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Avaliação forrageira da Aveia-preta (Avena strigosa . Schreb.) e Triticale (Xtriticosecale . Wittimmack) sob corte e pastejo em diferentes épocas de plantio no Norte do Estado do Rio de Janeiro. FERNANDO SILVEIRA FEROLLA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ AGOSTO – 2005

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Avaliação forrageira da Aveia-preta (Avena strigosa. Schreb.)

e Triticale (Xtriticosecale. Wittimmack) sob corte e pastejo em

diferentes épocas de plantio no Norte do Estado do Rio de

Janeiro.

FERNANDO SILVEIRA FEROLLA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE

CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ

AGOSTO – 2005

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Avaliação forrageira da Aveia-preta (Avena strigosa. Schreb.)

e Triticale (Xtriticosecale. Wittimmack) sob corte e pastejo em

diferentes épocas de plantio no Norte do Estado do Rio de

Janeiro.

FERNANDO SILVEIRA FEROLLA

Tese apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade

Estadual do Norte Fluminense, como parte das exigências para obtenção do título de

Mestre em Produção Animal.

Orientador: Prof. Hernán Maldonado Vásquez

CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ

AGOSTO – 2005

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Ninguém é aquilo que diz ser, mas sim fruto de seus atos e realizações.

Reflexões

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Aos meus filhos, Camila, Maria Eduarda, Youssef e Bernardo. Aos meus pais Denina e Luiz Alberto.

A minha esposa Luciana.

DEDICO

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AGRADECIMENTOS

Ao professor Hernán Maldonado Vásquez, pela orientação e

ensinamentos fundamentais para realização deste trabalho.

Ao professor José Fernando Coelho da Silva, pelo tratamento humano

que nos inspira e nos faz continuar.

Ao professor Ricardo Vieira, pelas preciosas informações para o estudo da

fibra na nutrição animal.

Aos amigos Felipe Nogueira Domingues, pela constante ajuda nos

trabalhos de campo e convivência na fase experimental deste trabalho, Adolfo

Antoniol de Moura, pela amizade e dedicação, Fábio Nunes Lista, pela ajuda nos

trabalhos laboratoriais e manipulação dos dados, Renata Cogo Clipes, pela troca

de experiências durante a fase de planejamento e execução deste trabalho,

Rogério Aguiar, responsável pelo setor de forragicultura, pelo acompanhamento

de campo nos momentos de maior necessidade.

Ao colega Cláudio Lombardi, pela forte amizade criada neste período e

grande apoio e ensinamentos nas análises laboratoriais.

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Aos professores da UFRRJ, pela recomendação a esta instituição do meu

nome durante a seleção.

À Universidade Estadual do Norte Fluminense que, sem ela, este curso

não seria possível.

Aos professores Alexandre Pio Viana, pelo total apoio nas análises

estatísticas e ao professor Antonio da Carlos Gama Rodrigues, pelos “puxões de

orelha” na defesa deste projeto.

Aos funcionários do setor de forragicultura do modelo de fazenda:

Amilson, Francisco e Ricardo, pela pronta colaboração.

À bolsista Simony Cristina Ruivo, pelo apoio na realização deste trabalho.

À Secretaria Estadual de Agricultura, Abastecimento, Pesca e

Desenvolvimento do Interior SEAAPI – RJ, pela permissão para a realização deste

curso.

Aos colegas de trabalho Orlando Alves Machado, Rosalvo Guimarães

Fernandez, Luis Eduardo Lyra Gama, Maria Aparecida Andrade e demais

funcionários deste órgão, que se esforçaram para que fosse possível a minha

ausência durante a realização deste trabalho.

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BIOGRAFIA

FERNANDO SILVEIRA FEROLLA, filho de Luiz Alberto Ferolla e Denina

Silveira Ferolla, nascido em 30 de junho de 1965, no Rio de Janeiro – RJ.

Concluiu o Curso de Zootecnia em março de 1988, pela Universidade

Federal Rural do Rio de Janeiro, em Seropédica – RJ, antigo Km 47 da rodovia

Rio – São Paulo Itaguaí – RJ.

Trabalhou na Extensão Rural, pela EMATER – Pr, nos anos de 1989 a

1991, onde trabalhou junto aos produtores rurais do município de Siqueira

Campos – Pr.

Executou a função de administrador na Agropecuária Santa Clara das

Palmeiras Ltda, município de Santa Rita do Jacutinga – MG, nos anos de 1991/92,

atuando como gerente de pessoal, gado leiteiro (Leite B), manejo de pastagem e

gado de corte.

Trabalhou como representante técnico de vendas da distribuidora de

produtos agropecuários Casa do Adubo Ltda, de 1993 a 2001.

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Está, atualmente, lotado no Núcleo de Defesa Sanitária de Macaé, da

Secretaria Estadual de Agricultura, Abastecimento, Pesca e Desenvolvimento do

Interior, onde desenvolve atividades de controle e erradicação de doenças infecto-

contagiosas contidas na lista “A” da OIE, tendo sido admitido por concurso público

em janeiro de 2002.

Admitido em maio de 2003 no Curso de Pós-Graduação em Produção

Animal, em nível de Mestrado, na área de Nutrição Animal – Forragicultura, da

Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), em Campos dos Goytacazes

– RJ, submetendo-se à defesa de tese para conclusão deste curso em junho de

2005.

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CONTEÙDO

RESUMO......................................................................................... xv

ABSTRACT..................................................................................... xvii

1. INTRODUÇÂO........................................................................... 01

2. REVISÂO DE LITERATURA..................................................... 04

2.1. AVEIA-PRETA (Avena strigosa SCHREB.).................. 04

2.1.1 PRODUÇÂO DE MATÈRIA SECA................................. 05

2.1.2 CARACTERÌSTICAS QUALITATIVAS........................... 09

2.2. TRITICALE (Xtriticosecale WITTIMMACK)................... 12

3. MATERIAL E MÈTODOS.......................................................... 18

3.1. ENSAIO EXPERIMENTAL.............................................. 18

3.1.1 LOCALIZAÇÂO............................................................... 18

3.1.2 CARACTERÍSTICAS CLIMÁTICAS................................ 19

3.1.3 DETERMINAÇÃO DA SOMA TÉRMICA........................ 19

3.1.4 CARACTERÍSTICAS DO SOLO..................................... 20

3.1.5 ÁREA E DELINEAMENTO.............................................. 20

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3.1.6 TRATAMENTOS............................................................ 22

3.1.7 COLETA DE AMOSTRAS E ANÁLISES QUÍMICAS.... 23

3.1.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA................................................ 25

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................ 26

4.1. ANÁLISE QUANTITATIVA............................................. 25

4.1.1 PRODUÇÂO DE MATÉRIA SECA................................. 25

4.1.2 COMPOSIÇÃO DA MASSA DE FORRAGEM............... 34

4.2. ANÁLISE QUALITATIVA............................................... 41

4.2.1 COMPOSIÇÃO BROMATOLÓGICA.............................. 41

4.2.2 FRACIONAMENTO DOS CARBOIDRATOS................. 48

4.2.3 FRACIONAMENTO DOS COMPOSTOS PROTÉICOS. 55

5. CONCLUSÕES.......................................................................... 61

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................... 62

7. APÊNDICES............................................................................... 70

1. TABELA CLIMATOLÓGICA 2004.................................. 71

2. CROQUI DA ÁREA EXPERIMENTAL.................................. 74 3. TABELA DE COMPOSIÇÃO BROMATOLÓGICA............... 75 4. TABELA DE COMPOSIÇÃO DA MASSA DE FORRAGEM.76

5. TABELA DE FRAÇÕES DOS CARBOIDRATOS................. 77

6. TABELA DE FRAÇÕES DOS COMPSTOS PROTÉICOS... 78

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LISTA DE TABELAS

1. Esquematização do fracionamento dos compostos protéicos e dos carboidratos.................................................................................................16

2. Cronograma de plantio e datas do 1º, 2º e 3º cortes/pastejos em Aveia-preta

e Triticale......................................................................................................21 3. Resumo da análise de variância para as variáveis: produção de matéria

seca (MS) e relação lâmina foliar/caule + bainha (R lf/c), das gramíneas: aveia-preta e triticale sob corte e pastejo nas épocas de plantio: abril, maio e junho......................................................................................................... 27

4. Valores médios da produção de matéria seca (Kg MS/ha) de Aveia-preta e

Triticale e relação lâmina foliar / caule + bainha em função da época de plantio e do sistema.................................................................................... 28

5. Soma térmica ao primeiro corte/pastejo nas espécies Aveia-preta cv.

EMBRAPA 29 e Triticale cv. IAC 3 no norte do estado do Rio de Janeiro durante o período de abril a setembro de 2004......................................... 34

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6. Resumo da análise de variância para as variáveis: % lâmina foliar (% lf), % de caule + bainha (% c + b), % inflorescência (% inf.) e % matéria seca morta (% MSm.) das gramíneas: Aveia-preta e Triticale sob corte e pastejo nas épocas de plantio: Abril, Maio e Junho................................................ 35

7. Valores médios de porcentagem de lâmina foliar (% lf) e inflorescência (%

inf) na massa forrageira de Aveia-preta e Triticale em função: da espécie (Sp.), do sistema (Sis.) e as épocas de plantio (Épc.): Abril, Maio e Junho.......................................................................................................... 36

8. Valores médios de porcentagem de caule + bainha (% caule + bainha) e

matéria seca morta na massa forrageira de: Aveia-preta e Triticale em função da espécie (Sp.) e do sistema (Sis)................................................. 37

9. Resumo da análise de variância para as variáveis: percentagem de matéria

seca (% MS) de proteína bruta na MS (% PB/MS), de FDN na MS (% FDN), de FDNcp na MS (% FDNcp) e de Lignina na MS (% Lignina), das gramíneas: Aveia-preta e Triticale sob corte e pastejo nas épocas de plantio: Abril, Maio e Junho......................................................................... 41

10. Teores médios de matéria seca (MS) de Aveia-preta e Triticale em função

da época de plantio, o sistema e a interação entre os sistemas e a época de plantio.......................................................................................................... 42

11. Teores médios de Proteína Bruta nas espécies: Aveia-preta e Triticale em

função da época de plantio: Abril, Maio e Junho........................................ 43 12. Teores médios de FDN na MS de Aveia-preta e Triticale sob corte ou

pastejo em três diferentes épocas de plantio: Abril, Maio e Junho.......................................................................................................... 44

13. Teores médios de FDNcp (% FDNcp/MS) e Lignina (% Lignina/MS) em

função da espécie e época de plantio........................................................ 46 14. Resumo da análise de variância para as variáveis: percentagem de FDA na

MS (% FDA), de NIDN na MS (% NIDN), de NIDA na MS (% NIDA), de extrato etéreo na MS (%EE) e Cinzas na MS (% Cinzas) das gramíneas: Aveia-preta e Triticale sob corte e pastejo nas épocas de plantio: Abril, Maio e Junho........................................................................................................ 47

15. Teores médios de Cinzas (% Cinzas/MS) nas espécies: Aveia-preta e

Triticale em função do sistema.................................................................... 48

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16. Resumo da análise de variância para as variáveis: percentagem de CHOT na MS (% CHOT), de CNF na MS (% CNF), da Fração B2 na MS (% Fração B2), de Fração C na MS (% Fração C) das gramíneas: Aveia-preta e Triticale sob corte e pastejo nas épocas de plantio: Abril, Maio e Junho............................................................................................................ 49

17. Teores médios de Carboidratos totais na base da MS nas espécies Aveia-

preta e Triticale em função das épocas de plantio: Abril, Maio e Junho........................................................................................................... 50

18. Conteúdo médio de carboidratos não fibrosos (% CNF/MS) na base da MS,

nas espécies Aveia-preta e Triticale em função, do sistema, da época de plantio......................................................................................................... 51

19. Teores médios de carboidratos não fibrosos na base da MS na forragem de

Aveia-preta e Triticale em função da interação espécie e época de plantio......................................................................................................... 51

20. Frações B2 médias (% Fração B2/MS) dos carboidratos nas espécies Aveia-

preta e Triticale, sob três espocas de plantio: Abril, Maio e Junho......................................................................................................... 52

21. Frações C médias (% Fração C/MS) dos carboidratos nas espécies Aveia-

preta e Triticale, sob três espocas de plantio: Abril, Maio e Junho.......................................................................................................... 53

22. Resumo da análise de variância para as variáveis: percentagem de

Proteínas solúveis na MS (% Prot Sol.), de PDIN na MS (% PDIN), da Fração B3 na MS (% Fração B3), de Fração C na MS (% Fração C) das gramíneas: Aveia-preta e Triticale sob corte e pastejo nas épocas de plantio: Abril, Maio e Junho....................................................................... 56

23. Valores médios da Fração protéica solúvel em detergente neutro em relação

a proteína de Aveia-preta e Triticale, sob dois sistemas e semeadas em: Abril, Maio e Junho..................................................................................... 57

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LISTA DE FIGURAS

1. Representação gráfica da produção de MS em kg/ha para Aveia-preta e

Triticale sob o sistema corte, nas épocas de plantio: Abril, Maio e Junho (Total em kg obtido nos cortes em cada tratamento)...................................... ........... 30

2. Representação gráfica da produção de MS em kg/ha para Aveia-preta e

Triticale sob o sistema pastejo, nas épocas de plantio: Abril, Maio e Junho (Total em kg obtido nos pastejos em cada tratamento).................................... 31

3. Composição em percentagem da massa de forragem de Aveia-preta sob o

sistema corte e pastejo nas épocas: Abril, Maio e Junho (percentagem do peso seco)................................................................................................................. 38

4. Composição em percentagem da massa de forragem de Triticale sob o sistema

corte e pastejo nas épocas: abril, maio e junho. (percentagem do peso seco).39 5. Conteúdo de Carboidratos totais na MS (%CHOT/MS) de aveia-preta nos

sistemas corte e pastejo em três diferentes épocas de plantio (P>0,05)......... 50 6. Conteúdo de Carboidratos totais na MS (%CHOT/MS) de triticale nos sistemas

corte e pastejo em três diferentes épocas de plantio (P>0,05)........................ 51

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7. Teores médios de Carboidratos não fibrosos (CNF%), Fração B2 do Carboidrato

(B2%CHO) e Fração C do Carboidrato (C%CHO) em relação ao conteúdo de carboidratos totais, na cultura de Aveia-preta nos sistemas corte e pastejo, semeadas nos meses de Abril, Maio e Junho. Médias obtidas de todos os cortes/pastejos................................................................................................... 54

8. Teores médios de Carboidratos não fibrosos (CNF%), Fração B2 do Carboidrato

(B2%CHO) e Fração C do Carboidrato (C%CHO) em relação ao conteúdo de carboidratos totais, na cultura de Triticale nos sistemas corte e pastejo, semeadas nos meses de Abril, Maio e Junho. Médias obtidas de todos os cortes/pastejos.................................................................................................. 55

9. Teores médios de Proteínas solúveis (Prot sol%PB), Fração B3 da Proteína

(B3%Prot) e Fração C da proteína (C%Prot) em relação ao conteúdo de proteína bruta (%PB), na cultura de Aveia-preta nos sistemas corte e pastejo, semeadas nos meses de Abril, Maio e Junho. Médias obtidas de todos os cortes/pastejos.................................................................................................. 58

10.Teores médios de Proteínas solúveis (Prot sol%PB), Fração B3 da Proteína

(B3%Prot) e Fração C da Proteína (C%CHO) em relação ao conteúdo de proteína bruta (%PB), na cultura de Triticale nos sistemas corte e pastejo, semeadas nos meses de Abril, Maio e Junho. Médias obtidas de todos os cortes/pastejos................................................................................................. 59

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Resumo

Ferolla, Fernando Silveira, Universidade Estadual do Norte Fluminense; maio de 2005; Avaliação forrageira da Aveia-preta (Avena strigosa. Schreb.) e Triticale (Xtriticosecale Wittimmack) sob corte e pastejo em diferentes épocas de plantio no Norte do Estado do Rio de Janeiro. Professor orientador: Hérnan Maldonado Vasquez. Conselheiros: José Fernando Coelho da Silva e Ricardo Augusto Mendonça Vieira.

Foram semeadas as forrageiras de inverno Aveia-preta (Avena strigosa

Schreb) cv. EMBRAPA 29 e Triticale (Xtriticosecale Wittimmack) cv. IAC 3 em três épocas de plantio: Abril (21/04/2004), Maio (20/05/2004) e Junho (21/06/2004), a fim de avaliar a viabilidade de produção forrageira destas culturas sob os sistemas corte e pastejo (intervalos de 30 dias), nas condições do norte do estado do Rio de Janeiro. A produção de matéria seca foi superior no sistema corte e na época Maio, tendo a Aveia-preta produzido, em média, sob corte, 2.317,48 kg MS/ha e Triticale 2.128,30 kg MS/ha, contra 1.169,42 e 678,31 kg MS/ha para Aveia-preta e Triticale, respectivamente, no sistema pastejo. A soma térmica no momento do 1º corte/pastejo demonstrou que estas culturas anteciparam o ciclo nas condições do local do experimento, tendo este fato comprometido a expressão do potencial produtivo destes cultivares, reduzindo o período da germinação ao florescimento e aumentando o percentual de caule + bainha e inflorescência na massa de forragem. A massa de forragem foi composta, em média, por 34% de lâmina foliar, 31,08% de caule + bainha, 24,56 % de inflorescência e 10,35% de material morto. A relação lâmina foliar/caule + bainha diferiu significativamente (P < 0,05) entre as espécies e épocas de plantio, sem haver influência do sistema. Aveia-preta produziu menor relação lâmina foliar/caule+bainha, somente se igualando na

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época Junho ao Triticale. Houve interação entre a espécie e a época de plantio (P < 0,05) para lâmina foliar. A Aveia-preta semeada na época Junho apresentou maior relação % lf, devido ao estágio inicial (início do perfilhamento) em que as plantas encontravam-se no momento das primeiras avaliações, o que pode ser atribuído à menor soma térmica alcançada por influência das temperaturas médias do mês de junho, também explicando o porque da menor produção de MS deste tratamento. A proporção de caule + bainha (% C/B) foi maior na Aveia. No Triticale, apesar da maior participação de inflorescência, houve maior relação lâmina foliar/caule + bainha, não se observando diferença significativa entre os tratamentos pelo teste Tukey a 0,05. A avaliação qualitativa consistiu em determinar a composição químico-bromatológica e o fracionamento dos carboidratos e proteínas segundo descrito no CNCPS (sistema Cornell). Os teores de matéria seca diferiram entre as espécies e sistemas (P < 0,05), sendo superior na espécie Triticale e no sistema pastejo, porém não diferiram dentro das espécies entre as diferentes épocas de plantio (Tukey P > 0,05). Não se observou diferença significativa entre os teores de proteína bruta (% PB na MS), produzindo a média geral de 20,31% (P > 0,05), havendo apenas diferenças entre as épocas de plantio (18,16%; 21,05 e 21,91, para as épocas: Abril, Maio e Junho respectivamente). Os teores de FDN, FDNcp e Lignina seguiram a mesma tendência da composição da massa forrageira, com relação ao % de inflorescência e %caule + bainha, apresentando os maiores valores de FDN na espécie Triticale semeada na época Abril. O teor de extrato etéreo não diferiu significativamente entre as espécies submetidas aos fatores: sistema e época de plantio. O teor de cinzas foi superior na espécie aveia-preta pastejo e inferior na espécie triticale sob corte, obteve-se teor médio de cinzas de 9,14% MS. Os teores de carboidratos totais (%CHOT na MS) não variaram com a espécie e com o sistema de uso (P > 0,05), porém foram observados maiores teores na época Abril, sendo o teor médio geral 77,83% MS. Entretanto, deste %CHOT na MS, 25,5% e 19,20% do Triticale e Aveia-preta, respectivamente, eram compostos de carboidratos não-fibrosos %CNF. A fração B2 no CHOT variou apenas entre as épocas, no Triticale e no sistema corte, de valores 45,32 a 49,13% respectivamente para as épocas de plantio: Abril e Junho. O fracionamento protéico revelou a alta solubilidade da proteína na matéria seca da massa forrageira, havendo apenas diferença estatística (P < 0,05) entre as épocas de plantio com relação à fração das proteínas solúveis (fração A + B1 + B2). A proteína bruta foi composta de 95,11% proteínas solúveis em detergente neutro, 4,6% fração B3 e 0,43% fração C, o que, indica sobre o valor médio de PB obtido, estas culturas como excelente fonte de proteína. A competição entre genótipos prevalecendo aquelas de ciclo tardio pode favorecer a produção de matéria seca, conjugada com qualidade dos carboidratos e proteína. A produção foi maior na Aveia, semeada na época Maio, além de permitir maior número de cortes/pastejos, prolongando o período de utilização.

Palavras-chave: Aveia-preta, Triticale, soma térmica, produção de matéria

seca e fracionamento de carboidratos e proteínas.

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Abstract

The winter forage species Black-Oat (Avena strigosa Schreb.) cv.

EMBRAPA 29 and Triticale (Xtriticosecale Wittimmack.) cv. IAC 3, were studied on three planting seasons, April (21/04/2004), May (20/05/2004) and June (21/06/2004) in order to evaluate the viability of forage produced under harvest and grassing (30 day interval), in the Northern Region of Rio de Janeiro Estate. Dry matter (DM) production was higher under harvest system on May season, where Black-oat produced 2,317.48 kg DM/ha and Triticale 2,128.30 kg DM/ha, when compared to 1,169.42 e 678.31 kg MS/ha for Black-oat and Triticale under grassing, respectively. The thermal sum at the first evaluation have shown that these crops anticipated its physiological cycle due to the local conditions of the experiment, reducing the potential production of the crops, through the decrease of in the germination-blooming period and increasing the percentage of stem and bloom in the forage mass. The forage mass was composed in average by 34% of leaf blade; 31.08% stem; 24.56 % of bloom and 10.35% of death material, with interaction (P<0.05) between species and planting season. The stem proportion in Triticale was higher, due to intensity reduction of its phenological cycle. The leaf blade/stem ratio differed significantly (P < 0.05) among species and planting season, but it had not been influenced by system. Black-oat specie planted in June showed higher blade/stem ratio, due to the initial stage when plants were submitted to the first evaluation, what could be attributed to lower thermal sum reached by influence of the mean temperature in June, it also explains the lower

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production of dry matter of this forage. In Triticale specie despite of higher contribution of bloom, it showed a higher leaf blade/stem ratio, without significant difference between treatments by Tukey test (P > 0.05). The qualitative evaluation was done by chemical analysis and by determining carbohydrate and protein fractions according to CNCPS (Cornell Net Carbohydrate and Protein System). The DM content differs between species and systems, being Triticale higher on grassing system however there were no differences between species in relation to planting seasons (Tukey test, P> 0.05). It was not observed significant differences (P > 0.05) among the crude protein (CP) contents (%Cp in DM), with average value of 20.31%, differences did occurs between planting seasons (21,91; 21.05 e 18,16% for the seasons June, May and April, respectively). The neutral detergent fiber (NDF), NDFap (NDF free of ash and protein) and lignin, followed the same tendency of forage mass composition in relation to % bloom and % stems, showing higher values of NDF in Triticale planted in the April season. The ether extract content does not differ significantly among the species submitted to the systems and planting season. The ash contents were higher in Black-oat under pasture and lower in Triticale under harvest, reaching the average of 9.14% in DM. The total carbohydrate contents (%TCHO in DM) did not vary between species and systems (P > 0.05), however slightly higher contents were observed on April season, with an average of 77.83% in DM. From this total (%TCHO in DM), 25.5% and 19.20% in the Triticale and in Black-oat, respectively, were composed by non fiber carbohydrate (%NFC in TCHO). B2 fraction (%B2 in TCHO) varied only among planting seasons in Triticale under harvest system from 45.32 to 49.13%, respectively, for April and June. The protein fractionation showed high protein solubility in DM of the forage mass, but statistical differences were found only among planting seasons for the protein soluble fractions (fractions A + B1 +B2). The CP was composed by 95.11% of protein fractions soluble in neutral detergent (A + B1 + B2), 4,6% fraction B3 and 0,43% fraction C. Considering the average CP value obtained this points out those crops as an excellent forage protein source. The genotype competition focusing longer phenological cycle will be able to enhance DM production together with carbohydrate and protein quality. The production was higher in Black-oat, sowed on May season, that allows a higher number of cuts extending the utilization period.

Key words: Black-oat, Triticale, Thermal sum, dry matter production and carbohydrate and protein fractionation.

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Introdução

A pecuária do Estado do Rio de Janeiro totaliza um rebanho bovino de

2.010.404 cabeças segundo fechamento da 2ª etapa da campanha de vacinação

contra febre aftosa da Defesa Sanitária SEAAPI-RJ (2002). Nas regiões Norte e

Noroeste Fluminense, a distribuição entre as atividades é bem definida,

predominando o gado leiteiro na região Noroeste e o de corte na região Norte. Em

ambas as explorações, com a predominância do uso de pastagens como fonte de

alimento para o gado, observa-se o grande déficit de forragem no período de

inverno, o que resulta em grandes perdas para a produção e para a cadeia da

carne e do leite no Estado.

Na intenção de incrementar a produtividade de sistemas de produção sob

pastagens, vários trabalhos já foram realizados no sentido de melhor manejar as

gramíneas de potencial produtivo, alcançando altas lotações com bom valor

nutritivo, o que permite altos ganhos em produto animal por área.

A necessidade de obter forragem em volume e com qualidade, que

permita o bom desempenho dos animais em pastejo, tem motivado pesquisadores

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na procura de espécies que mantenham as características produtivas e

qualitativas o maior tempo possível, porém vários são os fatores que exercem

influência sobre espécies forrageiras tropicais, como falta de umidade, baixa

temperatura e fotoperíodo.

Os sistemas baseados em pastagens apresentam uma sazonalidade, o

que impede a manutenção dos níveis de produção da primavera/verão, havendo

sempre que buscar uma alternativa de suplementação de volumosos. Dentre as

tecnologias geradas para suplementar volumosos na entressafra de pasto, a

cultura de forrageiras de inverno poderá ser uma alternativa bastante viável, pela

sua alta qualidade e grande redução da mão-de-obra e instalações.

As culturas de inverno são alternativas já estudadas em várias regiões do

Brasil, como recurso forrageiro para os meses de escassez. As espécies hibernais

têm-se adaptado às condições de inverno no Brasil, principalmente nos estados

do sul, onde o clima úmido do inverno permite a exploração destas espécies

muitas vezes sem o uso de irrigação. No estado do Rio de Janeiro, existem

poucos relatos de estudos com estas forrageiras, sempre na dúvida da

capacidade destas em se estabelecer, devido às temperaturas médias anuais

serem consideradas elevadas, assim como os custos de irrigação.

Por outro lado, sabe-se que o fotoperíodo, que é fator intransponível pelo

homem, se eleva com a diminuição da latitude, o que permitiria boas produções no

Rio de Janeiro quando comparado com os estados do sul do país.

MORAES e LUSTOSA (1988) relataram que a temperatura ótima para as

culturas de inverno está entre 18o C e 23o C, temperaturas estas também

observadas na região Norte Fluminense, segundo os dados climatológicos da

Estação da PESAGRO Rio, unidade de Campos dos Goytacazes (Anexo 1).

FARIA & CORSI (1995), descrevendo as forragens de inverno, indicam

para as condições do Brasil Central o estabelecimento destas culturas a partir dos

meses de março-abril, objetivando o crescimento das plantas no período do ano

em que as temperaturas são mais baixas, permitindo uma produção por período

mais longo.

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No Paraná, as gramíneas anuais de inverno têm produzido, em condições

de corte, entre 3 e 6 t de MS/ha/ano. Em situações de fertilidade e de época de

semeadura precoce (meados de março), podem-se alcançar produções que se

aproximam de 10 t de MS/ha/ano. Devido aos diferentes ciclos destas culturas,

sendo descritas as aveias e centeio como de ciclo precoce e o azevém como de

ciclo mais tardio, diversos são os estudos com consórcio destas plantas a fim de

se obter uma melhor oferta de forragem ao longo do período de escassez.

O presente trabalho teve por objetivo avaliar as forrageiras: Aveia-preta

(Avena strigosa Schreb.) e Triticale (Xtriticosecale Wittimmack) em função da:

1- Produção forrageira nos sistemas de corte e pastejo sob diferentes

épocas de plantio.

2- Produção de matéria seca, composição bromatológica, fracionamento

dos compostos nitrogenados e carboidratos nas condições de corte e pastejo em

diferentes épocas de plantio.

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2- Revisão de literatura

2-1. Aveia Preta (Avena strigosa Schreb.)

Originária da Europa, a aveia preta é uma gramínea cespitosa, com

colmos cilíndricos, eretos e glabros ou pouco pilosos e raiz fasciculada.

Inflorescência em panícula com glumas aristadas, e o grão é uma cariopse

indeiscente encoberto pela lema e páleas. A Aveia-preta não é muito exigente em

relação a solos; entretanto, responde bem à adubação nitrogenada, fosfatada e

potássica. Não tolera solos encharcados ou água estagnada. A aveia pode ser

utilizada com a finalidade de cobertura do solo (viva ou morta), forragem ou

produção de grãos.

Apresenta, segundo MORAES & LUSTOSA (1988), rápido crescimento

inicial, permitindo altos rendimentos no primeiro pastejo, com diminuição da

produção ao longo do tempo. Já as aveias amarela e branca apresentam

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comportamento inverso, pois, geralmente, aumentam no segundo pastejo, uma

vez que, com o primeiro corte, ocorre a quebra da dominância apical, permitindo

aumento do número de perfilhos. A Aveia-preta é mais rústica, possui maior

capacidade de perfilhamento, panícula mais aberta e semente menor, quando

comparada à branca e à amarela. É bastante resistente à incidência de ferrugem e

ao ataque de pulgões. Além disso, é mais resistente à seca e menos exigente em

fertilidade, sendo, portanto, mais indicada do que as outras duas espécies para

uso como forrageira.

A época do plantio desta gramínea de inverno é a partir de março,

podendo estender-se até maio em regiões mais quentes e em regiões mais frias

pode ser semeada até junho. A semeadura poderá ser realizada a lanço ou em

linhas. Quando em linhas, recomenda-se utilizar um espaçamento de 20 cm,

empregando-se em torno de 60 a 100 kg de sementes/ha. Quando for a lanço,

serão necessários 30 a 50% a mais de sementes. A profundidade é de 3 a 4 cm.

O peso de 1000 sementes é de 14 a 15 g. O ciclo da cultura normalmente varia de

140 a 180 dias (BAIER, 1995).

O potencial de produção supera as 8 t. de MS/ha. O pastejo constitui-se

na forma mais prática, econômica e usual de utilização da aveia-preta na

produção animal. O pastejo deve ser iniciado quando as plantas atingirem,

aproximadamente, 30 cm de altura, o que ocorre, em condições normais, entre 45

e 60 dias após a semeadura.

2.1.1. Produção de matéria seca

VILELA et al. (1971), citados por CARDOSO (1986), conseguiram

produções médias totais em massa verde, por hectare, em 3 cortes, de 71, 70 e

60 toneladas de aveia, respectivamente, para plantios realizados em março, abril e

maio. A produção do plantio tardio foi inferior (P< 0,05) às dos outros tratamentos.

A literatura mostra que o comportamento das forrageiras de inverno no Estado de

Minas Gerais tem apresentado bom desenvolvimento. As produções de massa

verde têm variado de 25 t/ha (6 t/ha de matéria seca) CARDOSO et al. (1972) a

71 t/ha (8 t/ha de matéria seca), VILELA et al. (1971), citados por CARDOSO

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(1977). Estes autores concluíram por desaconselhar o plantio em maio devido à

menor produção de matéria verde obtida, em relação aos plantios efetuados em

março ou abril. CAMPOS et al. (1982) estudaram o comportamento de aveia-preta

(Avena strigosa Schreb) na região sul do Espírito Santo sob quatro datas de

plantio, sendo: 15/04, 30/04, 15/05 e 30/05 e três épocas de corte (45, 60 e 75

dias após a semeadura) em intervalos de 28 dias e não observaram diferença na

produção total dos tratamentos no primeiro ano de avaliação, cuja média foi 3.133

kg MS/ha, sendo notada apenas superioridade dos primeiros cortes a partir do

plantio de 15/05 e da idade de corte de 75 dias, que foi superior à idade de 45

dias.

No segundo ano, o melhor rendimento de MS foi obtido com o plantio de

15/05 (3.707 kg MS/ha) associado ao 1º corte aos 60 dias (2.706 kg MS/ha),

sendo que esta combinação permitiu a realização de quatro cortes em ambos os

anos. Estes autores concluíram que, nas condições do sul do estado do Espírito

Santo, a melhor época para plantio seria em meados de maio (2ª e 3ª semanas)

com o 1º corte realizado aos 60 dias pós-plantio.

A variabilidade genética desta espécie produz uma gama de materiais

forrageiros, que tem constantemente estimulado estudos de pesquisa. Estudos

com enfoque em pastagens têm procurado identificar as cultivares mais bem

adaptadas às condições de cultivo local e que permitam alta produção e

qualidade. SÁ & OLIVEIRA (1995), avaliando genótipos de Aveia preta (Avena

strigosa Schreb.) no IAPAR de Londrina PR, classificaram os materiais como

precoces, intermediários e tardios, sendo de 84, 119 e 137 dias, respectivamente,

para o período em dias da emergência a emissão plena da inflorescência, (50%

das plantas com panícula). Realizando apenas um corte a 7 cm do solo aos 52,

73, 94 e 111 dias após a emergência das plântulas (dpe), observaram pouca

diferença na produção de MS entre os genótipos estudados, havendo

superioridade dos precoces sobre os tardios apenas no corte aos 94 dpe. Os

genótipos tardios mostraram superioridade quanto às características qualitativas:

Proteína Bruta na matéria seca e Digestibilidade “in vitro” da matéria seca, tendo

resistido à perda de qualidade com o avanço da idade.

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JUNIOR & REIS et al. (2003) cultivaram, na UNESP de Jaboticabal, dois

cultivares de Aveia branca (Avena bizantina C. Koch), cv. São Carlos e UPF

87011 e uma Aveia preta comum no dia 29/05/2002 e em 63 dias (31/07/2002)

realizaram o primeiro pastejo e depois de 34 dias (03/09/2002) e 31 dias

(04/10/2002) de rebrota os demais pastejos, obtendo produções médias de

matéria seca de 1,84 t/ha para cv. São Carlos, 1,73 t/ha para Aveia Preta e 1,21

t/ha para a cv UPF 87011. Destaque para a altura do resíduo de 20 cm propiciou,

segundo o autor, a manutenção dos mecanismos de rebrota das plantas,

garantindo condições apropriadas para a recuperação das mesmas. Apesar de

não se observar diferença estatisticamente significativa, a produção dos cultivares

de Aveia avaliada em 04/10/2002 foi inferior àquelas obtidas em outras épocas.

Os autores explicam este fato pelo alongamento das hastes, em decorrência do

florescimento observado a partir de setembro, resultando em intensa eliminação

dos meristemas apicais, comprometendo a rebrota. Da mesma forma, trabalhos

conduzidos por CONTATO et al. (2002) e REIS et al. (2002) evidenciaram o

decréscimo na produção de matéria seca de cultivares de Aveia com a sucessão

do crescimento. Estes autores atribuem este fato à eliminação dos meristemas

apicais devido ao alongamento dos caules provocado pelo florescimento

observado a partir do mês de setembro, o que teria prejudicado a rebrota.

Trabalhos foram desenvolvidos por NAGAKAWA et al. (1998), citados por

MORAES & LUSTOSA (1988), com adubações: fosfatada e potássica, avaliaram o

desenvolvimento e produtividades de sementes e massa seca de aveia preta

comum. Os tratamentos constaram de 3 doses de adubo fosfatado (0, 40 e 80 kg

P2O5/ha) e 3 de adubo potássico (0, 20 e 40 kg K2O/ha), sendo todas as parcelas

adubadas com 50 kg de N/ha (20 kg na semeadura e 30 kg no final do

perfilhamento).

Os autores concluíram que a presença do adubo fosfatado, tanto na dose

de 40 kg/ha quanto na dose de 80 kg/ha, ocasionou aumentos no

desenvolvimento das plantas e na produtividade de sementes e massa seca da

parte aérea. A adubação potássica afetou apenas o número de perfilhos por

planta.

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PRIMAVESI et al. (1993) não observaram diferença entre níveis de

nitrogênio (0, 40, 80, 160 e 320 kg/ha) em dois diferentes cultivares de Aveia

(Avena sativa L.), submetidos a duas freqüências de corte (um ou dois cortes) e

épocas de plantio (abril e maio) na resposta em produção de matéria seca. Os

resultados mostraram que o cv. São Carlos produziu maior quantidade de MS que

o cv. UPF 3 no 1º corte da 1ª época (abril) e da 2ª época (maio), sendo que o

primeiro corte nos dois cultivares foi maior no plantio de maio. Estes autores

concluíram ser o cv São Carlos um promissor material forrageiro e o plantio de

maio mais recomendável para ambos os cultivares.

Estes mesmos pesquisadores avaliaram durante dois anos (1991 e 1992)

e compararam estes cultivares quanto à resposta das mesmas doses de

nitrogênio, sob os regimes de um e dois cortes. Verificaram diferença na produção

do 1º e 2º corte, sendo superior no segundo em ambos os materiais.

Em 1991, o cv. UPF 3 foi mais produtivo, tendo se invertido este

comportamento no ano de 1992, e o cv. São Carlos produzido maior volume no 1º

de 1992 e se igualando em produção no 2º corte. Os autores alegaram ser o clima

e o manejo (época de corte) as prováveis causas deste comportamento.

Posteriormente, PRIMAVESI et al. (2001), buscando solucionar uma

importante dúvida no manejo da Aveia forrageira, isto é, o momento ideal para o

1º corte (início da utilização), trabalharam com dois e três cultivares de Aveia-

preta, em dois anos, sendo os cultivares São Carlos, UPF 3 semeados em

16/05/1994 e, em seguida, a introdução do cv. IAPAR 61 na avaliação em 1995,

semeados em 17/04/95 e 15/05/95.

Como indicadores para o 1º corte foram utilizados: 60 dias após a

emergência das plantas, início do emborrachamento (IE) e 10% das plantas

alongando o caule que chamou plantas encanadas (10% PE) e os indicadores

para o corte a rebrota foram 28 e 56 dias após o primeiro corte, IE e 10% PE.

Estes autores alteraram o critério de corte a rebrota para os trabalhos de

1995 e 1996 por identificar a redução do ciclo das plantas após o primeiro corte,

nos critério de corte IE e 10% PE e explicaram que o desenvolvimento fisiológico

da planta vai-se tornando mais avançado com o avanço de rebrotas sucessivas,

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sendo que então, nos anos seguintes o critério de corte a rebrota foi aos 28, 35,

42 e 56 dias.

TEIXEIRA et al. (2002) avaliaram a produção de MS de dois cultivares de

Aveia preta (Crioula e Ibiporã) e uma de Aveia amarela (São Carlos) no município

de Seropédica - RJ, nas dependências da UFRRJ, realizando o plantio dia

10/07/1999 e um único corte em 02/10/1999 e obtiveram produções de 1.063 kg

MS/ha, 799 kg MS/ha e 663 kg MS/ha para as cultivares Crioula, São Carlos e

Ibiporã, respectivamente. Foram utilizados quatro níveis de Nitrogênio (0, 90, 180

e 270), que demonstraram diferença na produção de MS, porém sob o teste de

Tukey (P < 0,05), os cultivares se equivaleram em produção de MS.

CECATO et al. (2002), estudando a produção e características qualitativas

de cultivares e linhagens de Aveia (“Avena” spp.) no norte do Paraná, durante o

período de abril a setembro, encontraram produções de massa de forragem

diferentes entre as plantas cultivadas, variando de 6.791 a 11.036 kg/ha de MS.

A cultivar FAPA 2 revelou a maior produção de lâmina foliar. A massa de

perfilhos variou de 1,46 a 2,98 g/perfilho, a correlacão entre a densidade de

perfilhos e a produção de massa revelou que as plantas com maior peso

apresentaram menor densidade de perfilhos, sendo que a densidade variou de

365 a 721 perfilhos/m2. Ao relacionar-se peso e densidade de perfilhos com

produção de massa verificou-se que não houve uma inter-relação entre estas

variáveis. Isto pode ter ocorrido em função de que a população de perfilhos varia

tanto em número, quanto em tamanho e peso.

Estes autores concluíram que a produção foi próxima entre os cultivares e

linhagens estudadas, sendo, porém, a IA 02287 a mais produtiva e a IA 98104 a

menos produtiva. Já a produção de massa foliar foi maior no cultivar FAPA 2 e

menor no SI00061.

2.1.2. Características qualitativas

O teor de proteína, como referência ao valor nutritivo, foi estudado por

VILELA et al. (1971) e encontrado valor de 18,2% na matéria seca da Aveia

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(Avena sativa L.), em 3 cortes, enquanto CARDOSO et al. (1972) encontraram

10,0% para azevém e 7,5% para aveia, em virtude de terem colhido a forragem

mais velha, pois só realizaram 2 cortes. Quando se utilizou o sistema de 3 cortes:

75, 35 e 55 dias, do plantio e das rebrotas, respectivamente, verificaram-se

maiores valores em virtude de terem colhido a forragem mais tenra. Os teores de

Proteína Bruta foram semelhantes entre cultivares e linhagens de aveia, em

trabalho realizado no Paraná por CECATO et al. (2002), variando de 13,3 a

18,3%, valores por eles considerados normais quando se trabalha com essa

espécie forrageira. Os valores de FDN dos cultivares e linhagens deste estudo

variaram de 46 a 56,2%. A FDN foi menor na Aveia preta comum e no UPF20 e

maior no SI83400 e os teores de PB foram semelhantes entre os genótipos.

GOMES & STUMPF (2001) avaliaram a produção de MS (kg/ha), PB(%) e

FDN (%) da Aveia preta cv. EMBRAPA 29, o mesmo cultivar avaliado pelo

presente trabalho, sob o efeito de três intervalos de corte e três níveis de

nitrogênio, sendo: 21, 35 e 49 dias e 65 kg N/ha, 130 kg N/ha e 260 kg N/ha,

respectivamente. Estes autores observaram que o nível máximo de 260 kg de

nitrogênio/ha não foi suficiente para a máxima produção deste cultivar e o intervalo

de 49 dias entre cortes foi o mais produtivo sob os dois maiores níveis de N, tendo

alcançado 5.936 kg MS/ha para 260 kg de N/ha, não havendo interação entre os

níveis de nitrogênio e os intervalos entre cortes.

Os teores de PB (%) variaram inversamente com os intervalos entre cortes

(médias de 20,5; 18,8 e 18,0% PB) e positivamente com os níveis de nitrogênio

(médias de 17,4; 19,1 e 20,9% PB). Os teores de FDN (%) não foram

influenciados pelos fatores testados.

A forragem de Aveia caracteriza-se pelo seu alto conteúdo de proteína

bruta e baixos teores de componentes da fração fibrosa, (GALLO, 1991), citado

por BRÜNING et al. (2003). Estes autores, ao estudarem três cultivares de Aveia-

preta submetidos a dois cortes a partir de plantio no dia 11/06/2002 na UFSM-RS,

avaliaram os teores de PB, FDN, FDA, celulose e lignina em detergente ácido.Foi

observado que a forragem produzida pelos cv. de Aveia apresentaram alto teor de

PB e médios a baixos teores de parede celular. Do primeiro para o segundo corte,

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houve decréscimo de 25% no teor de PB e um acréscimo médio de 14 % no teor

de FDN para os cultivares estudados. O comportamento dos cultivares em relação

aos constituintes da parede celular diferiu do observado por HERLING et al.

(1998), que verificaram acentuado acréscimo do conteúdo de FDN no segundo

corte, o que supõe decréscimo na digestibilidade da matéria seca. Segundo estes

autores, a forragem produzida pode ser considerada de boa qualidade, sendo os

teores de PB ditos como não-limitantes ao desempenho animal e os teores de

FDN, entre 49 e 58%, podendo ser considerados de médio a bons baseando-se

na citação de LINN & MARTINS (1991), com exceção do cultivar Aveia-preta

comum no 2º corte, porém não-limitantes ao consumo, apresentando grande parte

da FDN formada por hemicelulose.

REIS et al. (2002), avaliando cultivares de aveia branca e aveia preta

comum, triticale e seus consórcios, obtiveram para PB (16,3 a 19,9%) nos cortes

realizados em junho, tendo ocorrido queda nos cortes seguintes. Os conteúdos da

parede celular: FDN, FDA, celulose e lignina se comportaram de forma inversa,

com aumentos significativos na fração fibrosa nos cortes de setembro e outubro.

Os autores consideram que o alongamento dos caules devido à emissão das

inflorescências causou aumento da proporção de caules com menor teor de PB e

maiores compostos da parede celular.

RESTLE & LUPATINI et al. (1993), utilizando um sistema contínuo de

pastejo com lotação variável, com plantio realizado dia 25/05/1992 em consórcio

de Aveia preta (Avena strigosa. Schreb) com Azevém (Lolium multiflorum Lam.) 75

kg Av. + 30 kg Az., submetidas à adubação com três níveis de Nitrogênio (0, 150 e

300 kg N/ha) divididas em quatro aplicações, obtiveram produções de forragem de

4.893, 9.327 e 10.905 kg de MS/ha (avaliadas em 19/07 e 26/10/92), sendo a dose

de 150 kg de N, 47 % mais eficiente na produção de forragem que a dose de 300

kg de N /ha. Neste mesmo trabalho, observaram, em um período de 98 dias (duas

pesagens a cada 28 dias, 22/07 e 28/10/92), adotando uma pressão de pastejo de

10% P.V. em MS, ganhos diários de 937; 969 e 1045 g de PV/dia. A carga animal

(CA) e o ganho de P.V. /ha (GPV) aumentaram linearmente com as doses de

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nitrogênio, sendo a CA média de 671, 1212 e 1486 kg PV/ha e os GPV/ha de 335,

641 e 865 kg, respectivamente, para N0, N150 e N300.

2-2. Triticale (Xtriticosecale Wittimmack)

O Triticale é uma planta anual de inverno obtida pelo homem, oriunda do

cruzamento artificial entre Triticum sp. E Secale sp. (BAIER et al., 1986).

Morfologicamente, é uma planta intermediária entre as duas espécies, podendo,

no entanto, ter muitas variações, em virtude da constituição cromossômica. A

planta, a espiga e o grão de triticale assemelham-se mais aos de trigo. A

inflorescência de Triticale é, portanto, uma espiga. A espiga pode apresentar de

20 a 30 espiguetas com 3 a 5 grãos (BAIER et al., 1995).

Os cultivares brasileiros são aristados, de coloração clara, e apresentam

pilosidade nas glumas e no ráquis. O grão é mais longo que o de trigo e tem

diâmetro maior que o de centeio. A área cultivada com Triticale, no mundo, se

expande em alguns países onde há investimentos em pesquisa e demanda por

alimentos.

As maiores áreas cultivadas com Triticale se localizam na Europa central,

Polônia (736 mil ha, em 1998) e Alemanha, (436 mil ha), na região onde o primeiro

híbrido fértil foi obtido há pouco mais de um século. Nesta região, o triticale é

cultivado, principalmente, em terras antes ocupadas com centeio e é usado para a

fabricação de rações de suínos e de aves. Solos ácidos e arenosos e clima

adverso, à semelhança do que acontece no Brasil, dificultam o cultivo de cereais

de inverno mais nobres como a cevada ou o trigo. Nos Estados Unidos (350 mil

ha, em 1998) e Austrália (245 mil ha), países com agricultura muito diversificada e

competitiva, o Triticale se destina, em especial, ao uso para duplo propósito, é

pastejado com bovinos, no inverno e na primavera, e depois colhido para grãos

usados para rações. Espanha, França, Hungria, Portugal, entre outros, cultivam

áreas menores do que os aproximadamente 100 mil ha do Brasil (EMBRAPA-

CNPT 2000).

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O Triticale hoje cultivado no Brasil é um cereal de inverno produto do

cruzamento artificial entre o trigo e o centeio. Seu aspecto, bem como a tecnologia

de cultivo, o assemelha ao trigo. Apresenta alto potencial de produtividade pela

resistência a fatores bióticos (doenças foliares) e abióticos (acidez) e pelo tipo de

planta. Nos sistemas de produção agropecuários hoje vigentes, o Triticale ocupa

espaço numa enorme gama de aplicações principalmente na alimentação de

animais na forma de forragem verde, feno, silagem da planta inteira ou de grão

úmido, grãos secos para rações, duplo propósito (corte e posterior colheita de

grãos no rebrote), bem como na cobertura vegetal para proteção do solo e

adubação verde (EMBRAPA CNPT 2000).

Os cultivares de Triticale hoje disponíveis no Brasil adaptam-se melhor a

solos com acidez moderada (pH entre 4,5 a 5,5, e mais de 3,5% de matéria

orgânica) das regiões de altitude superior a 400 m (temperatura média durante o

afilhamento entre 10,0ºC e 12,5o C), no Sul do Brasil, (BAIER, 1995), citado por

FELICIO & CARMARGO et al. (2001). Estes autores comentam que, quando há o

aumento da temperatura, a taxa de desenvolvimento é acelerada e o genótipo

avança mais rapidamente para a maturação. A densidade de sementes é de 400

sementes viáveis/m2 com 60 a 65 sementes por metro linear. A semeadura deve

ser, preferencialmente, feita em linhas com espaçamento de 0,20 m e

profundidade de 2 a 3 cm. Dependendo do peso de 1000 sementes, isso poderia

oscilar em torno de 80 a 90 kg de sementes/ha. O peso de 1000 sementes é de,

aproximadamente, 30 g.

Os cultivares de Triticale, de modo geral, têm maior relação palha/grão

que o trigo, devido ao seu maior porte, deixando mais palha no solo, o que

beneficia o sistema de plantio direto, o que pode ser indício do seu potencial de

produção de forragem. Na Austrália, Triticale é cultivado para grão forrageiro e

para pastejo, em regiões semi-áridas; na Argentina é pastejado. A produção de

forragem e de grãos de Triticale foi avaliada por ROYO et al. (1994), em duas

épocas de semeadura, com cortes em dois estádios de crescimento, em três

locais, na Espanha. Quando a forragem foi colhida na fase de elongação, a

produtividade foi duas ou três vezes maior, em comparação à colhida no

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perfilhamento. O rendimento de grãos foi reduzido em aproximadamente 16%

quando a forragem foi colhida nesse estádio, e em 33%, quando colhida no início

da fase de elongação, em comparação com os demais tratamentos sem colheita

de forragem. Triticale pode ser consorciado com leguminosas, visando a melhorar

a qualidade da forragem. Trabalhos conduzidos em Passo Fundo, RS

(FONTANELI & FONTANELI, 1996; BAIER, 1997), e em Guarapuava, PR

(SANDINI & NOVATZIK, 1995) indicam que o manejo apropriado de corte da

forragem ou de pastejo permite obter forragem num período crítico, sem redução

expressiva no rendimento de grãos.

Assim, nos experimentos em que a colheita de forragem foi efetuada até o

fim do perfilhamento, a redução no rendimento de grãos foi menor, em

comparação aos cortes realizados tardiamente. Em alguns casos, o corte até

promoveu aumento no rendimento de grãos. O Triticale responde

significativamente à aplicação de nitrogênio. A dose a aplicar deverá ser

estabelecida em função da análise do solo e dos fatores também considerados

para o trigo. Parte da dose deve ser aplicada na base (15 a 20 kg/ha) e o restante

em cobertura, preferencialmente no início do afilhamento, podendo estender-se

até o início do alongamento dos caules. Em função da dose, a aplicação em

cobertura pode ser parcelada. ROSO & RESTLE (2000), citados pela EMBRAPA -

CNPT (2003), avaliaram, no Rio Grande do Sul, pastagens de Aveia preta +

Azevém, (AA), Triticale + Azevém (TA) e Centeio + Azevém (CA), que tiveram

produtividade semelhante (9,7 t MS/ha), em pastejo realizado entre fins de maio e

meados de novembro. Os ganhos de peso vivo por hectare foram de 803 kg para

TA, 754 kg para CA e 726 kg para AA. A pastagem de CA apresentou a maior

produtividade de MS logo após o estabelecimento, enquanto a pastagem de TA

teve a melhor distribuição de forragem durante o período de pastejo.

SOARES & RESTLE (1998), estudando mistura de Triticale com Azevém,

observaram efeito quadrático dos níveis de nitrogênio (0, 150, 300 e 450 kg de

N/ha) sob a produção de MS e o nível que proporcionou a maior produção

estimada foi de 379 kg N/ha, sendo os valores 32,44; 37,26; 42,48 e 41,32 kg de

MS/ha/dia. Os valores para proteína bruta (PB) 19,83; 22,39; 24,06 e 25,06%. A

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digestibilidade “in vitro” da matéria orgânica (DIVMO) de 65,10; 68,35, 65,98 e

64,50 % também mostrou um efeito quadrático na massa de forragem para os

níveis de nitrogênio. Os teores de PB da massa de forragem da simulação de

pastejo aumentaram de forma linear com as doses de nitrogênio.

REIS et al. (2002), em trabalho citado anteriormente, obtiveram produção

de MS para o cultivar de triticale CB-02 no 1º corte de 4,67 t. MS /ha e 2,22 t. MS

/ha no 2º corte, totalizando 6,89 t. MS/ha, tendo esta produção superado a

produção de MS do consórcio de triticale com aveia-branca e igualado ao

consórcio com aveia-preta, tendo todos os tratamentos uma redução drástica no

2º corte, que foi explicado como sendo o efeito da grande eliminação de

meristemas apicais, o que prejudicou a rebrota. Estes autores observaram teores

de proteína bruta, FDN, FDA e lignina para o cultivar de triticale estudado de:

19,7%PB, 42,3% FDN, 24,8% FDA e 3,4% lignina no primeiro corte e relataram

que, no material obtido no segundo corte, houve diminuição do teor de PB e

aumento nos teores de FDN, FDA e lignina e alegaram ser o florescimento destas

plantas responsável por estes resultados devido à maior porcentagem de caule na

massa obtida no segundo corte.

A avaliação dos componentes químico-bromatológicos ingeridos pelos

animais em pastagens tem sido alvo de diversas pesquisas na área de nutrição.

Esta tarefa torna-se mais complexa quando se trata de plantas forrageiras, pois,

segundo VAN SOEST et al. (1994), ao longo do ano, estas forrageiras sofrem

mudanças em sua composição química à medida que ocorre maturação

fisiológica, principalmente em resposta a alterações climáticas sazonais.

As paredes das células vegetais crescem para proporcionar às plantas a

estabilidade estrutural, bem como para proteção de seus órgãos reprodutores e

sementes. Como conseqüência, o valor nutritivo das plantas é alterado. Dada a

necessidade do conhecimento dos componentes dos alimentos, o Cornell Net

Carbohydrate and Protein System - (CNCPS) ou simplesmente Sistema Cornell

tem sido utilizado para analisar o conteúdo dos alimentos e, em função disso,

propôe o fracionamento dos compostos correlacionando com a eficiência de

utilização pelos microrganismos ruminais, maximizando sua eficiência (SNIFFEN

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et al., 1992; FOX et al., 1992; RUSSELL et al., 1992). Baseando-se no

fracionamento dos carboidratos e proteínas e no modo diferenciado de como os

microrganismos do rúmem fazem uso destes compostos, busca-se a

sincronização entre a disponibilidade de energia e nitrogênio, na tentativa de

reduzir perdas de compostos nitrogenados e a produção de metano, permitindo

que se estime o escape ruminal de nutrientes (SNIFFEN et. al., 1992). No sistema

CNCPS, os carboidratos e as proteínas são divididos por suas características

químicas, físicas e pela degradação ruminal e digestibilidade pós-ruminal

(SNIFFEN et al., 1992).

LISTA (2003), baseado em SNIFFEN et al., (1992), ao estudar o

fracionamento de amostras de capim-elefante e capim-mombaça obtidas, por dois

métodos de amostragem, descreve que o método de fracionamento das proteínas

classifica os compostos nitrogenados em três frações: fração A – compostos

nitrogenados não-protéicos (CNNP); fração B – proteína verdadeira, degradada no

rúmen e fração C - insolúvel não-degradada no rúmen, sendo que a fração B pode

ainda ser dividida em três: fração B1 – solúvel rapidamente degradada; fração B2

– degradação intermediária e fração B3 – insolúvel em detergente neutro, mas

solúvel em detergente ácido, com taxa de degradação lenta, conforme mostra a

Tabela 1.

Tabela 1- Esquematização do fracionamento dos compostos protéicos e dos carboidratos

Fração Compostos protéicos Carboidratos

A CNNP Açúcares

B1 Peptídeos /oligopeptideos Amido e Pectina

B2 Proteínas citoplasmáticas Fibra potencialmente

degradável

B3 Proteína insolúvel em detergente

neutro

_

C Proteína insolúvel

em detergente ácido

Fibra potencialmente

indegradável

Adaptado de SNIFFEN (1992).

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Segundo a classificação dos carboidratos (SNIFFEN et al., 1992; Russell

et al., 1992), os carboidratos estruturais (CE) são encontrados na parede celular

dos vegetais (hemicelulose, celulose, lignina) e os carboidratos não-estruturais

(CNE) encontrados em maior concentração nas folhas, sementes, no conteúdo

celular, representando as reservas de energia. Estes autores dividem os

carboidratos em grupos da seguinte forma: fração A - rapidamente degradada

(açúcares e ácidos orgânicos); fração B1- degradação intermediária (amido e

pectina), formando o grupo dos não-estruturais solúveis em detergente neutro,

fração B2- componentes da parede celular e fração C - fibra indigestível conforme

a Tabela 1.

O comportamento dos componentes fibrosos varia com a espécie, o

estádio fisiológico da planta e condições de cultivo como: stress hídrico e

condições climáticas e este comportamento traduz uma qualidade variada em

respeito à digestão e ao consumo de MS. TEIXEIRA et al. (2002), estudando a

cinética da degradação ruminal da FDN de gramíneas tropicais em diferentes

idades de corte, observaram taxas de degradação da FDN em níveis variando de

1,0 a 12,0 % por hora, influenciados pela espécie e idade de corte.

Os valores encontrados para fração solúvel (A) apresentaram-se baixos

em função da baixa solubilidade da FDN em água, principalmente com o avanço

da idade, justificando, assim, os altos valores da fração potencialmente degradada

(B). Nota-se, também, à medida que avança a idade da planta, que ocorre um

aumento da fração indegradável (C), possivelmente devido aos altos teores de

lignina encontrados nesta fração.

A digestibilidade “in vivo” e “in vitro” da MS e FDN das forragens são

negativamente correlacionadas com as medidas de lignina (TEIXEIRA et al. 2002).

Segundo VIEIRA et al. (2000), as forragens constituem importante fonte de

energia para os ruminantes, por isso, tornam-se necessários o estudo e a

caracterização dos carboidratos, ou seja, das frações que compõem e os aspectos

relativos à cinética de degradação ruminal dos compostos da parede celular.

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3- Material e métodos

3.1 Ensaio experimental

3.1.1 Localização

O experimento foi instalado no setor de forragicultura do Centro de

Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA), da Universidade Estadual do Norte

Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), localizado no Colégio Agrícola “Antonio Sarlo”,

no município de Campos dos Goytacazes, região norte do estado do Rio de

Janeiro, durante o período de março a setembro de 2004. Localizado nas

coordenadas geográficas de 21o: 44’: 47“latitude Sul e 41o: 18’: 24” longitude

Oeste e altitude de 12 m.

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3.1.2 Características climáticas

O clima da região é classificado como Aw segundo Köppen (1948), isto é,

clima quente e úmido, verão chuvoso e temperatura média em torno de 24oC,

sendo a amplitude térmica anual muito pequena, com temperatura média do mês

mais frio em torno de 21o C e a do mês mais quente em torno de 27oC. A

precipitação anual média é de, aproximadamente, 1.023 mm, sendo comum a

ocorrência de “veranicos” nos meses de janeiro e fevereiro. Os dados climáticos

de temperatura máxima, média e mínima (ºC), evapotranspiração (Eto),

precipitação pluviométrica (mm), umidade relativa (%), radiação solar (W m2),

pressão barométrica (hPa) e velocidade do vento a 2 m. de altura (m s”) foram

acompanhados pela estação de climatologia da PESAGRO – Rio, situada no

município de Campos dos Goytacazes, assim como os valores calculados de

graus-dia com referência às temperaturas de base (8º para triticale e 10º para

aveia-preta). (Anexo 1)

3.1.3 Determinação da soma térmica

A fim de determinar a soma térmica em graus-dia, no momento do

primeiro corte e pastejo, baseou-se na planilha de climatologia da PESAGRO-RIO

estação experimental de Campos dos Goitacazes durante o período do

experimento e utilizada a fórmula citada por JUNIOR et al. (2004):

GD = Σ n (T máx. + T min _Tb) (2)

i=1 2

em que: GD é o total de graus-dia acumulado; T. máx. Temperatura diária

do ar máxima (ºC); T.min. Temperatura diária do ar mínima (ºC); Tb a

temperatura-base (ºC); n o número de dias do período semeadura – estádio

fisiológico. Como temperatura de base foi utilizado o proposto por PEDRO

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JUNIOR et al. (2004), sendo 8º C para o triticale e 10º C para aveia-preta como

indica a literatura sobre o assunto, COOPER & TAITON (1968).

3.1.4 Características do solo

A área experimental é um segmento tipo terraço, e o solo classificado

como um Latossolo Amarelo Distrófico, apresentando classe textural franco-argilo-

arenoso. A análise granulométrica revelou os seguintes teores: 54 % areia, 7%

silte e 39% argila. Em amostra de solo realizada em 26/09/2003, este apresentou

as seguintes características químicas: 5,2 pH em água, P (Carolina do Norte) 5

mg/dm3, S-SO4 3 mg/dm3, Ca 17,5 mmolc/dm3, Mg 8,3 mmolc/dm3, K 1,8

mmolc/dm3, Al 1,0mmolc/dm3, H+Al 27,7 mmolc/dm3, MO 26,0 g/dm3, CTC 55,8

mmolc/dm3, V% 50%, Sat Al 3%, Fe 39,8 mg/dm3, Cu 0,4 mg/dm3, Zn 2,1 mg/dm3,

Mn 6,2 mg/dm3 e B 0,24 mg/dm3. Calculada a necessidade de calcário para elevar

a saturação de bases para 70%, foi utilizada uma tonelada de calcário dolomítico

em toda a área experimental (0,7 ha) por ocasião do plantio de sorgo, que

antecedeu o plantio das forrageiras em estudo.

3.1.5 Área e delineamento

O experimento foi delineado em blocos ao acaso em arranjo fatorial

(2 x 2 x 3) sendo: duas espécies forrageiras: Aveia-preta (Avena strigosa Scherb)

e Triticale (Xtriticosecale Wittimmack) em dois sistemas: corte e pastejo,

ordenados em plantios nas épocas: Abril, Maio e Junho de 2004, com três

repetições, totalizando 12 repetições. O cronograma de plantio e corte/pastejo

está na Tabela 2

.

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Tabela 2. Cronograma de plantio e datas do 1º, 2º e 3º cortes/pastejos (C/P) em

Aveia-preta (Av.) e Triticale (T.).

Avaliação

Trat. Plantio Plantio de abril Plantio de maio Plantio de junho

Sistema Ab Ma Jn 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º

Av. corte 21/04 20/05 21/06 22/06 - - 05/07 05/08 03/09 06/08 02/09 -

T.corte 21/04 20/05 21/06 22/06 22/07 27/08 05/07 05/08 03/09 06/08 02/09 -

Av.pastejo 21/04 20/05 21/06 23/06 23/07 - 07/07 10/08 03/09 11/08 03/09 -

T.pastejo 21/04 20/05 21/06 23/06 23/07 - 07/07 10/08 03/09 11/08 03/09 -

(-) Não houve corte e/ou pastejo

As parcelas foram definidas da seguinte forma:

Sistema corte, constituídas de 25 linhas espaçadas em 20 cm, medindo 5

m de comprimento e 5 m de largura, sendo um total de 6 parcelas em cada bloco

e 18 parcelas no sistema;

Sistema pastejo, as parcelas foram dispostas em 3 blocos constituídos de

6 parcelas de 100 m2, medindo 10 m de largura e 10 m de comprimento, sendo

um total de 18 parcelas.

O plantio, realizado manualmente em linhas no sistema corte, foi realizado

a lanço no sistema pastejo. Este procedimento permitiu o plantio de todas as

parcelas de cada época na mesma data.

Os piquetes foram dispostos de forma que os animais transitassem em

corredores de três metros de largura, com acesso fácil ao longo dos corredores,

evitando problemas no manejo. As densidades de semeadura foram: Aveia-preta

cv. EMBRAPA-29, 100 kg de sementes/ha e Triticale cv. IAC 3, 100 kg de

sementes/ha.O croqui da área experimental está apresentado no Anexo 2 .

A adubação foi realizada segundo análise de solos para fósforo (nível p/

30mg/dm3), o que equivale a 500 kg de superfosfato simples /ha todo aplicado no

plantio e potássio (5%/CTC) num total de 100 kg/ha de K2O, aplicado juntamente à

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adubação nitrogenada, sendo 10 kg, 20 dias pós-plantio e 30 kg K2O /ha após

cada corte/pastejo O nitrogênio, parcelado em 20 kg/ha 20 dias após pós-plantio e

as demais doses de 90 kg/ha a cada corte, totalizando 200 kg N/ha e 110 kg N/ha

para as parcelas que responderam com 3 e 2 cortes/pastejos, respectivamente.

Esta dosagem segue o que utilizaram os autores SOARES & RESTLE 2002,

ALVIM et al. (1987), MARTINS & COSER (1987).

As parcelas foram todas irrigadas em turnos de uma hora distribuídos em

intervalos de um dia, sendo cada parcela irrigada até próximo ao ponto de

escorrimento. Foram utilizados quatro canhões com vazão de 8-9 mm/h acionados

por uma bomba com potência de 12,5 CV.

3.1.6 Tratamentos

Os tratamentos foram constituídos pelas combinações dos fatores:

espécies forrageiras Aveia-preta e Triticale, sistemas corte e pastejo e épocas de

plantio: Abril, Maio e Junho.

T1: AAbC - Aveia preta semeada no mês de Abril sob corte,

T2: AMC - Aveia preta semeada no mês de Maio sob corte,

T3: AJC - Aveia preta semeada no mês de Junho sob corte,

T4: TAbC - Triticale semeada no mês de Abril sob corte,

T5: TMC - Triticale semeada no mês de Maio sob corte,

T6: TJC - Triticale semeada no mês de Junho sob corte,

T7: AAbP - Aveia preta semeada no mês de Abril sob pastejo,

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T8: AMP - Aveia preta semeada no mês de Maio sob pastejo,

T9: AJP - Aveia preta semeada no mês de Junho sob pastejo,

T10: TAbP - Triticale semeada no mês de Abril sob pastejo,

T11: TMP - Triticale semeada no mês de Maio sob pastejo,

T12: TJP - Triticale semeada no mês de Junho sob pastejo.

3.1.7 Coleta de amostras e análises químicas

Nas parcelas de corte para efeito de avaliação, foram descartadas as duas

linhas de cada extremidade 1,0 m na parte superior e inferior da parcela

totalizando uma área disponível para amostragem de 9 m2. O corte do material

coletado foi realizado a 10 cm do solo, pesado para estimação da produção de

matéria seca e em seguida retirada uma alíquota representativa que foi congelada

para posterior determinação dos componentes folhas, caules, inflorescências

quando presentes e material morto, além das análises laboratoriais.

As parcelas no sistema pastejo foram pastejadas por um animal de,

aproximadamente, 300 kg de peso vivo, durante 12 horas no período das seis da

tarde às seis da manhã, sendo equivalente a uma lotação de 0,6 U.A./ha. Foi

permitido um resíduo de 20 cm, sendo antes da entrada dos animais feita a coleta

de três amostras com área de 1 m2, que foram pesadas e retirada uma alíquota

posteriormente congelada para análise.

Os primeiros cortes e pastejos nas parcelas da época Abril foram

realizados 60 dias após o plantio, estando as forrageiras com alturas superiores a

30 cm, e repetidas a intervalos de 30 dias, porém, posteriormente (a partir da

época Maio), foi alterada para 45 dias a idade ao primeiro corte/pastejo, devido à

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observação que constatou que o material semeado no mês de Abril apresentava-

se em florescimento à idade dos 60 dias.

O total de produção de MS foi calculado pela soma da produção de cada

corte/pastejo e a relação lâmina foliar/caule + bainha, obtida pela relação entre o

peso seco de lâmina foliar e de caule + bainha, gerando um número de 36

observações para cada variável.

As análises químicas do material foram realizadas nas amostras obtidas

de cada corte/pastejo, de cada tratamento, totalizando um número de 72

amostras. Os teores de matéria seca (MS) foram obtidos através de pré-secagem

a 55o C e posterior secagem a 105º e os teores de proteína bruta (PB) pelo

método de Kjeldhal, matéria mineral (MM), extrato etéreo (EE) e matéria orgânica

(MO) seguindo-se os procedimentos padrão do A. O. A. C. citados em SILVA e

Queiroz (2002).

As determinações da fibra em detergente neutro (FDN), da fibra em

detergente ácido (FDA), do nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA), do

nitrogênio insolúvel em detergente neutro (NIDN) e lignina em ácido sulfúrico a

72% foram realizadas de acordo com VAN SOEST et al. (1991).

Os carboidratos totais (CHOT) foram calculados pela fórmula CHOT= 100

- PB (MS%) – EE (MS%) – Cinzas (MS%) e os carboidratos não-fibrosos (CNF),

que constituem as frações A e B1, obtidos pela fórmula CNF=CHOT - FDNcp,

sendo que FDNcp constitui a parede celular vegetal isenta de cinzas e proteínas

(SNIFFEN et al., 1992). A fração C foi obtida seguindo-se o proposto por SNIFFEN

et al. (1992), multiplicando-se o valor de lignina por 2,4 e a fração B2 pela

diferença entre FDNcp e a fração C.

A proteína das forrageiras foi fracionada nas seguintes porções: A+B1+

B2, B3 e fração C, sendo a fração A+B1+ B2 obtida pela diferença das demais

frações com o teor de PB na MS. A fração B3 foi obtida pela diferença entre o

nitrogênio insolúvel em detergente neutro (NIDN) e o nitrogênio insolúvel em

detergente ácido "NIDA" (SNIFFEN et al., 1992). A fração C foi determinada pelo

nitrogênio insolúvel em detergente ácido “NIDA” (VAN SOEST et al., 1991). Os

valores da proteína insolúvel em detergente ácido, (PIDA) e da proteína insolúvel

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em detergente neutro (PIDN) foram calculados multiplicando-se os valores de

NIDA e NIDN por 6,25.

3.1.8 Análise estatística

Após a coleta os dados foram submetidos a análise de variância,

conforme o modelo descrito abaixo

Yijkl= µ + Spi + Sisj + Epck + (Spi x Sisj)+ (Spi x Epck) + (Sisj x Epck) +

(Spi x Sisj x Epck) + Bl + eijkb (1)

Sendo,

µ, a média geral,

Spi, efeito da espécie cultivada........................................... i= (1 e 2) ~ Spi,

Sisj, efeito do sistema de produção, corte ou pastejo, j= (1 e 2) ~ NID

(0, "2Spi),

Epck, efeito das três épocas de plantio...............k= (1, 2 e 3) NID (0, "2Sisj),

Spi x Sisj, efeito da interação entre a i ª espécie e j º sistema

Spi x Epcj, efeito da interação entre a i ª espécie e a k ª época de plantio,

Sisj x Epck, efeito da interação entre o j º sistema e a k ª época de plantio,

Spi x Sisj x Epck, efeito da interação tripla entre a i ª espécie, o j º sistema

e a k ª época de plantio,

Bb o efeito devido ao lº bloco .............................l= (1, 2 e 3) ~NID (o, "2) e

eijkl o erro experimental.

Os graus de liberdade das interações e dos fatores isoladamente foram

desdobrados através dos testes de comparação de médias, Tukey a 5% de

significância pelo programa estatístico GENES e a análise de variância pelo SAS

através do procedimento GLM (1996).

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4- Resultados e discussões

4.1 Análise quantitativa

4.1.1 Produção de matéria seca

Na tabela 3, encontra-se o resumo da análise de variância, onde podemos

observar que houve efeito significativo (P< 0,05) para: espécie, sistema, época de

plantio e suas interações sobre a produção de matéria seca e a relação lâmina

foliar/caule + bainha. No Tabela 4, nota-se que a produção de matéria seca foi

maior na Aveia-preta, na época de plantio Maio, sendo o sistema de corte superior

ao pastejo nas duas espécies estudadas.

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A produção de MS da Aveia-preta se destacou sobre a do Triticale, tendo

alcançado a média máxima de 3.426 Kg/MS/ha contra 2.710 Kg/MS/ha e 1.420

Kg/MS/ha contra 1.166 Kg/MS/ha nos respectivos sistemas corte e pastejo. A

produção na época Maio e no sistema corte demonstram a interação ocorrida

entre estes dois fatores para as duas espécies. O ataque de formigas no plantio

pode ter prejudicado a produção no sistema pastejo pelo menor stand de plantas e

competição com invasoras.

Tabela-3. Resumo da análise de variância para as variáveis: produção de matéria

seca (MS) e relação lâmina foliar/caule + bainha (R lf/c), das gramíneas: Aveia-preta e Triticale sob corte e pastejo nas épocas de plantio: Abril, Maio e Junho

Fontes de variação GL MS (kg/ha) R lf/c

Espécie (Sp) 1 1166602,27 2,56577*

Sistema (Sis) 1 13620603,93* 0,23703 ns.

Época (Épc) 2 2826186,27* 0,18347 ns.

Sp. x Sis. 1 121977,35 ns. 0,11641 ns.

Sp. x Épc. 2 428230,44 ns. 1,098241*

Sis. X Épc. 2 1617742,15* 0,27223 ns.

Sp. x Sis. x Épc. 2 1496376,44* 0,494830 ns.

Resíduo 23 224355,07 0,17321690

Total 34

Média 1609,00 kg MS/ha 1,12

C.V. % 29,44 36,99

(*) = Significativo pelo teste F a 5% de probabilidade: e ns. = não significativo

A Aveia-preta no sistema corte e semeada em Abril, ao sofrer o primeiro

corte, apresentava completa emissão da inflorescência, não produzindo rebrote,

do mesmo modo como foi observado por REIS et al. (2003), quando a completa

emissão da inflorescência provocou a remoção de grande número de gemas

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apicais. A produção do sistema corte foi derivada de uma única avaliação, contra o

tratamento de Maio, que produziu três cortes, e Junho, que produziu dois cortes,

favorecendo a produção de maior quantidade de matéria seca na época Maio,

como mostra a Tabela 4. No sistema pastejo, este comportamento não se

confirmou, provavelmente pela preservação dos meristemas apicais (resíduo de

20 cm) e produziu maior volume de MS na época Abril, que superou a época Maio,

seguido da época Junho, sendo o número de pastejos três no plantio da época

Maio, seguido de Abril e Junho, respectivamente, com dois pastejos.

A produção de MS/ha nas duas espécies estudadas (Tabela 4) foi

significativa, quando comparada aos trabalhos analisados durante a revisão

bibliográfica, como: VILELA et al. (1971) com 6-7 t. MS/ha, recomendando plantio

em março, JUNIOR & REIS et al. (2003), avaliando três Aveias brancas e uma

Aveia-preta semeada em maio e com 1º pastejo 63 dpp mais duas rebrotas,

obtiveram 1,21; 1,73 e 1,84 t. MS/ha.

Tabela-4 Valores médios da produção de matéria seca (Kg MS/ha) de Aveia-preta e Triticale e relação lâmina foliar / caule + bainha em função da época de plantio e do sistema

Aveia-preta

Sistema Abril Maio Junho Corte 839,91 Bc 3426,26 Aa 2686,28 Ab

Pastejo 1419,76 Aa 1384,17 Bb 704,32 Bc

Triticale Sistema Abril Maio Junho

Corte 1803,84 Ac 2710,47 Aa 1870,58 Ab Pastejo 542,91 Bb 1165,60 Ba 326,40 Bc

Relação lâmina foliar / caule + bainha

Espécie Abril Maio Junho Aveia-preta 0,48 Bb 0,73 Bab 1,34 Aa

Triticale 1,56 Aa 1,43 Aa 1,23 Aa Médias na coluna/linha, seguidas pela mesma letra maiúscula/minúscula não diferem entre si (P < 0,05) pelo teste de tukey.

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RESTLE & LUPATINI et al. (1993), com consórcio de aveia-preta e

azevém, utilizando três doses de nitrogênio, obtiveram 4,8 t. MS/ha (0 Kg. N/ha),

9,3 t. MS/ha (150 Kg. N/ha) e 10,9 t. MS/ha (300 Kg. N/ha); TEIXEIRA et al. (2002)

no Rio de Janeiro em um único corte obtiveram 0,66; 0,79 e 1,06 t. MS/ha;

GOMES & STUMPF (2001) trabalhando com diferentes níveis de N obtiveram no

nível de 260 kg N/ha utilizando a cultivar de Aveia-preta (EMBRAPA 29) 5,9 t.

MS/ha.

SÁ & OLIVEIRA (1995), estudando genótipos de ciclos diferentes,

obtiveram produções que variaram de 1,98 a 6,86 t. MS/ha em função da idade de

corte; CECATO et al. (2001), com diferentes materiais genéticos no Paraná,

obtiveram produções variando de 6,7 a 11,03 t. MS/ha.

FLARESSO et al. (2001), estudando Aveia-preta e Azevém sob 4 épocas

de plantio, obtiveram 5,3; 4,3; 3,3; 2,7 e 1,43; 2,24; 1,98; 1,90 t. MS/ha para nº de

cortes e produção de MS de Aveia-preta, respectivamente, nas épocas de plantio

março, abril, maio e junho; ALVIM et al. (1987) obtiveram com aveia (Avena sativa

L.) 4,68 t. MS/ha sob níveis de nitrogênio e efetuando três cortes; PRIMAVESI et

al. (2001) obtiveram produções de MS/ha variando de 5,58 a 9,89 t. MS/ha com

três cultivares de aveia (São Carlos, UPF 3 e IAPAR 61) semeados em abril e

maio submetidos a intervalos de corte de 28, 35, 42 e 56 dias.

O Triticale no sistema corte teve maior produção de MS na época Maio,

que superou época Junho e Abril, respectivamente, mesmo tendo as parcelas da

época Abril sido cortadas aos sessenta dias pós-plantio (60 dpp) contra quarenta e

cinco dias (45 dpp) nas duas outras épocas.

O número de cortes no Triticale semeado em Abril foi no total de três,

superando a espécie Aveia-preta na mesma época de plantio, com apenas uma

avaliação, como já comentado. Apesar desta forrageira também ter mostrado

grande antecipação do ciclo, o plantio na época Maio produziu três cortes e dois

cortes no plantio da época Junho.

Um fato que pode ter influenciado negativamente a produção do Triticale

foi a constatação de uma clorose nas folhas, o que pareceu ser atribuído a uma

doença fûngica chamada branqueamento causada pelo fungo Pseudomonas

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syringae, o que não pôde ser confirmado pela falta de diagnóstico, ou pela clorose

causada por elevadas temperaturas como descreve COOPER & TAITON (1968)

para o trigo submetido à temperatura acima de 35º C. Em ambas as culturas, o

aspecto sanitário foi satisfatório, tendo sido notada baixa incidência de doenças e

pragas, ocorrendo apenas casos isolados de Ustilago sp (carvão) na Aveia-preta,

nas parcelas da época Abril e houve um pequeno ataque de pulgões. Tendo sido

o Triticale aparentemente a mais atacada pela clorose descrita anteriormente,

porém observada apenas nas últimas avaliações dos tratamentos Triticale corte e

pastejo nas épocas de plantio Abril e Maio.

A figura 1 mostra graficamente a produção de MS em kg/ha no sistema

corte, nas duas espécies estudadas, destacando a produção na época Maio, que

pode ser explicada pelo maior número de cortes (3 cortes).

Av.corte

Av.corte

Av.corte

T.corte

T.corte

T.corte

0500

1000

1500200025003000

35004000

abril maio junho

Pro

d.

MS

Kg

/ha

Av.corte T.corte

Figura 1. Representação gráfica da produção de MS em kg/ha para Aveia-preta e Triticale sob o sistema corte, nas épocas de plantio: Abril, Maio e Junho (Total em kg obtido nos cortes em cada tratamento)

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A figura 2 ilustra a produção das forrageiras: Aveia-preta e Triticale sob

pastejo submetidas às épocas de plantio: Abril, Maio e Junho e demonstra o

comportamento semelhante da aveia-preta nas épocas abril e maio, e a maior

produção da espécie Triticale na época maio. A Aveia-preta, na época de plantio

Junho, foi submetida a temperaturas mais baixas e ao momento da primeira

avaliação ainda não havia gerado produção equivalente às demais épocas de

plantio, resultando, então, em uma menor produção de MS. A maior produção do

Triticale semeada em Maio pode ser atribuída ao maior número de pastejos em

relação às demais épocas de plantio, tendo o tratamento TPJ sido avaliado

apenas no rebrote do primeiro pastejo.

Av.pastejo Av.pastejo

Av.pastejo

T.pastejo

T.pastejo

T.pastejo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

abril maio junho

Pro

d.

Kg

MS

/ha

Av.pastejo T.pastejo

Figura 2. Representação gráfica da produção de MS em kg/ha para Aveia-preta e Triticale sob o sistema pastejo, nas épocas de plantio: Abril, Maio e Junho (Total em kg obtido nos pastejos em cada tratamento)

Os dados relativos à relação lâmina foliar/caule + bainha sustentam a

observação de que o avanço fisiológico das plantas reduziu a participação das

folhas na composição da massa total, exaltando a diferença entre as espécies,

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sendo influenciado também pela época de plantio, não tendo sido observadas

diferenças nesta relação em função do sistema (P > 0,05).

Na Aveia-preta, a época Junho apresentou maior relação lâmina

foliar/caule+bainha, seguida pela época Maio e, finalmente, pela época Abril,

devido ao fato de que a menor soma térmica alcançada no momento do primeiro

corte/pastejo na época Junho permitiu que estes fossem realizados ainda em um

estádio fisiológico inicial, possivelmente considerados muito precoces no que diz

respeito ao momento ideal para o início da utilização do material, o que também

pode ter comprometido a produção de matéria seca por hectare.

A relação lâmina foliar/caule + bainha no Triticale não diferiu

significativamente (P > 0,05) entre os sistemas e as épocas de plantio, apesar da

grande participação de inflorescência na massa produzida e de não ter sido

observada diferença significativa entre os tratamentos (Tukey 0,05) no que diz

respeito à produção de lâmina foliar.

Houve diferença significativa (P < 0,05) para a interação espécie x época,

destacando a similaridade entre as espécies com plantio na época junho, onde as

plantas se encontravam em estádio fisiológico inicial (antes do alongamento dos

caules). Triticale sob o sistema pastejo e plantio na época Junho avaliada somente

na rebrota do primeiro pastejo reduziu a relação lâmina foliar/caule + bainha neste

tratamento, tendo a Aveia-preta apresentado valores inferiores nas épocas de

plantio: Abril e Maio.

O ciclo das plantas é regido pela temperatura, radiação solar, umidade,

nutrientes, além do conteúdo genético. O fornecimento dos fatores temperatura e

radiação solar são variáveis com o local, a estação do ano e entre anos e a

resposta da planta em função do material genético. Os diferentes materiais

genéticos são adaptados em determinada faixa geográfica, seguindo um ciclo que

permita demonstrar seu potencial produtivo. COOPER & TAITON (1968)

relataram, em um clássico trabalho de requerimentos de luz e temperatura para o

crescimento de gramíneas de clima tropical e temperado, que as plantas de clima

temperado apresentam uma melhor resposta a temperaturas mais baixas,

sofrendo uma maior variação diária e entre estações em relação às regiões

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tropicais e sub-tropicais e menores valores de saturação luminosa, o que

determina a menor eficiência fotossintética, contra as gramíneas tropicais que,

aparentemente, não apresentam sinais de foto saturação.

Segundo a lei de VAN’T HOFF, a cada 10º C de aumento na temperatura,

a razão de produção de matéria seca dobra (ASSIS, 2004). A esta lei foi atribuído

o conceito da relação entre temperatura e a taxa de desenvolvimento de uma

planta, pois certas fases de desenvolvimento são antecipadas com aumentos

progressivos de temperatura, dentro de certos limites, o que concorda com a

citação de FELICIO & CAMARGO et al. (2001).

As unidades térmicas de desenvolvimento são baseadas nas

temperaturas acumuladas em graus-dia, que é a diferença entre a temperatura

máxima e mínima do ar dividido por dois, menos a temperatura de base

(temperatura na qual o vegetal não se desenvolve ou a taxas muito baixas) para

uma determinada cultura, que são utilizadas na determinação das exigências

térmicas para atingir um determinado estádio fisiológico, permitindo prever a

maturação das plantas, a adaptação às diversas regiões, como as melhores

épocas de semeadura a fim de coincidir os períodos críticos com as melhores

disponibilidades climáticas. Este conhecimento permite favorecer a adaptação de

espécies, como plantas de inverno em clima tropical, obtendo condições para

estabelecê-las com produções significativas.

Cada um dos diversos materiais genéticos, por sua vez, responde de

diferentes formas ao acúmulo de graus-dia, sendo estes classificados como de

ciclo precoce, médio e tardio em relação à emissão das inflorescências.

O cultivar de Triticale IAC 3, utilizado neste trabalho. foi classificado por

FELICIO et al. (2001) como sendo de adaptabilidade específica a ambientes

favoráveis e baixa estabilidade, podendo reduzir significativamente seus

rendimentos em condições desfavoráveis de ambiente. Os genótipos com ciclo da

emergência ao espigamento entre 56-60, 61-65 e acima de 65 dias foram

considerados, respectivamente, como precoce, médio e tardio.

PEDRO JUNIOR et al. (2004), estudando cultivares de Triticale,

encontraram para a cv IAC 3 período médio da emergência ao florescimento de

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56,2 dias, soma de graus-dia da emergência a maturação de 1.263º C e

temperatura de base 8º C classificando este cultivar como precoce nas condições

de Capão Bonito no Estado de São Paulo. Estes trabalhos despertam para o fato

de que, na escolha de um material genético a ser utilizado em diferentes regiões

geográficas, a necessidade de se conhecer a constante térmica (temperatura

acumulada em graus-dia para uma determinada fase do ciclo) se faz necessária a

fim de explorar o máximo da fase desejada da cultura, se produção de grãos ou

forragem. Isto explica o ocorrido com o material tanto de Aveia-preta como de

Triticale, utilizados neste trabalho, que produziram grande porção de

inflorescência na massa de forragem, acarretando, possivelmente, menor

produção de MS e alterações do valor nutritivo em relação aos trabalhos

anteriormente citados.

Os valores expressos na Tabela 5 são a soma térmica em graus-dia na

data de cada avaliação, sugerindo que as parcelas da época Abril estivessem em

estádio fisiológico mais avançado no sentido da maturação, o que poderia suportar

a hipótese de que as diferenças encontradas nos conteúdos de fibra e proteína

estão relacionadas a este efeito.

Tabela-5 Soma térmica em graus-dia ao primeiro corte/pastejo em Aveia-preta cv.

EMBRAPA 29 e Triticale cv. IAC 3 no norte do estado do Rio de Janeiro durante o período de abril a setembro de 2004.

Tratamento 1º Corte 1º Pastejo

AA 691,23º C 694,23º C

AM 478,00º C 498,90º C

AJ 438,90º C 584,7º C

TA 815,23º C 815,23º C

TM 570,00º C 594,90º C

TJ 540,90º C _

AA, aveia-preta semeada em abril; AM, aveia-preta semeada em maio; AJ, aveia-preta semeada em junho; TA, triticale semeado em abril; TM, semeado em maio TJ, triticale semeado em junho.

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4.1.2 Composição da massa de forragem

A fase vegetativa das plantas se caracteriza pela maior produção de

folhas em relação à fase reprodutiva, sendo a massa de folhas de maior

densidade e tem o papel crucial na captação de luz e fotossíntese. Isto reflete na

produção de maior quantidade de matéria seca de interesse para exploração

pecuária. Sendo as folhas forragem de alta qualidade, permite a maior lotação

animal por área e produção de nutrientes digestíveis por tonelada. A tabela 6

indica o nível de significância pelo teste F (ANOVA) dos fatores: espécie, sistema,

épocas de plantio e suas interações, sobre os componentes da massa da

forragem de Aveia-preta e Triticale.

Tabela-6. Resumo da análise de variância para as variáveis: % lâmina foliar (% lf), % de caule + bainha (% c + b), % inflorescência (% inf.) e % matéria seca morta (% MSm.) das gramíneas: Aveia-preta e Triticale sob corte e pastejo nas épocas de plantio: Abril, Maio e Junho

Fontes de variação GL % lf % c + b % inf. %MSm.

Espécie (Sp) 1 131,071ns 3661,431* 5156,955* 517,625ns

Sistema (Sis) 1 89,8918ns 143,099ns 2024,896* 1808,435*

Época (Épc) 2 80,0533ns 563,812ns 132,737ns 107,386ns

Esp. X Sis. 1 35,3659ns 52,9304ns 53,1844ns 35,6356ns

Esp. X Épc. 2 1731,697* 65,1420ns 1489,499* 21,4075ns

Sis. X Épc. 2 503,947ns 158,409ns 958,119ns 263,686ns

Esp. X Sis.x Épc. 2 932,935ns 167,450ns 1757,713* 5,35188ns

Resíduo 59 535,34452 249,82764 411,88078 296,33402

Total 72

Média 34,00% 31,08% 24,56% 10,35%

C.V. % 68,04 50,85 82,63 166,26

Significância pelo teste “F” a 0,05: ( *) significativo e ns. = não significativo

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A participação da lâmina foliar na massa seca total de forragem mostrou

diferença significativa (P < 0,05), para a interação dentro de espécie, nas

diferentes épocas de plantio. Embora, apesar das médias de cada tratamento não

apresentarem diferenças significativas pelo teste de Tukey (P > 0,05 - Tabela 7)

observou-se uma tendência de redução na participação da lâmina foliar e aumento

da inflorescência, no sentido da época Abril para a época Junho, 21,68 e 45,41 %,

respectivamente, para Aveia-preta, tendo o Triticale se comportado de forma

inversa, no sistema pastejo e houve uma maior participação desta porção na

época Abril em relação às épocas Maio e Junho, sendo 41,14%, 31,79% e 25,69%

de lâmina foliar, respectivamente.

As forrageiras estudadas neste trabalho alcançaram a fase reprodutiva

precocemente em relação ao descrito na literatura EMBRAPA CNPT(2000), tendo

as primeiras observações da época Abril apresentado completa emissão da

inflorescência nas duas espécies devido ao corte aos 60 dias pós-plantio e na

espécie Triticale, principalmente devido ao grande encurtamento do ciclo

vegetativo. A alta porcentagem de inflorescência na massa total produzida (Tabela

7) pode comprometer a qualidade devido à redução do teor e da qualidade da

proteína e ao aumento dos componentes da parede celular, tendência também

observada em cortes ou pastejos subseqüentes no sentido da maturação das

plantas.

Tabela-7. Valores médios de porcentagem de lâmina foliar (% lf) e inflorescência (% inf) na massa forrageira de Aveia-preta e Triticale em função: da espécie (Sp.), do sistema (Sis.) e as épocas de plantio (Épc.): Abril, Maio e Junho

% lâmina foliar (% lf)

Épocas de plantio (Épc.) Espécie (Sp.) Abril Maio Junho Média Aveia-preta 21,68 Bc 27,44 Bb 45,41 Aa 31,51 A Triticale 41,14 Aa 31,79 Ab 25,69 Bc 33,04 A

% inflorescência (% inf)

Espécie (Sp.) Abril Maio Junho Média

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Corte Aveia-preta 13,66 a 14,17 a 1,91 a 9,91B Triticale 37,97 a 29,62 a 16,06 a 27,88 A Média Sis. corte 25,81 B 21,89 B 9,94 B

Pastejo Aveia-preta 38,70 a 18,36 a 13,50 a 23,52 B Triticale 18,85 b 31,62 ab 70,78 a 40,42 A Média Sis. pastejo 28,77 A 34,17 A 42,14 A Médias na coluna/linha, seguidas pela mesma letra maiúscula/minúscula, não diferem pelo teste de Tukey (P > 0,05). Médias em negrito se referem aos fatores: espécie e sistema.

Houve interação significativa (P < 0,05) para as interações Sp x Sis x Epc,

sendo necessário desdobrar a interação para verificar cada efeito isoladamente. A

Tabela 7 indica os valores de percentagem de inflorescência na massa de

forragem das espécies estudadas, onde se observa uma maior percentagem na

espécie Triticale (P< 0,05), nos diferentes sistemas, sendo o sistema pastejo o de

maior participação desta porção da planta.

A diferença observada entre as épocas de plantio no sistema pastejo,

dentro da espécie Triticale, indicam a interação espécie x época, que foi causada

pela avaliação do tratamento TJP (Triticale no sistema Pastejo, na época de

plantio Junho), que, sendo composta apenas da produção do rebrote do primeiro

pastejo, superestimou o percentual de inflorescência na massa de forragem deste

tratamento. A massa de caule + bainha variou com as espécies devido à maior

velocidade de maturação observada, o que acarretou o alongamento precoce das

hastes (figuras 3 e 4). A Aveia-preta produziu um percentual maior de caule +

bainha na massa de forragem (P < 0,05), em relação ao Triticale, independente do

sistema e da época de plantio (Tabela 8).

Tabela 8 – Valores médios de porcentagem de caule + bainha (% caule + bainha) e matéria seca morta na massa forrageira de Aveia-preta e Triticale em função da espécie (Sp.) e do sistema (Sis)

% caule + bainha Espécie (Sp) Corte Pastejo Média Aveia-preta 41,26 36,47 38,86 A Triticale 23,84 22,40 23,12 B

% matéria seca morta Sistema (Sis) Aveia-preta Triticale Média

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Corte 19,10 11,72 15,41 A Pastejo 6,39 2,25 4,32 B

Médias na coluna, seguidas pela mesma letra, não diferem pelo teste de Tukey (P > 0,05)

A percentagem de matéria seca morta nas duas espécies, apresentada no

Tabela 8, foi em média 10,35% da massa de forragem, tendo mostrado diferença

significativa (P < 0,05) entre os sistemas, devido ao maior adensamento das

plantas no sistema corte, que conferiu maior competição e sombreamento das

folhas basais, induzindo a senescência mais precoce destas folhas que nas

plantas sob o sistema pastejo.

20,34 29,64 38,25 23,01 25,25 57,82

49,40 41,3433,03

36,1345,66

24,3013,66 14,17

2,8738,70 18,36

11,2516,60 14,85 25,86

2,15 10,72 6,64

0

20

40

60

80

100

120

AAC AMC AJC AAP AMP AJP

tratamentos

% m

assa

de

forr

agem

% L.foliar % C/B % Infl. % M.M.

Figura 3- Composição em percentagem da massa de forragem de Aveia-preta sob o sistema corte e pastejo nas épocas de abril, maio e junho (percentagem do peso seco).

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A Figura 3 mostra a tendência de aumento da participação da lâmina foliar

na massa de forragem da Aveia-preta no sentido da época de plantio Abril para a

época Junho. Este fato está relacionado com a soma térmica no momento das

primeiras avaliações das três épocas de plantio, havendo diferença significativa (P

< 0,05) em função deste fator. A tendência inversa da percentagem de

inflorescência confirma o avanço fisiológico das forrageiras, no momento do início

de suas avaliações, no sentido da época de plantio Junho para a época de plantio

Abril. Observa-se a diferença na participação de matéria seca morta entre os

sistemas, sendo maior no sistema corte como descrito anteriormente.

14,9035,9653,6636,4936,5328,62

14,32

26,52

26,64

23,2525,1023,17

70,78

31,62

18,85

24,0929,6237,97

0,005,910,8416,188,7610,23

0

20

40

60

80

100

120

TAC TMC TJC TAP TMP TJP

tratamentos

% m

assa

de

forr

agem

% L.foliar % C/B % Infl. % M.M.

Figura 4- Composição em percentagem da massa de forragem de Triticale sob o sistema corte e pastejo nas épocas de abril, maio e junho. (percentagem do peso seco).

A Figura 4 mostra a tendência no sistema pastejo de redução da

participação da lâmina foliar na massa de forragem do Triticale no sentido da

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40

época de plantio Abril para a época Junho, comportamento inverso ao observado

na Aveia-preta. A idade ao primeiro corte na época de plantio Abril contribuiu com

a menor participação de folhas e a avaliação da época Junho por ter sido

realizada em um material proveniente do rebrote do primeiro pastejo. Houve

diferença significativa (P < 0,05) na percentagem de lâmina foliar em função

destes fatores.

No sistema corte, foi observada para ambas as forrageiras maiores

participações de lâmina foliar no sentido da época Abril para a época Junho,

explicado também pelo estádio fisiológico das plantas no momento das primeiras

avaliações.

Os valores de caule + bainha para o Triticale foram inferiores ao da Aveia-

preta. Destaque para a percentagem de inflorescência do plantio na época Junho,

que apresentou valor bem superior aos demais tratamentos, pelo mesmo fato

relatado anteriormente. Observa-se a diferença na participação de matéria seca

morta entre os sistemas, sendo maior no sistema corte.

4.2 Análise Qualitativa

4.2.1 Composição Bromatológica

A tabela de composição bromatológica que consta no Anexo 3 descreve

os valores da análise bromatológica das duas espécies nos diferentes sistemas e

épocas de plantio. A análise de variância mostrou efeito significativo (P<0,05)

(Tabela 9), dos fatores e suas interações sobre os componentes bromatológicos

da forragem.

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41

Tabela-9. Resumo da análise de variância para as variáveis: percentagem de

matéria seca (% MS) de proteína bruta na MS (% PB/MS), de FDN na MS (% FDN), de FDNcp na MS (% FDNcp) e de Lignina na MS (% Lignina), das gramíneas: Aveia-preta e Triticale sob corte e pastejo nas épocas de plantio: Abril, Maio e Junho

Quadrado Médio Fontes de

variação

GL

%

MS

%

PB/MS

%

FDN

%

FDNcp

%

Lignina

Espécie (Sp) 1 167,745* 3,4189ns 343,107* 2,7895ns 10,4715*

Sistema (Sis) 1 281,865* 36,731ns 49,392ns 83,158ns 0,5875ns

Época (Epc) 2 44,940ns 73,6587* 114,545* 381,37* 4,2331ns

Sp. x Sis. 1 0,6570ns 6,9288ns 2,4363ns 0,2974ns 0,2079ns

Sp. x Épc. 2 45,645ns 42,187ns 95,728ns 185,237* 1,2371ns

Sis. X Épc. 2 84,491* 5,9816ns 117,437* 61,556ns 0,0018ns

Sp. x Sis. x Épc. 2 23,545ns 0,6850ns 81,069ns 52,337ns 1,5284ns

Resíduo 59 16,27452 22,38245 33,24829 35,41171 1,37338

Total 72

Média 18,86% 20,31% 60,87% 57,80% 3,46%

C.V. % 21,39 23,28 9,47 10,29 33,84

Significância pelo teste “F” 0,05 * significativo e ns. = não significativo.

Os teores de matéria seca (MS) variaram (P<0,05) em função da espécie

e do sistema, havendo interação entre o sistema e a época de plantio, tendo como

média geral 18,86% de MS, sendo o Triticale a que apresentou maior teor de MS

(18,87% e 23,45%, respectivamente, para os sistemas corte e pastejo) em relação

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42

à Aveia-preta (15,75% e 19,81%, respectivamente, para os sistemas corte e

pastejo), como mostra a Tabela 10.

Tabela 10 Teores médios de matéria seca (MS) de Aveia-preta e Triticale em

função da época de plantio, o sistema e a interação entre os sistemas e a época de plantio

%MS Aveia-preta

Tratamentos Corte Pastejo AA 18,93 a 20,79 a AM 15,62 a 19,70 a AJ 12,71 a 18,93 a

Média aveia-preta 15,75 D 19,81 B Triticale

Tratamentos Corte Pastejo TA 22,17 a 29,05 a TM 17,70 a 21,68 ab TC 16,75 a 19,61 b

Média triticale 18,87 C 23,45 A Médias na linha/coluna, seguidas pela mesma letra maiúscula/minúscula não diferem (P < 0,05) pelo teste de Tukey.

O incremento no teor de MS pode ser também atribuído ao avanço no

estádio fisiológico das plantas ao momento do primeiro corte/pastejo, pois se

observou que as plantas semeadas nas épocas maio e junho, devido à menor

soma térmica apresentavam-se em estádio vegetativo, não tendo, ainda, emitido

os ramos florais, o que caracteriza um menor teor de MS. A tendência de maior

teor de matéria seca no sentido da época de plantio Abril e no sistema pastejo é

demonstrada pela interação sistema x época de plantio, podendo se observar a

diferença significativa (P < 0,05) entre os tratamentos TAP e TJP, sendo o

tratamento TMP semelhante a ambos.

Porém não foram observadas diferenças estatísticas pela ANOVA (P >

0,05 - Tabela 9) em relação aos teores de proteína bruta entre as espécies,

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43

obtendo a média geral de 20,36 %PB, tendo estes teores variado (P < 0,05) de

acordo com a época de plantio (Tabela 11), explicado pela maturidade fisiológica

da massa produzida, sendo esta menor no sentido dos plantios realizados em

Junho.

Tabela 11- Teores médios de proteína bruta na Aveia-preta e Triticale em função

da época de plantio.

Aveia-preta Épocas de plantio

Sistema Abril Maio Junho Corte 16,12 22,38 21,94 Pastejo 17,63 22,38 22,96 Média A. preta 16,87 c 22,38 b 22,45 a

Triticale Épocas de plantio

Sistema Abril Maio Junho Corte 17,60 19,11 20,28 Pastejo 21,29 20,32 22,45 Média Triticale 19,39 c 19,71 b 21,36 a

Médias na linha, seguidas pela mesma letra não diferem (P < 0,05) pelo teste Tukey.

Como já afirmado em diversos pontos deste trabalho, o maior acúmulo de

graus-dia para os plantios da época Abril promoveu o avanço na maturidade

fisiológica, o que está relacionado com a diminuição do teor de proteína, tendo,

então, o plantio na época Junho superado os plantios nas épocas Maio e Abril,

respectivamente.

O teor médio de proteína bruta, obtido neste trabalho, foi relativamente

elevado quando se observa a literatura consultada, quando SOARES & RESTLE

(1999), em consórcio de Triticale com Azevém, encontraram valores variando de

19,83 a 25,06% sob níveis crescentes de nitrogênio na adubação.

ALVIM et al. (1987), trabalharam com Aveia-branca, observaram teores de

PB de 18,3% no nível 0 de nitrogênio a 23,4% no nível 400 kg N/ha, tendo

também observado decréscimo no teor em função do avanço dos cortes nos

tratamentos onde os níveis de adubação com nitrogênio foram menores (0, 100 e

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200 kg N/ha). CECATO et al. (2002), avaliando genótipos de Aveia (Avena spp.),

obtiveram teores de 13,3 a 18,3% PB/MS, GOMES & STUMPF (2001), estudando

o mesmo cultivar de Aveia-preta utilizado neste trabalho, obtiveram, sob diferentes

intervalos de corte, teores inversamente proporcionais aos intervalos, que foram

20,5; 18,8 e 18% PB/MS para os intervalos 21, 35 e 49 dias respectivamente.

Na Tabela 8, o resumo da ANOVA (P < 0,05) indica a significância dos

fatores e suas interações sobre os teores dos constituintes da parede celular:

FDN, FDNcp e lignina em detergente ácido (%lig). O teor de FDN (%FDN na MS)

no de Triticale semeado na época Junho apresentou o maior valor, o que pode

estar relacionada à grande proporção de inflorescência no material avaliado sob o

sistema pastejo, apesar de não se constatar diferença estatística pelo teste Tukey

(Tabela 12). A tendência observada para maiores valores nos plantio de Abril,

devido ao mesmo fato que promoveu o aumento da %inflorescência nesta

espécie, pode ter contribuído para o aumento na participação dos constituintes da

parede celular.

Tabela-12. Teores médios de FDN na MS de Aveia-preta e Triticale sob corte ou

pastejo em três diferentes épocas de plantio: Abril, Maio e Junho

% FDN/MS Espécie (Sp) Sistema (Sis) Abril Maio Junho Média Aveia-preta Corte 64,28 a 58,09 ab 52,10 b 57,82 D Aveia-preta Pastejo 59,51 a 66,14 a 54,76 a 60,14 C

Triticale Corte 66,33 a 62,60 a 59,53 a 62,82 B Triticale Pastejo 65,89 a 61,81 a 67,24 a 64,98 A

Médias na coluna/linha, seguidas pela mesma letra maiúscula/minúscula não diferem (P < 0,05) pelo teste de Tukey.

Entretanto, os valores médios de FDN não diferiram pelo teste Tukey (P >

0,05), exceto os tratamentos de Aveia-preta submetidos ao corte, sendo 64,28;

58,09 e 52,10% FDN para as épocas Abril, Maio e Junho, respectivamente.

Os valores de FDN obtidos neste trabalho foram superiores à média

(44,6%FDN na MS) obtida por GOMES & STUMPF et al. (2001) com o mesmo

cultivar de Aveia-preta utilizado neste trabalho, sob doses de nitrogênio e três

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diferentes intervalos de corte, sendo 49, 35 e 21 dias e efetuando o primeiro corte

aos 50 dias pós-plantio.

PRIMAVESI et al. (2001), ao analisarem três cultivares de Aveia, sendo o

cv. IAPAR 61 uma Aveia preta, obtiveram menores valores de %FDN na MS nos

intervalos de corte de 28 e 35 dias (48,9 e 50,6% para o plantio de abril e 49,4 e

51,8% para o plantio de maio no ano de 1995 com o cv. IAPAR 61), algo em torno

dos valores obtidos no presente trabalho e observaram aumento nos valores

referentes à cv. UPF 3 no ano de 1995 sob o intervalo de 56 dias, destacando o

fato das plantas apresentarem inflorescência, assim como as plantas semeadas

em Abril, neste trabalho, seja a Aveia-preta ou o Triticale, culminando nos maiores

valores de %FDN na MS.

CECATO et al. (2002), estudando níveis de N em Aveia-preta cv. IAPAR

61, não observaram variação na %FDN/MS entre os níveis de 0, 50, 100 e 200 kg

N/ha (40,48; 40,81; 41,15; 40,94% e 46,88; 48,99; 47,62 e 49,5% FDN/MS para o

1º e 2º cortes respectivamente), porém obtiveram valores de FDN superiores no

segundo corte, e atribuíram este fato ao amadurecimento das plantas com

aumento do conteúdo de parede celular, o que, no presente trabalho, pode

explicar os maiores valores obtidos tanto com a Aveia-preta quanto com o

Triticale.

A mesma tendência pôde ser notada nos teores de FDNcp e lignina, o que

vem a fortalecer esta afirmativa, de que ocorreu maior acúmulo dos constituintes

da parede celular e lignificação da forragem produzida. A ANOVA revelou efeito

significativo (P < 0,05) da época de plantio e da interação espécie x época de

plantio para a variável fibra em detergente neutro isento de cinzas e proteína (%

FDNcp na MS), sendo, porém, observado pelo teste Tukey (P < 0,05), somente

diferença no tratamento, Triticale sob o sistema corte, que, devido ao

adensamento causado pelo plantio em linha, demonstrou uma maior distinção

entre as diferentes épocas de plantio, onde o teor de FDNcp da forragem da

época Abril superou o da época Junho, sendo na época Maio similar às demais.

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Tabela 13- Teores de FDNcp (% FDNcp na MS) e Lignina (% Lignina na MS) em

função da espécie e época de plantio

% FDNcp/MS

Espécie Abril Maio Junho Corte

Aveia-preta 62,23 Ba 57,07 Aa 50,92 Aa Triticale 64,37 Aa 54,09 Bab 50,95 Ab

Pastejo Aveia-preta 58,23 Ba 64,52 Aa 54,23 Ba

Triticale 64,90 Aa 54,66 Ba 56,40 Aa

% Lignina/MS Espécie Abril Maio Junho Média

Aveia-preta 3,56 a 3,16 a 2,47 a 3,06 B Triticale 4,44 a 3,49 a 3,75 a 3,89 A

Médias na coluna/linha, seguidas pela mesma letra maiúscula/minúscula não diferem (P < 0,05) pelo teste de Tukey.

Na Tabela 13, observam-se as diferenças entre os teores médios de

lignina na MS de Aveia-preta e Triticale obtida pelo teste Tukey, nas condições

deste experimento, não havendo distinção entre os sistemas e as épocas de

plantio. Uma análise mais detalhada da composição das frações das forrageiras

poderia indicar a natureza da distinção entre os conteúdos de lignina das espécies

estudadas, tendo Triticale apresentado maior teor (P < 0,05), sendo isto derivado

de caules e inflorescências possivelmente mais lignificadas.

Os teores de FDA, NIDN e NIDA seguiram a mesma tendência, não sendo

observada diferença significativa (P>0,05) para os fatores estudados (Tabela 14).

Estas semelhanças são devido à mesma natureza destas forragens, sendo ambas

plantas de clima temperado com estrutura fibrosa semelhante, rota fotossintética

(C3) e terem sido colhidas em estágio fisiológico aproximado, o que poderia

explicar o mesmo conteúdo de fibra indisponível (% FDA na MS) e a natureza

protéica destas espécies, o que é característico da alta disponibilidade da

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proteína. O extrato etéreo determinado nas amostras de cada tratamento não

diferiu estatisticamente pela ANOVA (P > 0,05) em função dos fatores estudados,

espécie, época de plantio e sistema, compondo em média 1,70% da MS (Tabela

14).

Tabela-14. Resumo da análise de variância para as variáveis: percentagem de FDA na MS (% FDA), de NIDN na MS (% NIDN), de NIDA na MS (% NIDA), de extrato etéreo na MS (%EE) e Cinzas na MS (% Cinzas) das gramíneas: Aveia-preta e Triticale sob corte e pastejo nas épocas de plantio: Abril, Maio e Junho

Quadrado Médio Fontes de

variação

GL

%

FDA

%

NIDN

%

NIDA

%

EE

%

Cinzas

Espécie (Sp) 1 12,176ns 0,0117ns 0,49240ns 0,0834ns 54,3251*

Sistema (Sis) 1 8,4244ns 0,0003ns 0,13522ns 0,2933ns 33,2582*

Época (Épc) 2 35,511ns 0,0195ns 0,92693ns 0,8559ns 0,0020ns

Esp. x Sis. 1 0,0242ns 0,0050ns 0,12622ns 1,0634ns 3,6646ns

Esp. x Épc. 2 43,420ns 0,0019ns 0,00013ns 1,1621ns 3,0948ns

Sis. X Épc. 2 13,246ns 0,0059ns 0,15708ns 0,4723ns 9,1908ns

Esp. x Sis. x Épc. 2 7,9613ns 0,0012ns 0,0378 ns 1,5377ns 7,9285ns

Resíduo 59 17,05414 0,0084 0,071044 0,666312 3,733343

Total 72

Média 32,01% 0,17% 0,44% 1,70% 9,14%

C.V.% 12,90 54,27 60,54 47,88 21,14

Significância pelo teste F: * significativo e ns. = não significativo.

O teor de cinzas diferiu (P < 0,05) com a espécie e o sistema, alcançando

média geral de 9,14% na MS, sendo o maior valor obtido com Aveia-preta no

sistema pastejo e o menor valor em Triticale no sistema corte (Tabela 15). Estas

distinções podem estar relacionadas com a natureza de captação de nutrientes

seja pelo melhor enraizamento em termos de volume de solo explorado ou maior

capacidade da espécie Aveia-preta explorar nutrientes minerais nas condições do

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presente trabalho. A forma como foi localizado o adubo fosfatado no sistema corte,

quando plantado em linha, poderá ter causado um melhor aproveitamento deste

nutriente tão importante para o estabelecimento das raízes, o que, da mesma

forma, favoreceria a captação destes nutrientes minerais responsáveis pelo

enriquecimento da forragem em minerais expressos como cinzas na matéria seca.

Tabela 15- Teores médios de Cinzas (% Cinzas na MS) nas espécies: Aveia-preta e Triticale em função do sistema

Sistema Corte Pastejo Média Espécie

Aveia-preta 10,45 a 9,46 b 9,95 A Triticale 9,05 a 7,07 b 8,06 B

Médias na coluna/linha, seguidas pela mesma letra maiúscula/minúscula não diferem (P < 0,05) pelo teste de Tukey.

4.2.2 Fracionamento dos carboidratos

Os carboidratos são largamente discutidos em trabalhos de SNIFFEN et

al. (1992), VAN SOEST et al. (1991) e MERTENS et al. (1996), nos quais se

descreve o fracionamento e a metodologia de obtenção das frações derivadas da

fibra e dos carboidratos não-fibrosos. Estas frações são utilizadas para determinar

a disponibilidade destes componentes dos alimentos para o crescimento

microbiano e estudos de sincronia com a proteína ao nível do rúmen.

As frações A e B1, componentes dos carboidratos não fibrosos, são

aquelas de maior solubilidade que produzem “pools” de crescimento microbiano e

são rapidamente degradadas. As frações dos carboidratos foram interpretadas

pela análise dos componentes: % FDN na MS, % FDNcp na MS, % FDA na MS,

% Lignina na MS, %CHOT na MS e % CNF na MS, onde segundo proposto por

SNIFFEN et al. (1992) calcularam-se as frações: %C no CHOT, %B2 no CHOT e

%CNF no CHOT que expressam as frações A, B1, B2 e C.

A Tabela 16 demonstra o nível de significância dos fatores sobre os teores

com base na matéria seca: dos carboidratos totais (%CHOT na MS), dos

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carboidratos não-fibrosos (%CNF na MS), da fração B2 do carboidrato (% B2 na

MS) e da fração C do carboidrato (%C na MS).

Tabela-16. Resumo da análise de variância para as variáveis: percentagem de

CHOT na MS (% CHOT), de CNF na MS (% CNF), da Fração B2 na MS (% Fração B2), de Fração C na MS (% Fração C) das gramíneas: Aveia-preta e Triticale sob corte e pastejo nas épocas de plantio: Abril, Maio e Junho

Quadrado Médio Fontes de

variação

GL

%

CHOT

%

CNF

%

Fração B2

%

Fração C

Espécie (Sp) 1 5,90486 ns 16,8456ns 74,9917ns 7,60*

Sistema (Sis) 1 39,9404ns 238,4594* 42,4391ns 0,42 ns.

Época (Épc) 2 76,85738* 124,1723* 238,4565* 3,10*

Sp. x Sis. 1 11,9021ns 8,39157ns 0,77253ns 0,15 ns..

Sp. x Épc. 2 44,1837ns 403,6765* 137,7178* 0,90 ns.

Sis. X Épc. 2 6,68481ns 36,9420ns 57,6322ns 0,00.ns.

Sp. x Sis. x Épc. 2 4,43738ns 76,7873ns 41,7540ns 1, 11 ns

Resíduo 59 25,450690 40,522818 35,259814 7,9094728

Total 72

Média 77,83% 20,03% 49,41% 8,31%

C.V.% 6,48 31,78 12,02 33,84

Significância pelo teste “F” a 5%: * significativo e ns. = não significativo.

O teor de carboidratos totais em relação à MS (% CHOT na MS) variou

com a época de plantio (P < 0,05), tendo como média geral 77,83% da MS, não

havendo diferença significativa entre as espécies e os sistemas (Tabela 17). As

diferenças nos conteúdos de CHOT são explicadas pela redução da participação

da proteína com o avançado estágio fisiológico das plantas por ocasião das

primeiras avaliações, encontrando-se as forrageiras em fase fenológica mais

avançada no sentido da época Junho para a época Abril, o que reduz o teor de

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PB, como já descrito anteriormente e, possivelmente, devido à participação de

grãos na massa de forragem, o que também aumentaria a porção dos CHOT.

Tabela 17- Teores médios de Carboidratos totais na base da MS na Aveia-preta e

Triticale em função das épocas de plantio: Abril, Maio e Junho Épocas de plantio

Espécie Abril Maio Junho Sistema corte

Aveia-preta 81,37 a 75,60 c 76,32 b Triticale 81,06 a 79,23 b 77,53 c

Sistema pastejo Aveia-preta 80,77 a 75,59 b 75,00 c

Triticale 76,53 b 78,25 a 75,15 c Médias seguidas por letras diferentes na mesma linha, diferem significativamente pelo teste F (P < 0,05).

Ao se confrontarem os dados do fracionamento dos carboidratos com os

valores obtidos por LISTA (2003) com capim-mombaça e capim-elefante, duas

espécies de clima tropical, destacam-se as distinções entre estas e as espécies

estudadas em que os teores de carboidratos não-fibrosos (CNF%) foram maiores

na Aveia-preta (25,5% CNF no CHOT) e Triticale (19,20% CNF no CHOT) em

relação aos dados obtidos por estes autores 14,09 e 7,74 %CNF no CHOT para

os capins-elefante e mombaça, respectivamente.

Houve efeito significativo (P < 0,05) sobre os conteúdos de carboidratos

não fibrosos entre sistemas e épocas de plantio dentro das duas espécies e a

interação espécie x época, porém não-significativo pelo teste Tukey para as três

épocas de plantio (Tabela 18). Pode ser atribuído a este efeito do sistema sobre o

conteúdo de CNF o fato da competição intra-específica ocorrida no sistema corte,

causada pelo maior adensamento, que possivelmente reduziu a espessura dos

colmos, diminuindo a participação dos carboidratos fibrosos na forragem colhida

neste sistema.

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Tabela 18- Conteúdo médio de carboidratos não fibrosos (% CNF na MS) na base

da MS, nas espécies Aveia-preta e Triticale em função, do sistema, da época de plantio

Espécie Aveia-preta Épocas de plantio

Sistema Abril Maio Junho Média Corte 19,14 a 18,53 a 25,84 a 21,17 A

Pastejo 22,38 a 11,07 a 19,92 a 17,79 B Triticale

Corte 16,69 a 25,19 a 26,58 a 22,82 A Pastejo 11,63 a 23,59 a 18,75 a 17,99 B

Médias seguidas por letras maiúsculas/minúsculas diferentes na coluna/linha, diferem significativamente pelo teste Tukey (P < 0,05).

A Tabela 19 indica a interação entre espécie e época de plantio (P < 0,05)

para a variável, carboidratos não-fibrosos na base da MS (% CNF na MS),

apresentando as diferenças entre as espécies, dentro das épocas de plantio: Abril,

Maio e Junho.

Tabela 19- Teores médios de carboidratos não fibrosos na base da MS na forragem de Aveia-preta e Triticale em função da interação espécie e época de plantio

Espécie Épocas de plantio Abril Maio Junho

Aveia-preta 22,66 A 14,80 B 23,30 A Triticale 14,16 B 24,39 A 22,66 B

Médias seguidas de letras diferentes na coluna diferem estatisticamente pelo teste F (P < 0,05).

A Aveia-preta, na época de plantio Maio produziu menor conteúdo de

carboidratos não-fibrosos, por ser composta de um material em estágio fisiológico

menos avançado em relação ao Triticale e devido à possível presença de grãos,

como atribuído anteriormente.

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52

Na fração B2 (constituintes das paredes celulares potencialmente

degradáveis), houve diferença estatística (P < 0,05) para as épocas de plantio e a

interação dos fatores: espécie e época de plantio (Tabela 20). Houve diferença

pelo teste Tukey (P < 0,05) dentro do tratamento Triticale no sistema corte entre

as épocas de plantio: Abril (54,85 %) e Junho (41,83 %), sendo a época Maio

(45,78 %) semelhante às demais (Anexo 5). Este fato pode ser atribuído ao

avanço fisiológico ao primeiro corte na época Abril, o que aumentaria a fração B2

(celulose e hemicelulose) e, de maneira oposta, a época Junho que se

apresentava em fase inicial de perfilhamento, o que indica uma forragem

“imatura”, no tocante aos conteúdos fibrosos, o mesmo ocorrido com o

componente FDNcp, comentado anteriormente.

Tabela 20- Frações B2 médias (% Fração B2/MS) dos carboidratos nas espécies Aveia-preta e Triticale, sob três espocas de plantio: Abril, Maio e Junho

% Fração B2/MS Épocas de plantio

Espécie Abril Maio Junho Aveia-preta 51,76 Bb 53,21 Aa 48,48 Ac

Triticale 53,97 Aa 45,97 Bb 44,66 Bc Médias seguidas por letras maiúsculas/minúsculas diferentes na mesma coluna/linha, diferem significativamente pelo teste F (P < 0,05).

Foram observadas diferenças significativas (P < 0,05) entre as

percentagens médias da fração C dos carboidratos, nas duas espécies e entre as

épocas de plantio, que seguem a mesma tendência do teor de lignina na matéria

seca, confirmando o maior incrustamento da fibra por parte deste componente na

espécie Triticale semeado em Abril, como já comentado anteriormente.

A Tabela 21 apresenta as diferenças entre espécie e épocas de plantio

para a fração C dos carboidratos. Estas diferenças poderiam ser elucidadas pela

análise dos carboidratos de cada componente da massa de forragem, pois a

presença de grande porção de inflorescência na espécie Triticale, que, por ser um

órgão composto de grãos cobertos por uma espessa proteção pela pálea e lema,

é, possivelmente, rica em lignina e celulose indisponível.

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53

Tabela 21- Frações C médias (% Fração C/MS) dos carboidratos nas espécies

Aveia-preta e Triticale, sob três espocas de plantio: Abril, Maio e Junho

% Fração C/MS Espécie Abril Maio Junho Média Aveia-preta 8,55 a 7,58 b 6,34 c 7,49 B Triticale 10,65 a 8,37 c 9,01 b 9,34 A Médias seguidas por letras maiúsculas/minúsculas diferentes na mesma coluna/linha, diferem significativamente pelo teste F (P < 0,05).

A fração C/CHOT nas gramíneas estudadas apresentou valores

superiores ao trabalho de LISTA (2003), podendo ser atribuído ao fato de que o

material coletado por este autor se tratava de uma simulação de pastejo, onde

predominam folhas, sendo obtidas amostras de plantas em estádio vegetativo, o

que é indicativo de uma menor lignificação da fibra deste material em relação ao

material obtido no presente trabalho ou o fato destes materiais, sendo mais ricos

em açúcares, ter tido a possibilidade de produzir a reação de MAILARD, mesmo

quando se trabalhou com baixa temperatura de pré-secagem (55º C).

As figuras 7 e 8 representam os teores da fração B2 na Aveia-preta e

Triticale, destacando a menor participação dos componentes fibrosos no

carboidrato total nas espécies de inverno em relação àquelas de clima tropical.

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54

54

38,43

22,9514,40

28,77 30,6217,05

55,1843,46

52,7650,56

38,40

54,40

28,5514,19

27,7732,8426,4923,17

0

10

2030

40

50

60

7080

90

100

AAC AMC AJC AAP AMP AJP

Tratamentos

% /

CH

OT

CNF%CHOT B2%CHOT C%CHOT

Figura-7 Teores médios de carboidratos não fibrosos (CNF%), Fração B2 do

carboidrato (B2%CHOT) e Fração C do carboidrato (C%CHOT) em relação ao conteúdo de carboidratos totais na Aveia-preta nos sistemas corte e pastejo, semeadas nos meses de Abril, Maio e Junho. Médias obtidas de todos os cortes/pastejos

As frações mais solúveis dos carboidratos nas forrageiras: Aveia-preta e

Triticale atendem ao propósito de alimento suplementar em sistemas baseados

em forrageiras tropicais, haja vista que estas produzem altos teores destas frações

no momento em que há maior demanda por volumosos de melhor qualidade,

devido à redução da qualidade das forrageiras na entressafra (maturação), com

redução da degradabilidade da fibra e teores das frações A e B1 em relação ao

carboidrato total (VAN SOEST et al. 1991).

A variação observada na % CNF no CHOT, % B2 no CHOT, % FDN na

MS e % FDNcp na MS e % lignina na MS entre as épocas de plantio dão indícios

de que o plantio de Junho por atravessar um período de temperaturas médias

mais baixas (menor soma térmica ao primeiro corte/pastejo), pois ainda não

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haveria acumulado todo seu potencial em produzir carboidratos de maior

solubilidade, como as frações A + B1 e B2.

Já o plantio na época Abril em maior proporção no Triticale, possivelmente

devido à presença de grãos em início de formação, o que explicaria o maior teor

de CNF, o que, de certa forma, compensaria o maior teor de lignina na MS.

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77UUDDWWDDPPHHQQWWRRVV

��

������&&++

2277

&1)�&+27 %��&+27 &�&+27

Figura-8 Teores médios de Carboidratos não fibrosos (CNF%), Fração B2 do

Carboidrato (%B2 no CHOT) e Fração C do Carboidrato (%C no CHOT) em relação ao conteúdo de carboidratos totais, na cultura de Triticale nos sistemas corte e pastejo, semeadas nos meses de Abril, Maio e Junho. Médias obtidas de todos os cortes/pastejos

4.2.3 Fracionamento dos compostos protéicos

O fracionamento protéico nas espécies estudadas revelou alta proporção

de frações solúveis na proteína bruta (PB), indicando estas forrageiras como

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excelente fonte suplementar de proteínas em sistemas baseados em forragens,

apesar destas terem produzido grande proporção de caule + bainha e

inflorescência devido à antecipação de seus ciclos fenológicos.

Tabela-22. Resumo da análise de variância para as variáveis: percentagem de

Proteínas solúveis na MS (% Prot Sol.), de PDIN na MS (% PDIN), da Fração B3 na MS (% Fração B3), de Fração C na MS (% Fração C) das gramíneas: Aveia-preta e Triticale sob corte e pastejo nas épocas de plantio: Abril, Maio e Junho

Quadrado Médio Fontes de

variação

GL

Prot

sol%/MS

%

PDIN

Fração

B3%/MS

Fração

C%/MS

Espécie (Sp.) 1 6,40462ns 0,46007ns 0,415307ns 0,001550ns

Sistema (Sis.) 1 35,7414ns 0,00705ns 0,222201ns 0,003320ns

Época Épc) 2 72,00162* 0,76760ns 0,750951ns 0,002210ns

Sp. x Sis. 1 9,50682ns 0,20982ns 0,159743ns 0,003106ns

Sp. x Épc. 2 43,3910ns 0,07284ns 0,692846ns 0,000024ns

Sis. X Épc. 2 4,13333ns 0,22944ns 0,289992ns 0,004096ns

Sp. x Sis. x Épc. 2 0,59083ns 0,04367ns 0,056760ns 0,001027ns

Resíduo 59 20,045776 0,3286138 0,35090610 0,00180547

Total 72

Média 19,25% 1,06% 0,99% 0,07%

C.V.% 23,25 54,09 59,88 60,58

Significância pelo teste “F” a 0,05: * significativo e ns. = não significativo.

Como mostra a Tabela 22, o efeito dos fatores sobre os compostos

protéicos: teor da proteína insolúvel em detergente neutro (%PDIN na MS), teor da

fração B3 (% B3 na MS) e teor da fração C não foram significativos (P > 0,05) pela

análise de variância, sendo observadas apenas diferenças (P < 0,05) entre as

épocas de plantio na fração solúvel da proteína que compreende o NNP, os

peptídeos e aminoácidos, assim como as proteínas de maior solubilidade. Estas

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diferenças são explicadas pelos diferentes teores de PB obtidos em cada

tratamento.

A Tabela 23 expressa os valores médios para as frações dos compostos

protéicos na base da matéria seca nos diferentes tratamentos e destaca as

diferenças entre as épocas de plantio para a porção mais solúvel da proteína entre

as duas espécies e os dois sistemas, indicando os menores valores para a época

de plantio Abril, seguido pela época Maio e, finalmente, a época Junho, que, como

já comentado, se tratava de um material mais tenro e rico em proteína bruta,

devido ao estádio fisiológico ao primeiro corte.

Tabela-23. Fração protéica solúvel em detergente neutro em relação à proteína de

Aveia-preta e Triticale, sob dois sistemas e semeadas em: Abril, Maio e Junho

Espécie

Épocas de plantio

Abril Maio Junho

Sistema Corte Aveia-preta 15,34 b 21,31 a 21,22 a

Triticale 16,58 c 17,54 b 19,42 a

Sistema Pastejo Aveia-preta 16,65 c 21,30 b 21,85 a

Triticale 20,18 b 19,16 c 21,55 a Médias na linha, seguidas pela mesma letra, não diferem (P < 0,05) pelo teste de F

Estes dados esclarecem a natureza destas forrageiras quanto ao

fracionamento da proteína, predominando as frações solúveis. As figuras 9 e 10

ilustram a participação de cada fração protéica em relação à proteína bruta (PB)

nas espécies Aveia-preta e Triticale, demonstrando a similaridade entre estas

duas espécies quanto à alta qualidade da proteína produzida e a não-influência

dos sistemas e épocas de plantio quanto aos componentes de menor degradação

da proteína, mostrando a tendência de equivalência das frações B3 e C entre os

tratamentos e a elevação da participação das frações mais solúveis no sentido do

plantio de Junho.

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58

58

95,9295,26

94,52

96,68

95,2095,19

4,24 4,50

3,03

5,004,27

3,81

0,57 0,30 0,30 0,48 0,47 0,27

90

100

AAC AMC AJC AAP AMP AJP

Tratamentos

Fra

ções

% /

PB

Prot sol%PB B3%PB C%PB

Figura-9 Teores médios de Proteínas solúveis (%Prot sol. na PB), Fração B3 da

Proteína (%B3 na PB) e Fração C da proteína (%C na PB) em relação ao conteúdo de proteína bruta (%PB), na cultura de Aveia-preta nos sistemas corte e pastejo, semeadas nos meses de abril, maio e junho. Médias obtidas de todos os cortes/pastejos

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59

59

94,5693,52

95,7294,72 94,45

95,60

4,50 6,06

3,854,99 5,05

4,14

0,94 0,42 0,44 0,29 0,49 0,26

90

100

TAC TMC TJC TAP TMP TJP

Tratamentos

Fra

ções

% /

PB

Prot sol%PB B3%PB C%PB

Figura-10 Teores médios de Proteínas solúveis (%Prot sol. na PB), Fração B3 da

Proteína (%B3 na PB) e Fração C da Proteína (%C na PB) em relação ao conteúdo de proteína bruta (%PB), de Triticale nos sistemas corte e pastejo, semeadas nos meses de Abril, Maio e Junho. Médias obtidas de todos os cortes/pastejos

Vale ressaltar as diferenças encontradas entre a solubilidade da proteína

destas forrageiras em relação ao observado por LISTA (2003) em simulação de

pastejo com gramíneas de clima tropical, onde as frações de menor solubilidade

(fração B3) e insolúveis (fração C) equivaleram a 10,9 10,4% da proteína bruta e

19,9 e 7,6% da proteína bruta para os capins-elefante e mombaça,

respectivamente. Como pode ser observado nas figuras 9 e 10, os valores da

fração B3 variaram entre 3,03 a 5% da PB e 3,85 a 6,06% da PB para Aveia-preta

e Triticale, respectivamente e os valores da fração C, variaram de 0,27 a 0,57% da

PB para Aveia-preta e 0,26 à 0,94% da PB para o Triticale.

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MALAFAIA et al. (1996) estudaram os valores médios das frações B3 e C

de alguns alimentos sendo superiores aos encontrados para forragem de Aveia-

preta e Triticale, como o farelo de soja com 2,18 e 1,38% da PB e a silagem de

milho com 14,77 e 12,25% da PB para as frações B3 e C respectivamente.

A solubilidade da proteína não se mostra um limitante nestas forragens,

sendo importante tender esforços em produzir forragem com alto teor de proteína

bruta, alcançado com a alta porcentagem de folhas, alta relação lâmina foliar/caule

+ bainha em plantas cultivadas sob boas condições de fertilidade e irrigação.

Pelo que foi observado neste trabalho, pode-se determinar que o critério

de escolha das culturas a serem implantadas como pastos de inverno são: a

rusticidade e a resistência a doenças e pragas, porém é de importância primordial

o conhecimento do ciclo destas culturas no tocante à constante térmica a cada

estádio da planta, a fim de se obter o maior aproveitamento de cada fase

fenológica.

O ambiente de cultivo destas forrageiras exerce grande influência,

podendo este fato observado com relação à duração do ciclo fenológico variar

para mais ou para menos em função do ano de plantio e mesmo em diferentes

locais de plantio dentro da região onde foi realizado este experimento. O

desenvolvimento de trabalhos de competição entre cultivares das culturas Aveia-

preta e Triticale irá elucidar a dúvida de qual o cultivar mais adequado para esta

finalidade no estado do Rio de Janeiro, em especial no Norte Fluminense.

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Conclusões

A Aveia-preta, nas condições deste trabalho, semeada na época Maio e

sob sistema corte, mostrou-se mais promissora, tendo apresentado maior

produção de MS/ha. A época Maio permitiu maior número de cortes, em um total

de três, para ambas as forrageiras, prolongando o período de utilização. As

espécies estudadas podem ser indicadas como pasto alternativo na região

estudada, pois, apesar de produzir volume inferior às plantas de clima tropical, o

comportamento das frações dos carboidratos, com alto conteúdo de carboidratos

não-fibrosos e o maior teor de proteína solúvel, ajustam-se às carências das

forrageiras de clima tropical por ocasião da entressafra.

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Apêndices

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5

5

Local : Campos dos Goytacazes - RJ - EEC PESAGRO-Rio Apêndice 1

Latitude : 21 45 Sul Longitude : 41 18 Oeste Altitude : 11 m

Tb 10 º C

1 Tb 8 º C

2

Data ETo Precip Tmédia Tmáx Tmín URméd URmáx URmín Rs P bar u2 grau-dia grau-dia

1.04.04 4,36 0,1 24,0 31,6 18,7 79,4 99,4 42,8 242 1015,1 1,2 14,0 16,0 2.04.04 4,22 0,0 24,7 31,4 21,1 81,6 100,0 49,1 231 1014,7 1,2 14,7 16,7 3.04.04 4,74 0,0 25,7 32,5 21,9 80,5 100,0 45,1 248 1014,6 1,5 15,7 17,7 4.04.04 4,74 0,0 25,6 33,4 20,2 81,1 100,0 42,3 238 1015,4 1,6 15,6 17,6 5.04.04 2,74 1,0 25,2 31,9 23,0 86,6 99,4 53,0 110 1014,4 1,2 15,2 17,2 6.04.04 3,36 3,2 24,4 31,5 21,7 90,1 100,0 49,8 155 1012,6 1,3 14,4 16,4 7.04.04 4,46 0,1 24,7 31,5 21,2 84,2 100,0 47,7 235 1011,4 1,6 14,7 16,7 8.04.04 4,08 0,6 25,0 33,5 20,4 83,5 100,0 43,2 195 1012,5 1,4 15,0 17,0 9.04.04 3,63 9,7 25,1 32,3 22,2 85,7 100,0 45,8 180 1013,7 1,1 15,1 17,1 10.04.04 2,48 30,0 23,3 27,4 21,6 93,7 100,0 67,3 124 1011,7 1,5 13,3 15,3 11.04.04 2,67 0,1 23,1 27,6 20,7 91,1 100,0 63,9 153 1010,9 0,7 13,1 15,1 12.04.04 2,86 0,2 24,2 29,9 20,9 88,2 100,0 56,3 156 1012,3 0,7 14,2 16,2 13.04.04 2,65 22,2 24,0 30,2 21,2 91,3 100,0 56,1 136 1015,3 0,8 14,0 16,0 14.04.04 3,23 4,3 24,5 28,5 22,7 92,1 100,0 63,7 190 1016,0 0,9 14,5 16,5 15.04.04 4,39 0,0 25,3 31,1 22,2 84,4 100,0 50,9 247 1015,2 1,5 15,3 17,3 16.04.04 4,18 0,0 25,1 31,8 21,2 81,3 100,0 46,8 216 1015,6 1,6 15,1 17,1 17.04.04 4,24 0,0 25,1 32,0 20,4 77,9 99,4 48,0 219 1016,0 1,7 15,1 17,1 18.04.04 4,25 0,0 25,2 33,1 20,5 80,9 100,0 45,6 216 1015,1 1,5 15,2 17,2 19.04.04 4,59 0,0 25,0 33,2 20,9 79,6 100,0 41,4 233 1013,2 1,7 15,0 17,0 20.04.04 3,74 0,0 25,0 32,4 20,0 79,6 99,4 41,9 198 1013,0 1,1 15,0 17,0 21.04.04 3,88 0,0 25,1 31,4 20,3 81,0 100,0 41,9 228 1016,9 0,9 15,1 17,1 22.04.04 3,58 0,4 24,0 30,0 20,1 84,0 100,0 50,0 207 1017,4 1,1 14,0 16,0 23.04.04 3,90 0,0 24,2 31,4 19,6 79,4 100,0 42,3 214 1013,5 1,3 14,2 16,2 24.04.04 4,02 0,0 25,1 32,2 19,6 77,5 100,0 40,4 203 1010,2 1,5 15,1 17,1 25.04.04 1,68 21,4 21,4 26,3 17,9 95,9 99,4 72,5 69 1013,3 1,5 11,4 13,4 26.04.04 2,26 1,2 20,4 22,8 18,2 87,1 99,4 70,9 143 1017,8 1,4 10,4 12,4 27.04.04 1,73 5,0 19,8 23,2 17,7 87,4 99,9 64,5 84 1019,5 1,1 9,8 11,8 28.04.04 3,29 0,3 20,9 26,4 16,5 79,6 100,0 47,4 207 1021,3 1,3 10,9 12,9 29.04.04 3,15 0,0 21,1 26,8 17,2 76,5 96,3 43,0 167 1020,5 1,5 11,1 13,1 30.04.04 2,91 0,0 20,8 28,0 15,9 79,2 99,9 43,8 178 1016,6 0,9 10,8 12,8 1.05.04 3,67 0,0 21,6 30,0 15,6 79,4 99,9 34,7 224 1014,8 1,1 11,6 13,6 2.05.04 3,56 0,0 23,3 32,1 17,2 79,4 100,0 35,6 211 1016,1 0,9 13,3 15,3 3.05.04 2,99 0,0 23,4 31,5 19,8 87,4 100,0 44,1 164 1017,2 0,8 13,4 15,4 4.05.04 3,24 0,0 23,7 30,3 19,6 84,7 100,0 48,6 181 1016,9 1,1 13,7 15,7 5.05.04 2,97 0,0 23,6 31,0 18,9 82,8 100,0 45,3 177 1016,3 0,7 13,6 15,6 6.05.04 3,38 0,0 24,3 31,6 20,5 83,5 99,4 39,2 177 1016,1 1,1 14,3 16,3

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Data ETo Precip Tmédia Tmáx Tmín URméd URmáx URmín Rs P bar u2 grau-dia

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Data ETo Precip Tmédia Tmáx Tmín URméd URmáx URmín Rs P bar u2 grau-dia

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Data ETo Precip Tmédia Tmáx Tmín URméd URmáx URmín Rs P bar u2 grau-dia

grau-dia

3.08.04 2,94 0,0 21,2 25,9 17,5 81,8 100,0 43,9 155 1021,5 1,6 11,2 13,2 4.08.04 2,83 0,0 20,0 25,0 16,3 80,7 99,9 48,2 173 1024,7 1,4 10,0 12,0 5.08.04 2,81 1,4 20,1 24,5 17,1 83,6 99,9 53,3 163 1024,8 1,8 10,1 12,1 6.08.04 2,55 1,1 20,1 24,9 16,8 84,5 99,9 52,2 144 1023,7 1,4 10,1 12,1 7.08.04 2,65 0,1 19,9 26,2 15,3 86,6 99,9 52,2 174 1022,0 0,9 9,9 11,9 8.08.04 3,75 0,0 19,8 25,5 16,2 75,3 99,9 45,9 186 1021,3 3,2 9,8 11,8 9.08.04 3,79 0,0 17,8 21,6 15,6 60,3 77,0 43,4 173 1025,0 3,3 7,8 9,8 10.08.04 2,97 0,0 17,8 22,5 13,2 60,7 92,2 38,1 143 1026,2 2,0 7,8 9,8 11.08.04 3,07 0,0 16,2 24,3 10,9 74,7 99,9 34,4 219 1023,9 1,0 6,2 8,2 12.08.04 3,45 0,4 17,4 23,7 11,9 70,9 99,9 32,1 173 1024,9 2,2 7,4 9,4 13.08.04 3,10 0,1 17,8 22,5 14,5 74,1 95,2 45,5 165 1026,9 2,3 7,8 9,8 14.08.04 3,36 0,7 18,7 23,7 14,8 77,6 97,0 46,2 208 1026,5 2,0 8,7 10,7 15.08.04 3,09 5,4 19,6 24,1 16,2 81,9 99,9 51,4 184 1025,1 2,0 9,6 11,6 16.08.04 1,98 0,8 19,0 22,4 16,8 86,9 99,4 64,0 94 1023,3 1,8 9,0 11,0 17.08.04 3,48 0,1 19,6 27,0 14,5 76,8 99,9 32,7 231 1021,3 1,0 9,6 11,6 18.08.04 3,66 0,0 19,5 28,1 13,1 82,1 99,9 36,5 231 1020,4 1,2 9,5 11,5 19.08.04 3,67 0,0 20,2 27,7 14,7 82,4 99,9 44,3 234 1021,1 1,3 10,2 12,2 20.08.04 4,02 0,0 20,7 28,0 14,8 81,5 99,9 39,2 227 1020,1 1,8 10,7 12,7 21.08.04 4,72 0,0 21,8 30,0 16,6 78,5 99,9 35,9 240 1018,4 2,3 11,8 13,8 22.08.04 5,04 0,0 22,4 31,8 17,1 76,6 99,9 32,5 235 1016,6 2,4 12,4 14,4 23.08.04 4,50 0,0 22,5 31,6 18,5 80,2 99,9 35,4 218 1015,9 1,9 12,5 14,5 24.08.04 3,04 1,1 21,2 25,7 18,7 88,5 99,9 58,3 151 1017,1 2,6 11,2 13,2 25.08.04 2,61 0,0 21,5 26,1 18,7 87,6 99,4 60,5 134 1017,2 1,6 11,5 13,5 26.08.04 4,37 0,0 23,7 31,9 19,5 80,0 99,9 36,7 204 1015,8 1,8 13,7 15,7 27.08.04 3,11 0,0 22,6 28,3 18,9 81,3 99,9 47,6 168 1016,5 1,1 12,6 14,6 28.08.04 4,14 0,0 24,5 31,4 21,0 74,2 98,6 39,1 178 1012,0 2,0 14,5 16,5 29.08.04 3,03 3,8 21,7 25,6 18,1 81,0 99,3 55,0 153 1013,8 2,1 11,7 13,7 30.08.04 4,15 0,0 21,3 29,6 15,3 77,8 99,9 32,1 246 1016,3 1,2 11,3 13,3 31.08.04 4,11 0,0 21,2 26,7 15,2 70,6 99,9 35,3 252 1019,6 1,5 11,2 13,2 1.09.04 4,03 0,0 19,9 28,0 13,8 77,6 99,9 35,4 252 1022,4 1,2 9,9 11,9 2.09.04 4,57 0,0 20,9 28,6 15,0 74,3 99,9 38,8 247 1021,0 2,2 10,9 12,9 3.09.04 4,89 0,0 22,5 32,2 15,1 75,0 99,9 27,2 235 1017,7 1,8 12,5 14,5 4.09.04 3,43 0,4 21,7 24,9 19,3 76,4 93,1 56,6 189 1019,3 2,1 11,7 13,7 5.09.04 2,61 0,0 20,2 24,6 14,7 73,7 99,9 51,9 133 1018,7 1,4 10,2 12,2 6.09.04 3,66 0,0 19,8 25,4 14,5 74,5 99,9 46,2 219 1017,4 1,7 9,8 11,8 7.09.04 4,44 0,0 20,2 26,0 14,5 71,7 99,9 39,2 261 1017,2 2,2 10,2 12,2 8.09.04 4,76 0,0 20,7 26,5 14,4 72,0 99,9 38,2 272 1017,2 2,6 10,7 12,7 9.09.04 5,34 0,0 21,6 28,3 14,6 70,5 99,9 34,1 273 1017,1 3,0 11,6 13,6 10.09.04 5,31 0,0 22,2 31,2 15,6 72,3 99,9 30,7 273 1016,2 2,0 12,2 14,2

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9

9

11.09.04 5,13 0,0 23,3 31,1 19,2 74,3 97,1 38,3 245 1017,1 2,3 13,3 15,3 12.09.04 2,93 1,8 21,8 26,6 19,4 79,4 95,9 53,2 114 1022,0 2,2 11,8 13,8 13.09.04 3,73 1,6 21,1 25,4 17,6 83,2 99,9 50,7 202 1023,5 2,3 11,1 13,1 14.09.04 4,45 0,2 21,8 27,0 17,0 78,5 99,9 43,2 224 1020,9 2,8 11,8 13,8 15.09.04 5,84 0,0 23,4 31,4 17,7 71,9 95,5 34,9 265 1016,7 2,9 13,4 15,4

Data ETo Precip Tmédia Tmáx Tmín URméd URmáx URmín Rs P bar u2 grau-dia

grau-dia

16.09.04 4,55 0,0 22,0 26,8 18,9 73,8 97,1 43,2 234 1017,0 2,6 12,0 14,0 17.09.04 2,34 0,0 21,3 23,7 20,0 79,5 92,5 67,7 98 1019,8 2,2 11,3 13,3 18.09.04 3,98 0,0 23,0 28,1 19,9 77,0 99,4 44,9 188 1019,9 2,1 13,0 15,0 19.09.04 3,05 0,0 22,4 25,7 19,3 75,5 95,5 46,3 95 1018,9 2,5 12,4 14,4 20.09.04 4,71 0,1 22,5 27,7 17,0 76,4 99,9 42,8 238 1018,0 2,7 12,5 14,5 21.09.04 5,05 0,0 23,4 27,7 20,4 74,1 95,5 49,5 248 1019,5 3,8 13,4 15,4 22.09.04 6,09 0,0 23,8 30,6 17,9 71,4 97,8 34,8 285 1018,8 3,3 13,8 15,8 23.09.04 6,36 0,0 24,1 33,5 18,4 73,8 99,9 29,9 285 1016,6 2,6 14,1 16,1 24.09.04 5,66 0,0 23,6 32,2 18,2 75,9 99,9 35,6 271 1015,6 2,3 13,6 15,6 25.09.04 4,76 0,0 23,0 31,6 17,1 78,3 99,9 38,2 251 1015,9 1,4 13,0 15,0 26.09.04 5,60 0,0 23,7 31,2 18,4 73,5 99,9 38,2 262 1016,9 2,8 13,7 15,7 27.09.04 5,80 0,0 24,1 32,7 18,4 71,1 96,3 33,3 266 1015,7 2,3 14,1 16,1 28.09.04 5,56 0,0 23,7 30,5 18,2 73,7 99,9 42,5 277 1013,9 2,8 13,7 15,7 29.09.04 6,92 0,0 24,7 34,8 18,5 68,8 97,1 28,4 284 1011,7 3,0 14,7 16,7 30.09.04 1,61 6,5 19,5 22,7 16,2 95,5 99,9 78,5 59 1018,4 3,3 9,5 11,5 Média

setembro 4,57 22,2 28,6 17,3 75,4 98,4 42,4 225 1018,0 2,4 12,2 14,2 Total 137,2 10,6 365,9 425,9 Média agosto 3,44 20,3 26,5 16,1 78,8 98,6 43,5 189 1020,6 1,8 10,3 12,3 Total 106,6 15,0 308,6 368,6 Média julho 2,51 19,3 24,6 15,4 82,5 99,5 51,2 144 1020,7 1,6 9,3 11,3 Total 77,8 85,3 279,7 339,7 Média junho 2,52 20,2 26,5 15,9 81,2 99,4 46,4 148 1020,8 1,3 10,2 12,2 Total 75,7 32,1 306,7 366,7 Média maio 2,79 21,8 27,6 17,6 80,7 98,7 48,2 155 1017,0 1,3 11,8 13,8 Total 86,5 55,2 354,6 414,6 Média abril 3,53 23,9 30,2 20,2 84,0 99,8 50,6 187 1014,9 1,3 13,9 15,9 Total 106,0 99,8 417,0 477,0

Tb1-

aveia-preta Legenda Tb2-

triticale ETo - Evapotranspiração de referência (mm)

Precip - Precipitação (mm)

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Tmédia - temperatura média diária (oC) Tmáx - temperatura máxima diária (oC) Tmín - temperatura mínima diária (oC) URméd - umidade relativa média diária (%) URmáx - umidade relativa máxima diária (%) URmín - umidade relativa mínima diária (%) Rs - Radiação solar (W m-2) P bar - Pressão barométrica (hPa) u2 - velocidade do vento a 2 m de altura (m s-1)

AMC1 TAC1 TMC1 TJC1 AJC1 AAC1 AMP1 AJP1 TAP1 TMP1 AAP1 TJP1

Trat 2 Trat 4 Trat 5 Trat 6 Trat 3 Trat 1 Trat 8 Trat 9 Trat 10 Trat 11 Trat 7 Trat 12

TAC2 AMC2 AAC2 TMC2 AJC2 TJC2 TAP2 AJP2 TMP2 AAP2 AMP2 TJP2 5x5 5x5 5x5 5x5 5x5 5x5 10x10 10x10 10x10 10x10 10x10 10x10

Trat 4 Trat 2 Trat 1 Trat 5 Trat 3 Trat 6 Trat 10 Trat 9 Trat 11 Trat 7 Trat 8 Trat 12

TAC3 AAC3 AJC3 TMC3 TJC3 AMC3 TAP3 AMP3 TMP3 AJP3 AAP3 TJP3

Trat 4 Trat 1 Trat 3 Trat 5 Trat 6 Trat 2 Trat 10 Trat 8 Trat 11 Trat 9 Trat 7 Trat 12

Apêndice 2 CROQUI ÁREA EXPERIMENTAL

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APÊNDICE 3 Tabela- Composição bromatológica na base da matéria das espécies Aveia-preta

e Triticale sob dois sistemas de uso corte e pastejo, em três épocas de plantio, abril, maio e junho na região norte do estado do Rio de Janeiro

Trat % MS

% PB

% Cinzas

% FDN

% FDNcp

% NIDN

% FDA

% lig

% NIDA

% EE

Aveia-preta

AAbC 18,93 16,12 10,44 64,28 62,23 0,13 35,96 3,84 0,51 2,33 AMC 15,62 22,38 9,93 58,09 57,07 0,17 30,44 3,03 0,35 1,84 AJC 12,71 21,94 10,98 52,10 50,92 0,12 30,03 2,19 ,34 1,55 Média (1) 15,75 20,14 10,45 57,82 56,74 0,14 32,14 3,02 0,40 1,91 AAbP 20,79 17,63 9,51 59,51 58,23 0,16 33,04 3,29 0,44 1,44 AMP 19,70 22,38 9,17 66,14 64,52 0,17 32,43 3,29 0,45 1,87 AJP 18,93 22,96 9,69 54,76 54,23 0,15 28,88 2,75 0,30 2,05 Média (2) 19,81 20,99 9,46 60,14 59,27 0,16 31,45 3,11 0,40 1,79 Média (3) 17,78 20,57 9,95 58,98 58,00 0,15 31,80 3,06 0,35 1,85

Triticale TAbC 22,17 17,60 7,57 66,33 64,37 0,16 33,79 3,96 0,74 1,21 TMC 17,70 19,11 9,72 62,60 54,04 0,25 31,64 3,44 0,44 1,48 TJC 16,75 20,28 9,85 59,53 50,95 0,14 33,82 3,80 0,46 2,01 Média (4) 18,87 19,00 9,05 62,82 56,45 0,18 33,08 3,73 0,55 1,57 TAbP 21,68 21,29 8,54 65,89 64,90 0,18 31,99 4,92 0,30 2,06 TMP 19,61 20,32 7,16 61,81 54,66 0,18 30,89 3,54 0,47 1,30 TJP 29,05 22,45 5,51 67,24 56,40 0,14 34,35 3,71 0,30 2,55 Média (5) 23,44 21,35 7,07 64,98 58,65 0,17 32,41 4,06 0,36 1,97 Média (6) 21,15 20,17 8,06 63,90 57,55 0,17 32,74 3,89 0,45 1,77 AAbC - aveia-preta, plantio abril, sistema corte; AMC - aveia-preta, plantio maio, sistema corte; AJC - aveia-preta, plantio junho, sistema corte; AAbP - aveia-preta, plantio abril, sistema pastejo;

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AMP - aveia-preta, plantio maio; sistema pastejo; AJP - aveia-preta, plantio junho, sistema pastejo; TAbC - triticale, plantio abril, sistema corte; TMC - triticale, plantio maio, sistema corte; TJC - triticale, plantio junho, sistema corte; TAbP - triticale, plantio abril, sistema pastejo; TMP - triticale, plantio maio, sistema pastejo; TJP - triticale, plantio junho, sistema pastejo.

APÊNDICE 4

Tabela - Composição das plantas de Aveia-preta e Triticale de acordo com os componentes, % lâmina foliar, % caule+ bainha, % inflorescência e % material morto em função do sistema e época de plantio.

Tratamento % lâmina foliar

% caule+bainha

% inflorescência

% material morto

Aveia-preta AAbC 20,34 49,40 13,66 16,60 AMC 29,64 41,34 14,17 14,85 AJC 38,25 33,03 1,91 25,86

Média (1) 29,41 a 41,26 a 9,91 b 19,10 a AAbP 23,01 36,13 38,70 2,15 AMP 25,25 45,66 18,36 10,72 AJP 52,57 27,63 13,50 6,31

Média (2) 33,61 a 36,47 a 23,52 a 6,39 b Média (3) 31,51 A 38,86 A 16,71 B 12,75 A

Triticale

TAbC 28,62 23,17 37,97 10,23 TMC 28,63 25,10 29,62 8,76 TJC 36,49 23,25 16,06 16,18

Média (4) 31,25 a 23,84 a 27,88 b 11,72 a TAbP 53,66 26,64 18,85 0,84 TMP 35,96 26,25 31,62 5,91 TJP 14,90 14,32 70,78 0,00

Média (5) 34,84 a 22,40 a 40,42 a 2,25 b Média (6) 33,04 A 23,12 B 34,15 A 6,99 A

AAbC - aveia-preta, plantio abril, sistema corte; AMC - aveia-preta, plantio maio, sistema corte; AJC - aveia-preta, plantio junho, sistema corte; AAbP - aveia-preta, plantio abril, sistema pastejo;

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AMP - aveia-preta, plantio maio; sistema pastejo; AJP - aveia-preta, plantio junho, sistema pastejo; TAbC - triticale, plantio abril, sistema corte; TMC - triticale, plantio maio, sistema corte; TJC - triticale, plantio junho, sistema corte; TAbP - triticale, plantio abril, sistema pastejo; TMP - triticale, plantio maio, sistema pastejo; TJP - triticale, plantio junho, sistema pastejo. Letras maiúsculas diferentes indicam diferenças entre espécies, letras minúsculas diferentes indicam diferença entre sistemas. Médias 1, 2, 4 e 5 dos sistemas. Médias 3 e 6 das espécies.

APÊNDICE 5 Tabela - Frações do carboidrato nas espécies aveia-preta e triticale, submetidas

aos sistemas corte e pastejo em diferentes épocas de plantio.

Tratamento

%CHOT

%CNF na MS

%B2 na MS

%C na MS

Aveia-preta AAbC 81,37 a 19,14 a 53,03 a 9,2 a AMC 75,60 c 18,53 a 49,79 a 7,28 b AJC 76,32 b 25,84 a 45,65 a 5,27 c

Média corte 77,76 21,17 49,49 7,25 AAbP 80,77 a 22,38 a 50,49 a 7,90 a AMP 75,59 b 11,07 a 56,63 a 7,89 a AJP 75,00 c 20,77 a 51,32 a 7,41 b

Média pastejo 77,12 18,07 52,81 7,73 Média aveia-preta 77,44 19,62 51,15 7,49

Triticale TAbC 81,06 a 16,69 a 54,85 a 9,51 a TMC 79,23 b 25,19 a 45,78 ab 8,26 c TJC 77,53 c 26,58 a 41,83 b 9,12 b

Média corte 79,27 22,82 47,49 8,96 TAbP 76,53 b 11,63 a 53,10 a 11,80 a TMP 78,25 a 23,59 a 46,17 a 8,49 c TJP 75,15 c 18,75 a 47,49 a 8,91 b

Média pastejo 76,64 17,99 48,92 9,73 Média triticale 77,95 20,40 48,20 9,34

Médias na coluna, seguidas pela mesma letra não diferem (P < 0,05) pelo teste de tukey.

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APÊNDICE 6 Tabela. Frações médias da proteína de Aveia-preta e Triticale, sob dois sistemas e

semeadas em: Abril, Maio e Junho.

Tratamento Prot sol% na MS Fração B3% na MS Fração C% na MS

Aveia-preta

AAbC 15,34 c 0,70 a 0,08 a

AMC 21,31 a 1,02 a 0,06 a

AJC 21,22 b 0,67 a 0,05 a

Média corte 19,29 0,80 0,06

AAbP 16,65 c 0,91 a 0,07 a

AMP 21,30 b 1,01 a 0,07 a

AJP 21,85 a 0,89 a 0,05 a

Média pastejo 19,93 0,94 0,06

Média Aveia 19,61 0,87 0,06

Triticale

TAbC 16,58 c 0,91 a 0,12 a

TMC 17,54 b 1,50 a 0,07 a

TJC 19,42 a 0,78 a 0,07 a

Média 17,85 1,06 A 0,09 A

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TAbP 20,18 b 1,06 a 0,05 a

TMP 19,16 c 1,08 a 0,08 a

TJP 21,55 a 0,85 a 0,05 a

Média 20,30 1,00 0,06

Média Triticale 19,07 1,03 0,07

Médias na coluna/linha, seguidas pela mesma letra maiúscula/minúscula não diferem (P < 0,05) pelo teste de Tukey.