avaliação in vitro da condutibilidade hidráulica da ... · conductance after 980nm diode laser...
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU
FABIO ANTONIO PIOLA RIZZANTE
Avaliação in vitro da condutibilidade hidráulica da dentina após a irradiação de diferentes parâmetros de LASER associados ou não
com verniz fluoretado
BAURU 2014
FABIO ANTONIO PIOLA RIZZANTE
Avaliação in vitro da condutibilidade hidráulica da dentina após a irradiação de diferentes parâmetros de LASER associados ou não
com verniz fluoretado
Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Ciências no Programa de Ciências Odontológicas Aplicadas Área de concentração: Dentística Orientador: Prof. Dr. Sérgio Kiyoshi Ishikiriama Versão Corrigida
BAURU
2014
Nota: A versão original desta dissertação encontra-se disponível no Serviço de Biblioteca da Faculdade de Odontologia de Bauru – FOB/USP
Rizzante, Fabio Antonio Piola Avaliação in vitro da condutibilidade hidráulica da dentina após a irradiação de diferentes parâmetros de LASER associados ou não com verniz fluoretado / Fabio Antonio Piola Rizzante.- Bauru, 2014. 99 p. : il. ; 31cm. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Odontologia de Bauru. Universidade de São Paulo Orientador: Prof. Dr. Sérgio Kiyoshi Ishikiriama
R529a
Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta dissertação/tese, por processos fotocopiadores e outros meios eletrônicos. Assinatura: Data:
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais, Antonio Luiz Rizzante e Helena
Aparecida Piola Rizzante, que sempre foram um exemplo de vida para mim,
espelhos de quem eu gostaria de me tornar como pessoa e profissional.
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais Antonio Luiz Rizzante e Helena Aparecida Piola Rizzante, por
sempre me apoiarem, incentivarem e me propiciarem condições para que eu me
superasse e buscasse meus ideais.
Obrigado por terem me ensinado os valores que me trouxeram até o presente
momento, e que me darão embasamento para ir em frente.
Obrigado por terem abdicado de muitos dos seus sonhos para realizar os
meus.
Certamente nunca poderei agradecê-los o suficiente por terem sido os
melhores pais que alguém poderia desejar, amo muito vocês.
Aos meus familiares, tios, avós, primos. Agradeço pelas conversas, pela
convivência e pelos momentos de alegria, que contribuiram muito para o meu
crescimento pessoal e profissional.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Sérgio, Kyioshi Ishikiriama, “Serginho”, pela
orientação, pelo convívio e pela amizade. Obrigado por ter confiado em mim para a
execução desta dissertação e também por ter sempre se preocupado não só com a
minha vida acadêmica, mas também com o meu crescimento pessoal. Certamente o
senhor é um exemplo de profissional e de professor, com uma forma de ensinar
bastante simples e tranquila, demonstrando que um verdadeiro mestre não é apenas
detentor de conhecimento, mas necessita principalmente de humildade para ensinar
e continuar aprendendo. Essas características muito me ajudaram tanto no mestrado
como em minha graduação, e certamente me auxiliarão no futuro.
Ao Prof. Dr. José Mondelli, muito obrigado pela oportunidade de ter convivido
e aprendido com o senhor diariamente. Trabalhar com um dos maiores nomes da
odontologia foi um grande privilégio, principalmente por ter observado sua vontade
incansável de trabalhar, ensinar e também aprender. Sem dúvida o senhor é um dos
maiores exemplos de professor que eu já pude conviver e é com muita alegria que o
chamo também de, além de mestre, um grande amigo. Obrigado professor pela
confiança, pelas oportunidades e pela amizade, foi um grande prazer trabalhar com
o senhor durante esses anos.
Aos Prof. Dr. Rafael Francisco Lia Mondelli e Adilson Yoshio Furuse, muito
obrigado pela confiança, pelas oportunidades e principalmente pela amizade.
Obrigado pelos conselhos, pelas conversas diárias e por todos os ensinamentos.
Aos outros docentes do departamento de Dentística, Endodontia e Materiais
Odontológicos, agradeço pela convivência desde os anos da graduação, pela
amizade e pela prontidão em sempre ajudar a me desenvolver pessoal e
profissionalmente.
À todos os funcionários da FOB, em especial aos funcionários do
Departamento de Dentística e Materiais Odontológicos, muito obrigado pela
amizade, convivência e por todo o auxílio e disposição.
À Profa. Dra. Regina Guenka Palma-Dibb, agradeço pela disponibilidade em
sempre receber a mim e ao nosso grupo de pesquisa com alegria. Sua contribuição
neste trabalho foi bastante valiosa, por meio de conselhos, troca de experiências e
disponibilização dos equipamentos para que ela se concretizasse.
Aos amigos da pós graduação, em especial às amigas da turma de mestrado,
Adriana, Camila, Letícia, Lígia, Luara, Maria Angélica, Marina, Martha, Mayara,
Melody, Tamires e Elaine (doutorado), obrigado pelos anos de convivência, pela
amizade formada e por todos os ensinamentos e momentos compartilhados.
Ao amigo Luiz Carlos Castro e sua família, talvez nunca tenha como
agradecer tudo que vocês fizeram por mim durante esses anos. Agradeço
sinceramente por terem me acolhido como parte da família, muito obrigado pela
confiança e pelo carinho que tiveram por mim.
Luiz, muito obrigado por toda a ajuda com meus trabalhos e idéias loucas,
mesmo de madrugada, sempre disposto a ajudar. muito provavelmente esse
trabalho não teria se concretizado sem a sua ajuda.
“O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência
em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo,
quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas
admiráveis.”
José de Alencar
RESUMO
Os tratamentos que visam a remissão dos sintomas provocados pela
hipersensibilidade dentinária são baseados na obliteração física dos túbulos
dentinários com o objetivo de reduzir a condutibilidade hidráulica da dentina. Nesse
contexto, diversos tratamentos têm sido avaliados, entre eles, a irradiação da
superfície dentinária com laser. O objetivo do presente estudo foi avaliar a
condutibilidade hidráulica da dentina radicular bovina, após irradiação com um laser
de diodo (980nm), associado ou não com um verniz fluoretado. Sessenta espécimes
de dentina radicular bovina com dimensões 5,5 X 5,5 X 1mm foram divididos em 6
grupos (n=10): Grupos 1, 3 e 5 (laser de diodo com 0,5; 0,7 e 1W respectivamente);
Grupos 2, 4 e 6 (associação entre verniz fluoretado e laser de diodo com 0,5; 0,7 e
1W). A condutibilidade hidráulica da dentina, avaliada em FLODEC, foi analisada em
4 momentos: após criação da smear layer (permeabilidade mínima), após
condicionamento com gel de ácido fosfórico a 37% (permeabilidade máxima), após
os tratamentos propostos e após o desafio ácido com ácido cítrico a 6%. Os dados
obtidos foram avaliados pela ANOVA a 2 critérios e teste de Tukey para comparação
entre os diferentes grupos e ANOVA 1 critério de medidas repetidas e teste de
Tukey para comparação entre as diferentes leituras dentro de cada grupo, sempre
com p<0,05%. As análises demonstraram um melhor resultado conforme o aumento
da potência de irradiação, principalmente se esta for associada à aplicação do verniz
fluoretado, garantindo uma melhor estabilidade dos tratamentos, mesmo após o
desafio ácido. Após essa última etapa, os espécimes foram avaliados quanto à
composição mineral em EDX, apresentando como principais alterações nos grupos
irradiados com laser, um aumento na proporção de ions Cálcio e Fósforo, associada
à redução dos íons Carbono e Oxigênio. Dessa forma, a irradiação da dentina
exposta com laser de diodo promoveu redução significante na condutibilidade
hidráulica, principalmente com densidades de energia mais elevadas e quando
associado ao verniz fluoretado.
Palavras-chave: Sensibilidade da Dentina. Lasers. Permeabilidade da Dentina.
ABSTRACT
In vitro evaluation of dentin hydraulic conductance after irradiation with
different LASER parameters, associated or not with a fluoride varnish
The dentin hypersensitivity treatments are based on the physical obliteration of
dentinal tubules in order to reduce the dentin hydraulic conductance. Hence, many
treatments have been evaluated, such as the dentin surface laser irradiation. The
aim of the present study was to evaluate the bovine root dentin hydraulic
conductance after 980nm diode laser irradiation, associated or not with a fluoride
varnish. Sixty bovine root dentin specimens were divided into six groups (n=10):
Groups 1, 3 and 5 (0.5, 0.7 and 1W diode laser respectively); Groups 2, 4 and 6
(association between fluoride varnish application and 0.5, 0.7 and 1W diode laser
irradiation). The dentin hydraulic conductance was evaluated at 4 moments, with
FLODEC: after smear layer (minimum permeability), after 37% phosphoric acid gel
etching (maximum permeability), after the treatments and after 6% citric acid
challenge. The analysis demonstrated a better result with increased irradiation
power, especially if the diode laser irradiation was associated with the application of
a fluoride varnish, ensuring a greater treatment stability, even after acid challenge.
After the citric acid challenge, the specimens were evaluated for mineral composition
in EDX. The irradiated groups showed, as major changes after laser irradiation, an
increase in the proportion of calcium and phosphorus ions, associated with the
reduction of carbon and oxygen ions. In conclusion, the laser irradiation of the
exposed dentin promoted a significant reduction in hydraulic conductance, mainly
with higher energy densities and when combined with a fluoride varnish.
Key words: Dentin Sensitivity. Lasers. Dentin Permeability.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
- FIGURAS
Figura 1 - A- Desenho esquemático da obtenção do espécime de dentina
radicular bovina; B- Espécime obtido.............................................. 40
Figura 2 - Máquina de corte de precisão ISOMET........................................... 40
Figura 3 - Dispositivo para análise da permeabilidade dentinária (FLODEC) 42
Figura 4 - Laser de diodo SIROlaser 970nm.................................................. 43
Figura 5 - A- Torno Sherline 2010, com o dispositivo de Poliacetal mantendo
o feixe do laser perpendicular ao eixo XY do mesmo e,
consequentemente, ao espécime; B- Vista aproximada do
conjunto........................................................................................... 44
Figura 6 - Superfície dentinária. A- espécime após aplicação do ácido
fosfórico 37%, com presença de 100% dos túbulos dentinários
abertos; B– espécime após irradiação com laser de diodo 1W –
fluência de 99,17 J/cm2, demonstrando a capacidade do
tratamento de obliteração dos túbulos dentinários, porém sem a
presença de “melting” dentinário....................................................
54
Figura 7 - Superfície dentinária. A- espécime após irradiação com laser de
diodo 0,5W, apresentando túbulos dentinários abertos; B–
mesmo espécime após aplicação do ácido cítrico, demonstrando
túbulos dentinários parcialmente obliterados...................................
55
Figura 8 - Superfície dentinária. A- espécime após irradiação com laser de
diodo 0,7W, apresentando túbulos dentinários abertos; B- mesmo
espécime após o condicionamento com ácido cítrico,
demonstrando túbulos dentinários parcialmente obliterados...........
55
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Distribuição dos grupos de acordo com os tratamentos propostos.. 39
Tabela 2 - Valores de DE e DP total e da ponta................................................ 44
Tabela 3 - Média (DP) dos valores de condutibilidade hidráulica da dentina
(expressa em μLmin−1 140 cm H2O−1)..............................................
49
Tabela 4 - Média (DP) dos valores de condutibilidade hidráulica da dentina
(expressa em μLmin−1 140 cm H2O−1 para a leitura inicial -100%),
e em porcentagem relativa às leituras iniciais para as demais
etapas do estudo..............................................................................
50
Tabela 5 - Média (DP) dos valores de condutibilidade hidráulica da dentina
(expressa em μLmin−1 140 cm H2O−1 para a leitura inicial -100%),
e em porcentagem relativa às leituras iniciais para as demais
etapas do estudo, considerando os diferentes grupos irradiados
com 0,5W..........................................................................................
50
Tabela 6 - Média (DP) dos valores de condutibilidade hidráulica da dentina
(expressa em μLmin−1 140 cm H2O−1 para a leitura inicial -100%),
e em porcentagem relativa às leituras iniciais para as demais
etapas do estudo, considerando os diferentes grupos irradiados
com 0,7W..........................................................................................
51
Tabela 7 - Média (DP) dos valores de condutibilidade hidráulica da dentina
(expressa em μLmin−1 140 cm H2O−1 para a leitura inicial -100%),
e em porcentagem relativa às leituras iniciais para as demais
etapas do estudo, considerando os diferentes grupos irradiados
com 1W.............................................................................................
52
Tabela 8 - Média (DP) dos valores de condutibilidade hidráulica da dentina
(expressa em μLmin−1 140 cm H2O−1 para a leitura inicial -100%),
e em porcentagem relativa às leituras iniciais para as demais
etapas do estudo, considerando os diferentes grupos irradiados,
sem associação com os vernizes fluoretados..................................
52
Tabela 9 - Média (DP) dos valores de condutibilidade hidráulica da dentina
(expressa em μLmin−1 140 cm H2O−1 para a leitura inicial -100%),
em porcentagem relativa às leituras iniciais para as demais etapas
do estudo, considerando os diferentes grupos com aplicação do
verniz fluoretado...............................................................................
53
Tabela 10- Resultados do EDS, expressos em porcentagem, para os
diferentes grupos de minerais...........................................................
54
LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS
cm2 Centímetros quadrados
CO2 Dióxido de carbono
DE Densidade de energia
DP Densidade de potência
EDX/EDS Espectroscopia de Raios-X
Er,Cr:YSGG Óxido de gadolíneo, escândio e ítrio dopado com cromo e érbio
Er:YAG Granada de ítrio e alumínio dopado com érbio
GaAlAs Arsenieto de Gálio-Alumínio
HD Hipersensibilidade dentinária
He-Ne Hélio-Neônio
Hz Hertz
J Joules
J/cm2 Joules por centímetro quadrado
LASER Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation
(Amplificação da Luz por Emissão Estimulada de Radiação)
MEV Microscopia eletrônica de varredura
mJ Milijoules
mm Milímetros
mm2 Milímetros quadrados
mW miliwatts
Nd:YAG Granada de ítrio e alumínio dopado com neodímio
nm Nanômetro
psi Libra por polegada quadrada
rpm Rotações por minuto
s Segundos
W Watt
μL Microlitros
μm Micrômetro
LISTA DE SÍMBOLOS
C Carbono
Ca Cálcio
CaF2 Fluoreto de cálcio
F Flúor
H Hidrogênio
NaF Fluoreto de sódio
O Oxigênio
P Fósforo
HAP Hidroxiapatita
TCP Fosfato tricálcico
vf Verniz fluoretado
VAS Escala visual analógica
dp Desvio padrão
CH Condutibilidade hidráulica
ºC Graus Celsius
% Por cento
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 17
2 REVISÃO DE LITERATURA 23
3 PROPOSIÇÃO 33
3.1 HIPÓTESES NULAS A SEREM TESTADAS 35
4 MATERIAL E MÉTODOS 37
4.1 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL 39
4.2 CONFECÇÃO DOS ESPÉCIMES 39
4.3 TESTE DE PERMEABILIDADE/ CONDUTIBILIDADE HIDRÁULICA
DA DENTINA 41
4.4 DOSIMETRIA 43
4.5 ESPECTROSCOPIA DE RAIOS-X (EDX) 45
4.6 ANÁLISE MORFOLÓGICA 45
4.7 ANÁLISE DOS DADOS 46
5 RESULTADOS 47
6 DISCUSSÃO 57
7 CONCLUSÕES 71
REFERÊNCIAS 75
APÊNDICES 93
1 Introdução
1 Introdução 19
1 INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas foi constatada uma redução na incidência de lesões
de cárie dentária em países desenvolvidos (PETERSSON; BRATTHALL, 1996) e em
desenvolvimento como o Brasil (NARVAI et al., 2006). Dessa forma, os dentes tem
permanecido por mais tempo na boca, o que os torna mais susceptíveis a outros
tipos de lesões como, por exemplo, o desgaste dentário e a recessão gengival que
podem, em alguns indivíduos, levar a um quadro de hipersensibilidade dentinária
(HD) (REES; ADDY, 2002; ADDY; SHELLIS, 2006; RITTER et al., 2006; SHELLIS;
ADDY, 2014). A prevalência dessa hipersensibilidade varia bastante (de 8% a 57%)
dependendo da população estudada, metodologia e recursos de diagnóstico
utilizados para avaliação (AHMED et al., 2005; WARA-ASWAPATI et al., 2005;
RITTER et al., 2006).
A HD é de etiologia multifatorial e pode ser descrita clinicamente como
uma resposta dolorosa aguda frente a estímulos térmicos (quente ou frio), químicos
(frutas ácidas, alimentos condimentados, açúcar e sal), mecânicos (escovação) e
evaporativos (jatos de ar) aplicados sobre a dentina exposta, devido à presença de
túbulos dentinários abertos (BRANNSTROM et al., 1967; PASHLEY et al., 1984;
ARRAIS et al., 2004; PAES LEME et al., 2004; AHMED et al., 2005; WARA-
ASWAPATI et al., 2005). Estudos micromorfológicos demonstraram que a dentina
hipersensível apresenta uma maior abertura dos túbulos dentinários quando
comparada com a dentina “normal” (PAES LEME et al., 2004; NAYLOR et al., 2006).
O tratamento para a HD busca a remissão da dor, atuando de forma a
evitar que os estímulos causem a movimentação do fluído dentinário por meio da
obliteração superficial ou interna dos túbulos. Além da aplicação tópica de agentes
dessensibilizantes, existem outras formas de tratamento como a prescrição de
agentes antiinflamatórios, a irradiação de laser de alta e baixa intensidade e
aplicação de agentes que bloqueiam a resposta neuronal, além dos procedimentos
de recobrimento radicular através de cirurgias plásticas periodontais (PASHLEY,
1986; COLLAERT; FISCHER, 1991; KERNS et al., 1991; PASHLEY, 1992, 1994;
RIMONDINI et al., 1995; ABED et al., 2011; WEST et al., 2001; FRECHOSO et al.,
2003; ARRAIS et al., 2004; TORRES et al. 2014).
A percepção da dor em pacientes com HD pode ser modificada por
diversos fatores como, por exemplo, a idade (LAMM et al., 2011; TORRES et al.,
1 Introdução 20
2013), capacidade cognitiva (KRAHE et al., 2013), gênero (TORRES et al., 2013;
TRAUB; JI, 2013), experiências prévias (LAMM et al., 2011) e diferenças culturais
(TORRES et al., 2013). Fatores psicológicos (estresse e depressão), cotidianos,
comportamentais e emocionais também exercem influência sobre a percepção da
dor, além da severidade da lesão propriamente dita (BERGAMINI et al., 2014).
Associada a esses fatores, a hipersensibilidade pode induzir respostas de ansiedade
em animais e seres humanos (RUSSELL, 2004; GUO et al., 2010).
Os níveis elevados de corticoesteróides observados em pacientes com
lesões cervicais não cariosas indicam que a HD é capaz de induzir estresse
(ARMARIO, 2006). Isso ocorre porque os glicocorticóides que cruzam a barreira
hematoencefálica interagem com os neurônios e astrócitos, produzindo alterações
em regiões específicas do cérebro como córtex préfrontal, amídalas, hipocampo,
hipotálamo, entre outras (MCEWEN, 2007, 2010). Durante o estresse, uma troca
constante de informações ocorre entre regiões como o sistema límbico e, entre
essas regiões e o resto do corpo por meio dos glicocorticóides (LEVINE, 2005;
MORA et al., 2012).
Nesse contexto, apesar de haver um grande número de terapias para o
tratamento da HD, o grande desafio para eliminá-la consiste em encontrar uma
substância ou tratamento que elimine efetivamente a sensação dolorosa e não
recidive, o que, infelizmente, ainda não está disponível (NAYLOR et al., 2006). Essa
recidiva ocorre pela característica multifatorial da HD e de seus fatores causais
(lesões de abrasão, abfração, erosão, má formações dentárias, tratamentos
periodontais e iatrogenias) dessa forma, a realização de diferentes tratamentos para
o controle da HD, sem a resolução dos agentes causais, condena a longevidade dos
mesmos (TORRES et al., 2014).
Buscando um tratamento efetivo, a irradiação das superfícies dentárias
hipersensíveis com diferentes tipos de lasers tem sido pesquisada. Segundo Dilsiz e
colaboradores (2009) há 2 tipos de lasers: os de alta potência (ex: Érbio, CO2,
Nd:YAG), que atuam com potências acima de 1W; e os de baixa potência como os
lasers de diodo, sendo que alguns modelos podem operar também em alta potência.
Os lasers de baixa intensidade podem interagir com o tecido pulpar
induzindo um efeito biomodulador que aumenta a atividade metabólica dos
odontoblastos intensificando a produção de dentina terciária, culminando numa
obliteração interna dos túbulos dentinários (FERREIRA et al., 2006). Os lasers de
1 Introdução 21
alta intensidade por sua vez visam, como um efeito primário, a obliteração física dos
túbulos dentinários, visto que podem provocar o “melting” dentinário, ou seja, o
derretimento da superfície dentinária causando a obliteração da embocadura dos
túbulos. Vale ressaltar que esses lasers ainda podem apresentar, como efeito
secundário, um efeito analgésico sobre a polpa dentária, visto que parte da energia
irradiada na superfície pode alcançar, em menor intensidade, esse tecido (efeito
semelhante ao dos lasers de baixa potência). Segundo alguns autores, o laser
consiste num método de fácil aplicação, indolor, de rápida atuação e que não
mancha os tecidos bucais (GELSKEY et al., 1993; LAN; LIU, 1996; GUTKNECHT et
al., 1997; CIARAMICOLI et al., 2003).
No entanto, deve existir uma preocupação com relação à determinação
dos parâmetros corretos para a obtenção de resultados satisfatórios sem efeitos
deletérios sobre o tecido pulpar, fraturas ou carbonização, visto que o laser está
associado a variações na temperatura (LAN; LIU, 1996; LIU et al., 1997).
A literatura não estabelece um protocolo para irradiação dos lasers que
inclua os parâmetros de segurança em relação à temperatura intrapulpar, e
parâmetros relacionados à efetividade na obliteração dos túbulos dentinários e
consequente redução da permeabilidade dentinária. A potência e o tempo de
irradiação, dentre outros, são parâmetros que determinam a quantidade de energia
que é irradiada sobre a superfície dentária. Sugere-se que a potência máxima que
pode ser aplicada sobre uma dentina com 1mm de espessura por exemplo, é 1W
(ABED et al., 2011). Apesar disso, não existe um consenso em relação aos outros
parâmetros que também podem influenciar no resultado final do tratamento.
O laser de granada de ítrio e alumínio dopado com neodímio (Nd:YAG)
tem sido bastante empregado no controle da hipersensibilidade dentinária,
consistindo numa opção de tratamento bastante eficaz (CIARAMICOLI et al., 2003;
LOPES; ARANHA, 2013; DILSIZ et al., 2009). No entanto, esses aparelhos possuem
um custo bastante elevado e dimensões relativamente grandes, o que dificulta sua
utilização nos consultórios odontológicos.
Neste sentido, uma hipótese a ser testada é a de que o laser de diodo
consistiria numa alternativa viável, visto que possui dimensões mais compactas e um
custo bastante reduzido quando comparado aos demais lasers de alta potência.
Além disso, alguns lasers de diodo possuem comprimento de onda bastante
próximos ao do laser de Nd:YAG (1064nm). Como exemplo, podem-se citar os
1 Introdução 22
diodos de arsenieto de gálio-alumínio (GaAlAs) de 960nm, além do laser de diodo de
970nm que, segundo a fabricante, faz parte da família dos lasers de 980nm.
A literatura reporta resultados favoráveis e desfavoráveis para esse tipo
de laser: Gholami e colaboradores (2011) demonstraram que a irradiação com laser
de diodo 810nm foi incapaz de provocar alterações superficiais no tecido dentário,
sendo portanto, mais difícil de provocar “melting” dentinário, mesmo em potências
mais elevadas. Dilsiz e colaboradores (2009), avaliaram a eficácia clínica de um
laser de Nd:YAG e de diodo 685nm no controle da hipersensibilidade dentinária e
concluíram que o laser de diodo não foi tão eficaz quanto o de Nd:YAG.
Ainda nesse contexto, Umberto e colaboradores (2012), utilizando um
laser de diodo (GaAlAs) de 980nm, demonstraram que a aplicação desse laser foi
melhor que o grupo controle no tratamento da hipersensibilidade dentinária. Vale
ressaltar que, segundo o autor, lasers de diodo de alta potência (ex: diodo de 808nm
e de 980nm) podem ser capazes de provocar o “melting” dentinário, sendo assim
uma opção interessante de tratamento.
Alguns autores têm estudado a aplicação de vernizes fluoretados
associados com a irradiação do laser no intuito de aumentar a interação do laser
com a superfície dentinária e obter uma maior e melhor obliteração dos túbulos.
Umberto e colaboradores (2012) utilizaram um verniz a base de fluoreto de sódio
(NaF) associado à irradiação com laser de GaAIAs (com 980nm e 0,5W de potência)
e encontraram que essa associação foi capaz de proporcionar resultados mais
favoráveis do que apenas a aplicação do laser ou do verniz isoladamente.
Em outro estudo, Geraldo-Martins e colaboradores (2013) relataram com
a associação da aplicação de um verniz fluoretado com a irradiação de laser de
óxido de gadolíneo, escândio e ítrio dopado com cromo e érbio (Er,Cr:YSGG) sobre
o esmalte dentário, os melhores resultados na prevenção da erosão em esmalte,
demonstrando o potencial terapêutico dessa associação e que talvez possa ser uma
associação eficaz para o tratamento da hipersensibilidade dentinária.
Apesar dos estudos promissores, pouco se conhece a respeito do efeito
da irradiação com laser de diodo sobre a superfície dentinária, bem como sobre a
composição da superfície após a irradiação. Dessa forma, é importante avaliar o
efeito de diferentes parâmetros de irradiação com laser de diodo 980nm, associados
ou não com aplicação de um verniz fluoretado, na redução da permeabilidade
dentinária.
2 Revisão de Literatura
2 Revisão de Literatura
25
2 REVISÃO DE LITERATURA
Historicamente, existem diversas teorias acerca da HD: teoria do receptor
dentinário – estímulo direto das terminações nervosas na dentina; teoria da
transdução odontoblástica – presença de prolongamentos odontoblásticos dentro
dos túbulos dentinários; e a mais aceita atualmente, a teoria hidrodinâmica de
Brännström (1965) - a hiperestesia dentinária resulta da movimentação dos fluidos
dentinários por meio da estimulação térmica, mecânica ou química, estimulando
barorreceptores que são capazes de gerar sinais neurais (SHIAU, 2012).
O controle clínico da hipersensibilidade dentinária é fundamental para
uma melhor na qualidade de vida da população, principalmente se considerada a
elevada prevalência da hipersensibilidade (de 8% a 57%) dependendo da população
estudada, metodologia e recursos de diagnóstico utilizados para avaliação (AHMED
et al., 2005; WARA-ASWAPATI et al., 2005; RITTER et al., 2006).
O tratamento da HD é realizado principalmente por meio da aplicação de
agentes dessensibilizantes tópicos (por exemplo: vernizes fluoretados, produtos à
base de oxalato de potássio, entre outros), objetivando a obliteração física dos
túbulos dentinários, no contexto da redução da movimentação dos fluidos
dentinários, responsáveis pela sensação dolorosa (WEST et al., 2001; FRECHOSO
et al., 2003; ARRAIS et al., 2004; RIZZANTE et al., 2014). Porém, devido à falta de
sucesso a longo prazo dos tratamentos com os citados agentes dessensibilizantes,
objetivando também a obliteração dos túbulos dentinários, em meados da década de
1980, o emprego de lasers no controle da HD foi proposto (MATSUMOTO et al.,
1985a e b; LIN et al., 2001).
Matsumoto e colaboradores relataram a primeira tentativa de utilização de
laser para tratamento da HD, empregando lasers de Nd:YAG e de diodo 780nm
(MATSUMOTO et al., 1985a e b), com resultados satisfatórios a curto prazo, embora
com tendência à recidiva.
Desde o desenvolvimento do primeiro sistema de laser de rubi, uma
grande variedade de tipos de lasers tem sido utilizada e pesquisada para diversos
fins. O uso do laser para controlar a HD têm sido bastante investigado e os
resultados são promissores (KIMURA et al., 2000; LIER et al., 2002; BIRANG et al.,
2007). Na maioria dos estudos, lasers como os de Nd:YAG, de gás carbônico (CO2)
2 Revisão de Literatura
26
e de granada de ítrio e alumínio dopado com érbio (Er:YAG) foram utilizados com
relativo sucesso (NAYLOR et al., 2006; ROMANO et al., 2011).
Os lasers consistem num método de fácil aplicação, indolor, de rápida
atuação e que não mancha os tecidos bucais (GELSKEY et al., 1993; LAN; LIU,
1996; GUTKNECHT et al., 1997; CIARAMICOLI et al., 2003).
Sabe-se que a resposta dos tecidos à irradiação depende de vários
fatores como, por exemplo, o comprimento de onda, a frequência, a energia por
pulso, tempo de irradiação, propriedades do tecido irradiado, entre outros. Essa
resposta nos tecidos moles é bem conhecida. No entanto, nos tecidos duros como
dentina e esmalte dentário, ainda são necessários mais estudos (LIN et al., 2001).
Toda irradiação com laser gera um aumento de temperatura que
depende, além dos parâmetros de irradiação, da capacidade do tecido de conduzir
calor. Sendo assim, a dentina consegue dissipar parcialmente o calor. Porém, em
alguns casos, a partir de determinada temperatura, poderá ocorrer o “melting”
dentinário, que consiste na fusão dos elementos da dentina superficial em alta
temperatura (LIN et al., 2001; BERGMANS et al., 2006). Porém, vale ressaltar que
devido à condução térmica da mesma ocorre um rápido resfriamento, possibilitado a
recristalização e recomposição de cristais de apatita (LIN et al., 2001).
Considerando os possíveis efeitos adversos da irradiação dos tecidos
com diferentes lasers, como por exemplo a carbonização das estruturas
mineralizadas e danos irreversíveis ao tecido pulpar; He e colaboradores (2011)
observaram, por meio de uma revisão sistemática da literatura, que a mesma não
apresenta efeitos deletérios desde que os parâmetros de irradiação sejam
controlados.
Segundo Dilsiz e colaboradores (2009) há 2 tipos de lasers: os de alta
potência, como os de Nd:YAG, érbio e CO2 e os de baixa potência, como os lasers
de diodo, sendo que alguns modelos podem operar também em alta intensidade,
como os diodos que atuam na faixa de comprimento de onda de 980nm.
Como resultados para o tratamento da HD com lasers de baixa
intensidade como, por exemplo, os de Hélio-Neônio (He-Ne) e de diodo, alguns
autores afirmam que eles interagem com o tecido pulpar induzindo um efeito
biomodulador que aumenta a atividade metabólica celular dos odontoblastos,
intensificando a produção de dentina terciária, culminando na obliteração dos
túbulos dentinários (DILSIZ et al., 2009), ou ainda por meio de alterações nas
2 Revisão de Literatura
27
terminações nervosas, reduzindo/bloqueando a transmissão de impulsos nervosos
pelas fibras C e Aβ (WAKABAYASHI et al., 1993; GHOLAMI et al., 2011). Segundo a
literatura, os lasers de baixa potência são utilizados no tratamento da HD com
efetividade variando entre 55% e 100% (FARMAKIS et al., 2013).
Considerando os lasers de alta potência, como os de Nd:YAG e de CO2,
também avaliados no tratamento da HD, o mecanismo de ação primário ocorre por
meio da obliteração dos túbulos dentinários e, como efeitos secundários, parte da
energia não absorvida atinge os tecidos mais profundos, por exemlo o tecido pulpar,
e é capaz de causar analgesia (LAN; LIU, 1996).
Um dos primeiros autores a reportar que o “melting” dentinário e a
recristalização ocorrem na dentina, na área de odontologia, foi Dederich e
colaboradores (1984), utilizando um laser de Nd:YAG, porém como informações
para esse trabalho, os autores citam o emprego de 30W, durante 0,6s, com uma
fibra de quartzo de 600μm.
Os lasers de Nd:YAG são bastante empregados na odontologia, tendo
sido sugeridos como um tratamento alternativo ou coadjuvante de dentes com
problemas periodontais (DUNLAP, 1988), infecções endodônticas (GUTKNECHT et
al., 1996), tratamento de lesões cariosas incipientes e também para tratamento da
HD (LAN; LIU, 1996; LIU et al., 1997).
Esses lasers de Nd:YAG, com comprimento de onda de 1064nm, são
mais absorvidos pelas estruturas minerais como a hidroxiapatita (HAP), fosfatos e
carbono (C), gerando uma fusão dos minerais presentes (ablação termomecânica) -
(BRUGNERA et al., 2003). Os lasers de CO2, apesar do comprimento de onda
diferente (10600nm), atuam de maneira similar (ZHANG et al., 1998).
Al Salud e Al-Nahedh (2012), avaliaram in vitro a capacidade de
obliteração dos túbulos dentinários após irradiação com laser de Nd:YAG por meio
de diferentes técnicas (1- irradiação escalonada com incrementos de 0,1W a cada
30s, com intervalos de 15s entre as irradiações, variando a potência de 0,4 até
0,8W; 2- irradiação com 0,8W durante 1min e 3- irradiação com 0,8W durante 2min).
Os autores relataram a obliteração da maioria dos túbulos dentinários para todos os
protocolos empregados, sendo a obliteração mais pronunciada com a técnica
escalonada e com a irradiação com 0,8W durante 2 minutos. Essa alta taxa de
obliteração dos túbulos dentinários consiste em um resultado altamente desejável
para o controle da hipersensibilidade dentinária.
2 Revisão de Literatura
28
Além disso, esse efeito de obliteração dos túbulos dentinários é bastante
desejável visto que a presença da smear layer e da smear plug corresponde a cerca
de 86% da resistência à permeabilidade dentinária (PASHLEY et al., 2002). Os
valores de permeabilidade hidráulica da dentina na presença da smear layer é um
parâmetro muito utilizado como controle positivo em estudos in vitro que avaliam a
condutibilidade hidráulica da dentina, visto que corresponde ao melhor resultado
possível para cada espécime após os respectivos tratamentos que visam a redução
da permeabilidade dentinária.
A irradiação com laser de Nd:YAG, com 3 e 4,5W durante 4s, foi capaz de
provocar o “melting” parcial da HAP e decompô-la em óxido de cálcio ou fosfato de
cálcio amorfo e, pelas propriedades de rápido resfriamento da HAP, formação de
subprodutos como fosfato tricálcio (TCP) alfa e beta (ZYMAN et al., 1994; GROSS;
BERNDT, 1998). Além disso, essas potências mais elevadas podem resultar na
quebra de colágeno, contribuindo para formação do TCP-alfa (LIN et al., 2001).
A formação do TCP-alfa é preocupante, pois reduz a estabilidade química
das superfícies dentinárias, visto que é mais solúvel e mais facilmente degradável
que a HAP em um ambiente aquoso (RADIN; DUCHEYNE, 1993).
Outro laser bastante empregado na odontologia é o laser de Er:YAG, com
comprimento de onda de 2940nm. São altamente absorvidos pela água e causam
evaporação da mesma, provocando microexplosões (BRUGNERA et al., 2003), em
um processo conhecido como ablação termomecânica.
Dilsiz e colaboradores (2010), comparando os lasers de Er:YAG
(60mJ/pulso, 2Hz, durante 20s), Nd:YAG (100mJ/pulso, 15Hz, durante 100s) e diodo
808nm (100mW, com pulso contínuo, durante 20s), num estudo clínico, observaram
que todos são capazes de provocar um alívio na HD, porém o laser de Nd:YAG
parece ser mais eficiente. Considerando os efeitos a longo prazo, observou-se que
todos os resultados mantiveram-se estáveis após 3 meses de tratamento.
Gholami e colaboradores (2011), comparando os efeitos da irradiação
com lasers de Er,Cr:YSGG (12,5mj/pulso, 20hz durante 1s), Nd:YAG (1W, 20Hz
durante 1s), CO2 (50W, duração do pulso de 50ms, durante 1s) e laser de diodo
810nm (2W, 16,6Hz, durante 1s), sempre considerando uma distância de 2-4mm da
superfície irradiada, observaram uma obliteração de cerca de 53,3% dos túbulos
dentinários para o laser de Nd:YAG, 50,7% para o laser de Érbio, 42,3% para o de
CO2 e 9,2% para o laser de diodo.
2 Revisão de Literatura
29
Muitos autores recomendam para tratamento da HD a irradiação da
superfície radicular com laser de CO2. Devido ao fato de ser altamente absorvido
pela hidroxiapatita (HAP), é capaz de provocar o derretimento da mesma e
recristalização possibilitando a redução do número e diâmetro dos túbulos
dentinários, reduzindo a permeabilidade dentinária (KELLER; HIBST, 1989;
NAMMOUR et al., 1992; CAKAR et al., 2008; IPCI et al., 2009; GHOLAMI et al.,
2011;) e os sintomas dolorosos (ZHANG et al., 1998; IPCI et al., 2009).
Por outro lado, alguns autores relataram que as fissuras criadas na
superfície dentinária, pelo “melting”, poderiam não resultar em uma superfície menos
permeável devido à grande porosidade das mesmas (PASHLEY et al., 1992); e
ainda poderiam alojar bactérias, efeito indesejável considerando a aplicação desses
lasers em tratamentos endodônticos (READ et al., 1995).
Apesar dos promissores resultados obtidos, duas grandes desvantagens
estão presentes em todos os lasers citados nessa revisão de literatura, com exceção
dos lasers de diodo, que consistem nos elevados custo e dimensões dos aparelhos.
Nesse contexto, diferentes lasers de diodo, com diferentes comprimentos de onda,
têm sido extensamente pesquisados visto que podem apresentar uma grande
versatilidade e custo/benefício, apresentando também um menor custo de aquisição
e dimensões mais compactas (ALVES et al., 2005).
Mais recentemente, os lasers de diodo (GaAlAs) com comprimento de
onda de 980nm foram lançados no mercado (SCHOOP et al., 2006) e, assim como
outros lasers com comprimentos de onda na região do infra-vermelho próximo,
apresentam alta penetração nos tecidos. São absorvidos principalmente pela
melanina e hemoglobina, apresentando um efeito hemostático profundo e boa
interação com tecidos de pigmentação escura (BORNSTEIN, 2004; COLUZZI;
GOLDSTEIN, 2004).
Por outro lado, apresentam um baixo coeficiente de absorção pela água e
pela HAP com elevada transmissão através dessas estruturas (BORNSTEIN, 2004;
COLUZZI; GOLDSTEIN, 2004; ALFREDO et al., 2008), não tendo sido observadas
diferenças significantes entre as médias de aumento de temperatura considerando
espécimes úmidos (8.20 ± 4.87) e secos (7.83 ± 5.38) irradiados com laser de diodo
980nm, com potências de 1,5; 3 e 5W (ALFREDO et al., 2008).
Baseado nas características do laser de diodo 980nm, pode-se sugerir
que o mesmo atua fundamentalmente no conteúdo orgânico (MARCHESAN et al.,
2 Revisão de Literatura
30
2008), sendo incerto como que ele poderia atuar no controle da HD (SCHOOP et al.,
2006).
Poucos estudos descrevem os efeitos morfológicos dos lasers de diodo
de 980nm (MARCHESAN et al., 2008; ALFREDO et al., 2009). Sendo assim, os
efeitos do referido laser sobre a dentina não alteram a resistência à fratura das
raízes, independentemente dos parâmetros empregados, visto que os efeitos
térmicos causados pela irradiação não são suficientemente fortes para provocar uma
alteração mais significativa (ALFREDO et al., 2008).
Viapiana e colaboradores (2012), empregando um laser de diodo de
980nm, com potências de 1,5 e 3W, ambas durante 20s, com taxa de repetição de
100Hz, observaram um aumento estatisticamente significativo na microdureza de
espécimes de dentina radicular humana, o que pode ser explicado pela redução do
diâmetro dos túbulos dentinários e consequente aumento do volume de dentina.
Empregando uma irradiação com 3W de potência, um processo inicial de
“melting” foi observado. Essas alterações foram atribuídas ao efeito térmico causado
pela interação entre o laser de diodo de 980nm e as estruturas dentinárias
(MARCHESAN et al., 2008; GARCIA LDA et al., 2011).
No estudo de Faria e colaboradores (2011), os autores reportaram que
apesar da elevada potência (1,5W – 47,7J/cm2 e 3W – 95,5J/cm2), o laser de diodo
de 980nm não gerou alterações estruturais severas, apenas modificação da smear
layer ou um “melting” inicial, os quais foram intensificados de acordo com o aumento
da potência.
No entanto, Wang e colaboradores (2005), após irradiação com laser de
980nm com potência de 5W, observaram a presença de túbulos dentinários abertos
e remoção da smear layer, assim como Esteves-Oliveira e colaboradores (2010).
Além da irradiação, a tentativa de associação entre laser e outros
agentes dessensibilizantes tem sido testada, objetivando um efeito sinérgico dos
tratamentos. Dessa forma, os dessensibilizantes à base de fluoretos, como os
vernizes fluoretados, têm sido bastante empregados (LAN et al., 1999; CAKAR et al.,
2008; FARMAKIS et al., 2013;).
Lukomsky (1941), foi o primeiro autor a propor a aplicação tópica de
fluoreto de sódio (NaF) na forma de uma pasta à base de NaF, argila e glicerina, no
tratamento da HD.
2 Revisão de Literatura
31
O emprego de agentes dessensibilizantes à base de fluoretos, como os
de sódio e estanho, apresentam efeitos positivos na oclusão dos túbulos dentinários,
por meio da precipitação de critais de fosfato de cálcio (CaF2) na embocadura e/ou
interior dos túbulos dentinários, oferecendo o alívio clínico da dor (EHRLICH et al.,
1975; PEREIRA et al., 2005; PONDURI et al., 2005; MAGALHAES et al., 2008).
Vernizes à base de NaF a 5% são agentes dessensibilizantes bastante
empregados no controle da HD, com efetividade reportada após 24 semanas
(RITTER et al., 2006). Seguindo o mesmo princípio, géis fluoretados (NaF a 1,23%)
têm sido bastante empregados na redução da sensibilidade pós-operatória de
procedimentos que podem provocar sensibilidade dentinária, como os de
clareamento dentário (ARMENIO et al., 2008). Vale ressaltar que os géis diferem
dos vernizes fluoretados pela composição, modo de aplicação e tempo de
permanência sobre a estrutura dentária. Sendo assim, esperam-se resultados
inferiores dos géis fluoretados.
A associação dos tratamentos com laser e agentes dessensibilizantes
tópicos foi pesquisada por alguns autores, com resultados variáveis conforme os
materiais e métodos empregados.
Segundo Scatolin e colaboradores (2012), a irradiação com laser de CO2
associada a dentifrícios fluoretados e dentifrícios dessensibilizantes podem consistir
em uma alternativa para o controle da HD, embora o efeito de sinergismo entre os 2
tratamentos não tenha sido observado.
Farmakis e colaboradores (2013) concluiram que a irradiação com laser
de Nd:YAG a 1W (sozinho ou combinada com NovaMin – agente dessensibilizante à
base de bioglass) foi superior às outras modalidades de tratamento no que se refere
à obliteração dos túbulos dentinários, devendo ter uma adequada eficácia no
controle clínico da HD.
Kumar e Mehta (2005), utilizando um laser de Nd:YAG com energia de
30mJ, 10Hz, durante 2 minutos, associado ao verniz fluoretado, relataram que este
tratamento apresentou uma grande eficácia clínica (cerca de 83% de redução na
sensibilidade dolorosa ao estímulo por jatos de ar, segundo a escala visual
analógica (VAS), quando comparado com 50% de redução do grupo tratado apenas
com laser e 43% do grupo tratado apenas com o verniz fluoretado.
Lan e colaboradores (1999) observaram que após a irradiação do verniz
fluoretado com laser de Nd:YAG (30mJ, 10Hz, durante 2 minutos), o mesmo não era
2 Revisão de Literatura
32
removido das estruturas dentárias após escovação com escova elétrica durante 30
segundos, demonstrando o aumento na estabilidade do tratamento, que possibilitou
a manutenção de cerca de 90% dos túbulos dentinários ocluídos.
Geraldo-Martins e colaboradores (2013) também obtiveram, com a
associação da irradiação com laser de érbio (62,5 e 125J/cm2) e aplicação do verniz
fluoretado, os melhores resultados na prevenção da erosão em esmalte,
demonstrando o potencial terapêutico dessa associação a qual, segundo os autores,
talvez possa também ser uma associação eficaz para o tratamento da HD.
Umberto e colaboradores (2012) utilizando o laser de diodo 980nm
demonstraram que, tanto a aplicação desse laser, como a aplicação tópica de um
agente dessensibilizante (gel à base de NaF), apresentaram melhores resultados
clínicos que o grupo controle no tratamento da HD, porém os resultados foram
inferiores à associação de ambas as modalidades de tratamento, considerando
0,5W de potência, duração do pulso de 100ms e 3 irradiações de 60s.
3 Proposição
3 Proposição
35
3 PROPOSIÇÃO
Com base no discutido, o objetivo do presente trabalho foi analisar, in vitro, a
condutibilidade hidráulica da dentina bovina após irradiação do laser de diodo com
diferentes potências, associada ou não ao verniz fluoretado.
3.1 HIPÓTESES NULAS A SEREM TESTADAS:
1) Não haveria diferença na condutibilidade hidráulica da dentina
considerando as diferentes potências.
2) Não haveria diferença na condutibilidade hidráulica da dentina
considerando aaplicação ou não do verniz fluoretado.
3 Proposição
36
4 Material e Métodos
4 Material e Métodos 39
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL
O presente estudo in vitro foi fatorial 3X2 em que os fatores de variação
foram: irradiação com laser de diodo em 3 níveis e aplicação de um verniz fluoretado
em 2 níveis (com e sem aplicação do verniz fluoretado).
Foram empregados 60 espécimes de dentina radicular bovina divididos,
seguindo uma distribuição normalizada da amostra, em 6 grupos (n=10), após
avaliação da permeabilidade máxima de cada um deles (Tabela 1).
Essa distribuição da amostra foi realizada por meio da aleatorização dos
espécimes, seguindo a ordem crescente dos valores de permeabilidade máxima
obtidos, garantindo uma condição inicial semelhante para todos os grupos.
As variáveis de resposta quantitativa foram: condutibilidade hidráulica da
dentina e composição mineral (EDX).
Tabela 1- Distribuição dos grupos de acordo com os tratamentos propostos:
Com verniz fluoretado Sem verniz fluoretado
Laser diodo 0,5W G1 G2
Laser diodo 0,7W G3 G4
Laser diodo 1W G5 G6
4.2 CONFECÇÃO DOS ESPÉCIMES
Seguindo os critérios de inclusão: estrutura dentária hígida, ausência de
trincas e fraturas, dimensões adequadas para a obtenção final do espécime e
condutibilidade hidráulica máxima, 60 espécimes foram obtidos a partir de dentes
incisivos bovinos recém extraídos, selecionados e armazenados em solução de timol
a 0,1% até a confecção dos corpos de prova de dentina radicular bovina.
Para isso, as raízes foram separadas das respectivas coroas com auxílio
de um torno de polimento odontológico adaptado para corte (Fábrica Nacional de
Motores Monofásicos Nevoni/ Série 16223, Tipo: TG1/3, São Paulo, São Paulo,
Brasil) e um disco diamantado Diaflex-F (Wilcos do Brasil Ind. e Com. Ltda.,
Petrópolis, Rio de Janeiro, Brasil). Os incisivos foram seccionados transversalmente
4 Material e Métodos 40
na porção cervical, ao nível da junção amelocementária vestibular e 5,5mm
apicalmente, obtendo-se um segmento radicular com 5,5mm de comprimento (Figura
1).
Uma secção foi realizada paralelamente ao eixo longitudinal das raízes,
tangenciando a parede vestibular do conduto radicular, e outro corte paralelo a essa
superfície foi realizado permitindo a obtenção de um espécime de dentina radicular
com 1mm de espessura (Figura 1), aferido com um paquímetro digital calibrado
(Starret Indústria e Comércio Ltda, São Paulo, São Paulo, Brasil). Para estes cortes
foi utilizada uma máquina de corte ISOMET (Buehler Ltd., Lake Bluff, Illinois, EUA) e
um disco diamantado (Extec Corporation, XL-12205, Enfield, Connecticut, EUA) em
baixa velocidade (300 rpm) sob irrigação com água corrente (Figura 2).
Todos os espécimes tiveram suas superfícies (pulpar e vestibular)
tratadas com uma solução de ácido fosfórico 37% durante 30 segundos (Sales
Peres et al. 2012), sendo em seguida lavados com spray ar/água deionizada durante
Figura 1- A- desenho esquemático da obtenção do espécime de dentina radicular bovina; B- espécime pronto
5,5m
m
5,5
m
m
Figura 2 – Máquina de corte de precisão ISOMET ISOMET
4 Material e Métodos 41
30 segundos para garantir que a não houvesse presença de smear layer em
nenhuma das superfícies avaliadas.
Após essa primeira imersão em ácido fosfórico, os espécimes foram
inseridos, mantendo as faces vestibulares expostas, em uma matriz de alumínio
confeccionada em um torno Sherline 2010 (Sherline Products, Vista, California,
EUA) controlado por computador, com as dimensões exatas dos espécimes (5,5 X
5,5mm) e 0,8mm de profundidade. Essa matriz foi utilizada para padronizar a
redução da espessura dos espécimes durante a confecção da smear layer, a qual foi
realizada com auxílio de uma lixa de carbeto de silício de granulação 320, adaptada
em politriz Aropol 2V (Arotec, Cotia, SP, Brasil), acionada a 125 RPM por 10
segundos.
Para minimizar as possíveis variações entre os espécimes, cada um deles
representou seu próprio grupo controle e teste. As avaliações referentes à
permeabilidade dentinária foram realizadas com a presença de smear layer
(permeabilidade mínima), previamente aos tratamentos (permeabilidade máxima),
após os tratamentos, bem como após o teste de estabilidade dos tratamentos, que
foi realizado pela imersão dos espécimes em ácido cítrico 6% (pH 2,1) durante 1
minuto.
Após a leitura da permeabilidade mínima, um novo condicionamento
ácido foi realizado, porém apenas na superfície vestibular dos espécimes, com gel
de ácido fosfórico a 37% (Condac 37%, FGM, Joinville, SC, Brasil) durante 30
segundos, e remoção do mesmo com spray ar/água deionizada durante 30
segundos. Esses procedimentos foram realizados com o intuito de remover a smear
layer criada e possibilitar a avaliação da permeabilidade máxima dos espécimes.
A aplicação do ácido cítrico na superfície vestibular dos espécimes após
os respectivos tratamentos de superfície foi realizado com o intuito de avaliar a
estabilidade dos tratamentos propostos em relação à condutibilidade hidráulica. Para
isso, sobre a superfície vestibular dos espécimes, foi aplicado o ácido cítrico durante
1 minuto e, após lavagem utilizando água deionizada durante 30 segundos, os
espécimes foram novamente submetidos à análise em FLODEC (DeMarco
Engineering, Genebra, Suíça).
4.3 TESTE DE PERMEABILIDADE/CONDUTIBILIDADE HIDRÁULICA DA DENTINA
4 Material e Métodos 42
A permeabilidade dentinária foi avaliada com a utilização de um fluxímetro
(FLODEC) capaz de seguir o movimento de uma pequena bolha de ar conforme ela
se movimenta por um capilar de vidro de 0,6mm de diâmetro, localizado entre um
reservatório de água deionizada com 140cm (2psi) de pressão d´água e os
espécimes de dentina (ZHANG et al., 1998; RUSIN et al., 2010). A movimentação da
bolha representa o deslocamento linear proveniente da permeabilidade do espécime
durante os testes (Figura 3).
As medidas lineares referentes à movimentação da bolha são
automaticamente convertidas em volume por unidade de tempo, a partir do qual a
taxa de fluxo volumétrico é instantaneamente calculada.
Um dispositivo composto por 2 câmaras independentes com uma abertura
de 0,178 cm2 no centro foi utilizado para conectar o disco de dentina ao FLODEC,
permitindo a padronização da área de superfície dentinária a partir da qual foram
realizadas as mensurações de condutibilidade hidráulica. Para garantir o completo
vedamento dessa área pré-definida, 2 anéis de borracha foram posicionados entre
os espécimes de dentina e as câmaras do dispositivo (Figura 3).
O fluxo foi medido até que fosse observada uma estabilidade das leituras
(0 a 5 minutos). Esses valores foram desprezados e o fluxo foi medido durante pelo
menos 3 minutos adicionais e a permeabilidade, expressa em μL min−1, foi calculada
a partir da média das leituras realizadas nesse período (SALES-PERES et al., 2012).
Figura 3 – Dispositivo para análise da permeabilidade dentinária (FLODEC).
4 Material e Métodos 43
4.4 DOSIMETRIA
O laser utilizado nesse estudo foi o laser de diodo SIROLaser (Sirona
Dental GmbH, Salzburg, Áustria) - (Figura 4) - que possui comprimento de onda de
970nm. O laser é irradiado com auxílio de uma fibra ótica de 200μm de diâmetro,
sendo que os espécimes foram irradiados em modo de contato.
Os espécimes foram irradiados durante 30s, com frequência de 10Hz, em
modo de contato da fibra ótica. A ponteira do laser foi adaptada ao eixo principal de
um torno Sherline 2010, com auxílio de uma matriz personalizada em Poliacetal/
Delrin (Plastwood Indústria e Comércio Ltda, Mairiporã, SP, Brasil), possibilitando o
posicionamento perpendicular da fibra ótica em relação ao eixo XY do mesmo.
Sobre o eixo XY, foi adaptada uma matriz de fibra de carbono capaz de alojar os
espécimes para uma varredura uniforme e padronizada. O software responsável
pelo controle do torno, Mach 3 (Newflanged Solutions, Livermore Falls, Maine, EUA),
possibilitou o desenvolvimento de um código especialmente para a varredura dos
espécimes, com deslocamento no eixo X correspondente ao comprimento do
espécime (5,5mm) e deslocamento no eixo Y compatível com o diâmetro da fibra
ótica (0,2mm), totalizando 28 deslocamentos do eixo Y e 30 no eixo X, englobando a
área total dos espécimes (30,25 mm2), num tempo total de 30 segundos (Figura 5).
Figura 4 – Laser de diodo SIROlaser 970nm
4 Material e Métodos 44
Figura 5 – A- Torno Sherline 2010, com o dispositivo de Poliacetal mantendo o feixe
do laser perpendicular ao eixo XY do mesmo e, consequentemente, ao espécime; B-
Vista aproximada do conjunto.
Considerando as configurações de energia (0,05-0,1J), a frequência
(10Hz), o tempo (30s), a área do espécime (0,3025cm2) e o diâmetro do feixe da
fibra ótica (200μm) e, considerando as diferentes fórmulas para cálculo das
Densidades de Energia/ DE e de Potência/ DP, tem-se (Tabela 2):
-DE total: Energia(J) X frequência(Hz) X tempo(s) /área do espécime (cm2)
-DP total: Energia(J) X frequência(Hz) / área do espécime (cm2)
Tabela 2- Valores de DE e DP (considerando a varredura dos espécimes)
Grupo DE Total DP Total
G1 e G2 49,58 J/cm2 1,65 W/cm2
G3 e G4 69,42 J/cm2 2,31 W/cm2
G5 e G6 99.17 J/cm2 3,30 W/cm2
Para os grupos G2, G4 e G6, que associaram a aplicação do laser de
diodo com verniz fluoretado, o verniz Duraphat (COLGATE, São Bernardo do
Campo, SP, Brasil) foi aplicado em camada única sobre a superfície do espécime
com auxílio de um mini pincel KG brush (Kg Sorensen, Cotia, São Paulo, Brasil) e,
após a remoção dos excessos, a irradiação com laser foi realizada imediatamente
sobre o verniz.
A B
4 Material e Métodos 45
Após a irradiação, os espécimes foram mantidos imersos em água
destilada durante 4 horas, a película de verniz foi removida da superfície com o
auxílio de uma lâmina de bisturi nº11, com cuidado de não tocar a superfície dos
espécimes e, posteriormente, os espécimes foram submetidos à leitura da
permeabilidade.
Os grupos sem verniz, após os respectivos tratamentos, também foram
imersos em água destilada pelo mesmo período de tempo.
4.5 ESPECTROSCOPIA DE RAIOS-X (EDX)
Cinco espécimes de cada grupo, após os desafios com ácido cítrico, além
de 5 espécimes extras, condicionados apenas com a solução de ácido fosfórico
(grupo controle), foram clivados na porção central com auxílio de um instrumento
cortante (cinzel de Weldstead, Quinelato, Schobell Industrial Ltda, Rio Claro, SP,
Brasil). As superfícies internas foram avaliadas por meio da análise de EDX,
executada com auxílio de um microscópio eletrônico de varredura (MEV) de baixo
vácuo (Personal SEM eXpress, FEI corp, Hilsboro, Oregon, EUA).
Os espécimes não receberam nenhum tipo de preparo, tendo sido
mantidos em um ambiente com baixa umidade durante 24 horas.
Os espécimes foram analisados quanto à presença dos seguintes ions:
Fósforo (P), Cálcio (Ca) e Oxigênio (O).
4.6 ANÁLISE MORFOLÓGICA
Com o intuito de ilustrar e facilitar a compreensão dos resultados obtidos,
uma análise morfológica visual foi realizada em 3 espécimes para cada grupo
avaliado, com auxílio de um microscópio confocal a laser LEXT OLS4000 (Olympus,
Tokyo, Japão), configurado para uma área de 257X257μm.
Para essa análise, nenhum preparo dos espécimes era necessário, e a
área avaliada era padronizada por meio da mesa de suporte do espécime,
controlada por computador. Quatro leituras eram realizadas, em áreas com 1500μm
de espaçamento entre elas, tendo como ponto de referência uma das arestas do
espécime. Após a localização da aresta de referência, um deslocamento para baixo
e um para a direita, a primeira leitura era realizada; a segunda leitura era realizada
4 Material e Métodos 46
após o deslocamento para a direita; a terceira leitura após um deslocamento para
baixo; e a quarta leitura após um deslocamento para a esquerda.
4.7 ANÁLISE DOS DADOS
Com os resultados obtidos, os dados foram convertidos em porcentagem
referente à leitura inicial (após aplicação do ácido fosfórico), tendo como variáveis de
resposta a condutibilidade hidráulica e a composição mineral (EDX) da dentina e,
como fatores de estudo, o laser de diodo em 3 níveis, e o verniz fluoretado em 2
níveis. O nível de significância dos testes estatísticos foi estabelecido em 5%.
Como alguns resultados não passaram pelo teste de normalidade (Teste
de Levenne), optou-se por transformar os dados pela função ArcSen, possibilitando
assim a realização de uma análise paramétrica, visto que a distribuição normal foi
obtida.
Para análise dos grupos 1 ao 6, considerando a mesma etapa de
tratamento, empregou-se a análise de variância (ANOVA) a 2 critérios e teste de
Tukey.
Para análise da influência dos diferentes tratamentos na leitura da
permeabilidade dentinária, foram aplicados os testes de ANOVA a 1 critério para
medidas repetidas e teste de Tukey.
Para a análise em EDX, foram empregados o teste de ANOVA a 1 critério
e teste de Tukey.
5 Resultados
5 Resultados 49
5 REULTADOS
Os resultados da ANOVA para análise da interação entre os fatores laser,
verniz e laser+verniz, imediatamente após o tratamento e após o teste de
estabilidade com o ácido cítrico, estão dispostos nos apêndices.
Os resultados para a condutibilidade hidráulica da dentina de todos os
grupos estão dispostos nas tabelas 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10.
Na tabela 3 estão expressas as médias e desvio-padrões (valores
absolutos em μLmin−1 140 cm H2O−1) da condutibilidade hidráulica da dentina de
todos os grupos, em todas as situações: inicial (permeabilidade máxima), após a
smear layer (permeabilidade mínima), após o tratamento proposto e após o desafio
em ácido cítrico.
Na tabela 4 estão expressas as médias e desvio-padrões em valores
absolutos para a permeabilidade inicial/máxima e, em valores percentuais em
relação à inicial, para as outras leituras.
Além desses dados, estão expressos, em ambas as tabelas, os
resultados da análise estatística entre os grupos nas diferentes etapas do presente
estudo (ANOVA a 2 critérios e teste de Tukey) e entre as diferentes etapas dentro de
um mesmo grupo (ANOVA a 1 critério para medidas repetidas e teste de Tukey).
Tabela 3 – Média (DP) dos valores de condutibilidade hidráulica da dentina
(expressa em μLmin−1 140 cm H2O−1).
Grupo Leitura inicial Smear layer Após tratamento Após ac cítrico
Diodo 0,5W 19,33 (10,13)Aa 0,20 (0,22)Ab 12,28 (7,75)Ac 5,28 (2,95)Ad
Diodo 0,5W + vf 17,24 (9,01)Aa 0,31 (0,32)Ab 2,99 (1,81)Bc 4,09 (2,29)Ac
Diodo 0,7W 14,94 (6,43)Aa 0,37 (0,39)Ab 8,08 (4,07)Ac 3,11 (1,41)ABd
Diodo 0,7W + vf 15,64 (7,53)Aa 0,57 (0,2)Ab 1,19 (1,47)Bbc 2,51 (2,14)ABc
Diodo 1W 15,38 (9,46)Aa 0,44 (0,33)Ab 1,79 (2,69)Bb 3,5 (2,1)Bc
Diodo 1W + vf 17,04 (10,36)Aa 0,34 (0,31)Ab 1,14 (1,18)Bbc 1,58 (1,01)Bc
Letras diferentes indicam diferenças estatisticamente significantes (p<0,05)
Letras maiúsculas – diferença entre grupos (colunas)
Letras minúsculas – diferença entre tratamentos (linhas)
5 Resultados 50
Tabela 4 – Média (DP) dos valores de condutibilidade hidráulica da dentina
(expressa em μLmin−1 140 cm H2O−1 para a leitura inicial -100%), e em porcentagem
relativa às leituras iniciais para as demais etapas do estudo.
Grupo Leitura inicial Smear layer Após tratamento
Após ac cítrico
Diodo 0,5W 19,33 (10,13)Aa 1,59 (1,84)Ab 65,70 (25,08)Ac 27,69 (10,58)Ad
Diodo 0,5W + vf 17,24 (9,01)Aa 4,28 (8,19)Ab 21,78 (12,88)Bc 33,28 (25,58)Ac
Diodo 0,7W 14,94 (6,43)Aa 2,04 (1,77)Ab 54,8 (14,13)Ac 25,13 (13,99)ABd
Diodo 0,7W + vf 15,64 (7,53)Aa 4,53 (2,81)Ab 7,07 (5,87)Bbc 17,0 (12,86)ABc
Diodo 1W 15,38 (9,46)Aa 3,86 (4,09)Ab 8,19 (7,33)Bb 24,78 (12,58)Bc
Diodo 1W + vf 17,04 (10,36)Aa 2,18 (2,03)Ab 8,12 (7,22)Bbc 12,49 (10,64)Bc
Letras diferentes indicam diferenças estatisticamente significantes (p<0,05)
Letras maiúsculas – diferença entre grupos (colunas)
Letras minúsculas – diferença entre tratamentos (linhas)
Considerando a potência de 0,5W, a irradiação foi capaz de reduzir
parcialmente a permeabilidade dentinária, sendo o tratamento superior ao controle
(leitura inicial), porém inferior à associação da irradiação com o verniz fluoretado.
Além disso, a associação dos tratamentos possibilitou a manutenção da estabilidade
dos mesmos após o desafio com ácido cítrico, bem como um resultado superior
imediatamente após o tratamento (p=0,0001).
Vale ressaltar o efeito do laser após a aplicação do ácido cítrico, onde
ocorreu uma grande redução nos valores de condutibilidade hidráulica da dentina
(p=0,0006), com valores semelhantes aos do grupo tratado com associação laser +
verniz (Tabela 5).
Tabela 5 - Média (DP) dos valores de condutibilidade hidráulica da dentina (expressa
em μLmin−1 140 cm H2O−1 para a leitura inicial -100%), e em porcentagem relativa às
leituras iniciais para as demais etapas do estudo, considerando os diferentes grupos
irradiados com 0,5W.
Grupo Leitura inicial Smear layer Após tratamento Após ac cítrico
Diodo 0,5W 19,33 (10,13)Aa 1,59 (1,84)Ab 65,70 (25,08)Ac 27,69 (10,58)Ad
Diodo 0,5W + vf 17,24 (9,01)Aa 4,28 (8,19)Ab 21,78 (12,88)Bc 33,28 (25,58)Ac
Letras diferentes indicam diferenças estatisticamente significantes (p<0,05)
5 Resultados 51
Letras maiúsculas – diferença entre grupos (colunas)
Letras minúsculas – diferença entre tratamentos (linhas)
Considerando os espécimes irradiados com 0,7W, semelhante ao
ocorrido com os grupos irradiados com 0,5W, a associação com o verniz fluoretado
possibilitou uma redução significativa nos valores de condutibilidade hidráulica da
dentina imediatamente após o tratamento (p=0,0007), sendo inclusive semelhante
ao obtido na presença da smear layer, considerado o controle positivo neste teste
(p>0,74). É importante notar também a manutenção desse resultado após o desafio
com ácido cítrico.
Vale salientar novamente a redução adicional nos valores de
condutibilidade hidráulica após o desafio ácido, no grupo tratado apenas com o laser
de diodo a 0,7W (p=0,0002), com valores semelhantes aos do grupo tratado com
associação laser + verniz (tabela 6).
Tabela 6 - Média (DP) dos valores de condutibilidade hidráulica da dentina (expressa
em μLmin−1 140 cm H2O−1 para a leitura inicial -100%), e em porcentagem relativa às
leituras iniciais para as demais etapas do estudo, considerando os diferentes grupos
irradiados com 0,7W.
Grupo Leitura inicial Smear layer Após tratamento Após ac cítrico
Diodo 0,7W 14,94 (6,43)Aa 2,04 (1,77)Ab 54,8 (14,13)Ac 25,13 (13,99)ABd
Diodo 0,7W + vf 15,64 (7,53)Aa 4,53 (2,81)Ab 7,07 (5,87)Bbc 17,0 (12,86)ABc
Letras diferentes indicam diferenças estatisticamente significantes (p<0,05)
Letras maiúsculas – diferença entre grupos (colunas)
Letras minúsculas – diferença entre tratamentos (linhas)
Considerando os espécimes irradiados com 1W, observaram-se
resultados semelhantes, independentemente do emprego ou não da associação com
o verniz fluoretado, com grande redução da condutibilidade hidráulica da dentina
imediatamente após o tratamento (p=0,999). Porém, a manutenção dos valores de
permeabilidade dentinária após o desafio ácido só foi observada no grupo associado
ao verniz fluoretado, apresentando um resultado semelhante ao do tratamento
(p=0,403).
5 Resultados 52
Para este parâmetro de irradiação não foi observada a redução adicional
da permeabilidade dentinária após a aplicação do ácido cítrico (Tabela 7).
Tabela 7 - Média (DP) dos valores de condutibilidade hidráulica da dentina (expressa
em μLmin−1 140 cm H2O−1 para a leitura inicial -100%), e em porcentagem relativa às
leituras iniciais para as demais etapas do estudo, considerando os diferentes grupos
irradiados com 1W.
Grupo Leitura inicial Smear layer Após tratamento Após ac cítrico
Diodo 1W 15,38 (9,46)Aa 3,86 (4,09)Ab 8,19 (7,33)Bb 24,78 (12,58)Bc
Diodo 1W + vf 17,04 (10,36)Aa 2,18 (2,03)Ab 8,12 (7,22)Bbc 12,49 (10,64)Bc
Letras diferentes indicam diferenças estatisticamente significantes (p<0,05)
Letras maiúsculas – diferença entre grupos (colunas)
Letras minúsculas – diferença entre tratamentos (linhas)
Considerando as diferentes potências e, portanto, densidades de energia,
nota-se que o aumento na potência gerou uma maior redução imediata nos valores
de condutibilidade hidráulica, sendo o grupo irradiado com 1W, estatisticamente
superior aos grupos irradiados com 0,5 (p=0,0001) e 0,7W (P=0,0001). No entanto,
esse padrão não foi observado após o desafio ácido, sendo que todos os grupos
obtiveram valores semelhantes entre si, exceto em se comparando os grupos 1W e
0,5W (p=0,042) (Tabela 8).
Tabela 8 - Média (DP) dos valores de condutibilidade hidráulica da dentina (expressa
em μLmin−1 140 cm H2O−1 para a leitura inicial -100%), e em porcentagem relativa às
leituras iniciais para as demais etapas do estudo, considerando os diferentes grupos
irradiados, sem associação com os vernizes fluoretados.
Grupo Leitura inicial Smear layer Após tratamento Após ac cítrico
Diodo 0,5W 19,33 (10,13)Aa 1,59 (1,84)Ab 65,70 (25,08)Ac 27,69 (10,58)Ad
Diodo 0,7W 14,94 (6,43)Aa 2,04 (1,77)Ab 54,8 (14,13)Ac 25,13 (13,99)ABd
Diodo 1W 15,38 (9,46)Aa 3,86 (4,09)Ab 8,19 (7,33)Bb 24,78 (12,58)Bc
Letras diferentes indicam diferenças estatisticamente significantes (p<0,05)
Letras maiúsculas – diferença entre grupos (colunas)
Letras minúsculas – diferença entre tratamentos (linhas)
5 Resultados 53
Considerando os grupos tratados com a associação entre laser e verniz
fluoretado, observou-se que, independentemente da potência, apresentaram
reduções semelhantes na permeabilidade dentinária imediatamente após o
tratamento.
Após o desafio em ácido cítrico, os grupos irradiados mantiveram os
valores de condutibilidade hidráulica da dentina semelhantes aos obtidos após o
tratamento.
Considerando a intensidade do laser, as potências mais altas permitiram
a manutenção de valores mais reduzidos de condutibilidade hidráulica da dentina
após o desafio ácido (Tabela 9).
Tabela 9 - Média (DP) dos valores de condutibilidade hidráulica da dentina (expressa
em μLmin−1 140 cm H2O−1 para a leitura inicial -100%), e em porcentagem relativa às
leituras iniciais para as demais etapas do estudo, considerando os diferentes grupos
com aplicação do verniz fluoretado.
Grupo Leitura inicial Smear layer Após tratamento Após ac cítrico
Diodo 0,5W+ vf 17,24 (9,01)Aa 4,28 (8,19)Ab 21,78 (12,88)Ac 33,28 (25,58)Ac
Diodo 0,7W+ vf 15,64 (7,53)Aa 4,53 (2,81)Ab 7,07 (5,87)Abc 17,0 (12,86)ABbc
Diodo 1W + vf 17,04 (10,36)Aa 2,18 (2,03)Ab 8,12 (7,22)Abc 12,49 (10,64)Bc
Letras diferentes indicam diferenças estatisticamente significantes (p<0,05)
Letras maiúsculas – diferença entre grupos (colunas)
Letras minúsculas – diferença entre tratamentos (linhas)
Os espécimes, após os desafios com ácido cítrico, e após
condicionamento com ácido fosfórico (grupo controle), foram fraturados e as
superfícies internas avaliadas por meio da análise de EDX, os resultados após o
teste de ANOVA a 1 critério e teste de Tukey (p<0,05), estão dispostos na Tabela
10.
Observando de uma maneira geral os resultados obtidos pelo EDX, pode-se
notar que a irradiação com laser provocou alterações na composição mineral dos
espécimes de maneira significativa, quando comparados com o grupo controle
(Tabela 10).
Observando-se detalhadamente os resultados obtidos, nota-se que
considerando os ions cálcio (Ca) e oxigênio (O), os grupos tratados apenas com o
5 Resultados 54
laser ou associação laser e verniz fluoretado foram semelhantes, porém
apresentaram diferença estatisticamente significativa quando comparados com o
grupo controle.
Considerando o ion fósforo (P): entre os grupos tratados com laser,
associando ou não o verniz fluoretado, apenas o grupo 3 foi estatisticamente
diferente do grupo 4, e todos esses, diferentes do grupo controle.
Tabela 10 – Resultados do EDX, expressos em porcentagem, para os diferentes
grupos de minerais.
Grupo/ ions
Fósforo Cálcio Oxigênio
0,5W 26,32±1,19AB 31,4±3,99A 16,28±3,08A
0,5W + vf 26,82±1,10AB 31,34±1,3A 16±0,55A
0,7W 27,76±0,39A 31,76±1,48A 15,88±0,79A
0,7W + vf 24,48±2,07B 29,28±3,84A 17,08±2,24A
1W 25,28±1,46AB 29,88±2,03A 16,72±1,27A
1W + vf 26,38±0,96AB 30,16±1,88A 16,92±1,38A
Controle 21,06±2,3C 22±3,97B 21,82±2,17B
Letras diferentes indicam diferenças estatisticamente significativas entre grupos (p<0,05)
Além das análises da condutibilidade hidráulica da dentina e do EDX, foram
realizadas fotomicrografias da superfície dentinária em cada etapa do trabalho, com
auxílio de um microscópio confocal a laser LEXT OLS4000, com a finalidade de
tentar possibilitar uma melhor compreensão dos resultados obtidos. Algumas
imagens representativas serão apresentadas nas figuras 6, 7 e 8.
A B
5 Resultados 55
Figura 6 - Superfície dentinária. A- espécime após aplicação do ácido fosfórico 37%,
com presença de 100% dos túbulos dentinários abertos; B– espécime após
irradiação com laser de diodo 1W – fluência de 99,17 J/cm2, demonstrando a
capacidade do tratamento de obliteração dos túbulos dentinários, porém sem a
presença de “melting” dentinário.
Figura 7 - Superfície dentinária. A- espécime após irradiação com laser de diodo
0,5W, apresentando túbulos dentinários abertos; B– mesmo espécime após
aplicação do ácido cítrico, demonstrando túbulos dentinários parcialmente
obliterados.
Figura 8 - Superfície dentinária. A- espécime após irradiação com laser de diodo
0,7W, apresentando túbulos dentinários abertos; B- mesmo espécime após o
A B
A B
5 Resultados 56
condicionamento com ácido cítrico, demonstrando túbulos dentinários parcialmente
obliterados.
6 Discussão
6 Discussão 59
Com a redução na incidência de cárie na população (NARVAI et al., 2006), os
dentes ficam mais susceptíveis a outros tipos de lesões que podem gerar, em alguns
indivíduos, um quadro de HD (REES; ADDY, 2002; ADDY; SHELLIS, 2006; RITTER
et al. 2006).
A HD apresenta etiologia multifatorial e é capaz de causar grande desconforto
ao paciente, podendo levar à uma alteração na qualidade de vida do mesmo
(RUSSELL, 2004; GUO et al., 2010).
Devido à sua alta prevalência, a HD têm sido extensamente estudada,
buscando a remissão dos sintomas, principalmente por meio da obliteração dos
túbulos dentinários, no contexto da teoria hidrodinâmica de Brännström
(BRANNSTROM, 1965; COLLAERT; FISCHER, 1991; PASHLEY, 1986, 1992, 1994;
RIMONDINI et al., 1995; SHIAU, 2012).
Embora os mecanismos de obliteração dos agentes dessensibilizantes não
sejam ainda bem compreendidos, acredita-se que eles atuem por meio da
precipitação de proteínas e cristais de cálcio na entrada e/ou no interior dos túbulos
dentinários, causando uma alteração do conteúdo tubular (WEST et al., 2001;
FRECHOSO et al., 2003; PEREIRA et al., 2005; RITTER et al., 2006).
As substâncias dessensibilizantes têm sido frequentemente testadas in vitro
(KOLKER et al., 2002; PEREIRA et al., 2002, 2005; BANFIELD; ADDY, 2004) e cada
produto comercial apresenta uma composição diferente, destacando-se: fosfato de
potássio, oxalato monopotássico, arginina, fluoreto de potássio, entre outros.
Embora a HD seja uma condição clínica bastante comum e seu tratamento
bastante estudado, a manutenção dos resultados satisfatórios a longo prazo com o
emprego de agentes dessensibilizantes ainda é baixa (NAYLOR et al., 2006;
RIZZANTE et al., 2014). Isso ocorre pelo não tratamento do(s) fator(es) causal(is)
primário(s), sabidamente de característica multifatorial, condenando a longevidade
dos mesmos (TORRES et al., 2014).
Sendo assim, desde a década de 1980, os lasers têm sido testados como
uma possível forma de tratamento para a redução da HD, em busca de um
tratamento eficaz e duradouro (MATSUMOTO et al., 1985a e b; LIN et al., 2001;).
Os lasers podem ser divididos em 2 tipos (DILSIZ et al., 2009): os de alta
potência, por exemplo, os de Nd:YAG, CO2, Er:YAG; e os de baixa potência, por
exemplo, os lasers de diodo, sendo que alguns modelos podem operar também em
alta intensidade, como o utilizado no presente estudo (SIROLaser).
6 Discussão 60
Os lasers de alta intensidade objetivam a obliteração física dos túbulos
dentinários, como efeito primário sendo que, em alguns parâmetros, pode ocorrer o
“melting” dentinário, que consiste na fusão (derretimento) da dentina superficial,
devido ao aumento da temperatura durante a irradiação, com consequente
obliteração dos túbulos dentinários e desorganização da superfície dentinária (LIN et
al., 2001; BERGMANS et al., 2006).
Considerando que parte da energia de irradiação é absorvida na superfície
dentária, uma parte atenuada pode ainda alcançar tecidos mais profundos,
exercendo um efeito secundário de analgesia sobre a polpa dentária (efeito
semelhante ao dos lasers de baixa potência, em que ocorre um efeito biomodulador
e intensificação na produção de dentina terciária) (FERREIRA et al., 2006).
Apesar de extensamente estudados, a vasta gama de tipos de lasers e
parâmetros para irradiação dos mesmos torna fundamental o estudo contínuo,
incluindo a avaliação não só da eficácia do tratamento, mas também de sua
inocuidade para os tecidos bucais, visto que o laser está frequentemente associado
a grandes variações na temperatura (LAN; LIU, 1996; LIU et al., 1997).
Um dos lasers mais frequentemente empregados no tratamento da HD é o
laser de Nd:YAG (1064nm), devido à oclusão ou estreitamento dos túbulos
dentinários, reduzindo a permeabilidade da dentina e, consequentemente, a
sensibilidade dolorosa (CIARAMICOLI et al., 2003; DILSIZ et al., 2009; LOPES;
ARANHA, 2013). No entanto, apresentam algumas desvantagens como o alto custo
e grandes dimensões.
Os lasers de diodo como o utilizado no presente estudo, têm sido
extensamente pesquisados, principalmente pela sua versatilidade levando em
consideração os diferentes comprimentos de onda possíveis, redução do custo dos
aparelhos e menores dimensões quando comparados com outros equipamentos de
laser (ALVES et al., 2005; VIAPIANA et al., 2012).
Um desses lasers de diodo, lançado mais recentemente, com comprimento de
onda de 980nm, por apresentarem um comprimento de onda semelhante ao do laser
de Nd:YAG, possibilitariam, teoricamente, um efeito semelhante sobre os tecidos
bucais (GUTKNECHT et al., 2004; SCHOOP et al., 2006).
Estes lasers de diodo apresentam alta penetração nos tecidos e são
absorvidos principalmente pela melanina e hemoglobina, apresentando um efeito
hemostático profundo e boa interação com tecidos de pigmentação escura
6 Discussão 61
(BORNSTEIN, 2004; COLUZZI; GOLDSTEIN, 2004). Por outro lado, apresentam um
baixo coeficiente de absorção pela água e pela hidroxiapatita com elevada
transmissão através dessas estruturas (BORNSTEIN, 2004; COLUZZI; GOLDSTEIN,
2004; ALFREDO et al., 2008).
Diversos estudos avaliaram os lasers de diodo 980nm como coadjuvantes em
tratamentos endodônticos para descontaminação e obturação dos canais radiculares
com resultados satisfatórios (MARCHESAN et al., 2008; FARIA et al., 2013). No
entanto, poucos estudos avaliaram as alterações estruturais e o efeito sobre a
permeabilidade dentinária, sendo seu emprego no tratamento da HD ainda incerto
(SCHOOP et al., 2006; LIU et al., 2013).
Os trabalhos na literatura são muito variáveis, avaliando diversos tipos de
lasers em diversos parâmetros diferentes. Ainda assim, os trabalhos empregando
laser de diodo 980nm no tratamento da HD são muito escassos, dificultando uma
comparação direta dos resultados (LIU et al., 2013) e também a compreensão da
sua forma de atuação.
Segundo a fabricante Sirona Dental Systems GmbH, o SIROlaser (diodo de
GaAlAs) opera no modo pulsátil ou contínuo, com comprimento de onda de 970nm
(família dos lasers de 980nm) e numa potência que varia entre 0,5 e 7W.
Diferentes parâmetros de irradiação são capazes de alterar de maneira
significativa o efeito sobre os tecidos e, de maneira simplificada, no SIROlaser,
pode-se alterar os parâmetros segundo a seguinte equação:
Potência (W) = Energia por pulso (J) X frequência (Hz)
Dessa forma, 2 valores são sempre passíveis de alteração enquanto o
terceiro é definido automaticamente.
No presente estudo, foram empregadas 3 potências (0,5; 0,7 e 1W),
mantendo a frequência (10Hz), o tempo de irradiação (30s) e a área (30,25mm2),
constantes, sendo a energia por pulso alterada (0,05; 0,07 e 0,1J) e,
consequentemente, as densidades de energia (DE) e de potência (DP).
A potência e o tempo de irradiação são parâmetros contribuintes que
influenciam na quantidade de energia que é aplicada sobre a superfície dentária.
Segundo a literatura, a potência máxima que pode ser aplicada sobre uma dentina
com 1mm de espessura é 1W (ABED et al., 2011), sendo importante salientar que
6 Discussão 62
esses resultados dependem de outros fatores como a frequência, tempo e modo de
irradiação. De qualquer forma, a avaliação dos parâmetros de irradiação
empregados é fundamental do ponto de vista da prevenção de alterações proteicas
na dentina, bem como possíveis agressões ao tecido pulpar que são
correlacionadas com variações de temperatura acima de 5ºC (KIMURA et al., 2000;
BIRANG et al., 2007).
Considerando os lasers de diodo, 1W ainda não é suficiente para causar o
“melting” dentinário, pois sua energia é menos absorvida por tecidos duros quando
comparado com o laser de Nd:YAG, por exemplo (GHOLAMI et al., 2011). Essa
afirmação vai ao encontro dos resultados observados no presente estudo, no qual a
potência de 1W provocou uma alteração superficial discreta, observada em
microscopia confocal, com presença de um depósito mineral superficial que não
pode ser considerado “melting”, visto que não há sinais de fusão do tecido
dentinário, caracterizada pela superfície desorganizada com ausência de túbulos
(Figura 6). De fato, a literatura reporta a observação de um processo inicial de
“melting”, com irradiação das estruturas dentinárias com potências maiores que 2W
(MARCHESAN et al., 2008; GARCIA et al., 2011).
A obliteração dos túbulos dentinários é bastante desejável para o tratamento
da HD e, segundo Pashley e colaboradores (2002), a presença da smear layer reduz
em cerca de 86% a permeabilidade dentinária. A alta redução da condutibilidade
hidráulica da dentina foi observada também no presente estudo, no qual a presença
da smear layer foi responsável por redução de aproximadamente 95% na
permeabilidade dentinária dos discos de dentina, valores adotados como padrão
ouro na comparação com os diferentes tratamentos.
Analisando os resultados obtidos após o tratamento apenas com a irradiação
com laser de diodo, os parâmetros de irradiação exerceram um papel fundamental
sobre a permeabilidade dentinária, sendo que o emprego de uma maior potência
(1W), foi estatisticamente superior aos grupos irradiados com 0,5 e 0,7W,
considerando a leitura imediatamente após a irradiação (Tabelas 3, 8 e Apêndice 3).
Dessa forma, a primeira hipótese nula testada (não haveria diferença na
condutibilidade hidráulica da dentina considerando as diferentes potências) foi
rejeitada.
Os resultados do presente trabalho estão em concordância com diversos
trabalhos da literatura, tanto clínicos como laboratoriais, que relataram bons
6 Discussão 63
resultados após irradiação da dentina com diferentes tipos e parâmetros de lasers
(YAMAGUCHI et al., 1990; YILMAZ et al., 2011; UMBERTO et al., 2012; LIU et al.,
2013; UMANA et al., 2013; HASHIM et al., 2014). Em um estudo clínico empregando
o laser de diodo a 980nm, Umberto e colaboradores (2012), obtiveram redução
clínica satisfatória da HD, utilizando o laser a 0,5W, com 10Hz, após 3 aplicações de
1 minuto, com uma DE de 62,2J/cm2. Essa DE foi bastante próxima à empregada no
presente trabalho para o grupo irradiado com laser 0,7W. Esses parâmetros
demonstram que DE semelhantes podem ser obtidas de várias maneiras, por
exemplo, com a alteração da frequência, ou do tempo de irradiação como pode ser
observado neste caso. Apesar de uma DE semelhante, os autores realizaram 3
irradiações, proporcionando um tempo de tratamento bastante superior ao do
presente trabalho. De qualquer forma, os autores obtiveram, após a irradiação, os
melhores resultados com a associação entre laser e verniz fluoretado, fato que
também foi observado no presente estudo.
Liu e colaboradores (2013), avaliando o laser de diodo 980nm com DE de 166
J/cm² (2W, irradiação em modo contínuo), em 2 irradiações de 5s cada, afirmaram
que esse parâmetro foi capaz, em laboratório, de selar praticamente todos os
túbulos dentinários, com sinais iniciais de “melting”. Seguindo o mesmo modo de
irradiação, com 250 J/cm2 (3W, modo contínuo), os autores obtiveram um maior
“melting” dentinário porém com maior número de túbulos abertos, devido ao
“melting” apenas da camada mais superficial da dentina. Com 333 J/cm2 (4W, modo
contínuo), observaram a obliteração de 100% dos túbulos dentinários, visto que
ocorreu o “melting” tanto da dentina superficial como também da dentina mais
profunda. Esses valores de DE foram pelo menos 50% superiores aos testados no
presente estudo, o que demonstra o potencial acumulativo da irradiação com laser
porém, pela maior intensidade de irradiação, deve-se existir uma preocupação em
relação aos danos térmicos sobre o tecido pulpar.
No presente estudo, o parâmetro mais próximo aos do referido trabalho, foi a
irradiação com laser a 1W (99,17 J/cm2), na qual nota-se uma obliteração superficial
dos túbulos dentinários porém, conforme já salientado, sem presença de áreas de
“melting”.
Em outro estudo, com laser de Nd:YAG, com 1,5W de potência e DE de 124,3
J/cm2, os autores observaram áreas de obliteração tubular com presença do
“melting” dentinário e redução da permeabilidade dentinária frente à infiltração de
6 Discussão 64
corante. Nesse mesmo trabalho, com um laser de diodo de 808nm, com 2,5W,
porém sem fornecer dados sobre área e tempo de irradiação, os autores observaram
áreas de obliteração tubular, com presença de smear layer, porém sem “melting”
(ESTEVES-OLIVEIRA et al., 2010), assim como no presente estudo, apesar de ter
sido empregada uma menor potência.
Em outro estudo com laser de Nd:YAG, com 0,5 e 1W, frequência de 10Hz e
tempo de irradiação de 30s, parâmetros semelhantes aos do presente estudo, os
autores observaram uma obliteração parcial dos túbulos dentinários, que aumentou
conforme o aumento da potência de irradiação, principalmente se associados com
um agente dessensibilizante (NovaMin) (FARMAKIS et al., 2013). Apesar dos lasers
serem diferentes (Nd:YAG e diodo 980nm), os comprimentos de onda são bastante
próximos e, portanto, o comportamento observado, em que o aumento da potência
foi relacionado ao aumento na obliteração dentinária, foi semelhante. No entanto,
vale ressaltar que, para o laser de diodo, é necessária uma maior potência/ DE para
obter os mesmos resultados que o laser de Nd:YAG. Esse fator pode ser explicado
pela menor interação entre a energia de irradiação do laser de diodo com a
superfície dentinária, quando comparado ao laser de Nd:YAG (GHOLAMI et al.,
2011).
Além da irradiação, a tentativa de associação entre laser e outros agentes
dessensibilizantes tem sido testada, objetivando um efeito sinérgico dos
tratamentos. Nesse contexto, os dessensibilizantes a base de fluoretos, como os
vernizes fluoretados, e agentes bioativos têm sido bastante empregados (LAN et al.,
1999; CAKAR et al., 2008; FARMAKIS et al., 2013).
O uso de fluoretos, como os de sódio e estanho, apresenta efeitos positivos
na oclusão dos túbulos dentinários, oferecendo alívio da sintomatologia dolorosa
clinicamente. Os fluoretos aplicados topicamente criam uma barreira pela
precipitação de CaF2 na embocadura e interior dos túbulos dentinários, podendo
reduzir a movimentação dos fluidos dentinários e clinicamente, o alívio da HD
(EHRLICH et al., 1975; GANSS et al., 2004a e b; PONDURI et al., 2005;
MAGALHAES et al., 2008; MAGALHAES et al., 2012).
Vernizes à base de NaF a 5% são agentes dessensibilizantes bastante
empregados no controle da HD, com efetividade reportada após 24 semanas
(RITTER et al., 2006). Seguindo o mesmo princípio, géis fluoretados (NaF a 1,23%)
têm sido bastante empregados na redução da sensibilidade pós-operatória de
6 Discussão 65
procedimentos como os de clareamento dentário (ARMENIO et al., 2008). Os
vernizes, por permanecerem mais tempo na superfície dentinária (MAGALHAES et
al., 2012) apresentam maior capacidade de redução da condutibilidade hidráulica da
dentina (CALABRIA et al., 2014).
Segundo Scatolin e colaboradores (2012), a irradiação com laser de CO2
associado à aplicação de dentifrícios fluoretados pode consistir em uma alternativa
para o controle de lesões não cariosas como a erosão dentária, embora o efeito de
sinergismo entre os 2 tratamentos não tenha sido observado.
Em um estudo associando resultados clínicos e laboratoriais, também foi
observada, com a irradiação de um laser de Nd:YAG a 0,3W, durante 2 minutos, a
melhor resposta da associação entre irradiação e aplicação de um 1 fluoretado,
quando comparada a um dos tratamentos de forma isolada (KUMAR; MEHTA, 2005)
Umberto e colaboradores (2012), utilizando o laser de diodo 980nm, com
62,2J/cm2, demonstraram que tanto a irradiação desse laser, como a aplicação
tópica de um agente dessensibilizante (gel à base de NaF), foram mais efetivos que
o grupo controle no tratamento da HD, porém inferiores à associação entre ambas
as modalidades de tratamento que apresentou os melhores resultados,
considerando 0,5W de potência e 3 irradiações de 60s. Segundo os autores, os
melhores resultados observados o emprego da associação de tratamentos
provavelmente ocorreu pelo aumento da adesão do gel de NaF aos túbulos
dentinários.
No estudo de Farmakis e colaboradores (2013), associando o laser de
Nd:YAG (0,5 e 1W, 10Hz, durante 30s) com a aplicação de NovaMin (vidro bioativo),
observaram uma obliteração quase que total dos túbulos dentinários, principalmente
quando foi empregada a potência de 1W.
Esses resultados da associação dos tratamentos estão em concordância com
os obtidos no presente estudo, no qual o uso do verniz fluoretado em associação
com a irradiação com laser de diodo, para todos os parâmetros avaliados,
determinou melhores resultados imediatos na redução da permeabilidade dentinária.
Este comportamento foi mais evidente conforme o aumento da DE (Tabelas 3, 4, 5,
6, 7, 9 e Apêndice 2), visto que não foi observada diferença estatisticamente
significativa entre as 2 menores potências (0,5 e 0,7W) (Apêndice 3).
6 Discussão 66
Dessa forma, a segunda hipótese nula (não haveria diferença na
condutibilidade hidráulica da dentina após irradiação com o laser de diodo,
considerando aplicação ou não do verniz fluoretado) foi rejeitada.
Após os tratamentos, foi realizado o teste de estabilidade dos mesmos, com o
emprego do ácido cítrico, durante 1 minuto, sobre a superfície vestibular dos
espécimes. Esse teste objetiva simular as condições clínicas, por meio da exposição
dos espécimes tratados a um dos ácidos mais frequentemente observados na dieta
dos pacientes (LI et al., 2012; RANJITKAR et al., 2012).
O ácido cítrico atua de 2 maneiras, em um primeiro momento, os ions
hidrogêncio “atacam a superfície dentária, levando a uma perda de cálcio; em um
segundo momento, o ácido cítrico atua como uma substância quelante, em que o
citrato reage com o cálcio livre na superfície, levando à formação de citrato de cálcio.
É importante salientar que esses eventos ocorrem de maneira simultânea dentro do
meio (PASSOS et al., 2014)
Considerando os resultados após o teste de estabilidade dos tratamentos ao
ácido cítrico 6%, para os grupos irradiados com o laser de diodo 980nm, associados
ou não ao verniz fluoretado, o efeito de sinergismo observado inicialmente entre a
aplicação do verniz e a redução da permeabilidade dentinária, deixou de ser
evidente. Nos grupos irradiados com 0,5 e 0,7W sem verniz, após a aplicação do
ácido cítrico, foi observada uma redução adicional da condutibilidade hidráulica da
dentina, aproximando-se à observada nos grupos tratados com as mesmas DE,
porém com associação do verniz fluoretado. Assim, após o desafio ácido, os
resultados dos grupos associados ou não ao verniz, foram semelhantes.
Por outro lado, nos grupos tratados com laser a 1W, associados ou não ao
verniz fluoretado, a diferença inicial na permeabilidade dentinária não foi observada,
resultados que se mantiveram após o teste de estabilidade.
Assim, considerando os resultados dos diferentes grupos após o desafio
ácido, o laser a 1W, associado ou não com o verniz fluoretado, foi mais efetivo que o
laser a 0,5W, porém ambos estatisticamente semelhantes ao laser de 0,7W (Tabelas
3, 4 e Apêndice 5).
A redução adicional na condutibilidade hidráulica da dentina, que pode ser
observada após o desafio ácido para os grupos irradiados com 0,5 e 0,7W, permite o
levantamento da hipótese de que o ácido cítrico poderia reagir com íons de cálcio
livres na superfície dentinária, essa reação poderia formar cristais de citrato de
6 Discussão 67
cálcio, que poderiam auxiliar na reprecipitação da HAP, o que provocaria uma maior
obliteração dos túbulos dentinários (HENNEQUIN et al., 1994; FREITAS;
PROKOPOWITSH, 2006). Essa hipótese pode ser sustentada pelos resultados
obtidos pela análise realizada com EDX, considerando os ions Ca (tabela 10), em
que os grupos irradiados apresentaram uma maior porcentagem de Cálcio quando
comparados com o grupo controle.
Além disso, poderia explicar algumas imagens obtidas em microscopia
confocal, nas quais foram observados, em alguns espécimes, depósitos minerais na
superfície dentinária após a aplicação do ácido cítrico, enquanto que, considerando
os mesmos espécimes, avaliados nas mesmas regiões, porém na etapa pós
tratamento, esses depósitos não foram observados (Figuras 7 e 8).
Vale ressaltar que o laser de diodo não possui uma grande interação com os
conteúdos mineralizados, exceto com os grupos fosfato, existindo uma tendência de
interação com a matriz orgânica que pode ocorrer pelo aumento localizado de
temperatura que é gerado durante a irradiação visto que, com aumento de
temperatura inferior a 350ºC, alterações orgânicas já podem ser evidenciadas
(BACHMANN; ZEZELL, 2005).
Os melhores resultados considerando a manutenção da redução da
permeabilidade dentinária após aplicação do ácido cítrico, nos grupos associando o
tratamento com verniz e laser, provavelmente ocorreu pela melhor adesão do verniz
fluoretado às estruturas dentárias e pela prevenção da perda de Ca, conforme
observado na análise por EDX, em que foi observada a manutenção da proporção
de cálcio e fosfato presente na estrutura dentária (tabela 10). A proporção Ca/P
manteve-se em aproximadamente 1:2; com discreto aumento conforme o aumento
das DE e DP. Os resultados observados são compatíveis com a literatura (LIN et al.,
2001). Esta ação provavelmente está relacionada com a capacidade do laser de
induzir uma maior adsorção de fluoretos, como o CaF2, às superfícies dentárias,
formando um reservatório que auxilia na prevenção de perdas minerais (PASSOS et
al., 2014).
O aumento na quantidade de Ca superficial está em concordância com a
literatura (LIN et al., 2001), enquanto que para os ions P, estes autores relataram
uma redução em sua quantidade devido à baixa temperatura de evaporação; no
entanto, no presente estudo essa redução não foi observada. Nesse contexto, é
importante salientar que o laser de diodo apresenta menor interação com os tecidos
6 Discussão 68
dentários, e portanto causa menor alteração de temperatura, que os lasers de
Nd:YAG.
Considerando os outros ions analisados e os potenciais efeitos da irradiação
com laser sobre as estruturas dentárias, até o presente momento não foram
encontrados estudos avaliando o aumento de temperatura pontual nas superfícies
irradiadas, apenas as variações que ocorrem nos tecidos periodontais e pulpares
(GOODIS et al., 1997; GUTKNECHT et al., 2005; da COSTA RIBEIRO et al., 2007;
ALFREDO et al., 2008).
No entanto, considerando que aumentos de temperatura entre 100 e 140ºC
são capazes de eliminar íons hidrogênio (H), oxigênio (O) e água (BACHMANN;
ZEZELL, 2005), pode-se inferir que um aumento de temperatura igual ou superior a
esses valores ocorreu, tendo em vista os resultados da análise dos íons O em EDX
(Tabela 10), que foram estatisticamente inferiores para os grupos irradiados com o
laser.
Dessa forma, no presente estudo, observou-se melhores resultados na
redução da condutibilidade hidráulica da dentina conforme o aumento da DE de
irradiação, principalmente quando da associação entre laser e verniz fluoretado.
Esse aumento na DE provavelmente é acompanhado de um aumento de
temperatura superficial, sendo fundamental seu estudo no contexto da compreensão
da forma de atuação desses dispositivos.
Considerando o tipo de estudo, os resultados esperados in vivo podem ser
um pouco diferentes, visto que há a presença de desafios erosivos e abrasivos, bem
como um período de remineralização dado pela presença da saliva (MAGALHAES et
al., 2008), além do envolvimento de estruturas nervosas que contribuem
efetivamente no processo da sensibilidade dolorosa e que não podem ser
reproduzidas in vitro.
Considerando a aplicação na redução da condutibilidade hidráulica da
dentina, o laser de diodo 980nm foi capaz, nos parâmetros testados, de gerar
resultados satisfatórios, principalmente com densidades de energia mais elevadas, e
quando em associação com outros tratamentos dessensibilizantes como os vernizes
fluoretados.
Mais estudos são necessários para avaliar a influência dos diferentes
parâmetros dos lasers (frequência, energia e potência) sobre a morfologia e
permeabilidade dentinária, bem como a relação desses aspectos com a temperatura
6 Discussão 69
intra-pulpar, para que se determine um protocolo seguro de aplicação clínica dos
mesmos para o tratamento da hipersensibilidade dentinária.
6 Discussão 70
7 Conclusões
7 Conclusões 73
7 CONCLUSÕES
- A irradiação com laser de diodo 980nm foi capaz de reduzir a condutibilidade
hidráulica da dentina, principalmente com DE mais elevadas.
- A associação do verniz fluoretado com o laser exerceu um efeito sinérgico
na redução da condutibilidade hidráulica da dentina, principalmente quando
associado com a irradiação com laser em DE mais elevadas.
7 Conclusões 74
Referências
Referências 77
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Apêndice
Apêndices 95
APÊNDICE A - Análise de Variância considerando a leitura da smear layer.
Effect
Univariate Results for Each DV (Dados) Sigma-restricted parameterization Effective hypothesis decomposition
Degr. of (Freedom)
Smear_% (SS)
Smear_% (MS)
Smear_% (F)
Smear_% (p)
Potencia 2 54,575 27,288 0,7553 0,474778
Verniz 1 51,347 51,347 1,4212 0,238416
Potencia*Verniz 2 140,966 70,483 1,9509 0,152042
Error 54 1950,973 36,129
Total 59 2197,861
Números em negrito indicam presença de relação entre os fatores (p<0,05)
Apêndices 96
APÊNDICE B - Análise de Variância considerando a leitura dos diferentes tratamentos.
Effect
Univariate Results for Each DV (Dados) Sigma-restricted parameterization Effective hypothesis decomposition
Degr. of (Freedom)
Tratam_% (SS)
Tratam_% (MS)
Tratam_% (F)
Tratam_% (p)
Potencia 2 6989,19 3494,59 30,1871 0,000000
Verniz 1 6802,63 6802,63 58,7626 0,000000
Potencia*Verniz 2 3132,54 1566,27 13,5298 0,000017
Error 54 6251,29 115,76
Total 59 23175,65
Números em negrito indicam presença de relação entre os fatores (p<0,05)
Apêndices 97
APÊNDICE C - Teste de Tukey considerando a leitura dos diferentes tratamentos.
Cell No.
Tukey HSD test; variable Tratam_% (Dados) Homogenous Groups, alpha = ,05000 Error: BetWeen MS = 115,76, df = 54,000
Potencia Verniz Tratam_% (Mean)
1 2
4 0_7 Com 14,29052 ****
6 1 Com 14,41800 ****
5 1 Sem 15,41920 ****
2 0_5 Com 26,44404 ****
3 0_7 Sem 47,81982
****
1 0_5 Sem 55,80079
****
Apêndices 98
APÊNDICE D - Análise de Variância considerando a leitura após aplicação do ácido
cítrico.
Effect
Univariate Results for Each DV (Dados) Sigma-restricted parameterization Effective hypothesis decomposition
Degr. of (Freedom)
Ac_Citr_% (SS)
Ac_Citr_% (MS)
Ac_Citr_% (F)
Ac_Citr_% (p)
Potencia 2 822,18 411,09 3,4592 0,038586
Verniz 1 318,73 318,73 2,6820 0,107305
Potencia*Verniz 2 448,51 224,26 1,8870 0,161376
Error 54 6417,37 118,84
Total 59 8006,80
Números em negrito indicam presença de relação entre os fatores (p<0,05)
Apêndices 99
APÊNDICE E - Teste de Tukey considerando a leitura após aplicação do ácido
cítrico.
Cell No.
Tukey HSD test; variable Ac_Citr_% (Dados) Homogenous Groups, alpha = ,05000 Error: BetWeen MS = 118,84, df = 54,000
Potencia Ac_Citr_% (Mean)
1 2
3 1 24,24180 ****
2 0_7 25,93340 **** ****
1 0_5 32,80237
****