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CENTRO UNIVERSITÁRIO – CESMAC
MARCELO SOUZA DE MORAES FILHO
SAMILLA ALVES GALDINO
AVALIAÇÃO DA ANÁLISE DA QUALIDADE DA ÁGUA DE
POÇOS OUTORGADOS NA CIDADE DE MACEIÓ
MACEIÓ-AL
2018/2
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MARCELO SOUZA DE MORAES FILHO
SAMILLA ALVES GALDINO
AVALIAÇÃO DA ANÁLISE DA QUALIDADE DA ÁGUA DE
POÇOS OUTORGADOS NA CIDADE DE MACEIÓ
Trabalho de conclusão de curso de Engenharia Civil-CESMAC, apresentado como requisito final, sob a orientação da professora Me. Daysy Lira Oliveira Cavalcanti.
MACEIÓ-AL
2018/2
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AVALIAÇÃO DA ANÁLISE DA QUALIDADE DA ÁGUA DE
POÇOS OUTORGADOS NA CIDADE DE MACEIÓ
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AGRADECIMENTOS
À Deus por ter nos abençoado nesse caminho.
À Profª. Me. Daysy Cavalcanti por ter acreditado e nos incentivado em cada
momento, nos ajudando a concretizar um sonho.
Ao Eng. José Gino de Oliveira por sempre se mostrar disposto a nos ajudar,
sendo um exemplo de pessoa e profissional.
Ao Profº. Me. Mayco Santana e Profª. Me. Esterphany Carvalho pelo
companheirismo e amizade e por ter nos dado uma direção na fase inicial.
À Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos –
SEMARH, por todos os dados cedidos e toda a equipe por ter contribuído de alguma
forma para o nosso trabalho.
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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DE POÇOS OUTORGADOS NA CIDADE
DE MACEIÓ EVALUATION OF THE WATER QUALITY OF WELLS AWARDED IN THE CITY OF
MACEIÓ Marcelo Souza de Moraes Filho
Graduando do Curso de Engenharia Civil [email protected]
Samilla Alves Galdino Graduanda do Curso de Engenharia Civil
[email protected] Daysy Lira Oliveira Cavalcanti
Mestre em Engenharia Hidráulica e Saneamento [email protected]
RESUMO
Entende-se por Outorga de Direito de Uso e dos Recursos Hídricos o direito que o
cidadão tem de utilizar a água, sendo gerenciada pelo poder público, através da Lei Federal nº 9.433 de 1997. É de responsabilidade da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos – SEMARH, implantar e coordenar as políticas de
Recursos Hídricos no Estado de Alagoas, por isso existe as condicionantes impostas pela secretaria. O presente estudo tem como objetivo avaliar as análises da qualidade das águas subterrâneas, quanto aos padrões de potabilidade, verificando
os critérios referentes a presença de Nitrato, Nitrito, Cloreto, Ferro e Sódio. Através da metodologia realizou-se um levantamento da quantidade total de poços outorgados, através de planilhas e processos físicos na requerida secretaria, a partir
disso selecionaram-se os poços com finalidade de abastecimento humano com foco nos poços que apresentaram as condicionantes da análise físico-química com os critérios adotados. Por fim, observou-se que de um total de 37 poços analisados, 7
estavam contaminados, podendo ser um fator de risco à saúde humana. PALAVRAS-CHAVE: Outorga. Captação subterrânea. Abastecimento humano.
Contaminação. ABSTRACT
Concession of Right of Use and Water Resources is understood as the right that the citizen has to use the water, being managed by the public power, through the Federal
Law nº 9.433 of 1997. It is the responsibility of the Secretary of State for the Environment and Water Resources, to implement and coordinate Water Resources policies in the State of Alagoas, so there are the constraints imposed by the
secretary. The objective of the present study was to evaluate the quality of groundwater in relation to drinking water standards, verifying the criteria for the presence of Nitrate, Nitrite, Chloride, Iron and Sodium. Through the methodology, a
survey was made of the total number of wells granted, through spreadsheets and physical processes in the required secretariat. From this, wells were selected for human supply purposes with a focus on the wells that presented the physical- with the criteria adopted. Finally, it was observed that of a total of 37 wells analyzed, 7
were contaminated and could be a risk factor for human health. KEYWORDS: Grant. Underground capture. Human supplies. Contamination.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Ciclo hidrológico ......................................................................................... 10
Figura 2 - Fluxograma da metodologia ....................................................................... 20
Figura 3 - Quantidade de poços na modalidade de Abastecimento Humano .......... 22
Figura 4 - Poços outorgados na cidade de Maceió.................................................... 23
Figura 5 - Amostras da concentração de Nitrato por poço ........................................ 26
Figura 6 - Amostras da concentração de Nitrito por poço ......................................... 28
Figura 7 - Amostras da concentração de Cloreto por poço ....................................... 30
Figura 8 - Amostras da concentração de Ferro por poço .......................................... 32
Figura 9 - Amostras da concentração de Sódio por poço.......................................... 34
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Parâmetros de Potabilidade....................................................................... 14
Tabela 2 - Fontes de contaminação das águas subterrâneas ................................... 16
Tabela 3 - Outorgas concedidas na área de estudo para captação subterrânea ..... 21
Tabela 4 - Amostras de Nitrato.................................................................................... 24
Tabela 5 - Amostras de Nitrito ..................................................................................... 26
Tabela 6 - Amostras de Cloreto .................................................................................. 28
Tabela 7 - Amostras de Ferro...................................................................................... 30
Tabela 8 - Amostras de Sódio ..................................................................................... 32
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 8
1.1 Considerações iniciais ...................................................................................... 8 1.2 Objetivos ............................................................................................................. 9 1.2.1 Objetivo geral ....................................................................................................... 9
1.2.2 Objetivos específicos ........................................................................................... 9 2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................ 10 2.1 Recurso hídrico ................................................................................................ 10
2.2 Outorga de direito de uso de recursos hídricos.......................................... 11 2.3 Captação subterrânea ..................................................................................... 12 2.3.1 Condicionantes................................................................................................... 13
2.4 Aspectos da qualidade da água ..................................................................... 13 2.4.1 Fontes de poluição das águas subterrâneas .................................................... 15 3 METODOLOGIA ................................................................................................ 18
4 RESULTADOS................................................................................................... 21 4.1 Nitrato ................................................................................................................ 24 4.2 Nitrito ................................................................................................................. 26
4.3 Cloreto ............................................................................................................... 28 4.4 Ferro ................................................................................................................... 30 4.5 Sódio .................................................................................................................. 32
5 CONCLUSÃO .................................................................................................... 35 REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 37 ANEXOS ....................................................................................................................... 41
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1 INTRODUÇÃO
1.1 Considerações iniciais
A água é de suma importância para a sobrevivência humana e para o
crescimento da população. Simultaneamente, entende-se que sua quantidade
disponível no planeta vem sendo incapaz de suprir toda à demanda necessária,
principalmente com o aumento acelerado da população nas últimas décadas e
incremento da industrialização.
Segundo Vasconcelos (2016), nos últimos 25 anos foram perfurados mais de
12 milhões de poços em todo o Mundo, países como Arábia Saudita, Malta e
Dinamarca tem seu abastecimento todo voltado para captação subterrânea. Por sua
vez, no Brasil, cidades com uma população estimada de 5 mil habitantes, com
exceção do semiárido nordestino, tem a capacidade de extrair a água dos
mananciais subterrâneos. “As condições climáticas e geológicas permitem a
formação de sistemas aquíferos com potencial para suprir em qualidade e
quantidade a diversos fins” (GOES, 2018).
A água para abastecimento humano pode ser captada por diferentes meios,
porém devido a boa qualidade, baixo custo e facilidade da perfuração, a maior
demanda hídrica solicitada nos processos de outorga sem Maceió se dá através da
captação subterrânea. Uma vez que, são águas armazenadas que se acumularam
ao longo de milhares de anos e se encontram, em condições naturais, numa
situação de quase equilíbrio, governado por um mecanismo de recarga e descarga
(MANOEL FILHO, 2000), deve-se ter uma maior preocupação quanto às reservas
subterrâneas e às disponibilidades hídricas para atender a população.
É de competência da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos
Hídricos de Alagoas – SEMARH, autorizar e controlar a explotação dos sistemas
aquíferos dessa região. Conforme a Agência Nacional de Águas (2011):
“A outorga é o instrumento da Política de Recursos Hídricos que tem o objetivo de assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água. Garante ao usuário outorgado o direito de acesso à água, uma vez que regulariza o seu uso em uma bacia hidrográfica.”
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Em geral, os problemas mais comuns das águas subterrâneas estão
relacionados com a superexplotação, impermeabilização do solo e com a poluição
(MMA, 2007).
Tendo acesso através da perfuração de poços, mas para que sejam
perfurados deve haver o estudo necessário do local, motivo de captação e sua
finalidade. A ausência de preservação desse procedimento pode ocasionar um
elevado grau de contaminação do solo e do lençol freático.
Por conta disso, para não haver interferência a saúde humana, quando a
Outorga é concedida ao interessado, há a necessidade de fiscalização das
condicionantes estabelecida na portaria.
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo geral
Avaliar as análises da qualidade das águas subterrâneas, quanto aos padrões
de potabilidade, verificando os critérios referentes a presença de Nitrato, Nitrito,
Cloreto, Ferro e Sódio. A partir da seleção dos parâmetros exigidos nas
condicionantes dos processos de outorgas de captação subterrânea emitidos no
município de Maceió pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos
Hídricos de Alagoas – SEMARH.
1.2.2 Objetivos específicos
Levantar as portarias outorgadas no município de Maceió;
Realizar um levantamento dos poços existentes na região;
Analisar os poços nos quais os usuários atenderam as condicionantes
expostas na portaria;
Avaliar se as condicionantes qualitativas estão dentro dos padrões de
potabilidade da água dados pela portaria nº 2.914 de 2011 do Ministério da
Saúde.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Recurso hídrico
“Os recursos hídricos são bens de relevante valor para a promoção do bem-
estar de uma sociedade. A água é bem de consumo final ou intermediário na quase
totalidade das atividades humanas” (TUCCI, 2009).
A maior parcela de água da Terra é encontrada nos mares e nos oceanos,
estando imprópria para consumo, totalizando 97,5%. Apenas 2,5% são doces, sendo
68,9% nas calotas polares e geleiras, 29,9% são águas subterrânea, restando 0,9%
nos pântanos e apenas 0,3% nos rios e lagos (PENA, 2015).
É indispensável falar da formação das duas principais fontes de reserva de
água doce do mundo, sendo elas, os aquíferos e as bacias hidrográficas. O aquífero
é uma formação rochosa que tem a capacidade de armazenar ou de transportar a
água, eles são abastecidos pela água da chuva que infiltra no solo. Quando o solo
chega a um estado de saturação faz com que as águas das chuvas escoem
superficialmente, abastecendo assim, as bacias (TEIXEIRA et al, 2000).
Para entender os processos da água para recarga das fontes superficiais e
subterrâneas basta observar o ciclo hidrológico (Figura 1) (MMA, 2007), sendo esse
um sistema responsável por fazer a água movimentar da do oceano para a
atmosfera e continentes, retornando superficialmente ou subterraneamente ao
oceano (SILVA, 2012).
Figura 1 - Ciclo hidrológico Fonte: Simião, 2011
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2.2 Outorga de direito de uso de recursos hídricos
A água é um bem indispensável a humanidade, portanto, deve ser tratada
com um devido valor, por conta disso é gerenciada pelo poder público, através da
Lei Federal nº 9.433 (BRASIL, 1997), conhecida como Lei das Águas e da Lei
Estadual nº 5.965 (ALAGOAS, 1997). Ou seja, por ser um bem público, há
necessidade da autorização para uso da mesma.
Cada Estado tem um órgão responsável pela gestão, controle e fiscalização
dos recursos hídricos, cabendo a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos
Recursos Hídricos – SEMARH – responder por Alagoas. A partir do momento que
uma bacia hidrográfica ultrapassa o limite de um Estado, ou seja, que deságua em
dois ou mais Estados, é responsabilidade da Agência Nacional de Águas – ANA
(SEMARH, 2015).
Ao falar de autorização do uso da água, refere-se sobre Outorga, que “é o ato
administrativo mediante o qual o poder público outorgante faculta ao outorgado o
direito de uso de recursos hídricos, por prazo determinado, nos termos e nas
condições expressas no respectivo ato” (ANA, 2011). O órgão gestor tem como
dever garantir a quantidade e qualidade da água (BRASIL, 1997). “Essas
informações repassadas ao poder público são preciosas para a correta gestão dos
recursos hídricos” (ANA, 2011).
Na SEMARH, deve protocolar o pedido de outorga qualquer pessoa física ou
jurídica que utiliza, ou que há a possibilidade de utilizar, os recursos hídricos, nas
modalidades de captação, superficial ou subterrânea, ou lançamento de efluentes
(ANA, 2011). Para dá entrada no processo, deve ser apresentada a documentação
necessária, disponibilizada no site do órgão ou na própria secretaria, após o pedido
ser protocolado, ele passa a constituir um processo que recebe um número de
cadastro. Quando cadastrado será encaminhado para análises técnica e jurídica
para elaboração de pareceres, sendo favorável será publicada no Diário Oficial do
Estado (SEMARH, 2016).
Em Maceió há a maior incidência de outorgados, por ser a cidade mais
desenvolvida e conter o maior número de habitantes e indústrias no estado de
Alagoas.
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2.3 Captação subterrânea
A captação subterrânea é a água retirada do aquífero através de poços
tubulares (ALAGOAS, 2012). Conforme a Agência Nacional de Águas (2011),
“As águas subterrâneas podem ser retiradas através de poços rasos ou profundos. Os poços rasos são escavados em locais onde o nível do lençol freático é próximo a superfície, não necessitando de grandes escavações, porém, estão mais sujeitos à contaminação. Já os poços tubulares podem ser perfurados a grandes profundidades, com o objetivo de atingir aos melhores aquíferos, com maior disponibilidade de água e suas principais vantagens são a qualidade dessas águas e a possibilidade de serem perfurados em locais mais próximos ao uso desejado.”
Poços tubulares considerados rasos tem profundidade de até 20m, já os
profundos sua profundidade é superior a 20 m chegando até 2.000 m (NANES;
FARIAS, 2012).
Para obter a outorga de direito de uso de captação subterrânea é necessária
solicitar a outorga de licença de obra, os dois processos andam juntos. Um refere-se
a autorização da perfuração do poço e o outro para autorização do uso. Independem
de outorga captação de água subterrânea cujo volume máximo de exploração diário
seja de 5 m³ (ALAGOAS, 2001).
Como citado no item 2.2, deve dá entrada ao pedido de outorga qualquer
pessoa física ou jurídica que utiliza, ou que há a possibilidade de utilizar, os recursos
hídricos. Dentre a documentação necessária para apresentar na abertura do
processo, está o formulário da finalidade de uso, ou seja, para onde se destina a
água.
Conforme requerimentos da SEMARH (2017a), tem como finalidade:
Abastecimento Humano: é necessário entregar a demanda da população a
ser abastecida;
Abastecimento Industrial: deve ser apresentado o produto, tempo de
produção e quantidade;
Irrigação: deve ser apresentado o método de irrigação, o produto e a área a
ser regada;
Outras Finalidades (rega de jardins, lavagem de carros, lavanderia, etc.): área
do jardim; número de carros; quilogramas de roupas lavadas por dia, etc.
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2.3.1 Condicionantes
O interessado que obteve o direito adquirido de autorização de uso concedido
pelo órgão, deve seguir as condições expostas através da portaria (SEMARH,
2017b). Segundo o Decreto n º 49.419 (ALAGOAS, 2016), o outorgado deverá
apresentar as condicionantes à secretaria. As condicionantes analisadas pela
SEMARH são:
Volume mensal extraído: O outorgado deverá enviar fotos contendo a leitura
do hidrômetro comprovando que o volume captado está de acordo com o
volume exposto na portaria do referido processo. Esse volume é dado pela
multiplicação entre a vazão, em m³/h, e o regime de bombeamento, em horas.
Análise físico-química e bacteriológica da água: provando se os valores
apresentados estão condizentes com os parâmetros de potabilidade
estabelecidos na portaria nº 2.914 do Ministério da Saúde (MS, 2011). Essas
análises são realizadas por laboratórios através de laudos.
Nível estático: Devem ser medidos através de um medidor de nível elétrico
por meio do dispositivo. Com isso verifica-se se há mudança no nível do
lençol freático, pois o nível estático é a distância da superfície até o nível da
água antes do bombeamento.
2.4 Aspectos da qualidade da água
O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA – foi criado no ano
de1982, segundo a Lei nº 6.938 que determina a Política Nacional do Meio Ambiente
(BRASIL, 1981). Existe para prestar auxílio ao Governo, guiando nas medidas que
as políticas governamentais devem tomar para a exploração e preservação do meio
ambiente e dos recursos naturais (CONAMA, 2011).
Segundo a portaria 2.914 (MS, 2011), são adotadas as seguintes definições:
I - água para consumo humano: água potável destinada à ingestão, preparação e produção de alimentos e à higiene pessoal, independentemente da sua origem; II - água potável: água que atenda ao padrão de potabilidade estabelecido nesta Portaria e que não ofereça riscos à saúde; III - padrão de potabilidade: conjunto de valores permitidos como parâmetro da qualidade da água para consumo humano, conforme definido nesta Portaria;
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IV - padrão organoléptico: conjunto de parâmetros caracterizados por provocar estímulos sensoriais que afetam a aceitação para consumo humano, mas que não necessariamente implicam risco à saúde; V - água tratada: água submetida a processos físicos, químicos ou combinação destes, visando atender ao padrão de potabilidade; XV - controle da qualidade da água para consumo humano: conjunto de atividades exercidas regularmente pelo responsável pelo sistema ou por solução alternativa coletiva de abastecimento de água, destinado a verificar se a água fornecida à população é potável, de forma a assegurar a manutenção desta condição;
Tal portaria determina a potabilidade da água para consumo humano, onde
estabelece um valor máximo permitido (VMP) que cada substância pode atingir. Ao
ultrapassar esse valor os parâmetros podem causar danos à saúde, desde leves a
mais graves.
A análise da água em poços que tenham bomba é feita através da coleta da
amostra por frascos/bolsas, disponibilizados pelo laboratório de análise, em torneiras
instaladas próxima da saída do poço ou na entrada do reservatório, devendo ser
desinfetada com hipoclorito de sódio 100mg/L ou álcool 70, essa água deve ser
bombeada de 2 a 3 minutos eliminando a água parada na tubulação (MS, 2013).
Já em poços que não tenham bomba, a coleta é realizada com auxílio de
balde de aço inox e corda estéril, deve ser usado um conjunto balde e corda para
cada ponto de amostragem, para evitar a contaminação, tendo cuidado para o
material não tocar as paredes do poço, depois do balde cheio transfere a amostra
para o frasco (MS, 2013).
A quantidade de amostra deve ser determinada pelo laboratório, sendo
recomendado utilizar ¾ da capacidade do frasco. Devendo adicionar a ficha de
solicitação de análise em cada amostra com os dados adequados. O resultado é
entregue em torno de 15 dias (MS, 2013).
A análise é de responsabilidade do proprietário do poço, ficando a critério
para escolher o laboratório. Na Tabela 1 são indicadas as substâncias analisadas
por um dos laboratórios mais acionados do munícipio de Maceió.
Tabela 1 - Parâmetros de Potabilidade
DETERMINAÇÕES UNIDADE PARAMÊTROS
Alcalinidade Bicarbonato
*****
Alcalinidade Carbonato
*****
Alcalinidade Hidróxida
*****
Alcalinidade Total
*****
𝑚𝑔𝐶𝑎𝐶𝑂3/𝐿 𝑚𝑔𝐶𝑎𝐶𝑂3/𝐿 𝑚𝑔𝐶𝑎𝐶𝑂3/𝐿 𝑚𝑔𝐶𝑎𝐶𝑂3/𝐿
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DETERMINAÇÕES UNIDADE PARAMÊTROS
Cálcio
*****
Cloretos
Máx. 250
mg/L Máx. 2
Condutividade Elétrica uS/cm *****
Dureza Total
Máx. 500
Ferro Total mg/L Máx 0,3
Magnésio mg/L *****
Nitrito em N mg/L Máx. 1
Nitrato em N mg/L Máx. 10
Sílica mg/L *****
Sódio
Máx. 200
Sólidos Totais mg/L Máx. 1000
Colif. Termotolerantes (Presente/Ausente) Ausência em 100mL
Potássio
*****
Sulfato
Máx. 250
Cor Aparente mg - Pt - Co/L Máx. 15
Turbidez NTU Máx. 5
pH 6,00 – 9,00
Fonte: Adaptado de MS, 2005
2.4.1 Fontes de poluição das águas subterrâneas
Segundo a Lei nº 6.938 a “poluição é a degradação da qualidade ambiental
resultante de atividades que direta ou indiretamente” (Brasil, 1981):
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos;
Um determinado agente poluidor é capaz de se encontrar nos aquíferos de
uma forma imperceptível durante um longo período, em razão da lenta
movimentação das águas e da capacidade de adsorção dos solos. Os aquíferos são
menos propensos a contaminação em relação as águas superficiais, mas
𝑚𝑔𝐶𝑎+2
/𝐿 𝑚𝑔𝐶𝑙−
/𝐿
𝑚𝑔𝐶𝑎𝐶𝑂3/𝐿
𝑚𝑔𝑁𝑎+/𝐿
𝑚𝑔𝐾+
/𝐿 𝑚𝑔𝑆𝑂4
−2
𝐶𝑙𝑜𝑟𝑜 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑑. 𝐿𝑖𝑣𝑟𝑒 𝐶𝑙 𝑒𝑚 𝐶𝑙2
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dependendo da contaminação podem se recuperar em um longo prazo, tornando-se
até economicamente inviável (FEITOSA et al, 2008). Segue na Tabela 2 alguns
exemplos de fontes de contaminação, bem como suas características e
contaminantes.
Tabela 2 - Fontes de contaminação das águas subterrâneas
Fontes de contaminação Características Contaminantes
Esgotos sanitários e fossas sépticas
Águas utilizadas para higiene pessoal, lavagem de utensílios e cozimento de alimentos
Matéria orgânica biodegradável, microrganismos, nutrientes, óleos, graxas e detergentes
Resíduos sólidos
São os rejeitos de atividades industriais domésticas, hospitalares e agrícolas
Chorume, microrganismos patogênicos, fenóis, óleos e graxas, metais pesados, etc
Águas residuárias industriais
Água de processo e águas sanitárias
Hidrocarbonetos aromáticos, metais pesados, organismos fecais, nitratos, metais e substâncias radioativas
Águas de drenagem urbana
Águas de lavagem sobre o solo
Microrganismos, nutrientes, materiais em suspensão, etc
Fontes acidentais
Acidentes ocorridos em depósitos de produtos perigosos, derramamento de óleo e explosão de caráter radioativo
Substâncias radioativas, metais pesados, ácidos, etc
Fontes atmosféricas e run-off urbano
Queima de combustíveis fósseis, que geram chuvas ácidas e percolação de poluentes atmosféricos. Emissão de veículos automotores
Sólidos dissolvidos e em suspensão, hidrocarbonetos orgânicos, químicos sintéticos e naturais, metais pesados, compostos de enxofre e nitrogênio
Manejo da água subterrânea
Poço ou captação cuja construção/projeto inadequado permite o ingresso direto de água superficial ou água subterrânea rasa poluída. Intrusão salina, rebaixamento do aquífero
Sais, acidez da água e aumento da concentração de poluentes
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Fontes de contaminação Características Contaminantes
Contaminação natural
Está relacionada com a evolução química da água subterrânea e a dissolução de minerais (pode ser agravada pela poluição ocasionada pela atividade humana e/ou extração excessiva)
Principalmente fluoreto e ferro solúvel, às vezes sufato de magnésio, arsênico, manganês, selênio, cromo e outras espécies inorgânicas
Atividade cemiterial Substâncias provenientes da decomposição de cadáveres
Necrochorume (liquame ou putrilagem)
Fonte: Adaptado de Silva, 2012
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3 METODOLOGIA
A área que abrange a pesquisa é o Município de Maceió, capital de Alagoas,
cidade com uma população estimada de 1.012.382 habitantes (IBGE, 2018). Os
dados serão colhidos na SEMARH, órgão fundado em 16 de dezembro de 1999,
inicialmente com o nome de Secretaria de Estado de Recursos Hídricos – SERH
(SEMARH, 2018).
De acordo com o que determina a Lei nº. 5.965 de 1997, Art. 2º, a partir do
momento que o interessado recebe o direito de utilizar a água, ele tem o dever de
cumprir com as condicionantes estabelecidas na portaria e com o extrato publicado
no Diário Oficial.
Tais condições existem desde 2001, mas somente em 2017 começaram a ser
devidamente cobradas. Cada processo tem um prazo de validade, “a renovação
deve ser requerida com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias da
expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva outorga, tornar-se-á
automaticamente prorrogada até a manifestação definitiva da SEMARH” (ALAGOAS,
2016). Essa renovação apenas será concedida com a comprovação do atendimento
das condicionantes da outorga anteriormente adquirida.
Para a modalidade de captação subterrânea, nos casos analisados por esta
pesquisa, determina que o interessado envie semestralmente à secretaria, até a
data de vencimento da Outorga, o registro do volume mensal extraído através da
leitura do hidrômetro, com as fotos das respectivas leituras, medição do nível
estático e a análise físico-química e bacteriológica.
O intuito do estudo é verificar a qualidade da água através de análise do
banco de dados disponibilizado pela SEMARH, onde apresentam os registros de
entrega de relatórios por parte dos interessados.
Na Figura 2 é apresentado um resumo da metodologia para um melhor
esclarecimento. Inicialmente, realizou-se um levantamento da quantidade total de
poços outorgados na modalidade de captação subterrânea, através de planilhas e
processos físicos na requerida secretaria, observando as finalidades de uso, como
abastecimento humano, abastecimento industrial e outros usos. Desses poços,
foram selecionados somente os que tem a finalidade de uso o abastecimento
humano, pois por muitas vezes a contaminação da água pode ser perceptível a olho
nu, em contrapartida, pode parecer limpa quando na verdade está imprópria para o
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consumo humano. Por conta disso, foi selecionado apenas os que apresentaram as
condicionantes de análise físico-química.
O Ministério da Saúde “dispõe sobre os procedimentos de controle e de
vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de
potabilidade” (BRASIL, 2011), contendo uma extensa lista de substâncias a serem
analisadas.
Após ser verificado através de consideráveis análises bibliográficas e artigos,
foi apurado que dentre substâncias apresentadas nas análises físico-químicas, o
Nitrato, Nitrito, Cloretos, Ferro Total e Sódio foram os parâmetros analisados por
serem mais propensos a prejudicar à saúde humana.
Por fim, com foco nos elementos citados acima, será apresentado e
analisado, através dos resultados obtidos no decorrer da pesquisa, a necessidade
dos parâmetros de potabilidade para consumo humano estarem dentro do
estabelecido pela portaria nº 2.914 do Ministério da Saúde (MS, 2011).
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Figura 2 - Fluxograma da metodologia Fonte: Autor, 2018
Metodologia
Levantamento de processos outorgados
Processos físicos
Planilhas
Finalidade de uso
Abastecimento industrial
Abastecimento humano
Condicionantes
Análise físico-química
apresentadas
Parâmetros
analisados
Nitrato Nitrito Cloreto Ferro Sódio
Análise físico-química não
apresentadas
Outros usos
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4 RESULTADOS
De acordo com a base de dados da SEMARH foi realizado um levantamento
da quantidade total de poços outorgados na cidade de Maceió na modalidade de
captação subterrânea com todas finalidades outorgadas, como abastecimento
humano, abastecimento industrial e outros usos, nesse último se enquadra irrigação,
piscicultura, rega de jardins, abastecimento por caminhões-pipas, lavagens de
áreas, entre outros. Tal levantamento levou em consideração as autorizações de
usos ao longo de alguns anos, para ser mais preciso desde o ano 2001 ao mês de
agosto de 2018.
Tabela 3 - Outorgas concedidas na área de estudo para captação subterrânea
Ano
Finalidade de Uso Número de Outorgas para Captação Subterrânea
Abastecimento Humano
Abastecimento Industrial
Outros Usos
2001 0 0 1 1
2002 0 1 1 2
2003 3 9 0 12
2004 3 17 1 21
2005 15 7 13 35
2006 9 4 13 26
2007 6 1 12 19
2008 8 6 3 17
2009 8 7 3 18
2010 107 4 14 125
2011 12 6 6 24
2012 45 14 14 73
2013 37 4 16 57
2014 25 4 14 43
2015 42 7 22 71
2016 92 4 55 151
2017 58 7 27 92
2018 55 9 14 78
Total 525 110 227 862 Fonte: Adaptado de Gomes, 2018
Sendo considerado a expansão urbana demonstrada na tabela acima com a
finalidade de uso voltado para abastecimento humano, será realizado uma análise
minuciosa da água conforme apresentação das condicionantes, observando
parâmetros como Nitrato, Nitrito, Cloretos, Ferro Total e Sódio, por serem
prejudiciais à saúde.
-
22
Na Figura 3 mostra que em 2010 houve um acordo entre a Companhia de
Saneamento de Alagoas - CASAL e a SEMARH, com o intuito de regularizar as
operações realizadas pela CASAL, ocasionando um pico de poços outorgados.
Figura 3 - Quantidade de poços na modalidade de Abastecimento Humano Fonte: Autor, 2018
A Figura 4 mostra o número total de poços outorgados na cidade de Maceió,
tanto na área urbana quanto na rural, com a finalidade de abastecimento humano.
Também demonstra os poços selecionados indicados pelos critérios do item 3.
0 0 3 3
15 9 6 8 8
107
12
45 37
25
42
92
58 55
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
ABASTECIMENTO HUMANO
-
23
Figura 4 - Poços outorgados na cidade de Maceió Fonte: Autor, 2018
-
24
Durante a criação do mapa, foi constatado que de um total de 525 poços
referentes a captação subterrânea, 18 poços não estavam inclusos na região da
cidade de Maceió, uma das hipóteses para esse fato ter acontecido, deu-se por falha
técnica no momento em que as coordenadas geográficas/UTM das suas respectivas
localizações estavam sendo inseridas nos arquivos. Desse total, apenas 37 foram
selecionados para serem analisados, pois somente esses cumpriram com os
critérios determinados. Os parâmetros a serem analisados estão representados a
seguir.
4.1 Nitrato
A Tabela 4 mostra todas as amostras de Nitrato que tem como parâmetro o
valor máximo de 10 mg/L, coletadas em seus respectivos poços.
Tabela 4 - Amostras de Nitrato
Poços Local
Amostras Nitrato (mg/L)
1°
Sem
/14
2°
Sem
/14
1°
Sem
/15
2°
Sem
/15
1°
Sem
/16
2°
Sem
/16
1°
Sem
/17
2°
Sem
/17
1°
Sem
/18
1 Antares 9,99
2 Antares 4,56
3 Barro Duro 1,33
4 Barro Duro 4,75
5 Benedito Bentes 1,04
6 Benedito Bentes 3,59 1,93
7 Cidade Universitária 9,53
8 Cidade Universitária 9,63
9 Cruz das Almas 11,00
10 Farol 15,41
11 Feitosa 2,54 0,11 7,16
12 Gruta 3,86 6,53 4,66 5,37 5,28 4,94
13 Gruta 3,15 2,18 1,15 2,33
14 Guaxuma 0,31
15 Ipioca 4,51
16 Ipioca 0,59 1,63 1,83
17 Jacarecica 3,37 9,07 5,22 1,21 0,62 4,88 0,64
18 Jacarecica 3,79 3,90 4,35
19 Jacarecica 1,74 0,40
20 Jacarecica 1,85 0,40
21 Jaraguá 2,29 2,01 1,44 0,90 0,40 8,75 7,75
-
25
Poços Local Amostras Nitrato (mg/L)
22 Jaraguá 4,68 4,75
23 Jardim Petrópolis 7,93 3,81
24 Mangabeiras 0,01 0,01 3,63 0,21 0,71 0,12
25 Pinheiro 8,87
26 Poço 0,01 0,01 1,34 0,48 1,51 0,01
27 Poço 0,30
28 Santa Amélia 18,89 7,82
29 Serraria 2,45 4,01
30 Serraria 3,85 5,34
31 Serraria 2,48 4,64
32 Serraria 6,18 4,96
33 Serraria 3,97
34 Serraria 6,18 4,21
35 Tabuleiro 1,15 2,30 3,16
36 Tabuleiro 9,75
37 Tabuleiro 3,66 Fonte: Autor, 2018
Na Figura 5 são indicados quais poços ultrapassaram o VMP que foram os
poços “9”, “10” e “28”, de diferentes bairros do município de Maceió. Apenas um
desses poços retornou a ter a taxa menor que 10 mg/L.
Essa contaminação pode ter sido ocasionada por resíduos domésticos e
industriais, excrementos de animais e fertilizantes (SPERLING, 2005). Tais
contaminações são resultantes das ações humanas. Dependendo das condições o
nitrato pode ser convertido em nitrito durante a digestão (FREITAS et al, 2001). O
contato dessa substância com a corrente sanguínea, provoca a doença
metahemoglobinemia, conhecida como a “síndrome do bebê-azul” (SPERLING,
2005) que dificulta o transporte de oxigênio para os tecidos do corpo (GOMES,
2018). Em crianças menores de três meses, são altamente sujeitas a progressão
desta doença por conta das circunstâncias mais alcalinas do seu sistema
gastrointestinal, ocorrendo também em adultos com gastroenterites, anemia,
porções do estômago cirurgicamente removidas e gravidez (FREITAS et al, 2001).
-
26
Figura 5 - Amostras da concentração de Nitrato por poço
Fonte: Autor, 2018
4.2 Nitrito
A Tabela 5 mostra todas as amostras de Nitrito, que tem como parâmetro o
valor máximo de 1 mg/L, coletadas em seus respectivos poços.
Tabela 5 - Amostras de Nitrito
Poços Local
Amostras Nitrito (mg/L)
1°
Sem
/14
2°
Sem
/14
1°
Sem
/15
2°
Sem
/15
1°
Sem
/16
2°
Sem
/16
1°
Sem
/17
2°
Sem
/17
1°
Sem
/18
1 Antares 0,01
2 Antares 0,01
3 Barro Duro 0,01
4 Barro Duro 0,04
5 Benedito Bentes 0,01
6 Benedito Bentes 0,01 0,01
7 Cidade Universitária 0,01
8 Cidade Universitária 0,01
9 Cruz das Almas 0,01
10 Farol 0,11
11 Feitosa 0,01 0,01 0,05
12 Gruta 0,01 0,01 0,01 0,01 0,04 0,04
13 Gruta 0,01 0,01 0,01 0,01
14 Guaxuma 0,01
15 Ipioca 0,03
16 Ipioca 0,01 0,01 0,01
17 Jacarecica 0,17 0,15 0,01 0,01 0,01 0,04 0,02
0
5
10
15
20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37
Amostras de Nitrato
Índice de Nitrato VMP
-
27
Poços Local Amostras Nitrito (mg/L)
18 Jacarecica 0,03 0,01 0,03
19 Jacarecica 0,01 0,02
20 Jacarecica 0,01 0,01
21 Jaraguá 0,02 0,01 0,01 0,01 0,01 0,73 0,03
22 Jaraguá 0,01 0,01
23 Jardim Petrópolis 0,01 0,03
24 Mangabeiras 0,01 0,02 0,01 0,01 0,01 0,01
25 Pinheiro 0,07
26 Poço 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01
27 Poço 0,01
28 Santa Amélia 0,01 0,08
29 Serraria 0,01 0,10
30 Serraria 0,01
31 Serraria 0,02 0,01
32 Serraria 0,01 0,04
33 Serraria 0,01
34 Serraria 0,01 0,03
35 Tabuleiro 0,01 0,02
36 Tabuleiro 0,09
37 Tabuleiro 0,01 Fonte: Autor, 2018
Na Figura 6 dá ênfase que não houve poço contaminado por Nitrito. O que é
um resultado satisfatório, pois quando tem seus indicadores alterados pode
ocasionar risco à saúde humana como foi citado no item 4.1.
-
28
Figura 6 - Amostras da concentração de Nitrito por poço Fonte: Autor, 2018
4.3 Cloreto
A Tabela 6 mostra todas as amostras de Cloreto, que tem como parâmetro o
valor máximo de 250 mg/L, coletadas em seus respectivos poços.
Tabela 6 - Amostras de Cloreto
Poços Local
Amostras Cloreto (mgCl/L)
1°
Sem
/14
2°
Sem
/14
1°
Sem
/15
2°
Sem
/15
1°
Sem
/16
2°
Sem
/16
1°
Sem
/17
2°
Sem
/17
1°
Sem
/18
1 Antares 47,7
2 Antares 38,6
3 Barro Duro 30,4
4 Barro Duro 58,8
5 Benedito Bentes 27,4
6 Benedito Bentes 36,5 15,2
7 Cidade Universitária 28,4
8 Cidade Universitária 19,0
9 Cruz das Almas 59,9
10 Farol 120,7
11 Feitosa 50,7 71,0 65,9
12 Gruta 49,7 54,8 67,0 65,9 59,9 56,8
13 Gruta 44,6 45,7 44,3 28,4
14 Guaxuma 39,6
15 Ipioca 62,9
16 Ipioca 71,0 28,4 28,4
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37
Amostras de Nitrito
Índice de Nitrito VMP
-
29
Poços Local Amostras Cloreto (mgCl/L)
17 Jacarecica 62,9 68,0 50,7 43,6 71,0 57,8 25,4
18 Jacarecica 74,1 77,1 58,8
19 Jacarecica 58,8 89,3
20 Jacarecica 34,0 66,3
21 Jaraguá 177,5 168,4 151,2 109,5 186,3 113,0 102,8
22 Jaraguá 93,3 63,9
23 Jardim Petrópolis 29,4 30,4
24 Mangabeiras 150,1 143,0 293,2 145,1 155,2 162,3
25 Pinheiro 62,9
26 Poço 182,6 186,7 196,8 162,3 165,3 181,6
27 Poço 116,7
28 Santa Amélia 64,0 31,5
29 Serraria 44,6 55,8
30 Serraria 25,0 24,0
31 Serraria 44,6 39,6
32 Serraria 56,8 48,7
33 Serraria 24,0
34 Serraria 56,8 50,7
35 Tabuleiro 10,0 32,0 54,8 120,7
36 Tabuleiro 32,5
37 Tabuleiro 19,0 Fonte: Autor, 2018
Na Figura 7 indica que apenas um poço ultrapassou o limite determinado pelo
MS, sendo o poço “24” na 3ª condicionante apresentada, voltando a ter seu valor
dentro do parâmetro na condicionante seguinte.
A existência dessa substância nos aquíferos provém dos despejos de águas
residuais urbanas e industrias e da intrusão salina, como também pode ser
ocasionado pelo solo por decomposição do sal-gema (APDA, 2012). “O seu excesso
favorece a destruição da vitamina E, e reduz o Iodo” (SANTOS, 2011). A falta de
vitamina E resulta em doenças como distúrbios no fígado ou na vesícula biliar,
pancreatite e fibrose cística (LEITE, 2016a), já a ausência de iodo se relaciona com
o hormônio da tiroide (LEITE, 2016b).
Quando seus parâmetros estão elevados, pode ocorrer a corrosão das
tubulações metálicas proveniente dos sistemas de abastecimento, fazendo com que
as concentrações de metais aumentem na água (APDA, 2012).
-
30
Figura 7 - Amostras da concentração de Cloreto por poço
Fonte: Autor, 2018
4.4 Ferro
A Tabela 7 mostra todas as amostras de Ferro, que tem como parâmetro o
valor máximo de 0,3 mg/L, coletadas em seus respectivos poços.
Tabela 7 - Amostras de Ferro
Poços Local
Amostras Ferro (mg/L)
1°
Sem
/14
2°
Sem
/14
1°
Sem
/15
2°
Sem
/15
1°
Sem
/16
2°
Sem
/16
1°
Sem
/17
2°
Sem
/17
1°
Sem
/18
1 Antares 0,03
2 Antares 0,04
3 Barro Duro 0,02
4 Barro Duro 0,03
5 Benedito Bentes 0,03
6 Benedito Bentes 0,10 0,01
7 Cidade Universitária 0,01
8 Cidade Universitária 0,10
9 Cruz das Almas 0,02
10 Farol 0,07
11 Feitosa 0,07 0,07 0,05
12 Gruta 0,05 0,04 0,07 0,07 0,05 0,01
13 Gruta 0,04 0,21 0,14 0,01
14 Guaxuma 0,07
15 Ipioca 0,05
16 Ipioca 0,07 0,01 0,01
17 Jacarecica 0,04 0,19 0,08 0,09 0,01 0,02 0,01
0
50
100
150
200
250
300
350
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37
Amostras de Cloreto
Índice de Cloreto VMP
-
31
Poços Local Amostras Ferro (mg/L)
18 Jacarecica 0,05 0,09 0,06
19 Jacarecica 0,09 0,02
20 Jacarecica 0,07 0,02
21 Jaraguá 0,06 0,48 0,06 0,10 0,35 0,22 0,19
22 Jaraguá 0,08 0,10
23 Jardim Petrópolis 0,04 0,08
24 Mangabeiras 0,16 0,05 0,06 0,09 0,07 0,08
25 Pinheiro 0,03
26 Poço 0,05 0,07 0,05 0,07 0,06 0,05
27 Poço 0,09
28 Santa Amélia 0,45 0,04
29 Serraria 0,08 0,20
30 Serraria 0,01 0,61
31 Serraria 0,08 0,02
32 Serraria 0,08 0,03
33 Serraria 0,61
34 Serraria 0,08 0,02
35 Tabuleiro 0,02 0,27 0,07 0,02
36 Tabuleiro 0,01
37 Tabuleiro 0,11 Fonte: Autor, 2018
A Figura 8 indica que 4 poços não conseguiram estar dentro do parâmetro
determinado. Os poços “30” e “33” se encontram no mesmo bairro, Serraria, não
sendo uma incidência, já que de 5 poços, apenas 2 estavam com seus índices
alterados, até o 2º semestre de 2017 permaneceram contaminados, faltando a
análise do ano de 2018. O poço “21” teve picos, ultrapassando o VMP nos anos de
2014 e 2016, sendo normalizado nas últimas análises apresentadas. Já o poço “28”
voltou ao padrão desejado. A contaminação pode ser resultante da encanação
enferrujada, ou seja, sendo operada com condições insatisfatórias (SCORSAFAVA
et al, 2011) ou despejos industriais (SPERLING, 2005). “O consumo excessivo de
ferro pode causar a hematocromatose, que se caracteriza pelo depósito desse metal
nos tecidos de órgãos como fígado, pâncreas, coração e hipófise” (SCORSAFAVA
et al, 2011).
-
32
Figura 8 - Amostras da concentração de Ferro por poço Fonte: Autor, 2018
4.5 Sódio
A Tabela 8 mostra todas as amostras de Sódio coletadas em seus respectivos
poços.
Tabela 8 - Amostras de Sódio
Poços Local
Amostras Sódio (mgNa/L)
1°
Sem
/14
2°
Sem
/14
1°
Sem
/15
2°
Sem
/15
1°
Sem
/16
2°
Sem
/16
1°
Sem
/17
2°
Sem
/17
1°
Sem
/18
1 Antares 11,0
2 Antares 6,3
3 Barro Duro 32,7
4 Barro Duro 39,9
5 Benedito Bentes 24,3
6 Benedito Bentes 17,4 16,3
7 Cidade Universitária 27,3
8 Cidade Universitária 18,0
9 Cruz das Almas 49,5
10 Farol 41,4
11 Feitosa 18,0 92,8 59,9
12 Gruta 46,2 17,6 25,6 32,5 37,3 48,4
13 Gruta 20,6 20,4 18,1 26,7
14 Guaxuma 31,1
15 Ipioca 66,4
16 Ipioca 35,5 0,6 30,5
17 Jacarecica 25,1 30,7 26,3 23,1 69,4 58,2 31,9
18 Jacarecica 34,3 49,4 34,0
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37
Amostras de Ferro
Ídice de Ferro VMP
-
33
Poços Local Amostras Sódio (mgNa/L)
19 Jacarecica 26,5 111,6
20 Jacarecica 20,9 88,3
21 Jaraguá 20,8 41,0 32,0 52,3 117,0 83,5 93,2
22 Jaraguá 24,8 9,6
23 Jardim Petrópolis 14,1 24,5
24 Mangabeiras 64,7 68,5 191,4 70,0 56,0 55,4
25 Pinheiro 42,7
26 Poço 0,8 33,0 31,1 36,8 30,5 129,2
27 Poço 170,1
28 Santa Amélia 30,0 87,3
29 Serraria 29,7 24,8
30 Serraria 18,0 12,0
31 Serraria 13,4 24,6
32 Serraria 26,2 30,1
33 Serraria 12,0
34 Serraria 26,7 27,3
35 Tabuleiro 16,0 37,5 88,4
36 Tabuleiro 16,9
37 Tabuleiro 16,0 Fonte: Autor, 2018
Na Figura 9 dá ênfase que não houve nem poço contaminado por Sódio.
Resultado conveniente, pois a alta concentração de sódio causa náuseas, vômitos
convulsões, rigidez muscular, edema cerebral e edema pulmonar, agravando
também a insuficiência cardíaca. E mesmo não sendo um fato habitual, já provocou
morte. Em bebês, estimula problemas renais ou gastro-intestinais (PACHECO,
2008).
A presença dessa substância no aquífero provém da intrusão salina,
depósitos minerais ou águas residuais, bem como pela adição de produtos químicos
no tratamento da água (PACHECO, 2008).
-
34
Figura 9 - Amostras da concentração de Sódio por poço Fonte: Autor, 2018
0
50
100
150
200
250
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37
Amostras de Sódio
Índice de Sódio VMP
-
35
5 CONCLUSÃO
x
Alguns pontos observados durante a pesquisa foram:
Os poços contaminados por Nitrato foram afetados possivelmente por
despejos residuais inadequados, uma vez que apenas 30% da população de
Maceió tem acesso ao saneamento. Na falta do mesmo, a população utiliza
de fossas sépticas, que quando executada de forma incorreta ou por falta de
manutenção, pode gerar vazamento, contaminando o lençol freático;
Uma das soluções é a implementação de um sistema de saneamento em
áreas próximas à aquíferos para que não ocorra contaminação. A parcela da
população que utilizar fossas deve executar a construção e a manutenção de
forma correta.
Já com o poço que apresentou o nível de Cloreto acima do permitido, por se
tratar de um local próximo a região litorânea, uma de suas possíveis causas é
a intrusão salina, mas sem descartar a possibilidade de contaminação por
despejos residuais;
A intrusão salina pode ser controlada pelo monitoramento do avanço da água
salgada no aquífero, esse avanço só ocorre pela falta de recarga do aquífero
em conjunto com a captação excessiva.
O terceiro e último parâmetro que ultrapassou o valor máximo permitido
(VMP) foi o Ferro, sendo observado que a contaminação pode ter sido dada
por despejos industriais, já que alguns dos seus poços são localizados
próximos a industrias;
O descarte correto dos resíduos industriais deve ser feito através de
gerenciamentos próprios, transporte, tratamento e destinação final de seus
resíduos.
Os parâmetros no qual foram detectados níveis acima dos padrões permitidos
não tiveram influência da chuva, pois os períodos em que os dados foram
coletados não constituíram períodos chuvosos;
Em situações em que a água recupera os padrões normais após ter
apresentado análises com padrões acima do desejado, dar-se pelo fato da
água estar em movimento constante e a captação ser pontual.
-
36
É importante ressaltar que quando as águas estão contaminadas, necessitam-se
de altos investimentos financeiros para reverter a situação ao longo de muitos anos.
Com isso, torna-se imprescindível a existência de soluções preventivas.
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REFERÊNCIAS
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ANEXOS
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ANEXO A – DECLARAÇÃO SEMARH