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Bebedouro n o 41 | Agosto de 2015 jornal brasil atual distribuição gratuita @jorbrasilatual (11) 7757-7331 Cidadania Projeto Guri investe em “formação musical de orquestra” de crianças e adolescentes Antena Atual Nova frota de ônibus, com acessibilidade para deficientes, já está circulando pela cidade Cultura Jovem escritor bebedourense lança livro de ficção que debate tecnologia, ética e política Vivendo com Em busca de segurança, cidadãos se refugiam da violência em loteamentos privados, que se espalham rapidamente por todo o interior do Estado Especialistas comentam reflexos dessa forma de habitação, que altera a relação das pessoas com as cidades medo

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Jornal Brasil Atual Bebedouro - 41ª edição

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Bebedouro no 41 | Agosto de 2015jornal brasil atual

distribuição gratuita

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CidadaniaProjeto Guri investe em “formação musical de orquestra” de crianças e adolescentes

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CulturaJovem escritor bebedourense lança livro de ficção que debate tecnologia, ética e política

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Em busca de segurança, cidadãos se refugiam da violência em loteamentos privados, que seespalham rapidamente por todoo interior do Estado

Especialistas comentam reflexos dessa forma de habitação, que altera a relação das pessoas com as cidadesmedo

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Vivemos tempos sombrios na política bra-sileira. A confusão que ocorre entre manifes-tação de pensamento e oportunismo pela der-rocada da democracia é de deixar qualquer pessoa com um mínimo de lucidez preocupa-da com as notícias do Planalto.

Não é o melhor momento da nossa eco-nomia após uma década frutífera a todos, com valorização do salário mínimo, ampla oferta de empregos, programas sociais de distribuição de renda aquecendo o mer-cado, para ficar apenas no que sempre foi mais aparente e sensível.

Agora, os efeitos da crise econômica mun-dial chegaram ao país. O que fora chamado de “marolinha” pelo ex-presidente Lula veio como um tsunami para o colo da presidenta Dilma. É difícil assimilar como a sua equipe econômica trabalha para retomar o cresci-mento do PIB, sobretudo pelo peso que jo-gam nas costas dos que estão no andar de baixo, mas não é por este motivo que iremos confundir alhos com bugalhos.

É compreensível o descontentamento de muitos brasileiros que, desiludidos ou ca-rentes de experiência política, participam

desse novo formato de manifestação po-lítica, realizada aos domingos, com todos vestindo roupas verdes e amarelas (mais próximo a uma festa do que um protesto).

Ainda que seja importante discutir quem fi-nancia os grupos organizadores supostamen-te apartidários, que marcham lado a lado com defensores do golpe militar, e têm lideran-ças com boas relações com Eduardo Cunha (PMDB), Aécio Neves (PSDB), Jair Bolsonaro (PP) e outros políticos tarimbados.

O que não é possível admitir, porém, é qual-quer afronta ao regime democrático. O nosso modelo representativo tem se mostrado falho, mas a sua essência é o que nos permite a livre organização e as manifestações de rua.

É preciso respeitar as regras deste jogo. Saber perder faz parte da democracia. Rei-vindicar melhorias, também. Mas é leviano quem pede o impeachment de Dilma porque discorda de sua política, tentando associá-la sem provas ao caso da Petrobras. Isso é, no mínimo, um golpe branco! E já não há mais espaço para golpes no Brasil. É preciso com-bater o bom combate, respeitando o regime democrático e o voto popular.

ExpEdiEntE REdE BRasil atual – BEBEdouRoEditora Gráfica atitude ltda. diretor de Redação Paulo Salvador Editor Enio Lourenço Repórter Giovanni Giocondo Editor de arte Adriano Kitani Revisora Malu Simões Foto capa – tOrange.biz telefone (11) 3295-2819 Endereço Rua São Bento, 365, 19o andar – Centro, São Paulo, SP CEp 01011-100tiragem 10 mil exemplares distribuição Gratuita

Editorial

Democracia, um bem maior

Teólogo Leonardo Boff defende auditoria da dívida públicaO teólogo Leonardo Boff se reuniu com lideranças populares no Sin-dicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, no dia 13 de julho, para falar sobre alguns temas em voga no Brasil e no mundo. Confira alguns trechos da palestra. Papa Francisco e ecologiaO papa assumiu o paradigma da ecologia, deu centralidade à Terra e à vida, critica o sistema que produz morte e degradação. E disse: “Se não cuidarmos da ‘casa comum’, vamos de encontro a uma tragédia”. DemocraciaAinda vivemos uma democracia de clientela. Basta dizer que 70% dos

deputados brasileiros foram “eleitos” por dez grandes empresas. Eles não estão representando o povo brasileiro. Se colocarmos justiça social e igualda-de como referência de toda democra-cia, a brasileira parece uma farsa. PolíticaO PT precisa voltar para suas ba-ses. O partido se propunha ser dos trabalhadores, dos oprimidos, da inclusão social, com outro tipo de democracia, mas o governo, sem base parlamentar, não conseguiu fazer nenhuma grande reforma. A solução é um novo recomeço. Um caminho que passa por um proces-so de Assembleia Constituinte e de redefinição do projeto econômico.

EconomiaA economia mantém pouca sustenta-bilidade com o aumento contínuo dos juros e as negociações com o grande ca-pital, enfraquecendo o Estado. O econo-mista Márcio Pochmann mostrou que 5.000 famílias controlam 43% do PIB brasileiro, e são elas que emprestam di-nheiro ao governo, que depois gasta R$ 150 bilhões com os juros ao ano. Auditoria da dívida públicaA auditoria da dívida pública está na Constituição. Onde ela foi feita, a dívida foi reduzida em até 60%, isso devido a contratos malfeitos. Essa é uma das lutas que deveríamos fazer para sobrar mais dinheiro para os investimentos sociais.

“Os tipos de democracia e de economia que vivemos são

dois problemas estruturais”

Por redação do Brasil Atual

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3Bebedouro

Laureci de Souza Pinto, ex-presidente do PT de Bebedouro

“Formação musical de orquestra” ganha força entre adolescentes e jovens

Ex-companheiros homenagearam militante que faleceu aos 55 anos após acidente de moto

ObituárioCidadania

E stão abertas as inscrições para o projeto Guri até o dia 28 des-te mês. O trabalho, que fun-ciona há 10 anos por iniciati-

va da Secretaria Estadual de Cultura, envolve 102 crianças e adolescentes de Bebedouro, dos 8 aos 18 anos, e tem por objetivo a “formação musical de orquestra” (com maior ênfase em mú-sica erudita) dos alunos.

As aulas são gratuitas e aconte-cem no antigo Centro Comunitário do Parque Pedro Maia, às terças e quintas-feiras, das 13h30 às 18 h. A divisão é feita em turmas iniciantes, intermediárias e avançadas. Para participar, os candidatos precisam estar matriculados em escolas regu-lares, além da autorização dos pais ou responsáveis.

Entre os instrumentos disponí-veis para o aprendizado estão os do naipe de cordas, como o violonce-lo, o violino, a viola e o contrabai-xo sinfônico; os de sopro, como o trombone, o trompete, o eufônio,

Militante histórico do Partido dos Trabalhadores (PT) em Bebedouro e eleito presidente do diretório muni-cipal da sigla em 2014, Laureci José de Souza Pinto faleceu no último dia 12 de julho, aos 55 anos, após sofrer um grave acidente de moto na Rodovia Armando Sales Oliveira.

Janete Alota Pereira, escrivã-che-fe do Fórum e colega de Laureci na Pastoral da Juventude, no início dos anos 1980, recordou-se do importante trabalho comunitário que realizaram nos bairros de Bebedouro. “Para mim é uma perda grande, já que éramos próximos e estivemos juntos em um momento em que a fé, a vida e a ques-tão social caminhavam juntas”, disse.

O vereador Luiz Carlos de Freitas (PT), que conhecia Laureci há 35 anos e juntos ajudaram a fundar o partido na cidade, se emocionou ao se referir à relação estreita que possuía com os pais do companheiro, seu Arceno e dona Almira. “Essa convivência com a família dele me marcou muito. Eles são pessoas bastante simples, hones-tas, solidárias, como era o compa-nheiro Laureci”, destacou.

o saxofone, a flauta transversal e o clarinete; e os de percussão, como a bateria. Todos os instrumentos per-tencem ao projeto e são comparti-lhados entre os alunos.

Adolescentes fazem da música um modo de vida

Aos 16 anos, Maria Letícia da Sil-va é apontada como um dos talentos surgidos no projeto. Logo que chegou, a aluna do 2º ano do ensino médio já conseguiu empunhar a viola mesmo sem antes conhecer o instrumento.

Apesar de ter ficado dois anos dis-tante do Guri por incompatibilidades de horário com a escola, Maria Letí-cia retornou neste ano, agora à fren-te do violoncelo, e pretende levar o trabalho adiante com a sua banda, da qual é vocalista e violonista.

Exemplo de perseverança, Beatriz de Almeida, 17, entrou para o Guri em 2014, grávida de seu primeiro fi-lho. No último mês de gestação, em dezembro do ano passado, ela parti-

cipou de uma apresentação pública ao lado dos colegas. O menino ago-ra acompanha a mãe nas aulas, que Beatriz retomou neste mês. “Ele já ouvia a nossa música desde que es-tava na barriga. Eu quero seguir até quando puder tocar”, conta.

Impactos da música na formação do ser humano

Para Marcelo Finholdt, que toca na Orquestra Filarmônica de São José do Rio Preto e é professor do naipe de cordas, o Projeto Guri oferece aos jovens a oportunidade de tomar con-tato com instrumentos sinfônicos, agregando cultura musical e mais sensibilidade às suas vidas.

“Eles ficam encantados”, relata Fi-nholdt, que acredita que os alunos, ao aprenderem música, melhoram o desempenho escolar, o compor-tamento e o relacionamento com a família e os amigos. “Os pais sempre ressaltam mudanças importantes nessas áreas”, resume.

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Os alunos, ao aprenderem música, melhoram o desempenho escolar, o comportamento e o relacionamento com a família e os amigos

Projeto Guri inicia meninos e meninas em instrumentos de sopro, percussão e naipe de cordas

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os condomínios fechados têm grandes efeitos na vida de seus habitantes, especialmente nas crianças, que costumam criar uma divisão muito forte entre quem é ‘de dentro’ e os ‘de fora’

O s condomínios ou lotea-mentos fechados torna-ram-se verdadeiros redutos de proteção e exclusividade

para as classes média e alta no Brasil. Em São Paulo, moradores apontam esse estilo de vida como a solução diante da violência, que teria migra-do da capital para as pequenas e mé-dias cidades do interior.

Condomínios fechados se

espalham pelo interior de SP

A blindagem e a desigualdade

Urbanismo

Com medo da violência, moradores buscam segurança privada e conforto; especialistas comentam causas e miram

soluções para evitar avanço desenfreado dos loteamentos

Esses espaços proliferam de for-ma veloz e são quase sempre dotados de infraestrutura de lazer, entreteni-mento, segurança e até mesmo ser-viços. Para especialistas, tal aparato desestimula as pessoas a deixarem o local para realizar outras atividades ou as força a utilizarem veículo par-ticular para qualquer deslocamento além dos muros.

O contador Wilson Morelli, de 48 anos, é síndico da associação que administra o loteamento Jardim dos Flamboyants, em Jaú, desde o início de 2015. O condomínio tem 364 lotes, 60% deles ocupados por casas. Há três anos, ele trocou uma residência na região central da cidade em bus-ca de mais segurança, privacidade e qualidade de vida para sua família.

“Nós temos portaria 24 horas, ron-da noturna, vigilantes próprios. Eu acredito que seja uma tendência as pessoas irem viver em condomínios fechados por conta da segurança, já que os índices de criminalidade têm crescido muito em nossa região”, es-clarece Wilson.

A justificativa é a mesma da jorna-lista Lidiane de Oliveira, 30, e de seu marido, o radialista Anselmo Man-

zano, 40. O casal mora no Residen-cial Flamboyants, um condomínio fechado na área urbana de Bauru, onde vivem cerca de 1.000 pessoas.

“Eu fui assaltada no apartamento onde morava e por isso resolvemos vir para cá. Imaginei que viver em um espaço mais isolado pudesse me dar, ao menos, maior sensação de se-gurança”, ressalta.

Anselmo acredita que essa ten-dência favorece uma espécie de “feu-dalização moderna” e colabora para evidenciar desigualdades sociais.

“Em Bauru existe um loteamento de alto luxo ao lado de uma favela. As mansões despejam todo o esgoto e lixo que produzem nessa comuni-dade. Isso é uma afronta à vulnera-bilidade de pessoas que já vivem em condições subumanas”, critica.

Por Giovanni Giocondo

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5Bebedouro

O analista de e-commerce Bruno Santana, 32, vive em uma casa em Guarulhos, na Grande São Paulo, mas gostaria de se mudar para um lotea-mento fechado no interior, pensando na criação dos filhos. “Aqui, quase nenhuma rua te dá tranquilidade de deixar as crianças brincarem como a

Em busca do sonho de consumominha geração brincava”, lamenta.

Para ele, as áreas comuns de lazer de um loteamento facilitam a con-vivência entre os mais novos. “Eu acho que as crianças ficariam mais à vontade em um lugar como esses [loteamentos fechados], sem o risco de serem atropeladas, por exemplo.”

De acordo com a geógrafa argenti-na Sonia Roitman, citada pela soció-loga Caroline de Quadros em sua dis-sertação de mestrado, “os condomínios fechados têm grandes efeitos na vida de seus habitantes, especialmente nas crian-ças, que costumam criar uma divisão muito forte entre quem é ‘de dentro’ e os ‘de fora’ (...) e podem desenvolver agorafo-bia [medo de lugares abertos]”.

O psicanalista Cristian Dunker tra-tou do tema em seu livro Mal-Estar, So-

O mal-estar, o sofrimento e o sintomafrimento e Sintoma: Uma Psicopatologia do Brasil entre Muros, lançado em 2015. Na obra, Dunker revela que as peque-nas diferenças se amplificam no lotea-mento fechado, gerando uma guerra de “todos contra todos entre iguais”.

O psicanalista atesta que a lógica do condomínio na sociedade bra-sileira “organiza as maneiras de as pessoas sofrerem” e “inventa uma forma de vida comum sem a existên-cia de uma verdadeira comunidade”.

O avanço desenfreado dessa forma de moradia e as táticas para interrupção

Somente em 2014, o Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Ha-bitacionais (Grapohab) aceitou 514 solicitações para a construção de lo-teamentos fechados no Estado de São Paulo, em um total de 148.221 lotes.

Os dados são da Associação das Empresas de Loteamento e Desen-volvimento Urbano do Estado de São Paulo (Aelo). Segundo a Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp), entre 2009 e 2011 surgiu um condomínio a cada cinco dias em municípios da Grande São Paulo.

A urbanista Paula Santoro, em sua pesquisa de mestrado, verificou que 28 em 100 municípios paulistas, entre 2001 e 2008, aprovaram leis que permitiam a existência de “lo-teamentos fechados”, mesmo sem a existência dessa figura jurídica.

“Os condomínios afetam nega-tivamente a democratização do espaço urbano, privatizando áreas públicas e restringindo seu aces-so. A cidade perde seus espaços de encontro, de tolerância e de diver-sidade em prol de um ‘consenso’ equivocado, de que ‘fechar-se é de-senvolver-se’”, explica.

Uma das propostas da urbanista para impedir o avanço dos condo-mínios pelo interior é introduzir instrumentos que limitem o tama-nho desses espaços nas leis de zonea-mento, similares ao projeto que vem tramitando em São Paulo, ou mesmo exigir dos loteamentos a construção de habitações de interesse social nas proximidades, exemplo que faz parte da revisão do Plano Diretor de Curiti-ba, no Estado do Paraná.

Em Bauru existe um loteamento de alto luxo

ao lado de uma favela. As mansões despejam todo o

esgoto e lixo que produzem nessa comunidade.

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antena atual o que acontece no mundo você confere aqui

viralizouCerca de mil músicos e fãs da banda Foo Fighters se reuniram em uma praça de Cesena, na Itália, para tocarem juntos a música Learn to Fly. A intervenção pretendia chamar a atenção dos músicos norte-americanos para a realização de um concerto inédito na cidade. O vocalista Dave Grohl, via Facebook, disse, em italiano, que a iniciativa foi “belíssima” e prometeu ir em breve.

Novos ônibus já estão rodando na cidadeDesde o dia 10 de agosto, novos ônibus circulam em Bebedouro. Após décadas funcionando de forma provisória, a Prefeitura finalmente concluiu a licitação do sistema de transporte público, que agora possui veículos acessíveis para pessoas com deficiência. A Viação Guarulhos, ligada à Rápido D’Oeste (antiga concessionária), não irá alterar os itinerários e as linhas, e o valor da tarifa segue em R$ 2,70.

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sem ruídos“A televisão no Brasil se dedicou a construir uma espécie de país que não é verdadeiro. O ‘Fantástico’ trata dos assuntos com uma falsa verdade, na minha

opinião. Até quando diz que uma coisa é verdade, parece

entretenimento, uma coisa bobinha, engraçadinha”, disse o ator Pedro Cardoso em entrevista ao jornalista Mauricio Stycer,

do portal de notícias UOL.

Fale conoscoleia, opine, critique, sugira, curta, compartilhe

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jornal brasil atual (11) 7757-7331@jorbrasilatual

Manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam o prédio do Ministério da Fazenda, em Brasília, no dia 3 de agosto,

pedindo urgência na Reforma Agrária e a saída do ministro Joaquim Levy .

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7BebedouroPALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

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Vivemos um momento de partida-rização da vida no Brasil. Dependen-do do que você falar, logo poderá ser taxativamente chamado de petista ou tucano, mesmo não concordando com todas as políticas do PT ou do PSDB.

Não estou falando de criticar direta-mente a política econômica do governo federal, que tem onerado os trabalha-dores com a flexibilização de direitos trabalhistas – uma proposta, por sinal, semelhante à do candidato derrotado no segundo turno da eleição presiden-cial em 2014 –, enquanto os mais ricos passam imunes à crise (já não se fala mais em taxar heranças e fortunas).

Tampouco o foco aqui é sobre a lógi-ca perversa do governo do Estado, que sucateia sistematicamente a educação pública em São Paulo; que tem feito com que milhares de paulistas enfren-tem um racionamento velado de água desde o ano passado; ou ainda do sis-tema de segurança pública repressivo, bárbaro aos mais pobres das periferias.

Esses são debates políticos e essen-cialmente ideológicos. O ponto em questão são as agendas positivas, aque-las que deveriam ser vistas como su-prapartidárias, para um convívio social mais harmonioso e cidadão. Proposital-mente, parte da opinião pública mina a ideia de consenso em gestão pública, acirrando essa dualidade a níveis que remetem a uma paródia da Guerra Fria.

O trânsito na cidade de São Paulo é sintomático para esta reflexão. O pre-

feito da capital paulista, o petista Fer-nando Haddad, tem acertado e errado nas ações de mobilidade urbana. Errou quando não foi a fundo para desbara-tar a máfia do transporte público após a auditoria dos contratos, aceitando a margem de lucro das empresas que controlam e determinam as linhas e os giros das catracas.

Por outro lado, tem acertado na am-pliação das faixas exclusivas de ôni-bus, na implementação das ciclovias, e agora na redução da velocidade dos automóveis nas marginais do Rio Tietê e do Rio Pinheiros, visando maior se-gurança na cidade, que registrou três acidentes a cada hora em 2014, segun-do dados da CET.

Muitos gostam de dizer que na Eu-ropa tudo funciona ou que os europeus são mais civilizados. Alguns ainda lembram que no Velho Mundo as di-versas classes sociais usufruem juntas do transporte público, das ciclovias e possuem maior qualidade de vida. Mas aqui, talvez esses mesmos sejam inca-pazes de perder três ou quatro minu-tos a mais dentro de uma lata de uma tonelada, que geralmente transporta uma única pessoa.

Ações cidadãs deveriam estar para além do vermelho versus azul. Viver em sociedade é complexo, exige to-lerância, debate, respeito. Ninguém disse que é fácil. Mas precisamos sa-ber aonde queremos chegar (e com qual meio de transporte).

Viver em sociedade exige consensos suprapartidáriosPor Enio Lourenço

Crônica

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Bebedourense lança romance que debate influências das novas tecnologias na sociedade

O autismo e a libertação

Livro “Realidade Artificial – Mundo Novo”, de Guilherme Zambuzi, usa ficção científica para discutir relações entre ética e política

Cultura

Veja como a moral é importante para um povo. Convença que ele é inferior, e ele será facilmente dominado enquanto fica tentando achar um culpado para a própria situação. O pior é que essa téc-nica de dominação é conhecida há milê-nios. Falta de cultura e educação é pior do que se pode imaginar.

Esta é uma das falas centrais de Sa-mara, protagonista do livro “Realida-de Artificial – Mundo Novo”, obra de ficção científica lançada em maio pelo bebedourense Guilherme Zambuzi. A personagem é uma máquina criada pelo universitário Gustavo, um rapaz tímido e muito inteligente, que desen-volve uma plataforma de inteligência artificial com fins pacíficos.

No trecho acima, Samara – após construir um equipamento nuclear capaz de produzir energia barata, segura e acessível para toda a população – critica o viés tendencioso que a imprensa tradicional impõe so-bre determinado assunto quando o tema é de interesse econômico das grandes corporações e políticos.

Ter a ficção como pano de fundo para um debate sobre “aspectos pro-blemáticos que envolvem o status quo da sociedade brasileira e da vida coti-diana” era uma das pretensões de Zam-buzi, engenheiro de produção mecâni-ca formado pela Universidade Paulista (UNIP), quando escreveu este seu pri-meiro livro aos 33 anos.

“Eu nunca tinha pensado em es-crever, achava que não tinha capaci-dade. Foi uma surpresa muito grande porque eu criava essas histórias na minha cabeça para ser um passatem-po”, revelou o autor, que contou com a ajuda de uma amiga para colocar a ideia no papel. “Foi algo bastante gos-toso de escrever, libertador eu diria”.

Aos 28 anos, Zambuzi foi diagnosticado com grau leve de au-tismo. Atualmente, o rapaz mora sozinho em Ribeirão Preto, mas sempre que possível retorna a Be-bedouro para visitar os pais, que vi-vem em uma residência no Centro.

Para Maria José, mãe do escritor, o personagem Gustavo possui muito do Guilherme Zambuzi que ela co-nhece. “Os dois têm um pouco de di-ficuldade para se relacionar com as pessoas, mas um cérebro brilhante, voltado para o bem”, explica.

Leitor assíduo do autor russo Fió-dor Dostoiévski e de clássicos da lite-ratura brasileira, Zambuzi acredita que seu livro também discute o con-ceito de ética do uso da inteligência

artificial em uma sociedade ainda despreparada. “Precisamos descons-truir os preconceitos que acompa-nham o debate”, constata.

Ciente das dificuldades para lan-çar sua primeira obra – foi um ano e meio de negociação com editoras até conseguir o sinal verde da Fonte Inspirata –, o jovem traça seus próxi-mos passos para futuros trabalhos.

O primeiro deles é a publicação da sequência do primeiro livro, Realida-de Artificial – Invasão, que já tem o texto pronto, mas aguarda recursos. Outro passo é a filmagem de Mun-do Novo, que já tem o pré-roteiro na mesa do autor. “É um sonho vê-lo nas telas. Sonhar não custa nada. Quem sabe?”, almeja o escritor.

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oREalidadE aRtiFiCial – Mundo novoEditora Fonte Inspiratanúmero de páginas 216 preço estimado R$ 37,90

Eu nunca tinha pensado em escrever, achava que não tinha capacidade.

Foi uma surpresa muito grande porque eu criava essas histórias na minha

cabeça para ser um passatempo