bioclimatologia animal_ecologia animal

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O conceito de adaptao animal refere-se a uma seleo natural ou pelo homem, ao passo que a adaptao fisiolgica ocorre em um indivduo dentro de um curto ou longo prazo (adaptao somtica). Os animais bem adaptados a um determinado meio ambiente apresentam algumas caractersticas que os diferenciam dos animais menos adaptados: Manuteno ou pequena perda de peso durante stress geral, principalmente o calrico;

Alta taxa reprodutiva; Alta resistncia a doenas e parasitos;

Baixa taxa de mortalidade e longevidade.O tipo de animal adequado para os trpicos deveria possuir, entre outras caractersticas: Habilidade para conservar a produo de calor permitindo que os processos produtivos ocorram em um nvel normal, mesmo quando a temperatura do ar alta.

Caractersticas anatmicas importantes na adaptao de bovinos ao ambiente tropical

PELEPigmentao Controle gentico => melanina Relacionado com absoro de radiao solar (ultravioleta) Regio quente e mida = maior pigmentao Regio fria e seca = menor pigmentao (eritrema solar)

PELE Espessura Variao em funo: Regio do corpo Idade Estado nutricional Raa

PELE PARA CLIMAS QUENTES E UMIDOS

NEGRA E FINA

COBERTURA PILOSA Reflexo dos raios solares Constituio (medulao) Cor Tipo

COBERTURA PILOSA CONSTITUIOCutcula: formada por clulas escamosas e delimita plo Crtex: responsvel pela cor do plo e constituda de clulas cornificadas Medula: sempre que estiver presente ser preta (melanina)

MELANCITOS MELANINA

luz

Bulbo: contm

COBERTURA PILOSA Medulao dos pelos Caracterstico de raas zebunas Jersey tem pelo medulado Maior medulao

COBERTURA PILOSA COR

COBERTURA PILOSA TIPO DE PELO Comprido e grosso Reteria ar entre pele e meio ambiente e pouca reflexo

Curto, liso e suave Melhor reflexo e perda por convexo

Suave e crespo

PELE X COBERTURA PILOSA Qual a melhor combinao para os trpicos? Pele preta e fina impede raios ultravioletas

Pelos brancos, curtos, lisos e medulados Impede raios infravermelhos

APARELHO SUDORPARO Acima de 35C: dissipao por evaporao Cada grama de gua perdida por evaporao alivia 575 cal da carga trmica do animal.

APARELHO SUDORPARO TIPOS DE GLANDULAS CRINAS Suor 99% gua 1% cloreto de sdio e potsio

APARELHO SUDORPARO TIPOS DE GLANDULAS APCRINAS Suor (rompimento das clulas secretoras) 94,5% gua 5% cloreto 0,5% albumina

APARELHO SUDORPARO ZEBUINOS x EUROPEUS Maior nmero de glndulas crinas Volume 4x maior Mais superficiais

DISTRIBUIO Peito, brao, axilas (100) Espdua, giba e ndegas ( 60-80) Pescoo, costelas e torx (40-60) Costilhar e cabea (20-40) Prepcio e bainha (0-20)

SUPERFICIE EXTERNA Troca de calor com meio depende da relao entre superfcie corporal e taxa metablica Maior superfcie : maior perda de calor

APNDICES Importncia secundaria na termorregulao Orelhas Alta relao superfcie:peso, alta vascularizao Apenas 2% da superfcie total

Giba (cupim) e Barbela (papada) Grande quantidade de glds sudorparas Baixa vascularizao

Umbigo (bainha) e Prepcio Poucas gls sudoriparas

Atravs de estudos sobre a adaptao dos animais domsticos, 3 regras ecolgicas IESA podem ser observadas: a) Animais que habitam regies quentes e midas possuem mais melanina do que as espcies que habitam regies frias; b) As partes protuberantes do corpo (cauda, orelhas, extremidades etc.) so menores em raas que habitam regies frias; c) As raas menores de uma certa espcie habitam regies mais quentes e as raas maiores, as regies mais frias.

Os animais que habitam regies de clima quente e rido possuem pernas compridas e com isso os efeitos IESA do reflexo dos raios solares no corpo, so menores e tambm facilitam a locomoo por grandes distncias. Os zebunos possuem a pele preta sob plos claros, condio ideal para se evitar a ao dos raios solares sobre o organismo. Os zebunos comparados com os taurinos possuem maior nmero de glndulas sudorparas e mais prximas da superfcie corporal, o que facilita a perda de calor por transpirao.

A temperatura o fator mais importante para determinar o tipo de animal que se pode criar IESA em uma determinada regio.

Os animais no adaptados tropicalmente e que no podem suportar altas temperaturas, vivem hipertrmicos e a princpio mostram um aumento na temperatura corporal que chega em bovinos a 41C. O animal adaptado ao trpico tem a pelagem suave e pele grossa, solta e muito vascularizada.

Os bovinos europeus, tem a pelagem formada por uma capa exterior protetora e uma IESA interna que retm o calor.

Nos trpicos esses bovinos, podem apresentar uma subfertilidade ou esterilidade, em funo de uma disfuno da glndula pituitria, em consequncia da hipertermia. Um touro Afrikander foi apareado com uma vaca Aberdeen Angus. A vaca pariu dois bezerros, um de pelagem lanosa e o outro de pelagem lisa. Na idade de 7 anos o novilho de pelagem lanosa pesava 385 kg e o de pelagem lisa 612 kg.

Na Austrlia, as ovelhas colocadas em ambiente de 29C produzem cordeiros de IESA 1,80 kg, j os que so mantidos com temperatura mdia de 18C, parem cordeiros com peso mdio de 3,60 kg. A luz um importante fator ambiental que influi significativamente no metabolismo e no comportamento dos animais. A luz tem uma marcada influncia sobre o processo metablico, a atividade sexual e a muda do plo do animal.

Os animais brancos ou de cores claras quando comem certas plantas, podem IESA apresentar fotossensibilizao, cai o plo nas partes brancas ou claras de seu corpo e a pele forma feridas ulceradas que se observa nas reas no pigmentadas do corpo do animal.

Os animais com a pele rosa, clara, despigmentada desenvolvem cncer ou hiperqueratose da pele e esta se endurece e se torna muito sensvel.

Os animais de cara branca, como o bovino da raa Hereford tendem a apresentar cncer sobre as IESA plpebras ou sobre os olhos. Mediante a seleo pode-se criar bovinos Hereford com pigmentao ao redor dos olhos. Um fator pouco mencionado ainda, na bibliografia sobre ecologia animal o pH do solo. Quando o pH do solo elevado, as bactrias podem realizar a nitrificao nas razes das leguminosas e se dispem de mais nitrognio, as pastagens so de valor de maior valor protico.

Os animais que tem a pele solta e grossa, panculos musculares bem desenvolvidos e um sistema nervoso IESA pilomotor sensitivo, movem a pele rapidamente a mais leve irritao e repelem os carrapatos e outros insetos com mais facilidade do que os de pele fina e pelagem lanosa. Os animais cujo plo se eria quando parece que vai chover, repelem os carrapatos e as moscas.

As raas de bovinos europias, com falta de habilidade para tolerncia ao calor tropical, so muito susceptveis as enfermidades transmitidas por parasitos, como o carrapato, e geralmente morrem mais rpido do que aqueles que se adaptam as altas temperaturas.

O balano endcrino o barmetro mais sensvel que indica a habilidade dos animais IESA para adaptarem-se a um determinado clima. A bolsa escrotal dos animais um mecanismo termorregulador. Algumas raas de caprinos chegam a ter os testculos em uma bolsa escrotal separada, aumentando a superfcie corporal, de modo que a termorregulao mais eficiente. A bolsa escrotal dos animais adaptados tem uma pele mais grossa que nos animais no adaptados nos trpicos.

Os animais melhorados e selecionados para alta produo em climas temperados IESA encontram dificuldades de aclimao nos trpicos, com alteraes do padro de comportamento: das reaes cardiovasculares; da troca de energia; do balano de gua e dos parmetros bioqumicos, o que resulta na reduo da sua performance.

Na regio tropical se o animal recebe alimentao e manejo adequado, mas no IESA consegue estabelecer suficiente equilbrio trmico com o ambiente. Assim haver desperdcio de energia, porque esse equilbrio ocorre em funo, principalmente, do aumento da freqncia respiratria, energia esta que seria usada para as funes produtivas.

IESA

Ao da temperatura sobre os animais domsticos A temperatura neste aspecto, o componente do clima de maior importncia porque exerce ao acentuada sobre as duas classes, mamferos e aves (homeotrmicos). O aparelho termorregulador comandado pelo hipotlamo, pequeno agrupamento de clulas, na base do crebro que funciona da seguinte maneira:

Terminaes nervosas da pele recebem as sensaes de calor ou frio e as transmitem ao IESA hipotlamo que atua sobre outras partes do crebro. Determinando: vasodilataes ou vasoconstries, sudao, acelerao do ritmo respiratrio, queda ou aumento do apetite, maior ou menor ingesto de gua, maior ou menor intensidade do metabolismo etc. Ainda Termognese (produo de calor) e Trmlise (perda de calor).

Classificao quanto a T corporal Ectotrmicos T corporal = T ambiente Conhecidos como: Ajustadores de temperatura Animais de sangue frio

Classificao quanto a T corporal Endotrmicos Controlam, dentro de certos limites, a T corporal Conhecidos como: Reguladores de temperatura Animais de sangue quente

T interna de 35 a 41C

T corporal de algumas espciesEspcie animal Bovino (>12m) Bovino ( T corpo = 200x/min

RITMO RESPIRATRIO Limite crtico mximo Holandesa 15,5C Jersey 21,5C Zebu 26,5C

Aumento de 22 para 129 T de 18C para 34C UR de 27% para 91%

CONSUMO DE ALIMENTOS Manter equilbrio entre calor produzido/absorvido e eliminado Holandesa reduz consumo a cima de 25C e paralisa acima de 40C Pastejo nas horas mais frescas do dia

Zebunas reduz consumo acima de 35C

T, UR e radiao Insolao direta, 32C, UR 80% = reduo de 50% no consumo

INGESTO DE GUA Nutriente essencial Estrutura e resfriamento

Varia em funo Idade, tamanho, produtividade, calor e consumo de alimentos

Acima de 26C Maior quantidade e freqncia

Alta t e UR Menor quantidade e maior freqncia

Valores aproximados de ingesto de gua, em kg, por kg de matria seca ingerida (MSI), para animais confinados a temperatura inferior a 15C:

Quantidades aumentam em 30, 50 e 100% respectivamente, para as temperaturas de 20, 25 e 30C.

PRODUO DE LEITE T tima depende da espcie e raa Para vacas Holandesas De 0C a 21C no afetam produo De 21C a 27C diminuio branda Acima de 27C diminuio drstica

Para Jersey De 24C a 27C diminuio branda Acima de 27C diminuio drstica

Para zebu Acima de 32C diminuio branda

Efeito da temperatura sobre a produo de leite e consumo de alimentos

Menos 1kg de leite a cada acrscimo de 1C na t retalMenor ingesto de alimentos

COMPOSIO DO LEITE Altas t e UR Aumenta: NNP, ac. palmitico e esterico Diminui gordura, slidos totais, nitrognio total, lactose, clcio...

Gordura De 21 a 27C diminui Acima de 27C aumenta em funo do decrscimo na produo de leite

CRESCIMENTO CORPORAL pr-natal Fmea europia prenha submetida a estresse calrico Cria miniaturizadas sem habilidade para ficar em p para mamar Defeito de placenta, diminuio de irrigao sangnea, insuficincia hipofisaria e excesso de esterides adrenal

CRESCIMENTO CORPORAL ps-natal Diminuio voluntria na ingesto de alimentos Aumento do gasto de energia para dissipao de calor, principalmente pela taquipnia Diminuio da quantidade de nitrognio, gordura e gua armazenados

REPRODUO EFEITO SOBRE OS MACHOS Diminuio dos testculos com degenerao dos tbulos seminferos Baixa qualidade do smem Quantidade de sptz Motilidade Anormalidades

Decrscimo de 74% na taxa de concepo

REPRODUO EFEITO SOBRE AS FEMEAS Retarda puberdade Causa anestro Diminui fertilidade Induz abortos Cios silenciosos