avaliaÇÃo da qualidade de vida de mulheres com...
TRANSCRIPT
1
Ariana da Silva Batista
Jacqueline Fernandes Cintra
Thais Rodrigues de Sousa
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE MULHERES
COM DIABETES MELLITUS ACOMPANHADAS PELA USF
VILA BIANCHI EM BRAGANÇA PAULISTA
Bragança Paulista
2011
2
Ariana da Silva Batista RA 001201001594
Jacqueline Fernandes Cintra RA 001200700924
Thais Rodrigues de Sousa RA 001200800826
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE MULHERES
COM DIABETES MELLITUS ACOMPANHADAS PELA USF
VILA BIANCHI EM BRAGANÇA PAULISTA
Monografia apresentada à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso, do Curso de Enfermagem, da Universidade São Francisco, sob orientação do Profa. Débora Magrini Baratella Assis, como exigência para conclusão do curso de graduação.
Bragança Paulista
2011
3
DEDICATÓRIA
Dedicamos esse trabalho a todos as mulheres com Diabetes Mellitus, em especial as que
colaboraram para que a execução desse trabalho fosse bem sucedida.
Aos profissionais de saúde das Unidades de Saúde da Família, principalmente os que se
esforçam para melhorar cada vez mais a qualidade de vida dos pacientes com diabetes.
AGRADECIMENTOS
A realização e conclusão dessa monografia foi possível devido à cooperação de
várias pessoas e instituições. A todos manifestamos nossa gratidão. E de forma particular:
Aos nossos familiares, pela dedicação, pelo carinho, amor, compreensão em todos
os dias de nossa vida, e pelo apoio na realização deste trabalho e em toda a graduação.
À Secretária de Saúde do município de Bragança Paulista, em nome de sua
secretária Dra. Maria Amália Gouvêa Oliveira, pela autorização de realizarmos a pesquisa
numa USF desta cidade.
Aos professores do Curso de Enfermagem que durante a graduação contribuíram
muito para a nossa formação e crescimento pessoal e profissional e principalmente à profª
Débora Magrini Baratella Assis pela dedicada e valiosa orientação e estimulo que a mesma
apresentou em todas as fases do trabalho.
"Para um grande sonho tornar-se verdadeiro, a primeira condição é ter uma grande
capacidade de sonhar; a segunda é a perseverança - a fé no sonho"
Hans Selye, M. D.
SIGLAS
ADA - Associação Americana de Diabetes
AMG - Automonitoração da Glicemia
DM – Diabetes Mellitus
DMID - Diabetes Mellitus Insulino-dependente
DMNID - Diabetes Mellitus Não-insulino-dependente
DM1 - Diabetes Mellitus Tipo 1
DM2 - Diabetes Mellitus Tipo 2
GJ - Glicemia de Jejum
QV – Qualidade de Vida
OMS - Organização Mundial da Saúde
SBD - Sociedade Brasileira de Diabetes
LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Distribuição das entrevistadas segundo grau de escolaridade. Bragança Paulista, 2011........................................................................................................................................28
Gráfico 2:Distribuição das entrevistadas segundo ocupação. Bragança Paulista, 2011.....29
Gráfico 3: Distribuição das entrevistadas segundo tipo de diabetes e tempo de diagnóstico. Bragança Paulista, 2011.........................................................................................................30
Gráfico 4: Distribuição das entrevistadas segundo tipo de tratamento utilizado para Diabetes. Bragança Paulista, 2011........................................................................................31
Gráfico 5: Distribuição das entrevistadas segundo utilização de insulina ao dia. Bragança Paulista, 2011.........................................................................................................................31
Gráfico 6: Distribuição das entrevistadas que possuem aparelho de glicemia. Bragança Paulista, 2011.........................................................................................................................32
Gráfico 7: Distribuição das entrevistadas segundo frequência de monitorização da glicemia. Bragança Paulista, 2011.........................................................................................................33
Gráfico 8: Distribuição das entrevistadas segundo visita domiciliar dos agentes comunitários de saúde. Bragança Paulista, 2011........................................................................................34
Gráfico 9: Distribuição das entrevistas segundo frequência de acompanhamento na USF. Bragança Paulista, 2011.........................................................................................................34
Gráfico 10: Distribuição das entrevistadas segundo acompanhamento por profissional de saúde. Bragança Paulista, 2011.............................................................................................35
Gráfico 11: Distribuição das entrevistadas segundo disposição para realizar as atividades diárias de rotina. Bragança Paulista, 2011.............................................................................36
Gráfico 12: Distribuição das entrevistadas segundo a percepção de que a restrição alimentar causada pelo diabetes altera de alguma maneira a sua vida. Bragança Paulista, 2011........................................................................................................................................36
Gráfico 13: Distribuição das entrevistadas segundo realização de atividades de lazer. Bragança Paulista...................................................................................................................38
Gráfico 14: Distribuição das entrevistadas segundo freqüência em que o diabetes atrapalha as atividades de lazer. Bragança Paulista, 2011....................................................................38
Gráfico 15: Distribuição das entrevistadas segundo frequência em que o diabetes atrapalha no trabalho. Bragança Paulista, 2011.....................................................................................39
Gráfico 16: Distribuição das entrevistadas segundo a percepção de satisfação com apoio da família em relação ao diabetes. Bragança Paulista, 2011......................................................40
Gráfico 17: Distribuição das entrevistadas segundo a percepção de satisfação com sua saúde atualmente. Bragança Paulista, 2011..........................................................................41
Gráfico 18: Distribuição das entrevistadas segundo áreas da vida que o diabetes causou impacto. Bragança Paulista, 2011..........................................................................................41
Gráfico 19: Distribuição das entrevistadas segundo sinais e sintomas que causam mais influência no dia-dia. Bragança Paulista, 2011.......................................................................42
Gráfico 20: Distribuição das entrevistadas segundo conhecimento das complicações do diabetes. Bragança Paulista, 2011.........................................................................................43
Gráfico 21: Distribuição das complicações do diabetes conhecidas e citadas pelas entrevistadas. Bragança Paulista, 2011.................................................................................44
Gráfico 22: Distribuição das entrevistadas segundo frequência de preocupação com complicações em decorrência do diabetes. Bragança Paulista, 2011...................................45
Gráfico 23: Distribuição das respostas das entrevistadas sobre qualidade de vida. Bragança Paulista, 2011.........................................................................................................................46
Gráfico 24: Distribuição das entrevistadas segundo a percepção quanto a qualidade de vida hoje. Bragança Paulista, 2011................................................................................................47
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Distribuição das entrevistadas segundo idade e estado civil. Bragança Paulista,
2011........................................................................................................................................27
Tabela 2: Distribuição das entrevistadas segundo trabalho, renda mensal e casa própria.
Bragança Paulista, 2011.........................................................................................................28
Tabela 3: Distribuição das respostas das entrevistadas em relação a restrição alimentar
causada pelo diabetes. Bragança Paulista, 2011...................................................................37
RESUMO
Avaliação da qualidade de vida de mulheres com diabetes mellitus acompanhadas pela USF Vila Bianchi em Bragança Paulista
Batista, Ariana S.; Cintra, Jacqueline F.; Sousa, Thais R.; Assis, Débora M B.
O Diabetes Mellitusé uma doença crônica que afeta a população de forma crescente, é um sério problema de Saúde Pública, e pode ter um efeito profundo na qualidade de vida dos portadores. Este estudo teve como objetivo avaliar a qualidade de vida de mulheres com diabetes mellitus acompanhadas na USF Vila Bianchi em Bragança Paulista - SP. Participaram do estudo 18 mulheres diabéticas, com idade acima de 18 anos, cadastradas no Programa Hiperdia, e foi utilizado um instrumento com questões abertas e fechadas. Resultados: 6 (33,3%) tinham entre 61 e 70 anos; 5 (27,7%) 51- 60 anos; 3 (16,7%) 41-50 anos; 2 (11,1%) 71-80 anos; e 1 (5,6%) 81-90 anos e 1 (5,6%) com menos de 40 anos; 9 (50%) eram casadas; 8 (44,4%) viúvas e 1 (5,6%) solteira; 14 (77,8%) das entrevistadas não trabalhavam; 5 (27,8%) ganhavam até um salário mínimo (SM) por mês; 10 (55,6%) ganhavam entre dois a três SM e 3 (16,6%) ganhavam acima de três SM por mês; 13 (72,2%) possuíam casa própria; 8 (44,4%) tinham ensino fundamental incompleto; 4 (22,2%) não sabiam ler/escrever; 4 (22,2) tinham ensino fundamental completo; 1 (5,6%) ensino médio completo e 1 (5,6) ensino superior completo; 7 (38,8%) eram aposentadas; 4 (22,2%) donas de casa; 3 (16,6%) pensionistas; 18 (100%) possuíam diabetes tipo 2; 12 (66,6%) conviviam com a doença há mais de cinco anos; 5 (27,8%) entre dois a cinco anos e 1 (5,6%) convivia com a doença há menos de uma ano; 16 (38,1%) realizavam dieta alimentar; 15 (35,7%) utilizavam hipoglicemiantes orais; 6 (14,3%) utilizavam insulina e 5 (11,9%) realizavam atividade física; 3 (50%) utilizavam insulina uma vez ao dia e 3 (50%) duas vezes ao dia; 15 (83,3%) não possuíam aparelho de glicemia; 6 (33,3%) monitoravam a glicemia semanalmente; 4 (22,2%) apenas quando iam a USF; 3 (16,7%) semanalmente e quando apresentavam sintomas; 2 (11,1%) diariamente e 2 (11,1%) apenas quando apresentavam sintomas; 10 (55,6%) recebiam visita domiciliar dos ACS a cada quinze dias; 6 (33,3%) uma vez por mês e 2 (11,1%) uma vez por semana; 9 (50%) faziam acompanhamento na USF mensalmente; 8 (44,4%) semestralmente e 1 (5,6) anualmente; 12 (66,6%) faziam acompanhamento na USF somente com médico;11 (61,1%) possuíam muita disposição para realizar as atividades diárias de rotina; 6 (33,3%) possuíam pouca disposição e apenas 1 (5,6%) referiu nenhuma disposição; para 6 (33,3%) a restrição alimentar causada pelo diabetes altera a sua vida de alguma maneira; 4 (66,6%) relataram que têm “vontade de comer doces”; 13 (72%) realizavam atividades de lazer; 8 (61,5%) referiram que o diabetes nunca atrapalhou as atividades de lazer; 3 (16,6%) o diabetes nunca atrapalhou o trabalho; 1 (5,6%) raramente e 14 (77,8%) não se aplica; 11 (61,1%) estavam muito satisfeitas com o apoio da família em relação ao diabetes; 6 (33,3%) estavam satisfeitas e 1 (5,6%) estava insatisfeita; 9 (50%) relataram estar satisfeitas com sua saúde atualmente; 6 (33,3%) relataram estar muito satisfeitas e 3 (16,7%) relataram estar insatisfeitas; para 8 (28,5%) o diabetes não causou nenhum impacto; para 6 (21,4%) causou maior impacto na capacidade física; 4 (14,2%) atividades do lar; 3 (10,7%) lazer; 2 (7,1%) trabalho; 1 (3,5%) auto imagem; 1 (3,5%) independência/autocuidado e 3 (10,7%) outros (não especificado); 7 (25,9%) tiveram como principais sinais e sintomas cansaço e fraqueza; 5 (18,5% ) emagrecimento; 3 (11,1%) polidpsia; 3 (11,1%) sudorese; 2 (7,4%) poliúria; 1 (3,7%) pé diabético e 5 (18,5%) apresentaram outros sintomas; 17 (94,4%) relataram que conhecem as complicações do diabetes; 9 (31%) das que conheciam as complicações do diabetes citaram a amputação como principal complicação; 7 (24,1%) cegueira; 5 (17,2%) feridas nos pés; 4 (13,7%) problemas renais; 1 (3,4%) infarto; 1 (3,4%) derrame; 1 (3,4%) morte e 1 (3,4%) problemas de circulação; 8 (44,4%) nunca sentiam preocupação em relação a complicações em decorrência do diabetes; 8 (44,4%) sempre sentiam; 9 (36%) referiram que qualidade de vida significa ter saúde; 6 (24%) viver bem e em paz; 3 (12%) se alimentar bem; 3 (12%) ter boas condições financeiras; 2 (8%) família estar bem; 1 (4%) não ter diabetes e 1 (4%) ter disposição podendo realizar suas próprias tarefas; 8 (44,4%) avaliaram como boa a qualidade de vida atual; 5 (27,8%) muito boa; 4 (22,2%) ruim e apenas 1 (5,6%) avaliou como muito ruim a qualidade de vida atual. Conhecer a QV dos indivíduos remete à importância do planejamento e da implementação de ações de responsabilidade das esferas governamentais, com embasamento em informações científicas, a serem desenvolvidas por meio de políticas públicas, que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos, quanto a valorização dos trabalhadores das ESF. Descritores: mulher, qualidade de vida, diabetes mellitus, saúde da família
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 12
2. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 14
2.1 DIABETES MELLITUS: FISIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA GERAL ........................................... 14 2.2 CLASSIFICAÇÃO DO DIABETES ....................................................................................... 14 2.3 DIABETES MELLITUS TIPO 1 .......................................................................................... 15 2.4 DIABETES MELLITUS TIPO 2 .......................................................................................... 15 2.5 FISIOPATOLOGIA DO DIABETES MELLITUS ...................................................................... 16 2.6 DIAGNÓSTICO .............................................................................................................. 17 2.7 TRATAMENTO .............................................................................................................. 17 2.8 QUALIDADE DE VIDA ..................................................................................................... 19 2.9 MORBIDADE E QUALIDADE DE VIDA NA MULHER ............................................................. 20 2.10 UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA - VILA BIANCHI ............................................................ 21
3. JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 22
4. OBJETIVOS .................................................................................................................... 23
4.1 OBJETIVOS GERAIS ...................................................................................................... 23 4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................. 23
5. METODOLOGIA .............................................................................................................. 24
5.1 TIPO DO ESTUDO .......................................................................................................... 24 5.2 CONTEXTO DO ESTUDO ................................................................................................ 24 5.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA............................................................................................... 24 5.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO .............................................................................................. 24 5.5 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO ............................................................................................. 24 5.6 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ............................................................................ 24 5.7 COLETA DE DADOS ....................................................................................................... 25 5.8 ANÁLISE DOS DADOS .................................................................................................... 25 5.9 ASPECTOS ÉTICOS ....................................................................................................... 25 5.10 ORÇAMENTO ............................................................................................................. 26
6. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .............................................................. 27
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 48
8. CONCLUSÕES ............................................................................................................... 49
REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS ...................................................................................... 53
APÊNDICES ........................................................................................................................ 56
APÊNDICE 1 .................................................................................................................... 56 APÊNDICE 2 .................................................................................................................... 59 APÊNDICE 3 .................................................................................................................... 60
12
1. INTRODUÇÃO
O diabetes mellitus (DM) é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por
hiperglicemia e associadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos.
Pode resultar de defeitos de secreção e/ou ação da insulina envolvendo processos
patogênicos específicos, como por exemplo, destruição das células beta do pâncreas que
produzem insulina, resistência à ação da insulina, distúrbios da secreção da insulina, entre
outros (BRASIL, 2006).
É uma doença comum e de incidência crescente, sendo que no Brasil, assim como
em muitas outras localidades, está sendo reconhecido como um importante problema de
saúde pública. Em termos de morbidade, atualmente representa uma das principais doenças
crônicas que afetam o homem contemporâneo, acometendo indivíduos de países em todos
os estágios de desenvolvimento econômico-social. Também vem alcançando um espaço
cada vez maior na literatura, com o aumento de pesquisas nesta área, representando,
assim, uma doença de grande relevância (GUIMARÃES; TAKAYANAGUI, 2002).
Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde – OMS, o número de
portadores da doença em todo o mundo era de 177 milhões em 2000, com expectativa de
alcançar 350 milhões de pessoas em 2025. É uma doença crônica não transmissível que
está afetando a população de forma crescente, visto que no Brasil, são cerca de seis
milhões de portadores, aumentando progressivamente a cada ano. Entre os fatores que
contribuem para esse aumento destacam-se o envelhecimento da população,
hereditariedade, alimentação inadequada, obesidade e estilo de vida cada vez mais
sedentário (BRASIL, 2006).
De acordo com Castro et al. (2008), o diabetespode ter um efeito profundo na
qualidade de vida (QV) dos pacientes devido não somente aos efeitos diretos da doença e
de suas complicações na saúde do indivíduo, como também nas medidas de controle da
doença, como dieta e automonitoração.
13
Ferreira; Santos (2009), acreditam que as alterações impostas pelo tratamento do
DM, adoção de terapêutica medicamentosa, presença de complicações, entre outros, são
alguns dos fatores relacionados ao DM que podem interferir na QV dos indivíduos.
A Organização Mundial de Saúde – OMS, através do Grupo de Qualidade de Vida,
define qualidade de vida como “a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no
contexto da cultura e do sistema de valores em que vive e em relação aos seus objetivos,
expectativas, padrões e preocupações” (WHOQOL GROUP, 1994).
Frente ao exposto, ressalta-se a relevância de conhecer os aspectos da QV
relacionada à saúde de indivíduos diabéticos mais impactados negativamente pela
condição, para planejar e implementar as ações em saúde, em especial na atenção de
enfermagem, voltadas para a prevenção e promoção da saúde(FERREIRA; SANTOS,
2009).
14
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Diabetes Mellitus: Fisiologia e Fisiopatologia Geral
Diabetes mellitus (DM) não é uma única doença, mas um grupo heterogêneo de
distúrbios metabólicos que apresenta em comum a hiperglicemia, a qual é resultado de
defeitos na secreção e/ou na ação da insulina. Normalmente, determinada quantidade de
glicose circula no sangue, as principais fontes dessa glicose são a absorção do alimento
ingerido no trato gastrintestinal e a formação de glicose pelo fígado a partir das substâncias
alimentares. A insulina, um hormônios produzido pelas células beta do pâncreas, controla o
nível de glicose no sangue ao regular a produção e o armazenamento de glicose. No estado
diabético as células podem parar de responder à insulina ou o pâncreas pode parar
totalmente de produzi-la. Isso leva à hiperglicemia, a qual pode resultar em complicações
metabólicas agudas, como a cetoacidose diabética, e a efeitos a longo prazo como
complicações macrovasculares (doença da artéria coronária, doença vascular cerebral e
doença vascular periférica), complicações microvasculares crônicas (doença renal e ocular)
e complicações neuropáticas (BRUNNER, 2006).
2.2 Classificação do diabetes
A classificação atual do DM baseia-se na etiologia e não no tipo de tratamento, a
classificação proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e Associação Americana
de Diabetes (ADA) inclui quatro classes clinicas: DM tipo 1 (DM1), DM tipo 2 (DM2), outros
tipos específicos de DM e DM gestacional. Ainda há duas categorias, referidas como pré-
diabetes, que são a glicemia de jejum alterada e a tolerância a glicose diminuída (SBD,
2009).
15
2.3 Diabetes Mellitus Tipo 1
O DM1, forma presente em 5 a 10% dos casos, é o resultado da destruição de
células beta pancreáticas com consequente deficiência de insulina. Na maioria dos casos
essa destruição de células beta é mediada por autoimunidade, porém existem casos em que
não há evidências de processos autoimunes, sendo, portanto, referida como forma
idiopática de DM1 (SBD, 2009).
Originalmente conhecida como Diabetes Mellitus Insulino-dependente (DMID), os
indivíduos com esse tipo de diabetes produzem pouca ou nenhuma insulina endógena,
exigindo injeções de insulina para controlar a glicemia e evitar a cetoacidose. A
apresentação característica é rápida com os sintomas clássicos de polidipsia, polifagia,
poliúria e perda de peso. Observado em maior frequência em pacientes com menos de trinta
anos de idade, mas pode ocorrer em adultos e idosos (BRUNNER; NETTINA, 2003).
O desenvolvimento do diabetes tipo 1 pode ocorrer de forma rapidamente
progressiva, principalmente, em crianças e adolescentes (pico de incidência entre 10 e 14
anos), ou de forma lentamente progressiva, geralmente em adultos (BRASIL, 2006).
2.4 Diabetes Mellitus Tipo 2
O DM2 é a forma presente em 90 a 95% dos casos e caracteriza-se por defeitos na
ação e secreção da insulina. Em geral, ambos os efeitos estão presentes quando a
hiperglicemia se manifesta, porém pode haver predomínio de um deles. A maioria dos
pacientes com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade, e cetoacidose
raramente se desenvolve de modo espontâneo, ocorrendo apenas quando se associa a
outras condições como infecções. DM2 pode ocorrer em qualquer idade, mas é geralmente
diagnosticada após os 40 anos. Os pacientes não dependem de insulina exógena para
sobreviver, porém podem necessitar de tratamento com insulina para obter controle
metabólico adequado (SBD, 2009).
16
Originalmente conhecida como Diabetes Mellitus Não-insulino-dependente (DMNID),
a apresentação característica é lenta e, com frequência insidiosa com sintomas de fadiga,
ganho de peso, má cicatrização de feridas e infecção recorrente (BRUNNER; NETTINA,
2003).
2.5 Fisiopatologia do Diabetes Mellitus
No DM1 há uma destruição das células beta por um processo auto-imune, levando a
uma deficiência total na produção da insulina e, consequentemente, a todos os processos
bioquimicos e moleculares, o que leva à hiperglicemia. Diferentemente do diabetes tipo 1, no
qual um único mecanismo fisiopatológico está envolvido, o DM2 apresenta diferentes
mecanismos fisiopatológicos. A maioria dos pacientes apresenta dois defeitos
fisiopatológicos básicos, incapacitação do tecido muscular, adiposo e hepático em
responder à ação da insulina, ou seja, existe uma diminuição da sensibilidade à ação da
insulina (resistência à insulina) com conseqüente diminuição na captação de glicose e
aumento da produção hepática de glicose; e incapacitação das células beta do pâncreas em
compensar adequadamente este estado de resistência à insulina, acarretando, em
consequência, uma deficiência na produção de insulina (GODOY-MATOS, 2005).
Tabela 1. Valores de glicose plasmática (em mg/dl) para diagnóstico de diabetes mellitus e seus estágios pré-clinicos
Categoria Jejum* Duas horas após 75 g de glicose
Casual**
Glicemia normal Menor que 100 Menor que 140 - Tolerância à
glicose diminuída Maior que 100 a menor que 126
Igual ou superior a 140 a menor que 200
-
Diabetes Mellitus Igual ou superior a 126
Igual ou superior a 200
Igual ou superior a 200 (com sintomas
clássicos)***
*Define-se jejum como a falta de ingestão calórica por, no mínimo, oito horas. **Glicemia plasmática casual é a realizada a qualquer hora do dia, sem se observar o intervalo desde a última refeição. ***Os sintomas clássicos de DM incluem poliúria, polidipsia e perda não explicada de peso. Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes (2009)
17
2.6 Diagnóstico
Atualmente, são três os critérios aceitos para o diagnóstico de DM, glicemia de jejum
(GJ) igual ou superior a 126 mg/dl; sintomas de poliúria, polidipsia e perda ponderal
acrescidos de glicemia casual acima de 200mg/dl, compreende-se por glicemia casual
aquela realizada a qualquer hora do dia, independentemente do horário das refeições; e,
glicemia de duas horas pós-sobrecarga de 75g de glicose acima de 200mg/dl. Deve-se
sempre confirmar o diagnóstico de DM pela repetição do teste em outro dia, a menos que
haja hiperglicemia inequívoca com descompensação metabólica aguda ou sintomas óbvios
de DM (SBD, 2009).
Glicemia de jejum consiste no sangue colhido após um jejum mínimo de oito horas,
para avaliar as quantidades circulantes de glicose no sangue; e a glicose aleatória ou
casual, é colhida a qualquer momento, sem jejum. Além da glicemia podem ser realizados
outros testes para o controle glicêmico, hemoglobina glicosilada (Glicoemoglobina, HbA1c),
ensaio do peptídeo C (Ensaio do Peptídeo de Conexão) e ensaio de Frutosamina, sendo
que estes exames não são empregados para o diagnóstico (BRUNNER; NETTINA, 2003).
2.7 Tratamento
A principal meta do tratamento do diabetes consiste em normalizar a atividade de
insulina e os níveis glicêmicos para reduzir o desenvolvimento de complicações vasculares
e neuropáticas, sem causar hipoglicemia e sem romper gravemente a atividade e o estilo de
vida usual do paciente. O tratamento consiste em terapia farmacológica e terapia não
farmacológica (tratamento nutricional, exercício, monitoração e educação). Nutrição, dieta e
controle de peso constituem a base do tratamento do diabetes. O objetivo mais importante
no tratamento dietético e nutricional do DM é o controle da ingesta calórica total para atingir
ou manter um peso corporal razoável e controlar os níveis sanguíneos de glicose. O
exercício também é extremamente importante no controle do diabetes por causa de seus
18
efeitos sobre a diminuição da glicemia e redução dos fatores de risco cardiovascular. O
exercício diminui o nível de glicose no sangue ao aumentar a captação de glicose pelos
músculos e melhorar a utilização da insulina, além disso melhora a circulação e o tônus
muscular (BRUNNER, 2006).
A monitoração da glicemia é a pedra fundamental do controle da doença, os níveis
de automonitoração da glicemia (AMG) pelos pacientes alteram o cuidado do DM. A AMG
frequente possibilita que pessoas com diabetes ajustem o regime de tratamento para obter o
controle ideal da glicose sanguínea. Isso permite a detecção e prevenção da hipoglicemiae
hiperglicemia, desempenhando papel primordial na normalização da glicemia, o que, por sua
vez, pode reduzir o risco das complicações a longo prazo (BRUNNER, 2006).
Quando o paciente com DM2 não responde ou deixa de fazê-lo adequadamente às
medidas não medicamentosas, deve-se indicar agentes farmacológicos antidiabéticos, com
o objetivo de controlar a glicemia e promover a queda da hemoglobina glicada (HbA1C). De
acordo com o mecanismo de ação principal, pode-se subdividir os agentes antidiabéticos
orais em: aqueles que incrementam a secreção pancreática de insulina (sulfonilureias e
glinidas); os que reduzem a velocidade de absorção de glicídios (inibidores das
alfaglicosidases); os que diminuem a produção hepática de glicose (biguanidas); e/ou os
que aumentam a utilização periférica de glicose (glitazonas) (SBD, 2009).
O tratamento do diabetes tipo 1, na maioria dos casos, consiste na aplicação diária
de insulina, dieta e exercícios, uma vez que o organismo não produz mais o hormônio. A
quantidade de insulina necessária dependerá do nível glicêmico (BRUNNER; NETTINA,
2003).
No DM2, a insulina pode ser necessária a longo prazo para controlar os níveis de
glicose quando falharem a dieta e os agentes orais. A insulinoterapia envolve a injeção
subcutânea de insulina de ação curta, intermediária ou longa, em vários momentos, para
conseguir o efeito desejado (BRUNNER, 2006).
19
2.8 Qualidade de Vida
Qualidade de vida (QV) é uma noção eminentemente humana e abrange muitos
significados que refletem conhecimentos, experiências e valores de indivíduos e
coletividades. No campo da saúde, o discurso da relação entre saúde e QV existe desde o
nascimento da medicina social. Assim, a expressão “Qualidade de vida ligada à saúde”,
tradução da expressão inglesa HealthrelatedQualityof Life, tem sido utilizada para ser
distinguida da QV, em seu significado mais geral (DANTAS; SAWADA; MALERBO, 2003).
Ferreira; Santos (2009) afirmam que a qualidade de vida está relacionada a
elementos que a sociedade considera como padrão de conforto e bem-estar, variando com
a época, valores, espaços e histórias.
A avaliação da QV vem se tornando cada vez mais utilizada para medir o impacto
geral de doenças na vida dos indivíduos. No contexto da área clínica o interesse tem sido
geralmente, naqueles aspectos da QV que são ou estão sendo influenciados pela ocorrência
ou tratamento de doenças ou traumas (AGUIAR et al. 2008).
Apesar de não haver definição consensual, existe razoável concordância entre os
pesquisadores acerca do construto QV, cujas características são: subjetividade,
multidimensionalidade e bipolaridade (DANTAS; SAWADA; MALERBO, 2003).
Segundo Seidl; Zannon (2004), no âmbito da saúde coletiva e das políticas públicas
é possível identificar interesse crescente pela avaliação da QV. Assim, informações sobre
QV têm sido incluídas tanto como indicadores para avaliação da eficácia, eficiência e
impacto de determinados tratamentos para grupos de portadores de agravos diversos,
quanto na comparação entre procedimentos para o controle de problemas de saúde. Outro
interesse está diretamente ligado às práticas assistenciais cotidianas dos serviços de saúde,
e refere-se à QV como um indicador nos julgamentos clínicos de doenças específicas. A
compreensão sobre a QV do paciente pode incorporar-se ao trabalho do dia-a-dia dos
serviços, influenciando decisões e condutas terapêuticas das equipes de saúde.
20
2.9 Morbidade e Qualidade de Vida na Mulher
Um dado praticamente universal é que as mulheres vivem mais do que os homens,
vantagem que pode ser parcialmente atribuída às diferenças em doenças que acometem
uns e outros. A taxa de doenças letais é muito maior entre os homens idosos do que entre
as mulheres idosas, entre as quais predominam as doenças não fatais, mas incapacitantes
e crônicas. As mulheres mostram níveis mais elevados de incapacidade, e as diferenças em
saúde física manifestam-se também nas taxas de consumo de remédios, em que as
mulheres ganham dos homens (NERI, 2001).
O diabetes é um poderoso preditor de doença coronária, e nas mulheres assume um
significado especial, aumentando em três vezes o risco cardíaco. A doença coronária
tornou-se a principal causa de morte no sexo feminino do mundo ocidental, maior que o
câncer de útero, de mama ou mortes no parto. A mudança do padrão de vida das mulheres
talvez explique, em parte, a ocorrência de dados tão alarmantes: ao lado das
responsabilidades tradicionais com a casa, filhos, marido e parentes idosos, as mulheres
adquiriram as responsabilidades “do homem”. Trabalho fora do lar e necessidades
financeiras decorrentes de abandono, divórcio e viuvez são exemplos disso. Ao mesmo
tempo, as mulheres adquiriram outros hábitos de vida como dietas irregulares e sem
restrição de gorduras e carboidratos, fumo, álcool, falta de atividade física regular e de
repouso adequado (LUZ; SOLIMENE, 1999).
Segundo Neri (2001) no âmbito da saúde, da funcionalidade física e da saúde
percebida, gênero é um fator de risco mais importante do que idade, na medida em que as
mulheres idosas são mais frágeis e se percebem como mais frágeis do que os homens
idosos. Conclusão subsidiária é que, quando os efeitos da fragilidade física somam-se aos
efeitos de variáveis sóciodemográficas, tais como escolaridade menor, viver só, ter que
cuidar, e precisar de cuidados a qualidade de vida das mulheres tende a declinar. As
mulheres são mais envolvidas social e afetivamente e isso por um lado atua a seu favor,
21
como fator protetor, porém, elas podem ser relativamente prejudicadas pelas imposições
sociais de prestar cuidados aos cônjuges e aos ascendentes.
2.10 Unidade de Saúde da Família - Vila Bianchi
A unidade foi inaugurada em 2010, está localizada à Rua Alziro de Oliveira nº 30,
bairro Vila Bianchi, contam com 73 pacientes cadastrados com o diagnóstico de diabetes
mellitus, desse total, 51 são mulheres. A unidade conta com um médico, um enfermeiro,
dois técnicos de enfermagem e seis agentes comunitários de saúde.
22
3. JUSTIFICATIVA
O diabetes mellitus é uma doença comum e de incidência crescente no Brasil sendo
reconhecido como um importante problema de saúde pública.
A avaliação da qualidade de vida é essencial para a orientação situacional de ações
estratégicas que visem mudanças na equipe que atua na atenção primária, diante disso, se
tornam necessários, estudos para a produção e ampla disseminação de conhecimento
sobre a qualidade de vida de pacientes diabéticos nos dias de hoje, constituindo um dado
importante e necessário para que os profissionais de saúde se atualizem buscando novas
formas de melhor atender os pacientes diabéticos.
Através desse trabalho queremos conhecer a qualidade de vida das mulheres
diabéticas da USF Vila Bianchi de Bragança Paulista – SP.
23
4. OBJETIVOS
4.1 Objetivos Gerais
Conhecer a qualidade de vida de mulheres diabéticas cadastradas no Programa
Hiperdia da USF Vila Bianchi em Bragança Paulista.
4.2 Objetivos Específicos
Caracterizar as pacientes diabéticas cadastradas na USF de Vila Bianchi;
Analisar as pacientes em relação à doença;
Conhecer o impacto da doença na qualidade de vida das mulheres;
24
5. METODOLOGIA
5.1 Tipo do estudo
Tratou-se de um estudo descritivo exploratório de campo, com abordagem qualitativa
e quantitativa.
5.2 Contexto do estudo
Esta pesquisa foi desenvolvida no município de Bragança Paulista, estado de São
Paulo na Unidade de Saúde da Família Vila Bianchi.
5.3 População e amostra
O trabalho teve como amostra 18 mulheres diabéticas cadastradas no programa
Hiperdia da referida unidade.
5.4 Critérios de inclusão
Foram incluídas mulheres cadastradas no Hiperdia, com diabetes, que tinham acima
de 18 anos de idade e que aceitaramparticipar da pesquisa e assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (APÊNDICE 2);
5.5 Critérios de exclusão
Foram excluídas mulheres não cadastradas no Hiperdia, sem diabetes e que não
tinham acima de 18 anos de idade e que não aceitaram participar da pesquisa e não
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (APÊNDICE
2);
5.6 Instrumento de coleta de dados
A coleta de dados foi realizada por meio de aplicação de um instrumento, com
questões abertas e fechadas (APÊNDICE 1). O instrumento foi aplicado na unidade nos
25
meses de maio e junho de 2011 após assinatura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido – TCLE dos usuários.
5.7 Coleta de dados
Após aprovação e autorização do Comitê de Ética em Pesquisa e da Secretaria
Municipal de Saúde de Bragança Paulista, entramos em contato com o enfermeiro
responsável da unidade, com a finalidade de apresentar os objetivos da pesquisa e
organizar a coleta. Os endereços foram coletados através do sistema de cadastramento da
unidade.
5.8 Análise dos dados
Os dados foram analisados através das variáveis do estudo e os mesmos foram
apresentados em tabelas e gráficos.
5.9 Aspectos Éticos
Todas as participantes da pesquisa assinaram um Termo de Consentimento, Livre e
Esclarecido (APÊNDICE 2). Foi explicado a cada uma das participantes o motivo da
pesquisa e o conteúdo do instrumento de coleta de dados. Todas as informações fornecidas
pela paciente foram de sua livre escolha, e caso a mesma não queira participar ou mesmo
deixar de responder a alguma questão a pesquisa não será prejudicada.
Este estudo, embora realizado com seres humanos, não acarretou risco conhecido à
saúde física e mental das mesmas, visto que não foi utilizada nenhuma forma de
intervenção, a não ser a aplicação de um instrumento, porém, ressalta-se que o estudo
poderia causar constrangimento aos sujeitos de pesquisa ao responderem as perguntas do
instrumento.
Foi assegurada à participante da pesquisa a manutenção do sigilo da informação
prestada. Todos os instrumentos de coleta de dados ficaram arquivados e sob
responsabilidade das pesquisadoras.
26
A presente pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
São Francisco. Vale ressaltar que foi autorizada a realização da pesquisa na Unidade de
Saúde da Família da Vila Bianchi, através de autorização da Secretaria Municipal de Saúde
(APÊNDICE 3).
Foram cumpridos os termos da Resolução 196 (10/10/1996), do Conselho Nacional
de Saúde (BRASIL, 1996).
5.10 Orçamento
Todos os custos da pesquisa foram subsidiados pelas pesquisadoras, não
incorrendo qualquer ônus à instituição ou campo de pesquisa.
27
6. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
A análise e discussão dos resultados foram divididas em três partes, sendo que a
primeira está relacionada aos dados de identificação e dados socioeconômicos das
entrevistadas, a segunda está relacionada aos dados de diagnóstico e tratamento e a
terceira está relacionada aos dados sobre a qualidade de vida das participantes. Foram
entrevistadas 18 mulheres com diabetes acompanhadas pela Unidade de Saúde da Família
Vila Bianchi no município de Bragança Paulista – SP.
Parte I – Análise dos dados de identificação e socioeconômicos
Tabela 1: Distribuição das entrevistadas segundo idade e estado civil. Bragança Paulista, 2011.
Idade N % Estado Civil N %
<40 1 05,6 Solteira 1 05,6
41-50 3 16,7 Casada 9 50,0
51-60 5 27,7 Viúva 8 44,4
61-70 6 33,3
71-80 2 11,1
81-90 1 05,6
Observou-se que 6 (33,3%) das entrevistadas tinham entre 61 e 70 anos; 5 (27,7%)
entre 51- 60 anos; 3 (16,7%) entre 41-50 anos; 2 (11,1%) entre 71-80 anos; 1 (5,6%) com
menos de 40 anos e 1 (5,6%) entre 81-90 anos. Observou-se também que 9 (50%) eram
casadas; 8 (44,4%) eram viúvas e 1 (5,6%) eram solteiras. Verificou-se em diversos
estudos, que o DM2 pode ocorrer em qualquer idade, mas geralmente é diagnosticado após
os 40 anos (SBD, 2009); indo de encontro a esse dado, a OMS refere que o estado civil dos
indivíduos influencia na dinâmica familiar e no autocuidado. Para os idosos, a composição
28
familiar pode ser um fator decisivo pela falta de estímulo ao autocuidado e ao asilamento, o
que pode caracterizar a grande incidência do DM2 entre as viúvas (OMS, 1984).
Tabela 2: Distribuição das entrevistadas segundo trabalho, renda mensal e casa própria. Bragança Paulista, 2011.
Trabalha atualmente
N % Renda Mensal N % Possui casa própria
N %
Sim 04 22,2 até 1 SM 05 27,8 Não 05 27,8
Não 14 77,8 2 a 3 SM 10 55,6 Sim 13 72,2
acima de 3 SM 03 16,6
Verificou-se que 14 (77,8%) das entrevistadas não trabalhavam no momento da
entrevista e que 5 (27,8%) ganhavam até um salário mínimo (SM) por mês; 10 (55,6%)
ganhavam entre dois a três SM e 3 (16,6%) ganhavam acima de três SM por mês. Verificou-
se também que 13 (72,2%) das entrevistadas possuíam casa própria. Quanto à variável
ocupação os resultados foram semelhantes ao estudo de Ferreira; Santos (2009) onde a
maioria não exercia atividade profissional, apenas atividades referentes ao lar, fato que
corrobora a idade dos indivíduos. Em relação à renda mensal do lar a maioria apresentava
renda entre dois a três SM por mês, fato que corresponde aos estudos anteriores. Diante
dos resultados, Ferreira, Santos (2009) inferem que uma maior renda poderia ser fator
facilitador na adesão ao tratamento do diabetes.
22,244,4
22,20
5,60
5,6
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
ANF
EFC
EMC
ESC
Gráfico 1: Distribuição das entrevistadas segundo grau de escolaridade. Bragança Paulista, 2011.
29
Quanto à escolaridade observou-se que 8 (44,4%) correspondiam às entrevistadas
com ensino fundamental incompleto; 4 (22,2%) correspondiam àquelas que não sabiam
ler/escrever; 4 (22,2) correspondiam às entrevistadas com ensino fundamental completo; 1
(5,6%) apresentava ensino médio completo e 1 (5,6) apresentava ensino superior completo.
Verificou-se em vários estudos um grau de escolaridade muito baixo; Modeneze (2004),
Jardim; Leal (2009) também encontraram um nível de escolaridade bem precário. Segundo
Brasil (2001), a adesão ao tratamento tende a ser menor em indivíduos com baixa
escolaridade, o que eleva a responsabilidade das ESFs em desenvolverem atividades
educativas, com ênfase para o controle da doença e promoção da saúde.
38,8
16,6
22,2
5,6
5,6
5,65,6
Gráfico 2: Distribuição das entrevistadas segundo ocupação. Bragança Paulista, 2011.
Aposentada
Pensionista
Dona de casa
Babá
Cozinheira
Costureira
Acompanhante de idosos
Verificou-se que 7 (38,8%) das entrevistadas eram aposentadas; 4 (22,2%) donas de
casa; 3 (16,6%) pensionistas; 1 (5,6%) babá; 1 (5,6%) cozinheira; 1 (5,6%) costureira e 1
(5,6%) acompanhantes de idosos. Grande parte da amostra foi constituída de aposentados,
constatação já esperada devido à faixa etária de maior incidência (78% acima de 60 anos).
Entretanto, em diversos estudos a ocupação predominante foi o trabalho doméstico
(PERES; FRANCO; SANTOS, 2008).
30
Parte II – Análise dos dados de diagnóstico e tratamento
05,6
0
27,8
0
66,6
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Diabetes Tipo 1 Diabetes Tipo 2
Gráfico 3: Distribuição das entrevistadas segundo tipo de diabetes e tempo de diagnóstico. Bragança
Paulista, 2011.
mais de 5 anos
2 a 5 anos
menos de 1 ano
Observou-se que 18 (100%), ou seja, todas as entrevistadas possuíam diabetes tipo
2. Quanto ao tempo de diagnóstico verificou-se que 12 (66,6%) das entrevistadas conviviam
com a doença há mais de cinco anos; 5 (27,8%) entre dois a cinco anos e 1 (5,6%)
conviviam com a doença há menos de um ano. Segundo a SBD (2009), o DM2 é a forma
presente em 90% a 95% dos casos, enquanto o DM1 está presente em 5% a 10%. De
acordo com Miranziet al. (2008) os principais fatores responsáveis pelo aumento da
prevalência do diabetes tipo 2 são a alteração no estilo de vida e a esperança de vida ao
nascer, uma vez que suas características estão relacionadas a fatores hereditários, ao estilo
de vida, e a manifestação após os 35 anos de idade. Quanto ao tempo de diagnóstico, a
grande porcentagem de pacientes com mais de 5 anos de descoberta, confirmaram a
cronicidade da doença, como revela Souza et al. (1997). Foi encontrado em diversos
estudos uma variação de tempo de diagnóstico de 7 meses à 36 anos, com uma média de 8
anos (MODENEZE, 2004).
31
14,28
35,7138,09
11,9
0
10
20
30
40
Insulina Hipoglicemiantes Dieta alimentar Atividade fisica
Gráfico 4: Distribuição das entrevistadas segundo tipo de tratamento utilizado para Diabetes. Bragança Paulista, 2011.
Em relação ao tratamento atual, destacou-se que 16 (38,09%) das entrevistadas
realizavam dieta alimentar; 15 (35,71%) utilizavam hipoglicemiantes orais; 6 (14,28%)
utilizavam insulina e 5 (11,90%) realizavam atividade física. Quanto ao uso de
hipoglicemiantes orais os resultados foram semelhantes aos de Modeneze (2004), onde foi
encontrado um percentual de 90% de uso. A adesão ao tratamento constitui uma das
dificuldades enfrentadas pelo serviço de saúde; Ferreira; Santos (2009) destacaram
diversos problemas para a realização do tratamento, entre eles a dificuldade para seguir a
dieta e a dificuldade financeira.
50 50
0
10
20
30
40
50
60
1x ao dia 2x ao dia
Gráfico 5: Distribuição das entrevistadas segundo utilização de insulina ao dia. Bragança Paulista, 2011.
Observou-se que entre as entrevistadas que utilizavam insulina 3 (50%) utilizavam
insulina uma vez ao dia e 3 (50%) utilizavam insulina duas vezes ao dia. Trabalhos
32
brasileiros mostram variações no número de aplicações diárias de insulina (ARAUJO;
SOUZA; MENEZES, 2008). Segundo a SBD (2009) a insulina é o mais efetivo medicamento
hipoglicemiante conhecido e não existem doses máximas acima das quais seu efeito
terapêutico não ocorra, nem contraindicações a seu uso. Existem vários estudos com dados
conflitantes em relação à influência do uso de insulina na qualidade de vida - QV. O uso da
insulinoterapia em algumas pesquisas está associado a valores baixos de QV; em outras
pesquisas, o uso da insulina pode melhorar a QV, ou até mesmo não influenciá-la (AGUIAR
et al., 2008).
16,7
83,3
0
20
40
60
80
100
Sim Não
Gráfico 6: Distribuição das entrevistadas que possuem aparelho de glicemia. Bragança Paulista, 2011.
Destacou-se que 15 (83,3%) das entrevistadas não possuíam aparelho de glicemia;
apenas 3 (16,7%) possuíam aparelho de glicemia. Constatou-se que grande parte das
entrevistadas não possuía aparelho de glicemia, podendo ser um fator limitante para o
correto monitoramento, pois, de acordo com Brasil (2006), o monitoramento da glicemia em
casa, com fitas para leitura visual ou medidor glicêmico apropriado, é o método ideal de
controle. Além do mais, verificou-se que a automonitorização da glicemia também contribui
para a redução do risco de hipoglicemia e a manutenção de boa qualidade de vida (SBD,
2009).
33
11,1
33,3
11,1
22,2
16,7
5,6
0
5
10
15
20
25
30
35
Diariamente Semanalmente Quando apresenta sintomas
Apenas quando vai a USF
Semanalmente e quando apresenta sintomas
Semanalmente e quando vai a
USF
Gráfico 7: Distribuição das entrevistadas segundo frequência de monitorização da glicemia. Braganças Paulista, 2011.
Observou-se que 6 (33,3%) das entrevistadas monitoravam a glicemia
semanalmente; 4 (22,2%) apenas quando iam a USF; 3 (16,7%) semanalmente e quando
apresentavam sintomas; 2 (11,1%) diariamente; 2 (11,1%) apenas quando apresentavam
sintomas e 1 (5,6%) semanalmente e quando iam a USF. Segundo a SBD (2009) as
diretrizes sobre as frequências recomendadas e os horários para realizar os testes de
glicemia variam entre as associações internacionais de diabetes, não existe esquema-
padrão de frequência de testes glicêmicos que se aplique, indistintamente, a qualquer
paciente, porém sugere-se para pacientes insulinizados três testes por dia, em diferentes
horários, dependendo do grau de estabilização glicêmica, e não insulinizado: pelo menos
um ou dois testes por semana, em diferentes horários.
34
11,1
55,6
33,3
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Visita domiciliar do ACS
Gráfico 8: Distribuição das entrevistadas segundo visita domiciliar dos agentes comunitários de
saúde. Bragança Paulista, 2011.
1x/mês
a cada 15 dias
1x/semana
Verificou-se que 10 (55,6%) recebiam visita domiciliar dos ACS a cada quinze dias, 6
(33,3%) recebiam uma vez por mês e 2 (11,1%) recebiam uma vez por semana. Em relação
à visita domiciliar, Brasil (2006) destacou algumas atribuições dos ACS como orientação
sobre a importância das mudanças nos hábitos de vida, ligadas à alimentação e à prática de
atividade física, registro nas fichas de acompanhamento de informações relevantes,
verificação do comparecimento dos pacientes com diabetes às consultas agendadas na
unidade de saúde (busca ativa de faltosos), entre outros.
5044,4
5,6
0
10
20
30
40
50
60
mensalmente semestralmente anualmente
Gráfico 9: Distribuição das entrevistas segundo frequência de acompanhamento na USF. Bragança Paulista, 2011.
Observou-se que 9 (50%) das entrevistadas faziam acompanhamento na USF
mensalmente; 8 (44,4%) semestralmente e 1 (5,6) anualmente. A Estratégia Saúde da
35
Família, enquanto política pública nacional, tem se destacado como estratégia de
reorganização da atenção básica, representando uma concepção de saúde centrada na
promoção. O acompanhamento realizado na USF detecta as dificuldades que impedem
maior adesão ao tratamento, promovendo assim uma melhor qualidade de vida aos
pacientes (MIRANZI et al., 2008).
Destacou-se que 12 (66,6%) das entrevistadas faziam acompanhamento na USF
somente com médico; 2 (11%) com médico e nutricionista; 1 (5,6%) com médico e
enfermeiro; 1 (5,6%) com médico e técnico de enfermagem; 1 (5,6%) com médico,
enfermeiro, técnico de enfermagem e nutricionista e 1 (5,6%) com médico, enfermeiro,
nutricionista e educador físico. Percebeu-se que a maior parte das entrevistadas fez
acompanhamento com o profissional médico, e uma parte muito pequena fez
acompanhamento com o restante da equipe multidisciplinar. Segundo Brasil (2006) a equipe
mínima de Saúde da Família deve atuar, de forma integrada e com níveis de competência
bem estabelecidos, na abordagem do diabetes, sendo que a definição das atribuições da
equipe no cuidado integral do diabetes deve responder às peculiaridades locais, tanto do
perfil da população sob cuidado como do perfil da própria equipe de saúde.
36
Parte III – Análise dos dados sobre qualidade de vida
5,6
33,3
61,1
0
10
20
30
40
50
60
70
nenhuma pouca muita
Gráfico 11: Distribuição das entrevistadas segundo disposição para realizar as atividades diárias de rotina. Bragança Paulista, 2011.
Observou-se que 11 (61,1%) das entrevistadas possuíam muita disposição para
realizar as atividades diárias de rotina; 6 (33,3%) possuíam pouca disposição e apenas 1
(5,6%) referiu nenhuma disposição para realizar suas atividades diárias; contrapondo com
estes resultados, Salomé; Blanes; ferreira (2009) constataram em seu estudo que há uma
redução na capacidade funcional da maioria dos entrevistados devido a doença.
33,3
66,7
0
50
100
Sim Não
Gráfico 12: Distribuição das entrevistadas segundo a percepção de que a restrição alimentar causada pelo diabetes altera de alguma maneira a sua
vida. Bragança Paulista, 2011.
Observou-se que para 6 (33,3%) das entrevistadas a restrição alimentar causada
pelo diabetes altera a sua vida de alguma maneira e para 12 (66,7%) a restrição alimentar
não altera em nada. Percebeu-se que para uma significativa parcela das entrevistadas a
37
restrição alimentar é encarada como algo ruim que altera a vida de alguma forma. Verificou-
se que o comportamento alimentar da mulher portadora de diabetes tipo 2 é bastante
complexo e precisa ser compreendido à luz dos aspectos psicológicos, biológicos, sociais,
culturais, psicológicos e econômicos para maior eficácia das intervenções educativas
(PERES; FRANCO; SANTOS, 2006). Além disso, o seguimento da dieta é a base do
tratamento, contudo, constitui-se em um grande desafio para as ESFs, uma vez que a
maioria dos indivíduos têm dificuldade para modificar hábitos alimentares (MIRANZI et al.,
2008).
Tabela 3: Distribuição das respostas das entrevistadas em relação a restrição alimentar causada pelo diabetes. Bragança Paulista, 2011.
N %
Tem vontade de comer doces 4 66,6
Acha que atrapalha porque não pode comer as coisas que gosta 1 16,7
Se sente mal por ter vontade de comer e não poder 1 16,7
TOTAL 6 100
Verificou-se que para as entrevistadas em que a restrição alimentar altera sua vida
de alguma maneira; 4 (66,6%) relataram que têm “vontade de comer doces”; 1 (16,7%)
“acha que atrapalha porque não pode comer as coisas que gosta” e 1 (16,7%) “se sente mal
por ter vontade de comer e não poder”. Segundo Peres; Franco; Santos (2006) os alimentos
doces despontaram como algo extremamente desejado em seu estudo, percebeu-se que
transgressão e desejo alimentar estão igualmente presentes na vida das pessoas
entrevistadas. Seguir o padrão dietético recomendado elicia tristeza, e o ato de comer,
muitas vezes, vem acompanhado de medo, culpa e revolta.
38
72
28
0
20
40
60
80
Sim Não
Gráfico 13: Distribuição das entrevistadas segundo realização de atividades de lazer. Bragança Paulista, 2011.
Destacou-se que 13 (72%) das entrevistadas realizavam atividades de lazer e 5
(28%) não realizavam. Segundo Bacheladenski; Matiello Junior (2010) o lazer tem sido
reconhecido como um fenômeno de grande relevância para a emancipação humana e
cidadania, figurando fortemente como estratégia da promoção da saúde. O lazer também é
um meio privilegiado para o desenvolvimento pessoal, social e econômico; é um aspecto
importante de qualidade de vida (WLRA, 1996).
61,5
30,8
7,7
0
10
20
30
40
50
60
70
Nunca Raramente Sempre
Gráfico 14: Distribuição das entrevistadas segundo frequência em que o diabetes atrapalha as atividades de lazer. Bragança Paulista, 2011.
Observou-se que em 8 (61,5%) das entrevistadas referiram que o diabetes nunca
atrapalhou as atividades de lazer; 4 (30,8%) raramente atrapalhou e 1 (7,7%) referiu que o
diabetes sempre atrapalha as atividades de lazer. Diante dos resultados, percebe-se um
resultado positivo em relação à qualidade de vida apesar da doença; uma minoria relatou
39
que alguns sintomas decorrentes da doença comprometiam as atividades de lazer (vide
Gráfico 19).
Verificou-se que para 3 (16,6%) das entrevistadas o diabetes nunca atrapalhou o
trabalho; 1 (5,6%) raramente e 14 (77,8%) não se aplica. Percebeu-se que devido ao grande
número de aposentadas e pensionistas para a maioria das entrevistadas essa questão não
se aplicava. Entretanto, contrapondo com estes resultados Souzaet al. (1997) destacaram
em seu estudo que o diabetes influenciou, causando limitação física, necessidade de
ausentar-se ou retirar-se mais cedo do trabalho, problemas visuais, nervosismo e conflitos
com o patrão, havendo ainda problemas socioeconômicos devido ao afastamento do
trabalho. Segundo Rodrigues; Canani (2008) indivíduos com DM possuem maior risco de
incapacidade para o trabalhoe taxas mais elevadas de absenteísmo, as causas dessas
incapacidades funcionais são diversas, entre elas: as complicações crônicas decorrentes da
doença, as comorbidades associadas, o excesso de peso, o despreparo físico, os sintomas
de descompensação aguda e depressão, além disso, observou-se que pacientes com DM
recebem menor remuneração quando comparados a indivíduos sem a doença, em função
de discriminação por possível menor produtividade e, especialmente, pela possibilidade de
hipoglicemias, o que restringe as atividades a alguns empregos.
40
5,6
33,3
61,1
0
10
20
30
40
50
60
70
Insatisfeita Satisfeita Muito satisfeita
Gráfico 16: Distribuição das entrevistadas segundo a percepção de satisfação com apoio da família em relação ao diabetes. Bragança
Paulista, 2011.
Observou-se que 11 (61,1%) das entrevistadas estavam muito satisfeitas com o
apoio da família em relação ao diabetes; 6 (33,3%) estavam satisfeitas e 1 (5,6%) estava
insatisfeita com o apoio da família. Verificou-se em vários estudos que a pessoa com
diabetes deve manter sempre um controle do nível glicêmico, uma dieta especial, injeções
de insulina e o controle do stress, por tudo isso, é fato comum que pessoas diabéticas
necessitem também de apoio psicossocial. O apoio psicossocial tem sido visto como um
elemento crítico no sucesso do controle do diabetes. Acredita-se que a disponibilidade de
apoio da família e amigos está ligada à diminuição da mortalidade e controle da doença
(GREGG; ROBERTUS; STONE, 1989).
41
16,7
50
33,3
0
10
20
30
40
50
60
Insatisfeita Satisfeita Muito Satisfeita
Gráfico 17: Distribuição das entrevistadas segundo a percepção de satisfação com sua saúde atualmente. Bragança Paulista, 2011.
Destacou-se que 9 (50%) das entrevistadas relataram estar satisfeitas com sua
saúde atualmente; 6 (33,3%) relataram estar muito satisfeitas e 3 (16,7%) relataram estar
insatisfeitas com sua saúde atualmente. Observou-se resultados semelhantes em diversos
estudos, como em Souza et al. (1997) que verificou que o grau de satisfação com a vida
relaciona-se, sobretudo, às condições de saúde, à relação familiar harmônica e à resolução
de problemas financeiros, familiares e de trabalho. A auto percepção positiva da saúde
possibilita maior envolvimento dos indivíduos em relação ao tratamento e ao controle da
doença (MIRANZI et al., 2008).
42
Levando-se em consideração que cada entrevistada poderia citar mais de uma área
da vida no qual o diabetes causou impacto, verificou-se um total de 28 citações. Assim,
destacou-se que para 8 (28,5%) das entrevistadas o diabetes não causou nenhum impacto;
para 6 (21,4%) o diabetes causou maior impacto na capacidade física, 4 (14,2%) referiram
influenciar nas atividades do lar; 3 (10,7%) no lazer; 2 (7,1%) no trabalho; 1 (3,5%) na auto
imagem; 1 (3,5%) independência/autocuidado e 3 (10,7%) outros (não especificado).
Verificou-se em Souza (1997) que a capacidade física foi a segunda área mais influenciada
pelo diabetes, justificativas apontadas para esta influência foram a diminuição da
capacidade e o cansaço físico, além de emagrecimento, fraqueza e desânimo. Conhecer as
dimensões mais negativamente impactadas pelo diabetes possibilita o planejamento de
ações de promoção da saúde e prevenção voltadas a este grupo, de maneira a capacitá-lo
para escolhas saudáveis em seu cotidiano, com vistas à melhoria da qualidade de vida
(FERREIRA; SANTOS, 2009).
43
Levando-se em consideração que cada entrevistada poderia citar mais de um
sintoma que causa influencia no dia-dia, verificou-se um total de 27 citações. Assim, notou-
se que 7 (25,9%) das entrevistadas tiveram como principais sinais e sintomas cansaço e
fraqueza; 5 (18,5% ) referiram emagrecimento; 3 (11,1%) polidpsia; 3 (11,1%) sudorese; 2
(7,4%) poliúria; 1 (3,7%) pé diabético; e 5 (18,5%) apresentaram outros sintomas (. Souza
et al. (1997) em seu estudo observou que a maioria dos entrevistados apresentaram como
principal sinal e sintoma a polidpsia e poluiria, seguidas de cansaço e fraqueza e a minoria
apresentaram emagrecimento como principal sintoma. Tais sintomas são típicas
manifestações do diabetes mellitus, podendo ocorrer de forma isolada ou simultânea
(MARCONDES et al., 1989).
94
6
0
20
40
60
80
100
Sim Não
Gráfico 20: Distribuição das entrevistadas segundo conhecimento das complicações do diabetes. Bragança Paulista, 2011.
Verificou-se que 17 (94,4%) das entrevistadas relataram que conhecem as
complicações do diabetes e 1 (5,6%) relatou não conhecer as complicações. Contrapondo
este resultado, um estudo realizado com um grupo de pacientes diabéticos em um hospital
de Munique (Alemanha) procurou saber o quanto esses pacientes sabiam sobre sua
doença. Concluiu-se que esforços para assegurar a educação sobre diabetes aos pacientes
acometidos por esta enfermidade é essencial para reduzir os riscos de complicações
(BLANKENFELDet al., 2006). Assim como em todas as doenças crônicas, fornecer aos
44
pacientes informação e educação é a melhor maneira de controlar o DM e prevenir suas
complicações (DIAS et al., 2010).
Levando-se em consideração que cada entrevistada poderia citar mais de uma
complicação, verificou-se um total de 29 citações. Assim, observou-se que 9 (31%) das
entrevistadas que conheciam as complicações do diabetes citaram a amputação como
principal complicação; 7 (24,1%) citaram a cegueira; 5 (17,2%) feridas nos pés; 4 (13,7%)
problemas renais; 1 (3,4%) infarto; 1 (3,4%) derrame; 1 (3,4%)morte e 1 (3,4%) problemas
de circulação. Verificou-se que dentre as complicações do diabetes, as visuais são as mais
relatadas no estudo de Dias et al. (2010). A história natural do diabetes é marcada pelo
aparecimento de complicações crônicas, geralmente classificadas como microvasculares e
macrovasculares, todas são responsáveis por expressiva morbimortalidade e taxas de
mortalidade superiores a indivíduos sem diabetes, diante disso, parte expressiva do
acompanhamento do indivíduo com diabetes deve ser dedicada à prevenção, identificação e
manejo destas complicações. O manejo requer uma equipe de atenção básica treinada com
45
tarefas específicas, incluindo a coordenação do plano terapêutico e das referências e
contra-referências dentro do sistema de saúde (BRASIL, 2006).
44,4
11,1
44,4
0
10
20
30
40
50
Nunca Raramente Sempre
Gráfico 22: Distribuição das entrevistadas segundo frequência de preocupação com complicações em decorrência do diabetes. Bragança
Paulista, 2011.
Verificou-se que 8 (44,4%) das entrevistadas nunca sentiam preocupação em
relação a complicações em decorrência do diabetes; 8 (44,4%) sempre sentiam e 2 (11,1)
raramente sentiam preocupação em relação à complicações em decorrência do diabetes. O
DM apresenta alta morbi-mortalidade, com perda importante na qualidade de vida. É uma
das principais causas de mortalidade, insuficiência renal, amputação de membros inferiores,
cegueira e doença cardiovascular (BRASIL, 2006). O alto índice de entrevistados que não
se preocupam com as complicações do diabetes é alarmante, uma vez que a presença de
complicações clínicas decorrentes do DM tem impacto potencialmente significante na
qualidade de vida, visto que, quanto maior o número de complicações, pior é a qualidade de
vida do paciente. (AGUIAR et al., 2008).
46
36%
24%
12%
12%
8%
4%4%
Gráfico 23: Distribuição das respostas das entrevistadas sobre qualidade de vida. Bragança Paulista, 2011.
Ter saúde
Viver bem e em paz
Se alimentar bem
Ter boas condições financeiras
Família estar bem
Não ter diabetes
Ter disposição/ poder realizar suas próprias tarefas
Levando-se em consideração que cada entrevistada poderia citar mais de uma
definição de qualidade de vida, verificou-se um total de 25 citações. Assim, observou-se que
para 9 (36%) das entrevistadas referem que qualidade de vida significa ter saúde; 6 (24%)
referem que significa viver bem e em paz; 3 (12%) referem que significa se alimentar bem; 3
(12%) referem que significa ter boas condições financeiras; 2 (8%) referem que significa a
família estar bem; 1 (4%) refere que significa não ter diabetes e 1 (4) refere que significa ter
disposição podendo realizar suas próprias tarefas. A qualidade de vida é definida como a
percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores
nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações
(WHOQOL GROUP, 1995). A qualidade de vida relacionada à saúde também pode ser
definida como a valorização subjetiva que o paciente faz de diferentes aspectos de sua vida,
em relação ao seu estado de saúde(GUITERAS; BAYÉS apud FORNS,ANGUERA, 1993).
Esta afirmação reforça o fato de que, para as entrevistadas, "ter saúde" é o fator
considerado mais importante para sua qualidade de vida. Viver ativamente com saúde e
disposição para realizar suas atividades diárias e ter a capacidade de determinar suas
47
próprias escolhas foi descrito também por Ribeiro; Rocha; Popim (2010) verificando o
desvelamento de algumas facetas relevantes quanto ao significado de qualidade de vida. É
importante salientar que o significado de qualidade de vida é extremamente subjetivo;
depende de todo um contexto de vida pessoal, relacionando-se também a fatores como
sexo, idade, inserção social, padrão cultural, entre outros (SOUZA et al., 1997).
Observou-se que 8 (44,4%) das entrevistadas avaliaram como boa a qualidade de
vida atual; 5 (27,8%) dos entrevistados avaliaram como muito boa; 4 (22,2 %) avaliaram
como ruim e apenas 1 (5,6%) avaliou como muito ruim a qualidade de vida atual; Miranzi et
al. (2008) encontraram resultados semelhantes, afirmando que a avaliação da QV foi tida
como positiva entre os entrevistados. Entretanto, segundo Castro et al. (2008) o diabetes
mellitus pode ter um efeito profundo na qualidade de vida dos pacientes; no estudo de
Ferreira; Santos (2009) os resultados mostraram um impacto negativo do diabetes na
qualidade de vida relacionada a saúde dos indivíduos participantes, principalmente nos
aspectos físicos, emocionais, capacidade funcional e vitalidade.
48
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo possibilitou o desvelamento de algumas facetas relevantes quanto ao
significado de qualidade de vida para as mulheres com Diabetes Mellitus. As pacientes
estudadas relacionaram o significado de qualidade de vida mais intensamente com as
quatro áreas a seguir: ter saúde, viver bem e em paz, se alimentar bem e ter boas condições
financeiras. É importante salientar que o significado de qualidade de vida é extremamente
subjetivo e multidimensional.
De maneira geral, a maioria das pacientes declarou estar satisfeita com a vida,
mesmo sentindo o impacto da doença em áreas como capacidade física, atividades do lar,
lazer e trabalho. Este sentimento de satisfação deve-se, talvez, ao fato de que as pacientes
possuíam compensações que as ajudavam a superar as dificuldades da doença, como por
exemplo, o apoio da família.Além disso, em relação ao conviver com DM constata-se que a
restrição alimentar foi percebida com um ponto de repercussão para uma parcela das
entrevistadas.
Contudo, mesmo se tratando de uma população de baixa escolaridade e baixo nível
socioeconômico, a avaliação da qualidade de vida foi tida como positiva entre as
entrevistadas. Portanto, conhecer a QV dos indivíduos com diabetes significa um momento
ímpar de compreensão, e remete novamente à importância do planejamento e da
implementação de ações de responsabilidade das esferas governamentais, com
embasamento em informações científicas, a serem desenvolvidas por meio de políticas
públicas, que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos, quanto a
valorização dos trabalhadores das ESF.
Este estudo não pretende generalizar, mas descrever e compreender o significado
de qualidade de vida para mulheres diabéticas, contextualizado no local e tempo em que se
desenvolveu, pois entende-se que esta compreensão traz subsídios para implementar ações
em prol da busca do bem-estar na convivência com o diabetes.
49
8. CONCLUSÕES
Podemos concluir que:
6 (33,3%) tinham entre 61 e 70 anos; 5 (27,7%) entre 51- 60 anos; 3 (16,7%) entre
41-50 anos; 2 (11,1%) entre 71-80 anos; 1 (5,6%) com menos de 40 anos e 1 (5,6%)
entre 81-90 anos; 9 (50%) eram casadas; 8 (44,4%) eram viúvas e 1 (5,6%) era
solteira;
14 (77,8%) das entrevistadas não trabalhavam;5 (27,8%) ganhavam até um salário
mínimo (SM) por mês; 10 (55,6%) ganhavam entre dois a três SM e 3 (16,6%)
ganhavam acima de três SM por mês;
13 (72,2%) possuíam casa própria;
8 (44,4%) tinham ensino fundamental incompleto; 4 (22,2%) não sabiam ler/escrever;
4 (22,2%) tinham ensino fundamental completo; 1 (5,6%) tinha ensino médio
completo e 1 (5,6) tinha ensino superior completo;
7 (38,8%) eram aposentadas; 4 (22,2%) eram donas de casa; 3 (16,6%) eram
pensionistas; 1 (5,6%) era babá; 1 (5,6%) era cozinheira; 1 (5,6%) era costureira e 1
(5,6%) era acompanhante de idosos;
18 (100%) possuíam diabetes tipo 2; 12 (66,6%) conviviam com a doença há mais de
cinco anos; 5 (27,8%) entre dois a cinco anos e 1 (5,6%) convivia com a doença há
menos de uma ano;
16 (38,1%) realizavam dieta alimentar; 15 (35,7%) utilizavam hipoglicemiantes orais;6
(14,3%) utilizavam insulina e 5 (11,9%) realizavam atividade física; 3 (50%)
utilizavam insulina uma vez ao dia e 3 (50%) utilizavam insulina duas vezes ao dia;
15 (83,3%) não possuíam aparelho de glicemia; 6 (33,3%) monitoravam a glicemia
semanalmente; 4 (22,2%) apenas quando iam a USF; 3 (16,7%) semanalmente e
50
quando apresentavam sintomas; 2 (11,1%) diariamente; 2 (11,1%) apenas quando
apresentavam sintomas e 1 (5,6%) semanalmente e quando iam a USF;
10 (55,6%) recebiam visita domiciliar dos ACS a cada quinze dias;6 (33,3%)
recebiam uma vez por mês e 2 (11,1%) recebiam uma vez por semana;
9 (50%) faziam acompanhamento na USF mensalmente; 8 (44,4%) semestralmente
e 1 (5,6%) anualmente; 12 (66,6%) faziam acompanhamento na USF somente com
médico; 2 (11%) com médico e nutricionista; 1 (5,6%) com médico e enfermeiro; 1
(5,6%) com médico e técnico de enfermagem;1 (5,6%) com médico, enfermeiro;
técnico de enfermagem e nutricionista e 1 (5,6%) com médico, enfermeiro,
nutricionista e educador físico;
11 (61,1%) possuíam muita disposição para realizar as atividades diárias de rotina;6
(33,3%) possuíam pouca disposição e apenas 1 (5,6%) referiu nenhuma disposição
para realizar suas atividades diárias;
Para 6 (33,3%) a restrição alimentar causada pelo diabetes altera a sua vida de
alguma maneira e para 12 (66,7%) a restrição alimentar não altera em nada; 4
(66,6%) relataram que têm “vontade de comer doces”; 1 (16,7%) “acha que a
restrição alimentar causada pelo diabetes atrapalha porque não pode comer as
coisas que gostam” e 1 (16,7%) “se sente mal por ter vontade de comer e não
poder”;
13 (72%) realizavam atividades de lazer; 8 (61,5%) referiram que o diabetes nunca
atrapalhou as atividades de lazer; 4 (30,8%) raramente atrapalhou e 1 (7,7%) referiu
que o diabetes sempre atrapalha as atividades de lazer;
Para 3 (16,6%) o diabetes nunca atrapalhou o trabalho; 1 (5,6%) raramente e 14
(77,8%) não se aplica;
51
11 (61,1%) estavam muito satisfeitas com o apoio da família em relação ao
diabetes;6 (33,3%) estavam satisfeitas e 1 (5,6%) estava insatisfeita com o apoio da
família;
9 (50%) relataram estar satisfeitas com sua saúde atualmente; 6 (33,3%) relataram
estar muito satisfeitas e 3 (16,7%) relataram estar insatisfeitas com sua saúde
atualmente;
Para 8 (28,5%) o diabetes não causou nenhum impacto; para 6 (21,4%) o diabetes
causou maior impacto na capacidade física; 4 (14,2%) atividades do lar; 3 (10,7%)
lazer; 2 (7,1%) trabalho; 1 (3,5%) auto imagem; 1 (3,5%) independência/autocuidado
e 3 (10,7%) outros (não especificado);
7 (25,9%) tiveram como principais sinais e sintomas cansaço e fraqueza; 5 (18,5% )
referiram emagrecimento; 3 (11,1%) polidpsia; 3 (11,1%) sudorese; 2 (7,4%) poliúria;
1 (3,7%) pé diabético e 5 (18,5%) apresentaram outros sintomas;
17 (94,4%) relataram que conhecem as complicações do diabetes; 9 (31%) das que
conheciam as complicações do diabetes citaram a amputação como principal
complicação; 7 (24,1%) citaram a cegueira; 5 (17,2%) feridas nos pés; 4 (13,7%)
problemas renais; 1 (3,4%) infarto; 1 (3,4%) derrame; 1 (3,4%)morte e 1 (3,4%)
problemas de circulação;
8 (44,4%) nunca sentiam preocupação em relação a complicações em decorrência
do diabetes; 8 (44,4%) sempre sentiam e 2 (11,1%) raramente sentiam preocupação
em relação a complicações em decorrência do diabetes;
9 (36%) referiram que qualidade de vida significa ter saúde; 6 (24%) referiramque
significa viver bem e em paz; 3 (12%) referiramque significa se alimentar bem; 3
(12%) referiramque significa ter boas condições financeiras; 2 (8%) referiramque
52
significa a família estar bem; 1 (4%) referiu que significa não ter diabetese 1 (4%)
referiu que significa ter disposição podendo realizar suas próprias tarefas;
8 (44,4%) avaliaram como boa a qualidade de vida atual; 5 (27,8%) avaliaram como
muito boa; 4 (22,2 %) avaliaram como ruim e apenas 1 (5,6%) avaliou como muito
ruim a qualidade de vida atual;
53
REFERÊNCIAS
AGUIAR, CT et al. Instrumentos de avaliação de qualidade de vida relacionada à saúde no diabetes melito. ArqBrasEndocrinolMetab, São Paulo, v. 52, n.6, ago. 2008. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302008000600004&lng =pt&nrm=iso>. Acesso em: 24 fev. 2011. ARAUJO, AF; SOUZA, MEA; MENEZES, CA. Qualidade de vida e aspectos socioeconômicos em diabéticos tipo 1. ArqBrasEndocrinolMetab,São Paulo, v. 52, n. 7, out. 2008 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302008000700008&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em24 fev. 2011. BACHELADENSKI, MS; MATIELLO JUNIOR, E. Contribuições do campo crítico do lazer para a promoção da saúde. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 15, n. 5, Aug. 2010. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232010000500031&lng=en&nrm=iso>.Acesso em: 07 Set. 2011. BLANKENFELD H, MIELCK A, SCHUMM-DRAEGER PM, SIEGMUND T. How much do inpatient treated diabetics know about their disease?.Gesundheitswesen. 2006; 68(8-9):557-65. German. BRASIL. Coordenação de Investigação do Departamento de Atenção Básica da Secretaria de Políticas de Saúde. Informe de Atenção Básica. Brasília (DF): MS; 2001. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n. 196, de 10 de outubro de 1996.Aprova diretrizes e normas regulamentadores de pesquisas envolvendo seres humanos. Disponível em: <http://www.icb.usp.br/etica/etica_res196.html>. Acesso em: 14 abr. 2006. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diabetes Mellitus. Cadernos de Atenção Básica, n. 16, série A, Normas e Manuais Técnicos. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. BRUNNER, LS. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 10 ed., vol. 3. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. BRUNNER, LS; NETTINA, SM. Prática de enfermagem. 7 ed., vol. 2. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. CASTRO, CLN et al. Qualidade de vida em diabetes mellitus e Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde - estudo de alguns aspectos. Acta Fisiatr., 2008. DANTAS, RAS; SAWADA, NO; MALERBO, BM. Pesquisas Sobre Qualidade de Vida: REVISÃO da Produção Científica das Universidades Públicas do Estado de São Paulo. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 11, n. 4, ago 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692003000400017&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 27 fev. 2011. DIAS, A. F. G; VIEIRA, M. F.; REZENDE, M. P; OSHIMA, A; MULLER, M. E. W; SANTOS, M. E. X.; SERRACARBASSA, P. D. Perfil epidemiológico e nível de conhecimento de pacientes diabéticos sobre diabetes e retinopatia diabética ArqBras Oftalmol. 2010;73(5):414-8
54
FERREIRA, FS; SANTOS, CB. Qualidade de vida relacionada à saúde de pacientes diabéticos atendidos pela equipe de saúde da família. Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, jul/set 2009. Disponível em: <http://www.facenf.uerj.br/v17n3/v17n3a19.pdf>. Acesso em: 24 fev. 2011. GODOY-MATOS, AF de. Síndrome Metabólica. Editora Atheneu: São Paulo, 2005. GREGG, CH.; ROBERTUS, J.L.; STONE, J.B. Psychological aspects of chronic illness. Springfield, Charles C. Thomas, 1989. GUIMARAES, FP de M; TAKAYANAGUI, AMM. Orientações recebidas do serviço de saúde por pacientes para o tratamento do portador de diabetes mellitus tipo 2. Rev. Nutr., Campinas, v. 15, n. 1, jan. 2002. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732002000100005&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 24 fev. 2011. GUITERAS, A.F., BAYÉS, R. Desarrolllo de un instrumento para la medida de da calidadde vida enenfermedadescrónicas. In: Forns M, Anguera MT, organizadores. Aportacionesrecientes a laevaluaciónpsicologica. Barcelona: Universitas; 1993. JARDIM, A.D.L.; LEAL, A.M.O. Qualidade da informação sobre diabéticos e hipertensos registrada no Sistema HIPERDIA em São Carlos-SP, 2002-2005. PhysisRevista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 19 [ 2 ]: 405-417, 2009. LUZ, P. L. da; SOLIMENE, M. C. Peculiaridades da doença arterial coronária na mulher. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo, v. 45, n. 1, Mar. 1999. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42301999000100010&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 21 mar. 2011. MARCONDES, M. et al. Clínica médica: propedêutica e fisiopatologia. Rio de Janeiro,Guanabara Koogan, 1989. MIRANZI, S.S.C.; FERREIRA, F.S.; IWAMOTO, H.H.; PEREIRA, G.A.; MIRANZI, M.A.S. Qualidade de Vida de Indivíduos Com Diabetes Mellitus e Hipertensão Acompanhados Por Uma Equipe De Saúde da Família. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2008 Out-Dez; 17(4): 672-9. MODENEZE, DM. Qualidade de Vida e Diabetes: limitações físicas e culturais de um grupo específico. DISSERTAÇÃO DE MESTRADO UNICAMP/FEF Campinas – São Paulo, 2004. NERI, AL. Envelhecimento e qualidade de vida na mulher. 2° Congresso paulista de Geriatria e Gerontologia. Universidade Estadual de Campinas, Brasil, 2001. Disponível em: <http://portaldoenvelhecimento.org.br/artigos/maio2007/2congresso.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2011. OMS (1984). Aplicaciones de la epidemiologia al estúdio de losancianos: informe de um grupo científico de la OMS sobre a epidemiologia delenvejecimento. Série de informes técnicos. Ginebra (SZ): OMS, p.706. p. 175-95. PÉRES, DS; FRANCO, LJ; SANTOS, MA. Sentimentos De Mulheres Após O Diagnóstico De Diabetes Tipo 2. Rev Latino-am Enfermagem. janeiro-fevereiro, 2008.
55
PÉRES DS; FRANCO, LJ; SANTOS, MA. Comportamento alimentar em mulheres portadoras de diabetes tipo 2Rev Saúde Pública 2006;40(2):310-7 RIBEIRO, JP; ROCHA, SA; POPIM, RC. Compreendendo O Significado De Qualidade De Vida Segundo Idosos Portadores De Diabetes Mellitus Tipo II Esc Anna Nery (impr.)2010 out-dez; 14 (4):765-771. RODRIGUES, TC.; CANANI, LHS. A influência do turno de trabalho em pacientes com diabetes mellitus tipo 2. Rev.Assoc. Med. Bras., São Paulo, v. 54, n. 2, abr. 2008. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302008000200021&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 07 set. 2011. SALOMÉ, G. M; BLANES, L.; FERREIRA, L. M; Capacidade funcional dos pacientes com diabetes mellitus e pé ulcerado. Acta Paul Enferm. 2009. SEIDL, EMF; ZANNON, CML da C. Qualidade de vida e saúde: aspectos conceituais e metodológicos. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 20, n. 2, Apr. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2004000200027&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 27 fev. 2011. SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes. 3º ed. Itapevi, SP: A. Araújo Silva Farmacêutica, 2009. SOUZA, TT de et al . Qualidade de vida da pessoa diabética. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 31, n. 1, abr. 1997. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62341997000100012&lng=pt&nrm=iso>. Acessoem 24fev. 2011. WHOQOL GROUP 1995.The World Health Organization quality of life assessment (WHOQOL): position paper from the World Health Organization. Social Science and Medicine 10:1403-1409. WHOQL GROUP. The development of the World Health Organization quality of life assessment instrument (the WHOQOL). In: Orley J, Kuyken W, editors. Quality of Life Assessment: international perspectives. Heigelberg: Springer Verlag; 1994. WRLA. Carta internacional de educação para o lazer Elaborada e aprovada no "Seminário Internacional da WLRA de Educação para o Lazer" Jerusalém – Israel 2 a 4 ago1993 e ratificada pelo Conselho da WLRA Jaipur - Índia 3 dez 1993.
56
APÊNDICES
APÊNDICE 1
Instrumento de Coleta de Dados
Dados de Identificação
1) Iniciais:______________________ 2) Idade:_____
3) Estado Civil: ( ) solteira ( ) casada ( ) divorciada ( ) viúva
Dados socioeconômicos
4) Escolaridade: ( ) analfabeta ( ) EFI ( ) EFC ( ) EMI ( )EMC ( ) ESI ( ) ESC
5) Ocupação/Profissão: ___________________________
6) Trabalha atualmente? ( ) sim ( ) não
7) Renda mensal do lar: ( ) até 1 SM ( ) 2 à 3 SM ( ) acima de 3 SM
8) Possui casa própria? ( ) sim ( ) não
Dados de diagnóstico e tratamento
9) Tipo de diabetes: ( ) diabetes tipo 1 ( ) diabetes tipo 2
10) Tempo de diagnóstico: ( ) menos de 1 ano ( ) 2 à 5 anos ( )mais de 5 anos
11) Regime de tratamento atual: ( ) utiliza insulina ( ) utiliza hipoglicemiante oral
( ) dieta alimentar ( ) atividade física
12) Se utiliza insulina, quantas vezes por dia faz uso?
( ) 1X / dia ( ) 2X / dia ( ) até 3X / dia ( ) mais de 3X / dia
13. Você possui aparelho para verificar glicemia? ( ) sim ( ) não
14) Com que freqüência você monitora sua glicemia?
( ) nunca ( ) diariamente ( ) semanalmente ( ) mensalmente ( ) quando apresenta
algum sintoma relacionado ao diabetes ( ) apenas quando vai à USF
15) Você recebe a visita domiciliar do agente comunitário de saúde? ( ) sim ( ) não
16) Se sim, com que freqüência?
( ) 1X / sem ( ) a cada 15 dias ( ) 1X / mês
17) Com que freqüência você faz acompanhamento na unidade de saúde?
57
( ) mensalmente ( ) semestralmente ( ) anualmente
18) Esse acompanhamento é feito por:
( ) médico ( ) enfermeiro ( ) técnico de enfermagem ( ) nutricionista ( ) educador
físico
Dados sobre a qualidade de vida
19) Com que disposição, por causa do diabetes, você é capaz de realizar as atividades
diárias de rotina tais como higiene, alimentação, arrumação da casa, cuidado com os filhos
entre outras.
( ) nenhuma ( ) pouca disposição ( ) muita disposição
20) A restrição alimentar causada pelo diabetes altera sua vida de alguma maneira?
( ) sim ( ) não
21)Se sim, em que?_____________________________________________________
_____________________________________________________________________
22) Você realiza atividades de lazer? ( ) sim ( ) não
23) Se sim, com que freqüência você acha que o seu diabetes atrapalha suas atividades de
lazer? ( ) nunca ( ) raramente ( ) sempre
24) Com que freqüência os sintomas do diabetes atrapalham o seu trabalho / profissão?
( ) nunca ( ) raramente ( ) sempre ( ) não se aplica
25) Quão satisfeito você está com o apoio que recebe da sua família em relação ao diabetes
e seus sintomas?
( ) insatisfeito ( ) satisfeito ( ) muito satisfeito
26) Quão satisfeito (a) você está com sua saúde atualmente?
( ) insatisfeito ( ) satisfeito ( ) muito satisfeito
27) Dentre as áreas abaixo, assinale aquela (s) em que o diabetes causou maior impacto:
( ) trabalho
( ) estudo
( ) relacionamento familiar
( ) lazer
( ) atividades do lar
( ) capacidade física
58
( ) auto – imagem ( ) independência/auto cuidado
( ) outros: _______________________________________________________
27) Dentre os sinais e sintomas abaixo, assinale aquele (s) que mais causam influência no
seu dia – dia:
( ) polidipsia ( ) poliúria ( ) cansaço/fraqueza ( ) emagrecimento ( ) sudorese ( ) pé
diabético
( ) outros: ____________________________________________________________
28) Você conhece as complicações do diabetes? ( ) sim ( ) não
29) Se sim, cite 2: ______________________________________________________
30) Com que freqüência você se preocupa se terá complicações em decorrência do
diabetes?
( ) nunca ( ) raramente ( ) sempre
31) O que significa qualidade de vida para você?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
32) Como você avalia sua qualidade de vida hoje?
( ) muito ruim ( ) ruim ( ) boa ( ) muito boa
59
APÊNDICE 2
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE
Pesquisa: “Avaliação da Qualidade de Vida de mulheres com diabetes mellitus acompanhadas pela USF Vila Bianchi em Bragança Paulista”
Pesquisadores: Ariana da Silva Batista, Jacqueline Fernandes Cintra e Thais Rodrigues de Sousa
Orientadora:Profª Débora Magrini Baratella Assis Eu ______________________________________________________________________, ______________anos, portadora do RG ________________________________, residente _________________________________________________________________________, declaro que é de livre espontânea vontade que estou participando como voluntária do projeto pesquisa supra-citado, de responsabilidade do pesquisador, estando ciente de que:
I. O objetivo desta pesquisa é conhecer a qualidade de vida de mulheres diabéticas cadastradas no programa Hiperdia da USF Vila Bianchi em Bragança Paulista;
II. Durante o estudo será realizada uma entrevista com questionário contendo perguntas sobre identificação, dados socioeconômicos, diagnóstico e tratamento, e dados sobre a qualidade de vida.
III. A participação neste estudo não acarretará nenhum benefício terapêutico. IV. Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre
a participação do referido estudo. V. Estou livre para interromper a entrevista a qualquer momento. VI. A interrupção não causará prejuízo em meu atendimento, cuidado e tratamento pela
equipe do USF Vila Bianchi. VII. Os resultados obtidos durante esta entrevista serão mantidos em sigilo, e os
pesquisadores não identificarão o voluntário por ocasião da exposição e/ou publicação dos mesmos.
VIII. Poderá contactar o Comitê de Ética em Pesquisa para apresentar recursos ou reclamações em relação ao projeto (Fone: (11) 2454-8028).
IX. Não será ressarcido ajuda de custo para participação neste estudo. X. Poderá contactar as alunas responsáveis (Ariana da Silva Batista – cel. 11 8669
7255; Jacqueline Fernandes Cintra - cel. 35 8832 9798 e Thais Rodrigues de Sousa – cel. 35 9144 3843) pelo estudo sempre que necessário.
XI. Poderá contactar a orientadora responsável (Débora Magrini Baratella Assis – cel. 9770 8673) pelo estudo sempre que necessário.
XII. Esse termo será preenchido em duas vias de igual teor, permanecendo uma via com o voluntário e a outra com as pesquisadoras.
Bragança Paulista, _____de _____________de 2011. ________________________ ________________________ Assinatura do voluntário Assinatura do pesquisador
________________________ Assinatura do orientador
60
APÊNDICE 3
AUTORIZAÇÃO
Bragança Paulista,____ de ______ de 2011.
Prezada Sra.
Vimos solicitar as dignas providências no sentido de autorizar a coleta
de dados da pesquisa intitulada “Avaliação da qualidade de vida de mulheres com diabetes
mellitus acompanhadas pela USF Vila Bianchi em Bragança Paulista” em
desenvolvimento pela minhas orientadas, Ariana da Silva Batista, Jacqueline Fernandes
Cintra e Thais Rodrigues de Sousa, alunas do 7º semestre do Curso de Enfermagem, do
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade São Francisco, como exigência
parcial para a conclusão do curso de graduação. Os dados serão obtidos através da aplicação
de um instrumento, com o objetivo de avaliar a qualidade de vida de mulheres com diabetes
mellitus.
Somente participarão desta pesquisa as voluntárias que estiverem de
acordo com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e a coleta de dados somente será
realizada após a autorização do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Francisco.
Em anexo, enviamos o Projeto de Pesquisa, o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido e o Instrumento de Coleta de Dados.
Agradecendo antecipadamente a valiosa colaboração de VS, colocamo-
nos a disposição para quaisquer esclarecimentos.
Atenciosamente
__________________________________
Profª. Débora M. Baratella Assis
Declaro que conheço o Projeto de Pesquisa em questão e autorizo a realização do mesmo
após apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa.
_________________________________________
(Responsável)
Dra Maria Amália Gouvêa Oliveira
Secretária Municipal de Saúde de Bragança Paulista