aventura social & saúde aventura social, etnicidade e...

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Aventura Social & Saúde Aventura Social, Etnicidade e Risco Prevenção Primária do VIH em Adolescentes de Comunidades Migrantes Margarida Gaspar de Matos Aldina Gonçalves Tania Gaspar & Equipa do Projecto Aventura Social Centro da Malária e outras Doenças Tropicais/ Instituto de Higiene e Medicina Tropical / UNL Projecto Aventura Social / Faculdade de Motricidade Humana / UTL Health Behaviour in School-aged Children / OMS Comissão de Luta Contra a Sida/ Fundação para a Ciência e Tecnologia PSIDA/PSI/49649/2003

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Aventura Social & Saúde

Aventura Social, Etnicidade e Risco

Prevenção Primária do VIH em Adolescentes de

Comunidades Migrantes

Margarida Gaspar de Matos

Aldina Gonçalves

Tania Gaspar

& Equipa do Projecto Aventura Social

Centro da Malária e outras Doenças Tropicais/ Instituto de Higiene e Medicina Tropical / UNL

Projecto Aventura Social / Faculdade de Motricidade Humana / UTL Health Behaviour in School-aged Children / OMS

Comissão de Luta Contra a Sida/ Fundação para a Ciência e Tecnologia PSIDA/PSI/49649/2003

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ÍNDICE

Agradecimentos 4

Prefácio 7

O estudo “Health behaviour in school-aged children” (HBSC/OMS)

8

A saúde dos adolescentes, etnicidade e desvantagem social

10

Descrição das zonas estudadas e dos parceiros na comunidade Estudo quantitativo Metodologia

15

25

25

Apresentação e análise dos resultados

31

• Escola 31

• Comunidade 139

• Escola e comunidade 175

• Portugueses e estrangeiros/africanos 197

• Síntese estudo quantitativo “Etnicidade e Risco” 233

HBSC (2002) e “Etnicidade e Risco”

246

Estudo qualitativo Metodologia

255

255

Apresentação e análise dos resultados

258

• Grupos de discussão (focais) com adolescentes 258

• Grupos de discussão (focais) com técnicos 284

• Grupos de discussão (focais) com pais 311

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3

Síntese: estudo quantitativo e estudo qualitativo compotamentos sexuais e

conhecimentos, crenças e atitudes sobre o VIH/SIDA

323

Considerações finais

328

Referências

330

Anexos

Continuação do projecto

335

336

Contactos

337

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AGRADECIMENTOS

O presente Projecto de Investigação intitulado ”Aventura social, etnicidade e

risco / prevenção primária do VIH em adolescentes de comunidades migrantes ” foi

possível graças ao apoio financeiro da Comissão Nacional da Luta Contra a Sida/

Fundação para a Ciência e Tecnologia ref. PSIDA/PSI/49649/2003, a colaboração da

equipa do HBSC/OMS em Portugal/ Projecto Aventura Social), com um especial

agradecimento à Drª Sónia Dias pelo seu envolvimento especial nas fases iniciais do

projecto.

Agradecemos à EPRON, à Drª Marlene Silva e à Drª Joana Branco e ao Dr.

Marco Pais ( equipa do projecto Aventura Social), a colaboração na elaboração da

página interactiva do “Aventura Social” www.aventurasocial.com ( em preparação).

Agradecemos a todas as escolas e associações que participaram na recolha de

dados, adolescentes inquiridos, professores e técnicos:

Escolas:

Escola Secundária Aquilino Ribeiro

Escola 2+3 Joaquim de Barros

Escola Luís António Verney

Escola Secundária D. Dinis

Escola 2+3 de Marvila

Escola Secundária Azevedo Neves

Escola 2+3 D’Orey Cunha

Escola João Vilarett

Escola 2+3 Alto do Moinho

Escola 2+3 Bartolomeu Dias

Escola Secundária de Sacavém

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Instituições parceiras na comunidade:

Centro Paroquial S. Maximiliano Kolbe

Grupo Recreativo Marvila Jovem

Centro Paroquial Cristo Rei de Algés

Câmara Municipal de Oeiras

Centro de Saúde de Oeiras

Centro de Saúde de Marvila

Instituto de Apoio à Criança (IAC)

Câmara Municipal da Amadora

Associação Cultural Moinho da Juventude

Centro de Saúde da Venda Nova

Associação Ajuda de Mãe

AJPAS

Centro de Renovação Cristã – Prior Velho

Centro de Saúde de Loures

Câmara Municipal de Loures

APELARTE (Quinta da Fonte)/ Câmara Municipal de Loures

Professores e Técnicos envolvidos:

Marta Camilo

Teresa Rodrigues

Antónia Carreira

Paulo Mota Liz

Teresa Leão

Margarida Rebelo dos Santos

Patrícia Fonseca

Luísa Horta e Costa

Luís Dias

Aurora Gomes Rosa

José Serrano

Sofia Pereira

Carlos Veiga

Rosário Horta

Gabriela Marques

Maria José Sousa

Ana Carichas

Lídia Costa

Maria da Luz Castro

Adelina Piteiro

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Antónia Santos

António Carlos

Paulo Vieira

Anabela Rodrigues

Elizabete Ramos

Rosa Rodrigues

Godelieve Meersschaert

Ana Dinis

Ana Galla

Isabel Cadencio

Adelaide Verde

Conceição Antunes

Cristina Santinho

Paulo Velez

Raul Cunha

Sofia Rebelo

Susete Mira

Ana Lopes

Fátima Quitério

Gustavo Albuquerque

Elsa Fernandes

Isabel Milheiro

Rolando Borges

Sandra Santos

Agradeçemos, ainda, a todos os participantes dos grupos de discussão ou “focus

group”, os pais, jovens e técnicos.

Ao João F. Costa pelo trabalho de revisão do documento.

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PREFÁCIO

No passado, o futuro era melhor ?

Nasci e cresci numa pequena cidade colonial, num mundo que já morreu. Desde cedo, aprendi que devia viver contra o meu próprio tempo. A realidade colonial estava ali, no quotidiano, arrumando os homens pela raça, empurrando os africanos para além dos subúrbios. Eu mesmo, privilegiado pela minha cor da pele, era tido como um “branco de segunda categoria”. Todos os dias me confrontava com a humilhação dos negros descalços e obrigados a sentarem-se no banco de trás dos autocarros, no banco de trás da Vida. Na minha casa vivíamos paredes- meias com o medo, perante a ameaça de prisão que pesava sobre o meu pai que era jornalista e nos ensinava a não baixar os olhos perante a injustiça. A independência nacional era para mim o final desse universo de injustiças.

No dia da Independência de Moçambique eu tinha 19 anos. Alimentava, então, a expectativa de ver subir num mastro uma bandeira para o meu país. Eu acreditava, assim, que o sonho de um povo se poderia traduzir numa simples bandeira. Em 1975, eu era jornalista, o mundo era a minha igreja, os homens a minha religião. E tudo era ainda possível.

Trinta anos depois poderíamos ainda fazer recuar os ponteiros do tempo? A mesma crença mora ainda no cidadão moçambicano? Não, não mora. Nem podia morar. Em 1975, nós mantínhamos a convicção legítima mas ingénua de que era possível, no tempo de uma geração, mudarmos o mundo e redistribuirmos felicidade. Não sabíamos quanto o mundo é uma pegajosa teia onde uns são presas e outros predadores.

O apocalipse africano esteve demasiado tempo na montra, foi excessivamente filmado, fotografado, torcido e retorcido para uso da compaixão. Deixou de existir disponibilidade para entender o que está por detrás dessas imagens. Afinal, a fome a guerra são apenas os sinais de uma tragédia mais funda e mais antiga. Essa tragédia

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O ESTUDO “HEALTH BEHAVIOUR IN SCHOOL-AGED

CHILDREN” (HBSC/OMS)

O HBSC/ OMS (Health Behaviour in School-aged Children) é um estudo

colaborativo da Organização Mundial de Saúde, que pretende estudar os estilos de vida

dos adolescentes e os seus comportamentos nos vários cenários das suas vidas. Iniciou-se

em 1982 com investigadores de 3 países: Finlândia, Noruega e Inglaterra, e pouco tempo

depois foi adoptado pela OMS, como um estudo colaborativo. Neste momento conta com

35 países entre os quais Portugal, integrado desde 1996 e membro associado desde 1998.

Sendo o HBSC um estudo de investigação e monitorização, tem também como

objectivo informar e ter impacto nas políticas de promoção e educação para a saúde, e

nos programas e intervenções dirigidas para os adolescentes, a nível nacional e

internacional. A investigação desenvolvida pelos parceiros do HBSC resulta na

construção de um grupo coerente de indicadores que, no seu conjunto, permitam uma

representação válida da saúde e dos estilos de vida dos adolescentes.

Pretende-se com esta abordagem compreender de um modo aprofundado os

padrões de saúde ou os comportamentos de saúde encontrados nos adolescentes, os

recursos psicológicos individuais, os contextos, as relações familiares, as relações na

escola e com os pares, tal como o ambiente sócio-económico no qual os adolescentes se

desenvolvem.

O presente projecto tem como objectivo compreender as características

específicas dos estilos de vida e hábitos de saúde dos adolescentes residentes em bairros

desfavorecidos do ponto de vista socio-económico e com elevada concentração de

migrantes ou filhos de migrantes africanos, nomeadamente no que diz respeito a

consumos de álcool e drogas e comportamentos sexuais de risco. A partir dos resultados

do estudo nacional (Aventura Social e Saúde, 2002-2004, FCT/POCTI/PSI/ 374861)

usando uma amostra nacional representativa e aleatória de 6131 adolescentes portugueses

que frequentam o 6, 8, e 10 anos do ensino regular público (HBSC/OMS, Portugal, Matos

& al 2003), concluímos que a maioria dos adolescentes migrantes ou filhos de migrantes

africanos vive ou pelo menos estuda em Lisboa e nas cidades em redor de Lisboa.

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Assim foram contactadas escolas, autarquias e outras instituições nestas zonas

com vista a obter colaboração para o estudo dos comportamentos de saúde em

adolescentes aí residentes.

Temos como objectivo, numa primeira fase (2004) usar o mesmo instrumento

(HBSC/OMS-2001) numa a mostra aleatória seleccionada de escolas de Oeiras, Loures,

Amadora e Lisboa, para estudar os estilos de vida e comportamentos de risco e protecção

desta população tendo como referência a população nacional. Tal como no estudo

nacional (Matos et al 2003) foram seleccionados adolescentes do 6º, 8º e 10º anos de

escolaridade. O estudo foi também realizado na comunidade, aplicando o mesmo

questionário a adolescentes da comunidade que não vão à escola, ou pelo menos que não

frequentam a escola com regularidade, no sentido de comparar os resultados dos

adolescentes incluídos no sistema de ensino e dos adolescentes que por uma razão ou

outra não se incluem no mesmo.

Num segundo tempo (2005), os resultados do estudo quantitativo foram

apresentados nas zonas incluídas no estudo, nas estruturas comunitárias extra-escola ou

nas escola e organizarão-se nas escolas e com os parceiros da comunidade grupos de

discussão centrados num tema (grupos focais), para aprofundamento das questões

levantadas e identificadas como relevantes no estudo quantitativo.

Num terceiro tempo (fim de 2005) está a ser desenvolvida uma “Webpage”

interactiva que aborda os temas e conteúdo considerados como mais relevantes para as

comunidades e população estudadas, serão, ainda, desenvolvidas acções de sensibilização

e formação nas escolas e comunidades que o desejem, de entre as envolvidas no estudo.

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A SAÚDE DOS ADOLESCENTES, ETNICIDADE E DESVANTAGEM SOCIAL

Em resultado do aumento em Portugal, na segunda metade da década de 70 e na

de 80, do fluxo de migrantes oriundos dos países africanos de língua oficial portuguesa

(PALOP), isolados ou em família, tiveram dificuldades de alojamento pelo que ocuparam

as casas que encontraram livres, quaisquer que fossem as condições de habitabilidade e

segurança ou, em alternativa, sobreocuparam alojamentos ou construíram barracas

clandestinas nos terrenos ”disponíveis” à volta das grandes cidades, especialmente em

Lisboa. Estes bairros estão, muitas vezes, situados em zonas suburbanas que servem de

“dormitório” à cidade, contrastando de modo flagrante com os bairros vizinhos que,

apesar das suas características suburbanas, apresentam condições de habitabilidade

consideradas normais, e com cujos residentes surgem frequentemente tensões e conflitos

(STEP/BIT, 2003). A interacção social que daí resultou deu origem a uma renovação das

atitudes e das formas de expressão cultural. Este carácter multicultural da sociedade

portuguesa é uma realidade irreversível, em particular nos meios urbanos mais

industrializados (Martins & Silva, 2000).

Para além dos problemas habitacionais e ambientais, as situações de pobreza e

exclusão social e de riscos de marginalidade social assumem também outras formas de

natureza sócio-económica e cultural (STEP/BIT, 2003) : (a) baixos níveis de

escolaridade e de qualificação profissional, traduzindo-se nos adultos em vínculos

laborais precários e desqualificados e em situações frequentes de desemprego,

implicando baixos rendimentos; (b) falta de acesso aos direitos sociais básicos (como a

segurança social), devido à ilegalidade em que muitos se encontram; (c) presença de uma

importante economia subterrânea ligada à droga e à prostituição; (d) existência de graves

problemas sociais relacionados com o consumo excessivo de álcool e doenças infecto-

contagiosas; (e) elevadas taxas de insucesso e abandono escolar, em parte devidas às

dificuldades de domínio da língua portuguesa; (f) situações frequentes de crianças em

risco, deixadas na rua, sozinhas em casa com a porta trancada ou à guarda de irmãos mais

velhos ou de amas clandestinas (vizinhas), sem condições habitacionais, económicas e

sociais; (g) ocorrência de tensões e conflitos inter-étnicos entre diferentes grupos de

residentes.

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Perante este cenário, verifica-se que a comunidade de imigrantes se defronta com

várias adverSidades e enfrenta sérios obstáculos à completa integração social sobretudo

dos mais adolescentes uma vez que crescem entre dois padrões sociais e culturais

distintos. Esta experiência é potencialmente geradora de conflitos no processo de

construção de uma identidade social positiva (Martins & Silva, 2000).

As famílias de imigrantes lidam com inúmeros constrangimentos que

condicionam a sua capacidade de afirmação cultural, tais como a ausência de estruturas

representativas que possam manifestar as suas especificidades, a imposição dos padrões

culturais portugueses, a discriminação e as carências dos bairros onde vivem. O racismo e

a xenofobia são fenómenos duma espessura histórica e duma complexidade consideráveis

e, em Portugal, têm ocorrido diversos discursos e comportamentos que evidenciam a

intolerância e a exclusão relativamente a grupos minoritários.

Segundo Segal (1997) considerando as questões inerentes à aculturação no

processo de adaptação a uma nova cultura o indivíduo poderá reagir de três formas (1)

estabelecer ou manter vínculos com o grupo cultural a que pertence de modo a

restabelecer ou dar continuidade à cultura tradicional no novo contexto; (2) comportar-se

como se permanecesse na sua cultura tradicional e dar a entender aos outros que são eles

que se têm de se-lhe adaptar; (3) aceitar os novos valores e padrões de comportamento.

Qualquer das escolhas terá consequências para a saúde física e mental, reflectindo-se na

estrutura da personalidade.

No âmbito dos problemas que enfrentam os adolescentes com origens africanas no

processo de relação com a sociedade portuguesa e de identidade social e pessoal, Pais

(2000) propõe quatro estratégias de aculturação: integração, assimilação, separação e

marginalização. Este autor considera a manutenção da identidade e características

culturais e a preservação da relação com outros grupos como aspectos fundamentais num

positivo processo de integração. Na estratégia de assimilação, o sujeito perde a identidade

cultural de origem e interioriza a cultura da sociedade de acolhimento. No caso da

separação, dá-se um afastamento dos outros grupos no sentido de preservar a identidade

cultural de origem. Se a estratégia utilizada for a marginalização, o sujeito perde a

identidade cultural de origem e não participa na sociedade de acolhimento.

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Em relação à etnicidade, diversas investigações efectuadas nos EUA, tendo em

conta sub-grupos étnico-culturais diferenciados, revelam padrões mais elevados de

comportamentos de risco tais como consumo de álcool e drogas, comportamentos sexuais

de risco, comportamentos de violência e insucesso escolar quando comparados com

adolescentes de origem europeia (Patterson & Kupersmidt, 1990; Arbona & al., 1999;

Graham & Juvonen, 2002).

A pobreza ou a desigualdade económica constituem uma das maiores ameaças

para a saúde dos indivíduos. Por um lado, limitam o acesso aos serviços de saúde, aos

gastos ligados a opções de vida saudável. Por outro lado, diminuem fortemente as

expectativas de uma vida e de um futuro associados ao bem-estar e desenvolvimento

pessoal e social, isto é, limitam o acesso à saúde, no presente, e na falta de expectativas

de uma igualdade de oportunidades, no futuro. A desigualdade e pobreza limitam o

espectro dos estilos de vida saudáveis e estão intimamente ligadas à saúde e à escolha e

manutenção de estilos de vida. Os indivíduos e países social e economicamente

desfavorecidos têm uma menor amplitude de escolhas na procura de um estilo de vida

saudável e têm que se debater com questões fundamentais de existência, sobrevivência e

direitos humanos. (WHO; 1997; STEP/BIT, 2003; Matos, Gaspar et al., 2003).

No entanto, nos países em vias de desenvolvimento, ao mesmo tempo que se

assiste a uma diminuição da importância de certos riscos para a saúde (p. ex. doenças

infecciosas, e ligadas ao saneamento), assiste-se a um aumento dos riscos de saúde

ligados a esse mesmo “desenvolvimento”: doenças ligadas ao stress, consumo de tabaco,

álcool e drogas, acidentes de viação e doenças cardíacas, entre outras. Outras questões

como a má nutrição, a pouca actividade física, o tabagismo, o alcoolismo, o consumo de

substâncias ilícitas, a exclusão social, o isolamento social e o stress laboral, estão na base

do que se considera um estilo de vida com efeitos nocivos para a saúde (Matos, Gaspar et

al., 2003). A maioria das crianças e adolescentes que se encontram em situação de

pobreza e exclusão social é privada ou tem difícil acesso aos cuidados de saúde e

educação e quase todas são levadas a enfrentar a escolha entre resistir ou desistir, em

relação à violência, ao crime, à prostituição e ao consumo de substâncias, tais como a

droga e o álcool (Carmo, 2000).

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A problemática do VIH/SIDA, nomeadamente a prevenção, a infecção e a exclusão

social dos indivíduos infectados com o vírus, é considerada um dos maiores problemas de

Saúde Pública da actualidade.

A preocupação actual com a vulnerabilidade dos adolescentes ao risco de infecção

do VIH/SIDA torna necessária a compreensão dos comportamentos sexuais dos jovens,

das suas causas e consequências bem como, das suas capacidades para a mudança de

comportamentos de risco para comportamentos de protecção. Alguns jovens encontram-se

em situações de maior vulnerabilidade, pois somados aos diversos factores de

vulnerabilidade inerentes às características próprias da adolescência, confrontam-se ainda,

com mudanças relacionadas com as condições de vida, nomeadamente a pobreza, a baixa

escolaridade, a violência, o desemprego, a falta de acesso amplo aos serviços de saúde e

aos meios de prevenção, a factores institucionais e barreiras legais, linguísticas e culturais

e a uma certa marginalidade associada com a sua residência em bairros periféricos

(Reijneveld, 1998; Fenton, 2001).

Torna-se prioritário compreender as práticas sexuais dos jovens de grupos

específicos da população que se encontrem em situações de maior risco, como é o caso

dos migrantes africanos e das comunidades socialmente desfavorecidas que, são

geralmente reconhecidos, como grupos particularmente vulneráveis na área da saúde

sexual, nomeadamente na infecção por VIH/SIDA (Lawrence, Elderidge, Reitman, Little,

Shelby & Brasfield, 1998; Schoroder, Hobfoll, Jackson, & Lavin, 2001; Fenton, 2001;

Brockerhoff, 1999; Decosas & Adrien, 1998; Fenton, 2001; Gadon, Chierici, & Rios,

2001). Assim, o desafio que representa o desenvolvimento de estratégias e acções eficazes

para o controle da epidemia aumenta nos sub-grupos da população socialmente

desfavorecidos que podem não estar a ser atingidos e que necessitam da criação de

respostas alternativas aos sistemas correntes de informação e educação (UNAIDS, 2002).

A escassez de estudos sobre os conhecimentos, crenças, atitudes e comportamentos

na área da sexualidade realizados em comunidades africanas em Portugal torna difícil

retirar conclusões acerca das diferenças socio-económicas, culturais e étnicas que poderão

existir nos determinantes dos comportamentos de risco e consequentemente planear

intervenções educativas eficientes (Dawson & Gifford, 2001; Sormati, Pereira, El-Bassel,

Witte & Gilbert, 2001; Fenton, 2001). A problemática da SIDA, e particularmente o

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desenvolvimento de programas efectivos requer o conhecimento adequado dos

comportamentos sexuais que caracterizam as comunidades e uma compreensão do modo

como se poderão envolver as comunidades no seu processo de mudança, possuindo estes

estudos consequentemente, um carácter estratégico para a prevenção (McDermott, 1998).

A resposta social aos indivíduos infectados com o vírus da VIH/SIDA assim como

à sua prevenção é, muitas vezes, limitada pelo estigma que lhe está associado. Neste

contexto, são fundamentais os estudos que permitem conhecer o “estado de arte”

relativamente ao conhecimento dos adolescentes acerca dos aspectos relevantes do

VIH/SIDA e às atitudes deste grupo face às pessoas infectadas, que segundo alguns

autores variam entre a negligência, a precaução e a exclusão social (Thompson, Currie,

Todd & Elton, 1999; Potsonen & Kontula, 1999).

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DESCRIÇÃO DAS ZONAS ESTUDADAS E DOS PARCEIROS NA

COMUNIDADE

LOURES

Criado a 26 de Julho de 1886, o Concelho de Loures pertence à Área

Metropolitana de Lisboa e localiza-se na margem direita do rio Tejo. Com uma área de

168 Km2 e cerca de 200 000 habitantes, o concelho é um território rico em contrastes,

onde coexistem diferentes modos de vida e paisagens diversas, numa associação

harmoniosa entre o meio rural e o ambiente urbano. Loures é um Concelho em mudança,

com um extenso património natural, histórico, cultural e edificado, com mais valias

reconhecidas na produção vitivinícola na região de Bucelas, no abastecimento de

produtos agrícolas à AML, na indústria de conteúdos audiovisuais e na plataforma

ribeirinha do Parque das Nações, sem abdicar da existência de uma moderna rede de

infra-estruturas públicas e de saneamento básico, de modernas acessibilidades viárias e

equipamentos colectivos de lazer. O mosaico humano constituído por gentes de várias

nacionalidades, religiões e etnias que habitam o concelho, é outro dos traços distintivos

que acentuam a sua multiculturalidade. (texto retirado integralmente do site da Câmara

Municipal de Loures)

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O Projecto-piloto APELARTE, é um trabalho de Intervenção Comunitária que a

Câmara Municipal de Loures/Gabinete dos assuntos Religiosos e Sociais Específicos

(GARSE), desenvolve junto das populações realojadas da Quinta da Fonte, na Freguesia

da Apelação.

O Projecto dirige-se à população jovem, incidindo sobre a sua valorização

pessoal, colectiva e a integração social.

As linhas de orientação definidas assentam no estabelecimento de um processo

oficinal e educacional formativo, de carácter social e lúdico-pedagógico, caracterizado

nas actividades e projectos de diferentes ateliers.

Para além destas actividades, estimula-se o envolvimento da própria comunidade,

de modo a encontrar formas de cativar os jovens para a importância do Projecto,

desenvolvendo-se acções de Aproximação Escola-Comunidade-Escola e Clubes Juvenis.

Este Projecto é de acesso livre, gratuito, e conta com a participação de 206 jovens

residentes na Freguesia da Apelação e dos Bairros vizinhos, como Catujal e Bogalheira.

Os jovens alvo desta iniciativa têm idades compreendidas entre os 7 e 25 anos.

ÁREAS DE INTERVENÇÃO

De carácter formativo

- Fotografia, vídeo, capoeira, jogos didácticos, xadrez, internet, expressão corporal,

biblioteca, cinema de animação, técnicas circenses, serigrafia, corte e costura,

expressão dramática, música.

De carácter lúdico

- Máscaras de gesso, expressão plástica, reciclagem de papel, moldagem

- Ginástica sénior

OEIRAS

O Concelho de Oeiras, integrado na grande Área Metropolitana de Lisboa,

encontra-se situado na sua margem norte, e é rodeado pelos Concelhos de Cascais a

poente, Sintra e Amadora a norte, Lisboa a nascente, tendo como limite sul o Rio Tejo. O

território do Concelho, que ocupa actualmente uma área de cerca de 46 Km2, é

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constituído por um conjunto de unidades ou elementos paisagísticos particulares que o

caracterizam, nomeadamente a Serra de Carnaxide e os Altos da Mama Sul, Montijo,

Barronhos e Confeiteiras, na parte Este do Concelho, os vales das cinco principais

ribeiras que o atravessam no sentido Norte/Sul, e, toda a orla costeira/ribeirinha.

Oeiras, situava-se entre os Concelhos com maior número de barracas e bairros

degradados e o primeiro passo foi travar essa tendência. Era necessário eliminar

progressivamente estas situações de vida degradante e desumana. Na definição das

grandes linhas estratégicas, a Autarquia, teve em conta o essencial para o

desenvolvimento de políticas que visavam um incremento da qualidade de vida da

população. O conceito de desenvolvimento integrado, implica naturalmente uma actuação

conjunta em matérias fundamentais como o desenvolvimento económico, a habitação, a

integração social, a qualificação urbana e fundamentalmente o equilíbrio ambiental. Esta

estratégia de desenvolvimento transformou Oeiras, outrora numa situação de dormitório

de Lisboa, num Concelho competitivo, dinâmico e particularmente atraente ao

investimento de grandes empresas de negócios. Os próximos passos serão movidos pela

vontade de mudar hábitos e atitudes. É necessário comprometer a população na

preservação e revitalização dos espaços públicos, devolver-lhes o Município.

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O CENTRO SOCIAL PAROQUIAL DA PARÓQUIA DE CRISTO REI DE

ALGÉS, é, desde 198,7umaInstituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), sem

fins lucrativos, criada inicialmente para prestar apoio social aos residentes no Bairro de

barracas da Pedreira dos Húngaros, em Linda-a-Velha, e desde 1999 até hoje no Bairro

Moinho das Rolas (Porto Salvo). Iniciou a sua actuação neste Bairro em Outubro de

1985, pela iniciativa doa Padres dos Sagrados Corações.

OBJECTIVOS

Apoio a indivíduos e grupos detentores de carências a diversos níveis, numa

perspectiva de promover e/ou facilitar a respectiva capacitação, autonomização e

verdadeira inserção na Sociedade, com recurso a uma dinâmica de intercâmbio financeiro

e/ou estratégico com interventores congéneres ou nacionais, de carácter particular e

oficial.

ÁREAS DE INTERVENÇÃO

Infância – creche, jardim de infância; ATL;

Juventude – centro de estudos, espaço jovem;

Sénior – centro de convivo, espaço sénior;

Apoio à Comunidade – UNIVA, clube de emprego, atendimento psico-social,

dinamização sócio-cultural, formação, apoio alimentar, alfabetização e cursos de ensino

recorrente.

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19

LISBOA – ZONA DE MARVILA

No Bairro do Condado, Freguesia de Marvila existem várias instituições locais

que intervêm na Comunidade. O grupo interinstitucional constituiu-se em 1978, com dois

grandes objectivos, um de reflectir sobre as intervenções e outro de promover uma acção

concertada entre todos.

As organizações que compõe, o Sub-Grupo da Juventude são:

- Centro de Saúde de Marvila;

- Centro Social e Paroquial São Maximiliano Kolbe;

- Instituto de Apoio à Criança – Projecto Rua.

Os objectivos do Sub-Grupo da Juventude são:

- Aprofundar o conhecimento das vivências dos jovens;

- Adquirir e desenvolver competências pessoais e sociais;

- Proporcionar a troca de experiências, a consciência crítica e construtiva;

- Consciencializar os jovens para a importância e para a possibilidade de

concretizarem projectos.

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Os jovens que representam as várias instituições integram juntamente com os

adultos o grupo de trabalho que reúne semanalmente.

Os jovens mobilizaram-se para a prossecução de objectivos comuns, enquanto

sujeitos activos na construção do seu projecto de vida e contribuindo para o projecto

colectivo e comunitário onde se inserem e integram de forma saudável e dinâmica.

Caracterização das entidades envolvidas e trabalho que desenvolvem:

- CENTRO PAROQUIAL S. MAXIMILIANO KOLBE: È uma Instituição

particular de solidariedade social, sem fins lucrativos. Pertencente à paroquia de S.

Maximiliano Kolbe inspirada em valores cristãos e que iniciou o seu trabalho em 1985.

Está sedeada no Bairro do Condado, Praça Dr.º Fernando Amado, Lt. 566 Lj C/D (sede).

A acção do Centro Social Paroquial São Maximiliano Kolbe, está voltada para o apoio

às camadas mais carenciadas da população, bem como o desenvolvimento de estruturas

de apoio às famílias, jovens, crianças e idosos.

Subsiste através das mensalidades, das benfeitorias e dos acordos de cooperação.

No momento tem em funcionamento as seguintes valências: Centro de Dia; Centro de

Convívio; Apoio Domiciliário; Creche; Jardim Infância; ATL; CIJ.

- IAC – O INSTITUTO DE APOIO À CRIANÇA: é uma Instituição Privada de

Solidariedade Social, em fins lucrativos, que tem por objectivo principal contribuir para o

desenvolvimento integral da criança, na defesa e promoção dos seus direitos, sendo a

criança encarada na sua globalidade, como total sujeito dos seus direitos nas diferentes

áreas, que seja na saúde, educação e segurança social ou nos tempos livres. As

actividades desenvolvidas, são entre outras: Intervenção de 1ª linha junto de crianças e

jovens de rua; Trabalho de SOS face a situações sinalizadas de crianças na rua e/ou em

perigo; Educação em regime aberto para a concretização de Projectos de vida saudável

sempre que possível com o apoio de jovens considerados como agentes de mudança.

- O CENTRO DE SAÚDE DE MARVILA, na sua vertente da promoção de saúde,

desenvolve actividades de intervenção comunitária, em que têm como objectivos gerais:

Aumentar os conhecimentos da população e contribuir para uma mudança de atitudes e

comportamentos e; Promover a capacidade de autonomia e iniciativa da população, na

resolução dos seus problemas. Assim promove sessões de educação para saúde a

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mulheres, jovens e crianças; Participa nas reuniões interinstitucionais; Faz visitas

domiciliárias às famílias de risco acompanhadas pelo Centro de Saúde ou outras

instituições; Participa activamente nas actividades desenvolvidas no âmbito do Sub-

Grupo da Juventude do Bairro do Condado.

AMADORA

O BAIRRO DO ALTO DA COVA DA MOURA

Vivem aproximadamente 7000 pessoas no Bairro, é um bairro jovem, 3/4 dos

moradores fixaram-se nele a partir de 1977 e 50% dos residentes tem menos de 20 anos.

Bairro Multicultural, com moradores vindos do norte de Portugal, Guiné, Angola,

Moçambique, Países de Leste, mas quase 3/4 são oriundos de Cabo Verde. Nos últimos

tempos trabalhadores dos países de Leste encontraram aqui contactos com empreiteiros e

um cantinho para se acolherem.

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População activa: A maioria dos homens trabalha na construção civil. As mulheres

empregam-se no serviço doméstico, limpezas, restaurantes e venda de peixe. A dimensão

familiar é de 4,3 pessoas por agregado. O grau de escolaridade é baixo. O bairro funciona

para os grupos desfavorecidos e concretamente para as minorias étnicas como um

enquadramento de vida de grande importância. Constata-se uma expressão física de uma

pobreza existente: casas inacabadas, húmidas, carência de serviços, arruamentos

deficientes, faltam de actividades económicas.

ASSOCIAÇÃO CULTURAL MOINHO DA JUVENTUDE, a partir de 1/11/1984:

Pré Associação com acções espontâneas:

- Luta pela instalação da rede de água e esgotos na Quinta do Outeiro;

- Organização de uma Biblioteca Juvenil, pelos jovens do Bairro;

- Organização das mulheres do serviço doméstico para melhorar as suas condições de

vida;

ÁREAS DE INTERVENÇÃO

Actividades para Crianças (para Crianças dos 5 meses aos 5 anos e ATL)

Actividades dos Jovens

• Posto Informação à Juventude

• Grupo de Mães Adolescentes

• Espaço Jovem

• Apoio Escolar

• Intercâmbios (inter) Nacionais

• ”Ninho dos Jovens” –

• Espaço de convívio para adolescentes

• ”Bem Passa kú nos” –

• Espaço de formação para adolescentes

• Grupo de Dança “Ta Kai Ta Rabida”

• Grupo de Dança: “Bom Ky Baly”

• Grupo de Desfile

• Núcleo Desportivo.

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Actividades a Nível Sócio-Económico

Gabinete do Utente, Núcleo de Apoio aos Moradores, Alfabetização, Cursos de

Formação Profissional Formação, Mediadores Sociais, “Planning for Real” (metodologia

para estimular a participação activa da população do bairro na resolução dos seus

problemas), Apoio às Famílias Formação de Vigilantes de Crianças Curso de Formação de

Auxiliares de Acção Educativa, Educação de Pares, Prevenção do HIV/SIDA.

São estas, algumas, das actividades de uma Associação que pretende responder às

preocupações duma comunidade que sente o estigma da sua origem e que teima em fazer

aceitar a sua imagem real de uma comunidade trabalhadora, solidária, alegre, também

sofredora mas cheia de esperança e que quer inserir-se no seio da sociedade, com toda a sua

cultura e a sua diferença.

A AJUDA DE MÃE é uma Instituição Particular de Solidariedade Social

(I.P.S.S.), sem fins lucrativos. Nasceu em 1991, tendo como finalidade contribuir para a

cultura da vida humana, ajudando cada mãe para que o nascimento do bebé possa ser

um factor de melhoria de vida para essa família.

Tem como população-alvo a mulher grávida, disponibilizando-lhe informação

nas áreas da gravidez, sexualidade e planeamento familiar; apoio, formação e

acolhimento às grávidas que o necessitam. Trabalhamos com uma equipa

multidisciplinar que intervém nos diferentes serviços promovidos pela instituição

apoiada por uma equipa de voluntários.

GABINETES DE ATENDIMENTO

Oeiras – Alto da Loba

Loures – Quinta da Fonte Apelação

Amadora – Bairro 6 de Maio

OBJECTIVOS

- Promover o bem estar físico, social e emocional das grávidas e seus filhos;

- Formar e informar na área da saúde (gravidez, sexualidade, planeamento familiar e

cuidados materno-infantis);

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- Acolher grávidas e seus filhos com dificuldades económicas e sociais;

- Apoiar a reinserção social e profissional das mulheres grávidas e puérperas.

SERVIÇOS

SOS Grávida; Atendimento Directo; Gabinete de Psicologia; Gabinete de

Atendimento; Residências Temporárias; Empresa de Inserção “Ajuda em Casa”; Espaço

Grávida ; Acções de Formação na Área da Sexualidade; Cursos de Formação Profissional ;

Gabinete de Logística, Voluntariado.

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“Aventura Social, Etnicidade e Risco / Prevenção Primária do VIH em

Adolescentes de Comunidades Migrantes”

ESTUDO QUANTITATIVO

METODOLOGIA

AMOSTRA DA ESCOLA

O objectivo principal da presente investigação foi estudar uma amostra da

população adolescente que frequentava os 6, 8 e 10 anos em escolas de zonas

desfavorecidas da cidade de Lisboa ou cidades limítrofes. Pensou-se também estudar

uma amostra da população adolescente destas zonas que não frequentasse regularmente

a escola. Os anos de escolaridade foram escolhidos seguindo o protocolo internacional

HBSC (Currie et al, 2004; Matos et al 2003)

Foram seleccionadas para participar no estudo quatro zonas contendo bairros

socioeconomicamente desfavorecidos: Oeiras, Marvila (Lisboa), Amadora e Loures.

Numa primeira fase pretendia-se seleccionar as zonas que se voluntarizassem mas dada

a participação dos representantes optou-se por seleccionar as escolas de entre as 4

zonas. Foram seleccionadas escolas e associações de uma lista apresentada pelos

parceiros na comunidade, visando cobrir as zonas mais desfavorecidas e com maior

concentração de adolescentes migrantes. O questionário em contexto escolar foi

aplicado a todos os alunos das turmas seleccionadas. Foram seleccionadas 12 escolas

públicas do ensino regular e destas foram sorteadas aleatoriamente turmas de modo a

estratificar a amostra pelos 6º, 8º e 10º anos de escolaridade. Na zona de Oeiras, foram

seleccionadas 3 escolas, na zona de Marvila foram seleccionadas 3 escolas, na zona da

Amadora foram seleccionadas 2 escolas e na zona de Loures foram seleccionadas 4

escolas.

De acordo com o protocolo de aplicação do questionário Health Behaviour in

School-aged Children (HBSC) para 2002 (Currie et al., 2001), a técnica de escolha da

amostra foi a “cluster sampling”, onde o “cluster” ou unidade de análise foi a turma.

Assim, foram seleccionadas 71 turmas, 24 turmas do 6º ano, 24 turmas do 8º ano

e 23 turmas do 10º ano.

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Gráfico 1 - Distribuição dos sujeitos por Zona

24,0%21,5%

34,4%

20,0%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Oeiras Chelas Amadora Loures

Gráfico 2 - Distribuição dos sujeitos por nível de escolaridade

32,90%

37.90%

29,30%6º ano

8º ano

10º ano

Da totalidade de questionários enviados para as escolas das quatro zonas, foi

obtida uma taxa de respostas das escolas de 83%, foi obtida resposta de todas as escolas

excepto duas por motivo maior justificado (incêndio e realização próxima de outro

questionário).

Gráfico 3 - Distribuição dos sujeitos por grupo de idade

9,7%

28,1%

29,9%

32,3%

11 anos

13 anos

15 anos

16 anos+

Quadro 1 - Número de escolas incluídas no estudo

Zona envio resposta

Oeiras 3 2

Marvila 3 3

Amadora 2 2

Loures 4 3

Total 12 10

% 100% 83%

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Foi obtida uma taxa de resposta de 87% no que diz respeito às turmas.

Quadro 2 – Número de turmas incluídas no estudo piloto

Zona Envio Resposta

Oeiras

6º ano 6 6

8º ano 6 4

10º ano 6 3

Marvila

6º ano 6 6

8º ano 6 6

10º ano 6 6

Amadora

6º ano 6 6

8º ano 6 6

10º ano 6 6

Loures

6º ano 6 4

8º ano 6 4

10º ano 5 5

Total 71 62

% 100% 87%

Foram recebidos 928 questionários, tendo sido excluído 9 por se encontrarem

indevidamente preenchidos. A amostra final corresponde a 919 questionários.

AMOSTRA DA COMUNIDADE

A recolha de dados na comunidade foi efectuada pelas associações parceiras e

pela equipa do projecto junto dos jovens das diferentes zonas, utilizando o mesmo

instrumento, o questionário Health Behaviour in School-aged Children (HBSC) para

2002 (Currie et al., 2001).

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Os critérios de inclusão no estudo foram os seguintes:

• Jovens até aos 18 anos (19 anos feitos nesse ano)

• Jovens não inscritos na escola (trabalham ou não têm nenhuma ocupação)

• Jovens inscritos na escola mas que não vão às aulas (quando vão à escola é para estar

com os amigos, almoçar, etc.)

• Jovens que estão inscritos na escola apenas para obter a declaração de inscrição, mas

não vão à escola.

• Jovens do ensino recorrente.

Gráfico 4 - Distribuição dos sujeitos por Zona

21,2%

46,6%

15,3%16,9%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Oeiras Marvila Amadora Loures

Gráfico 5 - Distribuição dos sujeitos por grupo de idade

0,8%7,6%

12,7%

78,8%

11 anos

13 anos

15 anos

16 anos+

Foram aplicados na comunidade uma totalidade de 118 questionários.

INSTRUMENTO

O questionário “Comportamento e Saúde em adolescentes em idade escolar”

utilizado neste estudo, foi o adoptado no estudo internacional de 2002 do HBSC -

Health Behaviour of School Aged-Children (Currie et al., 2001), traduzido em

Português pela equipa portuguesa do Aventura Social (Matos et al, 2003).

O questionário de auto-preenchimento é composto por três partes. Uma primeira

parte geral, que engloba questões demográficas (idade, género, estatuto sócio-

económico), questões relativas ao ambiente na escola, ao consumo de tabaco e álcool, à

violência, à imagem do corpo, família, escola e pares. Uma segunda parte, específica do

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questionário português (Matos et al 2003), com questões relacionadas com cultura de

grupo e lazer, consumo de drogas e actividade física e uma terceira parte, também

apenas relativa ao questionário português (Matos et al, 2003), onde foram incluídas

questões relacionadas com o comportamento sexual e atitudes e conhecimentos face ao

VIH/SIDA. O objectivo fundamental deste estudo foi efectivamente este último grupo

servindo os anteriores de dados de contextualização.

PROCEDIMENTO

RECOLHA DOS DADOS

As escolas e as associações seleccionadas foram contactadas no sentido de

confirmar a sua disponibilidade para colaborar no estudo e para participarem numa

reunião geral. A reunião teve lugar no Instituto de Higiene e Medicina Tropical, estando

presentes os parceiros das quatro zonas (Oeiras, Marvila, Amadora e Loures), e a

coordenação e equipa do projecto (IHMT/ UNL e CMDT e Projecto Aventura Social,

FMH/UTL)

A recolha de dados foi realizada através de um questionário, distribuído pelos

parceiros de cada zona aos presidentes dos conselhos executivos das escolas envolvidas

e aos responsáveis de cada associação parceira do estudo. Em cada escola, os

questionários foram aplicados nas turmas seleccionadas aleatoriamente, no contexto da

sala de aula. Na comunidade os questionários foram aplicados a adolescentes que

frequentassem ou tivessem ligação com a associação.

Procedimentos para a recolha de dados:

NA ESCOLA:

Foi enviado para todas as escolas participantes

• Uma carta dirigida ao presidente do conselho executivo da escola apresentando o

estudo;

• Para cada turma seleccionada: (1) um envelope com os questionários; (2) uma carta

de procedimentos para o professor. Esta carta para o professor destinava-se a ser lida na

turma, antes do preenchimento dos questionários e informava que a resposta era

voluntária, confidencial e anónima, que o questionário de auto-preenchimento na sala de

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aula, que o professor não deveria interferir e que o questionário deveria ser preenchido

num período de tempo entre 60-90 minutos.

NA COMUNIDADE:

Foi entregue ou enviado a todos os parceiros participantes

• Uma carta dirigida ao responsável da associação apresentando o estudo;

• Para cada técnico: (1) um envelope com os questionários; (2) instruções acerca dos

critérios de inclusão dos adolescentes na comunidade (a) adolescentes com idades até

aos 18 anos, ou 19 feitos este ano lectivo; b) adolescentes que não estão inscritos na

escola: c) adolescentes que estão inscritos na escola mas não vão às aulas; d)

adolescentes que estão inscritos apenas para obtenção da declaração de inscrição; e)

adolescentes do ensino recorrente, f) adolescentes que não tenham preenchido o

questionário na escola) : 3) uma carta de procedimentos para o técnico. Esta carta para

o técnico destinava-se a ser lida ao adolescente, antes do preenchimento dos

questionários e informava que a resposta era voluntária, confidencial e anónima, que o

questionário de auto-preenchimento na sala de aula, que o técnico não deveria interferir

e que o questionário deveria ser preenchido num período de tempo entre 60-90 minutos.

Após a aplicação, os questionários foram reunidos pelos responsáveis da respectiva

escola e associação, enviados ou entregues à equipa para introdução na base de dados e

análise estatística.

ANÁLISE DOS DADOS

Após a recepção os questionários estes foram conferidos e numerados

sequencialmente e posteriormente os dados foram introduzidos manualmente numa base

de dados no programa “Statistical Package for Social Science – SPSS – Windows”

(versão 12.). Posteriormente procedeu-se à sua análise e tratamento estatístico. Tendo

sido utilizada a mesma metodologia do estudo HBSC Português (Matos et al, 2003).

Após a recolha de dados, foi realizada uma verificação dos questionários

incompletos ou nulos e feito um trabalho exaustivo na base de dados para minimizar as

perdas de sujeitos.

Foram utilizados para a análise dos dados, primeiro, uma estatística descritiva

com apresentação das frequências e percentagens para variáveis nominais e médias e

desvio padrão para variáveis contínuas, seguidamente, foi efectuado o Teste do Qui-

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quadrado - χ² (estudo da distribuição em variáveis nominais) com análise de residuais

ajustados (para localização dos valores significativos).

Os dados referentes ao estudo são apresentados da seguinte maneira:

1) Quadros com as percentagens de resposta a cada questão: neste tipo de quadros,

encontra-se a negrito a opção com a maior percentagem de resposta.

2) Quadros comparativos: neste tipo de quadros os valores assinalados com (n. s.)

são valores que não são estatisticamente significativos, sendo apresentados a negrito os

valores com residuais ajustados iguais ou superiores a 1. 9, em módulo.

3) O estudo foi realizado em turmas do 6º, 8º e 10º ano. Além desta divisão por ano de

escolaridade, foi feita ainda uma sub-divisão por quatro grupos etários:

Grupo dos 11 anos – idade até aos 13 anos (exclusivé)

Grupo dos 13 anos – idade até aos 14 anos (exclusivé)

Grupo dos 15 anos – dos 14 até aos 15 anos (exclusivé)

Grupo dos 16 anos – 16 anos ou mais.

4) Para estimar o nível sócio económico dos pais, foi utilizada a Escala de Graffar que

faz a classificação do estatuto sócio-económico segundo as profissões utilizando cinco

categorias. Descrevemos essas categorias a seguir, com exemplos de possíveis

profissões associadas:

Categoria 1 – Profissão que exija uma licenciatura.

Categoria 2 - Profissão que exija um bacharelato.

Categoria 3 - Ajudantes técnicos, oficiais administrativos, etc.

Categoria 4 - Motoristas, cozinheiros, etc.

Categoria 5 -Operários não especializados, etc.

Foi considerada ainda a opção “não classificável” para os casos em que não era

referida qual a profissão ou não se percebia a letra.

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

ESCOLA

Este capítulo apresenta a análise descritiva da amostra recolhida nas escolas, no

que diz respeito ao género, escolaridade, idade e estatuto sócio-económico.

Os adolescentes encontram-se distribuídos em percentagens idênticas no que se

refere ao género.

Género (n=919)

Rapaz Rapariga

47. 7 52. 3

Os quadros seguintes indicam o número de alunos da amostra por ano de

escolaridade e por idade.

Ano de escolaridade (n=919)

6º ano 8º ano 10º ano

37. 9 32. 9 29. 3

Idade (n=919)

11 anos 13 anos 15 anos + 16 anos

9. 7 28. 1 29. 9 32. 3

Idade (n=919)

Média DP Mínimo Máximo

14.4 2.11 11 20

A amostra encontra-se dividida por zonas Oeiras, Marvila, Amadora e Loures.

Zona (n=919)

Oeiras Marvila Amadora Loures

20. 0 34. 4 21. 5 24. 0

Os quadros seguintes apresentam a amostra em cada zona, relativamente ao

género, idade (média, desvio padrão, mínimo e máximo) e ano de escolaridade.

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Oeiras (n=184)

Género Idade Escolaridade

Rapazes Raparigas Média D. P. Mín. Máx. 6ºAno 8ºAno 10ºAno

52. 7 47. 3 14. 3 1. 98 11 19 46. 7 31. 0 22. 3

Marvila (n=316)

Género Idade Escolaridade

Rapazes Raparigas Média D. P. Mín. Máx. 6º. ano 8ºAno 10ºAno

46. 5 53. 5 14. 3 2. 07 11 19 34. 5 30. 7 34. 8

Amadora (n=198)

Género Idade Escolaridade

Rapazes Raparigas Média D. P. Mín Máx. 6º Ano 8ºAno 10ºAno

49. 0 51. 0 14. 5 2. 34 11 20 39. 9 37. 4 22. 7

Loures (n=221)

Género Idade Escolaridade

Rapazes Raparigas Média D. P. Mín Máx. 6º ano 8ºAno 10ºAno

43. 9 56. 1 14. 6 2. 04 11 19 33. 5 33. 5 33. 0

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DADOS SÓCIO-DEMOGRÁFICOS

De seguida, apresentam-se, para a amostra total alguns dados sócio-

demográficos: nacionalidade e grupo de identificação, profissão dos pais e nível sócio-

económico.

• Nacionalidade

A maioria dos adolescentes que constituem a amostra é de nacionalidade

portuguesa.

Nacionalidade (n=914)

Portuguesa

Cabo-verdiana

Moçambicana

Angolana

São Tomense

Guineense

Outra

77. 1 10. 9 0. 2 3. 8 1. 3 2. 8 3. 7

Nacionalidade do pai (n=902)

Portuguesa

Cabo-verdiana

Moçambicana

Angolana

São Tomense

Guineense

Outra

64. 0 21. 0 1. 0 5. 7 2. 1 2. 9 3. 4

Nacionalidade da mãe (n=884)

Portuguesa

Cabo-verdiana

Moçambicana

Angolana

São Tomense

Guineense

Outra

63. 9 18. 1 1. 7 7. 0 2. 7 3. 2 3. 4

• Grupo de Identificação

Os adolescentes quando questionados relativamente ao grupo de identificação ao

qual consideram fazer parte, identificam-se mais frequentemente como “branco”.

Grupo de Identificação (n=912)

Branco Negro Asiático Mestiço Outro

63. 5 27. 0 0. 4 7. 8 1. 3

• Língua que fala em casa

A maioria dos adolescentes refere falar português em casa.

Língua que fala em casa (n=863)

Português Outra

87. 4 12. 6

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• Profissão dos Pais

Em relação ao emprego dos pais, a maioria dos pais destes adolescentes têm

emprego.

Pais com emprego (n=919)

Sim Não Não sabe / não vê / não tem

Pai 75. 7 10. 0 14. 2

Mãe 76. 5 18. 9 4. 5

A razão mais referida pelos adolescentes para o desemprego dos pais, é o facto

de estar doente, reformado ou ser estudante, embora grande parte dos adolescentes refira

não saber a razão desse desemprego.

Razão de desemprego dos pais

Doente, Reformado, Estudante Procura emprego Não sabe

Pai (n=113) 37. 2 20. 4 42. 5

Mãe (n=152) 30. 9 27. 0 42. 1

No seguinte quadro podemos observar que a maior parte dos pais pertencem a

um nível baixo (nível quatro e cinco).

Profissão dos pais

1 Nível Elevado

2 3 4 5 Nível Baixo

6

Pai (n=563) 1. 2 5. 5 21. 8 46. 9 24. 3 0. 2

Mãe (n=607) 1. 2 2. 6 22. 6 27. 2 46. 5 0

• Nível de Instrução dos Pais

Em relação ao nível de instrução dos pais, verificamos que a maior parte dos

pais tem o 1º ciclo.

Nível de Instrução dos Pais

Nunca estudou

1ºciclo

2/3ºs ciclos

Ensino secundário

Curso Superior

Pai (n=850) 6. 0 43. 4 31. 6 10. 6 8. 4

Mãe(n=883) 8. 4 41. 0 34. 2 12. 0 4. 4

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36

• Percepção de Nível Financeiro da Família

Quando questionados relativamente ao nível financeiro da sua família, mais de

um terço refere que é “muito bom / bom”.

Nível financeiro da família (n=915)

Muito bom / bom Médio Não muito bom / mau

42. 3 40. 7 17. 0

• Ir para a cama com fome

A maioria dos adolescentes, quando questionados sobre se costumam ir para a

cama com fome, diz que esta situação nunca acontece.

Ir para a cama com fome (n=919)

Sempre Frequentemente Ás vezes Nunca

1. 4 1. 9 5. 9 90. 8

SÍNTESE: DADOS SÓCIO-DEMOGRÁFICOS

A maioria dos adolescentes que constituem a amostra é de nacionalidade

portuguesa. Os adolescentes quando questionados relativamente ao grupo de

identificação ao qual consideram fazer parte, identificam-se mais frequentemente como

“branco”. A maioria dos adolescentes refere falar português em casa. A maioria dos pais

dos adolescentes têm emprego. A razão mais referida pelos adolescentes para o

desemprego dos pais, é o facto de estar doente, reformado ou ser estudante, embora

grande parte dos adolescentes refira não saber a razão desse desemprego. A maior parte

dos pais pertencem a um nível baixo (nível quatro e cinco). Em relação ao nível de

instrução dos pais, verificamos que a maior parte dos pais tem o 1º ciclo. Quando

questionados relativamente ao nível financeiro da sua família, mais de um terço refere

que é “muito bom / bom”. A maioria dos adolescentes, refere que nunca costuma ir para

a cama com fome.

Tomando como referência o estudo nacional HBSC (Matos et al, 2003), verifica-

se que os adolescentes do presente estudo têm uma média de idade mais alta (14.4 vs

14.0), têm uma maior percentagem de jovens oriundos de países africanos (19% vs

2.2%) e são os que mais percepcionam que o nível financeiro da família “não é muito

bom/mau” (17% vs 8.2%).

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37

HÁBITOS ALIMENTARES

• Refeições

Quando questionados relativamente às refeições que fazem, a maioria refere

tomar o pequeno almoço, almoço e jantar.

Refeições (n=887)

Pequeno almoço, almoço e jantar 82. 9

Só almoço e jantar 8. 6

Só pequeno almoço e jantar 1. 7

Só pequeno almoço e almoço 0. 8

Come quando calha 6. 1

Quando se comparam as respostas dos rapazes e das raparigas, verifica-se que

são os rapazes que mais referem tomar pequeno almoço, almoço e jantar.

Refeições a)

Rapaz Rapariga

Pequeno almoço, almoço e jantar 87. 3* 78. 9

Só almoço e jantar 6. 5 10. 4*

Só pequeno almoço e jantar 1. 7 1. 7

Só pequeno almoço e almoço 0. 5 1. 1

Come quando calha 4. 1 7. 9*

a) (χ2=12. 071, g. l. =4, p=0. 017), n=887

São os adolescentes mais novos que mais referem tomar o pequeno almoço,

almoço e jantar. No entanto, não se verificam diferenças estatisticamente significativas.

Refeições a)

11 anos 13 anos 15 anos + 16 anos

Pequeno almoço, almoço e jantar 91. 9 85. 4 79. 4 81. 3

Só almoço e jantar 5. 8 6. 5 10. 9 9. 0

Só pequeno almoço e jantar 0. 0 1. 2 1. 9 2. 4

Só pequeno almoço e almoço 0. 0 0. 4 1. 1 1. 0

Come quando calha 2. 3 6. 5 6. 7 6. 3

a) (χ2=11. 974, g. l. =12, p=0. 448), n=887 (n.s.)

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38

Não se verificam diferenças significativas quanto às refeições nas diferentes

zonas.

Refeições a)

Oeiras Marvila Amadora Loures

Pequeno almoço, almoço e jantar 82. 0 83. 8 82. 8 82. 2

Só almoço e jantar 8. 4 7. 1 8. 9 10. 6

Só pequeno almoço e jantar 1. 7 1. 3 2. 6 1. 4

Só pequeno almoço e almoço 2. 2 0. 0 2. 6 0. 5

Come quando calha 5. 6 7. 8 1. 4 5. 3

a) (χ2=13. 10, g. l. =12, p=0. 362), n=887 (n. s.)

• Tipo de alimentação

Em relação ao consumo de batatas fritas e hambúrgueres a maioria dos

adolescentes refere consumi-los uma vez por semana. Também a maioria dos

adolescentes refere consumir doces, chocolates, colas e outros refrigerantes e vegetais

pelo menos uma vez por dia. Uma grande maioria refere consumir leite e fruta pelo

menos uma vez por dia.

Alimentos consumidos

Pelo menos uma

vez por dia

Uma vez por

semana

Raramente ou

nunca

Batata fritas (n=892) 32. 3 55. 6 12. 1

Hambúrguer (n=886) 19. 2 52. 1 28. 7

Leite (n=895) 82. 2 8. 3 9. 5

Fruta (n=890) 78. 4 17. 1 4. 5

Vegetais (n=874) 54. 5 30. 5 15. 0

Doces/chocolates (n=891) 51. 0 38. 4 10. 7

Colas/refrigerantes (n=878) 64. 8 25. 4 9. 8

Em relação ao consumo de batatas fritas, hambúrgueres, colas e outros

refrigerantes e leite são as raparigas que mais referem consumi-los raramente ou nunca.

Em relação ao consumo de doces, chocolates, fruta e vegetais não se verificam

diferenças significativas em relação ao género.

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39

Alimentos consumidos

Batata fritas a) Hambúrgueres... b)

Pelo menos

uma vez por

dia

Uma vez por

semana

Raramente

ou nunca

Pelo menos

uma vez por

dia

Uma vez por

semana

Raramente

ou nunca

Rapaz 35. 0* 55. 6 9. 5 23. 2* 53. 6 23. 2

Rapariga 29. 9 55. 7 14. 5* 15. 6 50. 9 33. 5*

a) (χ2=6. 489, g. l. =2, p=0. 039),n=892 b) (χ2=15. 212, g. l. =2, p=0. 000), n=886

Alimentos consumidos

Leite c) Fruta d)

Pelo menos

uma vez por

dia

Uma vez por

semana

Raramente

ou nunca

Pelo menos

uma vez por

dia

Uma vez por

semana

Raramente

ou nunca

Rapaz 85. 6* 8. 7 5. 7 75. 4 20. 0 4. 5

Rapariga 79. 2 7. 9 13. 0* 81. 1 14. 4 4. 5

c) (χ2=13. 812, g. l. =2,p=0.001),n=895 d) (χ2=5. 004, g. l. =2, p=0. 082), n=890(n. s.)

Alimentos consumidos

Vegetais e) Doces/chocolates f)

Pelo menos

uma vez por

dia

Uma vez por

semana

Raramente

ou nunca

Pelo menos

uma vez por

dia

Uma vez por

semana

Raramente

ou nunca

Rapaz 53. 1 31. 9 15. 0 52. 5 37. 0 10. 5

Rapariga 55. 7 29. 3 15. 0 49. 6 39. 7 10. 8

e) (χ2=0. 711,g.l.=2,p=0.701),n=874 (n.s.) f) (χ2=0. 784, g. l. =2, p=0. 676), n=891(n. s.)

Alimentos consumidos

Colas/refrigerantes g)

Pelo menos

uma vez por

dia

Uma vez por

semana

Raramente

ou nunca

Rapaz 69. 1 25. 2 5. 8

Rapariga 61. 0 25. 6 13. 4*

g) (χ2=15. 468, g. l. =2, p=0. 000), n=878

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40

Não se encontram diferenças significativas nos alimentos consumidos em

relação à idade.

Alimentos consumidos

Leite a) Hambúrgueres...b)

Pelo menos

uma vez por

dia

Uma vez por

semana

Raramente

ou nunca

Pelo menos

uma vez por

dia

Uma vez por

semana

Raramente

ou nunca

11 anos 86. 2 6. 9 6. 9 14. 0 45. 3 40. 7

13 anos 80. 7 9. 2 10. 0 21. 1 52. 6 26. 3

15 anos 81. 9 8. 5 9. 6 20. 2 49. 1 30. 7

+ 16 anos 82. 7 7. 6 9. 7 18. 2 56. 6 25. 2 a) (χ² = 1. 613, g. l. = 6, p=0.952). n=895(n.s.) b) (χ² = 10. 769, g. l. = 6, p= 0.996) n=886(n.s.)

Alimentos consumidos

Batatas Fritas c) Fruta d)

Pelo menos

uma vez por

dia

Uma vez por

semana

Raramente

ou nunca

Pelo menos

uma vez por

dia

Uma vez por

semana

Raramente

ou nunca

11 anos 30. 2 53. 5 16. 3 86. 2 10. 3 3. 4

13 anos 37. 3 55. 0 7. 6 80. 7 15. 3 4. 0

15 anos 32. 3 54. 6 13. 0 78. 3 18. 4 3. 4

+ 16 anos 28. 5 57. 6 13. 9 74. 2 19. 5 6. 3 c) (χ² =10. 025, g. l. = 6, p= 0. 124).n=892(n.s.) d) (χ² = 8. 635, g. l. =6, p= 0. 195). n=890(n.s.)

Alimentos consumidos

Vegetais e) Doces/chocolates f)

Pelo menos

uma vez por

dia

Uma vez por

semana

Raramente

ou nunca

Pelo menos

uma vez por

dia

Uma vez por

semana

Raramente

ou nunca

11 anos 57. 0 27. 9 15. 1 42. 4 44. 7 12. 9

13 anos 56. 0 30. 0 14. 0 56. 4 36. 0 7. 6

15 anos 53. 2 31. 6 15. 2 51. 3 38. 0 10. 7

+ 16 anos 53. 5 30. 9 15. 6 48. 4 38. 9 12. 6 e) (χ² = 0. 872, g. l. =6, p= 0.990).n=874(n.s.) f) (χ² = 7. 993, g. l. = 6, p=0.239).n=891(n.s.)

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41

Alimentos consumidos

Colas/refrigerantes g)

Pelo menos

uma vez por

dia

Uma vez por

semana

Raramente

ou nunca

11 anos 67. 1 27. 1 5. 9

13 anos 68. 7 20. 6 10. 7

15 anos 56. 8 30. 5 9. 8

+ 16 anos 65. 5 24. 3 10. 2 g) (χ² = 8. 411, g. l. =6, p=0. 210).n=878 (n.s.)

Não se encontram diferenças significativas nos alimentos consumidos em

relação à zona, excepto no caso do consumo de vegetais que são mais consumidos pelos

adolescentes da Amadora.

Alimentos consumidos

Batata fritas a) Hambúrgueres...b)

Pelo menos

uma vez por

dia

Uma vez por

semana

Raramente

ou nunca

Pelo menos

uma vez por

dia

Uma vez por

semana

Raramente

ou nunca

Oeiras 30. 7 57. 5 11. 7 18. 0 55. 1 27. 0

Marvila 31. 4 55. 4 13. 1 15. 4 57. 4 27. 2

Amadora 33. 9 55. 7 10. 4 20. 3 47. 1 32. 6

Loures 33. 5 54. 1 12. 4 24. 9 46. 4 28. 7 a) (χ² = 1. 43, g. l. = 6, p=0. 964). n=892 (n.s.) b) (χ² = 11. 73, g. l. =6, p= 0. 068). n=886 (n.s.)

Alimentos consumidos

Leite c) Fruta d)

Pelo menos

uma vez por

dia

Uma vez por

semana

Raramente

ou nunca

Pelo menos

uma vez por

dia

Uma vez por

semana

Raramente

ou nunca

Oeiras 84. 7 7. 3 7. 9 81. 1 16. 1 2. 8

Marvila 82. 5 7. 6 9. 9 75. 1 19. 2 5. 8

Amadora 78. 5 9. 4 12. 0 82. 1 15. 8 2. 1

Loures 83. 1 8. 9 8. 0 77. 8 15. 9 6. 3 c) (χ² = 3. 56, g. l. = 6, p= 0.736). n=895(n.s.) d) (χ² = 8. 35, g. l. = 6, p= 0. 213). n=890(n. s.)

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42

Alimentos consumidos

Vegetais e) Doces/chocolates f)

Pelo menos

uma vez por

dia

Uma vez por

semana

Raramente

ou nunca

Pelo menos

uma vez por

dia

Uma vez por

semana

Raramente

ou nunca

Oeiras 50. 9 37. 0* 12. 1 52. 3 36. 4 11. 4

Marvila 48. 1 32. 1 19. 8* 48. 4 40. 1 11. 5

Amadora 62. 4* 28. 0 9. 5 52. 1 38. 0 9. 9

Loures 59. 8 25. 0 15. 2 52. 6 37. 9 9. 5 e) (χ² = 20. 54, g. l. = 6, p= 0. 002). n=874 f) (χ² = 1. 75, g. l. = 6, p 0.942). n=891(n. s.)

Alimentos consumidos

Colas/refrigerantes g)

Pelo menos

uma vez por

dia

Uma vez por

semana

Raramente

ou nunca

Oeiras 71. 2 20. 3 8. 5

Marvila 58. 4 30. 0 11. 6

Amadora 64. 1 27. 2 8. 7

Loures 69. 6 21. 3 9. 2 g) (χ² = 11. 48, g. l.= 6, p= 0. 075). n=878(n. s.)

SÍNTESE: HÁBITOS ALIMENTARES

A maioria dos adolescentes refere tomar o pequeno almoço, almoço e jantar.

Quando se comparam as respostas dos rapazes e das raparigas, verifica-se que são os

rapazes que mais referem tomar pequeno almoço, almoço e jantar. São os adolescentes

mais novos que mais referem tomar o pequeno almoço, almoço e jantar. Em relação ao

consumo de batatas fritas, hambúrgueres a maioria dos adolescentes refere consumi-los

uma vez por semana. Também a maioria dos adolescentes refere consumir doces,

chocolates, colas e outros refrigerantes e vegetais pelo menos uma vez por dia. Uma

grande maioria refere consumir leite e fruta pelo menos uma vez por dia. Em relação ao

consumo de batatas fritas, hambúrgueres, colas e outros refrigerantes e leite são as

raparigas que mais referem consumi-los raramente ou nunca. Em relação ao consumo de

doces, chocolates, fruta e vegetais não se verificam diferenças significativas em relação

ao género. Não se encontram diferenças significativas nos alimentos consumidos em

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43

relação à idade. Não se encontram diferenças significativas nos alimentos consumidos

em relação à zona, excepto no caso do consumo de vegetais que são mais consumidos

pelos adolescentes da Amadora.

No entanto, tomando como referência o estudo nacional HBSC (Matos et al,

2003), verifica-se que os adolescentes do presente estudo consomem mais

hamburgueses, cachorros quentes e salsichas, pelo menos uma vez por dia (19.2% vs

10%).

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44

IMAGEM DO CORPO

• Peso e estatura

Nos seguintes quadros observa-se a média, desvio padrão, o valor máximo e o

valor mínimo do peso e estatura dos adolescentes que constituem a amostra.

Peso (kg) (n=835)

Média D. P. Mínimo Máximo

54. 7 12. 04 24 93

Estatura (Cm) (n=776)

Média D. P. Mínimo Máximo

161. 7 12. 05 110 196

• Índice de Massa Corporal

No seguinte quadro observa-se a média, desvio padrão, o valor máximo e o valor

mínimo do índice de massa corporal dos adolescentes que constituem a amostra.

Índice de Massa Corporal (n=749)

Média D. P. Mínimo Máximo

20. 9 3. 76 11. 57 42. 22

• Imagem do Corpo – aparência física / aspecto

Metade dos adolescentes considera o seu aspecto “normal”.

Imagem do Corpo – aparência física / aspecto (n=895)

Bom Normal Mau Não penso nisso

41. 0 50. 5 3. 5 5. 0

Não se verificam diferenças significativas entre os rapazes e raparigas face à

percepção do aspecto do seu corpo.

Imagem do Corpo – aparência física / aspecto a)

Bom Normal Mau Não penso nisso

Rapaz 44. 5 48. 2 3. 3 4. 0

Rapariga 37. 9 52. 6 3. 6 6. 0

a) (χ2=4. 962, g. l. =3, p=0.175), n=895 (n. s.)

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Não se verificam diferenças significativas face à percepção do aspecto do corpo,

nas diferentes idades.

Imagem do Corpo – aparência física / aspecto a)

Bom Normal Mau Não penso nisso

11 anos 27. 4 61. 9 4. 8 6. 0

13 anos 42. 2 49. 0 2. 8 6. 0

15 anos 41. 0 52. 4 3. 7 3. 0

+ 16 anos 44. 0 46. 7 3. 4 5. 8

a) (χ2=11. 896, g. l. =9, p=0.219), n=895 (n. s.)

Nas zonas estudadas, não se verificam diferenças significativas face à percepção

do aspecto do corpo.

Imagem do Corpo – aparência física / aspecto a)

Bom Normal Mau Não penso nisso

Oeiras 37. 0 55. 2 2. 8 5. 0

Marvila 44. 6 46. 5 4. 8 4. 2

Amadora 41. 5 50. 8 2. 6 5. 2

Loures 38. 8 52. 2 2. 9 6. 2

a) (χ2=7. 434, g. l. =9, p=0.592), n=895 (n. s.)

• Imagem do Corpo – corpo ideal

Cerca de metade dos adolescentes refere que considera o seu corpo ideal.

Imagem do Corpo – corpo ideal (n=900)

Magro Ideal Gordo

21. 4 47. 8 30. 8

São os rapazes que mais referem considerar o seu corpo ideal, e mais de um

terço da raparigas considera o seu corpo gordo.

Imagem do Corpo – corpo ideal a)

Magro Ideal Gordo

Rapaz 25. 0* 52. 6* 22. 4

Rapariga 18. 3 43. 5 38. 2* a)

(χ2=26. 876, g. l. =2, p=0.000), n=900

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São os adolescentes mais velhos, com dezasseis anos ou mais, que menos

referem considerar o seu corpo ideal, um quarto considera o seu corpo magro e cerca de

um terço considera-o gordo.

Imagem do Corpo – corpo ideal a)

Magro Ideal Gordo

11 anos 15. 3 45. 9 38. 8

13 anos 20. 6 52. 0 27. 4

15 anos 19. 8 52. 4 27. 8

+ 16 anos 25. 5* 40. 3 34. 1

a) (χ2=14. 296, g. l. =6, p=0. 026), n=900

Nas diferentes zonas não se encontraram diferenças significativas em relação à

imagem do corpo.

Imagem do Corpo – corpo ideal a)

Magro Ideal Gordo

Oeiras 20. 4 50. 8 28. 7

Marvila 20. 1 45. 9 34. 1

Amadora 24. 4 52. 3 23. 3

Loures 21. 7 43. 9 34. 4

a) (χ2=9. 011, g. l. =6, p=0. 173), n=900 (n. s.)

• Imagem do Corpo – estar em dieta

Quanto questionados acerca de estarem em dieta, a maioria dos adolescentes

refere não estar porque o seu peso está bom.

Imagem do Corpo – estar em dieta (n=897)

Não, o peso está

bom

Não, mas preciso

perder peso

Não, mas preciso

ganhar peso

Sim

56. 7 20. 2 12. 8 10. 3

A grande maioria dos rapazes refere que não estar em dieta porque o seu peso

está bom, e um quarto das raparigas refere não estar em dieta mas precisar de perder

peso.

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47

Imagem do Corpo – estar em dieta a)

Não, o peso está bom

Não, mas preciso perder

peso

Não, mas preciso ganhar

peso

Sim

Rapaz 65. 9* 15. 0 14. 0 5. 1

Rapariga 48. 4 24. 9* 11. 7 14. 9*

a)

(χ2=44. 943, g. l. =3, p=0. 000), n=897

Em relação à idade não foram encontradas diferenças significativas.

Imagem do Corpo – estar em dieta a)

Não, o peso está bom

Não, mas preciso perder

peso

Não, mas preciso ganhar

peso

Sim

11 anos 54. 7 24. 4 9. 3 11. 6

13 anos 57. 4 19. 3 14. 9 8. 4

15 anos 59. 4 20. 3 10. 7 9. 6

+ 16 anos 54. 3 19. 6 14. 1 12. 0

a) (χ2=6. 575, g. l. =9, p=0. 681), n=897 (n. s.)

São os adolescentes de Loures que mais referem não estar em dieta porque o seu

peso está bom, os adolescentes de Marvila são os que mais referem estar em dieta.

Imagem do Corpo – aparência física / aspecto a)

Não, o peso está bom

Não, mas preciso perder

peso

Não, mas preciso ganhar

peso

Sim

Oeiras 56. 1 21. 7 16. 7 5. 6

Marvila 53. 7 20. 4 10. 5 15. 3*

Amadora 57. 3 21. 4 14. 6 6. 8

Loures 61. 3 17. 5 11. 3 9. 9

a) (χ2=20. 677, g. l. =9, p=0. 014), n=897

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48

• Ciclo menstrual

A maioria das raparigas refere que já tem a menstruação.

Ciclo menstrual (n=480)

Sim Não

82. 1 17. 9

• Idade da primeira menstruação

No quadro seguinte observa-se a média, o desvio padrão, a idade mínima e a

idade máxima em relação à primeira menstruação.

Idade da primeira menstruação (n=393)

Média D. P. Mínimo Máximo

12. 13 1. 428 7 18

Das raparigas que dizem já ter a menstruação, cerca de metade refere que tinha

doze ou treze anos quando teve a primeira menstruação.

Idade da primeira menstruação (n=393)

Menos de 11 anos Entre 12 e 13 anos Entre 14 e 15 anos 16 ou mais anos

34. 0 49. 4 15. 6 1. 0

SÍNTESE: IMAGEM DO CORPO

Em relação à percepção do corpo, metade dos adolescentes considera o seu

aspecto “normal”. Não se verificam diferenças significativas entre os rapazes e

raparigas, entre grupos etários nem nas diferentes zonas estudadas, face à percepção do

aspecto do seu corpo. Cerca de metade dos adolescentes refere que considera o seu

corpo ideal. São os rapazes que mais referem considerar o seu corpo ideal, e mais de um

terço da raparigas considera o seu corpo gordo. São os adolescentes mais velhos, com

dezasseis anos ou mais, que menos referem considerar o seu corpo ideal. Nas diferentes

zonas não se encontraram diferenças significativas em relação à imagem do corpo.

Quanto questionados acerca de estarem em dieta, a maioria dos adolescentes refere não

estar porque o seu peso está bom. A grande maioria dos rapazes refere que não estar em

dieta porque o seu peso está bom, e um quarto das raparigas refere não estar em dieta

mas precisar de perder peso. Em relação à idade não foram encontradas diferenças

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significativas. São os adolescentes de Loures que mais referem não estar em dieta

porque o seu peso está bom, os adolescentes de Marvila são os que mais referem estar

em dieta. A maioria das raparigas refere que já tem a menstruação, destas, cerca de

metade refere que tinha doze ou treze anos quando teve a primeira menstruação.

Tomando como referência o estudo nacional HBSC (Matos et al, 2003), verifica-

se que os adolescentes do presente estudo apresentam percentagens equivalentes quanto

à imagem corporal.

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50

PRÁTICA DE ACTIVIDADE FISICA E TEMPOS LIVRES

• Prática de actividade física na última semana

Em relação à prática de actividade física na última semana, mais de um terço dos

adolescentes refere praticar três vezes ou mais.

Prática de actividade física na última semana (n=900)

Nunca Menos de três vezes / semana

Três vezes ou mais / semana

Todos os dias

5. 7 30. 3 41. 1 22. 9

São os rapazes que mais praticaram actividade física na última semana. São as

raparigas que mais referem não ter praticado actividade física na última semana ou ter

praticado menos de três vezes por semana.

Prática de actividade física na última semana a)

Nunca Menos de três vezes / semana

Três vezes ou mais / semana

Todos os dias

Rapaz 4. 2 19. 2 49. 8* 26. 9*

Rapariga 7. 0 40. 5* 33. 3 19. 3

a) (χ2=57. 189, g. l. =3, p=0. 000), n=900

Quanto à idade, não se verificaram diferenças significativas quanto à prática de

actividade física na última semana.

Prática de actividade física na última semana a)

Nunca Menos de três vezes / semana

Três vezes ou mais / semana

Todos os dias

11 anos 4. 6 41. 4 35. 6 18. 4

13 anos 4. 7 35. 0 37. 8 22. 4

15 anos 6. 3 29. 3 40. 0 24. 4

+ 16 anos 6. 2 23. 9 46. 7 23. 2

a) (χ2=15. 042, g. l. =9, p=0. 090), n=900 (n. s.)

Não se verificaram diferenças significativas quanto à prática de actividade física

na última semana nas diferentes zonas.

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51

Prática de actividade física na última semana a)

Nunca Menos de três vezes / semana

Três vezes ou mais / semana

Todos os dias

Oeiras 7. 4 22. 7 42. 6 27. 3

Marvila 3. 5 31. 2 41. 1 24. 2

Amadora 8. 2 29. 7 41. 0 21. 0

Loures 5. 1 35. 8 40. 0 19. 1

a) (χ2=14. 975, g. l. =9, p=0. 092), n=900 (n. s.)

• Tipo de desporto

Mais de metade dos adolescentes refere praticar futebol e uma pequena minoria

refere nunca ter praticado desporto.

Tipo de desporto

Futebol (n=902) 58. 3

Voleibol (n=902) 21. 2

Ginástica (n=902) 18. 5

Basquetebol (n=902) 17. 8

Natação (n=901) 13. 3

Andebol (n=902) 11. 5

Ciclismo / BTT (n=902) 11. 4

Atletismo (n=902) 10. 1

Neste momento não pratico (n=902) 15. 9

Nunca pratiquei desporto (n=902) 4. 1

Outra (n=902) 12. 5

São os rapazes que mais referem praticar futebol e são as raparigas que mais

referem praticar voleibol, em relação à prática de ginástica não se encontraram

diferenças significativas quanto ao género.

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Tipo de desporto (os 3 mais praticados)

Futebol a) Voleibol b) Ginástica c)

Sim Não Sim Não Sim Não

Rapaz 81. 7* 18. 3 15. 7 84. 3* 16. 4 83. 6

Rapariga 37. 4 62. 6* 26. 1* 73. 9 20. 4 79. 6

a) (χ2=181. 452, g. l. =1, p=0. 000), n=902 b) (χ2=14. 352, g. l. =1, p=0. 000), n=902

c) (χ2=2. 321, g. l. =1, p=0. 128), n=902(n. s.)

São os adolescentes de treze anos que mais referem praticar ginástica, em

relação à prática de futebol e voleibol não se encontraram diferenças significativas

quanto à idade.

Tipo de desporto (os 3 mais praticados)

Futebol a) Voleibol b) Ginástica c)

Sim Não Sim Não Sim Não

11 anos 61. 2 38. 8 24. 7 75. 3 18. 8 81. 2

13 anos 60. 9 39. 1 23. 3 76. 7 26. 9* 73. 1

15 anos 57. 4 42. 6 16. 5 83. 5 17. 3 82. 7

+ 16 anos 56. 2 43. 8 22. 6 77. 4 12. 3 87. 7*

a) (χ2=1. 625, g. l. =3, p=0. 654), n=902(n. s.) b) (χ2=5. 184, g. l. =3, p=0. 159), n=902(n. s.)

c) (χ2=19. 415, g. l. =3, p=0. 000), n=902

São os adolescentes de Oeiras que menos referem praticar voleibol e ginástica,

em relação à prática de futebol não se encontraram diferenças significativas quanto à

zona.

Tipo de desporto (os 3 mais praticados)

Futebol a) Voleibol b) Ginástica c)

Sim Não Sim Não Sim Não

Oeiras 56. 1 43. 9 8. 3 91. 7* 13. 9 86. 1*

Marvila 61. 8 38. 2 27. 1* 72. 9 23. 9* 76. 1

Amadora 58. 2 41. 8 27. 8* 72. 2 13. 4* 88. 6

Loures 55. 1 44. 9 17. 3 82. 7 19. 2 80. 8

a) (χ2=2. 80, g. l. =3, p=0. 423), n=902 (n. s.) b) (χ2=31. 41, g. l. =3, p=0. 000), n=902

c) (χ2=11. 98, g. l. =3, p=0. 007), n=902

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53

• Ocupação dos tempos livres

As ocupações de tempos livres mais assinaladas pelos adolescentes são ouvir

musica, estar com os amigos, ver televisão ou vídeo, conversar com os amigos e ir à

praia. As actividades praticar um desporto e dormir, também são referidas por uma

grande maioria dos adolescentes.

Ocupação dos tempos livres

Ouvir música (n=907) 94. 6

Estar com os amigos (n=905) 88. 5

Ver televisão ou vídeo (n=907) 88. 3

Conversar com os amigos(as) (n=907) 88. 1

Ir à praia (n=907) 79. 1

Praticar um desporto (n=907) 76. 4

Dormir (n=906) 75. 4

Ir ao cinema, teatro, concerto (n=907) 73. 8

Visitar pessoas conhecidas/familiares (n=907) 73. 0

Estar só (pensar, relaxar) (n=907) 62. 7

Ajudar nos trabalhos domésticos (n=907) 62. 0

Assistir a acontecimentos desportivos (n=907) 56. 6

Namorar, estar com o namorado (n=907) 55. 8

Ler (livros, revistas, banda desenhada) (n=907) 54. 4

Fazer trabalhos de casa ou mais trabalhos para escola (n=907) 52. 1

Jogar às cartas (n=907) 51. 5

Ir ao café (n=907) 46. 5

Tocar música ou cantar (n=907) 38. 7

Trabalhar para ganhar algum dinheiro (n=907) 34. 6

Ir à discoteca (n=907) 34. 0

Fazer uma colecção (n=907) 24. 5

Participar em actividades associativas (escuteiros, adolescentes,etc) (n=907) 15. 9

Trabalho de solidariedade social (voluntariado, peditórios, etc.) (n=907) 13. 0

Outra (n=900) 11. 3

As comparações apresentadas de seguida são feitas para as cinco actividades de

ocupação de tempos livres mais referidas pelos adolescentes.

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São as raparigas que mais referem ocupar o seu tempo livre a ouvir música. Em

relação ao estar e conversar com os amigos, ver televisão ou vídeo e ir à praia não

foram encontradas diferenças significativas entre os rapazes e as raparigas.

Ocupação dos tempos livres mais referidas

Ouvir música a) Estar com os amigos b) Ver televisão / vídeo c)

Sim Não Sim Não Sim Não

Rapaz 91. 6 8. 4* 89. 7 10. 3 87. 9 12. 1

Rapariga 97. 3* 2. 7 87. 4 12. 6 88. 7 11. 3

a) (χ2=14. 109, g. l. =1, p=0. 000), n=907 c) (χ2=1.171,g.l.=1,p=0.279), n=905(n.s.) b) (χ2=0.131,g.l.=1,p=0.718),n=907(n.s.)

Ocupação dos tempos livres mais referidas

Conversar com os amigos d) Ir à praia e)

Sim Não Sim Não

Rapaz 86. 5 13. 5 80. 7 19. 3

Rapariga 89. 5 10. 5 77. 6 22. 4

d) (χ2=1. 948, g. l. =1, p=0. 163), n=907(n. s.) e) (χ2=1. 34. g. l. =1, p=0. 247). n=907(n. s.)

Analisando a ocupação dos tempos livres segundo o grupo etário, verificamos,

que são os adolescentes mais novos que menos referem ocupar o seu tempo livre a ouvir

música. Em relação ao estar e conversar com os amigos, ver televisão ou vídeo e ir à

praia não foram encontradas diferenças significativas entre idades.

Ocupação dos tempos livres mais referidas

Ouvir música a) Estar com os amigos b) Ver televisão / vídeo c)

Sim Não Sim Não Sim Não

11 anos 87. 5* 12. 5 83. 0 17. 0 92. 0 8. 0

13 anos 91. 4 8. 6* 87. 5 12. 5 89. 8 10. 2

15 anos 97. 1 2. 9 87. 9 12. 1 88. 6 11. 4

+ 16 anos 97. 3 2. 7 90. 4 9. 6 85. 6 14. 4

a) (χ2=21. 137, g. l. =3, p=0. 000), n=907 c) (χ2=3. 772, g. l. =3, p=0. 287), n=907(n. s.) b) (χ2=3. 892, g. l. =3, p=0. 273), n=907(n. s.)

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55

Ocupação dos tempos livres mais referidas

Conversar com os amigos d) Ir à praia e)

Sim Não Sim Não

11 anos 88. 6 11. 4 76. 1 23. 9

13 anos 86. 3 13. 7 75. 3 24. 7

15 anos 89. 0 11. 0 81. 3 18. 7

+ 16 anos 90. 0 10. 0 81. 1 18. 9

d) (χ2= 1.944,g.l.=3,p=0.584),n=905(n.s.) e) (χ2= 4.21,g.l.=3,p=0.240),n=907(n. s.)

Analisando a ocupação dos tempos livres segundo a zona, verificamos, não

foram encontradas diferenças significativas, em relação ao ouvir música, ao estar e

conversar com os amigos, ver televisão ou vídeo e ir à praia.

Ocupação dos tempos livres mais referidas

Ouvir música a) Estar com os amigos b) Ver televisão / vídeo c)

Sim Não Sim Não Sim Não

Oeiras 93. 4 6. 6 90. 7 9. 3 86. 3 13. 7

Marvila 95. 6 4. 4 90. 2 9. 8 87. 0 13. 0

Amadora 94. 9 5. 1 86. 6 13. 4 90. 3 9. 7

Loures 93. 9 6. 1 85. 9 14. 1 90. 2 9. 8

a) (χ2=1. 307, g. l. =3, p=0. 727), n=907 (n. s.) b) (χ2=3. 810, g. l. =3, p=0. 283), n=905 (n. s.)

c) (χ2=2.690,g.l.=3, p=0.442), n=907(n.s.)

Ocupação dos tempos livres mais referidas

Conversar com os amigos d) Ir à praia e)

Sim Não Sim Não

Oeiras 87. 9 12. 1 84. 1 15. 9

Marvila 90. 8 9. 2 78. 2 21. 8

Amadora 85. 6 14. 4 76. 9 23. 1

Loures 86. 4 13. 6 78. 0 22. 0

d) (χ2=3. 920,g.l.=3,p=0.270),n=907(n.s.) e) (χ2= 3.58,g.l.=3, p=0.311),n=907 (n.s.)

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• Onde passa o tempo livre

A maioria dos adolescentes refere passar o seu tempo livre em casa e cerca de

um quarto refere passá-lo na rua.

Onde passa o tempo livre (n=683)

Em casa 62. 5

Na rua 27. 2

No centro desportivo 1. 9

No centro de juventude 1. 6

No café 0. 6

Outro 6. 1

São os rapazes que mais referem passar o seu tempo livre na rua e as raparigas

são as que referem mais passá-lo em casa.

Onde passa o tempo livre a)

Rapaz Rapariga

Em casa 50. 0 73. 2*

Na rua 40. 4* 16. 0

No centro de juventude 2. 5 0. 8

No centro desportivo 2. 9 1. 1

No café 0. 3 0. 8

Outro 3. 8 8. 1* a) (χ2=63. 658, g. l. =5, p=0. 000), n=683

Em relação à idade, não se encontraram diferenças significativas.

Onde passa o tempo livre a)

11 anos 13 anos 15 anos + 16 anos

Em casa 69. 6 58. 1 65. 5 61. 6

Na rua 20. 3 28. 3 27. 8 27. 9

No centro de juventude 4. 3 0. 5 1. 0 2. 2

No centro desportivo 1. 4 1. 0 3. 1 1. 7

No café 0. 0 1. 0 0. 5 0. 4

Outro 4. 3 11. 0 2. 1 6. 1

a) (χ2=24. 703, g. l. =15, p=0. 054), n=683(n. s.)

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57

Em relação à zona, não se encontraram diferenças significativas quanto ao local

onde, os adolescentes, passam o seu tem livre.

Onde passa o tempo livre a)

Oeiras Marvila Amadora Loures

Em casa 54. 3 66. 4 62. 4 63. 4

Na rua 35. 4 24. 3 27. 4 25. 0

No centro de juventude 2. 4 0. 9 2. 5 1. 2

No centro desportivo 3. 1 1. 3 1. 3 2. 4

No café 1. 6 0. 9 0. 0 0. 0

Outro 3. 1 6. 4 6. 4 7. 9

a) (χ2=17. 560, g. l. =15, p=0. 286), n=683 (n. s.)

• Número de horas a ver televisão

Sobre os número de horas que os adolescentes passam a ver televisão, durante a

semana, a maioria refere ver uma ou duas horas, enquanto que ao fim de semana a

maioria refere ver três horas ou mais.

Número de horas a ver televisão

½ hora ou menos Uma a duas horas Três horas ou mais

Semana (n=903) 2. 8 51. 3 46. 0

Fim-de-semana (n=905) 2. 9 42. 5 54. 6

Em relação ao género, não se encontraram diferenças significativas quanto ao

número de horas que, os adolescentes, passam a ver televisão.

Número de horas a ver televisão

Semana a) Fim-de-semana b)

½ hora ou

menos

Uma a

duas horas

Três horas

ou mais

½ hora ou

menos

Uma a

duas horas

Três horas

ou mais

Rapaz 2. 8 52. 1 45. 2 3. 0 40. 3 56. 6

Rapariga 2. 8 50. 5 46. 7 2. 7 44. 5 52. 7 a) (χ2=0.220,g.l.=2,p=0.896), n=903(n.s.)

b) (χ2=1 644, g. l. =2, p=0. 440), n=905(n. s.)

Em relação à idade, não se encontraram diferenças significativas quanto ao

número de horas que, os adolescentes, passam a ver televisão.

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Número de horas a ver televisão

Semana a) Fim-de-semana b)

½ hora ou

menos

Uma a

duas horas

Três horas

ou mais

½ hora ou

menos

Uma a

duas horas

Três horas

ou mais

11 anos 2. 2 59. 6 38. 2 3. 4 46. 0 50. 6

13 anos 4. 0 53. 4 42. 7 3. 5 39. 8 56. 6

15 anos 2. 2 47. 6 50. 2 1. 9 40. 9 57. 2

+ 16 anos 2. 4 50. 3 47. 2 3. 1 45. 4 51. 5

a) (χ2=6. 878, g. l. =6, p=0. 332), n=903 (n. s.) b) (χ2=4. 186, g. l. =6, p=0. 652), n=905 (n. s.)

Em relação à zona, não se encontraram diferenças significativas quanto ao

número de horas que, os adolescentes, passam a ver televisão.

Número de horas a ver televisão

Semana a) Fim-de-semana b)

½ hora ou

menos

Uma a

duas horas

Três horas

ou mais

½ hora ou

menos

Uma a

duas horas

Três horas

ou mais

Oeiras 2. 2 51. 4 46. 4 2. 7 41. 2 56. 0

Marvila 2. 5 48. 3 49. 2 1. 9 39. 7 58. 3

Amadora 3. 7 49. 2 47. 1 4. 7 44. 0 51. 3

Loures 2. 8 57. 4 39. 8 2. 8 46. 3 50. 9

a) (χ2=5. 683, g. l. =6, p=0. 460), n=903(n. s.) b) (χ2=6. 436, g. l. =6, p=0. 376), n=905 (n. s.)

SÍNTESE: PRÁTICA DE ACTIVIDADE FÍSICA E TEMPOS LIVRES

Em relação à prática de actividade física na última semana, mais de um terço dos

adolescentes refere praticar três vezes ou mais. São os rapazes que mais praticaram

actividade física na última semana. Quanto à idade e à zona, não se verificaram

diferenças significativas quanto à prática de actividade física na última semana. Mais de

metade dos adolescentes refere praticar futebol e uma pequena minoria refere nunca ter

praticado desporto. São os rapazes que mais referem praticar futebol e são as raparigas

que mais referem praticar voleibol, em relação à prática de ginástica não se encontraram

diferenças significativas quanto ao género. São os adolescentes de treze anos que mais

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59

referem praticar ginástica, em relação à prática de futebol e voleibol não se encontraram

diferenças significativas quanto à idade. São os adolescentes de Oeiras que menos

referem praticar voleibol e ginástica, em relação à prática de futebol não se encontraram

diferenças significativas quanto à zona. As ocupações de tempos livres mais assinaladas

pelos adolescentes são ouvir musica, estar com os amigos, ver televisão ou vídeo,

conversar com os amigos e ir à praia. As actividades praticar um desporto e dormir,

também são referidas por uma grande maioria dos adolescentes. Quando estudadas as

cinco actividades de ocupação de tempos livres mais referidas pelos adolescentes, são as

raparigas que mais referem ocupar o seu tempo livre a ouvir música. Em relação ao

estar e conversar com os amigos, ver televisão ou vídeo e ir à praia não foram

encontradas diferenças significativas entre os rapazes e as raparigas. Segundo o grupo

etário, verificamos, que são os adolescentes mais novos que menos referem ocupar o

seu tempo livre a ouvir música. Em relação ao estar e conversar com os amigos, ver

televisão ou vídeo e ir à praia não foram encontradas diferenças significativas entre

idades. A maioria dos adolescentes refere passar o seu tempo livre em casa e cerca de

um quarto refere passá-lo na rua. São os rapazes que mais referem passar o seu tempo

livre na rua e as raparigas são as que referem mais passá-lo em casa. Em relação à idade

e à zona, não se encontraram diferenças significativas quanto ao local onde, os

adolescentes, passam o seu tem livre. Sobre os número de horas que os adolescentes

passam a ver televisão, durante a semana, a maioria refere ver uma ou duas horas,

enquanto que ao fim de semana a maioria refere ver três horas ou mais. Em relação ao

género, à idade e à zona, não se encontraram diferenças significativas quanto ao número

de horas que, os adolescentes, passam a ver televisão.

No entanto, tomando como referência o estudo nacional HBSC (Matos et al,

2003), verifica-se que os adolescentes do presente estudo praticam mais actividade

física todos os dias (22.9% vs 12.6%), praticam mais voleibol (21.2% vs 12.4%) e vêem

mais televisão, três ou mais horas, durante a semana (46% vs 33%).

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60

USO DE SUBSTÂNCIAS

• Experimentar tabaco

No que diz respeito a experimentar tabaco a maioria diz não ter experimentado.

Experimentar tabaco (n=916)

Sim Não

30. 6 69. 4

Em relação ao género, não se encontraram diferenças significativas.

Experimentar tabaco a)

Sim Não

Rapaz 31. 5 68. 5

Rapariga 29. 7 70. 3

a) (χ2=0. 335, g. l. =1, p=0. 563), n=916 (n. s.)

Relativamente à idade, são os mais velhos que referem já ter experimentado.

Experimentar tabaco a)

Sim Não

11 anos 6. 7 93. 3*

13 anos 18. 3 81. 7*

15 anos 35. 0* 65. 0

+ 16 anos 44. 3* 55. 7

a) (χ2=70. 777, g. l. =3, p=0. 000), n=916

Em relação à zona, não se encontraram diferenças significativas quanto à

experimentação de tabaco.

Experimentar tabaco a)

Sim Não

Oeiras 30. 4 69. 6

Marvila 31. 7 68. 3

Amadora 27. 6 72. 4

Loures 31. 7 68. 3

a) (χ2=1. 176, g. l. =3, p=0. 759), n=916 (n. s.)

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61

• Consumo de tabaco

Relativamente ao consumo de tabaco, a grande maioria dos adolescentes diz não

fumar.

Consumo de tabaco (n=906) Todos os dias Pelo menos uma vez /

semana Não fuma

3. 3 4. 4 92. 3

Não existem diferenças significativas entre os rapazes e as raparigas quanto ao

consumo de tabaco.

Consumo de tabaco a)

Todos os dias Pelo menos uma vez / semana

Não fuma

Rapaz 3. 2 4. 6 92. 1

Rapariga 3. 4 4. 2 92. 4

a) (χ2=0. 095, g. l. =2, p=0. 954), n=906 (n. s.)

Em relação à idade, são os mais velhos que mais referem consumir tabaco todos

os dias.

Consumo de tabaco a)

Todos os dias Pelo menos uma vez / semana

Não fuma

11 anos 0. 0 0. 0 100. 0*

13 anos 0. 8 2. 7 96. 5*

15 anos 2. 2 5. 2 92. 5

+ 16 anos 7. 5* 6. 5 86. 1

a) (χ2=35. 27, g. l. =6, p=0. 000), n=906

Não existem diferenças significativas entre as diferentes zonas quanto ao

consumo de tabaco.

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62

Consumo de tabaco a)

Todos os dias Pelo menos uma vez / semana

Não fuma

Oeiras 3. 3 4. 4 92. 3

Marvila 4. 5 3. 8 91. 7

Amadora 3. 1 5. 6 91. 3

Loures 1. 9 4. 2 94. 0

a) (χ2=3. 73, g. l. =6, p=0. 713), n=906 (n. s.)

• Experimentar álcool

Em relação ao experimentar álcool, a maioria refere ter experimentado álcool.

Experimentar Álcool (n=911)

Sim Não

64. 4 35. 6

Em relação ao género, não se encontraram diferenças significativas quanto à

experimentação de álcool.

Experimentar Álcool a)

Sim Não

Rapaz 66. 6 33. 4

Rapariga 62. 5 37. 5

a) (χ2=1. 657, g. l. =1, p=0. 198), n=911 (n. s.)

Quanto à idade, são os mais velhos que mais referem já ter experimentado

álcool.

Experimentar Álcool a)

Sim Não

11 anos 30. 3 69. 7*

13 anos 48. 8 51. 2*

15 anos 71. 4* 28. 6

+ 16 anos 81. 9* 18. 1

a) (χ2=117. 240, g. l. =3, p=0. 000), n=911

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63

Em relação à zona, não se encontraram diferenças significativas quanto à

experimentação de álcool.

Experimentar Álcool a)

Sim Não

Oeiras 66. 7 33. 3

Marvila 66. 3 33. 7

Amadora 59. 1 40. 9

Loures 64. 5 35. 5

a) (χ2=3. 329, g. l. =3, p=0. 344), n=911 (n. s.)

• Consumo de bebidas alcoólicas

Em relação ao consumo de álcool, a maioria dos adolescentes refere nunca beber

bebidas alcoólicas. As bebidas destiladas são as mais consumidas pelos adolescentes.

Consumo de bebidas alcoólicas

Todos os dias Todas as semanas / meses

Raramente Nunca

Cerveja (n=886) 0. 3 4. 2 24. 9 70. 5

Vinho (n=871) 0. 1 1. 3 12. 2 86. 5

Bebidas destiladas (n=904) 0. 3 6. 1 33. 5 60. 1

São os rapazes que mais referem consumir cerveja e vinho todos os dias ou todas

as semanas. Em relação às bebidas destiladas não foram encontradas diferenças

significativas entre rapazes e raparigas.

Consumo de bebidas alcoólicas

Cerveja a) Vinho b)

Todos os dias

Todas as semanas /

meses

Raramente Nunca Todos os dias

Todas as semanas / meses

Raramente Nunca

Rapaz 0. 7 5. 5 28. 8* 65. 0 0. 2 1. 7 15. 2* 82. 9*

Rapariga 0. 0 3. 0 21. 5 75. 5* 0. 0 0. 9 9. 4 89. 7

a) (χ2=14. 822, g. l. =3, p=0. 002), n=886 b) (χ2=9. 453, g. l. =3, p=0. 024), n=871

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64

Consumo de bebidas alcoólicas

Bebidas destiladas c)

Todos os dias

Todas as semanas /

meses

Raramente Nunca

Rapaz 0. 5 8. 1 33. 8 57. 6

Rapariga 0. 2 4. 2 33. 3 62. 3

c) (χ2=6. 796, g. l. =3, p=0. 079), n=904 (n. s.)

São os adolescentes mais novos que mais referem nunca consumir cerveja, nem

bebidas destiladas. Não se encontraram diferenças significativas quanto ao consumo de

vinho.

Consumo de bebidas alcoólicas

Cerveja a) Vinho b)

Todos os dias

Todas as semanas / meses

Raramente Nunca Todos os dias

Todas as semanas / meses

Raramente Nunca

11 anos 0. 0 0. 0 10. 5 89. 5* 0. 0 0. 0 8. 0 92. 0

13 anos 0. 4 2. 0 17. 5 80. 1* 0. 0 0. 8 8. 5 90. 7

15 anos 0. 0 4. 5 27. 9 67. 5 0. 0 2. 3 12. 0 85. 7

+16anos 0. 7 7. 0* 33. 1* 59. 2 0. 4 1. 1 17. 0 81. 6

a) (χ2=48. 926, g. l. =9, p=0. 000), n=886 b) (χ2=16. 874, g. l. =9, p=0. 051), n=871(n.s.)

Consumo de bebidas alcoólicas

Bebidas destiladas c)

Todos os dias

Todas as semanas /

meses

Raramente Nunca

11 anos 1. 2 2. 3 5. 8 90. 7*

13 anos 0. 0 3. 6 22. 9 73. 5*

15 anos 0. 4 5. 1 37. 4 57. 1

+ 16 anos 0. 3 10. 3* 47. 3* 42. 1

c) (χ2=99. 041, g. l. =9, p=0. 000), n=904

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65

Quando à zona, não se encontraram diferenças significativas no consumo de

cerveja, vinho nem bebidas destiladas.

Consumo de bebidas alcoólicas

Cerveja a) Vinho b)

Todos os dias

Todas as semanas / meses

Raramente Nunca Todos os dias

Todas as semanas / meses

Raramente Nunca

Oeiras 0. 0 1. 1 30. 7 68. 2 0. 0 0. 0 13. 2 86. 8

Marvila 0. 7 4. 6 24. 3 70. 4 0. 3 1. 0 11. 0 87. 7

Amadora 0. 5 4. 3 20. 7 74. 5 0. 1 1. 6 12. 6 85. 7

Loures 0. 0 6. 0 24. 8 69. 3 1. 0 2. 3 12. 6 85. 1

a) (χ2=12. 455, g. l. =9, p=0. 189), n=88 (n. s.) b) (χ2=7. 065, g. l. =9, p=0. 630), n=871 (n. s.)

Consumo de bebidas alcoólicas

Bebidas destiladas c)

Todos os dias

Todas as semanas /

meses

Raramente Nunca

Oeiras 0. 0 2. 7 39. 3 57. 9

Marvila 0. 6 7. 7 32. 6 59. 0

Amadora 0. 5 6. 7 32. 1 60. 0

Loures 0. 0 6. 0 31. 2 62. 8

c) (χ2=10. 252, g. l. =9, p=0. 330), n=904 (n. s.)

• Embriaguez

Em relação ao consumo excessivo de álcool, de modo a provocar embriaguez, a

maioria dos adolescentes refere nunca ter ficado embriagado.

Embriaguez (n=911)

Nunca Uma a três vezes

Quatro vezes ou mais

72. 9 22. 5 4. 6

Quanto ao género são as raparigas que mais referem nunca ter ficado

embriagadas.

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66

Embriaguez a)

Nunca Uma a três vezes Quatro vezes ou mais

Rapaz 71. 1 22. 0 6. 9*

Rapariga 74. 5* 23. 0 2. 5 a) (χ2=10. 18, g. l. =2, p=0. 006), n=911

Quanto à idade são os mais novos que mais referem nunca ter ficado

embriagados.

Embriaguez a)

Nunca Uma a três vezes Quatro vezes ou mais

11 anos 96. 6* 3. 4 0. 0

13 anos 82. 8* 15. 2 2. 0

15 anos 71. 7 23. 2 5. 1

+ 16 anos 58. 3 33. 9* 7. 8* a) (χ2=70. 89, g. l. =6, p=0. 000), n=911

Quando à zona, não se encontraram diferenças significativas no consumo

excessivo de álcool.

Embriaguez a)

Nunca Uma a três vezes Quatro vezes ou mais

Oeiras 76. 5 19. 1 4. 4

Marvila 71. 5 24. 4 4. 2

Amadora 69. 4 22. 4 8. 2

Loures 75. 0 22. 7 2. 3

a) (χ2=10. 42, g. l. =6, p=0. 108), n=911 (n. s.)

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67

• Experimentação de tipos de drogas

O quadro seguinte indica a percentagem de adolescentes que já experimentou os

produtos listados.

Experimentar os seguintes produtos

Haxixe (n=884) 5. 3%

Drogas usadas como medicamento (n=879) 8. 9%

Estimulantes (n=882) 1. 1%

Cola ou solvente (n=884) 0. 7%

Ecstasy (n=885) 0. 9%

Heroina (n=883) 0. 6%

Cocaína (n=885) 0. 3%

LSD (n=877) 0. 2%

Dos cinco produtos mais experimentados vão ser apresentados as diferenças de

género, nas diferentes idades e zonas.

São os rapazes que mais referem ter experimentado haxixe. Em relação à

experimentação dos outros produtos estudados não se verificaram diferenças

significativas quanto ao género.

Experimentar os seguintes produtos

Rapaz Rapariga

Sim Não Sim Não

Haxixe a) 8. 1 91. 9* 2. 8* 97. 2

Drogas usadas como medicamento b) 7. 9 92. 1 9. 8 90. 2

Estimulantes c) 2. 2 97. 8 0. 2 99. 8

Cola ou solvente d) 1. 2 98. 8 0. 2 99. 8

Ecstasy e) 1. 4 98. 6 0. 4 99. 6

a) (χ2=12. 271, g. l. =1, p=0. 000), n=884 b) (χ2=0.945,g.l.=1,p=0.331),n=879(n.s.) c) (χ2=7.406, g.l.=1,p=0.007),n=882(n.s.)

d) (χ2=3.191,g.l.=1,p=0. 074)n=884(n.s.) e) (χ2=2.54,g.l.=1,p=0.111),n=885(n. s.)

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68

São os adolescentes mais velhos que mais referem ter experimentado haxixe. Em

relação à experimentação dos outros produtos estudados não se verificaram diferenças

significativas quanto à idade.

Experimentar os seguintes produtos

11 anos 13 anos 15 anos + 16 anos

Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não

Haxixe a) 0. 0 100* 1. 2 98. 8* 4. 2 95. 8 11. 5* 88. 5

Drogas usadas como medicamento b)

3. 5 96. 5 7. 6 92. 4 10. 3 89. 7 10. 2 89. 8

Estimulantes c) 0. 0 100 1. 2 98. 8 1. 2 98. 8 1. 4 98. 6

Cola ou solvente d) 0. 0 100 0. 8 99. 2 0. 4 99. 6 1. 1 98. 9

Ecstasy e) 0. 0 100 0. 4 99. 6 0. 8 99. 2 1. 8 98. 2

a) (χ2=35. 989, g. l. =3, p=0. 000), n=884 b) (χ2=4.863,g.l.=3,p=0.182), n=879(n.s.) c) (χ2=1.188,g.l.=3,p=0.756),n= 882(n.s.)

d) (χ2=1.571,g.l.=3,p=0.666)n=884(n. s.) e) (χ2=3.88, g.l.=3, p=0. 275),n=885(n.s.)

É na zona da Amadora que os adolescentes mais referem ter experimentado

haxixe. Em relação à experimentação dos outros produtos estudados não se verificaram

diferenças significativas quanto à zona.

Experimentar os seguintes produtos

Oeiras Marvila Amadora Loures

Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não

Haxixe a) 5. 0 95. 0* 4. 3 95. 7* 9. 5 90. 5 3. 3* 96. 7

Drogas usadas como medicamento b)

5. 6 94. 4 10. 0 90. 0 9. 5 90. 5 9. 5 90. 5

Estimulantes c) 0. 0 100 1. 7 98. 3 1. 1 98. 9 1. 4 98. 6

Cola ou solvente d) 0. 6 99. 4 0. 7 99. 3 1. 1 98. 9 0. 5 99. 5

Ecstasy e) 1. 1 98. 9 1. 0 99. 0 1. 6 98. 4 0. 0 100

a) (χ2=8. 870, g. l. =3, p=0. 031), n=884 b) (χ2=3.143,g.l.=3,p=0.370),n=879(n. s.) c)

(χ2=2.977,g.l.=3,p=0.395),n=882(n. s.)

d) (χ2=0.570,g.l.=3,p=0.903),n=884(n.s.) e) (χ2=3.03,g.l.=3,p=0.388), n=885(n. s.)

• Primeira experiência com drogas

Dos adolescentes que referem ter experimentado droga, a maioria refere tê-lo

feito com catorze anos ou mais.

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69

Idade da 1ª experiência com drogas (n=66)

11 anos ou menos 12 a 13 anos 14 anos ou mais

6. 1 33. 3 60. 6

Em relação à idade da primeira experiência com drogas, não se verificam

diferenças significativas entre rapazes e raparigas.

Idade da 1ª experiência com drogas a)

11 anos ou menos 12 a 13 anos 14 anos ou mais

Rapaz 8. 7 37. 0 54. 3

Rapariga 0. 0 25. 0 75. 0

a) (χ2=3. 318, g. l. =2, p=0. 190), n=66 (n. s.)

Em relação à idade da primeira experiência com drogas, os adolescentes mais

velhos são os que mais referem tê-lo feito com catorze anos ou mais.

Idade da 1ª experiência com drogas a)

11 anos ou menos 12 a 13 anos 14 anos ou mais

11 anos 0. 0 0. 0 0. 0

13 anos 40. 0 60. 0* 0. 0

15 anos 0. 0 50. 0 50. 0

+ 16 anos 4. 7 23. 3 72. 1* a) (χ2=18. 91, g. l. =4, p=0. 001), n=66

Os adolescentes de Marvila são os que referem mais ter tido a primeira

experiência com drogas com catorze anos ou mais e os adolescentes de Loures são os

que mais referem tê-lo feito com doze ou treze anos.

Idade da 1ª experiência com drogas a)

11 anos ou menos 12 a 13 anos 14 anos ou mais

Oeiras 9. 1 36. 4 54. 5

Marvila 5. 6 11. 1 83. 3*

Amadora 9. 1 36. 4 54. 5

Loures 0. 0 53. 3* 46. 7

a) (χ2=8. 189, g. l. =6, p=0. 025), n=66

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70

• Consumo de droga no último mês

A grande maioria dos adolescentes refere não ter consumido droga no último

mês.

Consumo de drogas no último mês (n=813)

Nenhuma Uma vez Mais do que uma vez Consumo regular

96. 7 1. 5 1. 1 0. 7

São as raparigas que mais referem não ter consumido droga no último mês.

Consumo de drogas no último mês a)

Nenhuma Uma vez Mais do que

uma vez

Consumo

regular

Rapaz 95. 1 1. 8 1. 5* 0. 7

Rapariga 98. 1 1. 2 0. 7 0. 0

a) (χ2=8. 599, g. l. =3, p=0. 035), n=813

Os mais velhos referem mais ter consumido droga de modo regular, no último

mês.

Consumo de drogas no último mês a)

Nenhuma Uma vez Mais do que

uma vez

Consumo

regular

11 anos 100.0 0.0 0.0 0.0

13 anos 99. 6 0.0 0.0 0. 4

15 anos 95. 9 2. 0 1. 6 0. 4

+ 16 anos 93. 8 2. 7 2. 0 1. 6* a)

(χ2=17. 688, g. l. =9, p=0. 039), n=813

Não se verificaram diferenças significativas quanto à zona, a nível do consumo

de droga no último mês.

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71

Consumo de drogas no último mês a)

Nenhuma Uma vez Mais do que

uma vez

Consumo

regular

Oeiras 97. 6 0. 6 1. 2 0. 6

Marvila 96. 5 1. 1 2. 1 0. 4

Amadora 94. 5 2. 4 0. 6 2. 4

Loures 98. 0 2. 0 0. 0 0. 0

a) (χ2=16. 418, g. l. =9, p=0. 059), n=813 (n. s.)

• Consumo de haxixe ao longo da vida

A grande maioria dos adolescentes refere não ter experimentado haxixe.

Consumo de haxixe ao longo da vida (n=902)

Nunca Uma ou duas vezes Três a cinco Mais de dez

95. 5 2. 4 0. 6 1. 6

São as raparigas que mais referem não ter experimentado haxixe ao longo da sua

vida.

Consumo de haxixe ao longo da vida a)

Nunca Uma ou duas vezes Mais de três vezes

Rapaz 92. 5 3. 5* 4. 0*

Rapariga 98. 1* 1. 5 0. 4

a) (χ2=18. 103, g. l. =2, p=0. 000) n=902

São os mais velhos que mais referem ter consumido haxixe mais de três vezes ao

longo da sua vida.

Consumo de haxixe ao longo da vida a)

Nunca Uma ou duas vezes Mais de três vezes

11 anos 100.0* 0.0 0.0

13 anos 98. 8* 1. 2 0.0

15 anos 96. 2 2. 3 1. 5

+ 16 anos 90. 5 4. 4 5. 2*

a) (χ2=30. 029, g. l. =6, p=0. 000), n=902

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72

Não se verificaram diferenças significativas quanto à zona, a nível do consumo

de haxixe ao longo da sua vida.

Consumo de haxixe ao longo da vida a)

Nunca Uma ou duas vezes Mais de três vezes

Oeiras 96. 7 0. 5 2. 7

Marvila 95. 9 2. 5 1. 6

Amadora 92. 1 4. 2 3. 7

Loures 96. 8 2. 3 0. 9

a) (χ2=9. 975, g. l. =6, p=0. 126), n=902 (n. s.)

• Consumo de haxixe no último ano

A grande maioria dos adolescentes refere não consumiu haxixe no último ano.

Consumo de haxixe no último ano (n=874)

Consumiu Não consumiu

3. 7 96. 3

São os rapazes que mais referem ter consumido haxixe no último ano.

Consumo de haxixe no último ano a)

Consumiu Não consumiu

Rapaz 5. 8* 94. 2

Rapariga 1. 7 98. 3*

a) (χ2=10. 435, g. l. =1, p=0. 001), n=874

São os mais velhos que mais referem ter consumido haxixe no último ano.

Consumo de haxixe no último ano a)

Consumiu Não consumiu

11 anos 0.0 100.0

13 anos 0. 4 99. 6

15 anos 3. 5 96. 5

+ 16 anos 7. 9* 92. 1

a) (χ2=24. 770, g. l. =3, p=0. 000), n=874

Page 73: Aventura Social & Saúde Aventura Social, Etnicidade e ...aventurasocial.com/2005/conteudos/publicacoes/Migrantes.pdf · Aventura Social, Etnicidade e Risco ... Raul Cunha Sofia Rebelo

73

São os adolescentes da Amadora que mais referem ter consumido haxixe no

último ano.

Consumo de haxixe no último ano a)

Consumiu Não consumiu

Oeiras 3. 3 96. 7

Marvila 3. 3 96. 7

Amadora 7. 5* 92. 5

Loures 1. 0 99. 0*

a) (χ2=12. 210, g. l. =3, p=0. 007), n=874

SÍNTESE: USO DE SUBSTÂNCIAS

No que diz respeito a experimentar tabaco a maioria diz não ter experimentado.

Em relação ao género e à zona, não se encontraram diferenças significativas quanto à

experimentação de tabaco. Em relação à idade, são os mais velhos que mais referem já

ter experimentado tabaco. Relativamente ao consumo de tabaco, a grande maioria dos

adolescentes diz não fumar. Não existem diferenças significativas entre os rapazes e as

raparigas, nem à zona, quanto ao consumo de tabaco. Em relação ao experimentar

álcool, a maioria refere ter experimentado álcool. Em relação ao género e à zona, não se

encontraram diferenças significativas quanto à experimentação de álcool. Quanto à

idade, são os mais velhos que mais referem já ter experimentado álcool. Em relação ao

consumo de álcool, a maioria dos adolescentes refere nunca beber bebidas alcoólicas.

As bebidas destiladas são as mais consumidas pelos adolescentes. São os rapazes que

mais referem consumir cerveja e vinho todos os dias ou todas as semanas. Em relação às

bebidas destiladas não foram encontradas diferenças significativas entre rapazes e

raparigas, nem nas zonas estudadas. São os adolescentes mais novos que mais referem

nunca consumir cerveja, nem bebidas destiladas. Não se encontraram diferenças

significativas quanto ao consumo de vinho. Em relação ao consumo excessivo de

álcool, de modo a provocar embriaguez, a maioria dos adolescentes refere nunca ter

ficado embriagado. Quanto ao género são as raparigas que mais referem nunca ter

ficado embriagadas. Quanto à idade são os mais novos que mais referem nunca ter

ficado embriagados. Quando à zona, não se encontraram diferenças significativas no

consumo excessivo de álcool. São os rapazes que mais referem ter experimentado

Page 74: Aventura Social & Saúde Aventura Social, Etnicidade e ...aventurasocial.com/2005/conteudos/publicacoes/Migrantes.pdf · Aventura Social, Etnicidade e Risco ... Raul Cunha Sofia Rebelo

74

haxixe. Em relação à experimentação dos outros produtos estudados não se verificaram

diferenças significativas quanto ao género. São os adolescentes mais velhos que mais

referem ter experimentado haxixe. Em relação à experimentação dos outros produtos

estudados não se verificaram diferenças significativas quanto à idade. É na zona da

Amadora que os adolescentes mais referem ter experimentado haxixe. Em relação à

experimentação dos outros produtos estudados não se verificaram diferenças

significativas quanto à zona. Dos adolescentes que referem ter experimentado droga, a

maioria refere tê-lo feito com catorze anos ou mais. Em relação à idade da primeira

experiência com drogas, não se verificam diferenças significativas entre rapazes e

raparigas. Os adolescentes mais velhos são os que mais referem tê-lo feito com catorze

anos ou mais. Os adolescentes de Marvila são os que referem mais ter tido a primeira

experiência com drogas com catorze anos ou mais e os adolescentes de Loures são os

que mais referem tê-lo feito com doze ou treze anos.

A grande maioria dos adolescentes refere não ter consumido droga no último

mês. São as raparigas que mais referem não ter consumido. São os mais velhos que mais

referem consumir droga, de modo regular, no último mês. Não se verificaram diferenças

significativas quanto à zona. A grande maioria dos adolescentes refere não ter

experimentado haxixe. São as raparigas que mais referem não ter experimentado haxixe

ao longo da sua vida. São os mais velhos que mais referem ter consumido haxixe mais

de três vezes ao longo da sua vida. Não se verificaram diferenças significativas quanto à

zona. A grande maioria dos adolescentes refere não consumiu haxixe no último ano.

São os rapazes, os adolescentes mais velhos e os adolescentes da Amadora que mais

referem ter consumido haxixe no último ano.

Tomando como referência o estudo nacional HBSC (Matos et al, 2003), verifica-

se que os adolescentes do presente estudo apresentam percentagens quanto ao consumo

de substâncias equivalentes, no entanto consomem menos tabaco todos os dias (3.3%

vs 8.5%).

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75

VIOLÊNCIA

• Envolvimento em lutas

Cerca de um terço dos adolescentes refere ter-se envolvido, de uma a três vezes,

em lutas no último ano.

Envolvimento em lutas no último ano (n=910)

Nunca 1 a 3 vezes 4 ou mais vezes

55. 7 34. 0 10. 3

São mais os rapazes que referem ter-se envolvido, de uma a três vezes ou quatro

vezes ou mais, em lutas no último ano.

Envolvimento em lutas no último ano a)

Nunca 1 a 3 vezes 4 ou mais vezes

Rapaz 41. 5 41. 5* 16. 9*

Rapariga 68. 5* 27. 1 4. 4

a) (χ2=78. 010, g. l. =2, p=0. 000), n=910

São os adolescentes de treze anos que referem ter-se envolvido, de uma a três

vezes ou quatro vezes ou mais, em lutas no último ano.

Envolvimento em lutas no último ano a)

Nunca 1 a 3 vezes 4 ou mais vezes

11 anos 62. 1 25. 3 12. 6

13 anos 45. 5 40. 4* 14. 1*

15 anos 56. 6 32. 8 10. 6

+ 16 anos 61. 9* 32. 0 6. 1

a) (χ2=21. 997, g. l. =6, p=0. 001), n=910

Não se verificaram diferenças significativas nas diferentes zonas quanto ao

envolvimento em lutas no último ano.

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76

Envolvimento em lutas no último ano a)

Nunca 1 a 3 vezes 4 ou mais vezes

Oeiras 52. 5 37. 7 9. 8

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77

Não se verificaram diferenças significativas nas diferentes idades quanto a ter

tido lesões no último ano.

Lesões no último ano a)

Nunca 1 a 3 vezes 4 ou mais vezes

11 anos 64. 8 35. 2 0. 0

13 anos 56. 6 39. 4 4. 0

15 anos 59. 3 36. 3 4. 4

+ 16 anos 58. 0 39. 9 2. 0

a) (χ2=7. 491, g. l. =6, p=0. 278), n=903 (n. s.)

Não se verificaram diferenças significativas nas diferentes zonas quanto ao ter

tido lesões no último ano.

Lesões no último ano a)

Nunca 1 a 3 vezes 4 ou mais vezes

Oeiras 61. 1 35. 6 3. 3

Marvila 54. 0 42. 4 3. 5

Amadora 59. 6 36. 8 3. 6

Loures 62. 6 35. 6 1. 8

a) (χ2=5. 740, g. l. =6, p=0. 453), n=903 (n. s.)

• Comportamentos de provocação

Verifica-se que um número significativo de adolescentes, já se envolveu em

comportamentos de provocação na escola, quer como "provocado" (vítima), quer como

"provocador" (agente). Mais de um terço dos adolescentes inquiridos refere ter sido

provocado na escola, nos últimos dois meses e mais de um quarto dos adolescentes

afirma ter provocado outro(s) aluno(s) na escola, nos últimos dois meses.

Comportamentos de provocação

Nunca Uma vez / período a uma vez / semana

Várias vezes / semana

Provocado na escola nos últimos dois meses (n=899)

53. 8 36. 6 9. 6

Provocou na escola nos últimos dois meses (n=897)

68. 8 27. 0 4. 2

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78

Não se verificaram diferenças significativas quanto ao género face ao

envolvimento em provocações como vítimas.

Provocado na escola (últimos 2 meses) a)

Nunca Uma vez / período a uma vez / semana

Várias vezes / semana

Rapaz 53. 6 36. 9 9. 4

Rapariga 54. 0 36. 3 9. 7 a) (χ² = 0. 052, g. l. = 2, p=0. 974). n=899 (n. s.)

São os adolescentes de treze anos que mais referem envolver-se em provocações

como vítimas.

Provocado na escola (últimos 2 meses) a)

Nunca Uma vez / período a uma vez / semana

Várias vezes / semana

11 anos 53. 5 36. 0 10. 5

13 anos 44. 2 43. 4* 12. 4

15 anos 49. 8 38. 7 11. 4

+ 16 anos 65. 9* 29. 0 5. 1 a)

(χ² = 30. 38, g. l. = 6, p=0. 000). n=899

São os adolescentes de Marvila que mais referem envolver-se em provocações

como vítimas várias vezes por semana.

Provocado na escola (últimos 2 meses) a)

Nunca Uma vez / período a uma vez / semana

Várias vezes / semana

Oeiras 52. 8 42. 2 5. 0

Marvila 53. 1 34. 6 12. 3*

Amadora 49. 5 41. 8 8. 8

Loures 59. 7* 30. 1 10. 2 a) (χ² = 14. 48, g. l. = 6, p=0. 025). n=899

São os rapazes que mais referem envolver-se em provocações como agressores.

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79

Provocar na escola (últimos 2 meses) a)

Nunca Uma vez / período a uma vez / semana

Várias vezes / semana

Rapaz 63. 7 30. 7* 5. 7*

Rapariga 73. 4* 23. 7 3. 0

a) (χ² = 10. 94, g. l. = 2, p=0. 004). n=897

São os adolescentes de treze anos que mais referem envolver-se em provocações

como agressores.

Provocar na escola (últimos 2 meses) a)

Nunca Uma vez / período a uma vez / semana

Várias vezes / semana

11 anos 68. 6 29. 1 2. 3

13 anos 58. 1 35. 1* 6. 9*

15 anos 70. 2 26. 5 3. 3

+ 16 anos 76. 6* 19. 9 3. 4 a) (χ² = 24. 13, g. l. = 6, p=0. 000). n=897

Não se verificaram diferenças significativas quanto à zona face ao envolvimento

em provocações como agressores.

Provocar na escola (últimos 2 meses) a)

Nunca Uma vez / período a uma vez / semana

Várias vezes / semana

Oeiras 72. 6 25. 1 2. 2

Marvila 64. 2 30. 0 5. 8

Amadora 68. 4 28. 0 3. 6

Loures 72. 6 23. 3 4. 2 a)

(χ² = 7. 90, g. l. = 6, p=0. 246). n=897 (n. s.)

• Tipos de comportamentos de provocação

No quadro seguinte são apresentados os tipos de comportamentos de provocação

/ vitimação utilizados pelos adolescentes.

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80

Foram provocados...

Gozar, chamar nomes, fazer troça... (n=896) 24. 3

Dizer mentiras, espalhar boatos... (n=883) 18. 3

Fazer comentários ou gestos ordinários, e/ou piadas Sexuais... (n=884) 12. 7

Excluir, deixar fora de actividades de propósito... (n=883) 8. 2

Bater, pontapear, dar encontrões e empurrões... (n=870) 6. 3

Gozar com a cor da pele... (n=878) 5. 7

Gozar com a religião... (n=866) 3. 7

Quanto aos tipos de provocação / vitimação mais referidos pelos adolescentes,

não se verificam diferenças significativas entre rapazes e raparigas.

Foram Gozados a) Mentiras/ boatos b) Comentários sexuais c)

Não Sim Não Sim Não Sim

Rapaz 74. 0 26. 0 81. 6 18. 4 85. 1 14. 9

Rapariga 77. 2 22. 8 81. 7 18. 3 89. 3 10. 7 a) (χ² = 1. 220, g. l. =1, p= 0. 269). n=896(n. s.) b) (χ² = 0. 000, g. l. =1, p= 0. 994).n=883 (n. s.)

c) (χ² = 3. 545, g. l. =1, p= 0.060). n=884 (n. s.)

São os adolescentes de treze anos que mais referem que foram gozados, ou que

outros lhes chamaram nomes e fizeram troça.

Foram Gozados a) Mentiras/ boatos b) Comentários sexuais c)

Não Sim Não Sim Não Sim

11 anos 73. 3 26. 7 78. 3 21. 7 76. 1 23. 9

13 anos 64. 1 35. 9 78. 1 21. 9 79. 8 20. 2

15 anos 73. 6 26. 4 80. 6 19. 4 83. 9 16. 1

+16 anos 88. 3* 11. 7 86. 7 13. 3 83. 3 16. 7 a) (χ² = 44. 04, g. l. = 3, p= 0. 000). n=896 b) (χ² = 7. 64, g. l. = 3, p= 0.054).n=883 (n. s.)

c) (χ² = 3. 84, g. l. = 3, p= 0.279).n=866 (n. s.)

Em relação aos tipos de provocação / vitimação mais referidos pelos

adolescentes, não se verificam diferenças significativas entre as zonas estudadas.

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81

Foram Gozados a) Mentiras/ boatos b) Comentários sexuais c)

Não Sim Não Sim Não Sim

Oeiras 81. 1 18. 9 83. 1 16. 9 87. 6 12. 4

Marvila 73. 7 26. 3 81. 1 18. 9 85. 6 14. 4

Amadora 71. 9 28. 1 82. 0 18. 0 90. 4 9. 6

Loures 77. 3 22. 7 81. 0 19. 0 86. 9 13. 1 a) (χ² = 5. 36, g. l. =3, p= 0.147). n=896 (n. s.) b) (χ² = 0. 38, g. l. = 3, p= 0.945). n=883 (n. s.)

c) (χ² = 2. 42, g. l. = 3, p=0.491). n=884 (n. s.)

No quadro seguinte são apresentados os tipos de comportamentos de provocação

/ agressão utilizados pelos adolescentes.

Provocaram...

Gozar, chamar nomes, fazer troça... (n=895) 18. 2

Bater, pontapear, dar encontrões e empurrões... (n=890) 10. 1

Fazer comentários ou gestos ordinários, e/ou piadas Sexuais... (n=894) 9. 7

Excluir, deixar fora de actividades de propósito... (n=891) 7. 6

Dizer mentiras, espalhar boatos... (n=886) 5. 4

Gozar com a cor da pele... (n=887) 5. 3

Gozar com a religião... (n=886) 3. 8

Verifica-se que são mais os rapazes que referem que tiveram comportamentos de

provocação como agressores, comportamentos do tipo gozar, bater ou fizer comentários

sexuais.

Gozar a) Bater b) Comentários sexuais c)

Não Sim Não Sim Não Sim

Rapaz 75. 4 24. 6* 85. 4 14. 6* 85. 7 14. 3*

Rapariga 87. 5* 12. 5 93. 8* 6. 2 94. 3* 5. 7 a) (χ² = 21. 88, g. l.=1, p= 0.000). n=895

b) (χ² = 17. 22, g. l. =1, p= 0.000). n=890

c) (χ² =18. 51, g. l. =1, p= 0. 000). n=894

São os adolescentes de treze anos que mais referem bater, pontapear, dar

encontrões e empurrões.

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Gozar a) Bater b) Comentários sexuais c)

Não Sim Não Sim Não Sim

11 anos 76. 1 23. 9 87. 4 12. 6 94. 3 5. 7

13 anos 79. 8 20. 9 85. 7 14. 3* 88. 4 11. 6

15 anos 83. 9 16. 1 89. 8 10. 2 88. 0 12. 0

+16 anos 83. 3 16. 7 94. 4* 5. 6 92. 7 7. 3 a) (χ² = 3. 84, g. l. =3, p= 0.279). n=895(n. s.) b) (χ² = 11. 98, g. l. = 3, p= 0. 007). n=890

c) (χ² = 6. 09, g. l. = 3, p=0.107 n=894 (n. s.)

Quanto aos tipos de provocação / agressão mais referidos pelos adolescentes,

não se verificam diferenças significativas entre as zonas estudadas.

Gozar a) Bater b) Comentários sexuais c)

Não Sim Não Sim Não Sim

Oeiras 84. 9 15. 1 89. 3 10. 7 89. 9 10. 1

Marvila 79. 9 20. 1 86. 7 13. 3 89. 0 11. 0

Amadora 80. 0 20. 0 93. 2 6. 8 89. 6 10. 4

Loures 83. 6 16. 4 92. 0 8. 0 93. 0 7. 0 a) (χ² = 2. 81, g. l. = 3, p=0. 422 n=895 (n. s.) b) (χ² = 6. 89, g. l. = 3, p= 0.075). n=890 (n. s.)

c) (χ² = 2. 48, g. l. = 3, p= 0. 480). n=894 (n. s.)

• Utilização de armas no último mês

A grande maioria dos adolescentes refere não ter andado com armas nos último

mês.

Andar com armas (último mês) (n=895)

Nunca Uma vez / período a uma vez / semana

Várias vezes / semana

87. 8 3. 9 8. 3

São os rapazes que mais referem ter andado com armas nos último mês.

Andar com armas (último mês) a)

Nunca Uma vez / período a uma vez / semana

Várias vezes / semana

Rapaz 78. 0 6. 6* 15. 4*

Rapariga 96. 6* 1. 5 1. 9 a) (χ² = 72. 712, g. l. = 2, p=0. 000). n=895

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83

Não se verificam diferenças significativas entre as idades quanto ao andar com

armas nos último mês.

Andar com armas (último mês) a)

Nunca Uma vez / período a uma vez / semana

Várias vezes / semana

11 anos 96. 4 1. 2 2. 4

13 anos 90. 4 3. 6 6. 0

15 anos 83. 7 4. 8 11. 5

+ 16 anos 86. 9 4. 1 9. 0

a) (χ2=12. 372, g. l. =6, p=0. 054), n=895 (n. s.)

Não se verificam diferenças significativas entre as zonas estudadas quanto ao

andar com armas nos último mês.

Andar com armas (último mês) a)

Nunca Uma vez / período a uma vez / semana

Várias vezes / semana

Oeiras 89. 5 4. 4 6. 1

Marvila 88. 5 2. 9 8. 6

Amadora 86. 5 3. 6 9. 8

Loures 86. 5 5. 3 8. 2

a) (χ2=3. 907, g. l. =6, p=0. 689), n=895 (n. s.)

• Tipo de armas utilizadas no último mês

A grande maioria dos adolescentes refere não ter utilizado armas no último mês.

Dos alunos que utilizaram armas, no último mês, a maioria refere ter sido uma faca ou

canivete.

Usar armas (n=870)

Não Sim

87. 4 12. 6

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Tipo de arma (n=110)

Faca ou canivete 73. 6

Pistola (ou outra arma de fogo) 10. 9

Pau ou taco 4. 5

Pulseiras de aço 1. 8

Gás, spray lacrimogéneo 0. 9

Outra 8. 2

SÍNTESE: VIOLÊNCIA

Cerca de um terço dos adolescentes refere ter-se envolvido, de uma a três vezes,

em lutas no último ano. São mais os rapazes que referem ter-se envolvido. São os

adolescentes de treze anos que mais referem ter-se envolvido, de uma a três vezes ou

quatro vezes ou mais, em lutas no último ano. Não se verificaram diferenças

significativas nas diferentes zonas quanto ao envolvimento em lutas no último ano.

Cerca de metade dos adolescentes que referem ter-se envolvido em lutas refere tê-lo

feito com um amigo ou conhecido. Mais de um terço da amostra sofreu uma lesão no

último ano. São os rapazes que sofreram lesões no último ano. Não se verificaram

diferenças significativas nas diferentes idades e zonas quanto às lesões no último ano.

Verifica-se que um número significativo de adolescentes, já se envolveu em

comportamentos de provocação na escola, quer como "provocado" (vítima), quer como

"provocador" (agente) e que mais de um terço dos adolescentes inquiridos refere ter

sido provocado na escola, nos últimos dois meses. Mais de um quarto dos adolescentes

afirma ainda ter provocado outro(s) aluno(s) na escola, nos últimos dois meses. Não se

verificaram diferenças significativas quanto ao género face ao envolvimento em

provocações como vítimas. São os adolescentes de treze anos que mais referem

envolver-se em provocações como vítimas. São os adolescentes de Marvila que mais

referem envolver-se em provocações como vítimas várias vezes por semana. São os

rapazes e os adolescentes de treze anos que mais referem envolver-se em provocações

como agressores. Não se verificaram diferenças significativas quanto à zona face ao

envolvimento em provocações como agressores. Em relação aos tipos de provocação /

vitimação mais referidos pelos adolescentes, não se verificam diferenças significativas

entre rapazes e raparigas. São os adolescentes de treze anos que mais referem que foram

gozados, ou que outros lhes chamaram nomes e fizeram troça. Quanto aos tipos de

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85

provocação / vitimação mais referidos pelos adolescentes, não se verificam diferenças

significativas entre as zonas estudadas. Verifica-se que são mais os rapazes que referem

que tiveram comportamentos de provocação como agressores, comportamentos do tipo

gozar, bater ou fizer comentários sexuais. São os adolescentes de treze anos que mais

referem bater, pontapear, dar encontrões e empurrões. Em relação aos tipos de

provocação / agressão mais referidos pelos adolescentes, não se verificam diferenças

significativas entre as zonas estudadas. A grande maioria dos adolescentes refere não ter

andado com armas nos último mês. São os rapazes que mais referem ter andado com

armas nos último mês. Não se verificam diferenças significativas entre as idades, as

zonas quanto ao andar com armas nos último mês. A grande maioria dos adolescentes

refere não ter utilizado armas no último mês. Dos alunos que utilizaram armas, no

último mês, a maioria refere ter sido uma faca ou canivete.

Tomando como referência o estudo nacional HBSC (Matos et al, 2003), verifica-

se que os adolescentes do presente estudo apresentam percentagens quanto ao não

envolvimento em lutas inferiores (55.7% vs 63.1%) e apresentam um maior número de

lesões, 1 a 3 no último ano (38.2% vs 19.2%).

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86

AMBIENTE FAMILIAR

• Com quem mora

Quando questionados sobre com quem moram, a grande maioria refere morar

com mãe, a maioria dos adolescentes refere morar com o pai e pouco menos de um

terço refere morar com outros familiares.

Morar com...

Mãe (n=911) 85. 8

Pai (n=910) 67. 4

Madrasta (namorada do pai) (n=911) 2. 9

Padrasto (namorado da mãe) (n=911) 8. 9

Avó (n=911) 13. 8

Avô (n=910) 7. 9

Outros familiares (n=910) 30. 2

Lar /família de acolhimento (n=911) 1. 3

Outra pessoa / outro local (n=911) 2. 7

Não se verificam diferenças significativas quanto ao género em relação ao morar

com a mãe e com o pai.

Morar com...

Pai a) Mãe b)

Sim Não Sim Não

Rapaz 68. 8 31. 3 86. 8 13. 2

Rapariga 66. 1 33. 9 85. 0 15. 0

a) (χ2=0. 720, g. l. =1, p=0. 396), n=910 (n. s.) b) (χ2=0. 631, g. l. =1, p=0. 427), n=911 (n. s.)

Não se verificam diferenças significativas quanto à idade em relação ao morar

com a mãe e com o pai.

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87

Morar com...

Pai a) Mãe b)

Sim Não Sim Não

11 anos 76. 4 23. 6 92. 1 7. 9

13 anos 66. 9 33. 1 84. 8 15. 2

15 anos 69. 1 30. 9 87. 5 12. 5

+16 anos 63. 4 36. 6 83. 3 16. 7

a) (χ2=5. 8455, g. l. =3, p=0.119), n=910 (n. s.) b) (χ2=5. 320, g. l. =3, p=0. 150), n=911 (n. s.)

Em relação à zona, são os adolescentes da Amadora que mais referem não morar

com o pai. Não se verificam diferenças significativas em relação ao morar com a mãe.

Morar com...

Pai a) Mãe b)

Sim Não Sim Não

Oeiras 64. 5 35. 5 90. 2 9. 8

Marvila 73. 9* 26. 1 84. 2 15. 8

Amadora 56. 6 43. 4* 82. 1 17. 9

Loures 70. 1 29. 9 87. 8 12. 2

a) (χ2=17. 701, g. l. =3, p=0. 001), n=910 b) (χ2=6. 357, g. l. =3, p=0. 095), n=911 (n. s.)

• Quanto tempo mora em casa

A maioria refere que mora em casa todo o tempo.

Morar em casa (n=909)

Todo o tempo A maior parte do tempo Metade do tempo

64. 4 22. 2 13. 4

Não se verificam diferenças significativas quanto ao género em relação ao morar

em casa todo o tempo.

Morar em casa a)

Todo o tempo A maior parte do tempo Metade do tempo

Rapaz 62. 4 23. 8 13. 9

Rapariga 66. 2 20. 8 13. 0

a) (χ2=1. 543, g. l. =2, p=0. 462), n=909(n. s.)

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São os adolescentes mais velhos (quinze anos ou mais) que mais referem morar

em casa todo o tempo.

Morar em casa a)

Todo o tempo A maior parte do tempo Metade do tempo

11 anos 52. 9 35. 6* 11. 5

13 anos 56. 6 27. 7* 15. 6

15 anos 69. 2* 19. 0 11. 7

+ 16 anos 70. 0* 16. 4 13. 7

a) (χ2=24. 633, g. l. =6, p=0. 000), n=909

Não se verificam diferenças significativas quanto à zona em relação ao morar

em casa todo o tempo.

Morar em casa a)

Todo o tempo A maior parte do tempo Metade do tempo

Oeiras 63. 2 19. 2 17. 6

Marvila 63. 1 24. 0 12. 8

Amadora 64. 5 24. 9 10. 7

Loures 67. 0 19. 7 13. 3

a) (χ2=6. 327, g. l. =6, p=0. 388), n=909 (n. s.)

• Pessoas que moram em casa

A maior parte dos adolescentes, cerca de metade, refere que mora com duas a

três pessoas em casa, um terço refere viver com quatro a cinco pessoas.

Quantas pessoas moram em casa (n=898)

1 pessoa 2 a 3 pessoas 4 a 5 pessoas Mais de 6 pessoas

2. 0 46. 5 33. 2 18. 3

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89

• Mudanças no agregado familiar

Mais de um terço dos adolescentes refere que alguém que vivia em casa mudou

de casa nos últimos cinco anos, a maior parte irmãos ou outros familiares.

Alguém que vivia em casa mudou de casa (n=898)

Sim Não

34. 6 65. 4

Quem? (n=293)

Mãe 8. 5

Pai 10. 2

Avó 3. 8

Irmãos 43. 3

Outros 34. 1

Um quinto dos adolescentes refere que alguém que não vivia em casa veio viver

para casa nos últimos cinco anos, a maior parte irmãos ou outros familiares.

Alguém que não vivia veio viver para casa (n=885)

Sim Não

20. 6 79. 4

Quem? (n=164)

Mãe 0. 0

Pai 2. 4

Avó 7. 3

Irmãos 15. 9

Outros 74. 4

• Número de irmãos

Quase metade dos adolescentes refere ter entre dois e cinco irmãos.

Número de irmãos (n=751)

Não tem Tem um irmão Tem entre dois e cinco irmãos

Tem entre cinco e dez irmãos

Mais de 10 irmãos

16. 8 31. 4 44. 9 5. 9 1. 1

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90

• Comunicação na família

No que diz respeito à família, a maioria dos adolescentes considera ser fácil falar

com a mãe e mais de um terço refere ser difícil falar com o pai.

Facilidade em falar com...

Fácil Difícil Não tem / não vê

Mãe (n=866) 73. 1 22. 4 4. 5

Pai (n=830) 45. 7 38. 8 15. 5

Madrasta (namorada do pai) (n=512) 6. 4 8. 6 85. 0

Padrasto (namorado da mãe) (n=538) 9. 7 13. 9 76. 4

Avó (n=677) 38. 6 35. 3 26. 1

Avô (n=639) 23. 3 37. 1 39. 6

Em relação ao género, não se verificam diferenças significativas quanto à

facilidade de falar com a mãe. São os rapazes que consideram ser mais fácil falar com o

pai.

Facilidade em falar com a mãe a) Facilidade em falar com o pai b)

Fácil Difícil Não tem / não vê

Fácil Difícil Não tem / não vê

Rapaz 73. 0 23. 0 3. 9 59. 0* 27. 8 13. 1

Rapariga 73. 1 21. 8 5. 0 33. 9 48. 4* 17. 6*

a) (χ2=0.720,g.l.=2, p=0.698),n=866(n.s.) b) (χ2=53.727, g. l. =2, p=0. 000), n=830

Em relação à idade, não se verificam diferenças significativas quanto à

facilidade de falar com a mãe. São os adolescentes mais novos que consideram ser mais

fácil falar com o pai.

Facilidade em falar com a mãe a) Facilidade em falar com o pai b)

Fácil Difícil Não tem / não vê

Fácil Difícil Não tem / não vê

11 anos 81. 6 17. 2 1. 1 58. 8* 32. 9 8. 2

13 anos 78. 0 17. 6 4. 5 49. 4 35. 9 14. 7

15 anos 71. 0 23. 5 5. 5 45. 6 38. 7 15. 7

+ 16 anos 68. 1 27. 2 4. 7 38. 3 43. 2 18. 4

a) (χ2=12.172,g.l.=6,p=0.058),n=866(n.s) b) (χ2=14.07,g.l.=6,p=0.029),n=830

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Em relação à zona, não se verificam diferenças significativas quanto à facilidade

de falar com a mãe, nem com o pai.

Facilidade em falar com a mãe a) Facilidade em falar com o pai b)

Fácil Difícil Não tem / não vê

Fácil Difícil Não tem / não vê

Oeiras 75. 3 21. 3 3. 4 42. 9 36. 2 20. 9

Marvila 76. 6 18. 4 5. 0 49. 0 39. 5 11. 5

Amadora 65. 0 29. 5 5. 5 41. 0 39. 3 19. 7

Loures 73. 3 22. 9 3. 8 47. 0 39. 4 13. 6

a) (χ2=9.838,g. l.=6,p=0.132),n=866(n.s.) b) (χ2=10.659,g.l.=6,p=0.100),n=830(n.s)

• Preocupação com os pais e com as coisas de casa

Quase metade dos adolescentes refere sentir, às vezes, preocupação com os pais

e com as coisas de casa.

Preocupação com os pais e com as coisas de casa (894)

Nunca Às vezes Muitas vezes Sempre

19. 7 45. 0 21. 1 14. 2

São as raparigas que mais referem sentir, muitas vezes ou sempre, preocupação

com os pais e com as coisas de casa.

Preocupação com os pais e com as coisas de casa a)

Nunca Às vezes Muitas vezes Sempre

Rapaz 24. 0* 46. 0 18. 6 11. 4

Rapariga 15. 8 44. 1 23. 4* 16. 7*

a) (χ2=14. 60, g. l. =3, p=0. 002), n=894

Em relação à idade não se verificam diferenças significativas quanto à

preocupação com os pais e com as coisas de casa.

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92

Preocupação com os pais e com as coisas de casa a)

Nunca Às vezes Muitas vezes Sempre

11 anos 22. 4 48. 2 16. 5 12. 9

13 anos 24. 1 42. 2 18. 1 15. 7

15 anos 19. 9 48. 0 21. 4 10. 7

+ 16 anos 14. 9 43. 6 24. 9 16. 6

a) (χ2=15. 393, g. l. =9, p=0. 081), n=894 (n. s.)

Em relação à zona não se verificam diferenças significativas quanto à

preocupação com os pais e com as coisas de casa

Preocupação com os pais e com as coisas de casa a)

Nunca Às vezes Muitas vezes Sempre

Oeiras 20. 2 48. 3 22. 5 9. 0

Marvila 21. 5 42. 6 19. 6 16. 3

Amadora 17. 7 46. 4 20. 8 15. 1

Loures 18. 4 44. 3 22. 6 14. 6

a) (χ2=7. 33, g. l. =9, p=0. 603), n=894(n. s.)

SÍNTESE: AMBIENTE FAMILIAR

Quando questionados sobre com quem moram, a grande maioria refere morar

com mãe, a maioria dos adolescentes refere morar com o pai e pouco menos de um

terço refere morar com outros familiares. Não se verificam diferenças significativas

quanto ao género nem quanto à idade em relação ao morar com a mãe e com o pai. Em

relação à zona, são os adolescentes da Amadora que mais referem não morar com o pai.

Não se verificam diferenças significativas em relação ao morar com a mãe. A maioria

refere que mora em casa todo o tempo. Não se verificam diferenças significativas

quanto ao género nem quanto à zona, em relação ao morar em casa todo o tempo. São

os adolescentes mais velhos (quinze anos ou mais) que mais referem morar em casa

todo o tempo. Cerca de metade dos adolescentes, refere que mora com duas a três

pessoas em casa, um terço refere viver com quatro a cinco pessoas. Mais de um terço

dos adolescentes refere que alguém que vivia em casa mudou de casa nos últimos cinco

anos, a maior parte irmãos ou outros familiares. Um quinto dos adolescentes refere que

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93

alguém que não vivia em casa veio viver para casa nos últimos cinco anos, a maior parte

irmãos ou outros familiares. Quase metade dos adolescentes refere ter entre dois e cinco

irmãos. No que diz respeito à comunicação com a família, a maioria dos adolescentes

considera ser fácil falar com a mãe e mais de um terço refere ser difícil falar com o pai.

Em relação ao género, não se verificam diferenças significativas quanto à facilidade de

falar com a mãe. São os rapazes que consideram ser mais fácil falar com o pai. Em

relação à idade, não se verificam diferenças significativas quanto à facilidade de falar

com a mãe. São os adolescentes mais novos que consideram ser mais fácil falar com o

pai. Em relação à zona, não se verificam diferenças significativas quanto à facilidade de

falar com a mãe, nem com o pai. Quase metade dos adolescentes refere sentir, às vezes,

preocupação com os pais e com as coisas de casa. São as raparigas que mais referem

sentir, muitas vezes ou sempre, preocupação com os pais e com as coisas de casa. Em

relação à idade e à zona não se verificam diferenças significativas quanto à

preocupação com os pais e com as coisas de casa.

Tomando como referência o estudo nacional HBSC (Matos et al, 2003), verifica-

se que os adolescentes do presente estudo apresentam valores superiores em relação ao

tamanho do agregado familiar, 4 pessoas ou mais (51.5% vs 45.3%), e ao número de

irmãos, dois ou mais (51.9 vs 29.5), referem menos morar com o pai (67.4% vs 80.5%),

apresentam uma maior dificuldade em falar com a mãe (22.4% vs 16.7%) e com o pai

(38.8% vs 35.6%).

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RELAÇÕES DE AMIZADE E GRUPO DE PARES

• Número de amigos

Quando questionados sobre o número de amigos, a maioria dos adolescentes

refere ter dois amigos ou mais.

Número de amigos (n=913)

Nenhum Um Dois ou mais

3. 3 24. 3 72. 4

Quando se analisa as diferenças de género, são os rapazes que mais referem ter

dois amigos ou mais.

Número de amigos a)

Nenhum Um Dois ou mais

Rapaz 2. 5 15. 2 82. 3*

Rapariga 4. 0* 32. 6* 63. 5

a) (χ2=40. 75, g. l. =2, p=0. 000), n=913

Em relação à idade não se verificam diferenças significativas quanto ao número

de amigos.

Número de amigos a)

Nenhum Um Dois ou mais

11 anos 1. 1 9. 2 89. 7

13 anos 1. 6 10. 1 88. 4

15 anos 4. 0 7. 3 88. 6

+ 16 anos 4. 7 13. 2 82. 0

a) (χ2=11. 92, g. l. =6, p=0. 064), n=913 (n. s.)

Em relação à zona não se verificam diferenças significativas quanto ao número

de amigos.

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95

Número de amigos a)

Nenhum Um Dois ou mais

Oeiras 3. 3 26. 9 69. 8

Marvila 1. 6 20. 6 77. 8

Amadora 5. 1 24. 9 70. 1

Loures 4. 1 26. 9 68. 9

a) (χ2=9. 991, g. l. =6, p=0. 125), n=913 (n. s.)

• Facilidade de arranjar amigos

A grande maioria dos adolescentes refere ter facilidade em arranjar amigos.

Facilidade de arranjar amigos (n=916)

Fácil Difícil

88. 0 12. 0

Ao analisar as diferenças de género, são os rapazes que mais consideram ser

fácil arranjar amigos.

Facilidade de arranjar amigos a)

Fácil Difícil

Rapaz 92. 0* 8. 0

Rapariga 84. 3 15. 7*

a) (χ2=12. 651, g. l. =1, p=0. 000), n=916

Em relação à idade não se verificam diferenças significativas quando se trata da

facilidade de arranjar amigos.

Facilidade de arranjar amigos a)

Fácil Difícil

11 anos 80. 9 19. 1

13 anos 89. 1 10. 9

15 anos 87. 5 12. 5

+ 16 anos 89. 6 10. 4

a) (χ2=5. 284, g. l. =3, p=0. 152), n=916 (n. s.)

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96

Em relação à zona não se verificam diferenças significativas quando se trata da

facilidade de arranjar amigos.

Facilidade de arranjar amigos a)

Fácil Difícil

Oeiras 88. 5 11. 5

Marvila 86. 7 13. 3

Amadora 89. 4 10. 6

Loures 88. 1 11. 9

a) (χ2=0. 914, g. l. =3, p=0. 822), n=916 (n. s.)

• Ficar com os amigos depois das aulas

Em relação ao número de dias que ficam com os amigos depois das aulas, a

maioria dos adolescentes refere ficar dois ou mais dias.

Ficar com os amigos depois das aulas (n=910)

Nenhum dia Um dia Dois ou mais dias

14. 2 8. 4 77. 5

São os rapazes que dizem passar mais dias com os amigos depois das aulas.

Ficar com os amigos depois das aulas a)

Nenhum dia Um dia Dois ou mais dias

Rapaz 9. 5 5. 8 84. 8*

Rapariga 18. 4* 10. 7* 70. 9

a) (χ2=25. 143, g. l. =2, p=0. 000), n=910

São os mais velhos que dizem passar mais dias com os amigos depois das aulas.

Ficar com os amigos depois das aulas a)

Nenhum dia Um dia Dois ou mais dias

11 anos 23. 5* 4. 7 71. 8

13 anos 17. 5 12. 1* 70. 4

15 anos 11. 7 8. 8 79. 5

+ 16 anos 10. 8 5. 8 83. 4*

a) (χ2=22. 23, g. l. =6, p=0. 001), n=910

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97

Em relação à zona não se verificam diferenças significativas quando se trata de

ficar com os amigos depois das aulas.

Ficar com os amigos depois das aulas a)

Nenhum dia Um dia Dois ou mais dias

Oeiras 16. 4 9. 3 74. 3

Marvila 16. 6 6. 7 76. 8

Amadora 9. 7 10. 8 79. 5

Loures 12. 8 7. 8 79. 4

a) (χ2=8. 006, g. l. =6, p=0. 238), n=910 (n. s.)

• Sair à noite com os amigos

Em relação ao sair com os amigos à noite, verifica-se que metade dos

adolescentes refere nunca sair à noite com os amigos.

Sair à noite com os amigos (n=915)

Nenhum dia Um dia Dois dias Três dias ou mais

51. 1 14. 6 14. 3 19. 9

Relativamente ao género, são os rapazes que mais referem sair à noite com os

amigos, três ou mais dias por semana.

Sair à noite com os amigos a)

Nenhum dia Um dia Dois dias Três dias ou mais

Rapaz 39. 3 14. 9 14. 9 30. 8*

Rapariga 61. 9* 14. 4 13. 8 10. 0

a) (χ2=72. 65, g. l. =3, p=0. 000), n=915

Quando se analisa os grupos etários, observa-se que são os adolescentes mais

velhos que mais referem sair à noite com os amigos.

Sair à noite com os amigos a)

Nenhum dia Um dia Dois dias Três dias ou mais

11 anos 79. 8* 5. 6 5. 6 9. 0

13 anos 62. 0* 10. 5 8. 9 18. 6

15 anos 47. 6 12. 1 16. 1 24. 2*

+ 16 anos 36. 3 23. 4* 20. 0* 20. 3

a) (χ2=83. 62, g. l. =9, p=0. 000), n=915

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98

São os adolescentes de Loures que mais referem nunca sair à noite com os

amigos.

Sair à noite com os amigos a)

Nenhum dia Um dia Dois dias Três dias ou mais

Oeiras 42. 9 13. 0 20. 1* 23. 9

Marvila 49. 7 18. 0* 15. 2 17. 1

Amadora 52. 8 15. 2 10. 2 21. 8

Loures 58. 7* 10. 6 11. 9 18. 8

a) (χ2=2143, g. l. =9, p=0. 011), n=915

SÍNTESE: RELAÇÕES DE AMIZADE E O GRUPO DE PARES

Quando questionados sobre o número de amigos, a maioria dos adolescentes

refere ter dois amigos ou mais. São os rapazes que mais referem ter dois amigos ou

mais. Em relação à idade e à zona não se verificam diferenças significativas quanto ao

número de amigos. A grande maioria dos adolescentes refere ter facilidade em arranjar

amigos. São os rapazes que mais consideram ser fácil arranjar amigos. Em relação à

idade e à zona não se verificam diferenças significativas quando se trata da facilidade de

arranjar amigos. Em relação ao número de dias que ficam com os amigos depois das

aulas, a maioria dos adolescentes refere ficar dois ou mais dias. São os rapazes e os mais

velhos que dizem passar mais dias com os amigos depois das aulas. Em relação à zona

não se verificam diferenças significativas quando se trata de ficar com os amigos depois

das aulas. Em relação ao sair com os amigos à noite, verifica-se que metade dos

adolescentes refere nunca sair à noite com os amigos, são os rapazes e os adolescentes

mais velhos que mais referem sair à noite com os amigos, três ou mais dias por semana.

São os adolescentes de Loures que mais referem nunca sair à noite com os amigos.

No entanto, tomando como referência o estudo nacional HBSC (Matos et al,

2003), verifica-se que os adolescentes do presente estudo são os que mais referem ter

apenas um amigo (24.3% vs 3.2%).

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AMBIENTE ESCOLAR

• Gostar da escola

Quando questionados em relação ao seu gosto pela escola, a grande maioria dos

adolescentes refere gostar da escola.

Gostar da escola (n=915)

Sim Não

77. 0 23. 0

São as raparigas quem mais refere gostar da escola.

Gostar da escola a)

Sim Não

Rapaz 70. 2 29. 8*

Rapariga 83. 3* 16. 7

a) (χ2=22. 201, g. l. =1, p=0. 00), n=915

São os adolescentes mais novos que mais referem gostar da escola.

Gostar da escola a)

Sim Não

11 anos 86. 4* 13. 6

13 anos 81. 7* 18. 3

15 anos 71. 9 28. 1*

+ 16 anos 75. 0 25. 0

a) (χ2=12. 292, g. l. =3, p=0. 006), n=915

Quanto à zona, não se verificam diferenças significativas quanto ao gostar da

escola.

Gostar da escola a)

Sim Não

Oeiras 76. 0 24. 0

Marvila 76. 8 23. 2

Amadora 80. 7 19. 3

Loures 75. 1 24. 9

a) (χ2=2. 101, g. l. =3, p=0. 552), n=915 (n. s.)

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100

• Aborrecido ir à escola

Cerca de um quarto dos adolescentes refere que é frequentemente/sempre

aborrecido ir à escola.

Aborrecido ir à escola (n=899)

Sempre/frequentemente Às vezes Raramente/nunca

22. 8 41. 9 35. 2

Em relação ao género, não se verificam diferenças significativas.

Aborrecido ir à escola a)

Sempre/frequentemente Às vezes Raramente/nunca

Rapaz 25. 9 42. 1 32. 0

Rapariga 20. 0 41. 8 38. 2 a) (χ² = 5. 790, g. l. = 2, p= 0. 55). n=899 (n. s.)

São os adolescentes mais velhos (quinze anos ou mais) que mais referem

considerar a escola aborrecida, sempre, frequentemente ou às vezes.

Aborrecido ir à escola a)

Sempre/frequentemente Às vezes Raramente/nunca

11 anos 15. 5 38. 4 46. 1*

13 anos 18. 8 38. 4 42. 8

15 anos 27. 1* 41. 4 31. 5

+ 16 anos 24. 3 46. 4* 29. 1 a) (χ² = 20. 031, g. l. = 6, p= 0. 003). n=899

Em relação à zona, não se verificam diferenças significativas quanto ao

considerar aborrecido ir à escola.

Aborrecido ir à escola a)

Sempre/frequentemente Às vezes Raramente/nunca

Oeiras 19. 9 49. 2 30. 9

Marvila 23. 3 39. 3 37. 4

Amadora 19. 9 41. 9 38. 2

Loures 27. 1 39. 7 33. 2

a) (χ2=8. 279, g. l. =6, p=0. 218), n=899 (n. s.)

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101

• Faltar às aulas

A maioria do adolescentes refere que nunca falta às aulas ou só o faz quando

está doente.

Faltar às aulas (n=885)

Nunca/doente Às vezes Muito Não vai às aulas

63. 4 31. 5 4. 6 0. 5

São as raparigas que mais referem nunca faltar às aulas ou só o fazer quando

estão doentes.

Faltar às aulas a)

Nunca/doente Às vezes Muito Não vai às aulas

Rapaz 57. 5 37. 2* 4. 6 0. 7

Rapariga 68. 6* 26. 5 4. 7 0. 2

a) (χ2=13. 497, g. l. =3, p=0. 004), n=885

Os adolescentes mais novos são os que mais referem nunca faltar às aulas ou só

o fazer quando estão doentes.

Faltar às aulas a)

Nunca/doente Às vezes Muito Não vai às aulas

11 anos 91. 9* 7. 0 1. 2 0. 0

13 anos 78. 4* 18. 0 2. 9 0. 8

15 anos 61. 6 32. 5 5. 2 0. 7

+ 16 anos 43. 7 49. 7* 6. 6* 0. 0

a) (χ2=107. 423, g. l. =9, p=0. 000), n=885

Quanto à zona, não se encontraram diferenças significativas quanto ao faltar às aulas.

Faltar às aulas a)

Nunca/doente Às vezes Muito Não vai às aulas

Oeiras 61. 9 32. 4 5. 1 0. 6

Marvila 68. 7 26. 8 4. 2 0. 3

Amadora 52. 6 40. 1 6. 8 0. 5

Loures 66. 7 30. 0 2. 9 0. 5

a) (χ2=15. 870, g. l. =9, p=0. 070), n=885 (n. s.)

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102

• Segurança na escola

Em relação à segurança na escola, a maioria dos adolescentes refere sentir

segurança na escola, às vezes.

Segurança na escola (n=910)

Sempre Às vezes Nunca

38. 9 55. 6 5. 5

São as raparigas que mais referem sentir segurança na escola, às vezes.

Segurança na escola a)

Sempre Às vezes Nunca

Rapaz 42. 4* 50. 7 6. 9*

Rapariga 35. 7 60. 1* 4. 2

a) (χ2=9. 24, g. l. =2, p=0. 01), n=910

Nas diferentes idades não se encontraram diferenças significativas quanto à

segurança na escola.

Segurança na escola a)

Sempre Às vezes Nunca

11 anos 32. 6 60. 5 7. 0

13 anos 37. 7 56. 8 5. 4

15 anos 38. 0 55. 4 6. 6

+ 16 anos 42. 6 53. 4 4. 1

a) (χ2=4. 87, g. l. =6, p=0. 561), n=910 (n. s.)

Quanto à zona, não se encontraram diferenças significativas na segurança na

escola.

Segurança na escola a)

Sempre Às vezes Nunca

Oeiras 40. 9 53. 0 6. 1

Marvila 43. 5 52. 1 4. 5

Amadora 37. 8 57. 7 4. 6

Loures 31. 8 60. 9 7. 3

a) (χ2=9. 19, g. l. =6, p=0. 163), n=910 (n. s.)

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103

• Percepção dos professores sobre a capacidade académica

Quando questionados sobre o que os professores pensam da sua capacidade

escolar, a grande maioria dos adolescentes refere que os professores consideram que

eles têm uma capacidade boa/média.

Percepção dos professores sobre a capacidade académica (n=910)

Muito boa Boa / Média Inferior à média

7. 4 85. 9 6. 7

Em relação ao género, não se encontraram diferenças significativas quanto ao

que os professores pensam da capacidade escolar dos alunos.

Percepção dos professores sobre a capacidade académica a)

Muito boa Boa / Média Inferior à média

Rapaz 7. 8 84. 3 7. 8

Rapariga 6. 9 87. 4 5. 7

a) (χ2=2. 081, g. l. =2, p=0. 353), n=910 (n. s.)

Em relação à idade, não se encontraram diferenças significativas quanto ao que

os professores pensam da capacidade escolar dos alunos.

Percepção dos professores sobre a capacidade académica a)

Muito boa Boa / Média Inferior à média

11 anos 14. 0 81. 4 4. 7

13 anos 7. 8 86. 8 5. 4

15 anos 7. 7 84. 6 7. 7

+ 16 anos 4. 8 87. 7 7. 5

a) (χ2=10. 133, g. l. =6, p=0. 119), n=910 (n. s.)

Em relação à zona, não se encontraram diferenças significativas quanto ao que

os professores pensam da capacidade escolar dos alunos.

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104

Percepção dos professores sobre a capacidade académica a)

Muito boa Boa / Média Inferior à média

Oeiras 6. 6 86. 8 6. 6

Marvila 7. 4 84. 9 7. 7

Amadora 7. 7 88. 3 4. 1

Loures 7. 7 84. 5 7. 7

a) (χ2=3. 247, g. l. =6, p=0. 777), n=910 (n. s.)

• Os alunos da turma gostam de estar juntos

Quando questionados sobre se os alunos da turma gostam de estar juntos, a

maioria dos adolescentes diz que é verdade.

Os alunos da turma gostam de estar juntos (n=911)

Verdade Nem verdadeiro nem falso Falso

68. 3 26. 2 5. 5

São os rapazes que mais referem que os alunos da turma gostam de estar juntos.

Os alunos da turma gostam de estar juntos a)

Verdade Nem verdadeiro nem falso Falso

Rapaz 75. 9* 20. 6 3. 5

Rapariga 61. 4 31. 3* 7. 3*

a) (χ2=23. 064, g. l. =2, p=0. 000), n=911

Em relação à idade, não se encontraram diferenças significativas sobre se os

alunos da turma gostam de estar juntos.

Os alunos da turma gostam de estar juntos a)

Verdade Nem verdadeiro nem falso Falso

11 anos 75. 0 22. 7 2. 3

13 anos 71. 7 24. 4 3. 9

15 anos 68. 1 25. 3 6. 6

+ 16 anos 63. 5 29. 7 6. 8

a) (χ2=8. 447, g. l. =6, p=0. 207), n=911(n. s.)

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105

Em relação à zona, não se encontraram diferenças significativas sobre se os

alunos da turma gostam de estar juntos.

Os alunos da turma gostam de estar juntos a)

Verdade Nem verdadeiro nem falso Falso

Oeiras 63. 4 30. 1 6. 6

Marvila 68. 9 24. 8 6. 3

Amadora 69. 6 27. 3 3. 1

Loures 70. 3 24. 2 5. 5

a) (χ2=5. 386, g. l. =6, p=0. 495), n=911 (n. s.)

• Os colegas são simpáticos e prestáveis

A maioria dos adolescentes considera ser verdade que os colegas são simpáticos

e prestáveis.

Os colegas são simpáticos e prestáveis (n=907)

Verdade Nem verdadeiro nem falso Falso

63. 4 27. 8 8. 8

Em relação ao género, não se encontraram diferenças significativas sobre se os

colegas são simpáticos e prestáveis.

Os colegas são simpáticos e prestáveis a)

Verdade Nem verdadeiro nem falso Falso

Rapaz 63. 3 28. 7 7. 9

Rapariga 63. 5 26. 9 9. 6

a) (χ2=0. 972, g. l. =2, p=0. 615), n=907 (n. s.)

Em relação à idade, não se encontraram diferenças significativas sobre se os

colegas são simpáticos e prestáveis.

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106

Os colegas são simpáticos e prestáveis a)

Verdade Nem verdadeiro nem falso Falso

11 anos 62. 9 29. 2 7. 9

13 anos 62. 3 27. 0 10. 7

15 anos 62. 0 31. 0 7. 0

+ 16 anos 65. 8 25. 1 9. 2

a) (χ2=4. 459, g. l. =6, p=0. 615), n=907 (n. s.)

Em relação à zona, não se encontraram diferenças significativas sobre se os

colegas são simpáticos e prestáveis.

Os colegas são simpáticos e prestáveis a)

Verdade Nem verdadeiro nem falso Falso

Oeiras 60. 4 35. 2 4. 4

Marvila 63. 2 25. 4 11. 4

Amadora 62. 9 28. 9 8. 2

Loures 66. 7 24. 1 9. 3

a) (χ2=12. 581, g. l. =6, p=0. 050), n=907(n. s.)

• Os colegas aceitam-me como sou

A maioria dos adolescentes considera ser verdade que os colegas os aceitam

como são.

Os colegas aceitam-me como sou (n=911)

Verdade Nem verdadeiro nem falso Falso

72. 8 18. 7 8. 6

Quanto ao género, são os rapazes que mais referem que os colegas os aceitam

como são.

Os colegas aceitam-me como sou a)

Verdade Nem verdadeiro nem falso Falso

Rapaz 76. 8* 17. 2 6. 0

Rapariga 69. 2 20. 0 10. 8*

a) (χ2=8. 905, g. l. =2, p=0. 012), n=911

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107

Em relação à idade, não se encontraram diferenças significativas sobre se os

colegas os aceitam como são.

Os colegas aceitam-me como sou a)

Verdade Nem verdadeiro nem falso Falso

11 anos 70. 5 21. 6 8. 0

13 anos 71. 8 19. 2 9. 0

15 anos 70. 5 17. 3 12. 2

+ 16 anos 76. 4 18. 5 5. 1

a) (χ2=10. 059, g. l. =6, p=0. 122), n=911 (n. s.)

Em relação à zona, não se encontraram diferenças significativas sobre se os

colegas os aceitam como são.

Os colegas aceitam-me como sou a)

Verdade Nem verdadeiro nem falso Falso

Oeiras 66. 3 25. 4 8. 3

Marvila 75. 6 14. 9 9. 5

Amadora 71. 8 20. 0 8. 2

Loures 74. 9 17. 4 7. 8

a) (χ2=9. 328, g. l. =6, p=0. 156), n=911 (n. s.)

• Ficar sozinho na escola

A maioria dos adolescentes referem que nunca fica sozinho na escola.

Ficar sozinho na escola (n=884)

Nunca 1 ou 2 vezes Algumas vezes 1 vez ou mais por semana

77. 5 13. 1 6. 4 2. 9

Em relação ao género, não se encontraram diferenças significativas acerca do

ficar sozinho na escola.

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108

Ficar sozinho na escola a)

Nunca 1 ou 2 vezes Algumas vezes 1 vez ou mais por semana

Rapaz 79. 4 11. 6 5. 6 3. 4

Rapariga 75. 8 14. 4 7. 2 2. 5

a) (χ2=3. 161, g. l. =3, p=0. 367), n=884 (n. s.)

Em relação à idade, são os adolescentes mais velhos que mais referem nunca

ficar sozinho na escola.

Ficar sozinho na escola a)

Nunca 1 ou 2 vezes Algumas vezes 1 vez ou mais por semana

11 anos 66. 7 20. 2* 6. 0 7. 1*

13 anos 77. 2 13. 8 4. 9 4. 1

15 anos 74. 0 14. 5 9. 7* 1. 9

+ 16 anos 84. 2* 9. 1 4. 9 1. 8

a) (χ2=25. 425, g. l. =9, p=0. 003), n=884

Em relação à zona, não se encontraram diferenças significativas acerca do ficar

sozinho na escola.

Ficar sozinho na escola a)

Nunca 1 ou 2 vezes Algumas vezes 1 vez ou mais

por semana

Oeiras 75. 8 12. 4 8. 4 3. 4

Marvila 78. 2 13. 0 5. 9 2. 9

Amadora 80. 0 12. 6 5. 3 2. 1

Loures 75. 6 14. 4 6. 7 3. 3

a) (χ2=3. 049, g. l. =9, p=0. 962), n=884 (n. s.)

SÍNTESE: AMBIENTE ESCOLAR

A grande maioria dos adolescentes refere gostar da escola. São as raparigas e os

adolescentes mais novos quem mais refere gostar da escola. Em relação à zona, não se

verificam diferenças significativas quanto ao gostar da escola. Cerca de um quarto dos

adolescentes refere que é frequentemente ou sempre aborrecido ir à escola. Em relação

ao género e à zona, não se verificam diferenças significativas quanto ao considerar

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aborrecido ir à escola. São os adolescentes mais velhos (quinze anos ou mais) que mais

referem considerar a escola aborrecida, sempre, frequentemente ou às vezes. A maioria

do adolescentes refere que nunca falta às aulas ou só o faz quando está doente. São as

raparigas e os adolescentes mais novos que mais referem nunca faltar às aulas ou só o

fazer quando estão doentes. Nas diferentes zonas não se encontraram diferenças

significativas quanto ao faltar às aulas. Em relação à segurança na escola, a maioria dos

adolescentes refere sentir segurança na escola, às vezes. São as raparigas que mais

referem sentir segurança na escola, às vezes. Nas diferentes idades e zonas não se

encontraram diferenças significativas quanto à segurança na escola. Quando

questionados sobre o que os professores pensam da sua capacidade escolar, a grande

maioria dos adolescentes refere que os professores consideram que eles têm uma

capacidade boa/média. Em relação ao género, à idade e à zona, não se encontraram

diferenças significativas quanto ao que os professores pensam da capacidade escolar dos

alunos. Quando questionados sobre se os alunos da turma gostam de estar juntos, a

maioria dos adolescentes diz que é verdade. São os rapazes que mais referem ser

verdade que os alunos da turma gostam de estar juntos. Em relação à idade e à zona, não

se encontraram diferenças significativas sobre se os alunos da turma gostam de estar

juntos. A maioria dos adolescentes considera ser verdade que os colegas são simpáticos

e prestáveis. Em relação ao género, à idade e à zona, não se encontraram diferenças

significativas sobre se os colegas são simpáticos e prestáveis. A maioria dos

adolescentes considera ser verdade que os colegas os aceitam como são. São os rapazes

que mais referem ser verdade que os colegas os aceitam como são. Em relação à idade e

à zona, não se encontraram diferenças significativas sobre se os colegas os aceitam

como são. A maioria dos adolescentes referem que nunca fica sozinho na escola. Em

relação ao género e à zona, não se encontraram diferenças significativas acerca do ficar

sozinho na escola. São os adolescentes mais velhos que mais referem nunca ficar

sozinho na escola.

No entanto, tomando como referência o estudo nacional HBSC (Matos et al,

2003), verifica-se que os adolescentes do presente estudo são os que menos referem ser

verdadeiro que os colegas da turma gostam de estar juntos (68.3% vs 78.3%), que os

colegas são simpáticos e prestáveis (63.4% vs 79.2%) e que os colegas os aceitam como

são (72.8% vs 86.5%).

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110

SAÚDE POSITIVA

• Percepção de saúde

Em relação à percepção da sua saúde, a maioria considera-a boa e apenas uma

minoria considera a sua saúde má.

Percepção de saúde (n=910)

Excelente Boa Razoável Má

27. 0 53. 4 18. 4 1. 2

São os rapazes que mais consideram a sua saúde excelente.

Percepção de saúde a)

Excelente Boa Razoável Má

Rapaz 38. 2* 48. 4 12. 2 1. 2

Rapariga 16. 8 58. 0* 23. 9* 1. 3

a) (χ2=59. 589, g. l. =3, p=0. 000), n=910

São os adolescentes mais novos que consideram a sua saúde excelente.

Percepção de saúde a)

Excelente Boa Razoável Má

11 anos 36. 0* 53. 9 9. 0 1. 1

13 anos 31. 4 52. 9 13. 7 2. 0

15 anos 24. 6 55. 1 19. 1 1. 1

+ 16 anos 22. 8 52. 0 24. 5* 0. 7

a) (χ2=22. 459, g. l. =9, p=0. 008), n=910

Em relação à percepção de saúde, a diferença entre zonas não é significativa.

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111

Percepção de saúde a)

Excelente Boa Razoável Má

Oeiras 32. 4 52. 2 15. 4 0. 0

Marvila 29. 5 52. 7 15. 9 1. 9

Amadora 22. 1 53. 8 23. 1 1. 0

Loures 23. 4 55. 0 20. 2 1. 4

a) (χ2=13. 994, g. l. =9, p=0. 123), n=910 (n. s.)

• Sintomas físicos

Em relação aos sintomas físicos, verifica-se que mais de um terço dos

adolescentes refere sentir dores de cabeça e que cerca de um terço refere sentir dores de

estômago.

Sintomas físicos (n=843)

Dor de cabeça 36. 4

Dor de estômago 33. 9

São as raparigas que mais referem sentir sintomas físicos, quer dores de cabeça,

quer dores de estômago.

Sintomas físicos

Rapaz Rapariga

Sim Não Sim Não

Dor de cabeça a) 28. 7 71. 3* 43. 2* 56. 8

Dor de estômago b) 26. 9 73. 1* 40. 1* 59. 9 a) (χ2=19.126, g. l. =1, p=0. 000), n=843 b) (χ2=16. 276, g. l. =1, p=0. 000), n=843

Em relação ao grupo etário, não se verificam diferenças significativas quanto aos

sintomas físicos, quer dores de cabeça, quer dores de estômago.

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112

Sintomas físicos

11 anos 13 anos 15 anos + 16 anos

Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não

Dor de cabeça a) 47. 7 52. 3 36. 7 63. 3 33. 3 66. 7 35. 4 64. 6

Dores de estômago b) 43. 0 57. 0 33. 3 66. 7 31. 3 68. 7 33. 9 66. 1

a) (χ2=5. 839, g. l. =3, p=0. 120), n=843(n. s.) b) (χ2=3. 969, g. l. =3, p=0. 265), n=843(n. s.)

Em relação à zona, não se verificam diferenças significativas quanto aos

sintomas físicos, quer dores de cabeça, quer dores de estômago.

Sintomas físicos

Oeiras Marvila Amadora Loures

Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não

Dor de cabeça a) 37. 6 62. 4 38. 5 61. 5 33. 7 66. 3 34. 7 65. 3

Dor de estômago b) 31. 8 68. 2 36. 5 63. 5 33. 1 66. 9 32. 7 67. 3

a) (χ2=1. 496, g. l. =3, p=0. 683), n=843(n.s.) b) (χ2=1. 409, g. l. =3, p=0. 703), n=84(n.s.)

• Sintomas psicológicos

No caso dos sintomas psicológicos, a maioria dos adolescentes refere sentir-se

deprimido, com mau humor e nervoso.

Sintomas psicológicos

Estar deprimido (com tristeza) (n=857) 61. 1

Estar de mau humor (n=862) 53. 2

Estar nervoso (n=880) 61. 4

Comparando os rapazes com as raparigas, verifica-se que são as raparigas quem

mais refere estar deprimidas, com mau humor e nervosas.

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113

Sintomas psicológicos

Rapaz Rapariga

Sim Não Sim Não

Estar deprimido (com tristeza) a) 49. 2 50. 8* 71. 5* 28. 5

Estar de mau humor b) 49. 1 50. 9* 56. 8* 43. 2

Estar nervoso c) 55. 4 44. 6* 66. 6* 33. 4

a) (χ2=44. 272, g. l. =1, p=0. 000), n=857 b) (χ2=5. 115, g. l. =1, p=0. 024), n=862

c) (χ2=11. 487, g. l. =1, p=0. 001), n=880

Em relação ao grupo etário, são os adolescentes mais velhos que mais referem

sentir tristeza, não se verificam diferenças significativas quanto ao estar de mau humor e

estar nervoso.

Sintomas psicológicos

11 anos 13 anos 15 anos + 16 anos

Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não

Estar deprimido (com

tristeza) a)

49. 4 50. 6* 58. 9 41. 1 60. 5 39. 5 67. 3* 32. 7

Estar de mau humor b) 45. 9 54. 1 53. 9 46. 1 54. 3 45. 7 54. 0 46. 0

Estar nervoso c) 64. 8 35. 2 58. 9 41. 1 62. 5 37. 5 61. 4 38. 6

a) (χ2=9. 86, g. l. =3, p=0. 020), n=857 b) (χ2=2. 07, g.l. =3,p=0.59), n=862(n. s.)

c) (χ2=1.17,g.l.=3, p=0.760), n=880 (n.s.)

Em relação aos sintomas psicológicos as diferenças não são significativas nas

zonas.

Sintomas psicológicos

Oeiras Marvila Amadora Loures

Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não

Estar deprimido (com

tristeza) a)

55. 6 44. 4 64. 9 35. 1 60. 6 39. 4 60. 8 39. 2

Estar de mau humor b) 49. 4 50. 6 50. 8 49. 2 55. 7 44. 3 57. 8 42. 2

Estar nervoso c) 58. 9 41. 1 63. 8 36. 2 58. 3 41. 7 62. 6 37. 4

a) (χ2=4.079,g.l.=3,p=0.253), n=857(n.s.) b)

(χ2=3.865,g.l.=3,p=0.276), n=862(n.s.)

c) (χ2=2.133,g.l.=3,p=0.545),n=880(n. s.)

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114

• Ficar tão triste que não aguenta

Metade dos adolescentes refere que raramente ou nunca fica tão triste que não

aguenta.

Ficar tão triste que não aguenta (n=894)

Raramente/nunca Às vezes Quase sempre

52. 0 43. 7 4. 3

São as raparigas que mais referem sentir-se tão tristes que não aguentam.

Ficar tão triste que não aguenta a)

Raramente/nunca Às vezes Quase sempre

Rapaz 66. 1* 31. 0 2. 9

Rapariga 39. 6 54. 9* 5. 5* a) (χ2=62. 821, g. l. =2, p=0. 000), n=894

Em relação ao ficar tão triste que não aguenta, as diferenças não são

significativas nas diferentes idades.

Ficar tão triste que não aguenta a)

Raramente/nunca Às vezes Quase sempre

11 anos 59. 3 37. 2 3. 5

13 anos 55. 1 41. 3 3. 6

15 anos 53. 9 40. 5 5. 6

+ 16 anos 45. 5 50. 7 3. 8

a) (χ2=10. 489, g. l. =6, p=0. 106), n=894 (n. s.)

Em relação ao ficar tão triste que não aguenta, as diferenças não são

significativas nas diferentes zonas.

Ficar tão triste que não aguenta a)

Raramente/nunca Às vezes Quase sempre

Oeiras 57. 5 38. 0 4. 5

Marvila 50. 5 44. 7 4. 9

Amadora 54. 1 43. 8 2. 1

Loures 47. 6 47. 2 5. 2

a) (χ2=7. 030, g. l. =6, p=0. 318), n=894 (n. s.)

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115

• Com quem conversa quando está triste e preocupado

Quando estão tristes ou preocupados, cerca de metade dos adolescentes conversa

com um(a) amigo(a) mais ou menos da mesma idade, cerca de um quarto dos

adolescentes refere conversar com uma pessoa da família ou não conversa com

ninguém.

Quando está triste e preocupado conversa com... (n=648)

Pessoa de família 24. 2

Adulto que conhece (professor, vizinho, etc.) 2. 5

Com um(a) amigo(a) meu/minha mais ou menos da mesma idade 45. 4

Com um(a) amigo(a) mais velho(a) 6. 3

Não fala com ninguém 21. 6

Quando estão tristes ou preocupados, os rapazes referem mais conversar com

uma pessoa da família ou não falar com ninguém quando comparados com as raparigas.

As raparigas referem mais do que os rapazes, conversar com (a) amigo(a) mais ou

menos da mesma idade.

Quando está triste e preocupado conversa com... a)

Rapaz Rapariga

Pessoa de família 32. 8* 16. 3

Adulto que conhece (professor, vizinho, etc.) 3. 5 1. 5

Com um(a) amigo(a) meu/minha mais ou menos da mesma idade 34. 4 55. 5*

Com um(a) amigo(a) mais velho(a) 5. 8 6. 8

Não fala com ninguém 23. 5 19. 9

a) (χ2=37. 97, g. l. =4, p=0. 000), n=648

Quando estão tristes ou preocupados, os adolescentes mais novos são os que

mais referem mais conversar com uma pessoa da família e os que menos referem

conversar com (a) amigo(a) mais ou menos da mesma idade, os adolescentes de treze

anos são os que menos referem não falar com ninguém.

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116

Quando está triste e preocupado conversa com... a)

11 anos 13 anos 15 anos + 16 anos

Pessoa de família 51. 6* 29. 1 22. 3 13. 8

Adulto que conhece (professor, vizinho, etc.) 3. 2 0. 6 4. 6* 1. 9

Com um(a) amigo(a) da mesma idade 22. 6 49. 2 44. 7 49. 5

Com um(a) amigo(a) mais velho(a) 0. 0 4. 5 4. 6 11. 4*

Não fala com ninguém 22. 6 16. 8 23. 9 23. 3

a) (χ2=62. 895, g. l. =12, p=0. 000), n=648

Em relação à zona, não se verificam diferenças significativas quanto a com

quem conversam os adolescentes quando estão tristes ou preocupados.

Quando está triste e preocupado conversa com... a)

Oeiras Marvila Amadora Loures

Pessoa de família 30. 6 22. 5 20. 9 24. 1

Adulto que conhece (professor, vizinho, etc) 1. 5 1. 8 2. 2 4. 4

Com um(a) amigo(a) da mesma idade 41. 8 50. 5 45. 5 41. 1

Com um(a) amigo(a) mais velho(a) 4. 5 5. 9 7. 5 7. 6

Não fala com ninguém 21. 6 19. 4 23. 9 22. 8

a) (χ2=11. 21, g. l. =12, p=0. 511), n=648 (n. s.)

• Percepção de felicidade

Quando questionados acerca do seu sentimento presente em relação à sua vida, a

maioria dos adolescentes refere que se sente feliz.

Percepção da felicidade (n=916)

Feliz Infeliz

77. 5 22. 5

Os rapazes referem mais que as raparigas sentirem-se felizes em relação à sua

vida.

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117

Percepção da felicidade a)

Feliz Infeliz

Rapaz 82. 6* 17. 4

Rapariga 72. 9 27. 1*

a) (χ2=12. 211, g. l. =1, p=0. 000), n=916

Quanto à idade, são os adolescentes mais novos, especialmente os adolescentes

de treze anos, que mais referem sentir-se feliz perante a vida.

Percepção da felicidade a)

Feliz Infeliz

11 anos 79. 8 20. 2

13 anos 86. 0* 14. 0

15 anos 74. 5 25. 5

+ 16 anos 72. 2 27. 8*

a) (χ2=17. 022, g. l. =3, p=0. 001), n=916

Quanto à zona, não se encontraram diferenças significativas na percepção de

felicidade.

Percepção da felicidade a)

Feliz Infeliz

Oeiras 83. 5 16. 5

Marvila 76. 9 23. 1

Amadora 78. 8 21. 2

Loures 72. 3 27. 7

a) (χ2=7. 482, g. l. =3, p=0. 058), n=916 (n. s.)

SÍNTESE: SAÚDE POSITIVA

Em relação à percepção da sua saúde, a maioria considera-a boa e apenas uma

minoria considera a sua saúde má. São os rapazes e os adolescentes mais novos que

mais consideram a sua saúde excelente. Em relação à percepção de saúde, a diferença

entre zonas não é significativa. Em relação aos sintomas físicos, verifica-se que mais de

um terço dos adolescentes refere sentir dores de cabeça e que cerca de um terço refere

sentir dores de estômago. São as raparigas que mais referem sentir sintomas físicos,

quer dores de cabeça, quer dores de estômago. Em relação ao grupo etário e à zona, não

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118

se verificam diferenças significativas quanto aos sintomas físicos. No caso dos sintomas

psicológicos, a maioria dos adolescentes refere sentir-se deprimido, com mau humor e

nervoso. São as raparigas quem mais refere estar deprimidas, com mau humor e

nervosas. São os adolescentes mais velhos que mais referem sentir tristeza, não se

verificam diferenças significativas quanto ao estar de mau humor e estar nervoso. Em

relação aos sintomas psicológicos as diferenças não são significativas nas diferentes

zonas. Metade dos adolescentes refere que raramente ou nunca fica tão triste que não

aguenta. São as raparigas que mais referem sentir-se tão tristes que não aguentam. Em

relação ao ficar tão triste que não aguenta, as diferenças não são significativas nas

diferentes idades nem nas diferentes zonas. Quando estão tristes ou preocupados, cerca

de metade dos adolescentes conversa com um(a) amigo(a) mais ou menos da mesma

idade, cerca de um quarto dos adolescentes refere conversar com uma pessoa da família

ou não conversa com ninguém. Quando estão tristes ou preocupados, os rapazes

referem mais conversar com uma pessoa da família ou não falar com ninguém quando

comparados com as raparigas. As raparigas referem mais do que os rapazes, conversar

com (a) amigo(a) mais ou menos da mesma idade. Quando estão tristes ou

preocupados, os adolescentes mais novos são os que mais referem mais conversar com

uma pessoa da família e os que menos referem conversar com (a) amigo(a) mais ou

menos da mesma idade, os adolescentes de treze anos são os que menos referem não

falar com ninguém. Em relação ao grupo etário, são os adolescentes de quinze anos que

mais referem sentir sintomas físicos, quer dores de cabeça, quer dores de estômago. Em

relação à zona, não se verificam diferenças significativas quanto a com quem

conversam os adolescentes quando estão tristes ou preocupados. A maioria dos

adolescentes refere que se sente feliz. Os rapazes e os adolescentes mais novos,

especialmente os adolescentes de treze anos, referem mais sentirem-se felizes em

relação à sua vida. Quanto à zona, não se encontraram diferenças significativas em

relação à percepção de felicidade. No entanto, tomando como referência o estudo

nacional HBSC (Matos et al, 2003), verifica-se que os adolescentes do presente estudo

referem mais ter sintomas físicos, nomeadamente, dor de cabeça (36.4% vs 14,8%) e

dor de estômago (33.9% vs 6.1%), apresentam mais sintomas psicológicos,

nomeadamente, estar deprimido (61.1% vs 17.6%), estar de mau humor (53.2% vs

19.8%) e estar nervoso (61.4% vs 26.8%). Em relação à percepção de felicidade os

adolescentes do presente estudo são os que mais referem sentir-se infelizes (22.3% vs

3.1%).

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119

COMPORTAMENTOS SEXUAIS

• Relações sexuais

A maioria dos adolescentes refere não ter tido relações sexuais.

Relações sexuais (n=912)

Sim Não

32. 9 67. 1

Em relação ao género, verifica-se que são os rapazes quem mais refere ter tido

relações sexuais.

Relações sexuais a)

Sim Não

Rapaz 47. 8* 52. 2

Rapariga 19. 4 80. 6*

a) (χ2=83. 041, g. l. =1, p=0. 000), n=912

São os adolescentes mais velhos quem mais refere ter tido relações sexuais.

Relações sexuais a)

Sim Não

11 anos 5. 6 94. 4*

13 anos 11. 7 88. 3*

15 anos 34. 2 65. 8

+ 16 anos 58. 5* 41. 5

a) (χ2=169. 983, g. l. =3, p=0. 000), n=912

São os adolescentes da Amadora quem mais refere ter tido relações sexuais.

Relações sexuais a)

Sim Não

Oeiras 34. 2 65. 8

Marvila 26. 7 73. 3*

Amadora 43. 6* 56. 4

Loures 31. 2 68. 8

a) (χ2=16. 076, g. l. =3, p=0. 001), n=912

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120

• Idade da primeira relação sexual

Dos adolescentes que afirmam já ter tido relações sexuais, a maioria refere que

tinha catorze anos ou mais quando teve a primeira relação sexual.

Idade da primeira relação sexual (n=292)

(adolescentes que referem já ter tido relações sexuais, n=300)

11 anos ou menos Entre 12 e 13 anos 14 anos ou mais

17.8 28.8 53.4

Dos adolescentes que afirmam já ter tido relações sexuais, são as raparigas que

mais referem que tinham catorze anos ou mais quando tiveram a primeira relação

sexual.

Idade da primeira relação sexual a)

(adolescentes que referem já ter tido relações sexuais)

11 anos ou menos Entre 12 e 13 anos 14 anos ou mais

Rapaz 24.6* 37.4* 37.9

Rapariga 2.2 9.0 88.8*

a) (χ2= 64.74, g. l. =2, p=0.000), n= 292

Dos adolescentes que afirmam já ter tido relações sexuais, são os mais novos

(onze e treze anos) que mais referem que tinham onze anos ou menos quando tiveram a

primeira relação sexual.

Idade da primeira relação sexual a)

(adolescentes que referem já ter tido relações sexuais)

11 anos ou menos Entre 12 e 13 anos 14 anos ou mais

11 anos 100.0* 0.0 0.0

13 anos 33.3* 63.0 3,7

15 anos 21.1 38.9* 40.0

+ 16 anos 11.7 18.7 69.6*

a) (χ2= 70.34, g. l. =6, p=0.000), n=292

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121

Dos adolescentes que afirmam já ter tido relações sexuais, são os adolescentes

de Marvila que mais referem que tinham catorze anos ou mais quando tiveram a

primeira relação sexual.

Idade da primeira relação sexual a)

(adolescentes que referem já ter tido relações sexuais)

11 anos ou menos Entre 12 e 13 anos 14 anos ou mais

Oeiras 21.3 36.1 42.6

Marvila 7.3 22.0 70.7*

Amadora 24.1 26.5 49.4

Loures 19.7 33.3 47.0

a) (χ2= 17.24, g. l. =6, p=0.008), n= 292

• Utilização de preservativo na última relação sexual

Os adolescentes que já tiveram relações sexuais, quando questionados acerca da

utilização de preservativo na última relação sexual, a maioria refere ter usado

preservativo.

Utilização de preservativo na última relação sexual (n=294)

(adolescentes que referem já ter tido relações sexuais, n=300)

Sim Não

65. 6 34. 4

Nos adolescentes que já tiveram relações sexuais, não se verificaram diferenças

significativas quanto à utilização de preservativo na última relação sexual, entre rapazes

e raparigas.

Utilização de preservativo na última relação sexual a)

(adolescentes que referem já ter tido relações sexuais)

Sim Não

Rapaz 31.7 68.3

Rapariga 40.4 59.6

a) (χ2=2.10, g. l. =1, p=0.147), n=294 (n.s.)

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122

Nos adolescentes que já tiveram relações sexuais, não se verificaram diferenças

significativas quanto à utilização de preservativo na última relação sexual, nas

diferentes idades.

Utilização de preservativo na última relação sexual a)

(adolescentes que referem já ter tido relações sexuais)

Sim Não

11 anos 50.0 50.0

13 anos 50.0 50.0

15 anos 29.7 70.3

+ 16 anos 33.9 66.1

a) (χ2=4.37, g. l. =3, p=0.224), n= 294 (n. s.)

Nos adolescentes que já tiveram relações sexuais, não se verificaram diferenças

significativas quanto à utilização de preservativo na última relação sexual, nas

diferentes zonas estudadas.

Utilização de preservativo na última relação sexual a)

(adolescentes que referem já ter tido relações sexuais)

Sim Não

Oeiras 37.7 62.3

Marvila 31.7 68.3

Amadora 32.1 67.9

Loures 37.3 62.7

a) (χ2=1.00, g. l. =3, p=0.801), n= 294 (n. s.)

• Métodos contraceptivos utilizados na última relação sexual

Os adolescentes que referem já ter tido relações sexuais, quando questionados

acerca dos métodos contraceptivos utilizados na última relação sexual, referem que o

método mais utilizado foi o preservativo, seguido pela pílula, no entanto cerca de um

quarto refere ter utilizado nenhum método.

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123

Métodos contraceptivos utilizados na última relação sexual

(adolescentes que referem já ter tido relações sexuais, N=300)

Preservativo (n=196) 62. 3

Pílula (n=138) 41. 3

Coito interrompido (n=115) 13. 9

Outro método (n=98) 3. 1

Nenhum método (n=294) 23. 5

Espermicida (n=106) 3. 8

Quanto ao género, são as raparigas que mais referem ter utilizado pílula e coito

interrompido, como métodos contraceptivos na última relação sexual, não se verificam

diferenças significativas em relação à utilização do preservativo.

Métodos contraceptivos utilizados na última relação sexual

(adolescentes que referem já ter tido relações sexuais)

Rapaz Rapariga

Sim Não Sim Não

Preservativo a) 97.1 2.9 91.4 8.6

Pílula b) 29.9 70.1* 60.8* 39.2

Coito interrompido c) 8.1 91.9* 24.4* 75.6

a) (χ2=3.05, g.l.=1,p=0.081),n= 196 (n.s.) b) (χ2=12.66,g.l.=1,p=0.000),n= 138

c) (χ2=5.84,g.l.=1,p=0.016), n= 115

Quanto à idade, não se verificam diferenças significativas em relação à

utilização do preservativo, pílula nem coito interrompido, como métodos contraceptivos

na última relação sexual.

Métodos contraceptivos utilizados na última relação sexual

(adolescentes que referem já ter tido relações sexuais)

11 anos 13 anos 15 anos + 16 anos

Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não

Preservativo a) 100.0 0.0 85.7 14.3 95.5 4.5 96.5 3.5

Pílula b) --- --- 25.0 75.0 38.6 61.4 44.2 55.8

Coito interrompido c) --- --- 0.0 100.0 7.9 92.1 18.8 81.2

a) (χ2=3.41,g.l.=3, p=0.333), n=196(n.s.)

b) (χ2= 1.30,g.l.=2,p=0.522), n=138(n.s.)

c) (χ2=3.84,g.l.=2,p=0.147), n=115 (n.s.)

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Quanto à zona, não se verificam diferenças significativas em relação à utilização

do preservativo, pílula nem coito interrompido, como métodos contraceptivos na última

relação sexual.

Métodos contraceptivos utilizados na última relação sexual

(adolescentes que referem já ter tido relações sexuais)

Oeiras Marvila Amadora Loures

Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não

Preservativo a) 94.9 5.1 90.5 9.5 98.2 1.8 100.0 0.0

Pílula b) 50.0 50.0 43.9 56.1 41.5 58.5 20.0 80.0

Coito interrompido c) 8.7 91.3 19.4 80.6 8.3 91.7 20.0 80.0

a) (χ2=6.37,g. l.=3,p=0.095),n=196 (n.s.)

b) (χ2=4.98, g.l.=3,p=0.173),n=138 (n. s.)

c) (χ2=3.00,g.l.=3, p=0.392),n=115 (n.s.)

• Relação sexual sob o efeito de álcool ou drogas

Os adolescentes que referem já ter tido relações sexuais, quando questionados

acerca de ter tido relações sexuais sob o efeito de álcool ou drogas, a grande maioria

refere não o ter feito.

Relação sexual sob o efeito de álcool ou drogas (n=289)

(adolescentes que referem já ter tido relações sexuais, n=300)

Sim Não

6. 6 93. 4

Quanto ao género, não se verificam diferenças significativas em relação a ter

tido relações sexuais sob o efeito de álcool ou drogas.

Relação sexual sob o efeito de álcool ou drogas a)

(adolescentes que referem já ter tido relações sexuais)

Sim Não

Rapazes 7.6 92.4

Raparigas 4.3 95.7 a) (χ² =1.09, g. l. =1, p=0.297). n=289 (n.s.)

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125

Quanto à idade, não se verificam diferenças significativas em relação a ter tido

relações sexuais sob o efeito de álcool ou drogas.

Relação sexual sob o efeito de álcool ou drogas a)

(adolescentes que referem já ter tido relações sexuais)

Sim Não

11 anos 25.0 75.0

13 anos 7.1 92.9

15 anos 4.3 95.7

+ 16 anos 7.3 92.7

a) (χ² =3.10, g. l. =3 , p=0.377). n=289 (n. s.)

Quanto à zona, não se verificam diferenças significativas em relação a ter tido

relações sexuais sob o efeito de álcool ou drogas.

Relação sexual sob o efeito de álcool ou drogas a)

(adolescentes que referem já ter tido relações sexuais)

Sim Não

Oeiras 8.1 91.9

Marvila 9.6 90.4

Amadora 4.9 95.1

Loures 3.2 96.8

a) (χ² =3.03, g. l. =3 , p=0.387). n=289 (n. s.)

SÍNTESE: COMPORTAMENTOS SEXUAIS

A maioria dos adolescentes refere não ter tido relações sexuais. São os rapazes e

os adolescentes mais velhos quem mais refere ter tido relações sexuais. São os

adolescentes da Amadora quem mais refere ter tido relações sexuais. Dos adolescentes

que afirmam já ter tido relações sexuais, a maioria refere que tinha catorze anos ou mais

quando teve a primeira relação sexual. Dos adolescentes que afirmam já ter tido

relações sexuais, são as raparigas que mais referem que tinham catorze anos ou mais

quando tiveram a primeira relação sexual, são os mais novos (onze e treze anos) que

mais referem que tinham onze anos ou menos quando tiveram a primeira relação sexual.

São os adolescentes de Marvila que mais referem que tinham catorze anos ou mais

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126

quando tiveram a primeira relação sexual. Dos adolescentes que afirmam já ter tido

relações sexuais, a maioria dos adolescentes refere ter usado preservativo na última

relação sexual, não se verificaram diferenças significativas quanto à utilização de

preservativo na última relação sexual, entre rapazes e raparigas, nas diferentes idades,

nem nas diferentes zonas estudadas. O método mais utilizado, na última relação sexual,

foi o preservativo, seguido pela pílula. Quanto ao género, são as raparigas que mais

referem ter utilizado pílula e coito interrompido, como métodos contraceptivos na

última relação sexual, não se verificam diferenças significativas em relação à utilização

do preservativo. Quanto à idade e à zona, não se verificam diferenças significativas em

relação à utilização do preservativo, pílula nem coito interrompido, como métodos

contraceptivos na última relação sexual. A grande maioria dos adolescentes refere não

ter tido relações sexuais sob o efeito de álcool ou drogas. Não se verificam diferenças

significativas em relação a ter tido relações sexuais sob o efeito de álcool ou drogas,

quanto ao género, idade e zona.

No entanto, tomando como referência o estudo nacional HBSC (Matos et al,

2003), verifica-se que os adolescentes do presente estudo referem mais ter tido relações

sexuais (32.9% vs 23.7%), os que tiveram relações sexuais referem mais tê-lo feito mais

cedo, entre os 11 anos ou menos (18.8% vs 17.2%).

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127

CONHECIMENTO, CRENÇAS E ATITUDES FACE AO VIH/SIDA

• Conhecimento dos modos de transmissão do VIH/SIDA

No quadro seguinte observa-se o conhecimento dos adolescentes face aos modos

de transmissão do VIH/SIDA.

A maioria dos adolescentes refere como modos de transmissão o uso de seringa

ou agulha já utilizada por outra pessoa, transmissão mãe infectada - bebé, ter relações

sexuais sem utilizar preservativo, nem que seja uma só vez, parecer saudável, tomar a

pílula como modo de protecção e poder estar infectado, um homem infectado ter

relações sexuais com outro homem, sem utilizar preservativo e realizar uma transfusão

de sangue.

A maioria considera que não são formas de transmissão do vírus alguém

infectado tossir ou espirrar perto de outras pessoas, abraçar alguém infectado e usar

utensílios para comer ou beber já usados por outras pessoas.

Conhecimento dos modos de transmissão do VIH/SIDA

Sim Não Não sei

a) Usar uma seringa / agulha já utilizada por outra

pessoa (n=915)

90. 5 2. 8 6. 7

b) Alguém infectado tossir ou espirrar perto de

outras pessoas (n=915)

16. 0 55. 0 29. 1

c) Um homem infectado ter relações sexuais com

outro homem, sem utilizar preservativo (n=911)

64. 8 7. 1 28. 1

d) Transmissão mãe infectada-bebé (n=907) 77. 4 5. 0 17. 6

e) Abraçar alguém infectado (n=912) 4. 8 83. 6 11. 6

f) Tomar a pílula pode ficar protegido (n=913) 12. 3 57. 6 30. 1

g) Ter relações sexuais sem utilizar preservativo,

nem que seja uma só vez (n=907)

82. 5 5. 8 11. 7

h) Parecer saudável, pode estar infectado (n=904) 70. 2 11. 2 18. 6

i) Usar utensílios para comer ou beber já usados por

outras pessoas (n=914)

25. 2 44. 1 30. 7

j) Uma transfusão de sangue (n=917) 76. 2 4. 7 19. 1

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128

Consideram-se com todas as respostas correctas os adolescentes que respondem

“sim” às alíneas a) ; c) ; d) ; g) ; h) ; j) e responderam “não” às alíneas b) ; e) ; f) ; i).

Quando analisado o conhecimento dos modos de transmissão do VIH/SIDA,

observa-se que a grande maioria dos adolescentes teve pelo menos uma resposta

incorrecta.

Conhecimento dos modos de transmissão do VIH/SIDA (n=866)

Todas as respostas correctas Pelo menos uma resposta incorrecta

14. 8 85. 2

Não se verificam diferenças significativas quanto ao conhecimento dos modos

de transmissão do VIH/SIDA entre os rapazes e as raparigas.

Conhecimento dos modos de transmissão do VIH/SIDA a)

Todas as respostas correctas Pelo menos uma resposta incorrecta

Rapaz 13. 7 86. 3

Rapariga 15. 8 84. 2

a) (χ2=0. 79, g. l. =1, p=0. 374), n=866 (n. s.)

Em relação aos conhecimentos, os mais novos referem mais pelo menos uma

resposta incorrecta.

Conhecimento dos modos de transmissão do VIH/SIDA a)

Todas as respostas correctas Pelo menos uma resposta incorrecta

11 anos 4. 8 95. 2*

13 anos 8. 8 91. 2*

15 anos 13. 8 86. 2

+ 16 anos 24. 0* 76. 0

a) (χ2=32. 77, g. l. =3, p=0. 000), n=866

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129

A diferença entre o número de respostas correctas, nas zonas estudadas, não é

significativa.

Conhecimento dos modos de transmissão do VIH/SIDA a)

Todas as respostas correctas Pelo menos uma resposta incorrecta

Oeiras 13. 5 86. 5

Marvila 16. 5 83. 5

Amadora 10. 2 89. 8

Loures 17. 5 82. 5

a) (χ2=5. 22, g. l. =3, p=0. 156), n=866 (n. s.)

No quadro seguinte observa-se que a maioria dos adolescentes obteve entre seis

a dez respostas correctas em relação ao seu conhecimento dos modos de transmissão do

VIH/SIDA.

Conhecimento dos modos de transmissão do VIH/SIDA (n=866)

Entre 0-5 respostas correctas Entre 6-10 respostas correctas

10. 4 89. 6

• Fontes de informação / aprendizagem

Das diferentes fontes de informação / aprendizagem sobre o VIH/SIDA observa-

se que a maioria refere obter informação através de folhetos, programas de televisão,

falar com um amigo, com os pais e na internet. As fontes menos referidas como modo

de obter informação e aprendizagem são falar com um professor, não falar com

ninguém ou falar com um padre ou religioso.

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130

Fontes de informação / aprendizagem

Sim Não Talvez

Folhetos (n=904) 73. 3 7. 9 18. 8

Programa de televisão (n=899) 70. 6 8. 8 20. 6

Falar com um amigo (n=898) 61. 7 13. 5 24. 8

Falar com os pais (n=899) 55. 8 17. 4 26. 8

Internet (n=892) 55. 3 17. 7 27. 0

Livros e revistas (n=905) 51. 5 13. 6 34. 9

Falar com o irmão / irmã (n=887) 49. 7 26. 9 23. 3

Falar com o namorado (n=896) 48. 2 24. 0 27. 8

Falar com o médico (n=901) 46. 1 21. 8 32. 2

Consulta do Centro de Saúde (n=904) 42. 3 20. 5 37. 3

Programa de rádio (n=906) 41. 4 23. 6 35. 0

Falar com outro familiar (n=897) 39. 9 28. 5 31. 5

Falar com o professor (n=897) 29. 1 36. 9 34. 0

Não falar com ninguém (n=878) 14. 9 67. 9 17. 2

Falar com o padre/grupo religioso (n=898) 10. 1 66. 6 23. 3

Foi efectuada uma análise comparativa em relação ao género e idade nas cinco

principais fontes de informação / aprendizagem referidas pelos adolescentes: folhetos,

programas de televisão, falar com um amigo, falar com os pais e internet.

Os rapazes utilizam mais como fonte de informação / aprendizagem face ao

VIH/SIDA o falar com os pais. As raparigas utilizam mais folhetos e falar com os

amigos. Quanto à utilização de programas de televisão e de internet não se encontraram

diferenças significativas entre os rapazes e as raparigas.

Fontes de informação / aprendizagem mais referidas

Folhetos a) Programa de TV b) Falar com os Amigos c)

Sim Não Talvez Sim Não Talvez Sim Não Talvez

Rapaz 68. 9 9. 6 21. 5* 67. 5 10. 4 22. 2 64. 6 16. 9* 18. 5*

Rapariga 77. 4* 6. 3 16. 4 73. 5 7. 4 19. 2 72. 3* 13. 3 14. 4

a) (χ2 = 8. 602 g. l. =2, p=0. 014). n=904 b) (χ2 = 4.445, g. l. =2, p=0. 108). n=899 (n. s.)

c) (χ2 = 6. 284, g. l. =2, p=0. 043). n=900

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131

Fontes de informação / aprendizagem mais referidas

Falar com os pais d) Internet e)

Sim Não Talvez Sim Não Talvez

Rapaz 58. 2 14. 1 27. 7 56. 5 18. 7 24. 8

Rapariga 53. 7 20. 3* 26. 0 54. 2 16. 8 29. 0

d) (χ2 = 6. 04, g. l. =2, p=0. 049). n=899 e) (χ2 = 2. 08, g. l. =2, p=0. 354). n=892 (n. s.)

Em relação à idade, não se verificaram diferenças significativas na utilização da

internet como fonte de informação / aprendizagem face ao VIH/SIDA. São os

adolescentes mais velhos que mais utilizam folhetos, programa de televisão e falar com

os amigos como fontes de informação / aprendizagem face ao VIH/SID. Os mais novos

referem falar mais com os pais.

Fontes de informação / aprendizagem mais referidas

Folhetos a) Programa de TV b) Falar com os Amigos c)

Sim Não Talvez Sim Não Talvez Sim Não Talvez

11 anos 76. 1 9. 1 14. 8 62. 5 14. 8* 22. 7 50. 0 25. 6* 24. 4

13 anos 68. 0 10. 5* 21. 5 65. 2 10. 7 24. 1 49. 2 20. 7* 30. 1*

15 anos 67. 5 9. 6 22. 9* 69. 7 8. 5 21. 8 64. 4 11. 2 24. 3

+ 16 anos 82. 7* 3. 5 13. 8 78. 7* 5. 6 15. 7 73. 7* 5. 5 20. 8

a) (χ2 = 24. 400, g. l. =6, p=0. 000). n=904 b) (χ2 = 17. 854, g. l. =6, p=0. 007). n=899

c) (χ2 = 54. 029, g. l. =6, p=0. 000). n=898

Fontes de informação / aprendizagem mais referidas

Falar com os pais d) Internet e)

Sim Não Talvez Sim Não Talvez

11 anos 64. 8 14. 8 20. 5 56. 3 16. 1 27. 6

13 anos 62. 0* 12. 2 25. 9 52. 2 21. 2 26. 7

15 anos 58. 4 17. 1 24. 5 53. 6 17. 4 29. 1

+ 16 anos 45. 3 23. 0* 31. 7* 59. 3 15. 4 25. 3

d) (χ2 = 23. 07, g. l. =6, p=0. 001). n=899 e) (χ2 = 4. 90, g. l. =6, p=0. 557). n=892 (n.s.)

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132

Em relação à zona, não se verificaram diferenças significativas quanto às fontes

de informação / aprendizagem face ao VIH/SIDA.

Fontes de informação / aprendizagem mais referidas

Folhetos a) Programa de TV b) Falar com os Amigos c)

Sim Não Talvez Sim Não Talvez Sim Não Talvez

Oeiras 68. 2 10. 6 21. 2 65. 7 9. 6 24. 7 53. 4 19. 7 27. 0

Marvila 73. 3 6. 7 20. 0 69. 4 8. 9 21. 7 62. 4 13. 1 24. 5

Amadora 76. 8 5. 7 17. 5 73. 7 9. 8 16. 5 67. 2 9. 2 23. 6

Loures 74. 5 9. 3 16. 2 73. 7 7. 0 19. 2 62. 6 12. 8 24. 6

a) (χ2 = 6.783, g. l. =6, p=0.341). n=904(n.s.) b) (χ2 = 5.717, g. l. =6, p=0.456. n=899 (n.s.)

c) (χ2 = 11.243, g.l.=6, p=0. 081). n=898(n.s.)

Fontes de informação / aprendizagem mais referidas

Falar com os pais d) Internet e)

Sim Não Talvez Sim Não Talvez

Oeiras 59. 0 18. 5 22. 5 49. 2 21. 5 29. 4

Marvila 57. 5 17. 5 25. 1 55. 6 16. 3 28. 1

Amadora 49. 7 18. 7 31. 6 57. 6 15. 7 26. 7

Loures 56. 3 15. 0 28. 6 57. 8 18. 5 23. 7

d) (χ2 = 6. 28, g. l.=6, p=0. 392). n=899 (n.s.) e) (χ2 = 5.28, g. l. =6, p=0. 508). n=892 (n.s.)

• Atitudes face aos portadores de VIH/SIDA

Na análise das atitudes dos adolescentes face aos portadores de VIH/SIDA,

observa-se que a maioria dos adolescentes refere que: (1) não deixava de ser amigo de

uma pessoa infectada, (2) que deve ser permitido aos adolescentes infectados

frequentarem a escola, (3) que era capaz de assistir a uma aula sentado ao lado de um

colega infectado, (4) que era capaz de visitar um amigo que estivesse infectado e (5)

discorda de que pessoas infectadas deveriam viver à parte do resto da população.

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133

Atitudes face aos portadores de VIH/SIDA

Concordo Não sei Discordo

a) Deixava de ser amigo de uma pessoa infectada

(n=911)

4. 4 20. 9 74. 8

b) Deve ser permitido aos adolescentes infectados

frequentar a escola (n=908)

51. 3 32. 6 16. 1

c) Era capaz de assistir a uma aula sentado ao lado

de um colega infectado (n=907)

56. 0 30. 3 13. 7

d) Era capaz de visitar um amigo que estivesse

infectado (n=911)

78. 7 16. 1 5. 2

e) As pessoas infectadas deveriam viver à parte do

resto da população (n=909)

7. 3 16. 8 75. 9

Para efeitos deste estudo, considerou-se com uma atitude “mais positiva” os

adolescentes que referem concordar com as alíneas b) ; c) ; d) e discordar das alíneas

a); e). Quando os adolescentes não referem estas respostas, foram considerados como

tendo uma atitude “mais negativa” face aos portadores de VIH/SIDA.

A maioria dos adolescentes tem uma atitude “mais negativa” face aos portadores

do VIH/SIDA.

Atitudes face aos portadores de VIH/SIDA (n=899)

Atitude “mais positiva” Atitude “mais negativa”

31. 4 68. 6

São os rapazes que apresentam uma atitude “mais negativa” face aos portadores

do VIH/SIDA.

Atitudes face aos portadores de VIH/SIDA a)

Atitude “mais positiva” Atitude “mais negativa”

Rapaz 21. 4 78. 6*

Rapariga 40. 3* 59. 7

a) (χ2=37. 12, g. l. =1, p=0. 000), n=899

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134

São os adolescentes mais novos que apresentam uma atitude “mais negativa”

face aos portadores do VIH/SIDA.

Atitudes face aos portadores de VIH/SIDA a)

Atitude “mais positiva” Atitude “mais negativa”

11 anos 19. 5 80. 5*

13 anos 25. 7 74. 3

15 anos 26. 9 73. 1

+ 16 anos 44. 1* 55. 9

a) (χ2=33. 59, g. l. =3, p=0. 000), n=899

Não se encontraram diferenças significativas entre as zonas estudadas na atitude

face aos portadores do VIH/SIDA.

Atitudes face aos portadores de VIH/SIDA a)

Atitude “mais positiva” Atitude “mais negativa”

Oeiras 26. 0 74. 0

Marvila 34. 6 65. 4

Amadora 28. 3 71. 7

Loures 34. 0 66. 0

a) (χ2=5. 50, g. l. =3, p=0. 139), n=899 (n. s.)

No quadro seguinte observa-se que embora menos de um terço dos adolescentes

tenha uma atitude mais positiva, é uma pequena minoria que refere nenhuma atitude

positiva.

Atitudes face aos portadores de VIH/SIDA (n=1431)

Nenhuma Atitude “Positiva” 4. 7

Atitude “Mais Positiva” 31. 4

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135

• Comunicação/diálogo com os outros sobre VIH/SIDA

A maioria dos adolescentes refere que se sente muito à vontade para conversar

com as pessoas da mesma idade sobre SIDA e outras DST. Em relação a conversar com

um dos pais (ou adulto que tome conta) sobre SIDA e outras DST, metade dos

adolescentes refere que se sente muito à vontade e cerca de um terço refere que se sente

pouco à vontade.

Comunicação/diálogo com os outros sobre VIH/SIDA

Muito à vontade

Pouco à vontade

Não falo com eles sobre isso

Conversar com as pessoas da minha idade

sobre SIDA e outras DST (n=906)

68. 7 16. 3 15. 0

Conversar com um dos meus pais (ou adulto

que tome conta) sobre SIDA e outras DST

(n=899)

49. 4 28. 6 22. 0

Quanto ao género, são as raparigas que mais referem sentir-se muito à vontade a

conversar com as pessoas da mesma idade sobre SIDA e outras DST, não se

encontraram diferenças significativas em relação a falar com um dos pais (ou adulto que

tome conta).

Comunicação/diálogo com os outros sobre VIH/SIDA

Conversar com as pessoas da minha

idade sobre SIDA e outras DST a)

Conversar com um dos meus pais

(ou adulto que tome conta) sobre

SIDA e outras DST b)

Muito à vontade

Pouco à vontade

Não falo com eles sobre isso

Muito à vontade

Pouco à vontade

Não falo com eles sobre isso

Rapaz 64. 6 18. 5* 16. 9* 49. 5 28. 0 22. 5

Rapariga 72. 3* 14. 4 13. 3 49. 3 29. 1 21. 6

a) (χ2=6. 28, g. l. =2, p=0. 043), n=906 b) (χ2=0.20, g.l.=2,p=0.906), n=899(n.s.)

Quanto à idade, são os adolescentes mais velhos que mais referem sentir-se

muito à vontade a conversar com as pessoas da mesma idade sobre SIDA e outras

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136

DST, não se encontraram diferenças significativas em relação a falar com um dos pais

(ou adulto que tome conta).

Comunicação/diálogo com os outros sobre VIH/SIDA

Conversar com as pessoas da minha

idade sobre SIDA e outras DST a)

Conversar com um dos meus pais

(ou adulto que tome conta) sobre

SIDA e outras DST b)

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137

SÍNTESE: CONHECIMENTO, CRENÇAS E ATITUDES FACE AO VIH/SIDA

Em relação aos modos de transmissão do VIH/SIDA, maioria dos adolescentes

refere: o uso de seringa ou agulha já utilizada por outra pessoa, transmissão mãe

infectada - bebé, ter relações sexuais sem utilizar preservativo, nem que seja uma só

vez, parecer saudável, tomar a pílula como modo de protecção e poder estar infectado,

um homem infectado ter relações sexuais com outro homem, sem utilizar preservativo e

realizar uma transfusão de sangue. A maioria considera que não são formas de

transmissão do vírus alguém infectado tossir ou espirrar perto de outras pessoas, abraçar

alguém infectado e usar utensílios para comer ou beber já usados por outras pessoas.

Quando analisado o conhecimento dos modos de transmissão do VIH/SIDA, observa-se

que a grande maioria dos adolescentes teve pelo menos uma resposta incorrecta.

Não se verificam diferenças significativas quanto ao conhecimento dos modos

de transmissão do VIH/SIDA entre os rapazes e as raparigas, nem nas diferentes zonas

estudadas. São os mais novos referem mais pelo menos uma resposta incorrecta. Das

diferentes fontes de informação / aprendizagem sobre o VIH/SIDA observa-se que a

maioria refere obter informação através de folhetos, programas de televisão, falar com

um amigo, com os pais e na internet. As fontes menos referidas como modo de obter

informação e aprendizagem são falar com um professor, não falar com ninguém ou falar

com um padre ou religioso. Quando efectuada uma análise comparativa em relação ao

género e idade nas cinco principais fontes de informação / aprendizagem referidas pelos

adolescentes: folhetos, programas de televisão, falar com um amigo, falar com os pais e

internet, verifica-se que os rapazes utilizam mais como fonte de informação /

aprendizagem face ao VIH/SIDA o falar com os pais. As raparigas utilizam mais

folhetos e falar com os amigos. Quanto à utilização de programas de televisão e de

internet não se encontraram diferenças significativas entre os rapazes e as raparigas. Em

relação à idade, não se verificaram diferenças significativas na utilização da internet

como fonte de informação / aprendizagem face ao VIH/SIDA. São os adolescentes mais

velhos que mais utilizam folhetos, programa de televisão e falar com os amigos como

fontes de informação / aprendizagem face ao VIH/SIDA. Os mais novos referem falar

mais com os pais. Em relação à zona, não se verificaram diferenças significativas

quanto às fontes de informação / aprendizagem face ao VIH/SIDA. Na análise das

atitudes dos adolescentes face aos portadores de VIH/SIDA, observa-se que a maioria

dos adolescentes refere que: (1) não deixava de ser amigo de uma pessoa infectada, (2)

que deve ser permitido aos adolescentes infectados frequentarem a escola, (3) que era

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capaz de assistir a uma aula sentado ao lado de um colega infectado, (4) que era capaz

de visitar um amigo que estivesse infectado e (5) discorda de que pessoas infectadas

deveriam viver à parte do resto da população. A maioria dos adolescentes tem uma

atitude “mais negativa” face aos portadores do VIH/SIDA. São os rapazes e os

adolescentes mais novos que apresentam uma atitude “mais negativa” face aos

portadores do VIH/SIDA. Não se encontraram diferenças significativas entre as zonas

estudadas na atitude face aos portadores do VIH/SIDA. A maioria dos adolescentes

refere que se sente muito à vontade para conversar com as pessoas da mesma idade

sobre SIDA e outras IST’S. Em relação a conversar com um dos pais (ou adulto que

tome conta) sobre SIDA e outras IST’S, metade dos adolescentes refere que se sente

muito à vontade e cerca de um terço refere que se sente pouco à vontade. São as

raparigas e os adolescentes mais velhos que mais referem sentir-se muito à vontade a

conversar com as pessoas da mesma idade sobre SIDA e outras IST’S, não se

encontraram diferenças significativas em relação a falar com um dos pais (ou adulto que

tome conta). Quanto à zona, não se encontraram diferenças significativas em relação a

falar com as pessoas da mesma idade nem com um dos pais (ou adulto que tome conta)

sobre SIDA e outras IST’S.

Tomando como referência o estudo nacional HBSC (Matos et al, 2003), verifica-

se que os adolescentes do presente estudo apresentam resultados semelhantes em

relação ao conhecimento, crenças e atitudes face ao VIH/SIDA.

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139

NA COMUNIDADE

Este capítulo apresenta a análise descritiva dos dados recolhidos na

comunidade. Na comunidade os adolescentes distribuíram-se em percentagens

idênticas no que se refere ao género.

Género (n=118)

Rapaz Rapariga

54.2 45.8

Em relação à idade, foi feita uma sub-divisão pelos quatro grupos etários já

anteriormente considerados (11, 13, 15 e mais de 16 anos).

Os quadros seguintes indicam a percentagem de adolescentes por idade. A média de

idades neste grupo foi 16.7 com DP 1.86.

Idade (n=118)

11 anos 13 anos 15 anos + 16 anos

0.8 7.6 12.7 78.8

Média DP Mínimo Máximo

16.7 1.86 11 19

Como já foi descrito estes dados foram recolhidos em 4 zonas, Oeiras, Marvila,

Amadora e Loures, com a seguinte distribuição :

Zona (n=118)

Oeiras Marvila Amadora Loures

16.9 15.3 46.6 21.2

Em cada uma destas zonas, indica-se seguidamente a distribuição destes

adolescentes relativamente ao género, e a média, desvio padrão, mínimo e máximo no

que diz respeito à idade.

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140

Oeiras (n=20)

Género Idade

Rapazes Raparigas Média D.P. Mín. Máx.

60.0 40.0 16.75 1.12 15 19

Marvila (n=18)

Género Idade

Rapazes Raparigas Média D.P. Mín. Máx.

61.1 38.9 16.33 2.20 11 19

Amadora (n=55)

Género Idade

Rapazes Raparigas Média D.P. Mín. Máx.

43.6 56.4 16.49 2.09 12 19

Loures (n=25)

Género Idade

Rapazes Raparigas Média D.P. Mín. Máx.

68.0 32.0 17.16 1.49 12 19

• Nacionalidade

A maior parte dos jovens que constituem a amostra é de nacionalidade cabo-

Verdiana, bem como a maioria dos seus pais e mães.

Nacionalidade (n=115)

Portuguesa

Cabo-

verdiana

Moçambicana

Angolana

São

Tomense

Guineense

Outra

34.8 45.2 1.7 6.1 2.6 9.6 0

Nacionalidade do pai (n=111)

Portuguesa

Cabo-

verdiana

Moçambicana

Angolana

São

Tomense

Guineense

Outra

9.9 64.9 2.7 7.2 3.6 10.8 0.9

Nacionalidade da mãe (n=109)

Portuguesa

Cabo-

verdiana

Moçambicana

Angolana

São

Tomense

Guineense

Outra

17.4 55.0 2.8 6.4 8.3 9.2 0.9

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141

• Grupo de Identificação

Os jovens, quando questionados relativamente ao seu grupo de identificação,

identificam-se mais frequentemente com o grupo “negro”.

Grupo de Identificação

Branco Negro Asiático Mestiço

8.7 83.5 0.9 7.0

• Língua que fala em casa

Mais de metade dos jovens referem falar português em casa.

Língua que fala em casa (n=104)

Português Outra

57.7 42.3

• Profissão dos Pais

Para estimar o nível sócio económico dos pais, foi utilizada a Escala de Graffar

que faz a classificação do estatuto sócio-económico segundo as profissões utilizando

cinco categorias, como já foi descrito.

Em relação ao emprego dos pais, a maioria dos pais e mães destes jovens têm

emprego, cerca de um quarto não tem emprego e mais de um quinto refere que não sabe,

não vê ou não tem pai.

Pais estão empregados

Sim Não Não sabe / não vê / não tem

Pai (n= 104) 54.8 24.0 21.2

Mãe(n= 110) 65.5 25.5 9.1

A razão mais referida pelos jovens para o desemprego da mãe, é o facto de esta

ser doente, reformada ou estudante. No caso do pai a maioria refere não saber a razão

desse desemprego.

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142

Razão de desemprego dos pais

Doente / Reformado / Estudante Procura emprego Não sabe

Pai (n=27) 33.3 18.5 51.9

Mãe (n=24) 45.8 25.0 29.2

No seguinte quadro podemos observar que a maioria dos pais pertencem a um

nível baixo (nível cinco).

Profissão dos pais

1 Nível

(Elevado)

2 3 4 5 Nível

(Baixo)

Pai (n=40) 2.5 0.0 15.0 32.5 50.0

Mãe (n=48) 0.0 0.0 8.3 25.0 66.7

• Nível de Instrução dos Pais

Em relação ao nível de instrução dos pais, verificamos que a maior parte dos

pais tem o 1º ciclo.

Nível de instrução

Nunca

estudou

1º Ciclo 2º / 3º Ciclo Secundário Curso

Superior

Pai (n=97) 11.3 55.7 18.6 7.2 7.2

Mãe(n=102) 22.5 48.0 19.6 6.9 2.9

• Percepção de Nível Financeiro da Família

Quando questionados relativamente ao nível financeiro da sua família, a maior

parte refere que é “não muito bom / mau”.

Nível financeiro da família (n=113)

Muito bom / bom Médio Não muito bom / mau

23.0 34.5 42.5

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143

• Ir para a cama com fome

A maioria dos jovens, quando questionados sobre se costumam ir para a cama

com fome, diz que esta situação nunca acontece.

Ir para a cama com fome (n=113)

Sempre Frequentemente Ás vezes Nunca

2.7 5.3 13.3 78.8

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144

HÁBITOS ALIMENTARES

• Refeições

Quando questionados acerca das refeições que consomem ao longo do dia, a

maioria dos jovens refere que toma o pequeno almoço, almoço e jantar.

Refeições (n=107)

Pequeno almoço, almoço e jantar 62.6

Só almoço e jantar 23.4

Só pequeno almoço e jantar 0.9

Come quando calha 13.1

• Tipo de alimentação

Em relação aos alimentos consumidos, a maioria dos jovens refere consumir

pelo menos uma vez por dia leite, fruta e colas e outros refrigerantes. Mais de um terço

dos jovens refere consumir, pelo menos uma vez por dia, vegetais e doces ou

chocolates. A maioria refere consumir, raramente ou nunca, hambúrgueres, cachorros

quentes e salsichas.

Alimentos consumidos (n=115)

Pelo menos uma vez

por dia

Uma vez por semana Raramente ou nunca

Batata fritas 42.6 39.1 18.3

Hambúrgueres... 29.9 44.9 74.8

Leite 67.0 16.5 16.5

Fruta 62.5 27.7 9.8

Vegetais 41.2 35.3 23.5

Doces/chocolates 37.3 35.5 27.3

Colas/refrigerantes 59.6 25.0 15.4

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145

IMAGEM DO CORPO

• Peso, altura e Índice de Massa Corporal

Nos seguintes quadros apresentam-se a média, desvio-padrão, máximos e

mínimos relativos ao peso, altura e Índice de Massa Corporal (IMC) dos jovens.

Peso (kg) (n=83)

Média D.P. Mínimo Máximo

59.81 14.64 25 113

Altura (Cm) (n=78)

Média D.P. Mínimo Máximo

162.45 16.23 100.06 196.00

Índice de Massa Corporal (n=69)

Média D.P. Mínimo Máximo

22.79 4.80 14.33 40.00

• Imagem do Corpo – aparência física / aspecto

A maioria dos jovens avalia a sua aparência física como “normal”

Imagem do Corpo – aparência física / aspecto (n=110)

Bom Normal Mau Não penso nisso

35.5 57.3 2.7 4.5

• Imagem do Corpo – corpo ideal

Cerca de metade dos jovens avalia o seu corpo como “ideal”, no entanto um

quarto dos jovens considera o seu corpo magro e mais de um quarto considera-o gordo.

Imagem do Corpo – corpo ideal (n=111)

Magro Ideal Gordo

25.2 48.6 26.1

• Imagem do Corpo – estar em dieta

Quando questionados sobre o estar ou não a fazer dieta, a maioria dos jovens

refere que não e que o seu peso está bom.

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146

Imagem do Corpo – estar em dieta (n=109)

Não, o peso está

bom

Não, mas preciso

perder peso

Não, mas preciso

ganhar peso

Sim

66.1 13.8 13.8 6.4

• Ciclo menstrual

A maioria das raparigas refere que já tem a menstruação.

Ciclo menstrual (n=56)

Sim Não

87.5 12.5

• Idade da primeira menstruação

No quadro seguinte observa-se a média, o desvio padrão, a idade mínima e a

idade máxima em relação à primeira menstruação.

Idade da primeira menstruação (n=49)

Média D.P. Mínimo Máximo

12.47 1.56 9 15

Das raparigas que dizem já ter a menstruação, cerca de metade refere que tinha

doze ou treze anos quando teve a primeira menstruação.

Idade da primeira menstruação (n=49)

Menos de 11 anos Entre 12 e 13 anos Entre 14 e 15 anos

22.4 44.9 32.7

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147

TEMPOS DE LAZER E PRÁTICA ACTIVIDADE FISICA

• Prática de actividade física na última semana

Em relação à prática de actividade física na última semana, cerca de um terço

dos jovens refere ter praticado menos de três vezes por semana ou três vezes ou mais.

Prática de actividade física na última semana (n=112)

Nunca Menos de três vezes

/ semana

Três vezes ou mais /

semana

Todos os dias

20.5 33.9 32.1 13.4

• Tipo de desporto

O tipo de desporto mais praticado pelos jovens é o futebol, seguido pela

ginástica e pelo basquetebol.

Tipo de desporto (n=114)

Futebol 62.3

Ginástica 22.8

Basquetebol 21.1

Natação 16.7

Voleibol 14.0

Atletismo 12.3

Ciclismo / BTT 9.6

Andebol 7.0

Neste momento não pratico 15.8

Nunca pratiquei desporto 4.4

Outra 13.2

• Ocupação dos tempos livres

As ocupações de tempos livres mais assinaladas pelos jovens são ouvir musica,

conversar com os amigos, ver televisão.

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148

Ocupação dos tempos livres

Ouvir música (n=117) 92.3

Conversar com os amigos(as) (n=117) 86.3

Ver televisão ou vídeo (n=117) 84.6

Dormir (n=117) 78.6

Estar com os amigos (n=116) 78.4

Praticar um desporto (n=117) 72.6

Ir à praia (n=117) 71.8

Namorar, estar com o namorado (n=117) 67.5

Visitar pessoas conhecidas/familiares (n=116) 66.4

Ajudar nos trabalhos domésticos (n=117) 64.1

Ir ao cinema, teatro, concerto (n=117) 63.2

Assistir a acontecimentos desportivos (n=117) 58.1

Estar só (pensar, relaxar) (n=117) 57.3

Jogar às cartas (n=117) 55.6

Trabalhar para ganhar algum dinheiro (n=117) 47.9

Ler (livros, revistas, banda desenhada) (n=117) 47.9

Ir ao café (n=117) 44.4

Ir à discoteca (n=117) 43.6

Tocar música ou cantar (n=116) 41.4

Fazer trabalhos de casa ou mais trabalhos para escola (n=116) 31.9

Participar em actividades associativas (escuteiros, estudantes, etc.) (n=116) 31.0

Fazer uma colecção (n=117) 26.5

Trabalho de solidariedade social (voluntariado, peditórios, etc.) (n=116) 21.6

Outra (n=115) 8.7

• Onde passa o tempo livre

Os locais onde a grande maioria dos jovens refere passar o seu tempo livre são o

centro desportivo e o centro de juventude.

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149

Onde passa o tempo livre (n=86)

No centro desportivo 97.7

No centro de juventude 95.3

Na rua 82.6

Em casa 51.2

Outro 2.3

• Número de horas a ver televisão

Sobre os número de horas que os jovens passam a ver televisão, quer durante a

semana, quer ao fim de semana a maioria refere ver quatro ou mais horas.

Número de horas a ver televisão

½ hora ou menos Uma a três horas Quatro ou mais horas

Semana (n=116) 2.6 36.2 61.2

Fim-de-semana (n=106) 6.6 35.8 57.5

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150

USO DE SUBSTÂNCIAS

• Experimentar tabaco

No que diz respeito a experimentar tabaco a maioria diz não ter experimentado.

Experimentar tabaco (n=118)

Sim Não

37.3 62.7

• Consumo de tabaco

Relativamente ao consumo de tabaco, a grande maioria dos jovens diz não

fumar.

Consumo de tabaco (n=115)

Todos os dias Pelo menos uma vez / semana Não fuma

13.9 7.8 78.3

• Experimentar álcool

Em relação ao experimentar álcool, a maioria refere ter experimentado álcool.

Experimentar Álcool (n=115)

Sim Não

65.2 34.8

• Consumo de bebidas alcoólicas

Em relação ao consumo de álcool, a maioria dos jovens refere nunca consumir

bebidas alcoólicas, cerca de um terço refere consumir raramente cerveja e bebidas

destiladas.

Consumo de bebidas alcoólicas

Todos os

dias

Todas as

semanas / meses

Raramente Nunca

Cerveja (n=108) 0.0 8.3 32.4 59.3

Vinho (n=109) 0.0 0.9 17.4 81.7

Bebidas destiladas (n=114) 0.0 7.9 36.0 56.1

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151

• Embriaguez

Em relação ao consumo excessivo de álcool, de modo a provocar embriaguez, a

maioria dos jovens refere nunca ter ficado embriagado e mais de um terço refere tê-lo

ficado uma a três vezes.

Embriaguez (n=116)

Nunca Uma a três

vezes

Quatro vezes ou

mais

54.3 36.2 9.5

• Experimentação de tipos de drogas

O quadro seguinte indica a percentagem de jovens que já experimentou os vários

tipos de drogas. O haxixe é o produto mais experimentado pelos jovens.

Experimentar os seguintes produtos

Haxixe (n=115) 17.4

Medicamento usado como droga (n=112) 8.0

Estimulantes (n=113) 1.8

Cola ou solvente (n=114) 0.9

Ecstasy (n=114) 0.9

Heroina (n=113) 0.0

LSD (n=113) 0.0

Cocaína (n=114) 0.0

• Primeira experiência com drogas

Dos jovens que referem ter experimentado droga, com catorze anos ou mais.

Idade da 1ª experiência com drogas (n=14)

11 anos ou menos 12 a 13 anos 14 anos ou mais

0.0 21.4 78.6

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152

• Consumo de droga no último mês

A grande maioria dos jovens refere não ter consumido droga no último mês.

Consumo de drogas no último mês (n=92)

Nenhuma Uma vez Mais do que uma vez Consumo regular

92.4 3.3 3.3 1.1

• Consumo de haxixe ao longo da vida

A grande maioria dos jovens refere não ter experimentado haxixe.

Consumo de haxixe ao longo da vida (n=106)

Nunca Uma ou duas vezes Mais de três vezes

80.2 7.5 12.3

• Consumo de haxixe no último ano

A grande maioria dos jovens refere não consumiu haxixe no último ano.

Consumo de haxixe no último ano (n=97)

Consumiu Não consumiu

12.4 87.6

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153

VIOLÊNCIA

• Envolvimento em lutas

A maioria dos jovens refere não se ter envolvido em lutas no último ano, um

terço refere tê-lo feito uma a três vezes.

Envolvimento em lutas no último ano (n=114)

Nunca 1 a 3 vezes 4 ou mais vezes

57.0 33.3 9.6

• Com quem lutaste

Quando questionados sobre com quem lutaram, a maioria dos jovens refere tê-lo

feito com um amigo ou conhecido.

Com quem lutaste (n=106)

Amigo ou conhecido 52.8

Outra pessoa 18.9

Um estranho 17.7

Irmã / irmão 8.3

Pai/ mãe / adulto da família 2.0

Namorado (a) 0.3

• Lesões ocorridas no último ano

Mais de um terço da amostra sofreu uma lesão no último ano.

Lesões no último ano (n=114)

Nunca 1 a 3 vezes 4 ou mais vezes

63.2 36.0 0.9

• Comportamentos de provocação

Verifica-se que a maioria dos jovens não se envolveu em comportamentos de

provocação na escola, nem como "provocado" (vítima), nem como "provocador"

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154

(agente). Mais de um quarto dos jovens inquiridos refere ter sido provocado e ter

provocado outro(s) aluno(s) na escola, nos últimos dois meses, uma vez por semana.

Comportamentos de provocação

Nunca uma vez /

semana

+ de 1 vez semana

Provocado nos últimos 2 meses (n=90) 62.2 30.0 7.8

Provocou nos últimos 2 meses (n=87) 62.1 25.3 12.6

Os comportamentos de provocação mais referidos pelas “vitimas” foi o gozar,

chamar nomes, fazer troça, dizer mentiras e espalhar boatos.

Foram provocados...

Gozar, chamar nomes, fazer troça... (n=88) 34.1

Dizer mentiras, espalhar boatos... (n=84) 23.8

Excluir, deixar fora de actividades de propósito... (n=83) 18.1

Fazer comentários ou gestos ordinários, e/ou piadas sexuais... (n=81) 16.0

Gozar com a cor da pele... (n=81) 14.8

Bater, pontapear, dar encontrões e empurrões... (n=83) 10.8

Gozar com a religião... (n=75) 8.0

Os comportamentos de provocação mais referidos pelos “agentes” foi o gozar,

chamar nomes, fazer troça, bater, pontapear e dar encontrões e empurrões.

Provocaram...

Gozar, chamar nomes, fazer troça... (n=88) 36.4

Bater, pontapear, dar encontrões e empurrões... (n=85) 22.4

Fazer comentários ou gestos ordinários, e/ou piadas sexuais... (n=84) 17.9

Excluir, deixar fora de actividades de propósito... (n=83) 15.7

Gozar com a cor da pele... (n=85) 14.2

Dizer mentiras, espalhar boatos... (n=85) 13.0

Gozar com a religião... (n=85) 7.1

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155

• Utilização de armas no último mês

A grande maioria dos jovens refere que não andou com armas no último mês.

Andar com armas (último mês) (n=110)

Nunca Uma vez / semana Várias vezes / semana

88.2 4.5 7.3

• Tipo de armas utilizadas no último mês

A grande maioria dos jovens refere que não utilizou armas no último mês.

Usar armas (n=110)

Não Sim

88.2 11.8

Dos alunos que utilizaram armas, no último mês, a maioria refere ter sido uma

faca ou canivete.

Tipo de arma (n=15)

Faca ou canivete 80.0

Pau ou taco 13.3

Outra 6.7

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156

AMBIENTE FAMILIAR

• Com quem mora

Quando questionados sobre com quem moram, a grande maioria refere morar

com a mãe, menos de metade refere morar com o pai e mais de um terço refere morar

com outros familiares.

Morar com...

Mãe (n=116) 78.4

Pai (n=116) 46.6

Madrasta (namorada do pai) (n=115) 6.1

Padrasto (namorado da mãe) (n=116) 11.2

Avó (n=115) 11.3

Avô (n=116) 2.6

Outros familiares (n=115) 38.3

Lar /família de acolhimento (n=116) 0.9

Outra pessoa / outro local (n=116) 4.3

• Quanto tempo mora em casa

A maioria refere que mora em casa todo o tempo.

Morar em casa (n=114)

Todo o tempo A maior parte do tempo Metade do tempo

68.4 17.5 14

• Pessoas que moram em casa

Mais de um terço dos jovens refere que moram em casa quatro a cinco pessoas e

mais de um terço refere morar com seis pessoas ou mais.

Quantas pessoas moram em casa (n=113)

1 pessoa 2 a 3 pessoas 4 a 5 pessoas Mais de 6 pessoas

0.0 25.7 38.9 35.4

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157

• Mudanças no agregado familiar

Cerca de metade dos jovens refere que nos últimos cinco anos alguém que vivia

em casa mudou de casa. Mais de um terço das pessoas que o fizeram eram irmãos.

Alguém que vivia em casa mudou de casa (n=112)

Sim Não

49.1 50.9

Quem? (n=54)

Mãe 3.7

Pai 7.4

Avó 3.7

Irmãos 37.0

Outros 48.1

Mais de um quarto dos jovens refere que nos últimos cinco anos alguém que não

vivia em casa veio viver para casa.

Alguém que não vivia veio viver para casa (n=111)

Sim Não

27.0 73.0

Quem? (n=28)

Mãe 3.6

Pai 7.1

Irmãos 10.7

Outros 78.6

• Número de irmãos

A maioria dos jovens refere ter entre dois a cinco irmãos e irmãs.

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158

Número de irmãos (n=97)

Não tem Tem um irmão Tem entre dois e cinco

irmãos

Tem seis ou mais

irmãos

8.2 7.2 70.1 13.4

• Comunicação com a família

No que diz respeito à família, a maioria dos jovens refere que é fácil falar com a

mãe e menos de um terço refere que tem facilidade em falar com o pai.

Facilidade em falar com...

Fácil Difícil Não tem / não vê

Mãe (n=102) 55.9 33.3 10.8

Pai (n=93) 30.1 43.0 26.9

Madrasta (namorada do pai) (n=58) 5.2 20.7 74.1

Padrasto (namorado da mãe) (n=60) 5.0 25.0 70.0

Avó (n=61) 26.2 36.1 37.7

Avô (n=59) 15.3 26.3 64.4

A maioria dos jovens sente preocupação com os pais e com as coisas lá de casa.

Preocupação com os pais e com as coisas de casa (n=109)

Nunca Às vezes Muitas vezes Sempre

16.5 38.5 19.3 25.7

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159

RELAÇÕES DE AMIZADE E GRUPO DE PARES

• Número de amigos

Quando questionados sobre o número de amigos, a maioria dos jovens refere ter

três amigos ou mais.

Número de amigos (n=115)

Nenhum Um ou dois Três ou mais

12.2 27.8 60.0

• Facilidade de arranjar amigos

A grande maioria dos jovens refere ter facilidade em arranjar amigos.

Facilidade de arranjar amigos (n=117)

Fácil Difícil

78.6 21.4

• Ficar com os amigos depois das aulas

Em relação ao número de dias que ficam com os amigos depois das aulas, a

grande maioria refere fazê-lo dois dias ou mais por semana.

Ficar com os amigos depois das aulas (n=97)

Nenhum dia Um dia Dois ou mais dias

11.3 6.2 82.5

• Sair à noite com os amigos

Em relação ao sair com os amigos à noite, verifica-se que um maior número de

jovens refere fazê-lo nenhum dia por semana.

Sair à noite com os amigos (n=115)

Nenhum dia Um dia Dois dias Três dias ou mais

40.0 18.3 20.9 20.9

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160

AMBIENTE ESCOLAR

• Gostar da escola

Quando questionados em relação ao seu gosto pela escola, a maioria dos jovens

refere gostar da escola.

Gostar da escola (n=99)

Sim Não

68.7 31.3

• Aborrecido ir à escola

Em relação ao ser aborrecido ir à escola, um terço dos jovens considera ser

sempre ou frequentemente aborrecido ir à escola, mais de um terço considera sê-lo às

vezes.

Aborrecido ir à escola (n=95)

Sempre/frequentemente Às vezes Raramente/nunca

32.6 37.9 29.5

• Faltar às aulas

Em relação faltar às aulas, um maior número de jovens refere fazê-lo às vezes.

Faltar às aulas (n=88)

Nunca/doente Às vezes Muito Não vai às aulas

36.4 43.2 12.5 8.0

• Segurança na escola

Em relação à segurança na escola, a maioria dos jovens refere sentir sempre

segurança na escola.

Segurança na escola (n=95)

Sempre Às vezes Nunca

56.5 43.2 6.3

• Percepção dos professores sobre a capacidade académica

Quando questionados sobre o que os professores pensam da sua capacidade

escolar, a grande maioria dos jovens refere que os professores consideram que eles têm

uma capacidade “Boa/média”.

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161

Percepção dos professores sobre a capacidade académica (n=98)

Muito boa Boa / Média Inferior à média

14.3 79.6 6.1

• Os alunos da turma gostam de estar juntos

Quando questionados sobre se os alunos da turma gostam de estar juntos, a

maioria dos jovens diz ser verdade.

Os alunos da turma gostam de estar juntos (n=89)

Verdade Nem verdadeiro nem falso Falso

67.4 22.5 10.1

• Os colegas são simpáticos e prestáveis

A maioria dos jovens considera ser verdade que os colegas são simpáticos e

prestáveis.

Os colegas são simpáticos e prestáveis (n=87)

Verdade Nem verdadeiro nem falso Falso

67.8 27.6 4.6

• Os colegas aceitam-me como sou

A maioria dos jovens considera ser verdade que os colegas os aceitam como são.

Os colegas aceitam-me como sou (n=88)

Verdade Nem verdadeiro nem falso Falso

72.7 21.6 5.7

• Ficar sozinho na escola

A maioria dos jovens refere que os colegas nunca os deixam sozinhos na escola.

Ficar sozinho na escola (n=91)

Nunca 1 ou 2 vezes Algumas vezes 1 vez ou mais por semana

69.2 15.4 13.2 2.2

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162

SAÚDE POSITIVA

• Percepção de saúde

Em relação à percepção da sua saúde, a maioria considera-a boa.

Percepção de saúde (n=115)

Excelente Boa Razoável Má

11.3 60.9 27.8 0

• Sintomas físicos

Em relação aos sintomas físicos, verifica-se que cerca de um terço dos jovens

refere sentir dores de cabeça e que mais de um quarto refere sentir dores de estômago.

Sintomas físicos (n=106)

Dor de cabeça 32.1

Dor de estômago 26.4

• Sintomas psicológicos

No caso dos sintomas psicológicos, a maioria dos jovens refere sentir-se

deprimido, de mau humor e nervoso.

Sintomas psicológicos

Estar deprimido (com tristeza) (n=111) 56.8

Estar de mau humor (n=107) 64.5

Estar nervoso (n=109) 66.1

Metade dos jovens refere que, às vezes, fica tão triste que não aguenta.

Ficar tão triste que não aguenta (n=110)

Raramente/nunca Às vezes Quase sempre

42.7 50.9 6.4

Quando questionados sobre com quem conversam quando estão tristes ou

preocupados, mais de um terço dos jovens conversa com um(a) amigo(a) mais ou

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163

menos da mesma idade, mais de um quarto dos jovens refere não falar com ninguém e

um quarto refere conversar com uma pessoa da família.

Quando está triste e preocupado conversa com... (n=94)

Com um(a) amigo(a) meu/minha mais ou menos da mesma idade 37.2

Não fala com ninguém 29.8

Pessoa de família 24.5

Com um(a) amigo(a) mais velho(a) 6.4

Adulto que conhece (professor, vizinho, etc.) 2.1

• Percepção de felicidade

Quando questionados acerca do seu sentimento presente em relação à sua vida, a

maioria dos jovens refere que se sente feliz.

Percepção da felicidade (n=117)

Feliz Infeliz

66.7 33.3

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164

COMPORTAMENTOS SEXUAIS

• Relações sexuais

No quadro seguinte observa-se que a maioria dos jovens refere ter tido relações

sexuais.

Relações sexuais (n=117)

Sim Não

80.3 19.7

• Idade da primeira relação sexual

Dos jovens que afirmam já ter tido relações sexuais, a maior parte refere que

tinha catorze anos ou mais quando teve a primeira relação sexual.

Idade da primeira relação sexual (n=91)

(jovens que referem já ter tido relações sexuais, n=94)

11 anos ou menos Entre 12 e 13 anos 14 anos ou mais

16.3 23.9 59.8

• Utilização de preservativo na última relação sexual

Os jovens que já tiveram relações sexuais, quando questionados acerca da

utilização de preservativo na última relação sexual, cerca de metade refere ter usado

preservativo.

Utilização de preservativo na última relação sexual (n=91)

(jovens que referem já ter tido relações sexuais, n=94)

Sim Não

53.8 46.2

• Métodos contraceptivos utilizados na última relação sexual

Os jovens que referem já ter tido relações sexuais, quando questionados acerca

dos métodos contraceptivos utilizados na última relação sexual referem que o método

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165

mais utilizado foi o preservativo, seguido pela pílula e pelo coito interrompido, no

entanto, mais de um terço refere ter utilizado nenhum método.

Métodos contraceptivos utilizados na última relação sexual

(jovens que referem já ter tido relações sexuais, N=94)

Preservativo (n=52) 78.8

Pílula (n=44) 63.6

Coito interrompido (n=25) 24.0

Espermicida (n=25) 0.0

Nenhum (n=93) 35.5

Outro método (n=26) 7.7

Não sabe (n=25) 4.0

• Relação sexual sob o efeito de álcool ou drogas

A grande maioria dos jovens refere não ter praticado relações sexuais sob o

efeito de álcool ou drogas.

Relação sexual sob o efeito de álcool ou drogas (n=91)

(jovens que referem já ter tido relações sexuais, n=94)

Sim Não

7.7 92.3

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166

CONHECIMENTOS, ATITUDES E CRENÇAS FACE AO VIH/SIDA

• Conhecimento dos modos de transmissão do VIH/SIDA

No quadro seguinte observa-se o conhecimento dos jovens face aos modos de

transmissão do VIH/SIDA.

A maioria dos jovens refere como modos de transmissão o uso de seringa ou

agulha já utilizada por outra pessoa, transmissão mãe infectada - bebé, ter relações

sexuais sem utilizar preservativo, nem que seja uma só vez, parecer saudável, tomar a

pílula como modo de protecção e poder estar infectado e realizar uma transfusão de

sangue.

A maioria considera que não são formas de transmissão do vírus alguém

infectado tossir ou espirrar perto de outras pessoas e abraçar alguém infectado. Metade

dos jovens considera que usar utensílios para comer ou beber já usados por outras

pessoas não é uma forma de transmissão do vírus.

Um terço dos jovens refere não saber se tomar a pílula como modo de protecção

pode ser um modo de transmissão do vírus.

Conhecimento dos modos de transmissão do VIH/SIDA

Sim Não Não sei

a) Usar uma seringa / agulha já utilizada por outra

pessoa (n=114)

89.5 4.4 6.1

b) Alguém infectado tossir ou espirrar perto de outras

pessoas (n=114)

12.3 60.5 27.2

c) Um homem infectado ter relações sexuais com

outro homem, sem utilizar preservativo (n=113)

69.0 6.2 24.8

d) Transmissão mãe infectada- bebé (n=113) 71.7 11.5 16.8

e) Abraçar alguém infectado (n=115) 7.8 75.7 16.5

f) Tomar a pílula pode ficar protegido (n=115) 9.6 57.4 33.0

g) Ter relações sexuais sem utilizar preservativo, nem

que seja uma só vez (n=114)

84.2 2.6 13.2

h) Parecer saudável, pode estar infectado (n=115) 73.0 8.7 18.3

i) Usar utensílios para comer ou beber já usados por

outras pessoas (n=115)

23.5 49.6 27.0

j) Uma transfusão de sangue (n=116) 80.2 6.9 12.9

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167

Consideram-se com todas as respostas correctas os jovens que respondem “sim”

às alíneas a); c); d); g); h); j) e responderam “não” às alíneas b); e); f); i).

Quando analisado o conhecimento dos modos de transmissão do VIH/SIDA,

observa-se que a grande maioria dos jovens teve pelo menos uma resposta incorrecta.

Conhecimento dos modos de transmissão do VIH/SIDA (n=105)

Todas as respostas correctas Pelo menos uma resposta incorrecta

16.2 83.8

No quadro seguinte observa-se que a maioria dos jovens obteve entre zero e

cinco respostas correctas em relação ao seu conhecimento dos modos de transmissão do

VIH/SIDA.

Conhecimento dos modos de transmissão do VIH/SIDA (n=105)

Entre 0-5 respostas correctas Entre 6-10 respostas correctas

90.5 9.5

• Fontes de informação / aprendizagem

Das diferentes fontes de informação / aprendizagem sobre o VIH/SIDA observa-

se que a grande maioria refere obter informação através de programas de televisão,

folhetos e falar com o namorado. As fontes menos referidas como modo de obter

informação e aprendizagem são falar com outro familiar, com um professor, não falar

com ninguém ou falar com um padre ou religioso.

Fontes de informação / aprendizagem

Sim Não Talvez

Programa de televisão (n=109) 79.8 9.2 11.0

Folhetos (n=111) 73.9 11.7 14.4

Falar com o namorado (n=110) 73.6 13.6 12.7

Falar com o médico (n=111) 65.8 13.5 20.7

Falar com um amigo (n=111) 64.9 16.2 18.9

Consulta do Centro de Saúde (n=112) 58.9 12.5 28.6

Programa de rádio (n=111) 58.6 24.3 17.1

Livros e revistas (n=113) 58.4 17.7 23.9

Falar com o irmão / irmã (n=111) 55.9 15.3 28.8

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Fontes de informação / aprendizagem

Sim Não Talvez

Falar com os pais (n=113) 52.2 22.1 25.7

Internet (n=106) 50.9 27.4 21.7

Falar com o professor (n=110) 41.8 27.3 30.9

Falar com outro familiar (n=108) 38.0 33.3 28.7

Falar com o padre/grupo religioso (n=106) 25.5 48.1 26.4

Não falar com ninguém (n=107) 16.8 64.5 18.7

• Atitudes face aos portadores de VIH/SIDA

Na análise das atitudes dos jovens face aos portadores de VIH/SIDA, observa-se

que a maioria dos jovens refere que: (1) não deixava de ser amigo de uma pessoa

infectada, (2) que deve ser permitido aos jovens infectados frequentarem a escola, (3)

que era capaz de assistir a uma aula sentado ao lado de um colega infectado, (4) que era

capaz de visitar um amigo que estivesse infectado e (5) discorda de que pessoas

infectadas deveriam viver à parte do resto da população.

Atitudes face aos portadores de VIH/SIDA

Concordo Não sei Discordo

a) Deixava de ser amigo de uma pessoa infectada

(n=114)

7.9 28.1 64.0

b) Deve ser permitido aos jovens infectados

frequentar a escola (n=113)

52.2 32.7 15

c) Era capaz de assistir a uma aula sentado ao lado de

um colega infectado (n=109)

64.2 23.9 11.9

d) Era capaz de visitar um amigo que estivesse

infectado (n=113)

83.2 10.6 6.2

e) As pessoas infectadas deveriam viver à parte do

resto da população (n=113)

14.2 24.8 61.1

Para efeitos deste estudo, considerou-se com uma atitude “mais positiva” os

jovens que referem concordar com as alíneas b); c); d) e discordar das alíneas a); e). Os

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169

jovens não referem estas respostas foram considerados como tendo uma atitude “mais

negativa” face aos portadores de VIH/SIDA.

A maioria dos jovens tem uma atitude “mais negativa” face aos portadores do

VIH/SIDA.

Atitudes face aos portadores de VIH/SIDA (n=108)

Atitude “mais positiva” Atitude “mais negativa”

32.4 67.6

No quadro seguinte observa-se uma minoria que não refere qualquer atitude

positiva.

Atitudes face aos portadores de VIH/SIDA (n=108)

Nenhuma “Atitude Positiva” 6.5

• Comunicação/diálogo com os outros sobre VIH/SIDA

A maioria dos jovens refere que se sente muito à vontade para conversar com as

pessoas da mesma idade sobre SIDA e outras DST. Em relação a conversar com um dos

pais (ou adulto que tome conta) sobre SIDA e outras DST, menos de metade dos jovens

refere que se sente muito à vontade e cerca de um terço refere que não fala com eles

sobre isso.

Comunicação/diálogo com os outros sobre VIH/SIDA

Muito à

vontade

Pouco à

vontade

Não falo com

eles sobre isso

Conversar com as pessoas da minha idade sobre

SIDA e outras DST (n=113)

72.6 13.3 14.2

Conversar com um dos meus pais (ou adulto que

tome conta) sobre SIDA e outras DST (n=113)

41.6 28.3 30.1

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SINTESE DOS DADOS RECOLHIDOS NA COMUNIDADE

Para além dos dados do presente estudo terem sido recolhidos em quatro zonas

periféricas da cidade de Lisboa com elevada concentração de bairros pobres, de

realojamento e com uma elevada concentração de populações migrantes, utilizou-se

para além da recolha de dados em meio escolar, a recolha de dados a partir de estruturas

da comunidade local. O objectivo de recolher estes dados junto de jovens em idade

escolar a partir da comunidade (centros de juventude, centros paroquiais, centros

médicos, etc) foi ir ao encontro de adolescentes que pudessem estar afastados do

percurso escolar regular, embora como vimos muitos deles mantenham alguma relação

com a escola.

A maior parte dos jovens que constituem a amostra é de nacionalidade Cabo -

Verdiana, assim como a maioria dos seus pais e mães. Estes jovens quando

questionados relativamente ao seu grupo de identificação, identificam-se mais

frequentemente com o grupo “negro”. Muitos jovens referem não falar português em

casa. A maioria dos pais e mães destes jovens têm emprego. A razão mais referida pelos

jovens para o desemprego da mãe, é o facto de estar doente, reformada ou ser estudante,

no caso do pai a maioria refere não saber a razão desse desemprego. A maioria dos pais

pertence a um nível profissional baixo (nível cinco). Verificamos que a maior parte dos

pais tem o 1º ciclo. Quando questionados relativamente ao nível financeiro da sua

família, a maior parte refere que é “não muito bom / mau”. A maioria dos jovens,

quando questionados sobre se costumam ir para a cama com fome, diz que esta situação

nunca acontece.

♦ HÁBITOS ALIMENTARES

A maioria dos jovens refere que toma o pequeno almoço, almoço e jantar. Em

relação aos alimentos consumidos, a maioria refere consumir pelo menos uma vez por

dia leite, fruta e colas e outros refrigerantes. Mais de um terço refere consumir, pelo

menos uma vez por dia, vegetais e doces ou chocolates. A maioria refere consumir,

raramente ou nunca, hambúrgueres, cachorros quentes e salsichas.

♦ IMAGEM DO CORPO

A maioria dos jovens avalia a sua aparência física como “normal”. Cerca de

metade dos jovens avalia o seu corpo como “ideal”, no entanto um quarto dos jovens

considera o seu corpo magro e mais de um quarto considera-o gordo. Quando

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questionados sobre o estar ou não a fazer dieta, a maioria dos jovens refere que não e

que o seu peso está bom. A maioria das raparigas refere que já tem a menstruação. Das

raparigas que dizem já ter a menstruação, cerca de metade refere que tinha doze ou treze

anos quando teve a primeira menstruação.

♦ TEMPOS DE LAZER E PRÁTICA ACTIVIDADE FISICA

Cerca de um terço dos jovens refere ter praticado menos de três vezes por

semana ou três vezes ou mais. O tipo de desporto mais praticado pelos jovens é o

futebol, seguido pela ginástica e pelo basquetebol. As ocupações de tempos livres mais

assinaladas pelos jovens são ouvir musica, conversar com os amigos, ver televisão ou

vídeo. Os locais onde a grande maioria dos jovens refere passar o seu tempo livre são o

centro desportivo e o centro de juventude. Os jovens na sua maioria passam quatro

horas ou mais a ver televisão, quer durante a semana, quer ao fim de semana.

♦ USO DE SUBSTÂNCIAS

A maioria dos jovens diz não ter experimentado tabaco e refere ter

experimentado álcool. A maioria dos jovens refere nunca consumir bebidas alcoólicas,

cerca de um terço refere consumir raramente cerveja e bebidas destiladas. A maioria dos

jovens refere nunca ter ficado embriagado. O haxixe é a substância ilicita mais

experimentada pelos jovens. Os jovens que referem ter experimentado droga, apontam

como a idade média da experimentação catorze anos ou mais. A grande maioria dos

jovens refere não ter consumido droga no último mês. A grande maioria dos jovens

refere não ter experimentado haxixe, nem ter consumido haxixe no último ano.

♦ VIOLÊNCIA

A maioria dos jovens refere não se ter envolvido em lutas no último ano, um

terço refere tê-lo feito uma a três vezes. A maioria dos jovens que lutaram refere ter

lutado com um amigo ou conhecido. Mais de um terço sofreu uma lesão no último ano.

Verifica-se que a maioria dos jovens não se envolveu em comportamentos de

provocação na escola, nem como "provocado" (vítima), nem como "provocador"

(agente). Mais de um quarto dos jovens inquiridos refere ter sido provocado e ter

provocado outro(s) aluno(s) na escola, nos últimos dois meses, uma vez por semana. Os

comportamentos de provocação mais referidos pelas “vitimas” foi gozar, chamar nomes,

fazer troça, dizer mentiras e espalhar boatos. Os comportamentos de provocação mais

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172

referidos pelos “agentes” foi o gozar, chamar nomes, fazer troça, bater, pontapear e dar

encontrões e empurrões. A grande maioria dos jovens refere não ter andado com armas

nem utilizado armas no último mês. Dos jovens que utilizaram armas, no último mês, a

maioria refere ter usado uma faca ou canivete.

♦ AMBIENTE FAMILIAR

A grande maioria dos jovens refere morar com a mãe, menos de metade refere

morar com o pai e mais de um terço refere morar com outros familiares. A maioria

refere que mora em casa todo o tempo. A maioria dos jovens refere morar em casa com

quatro ou mais pessoas. A maioria dos jovens refere ter entre dois a cinco irmãos e

irmãs. Cerca de metade dos jovens refere que nos últimos cinco anos alguém que vivia

em casa mudou de casa, mais frequentemente irmãos. Mais de um quarto dos jovens

refere que nos últimos cinco anos alguém que não vivia em casa veio viver para casa.

A maioria dos jovens refere que é fácil falar com a mãe e menos de um terço refere que

tem facilidade em falar com o pai. Mais de um terço dos jovens considera que às vezes

sente preocupação com os pais e com as coisas lá de casa.

♦ RELAÇÕES DE AMIZADE E GRUPO DE PARES

A maioria dos jovens refere ter três amigos ou mais. A grande maioria dos

jovens refere ter facilidade em arranjar amigos. A grande maioria refere ficar com os

amigos depois das aulas dois dias ou mais por semana. A maioria dos jovens não sai

com os amigos à noite.

♦ AMBIENTE ESCOLAR

A maioria dos jovens refere gostar da escola. Um terço dos jovens considera ser

sempre ou frequentemente aborrecido ir à escola, mais de um terço considera sê-lo às

vezes. Um grande número de jovens refere faltar às vezes. A maioria dos jovens refere

sentir sempre segurança na escola. A grande maioria dos jovens refere que os

professores consideram que eles têm uma capacidade “Boa/média”. A maioria dos

jovens considera ser verdade que os alunos da turma gostam de estar juntos, os colegas

são simpáticos e prestáveis, os colegas os aceitam como são e que os colegas nunca os

deixam sozinhos na escola.

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♦ SAÚDE POSITIVA

A maioria considera a sua saúde boa. Verifica-se que cerca de um terço dos

jovens refere sentir dores de cabeça e que mais de um quarto refere sentir dores de

estômago. No caso dos sintomas psicológicos, a maioria dos jovens refere sentir-se

deprimido, de mau humor e nervoso. Metade dos jovens refere que, às vezes, fica tão

triste que não aguenta. Quando estão tristes ou preocupados, mais de um terço dos

jovens conversa com um(a) amigo(a) mais ou menos da mesma idade, mais de um

quarto dos jovens refere não falar com ninguém e um quarto refere conversar com uma

pessoa da família. A maioria dos jovens refere que se sente feliz em relação à sua vida.

♦ COMPORTAMENTOS SEXUAIS

A maioria dos jovens refere ter tido relações sexuais. Dos jovens que afirmam já

ter tido relações sexuais, a maior parte refere que tinha catorze anos ou mais quando

teve a primeira relação sexual. Cerca de metade refere ter usado preservativo na última

relação sexual. Os métodos contraceptivos mais utilizados na última relação sexual

foram o preservativo, seguido pela pílula e pelo coito interrompido. A grande maioria

dos jovens refere não ter praticado relações sexuais sob o efeito de álcool ou drogas.

♦ CONHECIMENTO DOS MODOS DE TRANSMISSÃO DO VIH/SIDA

Quando analisado o conhecimento dos modos de transmissão do VIH/SIDA,

observa-se que a grande maioria dos jovens teve pelo menos uma resposta incorrecta. A

maioria dos jovens obteve entre zero e cinco respostas correctas em relação ao seu

conhecimento dos modos de transmissão do VIH/SIDA.

Das diferentes fontes de informação / aprendizagem sobre o VIH/SIDA observa-

se que a grande maioria refere obter informação através de programas de televisão,

folhetos e falar com o namorado. As fontes menos referidas como modo de obter

informação e aprendizagem são falar com outro familiar, com um professor, não falar

com ninguém ou falar com um padre ou religioso.A maioria dos jovens tem uma atitude

“mais negativa” face aos portadores do VIH/SIDA, e uma minoria não refere nenhuma

atitude positiva.

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A maioria dos jovens refere que se sente muito à vontade para conversar com as

pessoas da mesma idade sobre SIDA e outras DST. Menos de metade dos jovens refere

que se sente muito à vontade conversar com um dos pais (ou adulto que tome conta)

sobre SIDA e outras DST, cerca de um terço refere que não fala com eles sobre isso.

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175

COMPARAÇÃO DOS DADOS RECOLHIDOS NA ESCOLA E NA

COMUNIDADE

• Nacionalidade

A maioria dos jovens que constituem o grupo da escola é de nacionalidade

portuguesa, cerca de metade do grupo na comunidade é de Cabo-Verde.

Nacionalidade

Portuguesa Cabo-

verdiana

Moçambicana Angolana São

Tomense

Guineense

Escola 77.1* 10.9 0.2 3.8 1.3 2.8

Comunidade 34.8 45.2* 1.7* 6.1 2.6 9.6*

(χ2=132.18,g.l.=6,p=0.000), n=1029

A maioria dos pais (pai e mãe) dos jovens da escola são portugueses e a maioria

dos pais dos jovens na comunidade são de Cabo Verde.

Nacionalidade do Pai

Portuguesa Cabo-

verdiana

Moçambicana Angolana São

Tomense

Guineense

Escola 64.0* 21.0 1.0 5.7 2.1 2.9

Comunidade 9.9 64.9* 2.7 7.2 3.6 10.8*

(χ2=146.11,g.l.=6,p=0.000), n=1013

Nacionalidade da Mãe

Portuguesa Cabo-

verdiana

Moçambicana Angolana São

Tomense

Guineense

Escola 63.9* 18.1 1.7 7.0 2.7 3.2

Comunidade 17.4 55.0* 2.8 6.4 8.3* 9.2*

(χ2=116.10,g.l.=6,p=0.000), n=993

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176

• Grupo de Identificação

Os jovens quando questionados relativamente ao grupo de identificação ao qual

consideram fazer parte, os jovens da escola identificam-se mais frequentemente como

“Branco”, a grande maioria dos jovens da comunidade identifica-se como “Negro”.

Grupo de Identificação

Branco Negro Asiático Mestiço Outro

Escola 63.5* 27.0 0.4 7.8 1.3

Comunidade 8.7 83.5* 0.9 7.0 0.0

(χ2=153.36,g.l.=4,p=0.000), n=1027

• Língua que fala em casa

São os jovens da comunidade que mais referem falar outra língua em casa.

Língua que fala em casa

Português Outra

Escola 87.4* 12.6

Comunidade 57.7 42.3*

(χ2=61.38,g.l.=1,p=0.000), n=967

• Profissão dos Pais

Em relação ao emprego dos pais (pai e mãe), a maioria dos pais destes jovens

têm emprego, no entanto são os jovens da comunidade que mais referem que os pais

não têm emprego.

Pai com emprego

Sim Não Não sabe Não vê / não

tem

Escola 75.7* 10.0 5.1 9.1

Comunidade 54.8 24.0* 10.6* 10.6

(χ2=26.5102,g.l.=3,p=0.000), n=1001

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177

Mãe com emprego

Sim Não Não sabe Não vê / não tem

Escola 76.5* 18.9 2.0 2.5

Comunidade 65.5 25.5 0.9 8.2*

(χ2=14.23,g.l.=3,p=0.003), n=1014

Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas quanto à razão de

desemprego dos pais entre os jovens da escola e da comunidade.

Um maior número de pais entre os jovens da comunidade pertencem a um nível

baixo (nível cinco).

Profissão do Pai

1

(Elevado)

2 3 4 5

(Baixo)

6

Escola 1.2 5.5 21.8 46.9 24.3 0.2

Comunidade 2.5 0.0 15.0 32.5 50.0* 0.0

(χ2=14.67,g.l.=5,p=0.012), n=603

Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas quanto à profissão

da mãe entre os jovens da escola e da comunidade.

• Nível de Instrução dos Pais

Os pais dos jovens da comunidade apresentam um nível de escolaridade mais

baixo ou nunca estudaram.

Nível de Instrução do Pai

Nunca

estudou

1ºciclo

2/3ºs ciclos

Ensino

secundário

Curso

Superior

Escola 6.0 43.4 31.6* 10.6 8.2

Comunidade 11.3* 55.7* 18.6 7.2 7.2

(χ2=12.75,g.l.=4,p=0.013), n=947

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178

Nível de Instrução da Mãe

Nunca

estudou

1ºciclo

2/3ºs ciclos

Ensino

secundário

Curso

Superior

Escola 8.4 41.0 34.2* 12.0 4.4

Comunidade 22.5* 48.0 19.6 6.9 2.0

(χ2=28.26,g.l.=4,p=0.000), n=985

• Percepção de Nível Financeiro da Família

Quando questionados relativamente ao nível financeiro da sua família,

aproximadamente metade dos jovens da escola refere que é “muito bom / bom”,

enquanto que aproximadamente metade dos jovens da comunidade refere que é “Não

muito bom/mau”.

Nível financeiro da família

Muito bom / bom Médio Não muito bom / mau

Escola 42.3* 40.7 17.0

Comunidade 23.0 34.5 42.5*

(χ2=43.03,g.l.=2,p=0.000), n=1028

• Ir para a cama com fome

A maioria dos jovens, quando questionados sobre se costumam ir para a cama

com fome, diz que esta situação nunca acontece, mas são os jovens da comunidade que

mais referem ocorrer essa situação frequentemente ou às vezes.

Ir para a cama com fome

Sempre Frequentemente Ás vezes Nunca

Escola 1.4 1.9 5.9 90.8*

Comunidade 2.7 5.3* 13.3* 78.8

(χ2=15.95,g.l.=3,p=0.001), n=1024

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179

HÁBITOS ALIMENTARES E IMAGEM DO CORPO

Não se verificaram diferenças significativas quanto à aparência física / aspecto,

corpo ideal e estar em dieta entre os jovens da escola e da comunidade.

• Refeições

Os jovens da comunidade referem mais saltar refeições e comer quando calha.

Refeições

Escola Comunidade

Pequeno almoço, almoço e jantar 82.9* 62.6

Só almoço e jantar 8.6 23.4*

Só pequeno almoço e jantar 1.7 0.9

Só pequeno almoço e almoço 0.8 0.0

Come quando calha 6.1 13.1*

(χ2=33.44,g.l.=4,p=0.000), n=994

• Tipo de alimentação

São os jovens da amostra recolhida na escola que mais referem consumir leite,

fruta, vegetais e chocolates e outros doces, pelo menos uma vez por dia, os jovens da

comunidade referem consumir hambúrgueres e cachorros e batatas fritas pelo menos

uma vez por dia. Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas quanto ao

consumo de coca-cola e outros refrigerantes entre os jovens da escola e da comunidade.

Alimentos consumidos

Batata fritas Hambúrgueres...

Pelo menos

uma vez por

dia

Uma vez

por semana

Raramente

ou nunca

Pelo menos

uma vez por

dia

Uma vez por

semana

Raramente

ou nunca

Escola 32.3 55.6* 12.1 19.2 52.1 28.7

Comunidade 46.6* 39.1 18.3* 29.9* 44.9 25.2

(χ2=11.40,g.l.=2,p=0.003), n=1007 (χ2=6.78,g.l.=2,p=0.034), n=993

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180

Alimentos consumidos

Leite Fruta

Pelo menos

uma vez por

dia

Uma vez

por semana

Raramente

ou nunca

Pelo menos

uma vez por

dia

Uma vez por

semana

Raramente

ou nunca

Escola 82.2* 8.3 9.5 78.4* 17.1 4.5

Comunidade 67.0 16.5* 16.5* 62.5 27.7* 9.8*

(χ2=14.68,g.l.=2,p=0.001), n=1004 (χ2=14.96,g.l.=2,p=0.001), n=1002

Alimentos consumidos

Vegetais Doces/chocolates

Pelo menos

uma vez por

dia

Uma vez

por semana

Raramente

ou nunca

Pelo menos

uma vez por

dia

Uma vez por

semana

Raramente

ou nunca

Escola 54.5* 30.5 15.0 51.0* 38.4 10.7

Comunidade 41.2 35.3 23.5* 37.3 35.5 27.3*

(χ2=7.90,g.l.=2,p=0.019),n=976 (χ2=25.56,g.l.=2,p=0.000),n=100

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181

PRÁTICA DE ACTIVIDADE FISICA E TEMPOS LIVRES

• Prática de actividade física na última semana

São os jovens da comunidade que mais referem não ter praticado actividade

física na última semana.

Prática de actividade física na última semana

Nunca Menos de três

vezes / semana

Três vezes ou

mais / semana

Todos os dias

Escola 5.7 30.3 41.1* 22.9*

Comunidade 20.5* 33.9 32.1 13.4

(χ2=36.65,g.l.=3,p=0.000), n=1012

Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas entre os três tipos

de desporto mais praticados, nem quanto à ocupação de tempos livres, ouvir música, ver

televisão / vídeo, conversar com os amigos e ir à praia entre os jovens da escola e da

comunidade.

• Com quem passa os tempos livres

São os jovens da escola que mais referem estar com os amigos no seu tempo

livre.

Com quem passa os tempos livres

Estar com os amigos

Sim Não

Escola 88.5* 11.5

Comunidade 78.4 21.6*

(χ2=9.43,g.l.=1,p=0.002), n=1021

• Onde passa o tempo livre

Os jovens da escola referem mais passar o seu tempo livre em casa, e os jovens

da comunidade no centro de juventude.

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182

Onde passa o tempo livre

Escola Comunidade

Em casa 62.5* 51.2

Na rua 27.2 31.4

No centro de juventude 1.6 12.8*

No centro desportivo 1.9 2.6

No café 0.6 0.0

Outro 6.1 2.3

(χ2=37.98,g.l.=5,p=0.000), n=769

• Número de horas a ver televisão

Não se verificaram diferenças significativas quanto ao número de horas que os

jovens passam a ver televisão, ao fim de semana.

São os jovens da comunidade são os que mais referem fazê-lo três horas ou mais por dia

durante a semana.

Número de horas a ver televisão

Semana

½ hora ou menos Uma a duas horas Três horas ou mais

Escola 2.8 51.3* 46.0

Comunidade 2.6 36.2 61.2*

(χ2=9.73,g.l.=2,p=0.008), n=1019

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183

USO DE SUBSTÂNCIAS

• Consumo de tabaco

Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas quanto à

experimentação de tabaco, mas são os jovens da comunidade que mais referem

consumir tabaco todos os dias.

Consumo de tabaco

Todos os dias Pelo menos uma vez

/ semana

Não fuma

Escola 3.3 4.4 92.3*

Comunidade 13.9* 7.8 78.3

(χ2=30.14,g.l.=2,p=0.000), n=1021

• Consumo de bebidas alcoólicas

Não se verificaram diferenças significativas quanto à experimentação de álcool,

entre os jovens da escola e da comunidade, nem se verificaram diferenças significativas

quanto ao consumo de vinho e bebidas destiladas, mas são os jovens da comunidade que

mais referem consumir cerveja todas as semana ou todos os meses.

Consumo de bebidas alcoólicas

Cerveja

Todos os dias Todas as semanas

/ meses

Raramente Nunca

Escola 0.3 4.2 24.9 70.5*

Comunidade 0.0 8.3* 32.4 59.3

(χ2=7.81,g.l.=3,p=0.050), n=994

• Embriaguez

São os jovens da comunidade que mais referem ter consumido álcool em

excesso (embriaguez) quatro ou mais vezes.

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184

Embriaguez

Nunca Uma a três vezes Quatro vezes ou mais

Escola 72.9* 14.5 12.6

Comunidade 54.3 23.3* 22.4*

(χ2=17.33,g.l.=2,p=0.000), n=1027

• Experimentação e consumo de drogas

Não se verificaram diferenças significativas quanto à experimentação de haxixe,

drogas usadas como medicamento, estimulantes, cola ou solvente e ecstasy, entre os

jovens da escola e da comunidade, nem se verificaram diferenças significativas quanto

ao consumo de drogas no último mês.

São os jovens da comunidade que mais referem ter consumido haxixe uma ou

duas vezes ou três vezes ou mais, ao longo da vida e no último ano.

Consumo de haxixe ao longo da vida

Nunca Uma ou duas vezes Mais de três vezes

Escola 95.5* 2.4 2.1

Comunidade 80.2 7.5* 12.3*

(χ2=41.50,g.l.=2,p=0.000) n=1008

Consumo de haxixe no último ano

Consumiu Não consumiu

Escola 3.7 96.3*

Comunidade 12.4* 87.6

(χ2=15.31,g.l.=1,p=0.000), n=971

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185

VIOLÊNCIA

Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas quanto ao

envolvimento em lutas no último ano, nem na ocorrência de lesões no último ano, entre

os jovens da escola e da comunidade. Não se verificaram diferenças significativas na

utilização de armas no último mês, entre os jovens da escola e da comunidade.

Não se verificaram diferenças significativas quanto ao ser provocado na escola

nos últimos dois meses, entre os jovens da escola e da comunidade.

• Provocar na escola (últimos 2 meses)

Os jovens da comunidade. Provocaram mais nos últimos dois meses

Provocar na escola (últimos 2 meses)

Nunca Uma vez / semana Várias vezes / semana

Escola 68.8 27.0 4.2

Comunidade 62.1 25.3 12.6*

(χ² = 11.87, g. l. = 2, p=0.003). n=984

• Tipos de comportamentos de provocação

Fazendo apenas referência a diferenças significativas, são os jovens da

comunidade que mais referem como tipo de comportamento de provocação, chamarem-

lhes nomes, serem excluídos ou deixados de fora das brincadeiras de propósito ou serem

gozados pela cor da pele.

Foram provocados...

Gozar, chamar nomes, fazer

troça... a)

Excluir, deixar de fora de

propósito... b)

Não Sim Não Sim

Escola 75.7* 24.3 91.8* 8.2

Comunidade 65.9 34.1* 81.9 18.1*

a) (χ² = 4.05, g. l. = 1, p= 0.044). n=984 b) (χ² = 9.11, g. l. = 1, p= 0.003). n=966

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186

Foram provocados...

Gozar com a cor da pele...

Não Sim

Escola 94.3* 5.7

Comunidade 85.2 14.8*

(χ² = 10.20, g. l. = 3, p= 0.001 n=959

São os jovens da comunidade que mais referem utilizar, como tipo de

comportamento de provocação, chamar nomes, excluir ou deixar de fora das

brincadeiras de propósito, bater e dar pontapés, dizer mentiras ou espalhar boatos, gozar

com a cor da pele e fazer comentários ou gestos ordinários ou piadas sexuais.

Provocaram...

Gozar, chamar nomes, fazer

troça... a)

Excluir, deixar de fora de

propósito... b)

Não Sim Não Sim

Escola 81.8* 18.2 92.4* 7.6

Comunidade 63.6 36.4* 84.3 15.7*

a) (χ² = 16.60, g. l. = 1, p= 0.000). n=983 b) (χ² = 6.42, g. l. = 1, p= 0.011). n=974

Provocaram....

Bater, pontapear, dar

encontrões/empurrões... a)

Dizer mentiras, espalhar

boatos...b)

Não Sim Não Sim

Escola 89.9* 10.1 94.6* 5.4

Comunidade 77.6 22.4* 87.1 12.9*

a) (χ² = 11.71, g. l. = 1, p= 0.001). n=975 b) (χ² = 7.69, g. l. = 1, p= 0.006). n=971

Provocaram...

Gozar com a cor da pele a) Fazer comentários / gestos

ordinários / piadas sexuais... b)

Não Sim Não Sim

Escola 94.7* 5.3 90.3* 9.7

Comunidade 85.9 14.1* 82.1 17.9*

a) (χ² = 10.58, g. l. = 1, p= 0.001). n=972 b) (χ² = 5.28, g. l. = 1, p= 0.020). n=978

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187

AMBIENTE FAMILIAR

• Com quem mora

Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas quanto ao tempo

em que mora em casa, entre os jovens da escola e da comunidade, mas são os jovens da

escola que mais referem morar com o pai e com a mãe.

Morar com...

Pai a) Mãe b)

Sim Não Sim Não

Escola 67.4* 32.6 85.8* 14.2

Comunidade 46.6 53.4* 78.4 21.6*

a) (χ2=19.59,g.l.=1,p=0.000), n=1026 b) (χ2=4.4121,g.l.=1,p=0.036), n=1027

• Pessoas que moram em casa

São os jovens da comunidade que mais referem que moram em sua casa seis ou

mais pessoas.

Quantas pessoas moram em casa

1 pessoa 2 a 3 pessoas 4 a 5 pessoas Mais de 6 pessoas

Escola 2.0 46.5* 33.2 18.3

Comunidade 0.0 25.7 38.9 35.4*

(χ2=27.75,g.l.=3,p=0.000), n=1011

• Mudanças no agregado familiar

Não se verificaram diferenças significativas quanto a alguém que não vivia vir

viver para casa, entre os jovens da escola e da comunidade, mas são os jovens da

comunidade que mais referem que alguém que vivia em sua casa mudou de casa, nos

últimos cinco anos.

Alguém que vivia em casa mudou de casa

Não Sim

Escola 65.4* 34.6

Comunidade 50.9 49.1*

(χ2=9.03,g.l.=1,p=0.003), n=1010

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• Número de irmãos

Os jovens da comunidade são os que mais referem ter mais irmãos.

Número de irmãos

Não tem Um irmão Entre dois e

cinco irmãos

Entre cinco e

dez irmãos

Mais de 10

irmãos

Escola 16.8* 31.4* 44.9 5.9 1.1

Comunidade 8.2 7.2 70.1* 13.4* 1.0

(χ2=40.25,g.l.=4,p=0.000), n=848

• Comunicação familiar

São os jovens da comunidade que mais referem não ter ou não ver o pai e a mãe.

São os jovens da escola que mais referem ter facilidade em falar com o pai e com a mãe.

Facilidade em falar com a mãe a) Facilidade em falar com o pai b)

Fácil Difícil Não tem /

não vê

Fácil Difícil Não tem /

não vê

Escola 73.1* 22.4 4.5 45.7* 38.8 15.5

Comunidade 55.9 33.3* 10.8* 30.1 43.0 26.9*

a) (χ2=15.39,g.l.=2,p=0.000), n=968 b) (χ2=11.41,g.l.=2,p=0.003), n=923

• Preocupação com os pais e com as coisas de casa

Os jovens da comunidade são os que mais referem sentir sempre preocupação

com ao pais e com as coisas de casa.

Preocupação com os pais e com as coisas de casa

Nunca Às vezes Muitas vezes Sempre

Escola 19.7 45.0 21.1 14.2

Comunidade 16.5 38.5 19.3 25.7*

(χ2=9.87,g.l.=3,p=0.020), n=1003

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189

RELAÇÕES DE AMIZADE E GRUPO DE PARES

• Número de amigos

Os jovens da comunidade são os que mais referem não ter nenhum amigo, os

jovens da escola são os que mais referem ter três amigos ou mais.

Número de amigos

Nenhum Um Dois Três ou mais

Escola 3.3 10.2 14.1 72.4*

Comunidade 12.2* 13.0 14.8 60.0

(χ2=21.8970,g.l.=3,p=0.000), n=.1028

• Facilidade de arranjar amigos

Os jovens da escola são os que mais referem ter facilidade em arranjar amigos.

Facilidade de arranjar amigos

Fácil Difícil

Escola 88.0* 12.0

Comunidade 78.6 21.4*

(χ2=8.00,g.l.=1,p=0.005), n=1033

Não se verificaram diferenças significativas quanto a ficar com os amigos depois

das aulas, nem em sair à noite com os amigos, entre os jovens da escola e da

comunidade.

AMBIENTE ESCOLAR

Não se verificaram diferenças significativas entre os jovens da escola e da comunidade

em relação a nenhuma das questões relacionadas com a escola.

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190

SAÚDE POSITIVA

• Percepção de saúde

São os jovens da escola que mais avaliam a sua saúde como excelente, apesar de

não se verificarem diferenças significativas quanto aos sintomas físicos e psicológicos

entre os jovens da escola e da comunidade, com excepção do humor.

Percepção de saúde

Excelente Boa Razoável Má

Escola 27.0* 53.4 18.4 1.2

Comunidade 11.3 60.9 27.8* 0.0

(χ2=17.16,g.l.=3,p=0.001), n=1025

São os jovens da comunidade que mais referem estar de mau humor.

Sintomas psicológicos

Escola Comunidade

Sim Não Sim Não

Estar de mau humor b) 53.2 46.8* 64.5* 35.5

(χ2=4.85,g.l.=1,p=0.028), n=969

Não se verificaram também diferenças significativas em ficar tão triste que não

aguenta, nem quanto a com quem conversa quando está triste e preocupado, entre os

jovens da escola e da comunidade.

• Percepção de felicidade

São os jovens da escola que mais avaliam a sua vida como feliz.

Percepção da felicidade

Feliz Infeliz

Escola 77.5* 22.5

Comunidade 66.7 33.3*

(χ2=6.74,g.l.=1,p=0.009), n=1033

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191

COMPORTAMENTOS SEXUAIS

• Relações sexuais

São os jovens da comunidade que mais referem já ter tido relações sexuais.

Embora não se verifiquem diferenças significativas quanto à idade da primeira relação

sexual.

Relações sexuais

Sim Não

Escola 32.9 67.1*

Comunidade 80.3* 19.7

(χ2=98.80,g.l.=1,p=0.000), n=1029

• Utilização de preservativo na última relação sexual

São os jovens da escola que mais referem ter utilizado preservativo na última

relação sexual.

Utilização de preservativo na última relação sexual

(jovens que referem já ter tido relações sexuais)

Sim Não

Escola 65.6* 34.4

Comunidade 53.8 46.2*

(χ2=4.14,g.l.=1,p=0.042), n=385

• Métodos contraceptivos utilizados na última relação sexual

Os adolescentes da comunidade são os que mais referem ter utilizado a pílula ou

nenhum método contraceptivo na última relação sexual, os adolescentes da escola são

os que mais utilizaram o preservativo.

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192

Métodos contraceptivos utilizados na última relação sexual

(jovens que referem já ter tido relações sexuais)

Escola Comunidade

Sim Não Sim Não

Preservativo a) 95.4* 4.6 78.8 21.2*

Pílula b) 41.3 58.7* 63.6* 36.4

Nenhum método c) 23.5 76.5* 35.5* 64.5

a) (χ2=15.21,g.l.=1,p=0.000),n=248

b) (χ2=6.69,g.l.=1,p=0.010), n=182

c) χ2=5.25,g.l.=1,p=0.022),n=387

Não se verificaram diferenças significativas entre os adolescentes da escola e da

comunidade quanto ao ter tido relações sexuais sob o efeito de álcool ou drogas.

CONHECIMENTOS, CRENÇAS E ATITUDES FACE AO VIH/SIDA

Não se verificaram diferenças significativas quanto aos conhecimento dos

modos de transmissão do VIH/SIDA, nem se verificaram diferenças significativas

quanto às fontes de informação / aprendizagem mais referidas, entre os jovens da escola

e da comunidade. Também não se verificaram diferenças significativas quanto às

atitudes face aos portadores de VIH/SIDA, nem quanto às pessoas com quem se pode

conversar sobre o VIH e outras DST.

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193

SINTESE - COMPARAÇÃO ENTRE O GRUPO NA ESCOLA E O GRUPO NA

COMUNIDADE

A maioria dos jovens que constituem a amostra recolhida na escola é de

nacionalidade portuguesa, cerca de metade da amostra recolhida na comunidade é de

Cabo-Verde. A maioria dos pais (pai e mãe) dos jovens da escola são portugueses e a

maioria dos pais dos jovens da comunidade são de Cabo Verde. Os jovens da escola

identificam-se mais frequentemente como “branco”, a grande maioria dos jovens da

comunidade identifica-se como “negro”. São os jovens da comunidade que mais

referem falar outra língua em casa.

São os jovens da comunidade que mais referem que os pais não têm emprego.

Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas quanto à razão de

desemprego dos pais entre os jovens da escola e da comunidade. Metade dos pais dos

jovens da comunidade pertencem a um nível baixo (nível cinco). Não se verificaram

diferenças estatisticamente significativas quanto à profissão da mãe entre os jovens da

escola e da comunidade. Em relação ao nível de instrução dos pais, verificamos que a

maior parte dos pais tem o 1º ciclo, os pais dos jovens da comunidade apresentam um

nível de escolaridade mais baixo ou nunca estudaram.

Aproximadamente metade dos jovens da escola refere que o nível financeiro da

família é “muito bom / bom”, enquanto que aproximadamente metade dos jovens da

comunidade refere que é “não muito bom/mau”. São os jovens da comunidade que mais

referem ir para a cama com fome.

• HÁBITOS ALIMENTARES

Os jovens da comunidade referem mais tomar só almoço e jantar e comer

quando calha. São os jovens da escola que mais referem consumir leite, fruta, vegetais e

chocolates e outros doces, pelo menos uma vez por dia. Os jovens da comunidade

referem consumir hambúrgueres e cachorros e batatas fritas pelo menos uma vez por

dia. Não se verificaram diferenças significativas quanto ao consumo de coca-cola e

outros refrigerantes entre os jovens da escola e da comunidade.

Não se verificaram diferenças significativas quanto à aparência física / aspecto,

corpo ideal e estar em dieta entre os jovens da escola e da comunidade.

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• PRÁTICA DE ACTIVIDADE FISICA E TEMPOS LIVRES

São os jovens da comunidade que mais referem não ter praticado actividade

física na última semana. Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas

entre os três tipos de desporto mais praticados e a ocupação de temos livres entre os

jovens da escola e da comunidade, no entanto são os jovens da escola que mais referem

estar com os amigos no seu tempo livre.

Os jovens da escola referem mais passar o seu tempo livre em casa, e os jovens

da comunidade são os que mais referem passar o seu tempo livre no centro de

juventude. Não se verificaram diferenças significativas quanto ao número de horas,

durante o fim-de-semana, que passam a ver televisão, entre os jovens da escola e da

comunidade, mas são os jovens da comunidade os que mais referem ver televisão

durante a semana.

• USO DE SUBSTÂNCIAS

Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas quanto à

experimentação de tabaco e álcool, nem quanto ao consumo de vinho e bebidas

destiladas, entre os jovens da escola e da comunidade entre os jovens da escola e da

comunidade. São os jovens da comunidade que mais referem consumir tabaco todos os

dias. São os jovens da comunidade que mais referem consumir cerveja todas as semana

ou todos os meses e que mais referem ter consumido álcool em excesso (embriaguez)

quatro ou mais vezes.

Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas quanto à

experimentação de drogas ilícitas, nem quanto ao consumo no último mês, entre os

jovens da escola e da comunidade. São os jovens da comunidade que mais referem ter

consumido haxixe uma ou duas vezes ou três vezes ou mais, ao longo da vida e no

último ano.

• VIOLÊNCIA

Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas quanto ao

envolvimento em lutas e às lesões ocorridas no último ano, utilização de armas no

último mês, nem quanto ao ser provocado na escola nos últimos dois meses, entre os

jovens da escola e da comunidade. São os jovens da comunidade que mais referem,

como tipo de comportamento de provocação, chamarem-lhes nomes, serem excluídos

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195

ou deixados de fora das brincadeiras de propósito e serem gozados pela cor da pele. São

os jovens da comunidade que mais referem utilizar como tipo de comportamento de

provocação, chamar nomes, excluir ou deixar de fora das brincadeiras de propósito,

bater, dizer mentiras ou espalhar boatos, gozar com a cor da pele e fazer comentários ou

gestos ordinários ou piadas sexuais.

• AMBIENTE FAMILIAR

São os jovens da escola que mais referem morar com o pai e com a mãe, mas

não se verificaram diferenças estatisticamente significativas quanto ao tempo de

permanência na casa em que mora, entre os jovens da escola e da comunidade. São os

jovens da comunidade que mais referem que moram em sua casa seis ou mais pessoas.

São também os jovens da comunidade que mais referem que alguém que vivia em sua

casa mudou de casa, nos últimos cinco anos, embora não se verifiquem diferenças

significativas quanto a alguém que não vivia vir viver para casa.. Os jovens do grupo da

escola são os que mais referem ter um ou nenhum irmão. Os jovens da comunidade são

os que mais referem ter entre dois a dez irmãos e que mais referem não ter ou não ver o

pai e a mãe. São os jovens da escola que mais referem ter facilidade em falar com o pai

e com a mãe. Os jovens da comunidade são os que mais referem sentir sempre

preocupação com ao pais e com as coisas de casa.

• RELAÇÕES DE AMIZADE E GRUPO DE PARES

Os jovens da comunidade são os que mais referem ter nenhum amigo, e os

jovens da escola são os que mais referem ter facilidade em arranjar amigos, embora não

se verifiquem diferenças significativas quanto a ficar com os amigos depois das aulas e

quanto ao sair à noite com os amigos, entre os jovens da escola e da comunidade.

• AMBIENTE ESCOLAR

Não se verificaram diferenças significativas em relação a nenhuma das questões

relacionadas com a escola, apesar de no geral o grupo da escola apresentar tendência a

ter uma melhor situação em matéria de saúde/ bem estar, de onde parece que apesar da

escola enquanto contexto de vida dos adolescentes parecer ter algum efeito protector

sobre a saúde / bem-estar destes, este efeito não aparece ligado a uma diferença de

percepção face à escola.

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196

• SAÚDE POSITIVA

São os jovens da escola que mais avaliam a sua saúde como excelente. Não se

verificaram diferenças estatisticamente significativas quanto aos sintomas físicos e

psicológico, com excepção de estar de mau humor, mais frequente nos jovens da

comunidade. Também não se verificaram diferenças significativas quanto a ficar tão

triste que não aguenta, nem quanto a com quem conversa quando está triste e

preocupado. São os jovens da escola que mais avaliam a sua vida como feliz.

• COMPORTAMENTOS SEXUAIS

São os jovens da comunidade que mais referem ter tido relações sexuais. São os

jovens da escola que mais referem ter utilizado preservativo na última relação sexual.

Os jovens da comunidade são os que mais referem ter utilizado a pílula ou nenhum

método contraceptivo na última relação sexual, os jovens da escola são os que mais

utilizaram o preservativo. Não se verificaram diferenças significativas entre os jovens

da escola e da comunidade quanto ao ter tido relações sexuais sob o efeito de álcool ou

drogas.

• CONHECIMENTO, CRENÇAS E ATITUDES FACE AO VIH/SIDA

Não se verificaram diferenças significativas quanto aos conhecimento dos

modos de transmissão do VIH/SIDA, atitudes face a portadores e interlocutores

escolhidos para falar sobre VIH e outras DST entre os jovens da escola e da

comunidade.

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197

ADOLESCENTES PORTUGUESES E

ESTRANGEIROS/AFRICANOS EM PORTUGAL

Este capítulo apresenta a comparação das situações e comportamentos dos

adolescentes portugueses e estrangeiros de origem africana a viver em Portugal.

Não há diferenças em relação à distribuição destes por género mas os

adolescentes estrangeiros/ africanos desta amostra são em geral mais velhos.

Idade

11 anos 13 anos 15 anos + 16 anos

Português 11.5* 29.7* 30.2* 28.6

Estrangeiro 0.8 14.4 19.2 65.6*

(χ2=117.24,g.l.=3,p=0.000), n=995

Quanto ao local de recolha, escola e comunidade e zona de Oeiras, Marvila,

Amadora e Loures, os jovens africanos são mais frequentes na comunidade e na zona da

Amadora :

Local de Recolha

Escola Comunidade

Português 94.6* 5.4

Estrangeiro 70.0 30.0*

(χ2=111.10,g.l.=1,p=0.000), n=995

Zona

Oeiras Marvila Amadora Loures

Português 19.5 40.7* 17.6 22.3

Estrangeiro 20.0 10.4 43.6* 26.0

(χ2=105.54,g.l.=3,p=0.000), n=995

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• Nacionalidade

A maioria dos jovens estrangeiros/africanos são de Cabo Verde.

Nacionalidade

Cabo-verdiana Moçambicana Angolana São Tomense Guineense

Estrangeiro 60.8 1.6 16.8 6.0 14.8

• Grupo de Identificação

Os jovens portugueses quando questionados relativamente ao grupo de

identificação ao qual consideram fazer parte, identificam-se mais frequentemente como

“branco” e os jovens estrangeiros/africanos, identificam-se mais frequentemente

“negro”.

Grupo de Identificação

Branco Negro Asiático Mestiço Outro

Português 76.1* 16.7 0.0 6.5 0.8

Estrangeiro 2.0 85.5* 0.8* 9.7 2.0

(χ2=448.42,g.l.=4,p=0.000), n=992

• Língua que fala em casa

A maioria dos jovens refere falar português em casa, no entanto cerca de metade

dos jovens estrangeiros/africanos referem falar outra língua em casa.

Língua que fala em casa

Português Outra

Português 94.2* 5.8

Estrangeiro 54.9 45.1*

(χ2=203.15,g.l.=1,p=0.000), n=931

• Profissão dos Pais

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199

São os jovens estrangeiros/africanos que mais referem que não vêem ou não têm

pai nem mãe.

Pai com emprego

Sim Não Não sabe Não vê / não tem

Português 77.3* 11.0 4.5 7.1

Estrangeiro 60.8 13.8 10.3* 15.1*

(χ2=30.02,g.l.=3,p=0.000), n=960

Mãe com emprego

Sim Não Não sabe Não vê / não tem

Português 77.2* 18.5 1.8 2.5

Estrangeiro 69.3 23.2 2.1 5.4*

(χ2=8.60,g.l.=3,p=0.035), n=975

A razão mais referida pelos jovens portugueses para o desemprego dos pais, é o

facto de estar doente, reformado ou ser estudante e são os jovens estrangeiros/africanos

que mais referem não saber a razão desse desemprego.

Razão de desemprego do Pai

Doente, Reformado, Estudante Procura emprego Não sabe

Português 45.1* 20.9 34.1

Estrangeiro 20.8 18.8 60.4*

(χ2=10.15,g.l.=2,p=0.006), n=139

Não se verificam diferenças significativas quanto à razão de desemprego da

mãe, entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses.

Razão de desemprego da Mãe

Doente, Reformada, Estudante Procura emprego Não sabe

Português 32.0 27.9 40.2

Estrangeiro 34.7 26.5 38.8

(χ2=0.12,g.l.=2,p=0.942), n=171 (n.s.)

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200

No seguinte quadro podemos observar que são os jovens estrangeiros/africanos

que mais referem que os pais (pai e mãe) pertencem ao nível mais baixo (nível cinco).

Profissão do Pai

1 (Elevado) 2 3 4 5 (Baixo) 6

Português 1.5 5.0 21.3 48.6* 23.4 0.2

Estrangeiro 1.0 4.9 24.5 29.4 40.2* 0.0

(χ2=16.65,g.l.=5,p=0.005), n=581

Profissão da Mãe

1 (Elevado) 2 3 4 5 (Baixo) 6

Português 1.4 2.8 22.8 30.3* 42.7 0.0

Estrangeiro 0.0 0.8 19.1 13.0 67.2* 0.0

(χ2=28.98,g.l.=4,p=0.000), n=632

• Nível de Instrução dos Pais

Em relação ao nível de instrução dos pais, verificamos que são ao jovens

estrangeiros/africanos que mais referem que os pais nunca estudaram ou têm um curso

superior.

Profissão do Pai

Nunca

estudou

1ºciclo

2/3ºs ciclos

Ensino

secundário

Curso

Superior

Português 5.1 47.8* 31.3 10.4 5.5

Estrangeiro 10.8* 39.5 25.6 8.1 16.1*

(χ2=37.61,g.l.=4,p=0.000), n=916

Em relação ao nível de instrução dos pais, verificamos que são ao jovens

Estrangeiro/africanos que mais referem que as mães nunca estudaram.

Profissão da Mãe

Nunca

estudou

1ºciclo

2/3ºs ciclos

Ensino

secundário

Curso

Superior

Português 6.4 42.9 35.2* 11.9 3.6

Estrangeiro 20.3* 41.8 25.4 7.8 4.7

(χ2=43.20,g.l.=4,p=0.000), n=953

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201

• Percepção de Nível Financeiro da Família

Quando questionados relativamente ao nível financeiro da sua família, os jovens

portugueses são os que mais referem ser “muito bom / bom” e os jovens

estrangeiros/africanos são os que referem mais ser “Não muito bom / mau”.

Nível financeiro da família

Muito bom / bom Médio Não muito bom / mau

Português 43.2* 40.9 15.9

Estrangeiro 28.5 38.2 33.3*

(χ2=38.09,g.l.=2,p=0.000), n=987

• Ir para a cama com fome

Quando questionados sobre se costumam ir para a cama com fome, são ao

jovens estrangeiros/africanos que mais referem que essa situação acontece às vezes.

Ir para a cama com fome

Sempre Frequentemente Ás vezes Nunca

Português 1.4 1.9 5.7 91.0*

Estrangeiro 2.4 2.4 10.5* 84.6

(χ2=8.62,g.l.=3,p=0.035), n=983

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HÁBITOS ALIMENTARES

• Refeições

Em relação às refeições, verificamos que são ao jovens estrangeiros/africanos

que mais referem só tomar o almoço e o jantar ou comer quando calha.

Refeições

Português Estrangeiro

Pequeno almoço, almoço e jantar 85.4* 65.5

Só almoço e jantar 7.2 20.3*

Só pequeno almoço e jantar 1.2 3.0

Só pequeno almoço e almoço 0.4 1.3

Come quando calha 5.8 9.9*

(χ2=47.72,g.l.=4,p=0.000), n=958

• Tipo de alimentação

Não se verificam diferenças significativas quanto ao tipo de alimentação, entre

jovens estrangeiros/africanos e portugueses, excepto no caso do consumo de leite, os

jovens portugueses referem mais consumir leite pelo menos uma vez por dia.

Alimentos consumidos

Batata fritas Hambúrgueres...

Pelo menos

uma vez

por dia

Uma vez por

semana

Raramente

ou nunca

Pelo menos

uma vez por

dia

Uma vez por

semana

Raramente

ou nunca

Português 32.8 55.1 12.1 18.5 52.3 29.1

Estrangeiro 34.7 51.5 13.8 25.4 50.4 24.1

(χ2=1.09,g.l.=2,p=0.580), n=968 (n.s.)

(χ2=5.76,g.l.=2,p=0.056), n=956 (n.s.)

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203

Alimentos consumidos

Leite Fruta

Pelo menos

uma vez

por dia

Uma vez por

semana

Raramente

ou nunca

Pelo menos

uma vez por

dia

Uma vez por

semana

Raramente

ou nunca

Português 83.0* 7.7 9.3 77.1 17.9 5.0

Estrangeiro 72.6 13.2* 14.1* 74.1 20.3 5.6

(χ2=12.42,g.l.=2,p=0.002), n=965

(χ2=0.85,g.l.=2,p=0.654), n=956 (n.s.)

Alimentos consumidos

Vegetais Doces/chocolates

Pelo menos

uma vez

por dia

Uma vez por

semana

Raramente

ou nunca

Pelo menos

uma vez por

dia

Uma vez por

semana

Raramente

ou nunca

Português 52.3 31.9 15.8 49.8 38.5 11.7

Estrangeiro 54.7 29.6 15.7 47.9 36.9 15.3

(χ2=0.49,g.l.=2,p=0.785), n=940 (n.s.) (χ2=2.06,g.l.=2,p=0.357), n=963 (n.s.)

Alimentos consumidos

Colas/refrigerantes

Pelo menos

uma vez

por dia

Uma vez por

semana

Raramente

ou nunca

Português 63.3 26.0 10.7

Estrangeiro 68.6 22.0 9.4

(χ2=2.087,g.l.=2,p=0.352n=946 (n.s.)

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IMAGEM DO CORPO

Não se verificam diferenças significativas quanto à percepção da aparência

física, entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses.

Imagem do Corpo – aparência física / aspecto

Bom Normal Mau Não penso nisso

Português 39.8 52.7 3.5 4.0

Estrangeiro 40.9 48.5 3.0 7.7

(χ2=5.88,g.l.=3,p=0.118), n=969 (n.s.)

• Imagem do Corpo – corpo ideal

Não se verificam diferenças significativas quanto à percepção do corpo, entre

jovens estrangeiros/africanos e portugueses.

Imagem do Corpo – corpo ideal

Magro Ideal Gordo

Português 21.5 45.9 32.6

Estrangeiro 23.3 51.7 25.0

b) (χ2=4.90,g.l.=2,p=0.086), n=972 (n.s.)

• Imagem do Corpo – estar em dieta

São os jovens estrangeiros/africanos que mais referem não estar a fazer dieta

porque o seu peso está bom. Os jovens portugueses são os que mais fazem dieta ou não

fazem mas dizem precisar de perder peso.

Imagem do Corpo – estar em dieta

Não, o peso está

bom

Não, mas

preciso perder

peso

Não, mas

preciso ganhar

peso

Sim

Português 55.1 21.4* 12.7 10.8*

Estrangeiro 64.3* 15.3 14.0 6.4

(χ2=9.70,g.l.=3,p=0.021), n=968

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PRÁTICA DE ACTIVIDADE FISICA E TEMPOS LIVRES

• Prática de actividade física na última semana

Não se verificam diferenças significativas quanto à prática de actividade física,

na última semana, entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses.

Prática de actividade física na última semana

Nunca Menos de três

vezes / semana

Três vezes ou

mais / semana

Todos os dias

Português 6.3 31.1 39.3 23.2

Estrangeiro 10.4 30.8 40.8 17.9

(χ2=6.66,g.l.=3,p=0.084), n=972 (n.s.)

• Tipo de desporto

De entre os tipos de desporto mais praticados, não se verificam diferenças

significativas, entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses.

Tipo de desporto (os 3 mais praticados)

Futebol a) Voleibol b) Ginástica c)

Sim Não Sim Não Sim Não

Português 58.4 41.6 20.3 79.7 19.8 80.2

Estrangeiro 59.4 40.6 21.3 78.7 17.6 82.4

a) (χ2=0.08,g.l.=1,p=0.782). n=977 (n.s.)

b) (χ2=0.11,g.l.=1,p=0.736). n=977 (n.s.)

c) (χ2=0.57,g.l.=1,p=0.451), n=977 (n.s.)

• Ocupação dos tempos livres

Nas ocupações de tempos livres mais referidas, verificam-se diferenças

significativas, entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses, no estar e conversar

com os amigos, e ir à praia, actividades mais frequentes nos jovens portugueses.

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Ocupação dos tempos livres mais referidas

Ouvir música a) Estar com os amigos b) Ver televisão / vídeo c)

Sim Não Sim Não Sim Não

Português 93.9 6.1 89.2* 10.8 87.7 12.3

Estrangeiro 65.5 4.5 80.9 19.1* 88.1 11.9

a) (χ2=0.84,g.l.=1,p=0.360), n=985 (n.s.)

b)(χ2=11.18,g.l.=1,p=0.001), n=982

c)(χ2=0.03,g.l.=1,p=0.870), n=985 (n.s.)

Ocupação dos tempos livres mais referidas

Conversar com os amigos d) Ir à praia e)

Sim Não Sim Não

Português 90.4* 9.6 81.6* 18.4

Estrangeiro 83.6 16.4* 68.4 31.6*

d) (χ2=8.52,g.l.=1,p=0.004), n=985 e) (χ2=111.10,g.l.=1,p=0.000), n=995

• Onde passa o tempo livre

Não se verificam diferenças significativas quanto ao local onde os jovens

costumam passar o seu tempo livre, entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses.

Onde passa o tempo livre

Português Estrangeiro

Em casa 62.7 57.1

Na rua 26.8 29.8

No centro de juventude 2.2 5.1

No centro desportivo 2.0 2.0

No café 0.7 0.0

Outro 5.5 6.1

(χ2=6.6575,g.l.=5,p=0.248), n=739 (n.s.)

• Número de horas a ver televisão

Não se verificam diferenças significativas quanto ao número de horas que os

jovens passam a ver televisão durante a semana, entre jovens estrangeiros/africanos e

portugueses. Ao fim-de-semana, são os jovens portugueses que mais referem ver

televisão uma a duas horas por dia.

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207

Número de horas a ver televisão

Semana a) Fim-de-semana b)

½ hora ou

menos

Uma a

duas horas

Três horas

ou mais

½ hora ou

menos

Uma a

duas horas

Três horas

ou mais

Português 2.3 51.6 46.1 2.3 44.3* 53.4

Estrangeiro 2.5 44.8 52.7 5.1 36.3 58.6

a) (χ2=3.39,g.l.=2,p=0.184), n=977 (n.s.) b) (χ2=8.08,g.l.=2,p=0.018), n=969

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208

USO DE SUBSTÂNCIAS

• Experimentar tabaco

Não se verificam diferenças significativas quanto à experimentação de tabaco,

entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses.

Experimentar tabaco

Sim Não

Português 31.4 68.6

Estrangeiro 30.1 69.9

(χ2

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209

• Consumo de bebidas alcoólicas

Não se verificam diferenças significativas quanto ao consumo de cerveja, vinho

nem bebidas destiladas, entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses.

Consumo de bebidas alcoólicas

Cerveja a) Vinho b)

Todo

s os

dias

Todas as

semanas /

meses

Raramente Nunca Todos

os dias

Todas as

semanas /

meses

Rarame

nte

Nunca

Português 0.1 4.2 25.3 70.3 0.1 1.0 11.2 87.7

Estrangeiro 0.4 5.1 27.4 67.1 0.0 0.4 16.4 83.2

a) (χ2=1.60,g.l.=3,p=0.660), n=952 (n.s.) b) (χ2=4.95,g.l.=3,p=0.175), n=939 (n.s.)

Consumo de bebidas alcoólicas

Bebidas destiladas

Todos os

dias

Todas as

semanas /

meses

Raramente Nunca

Português 0.4 5.4 33.3 60.8

Estrangeiro 0.0 0.7 39.0 54.4

a) (χ2=4.40,g.l.=3,p=0.222), n=976 (n.s.)

• Embriaguez

São os jovens estrangeiros/africanos que mais referem ter consumido bebidas

alcoólicas em excesso (embriaguez), quatro ou mais vezes.

Embriaguez

Nunca Uma a três vezes Quatro vezes ou mais

Português 74.2* 14.4 11.3

Estrangeiro 61.1 18.9 20.1*

(χ2=17.18,g.l.=2,p=0.000), n=985

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210

• Experimentação de drogas ilícitas

Não se verificam diferenças significativas quanto à experimentação dos

seguintes tipos de drogas, entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses.

Experimentar os seguintes produtos

Português Estrangeiro

Sim Não Sim Não

Haxixe a) 6.0 94.0 9.2 90.8

Medicamentos usados como drogas b) 9.4 90.6 7.6 92.4

Estimulantes c) 1.3 98.8 0.8 99.2

Cola ou solvente d) 0.4 99.6 1.3 98.7

Ecstasy e) 0.7 99.3 0.4 99.6

a) (χ2=3.01,g.l.=1,p=0.083), n=961 (n.s.)

b)(χ2=0.68,g.l.=1,p=0.409), n=953 (n.s.)

b) (χ2=0.26,g.l.=1,p=0.611), n=957 (n.s.)

c) (χ2=2.06,g.l.=1,p=0,151), n=960 (n.s.)

d) (χ2=0.21,g.l.=1,p=0.645), n=961 (n.s.)

• Primeira experiência com drogas

Não se verificam diferenças significativas quanto à idade da primeira

experiência com drogas, entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses.

Idade da 1ª experiência com drogas

11 anos ou menos 12 a 13 anos 14 anos ou mais

Português 5.7 30.2 64.2

Estrangeiro 0.0 364.8 65.2

(χ2=1.41,g.l.=2,p=0.494), n=76 (n.s.)

• Consumo de droga no último mês

Não se verificam diferenças significativas quanto ao consumo de drogas, no

último mês, entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses.

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211

Consumo de drogas no último mês

Nenhuma Uma vez Mais do que

uma vez

Consumo

regular

Português 97.0 1.3 1.2 0.4

Estrangeiro 95.1 2.5 1.5 1.0

(χ2=2.14,g.l.=3,p=0.543), n=871 (n.s.)

• Consumo de haxixe ao longo da vida

São os jovens estrangeiros/africanos que mais referem ter consumido haxixe,

três ou mais vezes, ao longo da vida.

Consumo de haxixe ao longo da vida

Nunca Uma ou duas vezes Mais de três vezes

Português 94.8* 2.7 2.5

Estrangeiro 90.8 3.8 5.5*

(χ2=5.99,g.l.=2,p=0.050) n=968

• Consumo de haxixe no último ano

São os jovens estrangeiros/africanos que mais referem ter consumido haxixe, no

último ano.

Consumo de haxixe no último ano

Consumiu Não consumiu

Português 3.8 96.2*

Estrangeiro 7.2* 92.8

(χ2=2.37,g.l.=1,p=0.037), n=932

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212

VIOLÊNCIA

• Envolvimento em lutas

Não se verificam diferenças significativas quanto ao envolvimento em lutas, no

último ano, entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses.

Envolvimento em lutas no último ano

Nunca 1 a 3 vezes 4 ou mais vezes

Português 56.3 33.2 10.5

Estrangeiro 53.6 37.1 9.3

(χ2=1.35,g.l.=2,p=0.510), n=989 (n.s.)

Os jovens portugueses são os mais referem ter lutado com um irmão ou irmã e

os jovens estrangeiros/africanos referem mais ter lutado com o namorado ou namorada.

Com quem lutaste

Português Estrangeiro

Com um estranho 16.6 24.1

Com o pai / mãe / adulto da família 1.8 0.9

Com a irmã/irmão 10.4* 1.9

Com o namorado (a) 0.0 1.9*

Com um amigo/conhecido 52.5 53.7

Outra pessoa 18.7 17.6

(χ2=16.21,g.l.=5,p=0.006), n=434

• Lesões ocorridas no último ano

Não se verificam diferenças significativas quanto ao número de lesões, no

último ano, entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses.

Lesões no último ano

Nunca 1 a 3 vezes 4 ou mais vezes

Português 57.1 40.1 2.9

Estrangeiro 63.7 33.1 3.3

(χ2=3.80,g.l.=2,p=0.149), n=979 (n.s.)

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213

• Comportamentos de provocação

Não se verificam diferenças significativas quanto aos comportamentos de

provocação, nem como vitima nem como agressor, entre jovens estrangeiros/africanos e

portugueses.

Provocado na escola (últimos 2 meses)

Nunca Uma vez / semana Várias vezes / semana

Português 54.9 35.3 9.8

Estrangeiro 53.6 37.5 8.9

(χ² = 0.41., g. l. = 2, p=0.814). n=952 (n.s.)

Provocar na escola (últimos 2 meses)

Nunca Uma vez / / semana Várias vezes / semana

Português 67.4 28.2 4.4

Estrangeiro 70.5 22.7 6.8

(χ² = 4.10, g. l. = 2, p=0.129). n=947 (n.s.)

• Tipos de comportamentos de provocação

Não se verificam diferenças significativas quanto à forma como foram

provocados, entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses, excepto no caso de gozar

com religião e com a cor da pele, são os jovens estrangeiros/africanos que mais referem

ser provocados desta forma.

Foram provocados...

Português Estrangeiro

Gozar, chamar nomes, fazer troça... (n=948) 25.9 23.3

Dizer mentiras, espalhar boatos... (n=934) 17.9 21.4

Fazer comentários ou gestos ordinários, e/ou piadas

Sexuais... (n=932)

13.6 11.4

Excluir, deixar fora de actividades de propósito... (n=932) 8.6 9.8

Bater, pontapear, dar encontrões e empurrões... (n=928) 6.0 8.1

Gozar com a cor da pele... (n=926) 4.7 12.5

Gozar com a religião... (n=908) 3.1 6.9

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Gozar com a cor da pele... a) Gozar com a religião... b)

Não Sim Não Sim

Português 95.3* 4.7 96.9* 3.1

Estrangeiro 87.5 12.5* 93.1 6.9*

a) (χ² = 16.05, g. l. = 1, p= 0.000). n=926 b) (χ² = 6.00, g. l. = 1, p= 0.014). n=908

Não se verificam diferenças significativas quanto à forma como provocaram,

entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses, excepto no caso de gozar com

religião, são os jovens estrangeiros/africanos que mais referem provocar desta forma.

Provocaram...

Português Estrangeiro

Gozar, chamar nomes, fazer troça... (n=948) 19.2 22.4

Dizer mentiras, espalhar boatos... (n=938) 5.8 6.5

Fazer comentários/gestos ordinários, piadas Sexuais (n=944) 10.2 11.1

Excluir, deixar fora de actividades de propósito... (n=940) 8.6 8.4

Bater, pontapear, dar encontrões e empurrões... (n=942) 11.7 10.2

Gozar com a cor da pele... (n=939) 6.2 6.0

Gozar com a religião... (n=939) 3.2 7.0

Gozar com a religião... a)

Não Sim

Português 96.8* 3.2

Estrangeiro 93.0 7.0*

(χ² = 6.16, g. l. = 3, p= 0.013 n=939

• Utilização de armas no último mês

Não se verificam diferenças significativas quanto andar com armas, no último

mês, entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses.

Andar com armas (último mês)

Nunca Uma vez / semana Várias vezes / semana

Português 87.2 4.4 8.5

Estrangeiro 90.3 3.4 6.3

(χ² = 1.71, g. l. = 2, p=0.425). n=970 (n.s.)

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215

• Tipo de armas utilizadas no último mês

Não se verificam diferenças significativas quanto ao tipo de armas utilizadas, no

último mês, entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses.

Tipo de arma

Português Estrangeiro

Faca ou canivete 76.1 73.3

Pulseiras de aço 2.2 0.0

Pau ou taco 5.4 6.7

Gás lacrimógéneo / spray 0.0 3.3

Pistola 7.6 8.7

Outra 10.0 6.7

(χ² = 4.07, g. l. = 5, p= 0.539 n=122 (n.s.)

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216

AMBIENTE FAMILIAR

• Com quem mora

São os jovens estrangeiros/africanos que mais referem não morar com o pai ou

com a mãe.

Morar com...

Pai a) Mãe b)

Sim Não Sim Não

Português 72.3* 27.7 88.3* 11.7

Estrangeiro 43.7 56.3* 74.9 25.1*

a) (χ2=66.62,g.l.=1,p=0.000), n=984 b) (χ2=26.21,g.l.=1,p=0.000), n=985

• Quanto tempo mora em casa

São os jovens portugueses que mais referem viver a maior parte do tempo, na

casa onde moram.

Morar em casa

Todo o tempo A maior parte do

tempo

Metade do tempo

Português 63.8 23.9* 12.2

Estrangeiro 67.5 16.3 16.3

(χ2=7.57,g.l.=2,p=0.023), n=981

• Pessoas que moram em casa

São os jovens estrangeiros/africanos que mais referem morar com seis pessoas

ou mais.

Quantas pessoas moram em casa

1 pessoa 2 a 3 pessoas 4 a 5 pessoas Mais de 6 pessoas

Português 1.6 49.7* 32.7 15.9

Estrangeiro 1.3 28.5 38.1 32.2*

(χ2=44.17,g.l.=3,p=0.000), n=975

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• Mudanças no agregado familiar

São os jovens estrangeiros/africanos que mais referem que, nos últimos cinco

anos, alguém que vivia em casa mudou de casa.

Alguém que vivia em casa mudou de casa

Não Sim

Português 83.4* 16.6

Estrangeiro 68.8 31.2*

(χ2=23.27,g.l.=1,p=0.000), n=961

São os jovens estrangeiros/africanos que mais referem que, nos últimos cinco

anos, alguém que não vivia veio viver para casa.

Alguém que não vivia veio viver para casa

Não Sim

Português 67.9* 32.1

Estrangeiro 52.1 47.9*

(χ2=19.31,g.l.=1,p=0.000), n=974

• Número de irmãos

São os jovens estrangeiros/africanos que mais referem ter entre dois e dez

irmãos, os jovens portugueses são os que mais referem ter um ou nenhum irmão.

Número de irmãos

Não tem Um irmão Entre dois e

cinco irmãos

Entre cinco e

dez irmãos

Mais de 10

irmãos

Português 17.4* 35.5* 41.9 4.3 0.8

Estrangeiro 11.4 10.0 63.0* 14.2* 1.4

(χ2=76.61,g.l.=4,p=0.000), n=813

• Comunicação familiar

São os jovens portugueses que mais referem ser fácil falar com a mãe e com o

pai.

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Facilidade em falar com a mãe a) Facilidade em falar com o pai b)

Fácil Difícil Não tem /

não vê

Fácil Difícil Não tem /

não vê

Português 75.5* 21.0 3.5 47.8* 39.3 12.9

Estrangeiro 57.7 32.4* 9.9* 27.9 40.7 31.4*

a) (χ2=30.45,g.l.=2,p=0.000), n=931 b)(χ2=45.63,g.l.=2,p=0.000), n=886

• Preocupação com os pais e com as coisas de casa

Em relação à preocupação com os pais e com as coisas de casa, não se verificam

diferenças significativas, entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses.

Preocupação com os pais e com as coisas de casa

Nunca Às vezes Muitas vezes Sempre

Português 20.4 43.4 21.2 15.0

Estrangeiro 14.4 46.6 21.2 17.8

(χ2=4.65,g.l.=3,p=0.199), n=967 (n.s.)

RELAÇÕES DE AMIZADE E GRUPO DE PARES

• Número de amigos

Os jovens estrangeiros/africanos são os que mais referem ter nenhum amigo.

Número de amigos

Nenhum Um Dois Três ou mais

Português 2.8 9.7 13.4 74.0*

Estrangeiro 8.5* 13.8 17.4 60.3

(χ2=23.70,g.l.=3,p=0.000), n=986

• Facilidade de arranjar amigos

São os jovens estrangeiros/africanos que mais referem ser difícil arranjar novos

amigos.

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Facilidade de arranjar amigos

Fácil Difícil

Português 88.4* 11.6

Estrangeiro 83.2 16.8*

(χ2=4.52,g.l.=1,p=0.034), n=992

• Ficar com os amigos depois das aulas

Em relação a ficar com os amigos depois das aulas, não se verificam diferenças

significativas, entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses.

Ficar com os amigos depois das aulas

Nenhum dia Um dia Dois ou mais dias

Português 13.9 9.0 77.1

Estrangeiro 13.8 5.2 81.0

(χ2=3.537,g.l.=2,p=0.171), n=966 (n.s.)

• Sair à noite com os amigos

São os jovens estrangeiros/ africanos que mais referem sair com os amigos à

noite.

Sair à noite com os amigos

Nenhum dia Um dia Dois dias Três dias ou

mais

Português 52.0* 15.1 14.4 18.5

Estrangeiro 42.5 16.2 16.2 25.1*

(χ2=7.97,g.l.=3,p=0.047), n=989

AMBIENTE ESCOLAR

• Gostar da escola

Em relação ao gostar da escola, não se verificam diferenças significativas, entre

jovens estrangeiros/africanos e portugueses.

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Gostar da escola

Sim Não

Português 76.6 23.4

Estrangeiro 76.7 23.3

(χ2=.002,g.l.=1,p=0.966), n=974 (n.s.)

• Aborrecido ir à escola

Em relação a achar a escola aborrecida, não se verificam diferenças

significativas, entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses.

Aborrecido ir à escola

Sempre/frequentemente Às vezes Raramente/nunca

Português 24.9 40.8 34.3

Estrangeiro 20.0 45.8 34.2

(χ2=2.712,g.l.=2,p=0.258), n=957 (n.s.)

• Faltar às aulas

Os jovens portugueses são os que mais referem que nunca faltam às aulas e só

faltam quando estão doentes, os jovens estrangeiros/africanos são os que mais referem

faltar às aulas, às vezes, muito ou nunca vão às aulas.

Faltar às aulas

Nunca/doente Às vezes Muito Não vai às aulas

Português 66.3* 28.9 4.6 0.3

Estrangeiro 41.8 46.5* 8.0* 3.8*

(χ2=54.10,g.l.=3,p=0.000), n=937

• Segurança na escola

Em relação à segurança na escola, não se verificam diferenças significativas,

entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses.

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221

Segurança na escola

Sempre Às vezes Nunca

Português 37.7 56.8 5.4

Estrangeiro 44.6 49.4 6.1

(χ2=3.99,g.l.=2,p=0.136), n=965 (n.s.)

• Percepção dos professores sobre a capacidade académica

Não se verificam diferenças significativas, quanto à percepção dos professores

sobre a capacidade académica, entre estrangeiros/africanos e portugueses.

Percepção dos professores sobre a capacidade académica

Muito boa Boa / Média Inferior à média

Português 7.2 86.1 6.7

Estrangeiro 9.8 83.0 7.2

(χ2=1.76,g.l.=2,p=0.414), n=968 (n.s.)

• Os alunos da turma

Em relação aos alunos da turma gostarem de estar juntos, não se verificam

diferenças significativas, entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses.

Os alunos da turma gostam de estar juntos

Verdade Nem verdadeiro

nem falso

Falso

Português 68.4 26.1 5.4

Estrangeiro 67.7 26.1 6.2

(χ2=0.19,g.l.=2,p=0.910), n=1445961 (n.s.)

Não se verificam também diferenças significativas, quanto aos colegas serem

simpáticos e prestáveis.

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222

Os colegas são simpáticos e prestáveis

Verdade Nem verdadeiro nem falso Falso

Português 64.6 26.5 8.9

Estrangeiro 61.4 30.9 7.6

(χ2=1.81,g.l.=2,p=0.405), n=955 (n.s.)

Em relação aos colegas os aceitarem como são, não se verificam diferenças

significativas, entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses.

Os colegas aceitam-me como sou

Verdade Nem verdadeiro nem

falso

Falso

Português 73.7 18.4 7.9

Estrangeiro 68.7 20.7 10.6

(χ2=2.53,g.l.=2,p=0.282), n=961 (n.s.)

• Ficar sozinho na escola

São os jovens estrangeiros/africanos que mais referem que, às vezes, ficam

sozinhos na escola.

Ficar sozinho na escola

Nunca 1 ou 2 vezes Algumas vezes 1 vez ou mais

por semana

Português 77.3 14.3 5.7 2.8

Estrangeiro 76.2 9.3 11.2* 3.3

(χ2=10.50,g.l.=3,p=0.015), n=936

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223

SAÚDE POSITIVA

• Percepção de saúde

São os jovens portugueses que mais referem que a sua saúde é excelente.

Percepção de saúde

Excelente Boa Razoável Má

Português 26.7* 54.9 17.5 0.9

Estrangeiro 18.8 51.0 28.6* 1.6

(χ2=17.12,g.l.=3,p=0.001), n=983

• Sintomas físicos

Não se verificam diferenças significativas, entre jovens estrangeiros/africanos e

portugueses.

Sintomas físicos

Português Estrangeiro

Sim Não Sim Não

Dor de cabeça a) 37.0 63.0 34.4 65.6

Dor de estômago b) 34.1 65.9 31.7 68.3

a) (χ2=0.48,g.l.=1,p=0.491), n=913 (n.s.) b) (χ2=0.45,g.l.=1,p=0.504), n=913 (n.s.) • Sintomas psicológicos

Não se verificam diferenças significativas, entre jovens estrangeiros/africanos e

portugueses, excepto no humor: são os jovens estrangeiros/africanos que mais referem

estar de mau humor.

Sintomas psicológicos

Português Estrangeiro

Sim Não Sim Não

Estar deprimido (com tristeza) a) 62.1 37.9 58.1 41.9

Estar de mau humor b) 53.3 46.7* 61.2* 38.8

Estar nervoso c) 62.6 37.4 60.6 39.4

a) (χ2=1.13,g.l.=1,p=0.29), n=929 (n.s.)

b) (χ2=4.23,g.l.=1,p=0.040), n=931

c)(χ2=0.29,g.l.=1,p=0.589), n=950 (n.s.)

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224

• Ficar tão triste que não aguenta

Os jovens estrangeiros/africanos são os que mais referem, quase sempre, ficar

tão tristes que não aguentam.

Ficar tão triste que não aguenta

Raramente/nunca Às vezes Quase sempre

Português 52.3* 44.0 3.7

Estrangeiro 45.0 48.3 6.7*

(χ2=6.38,g.l.=2,p=0.041), n=968

• Com quem conversa quando está triste e preocupado

Os jovens portugueses são os que mais referem que quando estão tristes ou

preocupados conversam com uma pessoa da família. Os jovens estrangeiros/africanos

são os que mais referem não conversar com ninguém.

Quando está triste e preocupado conversa com...

Português Estrangeiro

Pessoa de família 27.5* 14.9

Adulto que conhece (professor, vizinho, etc.) 2.7 2.1

Com um(a) amigo(a) mais ou menos da mesma idade 45.0 44.7

Com um(a) amigo(a) mais velho(a) 5.7 9.0

Não fala com ninguém 19.1 29.3*

(χ2=18.12,g.l.=4,p=0.001), n=712

• Percepção de felicidade

Os jovens portugueses são os que mais referem sentir felicidade.

Percepção da felicidade

Feliz Infeliz

Português 78.2* 21.8

Estrangeiro 70.0 30.0*

(χ2=6.86,g.l.=1,p=0.009), n=992

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225

COMPORTAMENTOS SEXUAIS

• Relações sexuais

Os jovens estrangeiros/africanos referem mais já ter tido relações sexuais.

Relações sexuais

Sim Não

Português 27.8 72.2*

Estrangeiro 68.6* 31.4

(χ2=130.33,g.l.=1,p=0.000), n=987

• Idade da primeira relação sexual

Dos adolescentes que já tiveram relações sexuais, não se verificam diferenças

significativas, entre os adolescentes portugueses e os estrangeiros, em relação à idade da

primeira relação sexual.

Idade da primeira relação sexual

(jovens que referem já ter tido relações sexuais)

11 anos ou menos Entre 12 e 13 anos 14 anos ou mais

Português 13.0 27.5 59.5

Estrangeiro 21.8 27.3 50.9

(χ2=5.34,g.l.=2,p=0.069), n=365 (n.s.)

• Utilização de preservativo na última relação sexual

Dos adolescentes que já tiveram relações sexuais, são os adolescentes

portugueses que mais referem ter utilizado preservativo na última relação sexual.

Utilização de preservativo na última relação sexual

(jovens que referem já ter tido relações sexuais)

Sim Não

Português 70.4* 29.6

Estrangeiro 51.2 48.8*

(χ2=14.03,g.l.=1,p=0.000), n=365

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226

• Métodos contraceptivos utilizados na última relação sexual

Dos adolescentes que já tiveram relações sexuais, não se verificam diferenças

significativas, entre os adolescentes portugueses e os estrangeiros, em relação aos

métodos contraceptivos utilizados na última relação sexual.

Métodos contraceptivos utilizados na última relação sexual

(jovens que referem já ter tido relações sexuais)

Português Estrangeiro

Sim Não Sim Não

Preservativo a) 94.3 5.7 87.9 12.1

Pílula b) 47.6 52.4 50.0 50.0

Coito interrompido c) 14.7 85.3 17.9 82.1

a) (χ2=3.03,g.l.=1,p=0.082), n=232 (n.s.)

b) (χ2=0.10,g.l.=1,p=0.754), n=173 (n.s.)

c) (χ2=0.24,g.l.=1,p=0.622), n=131 (n.s.)

• Relação sexual sob o efeito de álcool ou drogas

Dos adolescentes que já tiveram relações sexuais, não se verificam diferenças

significativas, entre os adolescentes portugueses e os estrangeiros, quanto ao ter tido

relações sexuais sob o efeito de álcool ou drogas.

Relação sexual sob o efeito de álcool ou drogas

(jovens que referem já ter tido relações sexuais)

Sim Não

Português 6.4 93.6

Estrangeiro 6.9 93.4

(χ2=0.03,g.l.=1,p=0.867), n=362 (n.s.)

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227

CONHECIMENTO, CRENÇAS E ATITUDES FACE AO VIH/SIDA

• Conhecimento dos modos de transmissão do VIH/SIDA

Em relação ao conhecimento dos modos de transmissão do VIH/SIDA, não se

verificam diferenças significativas, entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses.

Conhecimento dos modos de transmissão do VIH/SIDA

Todas as respostas correctas Pelo menos uma resposta incorrecta

Português 14.4 85.6

Estrangeiro 16.5 83.5

(χ2=0.622,g.l.=1,p=0.430), n=934 (n.s.)

• Fontes de informação / aprendizagem

São os jovens portugueses que mais referem não consultar folhetos, e falar com

os pais. O s jovens estrangeiros/africanos são os que mais referem recorrer a programas

de televisão como fonte de informação e aprendizagem no âmbito do VIH/SIDA.

Fontes de informação / aprendizagem mais referidas

Folhetos a) Programa de TV b) Falar com os Amigos c)

Sim Não Talvez Sim Não Talvez Sim Não Talvez

Português 72.7 9.4* 18.0 68.6 9.7 21.8* 62.4 14.8 22.8

Estrangeiro 76.9 3.7 19.4 80.8* 6.1 13.1 63.2 10.7 26.0

Fontes de informação / aprendizagem mais referidas

Falar com os pais d) Internet e)

Sim Não Talvez Sim Não Talvez

Português 60.1* 16.4 23.5 56.1 18.6 25.3

Estrangeiro 41.4 23.0* 35.7* 50.6 19.0 30.3

a) (χ2 = 7.98, g.l.=2, p=0.019). n=977

b) (χ2 = 13.58, g.l.=2, p=0.001). n=970

c) (χ2 = 3.02, g.l.=2, p=0.221). n=971 (n.s.)

d) (χ2 = 25.96, g.l.=2, p=0.000). n=975

e) (χ2 = 2.62, g.l.=2, p=0.270). n=962 (n.s.)

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228

• Atitudes face aos portadores de VIH/SIDA

Em relação às atitudes face aos portadores de VIH/SIDA, não se verificam

diferenças significativas, entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses.

Atitudes face aos portadores de VIH/SIDA

Atitude “mais positiva” Atitude “mais negativa”

Português 32.4 67.6

Estrangeiro 29.5 70.5

(χ2=0.71,g.l.=1,p=0.399), n=969 (n.s.)

• Comunicação/diálogo com os outros sobre VIH/SIDA

A maioria dos jovens refere que se sente muito à vontade para conversar com as

pessoas da mesma idade sobre SIDA e outras DST, não se verificam diferenças

significativas, entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses.

Em relação a conversar com um dos pais (ou adulto que tome conta) sobre SIDA

e outras DST. São os jovens estrangeiros/africanos que mais referem que se sentem

pouco à vontade ou não fala com os pais sobre esse assunto.

Comunicação/diálogo com os outros sobre VIH/SIDA

Conversar com as pessoas da

minha idade sobre SIDA e outras

DST a)

Conversar com um dos meus pais

(ou adulto que tome conta) sobre

SIDA e outras DST b)

Muito à

vontade

Pouco à

vontade

Não falo

com eles

sobre isso

Muito à

vontade

Pouco à

vontade

Não falo

com eles

sobre isso

Português 67.8 16.2 15.9 53.8* 26.9 19.3

Estrangeiro 73.3 15.0 11.7 32.5 33.7* 33.7*

a) (χ2=3.15,g.l.=2,p=0.207), n=981 (n.s.) b) (χ2=36.58,g.l.=2,p=0.000), n=974

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229

SÍNTESE – COMPARAÇÃO ENTRE PORTUGUESES E ESTRANGEIROS /

AFRICANOS EM PORTUGAL

Os adolescentes incluídos na amostra encontram-se distribuídos em

percentagens idênticas no que se refere ao género e os portugueses são mais novos. A

maioria dos jovens estrangeiros/africanos são de Cabo Verde.

Os jovens portugueses quando questionados relativamente ao grupo de

identificação ao qual consideram fazer parte, identificam-se mais frequentemente como

“branco” e os jovens estrangeiros/africanos, identificam-se mais frequentemente

“negro”. Cerca de metade dos jovens estrangeiros/africanos referem falar outra língua

em casa.

São os jovens estrangeiros/africanos que mais referem que não vêem ou não têm

pai nem mãe. A razão mais referida pelos jovens portugueses para o desemprego dos

pais, é o facto de estar doente, reformado ou ser estudante, são os jovens

estrangeiros/africanos que mais referem não saber a razão desse desemprego. Não se

verificam diferenças significativas quanto à razão de desemprego da mãe, entre jovens

estrangeiros/africanos e portugueses, mas estes referem mais que os pais (pai e mãe)

pertencem a um nível baixo (nível cinco). Em relação ao nível de instrução dos pais,

verificamos que são ao jovens estrangeiros/africanos que mais referem que os pais

nunca estudaram ou têm um curso superior, verificamos que são ao jovens

estrangeiros/africanos que mais referem que as mães nunca estudaram. Os jovens

portugueses são os que mais referem que o nível financeiro da sua família ser “muito

bom / bom” São ao jovens estrangeiros/africanos que mais referem que, às vezes,

costumam ir para a cama com fome.

• HÁBITOS ALIMENTARES

Em relação às refeições, verificamos que são ao jovens estrangeiros/africanos

que mais referem só tomar o almoço e o jantar ou comer quando calha. Não se

verificam diferenças significativas quanto ao tipo de alimentação, entre jovens

estrangeiros/africanos e portugueses, excepto no caso do consumo de leite, os jovens

portugueses referem mais consumir leite pelo menos uma vez por dia.

• IMAGEM DO CORPO

Não se verificam diferenças significativas quanto à percepção da aparência física

e quanto à percepção do corpo, entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses. São os

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230

jovens estrangeiros/africanos que mais referem não estar a fazer dieta porque o seu peso

está bom. Os jovens portugueses são os que mais fazem dieta ou não fazem mas dizem

precisar de perder peso.

• PRÁTICA DE ACTIVIDADE FISICA E TEMPOS LIVRES

Não se verificam diferenças significativas quanto à prática de actividade física,

na última semana, nem quanto aos tipos de desporto mais praticados entre jovens

estrangeiros/africanos e portugueses. De entre as ocupações de tempos livres mais

referidas, verificam-se diferenças significativas, entre jovens estrangeiros/africanos e

portugueses, no caso de estar e conversar com os amigos e ir à praia, são os jovens

portugueses que referem mais ocupar o seu tempo livre dessa forma. Não se verificam

diferenças significativas quanto ao local onde os jovens costumam passar o seu tempo

livre, entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses. Não se verificam diferenças

significativas quanto ao número de horas que os jovens passam a ver televisão durante a

semana, entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses. Ao fim-de-semana, são os

jovens portugueses que mais referem ver televisão uma a duas horas por dia.

• USO DE SUBSTÂNCIAS

Não se verificam diferenças significativas quanto à experimentação de tabaco,

álcool e drogas, entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses. São os jovens

estrangeiros/africanos que mais referem consumir tabaco pelo menos uma vez por mês.

Não se verificam diferenças significativas quanto ao consumo de cerveja, vinho nem

bebidas destiladas. São os jovens estrangeiros/africanos que mais referem ter consumido

bebidas alcoólicas em excesso (embriaguez), quatro ou mais vezes. Não se verificam

diferenças significativas quanto à idade da primeira experiência com drogas. Não se

verificam diferenças significativas quanto ao consumo de drogas, no último mês. São os

jovens estrangeiros/africanos que mais referem ter consumido haxixe, três ou mais

vezes, ao longo da vida e que mais referem ter consumido haxixe, no último ano.

• VIOLÊNCIA

Não se verificam diferenças significativas quanto ao envolvimento em lutas, aos

comportamentos de provocação, nem como vitima nem como agressor, ao número de

lesões, no último ano e ao andar com armas. Os jovens portugueses são os mais referem

ter lutado com um irmão ou irmã e os jovens estrangeiros/africanos referem mais ter

lutado com o namorado ou namorada. No caso de gozar com religião e com a cor da

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231

pele, são os jovens estrangeiros/africanos que mais referem ser provocados desta forma

e no caso de gozar com religião, são ainda os jovens estrangeiros/africanos que mais

referem provocar desta forma.

• AMBIENTE FAMILIAR

Os jovens estrangeiros/africanos são os que mais referem não morar com o pai

ou com a mãe. São os jovens portugueses que mais referem morar, a maior parte do

tempo, em casa. Os jovens estrangeiros/africanos referem mais morar com seis pessoas

ou mais e nos últimos cinco anos, alguém que vivia em casa mudou de casa e/ ou

alguém que não vivia veio viver para casa; referem mais ter entre dois e dez irmãos,

enquanto que os jovens portugueses são os que mais referem ter um ou nenhum irmão.

São os jovens portugueses que mais referem ser fácil falar com a mãe e com o pai. Em

relação à preocupação com os pais e com as coisas de casa, não se verificam diferenças

significativas.

• RELAÇÕES DE AMIZADE E GRUPO DE PARES

Os jovens estrangeiros/africanos são os que mais referem ter nenhum amigo e

ser difícil arranjar novos amigos. Em relação a ficar com os amigos depois das aulas,

não se verificam diferenças significativas. São os jovens portugueses que mais referem

não sair nenhum dia com os amigos à noite.

• AMBIENTE ESCOLAR

Em relação ao gostar da escola, a achar a escola aborrecida e à segurança na

escola, não se verificam diferenças significativas. Os jovens portugueses são os que

mais referem que nunca faltam às aulas e só faltam quando estão doentes, os jovens

estrangeiros/africanos são os que mais referem faltar às aulas, às vezes, muito ou nunca

vão às aulas. Não se verificam diferenças significativas, quanto à percepção dos

professores sobre a capacidade académica, entre jovens estrangeiros/africanos e

portugueses. Em relação aos alunos da turma gostarem de estar juntos, quanto aos

colegas serem simpáticos e prestáveis e aos colegas os aceitarem como são não se

verificam diferenças significativas. São os jovens estrangeiros/africanos que mais

referem que, às vezes, ficam sozinhos na escola.

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232

• SAÚDE POSITIVA

São os jovens portugueses que mais frequentemente referem que a sua saúde é

excelente. Os jovens estrangeiros/africanos referem mais que a sua saúde é razoável.

Em relação aos sintomas físicos, nomeadamente, dores de cabeça e dores de estômago,

não se verificam diferenças significativas. Em relação aos sintomas psicológicos,

nomeadamente, estar deprimido e estar nervoso, não se verificam diferenças

significativas. São os jovens estrangeiros/africanos que mais referem estar de mau

humor, e são os que mais referem, quase sempre, ficar tão tristes que não aguentam. Os

jovens portugueses são os que mais referem que quando estão tristes ou preocupados

conversam com uma pessoa da família. Os jovens estrangeiros/africanos são os que

mais referem não conversar com ninguém. Os jovens portugueses são os que mais

referem sentir felicidade.

• COMPORTAMENTOS SEXUAIS

Os jovens estrangeiros/africanos são os que mais referem já ter tido relações

sexuais. Dos adolescentes que já tiveram relações sexuais, não se verificam diferenças

significativas, entre os adolescentes portugueses e os estrangeiros, em relação à idade da

primeira relação sexual, nem em relação aos métodos contraceptivos utilizados na

última relação sexual, nem quanto ao ter tido relações sexuais sob o efeito de álcool ou

drogas. Dos adolescentes que já tiveram relações sexuais, são os adolescentes

portugueses que mais referem ter utilizado preservativo na última relação sexual.

• CONHECIMENTO, CRENÇAS E ATITUDES FACE AO VIH/SIDA

Em relação ao conhecimento dos modos de transmissão do VIH/SIDA, não se

verificam diferenças significativas. Em relação às fontes de informação / aprendizagem

mais referidas, são os jovens portugueses que mais referem não consultar folhetos, e

falar com os pais. Os jovens estrangeiros/africanos são os que mais referem recorrer a

programas de televisão como fonte de informação e aprendizagem no âmbito do

VIH/SIDA. Em relação às atitudes face aos portadores de VIH/SIDA, não se verificam

diferenças significativas, entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses. A maioria

dos jovens refere que se sente muito à vontade para conversar com as pessoas da

mesma idade sobre SIDA e outras IST’S, e não se verificam diferenças significativas,

entre jovens estrangeiros/africanos e portugueses. Em relação a conversar com um dos

pais (ou adulto que tome conta) sobre SIDA e outras IST´S, são os jovens

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estrangeiros/africanos que mais referem que se sentem pouco à vontade ou não falam

com os pais sobre esse assunto.

SINTESE ESTUDO QUANTITATIVO “ETNICIDADE E RISCO”

DADOS SÓCIO-DEMOGRÁFICOS

A maioria dos adolescentes que constitui a amostra recolhida na escola é de

nacionalidade portuguesa. Os adolescentes quando questionados relativamente ao grupo

de identificação de que se consideram parte, identificam-se mais frequentemente como

“branco”. Os adolescentes referem na maioria que falam português em casa. A maioria

dos pais dos adolescentes têm emprego. A maior parte dos pais pertence a um nível

baixo (nível quatro e cinco). Em relação ao nível de instrução dos pais, verificamos que

a maior parte dos pais tem o 1º ciclo. Quando questionados relativamente ao nível

financeiro da sua família, mais de um terço refere que é “muito bom / bom”.

No entanto, tomando como referência o estudo nacional HBSC (Matos et al,

2003), verifica-se que os adolescentes do presente estudo têm uma média de idade mais

alta (14.4 vs 14.0), são em maior percentagem oriundos de países africanos (19% vs

2.2%) e são os que mais percepcionam que o nível financeiro da família “não é muito

bom/mau” (17% vs 8.2%).

Na comunidade, a maior parte dos jovens da amostra é de nacionalidade Cabo -

Verdiana, assim como a maioria dos seus pais e mães. Identificam-se mais

frequentemente com o grupo “negro”. Muitos jovens referem que não falam português

em casa. A maioria dos pais e mães destes jovens têm emprego. A maioria dos pais

pertence a um nível profissional baixo (nível cinco). Verificamos que a maior parte dos

pais tem o 1º ciclo. Quando questionados relativamente ao nível financeiro da sua

família, a maior parte refere que é “não muito bom / mau”.

Comparando os jovens portugueses com os jovens estrangeiros/africanos,

verifica-se que se encontram distribuídos em percentagens idênticas no que se refere ao

género e os portugueses são mais novos. A maioria dos jovens estrangeiros/africanos

são de Cabo Verde. Os jovens portugueses quando questionados relativamente ao grupo

de identificação de que consideram que fazem parte, identificam-se mais

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frequentemente como “branco” e os jovens estrangeiros/africanos, identificam-se mais

frequentemente como “negro”. A maioria dos jovens refere que fala português em casa,

no entanto cerca de metade dos jovens estrangeiros/africanos refere que fala outra

língua em casa.

São os jovens estrangeiros/africanos que mais referem que não vêem ou não têm

pai nem mãe. Os jovens estrangeiros/africanos e portugueses, referem mais que os pais

(pai e mãe) pertencem a um nível baixo (nível cinco). Em relação ao nível de instrução

dos pais, verificamos que são os jovens estrangeiros/africanos que mais referem que os

pais nunca estudaram ou têm curso superior, e que são os jovens estrangeiros/africanos

que mais referem que as mães nunca estudaram. Os jovens portugueses são os que mais

referem que o nível financeiro da sua família é “muito bom / bom”. São os jovens

estrangeiros/africanos que mais referem que, às vezes, vão para a cama com fome.

HÁBITOS ALIMENTARES

Na escola, a maioria dos adolescentes refere que toma o pequeno almoço,

almoço e jantar. Quando se comparam as respostas dos rapazes e das raparigas, verifica-

se que são rapazes e os adolescentes mais novos quem mais refere que toma pequeno

almoço, almoço e jantar. Em relação ao consumo de batatas fritas e hambúrgueres a

maioria dos adolescentes refere consumir estes alimentos uma vez por semana. Também

a maioria dos adolescentes refere consumir doces, chocolates, colas e outros

refrigerantes e vegetais pelo menos uma vez por dia. Uma grande maioria refere

consumir leite e fruta pelo menos uma vez por dia. Em relação ao consumo de batatas

fritas, hambúrgueres, colas e outros refrigerantes e leite são mais as raparigas que

referem consumir raramente ou nunca estes alimentos.

No entanto, tendo como referência o estudo nacional HBSC (Matos et al, 2003),

verifica-se que os jovens do presente estudo consomem mais hamburgueres, cachorros

quentes e salsichas, pelo menos uma vez por dia (19.2% vs 10%).

Na comunidade a maioria dos jovens refere que toma o pequeno almoço, almoço e

jantar. Em relação aos alimentos consumidos, a maioria refere consumir pelo menos

uma vez por dia leite, fruta e colas e outros refrigerantes. Mais de um terço refere

consumir, pelo menos uma vez por dia, vegetais e doces ou chocolates. A maioria refere

consumir, raramente ou nunca, hambúrgueres, cachorros quentes e salsichas.

Comparando os jovens portugueses com os jovens estrangeiros/africanos,

verificamos que são os estrangeiros /africanos quem mais refere só tomar o almoço e o

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jantar ou comer quando calha. Os jovens portugueses referem mais consumir leite pelo

menos uma vez por dia.

IMAGEM DO CORPO

Na escola, metade dos adolescentes considera o seu aspecto normal. Cerca de

metade dos adolescentes refere que considera o seu corpo ideal. São os rapazes e os

adolescentes mais velhos que mais referem considerar o seu corpo ideal e mais de um

terço das raparigas considera o seu corpo gordo. Quanto questionados acerca de estar

em dieta, a maioria dos adolescentes refere que o não está porque o seu peso está bom, e

um quarto das raparigas refere que não está em dieta mas que precisa de perder peso.

São os adolescentes de Loures quem mais refere que não está em dieta porque o seu

peso está bom, estando os de Marvila no extremo oposto. A maioria das raparigas refere

que já tem a menstruação. Destas cerca de metade refere que tinha doze ou treze anos

quando teve a primeira menstruação.

Na comunidade, a maioria dos jovens avalia a sua aparência física como normal.

Cerca de metade dos jovens avalia o seu corpo como “ideal”, sendo que um quarto dos

jovens considera o seu corpo magro e mais de um quarto considera-o gordo. Quando

questionados sobre a dieta, a maioria dos jovens refere que não a faz e que o seu peso

está bom. A maioria das raparigas refere que já tem a menstruação. Das raparigas que

dizem já ter a menstruação, cerca de metade refere que tinha doze ou treze anos quando

teve a primeira menstruação.

Comparando os jovens portugueses com os jovens estrangeiros/africanos, são os

jovens estrangeiros/africanos que mais referem que não estão a fazer dieta porque o seu

peso está bom. Os jovens portugueses são os que mais fazem dieta ou não fazem mas

dizem que precisam de perder peso.

PRÁTICA DE ACTIVIDADE FÍSICA E TEMPOS LIVRES

Na escola, mais de um terço dos jovens refere praticar actividade física três

vezes ou mais por semana. São os rapazes que praticaram mais frequentemente

actividade física na última semana. Mais de metade dos adolescentes refere praticar

futebol e uma pequena minoria refere nunca ter praticado desporto. São os rapazes que

mais referem praticar futebol e são as raparigas que mais referem praticar voleibol. São

os adolescentes de treze anos que mais referem praticar ginástica. São os adolescentes

de Oeiras que menos referem praticar voleibol. As ocupações de tempos livres mais

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assinaladas pelos adolescentes são ouvir musica, estar com os amigos, ver televisão ou

vídeo, conversar com os amigos e ir à praia. As actividades praticar um desporto e

dormir, também são referidas por uma grande maioria. Quando estudadas as cinco

actividades de ocupação de tempos livres mais referidas são as raparigas que mais

referem ocupar o seu tempo livre a ouvir música. Segundo o grupo etário, verificamos,

que são os adolescentes mais novos que menos referem ocupar o seu tempo livre a ouvir

música. A maioria dos adolescentes refere que passa o tempo livre em casa e cerca de

um quarto refere que o passa na rua. São os rapazes que mais referem que passam o seu

tempo livre na rua e as raparigas mais em casa. Sobre o número de horas que os

adolescentes passam a ver televisão, durante a semana, a maioria refere uma ou duas

horas, enquanto que ao fim de semana a maioria refere três horas ou mais.

Tomando como referência o estudo nacional HBSC (Matos et al, 2003), verifica-

se que os adolescentes do presente estudo praticam mais actividade física todos os dias

(22.9% vs 12.6%), praticam mais voleibol (21.2% vs 12.4%) e vêem mais televisão, três

ou mais horas, durante a semana (46% vs 33%).

Na comunidade, cerca de um terço dos jovens refere ter praticado actividade

física de menos de três vezes por semana ou três vezes ou mais. O tipo de desporto mais

praticado pelos jovens é o futebol, seguido pela ginástica e pelo basquetebol. As

ocupações de tempos livres mais assinaladas pelos jovens são ouvir música, conversar

com os amigos e ver televisão ou vídeo. Os locais onde a grande maioria dos jovens

refere passar o seu tempo livre são o centro desportivo e o centro de juventude. Os

jovens na sua maioria passam quatro horas ou mais a ver televisão, quer durante a

semana, quer ao fim de semana.

Comparando os jovens portugueses com os jovens estrangeiros/africanos, são os

portugueses que mais referem ocupação do tempo livre na companhia dos amigos. Ao

fim-de-semana, são os jovens portugueses que mais referem ver televisão uma a duas

horas por dia.

USO DE SUBSTÂNCIAS

Na escola, a maioria diz que não experimentou tabaco. São os mais velhos que

mais o referem. A grande maioria dos adolescentes diz que não consume tabaco. São os

mais velhos que mais referem já ter experimentado álcool. A maioria dos adolescentes

refere que nunca bebe bebidas alcoólicas. As bebidas destiladas são as mais consumidas

pelos adolescentes. São os rapazes que mais referem consumo de cerveja e vinho todos

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os dias ou todas as semanas. São os adolescentes mais novos que mais referem que

nunca consumem cerveja, nem bebidas destiladas. A maioria dos adolescentes refere

que nunca ficaram embriagados. São as raparigas e os mais novos que mais referem que

nunca ficaram embriagadas. São os rapazes e os mais velhos que mais referem

experimentação de haxixe. É na zona da Amadora que os adolescentes mais referem

experimentação de haxixe. Dos adolescentes que referem experimentação de droga, a

maioria refere tê-lo feito com catorze anos ou mais. Os adolescentes mais velhos são os

que mais referem tê-lo feito com catorze anos ou mais. Os adolescentes de Marvila são

os que referem mais ter tido a primeira experiência com drogas com 14 anos ou mais e

os adolescentes de Loures são os que mais referem tê-lo feito com 12, 13 anos. A

grande maioria dos adolescentes refere não ter consumido droga no último mês. São as

raparigas que mais referem não ter consumido. São os mais velhos que mais referem

consumo de droga, de modo regular, no último mês. Os adolescentes na sua grande

maioria referem que nunca experimentaram haxixe. São as raparigas que mais referem

que nunca experimentaram haxixe. São os mais velhos que mais referem ter consumido

haxixe mais de três vezes ao longo da sua vida. A grande maioria dos adolescentes

refere não ter consumido haxixe no último ano. São os rapazes e os mais velhos que

mais referem consumo de haxixe no último ano. São os adolescentes da Amadora que

referem mais consumo.

Tomando como referência o estudo nacional HBSC (Matos et al, 2003), verifica-

se que os adolescentes do presente estudo apresentam percentagens de consumo de

substâncias equivalentes, no entanto consomem menos tabaco todos os dias (3.3% vs

8.5%).

Na comunidade, a maioria dos jovens diz que não experimentou tabaco mas que

experimentou álcool. A maioria dos jovens refere nunca consumir bebidas alcoólicas,

cerca de um terço refere consumir raramente cerveja e bebidas destiladas. A maioria dos

jovens refere que nunca ficou embriagado. O haxixe é a substância ilícita mais

experimentada pelos jovens. Os jovens que referem experimentação de droga apontam

como a idade média da experimentação catorze anos ou mais. A grande maioria dos

jovens refere que não consumiu droga no último mês. A grande maioria dos jovens

refere que não ter experimentou haxixe.

Comparando os jovens portugueses com os jovens estrangeiros/africanos, são os

jovens estrangeiros/africanos que mais referem consumo de tabaco pelo menos uma vez

por mês, consumo de bebidas alcoólicas em excesso (embriaguez) quatro ou mais vezes,

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consumo de haxixe três ou mais vezes ao longo da vida e consumo de haxixe, no último

ano.

VIOLÊNCIA

Na escola, cerca de um terço dos adolescentes refere envolvimento, de uma a

três vezes, em lutas no último ano. Os rapazes referem mais envolvimento em lutas do

que as raparigas. São os adolescentes de treze anos que referem envolvimento, de uma a

três vezes ou quatro vezes ou mais, em lutas no último ano. Cerca de metade dos

adolescentes que refere envolvimento em lutas refere tê-lo feito com um amigo ou

conhecido. Mais de um terço da amostra sofreu uma lesão no último ano. São os rapazes

que sofreram mais lesões no último ano. Verifica-se que um número significativo de

adolescentes, já se envolveu em comportamentos de provocação na escola, seja como

"provocado" (vítima), seja como "provocador" (agente) e que mais de um terço dos

adolescentes inquiridos refere que foi provocado na escola, nos últimos dois meses.

Mais de um quarto dos adolescentes afirma ainda ter provocado outro(s) aluno(s) na

escola, nos últimos dois meses. São os adolescentes de treze anos que mais referem

envolvimento em provocações como vítimas. São os adolescentes de Marvila que mais

referem envolvimento em provocações como vítimas várias vezes por semana. São os

rapazes que mais referem envolvimento em provocações como agressores. São os

adolescentes de treze anos que mais referem envolvimento em provocações como

agressores. São os adolescentes de treze anos que mais referem que foram gozados, ou

que outros lhes chamaram nomes e fizeram troça. Verifica-se que são mais os rapazes

que referem que tiveram comportamentos de provocação como agressores,

comportamentos do tipo gozo, agressão ou comentários sexuais. São os adolescentes de

treze anos que mais referem agressões, pontapés, encontrões e empurrões. A grande

maioria dos adolescentes refere que não andou com armas no último mês. São os

rapazes que mais referem ter andado com armas no último mês. A grande maioria dos

adolescentes refere não ter utilizado armas no último mês. Dos alunos que utilizaram

armas, no último mês, a maioria refere uma faca ou canivete.

Em referência ao estudo nacional HBSC (Matos et al, 2003), os adolescentes do

presente estudo apresentam referem menos frequentemente não se ter envolvido em

lutas (55.7% vs 63.1%) e apresentam um maior número de lesões, 1 a 3 no último ano

(38.2% vs 19.2%).

Na comunidade, a maioria dos jovens refere não envolvimento em lutas no

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último ano, um terço refere uma a três vezes. A maioria dos jovens que lutaram refere

ter lutado com um amigo ou conhecido. Mais de um terço sofreu uma lesão no último

ano. Verifica-se que a maioria dos jovens não se envolveu em comportamentos de

provocação na escola, nem como provocado nem como provocador. Mais de um quarto

dos inquiridos refere que foi provocado que provocou outro(s) aluno(s) na escola, nos

últimos dois meses, uma vez por semana. Os comportamentos de provocação mais

referidos pelas “vitimas” foi gozar, chamar nomes, fazer troça, dizer mentiras e espalhar

boatos. Os comportamentos de provocação mais referidos pelos “agentes” foi o gozar,

chamar nomes, fazer troça, bater, pontapear e dar encontrões e empurrões. A grande

maioria dos jovens refere não ter andado com armas nem utilizado armas no último

mês. Dos que as utilizaram, a maioria refere uma faca ou canivete.

Comparando os jovens portugueses com os jovens estrangeiros/africanos, os

portugueses são os que mais referem luta com um irmão ou irmã e os jovens

estrangeiros/africanos com o namorado ou namorada. No caso de gozo com religião e

com a cor da pele, são os jovens estrangeiros/africanos que mais referem que foram

provocados desta forma e são ainda os jovens estrangeiros/africanos que mais referem

que provocaram no caso de gozo com religião.

AMBIENTE FAMILIAR

Na escola, a grande maioria refere que mora com mãe, a maioria dos

adolescentes refere que mora com o pai e pouco menos de um terço refere outros

familiares. São os adolescentes da Amadora que mais referem não morar com o pai. A

maioria refere que mora em casa todo o tempo. São os adolescentes mais velhos (quinze

anos ou mais) que mais referem morar em casa todo o tempo. Cerca de metade dos

adolescentes, refere que mora com duas a três pessoas em casa, um terço refere viver

com quatro a cinco pessoas. Mais de um terço dos adolescentes refere que alguém que

vivia em casa mudou de casa nos últimos cinco anos, a maior parte irmãos ou outros

familiares. Um quinto dos adolescentes refere que alguém que não vivia em casa veio

viver para casa nos últimos cinco anos, a maior parte irmãos ou outros familiares. Quase

metade dos adolescentes refere ter entre dois e cinco irmãos. No que diz respeito à

comunicação com a família, a maioria dos adolescentes considera ser fácil falar com a

mãe e mais de um terço refere ser difícil falar com o pai. São os rapazes que consideram

ser mais fácil falar com o pai. São os adolescentes mais novos que consideram ser mais

fácil falar com o pai. Quase metade dos adolescentes refere sentir, às vezes,

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preocupação com os pais e com as coisas de casa. São as raparigas que mais referem

sentir, muitas vezes ou sempre, preocupação com os pais e com as coisas de casa.

Tomando como referência o estudo nacional HBSC (Matos et al, 2003), verifica-

se que os adolescentes do presente estudo apresentam percentagens superiores em

relação ao tamanho do agregado familiar, 4 pessoas ou mais (51.5% vs 45.3%), e ao

número de irmãos, dois ou mais (51.9 vs 29.5), referem menos morar com o pai (67.4%

vs 80.5%), apresentam uma maior dificuldade em falar com a mãe (22.4% vs 16.7%) e

com o pai (38.8% vs 35.6%).

Na comunidade, a grande maioria dos jovens refere morar com a mãe, menos de

metade refere morar com o pai e mais de um terço refere morar com outros familiares.

A maioria refere que mora em casa todo o tempo. A maioria dos jovens refere morar em

casa com quatro ou mais pessoas. A maioria dos jovens refere ter entre dois a cinco

irmãos e irmãs. Cerca de metade dos jovens refere que nos últimos cinco anos alguém

que vivia em casa mudou de casa, mais frequentemente irmãos. Mais de um quarto dos

jovens refere que nos últimos cinco anos alguém que não vivia em casa veio viver para

casa. A maioria dos jovens refere que é fácil falar com a mãe e menos de um terço

refere que tem facilidade em falar com o pai. Mais de um terço dos jovens considera

que às vezes sente preocupação com os pais e com as coisas lá de casa.

Comparando os jovens portugueses com os jovens estrangeiros/africanos, os

jovens estrangeiros/africanos são os que mais referem não morar com o pai ou com a

mãe. São os jovens portugueses que mais referem morar, a maior parte do tempo, em

casa. Os jovens estrangeiros/africanos referem mais morar com seis pessoas ou mais e

nos últimos cinco anos, alguém que vivia em casa mudou de casa e/ ou alguém que não

vivia veio viver para casa; referem mais ter entre dois e dez irmãos, enquanto que os

jovens portugueses são os que mais referem ter um ou nenhum irmão. São os jovens

portugueses que mais referem ser fácil falar com a mãe e com o pai.

RELAÇÕES DE AMIZADE E O GRUPO DE PARES

Na escola, a maioria dos adolescentes refere ter dois amigos ou mais. São os

rapazes que mais referem ter dois amigos ou mais. A grande maioria dos adolescentes

refere ter facilidade em arranjar amigos. São os rapazes que mais consideram ser fácil

arranjar amigos. A maioria dos adolescentes refere ficar, dois ou mais dias, com os

amigos depois das aulas. São os rapazes e os mais velhos que dizem passar mais dias

com os amigos depois das aulas. Metade dos adolescentes refere nunca sair à noite com

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241

os amigos, são os rapazes e os adolescentes mais velhos que mais referem sair à noite

com os amigos, três ou mais dias por semana. São os adolescentes de Loures que mais

referem nunca sair à noite com os amigos.

No entanto, tomando como referência o estudo nacional HBSC (Matos et al,

2003), verifica-se que os adolescentes do presente estudo são os que mais referem ter

apenas um amigo (24.3% vs 3.2%).

Na comunidade, a maioria dos jovens refere ter três amigos ou mais. A grande

maioria dos jovens refere ter facilidade em arranjar amigos. A grande maioria refere

ficar com os amigos depois das aulas dois dias ou mais por semana. A maioria dos

jovens não sai com os amigos à noite

Comparando os jovens portugueses com os jovens estrangeiros/africanos, os

jovens estrangeiros/africanos são os que mais referem ter nenhum amigo e ser difícil

arranjar novos amigos. São os jovens portugueses que mais referem não sair nenhum

dia com os amigos à noite.

AMBIENTE ESCOLAR

Na escola, a grande maioria dos adolescentes refere gostar da escola. São as

raparigas e os adolescentes mais novos quem mais refere gostar da escola. Cerca de um

quarto dos adolescentes refere que é frequentemente ou sempre aborrecido ir à escola.

São os adolescentes mais velhos (quinze anos ou mais) que mais referem considerar a

escola aborrecida, sempre, frequentemente ou às vezes. A maioria dos adolescentes

refere que nunca falta às aulas ou só o faz quando está doente. São as raparigas e os

adolescentes mais novos que mais referem nunca faltar às aulas ou só o fazer quando

estão doentes. A maioria dos adolescentes refere sentir segurança na escola, às vezes.

São as raparigas que mais referem sentir segurança na escola, às vezes. A grande

maioria dos adolescentes refere que os professores consideram que eles têm uma

capacidade escolar boa/média. Quando questionados sobre se os alunos da turma

gostam de estar juntos, a maioria dos adolescentes diz que é verdade. São os rapazes

que mais referem ser verdade que os alunos da turma gostam de estar juntos. A maioria

dos adolescentes considera ser verdade que os colegas são simpáticos e prestáveis e que

os colegas os aceitam como são. São os rapazes que mais referem ser verdade que os

colegas os aceitam como são. A maioria dos adolescentes refere que nunca fica sozinho

na escola. São os adolescentes mais velhos que mais referem nunca ficar sozinho na

escola.

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242

No entanto, tomando como referência o estudo nacional HBSC (Matos et al,

2003), verifica-se que os adolescentes do presente estudo são os que menos referem ser

verdadeiro que os colegas da turma gostam de estar juntos (68.3% vs 78.3%), que os

colegas são simpáticos e prestáveis (63.4% vs 79.2%) e que os colegas os aceitam como

são (72.8% vs 86.5%).

Na comunidade, a maioria dos jovens refere gostar da escola. Um terço dos

jovens considera ser sempre ou frequentemente aborrecido ir à escola, mais de um terço

considera sê-lo às vezes. Um grande número de jovens refere faltar às aulas, às vezes. A

maioria dos jovens refere sentir sempre segurança na escola. A grande maioria dos

jovens refere que os professores consideram que eles têm uma capacidade “Boa/média”.

A maioria dos jovens considera ser verdade que os alunos da turma gostam de estar

juntos, os colegas são simpáticos e prestáveis, os colegas os aceitam como são e que os

colegas nunca os deixam sozinhos na escola.

Comparando os jovens portugueses com os jovens estrangeiros/africanos, os

jovens portugueses são os que mais referem que nunca faltam às aulas e só faltam

quando estão doentes, os jovens estrangeiros/africanos são os que mais referem faltar às

aulas, às vezes, muito ou nunca vão às aulas. São os jovens estrangeiros/africanos que

mais referem que, às vezes, ficam sozinhos na escola.

SAÚDE POSITIVA / BEM ESTAR

Na escola, a maioria considera a sua saúde boa e apenas uma minoria considera

a sua saúde má. São os rapazes e os adolescentes mais novos que mais consideram a sua

saúde excelente. Em relação aos sintomas físicos, verifica-se que mais de um terço dos

adolescentes refere sentir dores de cabeça e que cerca de um terço refere sentir dores de

estômago. São as raparigas que mais referem sentir sintomas físicos, quer dores de

cabeça, quer dores de estômago. No caso dos sintomas psicológicos, a maioria dos

adolescentes refere sentir-se deprimido, com mau humor e nervoso. São as raparigas

quem mais refere estar deprimida, com mau humor e nervosa. São os adolescentes mais

velhos que mais referem sentir tristeza. Metade dos adolescentes refere que raramente

ou nunca fica tão triste que não aguenta. São as raparigas que mais referem, sentir-se tão

tristes que não aguentam. Quando estão tristes ou preocupados, cerca de metade dos

adolescentes conversa com um(a) amigo(a) mais ou menos da mesma idade, cerca de

um quarto dos adolescentes refere conversar com uma pessoa da família ou não

conversa com ninguém. Quando estão tristes ou preocupados, os rapazes referem mais

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conversar com uma pessoa da família ou não falar com ninguém quando comparados

com as raparigas. As raparigas referem mais do que os rapazes, conversar com (a)

amigo(a) mais ou menos da mesma idade. Quando estão tristes ou preocupados, os

adolescentes mais novos são os que mais referem conversar com uma pessoa da família

e os que menos referem conversar com (a) amigo(a) mais ou menos da mesma idade, os

adolescentes de treze anos são os que menos referem não falar com ninguém. Em

relação ao grupo etário, são os adolescentes de quinze anos que mais referem sentir

sintomas físicos, quer dores de cabeça, quer dores de estômago. A maioria dos

adolescentes refere que se sente feliz. Os rapazes e os adolescentes mais novos,

especialmente os adolescentes de treze anos, referem mais sentirem-se felizes em

relação à sua vida.

No entanto, tomando como referência o estudo nacional HBSC (Matos et al,

2003), verifica-se que os adolescentes do presente estudo referem mais ter sintomas

físicos, nomeadamente, dor de cabeça (36.4% vs 14,8%) e dor de estômago (33.9% vs

6.1%), apresentam mais sintomas psicológicos, nomeadamente, estar deprimido (61.1%

vs 17.6%), estar de mau humor (53.2% vs 19.8%) e estar nervoso (61.4% vs 26.8%).

Em relação à percepção de felicidade os adolescentes do presente estudo são os que

mais referem sentir-se infelizes (22.3% vs 3.1%).

Na comunidade, a maioria considera a sua saúde boa. Verifica-se que cerca de

um terço dos jovens refere sentir dores de cabeça e que mais de um quarto refere sentir

dores de estômago. No caso dos sintomas psicológicos, a maioria dos jovens refere

sentir-se deprimido, de mau humor e nervoso. Metade dos jovens refere que, às vezes,

fica tão triste que não aguenta. Quando estão tristes ou preocupados, mais de um terço

dos jovens conversa com um(a) amigo(a) mais ou menos da mesma idade, mais de um

quarto dos jovens refere não falar com ninguém e um quarto refere conversar com uma

pessoa da família. A maioria dos jovens refere que se sente feliz em relação à sua vida.

Comparando os jovens portugueses com os jovens estrangeiros/africanos, são os

jovens portugueses que mais frequentemente referem que a sua saúde é excelente. Os

jovens estrangeiros/africanos referem mais que a sua saúde é razoável. São os jovens

estrangeiros/africanos que mais referem estar de mau humor, e são os que mais referem,

quase sempre, ficar tão tristes que não aguentam. Os jovens portugueses são os que

mais referem que quando estão tristes ou preocupados conversam com uma pessoa da

família. Os jovens estrangeiros/africanos são os que mais referem não conversar com

ninguém. Os jovens portugueses são os que mais referem sentir felicidade.

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COMPORTAMENTOS SEXUAIS

Na escola, a maioria dos adolescentes refere não ter tido relações sexuais. Dos

adolescentes que afirmam já ter tido relações sexuais, a maioria refere que tinha catorze

anos ou mais quando teve a primeira relação sexual. Dos adolescentes que afirmam já

ter tido relações sexuais, a maioria dos adolescentes refere ter usado preservativo na

última relação sexual. O método mais utilizado, na última relação sexual, foi o

preservativo seguido pela pílula. A grande maioria dos adolescentes refere não ter tido

relações sexuais sob o efeito de álcool ou drogas.

No entanto, tomando como referência o estudo nacional HBSC (Matos et al,

2003), verifica-se que os adolescentes do presente estudo referem mais ter tido relações

sexuais (32.9% vs 23.7%), os que tiveram relações sexuais referem mais tê-las tido mais

cedo, entre os 11 anos ou menos (18.8% vs 17.2%).

Na comunidade, a maioria dos jovens refere ter tido relações sexuais. Dos jovens

que afirmam já ter tido relações sexuais, a maior parte refere a primeira aos catorze anos

ou mais. Cerca de metade refere ter usado preservativo na última relação sexual. Os

métodos contraceptivos mais utilizados na última relação sexual foram o preservativo,

seguido pela pílula e pelo coito interrompido. A grande maioria dos jovens refere não

ter tido relações sexuais sob o efeito de álcool ou drogas.

São os jovens da comunidade que mais referem ter tido relações sexuais. São os

jovens da comunidade que mais referem o uso de preservativo na última relação sexual.

Os jovens da comunidade são os que mais referem uso de pílula ou nenhum método

contraceptivo na última relação sexual, os jovens da escola são os que mais utilizaram o

preservativo.

Comparando os jovens portugueses com os jovens estrangeiros/africanos, os

estrangeiros/africanos são os que mais referem já ter tido relações sexuais. Dos

adolescentes que já tiveram relações sexuais, não se verificam diferenças significativas,

entre os portugueses e os estrangeiros, em relação à idade da primeira relação sexual,

em relação aos métodos contraceptivos utilizados na última relação sexual, em relação a

relações sexuais sob o efeito de álcool ou drogas. Dos adolescentes que já tiveram

relações sexuais, são os portuguese que mais referem uso de preservativo na última

relação sexual.

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CONHECIMENTO, CRENÇAS E ATITUDES FACE AO VIH/Sida

No que diz respeito ao conhecimento sobre os modos de transmissão do

VIH/Sida, observa-se que a grande maioria dos adolescentes, sobretudo os mais novos,

não tem um conhecimento correcto dos modos de transmissão do VIH/Sida e teve pelo

menos uma resposta incorrecta no questionário de conhecimentos sobre os modos de

transmissão. A maioria dos adolescentes obteve informação sobre estes modos de

transmissão através de folhetos, programas de televisão, conversas com amigos, com os

pais e na internet. As fontes menos referidas são os professores, ou um padre ou

religioso. Em análise comparativa em relação ao género e idade verifica-se que os

rapazes utilizam mais frequentemente como fonte de informação / aprendizagem

conversar com os pais enquanto que as raparigas utilizam mais frequentemente folhetos

e conversar com os amigos. São os adolescentes mais velhos que utilizam mais

frequentemente folhetos, programas de televisão e falar com os amigos como fontes de

informação/ aprendizagem, enquanto que os mais novos referem mais frequentemente

falar com os pais.

No que diz respeito às atitudes face aos portadores de VIH/Sida, são os rapazes e

os adolescentes mais novos que apresentam atitudes mais negativas face aos portadores

do VIH/Sida.

A maioria dos adolescentes refere que se sente muito à vontade para conversar

com as pessoas da mesma idade sobre Sida e outras IST’S, sobretudo as raparigas e os

mais velhos, e cerca de metade dos adolescentes refere que se sente muito à vontade

com pais ou adultos próximos. Os adolescentes do presente estudo apresentam

resultados semelhantes em relação ao conhecimento, crenças e atitudes face ao

VIH/Sida, quando comparados com os do estudo nacional do HBSC/OMS (Matos et al,

2003).

Nos resultados recolhidos na comunidade observa-se que a grande maioria dos

jovens não tem um conhecimento completo das formas de transmissão do VIH/Sida,

referindo obter informações através de programas de televisão, folhetos e conversando o

namorado, sendo as fontes menos referidas conversa com um familiar, um professor,

um padre ou religioso. A maioria dos jovens refere algumas atitudes negativas face aos

portadores do VIH/Sida A maioria dos jovens refere que se sente muito à vontade para

conversar com as pessoas da mesma idade sobre Sida e outras IST’S.

Comparando os jovens portugueses do estudo nacional HBSC/OMS com os

jovens estrangeiros/africanos, em relação às fontes de informação /aprendizagem mais

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referidas, os jovens estrangeiros/africanos referem com mais frequência utilizar

programas de televisão como fonte de informação e aprendizagem no âmbito da

transmissão do VIH/Sida. São ainda os jovens estrangeiros/africanos quem mais refere

que sentir-se pouco à vontade ou não mesmo não falar com os pais sobre esse assunto.

COMPARAÇÃO ENTRE ESTUDOS

HBSC (2002) e “ Etnicidade e Risco”

No capitulo seguinte serão apresentados os resultados da comparação dos dados

obtidos no estudo HBSC 2002 (Matos, et al, 2003) com os dados obtidos no presente

estudo “ Etnicidade e Risco”, aqui denominado HBSC/R (risco). No entanto apenas

serão considerados os jovens com 16 anos ou mais. Foram aprofundados os dados

relativos aos comportamentos sexuais e aos conhecimentos, crenças e atitudes face ao

VIH/sida, uma vez que são os temas centrais do estudo

CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA (JOVENS COM 16 ANOS OU MAIS)

As amostras dos dois estudos não apresentam diferenças estatisticamente

significativas quanto ao género.

Género

Rapaz Rapariga

HBSC 2002 54.0 46.0

HBSC / R 48.2 51.8

(χ2=3.81,g.l.=1,p=0.051), n=1444 (n.s.)

Os jovens do estudo do HBSC 2002 são os que mais referem frequência do 10º

ano de escolaridade.

Escolaridade

HBSC 2002 HBSC / R

6º Ano 0.7 9.1*

8º Ano 17.9 26.0*

10º Ano 81.4* 64.9

(χ2=85.89,g.l.=2,p=0.000), n=1404

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São os jovens do estudo HBSC /R que mais se referem como ser

estrangeiros/africanos, assim como os seus pais.

Nacionalidade

Portuguesa Estrangeira /

Africana

HBSC 2002 96.6* 3.4

HBSC / R 56.5 43.5*

(χ2=345.47,g.l.=1,p=0.000), n=1336

a) (χ2=441.93,g.l.=1,p=0.000), n=1380 b)(χ2=362.69,g.l.=1,p=0.000), n=1320

São os jovens do estudo HBSC/R que mais referem pele negra ou outra.

Tu és …

Branco Negro Outro

HBSC 2002 91.2* 5.8 3.0

HBSC / R 40.4 51.3* 8.3*

(χ2=424.66,g.l.=2,p=0.000), n=1395

Nacionalidade dos Pais

Nacionalidade do Pai a) Nacionalidade da Mãe b)

Portuguesa Estrangeira /

Africana

Portuguesa Estrangeira /

Africana

HBSC 2002 93.4* 6.6 91.7* 8.3

HBSC / R 41.8 58.2* 43.3 56.7*

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COMPORTAMENTOS SEXUAIS

• Relações sexuais

Os jovens do estudo HBS/R referem mais já ter tido relações sexuais.

Relações sexuais

Sim Não

HBSC 2002 38.6 61.4

HBSC / R 65.8 34.2

(χ2=83.74,g.l.=1,p=0.000), n=1415

• Idade da primeira relação sexual

Dos jovens que já tiveram relações sexuais, não se verificam diferenças

significativas, entre os dos dois estudos em relação à idade da primeira relação.

Idade da primeira relação sexual

(jovens que referem já ter tido relações sexuais)

11 anos ou menos Entre 12 e 13 anos 14 anos ou mais

HBSC 2002 11.7 16.6 71.7

HBSC / R 12.7 19.9 67.3

(χ2=1.50,g.l.=2,p=0.473), n=643 (n.s.)

• Utilização de preservativo na última relação sexual

Dos jovens que já tiveram relações sexuais, são os do estudo HBSC 2002 que

mais referem utilização de preservativo na última relação sexual.

Utilização de preservativo na última relação sexual

(jovens que referem já ter tido relações sexuais)

Sim Não

HBSC 2002 72.1* 27.9

HBSC / R 62.0 38.0*

(χ2=7.10,g.l.=1,p=0.008), n=640

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• Métodos contraceptivos utilizados na última relação sexual

Dos jovens que já tiveram relações sexuais, não se verificam diferenças

significativas, entre os dois estudos em relação aos métodos contraceptivos utilizados na

última relação sexual.

Métodos contraceptivos utilizados na última relação sexual

(jovens que referem já ter tido relações sexuais)

HBSC 2002 HBSC / R

Sim Não Sim Não

Preservativo a) 94.7 5.3 91.7 8.3

Pílula b) 47.6 52.4 52.1 47.9

Coito interrompido c) 16.3 83.7 20.7 79.3

Espermicida d) 4.1 95.9 1.3 98.7

Outro método e) 7.0 93.0 4.2 95.8

a) (χ2=1.55,g.l.=1,p=0.213), n=442 (n.s.)

b)(χ2=0.53,g.l.=1,p=0.467), n=266 (n.s.)

c) (χ2=0.60,g.l.=1,p=0.440), n=191 (n.s.)

d)(χ2=1.26,g.l.=1,p=0.262), n=175 (n.s.)

e)(χ2=0.56,g.l.=1,p=0.454), n=143 (n.s.)

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250

CONHECIMENTO, CRENÇAS E ATITUDES FACE AO VIH/SIDA

• Conhecimento dos modos de transmissão do VIH/sida

Em relação ao conhecimento dos modos de transmissão do VIH/sida, não se

verificam diferenças significativas entre os jovens dos dois estudos excepto no caso da

transmissão mãe infectada-bebé em que os jovens do estudo HBSC / R apresentam um

maior desconhecimento sobre este é modo de transmissão.

Conhecimento dos modos de transmissão do VIH/sida

HBSC 2002 HBSC / R

Sim Não Não

sei

Sim Não Não

sei

a) Usar uma seringa / agulha já utilizada por

outra pessoa

95.4 1.8 2.8 96.3 0.8 2.9

b) Alguém infectado tossir ou espirrar perto

de outras pessoas

10.1 69.7 20.2 9.1 68.1 22.8

c) Um homem infectado ter relações sexuais

com outro homem, sem utilizar preservativo

74.5 6.0 19.5 73.4 6.0 20.6

d) Transmissão mãe infectada-bebé 90.7* 2.4 6.9 82.9 6.3* 10.8*

e) Abraçar alguém infectado 2.3 91.8 5.9 3.6 90.9 5.5

f) Tomar a pílula pode ficar protegido 9.6 70.6 19.8 7.3 70.9 21.8

g) Ter relações sexuais sem utilizar

preservativo, nem que seja uma só vez

89.5 4.6 5.9 90.8 3.4 5.8

h) Parecer saudável, pode estar infectado 77.1 8.2 14.7 80.5 7.8 11.7

i) Usar utensílios para comer ou beber já

usados por outras pessoas

19.2 56.6 24.3 21.1 54.4 24.5

j) Uma transfusão de sangue 88.0 3.5 8.4 87.9 3.1 9.0

a) (χ2=1.98,g.l.=2,p=0.373), n=1430 (n.s.)

b)(χ2=1.29,g.l.=2,p=0.525), n=1430 (n.s.)

c) (χ2=0.22,g.l.=2,p=0.894), n=1423 (n.s.)

d)(χ2=19.37,g.l.=2,p=0.000), n=1422

e)(χ2=1.99,g.l.=2,p=0.369), n=1425 (n.s.)

f) (χ2=2.22,g.l.=2,p=0.329), n=1428 (n.s.)

g)(χ2=1.01,g.l.=2,p=0.604), n=1423 (n.s.)

h) (χ2=2.24,g.l.=2,p=0.326), n=1419 (n.s.)

i)(χ2=0.78,g.l.=2,p=0.678), n=1423 (n.s.)

j)(χ2=0.29,g.l.=2,p=0.867), n=1430 (n.s.)

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251

• Fontes de informação / aprendizagem

São os jovens do estudo HBSC 2002 que mais referem conversar com os pais e

não com os irmãos ou irmãs. Os jovens do estudo HBSC / R são os que mais referem

recurso a folhetos, ao Centro de Saúde e ao médico de família como fontes de

informação e aprendizagem no âmbito do VIH/sida, são também os que mais referem

não falar com ninguém.

Fontes de informação / aprendizagem mais referidas

HBSC 2002 HBSC / R

Sim Não Talvez Sim Não Talvez

Livros/revistas a) 61.7 11.5 26.8 56.7 11.9 31.4

Folhetos b) 75.7 6.9 17.4* 82.1* 5.1 12.8

Programa rádio c) 46.2 23.8 30.0 45.9 22.8 31.3

Programa de TV d) 77.8 6.8 15.4 79.4 6.4 14.2

Consulta Centro de Saúde e) 40.7 22.2* 37.1 51.9* 15.7 32.4

Médico de família f) 36.8 27.9* 35.3* 52.0* 20.0 28.0

Falar com os pais g) 54.9* 18.2 26.9 46.9 22.7 30.4

Falar com o (a) namorado (a) h) 62.1 15.4 22.5 66.4 12.5 21.1

Falar com amigos i) 71.1 8.4 20.4 72.8 7.5 19.7

Falar com irmão/irmã j) 50.7 27.2* 22.1 52.4 18.7 28.9*

Falar com outro familiar l) 40.6 25.9 33.5 39.2 24.9 35.9

Falar com professor m) 26.8 34.5 38.7 33.3 32.3 34.4

Falar com padre/grupo religioso

n)

10.8 61.8 27.4 11.9 63.9 24.3

Falar com ninguém o) 7.9 76.2 15.9 12.2* 72.5 15.3

a) (χ2=3.29,g.l.=2,p=0.193), n=1427 (n.s.)

b)(χ2=6.54,g.l.=2,p=0.038), n=1420

c) (χ2=0.27,g.l.=2,p=0.873), n=1423 (n.s.)

d)(χ2=0.42,g.l.=2,p=0.810), n=1416 (n.s.)

e)(χ2=15.21,g.l.=2,p=0.000), n=1422

f) (χ2=26.75,g.l.=2,p=0.000), n=1419

g)(χ2=7.47,g.l.=2,p=0.024), n=1416

h) (χ2=2.59,g.l.=2,p=0.274), n=1415 (n.s.)

i)(χ2=0.49,g.l.=2,p=0.783), n=1418 (n.s.)

j)(χ2=13.40,g.l.=2,p=0.001), n=1410

l)(χ2=0.73,g.l.=2,p=0.693), n=1412 (n.s.)

m) (χ2=5.89,g.l.=2,p=0.053), n=1414 (n.s.)

n)(χ2=1.51,g.l.=2,p=0.469), n=1403 (n.s.)

o)(χ2=6.12,g.l.=2,p=0.047), n=1352

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252

• Atitudes face aos portadores de VIH/sida

Os jovens do estudo HBSC 2002 são os que mais referem que deixavam de ser

amigos de uma pessoa infectada, por outro lado são os que mais referem que deve ser

permitida aos adolescentes infectados a frequência da escola e que as pessoas infectadas

não deveriam viver à parte do resto da população. São os jovens do estudo HBSC / R

que mostram uma maior indecisão face à permissão aos adolescentes infectados de

frequência da escola e da separação das pessoas infectadas do resto da população.

Atitudes face aos portadores de VIH/sida

HBSC 2002 HBSC / R

Sim Não

sei

Não Sim Não

sei

Não

a) Deixava de ser amigo de uma pessoa

infectada

5.6* 14.1 80.4 3.1 18.0 78.9

b) Deve ser permitido aos adolescentes

infectados frequentar a escola

70.3* 17.3 12.4 61.7 27.2* 11.1

c) Era capaz de assistir a uma aula sentado ao

lado de um colega infectado

75.3 17.0 7.7 73.4 19.7 6.9

d) Era capaz de visitar um amigo que

estivesse infectado

86.6 9.5 3.9 89.2 8.9 1.8

e) As pessoas infectadas deveriam viver à

parte do resto da população

6.8 7.0 86.2* 7.9 12.9* 79.2

a) (χ2=6.31,g.l.=2,p=0.043), n=1428

b)(χ2=16.88,g.l.=2,p=0.000), n=1418

c) (χ2=1.46,g.l.=2,p=0.482), n=1416 (n.s.)

d)(χ2=3.92,g.l.=2,p=0.141), n=1426 (n.s.)

e)(χ2=13.37,g.l.=2,p=0.001), n=1423

• Comunicação/diálogo com os outros sobre VIH/sida

Em relação a conversa com as pessoas da mesma idade e com um dos pais (ou

adulto responsável) sobre SIDA e outras DST, são os jovens do estudo do HBSC / R

que mais referem falta de à vontade ou mesmo ausência de conversa com as pessoas da

mesma idade e com os pais.

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253

Comunicação/diálogo com os outros sobre VIH/sida

Conversa com as pessoas da minha

idade sobre SIDA e outras DST a)

Conversa com um dos meus pais (ou

adulto responsável) sobre SIDA e

outras DST b)

Muito à

vontade

Pouco à

vontade

Não falo

com eles

sobre isso

Muito à

vontade

Pouco à

vontade

Não falo

com eles

sobre isso

HBSC 2002 91.6* 6.1 2.3 69.1* 24.0 6.8

HBSC / R 81.2 9.7* 9.2* 47.9 30.2* 22.0*

a) (χ2=40.18,g.l.=2,p=0.000), n=1425 b) (χ2=82.21,g.l.=2,p=0.000), n=1418

SÍNTESE: COMPARAÇÃO ENTRE ESTUDOS

HBSC 2002 E HBSC / R

• CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA (JOVENS COM 16 ANOS OU MAIS)

As amostras dos dois estudos não apresentam diferenças estatisticamente

significativas quanto ao género. Os jovens do estudo do HBSC 2002 são os que mais

referem frequência do 10º ano de escolaridade e são os jovens do estudo HBSC /R que

mais se referem como estrangeiros/africanos, assim como os seus pais e que se referem

como de pele negra ou outra.

• COMPORTAMENTOS SEXUAIS

Os jovens do estudo HBS/R são os que mais referem já ter tido relações sexuais.

Dos que já tiveram relações sexuais, não se verificam diferenças significativas entre os

jovens dos dois estudos em relação à idade da primeira relação sexual. São os jovens do

estudo HBSC 2002 que mais referem utilização de preservativo na última relação

sexual, no entanto não se verificam diferenças significativas, entre os jovens dos dois

estudos, em relação aos métodos contraceptivos utilizados na última relação sexual.

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254

• CONHECIMENTO, CRENÇAS E ATITUDES FACE AO VIH/SIDA

Em relação ao conhecimento dos modos de transmissão do VIH/sida não se

verificam diferenças significativas, entre os jovens dos dois estudos, excepto no caso da

transmissão mãe infectada-bebé em que os jovens do estudo HBSC / R são os que

apresentam um maior desconhecimento sobre este modo de transmissão do VIH/sida.

Em relação às fontes de informação/ aprendizagem no âmbito do VIH/sida

utilizadas pelos jovens, os jovens do estudo HBSC 2002 são os que mais referem

conversa com os pais e não com os irmãos ou irmãs e os do estudo HBSC / R são os que

mais referem recurso a folhetos, ao Centro de Saúde e ao médico de família como fontes

de informação e aprendizagem no âmbito do VIH/sida, são também os que mais referem

que não falam com ninguém.

Quanto às atitudes face aos portadores de VIH/sida, os jovens do estudo HBSC

2002 são os que mais referem que deixariam de ser amigos de uma pessoa infectada.

Por outro lado são os que mais referem que deveria ser permitido aos adolescentes

infectados a frequência da escola e que as pessoas infectadas não deveriam viver à parte

do resto da população. São os jovens do estudo HBSC / R que mostram uma maior

indecisão face à permissão aos adolescentes infectados de frequência da escola e da

separação das pessoas infectadas do resto da população.

No âmbito da comunicação/diálogo com os outros sobre VIH/sida, em relação a

conversa com as pessoas da mesma idade e com um dos pais (ou adulto responsável)

sobre SIDA e outras DST, são os jovens do estudo do HBSC / R que mais referem falta

de à vontade ou mesmo ausência de conversa com as pessoas da mesma idade e com os

pais.

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255

Aventura Social, Etnicidade e Risco

Prevenção Primária do VIH em Adolescentes de

Comunidades Migrantes

ESTUDO QUALITATIVO – “FOCUS GROUP” / GRUPOS FOCAIS

(Grupos de Discussão Centrados num Tema)

OBJECTIVO:

Conhecer a Percepção dos jovens residentes em zonas carênciadas,

respectivos pais e técnicos face aos comportamentos sexuais, crenças, atitudes e

conhecimentos relativos ao VIH/sida, assim como barreiras e boas práticas na

intervenção comunitária neste âmbito.

METODOLOGIA

No sentido de aprofundar os dados obtidos no estudo quantitativo, foram

realizados grupos de discussão focados no tema “comportamentos sexuais, crenças,

atitudes e conhecimentos do VIH/sida”, relacionando-o com os “cenários” do

adolescente e com os comportamentos ligados ao risco e ligados à protecção e também à

intervenção comunitária. Através do discurso, crenças, atitudes e comportamentos de

jovens, pais e de técnicos de intervenção comunitária, pretendeu-se clarificar a questão

comportamentos sexuais, crenças, atitudes e conhecimentos do VIH/sida dos jovens

residentes em zonas carênciadas, tendo em conta os “Cenários” e os “Actores” que os

envolvem.

Um “focus group” ou grupo focal é uma entrevista semi-estruturada, que

envolve uma discussão de grupo e que utiliza respostas simultâneas no sentido da

obtenção de informação sobre determinado assunto (“foco”). O objectivo é a

aproximação às opiniões, crenças, valores, discurso e compreensão dos participantes

sobre o assunto da investigação, partindo do princípio que é válida toda a informação

dada pelos participantes.

Nesta investigação, o objectivo principal do grupo foca” foi a obtenção de

diferentes pontos de vista e opiniões sobre os comportamentos de saúde dos jovens

residentes em zonas carenciadas e com desvantagem sócio-económica, maioritariamente

migrantes (africanos) e identificação de estratégias de intervenção na promoção de

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256

saúde e protecção da doença desta população, a partir da perspectiva dos adolescentes,

dos pais e dos técnicos de saúde/educação, deixando-os explorar as suas ideias de modo

mais profundo. No sentido de alcançar o objectivo pretendido, foi realizada uma análise

de conteúdo do discurso produzido pelos participantes (adolescentes, pais e técnicos) no

decorrer do grupo de discussão. A informação foi organizada por categorias e

subcategorias representativas e ilustrativas do tema estudado (Creswell, 1994; Denzin &

Lincoln, 1994; EMCDDA, 2000; Foddy, 1996;Hines, 1993; Gaspar, Matos &

Gonçalves, 2005; Gaspar & Matos, 2005; Huges & DuMont, 1993; Lambert, Hublet,

Verduyct, Maes & Broucke, 2002; MacDougall & Baum, 1997; Matos, Gaspar, Vitória

& Clemente, 2002; Matos & Gaspar, 2003; Matos, Gaspar & Gonçalves, 2004; Matos,

Gaspar, Gonçalves & Ramos, no prelo; Millword, 1995; Morse, 1999; Patton, 1990;

Sasao & Sue, 1993; Stanton, Black, Kaljee & Ricardo, 1993; Willkinson, 1998).

CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

No estudo qualitativo, tendo como base a justificação do estudo quantitativo,

anteriormente apresentada, considerou-se pertinente a investigação das populações

pertencentes a quatro Zonas (Oeiras, Amadora, Lisboa (Marvila) e Loures) onde se

desenvolve intervenção na área da promoção de saúde e protecção de doença de

adolescentes migrantes, na sua maioria africanos e com estatuto sócio-económico baixo,

e com as quais já se mantiveram contactos anteriores. Os participantes foram:

a) Jovens residentes em zonas carenciadas, na sua maioria oriundos dos PALOP,

de ambos os sexos, com idades compreendidas entre 13-25 anos.

b) Técnicos de saúde e educação (profissionais que exercem a sua actividade em

zonas carenciadas).

c) Pais de jovens residentes em zonas carenciadas, na sua maioria oriundos dos

PALOP.

Foram realizados quatro grupos focais com jovens, com um total de 45

participantes, agrupados da seguinte forma: Grupo 1 – onze elementos (grupo

masculino); Grupo 2 – seis elementos (grupo misto - 4 raparigas e 2 rapazes); Grupo 3 –

catorze elementos (grupo misto – 8 raparigas e 6 rapazes); Grupo 4 – catorze elementos

(grupo misto – 4 raparigas e 10 rapazes). Em relação aos três grupos focais realizados

com técnicos de saúde e educação, verificou-se a seguinte caracterização: Grupo 1 –

cinco elementos; Grupo 2 – seis elementos; Grupo 3 – catorze elementos, num total de

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25 técnicos participantes. Foi realizado um grupo focal com pais constituído por 6

elementos (grupo misto – 1 mulher e 5 homens).

RECOLHA E REGISTO DOS DADOS

Nesta fase do estudo foram constituídos oito grupos (quatro de jovens, três de

técnicos e um de pais), que foram entrevistados uma vez cada, através da aplicação da

técnica de recolha de dados e grupos focais ou grupos de discussão centrados num tema.

Previamente, foi elaborado um guião de entrevista (Anexo 1), tendo em conta as

questões de investigação e os objectivos do estudo, no sentido de melhor organizar e

recolher a informação dos grupos de discussão com os jovens, pais e com os técnicos.

As entrevistas foram gravadas em sistema de áudio e foram transcritas e

registadas em ficheiros “Word for Windows”.

TRATAMENTO E ANÁLISE DE DADOS

Os dados provenientes da segunda fase do estudo, no estudo qualitativo, foram

alvo de análise de conteúdo: definição de categorias, codificação e registo de exemplos

ilustrativos de cada categoria identificada.

Foi utilizada uma metodologia qualitativa, uma análise de conteúdo, na análise

das entrevistas dos jovens, dos pais e dos técnicos participantes nos grupos focais

(Creswell, 1994; Denzin & Lincoln, 1994; EMCDDA, 2000; Foddy, 1996;Hines, 1993;

Gaspar, Matos & Gonçalves, 2005; Gaspar & Matos, 2005; Huges & DuMont, 1993;

Lambert, Hublet, Verduyct, Maes & Broucke, 2002; MacDougall & Baum, 1997;

Matos, Gaspar, Vitória & Clemente, 2002; Matos & Gaspar, 2003; Matos, Gaspar &

Gonçalves, 2004; Matos, Gaspar, Gonçalves & Ramos, no prelo; Millword, 1995;

Morse, 1999; Patton, 1990; Sasao & Sue, 1993; Stanton, Black, Kaljee & Ricardo,

1993; Willkinson, 1998).

Em ambos os momentos das entrevistas semi-estruturadas (estudo de

comportamentos de saúde e estudo de estratégias de intervenção), foram criadas

categorias a priori (Anexo 2), sendo que, após a análise dos dados, se entendeu a

necessidade de ajustamento da estrutura de categorização pré-estabelecida, de modo a

uma melhor exposição dos resultados. As categorias pré-estabelecidas, no caso do

estudo dos comportamentos de saúde dos adolescentes migrantes, foram fundamentadas

pela primeira fase do estudo e por conhecimento adquirido através de uma revisão

bibliográfica sobre o tema.

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

De seguida são apresentados os resultados dos grupos focais. O discurso dos

participantes é organizado em categorias e subcategorias, são apresentados comentários

e textos ilustrativos dessas mesmas categorias e subcategorias.

GRUPOS DE DISCUSSÃO (FOCAIS) COM JOVENS

OCUPAÇÃO DE TEMPOS LIVRES E AMIZADE

Em relação à ocupação de tempos livres, todos os jovens referem o gosto pelo

passeio pelo Bairro, pela cidade e centros comerciais. Muitos referem pratica de

desporto, convívio com os amigos, a televisão e a Internet. Alguns jovens referem os

amigos como uma fonte de apoio enquanto que outros revelam uma fraca expectativa

face à amizade.

Passeio (actividade referida por todos os jovens) Nos tempos livres conversamos, comemos gomas, os rapazes jogam à bola perto da minha casa Nos tempos livres, quando não trabalho vou jogar à bola, andar por ai com eles (amigos) Eu não jogo à bola (rapaz) Eu faço desporto fora da escola, atletismo, e pratico muito Fico no café, jogar nas máquinas no café do Bairro, jogar futebol Estamos em casa, ouvimos música, conversamos, estamos no computador, a ver televisão Costumamos ir para casa umas das outras, em casa e outras vezes na rua Costumo estar com os amigos, conversar com eles, desabafar A maioria dos meus amigos é de fora da escola Saímos, mas com as minhas amigas nunca saí à noite Quando não estou a estudar estou a fazer grafittis, a ver televisão e a namorar Eu moro na Casa Pia, eles têm sempre coisas para fazer, não posso sair à noite por causa da hora de entrada

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Eu faço parte de uma associação da Santa Casa, fazemos jogos, vamos às vezes de fim-de-semana. Passeio ao Colombo (vamos de Metro) vou com as minhas amigas Dou-me mais com pessoal do meu Bairro, são amigos de fora da escola, costumo sair, à noite não, não me deixam Não costumo sair Às vezes vamos passar fins-de-semana fora Às vezes combinamos coisas com os amigos da escola, ir sair, ir ao cinema, Jogo às damas Eu costumo estudar, saio pouco à noite Gosto de fazer massagens Costumo ir para o Moinho para a Internet Costumo estar na Net, aqui na escola temos acesso à net, mais ou menos, não nos deixam ver aquilo que queremos Vou à Internet, fico em casa a fazer nada, sou viciado no computador Os amigos não são importantes, eu não tenho amigos, os meus amigos são conhecidos Eu só tenho ele, aqui do peito Ele tem umas brincadeiras chatas e eu chateio-me com ele Amigos não, conhecidos Amigos são aqueles que podemos confiar Eu tenho amigos mas fora da escola, mas poucos Quando fui para um colégio (de reabilitação), foi um amigo que me pôs lá, denunciou, ele roubou e para se limpar disse que era eu, para se safar eu é que carreguei Nunca foi amigo e eu confiava nele Ela foi tirar e ela disse que tinha sido eu e eu é que fui apanhar, disse que fui eu e não era Eu tenho muitas situações de traição mas não quero dizer, não gosto de dizer Estou a tirar um curso de cozinha / artes gráficas / curso de hotelaria, além da escola

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Há pouco tempo, fizemos uma actividade com os polícias da escola segura, segurança, como atravessar a estrada essas coisas FAMÍLIA

Quando falam da família, alguns jovens referem as dificuldades sentidas pelos

pais quando vieram para Portugal, salientam que, de um modo geral, a língua falada em

casa é o crioulo e uma grande parte descreve os pais, especialmente a mãe, como seus

amigos.

Eu sempre vivi com a minha mãe mais os meus irmãos, o meu pai não estava, e agora sinto a falta dela… mais em termos emocionais… em termos de responsabilidade acho que não, estou a construir a minha vida A minha mãe contou-me, pois eu não conheci muito bem o meu pai, que viemos para Portugal pois a vida lá (Cabo Verde) estava muito difícil A minha mãe veio com 13 anos, com o meu tio No meu caso eu sou o irmão mais novo, a minha mãe trabalhava mas os meus irmãos ficavam em casa comigo… acabavam por se ajudar uns aos outros Em casa, praticamente, falamos crioulo Mas com os meus irmãos mais novos já falamos português Há pais que não gostam de falar em crioulo aos filhos… pensam que ajuda mais na escola, aprendem português sem interferir É mais em termos escolares. Não acredito que os pais queiram afastar a cultura deles. Mas às vezes falam crioulo na escola e na rua entre eles e só falam português em casa Os meus pais não deixam sair Porque os pais se preocupam connosco Às vezes preocupam-se demais Por causa da noite, da bebida, das drogas, dos namorados Eu acho que não se preocupam demais, eles estão a fazer o papel deles e nós estamos a fazer o nosso, temos de os respeitar Os familiares são os melhores amigos Só a minha mãe Nem sempre os pais são amigos dos meus amigos

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A mim só são meus amigos os meus pais, os outros são todos conhecidos Há pais que abandonam os filhos Não os acompanham na escola Nunca vêm às reuniões, Ou vêm e estão sempre a dizer que não é suficiente, dizem que temos de ter melhores notas Quando vêm ficam com ideias negativas na cabeça Mas às vezes não têm tempo e podem preocupar-se Quando dá para vir, vêm. Quando não dá, não vêm, há coisas mais importantes na vida A minha amiga é a minha dama, a minha mulher, é minha amiga, puxa por mim … mas eu não gosto, acho que é uma melga (ela estava presente, ele estava a brincar) ESCOLA

Em relação à escola, grande parte dos jovens refere que não gosta das aulas e

tem dificuldade de compreensão da matéria. No entanto, gostam do intervalo e de estar

com os colegas. Apresentam algumas vantagens da escola, especialmente os mais

velhos que já estão a trabalhar. O ensino recorrente é descrito como mais positivo do

que o ensino regular.

(Barreiras) Eu gosto da escola não gosto é das aulas Os professores podiam dar a matéria doutra maneira, mais fácil, para a gente compreender A matéria é chata e os professores não sabem ensinar A matéria não é chata são os professores que a dão mal, aborrecidos Os professores chatos não deixam ninguém falar, chegam lá falam falam Alguns não…Eu só gosto do meu professor de educação física O melhor são os intervalos A pior coisa da escola são os profs, as aulas O melhor é quando os professores faltam

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Eu não gosto de estudar (Vantagens) São os jovens mais velhos que já abandonaram a escola que mais salientam vantagens do tempo de escola. Coisas boas da escol… tempo, menos responsabilidade, raparigas, os amigos, menos preocupações. O que nos preocupava era que o outro nos bateu, ou nos roubou aquilo ou porque aquela nos deixou O melhor tempo das nossas vidas, e na altura não dávamos valor. Tínhamos mais portas abertas … por exemplo o deixar a escola, ficar só com o 7º ano, as consequências agora no trabalho. No desporto profissional Na amizade, uma coisa são colegas de trabalho outra são amigos de escola… com os colegas de trabalho estamos mais limitados, com os amigos tínhamos outras ideias O caminho dos jovens tem muito a ver com a condição do bairro, com a condição da família Se não existisse a escola éramos todos burros A aula de matemática é gira, a professora faz jogos, ela dá a matéria depois brinca um bocado, depois dá a matéria e brinca outro bocado, é assim Nós também podíamos fazer alguma cois:, falar menos Eu acho que a minha turma é a que se porta pior Os professores dizem o mesmo da minha Os alunos respondem, são malcriados (Escola do ensino recorrente) A escola é melhor pois aqui comemos Temos comida e passe, só não podemos dormir, é pena Temos passeios, acampamentos O pão já tem uma semana Os professores são diferentes, dão mais apoio, a gente grita e eles estão sempre atrás de nós para nos dar apoio, falam bem Esta é melhor que a outra

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Os professores nunca tinham paciência para nós, chegavam mal dispostos e lá íamos nós. Aqui brincamos com eles EXPECTATIVAS / FUTURO

Muitos jovens avaliam o seu futuro com alguma incerteza e negativismo. No

entanto, grande parte deles refere vontade de estudar, trabalhar e constituir uma família.

Eu não gosto de pensar o futuro. Nós pensamos, queremos e depois acaba por ser uma coisa completamente diferente, não vale a pena fazer planos Mas podemos pensar o que queremos para lutar, depois, como vais ser, logo se vê, mas sabes pelo que lutar Mas as pessoas mudam de ideias e objectivos, eu agora estou a tirar o curso de hotelaria, mas quero ser pediatra e quando era pequena queria ser veterinária, e daqui a uns anos posso querer ser outra coisa qualquer Até lá pode muita coisa mudar Eu não sei Aos 20 anos vou começar a procurar emprego Nessa altura não vais encontrar nada Da maneira que este país anda Queria acabar o 9º ano e procurar um curso, de mecânico Eu quero ser jogador mas é uma coisa que nunca vou ser Gostava de ser técnico de informática (3 jovens) Eu gostava de ser veterinária / cabeleireira /, cozinheira Jogador de Futebol (4 jovens), de Hockey Eu quero continuar na escola, quero ir para a área de ciências Bem, trabalho, compro uma casa, vou viver sozinha, posso ter um namorado Eu, se tiver um rapaz e nós gostemos muito um do outro, vamos viver juntos. Se tudo correr bem pensamos em casamento Eu não quero casar Daqui a 5 anos imagino-me na minha casa, com os meus filhos e com o meu marido

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Eu imagino-me num bom trabalho, num bom trabalho mesmo, uma boa vida Eu vou estar numa casa minha, a fazer o que eu gosto, curtir a minha vida Com uma casa, com uma mulher, com um trabalho fixo, não sei em quê, mas fixo, com dinheiro, quero só um filho Vou ter a minha vida, a minha casa, vou deixar este bairro aqui, mas por outro lado vai ser fatela pois os meus amigos estão aqui Eu quero viver numa casa em Lisboa, com uma amiga, vamos para a “night”, viver Eu quero ter três filhos, a minha irmã na Bélgica com três filhos já não precisa de trabalhar, com três abonos dá para viver, cá nem pensar Quero ter um trabalho na informática, quero ter uma casa e dois filhos (a grande maioria referiu que daqui a 5 anos quer ter a sua, casa, casar e ter filhos, embora a maioria destes jovens tenha menos de 18 daqui a 5 anos, consideram que não será cedo para ter filhos nessa altura) CONSUMO DE SUBSTÂNCIAS

A maioria dos jovens refere que não fuma, nem consume bebidas alcoólicas em

excesso, nem consome drogas. No entanto, consideram que a maioria dos jovens fuma e

que os que consomem substâncias fazem para relaxar ou esquecer os problemas.

Consideram que as raparigas fumam mais e aceitam com naturalidade o

consumo de álcool e tabaco por parte dos rapazes. No caso das raparigas, avaliam de

modo negativo as consumidoras de tabaco e álcool.

Não fumo, porque não gosto, cheira mal, gasto dinheiro A maioria dos meus colegas fumam, Uns dizem que fumam por causa dos nervos ou porque gostam Aqui ninguém fuma As raparigas estão a fumar mais Fica muito mal nas raparigas, os lábios ficam pretos É a curiosidade Há muitas que dizem que não fumam e ao virar a esquina lá estão Às vezes estamos tristes, sozinhos e achamos que o cigarro é a nossa companhia

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Qual é a alegria do cigarro? Nenhuma É normal nos rapazes, nas raparigas é feio, um homem pode fazer tudo As mulheres também têm o direito de fazer o que quiserem Mulheres que bebem é uma porcaria Só bebo nas festas, eu também Brancas, as pessoas bebem brancas É mais caro mas é mais barato, faz mais efeito rápido Devia-se poder beber mas com moderação Uma vez ou outra não sempre Na zona há problemas de droga mas na escola não Eu costumo ver lá no meu bairro Eu penso que eles se drogam por causa de problemas em casa É uma estupidez, existem outras formas de uma pessoa se descontrair e esquecer os problemas LIDAR COM OS PROBLEMAS

Os jovens referem que quando estão tristes costumam falar com os amigos ou

ficar sozinhos, no quarto ou a ouvir música.

Quando estamos tristes podemos falar com os amigos mas não adianta nada Tens de escolher com quem falar, se não sabes como a pessoa é, pode ser muito mau Tens de falar com um amigo de verdade Como é que tu sabes se ela é de verdade ou não, às vezes ela não é verdadeira Amigos só aqueles desde pequeninos, que crescem connosco, esses sabemos com que contar Nem esses Há pessoas que preferem falar com pessoas de fora Eu fecho-me no quarto Eu vou falar com os amigos

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Eu não faço nada, espero que passe … Meto-me no quarto a ouvir música ou vou descontrair com amigos Eu vou ter com amigos mas não falo disso, falo doutra coisa Eu não consigo falar, só no dia seguinte INTERVENÇÃO BARREIRAS

Em relação às barreiras identificadas a nível da intervenção, os jovens salientam

a falta e adequação de recursos humanos e económicos. Dificuldade de relação e

comunicação com as associações e centros comunitários.

Temos uma amostra de campo, é um quadrado, dá para 4 a 4 O centro preocupa-se com os desempregados, com as gravidezes mas não é capaz de se preocupar em nos arranjar e também aos mais novos, um campo decente Nós trabalhamos mas há gente que anda por ai e não trabalha mas somos todos postos no mesmo saco, não valorizam Aqui o centro devia fazer alguma coisa… Primeiro devia seleccionar menos as pessoa. Há dias em que só os mais novos podem entrar no centro, isto não é de todos, é um centro social. O centro não é para nós, quisemos fazer uma festa, tivemos que pagar 150 Euros e olharam de lado, parecia que não acreditavam que tínhamos o dinheiro e antes de algo correr mal já estavam a desconfiar É a direcção, tem muitas regras, muitas regras Quando alguém faz anos, não temos um espaço para a festa. Temos de arranjar um fogareiro e ir lá para trás. Este é o único centro que há aqui… e os preços não são muito acessíveis, as minhas sobrinhas não podem vir para cá (infantário) BOAS PRÁTICAS

O aspecto positivo mais referido pelos jovens é a relação de amizade e

apresentam algumas alternativas, tais como, mais actividades e formação para os jovens.

Salientam que deveriam ser ouvidos e estar mais envolvidos nas decisões.

A coisa boa aqui do Bairro são os amigos, a união, a amizade… mais nada

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Os mais novos vêm-nos como uma referência, para o bom e para o mau. Se trabalhas bom, se não trabalhas também, eles podem pensar “aquele não trabalha e qual é o problema?” e seguir o exemplo Modernizar as actividades, estas são muito antiquadas, jogas às damas ou jogar às cartas… quer dizer O centro fecha às 17 horas, a essa hora estamos nós a trabalhar e os miúdos na escola. Devia estar aberto até mais tarde. Por exemplo, uma sessão de cinema semanal depois de jantar Deviam investir na tecnologia, nos computadores, Internet, jogos Passeios, debates O seu exemplo o vir aqui falar connosco, ouvir… não digo nós mas os mais novos ficavam 2 ou 3 dias a falar sobre isso… Já era um motivo para não estarem a falar de outras coisas Actividades mais inovadoras…Por exemplo os transportes para aqui acabam às 8 da noite… Ficamos muito isolados Trazer novidades de filmes, DVDs, uma biblioteca decente. Já viu a nossa biblioteca? é uma vergonha Uns dias cinema, outro jogos, outro Internet, outro vir cá uma carrinha para nos levar a um campo de futebol decente porque este é uma vergonha Depois ir à praia, a uma piscina Por exemplo, todos os anos devíamos fazer pelo menos uma festa do bairro, mas para isso temos de andar nós de trás para a frente, mas mesmo não fazendo nada quem fica bem visto é o centro… nós é que arranjamos os patrocínios, a música, o DJ. Eu acho que o mais importante é a formação, formação para uma profissão, fazerem uma reunião com os jovens verem quais as áreas mais interessantes e arranjar formação para esses jovens. SEXUALIDADE SEXUALIDADE – Comportamentos sexuais

Em relação ao início da vida sexual, a maior parte refere que as raparigas

começam a sua vida sexual por volta dos 15 anos, geralmente, com parceiros mais

velhos. Os jovens apresentam algumas reflexões acerca do sentido da relação sexual.

As raparigas começam a sexualidade muito cedo, 15 anos Eu conheço crianças, sim crianças de 14, 15 anos que não sabem realmente o que é sexo e praticam e querem sempre rapazes mais velhos, são muito atrevidas

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Perde-se a virgindade quando se faz a primeira vez, a relação sexual Ter uma relação sexual é só o acto em si ah é? Não há nada antes beijos e carinhos … Quando fizeres sabes… Acho que a primeira vez a gente nunca conta a ninguém Devia-se iniciar a vida sexual aos 18 anos, pois aí já temos consciência daquilo que queremos SEXUALIDADE - Relação Entre Géneros

Um tema muito desenvolvido pelos vários jovens foi a diferença dos géneros

face à sexualidade. Referem que é natural que um rapaz tenha mais do que uma parceira

mas se uma rapariga tiver mais do que um parceiro é avaliada de modo depreciativo, até

pelas próprias mulheres. Referem que as raparigas são mais sensíveis e vulneráveis e

que ficam mais afectadas com o fim de uma relação amorosa do que os rapazes. As

raparigas expressam expectativas negativas face ao comportamento e emoções dos

rapazes.

Namorada é aquela que se gosta, a dama fixa É normal os homens terem duas mulheres Há mulheres que aceitam porque gostam do homem Eu aceitava, eu não posso fazer nada (rapariga) Depende do respeito, qual o nosso lugar Na nossa cultura não há homens com uma mulher Também há mulheres com dois homens A mulher pode esperar por um homem mas o homem não pode esperar por uma mulher Há mulheres que pensam: se ele faz eu também faço. E há homens que merecem Não podes esperar de uma mulher que tenha dois homens, que beba, que fume As mulheres também criticam: se uma mulher andar com mais do que um homem, as outras mulheres também começam a falar e a criticar. Nos homens já não é assim, um amigo meu pode ter várias mulheres e eu não o chateio

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Acho que é uma vergonha uma mulher estar com dois homens (rapariga) Nunca andava de cara levantada Eu já apanhei muitos homens e no futuro desiludi-me Mas com os homens também acontece. Há mulheres que não sabem dar valor aos homens Há mulheres que, quando o homem vai preso, largam e depois quando ele sai já andam com outros É o que acontece, no primeiro ano ainda vai vê-lo, no segundo ano começa “ai tenho de fazer a minha vida” Há mulheres que esperam O pior é que o homem lá dentro não sabe se ela espera ou não espera e depois acha que são todas a mesma coisa e não acredita nela Agora, um jovem com 16 anos vai preso O meu irmão foi preso em 97 com 16 anos Mesmo com 15 anos, se estás quase a fazer 16 vais dentro. Há rapazes que dizem que é só para experimentar. É mais da parte dos rapazes mas também há raparigas mas é muito raro Os rapazes é mais para gozar Eu tenho uma amiga que gostava tanto de um rapaz que iniciou a vida sexual com ele e ficou desiludida Ele nunca gostou dela e ela sempre gostou dele Os homens não têm sentimentos Todos não, mas a maioria As raparigas têm de abrir os olhos Eles não tem de achar nada, se ele achasse que era altura de fazer e eu não, não fazia, que ele quisesse acabar que acabasse Quando uma rapariga gosta muito, é muito cega Achas que os rapazes vão sempre à mesma … Os rapazes são muito mais infiéis

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Eu, se o meu namorado me fosse infiel, conversava com ele mas acabava tudo Eu tentava perceber o que tinha acontecido, se ele gostasse da outra que ficasse com ela O pior era voltar a acreditar nele Eu dava-lhe porrada Mas se partisses para a violência nunca ias saber o porquê, o que ele pensava, ele não tinha oportunidade para se defender. Há rapazes que dizem gosto muito de ti, é só amor e futuro para conseguir Alguns são assim mas não todos Eu, se o meu namorado tivesse com outra, eu ouvia, perguntava-lhe se estava contente com o que tinha feito e dava um tempo Se fosse daquelas coisas passageiras, nós sabemos que os homens são o que são, não prestam Nem todos Os que prestam contam-se pelos dedos e mesmo assim Os homens têm uma mentalidade bueda estúpida. Eles podem ter 3 ou 4, porquê é que nós também não podemos ter Não é assim É, é. Vocês têm 2, 3, 4 e eu sou muito bom. Nós se temos 2, 3, somos isto e aquilo, porquê? Diz-me porquê? Eu não posso fazer nada, é assim (rapaz) Deus é que quer … É, é Nós, para não nos chamarem o que nos chamam, temos de seguir as regras deles Namorada séria, isso é uma pergunta muito difícil (rapaz) Sim, para vocês é (rapariga) Uma namorada séria é uma que está presa na minha casa, devia ser minha escrava Uma mulher séria, que não dê confiança aos outros

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Uma mulher que sabe dar carinho Para ser uma namorada séria tem de ser muito tempo O namorado sério é aquele que não nos mete os “cornos” É aquele que não se arma em bom Que está quando é preciso Aqueles que sabem esperar Sim, não é “tu não me dás a outra deu-me tchau” Pois, “eu sou homem, ela disse para eu ir a casa dela” Para a mulher ser especial, temos de sentir amor (rapaz) Mas amor é muito forte (rapaz) Muito forte para vocês que não aguentam (Rapariga) Não podemos dizer “amo-te”, ficam logo com medo, desaparecem Ou então gozam: “ela disse que me ama, gosta bué de mim, posso fazer o que quiser” Ficam convencidos Tratam uma dama como um cão, abaixo de cão Vêem a dama na rua e não lhe falam Pensam: “ela telefona, ela é minha cadela” Não é assim (rapaz) Uma rapariga diz “acho-te muito fofo, gosto bué de ti, amo-te”, como é que tu ficas? Se estás com os teus manos e ela passa por ti, olhas? Ela vai-te dar um beijo? Não Não é nada assim Ah não? Se estás com os” brothers”, a tua dama passa, tu dás-lhe o toque “vai andando que eu já te apanho”, tens vergonha Às vezes que a dama fica à espera que ele telefone: ele disse que telefonava e ela espera Se o meu namorado me pedisse para fazer sexo, eu pedia-lhe para esperar mais um bocadinho, para eu ver se ele é o homem que eu quero para perder a virgindade

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Se o rapaz gostar de nós ele espera, se for daqueles que só quer isso não espera Só passado já algum tempo de namoro Isso depende (rapaz) Ah é? Se eu estivesse a namorar contigo e fosse contigo logo na primeira semana o que é que tu pensavas? O que é que me chamavas? Há raparigas que também fazem isso, têm um gajo todo bom e querem ir com ele Eles comentam logo “aquela dá-me rápido” São aquelas que não têm respeito por elas próprias Eu se ele me pressionar, acho que não gosta mesmo de mim e está a estragar o namoro As raparigas são mais sérias, não tem perigo, são mais sensíveis Por exemplo que eu namoro com um rapaz, gostamos um do outro, se acabamos a relação, ele fica na boa, vai para a “night”. E nós não. Estúpidas ficamos em casa a chorar Estávamos a ouvir música e uma amiga começa a chorar porque a música lhe lembra coisas tristes, os rapazes nem pó Ver uma rapariga chorar é normal, ver um rapaz a chorar toca, toca mesmo bué A rapariga por qualquer coisinha, chora No homem a lágrima pode estar mesmo a sair mis nunca sai A mulher é mais sensível Eu, mesmo que gostasse da rapariga, nem pó Um dia, quando gostares mesmo de uma rapariga, vais sofrer e vais chorar Eu não digo que não vou chorar mas para sair daqui vai demorar SEXUALIDADE - Gravidez na Adolescência

De um modo geral, os jovens referem que a gravidez na adolescência é uma

moda, e que as raparigas mais novas seguem o exemplo das outras. Descrevem a

gravidez como um projecto individual e uma valorização pessoal e social. Salientam,

ainda, que a gravidez pode ser uma forma de “prender” um homem.

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As raparigas descrevem o que fariam se ficassem grávidas e os rapazes como

agiriam se engravidassem uma rapariga. De um modo geral, os jovens referem que

teriam os filhos, que iriam trabalhar e que os pais acabariam por aceitar a situação.

Por exemplo: uma irmã de 16 anos engravida e fica em casa com o bebé, a avó gosta muito da neta, etc. É natural que outras irmãs mais novas, 14 anos ou isso, sigam o exemplo e também engravidem Depois é moda, aquela tem 16 anos e tem filhos, eu tenho menos um ano que ela qual é o problema Eu já fui pai adolescente: tenho duas filhas. A minha primeira filha foi há 6 anos e depois conheci outra pessoa tive outra filha e agora estou com ela. Na primeira tive medo, medo, e a minha mãe não deixou tirar Há muita informação. Eu acho que a culpa é das mulheres, da vontade de serem mãe, do instinto Ou então acham que nós somos o homem da vida delas e assim conseguem ficar connosco Uma mulher que queira ter um filho, o homem não decide nada. Há raparigas que querem engravidar: porque é moda, porque querem agarrar o homem, podem pensar que são mais independentes, tornam-se mulheres. Engravidar é agarrar a pessoa que amamos. Se eu pudesse engravidar a minha namorada fazia, mas se ela não quiser não posso, com as raparigas é diferente, elas é que mandam. Ela pode não ter informação mas há hipóteses de “alterar” o bebé, e fica muito mais barato As raparigas só têm um bebé se quiserem, têm a pílula que é mais barata que o preservativo, têm a pílula do dia seguinte, têm uma coisa que se mete lá dentro, têm o tirar o bebé, portanto só têm se quiserem. Eu tenho as minhas precauções mas há homens que não. Se uma rapariga tem 14 anos engravida não tem como criar o seu filho, mas com 18 já sabe o que fazer da vida. O maior problema deles (pais) é a gravidez e apanhar doenças Nós é que engravidamos não são eles É o mais importante, é um filho que vem a caminho, muitos prejuízos Tínhamos uma colega que engravidou e andava a esconder. As pessoas falam, é mau

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Se eu ficasse grávida tinha de ir trabalhar para sustentar o meu filho Eu acho que a minha mãe me deixava ficar na escola na mesma Eu não sei se assumia, nunca estive nessa situação (rapaz) Há raparigas de 12 anos com filhos: não tomam as devidas precauções, não têm tempo Quando acontece o pior é que dizem “devia ter usado preservativo” As raparigas quando ficam grávidas, os rapazes não querem saber delas, passam a ser um problema As raparigas devem ter em atenção a altura do mês, ver primeiro antes de fazer Algumas raparigas fazem de propósito para engravidar. Uma rapariga que conheço fez isso e ficou sozinha, saiu-lhe o tiro pela culatra Eu assumo a responsabilidade do meu filho, dou nome, vou trabalhar mas com a mãe não fico: obrigado (rapaz) Eu, se ficasse grávida, falava com a minha mãe e levava uma surra, ficava com ele e tinha de ir trabalhar (concordam) Eu não tirava (todas concordam) Se a minha namorada ficasse grávida apoiava Os pais dizem, dizem, mas depois apoiam: vêem o bebé, ficam babados O meu pai dava-me uma surra a minha mãe dizia trabalha, trabalha. Eu, depende: pensava se tirava ou não, se gostava do rapaz e se a minha mãe me ajudava, não queria deixar de estudar, talvez fosse possível conciliar as coisas Não sei, podemos engravidar todos os dias? SEXUALIDADE - Uso de preservativo e Infecções Sexualmente Transmissíveis VIH/sida

Quanto ao uso do preservativo defendem que deve ser utilizado numa relação

“esporádica”, mas não numa relação “séria”. Salientam que o uso do preservativo pode

ser visto como uma quebra de confiança e tirar o prazer sexual. Os rapazes referem que

é o homem que deve trazer e colocar o preservativo e avaliam de modo negativo uma

rapariga que o faça.

Em relação ao VIH/Sida referem que é um assunto que não é abordado pelos

pais e revelam fracos conhecimentos face à doença.

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Quando é uma rapariga que conhecemos há pouco tempo, usa-se preservativo, quando fica mais sério deixamos de usar Eu nunca uso, não gosto. Também, só vou para a cama com uma rapariga quando já a conheço Eu não gosto, mas uso quando tenho que usar Colocar o preservativo no meio de uma relação sexual é uma quebra de confiança Eu uso até saber como é a relação: se for uma coisa duradoira deixo … caso contrário “biscates” não, uso sempre, agora namorada não. “Engates” não apresento à família, mas namorada gosto de levar lá a casa, almoçar etc. Com namorada não precisa (usar preservativo) Há pessoas que continuam a não usar preservativo mas não aceitam ajuda, porque acham que estão certas e não acreditam nos outros, não ligam Sente-se vergonha de ir à farmácia comprar preservativos O preservativo tira o prazer ao homem Se um rapaz me dissesse que não usava (preservativo) eu dizia “então chau” A mim é-me indiferente usar ou não usar. É preciso saber escolher a marca O uso do preservativo quebra … quebra o ambiente; estamos muito bem, depois pára e diz “espera aí que vamos meter” Eu sei que se pode colocar o preservativo de modo mais disfarçado, com a boca por exemplo, mas eu não queria que a minha namorada soubesse colocar um preservativo com a boca O homem é que trás sempre o preservativo, primeiro porque elas podem picá-lo para o rasgar e para engravidar. Elas também podem romper o preservativo com as unhas, eu coloco sempre os meus … Uma rapariga que ande com um preservativo na carteira é uma grande … já tem aquela ambição de ter sexo. Começa-se a sair com uma, falar, namorar, passado pouco tempo não lhe vou pedir para fazer exames Não podemos desconfiar sempre da pessoa Com é que a rapariga se sentiria se o namorado lhe pedisse para lhe mostrar os testes?

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Ela diz “pensas que eu sou o quê?” é uma falta de confiança. Hoje, arranjar raparigas virgens é quase impossível, portanto agora não interessa ser o primeiro mas sim ser o último A pessoa que tem a doença é que tem que dizer É um risco Da VIH/sida nunca tocámos nesse assunto (na família) Por acaso não Eu acho que os pais falam mais disso (sida) com os rapazes pois eles é que andam com muitas raparigas Eu tratava um colega com sida como outro qualquer O meu primo é (seropositivo) é tudo normal só a comer é que come noutro prato e assim O que eu sei foi na escola (sobre sida) Vê-se quem tem sida Nem sempre, eu conheço uma rapariga que tem sida, a gente olha para ela e não parece nada que ela tem sida Tu ainda ficas doente por estar com ela Não. Só se pega por sangue e relação sexual Ela tem de tomar uns comprimidos todos os dias para o bicho não acordar SEXUALIDADE – Fontes de Informação

As fontes de informação sobre sexualidade mais referidas pelos jovens são os

amigos, a televisão e os irmãos e irmãs mais velhos. A grande maioria salienta que não

fala destes assuntos com os pais pois tem vergonha e porque pensa que os pais

começam a desconfiar. Alguns jovens consideram que tem mais conhecimentos do que

os pais. Muitos jovens defendem que deveria haver educação sexual nas escolas, outros

defendem que a educação sexual deve ser dada em casa, pelos pais. Os rapazes

consideram que são as raparigas que mais precisam de informação sobre sexualidade e

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Às vezes criava curiosidade Eu ouvia no meio das minhas irmãs, das amigas delas, elas a falar das experiências delas Claro que se fica com curiosidade Às vezes os amigos armam-se em garanhões, e nem sempre é verdade Às vezes tiramos dúvidas com as amigas, umas sabem mais que as outras Sobre o preservativo, sobre a pílula Não é nada, falam é de homens Também falamos sobre homens, que mal tem isso Também falamos de relações sexuais Eu não sei, a minha irmã tem 21 anos e deve falar com a minha mãe sobre sexualidade Como temos muitos irmãos, os mais velhos falam com os mais novos Quem dá informação à minha irmã mais nova é a minha mãe ou as colegas. Informação da escola, filmes, como proteger de certas doenças, certas brincadeiras … sim na escola (Casa Pia) A disciplina de “educação sexual” na escola é muito antiquada, acaba por ser uma bíblia, só ensina coisas que toda a gente sabe. É uma coisa que deve partir de nós. Uma disciplina disso não devia haver, são coisas um bocado intimas. A educação sexual deveria ser feita em casa, é um assunto muito íntimo para falar na escola Falar de sexo deve ser uma coisa a falar em casa, é uma função dos pais. Eles (pais) é que deviam ter uma formação mais actualizada para dar aos filhos. Sobre sexualidade falamos uns com os outros Já não deve haver dúvidas com tanta informação que há Nós encontramos mais informação na Internet e com os nossos amigos do que com os nossos pais (falar com os pais? Risos)

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Vergonha Fico embaraçada Depois eles pensam que nós já fizemos, ficam na dúvida, é melhor ficar calada Se perguntamos alguma coisa aos pais eles começam logo a ficar desconfiados Eu falo mais com os meus tios do que com os meus pais A minha mãe já falou comigo mas é mais “tem cuidado” e essas coisas, diz que quando eu fizer para lhe dizer, mas eu nunca lhe vou dizer Nós temos vergonha de falar nestas coisas, essa é que é a verdade Os pais já que não falam connosco, não nos deviam impedir de aprender Não são eles que não falam connosco, somos nós que não falamos com eles Mas, muitas vezes, eles deviam falar connosco. Quando acham que nós temos idade para iniciar a vida sexual, deviam falar connosco A minha mãe fala quase todos os dias, depois quando começa nunca mais se cala, a fazer perguntas, se tenho namorado e ela diz para ter juízo, para ver o que é que faço. Os meus irmãos não falam comigo sobre isso (geral) O meu irmão mais novo, já sabe tudo, os rapazes são mais experientes Há coisas que não dá para falar com a família: sobre sexo Eu acho que é medo, eles começam “o que é que andas a fazer, cuidado” Eu falo com as pessoas mais velhas que têm mais experiência Eles costumam ajudar mais do que os amigos Eu não falo com ninguém Eu falo às vezes com a minha mãe (rapaz) Falas com a tua mãe (ah ah) Por acaso a mãe dele é um espectáculo Os meus pais nunca puxaram esse assunto A minha mãe diz: “cuidado que a doença existe” Não dizem assim directo, dizem só para ter cuidado

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Se eles confiam nos filhos não falam, se vêem que a filha não faz nada, não falam Eu, todos os dias à noite, falo com as minhas amigas sobre sexo e uma sabem umas coisas e ensinam às outras. Quando uma sabe, diz Elas são sabidas Informação e tirar dúvidas é mais para as mulheres. Não estou a ser machista, mas é mais para as mulheres. Tiramos as dúvidas com as pessoas mais próximas, amigos, pais e irmãos Falo com a minha irmã na boa Se eu falasse com a minha mãe sobre sexo levava na boca Por exemplo: quando eu peço à minha mãe para sair ela diz que não e com o meu irmão deixa sair à vontade. Eu um dia disse-lhe e ela começou a gritar comigo, disse-lhe que os rapazes tinham muito mais direitos Eles não deixam sair as raparigas porque têm medo da gravidez Se o filho engravidar uma rapariga o problema não é deles, é dos pais dela Não falamos com os nossos pais (todos) Damos umas dicas à mãe (risos) Já estou capaz de dar umas indicações à minha mãe Há pais que sabem menos que nós Eu nem sei o que a minha mãe pensa Eu desabafo tudo com a minha irmã: as dúvidas, as perguntas tudo Eu falo com os amigos, nunca me aconteceu eles não saberem Falo com os stoures: alguns são porreiros Quando tens dúvidas e não sabes alguma coisa vais perguntar ao professor de história Emoções é só meu A minha mãe é muito antiquada: “vê lá onde é que vais” Pergunta sempre”onde vais, com quem, quando voltas?” As mães falam para ter cuidado

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Mas não falam abertamente É vergonha, mas também da nossa parte É mais da nossa parte É dos dois lados, fala-se o menos possível Lá porque a mãe engravidou aos 14 não quer dizer que eu engravide. Ela tem medo por mim, mas agora é diferente Elas esquecem-se que nós temos informação da escola, da televisão e sabemos mais Agora, todo o sítio onde uma pessoa vá, é sexualidade por todo lado: é filmes, revistas, programas, tudo. Eu, quando estamos a ver televisão e dá alguma coisa de sexo, eu fico logo corada Eu mudo logo de canal Eu vou à cozinha fazer qualquer coisa Se falamos destas coisas na escola, eu tenho de vergonha de dizer à minha mãe Eu é mais com o meu pai Ah, o pai nem se fala Quando dá uma cena dessas num filme ou assim e o meu pai está na sala, eu vou falar ao telemóvel Se a minha mãe vai à cozinha e entretanto dá uma cena de sexo, quando ela volta e pergunta o que aconteceu eu não sou capaz de lhe dizer SEXUALIDADE – Boas Práticas

Como boas práticas, os jovens referem o apoio e formação dos centros e

associações de jovens e sugerem a realização de debates.

Devia-se usar o preservativo, porque hoje é só fazer assim e aparece grávida Eu acho que devia haver debates Pessoas de fora que deviam vir cá à escola falar É preciso saber. Se uma pessoa não sabe quase nada, pode engravidar Há centros para jovens que podem responder às nossas questões se nós formos lá pedir ajuda, acho eu

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Dúvidas, como colocar o preservativo e essas coisas A educação sexual devia ser uma disciplina na escola, com mais questões, mas os professores tinham de saber, não eram todos No moinho temos apoio escolar, eu estou desde o 5º ano Ajuda na escola e nos trabalhos de casa, fazemos jogos, vemos vídeos e temos sessões de planeamento familiar Damos o corpo da rapariga e do rapaz, mas também falamos da escola, da família e dos amigos Falamos da relação entre os pais e os filhos, que são mais severos com as raparigas Falamos do que não podemos falar em casa Nós nunca tivemos educação sexual, e temos a relação com os pais que é o que é, não falamos, e no entanto sabemos o que é sexo, as doenças que isso pode trazer, que temos de nos proteger, etc.

SÍNTESE - GRUPOS FOCAIS COM JOVENS OCUPAÇÃO DE TEMPOS LIVRES E AMIZADE

Em relação à ocupação de tempos livres, todos os jovens referem que gostam de

passear pelo Bairro, pela cidade e centros comerciais. Muitos referem pratica de

desporto, convívio com os amigos, a televisão e a Internet. Alguns jovens referem os

amigos como uma fonte de apoio enquanto que outros revelam uma fraca expectativa

face à amizade.

FAMÍLIA

Quando falam da família, alguns jovens referem as dificuldades sentidas pelos

pais quando vieram para Portugal, salientam que, de um modo geral, a língua falada em

casa é o crioulo e uma grande parte descreve os pais, especialmente a mãe, como seus

amigos.

ESCOLA

Em relação à escola, grande parte dos jovens refere que não gosta das aulas e

tem dificuldade em compreender a matéria, no entanto gostam do intervalo e de estar

com os colegas. Apresentam algumas vantagens da escola, especialmente os jovens

mais velhos que já estão a trabalhar. O ensino recorrente é descrito como mais positivo

do que o ensino regular.

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EXPECTATIVAS / FUTURO Muitos jovens avaliam o seu futuro com alguma incerteza e negativismo, no

entanto grande parte refere que quer estudar, trabalhar e constituir uma família.

CONSUMO DE SUBSTÂNCIAS

A maioria dos jovens refere que não fuma, nem consume bebidas alcoólicas em

excesso, nem consome drogas. No entanto, consideram que a maioria dos jovens fuma e

que os que consomem substâncias fazem para relaxar ou esquecer os problemas.

Consideram que as raparigas fumam mais e aceitam com naturalidade o

consumo de álcool e tabaco por parte dos rapazes. No caso das raparigas avaliam de

modo negativo as raparigas consumidoras de tabaco e álcool.

LIDAR COM OS PROBLEMAS

Os jovens referem que quando estão tristes costumam falar com os amigos ou

ficar sozinho, no quarto ou a ouvir música.

INTERVENÇÃO BARREIRAS

Como barreiras identificadas a nível da intervenção, os jovens salientam a falta e

adequação de recursos humanos e económicos, dificuldade de relação e comunicação

com as associações e centros comunitários.

BOAS PRÁTICAS

O aspecto positivo mais referido pelos jovens é a relação de amizade e

apresentam algumas alternativas, tais como, mais actividades e formação para os jovens.

Salientam que deveriam ser ouvidos e estar mais envolvidos nas decisões.

SEXUALIDADE SEXUALIDADE – Comportamentos sexuais

Em relação ao início da vida sexual, a maior parte refere que as raparigas

começam a sua vida sexual por volta dos 15 anos, geralmente, com parceiros mais

velhos. Os jovens apresentam algumas reflexões acerca do sentido da relação sexual.

SEXUALIDADE - Relação Entre Géneros

Um tema muito desenvolvido pelos jovens foi a diferença dos géneros face à

sexualidade. Referem que é natural que um rapaz tenha mais do que uma parceira mas,

que se uma rapariga tiver mais do que um parceiro, é avaliada de modo depreciativo, até

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pelas próprias mulheres. Referem que as raparigas são mais sensíveis e vulneráveis e

que ficam mais afectadas com o fim de uma relação amorosa do que os rapazes. As

raparigas expressam expectativas negativas face ao comportamento e emoções dos

rapazes.

SEXUALIDADE - Gravidez na Adolescência

De um modo geral, os jovens referem que a gravidez na adolescência é uma

moda e que as raparigas mais novas seguem o exemplo das outras. Descrevem a

gravidez como um projecto individual e uma valorização pessoal e social. Salientam,

ainda, que a gravidez pode ser uma forma de “prender” um homem.

As raparigas descrevem o que fariam se ficassem grávidas e os rapazes como agiriam se

engravidassem uma rapariga. De um modo geral os jovens referem que teriam os filhos,

que iriam trabalhar e que os pais acabariam por aceitar a situação.

SEXUALIDADE - Uso de preservativo e Infecções Sexualmente Transmissíveis VIH/sida

Quanto ao uso do preservativo defendem que deve ser utilizado numa relação

“esporádica” mas não numa relação “séria”. Salientam que o uso do preservativo pode

ser visto como uma quebra de confiança e tirar o prazer sexual. Os rapazes referem que

é o homem que deve trazer e colocar o preservativo e avaliam de modo negativo uma

rapariga que o faça.

Em relação ao VIH/Sida referem que é um assunto não abordado pelos pais e revelam

fracos conhecimentos face à doença.

SEXUALIDADE – Fontes de Informação

As fontes de informação sobre sexualidade mais referidas pelos jovens são os

amigos, a televisão e os irmãos e irmãs mais velhos. A grande maioria salienta que não

fala destes assuntos com os pais pois tem vergonha e porque pensa que os pais

começam a desconfiar. Alguns jovens consideram que tem mais conhecimentos do que

os pais. Muitos jovens defendem que deveria haver educação sexual nas escolas, outros

defendem que a educação sexual deve ser dada em casa, pelos pais. Os rapazes

consideram que são as raparigas que mais precisam de informação sobre sexualidade e

métodos contraceptivos.

SEXUALIDADE – Boas Práticas

Como boas práticas, os jovens referem o apoio e formação dos centros e

associações de jovens e sugerem a realização de debates.

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GRUPOS DE DISCUSSÃO (FOCAIS) COM TÉCNICOS

ACULTURAÇÃO

Os técnicos consideram que um dos maiores problemas da população migrante

africana é a dificuldade de identificação com uma cultura, pois referem que os jovens

não se sentem nem portugueses nem africanos, o que pode resultar numa situação de

marginalidade e de mal estar.

Em relação aos dados do estudo “Não me surpreenderam, resultados naturais para este tipo de população, neste contexto étnico e socio-económico mas não diferem de zonas semelhantes a esta A população africana que é a maioria aqui na zona, nomeadamente os pais que vieram de África e os jovens que cá estão são aculturados. Eles não absorvem nada da cultura Europeia, só absorvem a cultura afro-americana, copiam-na Eu acho que não há assim tanta diferença, já não se distingue tanto a cultura africana da europeia Eles recusam a sua cultura, é negativo, eles nasceram cá mas não se sentem bem nem cá nem lá, há uma ambivalência Não se identificam com os pais nem com a cultura europeia Outras comunidades imigrantes como os chineses e indianos, mantêm a sua cultura são muito fechados, os filhos vão à escola até podem ter amigos lá mas depois voltam logo para casa… isto também tem um lado negativo, pois mesmo que quisessem não se conseguiam integrar Lá em África há muito o sentido da família: quando vamos a casa de um estão lá vizinhos, primos etc. Isto de ser africano, pode ser africano de raça ou africano de nascença (Poligamia) Não sei porquê? Na geração dos meus pais não acontecia, está a acontecer agora aqui no bairro e agora em Cabo Verde… não pode haver ligação porque a maioria das pessoas quando vem para cá corta a relação. Quando a família que deixaram lá vai morrendo, vão ficando com uma recordação idealizada de “eu hei-de voltar um dia…” Vários miúdos identificam-se com a cultura cabo-verdiana, sem nunca lá ter estado. Para eles lá é um paraíso, lá é que é bom, apesar de lá poderem passar tantas ou mais dificuldades do que aqui, aqui é mau e lá é que bom A família tem mais impacto, é um exemplo, todos os jovens trazem essas aprendizagens e na maioria dos casos influencia o comportamento dos jovens. Gestão das fronteiras não existe, tudo isto leva a outras coisas.

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Da minha experiência com os jovens, já mais velhos, numa situação de marginalidade, numa situação de desocupação, a maioria veio para cá muito pequeno mas não se sentem portugueses. Eu diria que não se sentem nada Eles não se sentem identificados a nada, há um desequilíbrio e eles não sabem onde se enquadrar Se calhar nunca lhes deram a possibilidade de socializar, de se identificar LEGALIZAÇÃO

O processo de legalização foi outra grande barreira identificada pelos técnicos.

Caracterizam o processo muito moroso, com muitas barreiras institucionais e

burocráticas e acima de tudo muito pouco eficaz. Salientam como consequências o

agravamento da situação de marginalidade, dos problemas socio-económicos e da

dificuldade de desenvolvimento de um sentido de pertença a uma cultura.

Portugal é uma ilha no meio da Europa: temos aqui famílias com portugueses, estrangeiros e indocumentados e acaba por ser uma experiência muito confusa para toda a gente Não são portugueses, não são cabo-verdianos, mas também não tem direito a uma nacionalidade Nós temos um indivíduo que já foi português, com BI português, e agora não é nada Isto na cabeça deles é uma grande confusão Na maioria dos casos, os meus jovens dizem “o que é que eu sou?”, “para que é que eu vou lutar para ter documentos se nunca vou ser português, lá fora não me dão valor” (na sociedade) Eles têm muito medo de pisar o outro lado da estrada Além da falta de BI e passaporte há aqui outras barreiras ainda mais fortes As pessoas nascidas antes de 82 estão melhor integradas na sociedade, essas têm nacionalidade portuguesa, se vão à procura de emprego ou promoção profissional têm mais possibilidade, enquanto que os nascidos depois de 82 são à partida excluídos, os empregadores arranjam uma desculpa, dizem que há uma quota para estrangeiros e que já está completa, e ficam sem emprego Quem nasce no país e consegue ter os documentos tem uma maior possibilidade de desenvolver um sentido de pátria, de pertença a um país, uma nacionalidade. Por vezes dois irmãos que nascidos um antes de 82 e outro depois nota-se a diferença Sim, há bastantes casos desses. Esta lei veio dividir os agregados ao meio

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O pior é a situação de ilegalidade, a documentação poderia reforçar os níveis de confiança e de segurança É realmente uma dificuldade muito grande, enorme (todos concordam) Mesmo nós, num processo de legalização, não podemos disfarçar porque as dificuldades, as barreiras são tantas, os papéis são imensos Mesmo depois dos papéis todos tratados, ficam 4 ou mais anos no SEF, sim porque 2 anos é urgência No outro dia liguei para o SEF, e disse “tenho um processo de urgência há 5 anos” e senhora disse “há 5 anos, não é assim tanto, temos cá processos há mais tempo” Quando é um pedido de identificação a pessoa ainda tem identificação, agora quando é uma primeira vez não sabemos se a resposta vai ser positiva ou negativa, ou seja, tudo o que sejam respostas sociais, de emprego etc. não existem Essa pessoa depois de ter passado tempos no processo de legalização, vai ficar mais 4, 5 anos à espera dos documentos oficiais Existem crianças que estão na escola ilegais, estão por esforço da própria escola Não. Penso que a educação até aos 15 anos é obrigatória, quer seja ou não legal Existem crianças que nasceram em Portugal mas, como os pais não estão legalizados, não têm documentos. Temos casos de jovens de 18 anos, que nasceram em Portugal e não têm qualquer documento Na nossa associação aparecem adolescentes grávidas com essas idades, que não têm documentação, as crianças nascem e não têm documentos, é um ciclo Se houver uma mãe que não tenha passaporte não pode registar um filho nascido em Portugal, tem um nome, um registo mas não tem passaporte nem nacionalidade Eu já tive casos de mulheres com 3 e 4 filhos com 5, 6 anos que não estavam registados sequer, eles na prática não existem, o nome é o que lhe chamam em casa Um passaporte custa dinheiro, eles não têm dinheiro sequer para tirar o passaporte e não existem apoios sociais para isso Depois, existem embaixadas com que temos uma boa relação, uma relação muito estreita que fazem com que os passaportes saíam, e há outras que não. É para esquecer Na embaixada do Zaire são 280 euros, só os passaportes Mas existem muitos jovens que não lhes interessa ter documentação, não ligam, nem valorizam. Sim, muitos dos problemas estão relacionados com a própria população

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A situação de marginalidade agrava-se por não haver respostas. Em termos do governo não há. Quando trabalhamos com um ilegal, batemos em todas as paredes, todas as portas estão fechadas A pessoa ou tem número de Segurança Social ou AZAR, não tem direito a nada Depois, está tudo concentrado num sítio. O único ponto de subsídio que temos é Portugal é a Segurança Social Se eles estão ilegais não existem Quando precisamos de apoio e ajuda recorremos umas às outras. Não é um percurso normal. Quando preciso de alguma coisa do Centro de Saúde ligo directamente para A, se preciso de algo da Segurança Social ligo directamente para o telemóvel de B, se aparece uma grávida adolescente ligo para C. Mas tudo informal E isto é muito grave, porque enquanto nós nos damos e trabalhamos bem, noutros lados as coisas não são bem assim Deixam-se entrar pessoas de outros países e depois não se lhes consegue dar qualquer tipo de suporte, só se consegue marginalizar No outro dia, tivemos de contactar o Governador pois não deixavam dar leite às crianças que tinham fome para não cimentar a imigração… assim não as deixem entrar, depois de cá estar não se podem deixar as crianças à fome LÍNGUA

Em relação à língua falada pelos jovens, os técnicos referem que a maioria dos

jovens fala crioulo, ou por não saber falar português ou por insegurança de não o falar

correctamente. Por outro lado defendem que a questão da língua é fundamental para o

insucesso escolar e consideram que não há muita vontade política para resolver esta

questão.

A maioria fala em casa crioulo, e além disso mesmo que saibam falar português têm receio de falar É falta de confiança Têm medo que a gente os marginalize, têm medo de não falar bem Há muitos casos de crianças que só começam a falar português quando vão para a escola Agora já há o pré-escolar, quando há, mas há crianças que vão para a 1ª classe sem falar uma palavra de português, isso é logo caminho para a exclusão e insucesso escolar

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É incrível como se pode estar num país 6 anos sem falar a língua do país, eles vivem aqui dentro do bairro como num país Mas, por vezes, há miúdos que se desenrascam em português mas pedem aos mediadores para falar por eles, têm medo, vergonha, não sei… Eles por vezes têm uma enorme dificuldade em acompanhar por causa de não perceber o português Eu estou a trabalhar numa escola em que 70% dos alunos são descendentes africanos e agora já são os portugueses que falam crioulo Estão a aculturar ao contrário Às vezes até trazem conflitos para dentro da sala de aula A questão da língua é fundamental para o insucesso e abandono escolar. É como uma criança francesa que viesse para Portugal, não sabia português e ia para a primeira classe, mas como a língua é o crioulo, torne-se uma discriminação E o Estado não vê as coisas assim. O crioulo é uma coisa diferente, como se eles tivessem a obrigação de saber falar português O Estado não colabora CENÁRIOS E ACTORES ESCOLA

Os técnicos referem que grande parte dos pais não valoriza a escola, o que vai

transmitir desinteresse e motivação aos filhos. Por outro lado defendem que a escola

pode funcionar como um excelente local onde os jovens estabeleçam relações

interpessoais e combatam a exclusão e marginalização social.

A questão da língua é fundamental: só conversando é que nos entendemos. Mas a parte da família, e as coisas em casa também influenciam muito, o reforço que não existe Outra coisa são os pais, os pais não valorizam a escola. No outro dia tive uma mãe que vinha pedir almoço na escola para os três filhos, perguntei-lhe em que turma andavam, não sabia, perguntei-lhe o ano de escolaridade, também não sabia, quem é director de turma, qual é o nome do seu filho … bem isto é um bocadinho assim Não são todos os pais assim, mas, das utentes que tenho, noto que há uma grande desvalorização da escola: não sabem qual o ano, não sabem se passou, não sabem nada Tentar perceber, especialmente os mais pequeninos, “então como estão as tuas notas”, “mostra o teu caderno”, são aspectos tão básicos para nós mas para eles não

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Depois não há aquela motivação, aquele apoio para continuar na escola, estes factores todos contribuem para o abandono escolar, um desinteresse e falta de expectativas Eles, como não são acompanhados, não há uma motivação para a escola. Quando fazemos reuniões de pais, os pais que faltam são os dos miúdos que piores notas têm, porque o próprio pai que tem esta dificuldade em ir falar com o professor, não percebe bem a língua, porque se sente de algum modo inferiorizado… O professor vai dizer “tem de estar mais com o seu filho”; “tem de acompanhar mais o seu filho”, ”ajudar nos trabalhos de casa” e ele sabe que não o consegue fazer Eles próprios tem menos formação que os filhos Tenho a sensação que há maior taxa de abandono escolar por parte dos jovens africanos Ainda há um pouco a ideia de que a escola não vai servir para nada Muitos pais são preocupados com os filhos, mais até com eles serem mal educados, o não aprenderem até desculpam, mas a má educação não toleram Há aqui uma escola primária que adoptou um sistema, tem uma professora que fala crioulo. Se calhar é uma coisa boa mas também é uma coisa má ao longo do ano ela a pouco e pouco vai passando do crioulo para o português e vai dando o programa, mas por outro lado eles acabam por ficar excluídos porque é uma turma diferente, dentro da escola é uma turma diferente Acaba por ser complicado: de certa forma acaba por marginalizar aquele grupo Os que estão na escola têm uma tendência para se comportar melhor Eu acho que hoje em dia não há discriminação dos alunos negros por parte dos caucasianos, muito pelo contrário estes últimos gostam da música, das danças Das escolas por que passei, esta é a escola onde se vê uma melhor relação entre as duas raças, dão-se bem, não há muita discriminação A música é um factor de ligação à cultura deles FAMÍLIA

Os técnicos consideram que os pais se preocupam com os filhos mas trabalham

muito e têm pouco tempo para estar e acompanhar os filhos. Salientam também que os

pais tem dificuldades de educação e de ter “pulso” nos filhos.

São pessoas muito esforçadas, trabalham muito, saem de casa muito cedo, chegam a casa muito tarde e têm muito pouco tempo para estar com os filhos, conversam pouco, mas tanto em famílias brancas como negras

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Cá, os pais africanos dizem aos filhos “não faças assim, cuidado e tal” mas… os africanos que vieram ainda têm aquele respeito pelo patrão e os filhos não querem ter esse respeito pelo patrão Eles não se sentem integrados e familiarmente também têm grandes problemas. No fundo são famílias muito tradicionais e tentam indicar aos filhos essa tradição mas os filhos não respondem a esses valores Vejo as mães muito resignadas com aquilo que os filhos querem fazer e que elas não conseguem dar a volta. Parece que há um fosso entre aquilo que os pais são e aquilo que os filhos querem ser, eles vêm nos pais um exemplo negativo Estes pais e estas mães trabalham essencialmente nas limpezas, por vezes à noite e nas obras pelo país, e chegam muito tarde a casa, portanto não há acompanhamento Eles sentem-se inferiores e logo aqui temos uma limitação e isto vai condicionar o envolvimento da criança EXPECTATIVAS / FUTURO

Os técnicos consideram que os jovens não têm expectativas positivas face ao

futuro, pensam que, por mais que se esforcem, acabam por ter a mesma vida que os

pais. Referem que, os jovens têm vontade de mudar, no entanto, alguns fazem um plano

de mudança mas outros querem uma mudança imediata, que na maior parte das vezes

não se concretiza.

E as expectativas, no pensamento destes pais para pôr um tijolo em cima de outro e para limpar um vidro não é preciso saber ler, e as motivações para os filhos não são diferentes Os miúdos a partir de um ano, quando começam a andar, ficam entregues à comunidade, nós temos meninos de rua dentro do bairro Os próprios miúdos não têm expectativas: quando nos vêm pedir cursos pedem limpezas, cozinha; o que têm de referência, as metas que eles colocam são exactamente estas Eles pensam que vão batalhar, trabalhar, lutar e no fim vão limpar escadas: a expectativa e a motivação deles é essa Depois, o exemplo pode ser aquele que está na esquina a vender não sei o quê, é o dinheiro mais fácil. Eu não acredito que todas queiram ser empregadas de limpeza, embora a maioria acabe por o ser O que procuram mais é cabeleireira, educadora de crianças e cozinha

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Todos querem ter sucesso, mas uns têm uma visão mais realista e pensam o que têm que fazer e outros ficam-se pela vontade ou não conseguem mesmo Também há o imediatismo: querem uma resposta logo e, por vezes, estas coisas levam tempo e trabalho e não conseguem resistir COMUNIDADE

A nível da comunidade, os técnicos identificaram diversos factores ligados ao

risco, tais como, más condições de habitação e de higiene, falta de recursos económicos

e humanos adequados para as crianças (creches, amas, etc.), falta de opções e de

alternativas, a grande mobilidade da população, o tráfico de droga e as consequentes

rivalidades entre famílias. Salientam que os jovens fecham-se no bairro, mas sentem

vergonha por pertencer ao bairro e têm medo do “mundo lá fora”.

Um grande problema é a habitação, os animais domésticos … A questão da habitação também podia ser ultrapassada se eles acreditassem e fizessem mais coisas para sair daqui. Os miúdos são cuidados por quem calha há uma grande rede de solidariedade, familiares, vizinhos Já houve mais. Agora já pagam. Antes ficavam uns com os filhos dos outros. Agora já pagam e querem o dinheiro adiantado Ainda os há que não têm familiares onde deixem os filhos e não têm dinheiro para pagar a uma ama, se é que se pode chamar assim. Não podem deixar numa creche porque trabalham até muito tarde e a creche fecha cedo. Para pagar têm de trabalhar mais e implica menos tempo com os filhos. Depois, acabam por ser os mais crescidos, diga-se 7 anos, a tratar dos mais pequenos de 3 ou 4 meses. É uma coisa normal As mães acabam por não os pôr na creche. Por exemplo: uma mãe que trabalhe nas limpezas à noite entra às 6 da tarde e chega às 4/5 da manhã, para quê colocar na creche se, quando está a trabalhar tem de pôr os filhos numa ama, fica com eles em casa em vez de estar a pagar duas coisas diferentes. Acaba por ser uma luta tentar integrar as crianças porque elas (mães) não vêem a finalidade e além disso é mais uma despesa Também, há a questão do risco: como há poucas pessoas a tratar de crianças e as creches estão cheias, a mãe pode ter medo de deixar a criança mas pensa que uma pessoa é confiança e acaba por deixar. Já existiram casos em que a mãe vai buscar a criança e a ama está a fumar, com um grupo de amigos, a comer e as crianças ali à volta

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Sim, também há essa insegurança: “não vou trabalhar porque não quero deixar o meu filho neste ambiente” Não temos recursos para dar resposta a estas situações. Há muito poucos recursos a nível da primeira infância Aqui, uma criança, desde que consiga andar, já cuida de si, basta saber esticar a mãozinha. Uma criança de 1 anos 1 ano e meio já é autónoma. Aí como é que se justifica pagar o quer que seja? Em relação à droga o principal problema é o tráfico e a consequente estigmatização do bairro e das pessoas que cá moram Não há muito consumo, o problema é mais a identificação a um bairro que trafica e as pessoas pensam que são todos do mesmo Os que ouvem dizer que eles são daqui ficam logo com a imagem do traficante: são logo rotulados Só para ter uma ideia, os próprios miúdos e miúdas que recorrem a nós não dizem que são do Bairro X, são de Y ou são de Z. Há o estigma. O próprio bairro é um estigma porque existem estes problemas, tráfico Eles fecham-se no bairro e não saem, quando vão lá para fora é outro mundo Estes bairros prestam-se muito a isso: não estão muito em casa pois em casa não têm muito que fazer, então vão para a rua, pois lá é que têm os amigos, fazem festas, patuscadas Por não haver condições para estar em casa é que eles são empurrados para a rua Não há formação profissional para os que tenham o 6 ano, só a partir dos 9 anos. Há aqui uma falha, o tempo que eles estão à espera é infinito, não conseguem resistir e caem no tráfico. Eu tenho vários casos que se esforçaram imenso mas as respostas tardaram tanto, por exemplo certificados da escola, certificados outros que quando vêm já o jovem está no tráfico Eles também têm de comer Quando são menores de 16 anos, não podem trabalhar por causa do trabalho infantil, não têm o 9º ano, não podem ter formações, insucesso escolar, o que acontece? Não têm nada para fazer Quem não tem nada para fazer inventa A comunidade em que eles estão inseridos também não ajuda nada e o tráfico e o consumo de substâncias são uma fuga a tudo isto Aqui no bairro, agora também, são as mulheres a traficar, com os filhos à volta, uns óptimos pombos-correios

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O consumo interno é muito pouco, coisa esporádica e leve Aquilo é uma escolha, uma opção, uma profissão, temos casos de pais que entram ao serviço às 9 horas da manhã, fazem hora de almoço e depois continuam à tarde, mas há esta opção e esta consciência Pode é ser uma opção por falta de opções Isto trás outro problema que é a rivalidade entre bairros e entre famílias Mas não há intervenção, por morte de uma criança no bairro não há intervenção da polícia judiciária. É segredo, já passou um ano. A gente só sabe que ela morreu, o resto é segredo, aparentemente não aconteceu nada Também pode trazer problemas, a entrada de novas associações e de novos técnicos pode ser um bocadinho complicada, já existe este laço afectivo Não tem a ver com a entrada. Às vezes tem a ver com a postura das pessoas, com o nariz para cima e eu sou o dono do saber. Não pode ser, vêm só dificultar a situação. Muitas vezes, os que vêm não ouvem quem cá está Aparecem sempre pessoas novas, já trabalho cá há bastantes anos e surgem sempre pessoas novas. Temos pessoas de referência que nos ajudam bastante mas todos os dias quase surgem novas Uma formação de mediadores implica uma carga horária brutal, eles não querem, não conseguem, eles têm outros compromissos. INTERVENÇÃO BARREIRAS

Segundo os técnicos, o trabalho desenvolvido com a população não é tão global

e estruturado como seria necessário, “vai-se fazendo trabalho, caso a caso”. Os técnicos

encontram dificuldades de comunicação e de captação dos jovens. Consideram que há

falta de recursos humanos e económicos, assim como falta de alternativas de formação e

inserção dos jovens, especialmente para os que abandonam a escola antes do fim da

escolaridade obrigatória.

Não é feito um trabalho global com a comunidade vai-se fazendo trabalho caso a caso O espaço jovem, este ano, não tem tido muita adesão. As actividades também penso que não são as mais adequadas e actualmente o espaço não está aberto desde Outubro. Bem, está aberto 2 dias por semana para os mais velhos, um dia com desporto e outro com informática. A informática não tem tido adesão

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Eles aprendem Word e Powerpoint mas como não têm grande utilidade no seu dia-a-dia ficam desmotivados e deixaram de aparecer Eles vêm muito mais motivados para jogar no computador, quando viram que não era para isso deixaram de aparecer A Univa e o Centro de Emprego, são recursos para os miúdos que deixaram a escola, mas para miúdos de 15 anos com o 5º ano não há recursos, são muito novos para a formação profissional e não querem estar na escola. Eu tento consciencializa-los de que com o 5 ano, deveriam estar na escola e se não estão o que vão fazer depois? Os pais também não vêem muito bem a importância da escola. Mas percebem que é importante ter um trabalho, não querem seguir o exemplo dos pais, pedreiro ou dona de casa, mas depois os recursos que temos para este miúdos é a Casa Pia e muito poucas vagas para ensino de equivalências e a entrada é muito complicada. É suposto miúdos desta idade e com esta escolaridade estarem na escola… A oferta de formação também é só a partir do 9º ano, portanto mesmo que eles tenham 16 anos, se tiverem o 5º ou 6º anos, as ofertas são quase nulas Temos o caso de um miúdo que foi expulso da escola, por faltas e comportamento, pensamos que é um jovem de risco (se é que já não passou disso, mesmo práticas de roubo). Ele deveria estar ocupado de forma útil, construir o seu futuro, e não encontramos alternativa para ele. Se houver, é alguma coisa para o próximo ano e até lá não sabemos o que possa acontecer Alguns até estavam a aderir bem à informática mas, depois, 2 ou 3 líderes que queriam era jogar computador conseguiram desmobilizar os outros e depois deixaram todos de vir No início notámos que havia pouca adesão e o curso esteve quase para fechar porque a DREL queria uns moldes muito rígidos, porta fechada, presenças obrigatórias e um número mínimo muito elevado de participantes. Assim era impossível. Temos de ter isto aberto: eles vêm quando querem. Obrigados era pior. Foi complicado chegar a um consenso Três dias por semana, os jovens, podiam jogar computador, “playstation”, pingpong, TV, aos outros dias era informática. Eles não gostaram das regras e um dia chegamos cá e tinham levado todos os computadores. Foram os jovens mais velhos que lhes pediram os computadores de volta e a razão que deram foi que como o centro estava fechado ao fim-de-semana e aos outros dias eles queriam jogar e não podiam, por isso levaram os computadores com eles para jogar quando queriam Não há transportes a partir da tarde. Há esta exclusão territorial do bairro Para o Ministério da Educação tem de haver um número mínimo de alunos para mandarem um professor do ensino recorrente. Se não há não mandam. Penso que para estas situações deviam abrir excepções

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Temos um grupo problema, que nem são os mais velhos nem os mais novos que estão em risco, e alguns já têm comportamentos delinquentes. O ensino recorrente poderia ser uma solução Uma ferramenta fundamental que nos falta para fazer alguma coisa com eles é o conhecimento intersubjectivo deles Este espaço não corresponde aquilo que eles precisam, temos um espaço que fecha às 5. Um deles um dia disse-me “esse pessoal que vocês querem agarrar, acorda às 2 da tarde, vai almoçar, ficar a fumar uma gansa e já são 5 horas, se vocês fecham às 5 como pensam agarrá-los?” Quando querem fazer uma festa é um problema porque o espaço tem de fechar à meia-noite por causa da população, e os jovens, se querem fazer uma festa pela noite, o entrave é o horário Em relação ao campo, falei com a câmara eles dizem que aumentar o campo não vão aumentar mas melhorar o pavimento e isso eles sabem: foi explicado aos jovens Pelos visto não sabem, não perceberam Já foi explicado que o espaço precisa de técnicos, o projecto acabou e não há dinheiro Só se consegue chegar a um ponto de entendimento quando se estabelece uma relação de confiança. Tentámos fazer reuniões de jovens mas, como não havia essa relação e como estava um elemento da direcção, se calhar ficaram inibidos ou retraídos. Dissemos “o que vocês gostam, digam, proponham”. Queríamos que fossem eles a mudar o que queriam mas não disseram nada Primeiro tem-se que estabelecer uma relação sólida com eles, com confiança, especialmente se eles estiverem ligados a alguma actividade ilegal, ainda mais temos de ter a sua confiança. Se não tivermos essa relação de confiança é muito difícil dizer “vá, sugiram”. Eles não vêem abertura da nossa parte para receber as sugestões deles ou tem um sentimento de inferioridade em relação às suas ideias. Não sei Nessas reuniões, não apareciam muitos jovens. Apareciam numa postura de gozo e brincadeira, não vinham numa postura construtiva, com ideias para um espaço Fizemos uma coisa com os mais velhos em que, semanalmente ou quinzenalmente, um era o líder do espaço, seria responsável pelo espaço, mas não resultou porque eles não apareciam O problema é com os mais novos Em relação à informática, se calhar, foi mais da nossa parte que achámos que era importante para eles aprenderem informática do que a eles precisarem… para quê, “Word”,”Powerpoint”, eles não vão precisar, só para uns trabalhinhos Muitos deles não tem computador em casa

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Tentou-se uma vez fazer um passeio com eles, ao “Badoca Park”, fomos três técnicos com dois jovens, pedimos o autocarro à câmara pois estavam imensos inscritos, às nove da manhã só apareceram dois jovens Uns por causa dos 5 euros, que era muito, outros ficaram a dormir Se calhar a nível da direcção também era preciso trabalhar alguns pontos, haver mais abertura, regras impostas há muitos anos e é muito difícil mudar Uns diziam que eles deviam ser fechados num quartel para se portarem bem Foi focado o papel dos pais, uns diziam que não conseguiam controlar os filhos, outros diziam que o problema não estava nos pais, o problema estava nas ofertas que eles têm fora de casa, alguns pais que diziam que não queriam os filhos em casa a fazer barulho, uns diziam que não sabiam o que os filhos andam a fazer e que deveriam ser avisados, mas se avisassem ainda levavam porrada Penso que se sub-entendeu, porque estavam cá dois elementos da direcção, que o centro não era para estes jovens que não fazia nada por eles Os pais destes miúdos complicados ou não se apercebem realmente da situação ou não querem aceitar, dizem que os pais deveriam ser avisados O trabalho que se tem vindo a desenvolver é mais estímulo – reacção, quando há um problema tenta-se resolver. O problema é que nunca foi vista a intervenção no sentido científico, com conhecimento da realidade das situações. Já tentamos propor uma avaliação mais qualitativa desta população e isso foi-nos negado Estes jovens, de início, não entravam aqui, eram rejeitados à partida porque um dos projectos era até aos 12 anos e o outro a partir dos 16 anos, ou seja, aqueles que tinham13, 15 anos não tinham lugar. Mas nós começamos a deixar entrar mas o projecto não continuou com as mudanças de governo. Agora esses jovens não vêm cá. Queremos tentar conquistá-los É uma grande frustração ver o trabalho que se fez fugir, por falta de apoio, mesmo ficando alguns resultados o trabalho continuado foi-se. Continuamos à espera que seja aprovada a candidatura mas por enquanto temos até Junho Eles estão perdidos e precisam que alguém lhes deite uma mão BOAS PRÁTICAS

Os técnicos apresentam alguns projectos e acções desenvolvidos por associações

e centros de jovens que tiveram um impacto positivo na população, como por exemplo,

o apoio escolar, desporto, apoio a mães adolescentes, educação pelos pares, mediadores,

o exemplo dado por jovens que lutam e investem mais em si. O trabalho conjunto e em

rede das várias associações, centros e técnicos é factor essencial para a optimização dos

recursos existentes.

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Sugerem algumas pistas de acção, nomeadamente, o conhecimento mais aprofundado da

população alvo junto dos próprios jovens e guiar a intervenção pelas necessidades

identificadas pela população e desenvolver actividades mais adequadas às suas

motivações.

O projecto iniciou-se há 2 anos, é um projecto da IDT, e teve muita adesão, tem dois grupos os jovens não escolarizados a partir dos 16 anos e outro grupo de jovens escolarizados dos 9 aos 15 anos, era o centro de estudo, apoio escolar. No primeiro ano houve muita adesão, no início “haviam” muitos técnicos (psicólogos, assistente social, animadores). Para chamar os mais novos foi através do apoio escolar, para os mais velhos foram afixados cartazes a dizer que existia este espaço jovem para eles e foram aparecendo. Passado um ano os jovens mais velhos começaram a trabalhar, começou a ter menos adesão. O centro de estudo continua a ter muita adesão e é pena não haver mais pessoal pois “deveriam” haver mais vagas, só apoiamos 12 adolescentes. Temos muito mais inscrições Ao desporto é que eles têm aderido bem, mas fora isso… O que fazemos na área da adolescência e que tem tido resultados mais positivos é o centro de estudos, esses (os jovens que têm apoio escolar no centro de estudos) mantém-se na escola, com sucesso escolar Fizemos uma colónia de ferias com os mais novos, com os do centro de estudo (Quem dá o apoio escolar é uma psicóloga e uma assistente social) O ano passado, no espaço jovem, passaram por aqui 60 jovens. É um projecto porta aberta e o centro de estudo tem horário No primeiro ano, tivemos além da informática, que tinha mais adesão por parte dos mais velhos, da educação física, também tínhamos o ensino recorrente, para os jovens que abandonaram a escola Estes jovens mais velhos que estão a trabalhar ”formam” os jovens que vierem para o espaço jovem quando este abriu, e é muito bom ver que conseguimos construir um projecto de vida com eles, que eles tenham ido trabalhar, tenham comprar casa e “construir” família Nós não conseguimos trabalhar com estes jovens se não houver um conhecimento cientifico do que se passa aqui, o que é que eles realmente querem e precisam. Nunca foi feito neste bairro um diagnóstico. Isto é uma ferramenta fundamental para podermos avançar no trabalho com estes jovens. O nosso objectivo é fazer este estudo, ver o que é que eles sentem, quais os problemas e como é que o espaço pode ajudar a resolver esses problemas. Estes mais velhos poderão ser uma ponte para chegar aos outros, mas o nosso objectivo já não são estes

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Havia uma pertença: eles quando saíam do trabalho encontravam-se aqui, automaticamente era um ponto de encontro, estes passavam todos os dias, vinham cá dizer um olá, jogavam um bocadinho A partir de Maio somos capazes de conseguir dinheiro para abrir o espaço os dias todos, vamos ter mais uma pessoa aqui, agora sou só eu, além do meu trabalho. Talvez seja mais fácil chegar até eles e estabelecer uma relação e assim podemos avançar para este diagnóstico. Abrir o espaço e ver quem passa por cá Temos que abrir e só fazer actividades lúdicas: ping pong, computadores, o que eles gostam. Não impor. O objectivo é conhecê-los, ganhar a confiança deles Queremos conhecer a realidade, a partir daí ver os problemas. Como pretendemos trabalha-los, os objectivos e a partir daí construir um projecto que vá ao encontro deles, com objectivos bem definidos e com avaliação a seguir. E a partir daí, pensamos, que se possa fazer um bom trabalho Não vale a pena a gente estar a dizer que era muito giro fazer isto e aquilo, se eles não gostarem não dá Realmente, quando “haviam” estas reuniões, quando participavam eram interessados, estavam a ralhar com outros miúdos que estavam a gozar e estavam interessados Os jovens que fizeram o debate consigo, um deles veio-me dizer que tinha sido muito importante o debate Temos que reconhecer que há muito pouca abertura a determinadas coisas. Se houver uma relação de confiança, nós sabermos que eles não fumam aqui e que a partir de determinada hora tem cuidado com o barulho, e nós confiarmos que eles vão respeitar determinadas regras, penso que não haveria problemas de os deixar ficar até mais tarde Se eles sentirem a confiança que estamos a trabalhar com eles e para eles Os pais que têm um papel activo, os filhos não andam por aí, tem regras e cumprem No centro de estudo os pais são muito mais interessados pelo sucesso escolar etc. O seu comportamento é totalmente diferente quando comparado com o tal grupo a que nós não conseguimos chegar, são pais que são mais desligados, os jovens tem mais insucesso escolar, mais comportamentos de risco Há pais que saem antes dos filhos acordarem e chegam quando eles já estão a dormir, que mesmo que queiram acompanhar é impossível. Há questões financeiras e coisas dentro das famílias que não têm a ver com o interesse dos pais que condicionam os pais e que não permite que possam estar mais tempo com os filhos Houve aí uma série de roubos, os computadores, a cozinha, etc. e pensamos que seria bom ouvir os moradores e houve muita adesão, foi muito positivo. Uma das moradoras disse que era importante criar um espaço criado pelos moradores e pelos jovens para

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estes ficarem e fazerem actividades. Sempre apontaram para o espaço do centro diziam que “este não serve; assim como está não serve” A ideia dos moradores era um espaço que estivesse aberto até bastante tarde, onde os jovens, depois de jantar, em vez de ficar na rua e a fazer barulho iam para este espaço, em vez de ter comportamentos delinquentes tinham um espaço para estar, ver televisão Queríamos agora tornar este espaço um observatório dos jovens Fazer uma sessão de cinema era uma óptima ideia. Mas talvez mudar pequenas coisas, umas cadeiras mais confortáveis, um ambiente mais acolhedor, mais casa. Os filmes também já tinham alguns anos, e a motivação era pequena. A instituição não nos dá verbas para comprar ou alugar filmes Quando passámos a “Cidade de Deus”, não havia espaço para tantos jovens, talvez por ter a ver com a realidade deles. Houve uma adesão enorme O filme podia ser às nove da noite e depois haver um debate A escola de pais foi uma coisa que correu muito bem A Ajuda de Mãe foi uma coisa importante para o bairro. Conseguiu tirar algumas mães para o exterior, e o facto de terem saído permitiu-lhes terminar a escolaridade obrigatória e ter um emprego, nós temos algumas que deram o salto, umas que estão a dar e outras que deram. Temos uma miúda que foi para Inglaterra, está a trabalhar e está bem e agora vem para baptizar o bebé. Eu acho que isto é de valorizar e servir de exemplo para outras Saem do bairro, vão para o espaço mãe, para as actividades ocupacionais e vão conseguir, e conseguem arranjar trabalho. Terminam a escolaridade obrigatória, num sistema alternativo, não é como a escola normal mas dá equivalência, que lhes permite dar o salto A nível do Centro de Saúde é um trabalho porta a porta, estamos com elas falamos com elas, vamos todas as semanas à mesma casa, se vemos um recém-nascido em risco, aconselhamos a mãe e a família. Só abandonamos o caso quando está encaminhado Depois, a nossa rede funciona. Se uma de nós detecta, pede à outra para passar lá, ou falar com alguém, detectamos e estamos em cima dos casos mais problemáticos Ultrapassar as barreiras burocráticas e as formalidades funciona aqui mas não deveria ser assim, pois depende das pessoas e das características do bairro Uma pessoa precisa de ir ao Centro de Saúde mas “perde-se pelo caminho”, basta um telefonema para avisar e saber o que se passa Os mediadores são óptimos. Para reunirmos um grupo de jovens ou outras pessoas da população os mediadores permitem isso, é a única hipótese, mas na hora e no dia porque se for com uma semana de antecedência não aparecem

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Por exemplo, se queremos falar com alguém mas só sabemos o número da porta, aí recorremos aos mediadores Eu, para eles, não significo muito, ainda sou nova aqui, é a mediadora que me trás os miúdos aqui Não existem cursos formais de mediadores. Já houve, mas agora é formação informal e a personalidade das pessoas, a Ariana é uma mediadora nata Uma das coisas que temos batalhado com as nossas mães é que elas comecem desde o princípio a falar português com os seus bebés, pois se calhar, não a curto prazo mas a longo prazo, daqui a 4 anos já se vêem resultados Claro que isto também tem a ver com outras questões culturais, até por causa da própria língua. Por exemplo, nos bairros não se fala português, fala-se crioulo, é uma das coisas que nós como associação tentamos combater, quando estão connosco falam português, quer em contexto de atendimento, quer em contexto de formação Esta escola é um exemplo pela positiva, tem feito de tudo para apoiar esta população. A própria direcção tem batalhado imenso para que as crianças permaneçam na escola Há uma escola primária, vi no noticiário, que tem aulas de apoio à língua portuguesa para estrangeiros Havia um projecto, mas nas escolas onde nós estamos não há Não concordo quando dizem que os pais não têm expectativas: ter até têm mas não conseguem dar, aos filhos, um meio para as coisas serem diferentes Não quer dizer que um ou outro tenham umas expectativas mais altas e os outros tomam essa pessoa como exemplo, uns até vão para a universidade e tiram uma licenciatura, mas na grande maioria os exemplos que seguem são aqueles a que estão habituados No entanto começam a haver pessoas que investem mais em si e no bairro, e começam a ser exemplo para outros, especialmente as raparigas pedem curso de auxiliar de educação ou outros de intervenção comunitária e começam a ser identificadas como uma referência É natural começar a seguir exemplos de profissões de sucesso. Por exemplo, ser cabeleireira no bairro é um sucesso e ganha-se algum dinheiro até, por isso há muitas vezes aquela ideia de ser cabeleireira Mesmo assim há muito trabalho feito neste bairro SEXUALIDADE SEXUALIDADE - Relação entre géneros

Alguns técnicos identificam diferenças de género a nível da sexualidade,

nomeadamente, na forma como as raparigas se relacionam com os seu corpo e, a nível

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social, referem que as raparigas não frequentam, tanto quanto os rapazes, cafés e

associações, sendo que as raparigas que o fazem vão ter com os namorados ou são

avaliadas de modo depreciativo.

Algumas raparigas vestem-se de forma que usam a liberdade e o corpo da maneira menos positiva, usam o corpo de uma forma banal, sem sentido… deviam gostar mais do seu corpo e não usá-lo de forma ostensiva Eles usam o grupo para se identificar mas acabam por se diluir no grupo e fazer o que pensam que o grupo quer, faz e valoriza Em relação às raparigas é engraçado, este projecto não era dirigido apenas para os rapazes, mas esporadicamente lá vem uma, existem raparigas no bairro mas não vêm ao espaço ficam mais em casa a fazer as actividades domésticas De vez em quando cá vem uma, muito esporadicamente, mas também só fica um bocadinho Não há grupos de raparigas sentadas aí na rua, julgo que são questões culturais, nunca se vê raparigas sentadas, uma outra a passar, uma ou duas à conversa As raparigas que vinham aqui ao espaço, já eram associadas com um comportamento, como é que hei-de dizer isto, não é bem visto As raparigas que vinham cá ou vinham ter com os namorados e iam logo embora ou eram raparigas com um comportamento de risco, eles já as viam como… SEXUALIDADE - Comportamentos sexuais

Os técnicos consideram que os jovens africanos iniciam a sua vida sexual mais

cedo e identificam diferenças culturais, nomeadamente a nível da aceitação da bigamia.

Referem que observam cada vez mais casais mistos (portugueses e africanos). Quanto à

educação sexual na escola, defendem que é fundamental mas segundo determinados

parâmetros, tais como, a estruturação de um programa comum para a disciplina e

formação e sensibilização prévia de pais e professores. Salientam que esta formação

deve ir ao encontro das necessidades, dúvidas, emoções e maturidade dos jovens e não

através da apresentação de factos crus e descontextualizados.

A sexualidade é um caso diferente. Falando do povo africano, aquilo que para eles é natural para nós não é. A cultura africana dá à sexualidade valores diferentes dos da cultura europeia A prática sexual é muito cedo As raparigas têm a primeiras “regras” mais cedo

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A sexualidade é vivida de outra maneira, por exemplo ter filhos de vários homens não é problema nenhum em África Na sexualidade há uma continuidade genética, se assim o podemos dizer Na sociedade europeia o diálogo entre pais e filhos sobre a sexualidade tem de existir pois há mais tabus, na sociedade africana há menos tabus, é tudo tão natural Eles não devem ter da parte da família algum entrave em praticar sexo mais cedo, ninguém lhes coloca problema É raro ver um jovem dessas etnias (ciganos e chineses) com namorados ou namoradas portuguesas enquanto que no, caso dos africanos, cada vez se vê mais casais mistos Qualquer dia não existe uma raça pura Os miúdos têm muitas dúvidas sobre sexualidade e têm muita informação errada Eles sabem umas coisas mas não sabem outras… em casa é tabu Ou então é tão natural que nem se fala… têm a mesma visão dos pais Os africanos têm uma liberdade maior nesse aspecto (início das relações sexuais) Eu não acho que haja tantas diferenças: as raparigas negras não são mais desinibidas que as raparigas brancas… as mães falam mas é mais no sentido de avisar, a questão da gravidez Acho que no falar da sexualidade com os pais, acho que tanto há tabus numa cultura como noutra cultura ou grupos familiares Hoje em dia acho que há uma aparente modernização, uma aparente abertura, nas relações entre pais e filhos continua a haver uma grande dificuldade Os pais muitas vezes ficam perplexos, os media, as televisões são muitas vezes escandalosamente chocantes, não sabem apresentar as coisas, e os próprios pais se questionam, ”se isto passa na televisão é porque devo estar errado” Muitas vezes os próprios pais têm falhas nesses conhecimentos e não podem acompanhar e então nota-se uma certa permissividade que denota uma falta de sentido crítico. As pessoas não reflectem sobre o que é melhor ou pior Os pais avisam… onde vão buscar informação? Não têm Eles fizeram uma manifestação na associação de estudantes por causa da educação sexual na escola, criticavam não ter sido posto em prática O que é educação sexual para eles? Informação sobre as DST´s, questões técnicas mas também a ligação emocional… alguns têm a ideia que aquilo é um projecto comum com ideias comuns, algo a longo prazo com consequências mais ou menos profundas

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É um assunto que lhes toca muito de perto. É um assunto que lhes interessa Eles muitas vezes são levados a praticar o sexo muito cedo porque não têm informação, vão nitidamente pelas pulsões físicas Eles pensam que todos já tiveram: “eu ainda não tive eu é que não sou normal”, “isto é normal, toda a gente faz, eu também quero fazer” A pressão dos meios de comunicação e a pressão do que eles pensam que o grupo faz… tem de haver uma desmistificação para eles não se sentirem obrigados a fazer uma coisa que até nem querem Eles informam-se com os amigos, passa de boca em boca Eles não estão muitas vezes nem física nem psicologicamente preparados para uma coisa dessas e depois fazem as coisas um dia com A outro dia com B Eu não tenho diálogo com os alunos sobre a temática da sexualidade mas daquilo que observo não noto diferenças entre etnias (brancos e africanos). Tenho notado uma maior ligação entre eles Há imensos namorados mistos Em relação aos pais também não noto diferenças, uma aluna minha negra, foi sair com o namorado e disse ao pai que tinha ido ao cinema com uma amiga e ele pô-la fora de casa, se calhar numa família branca isso nem aconteceria É mais o estatuto socio-económico Eles não falam muito sobre isso (sexualidade) com os professores, talvez um pouco mais em Educação física, estão mais desinibidos. É mais as raparigas. Por exemplo, tive uma rapariga de 15 anos que tinha dores menstruais muito grande, quase desmaiava e o pai não a levava ao ginecologista pois achava que ela ainda não tinha idade para lá ir Eles não se sentem muito à vontade para falar desse tema connosco. Penso que até têm medo da nossa receptividade… eles não sabem como abordar o assunto mas se surge uma oportunidade aproveitam logo A educação sexual na escola, sem dúvida… Depende em que moldes A questão tem sido debatida com a associação de pais e não se chega a um consenso Se for uma disciplina com um programa, tudo bem. Quem quer que seja o professor tem que cumprir um determinado programa, mas se não houver uma estrutura e qualquer professor possa dar a matéria, acho mal que qualquer professor possa dar o que entender e pode formar ou desformar

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Tem que haver formação e sensibilização de pais e professores para lidar com este tema No entanto há jovens que são despertados para coisas que, se não se abordasse estes temas de determinada maneira, só pensariam mais tarde Vão amadurecer questões que eles ainda não tinham pensado… tem que haver muito cuidado como é apresentada a educação sexual. Pode ser uma vantagem ou uma desvantagem Se tiveres relações usa preservativo e não: se tiveres preservativo tem relações É assim que se coloca muitas vezes a questão: “podes fazer o que quiseres desde que uses preservativo” A sexualidade é uma área em que todas a gente sabe qualquer coisa… mas a pessoa não sabe aquilo que sabe em comparação com aquilo que devia saber Há falta de informação mas mais ainda falta de reflexão, o porquê do acto em si? Será que é necessário? Ninguém coloca os miúdos perante estes dilemas morais Fala-se muito de sexo, é muito natural. Mas depois há muitos tabus e muita falta de naturalidade… é uma questão importante Por exemplo, na educação sexual na escola, quando falamos de sexualidade, vimos que este tema é tabu e este assunto não é investido pelos pais. Os jovens sentem-se desmotivados de falar sobre este e outros temas com os professores e formadores e recorrem aos pares que, por vezes, fornecem informações erradas Os miúdos acabam por se refugiar neste grupo de pares com quem têm uma maior relação. Ouvem os amigos e depois comportam-se muitas vezes da forma menos adequada Começamos a fazer isso também com jovens mais velhos. As suas expectativas e a forma como eles lidam é muito diferente dos mais pequeninos Nas escolas, nota-se uma grande preocupação da parte dos professores em dar alguma resposta na área da sexualidade só que, mesmo contactando todas a instituições, aquela escola tem muitas turmas e não há recursos para dar resposta a todos. Só 4 turmas têm currículos alternativos, são meninos problemáticos, que têm todos os problemas possíveis e imaginários, falam só crioulo, tem grandes taxas de absentismo Existe a educação sexual nas escolas. É um plano transversal que está legislado, tem lei, tem tudo, aquilo que ficou assente é fazer protocolos com instituições para possibilitar a formação nas escolas que assim o solicitassem. Acontece é que estas instituições não conseguem dar resposta. Não estou a dizer que não fazem nada mas,

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na prática, nós fazemos essa educação sexual e não está a ser apoiada por ninguém e não conseguimos dar respostas aos pedidos que temos tido Depois, há outras barreiras. Falando dos professores, porque há professores que dizem, “O que é que vocês vem cá fazer? tens 20 ou 30 anos, sexualidade, vem cá falar disso, nem sequer saber o que é que é isso” Os técnicos tem de explicar quase por desenho que as “crianças” (os técnicos) para estar ali a dar formação tem competências para o fazer e conseguir passar informação aos alunos. É a barreira dos professores com 50 ou mais, isto para eles é uma barbaridade Tenho dificuldade em acreditar que são os professores que vão começar a dar a educação sexual. Tem a ver com a idade dos professores, com as qualificações. Claro que existem professores que conseguem fazê-lo com o apoio destas instituições que trabalham especificamente nestas temáticas Uma pessoa, para falar de sexualidade, tem de se sentir à vontade a falar sobre o tema e a maior parte dos professores não se sente à vontade para falar sobre isso, preservativos, relações sexuais ou então porque acham que é tabu e não acham adequado falar desses temas na escola Para os professores mais velhos, que tiveram uma educação diferente, isto não é uma realidade. Dizem “não é assim que se trabalham estas coisas, isto não deveria ser falado na escola, isso devia ser falado em casa com os pais” Há muitos pais que também acham que este tema não deve ser trabalhado na escola, pela forma como muitas instituições trabalham estes temas. Há muitas instituições que vão à escola e dizem “utilizem o preservativo, utiliza-se desta forma” e não se enquadra o preservativo dentro da sexualidade, dentro das relações interpessoais, surge como uma coisa mecânica e assume-se que a sexualidade é uma coisa mecânica. SEXUALIDADE – Infecções Sexualmente Transmissíveis (VIH/sida)

Os técnicos identificam as IST’s e particularmente o HIV/sida como um

problema de grandes dimensões, parte devido às condições habitacionais e de higiene,

assim como a crenças e comportamentos face à doença. Salientam que o VIH/sida é

tabu e denominado “pela doença”.

As IST’S é uma coisa que nos preocupa muito aqui no bairro, pelas condições de habitação temos aqui um foco infecto-contagioso, as condições habitacionais são péssimas, em três metros quadrados vivem cinco pessoas ou seis, por isso há muitas relações sexuais, com diversos pares, o que implica uma transmissão, essencialmente do HIV/sida, entre outras É uma grande preocupação. Encontramos muitas jovens e adultas grávidas infectadas, é uma situação muito grave e não sei muito bem como vamos conseguir dar a volta a isto

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Não é falta de informação, quando a doença é detectada elas são informadas, quando voltam grávidas pela segunda vez, vale a pena recriminar? Sentimos uma frustração enorme do trabalho que foi produzido, e nada, voltam outra vez grávidas e infectadas O número de filhos é sinónimo de riqueza. Nesta cultura, acaba por ser a “pescadinha de rabo na boca” Das que eu tenho acompanhado aqui no bairro e são jovens, raras são as que não têm mais do que um filho Mas não é pensado assim “vou ter mais filhos porque é sinónimo de riqueza” Não é verbalizado mas é um aspecto cultural A riqueza de um casamento e a utilidade de uma mulher é o ter filhos Mas isso está a mudar, elas é que escolhem, é mais o desleixo Mas os próprios filhos das várias mulheres e do mesmo homem têm orgulho de dizer que são irmãos Nesta geração que estamos a trabalhar as coisas mudaram, até porque são elas que escolhem a pessoa com quem querem estar É desleixo, quando perguntamos se utilizam alguma protecção, na esmagadora maioria dos casos dizem que não “mas sabe que tem o risco de engravidar?”, “sei” “e não pensou nisso?”. Não têm a consciência do risco das doenças e da gravidez não querem saber, se vier vem Também é tabu, porque no outro dia morreu uma pessoa de HIV/sida, todos sabiam e nem nas pessoas mais novas se referiu a palavra HIV/sida. Continua-se a fingir que não é nada É tabu, as pessoas que morrem de sida aqui no bairro, diz-se que morrem de tuberculose ou da “doença” “O que é a doença?” “é a doença”, é aquela doença que não se sabe. “O meu médico diz que eu tenho isto, mas eu não tenho” e só dizem quando são confrontadas com a situação Uma coisa ainda mais grave é quando os médicos não explicam, vemos no boletim de grávida que a pessoa tem VIH/sida, perguntamos à pessoas se sabe que tem, ela diz que sim, mas se perguntamos se sabe o que é diz que não sabe, que o médico apenas disse que tinha essa doença Mas eu tenho casos em que o médico já falou com a pessoa e em que é o próprio médico que me pede para falar com a pessoa porque não está certo se a pessoa está a perceber. Ela está a bloquear a informação completamente

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Isso é normal. Tem a ver com uma questão psicológica de negação da doença e depois vem a aceitação. Há uma série de etapas que uma doente com uma doença de morte, como o caso da sida, tem que passar, mas muitas vezes elas não tem noção sequer de que é O médico diz “eu falo com ela e ela não quer saber, vai no terceiro filho e desde o primeiro que sabe que está infectada” Agora há os implantes, mas muitos técnicos não têm habilitações para os colocar ou não querem colocá-los por causa das doenças. Se colocares um dispositivo que dura três anos as pessoas podem pensar que podem fazer tudo SEXUALIDADE - Gravidez na adolescência

Os técnicos referem que existem muitos casos de adolescentes grávidas,

consideram que estas raparigas são admiradas pelas outras. A gravidez surge como uma

valorização pessoal e social e como o preenchimento de um vazio. Comentam algumas

questões culturais, tais como a poligamia e o início da vida sexual.

E depois aparecem umas meninas grávidas Uns admiram-nas Tenho reparado este ano que há imensas jovens grávidas aqui no bairro. É difícil contrariar uma ideia que é aceite por todos, pelos pais e todos e até é bem vista pela comunidade Normalmente, as raparigas que engravidam são raparigas que estão sem projecto, sem trabalho, sem escolaridade Ser mãe é promoção social, e cada vez mais novas… eu sou uma “mula” por não ter filhos, com mais de 20 anos já se é velha para ter o primeiro filho Na comunidade africana toda a mulher que não engravida até aos 20 é estéril Temos várias situações: temos adolescentes que engravidam e têm muitos filhos e outras que fazem muitas IVG. Fizemos um levantamento no ano passado, para ter uma percepção dos bebés que nasceram e não conseguimos chegar lá. Quando cruzávamos a informação com o centro de saúde, nós tínhamos os dados das gravidezes e elas só tinham os bebés que nasceram Temos meninas com 11 anos na primeira gravidez É natural para a cultura É natural para o bairro, mais do que da cultura Isso de ter filhos antes dos 20 anos era em Cabo Verde e era antes, agora é diferente

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Cá, agora, tem-se filhos porque está na moda Falta de informação e conhecimentos. Não é falta de exemplos, é moda Eu acho que não é moda. É mais uma questão psicológica interna delas, da necessidade de ter um papel, de ter uma finalidade, é uma questão de preenchimento E preenchimento de vazio porque? Porque estas crianças têm necessidade de afecto, de preencher um vazio de afecto, porque estas crianças não foram amadas Mas é também a importância que elas vão ter socialmente: enquanto estão grávidas têm um projecto de gravidez, elas querem ter o bebé mas quando têm o bebé no colo não sabem o que fazer com ele Pois assim que o bebé nasce as atenções já não estão em cima delas, estão em cima do bebé: “o que é que vocês querem saber do bebé, eu é que sou importante” O que acontece é que, especialmente as adolescentes, passado pouco tempo, estão grávidas outra vez Tenho uma utente que, com 28 anos, tem seis filhos, ela engravidava porque só quando estava grávida é que lhe davam atenção e ela só não engravida novamente porque fez uma laqueação Isto da laqueação é muito complicado: tem a vez com os tribunais, tem a ver com o número de filhos e a idade que tem, no tribunal em parto normal mesmo que tenha 8 filhos e 28 anos não fazem a laqueação mas se for cesariana já fazem laqueação. O argumento deles é que,se for parto natural, elas vêm depois à consulta mas elas não vão e só lá aparecem grávidas outra vez Depois há situações em que elas querem fazer e o tribunal não deixa fazer por causa da idade, novas 30 anos, mesmo que ela diga que não quer ter mais filhos A questão da poligamia e a questão dos pais (jovens adolescentes rapazes) se responsabilizarem pelos filhos Acontece-nos aparecerem mães grávidas do mesmo homem. Como é que elas encaram a situação? Não é ele que tem culpa, são elas. Elas é que se deitaram debaixo dele, o homem é desresponsabilizado No outro dia aparece-me um rapaz com um saco cheio de pão rico e eu perguntei-lhe para quê é que ele queria aquilo tudo e ele disse “tenho de deixar comida nas minhas duas famílias” O que me faz mais confusão é como é que estas miúdas conseguem viver isto… é que depois de passada a confusão inicial, uma vai baptizar o filho e a outra vai ajudar, depois do problema existir não há nada a fazer

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O que se pode fazer? Uma protecção de cabedal com um cadeado (risos) as minhas agora estão todas na onda, estão quase todas grávidas e as que não estão para lá caminham É importante debater temas tabu: a violação, “o sexo em grupo com mais de dez é que é bom”, “se ela não quer passa a querer”, são determinadas crenças que são graves, e têm de ser trabalhadas com eles, mesmo que fiquem com a ideia que como eles fazem é que é bom, pelo menos ficam com a ideia Fomos o ano passado a uma turma onde tinham havido muitas violações entre colegas e por causa dos pais trabalharem muito e não estarem em casa, organizavam grupos de 10, 12 e trocavam de parceiros, e aquilo era normal. Estamos a falar de idades entre os 13, 15 anos. Isto é muito grave Violavam as colegas, e isso era normal “ela não quer mas quero eu, também não estou a ver qual é o problema” Agora, se um destes miúdos estiver infectado pelo VIH/sida imagine-se. E eles não têm noção do risco. Apesar de nós tentarmos trabalhar estes jovens ao nível da prevenção primária e de forma continuada, porque de modo pontual não se faz nada, estamos disponíveis para trabalhar em qualquer constituição, só assim é que, a longo prazo, vamos ter algum resultado, que é uma coisa que me aflige muito Mas ainda este ano, depois de uma formação que fizemos, apareceram duas raparigas grávidas que sabiam de tudo Ainda agora uma miúda de 14 anos, esteve três meses sem lhe vir o período, fomos fazer o teste e não estava grávida e desatou a chorar e mais tarde veio dizer que o namorado também tinha chorado. Não tarda nada, aparece mesmo grávida. Mas eu disse-lhe “já não vou lutar mais, faz o que quiseres” Isto não é só no bairro, acontece em Portugal. Não é por acaso que somos o 2º país da Europa, “vale a pena ser mãe adolescente?” se calhar há incentivos e nós não sabemos Nós o ano passado tentámos fazer aqui um encontro com a comunidade na tentativa de partilhar com eles que para nós a gravidez na adolescência era um grande problema e se para eles também o era. Apareceram cinco, eram mais técnicos do que pais. Depois disseram-me: “se tivesses feito um lanche eles vinham”. Não sei se com o lanche vinham SEXUALIDADE - Boas práticas

Os técnicos apresentam algumas boas práticas que têm vindo a ser desenvolvidas

junto da população, nomeadamente, equipas móveis de apoio domiciliário, prevenção

primária nas escolas através de programas específicos e adequados a cada população, a

existência de um gabinete escolar de apoio, e essencialmente o trabalho em equipa.

No Centro de Saúde temos uma equipa móvel, domiciliária, que anda na carrinha duas vezes por semana. A equipa anda pelo bairro. Depois pára e espera que as pessoas

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venham fazemos aconselhamento e visitas domiciliárias mais ligadas à saúde infantil, recém nascidos e ainda planeamento familiar e temos uma consulta do adolescente Prevenção primária temos a nível das escolas. Por vezes temos barreiras nas escolas de 1º e 2º ciclo pois dizem que é muito cedo, portanto temos de sensibilizar, trabalhar a relação e a comunicação, os pais, um conjunto de coisas importantes nessa fase Temos acções de formação, temos gabinetes na escola onde trabalhamos exactamente essas coisas da sexualidade Nós não fazemos formação avulso: de um modo geral, delineamos um programa com a escola, pegamos numa ou mais turmas, vamos a uma primeira sessão onde se explica o objectivo daqueles cursos e perguntamos o que eles gostavam de ver trabalhado ali. Eles lançam algumas ideias, nós temos algumas ideias que pensamos importante transmitir: a menarca, o desenvolvimento da relação sexual, a primeira ejaculação, etc. Vamos fazer o programa dependendo da turma que temos: nos pequeninos não vamos falar da ejaculação, é mais a nível da amizade, das relações interpessoais, desenvolvimentos, quais são as mudanças São programas trabalhados para aquela população específica. É por isso que é visto em cada turma. O programa que é delineado com aquela turma é dado ao longo de todo o ano lectivo, não são coisas pontuais. Não quer dizer que o não possamos fazer mas o que estamos a trabalhar é assim, ao longo do ano O gabinete é um espaço onde os alunos podem ir colocar dúvidas, conversar, fazer os trabalhos da escola. Estes gabinetes não funcionam só para os alunos mas para toda a comunidade escolar: para os professores, encarregados de educação, os funcionários. Não é fácil mas, por vezes, são os próprios professores que nos procuram, mas não são todos. É a tal questão do tabu Uma coisa boa que temos aqui é que ninguém trabalha individualmente, trabalhamos em grupo, em equipa e em parceria com outras associações, programas, escolas, Centro de Saúde. Temos uma boa rede, os parceiros dão-se muito bem. É preciso saber passar trabalho, não há louros deste ou daquele, o que corre bem é de todos e o que corre menos bem também é de todos, é transversal, em que todos nós damos o nosso contributo Do Centro de Saúde falam de tuberculose, depois doutra instituição falam de planeamento familiar, outros cuidados primários de saúde, nós falamos das questões da sexualidade, da gravidez precoce, da IVG. As próprias pessoas dizem o que querem ver falado ali e nós organizamo-nos para trabalhar determinado tema, e isso é importante A sexualidade para ser vivida de forma plena tem de ser vivida de forma saudável e não de uma forma mecânica

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SÍNTESE - GRUPOS FOCAIS COM TÉCNICOS

ACULTURAÇÃO

Os técnicos consideram que um dos maiores problemas da população migrante

africana é a dificuldade de identificação com uma cultura, pois referem que os jovens

não se sentem nem portugueses nem africanos, o que pode resultar numa situação de

marginalidade e de mal-estar.

LEGALIZAÇÃO

O processo de legalização foi outra grande barreira identificada pelos técnicos.

Caracterizam o processo como muito moroso, com muitos dificuldades institucionais e

burocráticas e, acima de tudo, muito pouco eficaz. Salientam como consequências o

agravamento da situação de marginalidade, dos problemas socio-económicos e da

dificuldade de desenvolvimento de um sentido de pertença a uma cultura.

LÍNGUA

Os técnicos referem que a maioria dos jovens fala crioulo, ou por não saber falar

português ou por insegurança de não o falar correctamente. Por outro lado, defendem

que a questão da língua é fundamental para o insucesso escolar e consideram que não há

muita vontade política para resolver a questão da língua.

CENÁRIOS E ACTORES ESCOLA

Os técnicos referem que grande parte dos pais não valoriza a escola, o que vai

transmitir desinteresse e motivação aos filhos. Por outro lado, defendem que a escola

pode funcionar como um excelente local onde os jovens estabeleçam relações

interpessoais e combatam a exclusão e marginalização social.

FAMILIA

Os técnicos consideram que os pais se preocupam com os filhos mas trabalham

muito e têm pouco tempo para estar e acompanhar os filhos. Salientam também os pais

tem dificuldades de educação e de ter “pulso” nos filhos.

EXPECTATIVAS / FUTURO

Os técnicos consideram que os jovens não têm expectativas positivas face ao

futuro, pensam que, por mais que se esforcem, acabam por ter a mesma vida que os

pais. Referem que, os jovens têm vontade de mudar, no entanto, alguns fazem um plano

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de mudança mas outros querem uma mudança imediata, que na maior parte das vezes

não se concretiza.

COMUNIDADE

A nível da comunidade, os técnicos identificaram diversos factores ligados ao

risco, tais como, más condições de habitação e de higiene, a falta de recursos

económicos e humanos adequados para as crianças (creches, amas, etc.), a falta de

opções e de alternativas, a grande mobilidade da população, o tráfico de droga e as

consequentes rivalidades entre famílias. Salientam que os jovens fecham-se no bairro,

mas sentem vergonha por pertencer ao bairro e têm medo do “mundo lá fora”.

INTERVENÇÃO BARREIRAS

Segundo os técnicos, o trabalho desenvolvido com a população não é tão global

e estruturado como seria necessário, “vai-se fazendo trabalho, caso a caso”. Os técnicos

encontram dificuldades de comunicação e de captação dos jovens. Consideram que há

falta de recursos humanos e económicos, assim como falta de alternativas de formação e

inserção dos jovens, especialmente dos que abandonam a escola antes do fim da

escolaridade obrigatória.

BOAS PRÁTICAS

Os técnicos apresentam alguns projectos e acções desenvolvidos por associações

e centros de jovens com impacto positivo na população, como por exemplo, o apoio

escolar, desporto, apoio a mães adolescentes, educação pelos pares, mediadores, o

exemplo dado por jovens que lutam e investem mais em si. O trabalho conjunto e em

rede das várias associações, centros e técnicos é factor essencial para a optimização dos

recursos existentes.

Sugerem algumas pistas de acção, nomeadamente, o conhecimento mais

aprofundado da população alvo junto dos próprios jovens e guiar a intervenção pelas

necessidades identificadas pela população e desenvolver actividades mais adequadas às

suas motivações.

SEXUALIDADE SEXUALIDADE - Relação entre géneros

Alguns técnicos identificam diferenças de género a nível da sexualidade,

nomeadamente, na forma como as raparigas se relacionam com os seu corpo e, a nível

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social, referem que as raparigas não frequentam, tanto quanto os rapazes, cafés e

associações, sendo que as raparigas que o fazem vão ter com os namorados ou são

avaliadas de modo depreciativo.

SEXUALIDADE - Comportamentos sexuais

Os técnicos consideram que os jovens africanos iniciam a sua vida sexual mais

cedo do que os jovens portugueses e identificam diferenças culturais, nomeadamente a

nível da aceitação da bigamia. Referem que observam cada vez mais casais mistos

(portugueses e africanos). Quanto à educação sexual na escola, defendem que é uma

questão fundamental, no entanto, segundo determinados parâmetros, tais como, a

estruturação de um programa comum para a disciplina e formação e sensibilização

prévia de pais e professores. Salientam que esta formação deve ir ao encontro das

necessidades, dúvidas, emoções e maturidade dos jovens e não através da apresentação

de factos crus e descontextualizados.

SEXUALIDADE – Infecções Sexualmente Transmissíveis (VIH/sida)

Os técnicos identificam as IST’s e particularmente o HIV/sida como um

problema de grandes dimensões, parte devido às condições habitacionais e de higiene,

assim como a crenças e comportamentos face à doença. Salientam que o VIH/sida é

tabu e denominado “pela doença”.

SEXUALIDADE - Gravidez na adolescência

Os técnicos referem que existem muitos casos de adolescentes grávidas.

Consideram que estas raparigas são admiradas pelas outras, a gravidez surge como uma

valorização pessoal e social e como o preenchimento de um vazio. Comentam algumas

questões culturais, tais como a poligamia e o início da vida sexual.

SEXUALIDADE - Boas práticas

Os técnicos apresentam algumas boas práticas que têm vindo a ser desenvolvidas

junto da população, nomeadamente, equipas móveis de apoio domiciliário, prevenção

primária nas escolas através de programas específicos e adequados a cada população, a

existência de um gabinete escolar de apoio, e essencialmente o trabalho em equipa.

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GRUPO DE DISCUSSÃO (FOCAL) COM PAIS

CARACTERIZAÇÃO DO GRUPO O grupo foi constituído por 6 elementos, 1 do sexo feminino e 5 do sexo

masculino. Todos tinham ascendência Africana (Guiné, Cabo Verde, Angola), sendo

que um deles Português em Angola antes da Guerra e se percepciona Africano.

Todos os participantes tinham filhos adolescentes ou jovens adultos. Alguns,

ainda, referiram o exemplo de sobrinhos que com eles vivem. A maioria dos filhos

nasceu em Africa e vieram para cá depois.Dois dos participantes ainda têm filhos em

África, em processo de vir para Portugal (aquisição de visto, etc.)

Eu tenho 4 filhas, uma de 28, outra 23, outra 16 e outra 13 anos. Duas delas trabalham e outras duas estão a estudar. Estou cá há 30 anos. Todas nasceram cá Eu tenho 5 filhos, 4 estão cá outro está ainda lá, 2 rapazes e 2 raparigas (22, 21, 21, 20, 13) (nasceram todos em Cabo Verde, estão cá +/- 5 anos). Estamos a pensar voltar, o cabo-verdiano tem sempre que regressar Tenho uma filha em Cabo Verde, vai fazer 18 anos, não está a estudar, estudou até aos 15 anos. Mas tenho sobrinhos da parte da minha irmã (16,17, 24 anos). Estou a tratar do visto para ela vir. Eu trabalho e todo mês mando qualquer coisa para elas Tenho duas raparigas e um rapaz Tenho dois filhos, 17 e 3 anos, não nasceram cá Eu tenho cá o meu sobrinho, os meus filhos ainda não vieram BARREIRAS VIOLÊNCIA

Os pais dos jovens referem como maiores barreiras o desemprego e a violência

nos mais variados cenários, nomeadamente, na escola e na sociedade. Salientam que a

violência na escola perturba a aprendizagem dos jovens que querem aprender.

As coisas estão mais difíceis agora: para arranjar trabalho, a nível social, na escola, há cada vez mais violência O que me preocupa mais é a violência, não só na rua, dentro da própria escola, dentro da escola muitos alunos são violentados, batem uns aos outros. O professor não tem capacidade de manter a aula de modo a poder dar a própria aula. Aì à partida já há violência com os alunos e com o próprio professor que não consegue dar as aulas e é agredido Uns alunos vão para a escola aprender mas outros não querem e vão para a aula só para perturbar. Há outros que querem aprender mas têm menos capacidades e o

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professor na sala de aula não consegue acompanhá-lo, a escola devia dar apoio. Acho que ainda não chegou o conceito que uns tem mais e outros menos capacidades Sim, há muita violência, os alunos não podem levar telemóvel, dinheiro porque roubam, na cantina tiram o cartão das refeições, ficam sem os ténis… a própria escola não consegue controlar, pois eles também são espertos. São de dentro da escola O meu filho quando veio para Portugal foi apedrejado, marcou-o para toda a vida, a gente evita falar nisso, mas ele nunca esquece ACULTURAÇÃO

Os pais consideram que existe racismo nas escolas e na comunidade em geral.

Referem que as autoridades portuguesas, ao construir os bairros sociais de realojamento

estão a intensificar os problemas sociais e xenófobos. Referem que os professores nas

escolas tem medo dos alunos que vivem nesses bairros e aparentam pouco controlo na

sala de aula. Salientam que os jovens vivem revoltados e com um sentimento de raiva.

Em Portugal, nas escolas, há racismo. A esmagadora maioria dos professores não está preparada para essa situação e a razão cai sempre para o lado do poder, do branco Um jovem que vive num bairro degradado, quando vai para a escola à partida está logo condenado. Um jovem negro pobre está condenado. Há tentativas descaradas de racismo Um caso de uma professora angolana que foi despromovida para professora auxiliar porque as mães se reuniram e assim fizeram, até disseram: “a minha filha não anda na escola contigo porque tu és preta” As autoridades portuguesas não sabem fazer as coisas, os bairros sociais são autênticos guetos, as pessoas estão aqui fechadas. Nós costumamos dizer “cuidado com as más companhias” mas, num gueto, más companhias são todas. Não tem convivência com os outros, com o resto das freguesias, isto é fechado…está tudo viciado à partida Os nossos jovens vivem revoltados, porque se sentem descriminados … não chega as pessoas dizerem que não são racistas, tem de se ver na prática. Primeiro devia haver uma política de que nestes bairros as pessoas de fora conhecessem os de dentro e os de dentro os de fora. Através de actividades culturais, através das escolas. Assim é que podemos por as pessoas a pensar como deve ser, como seres humanos Se perguntar à maior parte dos jovens, eles têm raiva, têm raiva, estão-se a criar gerações de jovens africanos com raiva… esta é a realidade “Para se compreender os negros é preciso ser-se negro” Portugal não faz nenhuma integração. Eu tenho a minha cultura Portugal tem outra cultura e ou aceitamos a cultura portuguesa que não compreendemos ou mantemos a nossa, o ideal era juntar as duas. Deviam tentar conhecer a cultura africana e a aprendizagem devia ter em conta a nossa cultura

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A discriminação também leva à vitimização. A diferença leva muitas vezes a estas situações O Governo faz tudo e não faz nada. A questão do realojamento, eles pegam num bairro de barracas, problemático e transferem-no inteiro para outro lado. Lá fora mudam as pessoas para perto dos locais de trabalho, não todos para o mesmo sítio. Transferência dos problemas, apenas isso… Os professores mostram logo preferência, também têm medo. Como o jovem vem de um bairro violento, os professores e colegas pensam que são todos violentos. Esta teoria não funciona, cada caso é um caso. Há pais que se preocupam com os filhos, há pais que dão uma educação em casa, orientam os filhos, os estrangeiros não são todos iguais, mas quando chegam à escola são todos farinha do mesmo saco e ficam revoltados Os professores não conseguem controlar a aula e mandam tudo para casa. Por qualquer coisa mandam chamar os pais. Afinal qual é o papel deles? educar, instruir e os pais têm um papel complementar e vice versa. Cada um tem a sua tarefa e não se deve passar a tarefa dos pais para professores nem ao contrário. Chamar o pai para quê? Para ouvir as asneiras do filho? Ainda vai criar mais conflito. O filho vê que o pai pensa que ele não é bom filho. Por vezes os pais para não ficar mal dizem “nem parece meu filho, eu não faria isso” LEGALIZAÇÃO

Os pais, referem que a situação de ilegalidade e falta de documentos, diminui as

expectativas e as alternativas dos seus filhos, o que provoca um sentimento de revolta e

medo podendo levar os jovens à marginalidade.

Os nossos filhos sabem logo à partida que têm as pernas cortadas, o facto de ser estrangeiro tira-lhe a oportunidade de mostrar todo o seu potencial A questão da legalização, há jovens de 25 anos que nasceram em Portugal e não têm um único documento, as escolas fazem favor, as que fazem… e assim não se integram porque estão sempre à margem A saúde e educação não se nega a ninguém O jovem tem uma perturbação enorme de não ter documento, fica com medo, o medo de estar indocumentado e está a pedir um favor para estudar, mas está escondido, não existe, não é conhecido e não há ninguém que diga basta, chega… Depois vem a revolta, a raiva e depois dizem que são marginais. Nós é que estamos a criar os marginais EDUCAÇÃO

Os pais revelam dificuldades de comunicação e de supervisão parental, referem

que é difícil “controlar” os filhos e que estes fazem o que querem. Expressam que existe

um desfasamento entre a educação que é dada em casa e a educação da escola.

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Os jovens, desde que sabem que há protecção (protecção de menores), sabem que podem ir mais além e fazem o que querem. Antigamente, o pai dava uma repreensão e os filhos acatavam, hoje, se o pai dá uma repreensão mais forte, vem logo a protecção, ainda que a criança esteja errada É mais difícil controlar os filhos Os jovens de agora não encaram a saúde como nós antigamente encarávamos. Nós pensávamos que a doença podia acontecer, estar em qualquer um. Hoje penso que a doença os jovens não ligam. Os nossos pais tinham mais cuidados, havia mais controlo dos pais, havia mais educação, os pais é que se encarregavam da educação. O meu filho mais velho sai muito, chega tarde e eu digo-lhe que faz mal, não descansa e não deixa a família toda descansar. O mais novo é mais calmo, é mais caseiro, não dá tanta preocupação. As meninas são mais vulneráveis, acabam por apanhar tudo, por isso os pais tem mais cuidado com elas A sociedade cada vez se torna mais violenta. Os jovens estão cada vez mais ligadas à Internet, os media. O mundo tornou-se muito pequeno e não é possível controlar, controlar no bom sentido da palavra, orientar, mais orientar que controlar. Ou são viciados na Internet, entram e não saem, ou não são viciados na Internet e são viciados na rua, qualquer mãe ou pai tem essa preocupação. Eles reconhecem os seus direitos, ou pseudodireitos. A questão não é bem o direito, não há violação do direito entre pais e filhos, em casa, quer a mãe quer o pai querem que o filho seja alguém amanhã, agora o método pode não ser correcto. Há o método tradicional (bater) e o método moderno “não faças isso, não é bom”. Tentamos encontrar outras formas mais saudáveis de eles ocuparem o tempo, mas acabamos por ser chantageados por eles, manipulados, são muito inteligentes. Também a precocidade de trabalho, não há trabalho fixo, as mães saem de manhã e chegam à noite, não conseguem controlar as crianças, não há tempo para acompanhar as crianças e quando despertamos já temos homens e mulheres, e não temos tempo para os orientar e isso influencia o comportamento dos nossos filhos O receio de todos os pais, não é igual à educação que ensinava antes: a educação que se dá em casa e a educação que se dá na escola devem ser complementares. Em casa proibimos uma coisa, mandamos fazer uma coisa, eles aprendem que fora de casa não é proibido. Uma criança de 4 anos diz um palavrão, o pai diz que isso não se diz e a criança diz, “diz-se sim senhor”. Contradição de valores, de crenças. Os pais tentam acompanhar os filhos para não ficarem para trás senão há um conflito de geração. Os pais começam a discutir em casa e acaba um por sair ou em pancadaria Muitas vezes há um desfasamento entre a mentalidade dos pais e a mentalidade dos técnicos e professores, uns dizem uma coisa e outros outra. Por exemplo há pais que dizem aos professores para bater nos filhos se eles se portarem mal, e outros dizem “ai de si se tocar no meu filho” Temos um conjunto de problemas identificados mas ninguém assume a responsabilidade de resolvê-los.

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EDUCAÇÃO – Diferenças de género Os pais consideram que existem diferenças entre a educação das mães e dos

pais, referem que a função da mãe é educar a nível da higiene e alimentação, e são as

mães que devem falar com as filhas sobre a sexualidade. Referem que os jovens têm

mais carinho pela mãe e mais respeito pelo pai. Foi referido pela mãe que existem pais

muito ausentes fazendo com que a mãe tenha de ter um papel duplo.

A saúde passa muito pelas condições que nós temos de vida, casas precárias, com más condições de higiene, como somos recebidos, se somos ou não hostilizados. Tem a ver com o local onde estamos inseridos, a forma como vivemos, com o nosso tipo de educação e aquilo que transmite ao filho. A minha mulher estudou num colégio de freiras. A parte da educação, higiene etc. está a cargo dela. O pai tem sempre uma acção fiscalizadora, quando as coisas não correm bem, quando tem que haver uma correcção neste ou naquele aspecto Depende do pai que se tem. Às vezes a mãe tem de fazer de pai e de mãe. O pai trabalha, quando chega vem cansado e a mãe que também trabalha é que tem de fazer tudo Aquilo que se diz hoje de igualdade e que todos fazem tudo não é verdade, uns acabam por se especializar em certas coisas e se distribuir funções dentro da família, mas às vezes os conceitos que eu levo da minha família de origem e que a esposa leva da família de origem, às vezes, são desfasados. Eu tenho uns valores e conceitos e a minha esposa não conhece. Primeiro devemos juntar-nos, compactuarmos e ver o que pensamos nós e depois transmitimos aos filhos nunca nos contrariando à frente dos filhos Há questões que deve ser a mãe a abordar, por exemplo uma menina de 16 anos acaba de arranjar um namorado. O pai não consegue falar disso, acha chocante então fala a mãe Os jovens é mais respeito para o lado do pai, para o lado da mãe é mais amor e carinho. Quando a mãe fala e dá conselhos eles não ligam aos conselhos da mãe, o pai dá porrada eles têm mais respeito. As mães dão mais carinho e eles abusam SEXUALIDADE SEXUALIDADE – Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’S)

Os pais apresentam uma grande preocupação com o VIH/sida, e tem receio face

ao comportamento dos filhos, especialmente dos rapazes. Expressam dificuldade de

falar sobre o tema da sexualidade com os filhos. Salientam que a luta face ao VIH/sida

deve ser global.

A Sida, os roubos… são preocupações Em relação a essa pandemia que entrou, o HIV/sida

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Eu tenho medo que o meu filho seja um vagabundo e se envolva com todas, eu digo-lhe “tu para ser uma pessoa de respeito não deves estar discutir na rua nem com os homens nem com as meninas”, “não te deves envolver em amizade, amor e emoções com todos porque não sabemos onde está uma boa amiga ou mau amigo, uma doença, um vício” Todos os pais tem consciência de que o VIH/sida é um grande problema e deve também passar por eles e por toda a sociedade essa luta SEXUALIDADE – Barreiras

Em relação às barreiras face à sexualidade os pais referem a dificuldade de

comunicação com os filhos, por um lado porque a sexualidade é um tema tabu e por

outro porque os filhos consideram que têm mais conhecimento que os pais,

desvalorizando as suas informações. Os pais expressam preocupação face à forma como

a informação é transmitida aos filhos, através da Internet, televisão e escola, salientando

que é efectuada sem filtração. Consideram que deveriam ser os professores a dar

educação sexual na escola e não os pais, defendendo que os professores tem uma

posição neutra e estão mais à vontade.

Todos os jovens têm idade para iniciar a sua vida amorosa, por volta dos 17 anos, é uma idade que estão em pleno crescimento e têm aquela curiosidade toda. Os rapazes ainda são mais curiosos porque incentivam-se uns aos outros. Os pais não podem baixar os braços. Não é dizer que é proibido mas que há esse e esses cuidados, usar o preservativo e as tatuagens, são coisas que os pais têm de ter em conta A sexualidade é um tabu, era uma coisa que não se fala, é uma coisa que se faz, que se sabe que se faz mas não deve ser falada, mas temos que romper com esse tabu. Eu tenho filhas e quando falo com elas parece que há conflito de conceitos. Tento falar por palavras: “há uma questão quando tiveres um namorado a relação sexual que vocês tiverem já dá para passar o vírus, por isso têm de ter cuidado, não façam isso por enquanto, tem primeiro o projecto de estudo, casamento, estudo, a vida não se faz de uma vez, faz-se por fases”. Eu falando isso, estou um pouco atrasado em relação: ela diz “isso da virgindade não está na moda” Cada vez que eu tento explicar alguma coisa sobre a sexualidade elas acham sempre que sabem mais do que eu, que eu estou ultrapassada. Eu tento mas elas acham que eu não sei, que o diálogo com a mãe é menos interessante, eu acho que elas sabem mais que eu Eles dizem ”eu percebo tudo, o pai é que não percebe nada”. Eles são crianças e acham que já têm cabeça para compreender coisas da vida que precisam de maturidade Elas já sabem tudo, da escola, lêem, na televisão, na Internet, não têm filtrações

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O professor ou professora é que tem um papel fundamental nesta matéria, pois têm uma posição neutra, não é pai, não é mãe e está à vontade. Não têm interesse directo no assunto. Eles é que deveriam fazer a educação sexual Mesmo a igreja e toda a expectativa face ao novo Papa por causa do uso do preservativo SEXUALIDADE – Boas práticas

Quando questionados sobre a recusa, por parte de alguns pais, da educação

sexual nas escola, os pais referem que, quando a educação sexual for uma disciplina

integrada no programa escolar, os pais vão ter de aceitar. Salientam que é fundamental a

existência de um programa comum para todos os professores. Salientam que a educação

sexual, mais do que uma medida política deve ser considerada uma medida de saúde

pública.

Quando a educação sexual fôr uma disciplina como outra qualquer, a que o aluno não possa faltar, os pais vão ter que aceitar. Têm de ultrapassar esses tabus. É uma questão de habituação, vão ter de aceitar Tem de haver um programa. Todos os professores tinham de ensinar da mesma maneira, porque estava assim no livro A educação sexual na escola deve ser uma medida de saúde pública e não uma política. Qualquer pai que veja que a vida do seu filho pode depender disso não se vai opôr de certeza, agora se fôr para o debate político, em que uns dizem uma coisa e outros outra será diferente. Acima de tudo é um problema de saúde

SÍNTESE - GRUPO COM PAIS BARREIRAS VIOLÊNCIA

Os pais dos jovens referem como maiores barreiras o desemprego e a violência

nos mais variados cenários, nomeadamente, na escola e na sociedade. Salientam que a

violência na escola perturba a aprendizagem dos jovens que querem aprender.

ACULTURAÇÃO Os pais consideram que existe racismo nas escolas e na comunidade em geral. Referem

que as autoridades portuguesas, ao construir os bairros sociais de realojamento estão a

intensificar os problemas sociais e xenófobos. Referem que os professores nas escolas

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tem medo dos alunos que vivem nesses bairros e aparentam pouco controlo na sala de

aula. Salientam que os jovens vivem revoltados e com um sentimento de raiva.

LEGALIZAÇÃO

Os pais, referem que a situação de ilegalidade e falta de documentos diminui as

expectativas e as alternativas dos seus filhos, o que provoca um sentimento de revolta e

medo, podendo levar os jovens à marginalidade.

EDUCAÇÃO

Os pais revelam ter dificuldades de comunicação e de supervisão parental,

referem que é difícil “controlar” os filhos, e que estes “fazem o que querem”.

Expressam que existe um desfasamento entre a educação que é dada em casa e a

educação da escola.

EDUCAÇÃO – Diferenças de género

Os pais consideram que há diferenças entre a educação dada pelas mães e pelos

pais. Referem que a função da mãe é educar a nível da higiene e alimentação, e são as

mães que devem falar com as filhas sobre a sexualidade. Referem que os jovens têm

mais carinho pela mãe e mais respeito pelo pai. Foi referido pela mãe presente no grupo

que existem pais muito ausentes fazendo com que a mãe tenha de ter um papel duplo.

SEXUALIDADE SEXUALIDADE – Infecções Sexualmente Transmissíveis

Os pais apresentam uma grande preocupação com o VIH/sida, e têm receio das

consequências do comportamento dos filhos, especialmente dos rapazes. Expressam

dificuldade de falar sobre o tema da sexualidade com os filhos. Salientam que a luta

face ao VIH/sida deve ser global.

SEXUALIDADE – Barreiras

Em relação à sexualidade, os pais referem como barreiras a dificuldade de

comunicação com os filhos. Por um lado porque a sexualidade é um tema tabu e por

outro porque os filhos consideram que têm mais conhecimento que os pais,

desvalorizando as suas informações. Os pais expressam preocupação face à forma como

a informação é transmitida aos filhos, através da Internet, televisão e escola, salientando

que é efectuada sem “filtração”. Consideram que deveriam ser os professores a dar

educação sexual na escola e não os pais, defendendo que os professores tem uma

posição neutra e estão mais à vontade.

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SEXUALIDADE – Boas práticas

Quando questionados sobre a recusa, por parte de alguns pais, da educação

sexual nas escola, os pais referem que, quando a educação sexual for uma disciplina

integrada no programa escolar, os pais vão ter de aceitar. Salientam que é fundamental a

existência de um programa comum para todos os professores. Salientam que a educação

sexual, mais do que uma medida política deve ser considerada uma medida de saúde

pública.

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323

Aventura Social, Etnicidade e Risco / Prevenção Primária do

VIH em Adolescentes de Comunidades Migrantes

SÍNTESE: ESTUDO QUANTITATIVO E ESTUDO QUALITATIVO –

COMPORTAMENTO SEXUAIS E CONHECIMENTOS, CRENÇAS E

ATITUDES SOBRE O VIH/SIDA

ESTUDO QUANTITATIVO

Analisando as diferenças significativas entre os jovens do grupo da comunidade e os

jovens do grupo da escola, especificamente, no âmbito dos comportamentos sexuais e

dos conhecimentos, crenças e atitudes face ao VIH/sida, verifica-se que os jovens da

comunidade:

• Referem mais frequentemente ter tido relações sexuais

• Apresentam uma menor utilização de preservativo na última relação sexual e são

os que mais referem ter usado pílula ou nenhum método na última relação

sexual.

• Não apresentam diferenças significativas quanto aos conhecimentos, crenças e

atitudes face ao VIH/sida

Comparando os jovens que referem ter nacionalidade portuguesa e os jovens com

nacionalidade estrangeira de um Pais dos PALOP, também, no âmbito dos

comportamentos sexuais e dos conhecimentos, crenças e atitudes face ao VIH/sida,

verifica-se que os jovens de nacionalidade estrangeira/africanos:

• Referem mais frequentemente ter tido relações sexuais

• Apresentam uma menor utilização de preservativo na última relação sexual

• Utilizam como fontes de informação acerca do VIH/sida folhetos informativos e

a televisão e são os que menos referem os pais, pois sentem-se pouco à vontade

a conversar com os pais sobre VIH/Sida ou não falam sobre esse tema com eles.

Quando avaliados os dados resultantes da comparação entre o presente estudo

(HBSC/R) e o estudo HBSC 2002 (Matos et al, 2003), verifica-se que os jovens do

estudo HBSC/R:

• Referem mais frequentemente ter tido relações sexuais

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• Apresentam uma menor utilização de preservativo na última relação sexual

• Em relação ao conhecimento dos modos de transmissão do VIH/sida, no caso da

transmissão mãe infectada-bebé, apresentam um maior desconhecimento sobre

este modo de transmissão.

• Referem recurso a folhetos, ao Centro de Saúde e ao médico de família como

fontes de informação e aprendizagem no âmbito do VIH/sida, são também os

que mais referem não falar com ninguém.

• Quanto às atitudes face aos portadores de VIH/sida, mostram uma maior

indecisão face à permissão aos adolescentes infectados de frequência da escola e

da separação das pessoas infectadas do resto da população.

• Em relação a conversa com as pessoas da mesma idade e com um dos pais (ou

adulto responsável) sobre SIDA e outras DST, referem falta de à vontade ou

mesmo ausência de conversa com as pessoas da mesma idade e com os pais.

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ESTUDO QUALITATIVO

SEXUALIDADE – Comportamentos sexuais

A maior parte dos jovens, em relação ao início da vida sexual, a refere que as

raparigas começam a sua vida sexual por volta dos 15 anos, geralmente, com parceiros

mais velhos. Os jovens apresentam algumas reflexões acerca do sentido da relação

sexual.

Os técnicos consideram que os jovens africanos iniciam a sua vida sexual mais

cedo do que os jovens portugueses e identificam diferenças culturais, nomeadamente a

nível da aceitação da bigamia. Referem que observam cada vez mais casais mistos

(portugueses e africanos). Quanto à educação sexual na escola, defendem que é uma

questão fundamental, no entanto, segundo determinados parâmetros, tais como, a

estruturação de um programa comum para a disciplina e formação e sensibilização

prévia de pais e professores. Salientam que esta formação deve ir ao encontro das

necessidades, dúvidas, emoções e maturidade dos jovens e não através da apresentação

de factos crus e descontextualizados.

SEXUALIDADE - Relação Entre Géneros

Um tema muito desenvolvido pelos jovens foi a diferença dos géneros face à

sexualidade. Referem que é natural que um rapaz tenha mais do que uma parceira mas,

que se uma rapariga tiver mais do que um parceiro, é avaliada de modo depreciativo, até

pelas próprias mulheres. Referem que as raparigas são mais sensíveis e vulneráveis e

que ficam mais afectadas com o fim de uma relação amorosa do que os rapazes. As

raparigas expressam expectativas negativas face ao comportamento e emoções dos

rapazes.

Alguns técnicos identificam diferenças de género a nível da sexualidade,

nomeadamente, na forma como as raparigas se relacionam com os seu corpo e, a nível

social, referem que as raparigas não frequentam, tanto quanto os rapazes, cafés e

associações, sendo que as raparigas que o fazem vão ter com os namorados ou são

avaliadas de modo depreciativo.

SEXUALIDADE - Gravidez na Adolescência

De um modo geral, os jovens referem que a gravidez na adolescência é uma

moda e que as raparigas mais novas seguem o exemplo das outras. Descrevem a

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gravidez como um projecto individual e uma valorização pessoal e social. Salientam,

ainda, que a gravidez pode ser uma forma de “prender” um homem.

As raparigas descrevem o que fariam se ficassem grávidas e os rapazes como

agiriam se engravidassem uma rapariga. De um modo geral os jovens referem que

teriam os filhos, que iriam trabalhar e que os pais acabariam por aceitar a situação.

Os técnicos referem que existem muitos casos de adolescentes grávidas.

Consideram que estas raparigas são admiradas pelas outras, a gravidez surge como uma

valorização pessoal e social e como o preenchimento de um vazio. Comentam algumas

questões culturais, tais como a poligamia e o início da vida sexual.

SEXUALIDADE - Uso de preservativo e Infecções Sexualmente transmissíveis

VIH/sida

Quanto ao uso do preservativo os jovens defendem que deve ser utilizado numa

relação “esporádica” mas não numa relação “séria”. Salientam que o uso do

preservativo pode ser visto como uma quebra de confiança e tirar o prazer sexual. Os

rapazes referem que é o homem que deve trazer e colocar o preservativo e avaliam de

modo negativo uma rapariga que o faça.

Em relação ao VIH/Sida referem que é um assunto não abordado pelos pais e

revelam fracos conhecimentos face à doença.

Os técnicos identificam as IST’S e particularmente o HIV/sida como um

problema de grandes dimensões, parte devido às condições habitacionais e de higiene,

assim como a crenças e comportamentos face à doença. Salientam que o VIH/sida é

tabu e denominado “pela doença”.

Os pais apresentam uma grande preocupação com o VIH/sida, e têm receio das

consequências do comportamento dos filhos, especialmente dos rapazes. Expressam

dificuldade de falar sobre o tema da sexualidade com os filhos. Salientam que a luta

face ao VIH/sida deve ser global.

SEXUALIDADE – Fontes de Informação

As fontes de informação sobre sexualidade mais referidas pelos jovens são os

amigos, a televisão e os irmãos e irmãs mais velhos. A grande maioria salienta que não

fala destes assuntos com os pais pois tem vergonha e porque pensa que os pais

começam a desconfiar. Alguns jovens consideram que tem mais conhecimentos do que

os pais. Muitos jovens defendem que deveria haver educação sexual nas escolas, outros

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defendem que a educação sexual deve ser dada em casa, pelos pais. Os rapazes

consideram que são as raparigas que mais precisam de informação sobre sexualidade e

métodos contraceptivos.

Em relação à sexualidade, os pais referem como barreiras a dificuldade de

comunicação com os filhos. Por um lado porque a sexualidade é um tema tabu e por

outro porque os filhos consideram que têm mais conhecimento que os pais,

desvalorizando as suas informações. Os pais expressam preocupação face à forma como

a informação é transmitida aos filhos, através da Internet, televisão e escola, salientando

que é efectuada sem “filtração”. Consideram que deveriam ser os professores a dar

educação sexual na escola e não os pais, defendendo que os professores tem uma

posição neutra e estão mais à vontade.

SEXUALIDADE – Boas Práticas

Como boas práticas, os jovens referem o apoio e formação dos centros e

associações de jovens e sugerem a realização de debates.

Os técnicos apresentam algumas boas práticas que têm vindo a ser

desenvolvidas junto da população, nomeadamente, equipas móveis de apoio

domiciliário, prevenção primária nas escolas através de programas específicos e

adequados a cada população, a existência de um gabinete escolar de apoio, e

essencialmente o trabalho em equipa.

“A sexualidade para ser vivida de forma plena tem de ser vivida de forma

saudável e não de uma forma mecânica”.

Quando questionados sobre a recusa, por parte de alguns pais, da educação

sexual nas escola, os pais referem que, quando a educação sexual for uma disciplina

integrada no programa escolar, os pais vão ter de aceitar. Salientam que é fundamental a

existência de um programa comum para todos os professores. Salientam que a educação

sexual, mais do que uma medida política deve ser considerada uma medida de saúde

pública.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados do estudo sugerem que os comportamentos sexuais saudáveis, os

conhecimentos sobre VIH/Sida e as atitudes positivas face às pessoas infectadas podem

ser promovidos com intervenções no contexto escolar, como referem estudos realizados

por Kinderberg e Christensson (1994). As escolas têm sido apontadas como contextos

privilegiados para abordar os adolescentes, para planear intervenções que proporcionem

a participação dos alunos na construção da sua própria saúde e para a promoção de

atitudes positivas face aos outros, em geral, e às pessoas infectadas com VIH, em

particular. Neste contexto, será necessário fazer esforços no sentido de promover um

sentimento de ligação forte dos adolescentes ao meio escolar como forma de aumentar a

percepção de um ambiente escolar positivo, uma percepção subjectiva de bem-estar, um

sentimento de pertença, uma percepção de auto-eficácia e de valor e, consequentemente,

permitir escolhas e opções por estilos de vida saudáveis de forma consistente e

sustentada, sendo uma forte componente deste trabalho a colaboração com os pais

(Nutbeam et al., 1993; Samdal et al., 1998; Matos & Carvalhosa 2001b).

O desenvolvimento de programas efectivos requer o conhecimento adequado dos

comportamentos sexuais que caracterizam os adolescentes de zonas de elevada

concentração de pobreza e grupos minoritários (McDermott, 1998). Considera-se

necessário dedicar um maior esforço à compreensão destas comunidades e da forma

como a própria “cultura de migração” influencia a prática de comportamentos sexuais

de risco (Gadon et al., 2001). As intervenções comunitárias necessitam de uma base de

investigação centrada na “epidemiologia comportamental” e de estudos básicos sobre a

dinâmica dos comportamentos sexuais (Jemmott & Jemmott, 2000; Dawson & Gifford,

2001).

Os resultados obtidos e a revisão da literatura sugerem, ainda, que para que

existam mudanças efectivas é importante intervir ao nível do indivíduo mas também ao

nível das famílias, pares, escola e comunidade permitindo alterações que produzam

diminuição das situações de risco e promovam oportunidades para um desenvolvimento

positivo (Hobfoll, 1998; Matos, 1997; McDermott, 1998; Woollett et al., 1998; Jemmott

& Jemmott, 2000; Fenton, 2001). Por outro lado, tendo em conta que os factores de

risco não podem ser alterados ou removidos sem uma transformação social profunda, a

estratégia opcional para a prevenção poderá ser o robustecimento dos factores de

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protecção que incluem as competências pessoais e sociais (relacionamento interpessoal,

capacidade de concretização de tarefas e resolução de problemas, capacidade de

planeamento e modificação de circunstâncias) e ainda o suporte ambiental (apoio de

pais, pares, comunidade e professores), aspectos que podem ser mais facilmente

alterados em intervenções comunitárias (Matos, 1997).

A participação activa das comunidades alvo no desenvolvimento das

intervenções é fundamental, pois só com um elevado grau de envolvimento das

comunidades são possíveis intervenções que reflictam necessidades específicas, que

sejam culturalmente adequadas e consequentemente, efectivas (Sormati, Pereira, El-

Bassel, Witte, & Gilbert, 2001).

NOTA FINAL

Em jeito de conclusão, a identificação das situações problemas e a clarificação

dos factores envolvidos aqui fica delineada, a partir da “voz” das próprias pessoas

envolvidas.

Sabemos que para a promoção da qualidade de vida de cada comunidade, mais

do que estar à espera que tudo aconteça “vindo de fora”, é preciso começar a definir e

ampliar “territórios”, territórios de participação, de bem-estar, de expectativas positivas

projectadas no futuro de cada um, de competência e de crescimento pessoal e social.

Territórios com uma voz serena mas firme, informada e exigente.

Como dizia o saudoso Carlos Caldeira, na sua tese de doutoramento em 1980,

não sendo possível trabalhar com todas as pessoas de uma comunidade, pode sempre

começar-se com pequenos grupos.

O resto é vontade política, e como se diz em Psicologia da Saúde, nós cientistas

e técnicos de saúde, centramo-nos mais nos factores mutáveis, na prevenção, na

promoção de competências pessoais e sociais, para a saúde positiva/ bem estar dos

cidadãos.

Acabamos com Mia Couto, como começamos “ a verdadeira ajuda será não dar

mais mas lutarmos juntos, europeus e africanos, para mudar esta teia de relações.... uma

ajuda que nos torne menos dependentes da ajuda...

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335

ANEXO I

GUIÃO DE ENTREVISTA DOS GRUPOS FOCAIS

1. As maiores dificuldades e desafios no trabalho com os jovens (Geral nos

diversos contextos dos Jovens - Família, Escola, Grupo de Pares, Comunidade e

Características dos próprios jovens)

2. No âmbito da sexualidade

• Idade do inicio das relações sexuais

• Que Dúvidas?

• Falar com os pais

• Falar com os professores

• Falar com os amigos

• Dificuldades sentidas por … (população do grupo focal)

• Outras fontes de informação (Net / TV, etc.)

• Diferenças de género

• Diferenças étnicas

• Diferenças de estatuto socio-económico (ESE)

3. O que foi feito? / Qual o Impacto?

4. O que é feito? / Qual o Impacto?

5. O que precisa de ser feito? Como?

6. Educação sexual nas escolas? Sim / Não / Como?

ANEXO 2 (GRELHA DE CATEGORIZAÇÃO)

Barreiras

Contextos dos jovens (Família, Escola, Grupo de Pares, Comunidade e Características dos próprios jovens)

Boas Práticas Barreiras

Sexualidade

Boas Práticas

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CONTINUAÇÃO DO PROJECTO …

No âmbito do projecto de investigação financiado pela Fundação para a Ciência

e Tecnologia, ref. PSIDA/PSI/49649/2003 intitulado “Aventura social, etcnicidade e

risco-prevenção primária do VIH em adolescentes duma comunidade migrante”:

Fase I - Aplicação dos questionários na escola e comunidade e elaboração de

relatório.

Fase II

Apresentações Públicas e Grupos de discussão (Focais)

• Comunidade

• Técnicos de educação

• Técnicos de saúde

• Pais / Famílias

• Pares / adolescentes

No final de Janeiro de 2005 foi realizada uma apresentação pública dos

resultados do estudo em cada uma das comunidades (parceiros / escolas) envolvidas

(Oeiras, Loures, Amadora e Chelas), mediante o interesse destas.

Nos meses de Março a Maio 2005 foram realizados grupos focais (grupos de

discussão centrados num tema) com pais, professores, técnicos de intervenção e jovens

no sentido de aprofundar e melhor compreender necessidades, recursos, motivações e

barreiras, nas comunidades e escolas que demonstrem interesse continuar a participar

nesta fase.

FASE III

Acções de formação

• Comunidade

• Técnicos de educação

• Técnicos de saúde

• Pais / Famílias

• Pares/adolescente

Os dados recolhidos nestes grupos de discussão foram analisados e juntamente

com os resultados dos questionários irá ser proposta e debatida uma intervenção que

incida nos pontos essenciais. Nos meses de Outubro e Novembro de 2005 prevê-se a

implementação de uma página interactiva como instrumento de intervenção resultante

de toda a investigação anteriormente realizada na comunidade e nas escolas.

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