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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical BIOMETRIA DE FRUTOS E SEMENTES, E TOLERÂNCIA À DESSECAÇÃO E AO CRIOCONGELAMENTO DE SEMENTES DE TRÊS ESPÉCIES ARBÓREAS SEVERINO DE PAIVA SOBRINHO CUIABÁ MT 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E

ZOOTECNIA Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical

BIOMETRIA DE FRUTOS E SEMENTES, E TOLERÂNCIA À

DESSECAÇÃO E AO CRIOCONGELAMENTO DE SEMENTES

DE TRÊS ESPÉCIES ARBÓREAS

SEVERINO DE PAIVA SOBRINHO

CUIABÁ – MT

2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E

ZOOTECNIA Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical

BIOMETRIA DE FRUTOS E SEMENTES, E TOLERÂNCIA À

DESSECAÇÃO E AO CRIOCONGELAMENTO DE SEMENTES

DE TRÊS ESPÉCIES ARBÓREAS

SEVERINO DE PAIVA SOBRINHO

Engenheiro Agrônomo

Orientadora: Drª. MARIA CRISTINA DE FIGUEIREDO E ALBUQUERQUE

Tese apresentada à Faculdade de Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso para obtenção do título de Doutor em Agricultura Tropical.

C U I A B Á - MT

2014

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Dados Internacionais de Catalogação na Fonte.

P149b Paiva Sobrinho, Severino de. Biometria de frutos e sementes, e tolerância à

dessecação e ao criocongelamento de sementes de três espécies arbóreas / Severino de Paiva Sobrinho. -- 2014

103 f. : il. color. ; 30 cm.

Orientador: Maria Cristina de Figueiredo e Albuquerque. Tese (doutorado) - Universidade Federal de Mato

Grosso, Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical, Cuiabá, 2014.

Inclui bibliografia.

1. crioarmazenamento. 2. crioprotetores. 3. secagem. 4. morfometria. I. Título.

Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a)

autor(a).

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte.

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A Deus, pelo dom da vida e por permitir que mais uma etapa da minha formação

profissional seja concluída.

À Universidade Federal de Mato Grosso e ao Programa de Pós-graduação em

Agricultura Tropical, pela oportunidade a mim concedida, e aos professores que me

auxiliaram nesta jornada.

À professora Maria Cristina de Figueiredo e Albuquerque, pela orientação, pela

dedicação, pelos ensinamentos, pela amizade e pela confiança nesses anos de

estudo.

À minha esposa Maira Cristina Mauriz Pinheiro, pela paciência e compreensão.

À Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT, pela disponibilização de

espaço e pelos equipamentos para o desenvolvimento deste trabalho.

Aos amigos, pelo companheirismo, pela boa convivência e pela ajuda durante todos

os momentos necessários.

Aos professores Virginia Helena de Azevedo, Elisangela Clarete Camili, Lúcia

Filgueiras Braga e Petterson Baptista da Luz, pela participação na banca de defesa,

pelas sugestões e pelas contribuições.

Agradeço...

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BIOMETRIA DE FRUTOS E SEMENTES, E TOLERÂNCIA À DESSECAÇÃO E AO CRIOCONGELAMENTO DE SEMENTES DE TRÊS ESPÉCIES ARBÓREAS

RESUMO – Os objetivos no presente trabalho foram determinar os aspectos biométricos dos frutos e sementes, verificar os efeitos da redução do teor de água das sementes, do tratamento com crioprotetor antes do armazenamento em nitrogênio líquido, e da forma de descongelamento sobre a viabilidade e vigor de sementes de Lafoensia pacari, Alibertia edulis e Genipa americana. Os frutos foram coletados no município de Cáceres-MT e levados ao laboratório para mensuração da massa e dimensões dos frutos e sementes. As sementes das três espécies foram dessecadas até os teores de água igual a 6, 8, 10, 12, 14 e 16%, e essas semeadas em substrato composto por areia e vermiculita na proporção 1:1 (v:v). No estudo de crioarmazenamento, as sementes foram submetidas a dois tipos de crioprotetores e a dois modos de descongelamento, sendo cada crioprotetor um estudo individual. As concentrações de dimetilsulfóxido (DMSO) foram: 0, 5, 10, 15, 20 e 25%, e as de sacarose: 0, 0,25, 0,50, 0,75, 1,0 e 1,25 M. As sementes foram imersas por 3h em solução e armazenadas em nitrogênio líquido por 120h, em seguida, descongeladas de forma rápida (38 °C em 30 min) e lenta (25 °C em 4h). Após a semeadura, avaliou-se a porcentagem e o índice de velocidade de emergência, comprimento, massa da matéria fresca e seca de plântulas. Os maiores coeficientes de variação ocorrem para número de sementes por fruto e massa da matéria fresca de semente. A emergência das sementes de L. pacari, A. edulis e G. americana não são afetadas pela redução no teor de água até 6%. As sementes de L. pacari e G. americana devem ser tratadas com solução de 19 e 10% de DMSO, respectivamente, e descongeladas de modo lento, as de A. edulis com 6% de DMSO, não importando o modo de descongelamento. As sementes de L. pacari devem ser tratadas com 0,92 M de sacarose e descongeladas de modo lento ou rápido. Em A. edulis, a porcentagem e o índice de velocidade de emergência são máximos quando as sementes são descongeladas de modo rápido sem a necessidade de sacarose. O modo rápido apresenta melhor resultado de emergência quando sementes de G. americana são tratadas com solução de 0,67 M de sacarose.

Palavras-chave: crioarmazenamento, crioprotetores, secagem, morfometria.

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BIOMETRICS OF FRUITS AND SEEDS, AND TOLERANCE TO DESICCATION AND CRYOFREEZING OF SEEDS FROM THREE TREE SPECIES

ABSTRACT - The objectives on this work were to determine the biometric characteristics from fruits and seeds, verifying the effects of reducing water content from seeds, treatment with cryoprotectant before storage in liquid nitrogen, and the way of thawing on the viability and vigor from Lafoensia pacari, Alibertia edulis and Genipa americana seeds. Fruits were collected in the municipality of Cáceres-MT and taken to the laboratory for mass measurement and fruits and seeds dimensions. Seeds of the three species were desiccated up to water contents equal 6, 8, 10, 12, 14 and 16% and these sown in substrate composed by vermiculite and sand in the ratio 1: 1 (v: v). In the study of cryostorage, the seeds were submitted in two types of cryoprotectants and two thawing ways, thus to each cryoprotectant an individual study. The concentrations of dimethylsulfoxide (DMSO) were 0, 5, 10, 15, 20 and 25% and the sucrose: 0, 0.25, 0.50, 0.75, 1.0 and 1.25 M. The seeds were immersed for 3 hours in solution and stored in liquid nitrogen for 120 hours, and then thawed in a fast way (38 ° C in 30 minutes) and a slow way (25 ° C for 4h). After seeding, we evaluated the percentage and the index on emergence speed, length, fresh matter mass and seedlings dry. The highest coefficients of variation occur for number of seeds per fruit and fresh matter mass of seed. The seeds development of L. pacari, A. edulis and G. americana are not affected by the reduction in water content up to 6%. L. pacari and G. Americana seeds must be treated with a solution of 19 and 10% on DMSO, respectively, and thawed in a slow way, A. edulis with 6% on DMSO, regardless of thawing way. L. pacari seeds must be treated with 0.92 M sucrose and thawed in a slow or fast way. In A. edulis, the percentage and emergence speed index are maximum when the seeds are thawed in a fast way without sucrose need. The fast way presents better emergence result when G. americana seeds are treated with solution of 0.67 M sucrose. Keywords: cryostorage, cryoprotectants, drying, morphometry.

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SUMÁRIO

Página

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8

2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 10

2.1 Características das Espécies .............................................................................. 10

2.1.1 Lafoensia pacari St Hil...................................................................................... 10

2.1.2 Alibertia edulis (L.C.Rich.) A.Rich. ex. DC. ....................................................... 11

2.1.3 Genipa americana L. ........................................................................................ 12

2.2 Biometria de Frutos e Sementes. ........................................................................ 14

2.3 Relações Água - Semente................ ................................................................... 14

2.4 Tolerância à Dessecação .................................................................................... 16

2.5 Armazenamento .................................................................................................. 18

2.6 Criopreservação e Conservação de Germoplasma ............................................. 19

3 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 26

3.1 Local e Coleta dos Frutos .................................................................................... 26

3.2 Avaliação Biométrica dos Frutos e das Sementes .............................................. 27

3.3 Redução do Teor de Água em Sementes ........................................................... 29

3.4 Crioarmazenamento em Nitrogênio Líquido ........................................................ 32

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 35

4.1 Biometria de Frutos e Sementes ......................................................................... 35

4.1.1 Lafoensia pacari ............................................................................................... 35

4.1.2 Alibertia edulis .................................................................................................. 42

4.1.3 Genipa americana ............................................................................................ 47

4.2 Redução do Teor de Água em Sementes .......................................................... 53

4.2.1 Lafoensia pacari ............................................................................................... 53

4.2.2 Alibertia edulis .................................................................................................. 56

4.2.3 Genipa americana ............................................................................................ 60

4.3 Crioarmazenamento em Nitrogênio Líquido ........................................................ 63

4.3.1 Tratamento de sementes com dimetilsulfóxido ................................................ 63

4.3.2 Tratamento de sementes com sacarose .......................................................... 74

5.CONCLUSÕES ...................................................................................................... 87

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 89

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1 INTRODUÇÃO

A redução das áreas de matas nativas no Cerrado põe em risco diversas

espécies de vegetais, as quais apresentam potencial fármaco, madeireiro e

alimentício, dentre estas espécies, estão mangava brava (Lafoensia pacari St. Hil.),

marmelada bola (Alibertia edulis (L.C.Rich.) A.Rich. ex DC.) e jenipapo (Genipa

americana L.). Devido à redução das populações no habitat natural, surge a

necessidade de se conhecer melhor as espécies, bem como a preservação dessas.

Na busca de conhecimentos sobre espécies vegetais que auxiliam na

classificação, na identificação, na produção de sementes, nos estudos de sucessão

ecológica e na regeneração dos ecossistemas florestais, destaca-se a

caracterização biométrica de frutos e sementes, sendo útil para avaliar a

variabilidade genética dentro de populações de uma mesma espécie, para estudos

de dispersão e para distinguir espécies pioneiras das não pioneiras.

A conservação de sementes em bancos de germoplasma é uma maneira de

assegurar a não extinção de recursos genéticos. No armazenamento de sementes,

uma questão essencial é o teor de água dessas, pois sementes com nível elevado

não suportam o armazenamento por período prolongado. Outro fato referente ao

elevado teor de água é que sementes nessa condição não podem ser armazenadas

em nitrogênio líquido, por formar cristais de gelo, os quais são letais para as células,

sendo fundamental verificar se as sementes toleram ou não a redução do teor de

água antes do armazenamento.

As sementes são classificadas em três grupos quanto à tolerância à

dessecação e à baixa temperatura. No primeiro, estão as sementes ortodoxas, que

toleram baixos teores de água e a redução da temperatura, no segundo, tem-se as

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recalcitrantes, ou sensíveis à dessecação e, no terceiro, estão as que apresentam

comportamento intermediário entre o ortodoxo e o recalcitrante.

Após a dessecação adequada, as sementes podem ser armazenadas,

porém, quando isso é feito em nitrogênio líquido, pode comprometer a qualidade

fisiológica, e, diante desse fato, as sementes devem ser tratadas com crioprotetores

antes do crioarmazenamento. Crioprotetores como dimetilsulfóxido, quando usados

em concentrações elevadas, podem ser tóxicos às sementes, mas existem também

crioprotetores à base de açúcar que não provocam toxidez.

O armazenamento em nitrogênio líquido é uma forma barata e segura de

conservar sementes, pois ocupa pouco espaço, não há preocupação com ataques

de doenças, como pode ocorrer em jardins clonais ou desastres climáticos, os quais

podem, subitamente, dizimar toda a coleção que se encontra a campo. Por ser um

método prático, simples e rápido, o crioarmazenamento torna-se apropriado para a

conservação de sementes. Além disso, apresenta grande potencial de uso na

formação de bancos de germoplasma por conservar o material durante longos

períodos de tempo. Outro ponto importante no armazenamento em nitrogênio líquido

é o modo de descongelamento, pois, caso seja utilizado de maneira inadequada,

compromete o sucesso do crioarmazenamento das sementes.

Diante do exposto, objetivou-se determinar os aspectos biométricos dos frutos

e sementes, verificar os efeitos da redução do teor de água das sementes, do

tratamento com crioprotetor antes do armazenamento em nitrogênio líquido, e da

forma de descongelamento sobre a viabilidade e vigor de sementes de L. pacari, A.

edulis e G. americana.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Características das Espécies

2.1.1 Lafoensia pacari St. Hil.

Pertencente à família Lythraceae é popularmente conhecida como mangava

brava, pacari, candeia-de-caju, dedaleiro, dedal, pacuri, entre outros. É uma espécie

arbórea nativa que chega à altura de 10 a 18 m, com diâmetro de tronco de 0,30 a

0,60 m A floração ocorre de outubro a dezembro e o amadurecimento de abril a

junho. Os frutos são classificados como seco do tipo cápsula lenhosa deiscente

(Lorenzi, 2002). As sementes desta espécie são oblongas, aladas, com testa

expandida em duas asas laterais de coloração amarelo a pardo-avermelhado

(Carvalho, 1994).

A mangava brava se enquadra no grupo ecológico das espécies clímax

exigente em luz, secundária tardia, a qual pode germinar sob o dossel da floresta, ou

seja, com baixa intensidade luminosa; mas suas plântulas necessitam de luz direta

para o crescimento (Swaine e Wihitmore, 1988). Ocorre nas florestas de altitude, nos

estados de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul até Santa Catarina; é

recomendada para reflorestamentos mistos na recomposição de áreas degradadas e

de mata ciliar em locais bem drenados ou com inundações periódicas de rápida

duração (Carvalho, 2003).

As sementes de L. pacari não apresentam dormência (Lorenzi, 2002), sendo

classificadas como ortodoxas, tolerando dessecação para valores de teor de água

abaixo de 10% (Salomão et al., 2003).

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Segundo Wielewicki et al. (2006), as sementes de L. pacari apresentam

porcentagem de germinação média de 56% logo após o beneficiamento, quando

semeadas em areia e mantidas à temperatura de 25°C. Seneme et al. (2010)

verificaram que sementes recém-colhidas apresentam 73% de germinação quando

semeadas em areia, a 20°C, e podem ser armazenadas em câmara a 20°C por 12

meses sem que ocorra perda significativa da viabilidade. As informações evidenciam

que, de um local para outro, as sementes apresentam diferenças quanto ao

percentual de germinação.

L. pacari é bastante utilizada na medicina tradicional, sendo usadas as

diversas partes da planta, como a casca do caule para preparar um macerado

utilizado para a cicatrização de feridas, febre, úlcera gástrica, gastrite, inflamação do

útero e convulsões de vesícula biliar (Guarim Neto e Morais, 2003), como antiviral

(Müller et al., 2007), antiúlceras e anti-inflamatório (Jesus et al., 2009) e como tônico

para depressão (Galdino et al., 2009).

Pesquisadores da Universidade Federal de Goiás, em parceria com outros

pesquisadores, estão estudando L. pacari para produção de fitoterápicos para uso

em animais em substituição ao uso dos antibióticos sintéticos (Pharmacia Brasileira,

2011). Outro estudo importante com L pacari, desenvolvido por Meneses et al.

(2006), trata da aplicação do extrato da planta no controle de Heliobacter pylori,

bactéria causadora de vários problemas gastrointestinais, cujo controle, atualmente,

é feito por meio de antibióticos, como amoxicilina e claritromicina, associados com

outros medicamentos, os quais são de custo elevado (Martins et al., 2010) e causam

diversos efeitos colaterais (Santos et al., 2011a). A espécie tem mostrado potencial

de ação contra várias estirpes de Staphylococcus aureus causadora de sérias

infecções (Lima et al., 2006).

2.1.2 Alibertia edulis (L.C.Rich.) A.Rich. ex DC.

A espécie Alibertia edulis pertence à família Rubiaceae, sendo conhecida

popularmente como marmelo, marmelada, marmelada bola ou marmelada de

bezerro. Possui porte arbóreo, podendo atingir até 8 m de altura, com folhagem

bonita e flores brancas, o que a torna uma espécie adequada ao paisagismo. Seus

frutos são do tipo bacoide, inicialmente, com coloração verde e, à medida que

amadurecem, adquirem coloração amarronzada (Silva et al., 2008; Araújo e Pires,

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2009), com número elevado de sementes pequenas, achatadas e coloração pardo-

amareladas (Pereira, 1984).

É uma espécie não pioneira (Leles et al., 2011) pertencente ao grupo

ecológico das ombrófilas de subdossel/subbosque (Rodrigues et al., 2010), que

ocorre em todo o bioma Cerrado, podendo ser encontrada nas regiões Norte,

Centro-Oeste e Sudeste do Brasil. Entretanto, de acordo com estes autores, A.

edulis se desenvolve melhor em áreas de matas ciliares ou de galeria nas quais, em

determinado período do ano, a umidade do solo é muito elevada (Rodrigues et al.,

2007).

As sementes de A. edulis toleram redução do teor de água, não apresentam

dormência e têm germinação elevada, superando 75%. Quando recém-colhidas e

colocadas para germinar em solo argiloso sob tela com 50% de sombreamento

apresentaram 75,7% de emergência (Naves et al., 1992). Ferronato et al. (1997)

verificaram que as sementes recém-colhidas apresentaram percentual de

germinação acima de 90% e, após o armazenamento por 11 meses nas condições

de temperatura de 18 ± 3 °C e do ar, o percentual de germinação decresceu para

valores entre 77 e 80%. Embora sem comprovação do caráter ortodoxo das

sementes de A. edulis, os resultados existentes apontam que essa tenha esse

comportamento quando dessecadas.

O fruto de A. edulis é saboroso e pode ser consumido in natura, embora

apresente pequena quantidade de polpa; esta pode ser processada na forma de

geleia, doces e licores (Amaral e Guarim, 2007; Silva et al., 2008), além de fazer

parte da dieta da fauna nativa do Cerrado (Souza-Silva e Ferreira, 2004). As

sementes quando torradas podem ser utilizadas em substituição ao café (Felfili et

al., 2000).

2.1.3 Genipa americana L.

O jenipapeiro é uma espécie arbórea da família Rubiaceae de até 20 m de

altura, com diâmetro de 0,20 a 0,40 m, ramificação abundante e verticilada (Souza et

al., 1996; Martins et al., 2002). O fruto é uma baga comestível, de forma, tamanho,

cor e massa variável (Gomes, 1989), compondo-se de um invólucro carnoso com

diversas sementes chatas e polidas, recobertas por uma camada polposa

adocicada, com casca mole, pardacenta e aromática (Santos, 2001). O fruto se

destaca por possuir sabor agradável e ser pouco perecível, rico em sais minerais e

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vitaminas; é utilizado na fabricação de refrescos, licores, doces e sorvetes, todos

com grande aceitação, principalmente no mercado nordestino (Prudente, 2002). É

considerado como uma importante fonte de cálcio na dieta humana apresentando

cerca de 680 mg 100 g-1 (Oliveira et al., 2006) e de vitamina C (Lorient e Linden,

1996).

Essa espécie é considerada secundária tardia, com características de clímax

de crescimento moderado (Carvalho, 1994). As sementes desse grupo ecológico

não apresentam dormência e a viabilidade dessas é curta no habitat natural (Ferraz

et al., 2004). Encontra-se amplamente distribuída na América Central tropical e na

América do Sul, estando presente em todo o Brasil, naturalmente ou cultivada,

desde a Amazônia até São Paulo e Mato Grosso, em várias formações florestais.

Ocorre em áreas do litoral e margens dos rios, em terras elevadas, desde que estas

estejam sujeitas a inundações periódicas (Barbosa, 2008).

As sementes recém-colhidas de jenipapo apresentam percentual de

germinação acima de 90% (Vieira e Gusmão, 2006; Santos et al., 2011b) e possuem

longevidade relativamente curta (Vieira e Gusmão, 2006), o que também foi

observado por Silva et al. (2001a), quando armazenaram sementes de jenipapo em

sacos de plástico com diferentes teores de água durante seis meses. Salomão et al.

(2003) citaram que esta espécie apresenta sementes com tolerância parcial à

dessecação, ou seja, tem comportamento intermediário e é intolerante ao frio.

O jenipapeiro é uma espécie que pode ser utilizada na arborização urbana,

sendo uma boa opção para os pequenos agricultores, devido ao valor comercial da

madeira, frutos e uso para produção de cosméticos e tinturas (Costa et al., 2005;

Salomão e Padilha, 2006), e em programa de reflorestamento de áreas de

preservação permanente e em reservas legais (Valeri et al., 2003).

A utilização de plantas nativas na recuperação de áreas degradadas é uma

prática relativamente recente e tem sido motivo de estudos relacionados,

principalmente, à seleção de espécies aptas a repovoar com sucesso este tipo de

ambiente (Melo et al., 2004). O jenipapeiro suporta longos períodos sob condições

de alagamento, sendo promissora para recuperação de áreas degradadas em

ambientes de mata ciliar (Barbosa et al., 1989). Sua polpa é usada contra icterícia,

afecções do estômago, baço e fígado. O chá das raízes é utilizado como purgativo;

as sementes esmagadas como vomitório; o chá das folhas como antidiarreico; o

fruto verde ralado é utilizado contra asma; as brotações são desobstruintes do

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sistema respiratório; e o suco do fruto maduro é tônico para estômago e diurético

(Sandri, 1998; Epstein, 2001). O chá da casca apresenta efeito diurético e é usado

para emagrecimento (Guarim Neto, 2006).

2.2 Biometria de Frutos e Sementes

A caracterização biométrica de frutos e sementes possibilita a diferenciação

de espécies congêneres (Cruz et al., 2001; Alves et al., 2007), subsidiam estudos de

dispersão e estabelecimento de plântulas (Fenner, 1993), e identificação de

sucessão vegetal em florestas tropicais (Baskin e Baskin, 2001). Para Rodrigues et

al. (2006), as diferenças biométricas estão relacionadas a fatores ambientais, como

também às reações da população ao estabelecimento em um novo ambiente,

principalmente quando a espécie tem uma ampla distribuição.

Fazer uso de dados biométricos para estimar produtividade e rendimentos

potenciais da fruta se constitui em informações básicas para qualquer atividade cujo

objetivo seja a preservação e uso sustentável desta frutífera (Rivas e Barilani, 2004).

Outro aspecto é que características como a massa e tamanho permitem a

diferenciação das sementes na formação de lotes mais homogêneos, possibilitando

a uniformidade e o aprimoramento da emergência, e vigor das sementes e obtenção

de mudas de tamanho semelhante ou de maior vigor (Andrade et al., 1996; Carvalho

e Nakagawa, 2012).

2.3 Relações Água – Semente

As sementes são estruturas que possuem comportamento higroscópico, ou

seja, seu conteúdo de água sofre alterações de acordo com as variações de

umidade relativa do ar no ambiente, em função da temperatura (Carvalho e

Nakagawa, 2012), entretanto, nem toda água da semente pode ser perdida com

facilidade. A remoção de parte da água existente nas sementes se faz necessária

quando essas são armazenadas; para que não ocorra a rápida perda da viabilidade

(Roberts, 1973). A redução do teor de água nas sementes se faz necessária para o

armazenamento tradicional, e também quando são crioarmazenadas, para que não

haja formação de cristais de gelo no interior da célula provocando danos nesta

(Molina et al., 2006).

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A higroscopicidade das sementes determina a capacidade de estarem em

permanente troca de água com a atmosfera que a rodeia. A predominância do fluxo

de água é determinada pelo gradiente de potencial hídrico entre as sementes e o ar

atmosférico. Quando a diferença de potencial é nula, cessa o processo de

transferência de água e as sementes entram em equilíbrio higroscópico com o meio.

(Garcia et al., 2004). Estas relações de perda e ganho de água por parte das

sementes também estão relacionadas com os tipos de água existentes nos tecidos.

As sementes apresentam vários sítios de sorção de água pelas

macromoléculas e, em virtude desse fato, Vertucci (1990; 1993) descreveu cinco

tipos de água. O tipo 1 caracteriza a água ligada quimicamente por grupos iônicos,

sendo importante para a manutenção da integridade estrutural das macromoléculas

(água estrutural). A água tipo 2 interage com sítios hidrofílicos de proteínas e

apresenta características do estado vítreo, desde que o teor de água esteja abaixo

de 10% (Marcos Filho, 2005). A água ligada, constituída pelos tipos 1 e 2, em

princípio, não sofrem solidificação, em razão da formação dos estados vítreos em

temperaturas abaixo do ponto de congelamento da água pura (Villela e Marcos

Filho, 1998). A remoção desse tipo de água pode comprometer estruturas

importantes das sementes, o que leva à perda de viabilidade ou à formação de

plântulas anormais.

A água tipo 3 tem capacidade para umedecer as macromoléculas e formar

pontes com sítios hidrofóbicos de macromoléculas. Nos teores correspondentes à

água tipo 3, ocorrem atividades catabólicas significativas, havendo consumo de

substâncias de reserva e produção de toxinas (radicais livres). A total remoção da

água tipo 3 é letal para a grande maioria das sementes recalcitrantes maduras

(Pammenter et al., 1991; Vertucci, 1993). Além disso, os teores de água relativos

aos tipos 1, 2 e 3 são afetados pela composição química da semente e temperatura,

entre outros fatores (Villela e Marcos Filho, 1998).

A água tipo 4 apresenta propriedades similares a uma solução concentrada

de água e pode ser identificada pela baixa temperatura de solidificação, ocupando,

possivelmente, poros ou capilares e não interage diretamente com a superfície das

proteínas. Neste nível de hidratação, ocorrem determinados processos de

biossíntese, necessários à germinação, como a síntese proteica. A remoção da água

tipo 4 causa a morte de embriões imaturos e de plântulas. A água tipo 5 tem

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comportamento semelhante a uma solução diluída de água e pode ser considerada

água livre (Vertucci, 1993).

Complementando essas descrições, Marcos Filho (2005) detalhou os teores

de água das sementes em cada tipo. A água do tipo 1 é aquela encontrada em

sementes muito secas (teor abaixo de 7,5% e potencial hídrico abaixo de -150 MPa),

na qual a atividade metabólica é restrita e sua remoção pode provocar deterioração

nos tecidos. A água do tipo 2 é aquela cujo teor na semente se encontra entre 7,5 e

20%, e apresenta potencial hídrico variando de -11 a -150 MPa, tendo a função de

solvente, porém, este tipo de água não sofre congelamento quando as sementes

são submetidas a temperaturas abaixo de zero, desde que o teor de água seja

inferior a 10%. A partir da água tipo 3 (sementes com 20 a 30% de umidade e -4 a -

11 MPa de potencial hídrico), a atividade fisiológica das sementes começa a se

alterar de forma prejudicial, em virtude de uma maior taxa de respiração. A água

considerada tipo 4 (teor de água variando de 33 a 41% e retida com tensões entre -

1,5 a -4 MPa) proporciona características de solução concentrada e, nessa

condição, a germinação já pode ter início, e a água tipo 5 (teor de água superior a

41% e tensões maiores que -1,5 MPa) apresenta características de uma solução

diluída e o processo germinativo ocorre somente na presença desse tipo de água.

2.4 Tolerância à Dessecação

As sementes das diferentes espécies variam quanto à tolerância à

dessecação e esta diferença ocorre desde a formação, ainda na planta-mãe. Assim,

é importante o conhecimento do grau de tolerância, pois esse é elemento

fundamental no planejamento do armazenamento das sementes.

Para a maioria das sementes, pode-se dividir o período de desenvolvimento

em três fases: histodiferenciação, expansão celular e secagem na maturação.

Todavia, essas três fases só ocorrem nas sementes ortodoxas, nas quais a redução

do teor de água ocorre de forma natural e programada, na fase final do

desenvolvimento (Castro et al., 2004). A capacidade de tolerar a dessecação é

adquirida ainda na planta-mãe, no final da embriogênese, quando as sementes

entram em dessecamento natural, como ocorre em sementes consideradas

ortodoxas, porém, essa tolerância é perdida quando se inicia a germinação,

geralmente após a protrusão da raiz (Castro e Hilhorst, 2004).

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As sementes potencialmente ortodoxas colhidas antes de completar a

maturação, portanto, antes de adquirir a característica de tolerar a dessecação, vão

se comportar como semente recalcitrante (Castro e Hilhorst, 2004). As sementes

recalcitrantes são aquelas que não apresentam um período de tolerância à redução

do teor de água, possuindo metabolismo sempre ativo e, portanto, precisam ser

mantidas úmidas e com possibilidade de trocas gasosas para manter a respiração.

Como as sementes apresentam variação quanto à tolerância à redução do

teor de água (José et al., 2007), essas são agrupadas em recalcitrantes, ortodoxas e

em um terceiro grupo formado pelas sementes com comportamento intermediário

(Ellis et al., 1990).

As sementes classificadas como ortodoxas são capazes de manter a

viabilidade após desidratação para teor de água de aproximadamente 5% e

expostas a baixas temperaturas (-18 °C) e, as recalcitrantes não suportam

desidratação e baixas temperaturas de armazenamento (Roberts, 1973; Bonjovani e

Barbedo, 2008; Pupim et al., 2009). Existem ainda outras espécies de plantas cujas

sementes podem tolerar desidratação em níveis relativamente baixos de teor de

água, mas são danificadas por exposição a temperaturas abaixo de zero quando

estão secas. Sementes que apresentam este comportamento foram classificadas

como intermediárias (Ellis et al., 1990; 1991). Para Mai-Hong et al. (2006) e Usberti

et al. (2006), estas sementes podem ser dessecadas até o mínimo de 10% de teor

de água.

Estas sementes, que ficam situadas entre as sementes verdadeiramente

ortodoxas e recalcitrantes, apresentam comportamento ortodoxo quando

armazenadas com grau de umidade entre 9 e 13%, mas, quando desidratadas a 7%,

perdem significativamente a viabilidade. A este tipo de semente, Dickie e Smith

(1995) denominaram como subortodoxa.

Quando as sementes ortodoxas passam a tolerar baixo conteúdo de água na

fase final de maturação, pode se observar o acúmulo de moléculas consideradas

protetoras, como açúcares e proteínas LEA (late embryogenesis abundant proteins).

O acúmulo de moléculas de açúcar não redutor, como oligossacarídeos e,

especialmente, o dissacarídeo sacarose, coincide com uma redução de

monossacarídeos. Proteínas LEA são do tipo deidrinas, hidrofílicas, resistentes ao

calor e sem atividade catalítica aparente, e são, atualmente, consideradas como

proteínas típicas de tolerância ao dessecamento, pois não são restritas às

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sementes, sendo encontradas em outros tecidos vegetais e em alguns animais.

Baseadas na hipótese de reposição de água, estas moléculas assumem importante

função na tolerância ao dessecamento, e parece haver uma interação entre as

proteínas LEA e os açúcares para estabilizar as membranas durante o

dessecamento (Shih et al., 2008).

A secagem deve ser realizada de modo a não promover retirada brusca de

água do interior da semente, pois pode provocar desorganização e

descompartimentalização cada vez maiores de todo o sistema de membranas

(Oliveira et al., 2009). Para Ellis e Hong (2006), as sementes ortodoxas podem ter o

teor de água reduzido para percentuais entre 3 a 7% sem que ocorra perda da

viabilidade em virtude da remoção de grande parte da água existente na semente.

Nas sementes recalcitrantes, a água subcelular está fortemente associada às

superfícies macromoleculares assegurando, em parte, a estabilidade de membranas

e macromoléculas. A perda de água estrutural durante o processo de secagem

causaria a alteração de sistemas metabólicos e de membranas, resultando no início

do processo de deterioração (Farrant et al., 1988). A viabilidade dessas sementes é

reduzida quando o teor de água atinge valores inferiores àqueles considerados

críticos e, quando iguais ou inferiores àqueles considerados letais, há perda total da

viabilidade (Hong e Ellis, 1992).

2.5 Armazenamento

Diversas técnicas são estudadas na busca de melhores condições de

armazenamento, sendo que a principal técnica de conservação de sementes durante

o armazenamento é, ainda, a redução do metabolismo, a qual é obtida removendo

parte da água da semente ou reduzindo a temperatura (Kohama et al., 2006).

Sabe-se que o armazenamento de sementes por períodos prolongados e

com teores de água elevados é praticamente inviável, pois, nessas condições, o

metabolismo das sementes continua intenso (Carlesso et al., 2008), o que leva a um

consenso de que o grau de umidade é o fator mais importante na longevidade das

sementes ortodoxas (Chaves e Usberti, 2003). No estudo sobre conservação de

sementes, é fundamental que se conheça o teor de água crítico e letal. Entende-se

como teor de água crítico aquele que causa perda significativa na capacidade

germinativa da semente e como teor de água letal aquele em que ocorre perda total

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da germinação (Pritchard, 1991). O conhecimento desses limites de água nas

sementes para cada espécie é indispensável para o planejamento e a execução da

secagem e armazenamento dessas, pois o teor de água é fator determinante do

comportamento das sementes recalcitrantes (Bovi et al., 2004; Martins et al., 2009).

O armazenamento à temperatura subzero proporciona a manutenção da

viabilidade de sementes com diferentes teores de água (Hong et al., 2005),

existindo, para cada temperatura de armazenamento, um teor de água crítico para

extensão do período de viabilidade dessas (Ellis e Hong, 2006). Quando se utiliza a

conservação de sementes de espécies florestais em temperaturas criogênicas, os

resultados têm se mostrado promissores (Salomão, 2002; Gonzaga et al., 2003;

Fonseca et al., 2012).

2.6 Criopreservação e Conservação de Germoplasma

A conservação dos recursos genéticos florestais pode ser feita de maneira in

situ ou ex situ, não havendo impedimento para o uso das duas formas

simultaneamente; sendo a primeira realizada no habitat da espécie e a segunda,

fora. A conservação de espécies florestais deve ser conduzida, preferencialmente, in

situ, permitindo, assim, a dinâmica natural das populações, e, consequentemente, a

evolução (Fernandez e Gonzalez-Martinez, 2009). Quando o ambiente natural tem

as relações ecológicas comprometidas por ações antrópicas, ou por outros fatores, é

prudente que também se utilize a conservação ex situ, garantindo a sobrevivência

das populações (Pinto et al., 2004; Segarra-Moragues et al., 2005).

A conservação ex situ pode ser realizada com armazenamento de sementes

em câmaras frias, em crioarmazenamento ou in vitro. Quando as sementes

apresentam recalcitrância, uma saída é o plantio a campo destas espécies ou o

cultivo de meristemas em meio de cultura (Ferreira, 2011). Estas formas de

conservação são conhecidas como banco de germoplasma.

Os bancos de germoplasma são unidades físicas para guarda e

conservação de uma base genética ampla e diversificada, visando trabalhos de

melhoramento para geração de novas cultivares mais adaptadas, resistentes e

produtivas ou para uso futuro (Epamig, 2013). Os bancos de germoplasma podem

ser classificados em banco ativo e de base, e os dois tipos são compostos por:

conservação de germoplasma em câmara fria, in vitro ou por meio da

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crioconservação, sendo estes três modos de conservação ex situ utilizados como

uma complementação ao modo in situ (Brown e Hardner, 2000).

Grande parte dos bancos de germoplasma conservam suas sementes sob

condições controladas, ou seja, são mantidas à temperatura de 10 °C e umidade

relativa do ar de 40% (Goldfarb et al., 2008), dependendo do tipo de banco e da

espécie. Mas, de acordo com Gonzaga et al. (2003), esse modelo de banco de

germoplasma não impede a perda por erosão genética de parte do pool de genes da

espécie armazenada e recomendam a utilização de bancos criogênicos para a

conservação de espécies vegetais, que consiste em submeter as sementes a

temperaturas muito baixas, -196 °C em nitrogênio líquido ou a -170 °C no vapor de

nitrogênio líquido, conservando as sementes por tempo indefinido (Rocha et al.,

2009).

O armazenamento de material vegetal em nitrogênio líquido ou na fase de

vapor de nitrogênio líquido é denominado de criopreservação. Esse método tem sido

utilizado para a conservação de diferentes partes de vegetais, tais como: sementes,

eixo embrionário, material para propagação vegetativa, pólen, embriões somáticos e

tecidos embrionários (Yamazaki et al., 2009; Hazubska-Przybyl et al., 2010; Kong e

Aderkas, 2011; Salaj et al., 2011). Esse método é dividido em clássico e

contemporâneo, no qual o primeiro é baseado no congelamento lento e o segundo

na vitrificação por meio de agentes químicos.

Método clássico

Os primeiros protocolos de criopreservação de tecidos vegetais,

denominados de métodos clássicos, utilizavam o congelamento em duas etapas: na

primeira, o congelamento lento, sendo a temperatura reduzida em velocidade

definida (1 a 10 °C min-1) para valores próximos de -40 °C, usando, para tanto, um

congelador programável (criostato); na segunda, o congelamento rápido que se

realiza com imersão direta do material no nitrogênio líquido (Engelmann, 1997).

No congelamento lento, à medida que a temperatura decresce,

aproximando-se a 0 °C, a célula e o meio externo atingem um estado de super-

resfriamento e, posteriormente, ocorre a formação de gelo no meio extracelular,

enquanto o conteúdo da célula super-resfriada se mantém descongelado,

provavelmente porque a parede celular e a membrana plasmática impedem que os

cristais de gelo, nos espaços intercelulares, penetrem na célula e desencadeiem o

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congelamento do citoplasma. Na fase de congelamento lento, a água continua

migrando para a região intercelular e congelando até que não haja água livre no

interior da célula; esse processo leva à desidratação promovendo a vitrificação por

meio do resfriamento. Após a fase de congelamento lento, o tecido vegetal pode ser

imerso diretamente no nitrogênio líquido (Carvalho, 2006). Em virtude do avanço do

conhecimento sobre armazenamento em nitrogênio líquido, o método clássico vem

sendo substituído pelo contemporâneo.

Método contemporâneo

É baseado na vitrificação (Fahy et al., 1984; Sakai et al., 1991a, 1991b),

sendo a desidratação realizada com substâncias químicas concentradas seguida de

rápido congelamento. Como consequência, os fatores que afetam a formação dos

cristais de gelo intracelular são evitados. Nesse processo, o ponto crítico é a

desidratação do material e não o congelamento em si, como ocorre no método

clássico, sendo necessário desidratar o material para um teor de água apropriado e

compatível à obtenção de elevadas taxas de sobrevivência. Uma vantagem da

vitrificação sobre o método clássico é dispensar o uso de criostatos, facilitando o

processo de criopreservação com redução de custos (Engelmann, 1997).

Para o armazenamento de sementes em nitrogênio líquido, é necessário que

toda água congelável dos tecidos seja removida por meio da desidratação osmótica

ou física, seguida de congelamento ultrarrápido (Kaviani, 2011), porém, a

quantidade de água congelável é variável de uma espécie para outra. Em sementes

de Lactuca sativa, o teor de água deve ser inferior a 20% b.u. (Stanwood, 1985),

entre 9 a 11% b.u. para Anethum graveolens (Almeida et al., 2007), 3 a 15% b.u.

para sementes de Alnus glutinosa (Chmielarz, 2010) e entre 12 a 14% b.u. em

aquênios de Anacardium othonianum (Silva et al., 2013).

A criopreservação em nitrogênio líquido é considerada um método adequado

para a preservação de germoplasma em longo prazo (Vasanth e Vivier, 2011; Padro

et al., 2012), sem que ocorram quaisquer alterações (Santos e Salomão, 2010; Wen

e Wang, 2010; Khoddamzadeh et al., 2011). Deve-se ressaltar que o

armazenamento de sementes em nitrogênio líquido não pode ser encarado como o

método que irá substituir as demais formas de conservação ex situ. A escolha por

determinado método de conservação está na dependência das espécies que se

deseja conservar, do período de conservação da parte do vegetal a ser conservado,

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da disponibilidade de mão de obra e dos recursos financeiros disponíveis. O avanço

da tecnologia para criopreservação de plantas ou parte delas tem revelado muitos

métodos possíveis para a armazenagem (Chmielarz, 2009), podendo as sementes

sobreviverem por 3.400 anos, segundo estimativa de Walters et al. (2004).

Para que se possa atingir esse longo período de criopreservação, é

necessário obter um protocolo para congelamento e descongelamento. Uma

dificuldade na elaboração desse protocolo é que as sementes apresentam

comportamento distinto entre as espécies (Kholina e Voronkova, 2008; Voronkova e

Kholina, 2010). Tais diferenças de comportamento entre vegetais, ou mesmo entre

partes de uma mesma espécie, tem dificultado o desenvolvimento de um protocolo

de criopreservação com caráter universal (Goldfarb et al., 2010). Um bom exemplo

disso são os trabalhos realizados com a espécie Hancornia speciosa no qual Silva et

al. (2010) não obtiveram sucesso na criopreservação de embriões, enquanto Sartor

et al. (2012) realizaram a criopreservação de gemas com êxito. Existem sementes

que, quando submetidas ao criocongelamento, o potencial germinativo decresce

(Salomão, 2002; Wetzel et al., 2003; Meletti et al., 2007). Nesses casos, a saída

para redução dos efeitos do armazenamento em nitrogênio líquido é o tratamento

prévio das sementes com agentes crioprotetores.

a. Crioprotetores

Os crioprotetores podem ser definidos como substâncias químicas que

reduzem a injúria sofrida pela célula, durante o congelamento e descongelamento.

Em função da capacidade de penetrar nas membranas celulares, os crioprotetores

são divididos em dois grupos: o primeiro composto por crioprotetores capazes de

atravessar as membranas celulares, como propileno glicol, etileno glicol, glicerol e

dimetilsulfóxido (DMSO), e o segundo formado por amido, polivinilpirrolidona (PVP) e

óxido de polietileno, que são crioprotetores incapazes de atravessar as membranas

celulares.

O glicerol tem comportamento distinto, uma vez que só atravessa as

membranas se for adicionado à temperatura ambiente, sendo incapaz de atravessar

as membranas celulares se for usado à temperatura de 0 °C. Os crioprotetores que

não penetram nas células atuam desidratando-as em temperaturas próximas ao

congelamento e, dessa forma, são capazes de reduzir a atividade de água no

interior da célula (Efendi, 2003).

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As substâncias mais usadas como crioprotetores são dimetilsulfóxido,

polietileno glicol (PEG), sacarose, sorbitol e manitol. Estas substâncias realizam

ações osmóticas; no entanto, algumas delas, tais como o dimetilsulfóxido, podem

penetrar nas células e proteger a integridade celular durante a criopreservação

(Rajasekharan, 2006).

Os açúcares possuem importante papel na aquisição de resistência das

sementes à dessecação e ao congelamento em nitrogênio líquido (Suzuki et al.,

2005), pois a utilização de uma concentração elevada de sacarose aumenta

consideravelmente a concentração intracelular e atua como principal agente

responsável pela tolerância do tecido à dessecação (Suzuki et al., 2006).

A utilização de sacarose na concentração de 0,5 M ou dimetilsulfóxido a 5%

na crioproteção de gemas de mangabeira (Hancornia speciosa) foi eficiente para o

criocongelamento (Sartor et al., 2012). Por sua vez, Silva (2010) verificou que a

prévia imersão de embriões de mangabeira em solução a 0,75 M de sacarose

manteve a germinação desses em 98% após o criocongelamento, mas, quando

tratados com 15% de dimetilsulfóxido, os embriões não sobreviveram. Em estudo

realizado com sementes de cebola (Allium cepa), Molina et al. (2006) verificaram que

a utilização de solução crioprotetora com concentração de 50% de glicerol não foi

eficiente na proteção das sementes submetidas ao criocongelamento.

b. Descongelamento de sementes

No processo de criopreservação das sementes em bancos de germoplasma,

além da preocupação em utilizar um crioprotetor adequado, também se deve ter a

preocupação com o descongelamento das sementes, pois, nesse momento, pode

haver formação de cristais de gelo. Quando o descongelamento é realizado em

temperatura ambiente (modo lento), existe a possibilidade do recongelamento

durante esse período e de ocorrerem danos fisiológicos em função da formação de

cristais de gelo (Molina et al., 2006; Almeida et al., 2007).

Os estudos publicados demonstram que cada espécie necessita de uma

forma de descongelamento. Kholina e Voronkova (2008), Voronkova e Kholina

(2010) e Kholina e Voronkova (2012) submeteram sementes de 103, 11 e 12

espécies, respectivamente, congeladas em nitrogênio líquido, ao descongelamento

lento durante duas horas nas condições ambiente de laboratório (18 °C). Nesses

três estudos, não se observou nenhum dano fisiológico às sementes. Em sementes

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de Thymus lofocephalus armazenadas em nitrogênio líquido, foi utilizado o

descongelamento lento à temperatura ambiente por, aproximadamente, 18 horas e

também não ocorreram danos às sementes (Coelho et al., 2012).

Gonzaga et al. (2003) trabalharam com sementes de aroeira (Astronium

urundeuva) e baraúna (Schinopsis brasiliensis) descongelando-as de modo lento à

temperatura de 25 ± 3 °C por 3 horas, enquanto Farias et al. (2006) descongelaram

sementes de jatobá (Hymeneae courbaril) à temperatura ambiente (± 25 °C). Rocha

et al. (2009) utilizaram o modo lento de descongelamento (23° C por 12 h) em

sementes de quatro cultivares de algodão (Gossypium hirsutum). Nesses estudos,

não se confirmou a hipótese de que o descongelamento lento pode provocar o

recongelamento da água presente na semente e, consequentemente, levar à

produção de danos fisiológicos.

Segundo Molina et al. (2006), sementes de cebola criocongeladas sofrem

menos danos quando são descongeladas de modo rápido (banho-maria 37° por 5

min). Motta et al. (2014) testaram o descongelamento rápido (37° C por 30 min) e

lento (12h à temperatura ambiente) em sementes criocongeladas de duas cultivares

de girassol, e verificaram que o modo de descongelamento não afetou o percentual

de germinação, mas o índice de velocidade de germinação da cultivar BRS 324, a

qual apresentou, no descongelamento rápido, melhor resultado, o que também se

verificou para o número de plântulas normais; porém para esta variável a cultivar

BRS 122 apresentou comportamento inverso, o que demonstra que a resposta ao

descongelamento pode variar também entre cultivares.

Sementes de orquídea (Bletilla striata), após crioarmazenamento, foram

descongeladas de forma rápida em banho-maria à temperatura de 38 °C durante 30

minutos e mantiveram a qualidade fisiológica (Hirano et al., 2005). Sementes

maduras de orquídeas (Platanthera bifólia, Dactylorhiza fuchsii e Bratonia (Miltonia

flavescens x Brassia longissima)) que se encontravam congeladas em nitrogênio

líquido foram descongeladas também em banho-maria, mas à temperatura de 40 °C

por um período de 60 segundos (Popova et al., 2003; Nikishina et al., 2007).

Observou-se, nestes trabalhos, que sementes de orquídea criocongeladas são

descongeladas de modo rápido sem que haja nenhum prejuízo ou dano fisiológico.

Existem, portanto, três grupos de sementes: a) aquelas que necessitam de

descongelamento rápido; b) as que apresentam melhores resultados quando o

descongelamento é lento; c) por fim, o grupo formado pelas sementes que são

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indiferentes ao modo de descongelamento utilizado. Diante disso, observa-se a

necessidade de estudar as sementes de cada espécie a fim de conhecer a forma

apropriada para o descongelamento adequado para cada uma.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Local e Coleta dos Frutos

Foram colhidos 15 frutos em cada matriz de Lafoensia pacari (mangava

brava), Alibertia edulis (marmelada bola) e Genipa americana (jenipapo), num total

de 10 matrizes por espécie, a uma distância de, pelo menos, 50 metros entre essas.

A coleta foi realizada em três locais distintos no município de Cáceres-MT, sendo L.

pacari na região do córrego da Piraputanga (latitude 16° 03’ 35’’ S e longitude 57º

33’ 60’’ W), A. edulis na região da Vila Aparecida (latitude 15° 48’ 25’’ S e longitude

57° 27’ 27’’ W) e G. americana no entorno da cidade (latitude de 16° 03’ 15’’ S e

longitude 57º 40’ 04’’ W), nos meses de agosto, setembro e novembro,

respectivamente, de 2012, sendo esses frutos utilizados para as análises

biométricas. Em 2013, foi feita uma nova coleta de frutos para os estudos de

redução do teor de água e criopreservação das sementes, nas mesmas áreas da

coleta de frutos realizada em 2012, coletando-se o mesmo número de frutos por

planta.

Os frutos de L. pacari foram colhidos diretamente na planta, desde que

apresentassem coloração pardo-amarelada, o que caracteriza frutos maduros; os

frutos de A. edulis foram colhidos ainda na planta sem a completa maturação,

quando apresentavam pequenas manchas escurecidas na casca, sendo esses

levados para o laboratório, e colocados em caixa de papelão e mantidos sob

condições não controladas de umidade e temperatura até atingirem a coloração

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pardo-clara que caracteriza fruto maduro; por sua vez, os frutos de G. americana

foram coletados completamente maduros no solo embaixo das matrizes.

Para cada espécie em estudo, foi feita uma exsicata e, posteriormente,

levada para identificação no herbário da Universidade Federal de Mato Grosso

(UFMT), Campus de Cuiabá. As espécies L. pacari, A. edulis e G. americana foram

identificadas por meio das pranchas com registro número 24.995, 40.696 e 38.596,

respectivamente.

Os frutos de L. pacari e G. americana, ao chegarem ao laboratório de

sementes na Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT, foram,

imediatamente, pesados e medidos, para, em seguida, as sementes serem

extraídas. Nos frutos de A. edulis, as determinações biométricas e a extração das

sementes só foram realizadas após os frutos completarem a maturação.

3.2 Avaliação Biométrica dos Frutos e Sementes

Para avaliar as caraterísticas biométricas dos frutos, retirou-se uma amostra

aleatória de 60 frutos dos 150 coletados de cada espécie. Nos frutos, foram

avaliados massa da matéria fresca (g) e número de sementes, além da largura,

comprimento e espessura (mm) em L. pacari, e diâmetro longitudinal e transversal

(mm) em A. edulis e G. americana (Figura 1).

Lafoensia pacari Alibertia edulis Genipa americana

FIGURA 1. Comprimento (C), espessura (E) e largura (L) dos frutos de Lafoensia pacari; diâmetro transversal (DT) e longitudinal (DL) dos frutos de Alibertia edulis e Genipa americana. Cáceres-MT, 2014.

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28

Após a mensuração dos frutos, esses foram abertos manualmente para

extração das sementes. Em A. edulis e G. americana, as sementes juntamente com

a polpa foram colocadas sobre peneira e lavadas em água corrente para remoção

de toda a polpa; depois, as sementes foram mantidas sobre papel toalha na

bancada do laboratório durante 48 horas em temperatura ambiente. Após esse

período, foi retirada uma amostra aleatória de 60 sementes (sem dano externo) de

cada espécie para mensuração da massa da matéria fresca (mg) e realizadas

medidas de comprimento, largura e espessura (mm) (Figura 2). Na determinação da

massa de 1.000 sementes, foram utilizadas oito amostras de 100 sementes

conforme Brasil (2009). Para mensuração das dimensões do fruto e da semente, foi

utilizado paquímetro digital com precisão de 0,01 mm e a determinação da massa de

matéria fresca foi realizada em balança analítica com precisão de 0,0001 g.

Lafoensia pacari Alibertia edulis Genipa americana

FIGURA 2. Comprimento (C), largura (L) e espessura (E) das sementes de Lafoensia pacari, Alibertia edulis e Genipa americana. Cáceres-MT, 2014.

Em seguida, os dados foram submetidos à análise estatística descritiva para

determinação da média, desvio padrão, coeficiente de variação, assimetria, curtose,

valor máximo e mínimo, e construção de histogramas de frequência relativa. Os

valores de referência adotados para o coeficiente de assimetria foram: S<0,

distribuição assimétrica à esquerda e S>0, distribuição assimétrica à direita. Os

coeficientes de curtose foram: K>3, distribuição mais “afilada” que a normal

(leptocúrtica) e K<3, distribuição mais “achatada” que a normal (platicúrtica). Na

avaliação de correlações entre variáveis, consideraram-se as seguintes classes de

correlação: forte (0,8≤p<1), moderada (0,5≤p<0,8), fraca (0,1≤p<0,5) e ínfima

(0<p<0,1) conforme Santos (2010). Para as análises e construção de histogramas,

foi utilizado o programa estatístico R versão 2.15.2 (R Core Team, 2012).

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29

3.3 Redução do Teor de Água em Sementes

A redução do teor de água foi realizada com o objetivo de avaliar se essa

causava decréscimo na viabilidade das sementes. Após a retirada das sementes dos

frutos e a remoção daquelas com danos, essas foram misturadas para compor um

único lote e, em seguida, utilizadas duas subamostras de 25 sementes, pesadas e

levadas para estufa a 105 ± 3 °C e mantidas por 24 horas (Brasil, 2009), para

determinação do teor de água. Para avaliar a tolerância das sementes à

dessecação, foram utilizadas 600 sementes de cada espécie, sendo cada uma um

ensaio independente. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado, com

seis tratamentos (seis teores de água) e quatro repetições de 25 sementes cada. Os

teores de água estimados e testados foram: 6, 8, 10, 12, 14 e 16%, em base úmida.

As etapas dessa fase da pesquisa encontram-se no fluxograma da Figura 3.

FIGURA 3. Fluxograma dos procedimentos realizados para redução do teor de

água das sementes das três espécies em estudo. Cáceres-MT, 2014.

Como as sementes da segunda coleta apresentavam teor de água acima de

16%, L. pacari (17,5%), A. edulis (20,6%) e G. americana (38,7%), estas foram

pesadas e acondicionadas em sacos de tule, levadas para dessecador contendo o

Beneficiamento das sementes

Retirada de 600 sementes para os tratamentos

Determinação do teor água inicial

16%

Semeadura

14% 12% 10% 8% 6%

Dessecação em sílica gel

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30

agente dessecante sílica gel e mantidas neste sistema até atingir o teor de água

estimado para cada tratamento. Para tanto, determinou-se a massa das sementes a

cada duas horas, até atingir o nível estimado, por meio da diferença de massa

utilizando a equação (1) proposta por Cromarty et al. (1985).

(

)

Onde:

Mf: massa (g) no teor de água desejado;

Mi: massa (g) no teor de água inicial;

TAi: teor de água inicial (% base úmida);

TAd: teor de água estimado (% base úmida).

Após as sementes atingirem o teor de água estimado, essas foram

semeadas na profundidade de 1,0 cm em substrato composto por areia e vermiculita

na proporção de 1:1 (v/v). Esse substrato foi colocado em recipiente de plástico com

capacidade para um litro (20x10x5 cm) onde foram semeadas as sementes de A.

edulis e G. americana, enquanto para L. pacari foram utilizadas bandejas de plástico

com capacidade de 3,5 litros (30x20x5,8 cm), os dois tipos de recipientes continham

furos para drenagem da água em excesso. Os recipientes foram colocados sobre

bancadas no Laboratório de Sementes da UNEMAT, e, nesse período de avaliação,

as luzes foram ligadas na parte da manhã e desligadas no final da tarde, sempre nos

mesmos horários, totalizando, em média, 10h de luz por dia e irrigadas diariamente,

objetivando manter o substrato úmido. Durante o período experimental, foram

coletados dados da temperatura máxima e mínima diária dentro do laboratório, com

uso de termômetro de máxima e mínima digital com precisão de ± 1°C, tendo a

temperatura máxima diária variando de 27,5 a 32,6°C e a mínima de 22,3 a 29,1°C

(Figura 4).

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31

FIGURA 4. Temperaturas máxima e mínima diárias durante o período de avaliação da emergência de plântulas de L. pacari, A. edulis e G. americana no laboratório de sementes da UNEMAT. Cáceres-MT, 2014.

As variáveis analisadas foram porcentagem, índice de velocidade de

emergência, comprimento (mm), e massa das matérias fresca e seca (mg) de

plântulas.

A contagem das plântulas emergidas foi realizada diariamente até a

estabilização da emergência, sendo consideradas aquelas que apresentavam

cotilédones com 5 mm acima do substrato. O índice de velocidade de emergência foi

determinado conforme equação proposta por Maguire (1962), utilizando os dados de

emergência diária.

A avaliação do comprimento de plântula, e a massa das matérias fresca e

seca foram realizadas ao final do teste de emergência, o que ocorreu aos 30, 75 e

45 dias após a semeadura para mangava brava, marmelada bola e jenipapo,

respectivamente. O comprimento de plântula foi medido entre o eófilo e a

extremidade da maior raiz, sendo esse determinado com auxílio de régua graduada

em milímetros. Antes dessa determinação, o sistema radicular foi lavado em água

corrente tendo o cuidado de não causar danos. A massa da matéria fresca foi obtida

logo após a lavagem, sendo o excesso de água do sistema radicular retirado com

auxílio de papel toalha e a da matéria seca foi determinada após as plântulas serem

colocadas em sacos de papel e em estufa de circulação de ar à temperatura de 65

20

25

30

35

40

1 9 17 25 33 41 49 57 65 73 81 89 97 105 113

Te

mp

era

tura

°C

Período (dias)

Máxima Mínima

L. pacari A. edulis

G. americana

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32

°C, até atingirem massa constante. A massa foi determinada utilizando uma balança

analítica com precisão de 0,0001 g.

Os dados foram submetidos aos testes de normalidade (Shapiro-Wilk) e

homogeneidade de variância (Bartlett). Em seguida, foram submetidos à análise de

variância por meio do teste F e a análise de regressão polinomial pelo programa

estatístico R versão 2.15.2 (R Core Team, 2012).

3.4 Crioarmazenamento em Nitrogênio Líquido

Nessa terceira fase da pesquisa, foram utilizadas sementes com teor de

água igual a 9,5% em L. pacari, 10,8% em A. edulis e 11,3% em G. americana, as

quais se encontravam armazenadas em sacos de papel kraft no laboratório à

temperatura média de 28 °C e umidade relativa do ar de 46%, por um período de 35,

50 e 80 dias, respectivamente. O armazenamento das sementes foi necessário em

virtude dessas terem sido colhidas juntamente com as sementes que foram

utilizadas para avaliar a redução do teor de água. Não foi feita redução do teor de

água para valores menores, pois, de acordo com os resultados dos experimentos de

redução do teor de água, as sementes de L. pacari e G. americana não tiveram sua

qualidade afetada e as de A. edulis tiveram os melhores resultados de emergência

de plântulas entre 10 e 12%.

As sementes foram submetidas aos tratamentos visando à crioproteção e,

em seguida, crioarmazenadas. Para tanto, foram utilizados dois crioprotetores:

dimetilsulfóxido (DMSO) e sacarose (C12H22O11) da marca Synth®, em que cada

crioprotetor foi considerado um estudo independente. Para cada um deles, foram

avaliados dois modos de descongelamento, rápido e lento.

Os tratamentos foram distribuídos no delineamento inteiramente casualizado

em esquema fatorial 6x2 (concentrações de crioprotetor x modos de

descongelamento) totalizando 12 tratamentos com quatro repetições de 25

sementes para cada espécie em estudo. A sequência de procedimentos realizados

nessa fase da pesquisa encontra-se na Figura 5.

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33

FIGURA 5. Fluxograma das etapas do tratamento com crioprotetores,

armazenamento em nitrogênio líquido e descongelamento das sementes das espécies em estudo. Cáceres-MT, 2014.

As concentrações dos crioprotetores testadas foram: 0, 5, 10, 15, 20 e 25%

(v:v) para dimetilsulfóxido (DMSO) e 0, 0,25, 0,5, 0,75, 1,0 e 1,25 M de sacarose. As

sementes foram pesadas e, em seguida, imersas na solução por um período de três

horas, exceto para a concentração zero, depois, estas foram retiradas e novamente

pesadas; quando houve aumento no teor de água, esse foi reduzido até o nível

existente antes da imersão em solução crioprotetora para que as sementes

apresentassem uniformização de teor de água. Para tanto, as sementes foram

colocadas em saco de tule e levadas para o dessecador com sílica gel, e, neste

local, permaneceram até atingir o teor de água existente antes da imersão.

Beneficiamento das sementes

Tratamento com concentrações de

Sacarose (M)

0 0,25 0,5 0,75 1,0 1,25

Tratamento com concentrações de

DMSO (%)

0 5 10 15 20 25

Uniformização do teor de água das sementes que elevaram seu teor no

tratamento com crioprotetor

Armazenamento em nitrogênio líquido por 120h

Teste de emergência

Descongelamento Rápido (30 min a 38°C)

Descongelamento Lento (4h a 25°C)

Teste de emergência

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34

Uma vez que as sementes atingiram o conteúdo de água desejado, essas

foram acondicionadas em sachês pet aluminizados e imersos em nitrogênio líquido

por 120 horas. Após o período de crioarmazenamento, as sementes foram

colocadas para descongelar de dois modos: no lento, os sachês contendo as

sementes foram deixados sobre a bancada do laboratório à temperatura de ± 25 °C

por período de quatro horas, enquanto, no descongelamento rápido, os sachês

contendo as sementes foram colocados em banho-maria a 38 °C por 30 minutos.

Após o descongelamento das sementes, essas foram semeadas conforme

metodologia descrita anteriormente (item 3.3) e avaliadas as mesmas variáveis.

Antes da análise de variância, os dados foram submetidos aos testes de

normalidade (Shapiro-Wilk) e homogeneidade de variância (Bartlett). Em seguida,

foram submetidos à análise de variância (teste F) e à análise de regressão

polinomial por meio do programa estatístico R versão 2.15.2 (R Core Team, 2012).

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35

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Biometria de Frutos e Sementes

4.1.1 Lafoensia pacari

O fruto é seco, deiscente, semigloboso, com a parte superior arredondada e

a inferior ligeiramente pontuda, e possui inúmeras sementes de coloração pardo-

amarelada, planas, com presença de alas bilaterais que servem para dispersão

anemocórica (Figura 6). A massa de 1.000 sementes foi igual a 30,13g (teor de água

igual a 10,2%), sendo essas consideradas pequenas, pois, de acordo com Bonner

(1984), sementes pequenas são aquelas cuja massa de 1.000 sementes é menor do

que 200g.

FIGURA 6. Frutos e sementes de Lafoensia pacari. Cáceres-MT, 2014.

Os valores mínimos, máximos, médios, desvio padrão e dos coeficientes de

variação, assimetria e curtose referentes à massa da matéria fresca, comprimento,

espessura, largura e número de sementes por fruto de L. pacari podem ser

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36

observados na Tabela 1. O maior valor de desvio padrão ocorreu para o número de

sementes por fruto, enquanto o maior coeficiente de variação foi observado para

massa da matéria fresca do fruto, seguido do número de sementes por fruto, sendo

que, nas demais características, o coeficiente de variação se manteve próximo de

12%. Segundo Moura et al. (2010), quanto maior for o coeficiente de variação de

uma determinada característica, maior poderá ser a possibilidade de seleção, isso

porque o coeficiente de variação representa a variabilidade existente entre os dados

avaliados, e, parte desta variabilidade, se deve ao componente genético, que é

passível de seleção.

TABELA 1. Valores de mínimo, máximo, média, desvio padrão (DP), coeficiente de variação (CV), assimetria (S) e curtose (K) referentes à caracterização biométrica de frutos de Lafoensia pacari. Cáceres-MT, 2014.

Características Mínimo Máximo Média DP CV (%) S K

C (mm) 20,29 41,56 27,51 3,43 12,46 1,17 4,31

E (mm) 23,54 38,80 31,09 3,76 12,01 -0,03 -0,76

L (mm) 21,97 37,26 29,33 3,55 12,10 -0,05 -0,32

MF (g) 3,57 18,36 8,84 3,56 40,34 0,94 0,64

NSF 100 187 125,83 20,61 16,38 0,98 0,52

C = comprimento, E = espessura, L = largura, MF = massa da matéria fresca e NSF = número de sementes por fruto.

Os frutos analisados apresentaram comprimento variando de 20,29 a 41,56

mm e número de sementes por fruto de 100 a 187. Para a primeira característica,

essa apresentou intervalo abaixo do verificado por Silva Júnior (2005), que foi entre

40 e 80 mm e a segunda ficou dentro da faixa observada por este mesmo autor que

foi de 15 a 190 sementes em frutos de L. pacari. Como existe uma variação do

número de sementes por fruto, quantificar o número de frutos a serem coletados

para que se obtenha o número de sementes desejado pode ser impreciso, portanto,

é importante que se colete uma quantidade maior de frutos. Outro cuidado é que o

número de sementes por fruto pode variar de uma região para outra, conforme se

observa entre este trabalho e o de Silva Junior (2005), sendo fundamental que se

conheça a média de sementes por fruto da população na qual as sementes serão

coletadas.

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37

A massa da matéria fresca dos frutos de L. pacari apresentou variação entre

3,57 a 18,36 g, diferente dos valores descritos por Carvalho (1994), que foi de 6,1 a

40,6 g. Comparando esses resultados da massa do fruto, verifica-se que, no

presente, trabalho a variação foi de 14,79g, enquanto, no estudo citado, a variação

foi mais que o dobro, ou seja, 34,5g. Esses menores valores podem estar

associados a questões edafoclimáticas, pois a região de Cáceres-MT, onde os frutos

foram coletados, apresenta precipitação pluviométrica média anual igual a 1.280mm

(Pizzato et al., 2012), valor esse abaixo das precipitações ocorridas em outras

regiões do Cerrado, além do fato de que as chuvas se concentram entre os meses

de dezembro a março, enquanto a floração e a frutificação ocorrem no período de

abril a agosto (Santos et al., 2009a). O solo da região em que os frutos foram

coletados é caracterizado como Plintosolo Pétrico Concrecionário distrófico

(Embrapa, 1999), ou seja, bastante pedregoso e de baixa fertilidade, o que pode

contribuir para formação de frutos com menor massa.

O comprimento, a massa da matéria fresca e o número de sementes por

fruto apresentaram coeficientes de assimetria positivos, indicando que frutos com

menores comprimentos, massa da matéria fresca e número de sementes

predominaram na amostra analisada. Já a espessura e largura dos frutos

apresentaram coeficientes assimétricos negativos, o que representa uma

predominância de frutos com maior espessura e largura (Tabela 1). Todas as

variáveis biométricas, exceto o comprimento de fruto, apresentaram distribuição

platicúrtica, conforme o coeficiente de curtose (K<3). Isso indica que a distribuição

de frequência das variáveis analisadas é mais achatada do que a curva normal, ou

seja, apresenta maior amplitude dos dados, enquanto o comprimento apresentou

distribuição leptocúrtica (K>3), indicando baixa amplitude nos resultados.

Os valores de comprimento, largura, espessura, massa da matéria fresca e

número de sementes por fruto foram distribuídos em classes de frequência (Figura

7). A classe de frequência relativa com maior representatividade foi de 26-29 mm

(38%) para comprimento, de 28-30 mm (23%) para largura e de 30-32 mm (22%)

para espessura.

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38

FIGURA 7. Frequências relativas do comprimento (A), largura (B), espessura (C), massa da matéria fresca (D) e número de sementes por fruto (E) de Lafoensia pacari. Cáceres-MT, 2014.

A massa da matéria fresca do fruto de L. pacari apresentou as classes de 6-

8g (23,33%) e de 8-10g (23,33%) com maiores frequências relativas, enquanto o

número de sementes por fruto teve a classe de 100-110 sementes por fruto

0

5

10

15

20

25

30

35

40F

requência

rela

tiva (

%)

Comprimento (mm)

A S>0 K>3

X = 27,51

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Fre

quência

rela

tiva (

%)

Largura (mm)

B

S<0 K<3

X = 29,73

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Fre

quência

rela

tiva (

%)

Espessura (mm)

C S<0 K<3

X = 31,09

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Fre

quência

rela

tiva (

%)

Massa da matéria fresca (g)

D

S>0 K<3

X = 8,84

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Fre

quência

rela

tiva (

%)

Número de sementes por fruto

E

S>0 K<3

X = 125,83

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39

(31,67%) como a mais representativa, sendo essa composta por, aproximadamente,

1/3 do total de frutos.

As correlações foram todas positivas e variaram de 0,027 a 0,784, e as

significativas oscilaram de 0,288 a 0,784 (Tabela 2), porém nenhuma dessas

correlações foi classificada como forte, segundo critério de Santos (2010), que

considera como forte quando 0,8≤p<1. As correlações não significativas foram

aquelas oriundas do número de sementes por fruto com a massa da matéria fresca,

comprimento e espessura do fruto. O maior coeficiente de correlação ocorreu entre

largura e massa da matéria fresca do fruto, cujo valor foi igual 0,784 e foi

considerada uma correlação moderada (0,5≤p<0,8). As demais correlações

significativas variaram entre 0,573 e 0,692, e, também, foram consideradas

correlações moderadas. A correlação entre número de sementes por fruto e largura

desse foi igual a 0,288 sendo uma correlação fraca (0,1≤p<0,5).

O conhecimento das correlações existentes entre características, seja dos

frutos seja das sementes, é importante por permitir que, em determinado estudo, se

conheça o comportamento de uma característica mediante a análise de outra com

menor grau de dificuldade de determinação, facilitando o processo de avaliação.

Permite a realização de seleção indireta de caracteres, inclusive descartando

variáveis.

TABELA 2. Matriz de coeficientes de correlações de Pearson das características do fruto: massa da matéria fresca (MF), comprimento (C), espessura (E), largura (L) e número de sementes por fruto (NSF) de Lafoensia pacari. Cáceres-MT, 2014.

MF C E L NSF

MF 1 - - - -

C 0,692** 1 - - -

E 0,648** 0,601** 1 - -

L 0,784** 0,573** 0,606** 1 -

NSF 0,173NS 0,027 NS 0,208 NS 0,288* 1

**; * Significativo a 1 e 5% de probabilidade, respectivamente, pelo teste t e NS

não significativo.

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40

A correlação entre massa da matéria fresca do fruto de L. pacari e número

de sementes por fruto foi fraca e não significativa, o que inviabiliza obter maior

número de sementes coletando-se frutos com maior massa. Também se observou

que o número de sementes por fruto não se correlacionou com o comprimento e

espessura desse, apresentando, assim, baixa correlação positiva com a largura do

fruto (Tabela 2), o que significa que, ao coletar frutos maiores, não há garantia de

maior quantidade de sementes.

As sementes de L. pacari apresentaram baixo desvio padrão, e coeficiente

de variação para espessura e valores elevados para massa. A média de

comprimento foi igual a 18,70 mm, 9,55 mm para largura, 0,86 mm para espessura e

32,05 mg para massa (Tabela 3), sendo esse valor superior ao encontrado por

Brüning et al. (2011), que foi de 18,05 mg.

Todas as características biométricas das sementes apresentaram coeficiente

de assimetria positivo, indicando que as sementes com menor massa e tamanho

predominaram na amostra analisada. O coeficiente de curtose foi menor que 3 (K<3)

para todas as características, demonstrando que a distribuição de frequência destas

características é mais achatada que a curva normal, ou seja, apresenta maior

amplitude de distribuição dos dados (Tabela 3).

TABELA 3. Valores de mínimo, máximo, média, desvio padrão (DP), coeficiente de variação (CV), assimetria (S) e curtose (K) referentes à caracterização biométrica de sementes de Lafoensia pacari. Cáceres-MT, 2014.

Características Mínimo Máximo Média DP CV (%) S K

C (mm) 13,80 23,09 18,70 2,14 11,44 0,06 -0,60

L (mm) 6,74 13,95 9,55 1,55 16,23 0,89 0,67

E (mm) 0,44 1,48 0,86 0,01 1,16 0,44 -0,60

MF (mg) 18,00 62,00 32,05 9,38 29,27 1,17 1,55

C = comprimento, L = largura, E = espessura e MF = massa da matéria fresca.

Analisando os dados de comprimento das sementes, observou-se que, na

classe de 17,27-18,43 mm, estavam 27% do total das sementes avaliadas e, em

19,59-20,75 mm 25%, tendo as duas mais da metade das sementes (Figura 8A).

Para largura das sementes, o intervalo dos valores entre 8,53-9,43 mm representou

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41

27% das sementes, e 70% das sementes apresentaram largura variando entre 8,53-

11,23 mm (Figura 8B).

A maior frequência de classe para espessura das sementes oscilou de 0,69-

0,82 mm, representando 27% do total (Figura 8C) e cerca da metade (47%) das

sementes apresentaram espessura variando entre 0,69-0,95 mm. A maior classe de

frequência da massa da matéria fresca das sementes ficou entre 35,5-39,0 mg,

representando 30% das sementes (Figura 8D); a massa entre 28-39 mg representou

58% do total de sementes. O valor mínimo encontrado de massa de matéria fresca

foi ligeiramente superior ao obtido por Brüning et al. (2011), porém o valor máximo

obtido foi, aproximadamente, três vezes maior do que o valor de 21,24 mg

encontrado por esses autores.

FIGURA 8. Frequência relativa do comprimento (A), largura (B), espessura (C) e massa da matéria fresca (D) de sementes de Lafoensia pacari. Cáceres-MT, 2014.

0

5

10

15

20

25

30

35

Fre

quência

rela

tiva (

%)

Comprimento (mm)

A S>0 K<3

X = 18,70

0

5

10

15

20

25

30

35

Fre

quência

rela

tiva (

%)

Largura (mm)

B S>0 K<3

X = 9,55

0

5

10

15

20

25

30

35

Fre

quência

rela

tiva (

%)

Espessura (mm)

C

S>0 K<3

X = 0,86

0

5

10

15

20

25

30

35

Fre

quência

rela

tiva (

%)

Massa da matéria fresca (mg)

D

S>0 K<3

X = 32,05

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42

Os resultados obtidos servem para demonstrar que, em espécies não

domesticadas, como é o caso da L. pacari, é comum que ocorram de forma mais

acentuada variações das características morfométricas. Essa variação nos valores

biométricos em sementes de espécies não domesticadas também foi constatada em

Jacaranda decurrens subsp. symmetrifoliolata por Sangalli et al. (2012), em

Erythrina velutina (Silva Junior et al., 2012) e nos frutos de Hancornia speciosa

(Gonçalves et al., 2013). Um fator que colabora para as variações ocorrerem é o

modo de reprodução das espécies, pois aquelas que são alógamas permitem uma

maior troca de genes elevando a variabilidade. Sendo L. pacari uma espécie

alógama (Cabral e Pasa, 2009), isto colabora para elevar a variabilidade genética

dentro da população.

4.1.2 Alibertia edulis

O fruto é do tipo bacoide, formato arredondado, casca lisa de coloração

verde, tornando-se pardo-clara quando maduro; suas sementes são pequenas com

pouca espessura e formato irregular, com coloração também pardo-clara (Figura 9).

Massa de 1.000 sementes foi igual a 14,60 g (teor de água igual a 12,3%), valor este

menor que 200 g, o que classifica as sementes como pequenas (Bonner, 1984).

FIGURA 9. Frutos maduros e sementes de Alibertia edulis. Cáceres-MT, 2014.

Dentre todas as variáveis analisadas, o número de sementes por fruto

apresentou os maiores valores de desvio padrão e coeficiente de variação, enquanto

os diâmetros longitudinal e transversal apresentaram os menores desvios padrão e

coeficientes de variação (Tabela 4). Como a espécie apresenta reprodução

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43

alógama, isso pode contribuir para elevar a variabilidade das características dos

frutos e sementes.

O diâmetro transversal apresentou coeficiente de assimetria negativo e as

demais características apresentaram coeficiente de assimetria positivo, significando

que, na maioria dos frutos, predominam aqueles com diâmetro transversal maior,

enquanto para as demais características predominam frutos com menor diâmetro

longitudinal, massa da matéria fresca e número de sementes. Todas as

características biométricas dos frutos de A. edulis apresentaram distribuição

platicúrtica, conforme o coeficiente de curtose (K<3), indicando que a distribuição de

frequência das características analisadas é mais achatada do que a curva normal,

ou seja, os dados apresentam maior amplitude de distribuição (Tabela 4).

TABELA 4. Valores de mínimo, máximo, média, desvio padrão (DP), coeficiente de variação (CV), assimetria (S) e curtose (K) referentes à caracterização biométrica de frutos de Alibertia edulis. Cáceres-MT, 2014.

Características Mínimo Máximo Média DP CV (%) S K

DL (mm) 32,55 47,46 39,36 3,09 7,85 0,09 0,05

DT (mm) 34,60 52,45 44,61 4,23 9,48 -0,11 -0,44

MF (g) 23,83 70,20 46,77 11,01 23,54 0,29 -0,34

NSF 20,00 338,00 169,88 75,45 44,41 0,14 -0,79

DL = diâmetro longitudinal, DT = diâmetro transversal, MF = massa da matéria fresca, NSF = número de sementes por fruto.

A maior classe de frequência do diâmetro longitudinal apresentou 28,33%

dos frutos na classe entre 40-42 mm (Figura 10A), cuja média foi de 39,36 mm

(Tabela 4). Para o diâmetro transversal, ocorreu maior frequência na classe com

intervalo entre 42,5-45,0 mm, na qual se encontram 30% dos frutos (Figura 10B),

com o valor médio igual a 44,61 mm (Tabela 4).

Observou-se que os frutos de A. edulis possuem diâmetro transversal maior

do que o longitudinal, indicando que estes frutos são levemente achatados. A faixa

correspondente ao diâmetro longitudinal e transversal é diferente da descrita por

Martin et al. (1987)1 apud Naves et al. (1992), os quais observaram diâmetro do fruto

entre 15 a 30 mm. Como há variação no tamanho do fruto de um estudo para outro,

1 MARTIN, F.W.; CAMPBEL,C.W.; RUBERTÉ, R.M. Perennial edible fruits of the tropics: an

inventory. Department of Agriculture Handbook, 1987. n.642. 252p.

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44

essas informações são importantes para o reconhecimento da espécie em trabalhos

de levantamento florístico (Araújo et al., 2004).

A massa da matéria fresca dos frutos de A. edulis apresentou maior

frequência relativa para a classe com intervalo entre 40-46,6 g, cujo percentual foi

igual a 25% (Figura 10C) e o valor médio desta característica foi 46,77 g, sendo este

valor, aproximadamente, quatro vezes superior ao encontrado por Sampaio e

Wirgues (2007), que foi de 9,73 g. no Parque Estadual da Serra Azul no município

de Barra do Garças/MT.

FIGURA 10. Frequência relativa do diâmetro longitudinal (A), diâmetro transversal (B), massa da matéria fresca (C) e número de sementes por frutos (D) de Alibertia edulis. Cáceres-MT, 2014.

O número de sementes por fruto foi distribuído em sete classes de

frequência, e a classe com intervalo entre 200-250 sementes por fruto continha 30%

das sementes, tendo essa apresentado a maior frequência relativa em relação às

demais (Figura 10D).

0

5

10

15

20

25

30

35

Fre

quência

rela

tiva (

%)

Diâmetro longitudinal (mm)

A

A

S>0 K<3

X = 39,36

0

5

10

15

20

25

30

35

Fre

quência

rela

tiva (

%)

Diâmetro transversal (mm)

B S<0 K<3

X = 44,61

0

5

10

15

20

25

30

35

Fre

quência

rela

tiva (

%)

Massa da matéria fresca (g)

C

S>0 K<3

X = 46,77

0

5

10

15

20

25

30

35

Fre

quência

rela

tiva (

%)

Número de sementes por fruto

D

S>0 K<3

X = 169,88

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45

A correlação entre as características dos frutos de A. edulis foram todas

positivas e significativas. A massa da matéria fresca dos frutos apresentou

correlação forte com os diâmetros transversal e longitudinal, mas moderada com o

número de sementes; o diâmetro longitudinal teve correlação moderada com o

diâmetro transversal e o número de sementes, o mesmo ocorrendo entre o diâmetro

transversal em relação ao número de sementes (Tabela 5). Os frutos com maiores

diâmetros transversal e longitudinal apresentaram maior massa da matéria fresca,

que, por sua vez, apresentaram elevado número de sementes, facilitando a escolha

dos frutos para obtenção de sementes. Outra vantagem do uso da correlação, em

um trabalho de melhoramento, por exemplo, é que, ao elevar a dimensão do fruto,

tem-se, também, aumento da massa e do número de sementes por fruto.

TABELA 5. Matriz de coeficientes de correlações de Pearson das características do fruto: massa da matéria fresca (MF), diâmetro longitudinal (DL), diâmetro transversal (DT) e número de sementes por fruto (NSF) de Alibertia edulis. Cáceres-MT, 2014.

MF DL DT NSF

MF 1 - - -

DL 0,811** 1 - -

DT 0,967** 0,701** 1 -

NSF 0,761** 0,560** 0,743** 1

** - Significativo a 1% de probabilidade, pelo teste t.

Em média, as sementes de A. edulis apresentaram comprimento de 5,01

mm, largura de 3,24 mm, espessura de 1,58 mm e massa de 13,84 mg (Tabela 6).

Os maiores valores de desvio padrão e coeficiente de variação ocorreram para a

característica massa da semente, enquanto o menor valor de desvio padrão ocorreu

para espessura e o menor coeficiente de variação para comprimento.

Quando o coeficiente de variação experimental é baixo (CV<10%), pode-se

deduzir que, para estas características, a influência ambiental é menor. Por outro

lado, quando o coeficiente de variação experimental é alto (20%<CV≤30%) ou muito

alto (CV>30%), conforme Gomes (1990), significa que o ambiente apresentou maior

ação sobre as características das sementes. Essa influência ocorre, principalmente,

por meio da temperatura e do volume de precipitação, entretanto, deve-se ressaltar

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46

que, no caso de população de espécies não domesticadas, o componente genético

pode ter maior influência no coeficiente de variação.

TABELA 6. Valores de mínimo, máximo, média, desvio padrão (DP), coeficiente de variação (CV), assimetria (S) e curtose (K) referentes à caracterização biométrica de sementes de Alibertia edulis. Cáceres-MT, 2014.

Características Mínimo Máximo Média DP CV (%) S K

C (mm) 3,67 6,29 5,01 0,50 9,98 -0,12 0,20

L (mm) 2,19 4,15 3,24 0,50 15,43 -0,21 -0,87

E (mm) 1,06 2,39 1,58 0,26 16,46 0,45 0,81

MF (mg) 6,40 24,10 13,84 4,18 31,01 0,63 -0,01

C = comprimento, L = largura, E = espessura, MF = massa da matéria fresca.

Os valores dos coeficientes assimétricos foram positivos para espessura e

massa da matéria fresca, e negativos para comprimento e largura, sendo que

coeficientes negativos indicam predominância de sementes com maior comprimento

e largura na amostra analisada, enquanto para espessura e massa da matéria fresca

predominaram as sementes com valores menores. Para todas as características, a

distribuição dos dados foi do tipo platicúrtica, conforme coeficiente de curtose (K<3),

evidenciando uma distribuição de frequência das características analisadas mais

achatada do que a curva normal, indicando maior amplitude de distribuição dos

dados (Tabela 6).

Na análise do comprimento das sementes, as classes 4,98-5,31 e 5,31-5,64

mm foram as que apresentaram as maiores porcentagens de frequência, cada uma

com 27%, de maneira que estas duas classes representaram mais da metade das

sementes (Figura 11A). A largura das sementes foi distribuída em oito classes de

frequência e a classe com maior frequência (23%) foi formada pelo intervalo 3,68-

3,93 mm (Figura 11B).

A espessura das sementes oscilou entre 1,06 e 2,39 mm e a classe de 1,73-

1,90 totalizou 30% das sementes (Figura 11C). A massa das sementes variou de

6,40 a 24,10 mg, com maior concentração (25%) para a classe formada pelo

intervalo de 15,1-17,3 mg (Figura 11D). O conhecimento da variação biométrica de

caracteres de sementes é importante para o melhoramento dessas características,

seja no sentido de aumento ou uniformidade (Santos et al., 2009b), pois sementes

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47

maiores tendem a apresentar maior conteúdo de reserva, o que lhes confere maior

vigor e resistência no armazenamento, como também a uniformidade das sementes

facilita o beneficiamento e a semeadura dessas.

FIGURA 11. Frequência relativa do comprimento (A), largura (B), espessura (C) e massa da matéria fresca (D) de sementes de Alibertia edulis. Cáceres-MT, 2014.

4.1.3 Genipa americana

Os frutos são do tipo baga com formato subgloboso, de cor parda quando

maduro e casca mole, suas sementes são de cor parda e formato achatado (Figura

12) e massa de 1.000 sementes igual a 40,37g (teor de água 14,4%), consideradas,

segundo critério de Bonner (1984), como sementes pequenas (massa de 1.000

sementes < 200 g). Essa espécie tem reprodução alógama, o que colabora para a

variabilidade genética dentro da população.

0

5

10

15

20

25

30

Fre

quência

rela

tiva (

%)

Comprimento (mm)

A S<0 K<3

X = 5,01

0

5

10

15

20

25

30

Fre

quência

rela

tiva (

%)

Largura (mm)

B S<0 K<3

X = 3,24

0

5

10

15

20

25

30

Fre

quência

rela

tiva (

%)

Espessura (mm)

C

S>0 K<3

X = 1,58

0

5

10

15

20

25

30

Fre

quência

rela

tiva (

%)

Massa da matéria fresca (mg)

D

S>0 K<3

X = 13,84

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48

FIGURA 12. Frutos e sementes de Genipa americana. Cáceres-MT, 2014.

As maiores variações na caracterização biométrica dos frutos de G.

americana ocorreram para o número de sementes e massa da matéria fresca dos

frutos, como mostram os valores de desvio padrão e coeficiente de variação (Tabela

7). A variação de valores foi muito acentuada para o número de sementes por fruto,

o qual ficou entre 39 e 341, sendo esta faixa de variação maior do que a encontrada

por Naves et al. (1995), que foi de 87 a 290 sementes por fruto. Os menores frutos

apresentaram massa de 60,16g, enquanto os maiores 221,95 e média de 150,13 g,

ou seja, os frutos maiores apresentaram-se cerca de quatro vezes mais pesados em

relação aos menores. Porém, esta faixa de variação da massa dos frutos foi menor

do que a encontrada por Naves et al. (1995), que foi de 44 a 440 g, com média de

192,62 g.

O diâmetro longitudinal dos frutos apresentou distribuição com variação

entre 52,79 e 88,23 mm e o transversal variou de 52,13 a 75,78 mm (Tabela 7). Os

valores obtidos neste estudo para o diâmetro longitudinal de G. americana

apresentaram uma faixa de tamanho superior aos obtidos por Donadio et al. (1998),

que foi de 60-70 mm, mas o mesmo resultado não se verificou para o diâmetro

transversal, pois a faixa de 80 a 100 mm obtida por estes autores é superior ao

maior valor obtido no presente estudo (75,78 mm).

As características dos frutos apresentaram coeficiente de assimetria

negativo, indicando que os frutos com características biométricas de maior valor

predominaram na amostra analisada. Todas as características biométricas

apresentaram distribuição platicúrtica, conforme o coeficiente de curtose (K<3),

indicando que a distribuição de frequência das características analisadas é mais

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49

achatada do que a curva normal, ou seja, apresenta maior amplitude de distribuição

dos dados (Tabela 7).

TABELA 7. Valores de mínimo, máximo, média, desvio padrão (DP), coeficiente de variação (CV), assimetria (S) e curtose (K) referentes à caracterização biométrica de frutos de Genipa americana. Cáceres-MT, 2014.

Características Mínimo Máximo Média DP CV (%) S K

DL (mm) 52,79 88,23 74,40 8,97 12,05 -0,45 -0,75

DT (mm) 52,13 75,78 64,47 5,62 8,70 -0,31 -0,47

MF (g) 60,16 221,95 150,13 37,44 24,94 -0,51 -0,25

NSF 39,00 341,00 223,15 62,85 28,16 -0,49 0,55

DL = diâmetro longitudinal, DT = diâmetro transversal, MF = massa da matéria fresca, NSF = número de sementes por fruto.

A maior classe de frequência relativa do diâmetro longitudinal ocorreu no

intervalo de 80-85 mm com 25% de representatividade (Figura 13A), e, para o

diâmetro transversal dos frutos, as maiores frequências foram registradas para o

intervalo entre 66,6-70 mm, com 27% dos frutos (Figura 13B).

Os frutos coletados apresentaram nove classes de frequência para massa

da matéria fresca e o maior acúmulo de massa de matéria fresca ocorreu nas

classes, 120-140g e entre 160-180g, ambas com 23% do total de frutos (Figura

13C), o que significa quase a metade dos frutos nestas duas classes.

O número médio de sementes por fruto foi de 223,15 e apresentou duas

classes de frequência com maior valor, de 150-200 e de 250-300, cada uma delas

contendo 30% dos frutos coletados (Figura 13D).

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50

FIGURA 13. Frequência relativa do diâmetro transversal (A), diâmetro longitudinal (B), massa da matéria fresca (C) e número de sementes por fruto (D) de Genipa americana. Cáceres-MT, 2014.

As correlações foram todas positivas e significativas, sendo as maiores

correlações aquelas existentes entre massa da matéria fresca, e os diâmetros

longitudinal e transversal, sendo essas consideradas correlações fortes (p>0,8) e as

demais consideradas como moderadas (Tabela 8), assim, esses resultados

corroboram com os de Souza et al. (2007).

0

5

10

15

20

25

30F

requência

rela

tiva (

%)

Diâmetro longitudinal do fruto (mm)

A

S<0 K<3

X = 74,40

0

5

10

15

20

25

30

Fre

quência

rela

tiva (

%)

Diâmetro transversal do fruto (mm)

B S<0 K<3

X = 64,47

0

5

10

15

20

25

30

Fre

quência

rela

tiva (

%)

Massa da matéria fresca (g)

C

S<0 K<3

X = 150,13

0

5

10

15

20

25

30

Fre

quência

rela

tiva (

%)

Número de sementes por fruto

D

S<0 K<3

X = 223,15

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51

TABELA 8. Matriz de coeficientes de correlações de Pearson das características do fruto: massa da matéria fresca (MF), diâmetro longitudinal (DL), diâmetro transversal (DT) e número de sementes por fruto (NSF) de frutos de Genipa americana. Cáceres-MT, 2014.

MF DL DT NSF

MF 1 - - -

DL 0,828** 1 - -

DT 0,899** 0,674** 1 -

NSF 0,588** 0,515** 0,575** 1

** - Significativo a 1% de probabilidade pelo teste t.

A análise biométrica das sementes de G. americana apresentou amplitude

de 4,0; 3,69 e 1,33 mm para comprimento, largura e espessura, respectivamente, e,

41,20 mg para a massa. A média da massa foi 37,57 mg (Tabela 9), valor esse

inferior ao obtido por Silva et al. (2001b) e Villachica et al. (1996). A característica

massa da semente foi a que apresentou maior desvio padrão e coeficiente de

variação, isto indica que essa característica é a que possui maior variabilidade

genética e influência dos fatores do ambiente. Estas informações poderão ser úteis,

uma vez que, em muitas espécies, sementes maiores e mais pesadas produzem

plântulas mais vigorosas (Carvalho e Nakagawa, 2012).

TABELA 9. Valores de mínimo, máximo, média, desvio padrão (DP), coeficiente de variação (CV), assimetria (S) e curtose (K) referentes à caracterização biométrica de sementes de Genipa americana. Cáceres-MT, 2014.

Características Mínimo Máximo Média DP CV (%) S K

C (mm) 5,53 9,53 7,11 0,88 12,38 0,77 0,20

L (mm) 4,17 7,86 5,82 0,74 12,71 0,51 0,68

E (mm) 1,13 2,46 1,67 0,27 16,17 0,28 0,16

MF (mg) 23,30 64,50 37,57 8,96 23,85 0,53 1,84

C = comprimento, L = largura, E = espessura, MF = massa da matéria fresca.

O comprimento das sementes variou de 5,53 a 9,53 mm (Tabela 9), e

verificou-se que, aproximadamente, 53% das sementes analisadas encontravam-se

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52

em duas classes de comprimento, com os seguintes intervalos: 6,53-7,03 e 7,03-

7,53 mm (Figura 14A), perfazendo cada uma 21,67 e 31,67%, respectivamente. Os

valores de mínimo e máximo comprimento (5,53 e 9,53) de sementes de jenipapo

foram inferiores aos obtidos por Carvalho (2003), os quais obtiveram valores de 10 e

12 mm, e o menor comprimento de semente no presente estudo foi 0,47 mm, abaixo

do menor valor obtido por Figueiredo et al. (1991).

FIGURA 14. Frequência relativa do comprimento (A), largura (B), espessura (C) e massa da matéria fresca (D) das sementes de Genipa americana. Cáceres-MT, 2014.

A largura das sementes foi distribuída em oito classes de frequência, sendo

que duas (5,55-6,01 e 6,01-6,47) representam 60% de todas as sementes, na qual

cada classe continha 30% do total de sementes (Figura 14B). Para a espessura das

sementes, observou-se que 50% estavam compreendidas em duas classes de

espessura, 1,64-1,81 e 1,81-1,98 mm, sendo que cada uma representou 25% do

total de sementes avaliadas (Figura 14C). Em relação à massa das sementes, mais

0

10

20

30

40

50

60

Fre

quência

rela

tiva (

%)

Comprimento (mm)

A S>0 K<3

X = 7,11

0

10

20

30

40

50

60

Fre

quência

rela

tiva (

%)

Largura (mm)

B S>0 K<3

X = 5,82

0

10

20

30

40

50

60

Fre

quência

rela

tiva (

%)

Espessura (mm)

C

S>0 K<3

X = 1,67

0

10

20

30

40

50

60

Fre

quência

rela

tiva (

%)

Massa da matéria fresca (mg)

D S>0 K<3

X = 37,57

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53

da metade (52%) encontrava-se na classe representada pelo intervalo entre 36,36 e

43,40 mg (Figura 14D).

Diversos fatores atuam para que ocorram variações nas características

biométricas dos frutos e das sementes, como os fatores climáticos (temperatura,

precipitação e fotoperíodo), os quais têm forte influência durante o florescimento e a

formação dos frutos e das sementes, mas essas variações também são

influenciadas pela variabilidade genética existente na população (Sangalli, 2008;

Nogueira et al., 2010). As variações de origem genética são importantes por serem

passíveis de utilização em programas de melhoramento genético.

Nas três espécies avaliadas, os frutos foram coletados em áreas com pouca

variação de temperatura e precipitação, o que reforça a hipótese de que a

variabilidade encontrada nos frutos e nas sementes tem grande contribuição do fator

genético.

Para Silva Junior et al. (2012), a massa do fruto e o número de sementes por

fruto são influenciados pela precipitação e fertilidade do solo, logo, estes valores

podem variar de uma região para outra, bem como de um ano para outro. A

disponibilidade hídrica durante o florescimento representa um fator relevante na

produtividade da população, pois tem o potencial de reduzir o número de sementes

por fruto (Marcos Filho, 2005). Segundo Santos et al. (2009b), quando as matrizes

encontram-se em área com pouca variação macroambiental (como exemplo:

temperatura e precipitação), as variações nas características advém, principalmente,

de efeitos genéticos e/ou microambientais.

4.2 Redução do Teor de Água em Sementes

4.2.1 Lafoensia pacari

O início da emergência de plântulas ocorreu aos seis dias após a

semeadura, exceto para o tratamento com teor de água de 6%, que foi no oitavo dia.

A estabilização ocorreu em períodos diferentes, sendo a partir do 17° dia para os

teores de água de 6 a 12%, e ao 19° e 24° dia após a semeadura para 14 e 16%,

respectivamente (Figura 15). Carvalho et al. (2006) verificaram respostas

semelhantes de tempo de germinação (20 dias) com esta mesma espécie. Estas

informações sobre o período de germinação/emergência de plântulas são

importantes para que se possa planejar a execução do teste de emergência.

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54

FIGURA 15. Porcentagem acumulada de emergência de plântulas de Lafoensia pacari em função do teor de água da semente. Cáceres-MT, 2014.

A secagem das sementes de L. pacari até o teor de água igual a 6,0% não

afetou de forma significativa a viabilidade, apresentando 69% de emergência, que foi

a menor média de emergência de plântulas verificada após o processo de redução

do teor de água. A maior porcentagem (81%) ocorreu para o teor de água igual a

8%, e a média considerando todos os teores de água foi de 74% de emergência de

plântulas (Figura 16A). Os resultados não se ajustaram a nenhum modelo de

regressão (p>0,05), mas demonstraram que essas sementes podem ter o teor de

água reduzido até 6%, corroborando com os resultados obtidos por Carvalho et al.

(2006), os quais concluíram que sementes de L. pacari apresentam comportamento

ortodoxo. O conhecimento do teor de água a partir do qual se inicia a perda

significativa de viabilidade da semente é de fundamental importância para um

armazenamento eficiente (Delgado e Barbedo, 2007).

As sementes com teor de água de 6% apresentaram 69% de emergência de

plântulas, resultado superior ao obtido por Carvalho et al. (2006), que constataram

que sementes recém-beneficiadas de L. pacari com teor de água igual a 14,8%

apresentavam 56% de emergência e este valor se manteve quando se fez a redução

do teor de água para 10,1% em sala climatizada (20 °C e 60% de UR); nas duas

análises, as sementes foram semeadas em areia e mantidas à temperatura

constante de 25°C.

0

20

40

60

80

100

6 8 10 12 14 16 18 20 22 24

Em

erg

ência

acum

ula

da (

%)

Dias após a semeadura

6% 8% 10% 12% 14% 16%

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55

FIGURA 16. Porcentagem (A) e índice de velocidade de emergência (B) de plântulas de Lafoensia pacari em função do teor de água das sementes. Cáceres-MT, 2014.

Os resultados do índice de velocidade de emergência de plântulas também

não se ajustaram a nenhum modelo de regressão (p>0,05), entretanto, houve

tendência de queda no IVE com o decréscimo no teor de água das sementes (Figura

16B). Uma explicação para esse fato, é que sementes com menores teores de água

levam mais tempo para atingirem o teor de água adequado para iniciar o processo

germinativo e, dessa forma, iniciam a emergência mais tarde em relação àquelas

com teor de água mais elevado.

Em todos os teores de água avaliados, o índice de velocidade de

emergência ficou acima de 2,0, com exceção para o teor de água igual a 6%, que

apresentou valor igual a 1,54; este comportamento pode ser indicativo de que o

limite mínimo do teor de água nas sementes esteja entre 6 e 8%. Este

comportamento foi semelhante ao ocorrido para a porcentagem de emergência de

plântulas (Figura 16A), em que o teor de água de 6% apresentou maior tendência de

efeito deletério sobre a semente.

O resultado observado para o comprimento, massa da matéria fresca e seca

de plântulas de L. pacari também não se ajustou a nenhum modelo de regressão

(p>0,05). Aos 30 dias após a semeadura, as plântulas apresentaram, em média,

comprimento de 14,24cm (Figura 17A). As plântulas no final do ensaio apresentaram

comprimento variando entre 14 e 15 cm, com exceção dos teores de água 6% e

10% cujas plântulas apresentaram, em média, comprimento de 13,08 e 12,95 cm,

respectivamente.

50

60

70

80

90

6 8 10 12 14 16

Em

erg

ên

cia

(%

)

Teor de água (%)

A

ȳ = 74,0%

0,0

0,8

1,6

2,4

3,2

6 8 10 12 14 16

Índ

ice

de

ve

locid

ad

e d

e

em

erg

ên

cia

(IV

E)

Teor de água (%)

B

ȳ = 2,15

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56

Houve redução de biomassa à medida que as sementes foram secas

gradativamente até o menor teor de água (Figuras 17B e C). Isto pode ter ocorrido

em virtude da redução de água na semente facilitar a ocorrência de auto-oxidação

de lipídios e, consequentemente, haver formação de radicais livres que passam a

agir de forma negativa sobre as reações bioquímicas alterando a integridade das

membranas celulares, provocando, assim, danos irreparáveis e redução na

viabilidade das sementes (Harrington, 1972).

FIGURA 17. Comprimento (A), massa da matéria fresca (B) e seca (C) de plântulas de Lafoensia pacari em função do teor de água das sementes. Cáceres-MT, 2014.

4.2.2 Alibertia edulis

A emergência das plântulas de A. edulis iniciou entre o 30° e 32° dia após a

semeadura (DAS), com exceção para as sementes com teor de água igual a 6% que

teve início aos 40 DAS e estendeu-se até os 64 DAS (Figura 18). Observou-se que,

por volta dos 55 dias, o percentual de emergência começa a estabilizar, exceto para

6

9

12

15

18

6 8 10 12 14 16

Com

pri

me

nto

(c

m)

Teor de água (%)

A

ȳ = 14,24 cm

50

100

150

200

250

6 8 10 12 14 16

Ma

ssa

da

ma

téri

a fre

sca

(m

g)

Teor de água (%)

B

ȳ = 203 mg

0

15

30

45

60

6 8 10 12 14 16

Ma

ssa

da

ma

téri

a s

eca

(m

g)

Teor de água (%)

C

ȳ = 51 mg

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57

as sementes com teor de água de 6%, que atingiram a estabilidade aos 64 dias, e as

com 16% aos 47 dias. Naves et al. (1992) verificaram que o início da emergência de

plântulas de A. edulis foi aos 21 dias e o término aos 53 dias após a semeadura, em

estudo realizado com substrato terra argilosa, em sacos de polietileno mantidos sob

telado com 50% de sombreamento. As diferenças nos resultados entre esses

trabalhos podem ser em virtude do tipo de substrato utilizado e do ambiente no qual

cada estudo foi realizado.

FIGURA 18. Porcentagem acumulada de emergência de plântulas de Alibertia edulis em função do teor de água das sementes. Cáceres-MT, 2014.

A porcentagem de emergência de plântulas de A. edulis aumentou com a

redução do teor de água das sementes, se ajustando ao modelo linear (p≤0,01),

(Figura 19A), e o maior percentual de emergência (77,3%) estimado ocorreu para o

teor de água igual a 6%. Segundo Carvalho e Nakagawa (2012), sementes de

algumas espécies florestais elevam seu percentual de germinação à medida que se

reduz o teor de água. Naves et al. (1992), ao semearem sementes de A. edulis após

secagem à sombra, obtiveram 75,1% de emergência e Ferronato et al. (1997), ao

avaliarem sementes recém-colhidas de frutos maduros, verificaram percentual de

germinação igual a 88%.

As sementes dessa espécie toleram a secagem para teores de água abaixo

de 7%, o que eleva a possibilidade dessas serem ortodoxas. De acordo com Ellis e

0

20

40

60

80

100

30 35 40 45 50 55 60 65

Em

erg

ência

acum

ula

da (

%)

Dias após a semeadura

6% 8% 10% 12% 14% 16%

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58

Hong (2006) e José et al. (2009), as sementes que apresentam teor de água entre 3

a 7% estão dentro do intervalo recomendado para conservação em longo prazo.

Uma grande vantagem das sementes tolerantes à dessecação em relação

àquelas menos tolerantes é o fato do seu armazenamento ser mais simples, uma

vez que sementes com baixíssimos conteúdos de água acabam entrando em estado

de quiescência. Nesse estado, o consumo de reservas por parte da semente passa

a ser muito pequeno, permitindo que sejam armazenadas por longo período de

tempo. Também esse baixo teor de água nas sementes permite que essas possam

ser armazenadas em temperatura abaixo de zero, quer seja de forma convencional

quer, em nitrogênio líquido, sem maiores prejuízos (Hellmann et al., 2006; Tresena

et al., 2010).

Os valores de índice de velocidade de emergência se ajustaram ao modelo

quadrático de regressão (p≤0,01), atingindo valor máximo estimado de 0,48 quando

as sementes apresentaram teor de água igual a 11% (Figura 19B). Observando os

resultados de emergência e índice de velocidade, verifica-se que o maior percentual

de emergência ocorreu para o teor de água de 6%, mas, para esse mesmo valor,

teve-se o menor IVE. O que pode explicar o menor valor de IVE para 6% é o fato de

sementes com baixo conteúdo de água necessitarem de maior tempo para reativar o

metabolismo (Castro e Hilhorst, 2004); para a baixa germinação em conteúdo de

água elevado, a hipótese é que existam nas sementes substâncias inibidoras de

germinação, evitando que essa inicie o processo de germinação ainda no fruto.

FIGURA 19. Porcentagem (A) e índice de velocidade de emergência (B) de plântulas

de Alibertia edulis em função do teor de água das sementes. Cáceres-MT, 2014.

ŷ = -2,5x + 92,333 R² = 0,7829**

40

50

60

70

80

6 8 10 12 14 16

Em

erg

ên

cia

(%

)

Teor de água (%)

A

ŷ = -0,0044x2 + 0,0979x - 0,0613

R² = 0,6413**

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

6 8 10 12 14 16

Índ

ice

de

ve

locid

ad

e d

e

em

erg

ên

cia

-

IVE

Teor de água (%)

B

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59

A grande diferença de potenciais hídricos entre a semente e o meio

fornecedor de água interfere no restabelecimento das organelas celulares,

principalmente das membranas (Marcos Filho, 2005), levando mais tempo para

iniciar o processo germinativo e isto pode contribuir para um menor índice de

velocidade de emergência em sementes com baixo teor de água.

Os valores da variável comprimento de plântulas de A. edulis em função do

teor de água das sementes se ajustaram ao modelo quadrático (p≤0,05), como pode

ser observado na Figura 20A. O máximo comprimento de plântula estimado ficou em

10,44cm para as sementes com teor de água igual a 12,4%, teor de água esse

próximo do obtido para o máximo IVE. Os melhores resultados de comprimento de

plântula devem estar em função dos maiores valores de IVE, pois as plântulas que

emergiram primeiro dispuseram de mais tempo para se desenvolver.

FIGURA 20. Comprimento (A), massa da matéria fresca (B) e seca (C) de plântulas de Alibertia edulis em função do teor de água das sementes. Cáceres-MT, 2014.

ŷ = -0,0438x2 + 1,0915x + 3,6438 R² = 0,5794*

4

6

8

10

12

6 8 10 12 14 16

Com

pri

me

nto

(cm

)

Teor de água (%)

A

ŷ = -1,2143x2 + 27,714x - 44,429 R² = 0,8008**

40

60

80

100

120

6 8 10 12 14 16

Ma

ssa

da

ma

téri

a fre

sca

(m

g)

Teor de água (%)

B

ŷ = -0,2321x2 + 5,65x - 7,6857 R² = 0,7011**

10

15

20

25

30

6 8 10 12 14 16

Ma

ssa

da

ma

téri

a s

eca

(m

g)

Teor de água (%)

C

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60

O vigor das sementes de A. edulis em virtude da dessecação sofrida

também foi determinado com as massas de matéria fresca e seca das plântulas que

se ajustaram ao modelo de regressão quadrática (p≤0,01), conforme se observa nas

Figuras 20B e 20C. A matéria fresca apresentou máximo valor estimado de 114 mg

plântula-1 quando as sementes atingiram o teor de água de 11,5%, enquanto o

máximo de matéria seca estimado por plântula (26 mg) foi alcançado com o teor de

água igual a 12,0%.

4.2.3 Genipa americana

A emergência das plântulas de G. americana iniciou entre 20 e 22 dias após

a semeadura e se estendeu até os 33 dias, período a partir do qual ocorreu a

estabilização (Figura 21). Observou-se que a porcentagem final de plântulas

emergidas foi praticamente a mesma para todos os tratamentos e que a redução do

teor de água para 6% não afetou a viabilidade das sementes.

FIGURA 21. Porcentagem acumulada de emergência de plântulas de Genipa americana em função do teor de água das sementes. Cáceres-MT, 2014.

Os resultados das variáveis porcentagem e índice de velocidade de

emergência de plântulas de G. americana não se ajustaram a nenhum modelo de

regressão (p>0,05).

O percentual de emergência variou de 87 a 92% e apresentou média de

89% (Figuras 22A). O percentual médio de emergência neste trabalho foi

0

20

40

60

80

100

20 22 24 26 28 30 32 34 36

Em

erg

ência

acum

ula

da (

%)

Dias após a semeadura

6% 8% 10% 12% 14% 16%

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61

semelhante ao obtido por Andrade et al. (2000), no qual as sementes de jenipapo

com teor de água em torno de 50% foram semeadas em vermiculita e apresentaram

percentual de emergência de 89%, e também por Magistrali (2013), que verificou

percentual de germinação acima de 90% para sementes com até 10% de teor de

água. Oliveira et al. (2006; 2011) verificaram que sementes de jenipapo com menos

de 9% de umidade tiveram redução na viabilidade e que abaixo de 5% não ocorreu

germinação. De acordo com esses autores, o teor de água abaixo de 10% pode

comprometer a germinação, porém, esta hipótese não se confirmou no presente

estudo. Segundo Salomão et al. (2003), sementes de jenipapo apresentam

comportamento intermediário, ou seja, podem ser dessecadas parcialmente, mas

não toleram baixas temperaturas.

FIGURA 22. Porcentagem (A) e índice de velocidade de emergência (B) de plântulas de Genipa americana em função do teor de água das sementes. Cáceres-MT, 2014.

Para o índice de velocidade de emergência (IVE), a média foi de 0,84, e

houve pouca variação entre 0,80 a 0,87 (Figura 22B). Oliveira et al. (2011)

verificaram queda neste índice, na medida em que ocorreu a desidratação das

sementes de G. americana até, aproximadamente, 6%.

O comprimento e as massas da matéria fresca e seca das plântulas de G.

americana em função do teor de água das sementes não se ajustaram a nenhum

modelo de regressão (p>0,05), porém, observaram-se em todas estas variáveis

tendências de redução quando se diminuiu o teor de água das sementes (Figuras

60

70

80

90

100

6 8 10 12 14 16

Em

erg

ên

cia

(%

)

Teor de água (%)

A

ȳ = 89,2%

0,70

0,75

0,80

0,85

0,90

6 8 10 12 14 16

Índ

ice

de

ve

locid

ad

e d

e

em

erg

ên

cia

- IV

E

Teor de água (%)

B

ȳ = 0,84

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62

23A, B e C). Em média, o comprimento das plântulas foi de 13,5 cm e as massas da

matéria fresca e seca foram de 239 e 51 mg por plântula, respectivamente.

FIGURA 23. Comprimento (A), massa da matéria fresca (B) e seca (C) de plântulas de Genipa americana em função do teor de água das sementes. Cáceres-MT, 2014.

A determinação do menor teor de água que a semente pode atingir sem que

ocorra perda de viabilidade é de grande importância no processo de

crioarmazenamento, uma vez que, de maneira geral, as sementes devem ser

criocongeladas com teor de água inferior a 12%, pois, dessa forma, a possibilidade

de formação de cristais de gelo fica muito reduzida.

As sementes de L. pacari e G. americana não apresentaram redução da

viabilidade e vigor quando o teor de água foi reduzido até 6%; em A. edulis, a

emergência foi máxima para o teor de água igual a 6%, mas as demais variáveis

apresentaram resultados melhores para a faixa entre 11 e 12%.

10

11

12

13

14

6 8 10 12 14 16

Co

mp

rim

en

to (

cm

)

Teor de água (%)

A

ȳ = 13,5 cm

100

150

200

250

300

6 8 10 12 14 16

Ma

ssa

da

ma

téri

a fre

sca

(m

g)

Teor de água (%)

B

ȳ = 239 mg

10

20

30

40

50

60

6 8 10 12 14 16

Ma

ssa

da

ma

téri

a s

eca

(m

g)

Toer de água (%)

C ȳ = 51 mg

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63

4.3 Crioarmazenamento em Nitrogênio Líquido

Diante dos resultados obtidos na avaliação da redução do teor de água e de

que o teor máximo de água para criocongelamento deve ser inferior a 20%

(Stanwood, 1985), optou-se por utilizar as sementes com o teor de água que essas

apresentavam depois do curto período de armazenamento. Após 30, 45 e 80 dias de

armazenamento, as sementes apresentavam teor de água igual a 9,5, 10,8 e 11,3%,

para L. pacari, A. edulis e G. americana, respectivamente.

As sementes utilizadas para avaliar o efeito de crioprotetores na

conservação dessas em nitrogênio líquido apresentaram, inicialmente, 56, 99 e 84%

de emergência de plântulas, para as espécies L. pacari, A. edulis e G. americana,

respectivamente. As sementes tinham elevado percentual de emergência, exceto

para L. pacari, cujo valor foi pouco superior a 50%; este baixo percentual é

característica da própria espécie, conforme verificaram Lorenzi (2002), Carvalho et

al. (2006) e Seneme et al. (2010), os quais observaram em sementes recém-

colhidas, percentuais de 60, 56 e 63% de emergência, respectivamente.

4.3.1 Tratamento de sementes com dimetilsulfóxido

Nas sementes de L. pacari, verificou-se interação significativa entre os

fatores para a variável emergência, enquanto houve efeito isolado do modo de

descongelamento sobre o índice de velocidade de emergência e o comprimento de

plântulas (Tabela 10). As concentrações de dimetilsulfóxido só não tiveram efeito

sobre a massa da matéria fresca de plântulas. Em sementes de A. edulis, houve

apenas efeito da concentração de dimetilsulfóxido sobre a porcentagem e índice de

velocidade de emergência de plântulas. Para a espécie G. americana, não se

observou efeito da interação dos fatores, mas ocorreu efeito do modo de

descongelamento sobre o IVE e massa da matéria fresca de plântulas, enquanto as

concentrações de dimetilsulfóxido tiveram efeito sobre todas as variáveis, exceto

para massa da matéria seca de plântulas (Tabela 10).

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64

TABELA 10. Análise de variância da porcentagem de emergência (E), índice de velocidade de emergência (IVE), comprimento (CP), massa da matéria fresca (MFP) e seca de plântulas (MSP) de Lafoensia pacari, Alibertia edulis e Genipa americana em função de concentrações de dimetilsulfóxido (DMSO) e do modo de descongelamento (DESC). Cáceres-MT, 2014.

Fonte de

variação

Lafoensia pacari

Quadrado médio

E IVE CP MFP MSP

DESC 261,33* 1,80** 2,98* 30,083NS 157,69NS

DMSO 734,93** 1,32** 1,93** 233,88NS 1007,22**

DESC*DMSO 158,13* 1,49NS 0,34NS 193,83NS 174,09NS

Alibertia edulis

DESC 0,08NS 0,01NS 0,30 NS 3,521NS 0,05NS

DMSO 1226,75** 0,07** 0,43 NS 20,171NS 0,04NS

DESC*DMSO 133,68 NS 0,01 NS 0,15 NS 44,671NS 0,10NS

Genipa americana

DESC 341,33NS 0,06** 0,01NS 25854* 77,52NS

DMSO 1112,53** 0,12** 40,42* 27986* 691,59NS

DESC*DMSO 174,13NS 0,01NS 7,50NS 2526NS 25,52NS

**,* significativo a 1 e 5% de probabilidade, respectivamente pelo teste F, NS

não significativo.

Nas sementes de A. edulis, o modo de descongelamento não influenciou o

percentual de plântulas emergidas, sendo esse igual a 68,3% no descongelamento

lento e 68,4% para o modo rápido. Também não se verificou efeito de

descongelamento nas sementes de G. americana; quando descongeladas de forma

lenta, apresentaram 49,5% de emergência e 54,8 no modo rápido (Tabela 11).

O IVE de L. pacari e G. americana foi maior para as sementes

descongeladas de forma lenta, enquanto para A. edulis não houve diferença

significativa (Tabela 11). Em L. pacari, o valor do IVE das plântulas oriundas das

sementes descongeladas de forma lenta foi 19% superior àquelas originadas das

sementes descongeladas no modo rápido, enquanto para G. americana essa

diferença foi de 32%. Quanto ao comprimento de plântulas, apenas as sementes de

L. pacari responderam de forma diferenciada ao modo de descongelamento, em que

se verificou que, no modo lento, o comprimento de plântulas foi 7,8% superior.

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65

TABELA 11. Médias da emergência (E), do índice de velocidade de emergência (IVE), comprimento (CP), massa da matéria fresca (MFP) e seca de plântulas (MSP) oriundas de sementes de Lafoensia pacari, Alibertia edulis e Genipa americana em função do modo de descongelamento. Cáceres-MT, 2014.

Lafoensia pacari

Descongelamento E (%) IVE CP (cm) MFP (mg) MSP (mg)

Lento --- 2,43 a 6,91 a 76,17 a 8,81 a

Rápido --- 2,04 b 6,41 b 74,55 a 9,17 a

CV (%) --- 20,36 9,63 14,52 16,79

Alibertia edulis

Descongelamento E(%) IVE CP (cm) MFP (mg) MSP (mg)

Lento 68,3 a 0,50 a 5,69 a 42,34 a 5,05 a

Rápido 68,4 a 0,49 a 5,53 a 42,93 a 5,01 a

CV (%) 14,05 15,39 7,68 11,12 7,14

Genipa americana

Descongelamento E(%) IVE CP (cm) MFP (mg) MSP (mg)

Lento 49,5 a 0,29 a 9,90 a 228,71 a 41,83 a

Rápido 54,8 a 0,22 b 9,92 a 183,23 b 39,29 a

CV (%) 26,45 38,31 20,71 25,49 20,89

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste F a 5% de probabilidade.

O modo de descongelamento não afetou de forma significativa a produção

de biomassa das plântulas das espécies estudadas, exceto para massa fresca de

plântulas de G. americana, cujas plântulas oriundas de sementes descongeladas de

forma lenta apresentaram maior valor (Tabela 11), 25% superior àquelas cujas

sementes foram descongeladas de forma rápida.

Nas análises de regressão para as três espécies os coeficientes de

determinação (R²), foram superiores a 0,70, demonstrando que o total de oscilações

da variável dependente praticamente pode ser explicado pela independente.

A porcentagem de emergência de plântulas de L. pacari, em função das

concentrações de dimetilsulfóxido para cada modo de descongelamento, ajustou-se

ao modelo quadrático de regressão (Figura 24A). A estimativa de emergência de

plântulas no modo de descongelamento lento foi de 42,6% para uma concentração

de 18,78% (DMSO), enquanto para o outro modo esse valor foi de 37,8% quando se

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66

utiliza uma concentração de 13,41% (DMSO), sendo as duas porcentagens de

emergência de plântulas inferiores ao obtido com as sementes sem

criocongelamento (56%).

Para os dois modos de descongelamento, foram verificados que, a partir de

18,78 e 13,41% de DMSO, respectivamente nos modos lento e rápido, ocorre efeito

prejudicial sobre a semente; isso provavelmente ocorre em função da toxicidade que

este crioprotetor pode provocar aos tecidos e às células vegetais (Hirano et al.,

2009; Wu et al., 2013). De acordo com esses autores, a concentração elevada de

dimetilsulfóxido pode provocar desidratação osmótica excessiva nos tecidos da

semente, levando à morte de células. Sakai (1995) afirmou que este crioprotetor

pode provocar modificações morfogenéticas e, no presente trabalho, este efeito se

mostrou mais acentuado quando as sementes foram descongeladas de forma rápida

(Figura 24A).

As sementes de A. edulis tratadas com o crioprotetor dimetilsulfóxido

apresentaram percentual de emergência de plântulas também ajustado ao modelo

quadrático de regressão (Figura 24B). Independente do modo de descongelamento

utilizado, a estimativa de emergência de plântulas foi de 78,4%, quando se utilizou a

concentração estimada em 6,03% de dimetilsulfóxido, sendo esse percentual inferior

aos 99% que as sementes apresentavam antes de serem submetidas aos

tratamentos.

Na avaliação dos resultados de emergência de plântulas de G. americana,

verificou-se que esses se ajustaram ao modelo quadrático de regressão (Figura

24C). O máximo valor estimado de 64,2% de emergência das plântulas foi obtido ao

se utilizar a concentração de 11,29% de dimetilsulfóxido, porém, esse valor é inferior

aos 84% que as sementes apresentavam antes do tratamento, mas superior aos

44% obtidos com as sementes congeladas sem tratamento com o crioprotetor

dimetilsulfóxido.

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67

FIGURA 24. Emergência de plântulas de Lafoensia pacari (A), Alibertia edulis (B) e

Genipa americana (C) em função da concentração de dimetilsulfóxido (DMSO). Cáceres-MT, 2014.

Enquanto para L. pacari as concentrações estimadas ficaram acima de 13%,

em A. edulis, essa concentração ficou próxima de 6%; e, em G. americana, em torno

de 11%. Isso demonstra que a concentração a ser utilizada varia de espécie para

espécie, e que o efeito tóxico do dimetilsulfóxido pode ser menos acentuado em uma

espécie do que em outra, como observado também por Huehne e Bhinija (2012)

estudando várias espécies de orquídeas.

Foi possível observar que, independente da espécie ou do modo de

descongelamento, há um limite tolerado pelas sementes quanto à concentração de

dimetilsulfóxido; para todas as três espécies, a concentração acima da adequada

produz efeito indesejável. Anchordoguy et al. (1987), em estudos sobre a interação

dos fosfolipídios da membrana com crioprotetores, verificaram que o dimetilsulfóxido

reduz a fusão dos lipossomos desde que utilizado em concentrações acima de 1 M

(7%), pois a fusão dos lipossomos durante o congelamento e descongelamento

●ŷ = -0,0986x2 + 3,7043x + 7,7857 R² = 0,9635**

■ŷ = -0,1686x2 + 4,5229x + 7,4286 R² = 0,7123**

0

25

50

75

100

0 5 10 15 20 25

Em

erg

ên

cia

(%

)

Concentrações de DMSO (%)

A

Descongelamento: ●Lento ( ) ■Rápido(-------)

ŷ = -0,0873x2 + 1,053x + 75,223 R² = 0,9607**

0

25

50

75

100

0 5 10 15 20 25

Em

erg

ên

cia

(%

)

Concentrações de DMSO (%)

B

ŷ = -0,1625x2 + 3,6682x + 43,554 R² = 0,9839**

0

25

50

75

100

0 5 10 15 20 25

Em

erg

ên

cia

(%

)

Concentrações de DMSO (%)

C

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68

contribui para deterioração das membranas e, consequentemente, redução da

viabilidade das sementes.

O índice de velocidade de emergência (IVE) se ajustou ao modelo de

regressão quadrático (p≤0,01) com ponto de máximo para cada espécie em

concentrações diferentes (Figura 25), como também foi observado na porcentagem

de emergência de plântulas.

Em L. pacari, o índice de velocidade de emergência elevou-se à medida que

se aumentou a concentração de DMSO, porém, esse acréscimo ocorreu até a

concentração de 16,51%, o que correspondeu a um IVE máximo de 3,50 e, acima

dessa concentração, o efeito do crioprotetor sobre a semente passou a ser

desfavorável (Figura 25A), esse resultado se deve ao fato do DMSO em

concentração elevada produzir efeito tóxico às células (Sakai, 1995; Wu et al.,

2013). Para a espécie A. edulis, o comportamento foi semelhante, entretanto, o IVE

máximo de 0,57 ocorreu na concentração de 5,71% (Figura 25B), sendo essa

concentração cerca de 1/3 da necessária para produzir o mesmo efeito em L. pacari.

Em G. americana, o IVE se ajustou ao modelo linear com correlação negativa

(Figura 25C), e se observou que as concentrações iguais ou acima de 15% reduzem

o índice para valores abaixo da metade do que foi obtido para as concentrações

iguais ou inferiores a 10% de DMSO. De acordo com Huehne e Bhinija (2012), a

ação do crioprotetor sobre a semente no processo de proteção durante o

congelamento e o descongelamento varia de espécie para espécie.

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69

FIGURA 25. Índice de velocidade de emergência de plântulas de Lafoensia pacari

(A), Alibertia edulis (B) e Genipa americana (C) em função da concentração de dimetilsulfóxido (DMSO). Cáceres-MT, 2014.

Esses resultados confirmam que, de fato, o crioprotetor dimetilsulfóxido em

concentrações mais elevadas pode ser tóxico aos tecidos e às células da semente

(Fahy, 1986; Sakai, 1995), porém, deve-se ressaltar que até uma determinada

concentração ele cumpre o papel de proteger as estruturas das membranas

celulares das sementes, as quais podem ser afetadas no processo de congelamento

e descongelamento. Nessa função de proteger a membrana, o dimetilsulfóxido

penetra nas células protegendo a integridade celular durante a criopreservação

(Rajasekharan, 2006). A proteção ocorre pelo fato do dimetilsulfóxido reduzir a fusão

de lipossomos, os quais controlam a permeabilidade e seletividade da membrana,

por interagir diretamente com a bicamada da membrana celular e permanecer

associado a ela durante o processo de congelamento mantendo a integridade da

membrana (Anchordoguy et al., 1987).

ŷ = -0,0054x2 + 0,1783x + 2,0268 R² = 0,9942**

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

0 5 10 15 20 25

Índ

ice

de

ve

locid

ad

e d

e

em

erg

ên

cia

Concentrações de DMSO (%)

A

ŷ = -0,0007x2 + 0,008x + 0,5499 R² = 0,9897**

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0 5 10 15 20 25

Índ

ice

de

ve

locid

ad

e d

e

em

erg

ên

cia

Concentrações de DMSO (%)

B

ŷ = -0,0106x + 0,3804 R² = 0,7526*

0,10

0,19

0,28

0,37

0,46

0 5 10 15 20 25

Índ

ice

de

ve

locid

ad

e d

e

em

erg

ên

cia

Concentrações de DMSO (%)

C

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70

Na análise de regressão da variável comprimento de plântulas, os dados de

L. pacari se ajustaram ao modelo cúbico de regressão (Figura 26A), os de A. edulis

não se ajustaram a nenhum modelo de regressão (Figura 26B), enquanto os valores

de G. americana se ajustaram ao modelo linear com correlação negativa (Figura

26C).

Ao contrário do que foi observado nas duas variáveis anteriores, o

comprimento de plântula não foi reduzido quando se utilizou a concentração máxima

(25%) de dimetilsulfóxido nas sementes de L. pacari e A. edulis. As plântulas da

primeira espécie oriundas de sementes tratadas com dimetilsulfóxido a 25%

apresentaram comprimento 23% superior àquelas oriundas das sementes sem

tratamento, enquanto na segunda espécie nas mesmas condições o acréscimo foi

de apenas 6%. O efeito tóxico do dimetilsulfóxido sobre a emergência pode não ser

observado no desenvolvimento, isso porque algumas plântulas durante o

desenvolvimento são capazes de superar a toxidez do dimetilsulfóxido, ou por

emergirem apenas as sementes que não foram afetadas pelo efeito tóxico.

Outra hipótese que pode ser levantada para as espécies cuja máxima

concentração de dimetilsulfóxido não comprometeu o desempenho do crescimento

das plântulas, mas afetou a emergência e IVE, é que as sementes não afetadas

pelas elevadas concentrações de dimetilsulfóxido eram mais vigorosas e, ao

emergirem, formaram plântulas mais desenvolvidas e com maior tamanho, pois,

segundo Carvalho e Nakagawa (2012), sementes mais vigorosas formam plântulas

de maior vigor.

Em G. americana, observou-se que a elevação da concentração de

dimetilsulfóxido não produziu a proteção esperada, pelo contrário, levou à redução

no porte das plântulas, sendo que essa redução se tornou mais acentuada quando

as concentrações utilizadas foram superiores a 10%. Entre as concentrações de 0 a

10% de dimetilsulfóxido, o comprimento de plântulas ficou entre 11,2 e 12,7 cm e

acima de 10%, os valores decresceram para uma faixa que variou de 8,5 a 7,1 cm,

tendo o menor valor ocorrido na concentração máxima (25%).

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71

FIGURA 26. Comprimento de plântulas de Lafoensia pacari (A), Alibertia edulis (B) e Genipa americana (C) em função da concentração de dimetilsulfóxido (DMSO). Cáceres-MT, 2014.

A massa da matéria fresca de plântulas de L. pacari variou de 69 a 81 mg,

mas não se ajustou a nenhum modelo, sendo a média igual a 75 mg (Figura 27A),

demonstrando que este crioprotetor não teve o efeito protetor esperado, uma vez

que sementes não tratadas tiveram produção de matéria fresca no mesmo patamar

das tratadas. As elevadas concentrações de dimetilsulfóxido não provocaram

redução na produção de matéria fresca das plântulas, mas essa ausência de efeito

negativo com concentrações mais elevadas não foi observada para a emergência e

IVE de plântulas de L. pacari.

ŷ = 0,0008x3 - 0,0319x2 + 0,3225x + 5,9774 R² = 0,9029**

4

5

6

7

8

0 5 10 15 20 25

Co

mp

rim

en

to (c

m)

Concentrações de DMSO (%)

A

3

4

5

6

7

0 5 10 15 20 25

Co

mp

rim

en

to (c

m)

Concentrações de DMSO (%)

B

ȳ = 5,61 cm

ŷ = -0,2194x + 12,643 R² = 0,83**

6

8

10

12

14

0 5 10 15 20 25

Com

pri

me

nto

(cm

)

Concentrações de DMSO (%)

C

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72

FIGURA 27. Massa da matéria fresca de plântulas de Lafoensia pacari (A), Alibertia edulis (B) e Genipa americana (C) em função da concentração de dimetilsulfóxido (DMSO). Cáceres-MT, 2014.

A massa da matéria fresca das plântulas de A. edulis não se ajustou a

nenhum modelo de regressão (Figura 27B), e essa apresentou média de 42,65 mg,

com valor mínimo de 41,20 e máximo de 44,60 mg. A falta de ação do crioprotetor

sobre a variável avaliada pode ser explicada pelo fato desse atuar no processo de

emergência, mas sem efeito após essa.

Em G. americana, a massa da matéria fresca se ajustou ao modelo linear e,

na medida em que as concentrações foram sendo elevadas, o valor dessa foi sendo

reduzido (Figura 27C). Para a concentração de 25% de dimetilsulfóxido, esse valor

foi 32% menor quando comparado com as sementes não tratadas com o

crioprotetor.

Na avaliação das três espécies, observou-se que a ação do crioprotetor

sobre a massa da matéria fresca de plântulas não foi semelhante, reforçando que

cada espécie se comporta de forma diferente ao mesmo tratamento.

50

60

70

80

90

0 5 10 15 20 25

Ma

ssa

da

ma

téri

a fre

sca

(m

g)

Concentrações de DMSO (%)

ȳ = 75 mg

A

30

35

40

45

50

0 5 10 15 20 25

Ma

ssa

da

ma

téri

a fre

sca

(m

g)

Concentrações DMSO (%)

B

ȳ = 42,65 mg

ŷ = -4,5543x + 261,1 R² = 0,7763

100

150

200

250

300

0 5 10 15 20 25

Ma

ssa

da

ma

téri

a fre

sca

(m

g)

Concentrações de DMSO (%)

C

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73

Na produção de biomassa seca de L. pacari, verificou-se que essa se

ajustou ao modelo linear com correlação positiva, ou seja, a máxima concentração

utilizada de dimetilsulfóxido proporcionou a maior produção de matéria seca (Figura

28A). As plântulas oriundas das sementes tratadas com dimetilsulfóxido na

concentração máxima apresentaram massa seca superior àquelas que não foram

tratadas, representando acréscimo de 48% quando comparadas com aquelas

plântulas oriundas das sementes não tratadas com dimetilsulfóxido.

FIGURA 28. Massa da matéria seca de plântulas de Lafoensia pacari (A), Alibertia edulis (B) e Genipa americana (C) em função da concentração de dimetilsulfóxido (DMSO). Cáceres-MT, 2014.

Os resultados da massa da matéria seca de plântulas de A. edulis não se

ajustaram a nenhum modelo de regressão, e esses apresentaram uma tendência de

se manterem constantes, independentemente da concentração de dimetilsulfóxido

utilizada como crioprotetor (Figura 28B). Os dados oscilaram entre 4,96 e 5,16; e

apresentaram média de 5,03 mg por plântula.

ŷ = 0,1069x + 7,6476 R² = 0,7723**

4

6

8

10

12

0 5 10 15 20 25

Ma

ssa

da

ma

téri

a s

eca

(m

g)

Concentrações de DMSO (%)

A

2

3

4

5

6

0 5 10 15 20 25

Ma

ssa

da

ma

téri

a s

eca

(m

g)

Concentrações de DMSO (%)

B

ȳ = 5,03 mg

ŷ = -0,7851x + 50,181 R² = 0,7688**

0

10

20

30

40

50

60

0 5 10 15 20 25

Ma

ssa

da

ma

téri

a s

eca

(m

g)

Concentrações de DMSO (%)

C

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74

Em G. americana, os dados se ajustaram ao modelo linear de regressão,

com uma correlação negativa (Figura 28C), sendo esse comportamento oposto do

obtido com L. pacari. Na concentração máxima (25%) de dimetilsulfóxido, a

produção de matéria seca de plântulas foi 25% menor quando comparada com as

plântulas oriundas das sementes sem tratamento com agente crioprotetor.

Avaliando os resultados, se verifica que não são os mesmos para cada

espécie, ou seja, elas respondem de forma diferente. O uso do crioprotetor pode

trazer benefícios a uma variável avaliada, mas não produzir o mesmo benefício para

outra variável, isso em uma mesma espécie. Portanto, há dificuldade, ou, até

mesmo, impossibilidade em definir um protocolo único que possa atender um grupo

de espécies vegetais.

4.3.2 Tratamento de sementes com sacarose

Pela análise de variância, verificou-se efeito da interação dos dois fatores

apenas para a variável IVE em L. pacari. Houve efeito do modo de descongelamento

das sementes apenas para o índice de velocidade de emergência (IVE), enquanto a

concentração de sacarose teve efeito significativo sobre todas as variáveis, exceto

para massa da matéria fresca de plântulas. Em A. edulis, ocorreu efeito do modo de

descongelamento sobre as variáveis porcentagem de emergência, IVE e massa da

matéria fresca de plântulas, e, para G. americana, observou-se efeito da interação

sobre a porcentagem de emergência de plântulas e IVE (Tabela 12).

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75

TABELA 12. Análise de variância da porcentagem de emergência (E), índice de velocidade de emergência (IVE), comprimento (CP), massa da matéria fresca (MFP) e seca de plântulas (MSP) oriundas de sementes de Lafoensia pacari, Alibertia edulis e Genipa americana em função de concentrações de sacarose (SAC) e do modo de descongelamento (DESC). Cáceres-MT, 2014.

Fonte de

variação

Quadrado médio

Lafoensia pacari

E IVE CP MFP MSP

DESC 5,33NS 0,73* 0,03NS 15,19NS 0,33NS

SAC 868,80** 0,72** 2,40** 114,19NS 13,40*

DESC*SAC 1,27NS 0,46* 0,58NS 71,49NS 2,28NS

Alibertia edulis

DESC 660,08** 0,05** 0,50NS 261,33** 0,25NS

SAC 12,08NS 0,01NS 0,16NS 16,38NS 0,25NS

DESC*SAC 30,48NS 0,01NS 0,16NS 23,33NS 0,19NS

Genipa americana

DESC 161,33NS 0,03** 0,65NS 12838NS 36,75NS

SAC 267,20NS 0,19NS 2,33NS 3065NS 67,33NS

DESC*SAC 394,13** 0,02** 4,44NS 1346NS 24,10NS

**,* significativo a 1 e 5% de probabilidade, respectivamente, pelo teste F, NS

não significativo.

O modo de descongelamento não teve efeito sobre o percentual de plântulas

emergidas de L. pacari quando tratadas com sacarose, sendo a média de

emergência de 38,7%, inferior aos 56% antes dos tratamentos. A sacarose não

produziu efeito semelhante ao dimetilsulfóxido, pois as sementes de L. pacari

tratadas com dimetilsulfóxido apresentaram maior percentual de emergência quando

descongeladas de forma lenta (Figura 24A).

As sementes de A. edulis que foram submetidas ao crioprotetor sacarose e

depois armazenadas em nitrogênio líquido e descongeladas de modo rápido

apresentaram maior percentual de plântulas emergidas (Tabela 13), sendo superior

em relação ao modo de descongelamento lento em 7,4 pontos percentuais. Quando

as sementes de A. edulis foram tratadas com dimetilsulfóxido, apresentaram média

de emergência menor (Tabela 11) e não houve diferenças entre o modo rápido e

lento de descongelamento. Em G. americana, como ocorreu interação para

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76

emergência de plântulas, os resultados foram apresentados de forma separada para

cada modo de descongelamento (Figura 29C).

Esses resultados indicam que os mecanismos envolvidos no processo de

tolerância das sementes ao criocongelamento e suas relações com os

crioprotetores, bem como as formas de descongelamento, são bastante complexos.

Isso eleva o grau de dificuldade para elaboração de protocolo de etapas de

criocongelamento de sementes, mesmo que este protocolo seja para uma única

espécie.

TABELA 13. Médias da emergência (E), índice de velocidade de emergência (IVE), comprimento (CP), massa da matéria fresca (MFP) e seca de plântulas (MSP) oriundas de sementes de Lafoensia pacari, Alibertia edulis e Genipa americana em função do modo de descongelamento. Cáceres-MT, 2014.

Lafoensia pacari

Descongelamento E(%) IVE CP (cm) MFP (mg) MSP (mg)

Lento 38,0 a --- 6,60 a 77,12 a 9,49 a

Rápido 39,3 a --- 6,66 a 76,14 a 9,26 a

CV (%) 30,45 11,22 15,41 20,84

Alibertia edulis

Descongelamento E(%) IVE CP (cm) MFP (mg) MSP (mg)

Lento 72,0 b 0,52 b 5,60 a 45,23 a 4,68 a

Rápido 79,4 a 0,60 a 5,80 a 40,69 b 4,82 a

CV (%) 9,54 12,35 6,75 11,39 6,99

Genipa americana

Descongelamento E(%) IVE CP (cm) MFP (mg) MSP (mg)

Lento --- --- 11,62 a 276,62 a 48,17 a

Rápido --- --- 11,58 a 244,92 a 46,42 a

CV (%) 14,79 23,44 20,34

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste F a 5% de probabilidade.

Em L. pacari e G. americana, houve efeito da interação dos fatores sobre o

IVE e, nas sementes de A. edulis, o modo de descongelamento rápido foi mais

eficiente na preservação do IVE, mas o oposto ocorreu para massa da matéria

fresca de plântulas. Para A. edulis, o resultado do IVE corrobora com a hipótese de

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77

Molina et al. (2006), de que as sementes devem ser descongeladas de forma rápida

para evitar o recongelamento e, consequentemente, a formação de cristais de gelo,

o que, de acordo com Goldfarb et al. (2010), pode provocar danos aos tecidos

levando a semente à morte.

Em outras espécies, tem se observado a utilização do descongelamento

lento sem que ocorra prejuízo para as sementes crioarmazenadas, como citado por

Gonzaga et al. (2003), avaliando sementes de aroeira (Astronium urundeuva) e

baraúna (Schinopsis brasiliensis); Farias et al. (2006) em sementes de jatobá

(Hymeneae courbaril) e Rocha et al. (2009) em sementes de quatro cultivares de

algodão.

As sementes de L. pacari tratadas com sacarose apresentaram resultados

que não corroboram com a hipótese apresentada por Molina et al. (2006), segundo

os quais, o descongelamento lento não é indicado por existir a possibilidade de

ocorrência de recongelamento e, consequentemente, ocorrerem danos às estruturas

das membranas das sementes devido à formação de cristais de gelo, levando estas

a não germinarem ou produzirem plântulas com anomalias. Motta et al. (2014), ao

descongelarem sementes de girassol de modo rápido e lento, verificaram que não

há diferença entre as formas de descongelamento; enquanto as sementes de G.

americana tratadas com sacarose apresentaram melhor resultado de emergência

quando foram descongeladas de forma rápida

Os resultados obtidos para a emergência de sementes de L. pacari

corroboram com protocolos que foram adotados em estudos realizados com outras

espécies vegetais (Kholina e Voronkova, 2008; Voronkova e Kholina, 2010; Kholina

e Voronkova, 2012), cujas sementes crioarmazenadas foram submetidas ao

descongelamento lento durante duas horas, nas condições ambientais do laboratório

e não apresentaram nenhum prejuízo ou dano fisiológico, e esse também se

verificou quando sementes de Thymus lofocephalus foram descongeladas em

temperatura ambiente por um período de, aproximadamente, 18 horas (Coelho et al.,

2012). Estes estudos, assim como os resultados obtidos neste trabalho,

demostraram que sementes de diversas espécies podem ser descongeladas de

forma lenta sem que haja prejuízo para essas.

Pode-se afirmar que cada espécie responde de forma diferente ao modo de

descongelamento, ao tipo de crioprotetor e à interação, havendo espécies

indiferentes, as que são melhores preservadas quando descongeladas de forma

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78

lenta e aquelas que respondem melhor ao modo rápido, em alguns casos, a

resposta muda de acordo com o crioprotetor.

O comprimento das plântulas das três espécies em estudo não foi

influenciado pelo modo de descongelamento; o mesmo também se observou para a

massa da matéria seca das plântulas. Na avaliação da massa da matéria fresca de

plântulas, houve efeito apenas para as sementes de A. edulis, no qual o melhor

resultado foi obtido quando o descongelamento foi realizado de forma lenta (Tabela

13), sendo este valor 11% maior do que no descongelamento rápido. O resultado

obtido corrobora com a ideia de que os possíveis efeitos deletérios oriundos do

congelamento e descongelamento se refletem, principalmente, na emergência, mas

não sobre o crescimento da plântula.

A diversidade de resposta entre as diferentes espécies vegetais, ou mesmo

entre diferentes tecidos de uma mesma espécie, tem dificultado o desenvolvimento

de um protocolo de criopreservação com caráter genérico (Goldfarb et al., 2010).

Podem-se citar como exemplo dessa dificuldade estudos com diversas espécies

vegetais realizados por Salomão (2002), Voronkova e Kholina (2010), e Kholina e

Voronkova (2012), que concluíram que a resposta das sementes à temperatura

extremamente baixa, como no caso do nitrogênio líquido, é específica para cada

espécie.

A emergência das plântulas de L. pacari foi influenciada pela concentração

de sacarose utilizada como solução crioprotetora nas sementes. Essa variável se

ajustou ao modelo quadrático de regressão, sendo a máxima emergência estimada

em 49% para sementes tratadas com solução de sacarose a 0,92 M (Figura 29A).

Esse percentual de emergência foi inferior aos 56% que as sementes apresentavam

antes dos tratamentos e do armazenamento em nitrogênio líquido, mas superior aos

12% apresentado pelas plântulas oriundas das sementes crioarmazenadas sem

tratamento.

Os dados de emergência de plântulas de A. edulis não se ajustaram a

nenhum modelo de regressão (Figura 29B) e os valores oscilaram entre 74,5 e 77,5

com média de 75,7%. A ausência de efeito crioprotetor pode ser em virtude do tipo

de crioprotetor e/ou do tempo de exposição da semente a esse, pois o sucesso da

vitrificação está na seleção apropriada do crioprotetor e do tempo de exposição do

tecido à solução (Galdiano Junior et al., 2012). Observou-se que a porcentagem de

plântulas emergidas das sementes de A. edulis tratadas com dimetilsulfóxido

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79

apresentou valor máximo de 78,4% (Figura 24B), sendo esse valor próximo do

obtido com sacarose 75,7% (Figura 29B), ou seja, não houve diferença acentuada

entre os percentuais máximos de emergência com o uso de cada crioprotetor. Nos

dois casos, os valores foram inferiores aos 99% obtidos antes dos tratamentos. O

que diferiu de forma mais acentuada nos dois crioprotetores é que concentrações

elevadas de dimetilsulfóxido provocaram redução na porcentagem de emergência de

plântulas, o que não ocorreu para concentrações elevadas de sacarose.

FIGURA 29. Emergência de plântulas de Lafoensia pacari (A), Alibertia edulis (B) e Genipa americana (C) em função da concentração de sacarose. Cáceres-MT, 2014.

O percentual de emergência de plântulas de G. americana oriundas de

sementes descongeladas de forma lenta não se ajustou a nenhum modelo de

regressão, tendo os valores oscilados entre 46 e 61% e média igual a 52% (Figura

ŷ = -37,429x2 + 69,071x + 17,107 R² = 0,81**

0

20

40

60

80

100

0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25

Em

erg

ên

cia

(%

)

Concentrações de sacarose (M)

A

0

25

50

75

100

0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25

Em

erg

ên

cia

(%

)

Concentrações de sacarose (M)

B

ȳ = 75,7%

■ŷ = -60,571x2 + 81,429x + 39,143 R² = 0,8553*

0

25

50

75

100

0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25

Em

erg

ên

cia

(%

)

Concentrações de sacarose (M)

Descongelamento: ●Lento ( ) ■ Rápido (------)

C

●ȳ =52%

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80

29C). Com relação ao descongelamento rápido, o percentual de emergência de

plântulas se ajustou ao modelo quadrático, e o máximo valor estimado de 66,5% foi

obtido para uma concentração de sacarose igual a 0,67 M. Esse valor máximo de

emergência ficou abaixo dos 84% que as sementes apresentavam antes do

armazenamento, mas acima dos 39% de emergência das sementes que foram

armazenadas em nitrogênio líquido sem tratamento com sacarose.

Entretanto, esperava-se que o efeito crioprotetor da sacarose produzisse

resultados com melhores percentuais de emergência de plântulas, pois os açúcares

possuem um importante papel na aquisição de resistência à dessecação e ao

congelamento em nitrogênio líquido (Suzuki et al., 2005). A utilização de um teor

elevado de sacarose aumenta consideravelmente a concentração intracelular desse

açúcar que pode agir na preservação da membrana e, dessa forma, atuar como

principal agente responsável pela tolerância do tecido à dessecação e ao

congelamento (Suzuki et al., 2006). Os resultados encontrados com L. pacari e G.

americana corroboram com a afirmação de que a utilização de crioprotetores

naturais (açúcares) preserva as estruturas e as funções da membrana durante o

congelamento (Rudolph e Crowe, 1985).

Porém, deve-se ressaltar que concentrações elevadas de sacarose podem

provocar perda de água nas sementes, levando-as à desidratação excessiva e

comprometendo a viabilidade dessas (Hirano et al., 2009); isto explicaria porque as

concentrações acima de 0,92 M levam ao decréscimo da porcentagem de

emergência de plântulas, como verificado em L. pacari, e superiores a 0,67 M para

sementes de G. americana com descongelamento rápido.

As médias do índice de velocidade de emergência em função das

concentrações de sacarose em sementes de L. pacari se ajustaram ao modelo

cúbico de regressão, isso tanto para as sementes descongeladas de forma lenta

como rápida (Figura 30A).

Para as sementes criocongeladas de L. pacari, verificou-se que as duas

curvas (Figura 30A) apresentaram comportamento semelhante até a concentração

de 1,0 M e, acima desta concentração, o comportamento das curvas se inverteu. No

descongelamento lento, o maior IVE (3,45) foi obtido na concentração de 0,50 M e,

para aquelas descongeladas de forma rápida, o IVE máximo (3,31) foi obtido na

concentração de 1,25 M. Esses resultados não foram superiores aos obtidos com

dimetilsulfóxido (3,50). Observa-se que todos os tratamentos com sacarose

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81

apresentaram valores de IVE superiores ao valor referente ao tratamento sem

crioprotetor; esse resultado reforça a hipótese de que a sacarose pode proteger a

semente contra os efeitos deletérios durante o congelamento e descongelamento.

FIGURA 30. Índice de velocidade de emergência (IVE) de plântulas de Lafoensia pacari (A), Alibertia edulis (B) e Genipa americana (C) em função da concentração de sacarose. Cáceres-MT, 2014.

Em A. edulis, os dados de IVE não se ajustaram a nenhum modelo de

regressão, porém os dados apresentaram queda à medida que a concentração foi

sendo elevada (Figura 30B). O maior valor de IVE (0,60) foi obtido na concentração

de 0,50 M e, nessa concentração, o valor de IVE foi superior ao tratamento sem

crioproteção, o que não ocorreu para as concentrações mais elevadas de sacarose.

O IVE das plântulas de G. americana originadas de sementes

descongeladas de modo lento não se ajustou a nenhum modelo de regressão, tendo

●ŷ = 5,4893x3 - 11,212x2 + 6,0183x + 2,3025 R² = 0,5966**

■ŷ = 4,7134x3 - 8,4007x2 + 4,3205x + 1,8757 R² = 0,6909**

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25

Índ

ice

de

ve

locid

ad

e d

e

em

erg

ên

cia

Concentrações de sacarose (M)

A

0,45

0,50

0,55

0,60

0,65

0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25Ín

dic

e d

e v

elo

cid

ad

e d

e

em

erg

ên

cia

Concentrações de sacarose (M)

B

ȳ = 0,5621

■ŷ = -0,3879x2 + 0,4743x + 0,2805 R² = 0,7596**

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25

Índ

ice

de

ve

locid

ad

e d

e

em

erg

ên

cia

Concentrações de sacarose (M)

Descongelamento: ●Lento ( ) ■Rápido (-----)

C

●ȳ = 0,302

Descongelamento: ●Lento ( ) ■Rápido(----)

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82

esse variado de 0,17 a 0,37 e média de 0,30, enquanto para as plântulas cujas

sementes foram descongeladas de forma rápida, o IVE se ajustou ao modelo

quadrático (Figura 30C). O valor máximo estimado de 0,42 foi obtido para a

concentração de sacarose igual a 0,61 M.

As concentrações abaixo de 0,75 ou acima de 1,0 M foram as que

apresentaram os resultados mais expressivos para as três espécies, entretanto, a

faixa com maior frequência de utilização de sacarose como crioprotetor tem sido

entre 0,75 e 1,0 M (Wang et al., 2002). O efeito crioprotetor da sacarose ocorre por

meio do acúmulo intracelular de moléculas hidrofílicas que desempenham o papel

de elevar a quantidade de água não congelada dentro da célula e, dessa forma,

contribuir para a formação do estado vítreo do citoplasma (Hitmi et al., 2000).

O uso de crioprotetor em sementes que são submetidas ao

criocongelamento se faz necessário pelo fato de esse interagir com a bicamada

lipídica da membrana plasmática e, ao permanecer a ela associada durante o

processo de congelamento, manter a integridade da membrana (Anchordoguy et al.,

1987; Crowe et al., 1988).

Os comprimentos de plântulas de L. pacari, A. edulis e G. americana não se

ajustaram a nenhum modelo de regressão (Figuras 31A, B e C), e a média foi igual a

6,63, 5,59 e 11,7 cm, respectivamente; porém, observou-se um acréscimo no

comprimento de plântulas de 13% para L. pacari, 5,12% para A. edulis e 3,1% para

G. americana quando se comparou a média do comprimento de plântulas na

concentração máxima (1,25 M) em relação àquelas oriundas das sementes não

submetidas ao tratamento com sacarose. Em função da baixa variação das médias

desta variável, pode-se verificar que o tratamento das sementes com solução

crioprotetora à base de sacarose não trouxe ganho significativo ao crescimento de

plântulas.

Em sementes de L. pacari e A. edulis tratadas com os dois crioprotetores e

armazenadas em nitrogênio líquido, observou-se que o comprimento das plântulas

se manteve constante ou tendeu a elevar-se com o acréscimo da concentração da

solução, mas, segundo Silva et al. (2011), quando as sementes são expostas a

temperaturas subzero, essas têm o metabolismo reduzido após o descongelamento,

o que pode produzir plântulas de menor comprimento. O fato das plântulas de L.

pacari e A. edulis não terem sofrido redução pode ser explicado pela ação dos

crioprotetores.

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83

FIGURA 31. Comprimento de plântulas de Lafoensia pacari (A), Alibertia edulis (B) e Genipa americana (C) em função da concentração de sacarose. Cáceres-MT, 2014.

Os valores de massa da matéria fresca das plântulas de L. pacari, A. edulis

e G. americana não se ajustaram a nenhum modelo de regressão. A massa das

plântulas de L. pacari apresentou redução de 7% quando se compararam os valores

das plântulas oriundas da maior concentração utilizada em relação àquelas

originadas de sementes não tratadas e armazenadas em nitrogênio líquido (Figura

32A). O resultado obtido com as sementes tratadas com sacarose foi semelhante ao

obtido para o crioprotetor dimetilsulfóxido e se verificou que, nos tratamentos com os

dois crioprotetores, os resultados de massa da matéria fresca por plântula de L.

pacari mantiveram-se praticamente constantes e com média de 75 mg.

4

5

6

7

8

0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25

Co

mp

rim

en

to (

cm

)

Concentrações de sacarose (M)

A

ȳ = 6,63 cm

4,5

5,0

5,5

6,0

6,5

0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25

Co

mp

rim

en

to (

cm

)

Concentrações de sacarose (M)

B

ȳ = 5,69 cm

9

10

11

12

13

0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25

Co

mp

rim

en

to (

cm

)

Concentrações de sacarose (M)

C

ȳ = 11,7 cm

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84

FIGURA 32. Massa da matéria fresca de plântulas de Lafoensia pacari (A), Alibertia edulis (B) e Genipa americana (C) em função da concentração de sacarose. Cáceres-MT, 2014.

Os valores de massa da matéria fresca de plântula de A. edulis oscilaram

entre 41,17 e 45,06 mg, e média igual a 43 mg (Figura 32B). Comportamento

semelhante também se verificou quando as sementes foram tratadas com o

crioprotetor dimetilsulfóxido, ou seja, sementes tratadas com sacarose apresentaram

plântulas com massa da matéria fresca máxima de 45,06 mg para uma

concentração de 0,75 M e as sementes tratadas com dimetilsulfóxido apresentaram

massa da matéria fresca máxima de 44,46 mg para concentração de 20%; nos dois

casos, as concentrações são intermediárias.

Para os valores de massa da matéria fresca de G. americana, ocorreu uma

variação de 238 a 286, com média de 260 mg (Figura 32C). Para a concentração

máxima de sacarose (1,25 M), o valor da matéria fresca foi 76,5% superior ao valor

obtido para a concentração máxima de dimetilsulfóxido. Esse resultado aponta que o

50

60

70

80

90

0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25

Ma

ssa

da

ma

téri

a fre

sca

(m

g)

Concentrações de sacarose (M)

A

ȳ = 75 mg

10

20

30

40

50

0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25

Ma

ssa

da

ma

téri

a fre

sca

(m

g)

Concentrações de sacarose (M)

B

ȳ = 43 mg

100

150

200

250

300

0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25

Ma

ssa

da

ma

téri

a fre

sca

(m

g)

Concentrações de sacarose (M)

C

ȳ = 260 mg

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85

dimetilsulfóxido provavelmente tenha provocado efeito tóxico nas sementes de G.

americana, enquanto a sacarose promoveu certa proteção, pois as plântulas

oriundas das sementes tratadas com 1,25 M de sacarose foram 20% superiores no

que diz respeito à quantidade de matéria fresca das sementes em relação às

crioarmazenadas sem tratamento.

Os dados de massa seca de plântulas de L. pacari em função da

concentração da solução crioprotetora à base de sacarose apresentaram ajuste ao

modelo quadrático de regressão (Figura 33A). A máxima produção de massa da

matéria seca por plântula, de 10,51 mg, foi estimada para a concentração de 0,75 M.

A utilização da sacarose confirmou a hipótese de que a utilização desse tipo de

crioproteção traz benefícios para as sementes quando congeladas em nitrogênio

líquido, entretanto, não foram as concentrações mais elevadas que produziram os

maiores benefícios.

A massa da matéria seca das plântulas de A. edulis e G. americana em

função das concentrações de sacarose não se ajustou a nenhum modelo de

regressão. A quantidade de matéria seca por plântula de A. edulis apresentou

pequena queda à medida que a concentração de sacarose foi sendo elevada, tendo

essa reduzido de 5,01 mg, na ausência de sacarose, para 4,65 mg na máxima

concentração utilizada. O resultado obtido foi oposto ao esperado, pois, de acordo

com Hitmi et al. (2000) e Suzuki et al. (2006), a utilização de sacarose como agente

crioprotetor em sementes eleva a tolerância ao congelamento.

Na utilização dos dois tipos de crioprotetor em sementes de A. edulis,

verificou-se que o comportamento dos valores de massa de matéria seca por

plântula foi semelhante (Figuras 28B e 33B). A ocorrência deste resultado pode ser

em virtude do tempo que as sementes levaram para germinar, pois esse foi bem

maior em relação às outras duas espécies, o que, de alguma maneira, pode ter

compensado eventuais efeitos negativos do congelamento. Outra possibilidade é

que os efeitos negativos do congelamento podem se manifestar com maior

intensidade durante a emergência e, com o passar dos dias, as plântulas superam

de maneira rápida as possíveis ações deletérias do congelamento.

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86

FIGURA 33. Massa da matéria seca de plântulas de Lafoensia pacari (A), Alibertia edulis (B) e Genipa americana em função da concentração de sacarose. Cáceres-MT, 2014.

Para as plântulas de G. americana, os valores de massa da matéria seca

oscilaram entre 42 e 49 mg, com média igual a 47 mg. Na comparação dos

resultados entre sacarose e dimetilsulfóxido, observou-se que a produção de matéria

seca das plântulas em sacarose foi 52,6% maior, isso quando se utilizou a máxima

concentração. Esse resultado reforça a informação de que a sacarose pode

promover proteção de sementes no crioarmazenamento e que o dimetilsulfóxido

pode produzir efeito tóxico, principalmente quando utilizado em concentrações mais

elevadas.

ŷ = -5,1429x2 + 7,6857x + 7,6429 R² = 0,6851**

4

6

8

10

12

0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25

Ma

ssa

da

ma

téri

a s

eca

(m

g)

Concentrações de sacarose (M)

A

2

3

4

5

6

0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25

Ma

ssa

da

ma

téri

a s

eca

(m

g)

Concentrações de sacarose (M)

B

ȳ = 4,75 mg

20

30

40

50

60

0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25

Ma

ssa

da

ma

téri

a s

eca

(m

g)

Concentrações de sacarose (M)

C

ȳ = 47 mg

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87

5.CONCLUSÕES

A maior variação nas características biométricas ocorre na massa da matéria

fresca dos frutos de L. pacari, na massa da matéria fresca das sementes das três

espécies, e no número de sementes por fruto em A. edulis e G. americana.

O número de sementes por fruto de L. pacari não tem correlação significativa

com as demais características dos frutos. Para A. edulis e G. americana todas as

correlações entre as características dos frutos são positivas e significativas.

A redução do teor de água das sementes de L. pacari e G. americana pode

ser feita até 6%. A máxima emergência de plântulas de A. edulis ocorre para

semente com teor de água igual a 6% e teores na faixa de 10 a 12% apresentam

melhor resultado para velocidade de emergência, comprimento e massa das

plântulas.

As sementes de L. pacari e G. americana devem ser tratadas com solução

de dimetilsulfóxido na concentração de 19 e 10%, respectivamente, e

descongeladas de modo lento.

Em A. edulis, as sementes devem ser submetidas ao tratamento com

solução de dimetilsulfóxido a 6% e essas são indiferentes ao modo de

descongelamento.

As sementes de L. pacari tratadas com sacarose são indiferentes ao modo

de descongelamento e a solução crioprotetora deve ser igual a 0,92 M de sacarose.

Nas sementes de A. edulis, a porcentagem e o índice de velocidade de

emergência são máximos quando descongeladas de modo rápido, mas não se

recomenda o uso de sacarose na crioproteção das sementes.

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O modo rápido de descongelamento apresenta melhor resultado de

emergência para sementes de G. americana e a concentração da solução

crioprotetora deve ser 0,67 M de sacarose.

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