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PAULO HENRIQUE DOS SANTOS CIRURGIÃO-DENTISTA AVALIAÇÃO DA POROSIDADE INTERNA E DA RUGOSIDADE DE SUPERFÍCIE DE RESINAS COMPOSTAS PARA DENTES POSTERIORES SUBMETIDAS À ESCOVAÇÃO Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade Estadual de Campinas, para obtenção do TÍTULO DE MESTRE EM MATERIAIS DENTÁRIOS PIRACICABA 2000 UN!CAMI' '3lBLIOTECA CENTRA .. "ECÀO CIRCULANr

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PAULO HENRIQUE DOS SANTOS

CIRURGIÃO-DENTISTA

AVALIAÇÃO DA POROSIDADE INTERNA E DA

RUGOSIDADE DE SUPERFÍCIE DE RESINAS

COMPOSTAS PARA DENTES POSTERIORES

SUBMETIDAS À ESCOVAÇÃO

Dissertação apresentada à Faculdade de

Odontologia de Piracicaba, da Universidade

Estadual de Campinas, para obtenção do

TÍTULO DE MESTRE EM MATERIAIS

DENTÁRIOS

PIRACICABA

2000 UN!CAMI'

'3lBLIOTECA CENTRA ..

"ECÀO CIRCULANr

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PAULO HENRIQUE DOS SANTOS

CIRURGIÃO-DENTISTA

AVALIAÇÃO DA POROSIDADE INTERNA E DA

RUGOSIDADE DE SUPERFÍCIE DE RESINAS

COMPOSTAS PARA DENTES POSTERIORES

SUBMETIDAS À ESCOVAÇÃO

Dissertação apresentada à Faculdade de

Odontologia de Piracicaba, da Universidade

Estadual de Campinas, para obtenção do

TÍTULO DE MESTRE EM MATERIAIS

DENTÁRIOS

Orientador: Prof. Dr. Simonides Consani

PIRACICABA

2000

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Ficha Catalográfica

Santos, Paulo Henrique dos. Avaliação da porosidade interna e da rugosidade de superficie

de resinas compostas para dentes posteriores submetidas à escovação./ Paulo Henrique dos Santos. --Piracicaba, SP : [s.n.], 2000.

xvii, 116p. : il.

Orientador: Prof. Dr. Simonides Consani. Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual de Campinas,

F acuidade de Odontologia de Piracicaba.

1. Resinas compostas. 2. Porosidade. 3. Materiais Dentários. I. Consani, Simonides. II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Odontologia de Piracicaba. ill. Título.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP.

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UNICAMP

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

A Comis.são Julgadora dos trabalhos de Defesa de Tese de MESTRADO, em

sessão pública realizada em 12 de Dezembro de 2000, considerou o

candidato PAULO HENRIQUE DOS SANTOS aprovado.

2. Prof. Dr. GELSON LUIS

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Dedico este trabalho:

À DEUS, nosso Pai, pelo dom

da vida, saúde e coragem.

Aos meus familiares, em especial aos

meus pais RUTH e ISRAEL, por todo

amor, incentivo e confiança sobre mim

depositados.

À SABRINA, pelo amor, carinho

paciência, apoio e compreensão

demonstrada durante todo este

período.

vii

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AGRADECIMENTO ESPECIAL

Ao Prof. Dr. Simonides Consani,

Titular da Área de Materiais Dentários

da Faculdade de Odontologia de

Piracicaba, da Universidade Estadual

de Campinas, pela orientação, amizade,

conselho e dedicação, sem a qual seria

impossível a execução deste trabalho.

Minha sincera gratidão e reconhecimento

ix

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AGRADECIMENTOS

À Direção da Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade Estadual de

Campinas, na pessoa do seu Diretor Prof. Dr. Antônio Wilson Sallum e seu diretor

associado Prof. Dr. Frab Norberto Bóscolo.

A FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, pela

concessão da bolsa de estudos que me pennitiu a realização do curso de Pós-Graduação

(processo 99/0431 0-5).

Ao Prof. Dr. Lourenço Correr Sobrinho, Livre-Docente da Área de Materiais

Dentàrios da Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade Estadual de

Campinas, pela amizade, apoio, solicitude e atenção durante este periodo.

Ao Prof. Dr. Mário Alexandre Coelho Sinhoreti, Área de Materiais Dentàrios da

Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade Estadual de Campinas, pelo

companheirismo, amizade e orientação na análise estatística.

Ao Prof Dr. Mario Fernando de Goes, Titular da Área de Materiais Dentàrios da

Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade Estadual de Campinas, pela

amizade e orientação durante todo o curso.

xi

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Aos Prof Dr. Gelson Luis Adabo e Carlos Alberto dos Santos Cruz, da

Faculdade de Odontologia de Araraquara, da Universidade Estadual Paulista, pelo

incentivo, apoio, amizade, orientação e pela confiança depositada desde o meu inicio na

área de Materiais Dentários.

Aos Prof Dr. Dreno Leite e Elliot Kitajima do Núcleo de Apoio à Pesquisa da

Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" - USP, pela utilização do microscópio

eletrônico de varredura, cujas fotografias enriqueceram cientificamente este trabalho.

Ao Técnico, Engenheiro Marcos Blanco Cangiani, da Área de Materiais Dentários,

da Faculdade de Odontologia de Piracicaba, pela amizade, convivência, exemplo de

humanismo e indispensável auxilio na execução deste trabalho.

À Sra. Selma Aparecida B. Segalla, técnica da Área de Materiais Dentários, da

Faculdade de Odontologia de Piracicaba, pela amizade e ajuda oferecida durante o curso.

Às bibliotecárias da Faculdade de Odontologia de Piracicaba Marilene Girello,

Doralice Nascimento Leal Romano e Luciane Aparecida Duarte Sattolo pela

disponibilidade e auxilio na procura de artigos científicos e revisão das referências

bilbiográficas.

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Aos amigos Gilberto A. Borges, Alysson Konno e Marco Antônio B. de Almeida

pelo companheirismo, amizade e apoio dentro e fora da Faculdade.

Aos demais colegas de curso: Alessandra, Ana Maria, Andresa, Jobnson, Julie,

Márcia, Marcos e Rafael, pela experiência trocada e pelos momentos agradáveis vividos

juntos.

A todos, que direta ou indiretamente, me auxiliaram na execução desta etapa da

minha vida.

MEUS SINCEROS AGRADECIMENTOS

XV

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SUMÁRIO

RESUMO 001

ABSTRACT 003

1 -INTRODUÇÃO 005

2- REVISÃO DA LITERATURA 009

3 -PROPOSIÇÃO 049

4- MATERIAIS E MÉTODO 051 4.1 - Materiais 051 4.2- Método 053

4.2.1 - Rugosidade de superficie 053 4.2.1.1 - Confecção dos corpos-de-prova 053 4.2.1.2- Polimento e aplicação do selante de superficie 055 4.2.1.3 - Avaliação inicial da rugosidade superficial 056 4.2.1.4- Ensaio de escovação 058 4.2.1.5- Avaliação da rugosidade superficial, após escovação 060 4.2.1.6- Repolimento e reaplicação do selante de superficie 061

4.2.2- Análise da superficie em microscopia eletrônica de varredura 061 4.2.3 - Porosidade 062 4.2.4- Análise estatística 064

5- RESULTADOS 065 5.1 - Rugosidade de superficie 065 5.2- Análise em microscopia eletrônica de varredura 078 5.3 - Porosidade 083 5.4- Fotografias em lupa estereoscópica 085

6- DISCUSSÃO 087

7- CONCLUSÃO 095

REFERÊNCIAS BffiLIOGRÁFICAS 097

APÊNDICE 103

xvii

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RESUMO

O objetivo deste estudo foi verificar a porosidade interna, a rugosidade de superficie

de resinas compostas para restauração em dentes posteriores submetidas a ensaio mecânico

de escovação e a eficácia de métodos de recuperação de lisura superficial. Os materiais

utilizados foram as resinas compostas especificas para restauração em dentes posteriores:

Prodigy Condensável® (Kerr/Sybron) e Alert® (Jeneric/Pentron); resinas compostas para

utilização em dentes anteriores e posteriores: Zl 00® (3M) e Definite® (Degussa) e o selante

de superficie Protect-It® (Jeneric/Pentron). Para avaliação da rugosidade de superficie, 1 O

corpos-de-prova de cada material foram confeccionados à temperatura de 23 ± 1 oc e

umidade relativa do ar ambiental de 50 ± 5% , utilizando uma matriz metálica com 2mm de

espessura por 4mm de diâmetro. Após 24 horas, foi realizado o polimento dos materiais

utilizando o sistema de acabamento e polimento Sof-Lex® (3M) e uma das superficies dos

corpos-de-prova foi coberta com o selante de superficie e a outra não. Todos os corpos-de­

prova foram levados individualmente ao rugosimetro (Surfcorder SE 1700) para verificação

da rugosidade inicial das superficies, antes de serem submetidos a movimentos lineares de

escovação, com velocidade de 250 movimentos por minuto, totalizando 30.000 ciclos por

superficie, num período de duas horas. Após este periodo, foi realizada a segunda leitura da

rugosidade em todas as superficies, sendo que, em seguida, uma delas foi recoberta com

selante de superficie e a rugosidade foi novamente aferida. Na outra, foram tomadas mais

duas leituras da rugosidade, uma após o repolimento e outra após a aplicação do selante.

Para a avaliação da porosidade, os corpos-de-prova de cada material foram seccionados

I

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com disco de óxido de silício, incluídos em resina acrilica de ativação química,

abrasonados com lixas de granulação de magnitude decrescente (200, 400 e 600) e imersos

em tinta Nanlcin (Acrilex) por 12 horas. A quantidade de poros na área seccionada foi

verificada com auxilio da lupa estereoscópica Carl-Zeiss (Alemanha), com aumento de 64

vezes e a área percentual foi calculada utilizando o programa Adobe Photoshop versão 4.0.

Os resultados foram submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey, em rúvel de 5%

de probabilidade. Os resultados mostraram que: (I) houve aumento da rugosidade

superficial em todos os compósitos após o ensaio de escovação, à exceção do Prodigy

Condensável®; (2) o Alert® apresentou maior rugosidade superficial dentre as resinas

estudadas; (3) o selante de superficie diminuiu a rugosidade provocada pela escovação para

o Alert® e Definite®, sem promover efeito nos materiais ZlOO® e Prodigy Condensável®;

( 4) o melhor método de recuperação da lisura superficial após desgaste abrasivo foi o

repolimento, podendo associá-lo à aplicação do selante, especialmente para o Alert® e (5) a

maior porosidade foi obtida para o Alert®, seguido pelo Prodigy Condensáve~, quando

comparados com o Defirúte® eZIOO@

Palavras chave: resina composta; selante de superficie; rugosidade de superficie; escovação

mecânica; porosidade.

?

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ABSTRACT

The aim of this study was to verifY the internal porosity, the surface roughness of

posterior composite resins submitted on mechanical toothbrushing and the efficency of

methods for superficial smoothness recuperation. The materials evaluated were two

posterior composite resins: Prodigy Condensable® (Kerr/Sybron) and Alert®

(Jeneric/Pentron); two universal composite resins: ZlOO® (3M) and Definite® (Degussa)

and the surface penetrating sealant Protect-lt® (Jeneric/Pentron). For the measurement of

surface rourghness, ten specimens of each material were made at 23 ± !'c of room

temperature and 50 ± 5% of relative humidity, using metallic matrice (2mm in height, 4mm

in diameter). After 24 hours, the specimens were polished using Sof-Lex system® (3M) and

one o f the surfaces was covered with the surface sealant. Ali the specimens were tak:en to

the rugosimeter (Surfcorder SE 1700) to examine the initial surface roughness, before the

mechanical toothbrushing at constant speed of 250 strokes per minute, during 2 hours,

totalizing 30.000 cycles. The surface roughness was then measured one more time, one of

the surfaces was recovered with the surface sealant and this surface was examined again.

On the other surface, two more measurements were made, one after the repolishing and

other after the surface sealant application. For evaluation of porosity, the specimens were

cut with silicon disc, included in chemical acrillic resin, abrasioned with sandpapers (200,

400 and 600) and immersed in Nankin corant (Acrilex) for 12 hours. The porosity was

quantified in a stereoscopic microscopy Carl-Zeiss (Germany), with 64 x of magnification,

and the percentual area was calculated using the Adobe Photoshop 4.0 program. The results

3

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were subject to analysis o f variance and to Tukey' s test at 5% significant levei and showed

that: (1) the roughness surface increased in ali of the materiais after the mechanical

toothbrushing, except Prodigy Condensable®; (2) Alert® showed the most roughness

surface; (3) the surface penetrating sealant decreased the roughness after the mechanical

toothbrushing for Alert® and Definite® without any effect for ZIOO® and Prodigy

Condensable®; (4) the best method for superficial smoothness recuperation after abrasion

was the repolishing, which can be associated with the aplication of surface sealant,

specially for the Alert®; (5) Alert® showed the most porosity, followed by Prodigy

Condensable®, when compared with Definite® and ZIOO@

Key words: composite resin; surface penetrating sealant; surface roughness; mechanical

toothbrushing; porosity

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1 - INTRODUÇÃO

Dentre os materiais restauradores atuais, as resinas compostas são os que mais

evoluíram nos últimos anos. Graças às suas propriedades e qualidade estética, estes

materiais estão ganhando cada vez mais aceitação clínica e têm sido o foco de grande

número de pesquisas na área odontológica.

As resinas compostas têm estado disponíveis como material restaurador por

aproximadamente 40 anos. Porém, as primeiras formulações continham particulas de carga

grandes (50 a 1 OOIJ.Ill) e algumas propriedades físicas problemáticas, como insuficiente

resistência ao desgaste, estabilidade de forma, falta de adaptação marginal e radiopacidade,

o que limitavam sua utilização em dentes posteriores (WILSON, 1990; MJOR, 1997). Estas

resinas rapidamente desapareceram do mercado odontológico (CHRISTENSEN, 1998).

Desde sua introdução na metade dos anos 60, as caracteristicas físicas e mecânicas

das resinas compostas têm melhorado consideravelmente, principalmente pela alteração do

tipo e diminuição da média do tamanho das partículas e aumento no conteúdo de carga,

mantendo-as mais resistentes ao desgaste. Como resultado, as resinas compostas se

tomaram 1 O a 15 vezes mais resistentes às tensões oclusais do que as formulações originais

(LEINFELDER, 1991).

Consequentemente, surgrram no mercado formulações de resmas composta

indicadas para restauração em dentes posteriores (ADA COUNCIL ON SCIENTIFIC

AFFAIRS; ADA COUNCIL ON DENTAL BENEFIT PROGRAMS, 1998). Tais materiais,

coadjuvados pela evolução dos sistemas adesivos, apresentam propriedades mecânicas com

5

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valores ligeiramente menores do que o amálgama de prata, porém, similares aos da

estrutura dental (CHRISTENSEN, 1998).

Um dos principais fatores que determinam a longevidade clínica de qualquer

material restaurador, incluindo as resinas compostas, é a resistência à degradação no meio

bucal (HEATH & WILSON, 1976). Segundo MAIR et al. (1996), a degradação pode ser

definida como sendo a última conseqüência indesejável da interação entre as superfícies,

manifestada pela perda gradual do material, incluindo corrosão química, abrasão, fadiga e

efeitos adesivos, atuando em diversas combinações (SULONG & AZIZ, 1990).

Um importante fator que pode influenciar a abrasão ou degradação do material é o

mecanismo de escovação. GOLDSTEIN & LERNER (1991) comprovaram que a

topografia superficial de resinas compostas lúbridas era alterada pela escovação rotineira.

Outros fatores, como tipo de cerda ou filamento da escova dental (SULONG & AZIZ,

1990) e qualidade do abrasivo (WHITEHEAD et al., 1996) também influenciam na

quantidade de desgaste do compósito. Assim, a escovação dental pode comprometer o

acabamento e polimento das restaurações de resina composta, provocando desgaste

superficial. Embora a perda de material pela escovação seja de significância clínica

duvidosa, o maior problema é a rugosidade de superfície estabelecida no processo

(GOLDSTEIN & LERNER, 1991).

Uma importante caracteristica do material restaurador é a lisura superficial. Assim,

a resina composta deve ser altamente polida e apresentar níveis de rugosidade e porosidade

tão baixos quanto possíveis, para promover um meio que dificulte a retenção da placa

bacteriana (TATE & POWERS, 1996), principal causadora da cárie e da doença

periodontal. Além disso, O'BRIEN et al. (1984) consideram que a rugosidade também

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interfere na estética dos compósitos, os quais passam a apresentar brilho diferente do

esmalte ao redor da restauração.

A presença ou ausência de porosidade superficial ou interna é outro fator que

influencia o desempenho clínico do material restaurador, em especial na resistência à

abrasão. JÚRGENSEN & IDSAMITSU (1983) consideram a porosidade como uma

propriedade clinica indes~ável que pode diminuir a qualidade óptica da restauração, sendo

provavelmente um fator importante na diminuição da resistência ao desgaste de

restaurações classe I. Segundo BEETZEN et al. (1993), uma grande quantidade de

porosidade na superfície proximal diminui a resistência ao desgaste e contribui para a

degradação química da resina composta. Por outro lado, a porosidade também aumenta a

propagação de fendas no interior da resina e reduz a resistência à fadiga (OGDEN, 1985),

influenciando na durabilidade do material (CHADWICK et al., 1989).

Vários outros fatores, como tipo das partículas, matriz resmosa, interface

matriz/partícula, grau de polimerização e dureza do compósito também interferem na

resistência à abrasão das resinas compostas (KAWAl et al. 1998). Além disso,

LEINFELDER (1991) considerou a localização da àrea de oclusão cêntrica como um fator

primordial na resistência ao desgaste das resinas compostas para dentes posteriores, sendo

que contatos oclusais fortes poderiam não somente acelerar o processo de desgaste, como

também levar à fratura da restauração.

Os processos de acabamento e polimento modificam a superfície das resinas

compostas, criando ou expondo defeitos microestruturais, variando de 15 (KA W A1 &

LEINFELDER, 1993) a SOJ.lm de profundidade (RATANAPRIDAKUL et al., 1989), que

7

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diminuem a resistência à abrasão LEINFELDER (1991) e impossibilitam a manutenção da

integridade marginal (DICKINSON et al., 1990).

Para amenizar tal situação, selantes de superficie foram especialmente

desenvolvidos para penetrar nas microfendas e nas demais irregularidades superficiais, os

quais são efetivos para resinas anteriores e posteriores protegendo esses materiais do

processo de desgaste (DICKINSON et al., 1990). Constituindo-se de uma resina sem carga,

este selante protege as resinas compostas para dentes posteriores do desgaste, por

obliteração das microfendas geradas durante o acabamento e polimento (SMALL, 1998) e

pela eliminação de defeitos marginais, concentrante de tensões. A utilização de selantes de

penetração superficial pode diminuir a taxa de desgaste da resina composta em torno de

50% (LEINFELDER, 1991)

Atualmente, existem disponíveis no mercado diversas resinas compostas específicas

para dentes posteriores com características fisicas e mecânicas que justificam o seu uso

clinico (CHRISTENSEN, 1998). As caracteristicas de manipulação, textura superficial e,

principalmente, a resistência ao desgaste, diferem largamente entre os materiais

(LEINFELDER, 1991). Ainda, por se tratar de materiais recentes, pesquisas a respeito das

propriedades e avaliações por um tempo clínico mais longo tornam-se necessàrias para

determinar a real eficiência do material restaurador.

Neste sentido, as medidas de porosidade e rugosidade superficial podem, se

cuidadosamente interpretadas, facilitar o entendimento de como o material se desgasta ou

abrasiona (WIDTEHEAD et al., 1996). Além disso, um outro fator importante é como o

material responde aos procedimentos de higiene oral, como a escovação.

o

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2- REVISÃO DA LITERATURA

WAERHAUG, em 1956, relatou que a rugosidade superficial não causava

irritação direta sobre as células epiteliais adjacentes, mas que a irritação era causada pelo

acúmulo de bactérias e suas toxinas. Porém, uma superficie rugosa facilitava a retenção de

placa bacteriana, de modo que as restaurações inseridas abaixo do nível gengiva! deviam

ser cuidadosamente polidas.

A incorporação de partículas irregulares de sílica tratadas com vinilsiloxano em

um polímero orgânico foi estudada por BOWEN em 1963. O polímero foi produzido pela

reação entre o bis ( 4-hidroxifeníl) dímetilmetano e o glicidil metacrilato, resultando em um

polímero denornínado BIS-GMA. Quando 70% de sílica coberta com vinilsiloxano foi

combinada com a solução monomérica, a contração de polímerização, o coeficiente de

expansão térrníca, a solubilidade e desintegração em água foram diminuídos, enquanto que

a resistência à compressão, à tração, o módulo de elasticidade e a resistência à identação

aumentaram em comparação com as resinas restauradoras diretas da época. A mesma resina

preenchida com sílica não tratada com vinilsiloxano apresentava propriedades inferiores

com relação à sílica tratada.

Em 1976, BEATH & WILSON afirmaram que o desempenho c!íníco

satisfatório de um material restaurador era dependente de sua resistência à degradação no

meio bucal. Um fator que poderia contribuir para a degradação do material seria a abrasão

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provocada pelos processos de mastigação, atrição, corrosão, erosão e os efeitos dos

procedimentos de higiene oral. Os autores realizaram um ensaio mecânico de escovação "in

vitro" utilizando diversos materiais: ouro, amálgama, cimento de silicato, resina composta e

resina acrilica. O dentifrício Sturcal H foi escolhido por possuir na sua composição o

carbonato de cálcio, que era o abrasivo mais comum e por ser um material de corrente uso

na época. Os corpos-de-prova foram escovados a 37"C, sob uma carga de 5N, a uma

velocidade de 4,5 ciclos por segundo, totalizando 20.000 ciclos. As superfícies

abrasionadas foram avaliadas em um profilômetro (Talysurf 4) para calcular a quantidade

de material removido. Os resultados mostraram que todos os materiais, exceto o ouro,

apresentaram desgaste maior que o esmalte dental. O desgaste do amálgama foi 500/o maior

que o do esmalte, enquanto o cimento de silicato e os compósitos desgastaram-se duas a

quatro vezes mais rapidamente que o esmalte.

GARMAN et ai., em 1977, compararam clinicamente a durabilidade de dois

materiais de cobertura usados em duas resinas compostas: Adaptic (Johsnon & Johnson) e

Nuva-Fil (L. D. Caulk). Os materiais de cobertura foram respectivamente Adaptic Glaze

(Johnson & Johnson) e Nuva-Seal (L. D. Caulk). Os resultados mostraram que as resinas

cobertas apresentavam superfície mais lisa imediatamente e um ano após a confecção das

restaurações. Os compósitos não cobertos apresentaram superfície mais rugosa após um ano

quando comparada com a realizada imediatamente. Os autores concluíram que mais de

75% das restaurações cobertas ou glazeadas não necessitavam de reglazeamento após o

período de um ano.

1/)

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0' BRIEN et ai., em 1978, relataram que a efetividade dos selantes dependia

da sua habilidade em penetrar nas irregularidades superficiais do esmalte condicionado e

formar projeções rrúcroscópicas ou tags. Os selantes com alto coeficiente de penetração

eram capazes de preencher fissuras estreitas, embora a presença de detritos, água ou agente

condicionante no interior das fissuras, poderia impedir o completo preenchimento dessas

irregularidades.

Em 1979, DE GEE estudou o efeito da manipulação a vácuo na porosidade de

uma resina composta. Segundo o autor, a porosidade reduzia as propriedades de resistência

e retenção da resina ao esmalte condicionado, e o polimento de materiais porosos promovia

maior rugosidade de superficie, sendo mais susceptível à descoloração. A porosidade foi

deterrrúnada com um analisador Carl Zeiss, sendo então calculado o número e tamanho dos

poros e a média de porosidade expressa em porcentagem volumétrica. Os resultados

mostraram que a rrústura sob vácuo reduzia a porosidade em 90%, melhorando as

propriedades de polimento da resina e aumentando a resistência à tração diametral em

aproximadamente 11,5%.

JORGENSEN, em 1980, relacionou a abrasão e a porosidade de compósitos

odontológicos com diversas propriedades mecârúcas, como resistência à compressão, ao

cisalhamento, dureza e fiicção. Os resultados mostraram que a abrasão da matriz resinosa

não ocorria se o espaço entre as partículas de carga fosse de O, 1 Jlll1 ou menos. O autor

concluiu que: (1) as partículas de carga protegiam a matriz resinosa contra a abrasão mas

11

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causavam, ao mesmo tempo, um aumento na rugosidade superficial do compósito,

aumentando a fricção e abrasão; (2) a presença de porosidades na superficie dos compósitos

aumentou a abrasão nas restaurações de classe I.

LEINFELDER et ai., em 1980, avaliaram clinicamente restaurações de resinas

compostas em dentes anteriores e posteriores quanto a diversos fatores, como estabilidade

de cor, pigmentação marginal, cáries recorrentes e desgaste. Os materiais utilizados foram

as resinas compostas Adaptic (Johnson & Johnson), Blendant (Kerr), Concise (3M) e DFR

(Warner Lambert); resina acrílica Sevitron (Amalgamated Dental) e o amálgama Velvalloy

(S. S. White). Os resultados mostraram que as resinas compostas apresentaram desgaste

superior ao amálgama nas mesmas condições clinicas pelo fato das partículas de carga

ficarem extruídas em relação à matriz resinosa, sob tensões térmicas, mecânicas e

degradação química da matriz. Essas partículas protruídas transmitiam tensões à matriz

circundante, gerando microfendas, que podiam se propagar e causar o deslocamento das

partículas. A rugosidade superficial provocada poderia contribuir também para

descoloração da restauração. Os autores concluíram que as resinas compostas com

formulações utilizadas neste estudo deveriam ser utilizadas somente em dentes anteriores.

Se fossem utilizadas em regiões posteriores, não deveriam ser inseridas em áreas de

grandes tensões oclusais.

ITOH et ai., em 1981, avaliaram a efetividade do glazeamento de resmas

compostas e suas alterações após aplicação em estudos laboratoriais e clinicas. Sessenta

incisivos centrais superiores foram embutidos em resina acrílica. Cavidades classe V foram

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preparadas na superficie vestibular e os dentes foram restaurados com resina composta

Adaptic (Johnson & Johnson), sendo que metade deles recebeu aplicação do agente

glazeador. As restaurações não glazeadas foram polidas após uma semana, enquanto a

glazeada não recebeu nenhum tratamento adicional. As restaurações foram sujeitas à

termociclagem e escovação mecânica, utilizando escova dental de nylon sob carga de 400g,

a frequência de 1.000 ciclos por dia, durante 30 dias. Os resultados mostraram que após

30.000 ciclos, o glaze se separou da resina composta, deixando a superficie rugosa,

semelhante às superficies não glazeadas. Dessa forma, a melhora na textura superficial

causada pelo glazeamento deveria ser considerada temporária.

LEITÃO & HEGDAHL, em 1981, descreveram a rugosidade como fator

importante no fenômeno de superficie, aumentando a àrea superficial, afetando a fricção e

possibilitando a retenção mecânica de materiais estranhos, como a placa dental. Em um

estudo sobre rugosidade superficial, uma distinção deveria ser feita entre rugosidade e

curvatura. Em rugosimetros modernos, isto poderia ser facilmente realizado desde que o

equipamento ofereça a possibilidade de filtrar as ondulações da superficie. Durante a

medição, enquanto uma agulha se movimentasse ao longo da superficie, recordando todos

os picos e vales que a caracterizam, o valor de cut-off (filtro) deveria ser selecionado com a

intenção de discriminar entre rugosidade e ondulação superficial. Desta forma, quando

presentes os valores de rugosidade superficial, sempre os valores de cut-off deveriam estar

indicados. Alguns parâmetros de medição, como oRa (rugosidade média), não levam em

conta a geometria e o padrão de superficie, de modo que uma correta filtragem

possibilitaria uma leitura superficial mais confiável.

!3

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AKER, em 1982, comparou a resistência à abrasão por escovação de resinas

compostas híbridas com resinas convencionais e sem partículas. As resinas utilizadas

foram: Miradapt, Prisma-Fi) e Visar-Fi! (híbridas); Silar e Finesse (microparticuladas),

Concise (convencional) e Sevitron (resina acrilica sem partículas). Corpos-de-prova de

6mm de diâmetro de cada resina foram confeccionados em moldes metàlicos e levados ao

ensaio de escovação mecânica utilizando 45mg de pasta abrasiva Colgate MFP e 45ml de

àgua destilada. Foram realizados 16.000 ciclos para cada corpo-de-prova durante uma hora,

o que corresponderia a 22 impactos da escova sobre o dente, duas vezes por dia durante um

ano. A resistência à abrasão foi medida determinando o volume de material perdido durante

a escovação. Os resultados mostraram que a caracteristica superficial após escovação estava

diretamente relacionada com o tamanho das partículas inorgânica do material. A

combinação de partículas grandes e nanométricas resultava em um material inicialmente

liso, mas que adquiria aspecto rugoso semelhante aos compósitos convencionais, após um

processo de abrasão provocado por escovação mecânica.

LAMBRECHTS & V ANHERLE, em 1982, investigaram a retenção do glaze

sobre a superficie de compósitos polidos, considerando que embora os compósitos e os

instrumentos para polimento tenham melhorado consideravelmente, uma superficie

completamente lisa é raramente alcançada. As resinas compostas utilizadas neste estudo

foram Adaptic (Johnson & Johnson), Estilux (Kulzer) e Silar (3M), os glazes Adaptic glaze

(Johnson & Johnson), Nuva-Seal (L. D. Caulk) e o sistema de união Silar (3M). Os glazes

foram aplicados sobre a superficie polida do compósito, polida e limpa com ultra-som ou

polida, limpa com ultra-som e condicionada com ácido fosfórico ou clorofórmio. Os

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resultados mostraram que houve união somente quando foi feito condicionamento da

superficie, sendo mais efetivo com o clorofórmio. A falha na retenção química ou mecârúca

foi causada pela contração de polimerização, sendo a do glaze 4,8 vezes maior que a do

compósito. Com aplicação de ácido fosfórico, foi possível condicionar o esmalte, criando

melhor urúão mecârúca. Utilizando clorofórmio, a matriz orgârúca foi parcialmente

dissolvida, liberando partículas inorgârúcas e aumentando a possibilidade de retenções. Os

autores concluíram que a camada de glaze não promovia bom desempenho clínico do

compósito, embora urúão química estivesse presente, uma vez que a adesão foi conseguida

pela retenção mecârúca do glaze ao compósito.

GOTFREDSEN et ai., em 1983, avaliaram a influência do tipo de resina e da

técrúca de manipulação na porosidade de compósitos odontológicos. Segundo os autores, as

porosidades causadas pela entrada de ar produziam um material com caracteristicas

inferiores, aumentando a abrasão, manchamento e acúmulo de placa bacteriana. Durante a

fabricação, bolhas de ar podem ser incorporadas na resina não polimerizada, porém, bolhas

de ar presentes no material polimerizado são resultado dos procedimentos de marúpulação e

inserção da resina composta. Doze corpos-de-prova de cada resina composta (Visio­

Dispers, Durafill, Concise, Adaptic e Silar) foram confeccionados em tubos de polietileno

com 6mm de diâmetro por Smm de comprimento, sendo metade pela técrúca de

condensação e outra com auxilio de seringa para injeção. O volume percentual de poros foi

calculado após observação em microscopia óptica e os resultados mostraram que a técrúca

de inserção com auxilio de seringa reduziu a porosidade no material quando comparado

com a técrúca de condensação.

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Em 1983, JÕRGENSEN & IDSAMITSU estudaram a porosidade de quatro

resinas compostas microparticuladas polimerizadas por luz visível. Segundo os autores, a

porosidade é uma propriedade clinica indesejável que pode diminuir a qualidade óptica da

restauração, sendo provavelmente um fator importante na diminuição da resistência ao

desgaste de restaurações classe L As resinas utilizadas foram: Durafill (Kulzer), Heliosit

(Vivadent), Silux (3M) e Visio-Disper (Espe). Cavidades classe I foram preparadas em

matrizes de Plexiglass e restauradas com os quatro materiais, inseridos (1) com o auxilio de

espátula plástica ou (2) com o auxilio de seringa Hawe C-R. Em um terceiro grupo, a

seringa foi previamente umedecida com os respectivos monômeros resinosos

disponibilizados pelos mesmos fabricantes. Todas as restaurações foram feitas à

temperatura ambiente de 22 ± z'c. Após polimento, o número de poros nas superfícies foi

contado com o auxilio de microscopia óptica, em uma área estimada de 2,4mm2 e por

microscopia eletrônica de varredura. Os resultados mostraram que a inserção do material à

cavidade com auxilio de seringa foi capaz de reduzir o número de poros com relação à

espátula plástica, mas somente com a prévia aplicação do monômero na parte interna da

sennga.

SLOP et ai., em 1983, avaliaram a abrasão do esmalte humano utilizando

máquina de escovação construída a partir do aparato descrito pela Brithish Standards

Institution. A máquina foi construída de aço inoxidável com exceção do recipiente acrílico

onde os corpos-de-prova foram escovados. As escovas dentais foram fixadas no dispositivo

porta-escova utilizando a-cianocrilato (Cyanolit) e a escovação realizada sob carga de

'"

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200g. Os resultados mostraram que a quantidade de esmalte removido aumentou em função

do número de ciclos de escovação.

VAN DIJKEN et ai., em 1983, estudaram o efeito de alguns procedimentos de

polimento sobre a lisura superficial de diferentes tipos de compósitos: convencional

(Adaptic), microparticulados (Isopast e Silar), particulas convencionais e microparticulas

(Miradapt) e particulas de tamanho intermediário específico para dentes posteriores

(Profile). Três sistemas de desgaste foram utilizados: escovando as amostras com água,

dentifrício ou pedra-pomes. Quarenta e cinco cavidades classe V foram preparadas em

dentes extraídos e restauradas com os materiais seguindo as instruções do fabricante.

Metade dos corpos-de-prova de cada material recebeu acabamento e polimento enquanto a

outra metade não, sendo somente feita a polimerização sob tira de plástico. Todos os

corpos-de-prova foram escovados utilizando a máquina Butler G.U.M. 411, sob pressão de

400g por 17 minutos, correspondendo a 1100 ciclos duplos de escovação, em presença de

4g de dentifrício em 6ml de água. Os corpos-de-prova foram analisados em microscópio

eletrônico de varredura com aumento de 3 00 e 1000 vezes e a rugosidade superficial foi

avaliada com escores de O a 5. Os resultados mostraram que as superfícies obtidas com a

tira de plástico foram as mais lisas para todos os materiais e a escovação destes corpos com

água não alterou as características obtidas. A utilização de dentifiicio ou pedra pomes

aumentou a rugosidade superficial para todos os compósitos, exceto para o Silar.

Segundo O' BRIEN et ai., em 1984, o polimento superficial produz o aspecto

lustroso à restauração. Os autores estudaram a relação entre a rugosidade superficial e o

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brilho de quatro resinas compostas com diferentes tamanhos de partículas: convencional

(Concise); convencional + sílica coloidal (Miradapt), partículas pequenas (Command

Ultrafine) e sílica coloidal + polímero (Silar). Os materiais foram manipulados de acordo

com as instruções dos fabricantes e inseridos em cavidade de 2cm x 1cm x 2mm em molde

de alunúnio. Durante a polímerização, as superficies dos compósitos foram cobertas com

tira Mylar. Os métodos utilizados para acabamento das restaurações foram: brocas de 12

lâminas, discos de alunúnio granulação 600, discos finos de carbeto de sílicio e borrachas

abrasivas. A rugosidade foi mensurada com analisador de superficie (Surfanalyzer) e o

brilho medido com goniofotômetro. Os materiais estudados apresentaram diferença

significativa no brilho e na rugosidade superficial em função dos diferentes métodos de

acabamento, sendo que a maior rugosidade resultou em menor brilho. Dentre todos os

materiais polidores, a borracha abrasiva foi a que promoveu maior brilho da restauração. Os

autores concluíram que a rugosidade interferia na estética dos compósitos, os quais

passaram a apresentar brilho diferente do esmalte ao redor da restauração.

A influência do tamanho das partículas do dentifiicio e da dureza das escovas

dentais sobre a dentina foi avaliada por BOER et ai., em 1985. Os dentifiicios utilizados

continham dois tipos e tamanhos de partículas: carbonato de cálcio (CaC03) com 7 e 15J.Ull

e óxido de alunúnio (AlOH3) com 8 e l3J.Ull de diâmetro. A pasta abrasiva foi feita

misturando-se 7ml de água com 3g do dentifrício. As escovas dentais utilizadas foram a

Prodent média e macia, as quais foram fixadas na haste de metal da máquina de escovação

usando u-Cianocrilato. O ensaio de escovação foi realizado com carga de 200g e a abrasão

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foi medida com perfilômetro (Perthometer CSD) após 1000, 2000, 5000 e 10000 ciclos de

escovação. Os resultados mostraram que: (1) a abrasão está diretamente relacionada com o

número de escovações; (2) a escova tipo média foi 1,4 vezes mais abrasiva que a tipo macia

e (3) as partículas maiores provocaram maior abrasão para ambos os dentifrícios.

OGDEN, em 1985, relatou que todas as resinas compostas apresentam algum

grau de porosidade no material polimerizado. O objetivo do trabalho foi avaliar o nível de

porosidade presente em diversas resinas compostas e sua relação com as falhas que esses

materiais apresentavam. Três corpos-de-prova cilindricos de cada resína composta foram

confeccionados em molde metálico (6,5mm de diâmetro por 1,8mm de espessura) e

polimerizados em contato com uma tira matriz sob uma carga de 0,2Kg. A seguir os

corpos-de-prova foram seccionados em cortes de 1 001-1m, limpos em ultra-som durante 20

segundos e então corados para visualização em núcroscopia ótica. As imagens foram

transferidas a um analisador de imagens Magiscan 2 onde foi possível a contagem numérica

e o cálculo da área ocupada pelos poros. Os resultados mostraram que as resinas compostas

apresentadas em duas pastas continham 10 vezes mais poros que os materiais de pasta úníca

e que a porosidade aumenta a propagação de fendas dentro da resina e reduz a resistência à

fadiga, aumentando o desgaste do material.

LEINFELDER, em 1987, relatou que o padrão de desgaste das resinas

compostas posteriores dependia das partículas de carga na matriz resinosa. Durante o

processo de mastigação, a energia gerada era transnútida diretamente do bolo alimentar

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para a superficie do compósito. Em áreas onde as partículas estivessem aproximadas ou

projetadas da superficie, a energia seria transmitida pelas partículas até a matriz

circundante. Onde as partículas estivessem anguladas, ocorreria concentração de tensões,

causando formação de microrrachaduras na matriz, enfraquecendo-a e possibilitando o

deslocamento definitivo das partículas de carga, aumentando o desgaste da restauração.

Além da diminuição do tamanho das partículas, a taxa de desgaste do compósito poderia

ser diminuída reduzindo-se a dureza das partículas. Nestes casos, as tensões mastigatórias

seriam parcialmente absorvidas, não sendo transmitidas diretamente para a matriz,

resultando em material mais resistente ao desgaste.

CHADWICK et ai., em 1989, estudaram o efeito de duas técnicas de inserção

da resina composta sobre a resistência compressiva e nível de porosidade do material,

considerando a significância da inclusão de ar durante a fabricação e durante os

procedimentos clínicos de manipulação e inserção da resina na cavidade. A porosidade

aumenta a propagação de fendas, reduz a resistência à fadiga e aumenta o desgaste do

material, influenciando a durabilidade. No teste de porosidade, quatro corpos-de-prova

cilindricos da resina Occlusin (ICI Dental) medindo 6mm de profundidade por 4mm de

diâmetro foram preparados em moldes metálicos sendo que em metade deles utilizou-se a

técnica da condensação e na outra metade a técnica do esfregaço. Os corpos-de-prova

foram embutidos em resina de poliestireno e polidos com abrasivos de granulação 500 e

800 até a exposição da região interna. Os debris superficiais foram removidos com ultra­

som durante 1 O minutos. Após este tempo aplicou-se tinta preta resistente à água (Magic

Color) sobre a superficie da resina composta. Um microscópio com uma câmera acoplada

?O

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foi utilizado com aumento de 4 vezes para se obter fotografias de todos os corpos-de-prova.

O número de poros e a área percentual da superficie ocupada pela porosidade foram

calculados como média de 10 leituras de cada seção. Os autores concluíram que não houve

diferença estatisticamente significante no número de poros entre as duas técnicas, porém, o

diâmetro médio dos poros foi menor nos corpos-de-prova restaurados pela técnica do

esfregaço.

RATANAPRIDAKUL et ai., em 1989, relataram que algumas resinas

composta exibiam uma média anual de desgaste de 25J.Illl ou menos, sendo que os

compósitos microparticulados eram mais resistentes do que os compósitos contendo

partículas maiores que 1 J.llll. O objetivo do estudo foi verificar se os processos de

acabamento poderiam influenciar a taxa de desgaste da restauração. Quarenta e cinco

restaurações classe I e II foram confeccionadas em molares decíduos com a resina

composta Ful-Fil e divididas em dois grupos: o grupo 1 recebeu acabamento com brocas 12

lâminas e o grupo 2 não recebeu acabamento. As restaurações foram moldadas com

polivinilsiloxano imediatamente após a confecção, mensalmente até os seis primeiros

meses e após um ano. Os modelos obtidos foram comparados com modelos padrões

calibrados para quantificar o desgaste das restaurações. Os resultados mostraram que as

restaurações acabadas apresentaram desgaste superior às não acabadas por apresentarem

defeitos e microrrachaduras, criados pelo procedimento de acabamento, que se extendiam

até SOJ.Illl da superficie. Desse modo, a distribuição de tensões pela matriz orgânica não foi

uniforme, enfraquecendo o material e diminuíndo sua resistência à abrasão. O

desenvolvimento de um selante de superficie, capaz de preencher as microrrachaduras e

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reforçar a matriz orgânica seria uma alternativa para se aumentar a resistência ao desgaste

das restaurações de resina composta.

TJAN & CHAN, em 1989, relataram que o aumento na retenção de placa,

irritação gengiva! e manchamento eram resultados do polimento incorreto da restauração,

sendo que a resina composta rugosa e não polida aumentaria o coeficiente de fricção,

aumentado a taxa de desgaste da restauração. Sete marcas comerciais de resina composta

foram utilizadas: Silux (3M), Heliomolar (Vivadent), Herculite (Sybron!Kerr), Ful-Fil

(3M), P-30 (3M), P-10 (3M) e Curay II (Sci-Pharm) e medidas quanto a dureza e

rugosidade superficial. Dez corpos-de-prova de cada material medindo 2,5mm de espessura

por 6mm de diâmetro foram confeccionados em moldes de aço inoxidável para a medição

da rugosidade superficial após o polimento com discos Sof-Lex cobertos com óxido de

alumínio (3M) ou pontas de borracha impregnadas por dióxido de silício (Vivadent). Os

discos Sof-Lex foram usados na sequência de granulações grosso a superfino (granulações

150, 360, 600 e 1200) durante 40 segundos por disco, sendo que a cada 10 segundos, o

corpo-de-prova foi girado em 45° para assegurar um polimento uniforme. As pontas

impregnadas por dióxido de silício cinza e verde foram utilizadas por 15 segundos cada. Os

valores da rugosidade superficial média (Ra) foram medidos em rugosímetro Surftester II1

(Mitutoyo, Japão), sendo feitas três leituras em cada corpo-de-prova após os processos de

polimento. As superficies foram visualizadas em microscopia eletrônica de varredura. Os

resultados mostraram que os discos Sof-Lex produziram superficies mais lisas para todos os

compósitos, exceto para o Herculite. Os discos foram efetivos em polir as grandes

partículas de carga e a matriz resinosa, gerando uma superficie mais lisa, enquanto as

??

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pontas de dióxido de silício removeram preferencialmente a matriz resinosa, deixando as

partículas de carga expostas e não polidas. Isto ocorreu pelo fato das partículas de óxido de

alurrúnio serem mais duras que as partículas de dióxido de silício. Os autores concluíram

que as partículas de abrasivo dos sistemas de polimento deveriam ser relativamente mais

duras que as partículas de carga do material. Caso contrário, o agente polidor iria remover

somente a matriz mais macia, deixando as partículas de carga protruídas na superficie.

DICKINSON et ai., em 1990, avaliaram o desempenho clinico de urna resina

composta tratada com selante de superficie experimental, consistindo de Bis-GMA,

TEGDMA E THFMA. O selante de superficie foi especialmente desenvolvido para

penetrar nas microfendas e nas irregularidades superficiais das resinas anteriores e

posteriores, aumentando a resistência ao desgaste desses materiais. A resina composta

utilizada foi a Bis-Fi! I (Bisco) contendo 86% em peso de partículas de estrôncio difásica,

caracterizada por conter superficie porosa, permitindo que a matriz resinosa sem carga

penetrasse na superficie. Sessenta e duas restaurações classe I e II foram confeccionadas,

quando após o polimento, metade foi condicionada com ácido fosfórico 37% por 30

segundos, lavadas, secas com ar, aplicado o selante de superficie e polimerizada durante 60

segundos. A outra metade não recebeu nenhum tratamento após o polimento. Os resultados

em microscopia eletrônica de varredura mostraram que as restaurações sujeitas ao selante

de superficie apresentaram-se mais lisas e mais continuas que as superficies não tratadas, as

quais apresentavam numerosas bolhas, fendas e partículas protuídas sobre a superficie.

Resultante de tensões químicas e mecãnicas, incluindo os processos de acabamento e

polimento, esses defeitos microestruturais influenciaram nas caracteristicas de desgaste das

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resinas compostas posteriores e enfraqueceram a integridade marginal. Com relação à

textura superficial, não houve diferença entre os grupos tratado e não tratado, o que sugere

que o selante não foi suficientemente espesso para obliterar as partículas de carga

protruídas, como seria o caso de um agente glaseador. Os autores concluíram que a

aplicação de selante de baixa viscosidade aumentava a resistência ao desgaste de resinas

compostas para restauração em dentes posteriores.

SULONG & AZIZ, em 1990, definiram o desgaste como sendo a perda

progressiva da superficie de um corpo por ação mecânica. A remoção do material sólido no

desgaste de uma superficie poderia ser ocasionada por desgaste adesivo, abrasivo, corrosivo

e por fadiga superficial, sendo que o desgaste abrasivo era causado quando uma superficie

se torna rugosa e as partículas duras ou de reforço são removidas do material mais macio. A

abrasão causada pela escovação dependia de muitos fatores, como tipo de cerda ou

filamento da escova, natureza das partículas abrasivas do dentifrício e o vigor e frequência

na qual o indivíduo escovava os dentes. O desgaste excessivo era a maior linútação fisica

da maioria das resinas compostas, sendo o fator que mais restringia sua utilização em

cavidades classe I e Il, onde estariam sujeitas a grandes forças oclusais e ação abrasiva

durante a mastigação. A resina composta se desgastaria em duas fases: primeiro, ocorre

núcroabrasão do polímero sobre tensão e sobre ação de abrasivos, causando exposição das

partículas de carga e aumento nas tensões mecânicas. Isso causaria, num segundo

momento, o deslocamento das partículas da matriz resinosa. Porém, com certas melhoras

nas propriedades mecânicas, as resinas compostas lúbridas poderiam substituir o amàlgama

de prata em restaurações posteriores. Todas resinas compostas exibiam alguma porosidade,

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podendo, em certos casos, comprometer o acabamento superficial, a resistência

compressiva, a resistência à tração diametral e a estabilidade dimensional durante a

polimerização. O uso de seringa para inserção poderia ajudar a diminuir o número de poros.

Os autores relataram ainda que o principal objetivo do teste laboratorial de desgaste era

correlacionar com o desgaste clinico, porém, predizer o comportamento clínico dos

materiais restauradores com base nos dados "ín vitro" era dificil. Entretanto, seria

importante que os experimentos laboratoriais simulassem ao máximo as condições clínicas

para se obter resultados mais reais.

Segundo WILSON et aJ., em 1990, para que um material possa ser utilizado na

região posterior deveria apresentar as seguíntes caracteristicas: estética, alta resistência ao

desgaste clínico, íntegridade marginal, não friàvel mas com boa resistência à tração e

compressão, radiopacidade, facilidade de manipulação, não ser tóxico e resistência à

formação de càries secundàrias. A ínsuficiente resistência ao desgaste, estabilidade de

forma, falta de adaptação marginal e radiopacidade eram os principais fatores limitantes

para o uso de resínas compostas em dentes posteriores. A baixa resistência ao desgaste em

áreas de oclusão cêntrica comprometia a longevidade clinica da restauração, a qual variava

de dois a cínco anos. Todas as resínas compostas estariam sujeitas a três grandes forças

destrutivas: umidade, contração de polimerização e desgaste clínico. São forças que

poderiam produzir microin:filtração e deterioração do agente de união silano, rompendo a

ligação entre as partículas de carga e a matriz resinosa.

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GOLDSTEIN & LERNER, em 1991, relataram que a escovação dental

poderia comprometer o acabamento e polimento das restaurações de resina composta,

provocando desgaste superficial. Embora a perda de material pela escovação fosse de

significância clínica duvidosa, o maior problema era a rugosidade de superfície estabelecida

no processo. Neste estudo, os autores observaram o efeito de várias pastas dentais sobre 24

corpos-de-prova de resina composta Herculite (Kerr), com 10mm de diâmetro,

confeccionados em moldes acrilicos e armazenados em água destilada a 37"C durante uma

semana. Os corpos-de-prova foram levados à maquina de ensaio de desgaste por escovação

e submetidos a 10.000 ciclos de escovação com água deionizada para determinar se o tipo

de escova afetaria a topografia superficial da resina composta. Logo após, 48 corpos-de­

prova do mesmo material foram sujeitos a 20.000 ciclos de escovação com diferentes

marcas comerciais de pastas dentais (100mg de pasta dental em 100mg de água). Embora o

número de ciclos necessários a simular um ano de escovação seja controverso e arbitrário,

20.000 ciclos simulam aproximadamente dois anos de escovação. Após os ciclos de

escovação, os corpos-de-prova foram lavados em água corrente, secos com jato de ar e

levados ao perfilômetro Mitotoyo Surftest-4 para análise da rugosidade superficial, em um

trecho de leitura de 1,5mm. Os resultados mostraram não haver diferença na rugosidade

superficial da resina composta quando da escovação somente de água deionizada

independentemente da escova dental e que a escovação com dentifricio provocou alteração

na rugosidade superficial em todos as amostras. Como conclusão, os autores relataram que

a topografia superficial de resinas compostas híbridas era alterada pela escovação de rotina.

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LEINFELDER, em 1991, relatou que desde sua introdução nos anos 60, as

caracteristicas fisicas e mecânicas das resinas compostas têm melhorado

consideravelmente, principalmente pela diminuição da média do tamanho das partículas e

aumento no conteúdo de carga, mantendo-as mais resistentes ao desgaste. Como resultado,

as formulações atuais são 1 O a 15 vezes mais resistentes às tensões oclusais do que as

formulações originais. A localização da àrea de oclusão cêntrica era um fator primordial na

resistência ao desgaste das resinas compostas para dentes posteriores, sendo que contatos

oclusais fortes poderiam não somente acelerar o processo de desgaste, como também levar

à fratura da restauração. De acordo com o autor, o clínico podia escolher dentre várias

marcas comerciais de resina composta para uso em dentes posteriores e que as

caracteristicas de manipulação, textura superficial e principalmente a resistência ao

desgaste, diferiam largamente entre os materiais. Em geral, quanto mais distalmente se

localizar a restauração, maior será a taxa de desgaste da mesma. O autor ainda considerou

que os processos de acabamento e polimento traumatizam a superficie das resinas

compostas, criando defeitos microestruturais que diminuía a resistência à abrasão. A

energia dos instrumentos de polimento criava numerosas microfendas que se extendiam ao

longo e abaixo da superficie, chegando, em alguns casos, a 20 micrometros ou mais.

Perante este problema, a utilização de selantes de penetração superficial podia diminuir a

taxa de desgaste da resina composta em torno de 50%. Este selante escoava pela superficie

e penetrava nos defeitos microestruturais, não somente diminuindo a taxa de desgaste da

restauração mas também eliminando defeitos marginais, concentrante de tensões.

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LEKKA et ai., em 1991, investigaram a porosidade de uma variedade de

selantes de fóssulas e fissuras. Cada amostra foi analisada em um porosímetro de mercúrio

controlado por computador quanto ao volume total, área superficial, porcentagem,

densidade e distribuição radial dos poros. Segundo os autores, a porosidade das resinas

compostas poderia afetar negativamente diversas propriedades da restauração final como

resistência à tração diametral, resistência à abrasão, absorção de água, grau de

polímerização, rugosidade superficial e estabilidade de cor. Os poros aumentariam a

propagação de fraturas e a possibilidade de falbas das restaurações sob cargas oclusais.

Usualmente, as porosidades são geradas pela entrada de ar durante a mistura ou durante os

procedimentos de aplicação dos materiais nas cavidades e devido à alta afinidade do

oxigênio pelos radicais livres, a polímerização do material ao redor dos poros estaria

comprometida.

STODDARD & JOHNSON, em 1991, avaliaram a efetividade de vários

instrumentos de polimento em oito diferentes resinas compostas, sendo quatro anteriores e

quatro posteriores. As superficies das resinas compostas foram comparadas utilizando tira

Mylar (controle), resina sem carga como agente glazeador, polimento com três borrachas

abrasivas e séries de discos de polimento de três fabricantes distintos. Trezentos e vinte

corpos-de-prova das diferentes resinas compostas, medindo 1 ,5 a 2mm de espessura por

1 Omm de diâmetro foram confeccionados em blocos de resina acrilica. A seguir, foram

polidos e deixados em ambiente seco por 24 horas antes da leitura da rugosidade superficial

média (Ra), feita no aparelho Surfanalyzer 4000 (Federal Products, Providence). Três

leituras foram feitas em cada corpo-de-prova e a média determinada. A topografia

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superficial também foi analisada em microscopia eletrônica de varredura. Os resultados

mostraram que a tira Mylar obteve a menor rugosidade superficial nos compósitos

anteriores, enquanto o agente glazeador foi mais efetivo nos compósitos posteriores. Os

autores concluíram que devido as diferenças no tamanho, forma, número de partículas e

tipo de matriz resinosa, nenhum sistema foi capaz de criar superficie lisa em todas resinas

compostas.

BEETZEN et ai., em 1993, estudaram uma nova técnica para polimerização de

resina composta com respeito à microdureza e porosidade na parte cervical das

restaurações, considerando que a porosidade dos compósitos fotoativados foi afetada pelos

métodos de inserção e pela aplicação de pressão durante o processo de polimerização. A

presença de porosidade na superficie proximal diminuiria a resistência ao desgaste e

contribuiria para a degradação química da resina composta. Vinte preparos cavitários classe

II foram feitos em moldes metálicos para cada material avaliado (Heliomolar, Herculite

XR, Occlusin e P-50). Metade das restaurações foram polimerizadas usando a técnica

convencional (em duas porções) e metade com a adaptação de um cone transparente à ponta

do aparelho fotopolimerizador, pressionado dentro do material em direção à parede

cervical. A dureza Vickers da superficie proximal foi medida com microdurômetro

Sbirnadzu. O estereomicroscópio com uma câmera acoplada (Oiympus SZH) foi utilizado

com aumento de 15 vezes para obtenção de fotografias preto e branco com iluminação

padronizada das amostras e permitir a contagem dos poros em uma área de 12,5mm2 na

superficie proximal. Os autores observaram um significante aumento nos valores de

microdureza com a utilização da nova técnica para todos os materiais ensaiados. Com

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respeito à porosidade, somente o Heliomolar e o Herculite XR mostraram diminuição

significante no número de poros.

DICKINSON & LEINFELDER, em 1993, relatam que um selante de

penetração superficial poderia diminuir o desgaste da superficie oclusal de resinas

compostas posteriores. Neste estudo foram avaliadas restaurações classe I e II de resina

composta confeccionadas com ou sem a aplicação do selante de superficie. Os resultados

mostraram que o selante foi efetivo em penetrar e preencher os defeitos microestruturais

tanto na superficie oclusal quanto na interface preparo/restauração, reduzindo a taxa de

desgaste da resina composta e melhorando a integridade marginal. O tempo requerido para

polimerizar o selante poderia completar a polimerização da resina subjacente, resultando

em uma superficie mais dura e mais resistente ao desgaste. Os autores concluíram que a

aplicação de um selante de baixa viscosidade foi uma medida viável para restaurações de

resinas compostas posteriores, sendo a técrúca simples e rápida. Além disso, sua efetividade

poderia ser melhorada caso o material fosse aplicado bianualmente devido ao desgaste

neste período.

KAWAI & LEINFELDER, em 1993, relataram que o desgaste dos

compósitos em dentes posteriores estava relacionado com a presença de micro-rachaduras

ou defeitos superficiais, que variavam de l5J.im ou mais de profundidade. Embora estas

imperfeições fossem parte do processo de degradação, eram comumente geradas durante os

processos de acabamento e polimento das restaurações. Neste estudo foi avaliada a

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influência do selante de penetração superficial Fortif'y (Bisco) sobre a resistência ao

desgaste de compósitos posteriores com diferentes tamanhos de particulas: Herculite (Kerr)

e Prisma APH (Caulk) com tamanho médio de partículas de 11-1m ou menos e Bisfil P

(Bisco) e Occlusin (ICI) com partículas maíores que 1!lffi. Cinco corpos-de-prova de cada

material foram confeccionados em cavídades medindo 4mm de diâmetro por 4mm de

profundidade em molares humanos extraídos. Após o polimento, metade das restaurações

foi condicionada durante 1 O segundos, sendo o selante polimerizado por 40 segundos. Os

corpos-de-prova foram submetidos à ciclagem mecânica totalizando 400.000 ciclos.

Réplicas foram obtidas em resina epóxica após moldagem com polivinilsiloxano e

analisadas em microscopia eletrônica de varredura e per:filômetro Surfcorder 4000. Os

resultados mostraram que o selante era capaz de preencher as microfendas na super:ficie da

restauração devído à sua baíxa víscosidade e alto umedecimento, penetrando nestes defeitos

à profundidade de 1 a 21-1m. No entanto, a habilidade do selante em diminuir a resistência

ao desgaste estava relacionada com o tamanho das particulas de carga da resina composta.

As partículas maíores tendiam a criar maís defeitos microestruturaís durante a mastigação

do que as partículas submicrométricas. Isto porque a tensão mastigatória era transmitida da

particula para a matriz circunjacente e nas áreas onde as particulas eram muito anguladas, a

concentração de tensão se tornava maíor, podendo levar a formação de microfendas na

matriz resinosa. Os compósitos com partículas menores são caracterizados pela menor

formação de fendas. Dessa forma, o selante pode não ser efetivo em compósitos com

partículas menores que 11-1m, porém a interface marginal foi maís contínua nas super:ficies

seladas. A espessura do selante não teve efeito sobre os valores de desgaste devido sua

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superfície ser constituída exclusivamente de resina parcialmente polimerizada, sendo pouco

resistente ao desgaste. Somente o selante que penetrou na superficie seria realmente

polimerizado e aumentaria a resistência ao desgaste dos compósitos. Os autores concluíram

que o uso do selante de penetração superficial aumentava a longevidade clínica de resinas

posteriores, porém, a redução do desgaste oclusal parecia ser dependente do tamanho das

partículas de carga do material.

BA YNE et ai., em 1994, relataram que resinas compostas com alto conteúdo de

partículas possuía as melhores propriedades fisicas, mecânicas e químicas porém as que

continham menor quantidade de partículas eram mais fãceis de serem polidas. Os autores

relataram que os primeiros selantes de superficie eram chamados de glazes para resina

composta e eram utilizados para eliminar defeitos marginais criados durante o acabamento

e polimento da restauração, prevenindo seu manchamento. Porém, estes sistemas não se

aderiam adequadamente à resina e seu efeito em diminuir a taxa de desgaste era pequeno e

de curta duração. Os selantes de superficies, como o FortifY (Bisco), poderiam aumentar a

resistência ao desgaste inicial de compósitos com grandes partículas, mas a influência sobre

os sistemas resistentes ao desgaste podia ser pequena.

KAUFMAN, em 1994, descreveu o material Z100 como sendo uma resina

composta radiopaca indicada para restaurações classe I, Il, Ill, IV e V. A matriz resinosa

era composta de bisfenol-A glicidil metacrilato (Bis-GMA) e trietileno glicol dimetacrilato

(TEGDMA), enquanto que a carga inorgânica consistia de partículas esféricas de sílica

circundada por grãos tetragonais de zircônio. Tais grãos tenderiam a absorver energia,

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evitando ou abrandando a propagação de fendas através das partículas de carga. Como

resultado o material apresentaria maior resistência, incluindo a resistência à abrasão. O

tamanho das partículas variava de 0,01 a 3,5j.Ull, com média de 1j.Ull. Tal variação permitia

a incorporação de grandes quantidades de carga inorgânica (79% em peso e 66% em

volume), o que contribuía para maior resistência compressiva e ao desgaste do material. O

autor conclui que a resina Z 100 apresentava caracteristicas aceitáveis para uso em regiões

anteriores e posteriores.

SUZUKI et ai., em 1995, determinaram o efeito do tamanho e forma das

partículas de carga na resistência ao desgaste, dureza superficial e resistência à compressão

de compósitos posteriores. As resinas compostas experimentais continham: partículas

esféricas de vidro de silicato com média de 9,88, 2,01 e 0,62j.Ull e partículas de silica de

formato irregular com média de 9,46 e 1,97j.Ull. O conteúdo de carga foi de 72,3% em peso

para as partículas esféricas e 70,3% para as partículas irregulares. A matriz resinosa

consistia de UDMA e TEGDMA. O teste de desgaste foi realizado em dispositivo

simulando desgaste de três corpos, onde uma lâmina de acetato foi posicionada sobre a

restauração, interpondo-se a uma pasta de polimetilmetacrilato. Os resultados mostraram

que a resistência ao desgaste da restauração aumentou com a diminuição do tamanho das

partículas principalmente para partículas esféricas. Isso ocorreu porque: (I) as partículas

esféricas tendiam a possuir maior lisura superficial, diminuindo o coeficiente de fiicção e

transferindo mais homogeneamente a tensão para a matriz resinosa e (2) as resinas

compostas com partículas irregulares possuíam menor conteúdo de partículas devido as

suas limitações no empacotamento do material. Os autores concluíram que ambos tamanho

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e forma das partículas têm grande influência nas propriedades mecânicas e na resistência ao

desgaste das resinas compostas posteriores, sendo que reduzindo o tamanho das partículas,

ocorreria redução no desgaste da restauração.

MAIR et ai., em 1996, em um relato sobre mecanismos, manifestações e

medidas de desgaste, afirmou que o desgaste ou degradação podia ser definido como sendo

a última consequência indes~ável da interação entre as superficies, manifestada pela perda

gradual do material, incluindo corrosão quinúca, abrasão, fadiga e efeitos adesivos, atuando

em diversas combinações. O desgaste por abrasão era provavelmente o mais comum e

ocorria quando partículas duras contactavam superficies mais moles. Estas partículas

podiam ser parte integral da superficie, como por exemplo, as partículas de cargas

protruídas de um compósito odontológico, ou podiam ser partículas separadas ou soltas que

se dispersavam entre as superficies. O primeiro tipo de abrasão era chamado abrasão de

dois corpos, enquanto o último era chamado abrasão de três corpos. No caso das resinas

compostas, no fenômeno de abrasão de três corpos, os dentifiicios tenderiam a abrasionar

preferencialmente a fase orgânica mais macia, deixando as partículas de carga protruídas na

superficie. Neste caso, as partículas de carga permaneciam intactas e transmitiam a força de

contato à matriz circundante, resultando em microrrachaduras. Eventualmente, a matriz

rachada não era mais capaz de reter as partículas que eram, então, deslocadas. A

distribuição das partículas de carga era a variável de maior influência no desgaste das

resinas compostas. A resistência ao desgaste destes materiais poderia ser aumentada pela

diminuição do tamanho das partículas de carga e do espaço entre elas. Partículas menores

resultavam em menor protrusão superficial, diminuindo a fiicção pelo contato entre as

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superficies. Nos compósitos microparticulados, o pequeno tamanho das superficies permitia

a manutenção de uma superficie lisa, porém, o espaço entre as partículas era muito grande,

podendo ocorrer falhas neste material. Já nos compósitos lúbridos, o espaço entre as

partículas era muito pequeno e a superficie apresentava quase que a mesma lisura, sendo

mais resistente ao desgaste. Estas considerações tinham sido muito importantes no

desenvolvimento das recentes gerações de resinas compostas posteriores, as quais

apresentavam partículas com 1J.l!Il em média de tamanho comparado com 3-10!-!m das

primeiras gerações. Embora a resistência ao desgaste das resinas compostas tivesse

melhorado, ainda não era a ideal.

TATE & POWERS, em 1996, relataram que uma resina composta altamente

polida, era necessária para promover um meio que dificultasse a retenção da placa

bacteriana e subsequente recorrência de cárie. Foi estudada a rugosidade superficial média

(Ra) de duas resinas compostas lubridas e três ionômeros de vidro lúbridos antes e após o

tratamento com broca de acabamento de 12 lâminas, dois sistemas de acabamento e

polimento e um glaze resinoso para os ionômeros lúbridos. Três discos de cada material

foram fabricados em moldes de plexiglass (6mm de diâmetro por 3mm de profundidade) e

polimerizados contra uma placa de vidro. A rugosidade foi medida após a fabricação de

cada disco e após cada tratamento através de um perfilômetro Talysurf 1 O, utilizando um

comprimento de leitura de 2mm e um cut-off de 0,25mm para maximizar a filtragem da

ondulação superficial. Foram realizadas cinco leituras em cada disco, em diferentes

localizações. Os autores concluíram que os discos Sof-Lex produziram as superficies mais

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lisas para os materiais testados do que as taças Enhance ou pastas polidoras, devido ao fato

dos discos de óxido de alumínio polirem a superficie sem deslocar as partículas de vidro.

WHITEHEAD et ai., em 1996, avaliaram o efeito "in vitro" da escovação

mecânica com dentifrícios clareadores na rugosidade de superficie de uma resina composta.

As medidas de rugosidade superficial podem, se cuidadosamente interpretadas, facilitar o

entendimento de como o material se desgasta ou abrasiona. Vinte e cinco corpos-de-prova

da resina Silux (3M) foram confeccionados em moldes de teflon (5,5mm de diâmetro por

3mm de espessura) e suas superficies foram analisadas em perfilômetro Perthometer S8-p

(Alemanha) quanto aos seguintes parâmetros: Ra, Rz, Rpm e proporção Rprn!Rz. O

parâmetro Ra descreve a rugosidade total de uma superficie e pode ser definido como a

média aritmética das distâncias absolutas do perfil de rugosidade em relação à linha central,

dentro do comprimento de leitura. Os corpos-de-prova foram então escovados com

diferentes dentifrícios clareadores e a rugosidade superficial novamente avaliada. Os

resultados mostraram que a qualidade do abrasivo influenciava na quantidade de desgaste

do compósito e que cuidados deviam ser tomados se medições de textura superficial fossem

usadas para predizer a performance clínica de um determinado material.

MJÕR, em 1997, em estudo sobre as razões para substituição das restaurações

de resina composta, ionômero de vidro e amálgama, relatou que o principal problema das

restaurações de resina composta de duas décadas atrás era a degradação do material,

resultante do processo de desgaste da restauração. Os resultados mostraram que somente

9% das falhas das restaurações de resina composta eram causadas por perda da forma

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anatômica, mostrando que a degradação e desgaste do material diminuíram

significativamente, onde 38% das falhas ocorreram por cáries secundárias e 20% devido à

fratura da restauração, pelo fato de que quase metade das restaurações estava localizada em

áreas de contato oclusal. O tempo de vida útil da restauração de resina composta foi de seis

anos.

Em 1997, ONO avaliou a rugosidade superficial dos compósitos Herculite

XRV, ZlOO e Tetric, acabados e polidos, sob ação de escovação mecânica com dentifrício e

escova dental. Cinquenta e seis amostras de cada material foram confeccionadas e

armazenadas em estufa a 37"C e umidade relativa de 100% por 24 horas. Oito amostras de

cada compósito não receberam acabamento e polimento e as 48 amostras restantes foram

divididas em grupos e submetidas aos procedimentos de acabamento e polimento. As

amostras foram submetidas ao ensaio mecânico de escovação em máquina Equilabor

utilizando escovas dentais Oral-B, com velocidade de 250 movimentos por minuto, durante

duas horas, totalizando 30.000 por amostra, sob carga axial de 200g. Metade das amostras

foram escovadas com água destilada (controle) e metade com dentifiicio Kolynos Super

Branco. As superficies das amostras foram avaliadas antes e após cada procedimento e a

leitura considerada foi a média aritmética entre os picos e vales (Ra), percorrida pelo

perfilômetro (Prazis-Rug-3-Argentina), num trecho de 4,8mm. Não houve diferença na

rugosidade da superficie da resina ZlOO entre as amostras não polidas, escovadas com água

e escovadas com dentifrício. A maior média de rugosidade superficial foi obtida na técnica

pontas diamantadas F, FF +abrasivo de silicone Viking (cinza e verde) e gel +dentifrício,

em todos os compósitos estudados. A restauração sem polimento mecânico suportou

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melhor a ação da escovação com dentifrício, e na restauração polida mecanicamente, a

escovação com dentifrício produziu resultados mais críticos_

ADA COUNCIL ON SCIENTIFIC AFFAIRS; ADA COUNCIL ON

DENTAL BENEFIT PROGRAMS, em 1998, indicaram as resinas compostas como

se1antes de fóssulas e fissuras, restaurações preventivas, restaurações classe I e 11 de

tamanho médio e restaurações de áreas esteticamente importantes, porém não deveriam ser

utilizadas em áreas de grandes tensões oclusais. Com relação aos outros materiais, as

resinas compostas apresentavam vantagens como ampla variedade de cores, preparos

cavitários mais conservadores, bom selamento marginal e baixa condutividade témúca. O

tempo de vida útil da resina composta poderia ser comparado ao do amálgama de prata em

restaurações classe I, II e V.

CARVALHO, em 1998, avaliou a influência da escovação mecânica sobre a

dureza Knoop e rugosidade de superficie antes e após a escovação dos materiais

restauradores estéticos SR-Isosit, Artglass e Duceram, submetidos ou não ao polimento.

Oito corpos-de-prova com formato cônico (7mm de diâmetro na região da superficie e

6mm de diâmetro na superficie oposta por 2,5mm de espessura) foram confeccionados para

cada tipo de material, e armazenados em termperatura e umidade ambiente (23 ± 1 °C, 50%

± 5 U. R) por 24 horas. Após esse período, quatro corpos-de-prova receberam tratamento

de acabamento e polimento, e quatro não (controle). Em seguida, os corpos-de-prova foram

levados ao rugosímetro (Prazis - Rug 03 - Argentina), para determinar a rugosidade inicial

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de superficie. Foram feitas três leituras em cada corpo-de-prova, totalizando 72 leituras.

Cada leitura foi obtida com a agulha do perfilômetro passando pelo centro geométrico da

amostra em três posições referenciais diferentes, obtidas girando o corpo-de-prova. A

dureza inicial foi verificada no aparelho HMV-2000 (Shimadzu). Os corpos-de-prova

foram, a seguir, levados à máquina de escovação Equilabor e submetidos a 30.000 ciclos de

escovação. Em seguida, foram novamente submetidos à leitura da rugosidade superficial

produzida pela escovação e ao teste de dureza Knoop. Os resultados mostraram que os

valores de rugosidade foram maiores quando o polimento foi feito antes da escovação, e

após a escovação nos corpos-de-prova não polidos. Quanto à dureza, o polimento

proporcionou valores de dureza Knoop estatisticamente superiores para os três materiais

antes e após a escovação.

CHRISTENSEN, em 1998, descreveu que desde 1968 as resinas compostas

eram disponibilizadas para restauração em classe li. As primeiras formulações continham

partículas grandes e outras propriedades fisicas problemáticas e, então, desapareceram

rapidamente. Da metade até o final dos anos 70, começaram a aparecer resinas compostas

com partículas pequenas, bem como os primeiros agentes adesivos. Devido as limitações

destas resinas e a falta de uma técnica simples para restauração em classe li, estas

restaurações eram consideradas inaceitáveis. Pela metade dos anos 80, com o surgimento de

resinas com partículas pequenas (aproximadamente 1 micrometro ), tornou-se possível a

confecção de restaurações adequadas de resina composta classe li. Com relação as

propriedades mecânicas, as resinas compostas apresentavam valores ligeiramente menores

que o amálgama de prata porém similares aos da estrutura dental. No entanto, o desgaste

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era significativamente maior em comparação à estrutura dental (cerca de 301J.m por ano a

mais que o esmalte dental em áreas de contato oclusal) e levemente maior que do

amálgama de prata. O autor concluiu que o desgaste, mesmo sendo indesejável, era

totalmente tolerável clinicamente e que as resinas compostas disporúveis para restauração

em dentes posteriores possuíam caracteristicas fisicas que justificavam seu uso.

FERDINAKIS, em 1998, avaliou "in vitro" a microinfiltração e a formação de

poros de três resinas compostas híbridas. Os poros se formavam devido à entrada de ar

entre as camadas incrementais da resina composta e devido à pobre adaptação com as

paredes cavitárias usando a técnica incrementai. Foram realizados preparos cavitários em

40 molares permanentes e estes foram divididos em dois grupos: grupo A, restaurado com

Herculite XRV (Kerr) e Heliomolar (Vivadent) e grupo B, restaurado com a resina

composta fluida Revolution (Kerr). Cada material foi marúpulado de acordo com as

instruções do fabricante. Após esta etapa, realizou-se o polimento das restaurações

utilizando brocas multilaminadas 12 e 30 lâminas e as superficies foram condicionadas com

ácido durante 15 segundos, lavadas e cobertas com o selante de superficie sem carga

Fortizy (Bisco ). Os dentes foram avaliados quanto à microinfiltração e a formação de poros

com auxílio de um microscópio óptico (Olympus). Os resultados mostraram que a

combinação das resinas compostas Herculite XRV e Heliomolar apresentou mator

microinfiltração e formação de poros comparado com a resina composta fluida Revolution.

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Em 1998, FRAZIER et ai. avaliaram a resistência ao desgaste por escovação

de três compômeros (Compoglass, Dyract e Hytac), três ionômeros de vidro modificado por

resina (Fuji II LC, Photac-Fil e Vitremer) e duas resinas compostas (Herculite XRV e Silux

Plus). Sete corpos-de-prova de cada material medindo 18 por 15 por 2mm foram

preparados seguindo as recomendações do fabricante. Como os corpos-de-prova foram

polimerizados em contato com tira matriz, não foram necessários os procedimentos de

acabamento e polimento dos materiais. Cada corpo-de-prova foi pesado em balança de

precisão, armazenado em umidificador a 37°C e 100% de umidade relativa durante 48 horas

e levados ao ensaio de escovação. Foi utilizada a escova dental Oral-B 35 macia e o

dentifrício Ultrabright (Colgate-Palmolive) diluído em proporção 1: 1 com água deionizada

(37,5g de dentifrício e 37,5mL de água deionizada). Foram realizados 120.000 ciclos, à

frequência de 1,5 ciclos por segundo e sob carga de 200g. Após o ensaio de escovação, os

corpos-de-prova foram lavados em água deionizada para remoção dos detritos do

dentifrício e secos a temperatura ambiente por 24 horas antes da pesagem final. O desgaste

foi medido pela diferença no peso dos corpos-de-prova antes e após a escovação. Os

resultados mostraram que o desgaste dos compômeros variou largamente, sendo o Dyract e

o Hytac os mais resistentes e o Compoglass o menos resistente à abrasão. As resinas

compostas e os ionômeros de vidro modificados por resina apresentaram valores de

resistência ao desgaste intermediário aos compômeros.

HOELSCHER et al., em 1998, avaliaram a rugosidade superficial de resinas

compostas e ionômeros de vidro variando os sistemas de acabamento e polimento dos

materiais. Os materiais utilizados foram: Prisma TPH, Silux, Ketac-Fil e Fuji II LC.

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Sessenta corpos-de-prova medindo 9mm de diâmetro por 4mm de profundidade foram

confeccionados e polimerizados sob tira matriz Mylar. Os corpos-de-prova foram

armazenados a 100% de umidade relativa, a 31'C durante 24 horas para análise da

rugosidade iniciaL O rugosímetro utilizado foi o Surfanalyzer 4000, com cut-off de 0,8mm

e velocidade de leitura de 0,25mm por segundo, para análise da rugosidade média (Ra).

Cinco corpos-de-prova de cada material foram acabados, polidos seguindo as

recomendações dos fabricantes e a novo padrão de super:ficie foi verificado no rugosímetro.

Os resultados mostraram que o polimento é melhor alcançado com discos impregnados por

abrasivos ou discos de óxido de alumirúo. As brocas para acabamento resultam em maior

rugosidade superficial em todos os materiais.

Em 1998, KAWAI, IWAMI & EBISU relataram que vários fatores, como

qualidade das partículas, matriz resinosa, interface matriz/partícula, grau de polimerização

e dureza do compósito interferia na resistência à abrasão das resinas compostas. Os autores

compararam a resistência à abrasão de sete resinas compostas experimentais feitas

alterando a composição do monômero (Bis-GMA, UDMA, TMPT e TEGDMA). As resinas

foram inseridas e fotoativadas em moldes metálicos (20mm x 4mm x 2mm), armazenadas

ao ar livre durante duas semanas e levadas à máquina de teste de abrasão por escovação.

Utilizando a escova dental Prospec Y oung Hard (GC) juntamente com 40g de dentifiicio, a

escovação mecânica das resinas compostas foi efetuada com 100.000 ciclos. A cada 10.000

ciclos, foi realizada pesagem de cada corpo-de-prova e calculado o desgaste do material

pela diferença de peso que o material apresentava durante todo o ciclo de escovação. Os

resultados mostraram que tanto nas resinas contendo Bis-GMNTEGDMA ou

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UDMNTEGDMA, o desgaste diminuiu com o aumento no conteúdo de TEGDMA, porém

as resinas que apresentaram maior resistência ao desgaste eram a base de TMPT. Como a

matriz resinosa era menos dura que as partículas de carga, o desgaste era maior. Nesse

sentido, se fosse possível utilizar uma matriz monômérica com maior resistência à abrasão,

toda a resistência da resina composta iria também aumentar.

LEINFELDER & PRASAD, em 1998, relataram que a média anual de

desgaste de várias resinas compostas posteriores era comparável a do amálgama, sendo que

algumas apresentam taxa de desgaste de l5fJm/ano. A resina Alert (Jeneric/Pentron) podia

ser classificada como resina composta posterior condensável. O componente exclusivo

desta resina consiste de fibras de vidro com 6fJm de diâmetro por 60 a 80!-lffi de

comprimento, combinadas com vidro moído de borosilicato de bário (0,8fJm) e sílica

microfína, totalizando 84% em peso de partículas inorgânicas. A combinação das fibras de

vidro e alto conteúdo de partículas resultavam na possibilidade de condensação ou

compactação da resina. A matriz resinosa consistia de policarbonato dimetacrilato

(PCDMA). Tal resina necessitava de um selante de proteção superficial (Protect-It), o qual

preenchia e selava as microrrachaduras que podiam existir na superfície da restauração. Os

autores relataram ainda que a viscosidade de uma resina composta podia ser aumentada

usando vários métodos: aumentar o conteúdo de partículas, incorporar partículas com

superfície extremamente rugosa, para evitar o deslizamento de uma partícula sobre a outra e

incorporar fibras de vidro no material. Em tal caso, as áreas intersticiais entre as redes de

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fibras eram preenchidas com uma resina de baixa viscosidade, produzindo consistência

similar a uma massa recém-triturada de amálgama.

SMALL, em 1998, relatou que o prognóstico de uma restauração poderia ser

afetado pelos procedimentos de acabamento e polimento. Após a checagem da oclusão e

realização dos ajustes necessários, a restauração deveria ser tratada com um selante de

superficie, o qual seria capaz de diminuir a taxa de desgaste inicial de uma resina composta

posterior em 50%. Toda a superficie da restauração deveria ser coberta com este material

para preencher qualquer defeito superficial criado pelos processos de acabamento e

polimento. Estes materiais deveriam ser reaplicados em visitas subsequentes. Exemplos

destes produtos eram: FortifY (Bisco ), Protect-It (Jeneric Pentron) e Optiguard (Kerr).

Segundo SODERHOLM & RICHARDS, em 1998, o desgaste dos compósitos

odontológicos poderia ser definido como a remoção indesejável de material sólido da

superficie da restauração de resina composta, o qual inclui diversos fenômenos como

desgaste adesivo, abrasivo, degradação química e fadiga. As resinas composta

desgastavam, na época, 1 O a SOjllll por ano, ao passo que no itúcio dos anos 80,

desgastavam 80 a lOOjllll por ano. A diminuição do espaço entre as partículas ao redor de

O, 1 a 0,2jllll e o aumento no conteúdo de carga inorgãtúca poderiam aumentar a resistência

à abrasão da restauração. Isso só seria possível com a utilização de compósitos com

partículas ao redor de 1 jllll, adicionando pequena quantidade de partículas maiores (3 a

Sjllll) e partículas menores (0,02 a 0,04jllll) ao material.

AA

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FERREIRA, em 1999, avaliou a efetividade da ação de um selante de

penetração superficial (FortifY - Bisco) e de um agente de união (fornecido pelo fabricante

do compósito) sobre a superficie polida dos compósitos odontológicos Tetric Ceram

(Vivadent) e Z100 (3M), após desgaste por meio do ensaio de escovação mecânica. Foram

confeccionados 144 corpos-de-prova (8mm de diâmetro por 2mm de espessura), divididos

em três grupos de 48 corpos-de-prova, de acordo com o intervalo de escovação, ou seja,

seis meses ou um ano, além de um grupo sem escovação. Cada grupo foi dividido em seis

subgrupos de acordo com o tratamento superficial recebido, ou seja, sem tratamento,

aplicação do agente de união do fabricante, e aplicação do Fortif)r. Após cada tratamento,

foi feita a leitura da rugosidade superficial com um rugosímetro (Prazis Rug-03). Em

seguida, os corpos-de-prova foram submetidos ao ensaio de escovação numa máquina

(Equilabor) com velocidade de 250 ciclos por minuto, utilizando as escovas dentais

Kolynos Doctor (Kolynos do Brasil) e o dentifrício Sorriso (Kolynos do Brasil). A

rugosidade superficial foi então novamente medida. As superficies de duas amostras

representativas de cada grupo foram observadas em microscopia eletrônica de varredura,

com aumento de 1000 vezes. Os resultados mostraram que os menores valores de

rugosidade foram obtidos nas amostras tratadas antes do ensaio de escovação, tanto para as

amostras que receberam ou não a aplicação de um agente de penetração superficial. Após o

período de símulação de escovação de seis meses e um ano, os valores de rugosidade

aumentaram significantemente. As fotomicrografias mostraram que, em geral, após o

ensaio de escovação pelo período de seis meses, o material de cobertura foi parcialmente

removido, provocando aumento dos valores médios de rugosidade, que permaneceram ou

diminuíram após um ano de escovação.

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RUDELL et ai., em 1999, relataram que os compósitos condensáveis possuíam

características de manipulação semelhante ao amálgama. Contudo, para que os compósitos

pudessem substituir o amálgama de prata, deveriam apresentar propriedades mecânicas

comparáveis aos compósitos lnbridos. O objetivo do estudo foi caracterizar e comparar a

resistência à compressão, à tração diametral, flexão de três pontos, módulo de flexão e

dureza de resinas compostas condensáveis (SureFil, Solitaire e Alert) com uma resina

composta lnbrida (Herculite). Os resultados mostraram que as propriedades mecânicas dos

compósitos condensáveis foram similares ao do compósito lúbrido controle.

Em 1999, SUZUKI avaliou a taxa de desgaste de resmas compostas

condensáveis: SureFil (Dentsply), Alert modificado (Jeneric!Pentron), Alert (Jeneric

Pentron), Solitaire (Kulzer), utilizando uma resina composta lúbrida Prisma TPH

(Dentsply) como controle. Sete corpos-de-prova cilíndricos medindo 4mm de diâmetro por

3mm de profundidade foram confeccionados de cada material seguindo as recomendações

dos fabricantes. As superficies foram aplainadas com discos de carbeto de silício de

granulação 600 e levadas ao teste de desgaste sob carga de 75N e frequência de 1,2Hz

totalizando 400.000 ciclos. A profundidade de desgaste foi medida em traçados

profilométricos. Os resultados mostraram que a taxa de desgaste do SureFil e do Alert

modificado demonstraram mínimas taxas de desgaste localizado e generalizado, diferente

significativamente do grupo controle. O autor concluiu que alguns compósitos

condensáveis possuíam resistência ao desgaste superior que os compósitos lúbridos.

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Em 2000, TANQUE et al. relataram que a abrasão provocada por escovação e

dentifiicio era um fenômeno indesejável, causando desvantagens biológicas e estéticas

durante a vida útil da restauração. As desvantagens estéticas seriam diminuição do brilho e

descoloração ou pigmentação da superficie do compósito, enquanto a biológica seria o

acúmulo de placa bacteriana. Os autores avaliaram a influência de três fontes de

polimerização na resistência ao desgaste por abrasão da resina composta indireta Artglass

(Heraus Kulzer). As unidades polimerizadoras utilizadas foram: UniXs, Hyper Lll e

Labolight LV-ll. Os corpos-de-prova foram confeccionados em molde de aço inoxidável

medindo 25 por 18 por 2mm, polidos com discos de carbeto de silício e armazenados em

água a 37°C durante 14 dias até o ensaio de escovação, realizado em máquina de teste de

abrasão K236 (Tokyo-Giken Co.). A escova dental utilizada foi a Oral-B 40 (Oral-B) e o

dentifrício contendo hidróxido de alumínio (Colgate Fluoriguard) foi diluído em água na

proporção 1: I. A escovação mecânica foi realizada a frequência de 140 ciclos por mínuto,

sob carga de 350g, até que se completasse 20.000 ciclos, reproduzindo o desgaste ocorrido

na boca por aproximadamente dois anos. Após o teste, os corpos-de-prova foram lavados

em água corrente, limpos com ultra-som durante cinco minutos e secos. A quantidade de

material removido e a rugosidade superficial foram determínadas por um profilômetro

(Surfcorder SEF-30D). Os resultados mostraram que a polimerização na unidade Hyper LII

resultou em compósito com maior resistência ao desgaste, sendo que a matriz resinosa e o

tipo e conteúdo de partículas interferiram diretamente na resistência ao desgaste e

rugosidade do compósito.

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3 - PROPOSIÇÃO

O propósito deste estudo "in vitro" foi verificar a porosidade interna e a rugosidade

superficial de quatro resinas compostas disponíveis no mercado nacional, juntamente com a

eficácia da aplicação e da reaplicação de um selante de superficie, respectivamente antes e

depois dos corpos-de-prova terem sido submetidos a ensaio mecânico de escovação.

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4- MATERIAIS E MÉTODO

4.1- Materiais

Para a realização deste trabalho foram utilizados os seguintes materiais, expostos

nas Tabelas 1 e 2.

TABELA 1-Nome comercial, tipo e fabricante dos materiais.

Nome Comercial Tipo Fabricante

Prodigy Condensável® Resina composta Kerr I Sybron (Romulus, :MI, USA)

Alert® Resina composta Jeneric/Pentron (Wallingford, CT, USA)

ZlOO® Resina composta 3M (St. Paul, MN, USA)

Definite® Resina composta Degussa Dental (Hanau, ALE)

Protect-It® Selante de superficie Jeneric/Pentron (Wallingford, CT, USA)

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TABELA 2: Nome comercial e composição dos materiais

Nome Comercial

Prodigy Condensável®

Protect-It®

Composição 1

Bis-GMA; RCA (rheoiogical control additive);

boro siiicato de bário alumínio; sílica coloidal.

Policarbonato dimetacriiato; dimetacriiato difenoi-A

etoxiiado; 2,2'(2,5-tiofendii) BIS (5-terc butil

benzoxazol); 2 (2-hidroxi-5-terc-octiifenil); benzotriazol;

canforoquinona; dietil anúno etil metacriiato; vidro de

borosilicato de bário; sílica; dióxido de silício; óxido de

magnésio; óxido de alumínio; óxido de ferro.

Bis-GMA; TEGDMA; zircônialsilica.

Matriz Ormocer polimerizada; carga inorgânica;

fotoiniciadores; estabilizadores.

Bis-GMA; UDMA; TEGDMA; THFMA; fotoiniciadores;

aceleradores; absorvedores UV; estabilizadores.

1 informações dos fabricantes

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4.2- Método

4.2.1 - Rugosidade de superfície

4.2.1.1 -Confecção dos corpos-de-prova

Para a realização deste estudo, foram confeccionados I O corpos-de-prova de

cada resina composta à temperatura de 23 ± 1 oc e umidade relativa ambiental de 50 ± 5%,

utilizando uma matriz metàlica rosqueável, com cavidade de 2mm de profundidade por

4mm de diâmetro (Figura 1).

FIGURA 1 -Matriz metálica: a) base; b) matriz rosqueável

Uma tira de poliéster (Vigodent, do Brasil) foi inicialmente colocada no fundo

da cavidade da matriz, para confecção de cada um dos espécimes dos quatro compósitos,

originalmente apresentados na forma de uma pasta única e aqui utilizados individualmente.

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Pequenas porções de cada material foram compactadas no fundo da citada cavidade, com

auxílio de um condensador para amálgama n° 2 (Duflex, do Brasil), até a obtenção de uma

camada com aproximadamente lmm de espessura, ou seja, metade da profundidade da

cavidade. Em seguida, foi realizada a fotoativação com o aparelho XL 1500 (3M, St. Paul,

MN, USA), com exposição de 40 segundos. A intensidade de luz emitida pelo aparelho

fotopolimerizador era em tomo de 500mW/cm2, segundo registros do radiômetro

(Demetron Research Corporation). A segunda camada, também adaptada conforme

descrito, foi recoberta com uma tira de poliéster sob uma lâmina de vidro, com carga

estática de 200g, necessária para remoção do excesso de material e deixar a superfície do

compósito plana e no mesmo nível da face superior da matriz (Figura 2). A fotoativação foi

efetuada de forma idêntica à primeira camada.

FIGURA 2 - Matriz metálica preenchida com o compósito

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Após a confecção, os corpos-de-prova foram devidamente identificados e

armazenados numa estufa, a 37°C e 100% de umidade relativa do ar ambiental, por um

período de 24 horas.

4 .2.1.2 - Polimento e aplicação do selante de superficie.

Decorrido o prazo de 24 horas, foi realizado o acabamento em ambas as faces

dos compósitos utilizando uma turbina de baixa rotação (Dabi Atlante, do Brasil), com o

sistema de acabamento e polimento Sof-Lex® (3M, do Brasil), aplicando-se os discos

(referidos pelo fabricante como grosso, médio, fino e superfino, em relação à sua

granulação), na sequência decrescente da magnitude de seus grãos, durante 40 segundos

cada, sendo que a cada 1 O segundos, o corpo-de-prova era girado em 90° para assegurar um

polimento uniforme (TJAN & CHAN, 1989; HOELSCHER et ai., 1998).

Após o polimento, a superficie inferior de cada corpo-de-prova das resmas

composta foi condicionada com gel de ácido fosfórico 37% (Jeneric/Pentron, Wallingford,

CT, USA) por 20 segundos, lavada com água durante 30 segundos, secada com jato de ar e

coberta com o selante de superficie Protect-It (Jeneric/Pentron, Wallingford, CT, USA), o

qual foi polimerizado por 60 segundos. A outra superficie não recebeu a aplicação do

selante.

A segu1r, os corpos-de-prova foram armazenados nas mesmas condições já

descritas, até o momento de se efetuar a análise inicial da rugosidade superficial de suas

faces planas, realizada após 24 horas.

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4.2.1.3 -Avaliação inicial da rugosidade superficial

Vinte e quatro horas após o rearmazenamento, cada corpo-de-prova foi

adaptado em uma cavidade (4mm de diâmetro por lmm de espessura) existente numa placa

de plástico (Tecnil, São Paulo), medindo 47mm de comprimento, 20mm de largura por

2,5mm de espessura e levado individualmente ao rugosímetro Surfcorder SE 1700 (Japão),

para verificação da rugosidade em ambas as superfícies em questão (Figura 3).

FIGURA 3 - Rugosímetro Surfcorder SE 1700

Em cada operação de leitura considerada, a rugosidade média (Ra) representava

a média aritmética entre os picos e vales registrados, após a respectiva agulha do

rugosímetro percorrer, sobre a superfície em análise, um trecho de 2,85mm de extensão,

com cut-off de 0,25mm, para maximizar a filtragem da ondulação superficial (LEITÃO &

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HEGDAHL, 1981; TATE & POWERS, 1996). Em cada superficie, foram efetuadas três

leituras, sempre com a agulha passando pelo centro geométrico da amostra (Figura 4 ), mas

estando ela em três posições diferentes, obtidas após o giro de aproximadamente 120° da

placa de plástico (ONO, 1997; CARVALHO, 1998). Assim, a média das três leituras era

considerada a rugosidade média de cada superficie.

FIGURA 4- a) agulha do rugosímetro; b) corpo-de-prova;

c) placa de plástico utilizada para fixação do corpo-de-prova.

A segwr, os corpos-de-prova foram rearmazenados, nas mesmas condições

anteriormente citadas, agora por uma hora antes do ensaio de escovação.

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4.2.1.4- Ensaio de escovação

Foi utilizada a máquina de escovação (Equilabor - Equipamentos para

Laboratório - Piracicaba - SP) de fabricação nacional que obedece ás exigências da

Especificação atualmente vigente, pertinente a cremes dentais, emitida pela British

Standard Institution, como descrito no estudo de SLOP et al. (1983), com capacidade para

escovação simultânea de 8 espécimes. A máquina tem um sistema propulsor apropriado, o

qual permite, para cada escova dental nela fixada, um curso linear de 43mm de extensão,

com velocidade constante de 250 ciclos (ida e volta) por minuto e o número de ciclos

registrados por um dispositivo de quatro dígitos (Figura 5).

FIGURA 5 - Máquina de escovação Equilabor

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Para a realização deste ensaio, foram utilizadas escovas dentais Kolynos Doctor

(Kolynos do Brasil), de cabeça compacta, cerdas extras-macias com secção hexagonal,

retangulares e polidas, dispostas em vinte e cinco tufos, contendo 53 cerdas em média em

cada tufo, correspondendo a uma área de 130mm2 A ponta ativa da escova foi seccionada

do cabo com disco de carboneto de silício (Viking) e fixada no dispositivo porta-escova da

máquina de escovação com cola de secagem rápida (Super-Bonder, Loctite, do Brasil), de

modo a ficar com o longo eixo das cerdas perpendicular à superficie do corpo-de-prova.

Os corpos-de-prova foram posicionados nas mesmas placas de plástico (Tecnil)

utilizadas nas medidas de rugosidade e o conjunto foi fixado com cera pegajosa no fundo

do recipiente metálico de escovação do aparelho (Figura 6).

FIGURA 6 - Vista aproximada de uma escova, durante sua ação sobre um

espécime a) dispositivo porta-escova; b) escova dental; c) corpo-de­

prova; d) placa de plástico (Tecnil); e) recipiente metálico

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Em seguida, um volume de 4,6ml (6g) de dentifrício Sorriso (Kolynos do

Brasil), pesado em balança de precisão Chyo JK-180, foi misturado a 6m! de água

destilada, medidos em uma pipeta de precisão de I Oml, e vertido nesse recipiente metálico.

O dentifrício toi escolhido por se tratar de um material que contém um abrasivo muito

utilizado, o carbonato de cálcio, e por se tratar de um material de uso frequente nos dias de

hoje, como proposto por HEATH & WILSON (1976). Foi utilizada a proporção 1:1 (em

peso) para a diluição do dentifrício, pois é a mais próxima daquela utilizada normalmente

"in vivo", de acordo com FRAZIER et al. (1998) e TANQUE et al. (2000), que afirmam ser

esta a melhor diluição do dentifiicio.

Ambos os lados dos corpos-de-prova foram submetidos a movimentos lineares

de escovação, totalizando 30.000 ciclos por corpo-de-prova, num periodo de duas horas

(ONO, 1997 e FERREIRA, 1999). O percurso de escovação sobre os corpos-de-prova foi

de 43mm, sob carga estática axial de 200g colocada sobre o suporte do dispositivo porta­

escova, para simular a força empregada durante os procedimentos de higiene oral. As

escovas e os dentifricios foram substituídos a cada troca de superfície do material, ou seja,

após duas horas de escovação contínua.

Após completado o ciclo de escovação, os corpos-de-prova foram removidos da

máquina, lavados em água corrente e conservados a 37"C e 100% de umidade relativa do ar

ambiental até nova leitura para avaliação da rugosidade superficial.

4.2. 1.5- Avaliação da rugosidade superficial, após escovação

Em seguida ao ensaio de escovação, as duas superfícies dos corpos-de-prova

foram submetidas á nova leitura de rugosidade de superfície, de maneira semelhante ao

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teste de rugosidade inicial e, a seguir, rearmazenadas em estufa nas mesmas condições

descritas anteriormente.

4.2.1.6- Repolimento e reaplicação do selante de superfície

Para avaliação do efeito e eficácia do repolimento e da reaplicação do selante

de superfície, a superfície não selada de cada corpo-de-prova foi repolida da mesma forma

que o processo de acabamento e polimento inicial e levada a se~;,,>1.rir ao rugosímetro para

verificar a eficácia do repolimento nesta superfície. Após, essa superfície foi condicionada

com gel de ácido fosfórico 37% (Jeneric/Pentron) por 20 segundos, lavada com água

durante 30 segundos e coberta com o selante de superfície Protect-It (Jeneric/Pentron), o

qual foi polimerizado por 60 segundos. Os corpos-de-prova foram levados novamente ao

rugosímetro para verificar a atuação do selante sobre uma superfície repolida.

Na outra superfície de cada corpo-de-prova, o selante de superfície foi

reaplicado da mesma forma como descrito anteriormente, porém essa superfície não foi

repolida previamente. Após este procedimento, foi realizada uma nova leitura da

rugosidade de superfície. Tal procedimento visou verificar se o selante de superfície foi

capaz de compensar as falhas superficiais advindas do processo de escovação,

restabelecendo ou não as condições iniciais de superfície.

4.2.2- Análise da superfície em microscopia eletrônica de varredura.

Após as leituras de rugosidade dentro de cada tratamento, a superfície dos corpos­

de-prova foram revestidas com liga de ouro-paládio sob alto vácuo (Balzers - SCD 050

sputter coater, Germany) para observação em microscopia eletrônica de varredura (LEO,

61

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VP 435- LEO Eletron Microscopy Ltd, Germany), operado em voltagem de aceleração de

20 KeV, com o objetivo de examinar a morfologia da região de superfície com aumento de

1000 vezes.

4.2.3- Porosidade

Para avaliação da porosidade interna, os 1 O corpos-de-prova de cada material

foram seccionados transversalmente na região central com disco de óxido de silício

(Carborundo ), obtendo assim outras duas superfícies, resultantes da exposição de sua região

interna para avaliação da porosidade. Para isso, essas superfícies foram incluídas com

resina acrílica quimicamente ativada (Jet Clássico, São Paulo - SP) em matrizes de Tecnil.

(Figura 7)

FIGURA 7- a) matriz de Tecnil; b) resina acrilica;

c) superfície resultante da exposição interna dos corpos-de-prova.

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Após a polimerização da resina acrílica, os conjuntos foram levados a uma politriz

APL-4 (Arotec, Cotia - SP) e abrasonados com lixas de granulação de magnitudes

decrescentes (200, 400 e 600) para obtenção de uma superficie plana e regular (Figura 8). A

seguir, foram imersos em tinta Nankin (Acrílex) por 12 horas, lavados em água corrente por

1 O segundos e secos com jatos de ar.

FIGURA 8- Politríz APL-4 (Arotec)

A contagem numérica de poros na área seccionada foi mensurada com

auxílio da lupa estereoscópica Carl-Zeiss (Alemanha), com aumento de 63 vezes. Vinte

fotografias de cada material foram obtidas com o mesmo aumento, escaneadas em preto e

branco e analisadas no programa Adobe Photoshop versão 4.0. O número total de pixels

(pontos) de toda a área foi calculado, selecionando toda a figura e analisando seu

histograma. A seguir, selecionou-se todos os poros evidenciados pela cor preta e o número

63

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de pixels foi calculado pelo histograma. Dessa forma, a área percentual ocupada pelos

poros foi calculada, utilizando-se a seguinte fórmula matemática:

Área percentual dos poros

4. 2. 4 -Análise estatística

número de pixels dos poros

número de pixels da figura

X 100

Após a obtenção dos dados, os resultados foram submetidos à análise de variância e

as médias comparadas pelo teste de Tukey, em nível de 5% de probabilidade, com objetivo

de verificar as interações significativas ou não.

64

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5- RESULTADOS

5.1 - Rugosidade de superfície

A média dos valores originais (Apêndice) de rugosidade de superficie para

todos os materiais, independente do tratamento, estão ilustrados na Tabela 3 e Figura 9.

Podemos observar que o Alert® apresentou maior rugosidade de superfície, com diferença

estatística quando comparado com os demais materiais (p<O,OS), todos sem diferença

estatística significativa entre si (p>O,OS).

TABELA 3 . Resultados médios da rugosidade superficial {ftm) das resmas compostas,

independente do tratamento.

MATERIAIS MÉDIAS (l.un)

Alert® 0,4351 (0,2212) a

Definite® 0,2416 (0,1367) b

Z!OO® 0,2361 (0,1044) b

Prodigy Condensável® 0,2262 (0,0853) b

Médias seguidas por letras distintas diferem estatisticamente entre si, ao nível de 5%, pelo teste de Tukey ( ) - desvio padrão

Alert Oefinlte Z100 Prodlgy

Barras seguidas por letras distintas diferem entre ao nível de 5% pelo teste de Tukey

FIGURA 9 - Ilustração gráfica dos valores de rugosidade superficial média (~)

para todos os materiais, independente do tratamento.

65

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A Tabela 4 e a Figura 10 trazem os valores médios da rugosidade de superficie

do material Alert®, variando o tratamento de superficie. O valor após a escovação e sem a

aplicação do selante apresentou a maior rugosidade de superficie, diferindo estatisticamente

dos outros tratamentos (p<O,OS). As superficies menos rugosas foram as obtidas antes da

escovação com aplicação do selante e após o repolimento mais aplicação do selante, sem

diferença estatística entre elas (p>O,OS).

TABELA 4 - Resultados médios da rugosidade superficial (fUU) da resma composta Alert",

variando o tratamento de superfície.

TRATAMENTO MÉDIAS (J.l111)

Após escovação I sem selante 0,7303 (0,0942) a

Após escovação I com selante 0,5435 (0,2182) b

Reaplicação do selante 0,5220 (0,2536) b

Antes escovação I sem selante 0,4179 (0,1231) bc

Repolido 0,3579 (0,!036) c d

Antes escovação I com selante 0,2570 (0,0978) de

Repolido +aplicação do selante 0,2169 (0,0742) e

Médias seguidas por letras distintas diferem estatisticamente entre si, ao rúvel de 5%, pelo teste de Tukey ( ) - desvio padrão

Barras seguidas por letras distintas diferem entre ao nível de 5% pelo teste de Tukey

FIGURA 1 O - Ilustração gráfica dos valores médios de rugosidade superficial (J.l111) do Alert®

variando o tratamento de superficie.

66

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Para o material Definite®, como ilustrado na Tabela 5 e Figura 11, a superficie

mats rugosa foi observada após a escovação sem aplicação do selante, sendo diferente

estatisticamente dos outros tratamentos (p<O,OS). Os valores antes da escovação com

selante, antes da escovação sem selante, após repolimento mais aplicação de selante e com

repolimento mostraram os menores índices de rugosidade superficial, sem diferença

estatística entre elas (p>O,OS).

TABELA 5 - Resultados médios da rugosidade superficial (l.un) da resina composta Defmite®,

variando o tratamento de superfície

TRATAMENTO MÉDIAS (gm)

Após escovação I sem selante 0,4961 (0,1255) a

Após escovação I com selante 0,2956 (0,0368) b

Rcaplicação do selante 0,2695 (0,0664) bc

Antes escovação I sem sclante O, 1802 (0,0877) c d

Antes escovação I com sclante O, 1537 (0,0299) d

Repolído + aplicação do sclante 0,1487 (0,0474) d

R e polido 0,1474 (0,0521) d

Médias seguidas por letras distintas diferem estatisticamente entre si, ao nível de 5%, pelo teste de Tukey ( ) - desvio padrão

Barras seguidas por letras distintas diferem entre ao rdvcl de 5% pelo teste de Tukey

FIGURA 11 - Ilustração gráfica dos valores médios de rugosidade superficial (fUII) do Definite®

variando o tratamento de superfície.

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As superfícies mais rugosas para o material Z 100® foram medidas após a

escovação com e sem selante e após a reaplicação do selante, sem diferença estatística entre

si (p>O,OS), como ilustrado na Tabela 6 e Figura 12. As superfícies menos rugosas foram

obtidas antes da escovação com e sem selante e após repolimento e repolimento mais

aplicação de selante, sem diferença entre si, porém com valores inferiores aos demais

(p<O,OS).

® TABELA 6 - Resultados médios da rugosidade superficial (j.Ull) da resma composta ZlOO ,

variando o tratamento de superfície.

TRATAMENTO

Após escovação I sem selante

Reaplicação do selante

Após escovação I com sclante

Antes escovação I sem sclante

Antes escovação I com selante

Repolido

Repolido + aplicação do selante

MÉDIAS (f.tm)

0,3428 (0,0841) a

0,3387 (0,0600) a

0,3331 (0,0565) a

0,1863 (0,0595) b

O, 1732 (0,0395) b

0,1451 (0,0364) b

0,1337 (0,0230) b

Médias seguidas por letras distintas diferem estatisticamente entre si, ao nível de 5%, pelo teste de Tukcy ( ) - desvio padrão

Barras seguidas por letras distintas diferem entre ao túvel de 5% pelo teste de Tukey

FIGURA l2 - Ilustração gráfica dos valores médios de rugosidade superficial (~tm) do ZIOO®

variando o tratamento de superfície.

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A Tabela 7 e Figura 13 mostram os resultados da rugosidade de superfície do

material Prodigy Condensável®_ As superfícies mais rugosas foram medidas após

reaplicação do selante, após a escovação com e sem selante e antes da escovação sem

selante. Esta última, porém, não demonstrou diferença estatisticamente significante das

superfícies menos rugosas: antes da escovação com selante, após repolimento e após

repolimento mais aplicação de selante (p<O,OS).

TABELA 7 - Resultados médios da rugosidade superficial (J.Lm) da resma composta Prodigy

Condensável®, variando o tratamento de superfície.

TRATAMENTO MÉDIAS (J.tm)

Reaplicação do selante 0,2977 (0,0710) a

Após escovação I com selante 0,2960 (0,0920) a b

Após escovação I sem selante 0,2782 (0,0678) a b

Antes escovação I sem selante 0,2107 (0,0591) a b c

Antes escovação I com selante 0,1973 (0,0604) b c

Repolido O, 1757 (0,0394) c

Repolído + aplicação do selante 0,1278 (0, 1013) c

Médias seguidas por letras distintas diferem estatisticamL"llte entre si, ao nível de 5%, pelo teste de Tukey ( ) - desvio padrão

Barras seguidas por letras distintas diferem entre ao nível de 5% pelo teste de Tukey

FIGURA 13 - Ilustração gráfica dos valores médios de rugosidade superficial (J.Lm) do Prodigy

Condensável®, variando o tratamento de superfície.

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A Tabela 8 e Figura 14 mostram os valores de rugosidade superficial dos

diferentes tratamentos, independente da resina composta. Os resultados mostram que a

superfície mais rugosa foi obtida após escovação sem selante, com diferença

estatisticamente significante para os outros tratamentos (p<0,05). As superfícies mais lisas

foram obtidas após o repolimento, antes da escovação com selante e após polimento mais

aplicação de selante, sem diferença estatística entre elas (p>0,05).

TABELA 8 - Resultados médios da rugosidade superficial (f!m) dos diferentes tratamentos,

independente da resina composta.

TRATAMENTO MÉDIAS (fU11)

Após escovação I sem selante 0,4618 (0,1986) a

Após escovação I com selante 0,3670 (0, 1577) b

Reaplicação selante 0,3570 (0,1667) b

Antes escovação I sem selante 0,2488 (0,1296) c

Repolido 0,2065 (0,1084) c d

Antes escovação I com selante 0,1953 (0,0718) c d

Repolido + aplicação do selantc 0,1568 (0,0568) d

Médias seguidas por letras distintas diferem estatisticamente entre si, ao túvel de 5%, pelo teste de Tukey ( ) - desvio padrão

Barras seguidas por letras distintas diferem entre ao nível de 5% pelo teste de Tukey

FIGURA 14 - Ilustração gráfica dos valores médios de rugosidade superficial {ftm) dos diferentes

tratamentos, independente do materiaL

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A Tabela 9 e Figura 15 mostram os valores de rugosidade de superfície antes

da escovação, sem aplicação do selante. O Alert® apresentou a superfície mais rugosa, com

diferença estatística para os outros materiais (p<0,05). As resinas Prodigy Condensável®,

Z100® e Defínite® não mostraram diferença estatística entre si (p>0,05).

TABELA 9 - Resultados médios da rugosidade superficial (IJ.m) das resinas compostas,

antes da escovação e sem aplicação do selante de superfície.

MATERIAIS MÉDIAS (IJ.m)

Alert 0,4179 (0,1231) a

Prodigy Condensável 0,2107 (0,0591) b

ZIOO O, 1863 (0,0595) b

Defínite O, 1802 (0,0877) b

Médias seguidas por letras distintas diferem estatisticamente entre si, ao nível de 5%, pelo teste de Tukey ( ) - desvio padrão

0,8 iii 'ü 'E 0,6 Cl) Q, :I 1/1

Ê Ql 0,4 't:l :L

"' -'t:l 'iii

0,2 o Cll :I

0::: o

Alert Prodigy Z100 Deflnite

Barras seguidas por letras distintas diferem entre ao nível de 5% pelo teste de Tukey

FIGURA 15 - Ilustração gráfica dos valores médios de rugosidade superficial (!.un) das resmas

compostas, antes da escovação e sem aplicação do selante de superfície.

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Os valores de rugosidade de superficie antes da escovação com aplicação do

selante estão demonstrados na Tabela 10 e Figura 16. O Alert® apresentou novamente a

superflcie mais rugosa, porém sem diferença estatística para o Prodigy Condensável® e

Zl 00® (p>O,OS). O Definite® apresentou a superficie mais lisa, diferente do Alert®

(p<O,OS), mas sem significância estatística para o Prodigy Condensável® e ZIOO®_

TABELA I O - Resultados médios da rugosidade superficial (J..lm) das resinas compostas,

antes da escovação e com aplicação do selante de superficie.

MATERIAIS MÉDIAS (J..lm)

Alert 0,2570 (0,0978) a

Prodigy Condensável 0,1973 (0,0591) a b

ZlOO O, 1732 (0,0395) a b

Defini te 0,1537 (0,0299) b

Médias seguidas por letras distintas diferem estatisticamente entre si, ao nível de 5%, pelo teste de Tukey ( ) - desvio padrão

Alert Prodigy Z100 Dellnlte

Barras seguidas por letras distintas diferem entre ao nível de 5% pelo teste de Tukey

FIGURA 16 - Ilustração gráfica dos valores médios de rugosidade superficial (j.Ull) das resmas

compostas, aníes da escovação e com aplicação do selaníe de superfície.

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Novamente, o Alert® apresentou maiOr rugosidade de superficie após a

escovação sem aplicação do selante, como ilustrado na Tabela 11 e Figura 17. Tal resultado

foi estatisticamente diferente dos demais materiais (p<O,OS). As superficies mais lisas

foram obtidas com o Zl oo"' e o Prodigy Condensável®, sem diferença estatística entre elas

(p>0,05)

TABELA 11 - Resultados médios da rugosidade superficial (J..lm) das resinas compostas,

após a escovação e sem aplicação do selante de superficíe.

MATERIAIS MÉDIAS (f!m)

Alert O, 7303 (0,0942) a

Defini te 0,4961 (0,1255) b

ZlOO 0,3428 (0,0841) c

Prodigy Condensável 0,2782 (0,0678) c

Médias seguidas por letras distintas diferem estatisticamente entre si, ao nível de 5%, pelo teste de Tukey ( ) - desvio padrão

Cii ·;:; 'E 8. " .. -., E

'O :L .. -'O ·c;; o

"' :::1 0::

A ler! Definite Z100 Prodigy

Barras seguidas por letras distintas diferem entre ao nível de 5% pelo teste de Tukey

FIGURA 17 - Ilustração gráfica dos valores médios de rugosidade superficial (J..lm) das

resinas compostas, após a escovação e sem aplicação do selante de superficie.

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A Tabela 12 e Figura 18 mostram os valores de rugosidade de superfície

após escovação com aplicação do selante. As resinas compostas ZlOO®, Prodigy

Condensável® e Defínite ® mostraram os menores valores de rugosidade de superfície, sem

diferença estatística entre si (p>0,05), mas com valores inferiores ao do Alert® (p<0,05).

TABELA 12 - Resultados médios da rugosidade superficial (J.lm) das resinas compostas,

após a escovação e com aplicação do se1ante de superficie.

MATERIAIS MÉDIAS

Alert 0,5435 (0,2182) a

ZlOO 0,3331 (0,1255) b

Prodigy Condensável 0,2960 (0,0920) b

Defini te 0,2956 (0,0368) b

Médias seguidas por letras distintas diferem estatisticamente entre si, ao nível de 5%, pelo teste de Tukey ( ) - desvio padrão

Alert Z100 Prodigy Definite

Barras seguidas por letras distintas diferem entre ao nível de 5% pelo teste de Tukey

FIGURA 18 - Ilustração gráfica dos valores médios de rugosidade superficial (J.lm) das

resinas compostas, após a escovação e com aplicação do selante de superficie.

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Os valores de mgosidade de superficie após o repolimento estão demonstrados

na Tabela 13 e Figura 19. O Alert® apresentou valores superiores de rugosidade de

superficie, estatisticamente diferente dos demais materiais (p<0,05), os quais, entre si, não

apresentaram diferença (p>O,OS).

TABELA 13 - Resultados médios da mgosidade superficial ([.tm) das resinas compostas,

após o repolimento.

MATERIAIS MÉDIAS (f.tm)

Alert 0,3579 (0, l 036) a

Prodigy Condensável O, 1757 (0,0394) b

Definite O, 1474 (0,0521) b

Z100 0,1451 (0,0364) b

Médias seguidas por letras distintas diferem estatisticamente entre si, ao nível de 5%, pelo teste de Tnkey ( ) desvio padrão

Ale r! Prodigy Definite Z100

Barras seguidas por letras distintas diferem entre ao nível de 5% pelo teste de Tukey

FIGURA 19 - Ilustração gráfica dos valores médios de rugosidade superficial ([.tffi) das

resinas compostas, após o repolimento.

75

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A Tabela 14 e Figura 20 mostram os valores de rugosidade de superficie após a

reaplicação do selante de superficie. Novamente, o Alert® apresentou os maiores valores de

rugosidade de superficie, com diferença estatística para os outros materiais (p<0,05).

ZIOO®, Prodigy Condensável® e Definite® não apresentaram diferença estatística entre si

(p>O,OS).

TABELA 14 - Resultados médios da rugosidade superficial (f.!m) das resinas compostas,

após a reaplicação do selante de superficie.

MATERIAIS MÉDIAS (f.!m)

Alert 0,5220 (0,2536) a

ZlOO 0,3387 (0,0600) b

Prodigy Condensável 0,2977 (0,0710) b

Definite 0,2695 (0,0664) b

Médias seguidas por letras distintas diferem estatisticamente entre si, ao nível de 5%, pelo teste de Tukey ( ) desvio padrão

Alert Z100 Prodigy Deflnite

Barras seguidas por letras distintas diferem entre ao nível de 5% pelo teste de Tukey

FIGURA 20 - Ilustração gráfica dos valores médios de rugosidade superficial (~-trn) das

resinas compostas, após a reaplicação do selante de superficie.

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Como ilustrado na Tabela 15 e Figura 21, Alert® e Definite® apresentaram os

maiores valores de rugosidade de superficie após o repolimento mais aplicação de selante,

sem diferença estatística entre eles (p>0,05). O Definite® também não mostrou diferença

estatisticamente significante quando comparado com o ZlOO® e Prodigy Condensável@

TABELA 15 - Resultados médios da rugosidade superficial (!lm) das resinas compostas,

após o repolimento e reaplicação do selante de superficie.

MATERIAIS MÉDIAS (!lm)

Alert 0,2169 (0,0742) a

Definite 0,1487 (0,0474) a b

Z100 0,1337 (0,0230) b

Prodigy Condensável 0,1278 (0,0101) b

Médias seguidas por letras distintas diferem estatisticamente entre si, ao nível de 5%, pelo leste de Tukey ( ) - desvio padrão

Alert Definite Z100 Prodlgy

Barras seguidas por letras distintas diferem entre ao nível de 5% pelo teste de Tukcy

FIGURA 21 - Ilustração gráfica dos valores médios de rugosidade superficial (tJ.m) das

resinas compostas, após o repolimento e reaplicação do selante de

superficie.

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5.2 - Análise em microscopia eletrônica de varredura

A Figura 22 mostra imagens da resina Alert® em microscopia eletrônica de

varredura com aumento de 1000 vezes, onde podemos observar a superlicie dos corpos-de­

prova antes (A e B) e após a escovação (C e D). Houve maior exposição das partículas de

carga e das fibras de vidro após a escovação, principalmente nos corpos-de-prova que não

receberam o selante de superficie (C). O repolimento (E) e a reaplicação do selante de

superficie (F) recuperaram parte do aspecto inicial de lisura superficial, enquanto o

repolimento associado ao selante (G) promoveu a superficie mais homogênea.

Na Figura 23, podemos observar que escovação mecânica promoveu desgaste

na superficie do Definite®, causando deslocamento de partículas de carga (C e D), quando

comparados com os corpos-de-prova não escovados (A e B). O repolimento recuperou

parcialmente a superficie (E) e a cobertura com a matriz orgânica presente no selante de

superficie promoveu, também, superficie mais lisa (F e G).

As características do Prodigy Condensável® são demonstradas na Figura 24. Os

corpos-de-prova analisados antes da escovação {A e B) e após o repolimento (E)

apresentaram características semelhantes. A escovação mecâni.ca promoveu desgaste mais

uniforme na superfície do compósito, sem grandes diferenças entre estar ou não com o

selante (C e D). O repolimento associado com o selante promoveu superfície mais uniforme

( G) do que a superfície somente com selante (F).

Na Figura 25, o ZlOO® demonstrou características superficiais semelhantes

antes da escovação (A e B) e após o repolimento (E) e reaplicação do selante (F). A

escovação promoveu desgaste no compósito (C e D) enquanto a superficie mais homogênea

foi observada quando associou o repolimento mais aplicação do selante de superfície (G).

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FIGURA 22 - Análise em microscopia eletrônica de varredura do Alert® (I 000 vezes): A - antes da

escovação sem selante; B - antes escovação com selante; C - após escovação sem selante;

D - após escovação com selante; E - repolido; F- aplicação selante; G- Repolido mais

aplicação de selante.

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FIGURA 23 - Análise em microscopia eletrônica de varredura do Definite® (lOOOx): A- antes da

escovação sem selante; B - antes escovação com selante; C - após escovação sem

selante; D - após escovação com selante; E - repelido; F- aplicação selante; G­

Repolido mais aplicação de selante

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FIGURA 24 - Análise em microscopia eletrônica de varredura do Prodigy Condensável® (l OOOx): A

- antes da escovação sem selante; B - antes escovação com selante; C - após

escovação sem selante; D - após escovação com selante; E - repolido; F- aplicação

selante; G- Repolido mais aplicação de selante

81

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FIGURA 25 - Análise em microscopia eletrônica de varredura do ZlOO (lOOOx): A - autes da

escovação sem selante; B - antes escovação com selante; C - após escovação sem

selante; D - após escovação com selante; E - repolído; F- aplicação selante; G­

Repolido mais aplicação de selante

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5.3 - Porosidade

Os valores referentes à presença de poros estão demonstrados na Tabela 16 e

Figura 26. Podemos observar que o Alert® exibiu maior número de poros, estatisticamente

diferente dos outros materiais (p<0,05). Os compósitos Definite® e ZIOO® apresentaram

menor número de poros, sem diferença estatística entre eles (p>0,05). O Prodigy

Condensável® apresentou valores intermediários.

TABELA 16 - Resultados médios da porosidade das resmas compostas, expresso em

número de poros.

MATERIAIS NÚMERO DE POROS

Alert 14,90 (4,48) a

Prodigy Condensável 10,25 ( 4,58) b

Definite 4,05 (2,18) c

ZlOO 3,00 (2,15) c

Médias seguidas por letras distintas diferem estatisticamente entre si, ao 11ívcl de 5%, pelo teste de Tukcy ( ) - desvio padrão

Alert Prodigy Definite Z100

Barras seguidas por letras disti11tas diferem entre ao nível de 5% pelo teste de Tukey

FIGURA 26 Ilustração gráfica dos valores médios de porosidade das resinas compostas,

expresso em número de poros.

83

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A Tabela 17 e a Figura 27 mostram os valores referentes à área percentual

ocupada pelas porosidades dentro da área analisada. Os resultados demostram que o Alert®

apresentou maior àrea percentual de poros, estatisticamente diferente dos demais materiais

(p<O,OS). O Prodigy Condensàvel® apresentou a segunda maior área percentual ocupada

pelos poros, com diferença estatística para o ZIOO® e Definite® (p<O,OS), que não

apresentaram diferenças estatísticas entre si (p>O,OS).

TABELA 17 - Resultados médios da porosidade das resinas compostas, expresso em área

percentual ocupada pelos poros.

MATERIAIS

Alert

Prodi!:,'Y Condensàvel

ZIOO

Definite

PORCENTAGEM DA ÁREA DOS POROS(%)

0,779 (0,351) a

0,477 (0,117)

0,237 (0, 142)

O, 103 (0,049)

b

c

c

Médias seguidas por letras distintas diferem estatisticamente entre si, ao nível de 5%, pelo teste de Tukey ( ) - desvio padrão

Alert Prodigy Z100 Definite

Barras segnídas por letras distintas diferem entre ao nível de 5% pelo teste de Tnkey

FIGURA 27 - Ilustração gráfica dos valores médios de porosidade das resinas compostas,

expresso em percentual da àrea ocupada pelos poros.

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5.4 - Fotografias em lupa estereoscópica

A Figura 28 ilustra a superficie interna dos compósitos, obtida em lupa

estereoscópica ( 64 vezes), onde foi possível analisar o número e a área ocupada pelos

poros.

FIGURA 28 - Fotografias obtidas em lupa estereoscópica, com aumento de 64 vezes, dos

compósitos: A- Alert®; B - Definite®; C - Prodigy Condensável® e D­

ZJOO@

85

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6 - DISCUSSÃO

A resina composta é considerada um dos materiais que mais evoluiu nos

últimos anos, e sua utilização clínica tem aumentado significativamente, graças às suas

excelentes propriedades e condições estéticas. Desde seu desenvolvimento, no início dos

anos 60 por BOWEN (1963), esse material sofreu transformações na sua composição, o que

culminou no surgimento de produtos mais estéticos e com melhores propriedades fisicas e

mecânicas, quando comparado às formulações originais.

Segundo GOLDSTEIN & LERNER (1991), a abrasão causada pela escovação

dental pode comprometer o acabamento e polimento das restaurações de resina composta,

provocando desgaste e aumentando a rugosidade superficial do compósito, como mostrado

por VAN DIJKEN et al. (1983) e BOER et al. (1985). Uma superficie rugosa interfere no

brilho e na estética do material (O'BRIEN et al., 1984; TANOUE et al., 2000) e, de acordo

com WAERHAUG (1956) e LEITÃO & HEGDA.Ill., (1981), facilita o acúmulo de placa

bacteriana. Por outro lado, as formas propostas para recuperar a lisura superficial perdida

por processos abrasivos são, ainda, escassas na literatura.

Na tentativa de minimizar este problema, foram desenvolvidos os glazes para

resina composta (BAYNE et al. 1994), baseados no Bis-GMA e metilmetacrilato cuja

efetividade dependia, segundo O'BRIEN et al. (1978), da habilidade em penetrar nas

irregularidades superficiais. GARMAN et a!. (1977) relataram que as resinas cobertas com

glazes apresentavam maior lisura superficial e que não necessitavam de reglazeamento após

um ano da confecção das restaurações. Contrários a este entendimento, ITOH et al. (1981)

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e LAMBRECIDS & V ANHERLE (1982) demonstraram que a camada de glaze não

promovia bom desempenho clinico do compósito, devido à falha na retenção química ou

mecânica causada pela grande contração de polimerização deste material. Desta forma, a

eficácia do glaze deveria ser considerada como temporária.

Com a evolução das resinas compostas, promovendo maior lisura superficial, o

glaze deixou de ser utilizado. Porém DICKINSON et ai. (1990) avaliaram um selante de

superficie experimental, consistindo de Bis-GMA, TEGDMA e THFMA, cuja função seria

preencher os defeitos microestruturais da superficie do compósito. De acordo com

LEINFELDER (1991) e SMALL (1998) era possível diminuir a taxa de desgaste da resina

composta em torno de 50%.

A Tabela 3 e a Figura 9 mostram que, independente do tratamento, o Alert®

apresentou maior rugosidade superficial, quando comparado com os demais materiais

estudados. Quando se analisaram os materiais dentro de cada tratamento (Tabelas 9, 11, 12,

13, 14 e Figuras 15, 17, 18, 19 e 20) o padrão de comportamento foi o mesmo. Tal fato

ocorreu, provavelmente, pela presença de fibras de vidro na sua composição, medindo 6f..lm

de diâmetro por 60 a 80f..lffi de comprimento (LEINFELDER & PRASAD, 1998), as quais

deixariam a superficie menos homogênea e mais rugosa, como ilustrado na Figura 22 (A e

D). Porém, antes da escovação e com a aplicação do selante de superficie (Tabela 10 e

Figura 16), não houve diferença estatística entre o Alert® e o Prodigy Condensável® ou

ZlOO®. Após o repolimento e reaplicação do selante de superficie (Tabela 15 e Figura 21),

o material não apresentou rugosidade diferente estatisticamente ao Definite®.

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Tais resultados confirmam os relatos feitos por RATANAPRIDAKUL et al.

(1989), MAIR et al. (1996) e SODERHOLM & RICHARDS (1998) os quais afirmam que

compósitos contendo partículas pequenas seriam mais resistentes ao desgaste superficial

por apresentarem superficie mais homogênea, ou sl'<ia, menor protrusão das partículas na

superficie do compósito, resultando em menor fiicção e abrasão do material. Como, à

exceção do Alert®, as outras resinas estudadas continham, em média, partículas menores

(Z100®: l~m*; Definite®: 0,8~m* e Prodigy Condensável®: 0,6~m*) e apresentavam

menor rugosidade superficial, tal afirmação foi confirmada neste estudo.

As resinas compostas ZlOO®, Definite® e Prodígy Condensável® apresentaram

valores semelhantes de rugosidade superficial, com exceção da leitura realizada após a

escovação dos corpos-de-prova não selados, onde o Definite ® apresentou maior rugosidade

(Tabela 11 e Figura 17). Isto pode ter ocorrido pela maior abrasão da matriz caracteristica

do material, conhecido como matriz Ormocer. Tal fato está de acordo com o relato de

KAWAI et al. (1998) que comprovam que a resistência à abrasão é influenciada pela

composição monomérica do material.

O efeito da escovação mecânica e da aplicação do selante de superficie,

independentemente da resina composta, mostra que antes da escovação, o selante de

superficie não foi capaz de diminuir a rugosidade superficial (Tabela 8 e Figura 14). Por

outro lado, o processo de escovação aumentou a rugosidade dos materiais, porém a

superficie onde o selante foi aplicado manteve-se menos rugosa que a superficie não

* informações dos fabricantes

89

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selada. Isto comprova os trabalhos de RATANAPRIDAKUL et al. (1989), DICKINSON et

al. (1990) e KAWAI & LEINFELDER (1993) que mostram que a aplicação de resina

fluída, sem carga, foi capaz de aumentar a resistência ao desgaste das resinas compostas.

Isto poderia ser explicado, provavelmente, pela presença de uma cobertura orgânica mais

espessa nos compósitos selados, a qual se desgastaria pelos processos de abrasão, adiando

a exposição das partículas de carga do compósito subjacente.

Para o Alert®, o selante de superficie foi eficaz em diminuir a rugosidade antes

e após a escovação quando comparado com a superficie não selada (Tabela 5 e Figura 11).

Como ilustrado na Figura 22 (B e D), o selante foi capaz de cobrir parcialmente as

partículas de carga extruídas. Tal resultado comprova os relatos de STODDARD &

JOHNSON (1991) e BAYNE et al. (1994), os quais afirmam que selantes de superficie só

são efetivos em diminuir a rugosidade superficial e aumentar a resistência ao desgaste nos

compósitos com grandes partículas de carga. Segundo LEINFELDER & PRASAD (1998),

o Protect-lt® foi eficaz em preencher e selar as microrrachaduras presentes na matriz de

policarbonato dimetacrilato (PCDMA), constituinte do Alert®, melhorando a lisura da

superficie.

Para a resina Definite®, o selante só foi efetivo após a escovação (Tabela 5 e

Figura 11 ), provavelmente pela diminuição do desgaste da matriz orgânica Ormocer, como

visualizado na Figura 23 (A a D). Para o Z100®, a escovação mecânica também aumentou a

rugosidade superficial, porém, a aplicação do selante não teve efeito recuperador neste

material (Tabela 6 e Figura 12), como visualizado na Figura 25 (A a D). Isto pode ser

explicado, em razão de sua carga inorgânica se consistir de partículas esféricas de sílica,

circundadas por grãos de zircônio. Tais grãos tenderiam a absorver energia, evitando ou

Qn

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abrandando a fonnação e propagação de fendas superficiais no material, durante o

acabamento, polimento e mastigação (KAUFMAN, 1994). O Prodigy Condensáve1® não

apresentou alteração na rugosidade superficial após a escovação (Tabela 7 e Figura 13),

provavelmente, pelo tamanho diminuído das partículas de carga (0,6 IJ.m), sendo mais

resistentes à abrasão (RATANAPRIDAKUL et al., 1989; KAWAI & LEINFELDER, 1993;

MAIR et al.; 1996; SODERHOLM & RICHARDS, 1998). A superficie pode ser

visualizada na Figura 24 (A a D).

Desta fonna, concordamos com SUZUKI et al. (1995), LEINFELDER (1987) e

KAWAI et ai. (1998) que acreditam que a fonna e tamanho das partículas, composição da

matriz resinosa, interface matriz/partícula, grau de polimerização e dureza do compósito

interferem na resistência à abrasão das resinas compostas. Segundo LEINFELDER et al.

(1980), quanto maior e mais protruídas as partículas de carga, a energia gerada pelos

processos de abrasão seriam transmitidas diretamente à matriz circundante, gerando

mícrofendas que poderiam se propagar e causar o desprendimento das partículas,

aumentando a rugosidade e potencializando, ainda mais, o processo de desgaste da

restauração.

Alguns trabalhos, como o de DICKINSON & LEINFELDER (1993), mostram

que o selante de superficie foi efetivo em penetrar e preencher os defeitos mícroestruturais,

reduzindo a taxa de desgaste e melhorando a integridade marginal das resinas compostas.

Segundo KAWAI & LEINFELDER (1993), os selantes penetram numa profundidade de 1

a 21J.m. Pelos nossos resultados, o selante de superficie somente foi eficaz em diminuir a

abrasão para os materiais Alert® e Definite®.

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O número de ciclos utilizados foi baseado no trabalho de AKER (1982) que

realizou 16.000 ciclos de escovação para cada corpo-de-prova durante urna hora, o que

corresponderia a 22 impactos da escova sobre os dentes, duas vezes por dia durante um

ano. Neste trabalho foram realizados 30.000 ciclos para cada corpo-de-prova, durante duas

horas, o que corresponderia a aproximadamente dois anos de escovação na cavidade bucal.

LEITÃO & HAGDAHL (1981), descreveram a rugosidade como fator

importante no fenômeno de superficie, aumentando a área superficial, afetando a fricção e

possibilitando a retenção mecânica de materiais constituintes da placa dental. Neste sentido,

avaliamos o efeito de três métodos para recuperação da lisura superficial após o processo

abrasivo: repolimento, reaplicação do selante de superficie e associação repolimento +

aplicação do selante.

Pela Tabela 8 e Figura 14 podemos observar que somente o repolimento e a

associação repolimento + selante foram capazes de recuperar as caracteristicas iniciais da

superficie existente antes do processo de escovação, contudo a reaplicação do selante,

proporcionou efeito contrário, promovendo maior rugosidade superficial. Quando se fez a

análise dos materiais Definite® (Tabela 5 e Figura 11), Z100® (Tabela 6 e Figura 12) e

Prodigy Condensável® (Tabela 7 e Figura 13) observou-se o mesmo fenômeno. Como o

desgaste da matriz destes materiais ocorreu de maneira mais uniforme, tendo em vista que

as partículas de carga são menores e mais homogêneas, não houve formação de grandes

fendas na superficie do material, sendo que somente a aplicação do selante de superficie

não promoveu diminuição da rugosidade superficial.

Para o Alert®, o padrão foi o mesmo, com exceção de que após o repolimento

mrus aplicação de selante, a superficie apresentou valores de rugosidade superficial

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inferiores à superficie apenas repolida. SMALL (1998) relatou que os selantes de

superficies deveriam ser reaplicados sobre as superficies das resinas compostas,

especialmente em dentes posteriores. Segundo DICKINSON & LEINFELDER (1993), esta

reaplicação deveria ser feita bianualmente devido ao desgaste do material neste periodo.

Em nosso trabalho, curiosamente, a reaplicação somente do selante não foi capaz de

recuperar o padrão superficial perdido no processo abrasivo, onde a reaplicação do selante

só foi eficaz se o repolimento prévio fosse feito na superficie da resina composta. Os

padrões de relevo superficiais após estes processos são visualizados nas Figuras 22, 23, 24

e 25 (E, F e G).

Outro fator avaliado neste estudo foi a porosidade interna das resinas

compostas, quanto ao número de poros e porcentagem da área ocupada pelos poros, em

relação à área total examinada. A porosidade pode aumentar a abrasão das resinas

compostas em restaurações de classe I, diminuir a resistência à fadiga do material e a

qualidade estética, causando manchamento da restauração (DE GEE, 1979; JORGENSEN,

1980; GOTFREDSEN et al., 1983; JORGENSEN & IDSAMITSU, 1983; OGDEN, 1985;

CHADWICK et al., 1989; LEKKA et al., 1991).

Os valores de porosidade, tanto na contagem do número de poros quanto pelo

cálculo da área percentual ocupada pelos poros, mostraram-se correlacionados, sendo o

Alert® a resina que mostrou maior porosidade, seguida pelo Prodigy Condensável®.

Definite® e Z100® apresentaram menor porosidade, como vistos nas Tabelas 16 e 17 e

ilustrados nas Figuras 26 e 27. As porosidades, segundo LEKKA et al. (1991), BEETZEN

et al. (1993) e FERDINAKIS (1998), são geradas pela entrada de ar durante a manipulação

ou durante os procedimentos de aplicação dos materiais nas cavidades. Devido à alta

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afinidade dos radicais livres pelo oxigênio, a polimerização do material ao redor dos poros

estaria comprometida, culminando em um material com menores propriedades mecânicas.

A Figura 28 representa as fotografias obtidas em lupa estereoscópica para os

quatro materiais estudados. As duas resinas que são específicas para restauração em dentes

posteriores (Aiert® e Prodigy Condensável®) apresentaram maior porosidade. Como o

Alert® contém fibras de vidro e o Prodigy Condensável® contém aditivo reológico, esses

materiais apresentam maior consistência, sendo que esforço de compressão repetitivo era

necessário para condensar e adaptar esses materiais na cavidade. A repetição do processo

de condensação pode ter causado maior incorporação de ar durante adaptação à cavidade.

Dessa forma, procuramos, neste trabalho avaliar o efeito do selante de

superficie e da escovação mecânica sobre a rugosidade de quatro compósitos odontológicos

utilizados para restauração em dentes posteriores. Segundo RUDELL et al. (1999) e

SUZUKI (1999), para que os compósitos pudessem substituir o amálgama de prata,

deveriam apresentar propriedades mecânicas comparáveis aos compósitos híbridos.

Assim, de maneira geral, as resinas compostas estudadas apresentaram variados

niveis de abrasão provocada pela escovação, à exceção do Prodigy Condensável®. O

Alert®, dentre as resinas estudadas, apresentou maior rugosidade superficial, o que

implicaria na utilização de um selante de superficie sobre este material. O selante retardou

o desgaste do Alert® e Definite® e para os outros compósitos não foi efetivo. O melhor

método para diminuição da rugosidade superficial após processo de desgaste, seria o

repolimento, associado à aplicação do selante, especialmente para o Alert®. Todas as

resinas apresentaram algum grau de porosidade, sendo o Alert® a mais porosa.

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7-CONCLUSÃO

Com base nos resultados podemos concluir que:

1. Houve aumento da rugosidade superficial de todos os compósitos após o

ensaio de escovação, à exceção do Prodigy Condensável®.

2. Entre as resinas estudadas, o Alert® apresentou maior rugosidade superficial;

3. O selante de superficie diminuiu a rugosidade provocada pela escovação

para o Alert® e Definite®, sem promover efeito nos materiais ZlOO® e Prodigy

Condensável®;

4. O melhor método de recuperação da lisura superficial após desgaste abrasivo

provocado pela escovação foi o repolimento, podendo associá-lo a aplicação do selante,

especialmente para o Alert®;

5. Dentre todas as resinas estudadas, a maior porosidade foi obtida para o

Alert®, seguido pelo Prodigy Condensável®, quando comparados com o Definite® e ZlOO®.

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lAO

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APÊNDICE

Valores originais de rugosidade superficial

TABELA 18: Valores originais da rugosidade média de superficie (em

micrometros) da resina composta Alert®:

Corpo- Antes Antes Após Após Reaplicação Repelido Repelido

de- escovação escovação Escovação escovação do e aplicado

prova sem selante com selante sem selante com selante selante selante

1 0,3529 0,3188 0,7916 0,7206 0,6772 0,3208 0,1705

2 0,3041 0,4885 0,6909 0,8087 0,9615 0,1835 0,1223

3 0,5827 0,2187 0,8134 0,8873 0,8624 0,5361 0,3357

4 0,5365 0,1698 0,6975 0,2657 0,3486 0,3662 0,1919

5 0,3019 0,1861 0,6667 0,4135 0,3410 0,4656 0,1609

6 0,4791 0,2866 0,8597 0,5636 0,4925 0,3989 0,3191

7 0,3749 0,1621 0,8375 0,2411 0,1251 0,3725 0,1609

8 0,2214 0,1994 0,7529 0,3972 0,5109 0,2177 0,2878

9 0,4784 0,2464 0,5466 0,5768 0,5355 0,3586 0,2419

10 0,5473 0,2939 0,6769 0,5609 0,3654 0,3600 0,1786

média 0,41792 0,25703 0,73337 0,54354 0,52201 0,35799 0,21696

103

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Corpo-

de-

prova

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

média

TABELA 19: Valores da rugosidade média de superficie (em rnicrometros) da

resina composta Definite ®:

Antes Antes Após Após Reaplicação Repolido Repolido

Escovação escovação escovação escovação do e aplicado

sem selante com selante sem selante com selante se! ante sei ante

0,1466 0,1709 0,3556 0,3303 0,3578 0,1209 0,1447

0,1076 0,1915 0,3822 0,2921 0,1850 0,0877 O, 1116

0,1302 0,1358 0,7059 0,2188 0,2398 0,2036 0,1709

0,1284 0,1783 0,4994 0,2659 0,2395 0,0965 0,1145

0,1794 O, 1830 0,3515 0,2993 0,3372 0,2479 0,2584

0,1093 0,1520 0,5270 0,3122 0,2932 0,1487 0,1114

O, 1440 0,0916 0,4091 0,2835 0,2728 0,1503 0,1345

0,3310 0,1282 0,5684 0,3540 0,3641 0,1910 O, 1881

0,1765 O, 1486 0,4919 0,2870 0,1984 0,1034 0,1033

0,3496 0,1572 0,6708 0,3129 0,2072 0,1241 0,1498

0,18026 0,15371 0,49618 0,2956 0,2695 0,14741 0,14872

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TABELA 20: Valores da rugosidade média de superficie (em micrometros) da

resina composta Prodigy Condensável®:

Corpo- Antes Antes Após Após Reaplicação Repolido Repolido

de- escovação escovação escovação escovação do e aplicado

prova sem selante com selante sem selante com selante sei ante selante

1 0,2573 0,2176 0,2571 0,3429 0,2611 0,1628 0,1180

2 0,1152 0,1086 0,1836 0,3330 0,2667 0,1610 0,1447

3 0,2571 0,2253 0,3040 0,2196 0,3378 0,2236 0,1370

4 0,1529 0,1602 0,2589 0,1897 O, 1816 0,1456 0,1339

5 0,2682 0,2435 0,2559 0,4395 0,3970 0,1677 0,1219

6 0,2352 0,1802 0,2803 0,1799 0,3128 0,1465 O, 1401

7 0,1478 0,2989 0,3659 0,3817 0,3632 0,1351 0,1210

8 0,2631 0,2223 0,3879 0,2910 0,2643 0,1642 0,1238

9 0,2497 0,1032 0,3096 0,2081 0,2172 0,1882 0,1158

10 0,1605 0,2136 0,1790 0,3755 0,3760 0,2626 0,1224

média 0,2107 0,19734 0,27822 0,29609 0,29777 0,17573 0,12786

105

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TABELA 21: Valores da rugosidade média de superficie (em micrometros) da

resina composta Z 1 00®:

Corpo- Antes Antes Após Após Reaplicação Repolido Repolido

de- escovação escovação escovação escovação do e aplicado

prova sem selante com selante sem selante com selante selante sei ante

1 0,1776 0,1686 0,4005 0,3042 0,2960 0,1306 0,1223

2 0,1114 0,2097 0,3892 0,3112 0,3354 0,1705 0,1368

3 0,2814 0,1304 0,3616 0,3363 0,3305 O, 1332 O, 1315

4 O, 1837 0,1478 0,2658 0,3622 0,3355 0,1164 0,1394

5 O, 1634 0,2375 0,3060 0,4306 0,4569 0,1300 0,1080

6 0,1824 0,1580 0,2897 0,3770 0,3960 0,2315 0,1810

7 0,1714 O, 1711 0,3839 0,2257 0,2347 0,1024 0,0964

8 0,1306 O, 1140 0,2588 0,2798 0,3101 0,1422 0,1478

9 O, 1623 0,2221 0,2536 0,3449 0,3183 O, 1648 0,1438

10 0,2991 0,1730 0,5190 0,3597 0,3739 0,1296 0,1301

média 0,18633 0,17322 0,34281 0,33316 0,33873 O, 14512 0,13371

IM

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Análise Estatística - Rugosidade superficial

Transformação das observações segundo raiz (X+ O)

Nome dos fatores:

Fator Nome

A Material

B Tratamento

TABELA 22: Análise da Variância.

Causas da Variação G.L S.Q Q.M. Valor F Prob.>F

Material 1,4524038 0,4841346 79,3479 0,00001

Tratamento 6 2,4637776 0,4106296 67,3007 0,00001

Mat*Trat 18 0,3872925 0,0215162 3,5264 0,00003

Resíduo 252 1,5375561 0,0061014

Total 279 5,8410299

Média Geral= 0,513736 Coeficiente de Variação = 15,205%

TABELA 23: Teste de Tukey para médias de material.

Nome Num.Repet. Médias Médias 5% 1% Originais

Alert 70 0,638378 0,435117 a A

Definite 70 0,474778 0,241626 b B

Z100 70 0,474387 0,236154 b B

Prodigy 70 0,467400 0,226244 b B

Médias seguidas por letras distintas diferem entre si ao nível de signíficância indicado

D.M.S 5% = 0,03371- D.M.S I%= 0,04078

107

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TABELA 24: Teste de Tukey para médias de material dentro de antes da escovação/sem

selante do fator tratamento.

Nome Num.Repet. Médias Médias 5% 1% Originais

Alert IO 0,639722 0,4I7920 a A

Prodigy IO 0,454529 0,2I0700 b B

ZIOO IO 0,427073 O,I86330 b B

Definite 10 0,4I5042 O,I80260 b B

TABELA 25: Teste de Tukey para médias de material dentro de antes da escovação/com

selante do fator tratamento.

Nome Num.Repet. Médias Médias 5% I% Originais

Alert IO 0,499769 0,257030 a A

Prodigy IO 0,43905I O,I97340 ab AB

ZIOO IO 0,413742 O,I73220 ab AB

Definite IO 0,390211 0,153710 b B

TABELA 26: Teste de Tukey para médias de material dentro de após escovação/sem

selante do fator tratamento.

Nome Num.Repet. Médias Médias 5% I% Originais

Alert IO 0,852958 0,730370 a A

Definite IO 0,6994I4 0,496I80 b B

ZIOO IO 0,58I733 0,3428IO c c Prodigy IO 0,523823 0,278220 c c

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TABELA 27: Teste de Tukey para médias de material dentro de após escovação/com

sei ante do fator tratamento.

Nome Num.Repet. Médias Médias 5% 1% Originais

Alert 10 0,722902 0,543540 a A

Z100 10 0,575242 0,333160 b B

Definite 10 0,542695 0,295600 b B

Prodigy 10 0,538012 0,296090 b B

TABELA 28: Teste de Tukey para médias de material dentro de reaplicação do selante do

fator tratamento.

Nome Num.Repet. Médias Médias 5% 1% Originais

Alert 10 0,701303 0,522010 a A

Z100 10 0,579952 0,338730 b B

Prodigy 10 0,542012 0,297770 b B

Definite 10 0,515585 0,269500 b B

TABELA 29: Teste de Tukey para médias de material dentro de repolido do fator

tratamento.

Nome Num.Repet. Médias Médias 5% 1% Originais

Alert 10 0,592177 0,357990 a A

Prodigy 10 0,417048 0,175730 b B

Definite 10 0,378778 0,147410 b B

Z100 10 0,378519 0,145120 b B

109

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TABELA 30: Teste de Tukey para médias de material dentro de repolido +aplicação do

selante do fator tratamento.

Nome Num.Repet. Médias Médias 5% Originais

Alert 10 0,459814 0,216960 a

Definite 10 0,381723 0,148720 ab

ZlOO 10 0,364448 0,133710 b

Prodigy 10 0,357326 0,127682 b

TABELA 31: Teste de Tukey para médias de tratamento

Nome

Após escovação I sem selante

Após escovação I com selante

Reaplicação se1ante

Antes escovação/ sem selante

Repolido

Antes escovação/ com selante

Repolido + aplicação selante

Num.Repet. Médias

40 0,664482

40 0,594713

40 0,584713

40 0,484092

40 0,441631

40 0,435693

40 0,390828

I%

A

A

A

A

Médias 5% 1% Originais

0,461895 a A

0,367098 b B

0,357003 b B

0,248802 c c

0,206563 c d CD

0,195325 c d CD

0,156813 d D

Médias seguidas por letras distintas diferem entre si ao nível de significância indicado

D.M.S 5% = 0,05123 -D.M.S 1% = 0,05980

11()

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TABELA 32: Teste de Tukey para médias de tratamento dentro de Definite do fator tratamento

Nome Nwn.Repet. Médias Médias 5% 1%

Originais

Após escovação I 10 0,699414 0,496180 a A sem selante

Após escovação I 10 0,542695 0,295600 b B com selante

Reaplicação 10 0,515585 0,269500 bc BC se1ante

Antes escovação/ 10 0,415042 0,180260 cd CD sem selante

Antes escovação/ lO 0,390211 0,153710 d D com se1ante

Repolido+ 10 0,381723 0,148720 d D aplicação selante

Repolido lO 0,378778 0,147410 d D

TABELA 33: Teste de Tukey para médias de tratamento dentro de Alert do fator tratamento

Nome Nwn.Repet. Médias Médias 5% 1% Originais

Após escovação I 10 0,852958 0,730370 a A sem selante

Após escovação I 10 0,722920 0,543540 b B com selante

Reap1icação 10 0,701303 0,522010 b BC selante

Antes escovação/ 10 0,639722 0,417920 bc BC sem se1ante

Repolido 10 0,592177 0,357990 cd CD

Antes escovação/ lO 0,499769 0,257030 de DE com selante

Repolido+ 10 0,459814 0,216960 e E aplicação selante

!li

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TABELA 34: Teste de Tukey para médias de tratamento dentro de Z100 do fator tratamento

Nome Num.Repet. Médias Médias 5% 1% Originais

Após escovação I 10 0,581733 0,342810 a A sem se1ante

Reaplicação 10 0,579952 0,338730 a A selante

Após escovação I lO 0,575242 0,333160 a A com selante

Antes escovação/ 10 0,427073 0,186330 b B sem selante

Antes escovação/ !O 0,413742 0,173220 b B com selante

Repolido !O 0,378519 0,145120 b B

Repolido + 10 0,364448 0,133710 b B aplicação selante

TABELA 35: Teste de Tukey para médias de tratamento dentro de Prodigy do fator tratamento

Nome Num.Repet. Médias Médias 5% 1%

Originais

Reaplicação 10 0,5420!2 0,297770 a A se1ante

Após escovação I 10 0,538012 0,296090 a b A com se1ante

Após escovação I lO 0,523823 0,278220 a b AB sem selante

Antes escovação/ lO 0,454529 0,210700 a b c ABC sem selante

Antes escovação/ lO 0,439051 0,197340 b c ABC com selante

Repolido lO 0,417048 0,175730 c BC

Repolido + lO 0,357326 0,127860 c c aplicação selante

'"

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Valores originais- Porosidade

TABELA 36 - Valores originais da quantidade de poros da região interna das resinas

compostas:

Corpo-de-prova Defini te Alert Z100 Prodigy

1 2 16 o 11

2 4 25 3 4

3 3 24 3 7

4 2 18 4 5

5 3 17 2 7

6 2 14 7 9

7 4 15 1 10

8 3 16 8 5

9 1 17 6 4

10 1 7 4 4

11 6 15 2 15

12 8 13 4 13

13 3 11 3 17

14 8 12 2 14

15 4 13 o 13

16 8 11 4 10

17 5 11 1 10

18 6 9 3 19

19 4 15 1 13

20 4 19 2 15

Média 4.05 14.9 3 10.25

113

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TABELA 3 7: Valores originais da porcentagem de área ocupada pelos poros

Corpo-de-prova Definite Alert ZIOO Prodigy

1 0,11 0,38 0,08 0,44

2 0,13 1,15 0,03 0,43

3 0,11 0,38 0,43 0,48

4 0,08 0,83 0,14 0,45

5 0,07 0,38 0,29 0,54

6 0,13 0,41 0,11 0,32

7 o, li 0,83 0,34 0,43

8 0,10 1,05 0,25 0,33

9 0,08 1,44 0,43 0,40

10 0,11 0,69 0,27 0,36

11 0,05 0,59 0,43 0,70

12 0,07 1,15 0,29 0,57

13 0,05 0,78 0,11 0,65

14 0,11 0,62 0,33 0,56

15 0,22 1,03 0,15 0,48

16 0,10 0,87 0,38 0,50

17 0,11 0,69 0,32 0,47

18 0,22 0,78 0,14 0,32

19 0,05 1,10 0,10 0,41

20 0,05 0,43 0,12 0,70

Média 0,103 0,779 0,237 0,477

, "

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Análise Estatística - Porosidade

Contagem do número de poros:

Transformação das observações segundo raiz (X+ O)

Nome dos fatores:

Fator Nome

A Tratamento

TABELA 38: Análise da Variância.

Causas da Variação G.L S.Q Q.M. Valor F Prob.>F

Material 3 64,7793735 21,5931245 49,6637 0,00001

Resíduo 76 33,0438144 0,4347870

Total 79 97,8231879

Média Geral= 2,612893 Coeficiente de Variação = 25,236%

TABELA 39: Teste de Tukey para médias de tratamento.

Nome Num.Repet. Médias Médias 5% 1% Originais

Alert 20 3,818909 14,900000 a A

Prodigy 20 3,117669 10,250000 b B

Definite 20 1,939558 4,050000 c c Z100 20 1,575436 3,000000 c c

Médias seguidas por letras distintas diferem entre si ao ruvel de significância indicado

D.M.S 5% = 0,54849- D.M.S 1% = 0,67234

115

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Area percentual ocupada pelos poros

Transformação das observações segundo arco seno da raiz de X I 100

Nome dos fatores:

Fator Nome

A Material

TABELA 40: Análise da V ariância.

Causas da Variação G.L S.Q Q.M Valor F Prob.>F

Material 3 57,9407772 19,3135924 29,5626 0,00001

Resíduo 36 23,5192542 0,6533126

Total 39 81,4600314

Média Geral- 3,330260 Coeficiente de Variação = 24,271%

TABELA 41: Teste de Tukey para médias de material.

Nome Num.Repet. Médias Médias 5% 1% Originais

Alert 20 4,945704 0,779000 a A

Prodigy 20 3,933312 0,477000 b A

Z100 20 2,645209 0,237000 c B

Definite 20 1,796816 0,103000 c B

Médias seguidas por letras distintas diferem entre si ao nível de significância indicado

D.M.S 5% = 0,97486- D.MS 1% = 1,21154

UN!CAMP

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