biogeografia aula 3 professora: leonor de maria r. melo

30
PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO BIOGEOGRAFIA AULA 3 PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO

Upload: mafalda-valgueiro-cordeiro

Post on 07-Apr-2016

218 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: BIOGEOGRAFIA AULA 3 PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO

PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO

BIOGEOGRAFIA AULA 3PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO

Page 2: BIOGEOGRAFIA AULA 3 PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO

As unidades básicas que se denominam como espécies são organismos individuais como animais, plantas e micróbios;

As espécies são grupos de organismos razoavelmente distintos, dentro dos quais pode ocorrer cruzamento que, normalmente, se mantem restrito ao grupo;

Possibilidade de variações consideráveis dentro das espécies;

Tais características podem ser tão notáveis que justificam a criação de subespécies ou raças;

Page 3: BIOGEOGRAFIA AULA 3 PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO

As espécies são classificadas em unidades maiores tais como gêneros e famílias de acordo com o grau de semelhança;

Auxemma glazioviana (Alemão) TaubPau-branco-louro

Auxemma oncocalyx TaubPau-branco-preto

Page 4: BIOGEOGRAFIA AULA 3 PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO

quando examinamos as distribuições geográficas das espécies de organismos, descobrimos que nunca duas espécies são idênticas quanto a sua extensão.

Quando se usa o termos como “distribuição” e “extensão” precisa-se ter cuidado com que escala espacial se considerar.

Apteryx autralis - quivi Rhipidura fuliginosa – Pomba-de-leque

Page 5: BIOGEOGRAFIA AULA 3 PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO

LIMITES DE DISTRIBUIÇÃO Seja a distribuição de espécies considerada

em uma escala geográfica de habitat, ou de micro-habitat, ela estará cercada por áreas nas quais a espécie não consegue manter uma população devido às diferentes condições físicas, ou à falta de recursos alimentares que não permite a sua sobrevivência.

Esses obstáculos são conhecidos como barreiras;

Page 6: BIOGEOGRAFIA AULA 3 PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO

Qualquer fator topográfico ou climático, ou a combinação de fatores, pode proporcionar uma barreira à distribuição de organismos;

Formações montanhosas;Ambientes aquáticos ou terrestres;Altos índices pluviométricos;A fisiologia das espécies;O caso das palmeiras:

Praticamente não ocorrem em áreas frias;Apresentam apenas umponto de crescimento e sofre com ação de clima.

Chamaerops humilis L.Palmeira-anã(Portugal e Espanha)

Page 7: BIOGEOGRAFIA AULA 3 PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO

Tamareira no Irã;Sofrem com o frio durante

o inverno; a espécie Serenoa , que

ocorre nos Estados Unidos e a Trachycarpus que vive no Himalaia em uma altitude de 2400m.

Família limitada pela sensibilidade ao frio.

Phoenix dactylifera L.Tamareira

SerenoaAtinge 30º N nos EUA Trachycarpus

2400m no Himalaia

Page 8: BIOGEOGRAFIA AULA 3 PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO

Algumas plantas e animais são confinados às áreas de distribuição em que evoluíram e, nesse caso, são consideradas “ endêmicas” daquela região.

Seu confinamento pode ser decorrente de barreiras físicas á sua dispersão, como no caso de muitas faunas e flora (paleoendêmicas) insulares, ou pelo dato de apenas recentemente terem evoluído sem ter tempo, ainda, de se dispersarem a partir dos centros de origem (neo-endêmicas).

Page 9: BIOGEOGRAFIA AULA 3 PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO

No nível do habitat, os micro-habitats dos organismos são cercados por áreas de variação das condições físicas em menor escala, ou microclimas – semelhantes ás variações geográficas do clima, mas em escala muito menor -, e da distribuição de alimentos;

Estes formam barreiras que restringem as espécies aos seus micro-habitat.

O caso de insetos em tronos de árvores.

Page 10: BIOGEOGRAFIA AULA 3 PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO

SUPERAÇÃO DAS BARREIRAS Embora muitas espécies se adaptem

facilmente e se mantenham em seus micro habitats, algumas se “aventuram” em outras áreas que não são comuns ao seu ambiente de vida;

E mesmo muitos fatores ambientais sejam barreiras absolutas à dispersão dos organismos e esses fatores variem bastante em termos de eficiência.

Page 11: BIOGEOGRAFIA AULA 3 PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO

A exaustão dos recursos passa a ser um fator limitante à espécie que restringem eu habitat a de fato micro-habitats;

Em decorrência dessa limitação muitas espécies desenvolvem mecanismos que os permitem sobrepor essas barreiras;

Esses mecanismos tomam a forma de sementes, estágio resistentes ou adultos alados com maior resistência a desidratação;

Page 12: BIOGEOGRAFIA AULA 3 PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO
Page 13: BIOGEOGRAFIA AULA 3 PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO

As barreiras geográficas não são necessariamente efetivas;

O caso da rotas de migração; As Ilhas Britânicas possuem

aproximadamente 220 espécies de aves e outra 50 ou 60 que visitam ocasionalmente;

Vários são os motivos que levam a presença dessas espécies:

• Rotas migratórias por ventos;• Aumento populacional;• Alimento escassos.

Page 14: BIOGEOGRAFIA AULA 3 PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO

Maçarico-de-colete ou Calidris melanotos(vem da América do Norte)

Caminheiro-oliva ou Anthus hodgsoni(vem da Ásia Oriental)

Espécies que tem o lar genuíno na América do Norte e chegam até as Ilha Britânicas como o Calidris melanotos e o Anthus hodgoni que chega a Ásia Oriental.

Page 15: BIOGEOGRAFIA AULA 3 PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO

É um pouco raro mais ocasionalmente algumas dessas espécies podem se estabelecer na Europa, como é o caso da rola-turca (Treptopelia decaocto) se disseminou desde 1030 vinda da Ásia Menor e Meridional.

Treptopelia decaocto

Page 16: BIOGEOGRAFIA AULA 3 PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO

O biogeógrafos costumam reconhecer três modos diferentes através dos quais o organismos conseguem se espalhar de uma área para outra:

• Corredor esse tipo de caminho pode incluir uma grande variedade de habitats, de tal forma que a maioria dos organismos nas duas extremidades do corredor enfrentarão pouca dificuldade de atravessá-lo. Dessa forma as duas pontas passam a ser praticamente idênticas na sua Biota. Ex: Eurásia, que liga a Europa Ocidental a China.

Page 17: BIOGEOGRAFIA AULA 3 PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO

Filtro a região que funciona como conexão pode conter uma variedade limitada de habitat, de tal modo que somente organismos que podem existir nesses habitats conseguem se dispersar por ele. Ex: Terras baixas tropicais da América Central.

Page 18: BIOGEOGRAFIA AULA 3 PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO

Rota de sweepstake (rotas lotéricas) são rotas completamente cercadas por ambiente totalmente diferentes, o que torna extremamente difícil para qualquer organismo alcança-lo. Ex: o isolamento de ilhas por uma longa faixa de mas, mas a biota especialmente adaptada dos picos das montanhas, de uma caverna ou de um lago grande e profundo que são áreas extremamente isoladas do habitat mais semelhante aquele que os colonizadores originalmente ocuparam.

As chances desse tipo de dispersão ocorre são muito baixas.

Page 19: BIOGEOGRAFIA AULA 3 PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO

UMA FAMÍLIA DE SUCESSO: AS MARGARIDAS (ATERACEAE)

A família das margaridas proporciona um exemplo útil da forma como precisamos levantar explicações diferentes para padrões de distribuição diferentes, em escalas geográficas e taxonômicas diferentes;

Essa família possui mais de 22.000 espécies e é muito bem sucedida;

Trata-se de uma família “cosmopolita”; Com exceção da região Antártida; Não existe uma barreira insuperável claramente

identificada para a abrangência geográfica dessa família.

Page 20: BIOGEOGRAFIA AULA 3 PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO

Algumas áreas do globo essas espécies dessa família são melhor sucedidas, como é o caso regiões montanhosas, tropicais e subtropicais, em conjunto com regiões semiáridas e a de clima mediterrâneo;

Ao que parece essa família tem sido bem sucedida longe da competição com árvores altas, em habitats com propensão a secas.

Page 21: BIOGEOGRAFIA AULA 3 PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO

Gênero Senecio 1250 espécies

Page 22: BIOGEOGRAFIA AULA 3 PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO

Alguns taxonomistas dividem esse gênero em subgêneros como é o caso do Dendrosenecio

Page 23: BIOGEOGRAFIA AULA 3 PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO

PADRÕES DE LIBÉLULAS Um grupo de espécies cuja distribuição

é praticamente bem sucedida, pelo menos na Europa ocidental, é o da Odonatas – as Libélulas.

Enallagma cyathigerum Sympetrum sanguineum

Page 24: BIOGEOGRAFIA AULA 3 PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO

ENALLAGMA CYATHIGERUM

Espécie muito comum, abundante e amplamente distribuída;

Encontrada em grande quantidade em habitats de água doce;

Detentora de uma tolerância ecológica muito alta e é dita euritópica (suporta grande variedade de ambientes);

Ampla distribuição;

Page 25: BIOGEOGRAFIA AULA 3 PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO

Na Europa sua dispersão vai entre 45º N e o Círculo Ártico, embora inclua algumas partes úmidas da Espanha;

Ocorre em alguns poucos lugares da África do Norte e da Ásia e na América do Norte;

A ampla distribuição geográfica dessa é devida a tolerância ecológica e á habilidade de desfrutar de uma grande variedade de habitats em diferentes climas;

Esse tipo de padrão de distribuição, em torno do Hemisfério Norte, é apresentado por muitas espécies, sendo denominado de CIRCUMBOREAL - em torno da região mais ao norte;

Page 26: BIOGEOGRAFIA AULA 3 PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO

Questiona-se porque a E. cyathigerum

mesmo sendo tão bem sucedida não tenha se espalhado em direção ao sul;

Escassez de regiões aquosas;A fragilidade da espécies;Outras espécies ocupando esse habitat;

Page 27: BIOGEOGRAFIA AULA 3 PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO

SYMPETRUM SANGUINEUM

Distribuição limitada na Europa Ocidental, em partes da Espanha, não ocorrendo na América do Norte;

As larvas tem requisitos de habitat muito específico;

Espécie estenotópica ( tolerância ecológica muito limitada);

Page 28: BIOGEOGRAFIA AULA 3 PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO

ANAX IMPERATOR (LIBÉLULA IMPERATRIZ)

Page 29: BIOGEOGRAFIA AULA 3 PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO

ANAX IMPERATOR Larva é encontrada em reservatórios

de água, canais, lagos e riachos; É um predador voraz; Sua distribuição cobre uma faixa da

Europa, boa distribuição na costa da África Norte, no vale do Nilo, na Ásia Menor até o noroeste da Índia, ou até mesmo no deserto do Saara.

Page 30: BIOGEOGRAFIA AULA 3 PROFESSORA: LEONOR DE MARIA R. MELO

REMANESCENTES CLIMÁTICOS Muitas outras espécies que eram amplamente

distribuídas no passado foram afetadas por mudanças climáticas e sobrevivem hoje apena em algumas “ilhas” de climas favoráveis;

Tais espécies são chamadas de remanescentes climáticos – não são necessariamente espécies com longa história evolucionária, pois as principais mudanças climática ocorreram muito recentemente.