biografia de rui santos

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DICIONÁRIO HISTÓRICO-BIOGRÁFICO BRASILEIRO - DHBB Bacharelou-se em 1928 pela Faculdade de Medicina da Bahia. Logo após sua formatura ingressou na política como prefeito de Ubaitaba (BA). Desenvolveu também atividades jornalísticas em seu estado, tendo sido, até 1946, redator-chefe do jornal Estado da Bahia. Após o fim do Estado Novo (1937-1945), elegeu-se no pleito de dezembro de 1945 deputado pela Bahia à Assembléia Nacional Constituinte na legenda da União Democrática Nacional (UDN). Assumindo o mandato em março de 1946, participou dos trabalhos constituintes e assinou a emenda parlamentarista proposta na ocasião por Raul Pilla, que não foi aprovada. Foi autor da emenda, aprovada, que obrigava as faculdades a criarem seus próprios institutos de pesquisa. Com a promulgação da nova Carta (18/9/1946), passou a exercer o mandato ordinário, atuando como vice-presidente da Comissão de Saúde Pública da Câmara dos Deputados. Foi também subsecretário do diretório nacional da UDN em 1949. No pleito de outubro de 1950 elegeu-se deputado federal pela Bahia na legenda da Aliança Democrática, formada pela UDN, o Partido Republicano (PR), o Partido Socialista Brasileiro (PSB), o Partido Social Progressista (PSP) e o Partido Democrata Cristão (PDC). Em 1951 voltou a integrar o diretório nacional da UDN, tendo sido ainda chefe do serviço parlamentar da Presidência da República durante o segundo governo do presidente Getúlio Vargas (1951-1954) e terceiro-secretário da mesa da Câmara ao longo de toda essa legislatura. Reeleito em outubro de 1954, nessa legislatura representou a Universidade da Bahia no Congresso sobre Medicina Preventiva, realizado no Chile em 1955, tendo atuado ainda como vice-líder da UDN na Câmara dos Deputados a partir de julho de 1957. Voltou a eleger-se na mesma legenda no pleito de outubro do ano seguinte e, de 1959 a 1962, dirigiu o Serviço de Assistência Social do estado da Bahia. Nomeado secretário de governo pelo então governador da Bahia, Juraci Magalhães (1959-1963), licenciou-se da Câmara entre abril de 1959 e julho de 1962, com uma pequena interrupção entre maio e agosto de 1960, período em que reassumiu sua cadeira. No pleito de outubro de 1962 reelegeu-se deputado federal pela Bahia, sempre na legenda da UDN, tornando-se no ano seguinte secretário do

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Page 1: Biografia de Rui Santos

DICIONÁRIO HISTÓRICO-BIOGRÁFICO BRASILEIRO - DHBB

Bacharelou-se em 1928 pela Faculdade de Medicina da Bahia.

Logo após sua formatura ingressou na política como prefeito de Ubaitaba (BA).

Desenvolveu também atividades jornalísticas em seu estado, tendo sido, até 1946, redator-chefe

do jornal Estado da Bahia.

Após o fim do Estado Novo (1937-1945), elegeu-se no pleito de dezembro de 1945

deputado pela Bahia à Assembléia Nacional Constituinte na legenda da União Democrática

Nacional (UDN). Assumindo o mandato em março de 1946, participou dos trabalhos constituintes e

assinou a emenda parlamentarista proposta na ocasião por Raul Pilla, que não foi aprovada. Foi

autor da emenda, aprovada, que obrigava as faculdades a criarem seus próprios institutos de

pesquisa. Com a promulgação da nova Carta (18/9/1946), passou a exercer o mandato ordinário,

atuando como vice-presidente da Comissão de Saúde Pública da Câmara dos Deputados. Foi

também subsecretário do diretório nacional da UDN em 1949.

No pleito de outubro de 1950 elegeu-se deputado federal pela Bahia na legenda da Aliança

Democrática, formada pela UDN, o Partido Republicano (PR), o Partido Socialista Brasileiro (PSB), o

Partido Social Progressista (PSP) e o Partido Democrata Cristão (PDC). Em 1951 voltou a integrar o

diretório nacional da UDN, tendo sido ainda chefe do serviço parlamentar da Presidência da

República durante o segundo governo do presidente Getúlio Vargas (1951-1954) e terceiro-

secretário da mesa da Câmara ao longo de toda essa legislatura.

Reeleito em outubro de 1954, nessa legislatura representou a Universidade da Bahia no

Congresso sobre Medicina Preventiva, realizado no Chile em 1955, tendo atuado ainda como vice-

líder da UDN na Câmara dos Deputados a partir de julho de 1957. Voltou a eleger-se na mesma

legenda no pleito de outubro do ano seguinte e, de 1959 a 1962, dirigiu o Serviço de Assistência

Social do estado da Bahia. Nomeado secretário de governo pelo então governador da Bahia, Juraci

Magalhães (1959-1963), licenciou-se da Câmara entre abril de 1959 e julho de 1962, com uma

pequena interrupção entre maio e agosto de 1960, período em que reassumiu sua cadeira. No

pleito de outubro de 1962 reelegeu-se deputado federal pela Bahia, sempre na legenda da UDN,

tornando-se no ano seguinte secretário do diretório nacional de seu partido e, a partir de 1964,

vice-líder do mesmo na Câmara.

Após o movimento político-militar de 31 de março de 1964, que depôs o presidente João

Goulart (1961-1964), tornou-se vice-líder do bloco parlamentar da maioria a partir de agosto de

1965. Com a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional nº 2 (27/10/1965) e a posterior

instauração do bipartidarismo, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de apoio ao

regime militar. Vice-líder da Arena a partir de março de 1966, reelegeu-se no pleito de novembro

desse ano para a Câmara dos Deputados.

No pleito de novembro de 1970 elegeu-se senador pela Bahia na mesma legenda e,

deixando a Câmara em janeiro de 1971, assumiu em fevereiro seguinte sua cadeira no Senado,

onde foi vice-líder da Arena, além de membro efetivo das comissões da Constituição e Justiça, de

Orçamento, de Saúde Pública, de Relações Exteriores, de Economia e de Finanças. Durante a

discussão das reformas políticas iniciada pelo governo do presidente Ernesto Geisel (1974-1979)

Page 2: Biografia de Rui Santos

manifestou-se favoravelmente à reformulação da Lei de Imprensa, à volta do habeas-corpus para

presos políticos e a uma censura restrita, tendo presidido ainda a comissão mista que examinou o

projeto do governo dispondo sobre a nova Lei de Segurança Nacional, aprovada em 1979. Foi

também relator do projeto que reformulou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e

responsável pela primeira reforma do regimento interno da Câmara dos Deputados, tendo deixado

o Senado em janeiro de 1979.

Como político foi ainda prefeito de Itapira (BA).

Médico, jornalista e professor, foi também fazendeiro em Feira de Santana (BA). Como

jornalista foi redator dos Diários Associados em Salvador. Concluiu a livre-docência na Faculdade de

Medicina da Bahia, tendo sido em seu estado professor do Instituto de Educação, professor

adjunto da Faculdade de Medicina e professor substituto da cadeira de higiene da mesma

faculdade.

Tornou-se membro da Academia de Letras da Bahia e da Associação Paulista de Medicina.

Faleceu em Salvador no dia 20 de maio de 1985.

Era casado com Nair Viana dos Santos, com quem teve dois filhos.

Publicou Sertão maluco (teatro, 1961), Memórias de um leguleio (memórias,

1978), Eutanásia dos incuráveis dolorosos (tese de formatura), Metabolismo basal e

tuberculose (tese de concurso), Eixo elétrico do coração, Teixeira Moleque (romance), Nossa

Senhora dos Afogados (romance), Os bonecos do governador Conceição (romance) e Água

barrenta.