilepsias continuam sendo um problema de saúde pública maior nos países em

desenvolvimento. Os dados disponíveis indicam que a prevalência em países da África,

América Latina e Ásia chegam a ser 4 à 5 vezes maior que em países industrializados (O.M.S.,

1978). Essa constatação é altamente preocupante, uma vez que esses países enfrentam grandes

dificuldades econômicas, têm baixo investimento em áreas sociais aliadas a um alto grau de

sub-emprego e desemprego.

As altas taxas de incidência e prevalência das epilepsias nos países em

desenvolvimento afetam a economia à medida em que aumentam os custos econômicos diretos

da doença, provenientes dos gastos médicos (drogas e hospitalizações) e gastos não médicos

(cuidados residenciais e transporte para o hospital). Ao mesmo tempo, aumentam os custos

econômicos indiretos decorrentes da perda de produção econômica por desemprego, licença

médica ou morte prematura (ROBINSON, 1993). Como exemplo, na Argentina o custo médio

das drogas antiepilépticas (DAE) é 25% mais alto que nos Estados Unidos e 145% mais alto

que na Europa. Por outro lado, as novas DAE são 86% mais caras que nos Estados Unidos e

55% mais caras que na Europa (KOCHEN, 1996).

A alta incidência das epilepsias nos países em desenvolvimento são decorrentes da

deficiente assistência pré-natal e maternal, alto índice de prematuridade, desnutrição, traumas

durante o parto, convulsões febris da infância e de infecções, particularmente as decorrentes de

parasitismo (SANDER; SHORVON, 1985; FERNANDES et al., 1992). Um bom exemplo é

cisticercose encefálica; em diversas casuísticas, a frequência de epilepsia na neurocisticercose

varia de 22 a 98%, sendo freqüente tanto nos adultos quanto nas crianças, onde ocorre em

85,1% dos casos (ALARCÓN & OLIVARES, 1975; CANELAS, 1962; GARDNER et al.,

16

1984; MARENZA, 1982; MANREZA, 1990; TAKAYANAGUI & JARDIM, 1983;

YINGKUN et al., 1979).

Quando a crise é acompanhada de atividade motora, é denominada de crise convulsiva.

Essa atividade motora pode assumir formas tônicas, indicando contrações musculares

mantidas, ou clônicas, sob a forma de contrações musculares intermitentes. No entanto, o

paciente pode apresentar uma crise com perda da consciência sem sinais convulsivos

(PEDLEY et al., 1997).

A primeira proposta para a classificação das crises epilépticas foi anunciada em 1969,

por Henri Gastaut, baseada em critérios clínicos, eletrencefalográficos, substrato anatômico,

etiologia e idade de ocorrência das crises.

A introdução de técnicas novas, como a vídeo-eletrencefalografia e os registros

poligráficos exigiram, no entanto a revisão da classificação proposta por Gastaut. Diversas

reuniões internacionais foram realizadas com especialistas desde então, culminando em 1981,

com a publicação da Classificação Internacional das Crises Epilépticas (COMMISSION,

1981).

As crises epilépticas foram então classificadas em parciais e generalizadas. As crises

parciais, por sua vez, foram divididas em parciais simples e complexas. As crises parciais

simples têm caráter focal, iniciando-se em um sítio cortical com preservação da consciência.

As manifestações comportamentais das crises epilépticas são ditadas pelas funções

normalmente exercidas pelas regiões corticais nas quais a crise começou, isto é, uma crise com

origem no córtex motor se manifesta com atividade motora clônica da parte do corpo

controlada pela região cortical de origem da crise. Da mesma forma, uma crise com origem no

giro pós-central provoca o surgimento de sinais somestésicos na parte do corpo

correspondente à zona de recepção cortical sensorial. A crise parcial pode, no entanto,

generalizar-se secundariamente quando estiver acompanhada de perda da consciência e da

presença ou não de sinais convulsivos generalizados. As crises parciais complexas, por sua

vez, são caracterizadas pela presença de sinais focais de origem límbica e são geralmente

acompanhadas de alterações da consciência desde o início, com ou sem a presença de

automatismos (COMMISSION, 1981).

17

Nas crises generalizadas, ocorre o envolvimento das regiões corticais de ambos os

hemisférios desde o início da atividade epiléptica, sendo acompanhadas de perda da

consciência. Crise de ausência, crises mioclônica e tônico-clônica são exemplos de crises

generalizadas. Uma crise de ausência é caracterizada por uma interrupção da atividade,

acompanhada de olhar para o infinito com duração de 5 a 15 segundos, seguida do retorno à

atividade normal. A crise mioclônica consiste de breves abalos musculares, semelhantes a

choques, os quais podem ser confinados a uma extremidade ou generalizados. Uma crise

tônica consiste de contração muscular sustentada, enquanto que uma crise clônica consiste de

contrações musculares alternantes dos músculos flexores e extensores. O mais freqüente é

quando o paciente apresenta um período inicial de atividade tônica seguido por um período de

atividade clônica (COMMISSION, 1981).

As crises parciais complexas são mais freqüentemente observadas na clínica e

caracterizam-se pela presença de automatismos, principalmente orofaciais, acompanhados de

embotamento da consciência, e geralmente iniciam-se no lobo temporal (COMMISSION,

1981).

Como mencionado anteriormente, um mesmo paciente pode apresentar mais de um tipo

de crise epiléptica. Baseado nesse aspecto, bem como em outros fatores (etiologia e idade do

início das crises) e nos achados eletrográficos, foi criada uma nova classificação das

síndromes epilépticas (COMMISSION, 1989; FISCHER, 2005).

A forma mais comum da síndrome epiléptica é a epilepsia do lobo temporal, ocorrendo

em cerca de 40% de todos os casos de epilepsias (HAUSER & KURLAND, 1975). A epilepsia

do lobo temporal manifesta-se pela presença de crises parciais complexas, com ou sem

generalização subseqüente. O padrão histológico mais freqüente e observado em tecidos

ressecados de pacientes com epilepsia do lobo temporal é a chamada esclerose do Corno de

Amon, caracterizada por acentuada perda de neurônios piramidais do hipocampo

acompanhada de gliose (WOLF & WIESTLER, 1993; WOLF et al., 1994). Outro aspecto

importante da epilepsia do lobo temporal é a alta refratariedade ao tratamento, onde apenas

30% dos casos são controlados em monoterapia. Grande parte dos pacientes recebem mais de

uma medicação antiepiléptica, e mesmo assim a melhora ocorre em apenas 11% desses

pacientes (COMMISSION, 1981; ELWES et al., 1984; MATTSON et al., 1985; PEDLEY et

al., 1997). Na grande maioria dos pacientes, o lobo temporal está acometido por lesões

18

histologicamente demonstráveis. Vale a pena salientar que, nos casos em que não se obtém

uma melhora clínica através da medicação antiepiléptica, a ressecção cirúrgica pode ser uma

alternativa bastante eficaz (DODRIL et al., 1986).

1.2 Epilepsia e Qualidade de Vida

Qualidade de vida (QV) refere-se ao bem-estar geral e cotidiano das pessoas e podem

ser divididos em três componentes principais: saúde física, mental e social (DEVINSKY et

al.,1999). Questões sobre QV são extremamente relevantes nas desordens crônicas como a

epilepsia, onde problemas mentais e sociais estendem-se além dos sintomas usuais da doença

(CRAMER, 1994).

Tendo em vista a epilepsia em relação aos aspectos psicossociais, é preciso levar em

consideração áreas como: cuidados profissionais, família, escola, trabalho e também as

alterações emocionais e os distúrbios cognitivos (SOUZA et al., 2000).

Comparando-se estudos realizados com adultos, verificou-se que o impacto da epilepsia

na QV de crianças e adolescentes é dificultada pelas rápidas mudanças físicas, cognitivas e

emocionais que acontecem neste período (EISER,1993).

Apesar de existirem pesquisas recentes com o objetivo de desenvolver métodos para

obter informações sobre essas crianças, estudos nessa área normalmente dependem da

avaliação dos pais (AUSTIN, BOER, 1999).

O tipo de epilepsia e manifestações epilépticas influenciam diretamente a QV do

paciente (SOUZA et al., 2000). Pacientes apresentam pior QV quando suas crises não são

controladas, ou seja, crises do tipo sintomáticas e criptogênicas, isso quando comparado com

os pacientes que apresentam crises do tipo idiopáticas, que costumam ser facilmente

controladas e geralmente apresentam um bom prognóstico (SOUZA et al., 2000). Além do

mais, um estudo interessante demonstrou que crianças e adolescentes com epilepsia parecem

ter uma QV relativamente mais restrita do que as crianças com outras condições crônicas

(AUSTIN et al., 1994). Foi relatado que estas crianças parecem ter baixa-estima e maiores

problemas de sociabilidade (AUSTIN et al., 1994). Nesse sentido, sabemos que a incidência

19

das epilepsias é menor nas idades entre 20 e 60 anos e na maioria destes casos as crises são

bem controladas. Porém, durante este período de vida as pessoas enfrentam o peso das

restrições legais, como por exemplo, dirigir, conseguir emprego e também preconceito,

estigma e discriminação (JACOBY, 1998). Assim, muitos estudos mostram que um número

significativo de pessoas com epilepsia sentem-se estigmatizadas (TROSTLE, 1999).

Aproximadamente, 1/3 das pessoas com epilepsia que se casaram depois do início das crises,

não contaram para seus cônjuges sobre sua condição e o outro 1/3 utilizou eufemismos como

"desmaios", "ataques", etc. Mais da metade das pessoas com epilepsia nunca relataram aos

seus superiores sobre a sua condição e 18% dos que contaram tiveram incidentes que

prejudicaram suas carreiras (JACOBY, 1994).

Durante muito tempo (e até recentemente), a epilepsia era tida como incomum e sem

importância para as pessoas idosas (TALLIS, 1990). Dessa maneira, essa fatia da população

foi excluída de estudos realizados com tratamentos específicos (JACOBY, 1998). Seguindo

essa linha de raciocínio, em indivíduos idosos, a incerteza da sua condição e a

imprevisibilidade de seu curso pode ser acompanhada por uma perda da independência. Eles

podem enfrentar a perda de alguns papéis e da habilidade de dirigir, o que pode levar a um

isolamento social (WALLACE et al., 1997).

Pelo o que está sendo observado, o tratamento da epilepsia por razões óbvias continua

sendo de extrema importância, e tanto pode envolver tratamento com DAE ou cirurgia.

Entretanto, não só as crises precisam ser tratadas, a pessoa precisa ser olhada pelo médico sob

um ângulo psicológico e social e um tratamento amplo parece ser o melhor caminho para este

novo século (BAKER, PFÃFFLIN, 2000). Quanto à terapêutica cirúrgica, observa-se que

25% dos pacientes adultos que são submetidos à cirurgia para epilepsia apresentam um

quadro depressivo, principalmente na lobectomia temporal anterior (SARVAD et. al, 1998).

Uma das hipóteses para a piora ou o aparecimento dos transtornos depressivos após o controle

das crises é a “normatização forçada”, entendida como os efeitos da mudança da atividade

excitatória para a inibitória, que se desenvolve gradualmente em reação à atividade

epileptiforme (BLUMER, 2000), assunto ainda polêmico e controverso que necessita de

elucidação.

20

Todas as doenças crônicas têm um impacto na QV, porém, o impacto da epilepsia

parece ser maior, particularmente por causa da imprevisibilidade das crises e do estigma

associado (HAUSER, W. A., HESSDORFER, D.C., 1990). Além do mais, o impacto da

cirurgia na QV, objetiva a remissão completa de crises que é obviamente o resultado desejado

após a cirurgia de epilepsia, e foi demonstrado de fato que ela melhora o bem-estar do

paciente mais do que outras modalidades terapêuticas. As medidas de avaliação focalizavam,

até recentemente, a ausência de crises. Porém, é imperativo que a avaliação da cirurgia inclua

os efeitos sobre o bem-estar e o funcionamento psicossocial dos pacientes (MALMGREN,

2000). Esses fatos são pertinentes, pois a epilepsia pode resultar em aposentadoria precoce,

desemprego e limitações sociais conforme aponta WOLF (2000). Pessoas com epilepsia

necessitam de um acesso fácil para o diagnóstico, tratamento e orientação. Elas precisam de

ajuda adicional para superar as conseqüências negativas da sua condição (BAKER et al.,

1999).

1.3 Epilepsia e Atividade Física

Atividade física é qualquer forma de atividade muscular e resulta no gasto de energia

proporcional ao trabalho muscular e está relacionado ao condicionamento físico. Estudos

recentes sugerem que a prática regular de exercícios é requisito essencial para se adotar um

estilo de vida saudável (POWERS & HOWLEY, 2000). O exercício físico é aceito como

hábito importante em contribuir para a saúde em geral, mudanças positivas no estilo de vida

(MORGAN, 1994), melhora do humor, QV (FOLKINS & SIME, 1981) e redução da

ansiedade e depressão (MARTINSEN et al., 1985). Portanto, efeitos positivos tanto

fisiológicos quanto psicológicos observados após um programa de treinamento físico são

vastamente documentados na literatura médica.

Apesar do efeito favorável da atividade física sobre a saúde ser inquestionável, o

programa de exercício físico para pessoas com epilepsia ainda é um assunto controverso

(BENNETT, 1981). Uma atitude “superprotetora” em relação aos pacientes com epilepsia

normalmente evita sua participação em atividades esportivas. Esta relutância dos pacientes

com epilepsia e de seus familiares é devida, em parte, ao medo de que o exercício possa

causar crises (WILLIAMS et al., 1991) como também a ocorrência de lesões durante o

exercício (BJORHOLT et al., 1990). Portanto, a principal preocupação dos pacientes com

21

epilepsia em relação ao exercício físico tem sido a possibilidade deste atuar como fator

indutor de crises ou aumentar a frequência das mesmas após iniciado um programa de

treinamento físico. As crises podem ocorrer durante o exercício, porém, freqüência deste

evento é pequena (KORCZYN, 1979; OGUNYEMI et al., 1988; NAKKEN et al., 1990;

ROTH et al., 1994). Sendo assim, pessoas com epilepsia podem ter os mesmos benefícios de

um programa de treinamento físico que qualquer outra pessoa: aumento da capacidade aeróbia

máxima, aumento da capacidade de trabalho, frequência cardíaca reduzida para um mesmo

nível de esforço, redução de peso com redução de gordura corporal e aumento da auto-estima

(NAKKEN et al., 1990).

As principais organizações médicas como a Academia Americana de Pediatria e a

Associação Médica Americana, têm mudado seus conceitos em relação à participação de

esportes de uma forma muito mais liberal (AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS

COMMITTEE ON CHILDREN WITH HANDICAPS AND COMMITTEE ON SPORTS

MEDICINE, 1983; AMERICAN MEDICAN ASSOCIATION COMMITTEE ON THE

MEDICAL ASPECTS OF SPORTS, 1974). Nesse sentido, alguns estudos têm sugerido que

o exercício aumenta o limiar de crises e confere um efeito protetor em pacientes epilépticos.

Muitos experimentos mostram que o exercício físico reduz a atividade epiléptica no

Eletroencefalograma (EEG) e reduz o número de crises em muitos pacientes durante a

atividade física, mas retornam em repouso (GOTZE et al., 1967; KUIJER, 1980). Tem sido

também observado que estas pessoas estão propensas a apresentarem menos crises quando

estão ativamente ocupadas e que poucas crises ocorrem durante a atividade mental e física,

quando comparadas com períodos de repouso. Durante o exercício físico, um fator não

quantificável poderia também reduzir a frequência ou a indução de crises: o limiar de

vigilância. Alerta e vigilância são fatores que podem prevenir crises. Toda atividade física

necessita de uma certa quantidade de alerta. Este fator tem sido justificado como possível

contribuinte em evitar crises durante o exercício (KUIJER, 1980). De fato, Lennox (1941)

sabiamente relata: “a atividade física e mental parecem ser antagonista das crises. A epilepsia

prefere atacar quando o paciente está desprevenido, em repouso ou dormindo”.

O exercício físico pode reduzir a ansiedade e outras reações de estresse simplesmente

por distração, porém, existem também evidências que atribuem a redução do estresse e

ansiedade ao metabolismo das monoaminas e/ou liberação de endorfinas (MORGAN, 1985).

A associação entre exercício e sensação de bem-estar tem sido freqüentemente atribuída a

22

aumentos de β-endorfinas no SNC. O aumento das endorfinas pelo exercício físico tem sido

também sugerido em atuar como um anticonvulsivante (ALBRECHT, 1986).

Por outro lado, alguns fatores são presumidos como influenciadores ou causadores de

crises durante atividades esportivas ou exercícios físicos, apesar desta relação ser meramente

especulativa. Parece que estes fatores ocorrem como resultado de um desequilíbrio dos

parâmetros fisiológicos. Alguns dos fatores são: estresse (TEMKIN & DAVIS, 1984;

MCLAURIN, 1973; CORDOVA et al., 1993), fadiga (LAIDLAW & RICHENS, 1982;

O’DONOHOE, 1985), hipóxia (BOUCHARLAT et al., 1973; MACLAURIN, 1973),

hiperhidratação (GATES & SPIEGEL, 1993; BENNETT & WAGNER, 1983; NOAKES et

al., 1984; LAIDLAW & RICHENS, 1982), hipertermia (MILLINGTON, 1985; VAN

WILLIGEN, 1988), hipoglicemia (FRENCH, 1983), hiperventilação (ESQUIVEL et al.,

1991).

Seguindo essa linha bioquímica de raciocínio, vários aspectos devem ser considerados

em relação à participação de indivíduos com epilepsia em atividades esportivas ou exercícios

físicos. O metabolismo da glicose no cérebro começa com a glicólise (quebra da glicose em

piruvato), que por sua vez, entra no ciclo de Krebs. Na hipoglicemia, a qual pode ocorrer

como resultado do jejum pré-exercício, a reação glicolítica diminui e o resultado final é uma

diminuição da quantidade de piruvato entrando no ciclo de Krebs. Glicose insuficiente produz

alterações no metabolismo oxidativo, que são capazes de manter a atividade metabólica a um

nível reduzido por um breve período de tempo. O cérebro hipóxico ou hipoglicêmico, não

produz energia suficiente para manter a função neuronal estável e a instabilidade resultante

poderia desencadear crises (McLAURIN, 1974).

Com relação a hiperventilação, é classicamente sabido que tal fenômeno é comumente

usada para provocar anormalidades no EEG. A hiperventilação produz uma lentidão do EEG

em muitos pacientes e é conhecido como precipitante de crises de ausência (descargas

bilaterais sincrônicas, em forma de ponta-onda, na frequência de 3 Hz). Esta técnica é

freqüentemente usada para confirmar o diagnóstico das crises de ausência e para verificar o

controle de crises em pacientes que recebem DAE (WIRREL et al., 1996). A resposta

eletroencefalográfica à hiperventilação consiste de um aumento na voltagem e uma

23

diminuição na frequência; fato mais observado entre crianças e adolescentes e menos entre

adultos (GIBBS et al., 1943).

Embora a epileptogênese seja pouco conhecida, uma redução da inibição da atividade

elétrica pode ser um dos mecanismos básicos deste processo. O ácido gama aminobutírico

(GABA), tem sido considerado inibidor da atividade elétrica do sistema nervoso. Ele funciona

como um neurotransmissor inibitório em várias vias do sistema nervoso central. A

concentração de GABA no cérebro é enzimaticamente controlada. O pH ótimo para as

funções enzimáticas da descarboxilase e transaminase (enzimas envolvidas no metabolismo

do GABA) é afetado pela acidose e alcalose, sendo que, a acidose aumenta a concentração de

GABA e a alcalose diminui sua concentração (GOTZE et al. 1967). Considerando que o

exercício possa aumentar o nível de acidose e aumentar a concentração de GABA, alguns

pesquisadores (GOTZE et al., 1967; NAKKEN et al., 1990) sugerem este fenômeno como um

efeito inibitório sobre as descargas epilépticas.

Uma pesquisa realizada no Brasil em 2003 avaliou o grau de participação em atividades

físicas de uma amostra de pacientes com epilepsia. A atividade física era praticada por 51%

dos pacientes, ainda que não como hábito regular por todos eles. Desses, 15% faziam

exercícios três vezes por semana, por pelo menos 20 minutos. Entre as 15 pessoas

consideradas ativas, cinco com crises freqüentes, apenas duas relataram a ocorrência delas

durante as atividades. Apesar de acreditarem que os exercícios sejam benéficos para o

tratamento, 45% apontam medo de ter crises epiléticas durante a ginástica e de se sentirem

embaraçadas com a reação de outras pessoas, isto foi um dos principais obstáculos para a

prática de esportes (ARIDA et. al., 2003). Paralelamente, estudos experimentais também

apontam para um efeito benéfico da prática de atividade física em animais com epilepsia. O

grupo de Arida e seus colaboradores mostraram uma redução da frequência de crises

epilépticas em diversos modelos de epilepsia. Além disso, esses autores demonstraram que o

exercício físico não é um fator indutor de crises epilépticas no modelo de epilepsia induzido

pela pilocarpina (ARIDA et al., 1998; ARIDA et al., 1999; ARIDA et al., 2003; ARIDA et al.,

2004).

Mesmo sabendo dos efeitos positivos que o exercício físico traz à população em geral,

alguns médicos ainda receiam recomendá-lo às pessoas com epilepsia. Os pacientes com

epilepsia são desencorajados por familiares e amigos que acreditam que a atividade física

possa induzir crises epilépticas. Assim, percebe-se que uma visão histórica da epilepsia

24

conduz diversas formas de exclusão e controle social dos pacientes com esse distúrbio

(SARMENTO & MINAYO, 2000). Nakken (1990) sugere que esses indivíduos,

especialmente os refratários ao tratamento farmacológico, apresentam uma vida sedentária e

de baixa aptidão física, levando a um quadro inicial de angústia que pode acarretar

conseqüências mais dramáticas, tais como depressão, ansiedade e isolamento social.

1.4 Epilepsia e os Aspectos Nutricionais

Nutrição é a combinação dos processos pelos quais os organismos vivos recebem e

utilizam os materiais (alimentos) necessários para a manutenção de suas funções e para o

crescimento e renovação de seus componentes (TURNER, 1970).

Para que se tenha uma alimentação equilibrada, existem alguns fatores envolvidos,

como: econômicos, psicológicos, sociais e culturais que afetam a seleção e a ingestão de

alimentos; as necessidades quantitativas e qualitativas nas diferentes idades, níveis de

desenvolvimento para atingir as alterações fisiológicas e as necessidades das atividades; o

metabolismo dos alimentos e o valor nutritivo (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 1998).

Tem sido investigado no decorrer dos anos qual a influência que os alimentos podem ter

sobre a epilepsia. Esses fatos incluem restrições dietéticas, as quais são fatores adjuntos a

outros tipos de tratamentos (AVICENNA, 1991; STAFSTROM, 2004).

A dieta cetogênica (DC) surgiu em 1921 imitando os efeitos dos antiepilépticos, sendo a

melhor dieta para pacientes com epilepsia catastrófica. A dieta consiste em grande quantidade

de gordura, quantidade adequada de proteína e baixa quantidade de carboidrato

(STAFSTROM, 2004). Em pesquisas realizadas nos Estados Unidos com pacientes tratados

com DC, estes apresentaram uma redução de 50% na freqüência das crises (MAYDELL;

WYLLIE; AKHTAR, et al., 2001). Além disso, tal procedimento torna-se eficaz para todas as

idades, principalmente para crianças (VINING; FREEMAN, et al, 1998; SIRVEN;

WHEDON, et al., 1999; NORDLI; KURODA, et. al, 2001).

O cientista iraniano Avicenna em 1991, segundo pesquisas, observou que a 1000 anos

atrás era recomendado que os pacientes com epilepsia evitassem o excesso de comida e a

25

ingestão de determinados alimentos: a carne de vaca, de carneiro, peixe, cebola, alho, aipo,

couve-flor e cenoura, porém eram apenas recomendações. Por outro lado, estudos mais

recentes relatam efeitos prejudiciais dos alimentos sobre as epilepsias, sugerindo, por

exemplo, a ocorrência de crises generalizadas após o consumo de uma grande quantidade de

determinada noz “gingko nuts” (MIWA, et al, 2001) e a indução de crises por glutamato

monossódico (BHAGAVAN, COURSIN, STEWART, 1971).

Asadi-Pooya e Ghaffari em (2004) verificaram se os pais de pacientes com epilepsia

tinham conhecimento de alguma restrição quanto ao cuidado de seus filhos, incluindo a

restrição dietética. Porém, os dados coletados forneceram informações diferentes e muitas

vezes não confiáveis, pois foram baseados nas experiências e crenças dos pais podendo ser

considerados superstição, folclore, coincidências ou conhecimentos populares. Posteriormente,

o mesmo grupo de pesquisa avaliou o conhecimento dos profissionais da saúde sobre a

possibilidade de restrição dietética específica para os pacientes com epilepsia. Da mesma

forma que no estudo anterior, os dados coletados não foram confiáveis, pois estavam baseados

na experiência profissional destes cuidadores (ASADI-POOYA, HOSSEIN-ZADE, 2005).

Embora essas informações sejam importantes para os profissionais e pais dos pacientes com

epilepsia, ainda não existe nada conclusivo a esse respeito.

1.5 Aspecto cirúrgico

1.5.1 Estimulação vagal

A estimulação vagal é um tratamento novo, menos invasivo que outras cirurgias e afeta

diretamente a função do sistema nervoso central (GEORGE, et al, 2000). Foi introduzido em

1988, sendo proposto para pacientes com epilepsia parcial refratária. A técnica de ENV é

desenvolvida pelo sistema Neuro Cybernetic Prosthesis (NCP), que consiste de um gerador de

pulso implantável e um fio de estimulação com eletrodo único que, juntos, liberam uma

seqüência de pulsos pré-programados para o nervo vago esquerdo 24 horas/dia. A

programação do NCP é feita com um dispositivo de mão e um software, junto com o

computador (laptop) de modo não invasivo, através da comunicação telemétrica com o

26

gerador de pulso simplesmente colocando o programador de mão sobre o gerador, como

apresentado na figura 1 e 2 (DE MELO, 1998; BINNIE, 2000; DIETER, 2001).

Figura 1: Uso do programador de mão para ajustar parâmetros do eletroestimulador (SCHACHTER,

2002).

Figura 2: Eletroestimulador vagal

Além de o médico utilizar um laptop para programar o dispositivo e produzir ciclos

contínuos (ENV) para o paciente, este também recebe um NCP onde poderá interromper ou

reduzir a severidade das crises (JOHN et al., 2001; DIETER, 2001).

O NCP é similar ao marcapasso cardíaco. O gerador de pulso do sistema é implantado

subcutâneamente, abaixo da clavícula, e em ambos os casos, o gerador subcutâneo emite sinais

elétricos através da implantação subcutânea de eletrodos ligados ao órgão alvo (JOHN et al.,

2001; DIETER, 2001).

A ENV em humanos é segura e efetiva. Depende primeiramente da corrente produzida,

frequência, duração do pulso e período de tempo ON/OFF (HECK, et al., 2002). A ENV tem

dois eletrodos bipolares envoltos na porção cervical do nervo vago esquerdo (Figura 3). A

implantação cirúrgica normalmente tem duração de uma hora e a anestesia geral é utilizada

para este procedimento (DIETER, 2001).

27

Figura 3: Figura esquemática do eletroestimulador e condução bipolar de estímulos para o Sistema Nervoso

(SCHACHTER, 2002).

As porções superiores do nervo vago, são fixadas por múltiplas pequenas raízes até

medula. O nervo vago sai da cabeça pelo forame jugular. No pescoço localiza-se entre a artéria

carótida e a veia jugular, como apresentado na figura 4 (JOHN et al., 2001; DIETER, 2001;

HENRY, 2002).

Figura 4: Nervo Vago e eletroestimulador vagal. Implantação de fios elétricos em contato com o nervo vago

esquerdo é limitado na região cervical médio-inferior, como mostra a figura. O nervo frênico pode estar erroneamente no lugar do nervo vago esquerdo devida a uma complicação raramente relatada. Lt.= esquerdo; n.=

nervo; CCA= artéria carótida comum; CA= artéria carótida; Ext.= externo (HENRY, 2002).

28

O nervo vago foi considerado um nervo parassimpático eferente, que controlava e

regulava as funções autonômicas do coração e estômago, entretanto, o nervo vago

(considerado o X par de nervo cranial) é atualmente um nervo composto por 80% de fibras

sensoriais aferentes que conduzem informações ao cérebro, provenientes da região do pescoço,

tórax e abdômen (ver figura 4). Este nervo é composto de três principais tipos de fibras: A, B e

C (ZABARA, 1992; WOODBURY, 1990; WOODBURY, 1991; CHASE, 1967; KRAHL,

2001), sendo a maior parte destas aferentes do tipo C, desmielinizadas, e por essa razão

promovem uma condução mais lenta (HECK et al., 2002).

A partir destas informações, alguns estudos tem sido realizados com o intuito de avaliar

a efetividade da ENV. Nesse sentido, Amar e seus colegas (1998) avaliaram 17 pacientes

submetidos a ENV durante um período de 15 meses, mostrando que este é um método seguro,

aplicável e bastante eficaz para a redução de crises epilépticas. Um ano após, esses dados

foram confirmados por um grupo belga (BOON et al., 1999). Estudos mais recentes

demonstraram que a freqüência de crises epilépticas em pacientes implantados com ENV

reduziu substancialmente (DIETER, 2001). Além disso, com a implantação do imã, os

pacientes são capazes de controlar as crises; sendo todos estes, fatores contribuintes para a

utilidade clínica do ENV. Por outro lado, alguns efeitos colaterais deste evento devem ser

destacados, tais como: tosse, rouquidão, sensação de formigamento na garganta e dispnéia ao

caminhar (NAKKEN et. al., 2001; TECOMA; IRAGUI, 2005). Paralelamente, Olejniczak e

colaboradores (2001) concluíram que o ENV afetou a atividade interictal de um paciente com

epilepsia do lobo temporal esquerdo, o qual foi monitorado através da implantação de

eletrodos profundos. Os pesquisadores verificaram uma redução nas espículas hipocampais

esquerda quando associadas com 30 HZ de estimulação ENV. Por outro lado, quando a

estimulação se deu com 5 HZ de estimulação, foi verificado um aumento da atividade na

mesma região encefálica referida acima.

29

2 JUSTIFICATIVA E OBJETIVO

A partir das informações citadas em nossa introdução, podemos inferir que a técnica da

ENV tem se mostrado bastante eficaz no controle de crises em pacientes com epilepsia e

refratários ao tratamento farmacológico. Dessa maneira, achamos pertinente avaliarmos em

nosso estudo a qualidade de vida, a prática de atividade física e os aspectos nutricionais desses

indivíduos, antes e após o tratamento cirúrgico através da técnica de ENV. Salientamos que tal

avaliação foi realizada a partir da aplicação de questionários específicos aos pacientes. Além

disso, é importante frisarmos também que os pacientes em nosso estudo foram submetidos ao

tratamento cirúrgico através da técnica ENV pelo grupo de Neurologia e Neurocirurgia do

Hospital Brigadeiro de São Paulo, único centro da América Latina que realiza tal

procedimento. Sendo assim, nossa amostra de pacientes é, de certa forma, exclusiva e os

resultados obtidos poderão apontar os efeitos positivos ou negativos desse procedimento

cirúrgico em países emergentes.

30

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Foram avaliadas 08 pacientes, de ambos os sexos, com epilepsia de difícil controle

submetidos ao tratamento através da ENV. Este estudo foi desenvolvido no setor de

Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Brigadeiro, São Paulo, Brasil. Salientamos que o

número de 08 pacientes para esse tipo de procedimento cirúrgico (ENV) é bastante

satisfatório, uma vez que o mesmo não é de prática comum nos centros de epilepsia da

América Latina. A média de idade dos pacientes no período do procedimento cirúrgico foi de

21 anos (09 à 31 anos) sendo destes, quatro mulheres e quatro homens.

Os pacientes foram orientados quanto ao propósito do estudo e aos possíveis

benefícios da pesquisa. Foi explicado minuciosamente que a participação no referido estudo

era inteiramente voluntária e que a eventual recusa em participar não implicaria em qualquer

penalidade e/ou constrangimento. Além disso, foi permitido que o paciente se retirasse do

estudo em qualquer tempo, à sua escolha.

A pesquisa consistiu em um termo de consentimento livre e esclarecido (anexo 1),

assinado pelo paciente ou responsável, após esclarecimento sobre os dados que se referiam à

mesma.

A Avaliação foi feita através de questionários específicos. O questionário sobre

qualidade de vida (anexo 2) é composto por 36 questões, o questionário sobre atividade física

(anexo 3) também por 36 questões e o questionário sobre aspectos nutricionais (anexo 4) por

22 questões. Todos são compostos por identificação do paciente, aspectos gerais e específicos

relacionados à qualidade de vida, prática da atividade física e aspectos nutricionais de

pacientes com epilepsia. Os questionários foram aplicados após a cirurgia e todas as perguntas

foram feitas em relação aos períodos pré e pós-operatório.

O questionário que avalia a qualidade de vida, foi previamente utilizado por outros

grupos de pesquisa (ERGENE et al., 2001). Salientamos que é um questionário validado,

genérico, nomeado SF-36, com notas de 8 domínios, especificamente: 1. capacidade

funcional; 2. limitação por aspectos físicos; 3. dor; 4. estado geral de saúde; 5. vitalidade; 6.

aspectos sociais; 7. aspectos emocionais; 8. saúde mental; que variam de 0 (zero) a 100 (cem),

31

onde 0 é considerado pior e 100 considerado melhor para cada domínio. Isso é chamado de

RAW SCALE, porque o valor final não apresenta nenhuma unidade de medida. Para a

obtenção desses valores é aplicada uma fórmula estatística sobre os valores da tabela 1:

valor obtido nas questões correspondentes – Limite inferior X 100.

Variação (score range)

Tabela 1: Tabela de oito domínios do questionário SF-36

Domínio Pontuação da(s) questão(ões)

correspondentes

Limite

Inferior

Variação (Score

Range)

Capacidade Funcional 03 10 20

Limitação por aspectos

físicos

04 04 04

Dor 07+08 02 10

Estado Geral da Saúde 01+11 05 20

Vitalidade 09 (somente os itens a,e,g,i) 04 20

Aspectos Sociais 06+10 02 08

Limitação por aspectos

emocionais

05 03 03

Saúde Mental 09 (somente os itens b,c,d,f,h) 05 25

Os questionários de atividade física e aspectos nutricionais, não são validados, porém,

foram utilizados em estudos prévios do nosso e de outros grupos de pesquisa, mostrando-se

eficaz para nossa proposta de avaliação.

A pesquisa foi realizada individualmente com o paciente, por um profissional

qualificado e habilitado, evitando dessa forma, qualquer interpretação equivocada dos dados.

3.1 Análise dos Dados

Foi realizada uma correlação das respostas nos períodos pré e pós-cirurgia de cada

paciente para comparação e análise dos dados. Os dados coletados foram avaliados

qualitativamente, sendo representados através de gráficos e tabelas com porcentagens.

32

4 RESULTADOS

Nesse estudo avaliamos a qualidade de vida, os hábitos de atividade física e aspectos

nutricionais de pacientes com epilepsia de difícil controle e que foram submetidos ao

tratamento cirúrgico pela ENV. A média de idade dos pacientes na realização da cirurgia foi

de 21 anos (09 a 31 anos), de ambos os sexos (04 mulheres e 04 homens). As comparações

entre os sujeitos são mostradas nas tabelas e gráficos a seguir.

Tabela 2: Pontuação dos oito domínios de pacientes com epilepsia.

Domínio Paciente Nº1

Paciente nº2

Paciente nº3

Paciente nº4

Paciente nº5

Paciente nº6

Paciente nº7

Paciente nº8

Capacidade Funcional

45

25

65

70

75

65

20

95

Limitação aspectos físicos

100

0

50

25

0

75

25

100

Dor

40 / 40

22 / 0

11 / 30

22 / 20

11 / 10

11 / 20

Não respondeu

40 / 40

Estado geral da saúde

0 / 75

8 / 45

20 / 30

8 / 25

15 / 35

8 / 60

8 / 20

8 / 40

Vitalidade

100

15

35

85

65

75

60

60

Aspectos sociais

38 / 3

0 / 43

0 / 0

38 / 25

13 / 38

0 / 25

38 / 38

13 / 38

Limitação aspectos

emocionais

100

0

0

67

0

32

100

32

Saúde mental

92

44

20

72

8

56

88

48

A média obtida em relação à capacidade funcional foi de 57; limitação por aspectos

físicos 47; dor 20; estado geral da saúde 25; vitalidade 62; aspectos sociais 22; limitação por

aspectos emocionais 41 e saúde mental foi de 53 (Tabela 2). Além disso, quando avaliamos os

tipos de crises dos pacientes submetidos ao nosso estudo, verificamos que 50% destes

apresentavam crises do tipo generalizada, 37% do tipo parcial complexa e 13% do tipo parcial

complexa com generalização secundária (Gráfico1).

33

Gráfico 1: Tipos de crises dos pacientes com epilepsia.

A aplicação dos questionários relacionados à prática de atividade física mostrou-nos que

antes da cirurgia, 75% dos pacientes relataram que dormiam mais de dez horas por noite,

devido provavelmente à excessiva quantidade de medicamentos utilizados. Após o

procedimento cirúrgico, 62% dos pacientes relataram o mesmo padrão de comportamento.

Outras atividades como assistir TV, ouvir música, ler e realizar afazeres domésticos não

apresentaram diferenças quando comparados os períodos pré e pós-cirurgia (Tabela 3). Um

fato interessante é que 50% dos pacientes relataram não saírem de casa antes da cirurgia, e

após o evento cirúrgico, 50% destes caminhavam a pé pelas ruas e saíam para conversar com

amigos. Somente 13% dos pacientes relataram participar de grupos sociais (associação de

bairro) antes da cirurgia, e após o procedimento cirúrgico, todos deixaram de participar. Com

relação à prática de atividade física, 25% dos pacientes avaliados relataram que esta era

orientada por um educador físico e 25% disseram que a prática de exercício físico não era

orientada por educador físico, tanto no período pré quanto no pós-cirúrgico. Quando

questionados sobre o tempo que praticavam atividade física, antes da cirurgia 25% dos

pacientes relataram praticar por um período de 06 meses e 25% a mais de 2 anos. A tabela 3

detalha com maior precisão todos esses dados.

34

Tabela 3: Aspectos Gerais relacionados à atividade física.

Antes da Cirurgia

(AC)%

Depois da Cirurgia

(DC)%

Quantas horas você costuma dormir ?

- 08 hs

08 hs

09 hs

10 hs

+ 10 hs

-

25%

-

-

75%

-

-

25%

13%

62%

O que você costuma fazer quando está em casa? tv

ler

videogame

música

nada

brincar

estudar

afaz. Domésticos

63%

13%

13%

25%

13%

38%

13%

-

63%

13%

13%

38%

13%

38%

0% -

O que você costuma fazer quando sai de casa ? cinema

shopping

bicicleta

conversar com amigos

passear de carro

passear a pé

parque / praça

não sai

-

13%

-

13%

25%

13%

25%

50%

-

25%

-

50%

25%

50%

25%

-

Participa de algum grupo social ?

sim

não

13%

87%

-

100%

Grupo social ou clube

clubes esportivos

associações de bairro

instituições religiosas

não responderam

-

13%

-

87%

-

-

-

100%

35

Que atividade pratica ?

bicicleta

futebol

caminhada

ginástica

brincar

não praticam

-

13%

25%

13%

13%

50%

13%

13%

13%

13%

-

75%

A atividade esportiva é orientada por um educador físico ?

Sim

Não

25%

25%

25%

25%

Quanto tempo pratica atividade física?

-1 mês

+ 2 meses

6 meses

1 ano

2 ano

+ 2 ano

-

-

25%

-

-

25%

-

13%

13%

-

-

-

Onde você pratica atividade física ?

clube

casa

academia

rua

escola

parque

13%

13%

-

25%

25%

13%

13%

13%

13%

13%

13%

13%

Quantas vezes por semana você pratica atividade física ?

1 x

2 x

3 x

4 x

5 x

6 x

-

13%

25%

-

-

13%

-

13%

-

13%

-

13%

Quantas horas por dia você pratica atividade física ?

1 h

2 hs

3 hs

4 hs

38%

-

-

13%

25%

-

-

13%

36

Por que parou de praticá-la?

Problema de saúde

Falta de vontade

Falta de tempo

Dificuldades financeiras

Cirurgia

Não parou

Outros

-

-

38%

13%

-

25%

-

-

13%

-

-

-

25%

13%

Seguindo essa linha de pesquisa, os aspectos específicos da atividade física também

foram abordados. Com relação ao tempo que o paciente dispõe para praticar atividade física,

todos os pacientes relataram disponibilidade tanto no pré quanto no período pós-cirúrgico.

Quanto à sensação de fadiga, 13% dos pacientes sentiam-se exaustos para praticarem atividade

física no período pré-cirúrgico. Por outro lado, após a cirurgia, este número aumentou, pois

38% dos pacientes não realizavam atividade física, alegando sentir-se cansados. A tabela 4

detalha esses valores.

Tabela 4: Aspectos Específicos relacionados à atividade física.

Antes da Cirurgia (AC)%

Depois da Cirurgia (DC)%

Tem tempo de praticar? Sim

Não

100%

0%

100%

0%

Sente muito cansaço após o exercício físico?

Sim

Não

13%

38%

38%

25%

Por qual motivo faz exercício?

Tem tempo

Para perder peso

Ter disposição

gostar

25%

13%

25%

13%

13%

13%

25%

25%

Paralelamente, 75% dos pacientes não gostam de praticar exercícios físicos

regularmente (Gráfico 2).

37

Gráfico 2: Gostar ou não de exercício físico pré -cirúrgico

Gráfico 3: Gostar ou não de exercício físico pós-cirúrgico

Os gráficos 3 e 4 apresentam diferenças entre o período pré e pós-cirúrgico em relação

ao medo dos pacientes parecerem pouco atraentes. No período pré-cirúrgico 62% dos

pacientes responderam que não, 25% tinham receio com relação à aparência e 13% não sabiam

opinar. No período pós-cirúrgico 50% dos indivíduos não tinham receio da aparência, 37%

deles se preocupavam com esse tema em questão e apenas 13% não opinaram.

Gráfico 4: Medo de parecer pouco atraente pré-cirúrgico.

Gráfico 5: Medo de parecer pouco atraente pós-cirúrgico.

Outro aspecto abordado relaciona diretamente à epilepsia e exercício físico antes e

após o procedimento cirúrgico (Tabela 5).

38

Tabela 5: Aspectos relacionados à epilepsia

Antes da Cirurgia

(AC)%

Depois da Cirurgia

(DC)%

Tem medo que o exercício possa causar crise?

Sim

Não

25%

75%

25%

75%

Já teve crise durante a atividade física?

Sim

Não

Não responderam

75%

13%

12%

63%

25%

12%

Machucou-se fazendo exercícios físicos?

Sim

Não

Não responderam

38%

38%

24%

25%

50%

25%

Tem medo de se envergonhar se tiver crise durante o exercício?

Sim

Não

Não responderam

38%

38%

24%

25%

50%

25%

Foi aconselhado pelo médico a não praticar exercício?

Sim

Não

-

100%

-

100%

Foi aconselhado por familiares a não praticar exercício físico?

Sim

Não

25%

75%

25%

75%

Conhece pessoas que tiveram crises durante o exercício?

Sim

Não

25%

75%

25%

75%

Um dado importante verificado pelo nosso grupo de pesquisa está relacionado com a

freqüência de crises epilépticas antes e após o procedimento cirúrgico (gráfico 5 e 6).

Resumidamente, 75% dos pacientes referiram ter crises muito freqüentes antes da cirurgia

contra 62% no período pós-cirurgico.

39

Gráfico 6: Freqüência de crises no pré-cirúrgico.

Gráfico 7: Freqüência de crises no pós- cirúrgico.

Em relação aos aspectos nutricionais, quando questionados se relacionavam crises

epilépticas com o tipo de ingesta alimentar, 10% dos pacientes relataram que sim e 90% dos

pacientes disseram não relacionar. Salientamos que esses dados foram extraídos tanto no pré

quanto no período pós-cirúrgico (gráfico 7).

Gráfico 8: Alimentos X Crises Epilépticas no pré-cirúrgico

Gráfico 9: Alimentos X Crises Epilépticas no pós-cirúrgico

Com relação ao tipo de dieta, antes da cirurgia 10% dos pacientes relataram ter dieta rica

em proteína e 90% deles relataram ter dieta balanceada. Já no período pós-cirúrgico, 20% dos

pacientes relataram ter uma dieta rica em proteína, contra 80% com dieta balanceada (gráfico

8 e 9).

40

Gráfico 10: Tipo de dieta no pré-cirúrgico.

Gráfico 11: Tipo de dieta no pós-cirúrgico.

Quanto ao tipo de tratamento farmacológico, no período pré-cirúrgico 84% dos pacientes

faziam uso da politerapia (uso de dois ou mais medicamentos antiepilépticos

concomitantemente) e 16% monoterapia (uso de apenas um medicamento antiepiléptico). Já

no período pós-cirúrgico, somente 25% faziam uso da politerapia, enquanto 62% passaram a

monoterapia e surpreendentemente, 13% não faziam mais uso de medicamentos (Gráfico 10 e

11).

Gráfico 12: Tipo de tratamento no pré-cirúrgico Gráfico 13: Tipo de tratamento no pós-cirúrgico

41

5 DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

A estimulação vagal (ENV) é um tratamento relativamente novo e que foi proposto para

pacientes com epilepsia parcial refratária (GEORGE, et al, 2000). Dessa maneira, para

avaliarmos a QV, prática de AF e os aspectos nutricionais de pacientes submetidos a ENV,

aplicamos questionários específicos com o intuito de compararmos os períodos pré e pós ENV

destes indivíduos.

A maioria dos estudos que descrevem a relação entre epilepsia e QV, aborda

obviamente, além das epilepsias propriamente ditas, aspectos importantes com relação a outras

doenças crônicas do SNC, como os aspectos mentais, sociais e psicológicos destes pacientes

(CRAMER, 1994; SOUZA et al., 2000). Nesse sentido, em uma análise de 136 pacientes

submetidos a ENV, Cramer (2001) verificou uma redução de 50% na freqüência das crises

epilépticas. Paralelamente, este autor constatou que estes indivíduos apresentaram uma

melhora na QV, a qual não estava diretamente relacionada com a redução na freqüência das

crises. Por outro lado, Morrow e colaboradores (2000) mostraram que a redução da freqüência

de crises epilépticas após a ENV e a melhora na QV eram diretamente dependentes. Além

disso, Hallbook e colaboradores (2005), avaliando 15 crianças após ENV, observaram que

também houve uma redução na severidade e frequência das crises, sendo que, 12 destes

pacientes apresentaram uma melhora na QV e dentre estes, 5 também mostraram uma melhora

expressiva dos sintomas depressivos. Seguindo essa linha de raciocínio, nosso estudo está, até

certo ponto, de acordo com o trabalho inicial de Cramer (2001), pois após este procedimento

cirúrgico pudemos verificar uma redução na freqüência de crises em nossos pacientes. Por

outro lado, não verificamos uma melhora substancial na QV nos indivíduos avaliados. Dessa

forma, nossos dados não estão de acordo com os estudos preliminares de Morrow e

colaboradores (2000) e acreditamos que outros fatores, dentre eles os psicológicos e sociais,

atuam de forma mais incisiva sobre a QV destes pacientes.

Os estudos sobre atividade física sugerem que as pessoas que adotam a prática diária de

exercícios físicos têm um estilo de vida saudável, além de mudanças positivas no estilo de

vida, melhora nos processos cognitivos, nas funções fisiológicas e psicológicas. Apesar do

efeito favorável da atividade física sobre a saúde ser inquestionável, o programa de exercício

físico para pessoas com epilepsia ainda é um assunto bastante controverso (BENNETT, 1981).

42

Por outro lado, uma atitude super protetora em relação aos pacientes com epilepsia,

normalmente evita sua participação em atividades esportivas. Portanto, a relutância dos

pacientes com epilepsia e dos seus familiares é devida, em parte, pelo medo de que o exercício

possa causar crises (WILLIAMS et al., 1991) e pela possível ocorrência de lesões durante o

exercício (BJORHOLT et al., 1990). Sendo assim, estudos clínicos e experimentais realizados

por Arida e colaboradores (1998; 1999; 2003 e 2004) comprovaram que há uma redução do

número de crises epilépticas durante o programa de treinamento físico e mesmo sabendo dos

efeitos positivos que o exercício físico traz à população em geral, alguns médicos ainda

receiam recomendá-lo às pessoas com epilepsia. Paralelamente, nossos resultados mostraram

que 25% dos pacientes e de seus familiares têm medo que o exercício possa causar crises antes

e após o procedimento cirúrgico. Além disso, antes da cirurgia, 75% dos pacientes relataram

que tiveram crises durante a AF e somente 13% responderam que não tiveram crises,

entretanto, após a cirurgia o número diminuiu para 63% dos pacientes que apresentaram crises,

contra 25% que não apresentaram crises. Nesse sentido, nossos resultados corroboram com os

dados iniciais de Arida e sugerem que a prática da AF pode ser recomendada aos pacientes

submetidos a ENV.

Por outro lado, devemos salientar que alguns estudos relatam a ocorrência de crises

epilépticas durante o exercício (KORCZYN, 1979; OGUNYEMI et al., 1988; NAKKEN et al.,

1990; ROTH et al., 1994). No entanto, também é conhecido que o exercício físico é capaz de

reduzir tanto a atividade epiléptica no EEG, quanto o número de crises em indivíduos com

epilepsia (GOTZE et al., 1967; KUIJER, 1980). Dessa forma, os resultados de nosso estudo

apóiam esses dados preliminares, pois esta redução, mesmo que parcial nos pacientes

submetidos a ENV, foi bastante satisfatória. Obviamente, não podemos deixar de frisar que se

um número maior de pacientes fossem avaliados, provavelmente os resultados da relação entre

ENV e AF seriam ainda mais satisfatórios, portanto, acreditamos que a prática de exercício

físico por parte dos pacientes submetidos a ENV deve ser vista de forma bastante positiva.

Ainda com relação a AF, Lennox (1941) sabiamente relatou: “a atividade física e mental

parecem ser antagonista das crises. A epilepsia prefere atacar quando o paciente que está

desprevenido, em repouso ou dormindo”. Conseqüentemente, tem sido observado também

que estas pessoas estão propensas a terem menos crises quando estão ativamente ocupadas e

que poucas crises ocorrem durante a atividade mental e física comparada com períodos de

repouso. Entretanto, durante o exercício físico, um fator não quantificável poderia também

43

reduzir a freqüência ou a indução de crises: o limiar de vigilância, ou seja, alerta e vigilância

são fatores que podem prevenir crises, sendo assim, toda AF necessita de uma certa

quantidade de alerta. Dessa forma, um estudo realizado em nosso país em 2003, avaliou o

grau de participação em atividades físicas de uma amostra de pacientes com epilepsia e

comprovou que a AF era praticada por 51% dos pacientes. Destes, 15% faziam exercícios três

vezes por semana, por pelo menos 20 minutos. Entre as 15 pessoas consideradas ativas, cinco

destas relataram apresentar crises freqüentes e apenas duas relataram a ocorrência de crises

durante a AF. Além disso, apesar dos pacientes acreditarem que o exercício físico seja

benéfico para o tratamento, 45% destes apontam ter medo de apresentarem crises epiléticas

durante a ginástica, como também se sentirem embaraçadas com a reação de outras pessoas.

Dessa forma, esse foi um dos principais obstáculos para a prática de esportes (ARIDA et. al.,

2003). Neste sentido, nosso estudo revelou dados curiosos, pois antes da ENV, 50% dos

pacientes não praticavam exercício físico e após o procedimento esse número cresceu para

75%. Nesse sentido, apesar de nossos resultados não estarem de acordo com os dados iniciais

de Arida e colaboradores (2003), podemos abordar dois aspectos: primeiro, o número de

pacientes em nosso estudo era insuficiente e por isso não encontramos dados similares ou

mais próximos aos de Arida e colaboradores ou segundo, pode ser que após um controle mais

efetivo das crises epilépticas após o ENV, os pacientes adotaram a prática de atividade física

como uma atividade secundária em suas vidas, realizando outras atividades, justificando,

dessa maneira, os achados encontrados em nosso estudo.

Finalmente, com relação aos aspectos nutricionais avaliados em nosso estudo, devemos

salientar que Turner em 1970 definiu nutrição como a combinação do organismo vivo que

recebe e utiliza o material (alimento) necessário para a manutenção de suas funções e para o

crescimento e renovação de seus componentes. Por outro lado, Mahan e colaboradores (1998)

relataram que para uma alimentação equilibrada, alguns fatores estão envolvidos: econômicos,

fisiológicos, psicológicos, sociais, etários e culturais

Em uma análise realizada nos Estados Unidos com pacientes com epilepsia e tratados

com DC, os autores verificaram uma redução de 50% na freqüência das crises epilépticas,

sendo que qualquer tipo de crise pode responder à dieta (MAYDELL; WYLLIE; AKHTAR, et

al., 2001). Dessa maneira, essa outra abordagem terapêutica (DC) é de certa forma eficaz para

o tratamento das epilepsias em diferentes faixas etárias (VINING; FREEMAN, et al, 1998;

SIRVEN; WHEDON, et al., 1999; NORDLI; KURODA, et. al, 2001).

44

Seguindo essa abordagem, Avicenna (1991) relata que há 1000 anos atrás era

recomendado que os pacientes com epilepsia evitassem o excesso de comida e também a

ingestão de determinados alimentos: a carne de vaca, de carneiro, peixe, cebola, alho, aipo,

couve-flor e cenoura. Recentemente, uma pesquisa realizada por Asadi-Pooya e Ghaffari

(2004) foi verificado se os pais de pacientes com epilepsia tinham conhecimento de alguma

restrição quanto ao cuidado de seus filhos, incluindo a restrição dietética. Neste sentido, os

dados coletados forneceram informações diferentes e muitas vezes não confiáveis, uma vez

que foram baseados nas experiências e crenças dos pais, podendo dessa maneira, ser

consideradas superstição, folclore, coincidências ou conhecimentos populares.

Conseqüentemente, Asadi-Pooya, Hossein-Zade (2005) verificaram que os profissionais de

saúde tinham conhecimento da restrição dietética específica para pacientes com epilepsia,

porém, semelhante ao estudo anterior, os dados coletados não foram confiáveis, pois estavam

baseados nas experiências profissionais destes cuidadores.

Sendo assim, não há estudos que correlacionem epilepsia, hábitos alimentares e ENV.

Nesse sentido, nosso estudo foi capaz de identificar que somente 10% dos pacientes

relacionavam a crise epiléptica com o tipo de alimentação utilizada e 90% dos pacientes

disseram não relacionar esses fatores em questão. Vale a pena citarmos que essa abordagem

aos pacientes foram realizadas tentando identificar esses itens (crises epilépticas, alimentação)

tanto no período pré quanto no pós-procedimento cirúrgico para ENV. Com relação ao tipo de

dieta utilizada pelos pacientes, 10% destes relataram uma dieta rica em proteínas e 90%

apenas dieta balanceada. Já no período pós-ENV, 20% dos pacientes relataram uma dieta rica

em proteínas enquanto 80% tinham dieta balanceada. Avaliando os dados obtidos em nosso

estudo e comparando-os com os já descritos na literatura e previamente citados nesse trabalho,

podemos assumir que existe uma congruência com relação aos resultados, isto é, os pacientes

com epilepsia de difícil controle submetidos ou não ao tratamento cirúrgico, bem como seus

cuidadores, não acreditam que a dieta seja um fator desencadeante de crises epilépticas.

Como conclusão final acreditamos que os resultados encontrados em nosso estudo são

bastante animadores e interessantes, pois nos mostram que os pacientes tiveram uma redução

na freqüência das crises e melhora quanto o tipo de tratamento quando comparamos o pré e o

pós-cirúrgico. Estudos mais aprofundados nesse assunto específico devem ser realizados com

o intuito de elucidarmos as perguntas que ainda não obtivemos respostas satisfatórias, em

relação a QV e AF dos pacientes. De toda forma, nossos dados iniciais são muito importantes,

45

pois são os primeiros resultados de um trabalho realizado em toda América Latina que aborda

as questões referentes entre estimulação do nervo vago, epilepsias, QV, AF e aspectos

nutricionais.

46

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57

ANEXOS

58

ANEXO A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO

59

Estudo com o objetivo de avaliar a qualidade de vida, a prática de atividade física e os

hábitos alimentares de pacientes portadores de epilepsia submetidos a tratamento cirúrgico.

Introdução ao Estudo e ao Termo de Consentimento

Você esta sendo convidado a tomar parte em um estudo de pesquisa clínica. Este

termo de consentimento lhe dará informações essenciais sobre este estudo e sobre seus

direitos, de modo a facilitar suas decisões. Sua concordância e assinatura indicarão que você

leu e entendeu o conteúdo deste termo, que suas dúvidas foram respondidas e que você

concorda voluntariamente em participar.

Propósito do estudo

Nosso grupo está desenvolvendo este estudo a fim de avaliar qualidade de vida, a

prática de atividade física e os hábitos alimentares de pacientes com epilepsia após a cirurgia.

Possíveis benefícios

Avaliar a qualidade de vida, a prática de atividade física e os hábitos alimentares em

relação as crises dos pacientes com epilepsia, permitindo individualizar as orientações e

condutas da equipe de saúde, o que pode levar a uma melhor qualidade de vida. Espera-se que

as conclusões deste estudo beneficiem pacientes com epilepsia.

Estrutura e procedimentos

Caso você concorde em tomar parte, determinados procedimentos serão realizados

logo após a assinatura do termo de consentimento. Você será submetido a alguns

questionários detalhados para avaliação da qualidade de vida, da prática de atividade física e

dos seus hábitos alimentares.

Confidencialidade

Seu nome não será revelado em nenhum relatório ou publicação oriundo deste estudo.

O sigilo de sua identidade é assegurado por normas éticas internacionais.

Participação voluntária

Sua decisão em participar deste estudo é inteiramente voluntária. Sua eventual recusa

em participar não implica em qualquer penalidade. Além disso, é permitido a você se retirar

do estudo em qualquer tempo, à sua escolha – igualmente sem que isto resulte em qualquer

penalidade.

60

CONSENTIMENTO INFORMADO

Eu,...................................................................................................................concordo

voluntariamente em participar do projeto Avaliação do papel do profissional de fisioterapia

frente ao paciente portador de epilepsia. Os detalhes deste estudo foram satisfatoriamente

explicados e todas as minhas dúvidas respondidas.

................................................................................

Nome e assinatura do profissional

Declaro que expliquei pessoalmente este termo de consentimento informado,

respondendo as dúvidas apresentadas.

..................................................................... Assinatura do pesquisador responsável

Prof. Dr.Fúlvio Alexandre Scorza Rua Dr. Cândido Xavier de Almeida Souza, 200 Mogi das Cruzes CEP 08780-911

Telefone: (11) 47987000

São Paulo, ................................................................

61

ANEXO B - QUESTIONÁRIO SOBRE QUALIDADE DE VIDA

62

Favor marcar a alternativa que acredita ser mais adequada para você:

1- Você já ficou afastado do trabalho por causa da epilepsia?

Sim Não

2- Você fica ou já ficou preocupado com a possibilidade de perder o emprego por causa da epilepsia?

Sim Não

3- A epilepsia te impediu de realizar a atividade profissional que gostaria?

Sim Não

4- A epilepsia já causou problemas para a realização do seu trabalho?

Sim Não Instruções: Esta pesquisa questiona você sobre sua saúde. Estas informações nos manterão informados de como você se sente e quão bem você é capaz de fazer suas atividades da vida diária. Responda cada questão marcando a resposta como indicado. Caso você esteja inseguro ou em dúvida em como responder, por favor tente responder o melhor que puder. 1. Em geral, você diria que sua saúde é:

Excelente Muito boa Boa Ruim Muito ruim

1 2 3 4 5

2. Comparada há um ano atrás, como você classificaria sua saúde em geral, agora?

Muito melhor Um pouco melhor Quase a mesma Um pouco pior Muito pior 1 2 3 4 5

3. Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente durante um dia

comum. Devido a sua saúde, você teria dificuldade para fazer essas atividades? Neste caso, quanto?

63

Atividades Sim dificulta muito Sim dificulta um pouco Não dificulta de modo algum

Atividades vigorosas, que exigem muito esforço, tais como correr, levantar objetos pesados, participar em esportes árduos

1 2 3

Atividades moderadas, tais como mover uma mesa, passar aspirador de pó, jogar bola, varrer casa

1 2 3

Levantar ou carregar mantimentos

1 2 3

Subir vários lances de escada

1 2 3

Subir um lance de escada 1 2 3 Curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se

1 2 3

Andar mais de 1 quilômetro

1 2 3

Andar vários quarteirões 1 2 3 Andar um quarteirão 1 2 3 Tomar banho ou vestir-se 1 2 3 4. Durante as últimas quatro semanas, você teve algum dos seguintes problemas com o seu

trabalho ou com alguma atividade diária regular, como consequência de sua saúde física? Sim Não Você diminuiu a quantidade de tempo que dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades?

1 2

Realizou menos tarefa do que você gostaria?

1 2

Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou em outras atividades?

1 2

Teve dificuldades de fazer seu trabalho ou outras atividades (p. ex. necessitou de um esforço extra)?

1 2

5. Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com o seu

trabalho ou outra atividade regular diária, como consequência de algum problema emocional (como sentir-se deprimido ou ansioso)?

Sim Não Você diminuiu a quantidade de tempo que dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades?

1 2

Realizou menos tarefas do que você gostaria?

1 2

Não trabalhou ou não fez qualquer das atividades com tanto cuidado como geralmente faz?

1 2

6. Durante as últimas 4 semanas, de que maneira sua saúde física ou problemas emocionais

interferiram nas suas atividades sociais normais, em relação a família, vizinhos, amigos ou em grupos?

64

De forma nenhuma Ligeiramente Moderadamente Bastante Extremamente 1 2 3 4 5

7. Quanta dor no corpo você teve durante as últimas 4 semanas?

Nenhuma Muito leve Leve Moderada Grave Muito grave 1 2 3 4 5 6

8. Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu com o seu trabalho normal

(incluindo tanto o trabalho fora de casa e dentro de casa)? De maneira nenhuma Um pouco Moderadamente Bastante Extremamente

1 2 3 4 5 9. Estas questões são sobre como você se sente e como tudo tem acontecido com você

durante as últimas 4 semanas. Para cada questão, por favor, dê uma resposta que mais se aproxime da maneira como você se sente. Em relação as últimas 4 semanas.

Todo tempo A maior parte

do tempo Uma boa parte

do tempo Alguma parte do tempo

Uma pequena parte do tempo

Nunca

Quanto tempo você tem se sentido cheio de vigor, cheio de vontade, cheio de força?

1 2 3 4 5 6

Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa muito nervosa?

1 2 3 4 5 6

Quanto tempo você tem se sentido deprimido que nada pode animá-lo?

1 2 3 4 5 6

Quanto tempo você tem se sentido calmo ou tranquilo?

1 2 3 4 5 6

Quanto tempo você tem se sentido com muita energia?

1 2 3 4 5 6

Qaunto tempo você tem se sentido desanimado, abatido?

1 2 3 4 5 6

Quanto tempo você tem se sentido esgotado?

1 2 3 4 5 6

Quanto tempo você tem se

1 2 3 4 5 6

65

sentido uma pessoa feliz? Quanto tempo você tem se sentido cansado?

1 2 3 4 5 6

10. Durante as últimas 4 semanas, quanto do seu tempo a sua saúde física ou problemas emocionais interferiram com as suas atividades sociais (como visitar amigos, parentes, etc.)?

Todo tempo A maior parte do

tempo Alguma parte do

tempo Uma pequena parte

do tempo Nenhuma parte do

tempo 1 2 3 4 5

11. O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você? Definitivamente

verdadeiro A maioria das

vezes verdadeiro Não sei A maioria das

vezes falso Definitivamente

falso Eu costumo adoecer um pouco mais facilmente que as outras pessoas

1 2 3 4 5

Eu sou tão saudável quanto qualquer pessoa que eu conheço

1 2 3 4 5

Eu acho que a minha saúde vai piorar

1 2 3 4 5

Minha saúde é excelente

1 2 3 4 5

66

ANEXO C - QUESTIONÁRIO SOBRE PRÁTICA DE

ATIVIDADE FÍSICA

67

Paciente Pós-Cirúrgico

Nome: Idade: Sexo: Profissão: 1. ASPÉCTOS GERAIS

1. Quantas horas você costumar dormir? Menos de 8 horas 8 horas 9 horas 10 horas mais de 10 horas

Antes da cirurgia:

2. O que você costuma fazer quando está em casa?

Assistir TV jogar videogame nada Ler escutar musica brincar Estudar

Antes da cirurgia:

3. O que você costuma fazer quando sai de casa?

ir ao cinema conversar com amigos passear a pé ir ao shopping passear de carro Ir ao parque/praça andar de bicicleta

Antes da cirurgia:

4. Participa de algum grupo social ou clube?

Sim Não Qual? ______________________________

Antes da cirurgia:

5. Pratica atividade física?

Sim Não

Antes da cirurgia:

6. Que atividade pratica? _____________________________________

Antes da cirurgia:

7. Atividade esportiva orientada por professor de Educação Física? Sim Não

Antes da cirurgia:

8. Há quanto tempo pratica atividade física?

menos de 1 mês mais de 2 meses 6 meses 1 ano 2 anos mais de 2 anos

68

Antes da cirurgia:

9. Onde pratica sua atividade física? clube academia escola casa rua parque outros

Antes da cirurgia:

10. Quantas vezes por semana?

1 X 2X 3X 4X 5X 6X fins de semana

Antes da cirurgia:

11. Quantas horas por dia?

1h/dia 2h/dia 3h/dia 4h/dia 5h/dia

Antes da cirurgia:

12. Porque parou de pratica-la?

Problemas de saúde Falta de tempo Falta de vontade Dificuldades financeiras Outros

Antes da cirurgia:

2. ASPÉCTOS ESPECÍFICOS

1. Gosto de exercícios? Sim Não

Antes da cirurgia:

2. Tenho tempo para pratica-los?

Sim Não

Antes da cirurgia:

3. Tenho companhia quando pratico atividade física?

Sim Não

Antes da cirurgia:

4. Tenho medo de aparecer pouco atraente?

Sim Não

Antes da cirurgia:

69

5. Sinto muito cansaço após o exercício? Sim Não

Antes da cirurgia:

6. Tenho medo do exercício acarretar problemas de saúde?

Sim Não

Antes da cirurgia:

7. Por qual motivo faz exercício? ______________________________

Antes da cirurgia:

3. ASPÉCTOS RELACIONADOS À EPILEPSIA

1. Tenho medo que o exercício possa causar crises? Sim Não Antes da cirurgia:

2. Já teve crise durante a atividade física?

Sim Não

Antes da cirurgia:

3. Machucou-se fazendo exercícios?

Sim Não

Antes da cirurgia:

4. Tenho medo de me envergonhar se tiver crise durante o exercício?

Sim Não

Antes da cirurgia:

5. Fui aconselhado pelo médico a não praticar exercício?

Sim Não

Antes da cirurgia:

6. Fui desaconselhado por familiares e/ou amigos?

Sim Não

Antes da cirurgia:

70

7. Tenho conhecimento de pessoas que tiveram crises durante o exercício? Sim Não

Antes da cirurgia:

4. EPILEPSIA

1. Idade de inicio das crises _______ 2. Idade na cirurgia __________ 3. Duração da epilepsia __________

4. Tipo de ressecção ___________

5. Tipo de epilepsia

Idiopática Sintomática Criptogênica 6. Tipo de crise

Parcial simples Parcial complexa Parcial com generalização Inclassificada Generalizada

7. Horário de ocorrência das crises

Vigília Sono sono e vigília Despertar Variável

Antes da cirurgia:

8. Crises

Pouco freqüentes Freqüentes Muito freqüentes Controladas raras

Antes da cirurgia:

9. Fatores desencadeantes

Sono Hiperventilação Menstruação Privação de sono Má aderência adormecer/acordar Exercício físico Nervosismo outros

10. Drogas Anti-Epilépticas Tegretol (Carbamazepina) Gardenal (fenobarbital) Depakene (ac. Valpróico) Hidantal(fenitoína)

Topamax(Topiramato) ) Trilepta(Oxcarbamazepina) ) Dose: _________________ Antes da cirurgia:

71

ANEXO D - QUESTIONÁRIO SOBRE ASPECTOS

NUTRICIONAIS

72

Protocolo de coleta de dados para pacientes portadores de epilepsia

PRÉ-CIRÚRGICO

Nº do protocolo: Data:

1. Nome:

2. Idade: Sexo: F ( ) M ( )

3. Escolaridade:

( ) até 4ª série ( ) 1º grau completo ( ) 2º grau completo ( ) superior

4. Tipo de crise:

5. Número de crises por semana:

( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) + de três

6. Quando se originaram as crises?

( ) na infância ( ) adolescência ( ) fase adulta

7. Média de crises por mês:

( ) 5 ( ) 10

8. Medicamentos utilizados:

( ) Gadernal (Fenobarbital) ( ) Tegretol (Carbamazepina) ( ) Neurontil (Gabapentina)

( ) Depakene (Valproato) ( ) Hidantal (Fenitoína) ( ) Trileptal (Oxcarbamazepina)

( ) Frizium (Clobazam) ( ) Lamictal (Lamotrigina) ( ) Sabril (Vigabatrina)

( ) Topamax (Topiramato)

Doses:

9. Qual (is) situação (es) que desencadeia (m) a crise:

10. Na sua opinião há algum (s) alimento (s) que desencadeia (m) a crise?

( ) Sim ( ) Não

73

Qual (is):

Quantidade:

11. Média de Freqüência alimentar:

( ) Dieta rica em Carboidratos (arroz, massas, bolacha, batata, pães, bolos, farinhas, açúcares, pipoca, milho, trigo) Quantidade:

( ) Dieta rica em proteínas (carnes, ovos, leite, queijos, feijão, soja, lentilha, grão de bico) Quantidade:

( ) Dieta rica em Lipídios ( manteiga, margarina, óleos, azeite, maionese, carnes gordurosas, queijos amarelos) Quantidade: ( ) Dieta balanceada ( cereais, pães, arroz e massas – 6 a 11 porções; vegetais – 3 a 5 porções; frutas – 2 a 4 porções; carnes, peixes, aves, ovos, feijões e nozes – 2 a 3 porções; leite, iogurte e queijos – 2 a 3 porções, gorduras, óleos e açúcares – uso de forma reduzida) Quantidade: ( ) Dieta vegetariana Quantidade:

Outras:

74

PÓS-CIRÚRGICO

Nº do protocolo: Data:

1. Nome:

2. Idade: Sexo: F ( ) M ( )

3. Escolaridade:

( ) até 4ª série ( ) 1º grau completo ( ) 2º grau completo ( ) superior

4. Quando se originaram as crises?

( ) na infância ( ) adolescência ( ) fase adulta

5. Frequência de crises por semana:

( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) outros

6. Medicamentos utilizados:

( ) Gadernal (Fenobarbital) ( ) Tegretol (Carbamazepina) ( ) Neurontil (Gabapentina)

( ) Depakene (Valproato) ( ) Hidantal (Fenitoína) ( ) Trileptal (Oxcarbamazepina)

( ) Frizium (Clobazam) ( ) Lamictal (Lamotrigina) ( ) Sabril (Vigabatrina)

( ) Topamax (Topiramato)

Doses:

7. Média de Freqüência alimentar:

( ) Dieta rica em Carboidratos (arroz, massas, bolacha, batata, pães, bolos, farinhas, açúcares, pipoca, milho, trigo) Quantidade:

( ) Dieta rica em proteínas (carnes, ovos, leite, queijos, feijão, soja, lentilha, grão de bico) Quantidade:

( ) Dieta rica em Lipídios ( manteiga, margarina, óleos, azeite, maionese, carnes gordurosas, queijos amarelos) Quantidade:

75

( ) Dieta balanceada ( cereais, pães, arroz e massas – 6 a 11 porções; vegetais – 3 a 5 porções; frutas – 2 a 4 porções; carnes, peixes, aves, ovos, feijões e nozes – 2 a 3 porções; leite, iogurte e queijos – 2 a 3 porções, gorduras, óleos e açúcares – uso de forma reduzida) Quantidade: ( ) Dieta vegetariana Quantidade:

Outras:

8. data da cirurgia:

9. Houve redução do número de crises?

( ) sim ( ) não

10. Freqüência de crises por semana após a cirurgia:

( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) + de três

11. Tipo de crise:

12. Medicamentos utilizados pós-cirurgia:

13. Qual (is) situação (es) você percebeu que o levou a ter crise?

14. Na sua opinião há algum (s) alimento (s) que desencadeia (m) a crise?

( ) sim ( ) não

Qual (is):

76

ANEXO E - APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM

PESQUISA

77

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