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do BECdo BECna datana data--base 31.12.04base 31.12.04

ServiServiçço o ““BB””BANCO DO ESTADO DO CEARBANCO DO ESTADO DO CEARÁÁ S.A.S.A.

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CONSÓRCIO DELOITTE/TREVISAN /SOUZA CAMPOS/ZALCBERG

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ÍNDICE

CONSÓRCIO DELOITTE/TREVISAN/SOUZA CAMPOS/ZALCBERG Índice - 1 de 3

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ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO

2. ANÁLISE GERAL DO BEC 2.1. Constituição

2.1.1. Breve Histórico 2.1.2. Da Reestruturação à Federalização 2.1.3. O Processo de Saneamento Financeiro

2.2. Aspectos Gerais do BEC 2.2.1. Estatuto Social 2.2.2. Sede/Estrutura de Agências 2.2.3. Conselho de Administração, Conselho Fiscal e Diretoria Executiva 2.2.4. Estrutura Acionária 2.2.5. Controladas 2.2.6. Acordo de Basiléia

2.3. Diagnóstico Operacional 2.3.1. Base de Clientes 2.3.2. Perfil das Operações

2.4. Análise Retrospectivo-Financeira

3. MERCADO DE ATUAÇÃO E COMPETITIVIDADE 3.1. Breve Análise do Mercado de Atuação 3.2. Análise de Competitividade

CONSÓRCIO DELOITTE/TREVISAN/SOUZA CAMPOS/ZALCBERG Índice - 2 de 3

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4. PANORAMA MACROECONÔMICO DO ESTADO DO CEARÁ 4.1. A Economia do Estado 4.2. Investimentos 4.3. Dados Demográficos

5. METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO 5.1. Introdução à Avaliação Econômico-Financeira 5.2. Metodologia de Avaliação 5.3. Taxa de Desconto

6. ESCOPO DE VERIFICAÇÃO

7. BALANÇO PATRIMONIAL AJUSTADO

8. PREMISSAS E CONSIDERAÇÕES 8.1. Principais Considerações 8.2. Cenário Macroeconômico 8.3. Projeção do Mercado Total 8.4. Projeção do Market Share do BEC 8.5. Premissas de Projeção

9. RESULTADOS DA AVALIAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA

10. MÉTODO DE TRANSAÇÕES COMPARÁVEIS (MÚLTIPLOS E COMPARÁVEIS)

11. ANÁLISE DE SENSIBILIDADES

12. RECOMENDAÇÃO DO PREÇO MÍNIMO

CONSÓRCIO DELOITTE/TREVISAN/SOUZA CAMPOS/ZALCBERG Índice - 3 de 3

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ANEXOS

• FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL PROJETADO

• DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO PROJETADO

• BALANÇO PATRIMONIAL PROJETADO – ATIVO

• BALANÇO PATRIMONIAL PROJETADO – PASSIVO

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INTRODUÇÃO

CONSÓRCIO DELOITTE/TREVISAN /SOUZA CAMPOS/ZALCBERG 1. Introdução - 1 de 1

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1. INTRODUÇÃO Os trabalhos de avaliação econômico-financeira do Banco do Estado do Ceará S.A. (BEC) e de sua controlada BEC Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda. (BEC DTVM), foram realizados pelo Consórcio, de acordo com o Contrato BACEN/PND no 03/2001 e seus dois termos aditivos. A avaliação econômico-financeira foi elaborada na data-base de 31 de dezembro de 2004, abrangendo os seguintes elementos:

1. Valor presente líquido do fluxo de caixa livre operacional para os acionistas, derivado das atividades operacionais para os próximos dez anos, apoiado por estudo detalhado da taxa de desconto utilizada;

2. Valor residual obtido pela hipótese de fluxo perpétuo, a partir da estabilização do fluxo de caixa operacional;

3. Valor líquido de realização dos ativos não operacionais do BEC;

4. Identificação de variáveis críticas e análise de sensibilidade;

5. Estudo comparativo com valores obtidos na avaliação econômico-financeira em operações de venda de bancos similares nos âmbitos nacional;

6. Análise comparativa de alienações recentes no Brasil, de bancos de atuação e porte compatíveis com o BEC; e

7. Recomendação de preço mínimo de venda, para alienação, com base nos valores obtidos na avaliação econômico-financeira e em outros fatores relevantes.

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ANÁLISE GERAL DO BEC

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2. ANÁLISE GERAL DO BEC 2.1. CONSTITUIÇÃO O Banco do Estado do Ceará S.A. - BEC foi criado pela Lei no. 6.082, datada de 8 de novembro de 1962, autorizado a funcionar pela Carta Patente no. I-361, da Diretoria das Rendas Internas, do Ministério da Fazenda com o capital de Cr$ 120.000.000,00 (cento e vinte milhões de cruzeiros), e teve suas atividades iniciadas no dia 23 de junho de 1964. 2.1.1. BREVE HISTÓRICO O BEC foi fundado com o objetivo de realizar todas as operações bancárias e de crédito permitidas em lei, assim como prestar assistência financeira visando principalmente ao desenvolvimento econômico e social do Estado do Ceará. Em 1969, iniciou seu processo de interiorização com a abertura de agências nas cidades de Boa Viagem, Cedro, Mombaça e Viçosa. Hoje está presente em 52 cidades do interior, o que representa quase um terço dos municípios cearenses. Em 1973, o BEC iniciou a formação de um conglomerado com a instalação da carteira de Câmbio, da BEC Distribuidora, da carteira de Open Market e da BEC Corretora de Seguros. Em 1976, inaugurou a agência do Rio de Janeiro, em 1977, passaram a fazer parte do Sistema BEC a BEC Financeira e o BEC Crédito Imobiliário e, em 1984, foi instalada a BEC Turismo. Através de um processo de reestruturação administrativa iniciada em 1987, o BEC foi transformado em Banco Múltiplo, o que permitiu a atuação do Banco em todos os segmentos de mercado sem a necessidade de manter uma estrutura de conglomerado. Nos anos seguintes, o BEC realizou uma profunda reestruturação organizacional e passou a fazer uso de novas tecnologias para melhorar a qualidade do atendimento aos seus clientes. Em 1999, como parte do processo de saneamento do BEC visando à privatização, o Estado do Ceará adquiriu, com recursos obtidos da União, todos os créditos referentes às Carteiras Imobiliárias, Comercial – Pessoa Jurídica, Rural e de Desenvolvimento e Infra-estrutura. Como conseqüência, o Banco passou a operar, basicamente, com o segmento de pessoas físicas, sendo a maioria funcionários públicos estaduais e municipais. Ainda em 1999, o BEC teve seu processo de federalização concluído, passando o controle acionário do Estado do Ceará para a União.

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2.1.2. DA REESTRUTURAÇÃO À FEDERALIZAÇÃO O Governo Federal baixou, em 28 de setembro de 1998, a Medida Provisória no. 1.702-29, reeditada com o nº 2.139-66 em 24 de maio de 2001, com o objetivo de incentivar a redução da presença do setor público estadual na atividade financeira. Essa redução se faria mediante a privatização, extinção ou transformação em instituição não financeira, inclusive agência de fomento, das instituições financeiras sob o controle acionário das Unidades da Federação. A mencionada Medida Provisória concedia à União o direito de, a seu exclusivo critério, adquirir o controle da instituição financeira, exclusivamente para privatizá-la ou extingui-la, com poderes ainda para financiar os ajustes prévios e imprescindíveis para a privatização, assim como adquirir créditos contratuais que a instituição financeira detivesse contra seu controlador e, em caráter excepcional, financiar programa de saneamento da instituição financeira contemplando, necessariamente, sua capitalização e mudanças no seu processo de gestão. Assim, com base nessa Medida Provisória, foi firmado entre a União e o Estado do Ceará, em 10 de julho de 1998, o Termo de Compromisso de Gestão, através do qual o Estado do Ceará manifestava sua adesão ao plano do Governo Federal de federalizar o BEC, com o intuito de privatizá-lo, ou, se isso não fosse possível, extingui-lo. Esse Termo apontava diversas ações, de responsabilidade do Estado do Ceará e do BEC, para sanear as operações do Banco e reduzir custos.

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2.1.3. O PROCESSO DE SANEAMENTO FINANCEIRO O processo de saneamento financeiro do BEC iniciou-se em 11 de novembro de 1998, quando o Governador do Estado sancionou a Lei nº 12.860, autorizando o Poder Executivo a promover a alienação total ou parcial das ações integrantes do capital social do BEC, pertencentes ao Estado. Em 12 de novembro de 1998, a União e o Estado do Ceará celebraram o Contrato de Abertura de Crédito e de Compra e Venda de Ações sob Condição (CONTRATO), com a interveniência do BEC, da Caixa Econômica Federal e do Banco Central do Brasil, e, em 31 de maio de 1999, a União adquiriu o controle acionário do BEC, após a realização da Assembléia Geral Extraordinária de Federalização da Instituição. Através desse CONTRATO, foi aberto pela União um crédito ao Estado no valor de R$ 954.224.000,00 (novecentos e cinqüenta e quatro milhões, duzentos e vinte e quatro mil reais), valor esse objeto de atualização pela variação da taxa SELIC divulgada pelo Banco Central, de 1º de julho de 1998 até a data das liberações previstas no próprio CONTRATO, para utilização exclusiva e obrigatoriamente da seguinte forma: • Até R$ 144.034.000,00 (cento e quarenta e quatro milhões, trinta e quatro mil reais), destinados à capitalização do BEC, para recomposição do seu

patrimônio líquido; • Até R$ 175.000.000,00 (cento e setenta e cinco milhões), destinados à constituição de fundo(s) para contingências fiscais, trabalhistas, cíveis, atuariais e

outras superveniências passivas; e • Até R$ 635.190.000,00 (seiscentos e trinta e cinco milhões, cento e noventa mil reais), para aquisição de ativos do BEC pelo Estado. Esses valores referem-se ao montante necessário à cobertura dos ajustes efetuados no BEC, a exemplo de provisões para créditos duvidosos, para passivos trabalhistas, para projetos relativos à redução de despesa de pessoal (Incentivo ao Afastamento Voluntário - IAV) e redução de horas extras e para deságio aplicado na venda da carteira imobiliária à Caixa Econômica Federal - Aporte de Capital. Além da recomposição do patrimônio líquido do BEC, foi também financiada a aquisição de seus ativos pelo Estado do Ceará (todos os créditos baixados como prejuízo, carteiras de câmbio, rural e de desenvolvimento, demais operações de crédito da carteira comercial - pessoas jurídicas, títulos oriundos do processo de securitização da carteira rural – emitidos resgatados, emitidos a resgatar e a emitir, e o imóvel relativo ao antigo Centro Administrativo). A venda da carteira imobiliária do BEC para o Estado do Ceará, posicionada em 30 de junho de 1998 e deste para a Caixa Econômica Federal, posicionada em 31 de dezembro de 1998, foi celebrada através de Instrumento Contratual de Aquisição de Ativos e Outras Avenças e Aditivo de Re-ratificação, de 08 de dezembro de 1998 e 28 de maio de 1999, respectivamente.

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Relativamente aos efeitos da mudança de controlador sobre as exigibilidades compulsórias, foi concedido ao BEC, pelo Conselho Monetário Nacional, em sessão realizada em 09 de março de 1999, o seguinte tratamento sobre os recursos captados em depósitos de poupança – especificamente quanto ao atendimento da Resolução no 2.519, de 29 de junho de 1998, conforme REF DEBAN/DIREB-99/005, de 26 de abril de 1999, resumida a seguir: • Dispensa do cumprimento de exigibilidade de direcionamento, no período entre o primeiro ajuste subseqüente à transferência da carteira de crédito

imobiliário para a Caixa Econômica Federal e a data de seu efetivo pagamento; • No período entre o recebimento pela venda da carteira de crédito imobiliário e a privatização do BEC, dispensa do cumprimento da exigibilidade de

direcionamento, devendo o valor correspondente ser vinculado em títulos públicos federais do SELIC. • A partir da liquidação financeira da privatização, dispensa da vinculação de títulos estipulada no item anterior, estabelecendo-se o enquadramento gradual à

exigibilidade de direcionamento dos recursos de poupança, limitado ao saldo de balancete do mês imediatamente anterior à privatização, corrigido mensalmente pelo mesmo índice de atualização dos depósitos de poupança, acrescido de 6,17% ao ano, da seguinte forma:

PERÍODO ALÍQUOTA DE DIRECIONAMENTO (%)

Ao final dos primeiros 12 meses 10 Ao final do 24° mês 25 Ao final do 36° mês 45 Ao final do 48° mês 70 Ao final do 60° mês 100

Fonte: BEC Quanto às demais exigibilidades – depósitos à vista, não houve alteração no direcionamento das aplicações obrigatórias (crédito rural), por se tratar de Lei Ordinária no 4.829/65, e não foi dada a continuidade da prerrogativa de deduzir, dos valores de depósitos à vista e sob aviso, os saldos detidos pelos Governos Estaduais e Municipais, para efeito de recolhimento de depósito compulsório, motivos pelos quais foram criados Fundos de Investimento exclusivos – PRATICBEC II e PRATICBEC III – para abrigar os recursos dos Governos em questão e da Justiça Estadual, respectivamente. Quanto à exigibilidade de aplicação, a Diretoria do Banco optou pela aplicação em Depósitos Interfinanceiros Rurais – DIR.

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Ainda sobre o Fundo de Contingência, apesar de constar no CONTRATO que este irá abranger, além das superveniências fiscais, cíveis e atuariais, as de natureza trabalhista, estas já foram cobertas por ocasião do aporte de capital, realizado em 27 de maio de 1999, conforme a planilha a seguir discriminada. Sobre as contingências trabalhistas, foram provisionados os montantes de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais) para as questões de ordem coletiva (cumprimento de dissídios) e R$ 3.250.000,00 (três milhões, duzentos e cinqüenta mil reais) para fazer face à cobertura das causas individuais, em número de 126, na época. Em cumprimento do disposto no CONTRATO, foram creditados em títulos públicos federais, pela Secretaria do Tesouro Nacional, os seguintes valores: • Em 27 de maio de 2001 - R$ 185.575.636,67, para aporte de capital; e • Em 28 de maio de 2001 - R$ 799.810.544,59, para aquisição das carteiras (imobiliária e comercial - pessoa jurídica, câmbio e securitização) e do imóvel

onde estava instalado o Centro Administrativo do BEC. Igualmente importante é o compromisso firmado pelo Estado do Ceará, no mesmo CONTRATO, de manter no BEC as operações bancárias que o caracterizam como seu agente financeiro, durante o período de gestão federal, cujos convênios para prestação de serviços foram firmados em 30 de abril de 1999, quais sejam: Contrato Particular para Prestação de Serviços para Gestão do Fundo Constitucional Estadual - FCE, Contrato Particular para Prestação de Serviço para Gestão do Fundo de Desenvolvimento Industrial - FDI e Contrato Particular de Prestação de Serviço para Pagamento da Folha de Pagamento dos Servidores do Estado.

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Para um melhor entendimento do processo de saneamento do BEC, apresentamos, a seguir, um quadro-resumo com os valores envolvidos nas transações realizadas:

R $ M ilV a lo r

C o n tra tu a l V a lo r 2 8 .0 5 .9 9 V a lo r R e c e b id o D ife re n ç a

I - A p o rte d e C a p ita l 1 4 4 .0 3 4 ,0 1 8 5 .5 7 5 ,6 1 8 5 .5 7 5 ,6 - a ) D e s á g io d a C a r te ira Im o b iliá r ia 8 0 .0 0 0 ,0 1 0 3 .0 7 3 ,2 b ) G a s to s c o m IA V re a liz a d o s e n ã o

d ife r id o s2 5 .0 0 0 ,0 3 2 .2 1 0 ,4

c ) G a s to s c o m IA V e in d e n iz a ç ã o d e H o ra s E x tra s a s e re m re a liz a d a s

1 5 .0 0 0 ,0 1 9 .3 2 6 ,2

d ) B a ix a d o D ife r id o 1 6 .0 3 4 ,0 2 0 .6 5 8 ,5 e ) P a s s iv o T ra b a lh is ta (1 ) 8 .0 0 0 ,0 1 0 .3 0 7 ,3

I I - V e n d a d a s C a rte ira s 6 3 5 .1 9 0 ,0 8 1 9 .0 7 1 ,2 7 9 9 .8 1 0 ,5 (1 9 .2 6 0 ,7 ) a ) C a rte ira Im o b iliá r ia ( in c lu s ie F C V S ) 4 7 1 .7 9 6 ,0 6 0 8 .3 7 6 ,3 6 0 0 .8 8 1 ,8 (7 .4 9 4 ,5 ) b ) C a rte ira C o m e rc ia l 4 5 .5 1 9 ,0 5 8 .6 9 6 ,3 3 6 .4 9 9 ,8 (2 2 .1 9 6 ,5 ) c ) C a rte ira R u ra l 6 2 .0 8 5 ,0 8 0 .0 5 8 ,0 1 2 .2 8 0 ,9 (6 7 .7 7 7 ,1 ) d ) C a rte ira d e In fra e s tru tu ra e

D e s e n v o lv im e n to4 3 .2 6 8 ,0 5 5 .7 9 3 ,7 6 6 .6 1 0 ,7 1 0 .8 1 7 ,0

e ) C â m b io 1 2 .5 2 2 ,0 1 6 .1 4 7 ,0 - (1 6 .1 4 7 ,0 ) f) C o rre ç ã o d a s C a r te ira s , e x c e to

Im o b iliá r ia (0 1 /0 4 a 2 8 /0 5 /9 9 )6 .6 2 9 ,2 6 .6 2 9 ,2

g ) T ítu lo s d e S e c u rit iz a ç ã o - e m c a rte ira 1 5 .2 5 1 ,8 1 5 .2 5 1 ,8 h ) T ítu lo s d e S e c u rit iz a ç ã o - re s g a ta d o s 2 1 .9 6 3 ,8 2 1 .9 6 3 ,8 i) T ítu lo s d e S e c u rit iz a ç ã o - a e m itir 3 4 .0 4 7 ,6 3 4 .0 4 7 ,6 C e n tro A d m in is tra tiv o 5 .1 7 5 ,7 5 .1 7 5 ,7 S o b ra (2 ) 4 6 9 ,3 4 6 9 ,3

I I I - F u n d o d e L iq u id e z 1 7 5 .0 0 0 ,0 2 2 5 .4 7 2 ,7 - - a ) P a s s iv o T ra b a lh is ta (1 ) S o m en te C itad o no C on tra to

b ) P a s s iv o T r ib u tá r io 1 1 0 .0 0 0 ,0 1 4 1 .7 2 5 ,7 c ) P a s s iv o C a u s a s C ív e is 1 5 .0 0 0 ,0 1 9 .3 2 6 ,2 d ) D é fic it A tu a ria l d a C A B E C 5 0 .0 0 0 ,0 6 4 .4 2 0 ,8

T O T A L G E R A L 9 5 4 .2 2 4 ,0 1 .2 3 0 .1 1 9 ,6 9 8 5 .3 8 6 ,2 (1 9 .2 6 0 ,7 ) N o ta s :

1

2

P o r o ca s iã o da e la b o raç ã o d a L e i E s ta d ua l n º 12 .8 60 /9 8 , q ue a u to rizo u o E x e cu t ivo E s tad u a l a a lie n a r a s a çõ e s d o B E C , as q ue s tõ e s tra ba lh is ta s s e ria m c on te m p lad a s n o ite m A po rte d e C a p ita l, p o rta n to , p rov is io n ad a s n o B a nc o . A p es a r d o C o n tra to c ita r q u e a s c o n tin g ên c ias tra b a lh is ta s c o m o qu e s tõ e s a se re m co b e rta s p e lo F un d o d e C o n ting ê n c ia s , es ta s fo ra m , n a re a lid a d e , o pe ra c io n a liz ad a s c o n fo rm e a L e i E s ta d ua l c ita da .A "S o b ra " p o de te r s ido o ca s io n a da p e la p ro je çã o d a S E L IC so b re a po s içã o in fo rm a da , ho je c o n ta b iliz a da e m C re d o res D iv e rso s , a tua liza d a p e lo C D I e , s e gu n d o o B E C , in fo rm a d o m en s a lm e n te à F az e n da E s tad u a l.

Fonte: BEC

O processo de saneamento financeiro alterou sensivelmente a estrutura operacional e a estratégia de atuação do BEC. Apresentamos a seguir uma breve análise dos impactos decorrentes desse processo, ocorrido entre 1998 e 1999.

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PRINCIPAIS EFEITOS DO PROCESSO DE SANEAMENTO FINANCEIRO • Em 1999, com a venda da carteira imobiliária e de todos os créditos do segmento pessoa jurídica ao Estado do Ceará1, o Banco passou a priorizar as

operações de crédito voltadas ao funcionalismo público (crédito consignado). Tais operações são consideradas de baixo risco, visto que o BEC é responsável pelo pagamento dos salários dos funcionários do Estado do Ceará. O gráfico a seguir apresenta a composição da carteira de crédito entre 1998 e 1999:

COMPOSIÇÃO DA CARTEIRA DE CRÉDITO - R$ MIL

23,3%

100,0%

9,9%

64,0%

2,7%

0,0%

20,0%

40,0%

60,0%

80,0%

100,0%

120,0%

1.998 1.999

Comercial Rural Infraestrutura / Desenvolvimento Imobiliário

• Os recursos provenientes da venda das carteiras de crédito (imobiliária e pessoa jurídica) foram direcionados para papéis líquidos (títulos públicos federais),

visando melhorar a condição de liquidez do Banco e reduzir o grau de exposição ao risco. Além disso, cabe mencionar que a destinação dos recursos captados em poupança2 passou a ser efetuada em títulos públicos federais, após a venda da carteira imobiliária. Dessa forma, as aplicações em títulos e valores mobiliários passaram a ser a principal aplicação de recursos do Banco, representando 71% dos ativos totais em 1999, contra 8% em 1998.

1 Em novembro de 1998, foi assinado o Contrato de Abertura de Crédito e Concessão de Compra e Venda de Ações sob Condição entre o Estado do Ceará e a União, com interveniência do BEC, da Caixa Econômica Federal e do

Banco Central do Brasil, ao qual a União atribui um crédito ao Estado do Ceará para utilização exclusiva e obrigatória na aquisição de ativos do BEC, recomposição patrimonial do BEC e constituição de fundo para contingências (fiscais, trabalhistas, cíveis, atuariais e outras superveniências passivas). Todos os recursos obtidos pelo Estado do Ceará com a venda dos ativos adquiridos do BEC serão utilizados para amortização do empréstimo referido anteriormente com a União.

2 Destinação obrigatória de 65% dos recursos captados em poupança para crédito imobiliário.

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• Capitalização do BEC em 1999, de R$ 56.739 mil para R$ 242.316 mil, visando a recomposição do seu patrimônio líquido e absorção dos prejuízos acumulados, bem como à cobertura de passivos trabalhistas, fiscais e outras superveniências passivas.

O gráfico a seguir ilustra a alteração ocorrida na estrutura das aplicações (Crédito e Títulos e Valores Mobiliários), bem como o aumento de capital do Banco:

APLICAÇÕES E PATRIMÔNIO LÍQUIDO - R$ MIL

535.813

91.44072.262

631.273

92.896

(134.841)

1998 1999

Operações de crédito TVM Patrimônio Líquido

O processo de saneamento também refletiu a redução das despesas administrativas e de pessoal do BEC, principalmente em razão da adoção do programa de Incentivo ao Afastamento Voluntário (IAV) e de incentivo à aposentadoria. A redução das despesas administrativas e de pessoal de 1998 para 1999 foi de 41%.

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No tocante ao resultado, o prejuízo registrado em 1998, de R$ 209,3 milhões, esteve relacionado aos ajustes impostos pelo Banco Central dentro do processo de saneamento do BEC, como, por exemplo, deságio da carteira imobiliária, gastos com Incentivo ao Afastamento Voluntário - IAV realizados e não diferidos, indenização de horas extras, baixa do ativo diferido e constituição de fundo para contingências passivas. Já em 1999, o BEC registrou lucro líquido de R$ 26,7 milhões, devido principalmente à redução dos custos operacionais e dos demais efeitos do processo de saneamento comentados anteriormente.

R$ MIL 1998 1999

Receitas da intermediação financeira 223.740 210.574 .Operações de Crédito 178.047 73.226 .Resultado de Operações com TVM 24.373 122.430 .Resultado de Operações de Câmbio 3.836 11.555 .Resultado de Operações Compulsórias 17.484 3.363

. Despesas de intermediação financeira (240.620) (220.859) % da Receita de intermediação financeira 107,5% 104,9%

.Captação de Recursos (129.441) (174.067) .Empréstimos, Cessões e Repasses (36.821) (22.754) .Prov. Cred. Liquid. Duvidosa (74.358) (24.038)

Resultado bruto da internediação financeira (16.880) (10.285)% da Receita de intermediação financeira -7,5% -4,9%

Outras receitas/despesas operacionais (189.156) 34.439

Outras receitas operacionais 70.659 141.179 . Receitas de prestação de serviços 19.849 18.980 . Outras receitas operacionais 50.810 122.199

Despesas operacionais (259.815) (106.740)% da Receita de intermediação financeira -116,1% -50,7%

. Despesas de pessoal (91.757) (51.659) . Outras despesas administrativas (75.240) (47.300) . Outras despesas (89.712) (2.194) . Despesas tributárias (3.106) (5.587)

Resultado Operacional (206.036) 24.154 % da Receita de intermediação financeira -92,1% 11,5%

. Resultado não operacional (3.046) 2.987

Resultado antes do IR e CS (209.082) 27.141

. Imposto de renda e contribuição social (241) (392)

Lucro/ prejuízo do exercício/ período (209.323) 26.749

Demonstração do Resultado

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2.2. ASPECTOS GERAIS DO BEC 2.2.1. ESTATUTO SOCIAL O Estatuto Social tem como destaque os seguintes pontos: • O BEC é uma instituição financeira múltipla, organizada sob a forma de sociedade anônima aberta, de economia mista; • Conforme o disposto no artigo 4o, o BEC tem por objeto social a prática de operações ativas, passivas e acessórias inerentes às respectivas carteiras

autorizadas (comercial, de desenvolvimento, de crédito, de financiamento e de investimento), inclusive câmbio e administração de valores mobiliários, de acordo com as normas legais e regulamentares em vigor.

• O capital social, de acordo com o disposto no artigo 5o, é de R$ 242.316.086,42 (duzentos e quarenta e dois milhões, trezentos e dezesseis mil, oitenta e seis reais e quarenta e dois centavos) e está representado por ações da seguinte forma:

TIPO QUANTIDADE DE AÇÕES

Ordinárias 92.291.547

Preferenciais 177.949

Total 92.469.496 Fonte: Estatuto Social BEC

Ainda com relação ao artigo 5o, em seu parágrafo único, é informada a prioridade de distribuição de dividendos e reembolso de capital às ações preferenciais.

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• O BEC é administrado por um Conselho de Administração e uma Diretoria.

• O Conselho de Administração é um órgão de deliberação, orientação e consulta, composto por seis membros, sendo um deles o Presidente do Conselho. Todos os representantes dos acionistas são eleitos pela Assembléia Geral e por ela destituíveis a qualquer tempo. Esse Conselho é eleito para um mandato de dois anos, sendo permitida a reeleição de seus membros. O Conselho de Administração reúne-se, ordinariamente, a cada dois meses. Além disso, há reuniões extraordinárias, sempre que convocadas pelo seu Presidente. Faz parte das atribuições do Conselho de Administração, entre outras coisas: (i) dar uma orientação geral quanto à política de negócios; (ii) eleger e destituir diretores; (iii) fiscalizar e examinar a gestão dos diretores; (iv) convocar a Assembléia Geral e apreciar as matérias a serem submetidas pela Diretoria; (v) manifestar-se sobre o relatório da Administração e as contas da Diretoria; (vi) autorizar a alienação de bens do ativo permanente a constituição de ônus reais; (vii) escolher e destituir os auditores independentes; (viii) declarar dividendos intermediários ou juros remunerados do capital próprio; e (ix) apreciar os vetos do Presidente às deliberações da Diretoria.

• A Diretoria do BEC é formada por seis membros, sendo assim composta: (a) Presidente; (b) Diretor de Finanças e Controle; (c) Diretor Comercial, de Crédito e de Gestão de Risco; (d) Diretor Administrativo e de Tecnologia; (e) Diretor de Gestão de Recursos de Terceiros; e (f) Diretor de Relações Institucionais. Essa Diretoria é renovada a cada dois anos, admitindo-se a possibilidade da reeleição de seus membros. Compete aos diretores, na forma das atribuições e alçadas fixadas pela Diretoria, conduzir os negócios de sua área, e à Diretoria compete estipular e definir as questões estratégicas do Banco, conforme disposto no artigo 15 do Estatuto Social do BEC, sendo assim definidas: (i) fixar as diretrizes e as normas operacionais e administrativas do Banco; (ii) definir a rede de agências; (iii) propor a destinação do lucro líquido; (iv) definir a política de taxas de juros ativas e passivas; (v) cumprir e fazer cumprir o Estatuto e as deliberações da Assembléia Geral e do Conselho de Administração; (vi) deliberar sobre matérias submetidas pelo Presidente que sejam de sua responsabilidade; e (vii) definir a organização estrutural e funcional do Banco. A Diretoria se reunirá, ordinariamente, uma vez por semana e, extraordinariamente, sempre que convocada pelo seu Presidente.

• O BEC também possui um Conselho Fiscal, de funcionamento permanente, composto de no mínimo três e no máximo cinco membros efetivos e igual número de suplentes, eleitos pela Assembléia Geral Ordinária, sendo permitida sua reeleição. O Conselho Fiscal reúne-se, ordinariamente, uma vez por mês e, extraordinariamente, sempre que julgado conveniente, em atendimento à convocação do seu Presidente, do Presidente do Banco ou da maioria de seus membros.

• O exercício social é de um ano, com término em 31 de dezembro. Serão elaborados balancetes semestrais na forma da legislação vigente.

• Do lucro líquido do exercício, serão deduzidos 5% para constituição de reserva legal, até alcançar o montante de 20% do capital social. Aos acionistas é assegurada remuneração equivalente a, no mínimo, 25% do lucro líquido ajustado apurado em cada exercício social, como definido em lei, garantido aos acionistas detentores de ações preferenciais o direito a dividendos, no mínimo, 10% maiores que os atribuídos às ações ordinárias.

• À Administração do BEC é especialmente vedado deferir operações de crédito a funcionários, bem como a sociedades de que façam parte, sem prévia e expressa autorização da Assembléia Geral.

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2.2.2. SEDE/ESTRUTURA DE AGÊNCIAS SEDE O BEC tem sua sede instalada na Rua Pedro Pereira, 481, Fortaleza - CE, apresentando a seguinte estrutura organizacional: • Presidência;

• Diretoria de Finanças e Controle;

• Diretoria Comercial, de Crédito e Gestão de Risco;

• Diretoria Administrativa e de Tecnologia;

• Diretoria de Gestão de Recursos de Terceiros; e

• Diretoria de Relações Institucionais. ESTRUTURA DE AGÊNCIAS O BEC conta hoje com uma rede de 70 agências e 11 postos de atendimento bancário. A distribuição das agências é como segue:

DISTRIBUIÇÃO QUANTIDADE

Agências metropolitanas 25

Agências do interior do Estado 44

Agências em outros Estados 1

Total de agências 70 Fonte: BEC - GECOM

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ANÁLISE DA REDE DE AGÊNCIAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO E DEPÓSITOS Em virtude das características econômicas do Estado do Ceará, a concentração das operações nas agências da capital é elevada, conforme demonstrado nos gráficos abaixo: DISTRIBUIÇÃO DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO – DEZ/2004 DISTRIBUIÇÃO DAS CAPTAÇÕES DE DEPÓSITOS – DEZ/2004

Outros41%

Fortaleza59% Fortaleza

78%

Outros22%

Fonte: BEC/Análise Deloitte Obs.: As operações de depósitos não incluem depósitos em moeda estrangeira. Conforme demonstrado nos gráficos, é bastante evidente a participação mais efetiva das agências da capital em relação às outras agências em termos operacionais. Em 2004, as agências da capital detinham 59% do volume das operações de crédito, um ganho de 2 p.p. se comparado ao fim de 2003.

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Ainda com relação à concentração da operação de crédito, podemos notar que as dez principais agências correspondem a 37% do total das operações em aberto, tendo como base o saldo de dezembro de 2004. Já com relação aos depósitos efetuados, podemos notar uma concentração ainda maior nas dez principais agências, atingindo 58% dos depósitos em aberto em dezembro de 2004. Em ambos os casos, as agências da capital registram maior volume de operações, sendo a única agência do interior a figurar entre as dez maiores a de Juazeiro do Norte (oitava posição nas operações de crédito).

OPERAÇÕES DE CRÉDITO – PRINCIPAIS AGÊNCIAS CAPTAÇÕES POR DEPÓSITOS – PRINCIPAIS AGÊNCIAS

OUTROS63 %

CENTRAL7%

JUAZEIRO DO NORTE3 %

ANTONIO SALES3%

SANTOS DUM ONT 3%

FRANCISCO SÁ3%

MONTESE3%

PARANGABA3%

WALDEMAR ALCÂNTARA3%

BÁRBARA DE ALENCAR3%

SENADOR POM PEU6%

OUTROS42%

ANTONIO SALES11%

CENTRAL10%

COELCE5%

SANTOS DUMONT 4%

PAULO SARASATE4%

SENADOR POMPEU3%

MONTESE2% FÓRUM

3% PARANGABA3%

SETOR PÚBLICO13%

Fonte: BEC/Análise Deloitte

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BASE DE CLIENTES A base de clientes segue a tendência apresentada pelas operações do Banco, com forte concentração dos clientes em Fortaleza, que possui aproximadamente 60% das contas correntes ativas, com destaque para as agências Central, Senador Pompeu e Bárbara de Alencar. Tal ocorrência deriva-se principalmente do fato de que o índice “Contas Correntes por Habitante” é muito baixo nas agências do interior do Estado, conforme demonstrado nas tabelas a seguir:

DISTRIBUIÇÃO DAS CONTAS CORRENTES NAS CIDADES ATENDIDAS – CAPITAL

CIDADE C/C ATIVAS - DEZ/04 POPULAÇÃO – 2004 C/C HABITANTES

FORTALEZA 105.611 2.332.657 0,045

AGÊNCIAS C/C ATIVAS AGÊNCIAS C/C ATIVAS AGÊNCIAS C/C ATIVAS

Fórum 2.292 Coelce 979 Parangaba 6.799 Antonio Sales 4.277 Conjunto Ceará 3.987 Paulo Sarasate 5.084 Assembléia 4.339 Detran 1.527 Pontes Vieira 3.491 Bárbara de Alencar 6.920 Edson Queiroz 3.266 Santos Dumont 6.058 Bezerra de Menezes 5.832 Francisco Sá 4.552 Senador Pompeu 7.852 Borges de Melo 2.130 João de Castro 2.679 Setor Público 656 Cagece 1.581 José Walter 2.561 Waldemar Alcântara 4.002 Cambeba 3.639 Messejana 3.480 Central 12.945 Montese 4.683 Fonte: BEC/IBGE

DISTRIBUIÇÃO DAS CONTAS CORRENTES NAS CIDADES ATENDIDAS – OUTROS ESTADOS

CIDADES/AGÊNCIAS POPULAÇÃO - 2004 C/C ATIVAS - DEZ/04 C/C HABITANTES

Outros Estados 2.282.049 157 0,000 Brasília 2.282.049 157 0,000 Fonte: BEC/IBGE

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DISTRIBUIÇÃO DAS CONTAS CORRENTES NAS CIDADES ATENDIDAS – INTERIOR

CIDADES/ AGÊNCIAS

POPULAÇÃO - 2004 C/C ATIVAS - DEZ/04

C/C HABITANTES CIDADES/ AGÊNCIAS POPULAÇÃO - 2004 C/C ATIVAS - DEZ/04

C/C HABITANTES

Interior do Estado 2.473.436 70.972 0,029 Acarau 50.745 1.099 0,022 Juazeiro do Norte 231.920 5.994 0,026 Aracati 66.384 1.270 0,019 Maracanaú 191.317 5.045 0,026 Araçoiaba 24.862 1.848 0,074 Maranguape 96.565 2.487 0,026 Assare 21.535 676 0,031 Mauriti 42.852 870 0,020 Barbalha 51.444 1.285 0,025 Milagres 30.620 839 0,027 Boa Viagem 51.531 839 0,016 Missão Velha 34.309 643 0,019 Brejo Santo 40.928 1.649 0,040 Mombaça 41.411 870 0,021 Camocim 57.712 1.813 0,031 Pacajus 50.365 999 0,020 Cariré 19.063 480 0,025 Pacatuba 59.071 1.065 0,018 Cascavel 62.076 1.236 0,020 Parambu 33.443 775 0,023 Cedro 24.643 900 0,037 Pedra Branca 41.738 751 0,018 Crateús 73.076 2.132 0,029 Quixadá 73.863 2.378 0,032 Crato 111.894 5.471 0,049 Quixeramobim 59.213 1.288 0,022 Farias Brito 21.695 541 0,025 Russas 62.837 2.599 0,041 Frecheirinha 12.924 388 0,030 Santa Quitéria 43.351 1.060 0,024 Horizonte 41.746 1.954 0,047 São Gonçalo do Amarante 38.852 1.387 0,036 Ibiapina 23.248 914 0,039 Sobral 169.532 5.456 0,032 Iguatu 90.728 2.958 0,033 Tabuleiro do Norte 28.120 1.504 0,053 Independência 25.894 646 0,025 Tamboril 25.826 573 0,022 Ipaumirim 11.670 813 0,070 Tiangua 65.285 1.316 0,020 Ipueras 39.820 1.037 0,026 Várzea Alegre 36.646 1.219 0,033 Itapajé 44.914 1.179 0,026 Viçosa do Ceará 47.768 726 0,015 Fonte: BEC/IBGE/Análise Deloitte Conforme demonstrado nas tabelas de distribuição das contas correntes, a população atendida pelo BEC está fortemente concentrada em Fortaleza, a qual corresponde a 29% da população total do Ceará e possui 60% das contas correntes do BEC. Dessa forma, analisando o indicador de contas correntes por habitantes, podemos verificar que o melhor índice médio ocorre na capital.

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QUALIDADE DOS CLIENTES Com relação à qualidade dos clientes, em termos de operações de crédito por contas correntes ativas, não há muita diferença entre a média verificada pelas agências da capital em relação às agências do interior. Com base nas operações de dezembro de 2004, a média das agências da capital ficou em R$ 1.186/conta corrente ativa, enquanto a média das agências do interior esteve em R$ 1.226/conta corrente ativa. DISTRIBUIÇÃO DE FUNCIONÁRIOS A evolução dos funcionários é mostrada no gráfico a seguir:

EVOLUÇÃO DE FUNCIONÁRIOS DO BEC

905

894

875

869866

2000 2001 2002 2003 2004

O número de funcionários vem diminuindo desde a federalização do BEC, visando à redução de custos na folha de pagamento e otimização dos serviços prestados. Apesar de estarem em maior número, as agências do interior contam com menor número de funcionários alocados que as da capital. Dessa forma, podemos notar uma grande diferença na quantidade média de funcionários por agência quando comparamos a capital com o interior, o que pode ser observado na tabela a seguir:

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ALOCAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS NAS AGÊNCIAS

DESCRIÇÃO QUANTIDADE DE

FUNCIONÁRIOS QUANTIDADE DE

AGÊNCIAS

QUANTIDADE MÉDIA DE FUNCIONÁRIOS POR

AGÊNCIA Agências - capital 363 25 14,5 Agências - interior 184 44 4,2 Agência Brasília 2 1 2,0 Total 549 70 7,8

Fonte: Informações BEC/Análise Deloitte RESULTADO DAS AGÊNCIAS O resultado operacional das agências em dezembro de 2004 apresenta grande concentração nas agências de Fortaleza, as quais correspondem a 72% do resultado, destacando-se a agência Setor Público, respondendo por 14%. Somente duas agências não foram superavitárias em 2004, a agência de Brasília e a do município de Pacajus, no interior do Estado. O resultado consolidado das agências atingiu R$ 100,8 milhões no fim de 2004.

RANKING DE RESULTADOS POR AGÊNCIAS – DEZEMBRO DE 2004

OUTROS66%

SETOR PÚBLICO14%

CENTRAL9%ANT ONIO SALES

7%

SENADOR POMPEU

4%

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2.2.3. CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO, CONSELHO FISCAL E DIRETORIA EXECUTIVA A composição do Conselho de Administração do BEC está apresentada no quadro abaixo:

NOME DO CONSELHEIRO FUNÇÃO Líscio Fábio de Brasil Camargo Presidente Otávio Ribeiro Damaso Membro José Edmar Lima Melo Membro Simone Tognoli Galati Moneta Membro Franselmo Araújo Costa Membro

Fonte: BEC A composição dos membros da Diretoria do BEC está apresentada no quadro abaixo:

NOME DO DIRETOR FUNÇÃO Carlos Alberto Ribeiro da Silva Diretor-Presidente/Superintendente José Carlos Vieira de Oliveira Diretor de Finanças e Controle Sussumu Koyama Diretor Comercial, de Crédito e de Gestão de Risco Francisco de Assis Xavier Diretor Administrativo e de Tecnologia Alvarino Erven de Abreu Diretor de Administração de Recursos de Terceiros Marcos Aurélio Vieira Madeiro Diretor de Relações Institucionais

Fonte: BEC

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A composição do Conselho Fiscal do BEC está apresentada no quadro abaixo:

NOME DO CONSELHEIRO FUNÇÃO Aline Dieguez Barreiro de Meneses Silva Presidente do Conselho Cláudia Regina Gusmão Membro Efetivo Marcelo Barbosa Saintive Membro Efetivo Antonio Pereira Angelim Membro Efetivo Mauricio Paz Saraiva Câmara Membro Suplente Ione Tereza Arruda Mendes Hellman Membro Suplente Kélvia Frota de Albuquerque Membro Suplente Jair Bezerra Lira Membro Suplente

Fonte: BEC

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2.2.4. ESTRUTURA ACIONÁRIA A estrutura acionária do BEC está caracterizada pela forte concentração de suas ações em poder do Estado.

ORDINÁRIAS PREFERENCIAIS TOTAIS ACIONISTAS QUANTIDADE % QUANTIDADE % QUANTIDADE %

União Federal 91.621.171 99,27 0 0,00 91.621.171 99,08 Outros 670.376 0,73 177.949 100,00 848.325 0,92

Total 92.291.547 100,00 177.949 100,00 92.469.496 100,00

ESTRUTURA ACIONÁRIA DO BEC

União Federal99,08%

Outros0,92%

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2.2.5. CONTROLADAS Entre os objetivos estabelecidos no contrato social da BEC Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda. (BEC DTVM), estão as seguintes prerrogativas: (i) subscrição de emissões; (ii) intermediação de oferta pública; e (iii) administração da carteira de títulos e valores mobiliários. Atualmente, a única atividade da BEC DTVM é a administração da sua carteira de títulos e valores mobiliários, a qual representou 99,7% dos ativos totais da Empresa em 2004. O BEC possui o controle acionário (99,99% de participação) da BEC DTVM e é responsável pela administração de suas atividades. Dessa forma, a BEC DTVM mantém com o BEC contrato de prestação de serviços de gestão de recursos que estipula pagamento de taxa de administração pela utilização da estrutura administrativa e operacional do seu controlador. A partir do primeiro semestre de 2004, a taxa de administração, que até dezembro de 2003 era cobrada à base de 8% ao ano., passou para 0,20% ao ano. No exercício, a despesa correspondente foi de R$ 43 (R$ 1.332 em 2003). A BEC DTVM encerrou o exercício de 2004 com um lucro líquido da ordem de R$ 2.217 mil (R$ 2.027 mil em 2003). A rentabilidade do patrimônio líquido médio da BEC DTVM, a qual encerrou o exercício de 2004 com o saldo de R$ 20.029 mil, foi de 11,7% (12,2% em 2003). A composição da carteira de títulos e valores mobiliários e a demonstração do resultado da BEC DTVM em 2004 estão apresentadas a seguir:

BEC DTVM Composição da Carteira de Títulos e Valores Mobiliários

Ações de Companhias

Abertas9,6%

Cotas de Fundos de Invest imento

6,2%

Certificados de Depósitos Bancários

11,5%Letras Financeiras

do Tesouro72,8%

Total da Carteira em 31/12/2004 => R$ 20.820 mil

R$ Mil

2004Resultado bruto da internediação financeira 3.270

Outras receitas/despesas operacionais (196)

Resultado Operacional 3.074

Resultado não operacional (1)

Resultado antes da Tributação / Participações 3.073

Imposto de renda e contribuição social (856)

Lucro/ prejuízo do exercício 2.217

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2.2.6. ACORDO DE BASILÉIA O BEC atende às exigências do Acordo de Basiléia, apresentando um índice de 94,50%, ou seja, seu capital total corresponde a 94,50% do total de seus ativos ponderados de acordo com classes de risco. Tal índice supera os 11% mínimos exigidos pelo Acordo de Basiléia, indicando um excesso de capital diante da atual configuração dos ativos do Banco, reflexo do aporte de capital efetuado como parte do processo de federalização do BEC, a título de saneamento para o processo de privatização.

DESCRIÇÃO R$ MIL

EM 31/12/04 A) Total do Ativo 1.632.936

B) Total do Ativo Ponderado pelo risco (APR) 336.689 C) Operações de Swap 37 D) Exigência sobre Taxas de Juros 10.302

E) Patrimônio Líquido Exigido (PLE) - [(11% de B) + (20% de C) + D] 47.345 F) Patrimônio de referência (PR) 356.270 G) Excesso (F – E) 308.925 H) Margem de alavancagem (11% de G) 33.982

I) Índice de solvabilidade (F – [(20% de C) + D) / B] 102,75% Fonte: BEC

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2.3. DIAGNÓSTICO OPERACIONAL 2.3.1. BASE DE CLIENTES Com atuação concentrada no Estado do Ceará, o BEC possuía, na data-base 31 de dezembro de 2004, 176.740 contas correntes ativas e 88.278 contas de poupança. Comparativamente à população do Ceará, os clientes do BEC nessa data representavam cerca de 3,3% do total da população do Estado. Abaixo, segue relação dos 5 municípios com os maiores números de contas correntes do Estado

Analisando-se a distribuição de contas correntes ativas verifica-se uma concentração do número de contas correntes em Fortaleza, responsável por 60% do total de clientes do Banco.

DISTRIBUIÇÃO DE CONTAS CORRENTES ATIVAS

Capital60%

Interior40%

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2.3.2. PERFIL DAS OPERAÇÕES OPERAÇÕES DE CRÉDITO A carteira de crédito do BEC apresenta-se concentrada principalmente em créditos comerciais. A partir do segundo semestre de 1999, o BEC mudou sua política operacional e a ênfase dos negócios que praticava. Essa mudança caracterizou-se pela eliminação das operações de risco e promoveu as operações destinadas às pessoas físicas, notadamente funcionários públicos. As aplicações foram pulverizadas, disseminadas no nicho de mercado integrado por funcionários públicos estaduais e municipais e aposentados do INSS. A principal garantia dos empréstimos é a autoliquidez, uma vez que os beneficiários têm seus proventos creditados no Banco. A característica dessa operação apresenta nível de risco reduzido e, conseqüentemente, baixo índice de inadimplência. Tal mudança operacional foi consolidada através do processo de saneamento, o qual se iniciou no segundo semestre de 1998 com a assinatura do Contrato de Abertura de Crédito e de Compra e Venda de Ações. As operações de crédito imobiliário, crédito rural, carteira de infra-estrutura e desenvolvimento e carteira comercial - pessoas jurídicas foram alienadas para o Estado do Ceará. Com o achatamento da carteira, o BEC possui atualmente uma reduzida quantidade de produtos, sendo sua evolução mostrada a seguir:

EVOLUÇÃO DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO - R$ MIL

-

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

dez/97 dez/98 dez/99 dez/00 dez/01 dez/02 dez/03 dez/04-100%

-50%

0%

50%

Adiantamento a depositantes Empréstimos Títulos descontadosFinanciamentos Financiamentos rurais Financiamentos Infra-estruturaCrescimento

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Dentro da modalidade de Empréstimos, encontramos os produtos Cred BEC, Cheque Empresa, Empréstimo Consignável, Cheque Sol, Cred Aposentados e Cheque BEC. A evolução do mix de produtos de Empréstimos é mostrada a seguir:

EVOLUÇÃO DOS PRODUTOS DE EMPRÉSTIMOS - R$ MIL

-

50.000

100.000

150.000

200.000

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Cred BEC Empréstimo Consignável Cred AposentadosCheque empresa Cheque Sol Cheque BECConta Garantida Outros Empréstimos

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CRÉDITO COMERCIAL - CHEQUE SOL

Limite de crédito rotativo, de livre acesso, direcionado a clientes preferenciais do Banco. Nesse produto são concedidos aos clientes dois limites de crédito: • Limite Fixo (variando entre R$ 5.000,00 e R$ 10.000,00 em intervalos de R$ 1.000,00): esse limite é baseado na renda ou nos recursos computáveis do

correntista e no valor de suas aplicações, os quais devem ser de, no mínimo, 40% do crédito a ser concedido. • Limite Flutuante: baseado nas aplicações financeiras, limitado a 100% do montante diário das aplicações existentes no Banco, em nome do cliente,

exceto aquelas que já se encontrarem caucionadas a outros empréstimos e/ou obrigações, acrescido do limite rotativo fixo.

- CHEQUE BEC ESPECIAL

Financiamento de caráter rotativo para pessoas físicas clientes do BEC, na forma de crédito em conta corrente, podendo ser movimentado livremente por meio de saques e depósitos, constituindo provisão de fundos na conta do correntista. Esse produto possui limites diferenciados de acordo com os critérios a seguir: • Clientes em geral: R$ 500,00. • Servidores públicos: R$ 300,00. • Empregados do Banco: de R$ 300,00 até 100% dos proventos gerais no BEC.

- CHEQUE EMPRESA

Crédito rotativo na conta corrente para pessoas jurídicas clientes do BEC, com livre movimentação por meio de saques e depósitos, constituindo provisão de fundos na conta da empresa. O limite concedido depende da análise de crédito da empresa.

- CONTA GARANTIDA

Linha de crédito em conta corrente para pessoa jurídica que possua aplicações financeiras no BEC. O limite de crédito concedido é compatível com o saldo da aplicação financeira, variando entre R$ 5 mil e R$ 20 mil.

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A evolução desse produto está demonstrada no gráfico a seguir: Os gráficos refletem o impacto provocado pelo crescimento dos produtos CREDBEC (fim de 1998 e de 1999) e Empréstimo Consignável (em 2000), dado o alto risco dessa modalidade de crédito.

EVOLUÇÃO DOS PRODUTOS CHEQUE E SPREADS (R$ MIL)

-

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

dez/97 dez/98 dez/99 dez/00 dez/01 dez/02 dez/03 dez/04-100%

-50%

0%

50%

Cheque Sol + Cheque BEC Especial Crescimento

-

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

dez/97 dez/98 dez/99 dez/00 dez/01 dez/02 dez/03 dez/04-2

0

2

4

6

8

10

Cheque Empresa + Conta Garantida Crescimento

A evolução das taxas de spread desse produto está demonstrada no gráfico ao lado, e a taxa média para o período foi de 41,4% ao ano (Cheque Sol) e 116,8% ao ano (Cheque BEC).

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

140%

160%

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Cheque Sol Cheque BEC Cheque Empresa Conta Garantida

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- CRED BEC – EMPRÉSTIMOS MEDIANTE A CONCESSÃO DE LIMITE DE CRÉDITO ROTATIVO

Crédito pessoal rotativo destinado ao segmento de pessoas físicas (correntistas ou não). Esse produto exige que as empresas conveniadas ou consignatárias3 tenham firmado convênio com o BEC. O limite de crédito mínimo é o valor do salário mínimo oficial vigente à época de sua concessão, e o máximo é de três vezes o salário líquido, até o limite de R$ 10.000,00; propostas de crédito com valor superior a esse limite devem ser submetidas ao DECRE e ao COMIC II4. O crédito é reutilizável a cada amortização.

EVOLUÇÃO DO PRODUTO E SPREADS DO CRED BEC (R$ MIL)

-

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

dez/98 dez/99 dez/00 dez/01 dez/02 dez/03 dez/04-100%

-50%

0%

50%

100%

150%

Cred BEC Crescimento

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Estado Prefeitura do interior Empresas privadas Funcionários do BEC

O Cred BEC representava 7% do total de créditos do BEC em dezembro de 2004 e era composto basicamente por empréstimos a funcionários do Estado (R$ 13.175 mil), os quais representavam 92,8% do saldo total desse produto (R$ 14.169 mil). Esse produto apresenta percentuais de spread diferenciados, tendo sido a média do período de 59,4% ao ano para o Estado, de 65% ao ano para prefeituras do interior, de 58,1% ao ano para empresas privadas e de 56,7% ao ano para funcionários do BEC. 3 Empresa conveniada: mantém convênio com o Banco para pagamento da folha dos funcionários e está cadastrada no CNV; Empresa consignatária: mantém contrato de consignação com o Banco, independentemente de pagamento da

folha dos seus servidores. 4 DECRE – Departamento de Crédito; COMIC II – Comitê de Crédito.

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- EMPRÉSTIMO CONSIGNÁVEL

Essa linha de crédito pessoal destina-se exclusivamente às pessoas físicas sob a forma de consignação em folha de pagamento, com interveniência da fonte pagadora. Seu público-alvo abrange servidores e pensionistas (civis e militares) federais, estaduais e municipais, funcionários de concessionárias públicas, funcionários de empresas privadas e do BEC, aposentados do BEC e pensionistas da CABEC. O limite de crédito mínimo limita-se ao valor do salário mínimo oficial vigente à época de sua concessão, e o máximo varia conforme descrito a seguir, sendo o valor de cada parcela (margem consignável) limitado a 30% do salário líquido. • Funcionários do Estado – máximo de R$ 15.000,00, parcelados em até 36 vezes; • Funcionários da Prefeitura e Câmara – máximo de R$ 5.000,00, parcelados em até 24 vezes; • Demais categorias – R$ 10.000,00, parcelados em até 12 vezes.

A evolução desse produto está demonstrada no gráfico a seguir:

EVOLUÇÃO DO PRODUTO EMPRÉSTIMO CONSIGNÁVEL (R$ MIL)

-

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000

140.000

dez/97 dez/98 dez/99 dez/00 dez/01 dez/02 dez/03 dez/04-200%

-150%

-100%

-50%

0%

50%

100%

150%

200%

250%

300%

Empréstimo Consignável Crescimento

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Em dezembro de 2004, o Empréstimo Consignável era o produto mais representativo das operações de crédito do BEC, correspondendo a 63% das operações de crédito, comparado a dezembro de 2003, e apresentou crescimento de 16%. A grande variação ocorrida entre o fim de 1998 e os primeiros meses de 2000 deve-se a criação do produto Cred BEC, que atraiu, a princípio, muitos clientes do Empréstimo Consignável. O Empréstimo Consignável apresenta percentuais de spread diferenciados, sendo dividido em: • Estado: as taxas médias apresentadas no período mostrado foram de 37,27% ao ano para prazo de 1 a 12 meses, 37,32% ao ano para prazo de 13 a 18 meses

e de 42,93% ao ano para prazo de 19 a 24 meses; • Funcionários do BEC: taxa média de 24,57% ao ano no período; • Prefeituras do Interior: taxa média de 36,4% ao ano no período; • Empresas Privadas: taxa média de 55,3% ao ano no período. A evolução das taxas de spread estão demonstrada no gráfico a seguir:

EVOLUÇÃO DOS SPREADS – EMPRÉSTIMO CONSIGNÁVEL

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Prazo de 1 a 12 meses Prazo de 13 a 18 meses Prazo de 19 a 24 meses

Funcionários do BEC Prefeitura do interior Empresas privadas

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- CRED APOSENTADO

Esse produto consiste de uma linha de crédito para aposentados e pensionistas do INSS, com limite de crédito de até 20 vezes o valor do salário mínimo e prazo para pagamento da dívida de 1 a 36 meses para clientes com menos de 70 anos e 1 a 15 meses para clientes acima dos 70 anos. O valor das parcelas é limitado a no máximo 30% do valor do benefício.

EVOLUÇÃO DO CRED APOSENTADO (R$ MIL) EVOLUÇÃO DO SPREAD DO CRED APOSENTADO

-

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

40.000

dez/99 dez/00 dez/01 dez/02 dez/03 dez/040%

20%

40%

60%

80%

100%

Credi Aposentado Crescimento

30%32%34%36%38%40%42%44%46%48%50%

1999 2000 2001 2002 2003 2004

Cred Aposentados

A participação desse produto no total dos créditos tem aumentado ao longo do período analisado. Em dezembro de 2004, o Cred Aposentado era responsável por 19% do saldo total dos créditos, apresentando um crescimento de 5 p.p. se comparado a dezembro de 2003. O saldo desse produto cresceu 66% no mesmo período. No período de 1999 a 2004, a taxa média de spread para o Cred Aposentado foi de 42,7%.

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TÍTULOS DESCONTADOS Modalidade direcionada às pessoas jurídicas, em que é feito o adiantamento de recursos sobre valores referenciados em duplicatas de cobrança, para antecipar o fluxo de caixa dos clientes do Banco. Com o processo de saneamento, o Banco reduziu sua carteira de clientes pessoas jurídicas, passando a operar apenas com poucos clientes. Em dezembro de 2004, as operações com Títulos Descontados foram de R$ 3.056,0 mil, representando 1% do total de créditos, e geraram uma receita de R$ 99 mil. PRODUTOS DE FOMENTO Embora tenha interrompido a operação de novos repasses após o processo de saneamento, o qual se iniciou no segundo semestre de 1998, o BEC está credenciado a repassar recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES. Os saldos de repasses existentes referentes a empréstimos antigos vêm, em sua totalidade, diminuindo gradualmente à medida que o Banco vai saldando os seus compromissos com repasses de instituições oficiais.

EVOLUÇÃO DOS EMPRÉSTIMOS POR REPASSE (FIM DE PERÍODO)

-5.000

10.00015.00020.00025.00030.00035.00040.00045.00050.000

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Banco - Credito Rural BNDES FINAME FNE Outras instituições

No fim de 2004, o saldo desse produto foi de R$ 2.633 mil, o que representou uma queda de 25% se comparado ao mesmo período de 2003 (R$ 3.519 mil). A maior parte do saldo remanescente é composta pelo Crédito Rural (60% do total dos Empréstimos), que por norma deve representar no mínimo 25% do total dos depósitos feitos no banco.

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OPERAÇÕES DE CAPTAÇÃO Abaixo apresentamos o gráfico da evolução do total das captações realizadas pelo Banco desde 2000:

EVOLUÇÃO DAS CAPTAÇÕES

68.901 57.556 57.314 29.372 42.688

374.667 390.603 446.783519.427

63.815

74.642104.380

146.154

193.377

277.816

46

0

85.000

170.000

255.000

340.000

425.000

510.000

595.000

680.000

765.000

850.000

2000 2001 2002 2003 2004

Depósitos a vista Depósitos de poupança Depósitos a prazo Outros depósitos

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DEPÓSITO À VISTA O público-alvo são pessoas físicas e jurídicas. Os depósitos de livre movimentação permanecem à disposição de seus correntistas para saques à vista. Sobre os depósitos à vista, o BACEN não permite o pagamento de quaisquer rendimentos. DEPÓSITO DE POUPANÇA Os depósitos de poupança são destinados às pessoas físicas e jurídicas. A captação desses recursos deve ser destinada em 65% à aplicação em crédito imobiliário, no entanto, o BEC está efetuando recolhimento do valor correspondente a esses 65% em títulos vinculados ao BACEN. Esse fato deve-se à alienação de sua carteira de crédito imobiliário, conforme mencionado na Análise Retrospectiva neste relatório. As características desse produto estão descritas abaixo: • A data de aniversário é o dia da abertura para contas abertas entre os dias 1 e 28 do mês e o primeiro dia do mês seguinte, para as contas abertas nos dias 29,

30 e 31 do mês; • Liquidez imediata; • Rentabilidade mensal para pessoa física e pessoa jurídica sem fins lucrativos e 90 (noventa) dias para pessoas físicas com fins lucrativos; • Juros mensais de 0,5% + variação da TR da data da aplicação; e • Garantia do Governo Federal até o limite de R$ 20.000,00.

DEPÓSITO A PRAZO (CDB/RDB) Aplicação em título que resulta em uma promessa de pagamento futuro das importâncias depositadas por prazo determinado, com rendimento prefixado ou pós-fixado, findo o qual o BEC paga uma remuneração ao investidor pessoa física ou jurídica. O RDB é emitido de forma nominativa e intransferível, enquanto o CDB pode ser negociável. O prazo mínimo para as operações prefixadas é de 30 dias e o máximo de 90 dias. As operações pós-fixadas admitem prazo mínimo de 122 dias.

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FUNDOS DE INVESTIMENTO FINANCEIRO Os Fundos de Investimento Financeiro do BEC, com volume de recursos de R$ 386.480 mil em dezembro de 2004, geraram receita de R$ 4.027 mil, o que representou crescimento de 57% em relação a 2003 (R$ 2.563 mil). A variação da receita dos fundos foi superior à variação do patrimônio líquido, de 28,8%, devido à realocação de recursos em produtos com uma maior rentabilidade (maior taxa de administração). A evolução do patrimônio administrado pelo BEC e as participações dos Fundos de Investimento no volume total de recursos estão demonstradas a seguir: EVOLUÇÃO DO PATRIMÔNIO ADMINISTRADO PELO BEC PARTICIPAÇÃO DOS FUNDOS NO TOTAL ADMINISTRADO EM DEZ.2004

-100.000200.000300.000400.000500.000600.000700.000800.000900.000

1.000.000

31.12.00 31.12.01 31.12.02 31.12.03 31.12.04

P.L. Estado P.L. Município P.L. Outros

PRACTIBEC III12%

PRACTIBEC II23%

BECFAQ0%

BECSUPER38%

BECMAXI12%

RENDBEC2%

PRACTIBEC12%

BECFIF601%

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A receita com a administração dos fundos, bem como a participação de cada fundo nessa receita, é mostrada a seguir: EVOLUÇÃO DO RECEITA COM ADMINISTRAÇÃO DOS FUNDOS PARTICIPAÇÃO DA RECEITA DOS FUNDOS

0

500.000

1.000.000

1.500.000

2.000.000

2.500.000

3.000.000

3.500.000

4.000.000

4.500.000

31.12.00 31.12.01 31.12.02 31.12.03 31.12.04-30%

-20%

-10%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Receita Total com Fundos Cescimento

FIF605%

PRATICBEC47%

RENDBEC5%

BEC-MAXI16%

BEC-SUPER22%

PRATICBEC II1%

PRATICBEC III4%

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BECSUPER Tem carência inicial de 90 dias, obtendo a partir de então liquidez diária. O valor mínimo para aplicação inicial é R$ 5.000,00, o saldo mínimo R$ 3.000,00 e o valor mínimo de movimentação é R$ 1.000,00. A taxa de administração do BEC é de 0,65% ao ano, apropriada diariamente e cobrada mensalmente. O BECSUPER deve possuir no mínimo 80% de seu patrimônio líquido representado por títulos de emissão do Tesouro Nacional e/ou do Banco Central do Brasil, títulos e valores mobiliários de renda fixa cujo emissor esteja classificado na categoria baixo risco de crédito ou equivalente, com certificação por agência de classificação de risco localizada no País. Deve também manter sua carteira composta por, no mínimo, 95% de ativos financeiros a fim de acompanhar, direta ou indiretamente, a variação do Certificado de Depósito Interbancário - CDI. O saldo do patrimônio líquido e da receita evolui conforme os gráficos a seguir:

EVOLUÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO EVOLUÇÃO DA RECEITA

020.000.00040.000.000

60.000.00080.000.000

100.000.000120.000.000

140.000.000160.000.000

31.12.00 31.12.01 31.12.02 31.12.03 31.12.04

P.L. Estado P.L. Municípios P.L. Outros

-

200.000

400.000

600.000

800.000

1.000.000

31.12.00 31.12.01 31.12.02 31.12.03 31.12.040%5%10%15%20%25%30%35%40%45%

Receita Crescimento

O patrimônio líquido alocado ao fundo no fim de 2004 foi de R$ 151 milhões, um crescimento de 36% comparado ao ano anterior (R$ 111 milhões). Em 2004, a receita acumulada desse fundo foi de R$ 862 mil, o que representou crescimento de 32% em relação ao ano anterior (R$ 654 mil).

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RENDBEC Tem carência inicial de 30 dias, obtendo a partir de então liquidez diária. O valor mínimo para aplicação inicial é R$ 5.000,00, o saldo mínimo é R$ 3.000,00 e o valor mínimo de movimentação R$ 1.000,00. A taxa de administração é de 1,0% ao ano, apropriada diariamente e cobrada mensalmente. O RENDBEC deve possuir, no mínimo, 80% da carteira em ativos relacionados diretamente, ou sintetizados por meio de derivativos, às taxas de juros e aos índices de inflação. O saldo do patrimônio líquido e da receita evolui conforme os gráficos a seguir:

EVOLUÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO EVOLUÇÃO DA RECEITA

0

5.000.000

10.000.000

15.000.000

20.000.000

31.12.00 31.12.01 31.12.02 31.12.03 31.12.04

P.L. Estado P.L. Municípios P.L. Outros

-100.000200.000300.000400.000500.000600.000

31.12.00 31.12.01 31.12.02 31.12.03 31.12.04-30%-25%-20%-15%-10%-5%0%

Receita Crescimento

Em 2004, o saldo no fim do ano ficou em R$ 6,6 milhões, mostrando uma queda de 12% em relação a 2003 (R$ 7,5 milhões). No mesmo período, houve uma queda na receita de 16%, sendo o total acumulado em 2004 de R$ 207,2 mil.

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BECMAXI Adquire liquidez diária após 30 dias da data de aplicação. O valor mínimo para aplicação inicial é R$ 200,00, o saldo mínimo é R$ 100,00 e o valor mínimo de movimentação são é R$ 100,00. A taxa de administração é de até 1,5% ao ano, apropriada diariamente e cobrada mensalmente. O BECMAXI deve possuir, no mínimo, 80% da carteira em ativos relacionados diretamente, ou sintetizados por meio de derivativos, às taxas de juros e aos índices de inflação. O saldo do patrimônio líquido e da receita evolui conforme os gráficos a seguir:

EVOLUÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO EVOLUÇÃO DA RECEITA

0

10.000.000

20.000.000

30.000.000

40.000.000

50.000.000

60.000.000

70.000.000

31.12.00 31.12.01 31.12.02 31.12.03 31.12.04

P.L. Estado P.L. Municípios P.L. Outros

-

200.000

400.000600.000

800.000

1.000.000

1.200.000

31.12.00 31.12.01 31.12.02 31.12.03 31.12.04-20%

-15%

-10%

-5%

0%

Receita Crescimento

O patrimônio líquido desse fundo, no fim de 2004, obteve um crescimento de 3% em relação a 2003 (R$ 43,3 milhões), atingindo R$ 44,7 milhões. Em 2004, a receita acumulada desse fundo foi de R$ 654,7 mil, o que representou queda de 0,4% em relação a 2003 (R$ 657,6 mil).

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PRATICBEC – BEC FUNDO DE INVESTIMENTO FINANCEIRO CURTO PRAZO Apresenta liquidez e rentabilidade diárias, sem carência, com opção de aplicação e resgate automáticos, disponível a investidores pessoas físicas e jurídicas. Isento de IOF a partir de 30 dias da data da aplicação. O valor mínimo para aplicação inicial, o saldo mínimo e o valor mínimo de movimentação são R$ 100,00. A taxa de administração é de até 6,0% ao ano, apropriada diariamente e cobrada mensalmente. Os ativos do PRATICBEC devem estar registrados, custodiados e/ou mantidos em contas específicas abertas, conforme o caso, no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia – SELIC, ou em sistema de registro e de liquidação financeira administrado pela Câmara de Custódia e Liquidação - CETIP, ou em instituições ou entidades autorizadas à prestação desses serviços pelo Banco Central do Brasil. Concomitantemente, não podem ter vencimento superior a 180 dias, exceto quando se tratar de títulos públicos federais, que poderão ter vencimento de até 1 ano. O saldo do patrimônio líquido e da receita evolui conforme os gráficos a seguir: EVOLUÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO EVOLUÇÃO DA RECEITA

0

10.000.000

20.000.000

30.000.000

40.000.000

50.000.000

31.12.00 31.12.01 31.12.02 31.12.03 31.12.04

P.L. Estado P.L. Municípios P.L. Outros

-

500.000

1.000.000

1.500.000

2.000.000

31.12.00 31.12.01 31.12.02 31.12.03 31.12.04-50%

0%

50%

100%

150%

200%

250%

Receita Crescimento

Em 2004, nota-se um crescimento do patrimônio líquido de 337% em relação a 2003 (R$ 10,6 milhões), atingindo R$ 46,5 milhões no fim do período. Esse crescimento é devido à transferência, por parte do Estado, de recursos provenientes da Interconta para o PRATICBEC, por oferecer um rendimento melhor. A receita acumulada no fim de 2004 foi de R$ 1.869 mil, o que representou crescimento de 212% em relação a 2003 (R$ 598 mil).

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PRATICBEC II - FUNDO DE INVESTIMENTO FINANCEIRO CURTO PRAZO Apresenta liquidez e rentabilidade diárias, sem carência. O valor mínimo para aplicação inicial é R$ 5.000,00, o valor mínimo de movimentação é R$ 1.000,00 e o saldo mínimo é R$ 3.000,00. A taxa de administração é de até 0,2% ao ano, apropriada diariamente e cobrada mensalmente.

Os ativos do PRATICBEC II devem estar registrados, custodiados e/ou mantidos em contas específicas abertas, conforme o caso, no SELIC, ou em sistema de registro e de liquidação financeira administrado pela CETIP, ou em instituições ou entidades autorizadas à prestação desses serviços pelo Banco Central do Brasil. Concomitantemente, não podem ter vencimento superior a 180 dias, exceto quando se tratar de títulos públicos federais, que poderão ter vencimento de até 1 ano. O saldo do patrimônio líquido e da receita evolui conforme os gráficos a seguir:

EVOLUÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO EVOLUÇÃO DA RECEITA

0

20.000.000

40.000.000

60.000.000

80.000.000

100.000.000

31.12.00 31.12.01 31.12.02 31.12.03 31.12.04

P.L. Estado P.L. Municípios P.L. Outros

-10.00020.00030.00040.00050.00060.00070.00080.000

31.12.00 31.12.01 31.12.02 31.12.03 31.12.04-60%-40%-20%0%20%40%60%80%100%120%

Receita Crescimento

O patrimônio líquido no fim de 2004 (R$ 89,9 milhões) representou crescimento de 140% em relação ao mesmo período de 2003 (R$ 37,5 milhões). As variações abruptas notadas entre 2000 e 2002 devem-se à constante mudança de modalidade de investimento por parte do Estado. Em 2004, entrou em vigor a Lei no 13.480, que realocou 70% dos depósitos judiciais do fundo PRATICBEC III para o fundo PRATICBEC II. A receita acumulada em 2004 foi de R$ 51,5 mil, o que representou crescimento de 102% em relação a 2003 (R$ 25,5 mil).

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PRATICBEC III - FUNDO DE INVESTIMENTO FINANCEIRO CURTO PRAZO Esse fundo foi criado em agosto de 2000 com a transferência dos recursos de Depósitos sob Aviso. Em dezembro de 2004, o saldo desse fundo era de R$ 44,5 milhões e a taxa de administração anual era de 0,20% ao ano. Comparando-se esses saldo com o saldo do mesmo período de 2003, nota-se uma queda de 52%, devido à migração de recursos para o fundo PRATICBEC II. Em 2004, esse fundo obteve uma receita de R$ 170,5 mil, representando crescimento de 7% em relação à receita de 2003 (R$ 160,1 mil). O saldo do patrimônio líquido e da receita evolui conforme os gráficos a seguir:

EVOLUÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO EVOLUÇÃO DA RECEITA

0

20.000.000

40.000.000

60.000.000

80.000.000

100.000.000

31.12.00 31.12.01 31.12.02 31.12.03 31.12.04

P.L. Estado

-20.00040.00060.00080.000

100.000120.000140.000160.000180.000

31.12.00 31.12.01 31.12.02 31.12.03 31.12.040%20%40%60%80%100%120%140%160%180%

Receita Crescimento

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BECFIF60 - FUNDO DE INVESTIMENTO FINANCEIRO FIF 60 DIAS Os recursos do BECFIF60 foram obtidos com a aquisição de outros Fundos de Investimento pelo BEC. Atualmente não há mais operações de aplicação nesse fundo, sendo permitido a seus participantes apenas o resgate dos recursos disponíveis. A taxa de administração é de até 8,0% ao ano. O BEC acredita que esse fundo estará extinto nos próximos anos. O saldo do patrimônio líquido e da receita evolui conforme os gráficos a seguir:

EVOLUÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO EVOLUÇÃO DA RECEITA

0

500.000

1.000.000

1.500.000

2.000.000

2.500.000

3.000.000

3.500.000

31.12.00 31.12.01 31.12.02 31.12.03 31.12.04

P.L. Estado P.L. Municípios P.L. Outros

0

50.000100.000

150.000

200.000250.000

300.000

31.12.00 31.12.01 31.12.02 31.12.03 31.12.04-12%

-10%-8%

-6%

-4%-2%

0%

Receita Crescimento

Em 2004, a receita acumulada desse fundo foi de R$ 212 mil, o que representou redução de 4% em relação a 2003 (R$ 221,4 mil). No fim de 2004, o saldo do patrimônio líquido ficou em R$ 2,75 milhões, uma queda de 2% em comparação ao mesmo período em 2003 (R$ 2,79 milhões).

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BEC FAQ - FUNDO DE INVESTIMENTO FINANCEIRO COM APLICAÇÃO EM QUOTAS DE FUNDOS FIF 60 DIAS Esse fundo foi criado para atender à Secretária da Fazenda do Ceará, e os recursos nele aplicados são oriundos da venda da COELCE. Em novembro de 2002, o saldo remanescente foi alienado, levando-o a sua extinção. O saldo do patrimônio líquido e da receita evolui conforme os gráficos a seguir:

EVOLUÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO EVOLUÇÃO DA RECEITA

0

200.000.000

400.000.000

600.000.000

800.000.000

31.12.00 31.12.01 31.12.02

P.L. Estado

-

200.000

400.000

600.000

800.000

1.000.000

1.200.000

31.12.00 31.12.01 31.12.02-80%-70%-60%-50%-40%-30%-20%-10%0%

Receita Crescimento

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PERFORMANCE DOS FUNDOS DE INVESTIMENTO O valor da cota dos fundos evoluiu conforme o gráfico a seguir. O fundo que se mostra mais rentável entre os anos 2000 e 2004 é o BECSUPER, com uma rentabilidade média de 18,38% ao ano, ou 98,55% do CDI. Este fundo teve seu melhor desempenho em 2003, quando atingiu 100,32% do CDI, rendendo 23,32% ao ano. Em contraste com o BECSUPER, encontra-se o BECFIF60, com uma rentabilidade média de 9,75% ao ano, ou 51,68% do CDI. Em 2004, apresentou uma rentabilidade de 7,36% ao ano, ou 51,68% do CDI. Os fundos administrados pelo BEC tiveram seu melhor desempenho em 2003, quando a rentabilidade média ficou em 19,5% ao ano, ou 83,88% do CDI.

RENTABILIDADE DOS FUNDOS COMPARAÇÃO AO CDI

7,00%

9,00%

11,00%

13,00%

15,00%

17,00%

19,00%

21,00%

23,00%

2000 2001 2002 2003 2004

BECSUPER BECMAXI RENDBEC PRATICBEC II

PRATICBEC BECFIF60 CDI

45,00%

55,00%

65,00%

75,00%

85,00%

95,00%

2000 2001 2002 2003 2004

BECSUPER BECMAXI RENDBEC PRATICBEC II

PRATICBEC BECFIF60 CDI

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2.4. ANÁLISE RETROSPECTIVO-FINANCEIRA Com base nas demonstrações financeiras auditadas dos últimos cinco exercícios findos em 31 de dezembro de 2000, 2001, 2002, 2003 e 2004 (data-base), procedemos a uma análise retrospectivo-financeira do BEC. A seguir descrevemos os principais elementos constatados durante nossa análise: ESTRUTURA PATRIMONIAL O BEC prioriza as captações em produtos tradicionais de mercado ao passo que títulos e valores mobiliários respondem por grande parte de suas aplicações.

ATIVOS

ESTRUTURA PATRIMONIAL – DEZEMBRO 2004PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Disponibilidades (2,6%)

Relações Interfinanceiras (6,4%)

Operações de Crédito (12,5%)

Outros Créditos (4,6%)Outros Valores e Bens (0,1%)

Ativo Permanente (1,2%)

Depósitos (46,2%), divididos em:• A vista (2,6%)• Poupança (31,8%)• A Prazo (11,8%)

Obrigações por Empréstimos e Repasses (0,2%)

Outras Obrigações (10,4%)

Patrimônio Líquido (21,8%)

TOTAL= R$ 1.634,6 Milhões

Títulos e Valores Mobiliários + Apl. Interf. Liquidez(72,6%)

Captações no Mercado Aberto (21,4%)

ATIVOS

ESTRUTURA PATRIMONIAL – DEZEMBRO 2004PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Disponibilidades (2,6%)

Relações Interfinanceiras (6,4%)

Operações de Crédito (12,5%)

Outros Créditos (4,6%)Outros Valores e Bens (0,1%)

Ativo Permanente (1,2%)

Depósitos (46,2%), divididos em:• A vista (2,6%)• Poupança (31,8%)• A Prazo (11,8%)

Obrigações por Empréstimos e Repasses (0,2%)

Outras Obrigações (10,4%)

Patrimônio Líquido (21,8%)

TOTAL= R$ 1.634,6 Milhões

Títulos e Valores Mobiliários + Apl. Interf. Liquidez(72,6%)

Captações no Mercado Aberto (21,4%)

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ATIVO APLICAÇÃO DOS RECURSOS Inicialmente o BEC tinha as atividades voltadas à carteira comercial, com a missão institucional de contribuir para o desenvolvimento econômico e social do Estado, através das operações bancárias de crédito e da prestação de assistência financeira a empreendimentos comerciais, industriais, agropecuários e extrativos. Na década de 90, o BEC passou a operar como Banco Múltiplo, o que deflagrou o processo de remodelagem patrimonial, operacional e tecnológica do Banco. Nos últimos anos, a principal atividade do BEC é a operação de crédito voltada ao funcionalismo público, uma vez que o Banco é responsável pelo pagamento do salário dos funcionários públicos do Estado do Ceará. OPERAÇÕES COM TÍTULOS PÚBLICOS FEDERAIS Conforme comentado anteriormente neste capítulo, até 1999 essa aplicação não era representativa em sua estrutura, passando a ser privilegiada desde a entrada de recursos para aumento de capital e a venda das carteiras de crédito (imobiliária e pessoa jurídica). Esses recursos, oriundos do acordo entre o Estado do Ceará e o BACEN, com interveniência do Ministério da Fazenda e do BEC, foram direcionados para títulos públicos federais, que melhoraram sua condição de liquidez. Em 2004, apesar de não ser o foco do Banco, tais operações representaram 69,1% de seu ativo total. TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS - VINCULADOS AO BANCO CENTRAL Desde a venda de sua carteira imobiliária ao Estado do Ceará em 1999, o BEC ficou dispensado de direcionar os recursos captados em poupança para financiamento imobiliário, devendo o valor correspondente ser vinculado ao Banco Central em títulos públicos federais custodiados no SELIC. Em dezembro de 2004, tais títulos representavam 30,3% do total da carteira de títulos e valores mobiliários. OPERAÇÕES DE CRÉDITO Com a mencionada venda da carteira imobiliária e de todos os créditos do segmento pessoa jurídica para o Estado do Ceará, o BEC passou a operar, basicamente, com o segmento pessoa física, centrado nos funcionários públicos estaduais e municipais. Entre 2001 e 2003, o crescimento médio anual da carteira de crédito foi de 13,8%, representando em média 12,6% dos ativos totais do Banco. Em 2004, as operações de crédito apresentaram crescimento de 25,5%, devido principalmente ao aumento do volume de operações destinadas aos aposentados do INSS, de 65% em relação a 2003. Em dezembro de 2004, do total de R$ 212.479 mil registrados em operações de crédito, 91,2% estavam relacionados a pessoas físicas, notadamente funcionários públicos estaduais e municipais e aposentados do INSS.

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INADIMPLÊNCIA O custo intrínseco desse setor de atuação é a inadimplência, a qual caminha lado a lado com a expansão do crédito. O baixo nível de inadimplência do BEC atualmente deve-se ao fato de sua carteira de crédito estar significativamente concentrada em crédito consignado ao funcionalismo público, o que possibilita a minimização do risco de inadimplência das operações de crédito. O índice de inadimplência médio da carteira comercial5 do BEC em 2004 correspondeu a 1,0% da carteira de crédito média total. Nos anos de 2000 a 2003, o índice médio corresponde a 1,4% da carteira de crédito total. PASSIVO CAPTAÇÃO DE RECURSOS Com uma base de cerca de 265.0186 clientes ativos em dezembro de 2004, sendo grande parte deles funcionários públicos, o BEC tem os depósitos como sua principal fonte de captação, sendo a captação através de depósitos de poupança a mais expressiva entre as demais. DEPÓSITOS À VISTA No período de análise, 2000 a 2004, os depósitos à vista constituíram-se na fonte menos significativa de captação do BEC. Entre 2000 e 2002, esses depósitos representaram em média 12,8% do total captado através de depósitos. Em 2003, esse percentual foi reduzido para 4,7%, principalmente em virtude do saque em moeda estrangeira por parte do Governo. No fim de 2004, este percentual atingiu 5,7% do total. DEPÓSITOS DE POUPANÇA Os depósitos de poupança são a principal fonte de captação de recursos do BEC, em todo o período analisado. Entre 2000 e 2004, essa modalidade de captação foi responsável por 70,6% do total. O percentual mantém-se praticamente estável ao longo dos anos, tendo seu valor máximo em 2001, com 73,9% de todos os depósitos, tendo esse valor atingindo 68,7% do total, no fim de 2004. Ressalta-se a contribuição da interconta para esse total, pois os recursos disponíveis em conta corrente são automaticamente transferidos para a poupança7.

5 A carteira comercial é representada pelas modalidades CREDBEC, Cred Consignável, Cred Aposentados, Cheque Empresa, Cheque Sol, Cheque BEC, Conta Garantida e Outros Empréstimos. 6 O número de clientes foi considerado como sendo o somatório entre quantidade total de contas correntes e quantidade total de poupanças. 7 No fim de 2004, o total da interconta (R$ 329 milhões) representou 63% do total dos depósitos de poupança.

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DEPÓSITOS A PRAZO Os depósitos a prazo representaram, de 2000 a 2002, um percentual médio de 16,4% dos depósitos totais. Em 2003, esse percentual foi elevado para 23,5%, em virtude do aumento de depósitos de pessoa jurídica. No fim de 2004, esse percentual manteve-se relativamente estável, representando 25,6% do total captado através de depósitos. CAPTAÇÕES NO MERCADO ABERTO As captações no mercado aberto, através de carteira própria ou de terceiros, vêm mantendo saldos representativos em relação ao total captado pelo BEC. Essa modalidade de captação visa principalmente ao fechamento de posição da reserva bancária do Banco e representava, em dezembro de 2004, aproximadamente 32% dos recursos captados pelo Banco8. OBRIGAÇÕES POR EMPRÉSTIMOS E REPASSE As captações através desse tipo de modalidade têm se mostrado pouco representativas desde 1998 e vêm reduzindo-se ano após ano, visto que não estão sendo efetuadas novas operações. Atualmente essas obrigações correspondem a menos de 1% dos passivos totais.

8 Entende-se por recursos captados: depósitos totais, captações no mercado aberto e obrigações por repasses do País.

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A seguir apresentamos uma análise sobre a evolução dos principais indicadores do Banco: ATIVO TOTAL Conforme demonstrado no gráfico a seguir, verifica-se a alta representatividade das operações envolvendo títulos públicos federais dentro dos ativos totais do BEC, as quais representaram em média 68% do total dos ativos no período de análise9. O ativo total apresentou crescimento médio anual de 19% entre 2000 e 2003, motivado principalmente pelo aumento das operações envolvendo títulos públicos federais, principal foco de aplicação do Banco. Nesse período verifica-se o incremento da carteira de títulos e valores mobiliários, bem como das aplicações em operações compromissadas, as quais são registradas na rubrica “Aplicações interfinanceiras de liquidez”. Em dezembro de 2004, os ativos totais do BEC apresentaram crescimento de 20%, mais uma vez motivados pelo acréscimo das operações envolvendo títulos públicos, bem como pelo aumento de 26% da carteira de crédito, conforme comentado anteriormente.

EVOLUÇÃO DO SALDO DOS ATIVOS

9 Tais operações encontram-se registradas nas rubricas de títulos e valores mobiliários e aplicações interfinanceiras de liquidez.

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PATRIMÔNIO LÍQUIDO Após a capitalização do BEC em 1999, como parte do processo de saneamento, o Banco vem apresentando resultados positivos e conseqüente aumento do patrimônio líquido. Entre 2000 e 2004, o patrimônio líquido apresentou crescimento médio anual de 30%, acompanhando os resultados positivos obtidos nesses anos. Com relação à evolução do índice de rentabilidade sobre o patrimônio líquido (Return on Equity - ROE), verifica-se em 2001 o aumento expressivo desse indicador, de 25,1% para 34,5%, o qual foi influenciado pelo lucro líquido registrado nesse ano, 110% superior ao lucro de 2000. Dentre os fatores que contribuíram para esse resultado, destacam-se: (i) aumento do resultado com títulos e valores mobiliários, (ii) redução da provisão para devedores duvidosos, e (iii) redução das despesas de pessoal. Em 2002, a queda do ROE para 19,9% teve como principal motivo o aumento das despesas de captação10, contribuindo para que o Banco apresentasse um lucro líquido inferior ao registrado em 2001. Em 2003, beneficiado pelo aumento da taxa de juros, o Banco apresentou o melhor resultado dos últimos sete anos, atingindo o lucro líquido de R$ 87.670 mil, 82% superior ao resultado de 2002, contribuindo para o crescimento significativo do ROE nesse ano, de aproximadamente oito p.p.11. Em dezembro de 2004, o ROE apresentou queda, retornando aos patamares de 2002, devido principalmente à queda da taxa de juros e ao aumento das despesas operacionais12.

EVOLUÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL)

10 Em 2002, a captação através de depósitos a prazo apresentou crescimento de 40%. 11 A taxa SELIC média em 2003 foi de 23,3%, contra 19,2% em 2002. Os ativos remunerados pela SELIC (títulos públicos federais) totalizaram R$ 938.391 mil (69,1% do ativo total). 12 A taxa SELIC média em 2004 foi de 16,2%, afetando diretamente o resultado de títulos e valores mobiliários. O aumento das despesas operacionais ocorreu principalmente em virtude de novos contratos firmados com serviços

terceirizados, gastos incorridos na padronização das agências e gastos referentes à campanha de marketing alusiva à comemoração dos 40 anos do BEC.

25,1%

34,5%

19,9%

28,3%

18,5%

0

100.000

200.000

300.000

400.000

2000 2001 2002 2003 2004

Patrimônio Líquido - R$ Mil ROE

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RECEITA TOTAL A receita total do BEC obteve um crescimento médio de 14% ao ano, ou 68% no período analisado. Com o aumento da taxa SELIC, conforme comentado anteriormente, as receitas de operações com títulos e valores mobiliários apresentaram crescimento de 65% em 2003, visto que a carteira de títulos do Banco é composta principalmente de títulos públicos federais. Com a queda da taxa básica no ano seguinte, a receita total do BEC apresenta redução de 11%. No período de 2000 a 2004, a receita total evolui de acordo com o gráfico a seguir:

EVOLUÇÃO DA RECEITA

-

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

400.000

2.000 2.001 2.002 2.003 2.004

Crédito TVM Câmbio Compulsório Prestação de serviços Outros

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RECEITA DE INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA/ATIVO TOTAL MÉDIO O aumento do índice em 2003 esteve relacionado ao aumento da receita com títulos e valores mobiliários, em virtude da alta da taxa SELIC no período. A variação do índice de 2000 para 2004 evolui de acordo com o gráfico a seguir:

EVOLUÇÃO DA RECEITA DE INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA/ATIVO TOTAL MÉDIO

18,4%20,4% 19,3%

17,9%

24,2%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

2000 2001 2002 2003 2004

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RECEITA DE SERVIÇOS A receita de serviços obteve um crescimento médio anual de 5% entre 2000 e 2003. Em 2004, devido à realocação de recursos da poupança para fundos de investimentos com uma taxa de administração maior, a receita de serviços cresceu 38% em relação ao ano anterior. Houve, também, uma reclassificação dos clientes que não pagavam tarifa de manutenção de conta e passaram a pagar a partir desse ano. Dessa forma, a receita de serviços representou 9,2% da receita operacional do Banco nesse ano, sendo responsável por 54,5% da cobertura das despesas de pessoal.

EVOLUÇÃO DE SERVIÇOS

9,7%7,2% 7,6% 6,2%

9,2%

35,3% 37,1%

43,2% 42,7%

54,5%

-

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

2000 2001 2002 2003 2004

Receita de ServiçosReceita de Serviços/ Receita OperacionalCobertura das despesas de pessoal

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DESPESAS/RECEITAS OPERACIONAIS O índice despesas sobre receitas operacionais apresentou queda expressiva em 2001, devido ao aumento no resultado das operações com Títulos e Valores Mobiliários, em que o saldo sobe de R$ 513 milhões em 2000 para R$ 769 milhões em 2001. Em 2002, as despesas crescem 12% com a renovação de contratos com terceiros, fato que, com o menor crescimento da receita operacional (11%), eleva o índice a 73,9%. Em 2003, a receita de intermediação financeira sofre aumento expressivo pela elevação da taxa SELIC, que volta a cair em 2004, elevando índice.

EVOLUÇÃO DAS DESPESAS / RECEITAS OPERACIONAIS 82,5%

66,3%

73,9%

68,9%

74,6%

2000 2001 2002 2003 2004

Obs.: (1) Despesas = despesa da intermediação financeira + despesa pessoal + despesa tributária + despesa administrativas + outras Despesas operacionais. (2) Receitas Operacionais = receitas da intermediação financeira + receitas de prestação de serviços + outras receitas operacionais.

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MERCADO DE ATUAÇÃO E COMPETITIVIDADE

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3. MERCADO DE ATUAÇÃO E COMPETITIVIDADE 3.1. BREVE ANÁLISE DO MERCADO DE ATUAÇÃO O setor financeiro no Brasil possui mais de R$ 1,45 trilhão em ativos totais, 17.640 agências em funcionamento e cerca de R$ 517 bilhões em depósitos. O setor apresenta uma significativa concentração de ativos e depósitos em poucas instituições, conforme pode ser observado no quadro a seguir:

RANKING DOS 20 MAIORES BANCOS BRASILEIROS (DEZ/2004)

Banco Ativos Depósitos Agências

1 BB 239.014.143 115.531.842 3.783 2 BNDES 161.872.131 14.950.791 1 3 BRADESCO 148.207.637 68.687.387 3.011 4 CEF 147.786.559 91.772.694 2.135 5 ITAU 123.443.368 42.224.637 2.205 6 UNIBANCO 72.928.818 33.992.812 918 7 SANTANDER BANESPA 66.548.096 22.912.874 1.028 8 ABN AMRO 59.150.578 32.363.359 1.111 9 SAFRA 40.841.868 9.984.685 86 10 VOTORANTIM 36.586.675 13.079.040 4 11 HSBC 34.374.797 23.062.877 926 12 NOSSA CAIXA 31.251.866 22.014.899 506 13 CITIBANK 21.957.104 6.015.969 53 14 BANKBOSTON 21.414.563 3.086.317 60 15 CREDIT SUISSE 13.570.750 2.383.117 2 16 BNB 13.167.413 2.711.629 181 17 BANRISUL 12.202.699 7.731.176 386 18 PACTUAL 8.470.905 1.027.781 4 19 ALFA 7.778.449 2.366.368 9 20 BNP PARIBAS 6.770.953 790.226 4

Total dos 20 maiores bancos 1.267.339.372 516.690.480 16.413

Outras Instituições 183.286.373 55.434.044 1.227

Total do Sistema Financeiro 1.450.625.745 572.124.524 17.640

Participação dos 20 maiores bancos 87% 90% 93%

Fonte: Banco Central do Brasil.

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Nos anos recentes, a rentabilidade sobre o patrimônio líquido dos bancos tem sido afetada positivamente pelas altas taxas de juros (SELIC) praticadas no País e pela predominância das operações ativas de tesouraria. A tendência de os bancos manterem uma parte considerável de seus ativos em títulos e valores mobiliários em detrimento de operações de crédito tem sido observada devido à volatilidade elevada das taxas de câmbio, dos juros e da inadimplência. Em 1999, mesmo com uma queda na taxa SELIC, elevada rentabilidade observada em 1999, ano em que ocorreu desvalorização significativa do real, foi ocasionada principalmente pelas grandes posições compradas em dólares norte-americanos mantidas pelas tesourarias dos principais bancos brasileiros. Em 2001, o resultado do setor foi negativamente afetado em sua maioria pelo prejuízo registrado no balanço dos bancos Santander Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco do Nordeste do Brasil, de respectivamente R$ 6,1 bilhões, R$ 4,7 bilhões e R$ 2,5 bilhões. O gráfico a seguir mostra a evolução da rentabilidade sobre o patrimônio líquido do setor:

EVOLUÇÃO DA RENTABILIDADE SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO (BASE - FINAL DE ANO)

12,30% 12,70%

9,20%

13,60%

10,80%

7,10%

18,10%

10,58%

18,68%

14,75%

16,53%

0,43%

0%

2%

4%

6%

8%

10%

12%

14%

16%

18%

20%

1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 20040%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

Retorno/PL Selic

Fonte: Banco Central do Brasil.

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Esse direcionamento das aplicações dos bancos para títulos e valores mobiliários pode ser verificado ao se comparar a relação entre operações de crédito e PIB, conforme demonstrado a seguir:

EVOLUÇÃO DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO EM RELAÇÃO AO PIB (%)

30%31%

28%

31%

29% 28%

26%

29% 29%

24%

26%27%

1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Fontes: Banco Central do Brasil.

Após a implantação do Plano Real em 1994, a participação das operações de crédito no PIB brasileiro diminuiu devido ao aumento do risco de concessão de crédito. Em 1999, o Banco Central adotou como meta a diminuição das taxas de juros e spread bancário através da disponibilização de um volume de crédito maior, como forma de fomentar um crescimento econômico no Brasil. A forte elevação da taxa de câmbio e dos índices de preço, verificada a partir da segunda metade de 2002, obrigou o Governo Federal a adotar uma política monetária restritiva, na tentativa de conter a crise de confiança pela qual a economia brasileira estava passando. Entre as medidas adotadas destaca-se o aumento da taxa SELIC e dos depósitos compulsórios. Essas medidas contribuíram para a elevação das taxas de juros sobre empréstimos, aumento do spread bancário e, conseqüentemente, a redução do volume de operações de crédito com recursos livres. Essa situação econômica estendeu-se até 2003, quando em março os juros e o spread bancário atingiram valores somente vistos em outubro de 1999. Em junho de 2003, a equipe econômica brasileira conseguiu reverter o quadro e reconquistar a confiança externa, baixando, assim, a meta da taxa SELIC e a alíquota sobre depósitos à vista.

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Em dezembro de 2004, o saldo total da oferta de crédito foi de R$ 485 bilhões, sendo uma parcela significativa, cerca de 20%, referente a repasses e financiamentos com recursos do BNDES. Os recursos bancários obrigatoriamente direcionados para atividades específicas, como crédito imobiliário e rural, corresponderam a 17,2% da oferta global de crédito. O chamado crédito livre doméstico, aquele que pode ser alocado a critério do agente financeiro, com taxas livremente pactuadas entre as partes, representou, em dezembro de 2004, cerca de 56% do total dos créditos. Em 1999, a participação dessa modalidade de empréstimo era responsável por 18% do total concedido.

COMPOSIÇÃO DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO (DEZ. DE 2004)

Indústria27%

Habitação5%

Rural11%

Comércio11%

Outros Serviços16%

Governos Estaduais e Municipais

3%

Governo Federal1%

Pessoas Físicas26%

Setor Público4%

Setor Privado96%

Fonte: Banco Central do Brasil Além dos fatores macroeconômicos, o desenvolvimento do crédito no País tem como barreira outras características microeconômicas, em que a falta de informação cadastral dos clientes, e os sistemas mais eficientes de cobrança de crédito e execução de garantias fazem com que as instituições financeiras diversifiquem a carteira de empréstimo, diminuindo o risco intrínseco da operação.

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Os gráficos a seguir apresentam a evolução do volume de operações de crédito com recursos livres ao longo de 2004, comparativamente à evolução da taxa SELIC e ao recolhimento compulsório sobre depósitos à vista:

EVOLUÇÃO DOS RECURSOS LIVRES VS. SELIC EVOLUÇÃO DOS RECURSOS LIVRE VS. COMPULSÓRIO

-

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez10%

15%

20%

PJ PF Selic

-

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez-5%

10%

25%

40%

55%

70%

85%

100%

PJ PF Compusório

Fonte: Banco Central do Brasil O crédito livre apresentou taxas de crescimento elevadas nos últimos cinco anos, passando de R$ 59,2 bilhões em 1999 para R$ 271,4 bilhões em dezembro de 2004. O crescimento nesse último ano foi de 20,8%, basicamente pela baixa no preço do crédito decorrente da taxa SELIC decrescente ao longo do ano. A partir de agosto de 2004, as instituições financeiras mantiveram o crescimento do volume de recursos livres através da diminuição do spread. Por conseguinte, como forma de fomentar o aumento do volume de crédito e proporcionar um maior ganho de escala para as instituições, o compulsório sobre depósitos à vista foi mantido.

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A tabela a seguir apresenta as taxas médias mensais de juros prefixadas, cobradas pelos bancos, para algumas modalidades de operações de crédito com recursos livres, demonstrando sua elevação no período entre dezembro de 2003 e dezembro de 2004:

TAXA NOMINAL DE JUROS EM % AO ANO

Operação Dez. 2004 Dez. 2003

Pessoa JurídicaHot Money 51% 54%Desconto de duplicatas 41% 44%Desconto de promissórias 50% 56%Capital de Giro 37% 36%Conta Garantida 67% 70%Aquisição de Bens 29% 29%Vendor 23% 22%

Pessoa FísicaCheque Especial 144% 145%Crédito Pessoal 71% 80%Aquisição Veículos 36% 37%Aquisição de Outros Bens 67% 72%

Fonte: Banco Central do Brasil

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A diferença nas taxas de juros cobradas entre pessoas jurídicas e físicas decorre, entre outros motivos, da maior taxa de inadimplência das pessoas físicas, o que pode ser observado na tabela a seguir:

% DA CARTEIRA DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO EM ATRASO (ATRASO ACIMA DE 90 DIAS)

Operação Dez. 2004

Pessoa JurídicaHot Money 2%Desconto de duplicatas 3%Desconto de promissórias 3%Capital de Giro 2%Conta Garantida 2%Aquisição de Bens 1%Vendor 1%

Pessoa FísicaCheque Especial 6%Crédito Pessoal 6%Aquisição Veículos 2%Aquisição de Outros Bens 9%

Fonte: Banco Central do Brasil

Em dezembro de 2004, a taxa média de juros das operações de crédito livre situava-se em 56% ao ano. O spread bancário, diferença entre a taxa de aplicação e a taxa de captação dos bancos, alcançava 28% ao ano.

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O gráfico a seguir, apresenta a evolução do spread médio bancário para pessoa física e jurídica e consolidado, incluindo operações prefixadas, flutuantes e pós-fixadas, ao longo de 2004:

SPREAD BANCÁRIO – OPERAÇÕES DE CRÉDITO LIVRES (%)

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Geral Pessoa jurídica Pessoa física

Fonte: Banco Central do Brasil.

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Ressaltamos que, além da grande contribuição da alta da taxa da SELIC e das taxas de inadimplência para a elevação do spread bancário, outro fator limitador para a redução do spread é a elevada carga tributária vigente no Brasil. Em dezembro de 2003, a carga tributária e as taxas de inadimplência representavam 40,79% do total do spread médio cobrado, conforme demonstrado a seguir:

COMPOSIÇÃO DO SPREAD BANCÁRIO (DEZ. 2003)

Cunha Tribut á r ia20,81%

Inadimplênc ia19,98%

Resí duo27,56%

Cust o Administ ra t ivo26,37%

Cust o do Compulsór io5,04%Cust o do FGC

0,24%

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BREVE HISTÓRICO DO SETOR O setor financeiro brasileiro passou na última década por um processo intenso de reestruturação e consolidação, provocado pelas diversas mudanças no cenário econômico do País, pela intervenção do Banco Central, e pela privatização dos bancos estaduais e federais e pelas fusões e aquisições de instituições financeiras privadas nacionais. As instituições financeiras obtinham retornos elevados antes do início do Plano Real em 1994 com ganhos inflacionários decorrentes da gestão do float bancário. O float constituía-se dos recursos disponíveis na tesouraria do banco para aplicações de curto prazo, devido aos saldos de depósitos não remunerados nos bancos e à diferença de prazo entre recebimentos e compensação de valores, como cheques e ordens de pagamento. Essa forma de gestão era incentivada pelas altas taxas de juros vigentes no Brasil, em um período de inflação também elevada.

% DE PARTICIPAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS NO PIB

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

1948

1950

1952

1954

1956

1958

1960

1962

1964

1966

1968

1970

1972

1974

1976

1978

1980

1982

1984

1986

1988

1990

1992

1994

1996

1998

2000

2002

Com a adoção do Plano Real e de diversas medidas econômicas que acabaram por reduzir drasticamente a taxa de inflação e as taxas de juros nominais, alguns bancos privados e estaduais se tornaram insolventes, o que levou o Governo Federal a autorizar o Banco Central a intervir nessas instituições financeiras, com o objetivo de sanear e promover a venda desses bancos.

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Em 1995, o Governo Brasileiro criou o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional - PROER, com o objetivo de destinar recursos ao saneamento dos bancos em dificuldades e estimular as fusões e aquisições de instituições financeiras. Com o fim dos ganhos inflacionários, os bancos brasileiros foram obrigados a reduzir suas despesas administrativas e com salários e encargos, o que levou a um forte movimento de automação no setor. Esse efeito pode ser observado no gráfico a seguir, que mostra a queda no número de empregados no setor financeiro brasileiro. Observa-se, também, uma correlação positiva entre o número de funcionários e o crescimento do PIB brasileiro.

EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS NO SETOR (EM MILHARES DE PESSOAS)

677571 559

483 447 426 406

516 498 499 493 508

-

100

200

300

400

500

600

700

800

1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 20040%

2%

4%

6%

Funcionários PIB

Fonte: Banco Central do Brasil – Relatório 50 Maiores Bancos

Os investimentos em automação e tecnologia da informação também foram impulsionados por fatores próprios à economia brasileira, como a alta utilização de cheques em relação a outros países. O volume de compensação de cheques no Brasil demanda tecnologia de ponta, sendo os bancos nacionais referência internacional em tecnologia e rapidez no processamento de cheques. O Governo Federal autorizou, em 1997, a entrada de capital de bancos estrangeiros para a aquisição de bancos nacionais. A partir desse momento, diversos bancos nacionais privados foram adquiridos por bancos estrangeiros de grande porte, como ABN Amro Bank, HSBC, Santander e BBVA. Os bancos privados

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nacionais de grande porte também iniciaram um processo de aquisições visando a bancos privados menores e bancos estaduais em processo de privatização, de forma que aumentassem o market share e ganhassem escala, a fim de poder competir com os novos participantes estrangeiros. Com a entrada dos bancos estrangeiros, o setor passou mais uma vez por um período de fortes investimentos em automação e tecnologia da informação, com o objetivo de oferecer serviços com maior eficiência e menores custos. Em 2004, os bancos brasileiros investiram R$ 12,5 bilhões em tecnologia e automação bancária. De acordo com dados do IDC, os bancos foram responsáveis por 27% de todo o investimento feito no setor de tecnologia da informação no Brasil e investem anualmente cerca de 10% de seu patrimônio líquido. Em 1996, o Conselho Monetário Nacional – CMN permitiu que os bancos estabelecessem livremente as taxas a serem cobradas por serviços prestados e, desde então, a competição da receita proveniente dessa modalidade tem crescido em participação no resultado total dos bancos. A tabela a seguir demonstra o percentual de receita com prestação de serviços em relação à receita de intermediação financeira total e às despesas administrativas, para os dez maiores bancos brasileiros.

% DE PARTICIPAÇÃO DA RECEITA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS - (DEZ./2004 - R$ MIL)

% %

BB 3.418.906 15.045.477 22,7% (6.560.973) 52,1%CEF 2.535.491 10.594.798 23,9% (4.701.842) 53,9%BRADESCO 2.375.700 11.905.311 20,0% (4.566.742) 52,0%ITAU 2.810.438 10.549.361 26,6% (3.643.806) 77,1%UNIBANCO 1.018.710 6.745.206 15,1% (2.431.978) 41,9%SANTANDER BANESPA 1.085.576 5.092.495 21,3% (1.986.200) 54,7%ABN AMRO 1.043.317 4.956.193 21,1% (2.734.374) 38,2%SAFRA 189.288 2.495.604 7,6% (465.870) 40,6%HSBC 782.506 3.929.244 19,9% (1.862.407) 42,0%NOSSA CAIXA 269.944 2.652.639 10,2% (897.189) 30,1%

Média 21,0% 52,0%

Despespesas Administrativas

Receita de Intermediação

Financeira

Receita de Prestação de

ServiçosBanco

Obs: Em despesas administrativas não estão incluídas as despesas tributárias

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O gráfico a seguir demonstra a evolução do número de agências bancárias entre 1993 e dezembro de 2004:

EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE AGÊNCIAS BANCÁRIAS 17.640

17.21317.073

16.847

16.604

16.01216.060

16.329

16.633

17.244

17.434

17.194

1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Fonte: Banco Central do Brasil

O período pós Plano Real (1994) foi marcado por um incentivo à privatização e fusão no setor bancário, fato que resultou na diminuição do número de agências bancárias no País. Os investimentos no setor voltaram somente em 2000, após mudanças regulatórias por parte do Banco Central do Brasil e a criação do Projeto Juros e Spread Bancário - PJSB no fim de 1999, que tornaram mais claros os sistemas de concessão de crédito no País. Concomitantemente, o fluxo de capital estrangeiro no Brasil foi recorde em 2000, sendo a maior parte alocada no setor bancário.

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TENDÊNCIAS DO SETOR As expectativas para o crescimento da economia brasileira em 2005 são mais conservadoras que o realizado em 2004. Mesmo assim, relatórios de mercado apontam para um crescimento do volume total de crédito de 16,9% em 2005, chegando a R$ 566 bilhões. Resultante de uma taxa básica de juros maior que a prevista ao fim de 2004, a taxa de inadimplência poderá sofrer volatilidade, principalmente no segmento de pessoa física, mas aposta-se em uma tendência de queda a médio prazo. Para o segmento de pessoa jurídica, existem alternativas de financiamento, como securitização de recebíveis e emissão de Cédulas de Crédito Bancário e de Certificados de Recebíveis Imobiliários, fazendo com que o crédito a esse segmento não seja severamente afetado. Os empréstimos para pessoa jurídica também são favorecidos após a aprovação da Lei de Falências, em dezembro de 2004. Com essa nova Lei, redefiniu-se a ordem de prioridade de liquidação das dívidas caso haja falência de uma empresa. As garantias reais passaram a ter preferência em relação aos créditos tributários, após o pagamento dos credores trabalhistas, limitado a 150 salários mínimos. Quanto ao spread bancário, as expectativas são de queda, como observado em 2004, baseando-se na diminuição do risco de concessão de crédito, principalmente após a aprovação da nova Lei.

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3.2. ANÁLISE DE COMPETITIVIDADE A seguir apresentamos uma série de gráficos comparativos do mercado financeiro, pelos quais se pode obter uma perspectiva da inserção do BEC dentro do sistema financeiro nacional. INDICADORES DE FUNCIONÁRIOS POR AGÊNCIAS

8

4

15

28

23

22

26

25

28

21

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0

BEC Geral

BEC Interior e Brasilia

BEC Capital

Banco do Brasil

Bradesco

Itaú

Unibanco

ABN / Real

Santander Banespa

HSBC

Em termos de funcionários, conforme demonstrado no gráfico, podemos verificar que as agências do BEC apresentam número inferior às principais instituições bancárias do País. Na análise entre as agências de Fortaleza e as demais verifica-se que estas apresentam média muito superior. Isso deve-se, principalmente, ao tamanho do mercado em que as agências do interior estão inseridas, com atuação em cidades com média de população de 51,3 mil habitantes e contando com uma quantidade média de contas correntes de 1,6 mil. Em 19 das 44 cidades atendidas pelo BEC no interior as agências apresentam quantidade de contas correntes inferior a 1,0 mil. Assim, o tamanho dessas agências é muito inferior às agências da capital do próprio BEC, as quais possuem em média 4,2 mil contas correntes e estão atuando em um mercado com uma população de 2,3 milhões de habitantes. Vale ressaltar que a quantidade média de funcionários demonstrada dos demais bancos está considerando o total de funcionários e não apenas os que estão diretamente alocados nas agências. Dessa forma, a quantidade

média de funcionários nesses bancos, se estivesse considerando apenas os funcionários alocados diretamente às agências, deveria ser um pouco inferior à apresentada. Ressaltamos que os bancos demonstrados possuem a maioria de suas agências na capital, portanto, para que pudéssemos obter um padrão adequado de comparação, demonstramos a média de funcionários do BEC observada para as agências localizadas na capital. Com relação à média de funcionários, o BEC possui 7,8 funcionários por agência (se consideradas apenas as agências da capital essa média sobe para 14,5 funcionários por agência).

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OPERAÇÕES Com relação às operações do BEC, quando comparadas a outras instituições bancárias, podemos perceber que seus indicadores, em relação a operações de crédito e depósitos por agência, são modestos. O percentual de operações de crédito pelo volume de depósitos aparece abaixo do mercado, conforme demonstrado nos gráficos abaixo: OPERAÇÕES DE CRÉDITO POR AGÊNCIA (R$ MIL) DEPÓSITOS POR AGÊNCIA (R$ MIL)

2.927

1.867

4.836

19.779

14.559

10.611

33.043

17.729

17.451

11.979

0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000

BEC Geral

BEC Interior e Brasilia

BEC Capital

Banco do Brasil

Bradesco

Itaú

Unibanco

ABN / Real

Santander Banespa

HSBC

9.589

3.282

20.942

29.005

22.797

19.048

36.526

26.185

22.052

16.406

0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 40.000

BEC Geral

BEC Interior e Brasilia

BEC Capital

Banco do Brasil

Bradesco

Itaú

Unibanco

ABN / Real

Santander Banespa

HSBC

Os gráficos acima ilustram a baixa contribuição, em relação a operações de crédito e depósitos, por agência, apresentada pelo BEC quando comparado a alguns dos principais bancos atuantes do mercado. O desempenho das operações de crédito explica-se pela política adotada pelo Banco após a federalização, que tem sua carteira de crédito formada basicamente por pessoas físicas (composta basicamente por funcionários públicos). O BEC também apresenta uma grande diferença entre as agências de Fortaleza e as do interior (inclusive Brasília), o que se explica pelo maior nível de concentração de renda na capital. Se considerarmos a média de depósitos das agências do BEC localizadas na capital, verificamos que está perto da média dos demais bancos (R$ 24,5 milhões), o que não acontece se considerarmos as agências do interior. Isto se deve ao fato de os depósitos feitos pelo Governo do Ceará serem alocados nas agências da capital. Em dezembro de 2004, esse saldo encontrava-se perto dos R$ 94 milhões.

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Ainda com relação à atividade operacional, quando comparamos as agências do BEC com o restante do mercado bancário do Ceará, observamos o pequeno volume de operações de crédito por agência, em comparação à média dos demais bancos atuantes no Estado. Em relação às captações de depósitos, as agências do BEC também estão abaixo da média do restante do mercado. Mesmo analisando-se apenas as agências de Fortaleza, as quais mantêm volume de depósitos muito superior às agências do interior (incluindo Brasília), o BEC ainda fica abaixo da média do mercado, conforme demonstrado nos gráficos a seguir: OPERAÇÕES DE CRÉDITO POR AGÊNCIA (R$ MIL) DEPÓSITOS POR AGÊNCIA (R$ MIL)

2.927

1.867

4.836

6.004

22.876

0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000

BEC Geral

BEC Interior e Brasilia

BEC Capital

Interior sem BEC

Fortaleza sem BEC

9.589

3.282

20.942

7.645

90.408

0 25.000 50.000 75.000 100.000

BEC Geral

BEC Interior e Brasilia

BEC Capital

Interior sem BEC

Fortaleza sem BEC

A menor alavancagem em termos de operações de crédito no BEC é, entre outros motivos, resultante do processo de federalização do Banco, o qual restringiu a política de crédito e risco, diminuindo a possibilidade de incremento dessas operações, tendo como objetivo principal a redução de risco aos índices mais baixos possíveis.

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Com relação à quantidade de correntistas por agências, quando comparada a outras instituições, o BEC apresenta uma média geral inferior à média das instituições pesquisadas. Se considerarmos somente as agências localizadas na capital, encontramos uma média acima da dos outros bancos. Cabe ressaltar que boa parte das 176,7 mil contas correntes do BEC se refere a servidores públicos que recebem seus vencimentos no Banco.

CORRENTISTAS POR AGÊNCIAS

2.525

1.581

4.224

4.994

5.214

3.728

3.166

2.482

0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000

BEC Geral

BEC Interior e Brasilia

BEC Capital

Banco do Brasil

Bradesco

Itaú

Unibanco

ABN / Real

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ALAVANCAGEM DAS OPERAÇÕES Podemos verificar no gráfico de “PL/Ativos Totais” o alto índice de capitalização do BEC perante às demais instituições financeiras do mercado nacional, na ordem de 22%. Esse índice elevado, se comparado ao índice médio de 10%, reflete as capitalizações efetuadas no Banco como parte do processo de saneamento. O índice apresentado vai de encontro à política de cunho conservador implantada no BEC a partir, principalmente, de sua entrada no processo de federalização. No segundo gráfico, o BEC também apresenta um índice de participação da receita de prestação de serviços sobre as receitas operacionais (receita da intermediação financeira e receita da prestação de serviços) inferior às demais instituições. PL/ATIVOS TOTAIS REC. SERVIÇOS / (REC. SERVIÇOS E REC. INTERM.)

21,8%

5,9%

12,8%

7,8%

10,3%

13,0%

11,4%

0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0%

BEC

Banco do Brasil

Santander

HSBC

Bradesco

Itaú

Unibanco

9,9%

17,6%

16,0%

16,9%

15,8%

21,9%

13,4%

0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0%

BEC

Banco do Brasil

Santander

HSBC

Bradesco

Itaú

Unibanco

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INFLUÊNCIA DAS DESPESAS NOS RESULTADOS No gráfico “Despesas Administrativas e de Pessoal/Receita Operacional”, o BEC encontra-se abaixo da média, com um índice de 40,6%, contra uma média dos demais bancos de 47%. De acordo com o gráfico a seguir, o banco que apresenta maior índice é o Unibanco, com 57%. As despesas administrativas e de pessoal do Unibanco foram aproximadamente 3% superiores à média da amostra, enquanto a receita operacional (receita de serviços + receita de intermediação) foi, no fim de 2004, 23% inferior à média da amostra.

DESPESAS ADMINISTRATIVAS E DE PESSOAL / RECEITA OPERACIONAL

40,6%

45,2%

49,8%

47,8%

39,5%

41,6%

57,3%

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0%

BEC

Banco do Brasil

Santander

HSBC

Bradesco

Itaú

Unibanco

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INDICADORES DE CONTAS PATRIMONIAIS Nos gráficos a seguir, “Ativos de Crédito/Ativo Total” e “Provisão/Ativos de Crédito”, a posição do BEC fica abaixo dos demais bancos, influenciado pelo processo de saneamento, que adota uma política conservadora de risco. Notamos que, entre os bancos analisados, o BEC é o que tem o menor índice de provisão sobre seus ativos de crédito, reflexo do baixo risco das modalidades de crédito que trabalha. ATIVOS DE CRÉDITO / ATIVO TOTAL PROVISÃO / ATIVOS DE CRÉDITO

13,0%

33,5%

28,3%

42,4%

37,7%

30,9%

39,0%

0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0% 45,0%

BEC

Banco do Brasil

Santander

HSBC

Bradesco

Itaú

Unibanco

3,6%

6,4%

4,1%

7,8%

7,1%

8,2%

5,9%

0,0% 1,0% 2,0% 3,0% 4,0% 5,0% 6,0% 7,0% 8,0% 9,0%

BEC

Banco do Brasil

Santander

HSBC

Bradesco

Itaú

Unibanco

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Com relação às aplicações interfinanceiras de liquidez e aos títulos e valores mobiliários sobre os ativos totais, conforme demonstrado nos gráficos abaixo, podemos notar que o BEC, em comparação aos demais bancos analisados, possui um dos índices mais elevados quanto a esses indicadores, principalmente em relação às aplicações interfinanceiras de liquidez. Esse fato reflete o bom índice de capitalização do Banco, o que novamente é reflexo das capitalizações efetuadas como parte do processo de saneamento. Também, a captação excedente que não é alocada em ativos de créditos levando em conta o nível de risco aceito pelo Banco, é aplicada em Títulos e Valores Mobiliários. APL. INTERF. LIQ. / ATIVO TOTAL TVM’S / ATIVO TOTAL

15,9%

6,9%

11,1%

7,7%

15,1%

15,5%

19,1%

0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0%

BEC

Banco do Brasil

Santander

HSBC

Bradesco

Itaú

Unibanco

56,7%

30,7%

35,7%

24,6%

16,8%

13,4%

13,4%

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0%

BEC

Banco do Brasil

Santander

HSBC

Bradesco

Itaú

Unibanco

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ÍNDICES DE RETORNO Considerando o retorno obtido do BEC em relação aos demais bancos analisados, conforme demonstrado no gráfico abaixo, com base no resultado em dezembro de 2004, observamos que o BEC ainda se encontra em boa situação. Esse índice reflete os ajustes realizados com o processo de saneamento, uma vez que o BEC passou de um prejuízo de R$ 209.323 mil, em 1998, para um lucro de R$ 65.818 mil, em 2004.

ROE & ROA

19,8%

23,0%

20,3%

23,0%

22,4%

34,3%

16,9%

4,0%

1,3%

2,5%

1,5%

2,2%

4,0%

1,8%

0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0%

BEC

Banco do Brasil

Santander

HSBC

Bradesco

Itaú

Unibanco

ROE ROA

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REDE DE AGÊNCIAS Com relação à rede de agências, observamos nos gráficos abaixo que a participação do BEC é ampla, tanto na capital quanto no interior do Estado. Analisando a rede de agências bancárias da capital, nota-se que o BEC divide com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal a maior participação das agências em Fortaleza. Com relação ao interior, podemos verificar que esse mercado está concentrado entre o BEC e o Banco do Brasil. Outro fato importante a ser notado refere-se à pequena presença de bancos privados no interior do Estado, exceção feita ao Bradesco. O restante das instituições não possui presença significativa nesse mercado. SEGREGAÇÃO DA REDE DE AGÊNCIAS – FORTALEZA SEGREGAÇÃO DA REDE DE AGÊNCIAS - INTERIOR

16,7%

25,3%

14,0%

8,0%

10,7%

4,0%

4,7%

3,3%

13,3%

0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0%

BEC

Banco do Brasil

CEF

Itaú

Bradesco

HSBC

ABN / Real

Unibanco

Outros Privados

20,9%

46,4%

12,3%

0,9%

6,2%

0,9%

0,0%

0,0%

12,3%

0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0% 45,0% 50,0%

BEC

Banco do Brasil

CEF

Itaú

Bradesco

HSBC

ABN / Real

Unibanco

Outros Privados

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MARKET SHARE A participação do BEC no mercado financeiro do Ceará foi alterada significativamente no período compreendido entre dezembro de 1998 e dezembro de 2004, no que diz respeito às aplicações e às captações de recursos.

Como parte do processo de saneamento do Banco, o Estado do Ceará adquiriu todos os créditos referentes às carteiras imobiliária, rural, de desenvolvimento e infra-estrutura, e comercial – pessoa jurídica, passando a operar basicamente com o segmento pessoa física, centrado nos funcionários públicos estaduais e municipais. Logo, a acentuada redução de market share das operações de crédito do BEC no Ceará de dezembro de 1998 para dezembro de 1999, demonstrada no gráfico a seguir, é reflexo direto dos fatores descritos acima.

EVOLUÇÃO DO MARKET SHARE DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO DO BEC NO CEARÁ (DEZ/98 - DEZ/04)

3%

6%

3%3%

5%

5% 5%

0,0%

1,0%

2,0%

3,0%

4,0%

5,0%

6,0%

7,0%

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

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Considerando o fato de que o BEC não trabalha mais com as linhas de financiamento rural e imobiliária e outras, segregamos as operações de crédito por tipo de produto, para melhor visualização do market share. Deve-se citar a diminuição do market share dos empréstimos e títulos descontados do BEC no mercado do Ceará ao longo do período analisado, principalmente em virtude da saída do segmento pessoa jurídica da carteira de crédito do BEC e do aumento da competitividade entre os bancos do Ceará.

EVOLUÇÃO DO MARKET SHARE DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO POR TIPO DE PRODUTO DO BEC NO CEARÁ DE DEZ/98 - DEZ/04

14,4%

9,6%

7,5%

11,4%10,6% 10,7%

9,0%

0,2%

15,5%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Emprestimos e Titulos descontados Financiamentos Financiamentos rurais Créditos Imobiliários

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No gráfico a seguir, verifica-se que as operações com títulos e valores mobiliários passaram a ser privilegiada no BEC, desde a entrada de recursos para aumento de capital em 1999, sendo esses recursos direcionados para papéis líquidos (títulos públicos federais), os quais melhoraram a liquidez do Banco. A queda registrada a partir de 1999 é decorrente da estrutura pouco agressiva adotada após a federalização, que não acompanhou o crescimento do mercado.

EVOLUÇÃO DO MARKET SHARE DOS TÍTULOS E VALORES IMOBILIÁRIOS

DO BEC NO CEARÁ DE DEZ/98 - DEZ/04

5%

29%

22%

11%9% 9% 8%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

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Assim como as operações com títulos e valores mobiliários, as aplicações interfinanceiras de liquidez passaram a ser privilegiadas no BEC, desde a entrada de recursos para aumento de capital em 1999. A partir do gráfico a seguir, verifica-se a estabilidade do market share ao longo do período compreendido entre dezembro de 1999 e dezembro de 2004.

EVOLUÇÃO DO MARKET SHARE DAS APLICAÇÕES INTERFINANCEIRAS DE LIQUIDEZ DO BEC NO CEARÁ DE DEZ/98 - DEZ/04

1%4%

9%

13%

27%

22%

40%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

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O market share dos depósitos do BEC diminuiu 4 p.p. devido a todo processo de federalização ocorrido entre 1998 e 1999. A evolução da penetração dos depósitos do BEC no Estado do Ceará pode ser visto no gráfico abaixo.

EVOLUÇÃO DO MARKET SHARE DOS DEPÓSITOS DO BEC NO CEARÁ DE DEZ/98 - DEZ/04

12%

8%8%

6%6%

6%7%

0%

2%

4%

6%

8%

10%

12%

14%

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Com relação à captação de recursos através de depósito, verifica-se no gráfico uma acentuada diminuição no volume das captações por meio de depósitos a prazo, conseqüência direta da postura mais conservadora adotada pelo Banco, compatível com o nível de risco oferecido por instituição federalizada. A perda de market share dos depósitos à vista entre 1999 e 2000 deve-se ao aumento do depósito compulsório sobre as captações à vista, o que resultou na criação da interconta, a qual tem como objetivo a redução do compulsório depositado pelo Banco, uma vez que os recursos disponíveis em conta corrente são transferidos para uma poupança.

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Apesar da queda verificada no market share dos depósitos de poupança do BEC entre 1998 e 1999, influenciada principalmente pela diminuição dos depósitos de poupança de pessoas jurídicas, essa fonte de captação sempre foi uma das mais relevantes entre as alternativas de captações disponíveis e vem apresentando-se razoavelmente estável a partir de 1999.

EVOLUÇÃO DO MARKET SHARE DOS DEPÓSITOS DO BEC POR TIPO DE DEPÓSITO NO CEARÁ DE DEZ/98 - DEZ/04

15% 15%

8%

4%3%

2% 2%

14%

10%

14%

17%

15%16% 16%

10%

4% 3%

2% 2%3%

3%

18%

0% 0% 0% 0% 0% 0%0%

5%

10%

15%

20%

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Depósito a vista Poupança Depósito a prazo Depósitos Interfinanceiros

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Com relação à evolução do market share do BEC de empréstimos e repasses, verifica-se através do gráfico a seguir brusca diminuição ao longo do período analisado e em 2000 a liquidação antecipada de todas as operações de repasse originárias do BNDES e FINAME, com taxas de juros superiores a 6% ao ano, indexada a TJLP ou IGP-M. Esse fato resultou em um decréscimo de mais de 90% do market share entre 1998 e 1999. A tendência de queda foi confirmada ao longo do período analisado, atingindo 0,1% de penetração dos empréstimos e repasses concedidos no Estado do Ceará no fim de 2004.

EVOLUÇÃO DO MARKET SHARE DOS EMPRÉSTIMOS E REPASSES DO BEC NO CEARÁ DE DEZ/98 - DEZ/04

10%

1%0% 0% 0% 0% 0%

0%

2%

4%

6%

8%

10%

12%

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

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PANORAMA MACROECONÔMICO DO ESTADO DO CEARÁ

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4. PANORAMA MACROECONÔMICO DO ESTADO DO CEARÁ 4.1. A ECONOMIA DO ESTADO Segundo estimativas do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará - IPECE, autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento e Coordenação do Estado que elabora sistematicamente o cálculo do Produto Interno Bruto - PIB, a economia do Ceará cresceu 4,4% em 2004. O crescimento da economia foi liderado pela indústria (7,0%), seguida dos serviços (3,4%), e somente a agropecuária registrou decréscimo, em 2004, de 5,7%. Vale ressaltar que, no período de 1995 a 2002, a economia cearense cresceu a uma taxa anual média de 2,3%. Por outro lado, em 2003, acompanhando a desaceleração do crescimento em nível nacional, o Ceará registrou retração estimada em 0,8%. O Ceará ocupa a terceira posição dentro da Região Nordeste em termos de participação no PIB, segundo levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE em 2002. Em termos de atividades econômicas, a agropecuária representou 6,1%, a indústria, 36,8% , e os serviços, 57,2% do total do PIB verificado em 2002.

CearáPIB RealVariação % anual

-4.0

-2.0

0.0

2.0

4.0

6.0

8.0

10.0

1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

CearáBrasil

Fonte: IBGE e Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE).

Anos de 2003 e 2004, estimativas do IPECE (dados parciais sujeitos à modificação).

CearáEvolução do PIB

Preços correntes em R$ milhões PIB PIB per capita

R$

1995 12 495 1 856

1996 15 641 2 291

1997 17 589 2 465

1998 18 836 2 602

1999 19 511 2 643

2000 20 800 2 774

2001 21 581 2 833

2002 24 204 3 129

2003 (*) 25 352 3 268

2004 (*) 27 291 3 421Fonte: IBGE e Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE).Elaboração: Diretoria de Estudos Macroeconômicos (DIMAC)/IPECE.(*) Dados parciais, sujeitos à modificação.

CearáGrandes Regiões e Estados no PIB do Brasil

Norte 5.0Nordeste 13.6....Maranhão 0.8....Piauí 0.5....Ceará 1.8....Rio Grande do Norte 0.9....Paraíba 0.9....Pernambuco 2.7....Alagoas 0.7....Sergipe 0.7....Bahia 4.6Sudeste 56.3Sul 17.7Centro-Oeste 7.4Brasil 100.0Fonte: IBGE e órgãos estaduais.

Participação (%) 2002

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INDÚSTRIA Em 2004, o desempenho da economia cearense foi influenciado pelo comportamento da indústria, com expansão estimada em 7%. A indústria é composta por quatro segmentos, a destacar: extrativa mineral, transformação, construção civil e eletricidade, gás e água. A indústria de transformação, em particular, vem ganhando participação na economia cearense, em decorrência, em grande medida, da política de atração de investimentos implementada pelo Governo desde meados dos anos 90. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado - SDE, nos últimos dois anos foram incentivadas 79 empresas, distribuídas por 34 municípios cearenses. Entre os segmentos beneficiados com os incentivos destacaram-se o têxtil, coureiro-calçadista e alimentos e bebidas, ramos responsáveis pelo desempenho positivo da indústria cearense em 2004, segundo pesquisa do IBGE. A indústria de transformação cearense encerrou 2004 com um crescimento de cerca de 11% em comparação com 2003. O Ceará registrou o segundo maior aumento na produção industrial, em relação às regiões pesquisadas pelo IBGE, perdendo somente para o Estado do Amazonas. Destacaram-se os resultados de máquinas e aparelhos elétricos (53,89%), calçados e artigos de couro (16,48%), produtos químicos (15,55%), têxtil (12,85%), alimentos e bebidas (11,06%) e vestuário e acessórios (8,12%). Esses segmentos são os mesmos que impulsionaram as exportações cearenses, como no caso dos calçados, que obtiveram um

CearáPIB Real: Setores e atividades econômicas

2003 2004Agropecuária 2.0 5.5 -13.9 25.3 4.0 -5.7

Indústria 1.2 5.1 -3.8 1.4 -3.5 7.0

Indústria extrativa mineral -0.8 7.2 8.3 -7.1 -3.5 -5.6

Indústria de transformação 4.2 11.3 -7.2 2.3 -0.5 11.2

Eletricidade, gás e água 5.2 1.3 -4.4 6.8 -9.1 1.0

Construção civil -1.0 0.9 -1.0 -9.1 6.2 15.0

Serviços 2.0 3.1 2.1 1.6 0.1 3.4

Comércio -0.9 4.6 0.0 0.8 -4.9 7.5

Alojamento e alimentação 2.6 0.1 10.2 3.6 3.6 4.3

Transportes e armazenagem -3.0 1.3 3.2 0.3 -9.0 8.3

Comunicações 23.2 15.4 10.6 3.3 0.1 0.2

Intermediação financeira 0.7 4.2 -1.3 2.9 -1.0 4.0

Atividades imob., aluguéis e serv.prestados 2.6 3.6 1.1 0.0 0.2 0.2

Administração pública 1.3 1.4 1.4 1.6 1.7 1.7

Saúde e educação mercantis 1.3 1.4 1.4 1.6 1.7 1.7

Outros serv. coletivos, sociais e pessoais 2.4 -0.4 6.7 6.0 7.7 5.6

Serviços domésticos 2.0 1.2 4.0 1.6 8.9 8.3

TOTAL 1.7 4.0 -1.1 2.7 -0.8 4.4Fonte: IBGE e Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE).Elaboração: Diretoria de Estudos Macroeconômicos (DIMAC)/IPECE.Estimativas: Dados parciais, sujeitos à modificação.

EstimativasVariação % anual 1999 2000 2001 2002

CearáPIB: Participação das atividades econômicas em 2002

Indústria36.8%

Agropecuária6.1%

Serviços57.2%

Fonte: IBGE.Contas Regionais do Brasil.Participação das Atividades Econômicas no Valor Adicionado Bruto a Preço Básico

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valor de US$ 186,5 milhões ou crescimento de 11,3% sobre as exportações de 2003. Por outro lado, o único segmento que apresentou queda na produção foi o de produtos de metal – exclusive máquinas – com taxa negativa de 9,67% em comparação a 2003. Esse comportamento decorreu da desaceleração na produção de estruturas de ferro e aço e latas de metal para embalagens.

A indústria cearense iniciou 2005 com resultados positivos. O indicador de produção física, acumulado em doze meses móveis, permanece em trajetória ascendente, apresentando em fevereiro taxa de 14% sobre igual período do ano anterior, acima da taxa verificada para toda a indústria nordestina, que cresceu 9,7%. Em relação a fevereiro de 2004, a indústria cearense apresentou crescimento de 6,4%, com resultados positivos em seis das dez atividades industriais pesquisadas. Os setores de vestuário e acessórios, com elevado crescimento de 103,9% por conta de encomendas especiais em importantes empresas, além de uma base baixa de comparação, e têxtil (17,1%) foram os impactos positivos mais expressivos para a formação da taxa geral. Nesses setores destacam-se, respectivamente, o aumento da produção de calças compridas para uso feminino e vestuário para usos profissionais, tecidos e fios de algodão. Em seguida, podemos citar os minerais não metálicos (53,9%), refletindo o incremento na fabricação de cimento, e ladrilhos e placas de cerâmica.

Em sentido contrário, as principais retrações vieram de calçados e artigos de couro (-12,6%), refino de petróleo e produção de álcool (-24,4%) e alimentos e bebidas (-4,7%). Essas quedas são explicadas pelo recuo na fabricação dos seguintes produtos: calçados de plástico e de couro, asfalto e gasolina, amendoim e castanha de caju torrados, e biscoitos. No indicador acumulado no ano houve expansão da produção (8,3%), com acréscimo em seis dos dez segmentos fabris. Esse desempenho foi determinado, principalmente, por têxtil (14,5%) e vestuário e acessórios (59,1%). As reduções mais significativas vieram de calçados e artigos de couro (-6,6%) e alimentos e bebidas (-1,9%). No indicador acumulado nos últimos doze meses, nove setores registraram ganhos, com destaque para têxtil (17,2%), alimentos e bebidas (9,2%) e calçados e artigos de couro (13,8%). Em sentido negativo, somente produtos de metal (-4,8%) apresentaram recuo.

CearáIndústria de Transformação: produção físicaÍndice de base fixa mensal (2002 = 100)

80

90

100

110

120

130

140

D 01 D 02 D 03 D 04 D 05 DFonte: IBGE .

fev/05

Índice mensal

Acumulado 12 meses móveis

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A indústria da construção, que, em 2002, apresentou retração, conseguiu reverter essa queda, registrando aumentos consecutivos de 6,2% e 15,0% em 2003 e 2004, respectivamente. Por conseguinte, o segmento correspondente a eletricidade, gás e água apresentou pequeno crescimento (1,0%) em 2004, e a indústria extrativa mineral recuou 5,6%. SERVIÇOS O setor de serviços, de maior peso na estrutura da economia cearense, registrou expansão de 3,4% em 2004, em comparação com 2003, sendo o único a apresentar taxas de crescimento positivas consecutivas nos últimos anos. O setor compreende as atividades de serviços às empresas do Ceará, no que se refere a transportes, comunicações, serviços pessoais, comerciais, saneamento, limpeza urbana e administração pública, entre outros.

O segmento comércio integra o setor de serviços, de acordo com a classificação do IBGE para as atividades econômicas. O comércio, após experimentar uma evolução negativa em 2003 (-4,9%), conseguiu recuperar-se em 2004, apresentando crescimento de 7,5%. No que se refere ao comércio varejista, em 2004, as vendas reais cresceram 8,5% sobre as vendas efetivadas em 2003. Quanto ao comércio exterior, os produtos industrializados vêm ganhando participação no total exportado pelo Ceará, sobretudo calçados, que passaram, a partir de 2001, a ocupar as primeiras posições na pauta de exportações, ultrapassando as exportações da amêndoa da castanha de caju, que permaneceram em posição de liderança por vários anos. As importações também se qualificaram e o Ceará passou a importar mais aparelhos e equipamentos de uso industrial, em decorrência da fase positiva da economia, aliada à abertura comercial, no início dos anos 90, que estimulou uma maior competitividade. No ramo de serviços, destacaram-se também os desempenhos obtidos pelos setores de

transportes e armazenagem, com expansão de 8,3%, e alimentação e alojamento, com 4,3%. As atividades relacionadas a serviços domésticos e outros serviços coletivos, sociais e pessoais também apresentaram crescimentos expressivos, de 8,3% e 5,6%, respectivamente. Outro destaque foram os serviços oriundos da intermediação financeira, com crescimento de 4% após uma retração de 1% em 2003. As atividades financeiras, em particular, são realizadas pelos diversos estabelecimentos bancários localizados em todo o Estado do Ceará, em instituições como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste, BEC, além de outras instituições privadas.

CearáComércio Varejista: volume de vendasÍndice de base fixa mensal (2003 = 100)

80

90

100

110

120

130

140

150

160

170

D 01 D 02 D 03 D 04 D 05 DFonte: IBGE.

fev/05

Índice mensal

Acumulado 12 meses móveis

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AGROPECUÁRIA O Ceará possui grande parte do seu território composto pelo semi-árido nordestino, portanto a agropecuária é muito vulnerável às oscilações climáticas. Diante desse fato, as ações do Governo Estadual, em parceria com o Federal, implementadas nos últimos anos, buscaram novas formas de incrementar a agropecuária cearense, através das técnicas de irrigação e de incentivo ao agronegócio. Na agricultura cearense no período de 1996 a 2002, destaca-se uma maior relevância de algumas culturas, como é o caso da fruticultura, com a produção de banana, coco-da-baía, mamão e, sobretudo, melão. O melão, em particular, representou 1,9% da pauta de exportação do Estado em 2004. COMÉRCIO EXTERIOR A balança comercial do Ceará, ao contrário do comportamento da brasileira, somente a partir de 2003, após dez anos de déficits contínuos, iniciou uma trajetória positiva. Em 2004, o saldo da balança comercial foi superavitário e recorde, atingindo US$ 285,8 milhões, contra US$ 220,2 milhões em 2003. As exportações atingiram o valor de US$ 859,4 milhões e as importações, US$ 573,6 milhões. No fim de 2004, as exportações cearenses cresceram 12,9%, respondendo por 0,9% das exportações brasileiras e 10,7% das nordestinas. O Estado passou a ocupar a 14ª posição entre os exportadores brasileiros e a terceira colocação entre os exportadores nordestinos. O crescimento das exportações cearenses teve como suporte as vendas dos produtos industrializados e, até meados do ano, o câmbio favorável.

CearáBalança ComercialEm US$ milhões

-187.9

-294.8

-433.0

-328.9

-250.7-202.3 -222.8

-96.4 -92.0

220.2

285.8

1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Fonte: Secex.

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Entre os produtos manufaturados e semimanufaturados exportados, os calçados lideraram a pauta, com US$ 187 milhões, responsáveis por 10,3% das exportações brasileiras. O Ceará ocupa a terceira posição em termos de valores exportados de calçados, logo após o Rio Grande do Sul e São Paulo, primeiro e segundo colocados, respectivamente. Os três Estados totalizam 93% do valor exportado de calçados pelo Brasil. A amêndoa da castanha de caju encerrou 2004 com um valor de US$ 142 milhões, colocando-se em segundo lugar na pauta de exportações do Ceará. O Estado é o maior produtor e exportador de amêndoa da castanha de caju no Brasil. Dada a importância desse produto para as exportações cearenses, vale ressaltar que sua produção, em 2004, alcançou um volume de 91 mil toneladas contra 108 mil toneladas colhidas em 2003, significando uma queda na safra de 15,7%. O terceiro lugar na pauta de exportados ficou com os têxteis, US$ 125 milhões. Em 2004, as importações efetuadas pelo Ceará registraram um valor de US$ 573,6 milhões contra US$ 540,8 milhões realizados em 2003. Relativamente à pauta de importações, o maior impacto decorreu das compras de petróleo e derivados, destacando-se o óleo diesel.

PREÇOS O Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, medido para a Região Metropolitana de Fortaleza, registrou uma variação acumulada de 5,66%, inferior à verificada em 2003 (10,07%). Em 2004, as maiores elevações de preços foram verificadas em comunicação (16,5%), educação (10,5%) e transportes (9,2%). No caso de comunicação, todos os itens que compõem o grupo revelaram taxas elevadas e próximas às ocorridas em 2003, como é o caso do telefone fixo, que acumulou crescimento de 18,23%, contra 19,67% em 2003. Em transporte, o álcool e a gasolina registraram taxas elevadas de 38,96% e 22,66%, respectivamente. Tais elevações foram compensadas pelo desempenho favorável do grupo alimentação e bebidas, que apresentou redução em alguns produtos, como nos casos de arroz (-18,26%), tomate (-7,66%) e pão (-3,29%).

CearáExportação e ImportaçãoEm US$ milhões

300

400

500

600

700

800

900

1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

ExportaçãoImportação

Fonte: SECEX.

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A cesta básica de Fortaleza calculada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos - DIEESE refere-se à definida no Decreto-Lei no 399, de 30 de abril de 1938, que se constitui na ração mínima essencial para alimentar um adulto, composta por 12 produtos básicos. Em 2004, Fortaleza registrou um valor da cesta básica de R$ 124,73, significando uma redução de 2,36% em relação a 2003. As maiores variações nos preços dos produtos da cesta foram verificadas em tomate (-38,46%), óleo (-16,35%), arroz (-12,99%), banana (-11,89%) e farinha (-11,54%). FINANÇAS PÚBLICAS No Ceará, a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS representou 95,8% da receita total arrecadada pelo Estado em 2004. O ICMS registrou crescimento, em 2004, de 13,7% sobre o valor arrecadado em 2003. A arrecadação do imposto representou 14,9% e 2,2% do total arrecadado na Região Nordeste e no Brasil, respectivamente. A segunda principal fonte de receita derivada de arrecadação é o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores - IPVA, que atingiu R$ 124 milhões em 2004.

CearáEvolução do ICMSR$ bilhões - Valores acumulados em doze meses móveis

0.0

1.0

2.0

3.0

D 96 D 97 D 98 D 99 D 00 D 01 D 02 D 03 D 04 D

0.0

20.0

40.0

60.0

80.0

100.0

120.0

140.0

160.0

Fonte: Banco Central do Brasil.

Brasil

Ceará

CearáArrecadação total

R$ milhões ICMS IPVA Outros Total Arrecadado

Região Nordeste Brasil

1998 1362 61 9 1432 8374 60920

1999 1541 64 11 1616 9190 67885

2000 1868 79 9 1956 11394 82275

2001 2121 89 9 2219 13024 94221

2002 2424 99 10 2532 15189 104984

2003 2634 110 11 2755 17010 119030

2004 2994 124 8 3126 20067 138072

2005 (jan-mar) 745 96 2 842

Fonte: Banco Central do Brasil e Sefaz (Ceará)

Somente ICMS

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Entre as principais fontes de recursos do Ceará, a arrecadação do ICMS representa 48,4% do montante disponível pelo Estado segundo dados referentes a 2004. Ao lado dessa fonte de receita e de grandeza semelhante, estão os recursos oriundos das transferências do Tesouro Nacional, que representaram 51,6% do total das principais fontes de recursos. As transferências do Tesouro advêm, principalmente, dos fundos de participação que contam com parcela substancial da arrecadação do imposto de renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, em nível nacional, cuja distribuição entre os Estados segue critérios preestabelecidos de distribuição.

TURISMO Segundo a publicação “Ceará em Números” do IPECE, a partir de 1995 o turismo cearense recebeu tratamento especial do Governo como ação estruturadora, capaz de causar impactos sobre a base física estadual e com efeitos multiplicadores na economia, contribuindo para o aumento das oportunidades de trabalho e alternativas de geração de renda. Com base em um enfoque sistêmico integrando os aspectos territorial, institucional e comercial, foram desenvolvidos programas e projetos que permitiram um avanço do setor. Atualmente, o Estado reúne condição para tornar-se importante destino do turismo nacional e internacional, tendo em vista a infra-estrutura disponível, diversidade dos recursos naturais, peculiaridade cultural, comprovada hospitalidade de seu povo, capacidade dos agentes do turismo e forte presença do setor privado. A demanda turística, levantada a partir de informações da Secretaria do Turismo - Setur e da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária - Infraero, fornece mensalmente o número de hóspedes nos meios de hospedagem e quantifica a demanda turística para o Ceará, indicando a sua procedência, por região do País, no caso dos turistas nacionais, e por país de origem, no caso dos estrangeiros. O movimento turístico, com base nas mesmas fontes, fornece, mensalmente, a média de permanência dos hóspedes nos diferentes tipos de estabelecimentos hoteleiros de Fortaleza, a taxa média de ocupação deles e o movimento de passageiros no Aeroporto Internacional Pinto Martins. Os atrativos turísticos são apresentados segundo os municípios, a partir de informações coletadas pela Setur.

CearáPrincipais fontes de recursos dos estados e municípiosAno de 2004

Arrecadação ICMS

Transferências de recursos do Tesouro

Nacional (*)Total

(A) (B) (C=A+B) (A/C) (B/C)Região Norte 7 275 8 972 16 247 44.8 55.2Região Nordeste 20 067 22 763 42 830 46.9 53.1 Ceará 2 994 3 196 6 190 48.4 51.6Região Sudeste 75 781 13 237 89 018 85.1 14.9Região Sul 22 719 7 852 30 571 74.3 25.7Região Centro-Oeste 12 230 4 026 16 256 75.2 24.8Brasil 138 072 56 850 194 922 70.8 29.2Fonte: Banco Central do Brasil.(*) Referem-se aos recursos dos Fundos de Participação dos Estados e Municípios (FPE/FPM), Fundo de Compensação pelas Exportações de Produtos Industrializados (IPI-EXP), Fundo de Manutenção do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (Fundef), IOF-ouro, Imposto Territorial Rural e recursos para compensar a perda de ICMS com a exportação de produtos primários e semi-elaborados (LC-87/1996).

Participação (%)R$ milhões

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Os anos recentes têm demonstrado uma intensificação das políticas públicas para a atividade que se tornou prioritária no desenvolvimento do Estado do Ceará. O turismo obteve em 2003 uma participação de 8,7% no PIB estadual, resultado do desenvolvimento de uma política de turismo que, nos últimos anos, elevou a demanda turística do Estado de 761.777 em 1995 para 1.550.857 em 2003, representando um aumento de 103,6%. Os recursos do Programa de Ação para o Desenvolvimento do Turismo – PRODETUR CE I, com mais de US$ 130 milhões investidos, viabilizaram a construção do novo terminal de passageiros do Aeroporto Internacional Pinto Martins, a via estruturante que possibilitou o aumento do fluxo turístico não só para Fortaleza e municípios do PRODETUR, mas para todo o Estado. Outras ações do Programa, tais como implantação e/ou ampliação de sistemas de saneamento básico e desenvolvimento institucional e de proteção do meio ambiente resultaram na qualificação do Ceará como destino turístico.

A atuação de entidades que prestam serviços de qualificação, tanto na indústria como no comércio, formando recursos humanos qualificados em processos industriais, de automação, construção civil, informática, eletroeletrônica e eletromecânica, e a existência de cursos de graduação ou pós-graduação nas áreas de administração, meio ambiente, engenharia, marketing, turismo, hotelaria e eventos viabilizam a oferta de recursos humanos especializados. Existe ainda a facilidade de mão-de-obra não especializada e com custos baixos. Acessíveis também são os custos nas obras de construção civil e na aquisição de terrenos. Dotado de uma faixa litorânea com 573 km de praias, clima tropical e diversidade de atrativos, o Estado do Ceará detém diversos atrativos naturais e culturais, com elevado potencial turístico nas serras e no sertão. A localização do Ceará é estratégica para as empresas que desejam se instalar, privilegiadamente, perto dos principais mercados mundiais. A oferta hoteleira de Fortaleza, em dezembro de 2003, era composta de 224 estabelecimentos, 10.031 UHs (apartamentos) e 23.542 leitos. A capacidade instalada, em termos de UH, em dezembro de 2003, apresentou a seguinte composição: hotéis (68,9%), pousadas (13,1%), flats (17,6%) e albergues (0,4%). Além dos investimentos já implantados, de grupos nacionais e internacionais, estão em fase de negociação/implantação empreendimentos de grande porte, como hotéis e resorts. O acesso às linhas de crédito e aos incentivos fiscais são facilidades que viabilizam os investimentos para o turismo. Os financiamentos referem-se às linhas de crédito concedidas a empreendimentos turísticos, por intermédio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, Banco do Nordeste do Brasil - BNB e Banco do Brasil - BB.

CearáSegmentação do fluxo turístico em 2003Composição %

Lazer74.4%

Outros 1.9%Negócios

17.2%

Eventos6.5%

Fonte: Secretaria de Turismo do Estado do Ceará (Setur). Demanda turística via Fortaleza. Lazer: inclui visitas a parentes e amigos.

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EMPREGO E DESEMPREGO Em dezembro de 2004, o mercado de trabalho de Fortaleza apresentou um cenário favorável com a ampliação da população economicamente ativa associada à redução dos desempregados. A ocupação vem se elevando continuamente desde agosto de 2004 e o desemprego mostra-se em queda desde junho, interrompendo o processo de elevação da taxa anual de desemprego observada a partir de 1997.

A taxa de ocupação foi estimada em 41,39% em dezembro de 2004, com 888.830 pessoas com trabalho, a mais elevada desde março de 1997. A maior oferta de vagas deu-se tanto no mercado de trabalho formal quanto no informal. Quanto aos subsetores econômicos, o destaque fica por conta da indústria de transformação, que elevou sua participação na ocupação total para 16,62%. Ocorreu também uma redução do desemprego em todos os subsetores - indústria de transformação, construção civil, comércio e serviços, dando maior sustentabilidade ao processo de geração de trabalho e renda. O desemprego ficou em 14,87%, a menor taxa desde fevereiro de 2003, com um contingente de 155.214 desempregados. Segundo o Instituto de Desenvolvimento do Trabalho - IDT, em termos anuais, a taxa de desemprego no biênio 2003-2004 mostra-se constante, oscilando de 16,91%, em 2003, para 17,03%, em 2004. Na construção civil, o desemprego vem sendo reduzido desde abril de 2004; no

comércio, desde agosto; nos serviços, a partir de julho; e na indústria de transformação, o início dessa tendência foi observado em junho 2004. De acordo com a Federação das Indústrias do Estado do Ceará - FIEC, ao longo de 2004 os salários líquidos pagos apresentaram um crescimento real de 11,61%, comparativamente aos números registrados em 2003. Os maiores destaques ficaram por conta das indústrias metalúrgica (+ 28,07%), química (+ 15,77%), de vestuário (+ 11,66%) e de calçados (+ 11,31%).

FortalezaIndicadores mensais do mercado de trabalho

dez/03Taxa % Taxa % Absoluto

População Economicamente Ativa (PEA) 46.85 49.31 1 058 761

Ocupação 39.16 41.39 888 830

Ocupação informal 51.55 54.02 480 146

Desemprego aberto 15.27 14.87 155 214

População não economicamente ativa 53.15 50.69 1 088 391Fonte: Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT).

Desemprego aberto: Pessoas que, no período de referência , não estavam exercendo nenhumaatividade isto é, não tinham uma ocupação, e se encontrava pressionando o mercado de trabalho, através de medidas concretas de procura.

dez/04

"Síntese da Conjuntura do Mercado de Trabalho de Fortaleza - dezembro/2004"

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4.2. INVESTIMENTOS Para o Plano Plurianual - PPA 2004-2007, o cenário macroeconômico previsto é um pouco mais conservador que o fixado anteriormente (PPA 2000-2003). Estima-se uma expansão acumulada do PIB cearense da ordem de 18,7% no referido período (média anual de 4,4%). O cenário inclui o impacto dos investimentos em infra-estrutura realizados recentemente pelo Governo do Estado, uma economia interna fortalecida pela maior transferência de recursos federais para a população mais pobre, um maior dinamismo do setor exportador e um aumento da capacidade de investimento do Tesouro Estadual. Além disso, deve-se considerar a possibilidade de implantação de projetos importantes, como os da siderurgia e da refinaria, embora devam acompanhar a recuperação gradual da economia internacional. Os fundamentos do último PPA seguem, de um modo geral, na mesma linha do anterior, embora contenham pequenas diferenciações. Assim, os seus princípios norteadores são participação, cooperação e parceria, transparência, racionalidade, integração com descentralização, eqüidade e inclusão social, determinando quatro eixos de articulação: Ceará Empreendedor, Ceará Vida Melhor, Ceará Integração e Ceará, Estado a Serviço do Cidadão.

Na vigência do PPA, deverá haver uma elevação nas despesas com educação básica, 30,4% do total das despesas e 15,3% dos gastos com saúde, resultando em um total de 45,7%. Por outro lado, projetam-se reduções para algumas áreas, tais como desenvolvimento urbano e meio ambiente (caindo de 3,0% para 0,5%), recursos hídricos (de 2,9% para 0,8%), infra-estrutura (de 4,4% para 3,0%) e agricultura (de 3,3% para 2,4%). A maior redução, entretanto, está sendo programada para a área de gestão pública e serviços ao Estado, que deverá cair de 13,9% para 6,2% do total das despesas cobertas com recursos oriundos do Tesouro Estadual. Cabe ressaltar uma comparação quanto à ênfase na realização de despesas previstas nos dois Planos. Na elaboração do PPA 2004-2007 ainda não haviam sido consolidadas, na época, as informações de todas as fontes de recursos, como, por exemplo, as operações de crédito, convênios, parcerias e recursos próprios. Portanto, a análise refere-se apenas aos recursos do Tesouro Estadual.

CearáDispêndios segundo as áreas de atuação (2004-2007) Composição %

30.4%

15.3%0.5%

0.8%

41.4%

3.0%2.4%6.2%

Educação básica

Saúde

Desenv. Urbano e MeioAmbienteRecursos Hídricos

Infra-estrutura

Agricultura

Gestão Pública e Serviçosdo EstadoOutros

Fonte: Seplan. PPA Compartilhado 2004-2007. Recursos oriundos do Tesouro Estadual.

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Para promover o crescimento da economia cearense, o investimento total deverá alcançar um valor médio anual da ordem de R$ 6 bilhões no período considerado (2004-2007), algo em torno de 21,2% do PIB do Estado. Desse total, o investimento privado deverá contribuir, em média, com 61,5%. Dentro da parcela pública, o investimento do Governo Estadual deverá responder por cerca de 58,2% dessa rubrica, de acordo com as projeções orçamentárias, o que demonstra a sua importância como fonte de crescimento da economia cearense nos próximos anos.

CearáPPA 2004/2007: Projeções macroeconômicas

Consumo Privado 19 757 214 20 674 368 21 633 690 22 637 439Consumo do Governo 4 819 921 5 043 667 5 277 701 5 522 573Consumo Total 24 577 135 25 718 035 26 911 391 28 160 012Investimento Privado 3 424 059 3 583 008 3 749 265 3 923 222Investimento do Governo 2 141 021 2 240 410 2 344 368 2 453 141Investimento Total 5 565 080 5 823 418 6 093 633 6 376 362Exportações (*) 8 844 830 9 255 418 9 684 883 10 134 237Importações (*) -12 749 044 -13 340 870 -13 959 907 -14 607 612

PIB = Consumo + Investimentos + Exportações - Importações 26 238 000 27 456 000 28 730 000 30 063 000

Emprego Total (direto + Indireto) 157 651 204 421 204 438 204 449Emprego Direto 71 600 93 024 93 031 93 037Emprego Indireto 86 051 111 397 111 407 111 412Fonte: SEPLAN (Secretaria do Planejamento e Coordenação - Plano Plurianual Compartilhado 2004-2007 (setembro de 2003) (*) Exportações e Importações para o exterior e para o resto do País.Os itens que compõem o PIB foram projetados tomando-se a participação média do período de 1995 a 2000 do trabalho"Estimativa do PIB do Ceará sob a ótica da demanda final - 1985 a 2000" do IPLANCE (atual IPECE).

2007Valores em R$ mil de 2002 2004 2005 2006

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4.3. DADOS DEMOGRÁFICOS O Estado do Ceará conta com uma área total de 146 mil km2, o que representa 9,4% da Região Nordestina e 1,7% do território brasileiro. O Estado conta com uma população total de 7,9 milhões de habitantes estimada em 2004 e grande concentração da população na capital, Fortaleza, que detém 29,2% do total da população. Podemos notar ainda que, se expandirmos a análise para os nove principais municípios em termos de população, atingiremos 45,4% da população total do Estado.

Como era de se esperar, em termos de urbanização, Fortaleza está totalmente urbanizada e os dez municípios mais representativos em termos de população apresentam taxa média de urbanização de 81,8%. Em termos gerais, o Estado do Ceará apresenta índice de urbanização de sua população de 71,5%; se desconsiderarmos Fortaleza, que apresenta 100% de urbanização, o índice do Estado cai para 60%, visto que o município Aratuba apresenta menor índice, com 17,4%.

Ceará

Município Urbana Rural TotalFortaleza 100.0% 0.0% 100%Pacatuba 90.3% 9.7% 100%Juazeiro do Norte 95.3% 4.7% 100%Icó 99.7% 0.3% 100%Aracati 86.6% 13.4% 100%Maracanaú 80.2% 19.8% 100%Aquiraz 51.4% 48.6% 100%Quixeramobim 74.1% 25.9% 100%Caucaia 72.9% 27.1% 100%Cascavel 67.2% 32.8% 100%Tauá 67.3% 32.7% 100%Crato 57.0% 43.0% 100%Camocim 52.6% 47.4% 100%Maranguape 41.7% 58.3% 100%Canindé 64.0% 36.0% 100%Fonte: IBGE: Censo Demográfico 2000.

Principais municípios: Taxa de urbanização em 2000CearáPrincipais municípios por populaçãoComposição %

Fortaleza 29.2%

Outros municípios54.6%

Maracanaú2.4%

Juazeiro do Norte2.9% Caucaia

3.7%

Maranguape1.2%

Iguatu1.1%

Itapipoca1.3%

Crato1.4%

Sobral2.1%

Fonte: IBGE. Estimativas das populações residentes em 1/07/04, segundo os municípios.

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METODOLOGIA DA AVALIAÇÃO

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5. METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO 5.1. INTRODUÇÃO À AVALIAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA A avaliação econômico-financeira teve por objetivo a determinação do valor econômico em 31 de dezembro de 2004 (data-base), visando à determinação do preço mínimo a ser adotado no leilão de desestatização do BEC. Foi considerada na avaliação a análise de dados operacionais até a referida data-base, conforme escopo de trabalho previsto no Contrato BACEN/PND no 03/2001 e seus dois aditivos. DEFINIÇÃO DE VALOR Na determinação dos valores estimados baseamos-nos no conceito de "valor econômico", o qual é geralmente definido como o mais alto preço expresso em moeda ou valor equivalente, possível de se obter em um mercado aberto e sem restrição, entre partes informadas e prudentes, agindo com independência e sem qualquer coação. O "valor" de um negócio é geralmente uma função de diversos fatores, tais como: a) Natureza das atividades da empresa avaliada; b) Porte do Banco; c) Histórico e possíveis fluxos de caixa; d) Condições econômicas e do setor em geral; e) Perfil de liquidez do Banco; e f) Confronto com valores obtidos em avaliações de empresas similares e com valores de mercado de empresas comparáveis nacionais, quando aplicável. “Valor Econômico”, como acima definido, é um conceito de valor que pode ser igual ou não ao "preço de venda" que poderia ser obtido se as ações ou cotas fossem vendidas em uma transação real de mercado. Nesse caso, um comprador, para reduzir ou eliminar competição, assegurar o suprimento de materiais ou vendas, obter uma economia de escala e/ou uma sinergia em seu negócio, poderia pagar um preço maior do que outros compradores.

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5.2. METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO Em geral, os métodos de avaliação podem ser divididos em três grupos: • Método da lucratividade; • Método dos ativos; e • Método do mercado. MÉTODO DA LUCRATIVIDADE O Método da lucratividade prevê a continuidade das atividades do empreendimento visando à sua probabilidade e capacidade potencial em gerar fluxo de caixa para o acionista. Nesse sentido, o valor da empresa está representado pelo valor presente dos benefícios econômicos (descontado por uma taxa que reflete a estimativa do risco associado ao empreendimento) que serão gerados no futuro. Os empreendimentos em marcha são geralmente avaliados sob os seguintes enfoques: 1) Fluxo de caixa descontado a valor presente; e

2) Capitalização de lucros constantes.

MÉTODO DOS ATIVOS O Método dos ativos é geralmente empregado para avaliar certos tipos de negócios, tais como empresas imobiliárias ou empresas holding, para determinar o goodwill de um negócio e quando um negócio é incapaz de gerar um retorno adequado do investimento, devendo ser liquidado. Esses métodos são às vezes combinados para avaliação de um negócio. Nesse caso, todos os ativos e passivos são avaliados individualmente, como negócio em marcha ou presumindo liquidação, e então somados. O valor de liquidação é geralmente empregado para avaliar um negócio quando este é incapaz de gerar um retorno adequado do investimento em suas operações ou quando a natureza da empresa é tal que um comprador olharia apenas o ativo em si. A estimativa do valor de mercado, líquido dos custos relacionados à alienação desses ativos, é feita de uma maneira ordenada que minimiza as perdas e/ou os impostos incidentes.

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MÉTODO DO MERCADO O Método do mercado baseia-se no princípio da substituição, assumindo-se que um comprador prudente não vai pagar mais por uma atividade do que o custo de adquirir um empreendimento similar e com a mesma finalidade. Sob essa metodologia, há dois enfoques de avaliação: 1) Comparação com operações de fusões e aquisições recentes; e

2) Múltiplos comparáveis.

COMPLEMENTARIDADE ENTRE AS METODOLOGIAS Considerando que, para a maioria das empresas, o valor desta depende da capacidade das operações de proporcionar uma taxa de retorno apropriada para remunerar os acionistas, o método da lucratividade normalmente precede aos demais. Então, como investidor prudente, o capitalista olhará para o mercado, checando e confirmando os preços das empresas comparáveis a fim de identificar guideline assets, verificando, assim, se possui alternativas de aquisição por preço mais favorável. Se empreendimentos idênticos, ou suficientemente similares, não são negociados no mercado, o empreendedor poderá usar o guideline mais semelhante e realizar ajustamentos considerando os elementos particulares, portanto adotando o método do mercado. Complementarmente, em vez de o investidor adquirir o empreendimento considerando o projeto como um todo e em condições de operação, esse prudente investidor poderá também verificar a opção de adquirir os ativos necessários ao empreendimento de forma fracionada no mercado a custo inferior. Assim fazendo, o comprador estima o custo de reposição dos ativos em novas condições, e realiza ajustamentos considerando o fato de que cada ativo não é novo e está sujeito à sua curva de depreciação e obsolescência, sob o ponto de vista do método dos ativos. A moderna teoria de avaliação considera que as três abordagens "podem" ser consideradas em conjunto e de forma complementar, mas caberá ao avaliador - segundo as particularidades da empresa analisada, do segmento de atuação e, particularmente, do país onde a empresa se encontra e da qualidade e do volume das informações disponíveis - julgar a aplicação da metodologia mais adequada.

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METODOLOGIA ADOTADA PARA AVALIAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA DO BEC Com base em nossa experiência em avaliação de negócios em processos de fusão, aquisição, cisão e privatização e considerando os fatores anteriormente citados, entre outros, acreditamos que as três metodologias se aplicam na avaliação do BEC, considerando a sua configuração operacional atual. A metodologia do fluxo de caixa descontado para o acionista, utilizado na avaliação econômico-financeira do BEC, está fundamentada no conceito de que o valor econômico inerente a um ativo ou negócio está diretamente relacionado aos montantes e às épocas nas quais os fluxos de caixa, livres, oriundos desses ativos, estarão disponíveis. Isso porque somente o caixa gerado para o acionista pode ser usado para pagamento de dividendos ou novos investimentos. Portanto, para o acionista, o valor das ações é medido pelo montante de recursos financeiros, que se espera sejam gerados no futuro pelo negócio, descontados ao seu valor presente. Por essa metodologia, portanto, pode-se estimar o valor econômico dos ativos operacionais, tangíveis e intangíveis. Como esse método reflete, exclusivamente, o valor dos ativos operacionais, isto é, aqueles que participam na geração dos fluxos de caixa para o acionista, a esses fluxos devem ser somados os valores dos ativos redundantes ou não operacionais ao seu valor presente, assim como deduzidos os valores de financiamentos não equacionados com a geração de caixa operacional, quando aplicável. Os ajustes somados ao valor econômico foram apurados através dos demais serviços contratados como parte do escopo de trabalhos do “Serviço B”. A metodologia adotada, será complementada pelo método dos ativos, através do ajuste dos bens considerados como redundantes1, a valor de liquidação, conforme apurado pelo serviço de avaliação patrimonial. Adicionalmente, a análise de operações e múltiplos comparáveis, conforme definido no método de mercado, será utilizada como forma de referência ao valor econômico apurado pelo fluxo de caixa descontado. A abordagem adotada no desenvolvimento da avaliação econômico-financeira pode ser resumida pelo quadro a seguir:

1 No caso específico do BEC, foram considerados como bens redundantes os bens não de uso.

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A abordagem adotada no desenvolvimento da avaliação econômico-financeira pode ser resumida pelo quadro a seguir:

• Informações Históricas;• Desempenho Histórico;• Análise do Balanço;• Demonstrações de Resultado;• Segmentos / Base de Clientes;• Linha de Produtos;• Rede de Agências;• Estrutura Operacional;• Necessidade de Investimento;• Competitividade.

• Ajustes Econômicos;• Crescimento de Mercado;• Participação de Mercado;• Linha de Produtos;• Custos Operacionais;• Taxas de Juros e “Spreads”;• Volume de Operações do

Estado;• Ajustes Indicados no Escopo do

“Serviço B”;• Taxa de Desconto;• “Benchmarks” de Mercado.

• Demonstrações de Resultado• Balanços Patrimoniais• Fluxos de Caixa

RecomendaçõesPreço

Mínimo

Análise deMúltiplos deTransações

Semelhantes

ValorPresente

Líquido doFluxo de

Caixa + AjustesEconômicos

Análise deSensibilidades

Premissas de Projeção

RecomendaçõesPreço

Mínimo

RelatórioRelatórioFinalFinal

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5.3. TAXA DE DESCONTO Conceitualmente, podemos dizer que existem duas formas clássicas para definição da taxa de desconto sendo: (i) a forma qualitativa, a qual consiste na formação da taxa de desconto por meio de variáveis subjetivas e ponderadas considerando seu peso relativo, através do julgamento do consultor (avaliador); e (ii) a forma quantitativa, que consiste na composição da taxa de desconto através de modelos matemáticos. Neste trabalho, pelas características do BEC e sua área de atuação, aplicamos o método quantitativo, formatado a partir de referências do mercado norte-americano, ajustado ao risco Brasil. A taxa de desconto utilizada é também conhecida como taxa de retorno esperada pelos investidores para direcionar recursos para um investimento específico. A taxa de desconto é uma taxa percentual composta que será aplicada para descontar a valor presente os fluxos de caixa gerados pela operação. Essa taxa é também análoga ao custo de oportunidade da empresa, que, em termos econômicos, pode ser definido como o custo da opção pela melhor alternativa de investimento em ambas: (i) oportunidades de risco equivalente, mas com um retorno esperado superior; ou (ii) oportunidades de menor risco e com o mesmo retorno esperado. Vários modelos matemáticos têm sido utilizados por consultores financeiros, corretores de ações e outros profissionais envolvidos em avaliações econômico-financeiras de empresas para definição da taxa de desconto. O modelo mais utilizado e de grande aceitação no mercado para avaliação de instituições financeiras é o Capital Asset Pricing Model - CAPM, ou custo do capital próprio. O custo do capital próprio é normalmente estimado observando o retorno obtido por investidores no mercado, tendo sido o modelo denominado CAPM desenvolvido para facilitar e quantificar esse tipo de observação. O modelo assume essencialmente que um investidor requer, no mínimo, o retorno oferecido por títulos considerados sem risco. São assumidos como títulos sem risco os títulos de longo prazo do governo norte-americano. Determinado o retorno exigido por um investidor em um título sem risco, é necessário determinar o risco excedente ou adicional para um investimento com risco maior. Esse excedente é determinado pela diferença entre o retorno histórico de mercado e o retorno proporcionado por um ativo sem risco.

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Aritmeticamente, a fórmula de cálculo do CAPM é: Re= (Rf + ß (PRm) + e), em que: Re = Retorno exigido (ou esperado) pelo capital próprio Rf = Retorno obtido em títulos sem risco ß = Beta PRm = Prêmio de mercado e = Riscos não medidos pelo coeficiente beta (por exemplo risco País ou riscos específicos) Em nosso estudo consideramos os seguintes aspectos: • Retorno exigido em títulos sem risco (Rf): Conceitualmente, os títulos emitidos pelo Governo são considerados "sem risco". Dada a situação econômica

do País, que gera a necessidade de altas taxas de juros para poder rolar suas dívidas, conter o consumo e atrair capital estrangeiro, entre outros, adotamos a taxa média para aplicações de longo prazo em US Treasury Bonds - 30 Years dos Estados Unidos, de 5,04%.

0,0%

2,0%

4,0%

6,0%

8,0%

jan/

03

fev/

03

mar

/03

abr/0

3

mai

/03

jun/

03

jul/0

3

ago/

03

set/0

3

out/0

3

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03

dez/

03

jan/

04

fev/

04

mar

/04

abr/0

4

mai

/04

jun/

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4

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4

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04

Dez045,04%

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• Prêmio de mercado (PRm): Uma vez que nosso mercado de capitais ainda não está devidamente desenvolvido, sendo suas operações concentradas em poucas empresas, o que provoca um alto grau de volatilidade em sua rentabilidade, adotamos o retorno médio exigido por investidores norte-americanos (acima dos títulos sem risco) como o prêmio do mercado medido por Ibbotson Associates, de 7,2%. Esse prêmio foi medido para empresas com grande valor de capitalização de mercado, sendo o resultado da média aritmética dos retornos obtidos para o período compreendido entre 1926-2004.

-60,0

-40,0

-20,0

0,0

20,0

40,0

60,019

26

1929

1932

1935

1938

1941

1944

1947

1950

1953

1956

1959

1962

1965

1968

1971

1974

1977

1980

1983

1986

1989

1992

1995

1998

2001

2004

Prêmio de Mercado (Grandes Empresas)

7,2%

• Inflação norte-americana de longo prazo: Estimada em 2,62% ao ano.

• Taxa de imposto de renda: utilizada para a realavancagem, é de 34% (média do mercado nacional).

• Índice dívida/capital próprio: Utilizado para a realavancagem, de 549,7% 2.

• Beta (ß) 3: A fórmula utilizada para o cálculo é baseada no beta médio para a indústria de bancos comerciais. O beta é calculado desalavancando-se o beta individual de cada banco e realavancando-o pela estrutura média de capital do setor. Os betas individuais são calculados em relação ao índice S&P 500, que observa a volatilidade de grandes empresas, considerado mais adequado devido à menor concentração de papéis e à maior variedade de empresas. A

2 Refere-se a média para grandes bancos de varejo nacional, sendo a amostra composta pelos mesmos bancos utilizados para cálculo do índice médio de enquadramento da Basiléia. 3 O coeficiente beta, utilizado como medida do risco não diversificável de um ativo, pode ser visto como um índice do grau de conformidade de retorno do ativo com o retorno de mercado. Por definição, o beta de mercado é igual a 1

(risco médio de mercado), sendo os betas de todos os ativos de mercado medidos em relação a esse valor.

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amostra utilizada para determinação do beta, conforme demonstrado na tabela abaixo, foi composta por papéis de grandes bancos brasileiros negociados na bolsa americana (American Depositary Receipt - ADR) e de grandes bancos de varejo norte-americanos.

Beta Relação Alíquota Beta Beta

Empresa (S&P 500) Debt/Equity de Impostos Desalavancado Alavancado

Bradesco (ADR) 0,93 577,3% 34,0% 0,19 0,89 Itau (ADR) 0,83 334,9% 34,0% 0,26 1,20 Unibanco (ADR) 1,21 432,3% 34,0% 0,31 1,45 Bank of America 0,92 821,9% 34,3% 0,14 0,67 Citigroup Inc 1,17 380,6% 35,1% 0,34 1,56 Wachovia Corporation 0,92 774,6% 30,7% 0,14 0,67 Wells Fargo & Company 0,78 930,9% 37,8% 0,11 0,53 North Fork Bancorporation, Inc. 0,81 561,3% 34,1% 0,17 0,80 Fifth Third Bancorp 0,84 886,8% 33,2% 0,12 0,56 Keycorp 0,87 1031,7% 32,9% 0,11 0,51 National City Corp 0,87 925,1% 34,7% 0,12 0,57

Média adotada 696,1% 0,86

• Riscos não medidos pelo coeficiente beta (e): Os chamados riscos não medidos pelo beta, que também compõem o custo do capital próprio, são

representados por dois elementos distintos, que de forma combinada, foram estimados em 8,58%, conforme descrito abaixo:

a) Prêmio para o risco País: Esse fator representa o prêmio adicional que o investidor institucional exige por estar exposto ao chamado “risco Brasil”. Foi adotado um prêmio de 6,78% com base em uma mediana ponderada do spread praticado entre as emissões de papéis do Governo brasileiro e os títulos do Governo americano de mesmo prazo, observando o período de janeiro de 1996 a dezembro de 2004.

b) Prêmio pelo tamanho da empresa: Representa o retorno adicional exigido pelo investidor por incorrer em um nível maior de risco por estar investindo em uma empresa menor que as consideradas para formação do índice S&P 500, índice base para definição do retorno de mercado. Em nossos estudos, classificamos o BEC como “low-cap company” 4, de acordo com os critérios estabelecidos pelo Ibbotson Associates e ajustados aos parâmetros brasileiros e associamos um prêmio adicional de 1,80%.

4 De acordo com o determinado pela Ibbotson Associates, fonte de dados para obtenção do prêmio de mercado, as empresas classificadas como “low-cap company”.

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Dessa forma, após a aplicação do método acima descrito, concluímos que a taxa de desconto adequada para cálculo do valor econômico-financeiro do BEC é de 16,72% ao ano real, ou seja, líquida de inflação. A seguir, demonstramos a composição da taxa de desconto, e no fim deste relatório, apresentamos sensibilidades com diferentes taxas de desconto.

DEMONSTRATIVO DA COMPOSIÇÃO DA TAXA DE DESCONTO

Custo do Equity Baseado no cálculo do CAPM, ajustado para o risco país.

Taxa Livre de Risco Igual à média dos Títulos de 30 anos do governo norte-americano.

Prêmio do Mercado Calculado conforme Ibbotson Associates.

Beta Cálculo baseado no beta ponderado da indústria de bancos comerciais nacionais.

Risco País Cálculo baseado no spread entre os títulos do governo brasileiro e os títulos do governo norte-americano de mesmo prazo.

Prêmio pelo tamanho da empresa Cálculo baseado nos critérios estabelecidos pelo Ibbotson Associates e ajustados a parâmetros nacionais

Taxa livre de risco (Treasury Bonds) 5,04%

Prêmio de mercado (Ibbotson) 7,20%

Beta 0,86

Risco país 6,78%

Prêmio pelo porte da empresa 1,80%

CUSTO DO EQUITY NOMINAL 19,78%

Taxa de inflação esperada para os EUA 2,62%

CUSTO DO EQUITY REAL 16,72%

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ESCOPO DE VERIFICAÇÃO

CONSÓRCIO DELOITTE/TREVISAN/SOUZA CAMPOS/ZALCBERG 6. Escopo de Verificação - 1 de 1

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6. ESCOPO DE VERIFICAÇÃO Em nosso processo de avaliação, baseamos nossas estimativas em documentos e informações, por nós revisados e considerados, entre os quais se destacam, os seguintes: • Estatuto Social e Organograma; • Composição Acionária; • Normas e Contratos relevantes quanto ao processo de privatização; • Demonstrativo dos spreads médios dos últimos meses; • Descrição do Processo de Saneamento do Banco; • Demonstrações financeiras auditadas e Parecer dos Auditores Independentes de 1998 a 2004; • Parecer jurídico com probabilidade de ganho ou perda títulos baixados para prejuízo, posição em dezembro de 2004; • Histórico de recuperação de crédito; • Histórico das operações de crédito e captações; • Relatório gerencial com informações consolidadas por Agência do Banco, em dezembro de 2004; • Balancetes contábeis; • Informações Anuais IAN de 1997 a 2004; • Relatório do Banco Central (PCOS250) com informações do mercado bancário do Ceará; • Relação histórica com a evolução no número de empregados; • Cálculo do nível de enquadramento conforme Acordo da Basiléia para dezembro de 2004; • Relatório de Avaliação Patrimonial; • Relatório de Avaliação do Parque de Informática; • Relatório de Auditoria Especial; • Relatório de Avaliação Atuarial; e • Informações Sócio-Econômicas do Estado do Ceará, obtidas de Órgãos Governamentais; Além da utilização dos documentos e relatórios acima mencionados, procedemos a reuniões com o corpo gerencial do BEC, em suas diversas áreas de negócios, buscando informações que nos permitissem maior precisão na determinação do seu valor econômico do BEC.

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BALANÇO PATRIMONIAL AJUSTADO

CONSÓRCIO DELOITTE/TREVISAN/SOUZA CAMPOS/ZALCBERG 7. Balanço Patrimonial Ajustado - 1 de 7

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7. BALANÇO PATRIMONIAL AJUSTADO

BEC dez/04

Ajustes contábeis auditoria

BEC Saldo Auditado

DTVM dez/04 Eliminações BEC Consolidado

dez/04

Ajustes contábeis avaliação

Ajustes econômicos

avaliação

Saldo ajustado avaliação

Ativo circulante e realizável a LP 1.596.693 53.345 1.650.038 20.872 (2.398) 1.668.512 (395.289) (434.587) 838.636

Disponibilidades 43.195 - 43.195 2 (2) 43.195 (43.195) - -

Aplicações Interf de Liquidez 259.344 - 259.344 - - 259.344 (251.149) - 8.195

Títulos e valores mobiliários 908.203 428 908.631 20.820 (2.392) 927.059 (99.607) (312.823) 514.629

Relações interfinanceiras 104.168 - 104.168 - - 104.168 (107) - 104.061

Relações interdependências - - - -

Operações de crédito 212.479 - 212.479 - - 212.479 - - 212.479

Provisão para operações de crédito (7.556) 2.676 (4.880) (4.880) (4.880)

Outros créditos 77.148 49.952 127.100 50 (4) 127.146 (3.725) (120.243) 3.178

Provisão para outros créditos (2.494) (2.494) (2.494) 2.494 -

Outros valores e bens 2.206 289 2.495 - - 2.495 - (1.521) 974

Ativo permanente 39.484 10.542 50.026 12 (20.029) 30.009 - (546) 29.463

Ativo total 1.636.177 63.887 1.700.064 20.884 (22.427) 1.698.521 (395.289) (435.133) 868.099

Passivo circulante e exigível a LP 1.279.907 63.737 1.343.644 855 (2.398) 1.342.101 (395.289) (113.167) 833.645

Depósitos 757.932 - 757.932 - (2.394) 755.538 - - 755.538

Obrigações por Operações compromissadas/dep. interfin 349.325 349.325 349.325 (349.325) -

Relações interfinanceiras 1 - 1 - - 1 (1) - -

Relações interdependências - - - -

Obrigações por empréstimos e repasses 2.633 - 2.633 - - 2.633 - - 2.633 Obrigações por repasses - Tesouro Nacional 1.455 1.455 1.455 1.455 \

Instrumentos Financeiros Derivativos 18 18 18 (18) -

Outras obrigações 169.998 63.737 233.735 855 (4) 234.586 (45.945) (113.167) 75.474

VALOR PATRIMONIAL 356.270 150 356.420 20.029 (20.029) 356.420 - (321.966) 34.454

Descrição

CONSÓRCIO DELOITTE/TREVISAN/SOUZA CAMPOS/ZALCBERG 7. Balanço Patrimonial Ajustado - 2 de 7

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7.1. AJUSTES PROPOSTOS PELA AUDITORIA ESPECIAL Explicações e detalhes desses ajustes estão discriminados no Relatório de Auditoria Contábil do BEC, preparado pela consorciada Trevisan de acordo com o escopo de trabalho previsto pelo Contrato BACEN/PND no 03/2001 e seus dois aditivos para o Serviço B.

DESCRIÇÃO TÓPICO R$ MIL

PATRIMÔNIO LÍQUIDO EM 31.12.04 356.270,0

TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS • Atualização de um dia da carteira de títulos e valores mobiliários. 4.6 428,0

OPERAÇÕES DE CRÉDITO • Reversão da provisão para créditos de liquidação duvidosa. 4.8 2.676,0

OUTROS CRÉDITOS - PAGAMENTOS A RESSARCIR • Refere-se a valores apontados pela avaliação jurídica (ações cíveis e tributárias). 4.9 (485,0)

OUTROS CRÉDITOS - PAGAMENTOS A RESSARCIR • Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – estorno do ativo (suportado pelo fundo de contingência). 4.9 (42.403,0)

OUTROS CRÉDITOS – DIVERSOS (POLO ATIVO) • Refere-se a valores apontados pela avaliação jurídica do Consórcio, referentes a ações cíveis e tributárias. 4.9 11.358,0

OUTROS CRÉDITOS – FUNDO DE CONTINGÊNCIA • Constituição do Fundo de Contingência – Responsabilidade do Estado 4.9 81.482,0

OUTROS VALORES E BENS – PROVISÃO PARA DESVALORIZAÇÃO • Provisão para desvalorização de mercado referente a bens não de uso da rubrica “outros valores”, conforme

avaliação patrimonial do Consórcio. 4.10

(155,0)

OUTROS VALORES E BENS – PROVISÃO PARA DESVALORIZAÇÃO • Reversão de provisão para desvalorização de mercado referente a bens não de uso da rubrica “imóveis”,

conforme avaliação patrimonial do Consórcio. 4.10 444,0

CONSÓRCIO DELOITTE/TREVISAN/SOUZA CAMPOS/ZALCBERG 7. Balanço Patrimonial Ajustado - 3 de 7

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7.1. AJUSTES PROPOSTOS PELA AUDITORIA ESPECIAL (Continuação)

DESCRIÇÃO TÓPICO R$ MIL INVESTIMENTOS – OUTROS INVESTIMENTOS • Valorização a mercado referente a obras de arte, conforme avaliação patrimonial 4.11 207,0

IMOBILIZADO • Valorização a mercado referente aos bens de uso da rubrica “imobilizado”, conforme avaliação patrimonial do

consórcio 4.12 10.335,0

OUTRAS OBRIGAÇÕES – FISCAIS E PREVIDENCIÁRIAS (PROVISÃO PARA RISCOS FISCAIS) • Complemento de provisão para passivos contingentes tributários, conforme relatório de avaliação jurídica do

consórcio. 4.19 (7.110,0)

OUTRAS OBRIGAÇÕES – DIVERSAS (PROVISÃO PARA PASSIVOS CONTINGENTES) • Reversão de parte da provisão para passivos contingentes cíveis, conforme relatório de avaliação jurídica do

consórcio. 4.19 18.131,0

OUTRAS OBRIGAÇÕES – DIVERSAS (PROVISÃO PARA PAGAMENTOS A EFETUAR) • Provisão para pagamento a fornecedores 4.19 (2.936,0)

OUTRAS OBRIGAÇÕES – DIVERSAS (PROVISÃO PARA PASSIVOS CONTINGENTES) • Complemento de provisão para passivos contingentes trabalhistas, conforme relatório de avaliação jurídica do

Consórcio 4.19 (4.758,0)

OUTRAS OBRIGAÇÕES – DIVERSAS (PROVISÃO COBERTURA FUNDO DE CONTINGÊNCIA) • Constituição de provisão para passivos contingentes (trabalhistas, previdenciárias, tributárias e Pasep),

conforme relatório de avaliação jurídica do Consórcio. 4.19 (6.576,0)

OUTRAS OBRIGAÇÕES – DIVERSAS (PROVISÃO PARA COBERTURA DO DÉFICIT ATUARIAL) • Provisão para cobertura do déficit atuarial – CABEC, conforme avaliação atuarial do Consórcio (parte

suportado pelo fundo de contingência R$ 29.596,0) 4.19 (60.488,0)

PATRIMÔNIO LÍQUIDO EM 31.12.04 – AJUSTADO 356.420,0

CONSÓRCIO DELOITTE/TREVISAN/SOUZA CAMPOS/ZALCBERG 7. Balanço Patrimonial Ajustado - 4 de 7

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7.2. AJUSTES PROPOSTOS PARA FINS DE AVALIAÇÃO - AJUSTES CONTÁBEIS 1. ATIVOS E PASSIVOS: reclassificados para títulos e valores mobiliários:

D/C DESCRIÇÃO R$ MIL

D Títulos Livres – Renda Fixa (TVM) 412.866

C C C

Disponibilidades . Caixa . Reservas Livres . Disponibilidades em Moeda Estrangeira

32.700 361

10.134

C C C

Aplicações Interfinanceiras de Liquidez . Operações Compromissadas . Aplicações em Depósitos Interfinanceiros . Aplicações em Moeda Estrangeira

226.643

8.797 15.709

C C C

Títulos e Valores Mobiliários . Cotas de Fundo de Investimento . Vinculados a Operações Compromissadas . Vinculados ao BACEN

1.282

230.430 280.761

C Serviço de Compensação de Cheques (Ativo) 107 D Obrigações por Operações Compromissadas (Passivo) 349.325 D Serviço de Compensação de Cheques (Passivo) 1 D Instrumentos Financeiros Derivativos 18 D Credores Diversos País (Recebimentos da Carteira do Estado) 44.714

2. OPERAÇÕES DE CÂMBIO: reclassificação dos saldos das operações de câmbio (ativas e passivas), conforme descrito abaixo:

D/C DESCRIÇÃO R$ MIL

C Carteira de Câmbio (Ativo) 3.055 C Operação de Câmbio - Rendas a Receber de Adiantamentos Concedidos (Ativo) 670 D Provisão para Outros Créditos - Adiantamentos de Contrato de Câmbio (Ativo) 2.494 D Provisão para Pagamentos a Efetuar - Carteira de Câmbio (Passivo) 1.231

CONSÓRCIO DELOITTE/TREVISAN/SOUZA CAMPOS/ZALCBERG 7. Balanço Patrimonial Ajustado - 5 de 7

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3. DEPÓSITO À VISTA: Reclassificação do saldo de Outros Depósitos (Conta Investimento) para Depósitos à vista (Pessoa Física):

D/C DESCRIÇÃO R$ MIL D Outros Depósitos 46 C Depósitos a Vista (Pessoas Físicas) 46

Reclassificação do saldo de Depósitos em Moeda Estrangeira de Governo para Depósitos à Vista de Governo:

D/C DESCRIÇÃO R$ MIL D Depósitos em Moeda Estrangeira de Governo 12.392 C Depósitos a Vista de Governo 12.392

CONSÓRCIO DELOITTE/TREVISAN/SOUZA CAMPOS/ZALCBERG 7. Balanço Patrimonial Ajustado - 6 de 7

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7.3. COMPOSIÇÃO DOS AJUSTES PARA FINS DE AVALIAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA

AJUSTES CONTÁBEIS/ECONÔMICOS R$ MIL

1. Capital Excedente 290.400,0

2. Títulos de Renda Variável (líquido de Provisão para Desvalorização) 22.423,0

3. Devedores por Depósito em Garantia 9.921,0

4. Pagamentos a Ressarcir (Adiantamento por Conta da Previdência Social) 10.855,0

5. Pagamentos a Ressarcir (Depósitos Judiciais) 6.627,0

6. Fundo de Contingência – Responsabilidade Estado 81.482,0

7. Polo Ativo – Processos Cíveis e Judiciais 11.358,0

8. Bens não de Uso Próprio 1.521,0

9. Investimentos 546,0

10. Provisão para Riscos Fiscais (24.741,0)

11. Provisão para Passivos Contingentes (21.362,0)

12. Provisão Cobertura pelo Fundo de Contingência (6.576,0)

13. Provisão para Cobertura do Déficit Atuarial (60.488,0)

14. Eventos subseqüentes à data-base 8.818,0

TOTAL DOS AJUSTES 330.784,0

CONSÓRCIO DELOITTE/TREVISAN/SOUZA CAMPOS/ZALCBERG 7. Balanço Patrimonial Ajustado - 7 de 7

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1. Capital Excedente: O valor ajustado de capital excedente foi determinado após cálculo do capital necessário para suportar as operações projetadas do BEC, tendo como parâmetro a meta de enquadramento de 18,6%. Esse índice foi determinado considerando-se a média atual de bancos de varejo.

2. Títulos de Renda Variável: Corresponde a ações de empresas contabilizadas na data-base, líquidas de provisão para desvalorização.

3. Depósitos por Devedores em Garantia: Corresponde à Interposição de Recursos Trabalhistas e Cíveis contabilizados na data-base.

4. Pagamentos a Ressarcir (Adiantamento por Conta da Previdência Social): Corresponde ao Adiantamento por conta da Previdência Social, ou seja, a remuneração dos serviços prestados ao Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS, que será objeto de novação pela Secretaria do Tesouro Nacional, conforme estabelece a Portaria no. 441 do Ministério da Fazenda.

5. Pagamentos a Ressarcir (Depósitos Judiciais): Corresponde a diversos depósitos judiciais (CSSL, Pasep, INSS) que serão cobertos pelo fundo de contingência.

6. Fundo de Contingência: Constituição do fundo de contingências, conforme contrato de constituição, assinado em 28 de fevereiro de 2005.

7. Polo Ativo de Processos Cíveis e Judiciais: Refere-se à possibilidade de ganho em processos em andamento de acordo com a apuração realizada pela avaliação jurídica.

8. Valor Ajustado Líquido de Bens Não de Uso: Corresponde ao saldo líquido contábil de bens não de uso, ajustado pela diferença apurada na reavaliação, de acordo com o valor de liquidação destes bens.

9. Investimentos: Corresponde a outros investimentos (Obras de arte, títulos patrimoniais e incentivos fiscais) registradas na data-base.

10. Provisão para Riscos Fiscais: Corresponde a recursos fiscais contabilizados na data-base.

11. Provisão para Passivos Contingentes: Corresponde a contingências trabalhistas e cíveis registradas na data-base.

12. Provisão Cobertura pelo Fundo de Contingência: Refere-se a valores previstos no contrato de constituição do fundo de contingência, os quais possuem depósitos judiciais registrados na rubrica pagamentos a ressarcir no ativo.

13. Déficit Atuarial: Corresponde à constituição de provisão para cobertura do déficit atuarial da CABEC, conforme Relatório Atuarial do Consórcio.

14. Eventos subseqüentes à data-base: Ajustes referentes a eventos subseqüentes à data-base (vide documento anexo).

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PREMISSAS E CONSIDERAÇÕES

CONSÓRCIO DELOITTE /TREVISAN/SOUZA CAMPOS/ZALCBERG 8 - Premissas e Considerações – 1 de 27

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8. PREMISSAS E CONSIDERAÇÕES 8.1. PRINCIPAIS CONSIDERAÇÕES Em nossa avaliação, baseamo-nos nas seguintes principais premissas e considerações: • Nas projeções, buscou-se estimar o valor econômico do BEC adotando-se cenário operacional único, que considera os produtos e serviços atualmente

comercializados pelo Banco, mantendo-se a estrutura operacional vigente e incorporando-se as perspectivas do negócio com a manutenção do Contrato da Conta Única, celebrado entre o BEC e o Estado do Ceará, até 2010, conforme prazo máximo previsto na legislação vigente;

• Valores projetados em moeda de poder aquisitivo constante - R$; • Adotamos 31 de dezembro de 2004 como data-base da avaliação; • As projeções consideram os impactos do término do Contrato da Conta Única, celebrado entre o BEC e o Estado, decorrentes da perda das contas do Estado

e do funcionalismo, com a conseqüente redução das operações de captação e operações de crédito; • As operações da controlada DTVM foram consolidadas às operações do Banco para fins de projeções; • Para fins de projeção do balanço patrimonial, considerou-se como política a distribuição de dividendos com base no fluxo de caixa disponível; • As alíquotas dos impostos e das taxas são as atualmente praticadas, não sofrendo modificações durante o período de projeção; • Foram projetados investimentos para fazer frente às necessidades atuais de maior automação bancária, assim como para atender à expansão das operações

atuais; • Considerou-se, na data-base, a redução do capital excedente ao patrimônio líquido exigido calculado pela média de fator de risco de mercado, tomando-se

como benchmark bancos de varejo nacionais (com índice médio de 18,6%); • Para fins de avaliação econômico-financeira foram considerados futuros aportes de capital necessários ao crescimento das operações projetadas

considerando o enquadramento do BEC, ao longo do período projetivo, aos parâmetros de mercado para fins de cálculo dos limites do Acordo de Basiléia, tomando-se como benchmark bancos de varejo nacionais;

• Assumimos a manutenção da política monetária relativa aos depósitos compulsórios através da aplicação dos percentuais vigentes para os encaixes obrigatórios;

• As demonstrações financeiras projetadas são apresentadas conforme classificação do BACEN; • As taxas de juros estão em base real;

CONSÓRCIO DELOITTE /TREVISAN/SOUZA CAMPOS/ZALCBERG 8 - Premissas e Considerações – 2 de 27

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• Para fins de definição do balanço base utilizado nas projeções, adotou-se o balanço ajustado preparado pela auditoria especial realizada como parte do escopo do Serviço B, eliminando-se os itens não operacionais que foram considerados como ajustes econômicos;

• As projeções consideram a distribuição de lucros aos funcionários da instituição a título de participação em resultados, à média de mercado de dois salários anuais, limitada a 15,9% do lucro líquido, equivalente à média de uma amostra de bancos brasileiros de varejo para o período de 2000 a 2004;

• Taxa de desconto de 16,72% ao ano real, calculada com base na metodologia do Capital Assets Princing Model - CAPM;

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8.2. CENÁRIO MACROECONÔMICO O cenário macroeconômico foi utilizado para projeção dos volumes operacionais, sendo considerado as seguintes condições: 1. Cenário Externo:

1.1. O ajuste dos déficits gêmeos da economia americana é gradual 1.2. A China mantém o crescimento a taxas menores 1.3. A União Européia cresce a taxas crescentes 1.4. O processo de crescimento do comércio mundial maior que do PIB mundial se mantêm

2. Cenário Interno: 2.1. Governabilidade estável, com a manutenção do atual policy mix: metas, câmbio flexível e austeridade 2.2. Avanços comedidos nas reformas 2.3. Crescimento tênue dos investimentos externos 2.4. Superação gradual de gargalos– infra-estrutura, portos, etc.

3. Indústria Bancária Nacional: 3.1. Ganhos de escala 3.2. Aumento da participação dos serviços no mix de receitas 3.3. Processo de bancarização aprofundado 3.4. Aumento da automação

4. Economia Cearense: 4.1. O setor de serviços acompanha demais setores 4.2. Dinâmica autônoma de alguns segmentos – turismo e manufaturas 4.3. Agropecuária moderniza se gradualmente 4.4. Taxa de participação no PIB brasileiro aumenta

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5. Setor Bancário no Ceará: 5.1. A demanda por produtos e serviços bancários aumenta a taxas maiores que o crescimento 5.2. O nível de sofisticação financeira melhora, mas continua defasado 5.3. Spreads acima da média nacional 5.4. Bancarização menor que o padrão brasileiro, porém recuperando a diferença • Fontes Primárias: IPEA, IBGE, OCDE, IIF, FMI, Banco Central do Brasil e Banco Mundial.

INDICADORES MACROECONÔMICOS PROJETADOS

Descrição 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

PIB Brasil 3,7% 3,8% 3,9% 4,0% 4,5% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0%PIB Ceará 4,1% 4,2% 4,3% 4,4% 4,9% 5,4% 5,3% 5,2% 5,1% 5,0%IGP-M (a.a) 6,8% 5,6% 5,0% 4,5% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0%IPCA (a.a) 6,1% 5,5% 5,0% 4,5% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0%Selic Média (a.a) 17,5% 15,0% 13,0% 11,5% 10,0% 9,0% 9,0% 9,0% 9,0% 9,0%Crescimento M4 15,0% 13,0% 12,0% 11,0% 10,0% 10,0% 10,0% 10,0% 10,0% 10,0%Crédito Bancário Privado/PIB 28,9% 30,9% 32,7% 34,6% 36,4% 38,2% 40,0% 41,9% 43,9% 46,0%Crescimento do Crédito Bancário Brasil 11,0% 11,0% 10,0% 10,0% 10,0% 10,0% 10,0% 10,0% 10,0% 10,0%Crescimento do Crédito Bancário Ceará 15,0% 15,0% 14,0% 14,0% 13,5% 13,0% 12,5% 12,0% 11,0% 10,0%Spread em Empréstimos Corporate 13,0% 12,0% 11,0% 10,0% 9,5% 9,0% 8,5% 8,0% 8,0% 8,0%Spread em CDC 45,0% 41,0% 38,0% 36,0% 35,0% 35,0% 35,0% 35,0% 35,0% 35,0%

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8.3. PROJEÇÃO DO MERCADO TOTAL Para fins de determinação do mercado total de atuação do BEC, procedemos inicialmente à seguinte divisão: 1. Captações de Depósitos e Operações de Repasses 2. Operações de Crédito e Financiamentos A seguir, detalhamos as considerações para cada uma das divisões: 1. CAPTAÇÕES DE DEPÓSITOS E OPERAÇÕES DE REPASSES Para fins de projeção, os depósitos e as operações de repasses foram subdivididos em dois grupos: (a) operações relacionadas aos depósitos do Governo do Estado do Ceará e aos depósitos do funcionalismo1; e (b) operações normais de depósitos do mercado2. Essa segregação foi efetuada a fim de obterem-se fatores de crescimento mais adequados a cada caso, os quais definimos a seguir: (a) Operações relacionadas aos depósitos do Governo do Estado do Ceará e aos depósitos do funcionalismo:

Consideramos que o volume de recursos depositados pelo Governo do Estado teria fator de crescimento equivalente à projeção de crescimento do PIB do Estado. Com relação aos depósitos do funcionalismo, consideramos que estes sofreriam aumento equivalente a 50% do aumento do PIB do Estado, devido principalmente: (a) ao fato de a folha de pagamento do Estado não ter apresentado crescimentos reais significativos nos últimos períodos; (b) às restrições para contratações e imposições de limites de gastos com a folha de pagamento determinado pela Lei de Responsabilidade Fiscal; e (c) ao repasse de parte do crescimento real de arrecadação viabilizado pelo crescimento econômico do Estado.

1 Considerados nesse grupo todos os recursos referentes ao Governo do Estado do Ceará e ao seu funcionalismo que ficam depositados no BEC. 2 Considerados como sendo todos os depósitos do mercado financeiro do Ceará que não estejam relacionados aos recursos do Governo do Estado e do funcionalismo que estejam depositados no BEC.

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(b) Operações normais de depósitos do mercado:

Adotamos como fator de crescimento para essas operações a projeção de crescimento do M43 para o País. Foi adotado como base para projeção o saldo dessas operações para o Estado do Ceará.

PROJEÇÃO DOS DEPÓSITOS E DAS OPERAÇÕES DE REPASSES DO ESTADO DO CEARÁ

(R$ MILHÕES)

14.87216.499

18.19919.951

21.742

25.887

33.671

23.723 28.254

30.841

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 20140%

2%

4%

6%

8%

10%

12%

Captações Totais Crescimento

2. OPERAÇÕES DE CRÉDITO E FINANCIAMENTO Para fins de projeção, as operações de crédito e financiamento foram subdivididas em dois grupos: (a) operações de crédito do funcionalismo4; e (b) operações de crédito e financiamento do mercado5. Essa segregação foi efetuada a fim de obterem-se fatores de crescimento mais adequados a cada caso, os quais definimos a seguir:

3 O M4 é o agregado monetário que reúne: (i) moeda em circulação e depósitos à vista; (ii) fundos de investimento; (iii) títulos federais, estaduais e municipais em poder do público; (iv) depósitos de poupança; e (v) títulos privados. 4 Consideradas nesse grupo as operações do CREDBEC e Crédito Consignável. O CREDBEC e Crédito Consignável consistem em produtos de crédito destinados exclusivamente aos servidores públicos com salários recebidos através

do BEC e contam com uma condição restrita em relação ao limite total disponibilizado e ao prazo máximo de cada operação. Com relação ao limite, considerando-se a média ponderada desses produtos (CREDBEC e Crédito Consignável), este é atualmente de aproximadamente 4,8 salários líquidos. No que diz respeito ao prazo, adotando-se o mesmo critério utilizado para cálculo do limite, este não pode ser superior a 25 meses.

5 Consideradas como sendo todas as operações de crédito do mercado financeiro do Ceará que não as do CREDBEC e Crédito consignável.

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(a) Operações de crédito do funcionalismo:

Potencialidade da linha de crédito: adotamos uma taxa de crescimento para o CREDBEC, equivalente a 50% do crescimento econômico projetado para o Estado do Ceará. O índice adotado para o crescimento do potencial dessa linha de crédito foi consubstanciado devido: (a) ao fato de a folha de pagamento do Estado não ter apresentado crescimentos reais significativos nos últimos períodos; e (b) às restrições para contratações e imposições de limites de gastos com a folha de pagamento determinada pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Crescimento de utilização do CREDBEC: adicionalmente ao crescimento de potencialidade desse produto, agregamos um crescimento na sua utilização6. Dessa forma, projetamos um aumento na sua utilização, conforme demonstrado no gráfico a seguir.

EVOLUÇÃO PROJETADA NA UTILIZAÇÃO DO CREDBEC

(R$ MIL)

-

150.000

300.000

450.000

600.000

750.000

900.000

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014-100%

-75%

-50%

-25%

0%

25%

50%

P o tencia l linha To ta l utilizado Cres c imento P o tenc ia l utilizado

6 Com base em dados de dezembro de 2004, a utilização da linha atingiu aproximadamente 22,3% de seu potencial, conforme nossas estimativas (a média de utilização no ano de 2004 foi de 21,8%). Consideramos que esta utilização

sofrerá um incremento gradual, atingindo 35% ao final de 2010. A partir de 2011, não adotamos nenhum crescimento na utilização da linha.

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(b) Operações de crédito e financiamento do mercado: Adotamos como fator de crescimento para essas operações a projeção de crescimento para o crédito bancário do Estado do Ceará. É importante ressaltar que a projeção de crescimento do crédito bancário no Brasil e no Estado do Ceará está principalmente fundamentada na tendência existente de maior bancarização no País e no aumento da relação existente entre crédito bancário e PIB, que ainda é bastante inferior em relação a países mais desenvolvidos.

PROJEÇÃO DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO E FINANCIAMENTO DO ESTADO DO CEARÁ

(R$ MILHÕES)

4.6585.353

6.0986.946

7.8788.895

11.15512.359

13.574

9.982

0

3.000

6.000

9.000

12.000

15.000

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 20140%

4%

8%

12%

16%

Operações de Crédito Crescimento

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8.4. PROJEÇÃO DO MARKET SHARE DO BEC HISTÓRICO E METODOLOGIA DE DETERMINAÇÃO DO MARKET SHARE HISTÓRICO Preliminarmente à determinação do market share do BEC, é necessário o entendimento de alguns fatos históricos que influenciaram de forma determinante o seu posicionamento atual no mercado financeiro cearense no que diz respeito às operações de captações e de crédito conceituadas como “de mercado”. A partir de uma análise da participação histórica do BEC no mercado financeiro cearense, com e sem a inclusão das operações relacionadas ao Governo do Estado7, podemos observar uma evolução de característica peculiar aos bancos estaduais incluídos no Programa de Desestatização. Até o início de 1998, o Banco possuía uma participação razoável relativamente à sua rede de agências8. Desde então, o BEC vem perdendo participação de mercado de forma sistemática. É evidente que esse movimento era esperado, tendo em vista as restrições advindas do processo de saneamento para privatização. No segundo semestre de 1998, podemos notar uma queda vertical da participação de mercado do BEC nas operações de crédito. Mais uma vez, essa queda foi motivada pelo processo de saneamento, tendo como fator principal a venda da carteira de créditos imobiliários. Parecido com outros bancos estaduais em processo de privatização, o BEC atualmente possui participação de mercado (excluindo-se operações viabilizadas pelo relacionamento com o Governo do Estado) muito pequena, em torno de 2,6%. Nesse caso, a incorporação de um incremento de pequena magnitude na sua atual participação não parece ser suficiente a partir de sua administração sob o enfoque de uma instituição privada. O processo de saneamento do Banco, essencial para a viabilização do processo de privatização, constituiu-se de um fator fortemente restritivo em relação ao seu posicionamento de mercado, fazendo com que importantes fatias de participação fossem perdidas. Entretanto, quando administrado sob o enfoque de uma instituição privada, é natural prever uma forte recuperação (ainda que não nos níveis históricos) dessa participação, viabilizada principalmente pela forte capilaridade das agências no Estado e aliada a políticas menos restritivas em busca da expansão da carteira de crédito e das operações de captação.

7 Conforme explicado anteriormente estas operações incluem os depósitos do Estado, além dos depósitos e operações de crédito do funcionalismo (CREDBEC/Crédito Consignável). 8 Em última instância, a agência constitui-se na unidade de distribuição dos bancos. Desta forma, é razoável que um banco possua uma participação de mercado fortemente viabilizada por estas unidades.

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METODOLOGIA DE DETERMINAÇÃO DO MARKET SHARE A partir das análises históricas, visando obter uma participação equilibrada para o BEC em nossas projeções, buscamos traçar um paralelo da participação de bancos privados em relação ao tamanho de sua rede de agências. Para tanto, buscamos nessas análises, segregar, a partir das informações divulgadas pelo Banco Central dos 50 maiores bancos brasileiros, os bancos tipicamente de varejo, os quais são mais comparáveis às características do BEC. Com base na seleção de bancos efetuada, pesquisamos qual a relação da participação de mercado deles em relação à sua rede de agências, chegando à conclusão de que essa relação é de aproximadamente 64,7%9. Outra conclusão refere-se à correlação existente entre a participação desses bancos quanto à sua rede de agências e, nesse caso, obtivemos um indicador sempre superior a 0,97, o que estabelece a grande segurança no resultado obtido na correlação. Dessa forma, a partir da relação obtida, estabelecemos que em uma condição normal de atuação o BEC deveria obter uma participação de mercado equivalente a aproximadamente 64,7% da sua rede de agências10. Nesse caso, essa participação potencial seria de aproximadamente 12,2% e 11,5%, respectivamente, para operações de crédito e captações. No entanto, devido à condição de operação restrita e limitada do BEC nos últimos anos, conforme já mencionado, consideramos adequado adotar uma média entre a participação atual do BEC e a sua participação potencial, de acordo com o cálculo descrito. A partir da aplicação dessa média, chegamos a uma média de participação de 6,0% e 6,4%, respectivamente, para operações de crédito e captações. A adoção da média entre a participação atual e a potencial está principalmente baseada no fato de que o BEC, quando privatizado, atuará praticamente na condição de novo entrante no mercado, posto que, atualmente, sua posição nas operações de mercado é quase inexistente. Por outro lado, para obter-se uma participação de mercado equilibrada com o seu potencial, o BEC teria de ceder rentabilidade através da adoção de uma política de menores spreads, ou, em última instância, através da diminuição da qualidade de suas operações, devido às dificuldades que teria de enfrentar para atingir uma posição de mercado compatível com a sua rede instalada. Lembramos que essas conseqüências não foram incorporadas às projeções apresentadas neste relatório. A média de participação encontrada foi adotada como sendo o market share de equilíbrio do BEC no mercado cearense. Assim, através do aumento de participação nas diversas modalidades de crédito e captação, procuramos encontrar essa posição de equilíbrio em nossas projeções.

9 Efetuamos os cálculos para dez datas-base diferentes: setembro e dezembro de 2000, março e junho de 2001, março de 2002, março, junho e dezembro de 2003 e junho e dezembro de 2004. Em todos os casos, a relação ficou bastante

próxima. O fato de a participação de mercado ser inferior à participação na rede de agências é plenamente explicável pois o sistema financeiro inclui bancos atuantes no mercado de atacado. Devido a suas características, entre elas, o foco na realização de operações com valores médios muito mais elevados, eles podem atuar com muito menos capilaridade do que os bancos de varejo.

10 Devido ao fato de o mercado cearense ser muito concentrado, a condição de obter aproximadamente 64,7% de participação de mercado em relação ao tamanho de sua rede de agências deve ser analisada ponderando-se a importância do mercado da capital em relação ao mercado do interior.

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A seguir, detalhamos as considerações adotadas para a determinação do market share de operações de crédito e para captações, a fim de buscar-se a posição entendida como sendo de equilíbrio. 1. CAPTAÇÕES DE DEPÓSITOS E OPERAÇÕES DE REPASSES Para fins de projeção, os depósitos e as operações de repasses foram subdivididos, conforme anteriormente definido para projeção de mercado, em três grupos: (a) operações relacionadas aos depósitos do Governo do Estado do Ceará e aos depósitos do funcionalismo; (b) operações normais de depósitos do mercado; e (c) obrigações por empréstimos e repasses.

(a) Operações relacionadas a depósitos do Governo do Estado do Ceará e aos depósitos do funcionalismo: A participação de mercado do BEC sobre o volume de depósitos do Governo do Estado e do funcionalismo público foi considerada como sendo equivalente a 100% para o período considerado de vigência do contrato com o Estado do Ceará11. A partir de 2011, a participação do BEC em depósitos do Governo do Estado foi considerada nula. Para os depósitos do funcionalismo, foi considerada uma redução da participação do BEC para 40% em 2011, sendo estabilizada a partir de 2012 em 20%12. (b) Operações normais de depósitos do mercado: Com base na análise histórica e metodologia de determinação do market share, conforme explicado anteriormente, definimos a posição projetada do BEC em relação ao mercado, a fim de atingir a participação definida como de equilíbrio. (c) Obrigações por empréstimos e repasses:

Consideramos as seguintes premissas para a projeção das obrigações por empréstimos e repasses: - 2005: mantida a participação de mercado observada para 2004; - 2006-2010: consideramos aumento gradual (na atual participação), presumindo que o BEC atingirá a participação de mercado de 2,0%. - A partir de 2011: mantida a participação de 2010. 11 O Contrato de Prestação de Serviços Financeiros, firmado entre o Estado e o BEC, prevê o prazo de vigência até 31 de dezembro de 2010. 12 A manutenção de 20% de participação do BEC nos depósitos do funcionalismo está relacionada à possibilidade de fidelização de clientes por parte do Banco durante o período de vigência do contrato de prestação de serviços com o

Governo do Estado.

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PARTICIPAÇÃO DE MERCADO EM DEPÓSITOS13

Tipo de Depósito 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Depósitos à vista 1,0% 3,4% 5,8% 8,2% 10,6% 13,0% 13,0% 13,0% 13,0% 13,0%Depósitos de poupança 8,4% 8,5% 8,7% 8,8% 8,9% 9,0% 9,0% 9,0% 9,0% 9,0%Depósitos a prazo 2,0% 2,8% 3,5% 4,3% 5,0% 5,8% 5,8% 5,8% 5,8% 5,8%

PARTICIPAÇÃO DE MERCADO E CARTEIRA DE CAPTAÇÃO PROJETADA

(R$ MIL)14

812

992

1.201

1.438

2.337

1.705

2.132

1.9461.833

2.013

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014-50,0%

-40,0%

-30,0%

-20,0%

-10,0%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

Captações totais Market share Crescimento

13 Não inclui os depósitos do Governo do Estado e do funcionalismo. 14 A grande redução ocorrida em 2011 está relacionada ao término da vigência do contrato de prestação de serviços com o Governo do Estado.

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2. OPERAÇÕES DE CRÉDITO E FINANCIAMENTO Para fins de projeção, as operações de crédito e financiamento foram subdivididas, conforme anteriormente definido para projeção de mercado, em três grupos: (a) operações do CREDBEC; (b) operações de crédito do mercado; e (c) operações de crédito imobiliário.

(a) Operações do CREDBEC:

A participação de mercado do BEC sobre o volume de crédito do CREDBEC foi considerada como sendo equivalente a 100% para o período considerado de vigência do contrato com o Estado do Ceará. Em 2011, foi considerada uma redução da participação do BEC para 40%, sendo estabilizada a partir de 2012 em 20%15.

(b) Operações de crédito do mercado: Com base na análise histórica e metodologia de determinação do market share, conforme explicado anteriormente, definimos a posição projetada do BEC em relação ao mercado, a fim de atingir a participação definida como de equilíbrio. (c) Operações de crédito imobiliário: Definidas de acordo com a legislação vigente de enquadramento de destinação do saldo de depósito de poupança, de forma gradual, conforme previsto nas prerrogativas do “Edital de Abertura do Processo”, demonstradas abaixo: • 2006-2010: cumprimento da obrigação de direcionamento de 65% dos recursos obtidos em depósitos de poupança:

− ao final dos 12 primeiros meses: 10% − ao final do 24o mês: 25% − ao final do 36o mês: 45% − ao final do 48o mês: 70% − ao final do 60o mês: 100%

• A partir de 2011: considerada como sendo equivalente a 65% da destinação dos recursos obtidos em depósitos de poupança, conforme legislação. 15 A manutenção de 20% de participação do BEC no CREDBEC, está relacionada a possibilidade de fidelização de clientes por parte do Banco durante o período de vigência do contrato de prestação de serviços com o Governo do

Estado.

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PARTICIPAÇÃO DE MERCADO EM EMPRÉSTIMOS E TÍTULOS DESCONTADOS E EM OPERAÇÕES DE FINANCIAMENTO16

Operação 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Empréstimos e TD 3,4% 4,3% 5,2% 6,1% 6,9% 7,8% 7,8% 7,8% 7,8% 7,8%Financiamentos 0,0% 1,0% 2,0% 3,0% 4,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0%Crédito Imobiliário 0,8% 5,1% 10,6% 16,7% 23,5% 30,9% 21,6% 19,6% 19,4% 19,3%

PARTICIPAÇÃO DE MERCADO PROJETADA EM OPERAÇÕES DE CRÉDITO E FINANCIAMENTO

(R$ MIL)

228

335

478

894

1.185

971 9841.083

1.188

662

0

200

400

600

800

1.000

1.200

1.400

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014-50,0%-40,0%-30,0%-20,0%-10,0%0,0%10,0%20,0%30,0%40,0%50,0%60,0%

Operações de Crédito Market share Crescimento

16 Excluindo-se as operações do CREDBEC.

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8.5. PREMISSAS DE PROJEÇÃO CARTEIRA DE DEPÓSITOS E DE OPERAÇÕES DE REPASSE A carteira de depósitos e de operações de repasse, para fins de projeção, foi considerada como sendo o produto do mercado projetado em relação à participação de mercado projetada para o BEC, conforme demonstrado na tabela abaixo:

PROJEÇÃO DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS DO MERCADO DO CEARÁ – R$ MIL

Mercado Projetado 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Dep. à vista - mercado 1.480.815 1.673.321 1.874.120 2.080.273 2.288.300 2.517.130 2.768.843 3.045.727 3.350.300 3.685.330 Dep. à vista - Governo 28.179 29.363 30.626 31.974 33.541 35.352 37.226 39.162 41.159 43.217 Dep. à vista - Funcionalismo 2.839 2.899 2.961 3.026 3.100 3.184 3.268 3.353 3.439 3.525 Dep. poupança - mercado 3.320.155 3.751.775 4.201.988 4.664.207 5.130.628 5.643.691 6.208.060 6.828.866 7.511.753 8.262.928 Dep. poupança - Governo 73.642 76.735 80.035 83.557 87.651 92.384 97.280 102.339 107.558 112.936 Dep. poupança - Funcionalismo 209.600 214.002 218.603 223.412 228.886 235.066 241.295 247.569 253.882 260.229 Dep. a prazo - mercado 6.647.290 7.511.438 8.412.811 9.338.220 10.272.042 11.299.246 12.429.171 13.672.088 15.039.297 16.543.227 Dep. a prazo - Governo 34.020 35.449 36.973 38.600 40.491 42.678 44.940 47.277 49.688 52.172 Dep. a prazo - Funcionalismo 33.249 33.947 34.677 35.440 36.308 37.288 38.276 39.271 40.272 41.279 Obrig. por repasses 3.042.489 3.170.274 3.306.596 3.452.086 3.621.238 3.816.785 4.019.075 4.228.067 4.443.698 4.665.883

Mercado Total Projetado 14.872.278 16.499.203 18.199.390 19.950.795 21.742.185 23.722.804 25.887.434 28.253.719 30.841.046 33.670.726 Crescimento 12,3% 10,9% 10,3% 9,6% 9,0% 9,1% 9,1% 9,1% 9,2% 9,2%

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PROJEÇÃO DO MARKET SHARE DA CAPTAÇÃO DE RECURSOS DO BEC - % (CONTINUAÇÃO)

Market Share 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Dep. à vista - mercado 1,0% 3,4% 5,8% 8,2% 10,6% 13,0% 13,0% 13,0% 13,0% 13,0%Dep. à vista - Governo 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%Dep. à vista - Funcionalismo 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 40,0% 20,0% 20,0% 20,0%Dep. poupança - mercado 8,4% 8,5% 8,7% 8,8% 8,9% 9,0% 9,0% 9,0% 9,0% 9,0%Dep. poupança - Governo 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%Dep. poupança - Funcionalismo 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 40,0% 20,0% 20,0% 20,0%Dep. a prazo - mercado 2,0% 2,8% 3,5% 4,3% 5,0% 5,8% 5,8% 5,8% 5,8% 5,8%Dep. a prazo - Governo 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%Dep. a prazo - Funcionalismo 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 40,0% 20,0% 20,0% 20,0%Obrig. por repasses 0,1% 0,5% 0,9% 1,2% 1,6% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0%

PROJEÇÃO DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS DO BEC – R$ MIL (CONTINUAÇÃO)

Carteira projetada 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Dep. à vista - mercado 14.817 56.901 108.705 170.587 242.562 327.227 359.950 395.945 435.539 479.093 Dep. à vista - Governo 28.179 29.363 30.626 31.974 33.541 35.352 - - - - Dep. à vista - Funcionalismo 2.839 2.899 2.961 3.026 3.100 3.184 1.307 671 688 705 Dep. poupança - mercado 279.789 320.461 363.732 409.088 455.877 507.932 558.725 614.598 676.058 743.664 Dep. poupança - Governo 73.642 76.735 80.035 83.557 87.651 92.384 - - - - Dep. poupança - Funcionalismo 209.600 214.002 218.603 223.412 228.886 235.066 96.518 49.514 50.776 52.046 Dep. a prazo - mercado 133.001 207.366 296.173 399.707 517.728 655.356 720.892 792.981 872.279 959.507 Dep. a prazo - Governo 34.020 35.449 36.973 38.600 40.491 42.678 - - - - Dep. a prazo - Funcionalismo 33.249 33.947 34.677 35.440 36.308 37.288 15.310 7.854 8.054 8.256 Obrig. por repasses 2.741 14.966 28.240 42.669 58.592 76.336 80.382 84.561 88.874 93.318

Carteira total projetada 811.877 992.089 1.200.726 1.438.060 1.704.736 2.012.803 1.833.084 1.946.123 2.132.269 2.336.588 Crescimento 8,9% 22,2% 21,0% 19,8% 18,5% 18,1% -8,9% 6,2% 9,6% 9,6%

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RECOLHIMENTO COMPULSÓRIO • Recolhimento compulsório sobre depósito à vista Projetado a 45% dos depósitos à vista. Adicionalmente, 25% desses depósitos foram destinados para o cumprimento da exigibilidade em crédito rural17 e 2% destinados à aplicação em microcrédito, conforme determina a legislação. Os 28% restantes são destinados à aplicação livre. O recolhimento compulsório sobre depósitos à vista não é remunerado.

• Recolhimento compulsório sobre depósito de poupança

A destinação de depósitos de poupança foi assim considerada: (i) 20% para encaixe obrigatório; (ii) 15% para destinação livre; e (iii) 65% destinados para operações de crédito imobiliário. Para o período de 2005 a 2010, a diferença gerada entre a destinação obrigatória para operações de crédito imobiliário e a prevista pelas prerrogativas do BACEN foi considerada de destinação livre. Os valores projetados para encaixe obrigatório de poupança são remunerados à taxa de 6% ao ano.

• Recolhimento compulsório sobre depósitos a prazo

Projetado de acordo com a taxa de recolhimento de 15% ao ano para todo o período projetivo.

• Recolhimento adicional ao compulsório sobre depósitos à vista, poupança e a prazo Projetado de acordo com a legislação vigente, quando aplicável.

Tipo de Depósito 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Depósitos à vista - 7.914 31.086 58.473 89.278 125.317 143.780 150.722 167.590 186.306 Depósitos de poupança 108.246 117.423 127.357 137.843 148.847 160.780 149.063 131.936 139.095 152.254 Depósitos a prazo - - 3.344 18.118 35.121 54.739 65.364 70.278 81.088 93.607 Adicional ao Compulsório - - - 16.499 36.546 59.382 62.473 57.764 70.108 86.692

Total 108.246 125.337 161.787 230.933 309.792 400.218 420.680 410.700 457.881 518.859

17 Dos 25% destinados às operações de crédito rural, no mínimo 8% devem ser destinados a operações de crédito para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, conforme legislação vigente. Fica facultada a opção

de cumprir essa exigibilidade através da aplicação em operações de CDI Rural (DIR) e de CDI Pronaf (DIR Pronaf), adquiridas de outras instituições. A opção por aplicação em CDI Rural e CDI Pronaf, conforme demonstrado a seguir neste relatório, que possuem menor rentabilidade que operações de crédito rural, objetiva a manutenção das características de risco da carteira de crédito.

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APLICAÇÃO DE RECURSOS • Operações de Crédito As operações de crédito foram projetadas como sendo o produto do mercado total projetado em virtude da participação de mercado projetada para o BEC. As projeções consideram, a partir de 2005, a destinação de recursos captados através de poupança para a carteira de crédito imobiliário, conforme mencionado anteriormente, e a destinação de 2% dos depósitos à vista para as operações de microcrédito. Os valores de operações de crédito foram inicialmente estimados com base no market share, sendo posteriormente subtraída a PDD18 estimada. Os valores projetados para a carteira de crédito encontram-se demonstrados nas tabelas a seguir:

OPERAÇÕES DE CRÉDITO PROJETADAS DO MERCADO DO CEARÁ (R$ MIL)

Mercado Projetado 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

CredBEC 151.882 171.054 191.057 211.945 234.232 258.112 264.951 271.839 278.771 285.739Empréstimos/ TD ajustado 2.114.622 2.431.815 2.772.269 3.160.387 3.587.039 4.053.354 4.560.023 5.107.226 5.669.021 6.235.923Financiamentos 1.067.553 1.227.686 1.399.562 1.595.501 1.810.894 2.046.310 2.302.099 2.578.351 2.861.970 3.148.167Financiamentos rurais / agroindustriais 445.519 512.347 584.076 665.847 755.736 853.982 960.730 1.076.018 1.194.380 1.313.818Crédito imobiliário 878.252 1.009.990 1.151.389 1.312.583 1.489.782 1.683.454 1.893.886 2.121.152 2.354.479 2.589.927

Mercado Total Projetado 4.657.828 5.352.892 6.098.353 6.946.263 7.877.683 8.895.212 9.981.689 11.154.586 12.358.621 13.573.574 Crescimento 14,9% 13,9% 13,9% 13,4% 12,9% 12,2% 11,8% 10,8% 9,8%

MARKET SHARE DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO PROJETADAS (%)

Market Share 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Emprest. e Títulos Descontados 3,4% 4,3% 5,2% 6,1% 6,9% 7,8% 7,8% 7,8% 7,8% 7,8%CredBEC 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 40,0% 20,0% 20,0% 20,0%Financiamentos 0,0% 1,0% 2,0% 3,0% 4,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0%Crédito Imobiliário 0,9% 5,4% 11,1% 17,5% 24,5% 32,3% 22,5% 20,4% 20,1% 20,0%

18 Os critérios e as considerações adotados para estimar a PDD serão detalhados com a premissa adotada para receita de intermediação financeira.

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CARTEIRA DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO PROJETADA DO BEC ANTES DA PDD – CONTINUAÇÃO (R$ MIL)

Carteira Projetada 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Emprest. e Títulos Descontados 72.938 105.039 143.867 191.509 248.576 316.162 355.682 398.364 442.184 486.402 CredBEC 151.882 171.054 191.057 211.945 234.232 258.112 105.980 54.368 55.754 57.148 Financiamentos - 12.277 27.991 47.865 72.436 102.316 115.105 128.918 143.099 157.408 Crédito Imobiliário 7.519 54.775 127.827 229.843 365.446 542.998 425.908 431.673 472.442 517.212 Microcrédito 886 1.350 2.315 3.479 4.848 6.450 7.270 7.579 8.328 9.160

Carteira total projetada 233.225 344.495 493.058 684.641 925.538 1.226.037 1.009.945 1.020.901 1.121.806 1.227.330 Crescimento 47,7% 43,1% 38,9% 35,2% 32,5% -17,6% 1,1% 9,9% 9,4%

PDD PROJETADA (R$ MIL)

Valor Projetado de PDD 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Emprest. e Títulos Descontados 3.902 5.366 7.003 8.861 10.902 13.105 13.886 14.593 15.133 15.475 CredBEC 604 680 760 843 932 1.026 4.138 1.992 1.908 1.818 Financiamentos - 627 1.362 2.215 3.177 4.241 4.494 4.723 4.897 5.008 Crédito Imobiliário 402 2.798 6.222 10.634 16.028 22.507 16.628 15.813 16.169 16.455 Microcrédito 47 69 113 161 213 267 284 278 285 291

Total 4.955 9.540 15.460 22.714 31.252 41.146 39.430 37.399 38.392 39.047

CARTEIRA DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO DO BEC PROJETADA LÍQUIDA DA PDD (R$ MIL)

Carteira Líquida 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Emprest. e Títulos Descontados 69.036 99.673 136.864 182.648 237.674 303.057 341.796 383.771 427.051 470.927 CredBEC 151.278 170.374 190.297 211.102 233.300 257.086 101.842 52.376 53.846 55.330 Financiamentos - 11.650 26.629 45.650 69.259 98.075 110.611 124.195 138.202 152.400 Crédito Imobiliário 7.117 51.977 121.605 219.209 349.418 520.491 409.280 415.860 456.273 500.757 Microcrédito 839 1.281 2.202 3.318 4.635 6.183 6.986 7.301 8.043 8.869

Total 228.270 334.955 477.598 661.927 894.286 1.184.891 970.515 983.502 1.083.414 1.188.283

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• Títulos e Valores Mobiliários, CDI Rural e CDI Pronaf A segregação de recursos para aplicação em títulos e valores mobiliários, foi projetada a fim de atingir a meta de enquadramento de 18,6% projetada para o BEC19. A exigibilidade do crédito rural, de 25% dos depósitos à vista, foi projetada através da aplicação em depósitos interfinanceiros (CDI Rural e CDI Pronaf), conforme mencionado anteriormente. A partir de 2005, foi considerado que o Banco cumprirá a exigibilidade do microcrédito por meio de operação de crédito, conforme comentado anteriormente, em vez de depósitos interfinanceiros (CDI Microcrédito)20.

EVOLUÇÃO DAS APLICAÇÕES EM TVM, CDI RURAL E CDI PRONAF

R$ MIL

0

150.000

300.000

450.000

600.000

750.000

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

TVM CDI Rural CDI Rural Pronaf

19 Equivalente a uma média de mercado composta por bancos de varejo nacionais, conforme descrito no Capítulo 7 deste relatório. 20 Em dezembro de 2004 a exigibilidade do microcrédito estava dividada da seguinte forma: 47,3% em depósitos interfinanceiros e 52,7% em operações de crédito (produto destinado aos aposentados, Cred Aposentado Especial, com

taxas de 2% ao mês).

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PROJEÇÃO DE RESULTADOS • Receita de Intermediação Financeira A receita de intermediação financeira foi projetada considerando: (a) os saldos médios da carteira de aplicação do Banco, compreendida por empréstimos e financiamentos, carteira de crédito imobiliário, microcrédito e títulos e valores mobiliários, e as aplicações em CDI Rural e CDI Pronaf; e (b) as taxas médias reais projetadas para cada produto e para as operações de tesouraria representadas pela aplicação em títulos e valores mobiliários, CDI Rural e CDI Pronaf. As taxas médias de juros reais estão demonstradas na tabela a seguir:

TAXAS DE JUROS REAL PROJETADA PARA AS APLICAÇÕES DO BEC21

Produto 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Títulos Públicos 10,0% 8,9% 7,6% 6,7% 5,8% 4,8% 4,8% 4,8% 4,8% 4,8%Títulos Privados 10,0% 8,9% 7,6% 6,7% 5,8% 4,8% 4,8% 4,8% 4,8% 4,8%Empréstimos PJ 15,8% 15,0% 13,3% 12,0% 11,1% 9,6% 9,1% 8,7% 8,7% 8,7%Empréstimos PF 45,8% 42,4% 39,0% 36,8% 35,6% 34,6% 34,6% 34,6% 34,6% 34,6%AD 100,1% 92,5% 85,7% 81,3% 79,0% 78,0% 78,0% 78,0% 78,0% 78,0%Microcrédito 18,7% 20,1% 20,8% 21,4% 21,9% 21,9% 21,9% 21,9% 21,9% 21,9%Financiamentos 14,0% 12,9% 11,6% 10,7% 9,8% 8,8% 8,8% 8,8% 8,8% 8,8%Crédito Imobiliário 15,2% 15,2% 15,2% 15,2% 15,2% 15,2% 15,2% 15,2% 15,2% 15,2%CDI Rural 1,6% 2,7% 3,3% 3,8% 4,3% 4,3% 4,3% 4,3% 4,3% 4,3%

A inadimplência efetiva da carteira de crédito foi subtraída dos saldos projetados para cada produto de crédito, tendo como consequência a diminuição da receita de intermediação financeira. As taxas efetivas adotadas foram estimadas com base nas características de risco dos produtos, tendo como base para projeção a adoção de benchmark do mercado nacional de grandes bancos de varejo para o período de projeção. As taxas projetadas de inadimplência estão demonstradas na tabela a seguir.

21 Referem-se às taxas médias de cada ano. As taxas nominais negociadas pelo mercado para as aplicações em CDI Rural e CDI Pronaf são em média de 3% ao ano.

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TAXAS DE INADIMPLÊNCIA PARA OPERAÇÕES DE CRÉDITO DO BEC

Produto 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Emprest. e Títulos Descontados 6,7% 6,4% 6,1% 5,8% 5,5% 5,2% 4,9% 4,6% 4,3% 4,0%CredBEC 0,5% 0,5% 0,5% 0,5% 0,5% 0,5% 4,9% 4,6% 4,3% 4,0%Financiamentos 6,7% 6,4% 6,1% 5,8% 5,5% 5,2% 4,9% 4,6% 4,3% 4,0%Crédito Imobiliário 6,7% 6,4% 6,1% 5,8% 5,5% 5,2% 4,9% 4,6% 4,3% 4,0%Microcrédito 6,7% 6,4% 6,1% 5,8% 5,5% 5,2% 4,9% 4,6% 4,3% 4,0%

A inadimplência em 0,5% para o CREDBEC durante o período até 2010 está relacionada ao prazo de duração do contrato entre Governo do Estado e BEC. A partir de 2011, a inadimplência do CREDBEC foi considerada equivalente à dos demais produtos. A inadimplência inicial de 6,7% para os demais produtos de créditos é 50% maior que a média de grandes bancos de varejo nacionais22. A partir de 2006, adotamos uma queda gradual na taxa de inadimplência até atingir 4% em 2014. Tal premissa está relacionada principalmente ao cenário adotado nas projeções, com quedas nas taxas de juros e spreads, o que tornará inevitável uma análise de crédito mais aprofundada e de melhor qualidade. A receita de intermediação financeira segregada por tipo de produto está demonstrada na tabela a seguir.

RECEITA DE INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA PROJETADA (R$ MIL)

Produto 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Receita de operações de crédito 97.697 103.292 117.003 134.465 156.754 182.551 179.010 158.123 165.191 181.474Rendas de aplicações interfinanceiras de liquidez 141 353 702 1.275 2.072 2.811 3.413 3.694 3.958 4.351Rendas de títulos e valores mobiliários 53.105 52.063 49.638 46.070 40.125 32.892 31.358 32.969 36.979 39.688Receita da carteira imobiliária 540 4.482 13.164 25.847 43.124 65.973 70.513 62.578 66.142 72.580Receita de aplicação de recursos compulsórios 6.676 6.959 7.676 9.450 11.907 14.015 15.371 14.817 15.071 16.953

Total 158.159 167.149 188.183 217.107 253.982 298.242 299.665 272.181 287.341 315.046

22 Conforme amostragem Deloitte. Consideramos uma maior inadimplência no BEC devido às características de maior risco relacionado a bancos de menor porte.

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• Despesa de Intermediação Financeira A despesa de intermediação financeira foi projetada considerando: (a) os saldos médios das carteiras de depósitos remunerados e das obrigações por empréstimos e repasse; e (b) as taxas médias reais projetadas para cada produto. As taxas médias de juros reais estão demonstradas na tabela abaixo:

TAXAS DE JUROS REAL PROJETADA PARA AS CAPTAÇÕES DO BEC23

Produto 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Poupança 6,2% 6,2% 6,2% 6,2% 6,2% 6,2% 6,2% 6,2% 6,2% 6,2%Depósito a prazo 9,5% 8,5% 7,2% 6,4% 5,5% 4,6% 4,6% 4,6% 4,6% 4,6%Empréstimos e repasses 9,5% 8,5% 7,2% 6,4% 5,5% 4,6% 4,6% 4,6% 4,6% 4,6%

A despesa com intermediação financeira projetada encontra-se demonstrada na tabela abaixo:

DESPESA DE INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA PROJETADA (R$ MIL)

Produto 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Despesa de captação de depósitos de poupança 33.382 36.212 39.275 42.509 45.903 49.583 45.969 40.687 42.895 46.954Despesa de captação de depósitos a prazo 18.652 20.170 23.328 26.777 29.275 30.369 33.605 35.101 38.392 42.204Despesa de juros com empréstimos repassados 256 749 1.564 2.256 2.775 3.081 3.579 3.767 3.961 4.161FGC (1) 196 223 269 321 380 448 461 452 488 536

Total 52.486 57.354 64.436 71.863 78.333 83.481 83.614 80.007 85.736 93.855

(1) Fundo Garantidor de Crédito, estimado com base na legislação vigente.

23 Referem-se à média de cada ano.

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• Receita de Serviços A receita de serviços foi calculada de acordo com as características de cada tipo de receita, conforme demonstrado abaixo:

i. Receitas com administração de fundos de investimentos: As receitas com administração de fundos de investimentos (BECFIF60, PRATICBEC,

RENDBEC, BECMAXI, BECSUPER, BECFAQ e PRATICBEC II e III) foram calculadas com base nas taxas de administração atualmente praticadas pelo BEC, aplicadas sobre o patrimônio líquido dos fundos. Efetuamos a segregação entre fundos do Estado/Município e de pessoa física/jurídica, com o objetivo de considerar o efeito da perda do Contrato da Conta Única do Estado do Ceará em 2010. A evolução dos fundos de pessoas físicas/jurídicas foram projetadas de acordo com o M4 e os Fundos do Estado/Município, de acordo com o PIB do Estado. A partir de 2006, não estamos considerando em nossas projeções o Fundo PRATICBEC III, que está vinculado diretamente com a Conta de Depósito Judicial do Estado, administrada pelo BEC que conforme Relatório de Avaliação Jurídica do Consórcio, deverá ser transferida e administrada por outro banco do setor público.

ii. Receitas com administração de fundos de desenvolvimento: Com relação às receitas com administração de fundos para o Governo do Estado do Ceará24,

Fundo de Desenvolvimento Industrial - FDI, Fundo de Desenvolvimento Urbano - FDU, entre outros fundos, estas foram calculadas com base nas taxas de administração atualmente praticadas pelo BEC, aplicadas sobre as liberações e o patrimônio líquido dos fundos. A evolução do patrimônio líquido dos Fundos foi projetada de acordo com o crescimento projetado do M4.

iii. Receitas com administração da carteira de crédito do Estado: Com relação às receitas com administração da carteira comercial do Governo do Estado

do Ceará, estas foram calculadas com base na taxa de administração praticada pelo BEC, aplicadas sobre a recuperação dos créditos comerciais e um valor fixo de R$ 743,0 mil/ano para a administração dos títulos securitizáveis, conforme convênio firmado entre as partes.

iv. Outros serviços: Projetados para todo o período de projeção com crescimentos equivalentes à variação de depósitos à vista e crescimento do PIB do Ceará,

tendo como base a média de receita verificada para o período de janeiro de 2004 a março de 2005.

24 Foi considerado, a partir de 2011, o efeito de transferência dos recursos do Estado e das Prefeituras devido ao término do Contrato a ser celebrado entre o BEC e o Governo.

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• Despesas Administrativas e Tributárias

A projeção das despesas administrativas teve por base o saldo realizado no primeiro trimestre de 2005 e a média histórica verificada para as despesas incorridas nos últimos 15 meses25. Consideramos crescimentos de acordo com as especificidades de cada despesa (PIB do Ceará, agências, funcionários, depósitos, receita e imobilizado). Em 2011 e 2012, consideramos uma redução nas despesas administrativas devido ao encerramento do Contrato de Prestação de Serviços com o Estado e à conseqüente diminuição nas operações do BEC. As despesas foram reduzidas de acordo com os seguintes critérios: (i) com base na redução da rede agências; (ii) com base na evolução do quadro de funcionários; (iii) com base na redução de depósitos. As despesas tributárias (ISS, PIS, COFINS e CPMF) foram calculadas considerando a legislação pertinente. (i) PIS e COFINS: calculados em 4,65% sobre a base de cálculo estipulada na legislação; (ii) ISS: calculado em 5% sobre a receita de serviços e outras receitas operacionais; (iii) Fundo Garantidor de Crédito - FGC: calculado em 0,025% ao ano sobre o saldo médio de depósitos; e (iv) CPMF: calculada em 0,38% sobre receita de intermediação financeira, serviços prestados e outras receitas operacionais.

DESPESAS ADMINISTRATIVAS/TRIBUTÁRIAS (R$ MIL)

Descrição 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Despesas Administrativas 54.948 58.057 61.491 64.334 67.803 71.960 64.379 63.581 66.782 70.177Despesas Tributárias 11.675 12.323 13.498 15.081 17.144 19.692 17.929 16.966 17.837 19.245

Despesas Administrativas 66.623 70.380 74.988 79.415 84.947 91.652 82.308 80.548 84.619 89.421 Crescimento 5,6% 6,5% 5,9% 7,0% 7,9% -10,2% -2,1% 5,1% 5,7%% sobre receita de intermediação 42,1% 42,1% 39,8% 36,6% 33,4% 30,7% 27,5% 29,6% 29,4% 28,4%

25 Exceção feita às despesas com publicidade e processamento de dados, que foram projetadas tendo como base benchmark de grandes bancos de varejo do mercado nacional.

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• Despesas de Pessoal A projeção das despesas de pessoal teve por base o gasto realizado em 2004. De acordo com o benchmark de operações de crédito por funcionários, a partir de 2006, não estamos considerando em nossas projeções o custo com estagiários que o BEC tem atualmente. Consideramos aumento real salarial de 0,5% ao ano para todo o período projetivo, de acordo com a evolução salarial considerada no Relatório de Avaliação Atuarial da CABEC e a manutenção de salários e benefícios, conforme Relatório de Recursos Humanos, ambos elaborados pelo Consórcio Em 2011 e 2012, devido ao encerramento do Contrato de Prestação de Serviços com o Estado e à significativa redução das operações, foi considerada uma redução no quadro de pessoal e na quantidade de agências. Essa redução adotou como benchmark a produtividade média por funcionário. O quadro de pessoal em 2011/2012 sofreu uma redução total de 23%, ou seja, permanecendo com 664 funcionários (anteriormente 866). A partir de 2013, foi considerada a contratação de novos funcionários a fim de equalizar as operações projetadas para o Banco com o benchmark de produtividade comentado anteriormente. A rede de agências foi reduzida para 52 (anteriormente 70), passando a capital a contar com 18 agências (anteriormente 25) e o interior com 34 (anteriormente 45). Os custos rescisórios foram estimados em R$ 56,0 mil por funcionário e foram considerados o custo médio atual e o impacto da evolução salarial nessa estimativa. As despesas de contribuição ao fundo de previdência complementar administrado pela Caixa de Assistência do Banco do Estado do Ceará - CABEC foram projetadas como sendo equivalentes a 7,9% da despesa de salários. Essa proporção permite o equilíbrio da caixa de assistência, de acordo com o Relatório de Avaliação Atuarial da CABEC. Adotamos como participação nos resultados a média de mercado de dois salários anuais, limitada a 15,9% do lucro líquido, equivalente à média de uma amostra de bancos brasileiros de varejo para os anos de 2000 a 2004.

DESPESAS DE PESSOAL (R$ MIL) Descrição 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Despesa de Folha (salário, encargos e benefícios) 52.143 50.125 50.370 50.616 50.862 51.111 40.661 39.873 42.464 44.959 Custo com Rescisão de Pessoal - - - - - - 10.675 986 - - Contribuição - CABEC 2.081 2.091 2.102 2.112 2.123 2.133 1.686 1.652 1.763 1.870

Despesas de pessoal 54.224 52.216 52.472 52.728 52.985 53.244 53.022 42.511 44.227 46.829 Salário médio por funcionário 62,6 60,3 60,6 60,9 61,2 61,5 77,9 64,0 62,7 62,9

Quantidade média de funcionários 866 866 866 866 866 866 681 664 705 744 Cobertura (Despesa Pessoal/Receita de Serviços) 58,6% 66,6% 72,3% 78,2% 84,4% 91,0% 62,8% 81,5% 82,7% 82,6%

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• Imposto de Renda e Contribuição Social Os valores provisionados referem-se ao imposto de renda e à contribuição social devidos no fim de cada período projetivo. Esses valores foram calculados conforme a legislação pertinente em vigor na data-base da avaliação. • Prejuízos Fiscais e Base Negativa da Contribuição Social O BEC possuía na data-base saldo de prejuízos fiscais e base negativa de R$ 103.076 mil e R$ 92.102 mil, respectivamente. A utilização dos benefícios fiscais advindos do estoque de prejuízos fiscais e da base negativa foi considerada no fluxo de caixa projetado. • Investimentos Para o período de 2005, consideramos na projeção o montante de R$ 4,2 milhões, de acordo com o Relatório de Avaliação dos Recursos de Informática elaborado pelo Consórcio. Para o período de 2006 em diante, consideramos o reinvestimento de 100% da depreciação do ano anterior, utilizando como balizador, o benchmark do grau de mobilização de bancos nacionais de varejo. • Depreciação e Amortização A depreciação dos ativos existentes foi projetada com base nas taxas adotadas pelo BEC26. Os novos investimentos foram depreciados a uma taxa de depreciação ponderada média27. A amortização dos gastos diferidos foi projetada adotando-se as taxas atualmente praticadas pelo BEC28. • Valor Residual

O fluxo de caixa projetado foi estendido até 2023 visando à sua estabilização. Para cálculo da perpetuidade, após esse período foi considerado crescimento de 2,5% ao ano.

26 As taxas são equivalentes às fiscalmente permitidas. 27 Para cálculo da taxa média ponderada, foi desconsiderado o efeito da depreciação de edificações. 28 Essas taxas estão de acordo com a legislação societária e fiscal.

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RESULTADOS DA AVALIAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA

CONSÓRCIO DELOITTE/TREVISAN/SOUZA CAMPOS/ZALCBERG 9. Resultado da Avaliação Econômico-Financeira - 1 de 2

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9. RESULTADO DA AVALIAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA A avaliação econômico-financeira do valor operacional do BEC, foi calculada com base no valor presente líquido do fluxo de caixa operacional projetado e descontado para o acionista na data-base 31 de dezembro de 2004, conforme premissas e considerações mencionadas anteriormente neste relatório. Com base no escopo de nossa revisão, e nas pesquisas, análises e informações obtidas, estimamos que pelo método da avaliação econômico-financeira selecionado o valor econômico da totalidade das ações do BEC, consideradas em conjunto, é de R$ 518.233,0 Mil (quinhentos e dezoito milhões, duzentos e trinta e três mil reais), como indicado no cenário analisado. O quadro a seguir apresenta a composição do valor operacional apurado, assim como os ajustes econômicos considerados na avaliação econômico-financeira:

RESUMO DO RESULTADO DA AVALIAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA

RESULTADO DA AVALIAÇÃO R$ MIL

(+) Valor Presente do Fluxo de Caixa Operacional 147.519,0

(+) Perpetuidade 39.930,0

(=) VALOR OPERACIONAL 187.449,0

(+) Ajustes Diversos 330.784,0

(=) VALOR ECONÔMICO DO BEC 518.233,0

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A seguir, apresentamos a composição dos ajustes efetuados em relação ao valor econômico-financeiro operacional apurado, tomando-se como base a posição contábil de 31 de dezembro de 2004:

AJUSTES SOBRE O VALOR ECONÔMICO-FINANCEIRO OPERACIONAL

RESUMO DOS AJUSTES IDENTIFICADOS R$ MIL

Capital Excedente 290.400,0

Títulos de Renda Variável (líquido de Provisão para Desvalorização) 22.423,0

Devedores por Depósito em Garantia 9.921,0

Pagamentos a Ressarcir (Adiantamento por Conta da Previdência Social) 10.855,0

Pagamentos a Ressarcir (Depósitos Judiciais) 6.627,0

Fundo de Contingência – Responsabilidade Estado 81.482,0

Polo Ativo – Processos Cíveis e Judiciais 11.358,0

Bens não de Uso Próprio 1.521,0

Investimentos 546,0

Provisão para Riscos Fiscais (24.741,0)

Provisão para Passivos Contingentes (21.362,0)

Provisão Cobertura pelo Fundo de Contingência (6.576,0)

Provisão para Cobertura do Déficit Atuarial (60.488,0)

Eventos subseqüentes à data-base 8.818,0

(=) TOTAL DOS AJUSTES DIVERSOS 330.784,0

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MÉTODO DE TRANSAÇÕES COMPARÁVEIS

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10. MÉTODO DE TRANSAÇÕES COMPARÁVEIS (MÚLTIPLOS E COMPARÁVEIS) O método do mercado baseia-se no princípio da substituição, assumindo-se que um comprador prudente não vai pagar mais por uma atividade do que o custo de adquirir um empreendimento similar e com a mesma finalidade. Sob essa metodologia, há dois enfoques de avaliação: (1) Comparação com operações de fusões e aquisições recentes; e

(2) Múltiplos comparáveis de empresas com ações negociadas em bolsa de valor. Especificamente para a avaliação do BEC, estamos adotando a “comparação com operações de fusões e aquisições recentes”, a fim de corroborar (cross check) o valor econômico apurado pelo método da lucratividade, utilizando o enfoque que considera o fluxo de caixa descontado. Nesse enfoque, o método do mercado baseia-se na pesquisa e identificação de transações que tenham envolvido empresas-referência (guidelines). Dessa forma, pesquisamos as seguintes fontes de obtenção de informações para transações relevantes de empresas guidelines, de capital aberto e de capital fechado:

• Bloomberg

• Merger Stat

• Internet Securities

• Thomson Financial

As fontes demonstradas constituem-se nas principais, não tendo sido, entretanto, as únicas pesquisadas. A seguir, apresentamos o resultado das pesquisas efetuadas e, no fim deste capítulo, a aplicação dos múltiplos para avaliação do BEC.

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TRANSAÇÕES DE BANCOS PRIVATIZADOS

- 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00

Banerj

Meridional

Credireal

Bemge

Bandepe

Baneb

Banestado

Banespa

Paraiban

BEG

BEA

BEM

Média

Bancos Estaduais - Preço Mínimo e Preço Pago sobre PL

Preço Mínimo / PL Preço Pago / PL

Média de preçopago/PL = 2,32

Média de preçomínimo/PL = 1,38

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MÚLTIPLOS APLICADOS AO BEC Para fins ilustrativos e baseados nos múltiplos anteriormente apresentados, os Preços Mínimo/PL e Pago/PL para o BEC, tendo como base os valores médios observados para as transações de bancos privatizados, por serem os bancos com características mais similares às do BEC, atingiram os seguintes valores:

VALOR DO BEC COM BASE NA ANÁLISE DE MÚLTIPLOS – R$ MILHÕES

Vale ressaltar que o múltiplo apresentado de preço pago/PL está considerando, na formação de sua média, os múltiplos de venda do Banespa e Banestado, que são bancos de tamanho muito maior que o BEC e que, desta forma, apresentam diferenças relevantes em suas operações em comparação às do BEC. Caso o múltiplo dessas duas transações não estivesse sendo considerado na média geral, o múltiplo médio a ser aplicado ao BEC seria de 1,88 e, conseqüentemente, seu Preço Pago/PL seria equivalente a R$ 672,0 milhões.

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ANÁLISE DE SENSIBILIDADES

CONSÓRCIO DELOITTE/TREVISAN/SOUZA CAMPOS/ZALCBERG 11. Análise de Sensibilidades - 1 de 1

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11. ANÁLISE DE SENSIBILIDADES Em trabalhos de avaliação econômico-financeira, é essencial analisar quão consistentes são os resultados obtidos, isto é, quanta variação nas hipóteses e nas variáveis importantes pode ocorrer sem que haja alteração radical nos valores estimados. Dessa forma, apresentamos algumas sensibilidades das principais variáveis importantes na determinação do valor econômico do BEC. Os resultados das análises apresentam-se demonstrados na tabela a seguir:

ANÁLISE DE SENSIBILIDADES - R$ MILHÕES

VARIÁVEL SENSIBILIZADA VALOR SENSIBILIZADO

• VALOR ECONÔMICO BASE 518,2

• TAXA DE DESCONTO 1,0% 495,1 -1,0% 545,5

• TAXA DE JUROS 1,0% 543,6 -1,0% 492,9

• NÍVEL DE ENQUADRAMENTO DA BASILÉIA 2,0% 505,2 -2,0% 531,2

• DESPESAS OPERACIONAIS 2,0% 510,9 -2,0% 525,6

• FIDELIZAÇÃO FUNCIONALISMO EM 2011 E 2012 EM DIANTE 30% e 15% 515,7 20% e 10% 506,2

• UTILIZAÇÃO DO CREDBEC 2,0% 523,5 -2,0% 513,5

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RECOMENDAÇÃO DO PREÇO MÍNIMO

CONSÓRCIO DELOITTE/TREVISAN/SOUZA CAMPOS/ZALCBERG 12. Recomendação do Preço Mínimo - 1 de 1

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12. RECOMENDAÇÃO DO PREÇO MÍNIMO VALOR ECONÔMICO APURADO E RECOMENDAÇÃO DO PREÇO MÍNIMO O valor econômico apurado para o BEC foi calculado com base no valor presente dos fluxos de caixa gerados para o acionista pelas operações futuras, conforme premissas e considerações descritas neste relatório. Essa metodologia é universalmente adotada em transações que envolvem venda ou transferência de controle acionário, sendo os fluxos de caixa descontados a valor presente por uma taxa que reflete o grau de confiança atribuído às projeções e o risco associado à atividade econômica desenvolvida pela empresa em questão. Adicionalmente, em entendimento às condições contratuais, determinamos o referencial de valor econômico do BEC em virtude de operações comparáveis, tomando-se como base as privatizações ocorridas e as operações de compra/venda de bancos estaduais, conforme indicado no Capítulo 10.

RESUMO DA AVALIAÇÃO – FLUXO DE CAIXA DESCONTADO X OPERAÇÕES SIMILARES

826.260

492.074

147.519

39.930

330.784

Preço pago/PL Preço mínimo/PL Fluxo de caixa

518.233

Consequentemente, com base no escopo de nossa avaliação econômico-financeira e nas pesquisas, nas análises e nos conhecimentos adquiridos no exercício de nossos trabalhos, estimamos que o valor a ser adotado como parâmetro para estabelecimento do preço mínimo para a totalidade das ações do BEC é de R$ 518,0 milhões (quinhentos e dezoito milhões de reais).

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ANEXOS

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FLUXO DE CAIXA DESCONTADO

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BECFluxo de Caixa ProjetadoR$ mil

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014Resultado antes da tributação direta 10.108 15.634 30.400 49.970 77.611 113.439 107.980 97.763 103.465 117.602

. (Aumento)/ Diminuição da carteira de crédito e PDD (15.792) (106.684) (142.642) (184.331) (232.358) (290.606) 214.376 (12.987) (99.912) (104.868)

. (Aumento)/ Diminuição da carteira de TVM (37.914) (101.691) (102.948) (101.780) (93.375) (90.348) 12.992 (104.592) (112.680) (127.935)

. Aumento/ (Diminuição) de depósitos e repasses 53.706 180.211 208.636 237.335 266.677 308.066 (179.719) 113.043 186.142 204.323

. (Aumento)/ Diminuição de outros ativos circulantes 15 (19) (39) (42) (48) (55) 28 (51) (80) (81)

. Aumento/ (Diminuição) de outros passivos circulantes (24.847) 4.051 6.256 6.596 6.512 7.751 (2.603) 1.372 3.943 4.615

. Depreciação e amortização 7.290 7.138 4.639 5.205 5.645 5.710 6.029 6.003 5.890 6.000

. Investimentos (4.151) (6.715) (6.563) (4.234) (5.142) (5.627) (5.710) (6.029) (6.003) (5.890)

. Imposto de renda e contribuição social (2.121) (3.294) (6.428) (10.808) (17.381) (25.903) (29.741) (32.031) (33.890) (38.620)

. Participação nos resultados (1.096) (1.693) (3.289) (4.456) (4.478) (4.501) (3.557) (3.485) (3.719) (3.944)

Fluxo de caixa (14.802) (13.062) (11.978) (6.545) 3.663 17.926 120.075 59.006 43.156 51.202

Fluxo de caixa (14.802) (13.062) (11.978) (6.545) 3.663 17.926 120.075 59.006 43.156 51.202

Taxa de Desconto ==> 16,72% 0,9256 0,7930 0,6794 0,5821 0,4987 0,4273 0,3661 0,3136 0,2687 0,2302

Valor presente do fluxo de caixa (13.701) (10.358) (8.138) (3.810) 1.827 7.659 43.955 18.506 11.596 11.787

Valor presente do fluxo de caixa operacional 147.519

. Valor da perpetuidade 39.930

Valor presente das operações 187.449

. Ajustes Diversos 330.784

Valor Econômico do BEC 518.233

ProjeçõesFluxo de Caixa Projetado

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DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO

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BECDemonstração de ResultadoR$ mil

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014. Receita da intermediação financeira 158.159 167.149 188.183 217.107 253.982 298.242 299.665 272.181 287.341 315.046

% de crescimento real n/a 5,7% 12,6% 15,4% 17,0% 17,4% 0,5% -9,2% 5,6% 9,6%

. Despesa da intermediação financeira (52.486) (57.354) (64.436) (71.863) (78.333) (83.481) (83.614) (80.007) (85.736) (93.855)% sobre a receita de intermediação financeira 33,2% 34,3% 34,2% 33,1% 30,8% 28,0% 27,9% 29,4% 29,8% 29,8%

Resultado da intermediação financeira 105.673 109.795 123.747 145.244 175.649 214.761 216.051 192.174 201.605 221.191% sobre a receita de intermediação financeira 66,8% 65,7% 65,8% 66,9% 69,2% 72,0% 72,1% 70,6% 70,2% 70,2%

. Receita de prestação de serviços 31.755 34.750 37.923 41.239 44.699 48.439 33.288 34.651 36.596 38.661% sobre a receita operacional 16,7% 17,2% 16,8% 16,0% 15,0% 14,0% 10,0% 11,3% 11,3% 10,9%

% sobre a despesa de pessoal 58,6% 66,6% 72,3% 78,2% 84,4% 91,0% 62,8% 81,5% 82,7% 82,6%% de crescimento real n/a 9,4% 9,1% 8,7% 8,4% 8,4% -31,3% 4,1% 5,6% 5,6%

. Despesas operacionais (120.847) (122.596) (127.460) (132.143) (137.932) (144.896) (135.330) (123.059) (128.846) (136.250)% sobre o receita operacional 63,6% 60,7% 56,4% 51,1% 46,2% 41,8% 40,6% 40,1% 39,8% 38,5%% sobre o margem liquida 87,9% 84,8% 78,8% 70,9% 62,6% 55,1% 54,3% 54,3% 54,1% 52,4%% de crescimento real n/a 1,4% 4,0% 3,7% 4,4% 5,0% -6,6% -9,1% 4,7% 5,7%

. Outras receitas operacionais 817 823 829 835 840 845 - - - - % sobre o receita operacional 0,4% 0,4% 0,4% 0,3% 0,3% 0,2% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%

Resultado operacional 17.398 22.772 35.039 55.175 83.256 119.149 114.009 103.766 109.355 123.602% sobre a receita operacional 9,2% 11,3% 15,5% 21,4% 27,9% 34,4% 34,2% 33,8% 33,8% 34,9%% de crescimento real n/a -34,6% 53,9% 57,5% 50,9% 43,1% -4,3% -9,0% 5,4% 13,0%

. Depreciação e amortização (7.290) (7.138) (4.639) (5.205) (5.645) (5.710) (6.029) (6.003) (5.890) (6.000)

Resultado antes da tributação direta 10.108 15.634 30.400 49.970 77.611 113.439 107.980 97.763 103.465 117.602% sobre a receita operacional 5,3% 7,7% 13,4% 19,3% 26,0% 32,7% 32,4% 31,9% 31,9% 33,2%

. Imposto de renda e contribuição social (2.121) (3.294) (6.428) (10.808) (17.381) (25.903) (29.741) (32.031) (33.890) (38.620)Alíquota efetiva 21,0% 21,1% 21,1% 21,6% 22,4% 22,8% 27,5% 32,8% 32,8% 32,8%

. Participação nos resultados (1.096) (1.693) (3.289) (4.456) (4.478) (4.501) (3.557) (3.485) (3.719) (3.944)

Lucro/ (prejuízo) do período 6.891 10.647 20.683 34.706 55.752 83.035 74.682 62.247 65.856 75.038% sobre a receita operacional 3,6% 5,3% 9,1% 13,4% 18,7% 24,0% 22,4% 20,3% 20,3% 21,2%

ProjeçõesDemonstração de Resultado

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BALANÇO PATRIMONIAL – ATIVO / PASSIVO

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BECBalanço Patrimonial ProjetadoR$ mil

Data base dez/04 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Ativo circulante e realizável a longo prazo 838.636 892.327 1.100.721 1.346.350 1.632.503 1.958.284 2.339.293 2.111.897 2.229.527 2.442.199 2.675.083

Disponibilidades - - - - - - - - - - -

Aplicações interfinanceiras de liquidez 8.195 11.071 16.875 28.932 43.485 60.599 80.621 90.878 94.734 104.105 114.503

Títulos e valores mobiliários 514.629 545.482 624.278 678.719 696.801 694.203 674.102 630.392 741.108 797.236 853.793

Relações interfinanceiras 104.061 108.246 125.337 161.787 230.932 309.791 400.218 420.679 410.699 457.880 518.860

Relações interdependências - - - - - - - - - - -

Operações de crédito 212.479 228.271 334.955 477.597 661.928 894.286 1.184.892 970.516 983.503 1.083.415 1.188.283

Provisão para operações de crédito (4.880) (4.880) (4.880) (4.880) (4.880) (4.880) (4.880) (4.880) (4.880) (4.880) (4.880)

Outros créditos 3.178 3.163 3.182 3.221 3.263 3.311 3.366 3.338 3.389 3.469 3.550

Provisão para outros créditos - - - - - - - - - - -

Outros valores e bens 974 974 974 974 974 974 974 974 974 974 974

Ativo permanente 29.463 26.324 25.901 27.825 26.854 26.351 26.268 25.949 25.975 26.088 25.978

Ativo total 868.099 918.651 1.126.622 1.374.175 1.659.357 1.984.635 2.365.561 2.137.846 2.255.502 2.468.287 2.701.061

Passivo circulante e exigível a longo prazo 833.645 862.504 1.046.766 1.261.658 1.505.589 1.778.778 2.094.595 1.912.273 2.026.688 2.216.773 2.425.711

Depósitos 755.538 809.136 977.123 1.172.485 1.395.390 1.646.144 1.936.467 1.752.702 1.861.564 2.043.394 2.243.272

Relações interdependências - - - - - - - - - - -

Obrigações por empréstimos e repasses 2.633 2.741 14.965 28.239 42.669 58.592 76.335 80.381 84.562 88.874 93.319

Outras obrigações 75.474 50.627 54.678 60.934 67.530 74.042 81.793 79.190 80.562 84.505 89.120

Patrimônio líquido 34.454 56.147 79.856 112.517 153.768 205.857 270.966 225.573 228.814 251.514 275.350 1 Capital social 242.316 257.118 270.180 282.158 288.703 288.703 288.703 288.703 288.703 288.703 288.703 Reservas de Capital 182 182 182 182 182 182 182 182 182 182 182 Reservas de Lucros 67.472 67.472 67.472 67.472 67.472 67.472 67.472 67.472 67.472 67.472 67.472 Lucros acumulados 46.300 53.191 63.838 84.521 119.227 171.316 236.425 191.032 194.273 216.973 240.809 Ajustes iniciais (321.816) (321.816) (321.816) (321.816) (321.816) (321.816) (321.816) (321.816) (321.816) (321.816) (321.816)

Passivo e patrimônio líquido 868.099 918.651 1.126.622 1.374.175 1.659.357 1.984.635 2.365.561 2.137.846 2.255.502 2.468.287 2.701.061

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