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AFROCHAMBER - 40 ANOS* Cristina Rodrigues (Economista)

Em 1968 funcionavam em São Paulo, cerca de quarenta e cinco Câmaras de Comércio, voltadas para o relacionamen-to com diferentes países, do mundo, foi instituída a idéia do então empresário e deputado federal Adalberto Camar-go, da criação de uma entidade voltada para o atendimen-to de assuntos voltados para o incremento e principalmen-te o relacionamento científico, tecnológico e de cooperação comercial do Brasil com os países do Continente Africano. Durante quatro anos, foram realizados contatos, observações e recolhimento de informações junto ao mundo empresarial, no sentido de ser viabilizado o funcionamento de uma institui-ção que viesse preencher a lacuna existente relacionada com os interesses da indústria brasileira junto aos emergentes pa-íses da África. Amadurecida a idéia, a mesma desembocou em maio de 1972 na fundação com muito sacrifício da Câma-ra de Comércio Afro-Brasileira, que por incrível que pareça, foi formada por representantes de outras etnias, devido a to-tal inexistência de empresários negros para sua constituição.A partir do funcionamento da entidade, hoje denominada AFRO-CHAMBER (Câmara de Comércio Afro-Brasileira), o Brasil e os países do Continente Africano, ao longo de 40 anos, chegando até a atualidade, puderam constituir um pólo diferenciado de desenvolvimento auto-sustentado numa época de forte globa-lização da economia, fazendo sentido países que tem como matriz a africanidade, se unirem em busca da viabilização e desenvolvimento social, político e econômico de seus povos.Esse novo e poderoso mercado que se escancarou para o Brasil a partir da fundação da Câmara de Comércio Afro--Brasileira e com a realização, pela entidade da I Missão Comercial Brasileira a 9 países africanos em 1972, integra-da por mais de 30 empresas é formado por um continente que hoje conta com mais de 1 bilhão habitantes. Bom seria e aconselhável que nos dias de hoje, a saída da letargia do empresariado brasileiro em relação ao intercâmbio com os países africanos fosse agilizada pela classe empresarial brasileira, buscando a realização de uma efetiva intensifi-cação comercial bilateral. Nenhuma outra região do mundo guarda tanta identidade com o Brasil do que o Continente Africano, principalmente do ponto de vista das nossas dú-vidas, das nossas aflições e das nossas perplexidades.O interesse do Continente Africano reside especial-mente no intercâmbio comercial direto de ponta a pon-ta, sem triangulação, para evitar a compra de produ-tos brasileiros em outros países, a preços cinco ou seis vezes superiores ao cobrado diretamente no Brasil.

Abel DomingosPresidente

Antonio LucioVice-Presidente eDiretor deComunicação

Rui MucajeDiretor para PaísesMembros da CPLPe Diáspora

BLOCOS REGIONAIS AFRICANOS Edição: Diretoria de Comunicação Design Gráfico, Tratamento de Imagens Diagramação e Arte Final: EDUCASAT Fone: 55-14 -8153-9211 Fotografias: AFROCHAMBER, Acervos do BUREAU POLCOMUNE e ZIMBABRASIL

Maio de 2013

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Precisamos enfatizar a política externa direcionada ao Con-tinente Africano, mesmo porque a comunidade empresarial exportadora vem cumprindo sua parte no sentido de incre-mentar o processo de trocas comerciais com aqueles países.O imenso mercado potencial das ainda jovens nações africanas, a maioria não chegando a meio século de independência, constitui o caminho natural para o crescimento do mercado externo brasi-leiro, em função da situação geográfica, sobretudo pela identifica-ção histórica e cultural que unem os dois lados do Atlântico-Sul.A criação do Mercosul tornou-se fato relevante na políti-ca moderna do Continente Latino-Americano. O fato re-presenta a primeira etapa de uma união maior capaz de, ao juntar mais parceiros, equipar toda uma parte do plane-ta para a convivência com os gigantescos blocos do futuro.

Referimo-nos a integração econômica da parte oci-dental do Hemisfério Sul, através da ampliação dos laços comerciais entre a América do Sul e o Con-tinente Africano, culminando com a criação de um mercado comum do Hemisfério Sul Ocidental. O território africano é, e será sempre uma alternati-va viável ao crescimento do mercado externo bra-sileiro e, reciprocamente, o Brasil é um parceiro importante para o desenvolvimento tecnológico e industrial das novas nações d´África nos levan-do a crença de que esse conceito pode e deve ser ampliado para a América do Sul como um todo.As relações do Brasil com os países do Continen-te Africano, que aqui reafirmamos ser ainda tímida em pleno século XXI, e isso não se perca de vista, foi iniciada durante o desencadeamento da Política Externa Independente, no governo efêmero do pre-sidente Jânio Quadros, quando o nosso país, atra-vés do então chanceler Afonso Arinos, iniciou uma política de maior aproximação com os países re-cém independentes do continente e tomou posição em favor do direito à autodeterminação dos povos.

Todos os governos da República, desde a renúncia do Presidente Jânio Quadros, procuraram manter quase frias as relações do Brasil com os países do Continente Africano, mas nas relações interatlânti-cas do mundo criadas pelo governo português, soou como um fato curioso perante a ONU que, exata-mente no período governamental do general Ernes-to Geisel, militar profundamente anticomunista, o Brasil tenha reconhecido como fatores irreversíveis, a Independência e o novo governo de Angola, em função do MPLA ter se encaminhado para o cam-po socialista, não estando alinhado ao Ocidente como a UNITA e FNLA. Posteriormente, uma aná-lise política mais profunda realizada, concluiu-se que, dentre as alternativas de poder existente no ter-ritório então colonizado de Angola, a do MPLA era a mais viável, com mais solidez para administrar a nova Nação. Anteriormente, no governo do Presi-dente Ernesto Geisel o Brasil já havia reconhecido a Independência e os novos governos constituí-dos em Moçambique, Cabo Verde e Guiné Bissau.

O Fundador da AFROCHAMBER, Adalberto Camargo, ao lado do ex-Presidente Lula e do ex-ministro dasRelações Exteriores, Celso Amo-rim, cumprimenta o o presidente da República de Gana, John Agyekum Kufour, durante evento realizado no Itamaraty em 2006. Foto: Ricardo Stuckert

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Do governo Ernesto Geisel e passando por ou-tros períodos governamentais, até se chegar ao inicio do governo instituído a partir de 2003, com a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, no coman-do do país, aconteceram muitas manifestações oficiosas durante um bom período através de alguns senhores de “punho rendado” do Itama-raty de preconceito, discriminação racial con-tra diplomacia africana no Brasil e desapreço do nosso governo por uma política diplomática mais próxima com os países do Continente Africano. A AFROCHAMBER durante todo o seu período de funcionamento, com atendimento permanente à classe empresarial brasileira e participação em eventos e fóruns nacionais e internacionais que di-zem respeito aos países africanos, principalmente no segmento empresarial sempre observou e tra-balhou para que a soma dos interesses e vonta-de de desenvolvimento dos países da África Ne-gra sejam sempre uma matriz vigorosa em que o Brasil possa operar com grande sucesso. A união dos países africanos, a União Africana (antiga OUA) e outras tentativas de federações de países do Continente Africano como o NEPAD, demons-tram que o isolamento não é a perspectiva dos povos que habitam os 54 países daquela parte do mundo. (O NEPAD que significa A Nova Parceria Para o Desenvolvimento da África,foi instituído pela União Africana para que aos olhos da popu-lação do Globo Terrestre não se cultue qualquer preconceito e uma visão distorcida das tradições, desenvolvimento social e econômico, cultura, di-reitos civis, turismo, direitos humanos e quaisquer outros pontos que se façam necessários os escla-recimentos, com a preocupação constante de pro-mover o desenvolvimento no Continente Africano).Ainda é muito cedo para uma analise sobre a política externa adotada pelo atual governo com relação aos países do Continente Africano, mas em sua viagem inicial internacional por terras africanas em outubro do ano passado, como África do Sul, Moçambique e Angola, a presidente Dilma Rousseff destacou que a atuação governamental e empresarial brasi-leira no exterior fará sempre com que estes países sejam os maiores beneficiários da cooperação do nosso país, com destaque para as áreas de infra-es-trutura, construção civil, saúde, educação, agricul-tura, formação profissional e outros segmentos de

atividades comerciais e de prestação de serviços.O atual chanceler Antonio Patriota, em suas re-petidas declarações sobre a política externa bra-sileira não deixa dúvida alguma de que o Brasil prosseguirá na política iniciada com desenvoltura pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que abriu um novo capítulo nas relações exteriores em todos os segmentos com os países do Con-tinente Africano nas mais variadas vertentes. Conforme ressaltou o jornalista Antonio Lucio du-rante sua participação em Audiência Pública sobre Preconceito e Discriminações Raciais, promovida pela Comissão de Relações Exteriores e Cidadania da Câmara dos Deputados, no dia 9 de agosto de 2009: Somente a imbecilidade ou a maldade po-lítica fará com que o ex-Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, não entre para a história como a maior autoridade brasileira, que deu visibi-lidade política e administrativa para a os descen-dentes de africanos, procurando desenvolver um trabalho de efetivo incremento das relações do Brasil com o Continente Africano, por onde circulou em 37 países, durante seu período governamental. A política externa de um país, é o reflexo natural de seus anseios, dos seus condicionamentos e de suas potencialidades, expressivos mentores da maturi-dade e da grandeza da Nação e por tais razões, o Brasil deve reavaliar a importância de sua presença no Continente Africano para dar realidade e subs-tância aos laços humanos e culturais desse rela-cionamento com o maior contingente humano aqui aportado, com a qual nossa dívida é irresgatável em termos de sangue, de lágrimas, de sacrifícios, de sofrimento, de ternura, de construção cultural e econômica, conjunto de valores tão extraordinários. A AFROCHAMBER continua trabalhando diutur-namente para ir de encontro aos seus objetivos e lembra: tudo que for feito no futuro, em termos de colaboração ou de cooperação com o Continente Africano será insuficiente para resgatar plenamente esse débito, aliás, como salientou o ex-presiden-te Luiz Inácio Lula da Silva em sua primeira via-gem a países d`África, quando no cargo de co-mandante dos destinos da população brasileira.* Economista, formada em 1992 pela FE-FASP – Faculdade de Economia, Fi-nanças e Administração de São Paulo.

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Acesse o site: www.mdic.gov.br

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A União Africana (UA) foi fundada em 2002, sucedendo a Organização da Unidade Africana (OUA) criada a 25 de Maio de 1963, tem como finalidade pro-mover a paz, a democracia, Direitos Hu-manos, cooperação e desenvolvimento econômico dos 54 países que integram o Continente Africano, especialmente no aumento dos investimentos estrangeiros através do programa Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (NEPAD)Os principais órgãos de admi-nistração da União Africana são:• Assembleia - É o principal órgão da UA, composta pelos chefes de estado e de governo ou represen-tantes devidamente credenciados.• Conselho Executivo - Composto por ministros ou autoridades desig-nadas pelos governos dos estados--membros. O Conselho Executivo é responsável perante a Assembleia.• Conselho de Paz e Segurança (CPS) – responsável por lidar com eventuais con-flitos que surjam nos países-membros.• Parlamento Pan-Africano - em processo de ratificação, o Parlamento Pan-Africano busca a plena participação política e social dos povos africanos, autodeterminação e integração econômica do continente.• ECOSOCC - Conselho Econômico, Social e Cultural, órgão consultivo composto por

diferentes grupos sociais e profissionais.• Comissão - é o órgão de gestão do dia-a--dia da UA, responsável por representar a organização e defender seus interesses.Merecem ser citados ainda o Tribu-nal de Justiça; os Comités Técni-cos Especializados; as Instituições Financeiras,compostas pelo Banco Cen-tral Africano, o Fundo Monetário Africa-no e o Banco Africano de Investimento.O projeto de fundação foi lançado pelo ex-líder líbio Muammar Gaddafi na cidade de Sirte, em 1999, como forma de revi-talizar a OUA, tendo como modelo orga-nizações como União Europeia e Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte, em português). Esta reforma da or-ganização incluiu também uma mudança de foco. Antes, a OUA se concentrou bas-tante no apoio aos movimentos de liberta-ção contra o colonialismo e o apartheid.Ultrapassadas tais questões, surgiram no-vos objetivos, como o fim da estabilidade política, o desenvolvimento e a unidade continental. Desse modo, a ideia logo con-seguiu apoio entre a maioria dos líderes africanos, e já em julho de 2000, em Lomé, capital de Togo, foi adotado o Ato Consti-tutivo da União Africana (UA). Em 2002, é realizada a Cimeira de Durban (África do Sul) onde ocorreu a sessão inaugural da Conferência dos Chefes de Estado e

do Governo da UA. A instituição tem sua sede em Adis Abeba, capital da Etiópia. As relações internacionais do Brasil são fundamentadas no artigo 4º da Consti-tuição Federal de 1988, que determina, no relacionamento do Brasil com outros países e organismos multilaterais, os princípios da não-intervenção, da auto-determinação dos povos, da cooperação internacional e da solução pacífica de conflitos. Ainda segundo a Constituição Federal de 1988, a política externa é de competência privativa do Poder Executi-vo federal, cabendo ao Legislativo fede-ral as tarefas de aprovação de tratados internacionais e dos embaixadores de-signados pelo Presidente da República. O Ministério das Relações Exteriores (MRE), também conhecido como Itamara-ty, é o órgão do poder executivo respon-sável pelo assessoramento do Presidente da República na formulação, desempe-nho e acompanhamento das relações do Brasil com outros países e organismos internacionais. A atuação do Itamaraty cobre as vertentes política, comercial, econômica, financeira, cultural e consular das relações externas, áreas nas quais exerce as tarefas clássicas da diploma-cia: representar, informar e negociar.

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Blocos Regionais Africanos: Compilação Esta-tística Essencial, Ano-Base 2010, é um trabalho de levantamento técnico relacionado com as organi-zações representativas do multilateralismo africano. Sua raison d’etre está assentada numa resposta à escassez de dados tabulados e de acervos estatís-ticos preocupados com o multilateralismo em África. Isso porque a despeito da importância crescente do fenômeno do regionalismo para a vida econô-mica e política da África, as demandas por informa-ção sistematizada dificilmente são contempladas.

Certamente, não seria demasiado registrar que quan-do o assunto em pauta refere-se ao continente africa-no, o peso da desqualificação e dos estigmas que mar-cam os africanos e suas culturas ao longo do tempo e do espaço, transparece repetidamente em materiais incompletos e/ou carregados de estereotipias, como também na própria inexistência de dados fiáveis.

Nos últimos meses, na sequência à minha atual pesquisa de Pós-Doutorado - centrada em Ango-la e tendo por marco analítico a questão do multi-lateralismo - ficou uma vez mais evidente a ausên-cia de materiais capacitados a atender reclamos de ordem prática e intelectiva associados com uma exposição panorâmica dos Blocos Regionais Afri-canos. Isso tanto em conformidade com os estu-dos centrados na África em si mesma (em especial a performance propositiva do continente), quanto para as avaliações das dinâmicas da sociedade, da economia e das relações internacionais do Brasil.

Como se sabe, o relançamento de uma política exter-na voltada para a África, integra um empenho cons-titutivo do redesenho da inserção global do Brasil, apreendendo interfaces políticas, culturais, econômi-cas e geoestratégicas, com as quais se interligam as expectativas de uma compreensão objetiva do continente (SARAIVA, 2002 e 2012; PENHA, 2010).

Blocos Regionais Africanos: Compilação Estatísti-ca Essencial, Ano-Base 2010, busca, portanto, su-prir lacunas de informação que por sinal, impactam

todos aqueles que pretendem estudar o continente africano. Seria o caso, neste momento, de rubricar que o material em curso também constitui uma res-posta às indagações de muitos dos meus alunos, em especial os que me honram enquanto audiên-cia nos Cursos de Difusão Cultural promovidos pelo Centro de Estudos Africanos da Universidade de São Paulo (CEA-USP), nos quais desde 2003 tenho atuado e contribuído como conferencista convidado.

Esclarecendo a respeito do documento em cur-so, seu pressuposto de base é expor uma ta-bulação dos principais dados institucionais, ma-croeconômicos e geoespaciais relativamente às organizações multilaterais africanas, permitindo uma leitura rápida de um prontuário cujas infor-mações foram organizadas com o fito de identifi-car dinâmicas que magnetizam o espaço africano.

Desta feita, sendo correto que a África enquan-to civilização, geografia vivida e história compar-tilhada, forma inequivocamente uma unidade, de outra parte, a realidade difere quando nos referi-mos ao continentalismo africano. A integração da África, aspiração que pontifica desde os primeiros ensaios pan-africanistas, é um processo em cons-trução que tem seduzido muitas gerações de ati-vistas no continente. É um projeto em andamento, que se desenrola num cenário no qual apesar das dificuldades, se constroem pontes entre os vários povos do continente, entre regiões que se expres-sam com o concurso de especificidades e parti-cularismos de toda ordem (FERNANDES, 2009).

Assevera o Professor Fernando Mourão, ainda há na vertente do continentalismo um longo ca-minho a ser percorrido. Hoje a compreensão da realidade política e econômica da África aponta para pensarmos os países presentes no espaço do continente e os agrupamentos aos quais estão agregados, expressão de interesses diferencia-dos e de múltiplos caminhos e visões relacionadas com a cooperação regional. Asseguradamente, na

Nota Introdutória

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ótica da integração continental, referir-se apenas à “África” pode configurar uma locução reducionista, incapaz de dar conta daquilo que o continente ofe-rece (MOURÃO, 2010a, 2010b e 2002: 253-254). Isso posto, caberiam algumas pontuações a respei-to dos nexos e do perfil conceitual e metodológico das linhas de compreensão que nortearam a confecção de Blocos Regionais Africanos: Compilação Estatís-tica Essencial, Ano-Base 2010. A saber, tais seriam:

Organizações Regionais africanas: Desde o século XIX, a ideia de unificar a África - uma aspiração nodal do pan-africanismo - está no cerne das mobilizações políti-cas no continente. A conquista da independência, trou-xe à baila diferentes estratégias para alcançar a unida-de continental. E aí uma surpresa: em oposição ao que muitos interessados em relações internacionais julgam um verdadeiro dogma, o regionalismo não era consenso entre as lideranças do continente. Pan-africanistas como Kwame Nkrumah, arauto maximalista da unidade afri-cana, não via o regionalismo com bons olhos. Nkrumah temia que a concepção funcionasse como amortecedor da unificação. Por sua vez, Julius Nyerere e líderes como Senghor, Nasser e Hailé Selassié, mostravam inclinação pela adoção do conceito (FERNANDES, 2009: 94-97).

Ensejando posicionamentos acirrados, o regionalismo sus-citou diversas crispações em encontros da Organização da Unidade Africana (OUA). Contudo, o ideário do regiona-lismo se impôs na cena política. Mais: o conceito alçou-se a um patamar hegemônico, mesclando-se à percepção da África contemporânea. Neste sentido, é importante rubricar a posição de proa desempenhada pelos blocos regionais, cada vez mais atuantes no multilateralismo africano. Nes-sa declinação fazem presença a União do Magreb Árabe (UMA); a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (ECOWAS-CEDEAO); a Comunidade Econômi-ca dos Estados da África Central (CEEAC-ECCAS); o Mer-cado Comum da África Oriental e Meridional (COMESA); a Comunidade da África Oriental (EAC); a Comunidade de Estados Sahel-Saarianos (CEN-SAD); a Autoridade In-tergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD) e Comu-nidade de Desenvolvimento da África Meridional (SADC).

Estas oito comunidades regionais formam, para todos

os efeitos, o que tanto a União Africana (UA), quan-to a Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (New Partnership for Africa’s Development: NEPAD), definem como Comunidades Econômicas Regionais (Regional Economic Communities: RECs). Entidades reconhecidas como sustentáculos na edificação da Co-munidade Econômica Africana (African Economic Co-munity: AEC), tais organismos - building blocs - tem pretendidamente por missão unir o continente num con-torno econômico e político único (NDOMO, 2009: 5-6).

Por outro lado, esta sucessão de entidades não esgota a explicação sobre o regionalismo africano. Para com-pletá-la, precisamos pontuar a existência de oito outras entidades atuantes no continente cuja gênese e história, contribuem para com o avanço do continentalismo. A re-ferência sinaliza órgãos que são classificados numa co-letânea de documentos como blocos “sub-regionais” ou “secundários”. Antecipemos que este jargão mostra-se inapropriado tanto por sugerir certa inferioridade institu-cional para estas organizações diante dos RECs - de res-to inerente ao prefixo “sub” - quanto por conotá-los com um papel subalterno, o que está bem longe da verdade. Devemos ressalvar que entidades como a União Adua-neira da África Meridional (SACU) são, por exemplo, economicamente influentes e dotadas de poderosa for-ça política, superando os RECs em diversos aspectos.

Coerentemente, nesta compilação, se propõe que tais ins-tituições (oito no total), respondam pelo termo entidades ou blocos adjuntos. Isto porque atuam como suporte para as iniciativas dos RECs e em prol do multilateralismo africano. Estas entidades abrangem, além da SACU, a Comunida-de Econômica dos Países dos Grandes Lagos (CEPGL), a União do Rio Mano (MRU), a União Econômica e Monetá-ria da África Ocidental (UEMOA), a Comissão do Oceano Índico (COI), a Área Monetária Comum (CMA), a Comissão da Comunidade Econômica e Monetária da África Central (CEMAC) e a Zona Monetária da África Oriental (WAMZ).

Complementando, seria meritório mencionar a Iniciativa da Bacia do Nilo (Nile Basin Initiative: NBI). Configurando uma entidade que tem por mote o monitoramento com-partilhado dos recursos hidrográficos do Rio Nilo - tema

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potencialmente explosivo para numeroso grupo de na-ções africanas - e sendo ao mesmo tempo uma organi-zação apoiada pelo Banco Mundial, seu perfil permite agregá-la entre os organismos multilaterais africanos. Em face de o continente ser prenhe de conflitos de gestão ripariana das bacias hidrográficas , handicap que se soma ao stress hídrico predominante em todos os países da África Setentrional e à evolução nega-tiva da oferta de águas doces na África Austral, tal ce-nário necessariamente coloca a entidade no rol das atenções dos estudiosos do multilateralismo africano.

Ainda sobre a questão do regionalismo e das relações multilaterais, soaria igualmente falso investir esforços em dissociar conceitualmente elementos da realidade que na direção oposta, se empenham no dia-a-dia em se soldar de modo inextricável. É o que nos expõe o Diagrama de Euler evidenciando a sobreposição dos estados africanos em diferentes entidades regionais (Diagrama 1). Objetiva-mente, os relatórios técnicos demonstram que em 2009, dentre as 53 nações então pertencentes à União Africana, 26 eram membros duais em blocos regionais; 20 partici-pavam em três organizações; a República Democrática do Congo, estava presente em quatro RECs; e emblemática exceção à regra, somente seis nações atinham-se a uma só entidade (NDOMO, 2009:9, Ver também UNCTAD, 2009).

Como é possível perceber, todas as entidades regionais africanas interagem umas com as outras, ignorando sole-nemente a condição de serem RECs ou blocos adjuntos. Nesta rede formatada num emaranhado complexo, fica evidente a participação dos países em entidades regio-nais diferentes, justapondo-se uns aos outros, colocando--se numa contiguidade tal que dificilmente poderíamos prescindir da sugestiva terminologia tigela de spaghetti, cunhada por Richard BALDWIN (2006). Nesta interpene-tração, nos vínculos diversificados que atam países distin-tos, é que temos a fruição garantidora do regime multilate-ral, movimento que transcende conceituações demasiado rígidas, superadas pelo movimento real das sociedades.

Por fim, nesta compilação os principais dados dos RECs e das entidades adjuntas estão tabulados discriminando a denominação oficial e seu acrônimo; o ano de fundação e a cidade-sede; línguas oficiais das entidades (idioma de tra-

balho); marco fundante e metas; países-membros (número e elenco nominal); recortes demográficos (população total de cada conjunto e sua porcentagem na demografia africa-na); totais do PNB (de cada órgão e seu peso porcentual na África); e finalmente, o PNB per capita (Tabelas 1, 2, 3 e 4).

Planilhas Demográficas: Adotou-se como base de dados os tabelas geradas pela Divisão de Demografia do Depar-tamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU (Po-pulation Division da United Nations Department of Eco-nomic and Social Affairs: UNDESA), disponível no World Population Prospects: The 2010 Revision. Relativamente à África, compilando-se os dados país por país chegamos a 1,022.234 bilhão de habitantes para o ano de 2010. Deste total, 821.275.000 correspondiam à população dos países situados ao Sul do Saara - qual seja: a África Negra - por-ção que reúne 80,34% da população total do continente.

Quanto às entidades regionais, não obstante seu quan-tum demográfico ocupar lugar de destaque nas ava-liações mercadológicas, sociométricas, econômicas e geopolíticas, há que se considerar a grande assimetria populacional existente no interior destes espaços. Por exemplo, no plano da ECOWAS a expressão demográfica do conjunto - correspondendo a 29,43% do total da po-pulação africana - decorre da expressividade inconteste do contingente populacional nigeriano. Isoladamente, a Nigéria perfaz 52,7% da população de todos os países membros da ECOWAS e a 15,49% de todos os africanos.

Pari passu, verifica-se a existência de países com po-pulação escassa e/ou rarefeita. Este seria o caso das Seychelles, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Como-ros, Guiné Equatorial, Djibuti, todos reunindo menos de um milhão de habitantes. Essa variável, juntamente com a predominância dos baixos rendimentos, explicaria um modesto potencial da população local como mercado de uma indústria de bens de consumo de massa . Mas qual massa? Uma conclusão não permite calar: a inser-ção regional deve levar em consideração modalidades

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adequadas de iniciativa econômica, passíveis de pavi-mentar o caminho da cooperação consorciando voca-ções heterogêneas junto à divisão regional do trabalho.

Base Cartográfica: Embora a aferição estatística cons-titua de modo cabal, a razão de ser do trabalho ora em discussão, não há como dispensar suporte cartográfico. Afinal, como lembra o geógrafo Milton Santos, o espaço está longe de constituir uma esfera inerte na vida do ho-mem em sociedade. Ao contrário, a dimensão espacial constitui simultaneamente um fator, um fato e uma ins-tância social (SANTOS, 1978: 130). Pois então, eis que temos um arrolamento de três variáveis que em sinergia com outras declinações, facilmente denunciam a dinâ-mica da regionalização na África. Respondendo a uma multitude de impulsos - várias vezes reportando a uma origem forânea - as sociedades africanas são diuturna-mente arrebanhadas pelos fluxos de processos de inte-gração que açambarcam vastas parcelas do continente.

Nesta linha de argumentação, optou-se por integrar à compilação três mapas julgados indispensáveis, to-dos acatando a projeção de Peters . O primeiro deles é o mapa político atualizado do continente (Figura 1), que exibe 54 países soberanos em 2012 . Entretanto, sublinhe-se que estes poderiam ser 55. Há o espinhoso contencioso do Saara Ocidental, país ocupado pelo Mar-rocos, mas que ainda assim é um Estado reconhecido pela maior parte dos governos africanos . Dito de outro modo: divisamos um Estado de jure que apesar disso, por conta da ocupação por tropas estrangeiras, não lhe é facultada plena existência de facto (BESENYÖ, 2009; WALDMAN et SERRANO, 2007:103, 112, 244/245).

Aliás, contestando um senso comum a respeito do fim do colonialismo no continente, a existência de administrações estrangeiras persiste junto ao que alguns comentaristas classificam como “relíquias do colonialismo”: pequenos ilhéus, fortins, arquipélagos e promontórios onde ainda tremula a bandeira européia (Figura 2). Mas, o exotismo que se pretende alocar a estas dependências não resis-te a uma análise mais séria. Na prática, estes territórios não soberanos são reveladores de uma weltpolitik que não deixou de existir, mesmo tendo-se em mente o dobre

de finados do domínio colonial direto na maior parte do continente. Um arrazoado que inspira cautela e cuidados.

Last, but not least, dirigimos algumas palavras para o mapa da Divisão Regional da África. Seguramente, é uma peça cartográfica icônica em razão da sua filiação com o regionalismo. Independentemente de nos dias atuais os blocos regionais terem borrado as fronteiras deste mapa, sua presença se mantém no imaginário espacial africa-no. Resultante de idéia engendrada no seio da Comissão Econômica para a África da ONU (CEA), a proposta foi aprovada pela OUA em 1976. Originalmente, as regiões eram quatro: África Setentrional, Ocidental, Central e Oriental-Austral, esta última mais tarde desdobrando-se em duas jurisdições específicas (ADEDEJI, 2010: 490).

Pressupondo uma estratégia “etapista”, a intenção da CEA era consolidar um entendimento regional do espaço africano habilitado a calçar a cooperação multilateral com vistas ao estabelecimento de uma comunidade econômi-ca num espectro continental. Com o fim da OUA em 2002, as chamadas cinco regiões foram revalidadas pela UA , postura também adotada pela NEPAD. Para ambas as ins-tituições, o critério das cinco regiões funciona como marco de circunscrição territorial, espaço político e administrati-vo, moldura de gerenciamento espacial e eixo para propo-sições de ordem econômica para o continente (Figura 3).

Parâmetros do Produto Nacional Bruto (PNB): No geral, a literatura econômica trabalha com uma das três fontes que seguem: os relatórios gerados pelo World Bank - WB (Banco Mundial), pelo International Monetary Fund - IMF (Fundo Monetário Internacional) e finalmente pelo The World Factbook . Adotou-se como parâmetro o World Development Indicators, pesquisa elaborada pelo Banco Mundial que em tese compreende os 193 países membros da ONU . Visando atender aos objetivos pro-postos por este texto, o parâmetro adotado foi o Produto Nacional Bruto (Gross Domestic Product - GDP), balizado pelo indexador Paridade do Poder de Compra (PPC), que mensura a capacidade de compra de determinada moe-da em termos internacionais. Portanto, precisando ana-logias e diferenças em termos de prosperidade material.

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O PPC, também conhecido como Purchaisin Power Pa-rity (PPP, ou ainda Paridade do Poder Aquisitivo: PPA), configura metodologia alternativa à taxa de câmbio para o cálculo do potencial de compra das diversas economias nacionais. A PPC indica o numerário necessário para ad-quirir idênticos bens e serviços em diferentes nações. No geral, adota como moeda de referência o dólar norte-ame-ricano (US$). Tal metodologia faz sentido em vista de que os preços dos bens e serviços não só diferirem de um país para outro, como implicam, para serem adquiridos, numa carga de esforços diferente de uma nação para outra. A partir deste elenco de ressalvas, chega-se à noção de Produto Nacional Bruto Real (PNB Real), referência in-dispensável num contexto global integrado em grau cres-cente por fluxos financeiros e econômicos de todo tipo .

Consecutivamente, as planilhas relativas ao ano de 2010 informam um PNB Global da ordem de US$ 76,287.673 trilhões e um GDP continental africano de US$ 3,025.969 trilhões , cifra que se traduz em 3,97% da riqueza pla-netária. Neste particular, seria pertinente recordar que a contabilidade do PNB mantém estreito relacionamento com uma política de precificação e uma arquitetura de poder econômico cujas prerrogativas se materializam em diferentes escalas do espaço econômico: local, na-cional, regional e global. A partir deste prisma, note-se, em conformidade com a advertência pautada pelo eco-nomista Joan Martinez ALIER, que o magnífico volume de mercadorias exportadas pela África, não encontra cor-respondência na remuneração por estes produtos. Daí que entender a economia africana pressupõe, em pri-meiríssimo lugar, não confundir preço e valor (2005:304).

Lado a lado com estas considerações de âmbito geral, impõe-se a advertência de que uma tabulação de da-dos reporta ao universo das informações brutas e das médias estatísticas, propensão essa condizente com um trabalho cujo objetivo manifesto é revelar um retra-to sistematizado dos blocos regionais africanos. Por isso mesmo, várias nuanças acabam diluídas nas tabulações, que abstraem conclusões que de outra sorte, ficariam realçadas noutras formas de exposição dos números.

Nesta ordem de considerações, um alerta indispensá-

vel estaria dirigido à questão da concentração da rique-za continental num reduzido pool de nações mais ricas. Basta esclarecer que as doze primeiras economias no ranking africano perfazem US$ 2,477.064 trilhões. Isto é: 81,8% do PNB continental, sendo que à República da África do Sul cabem 17,32% deste total. Outras inferên-cias podem surgir da comparação do PNB das nações mais bem aquinhoadas com os próprios blocos regionais. A contabilização dos dados expostos nesta compilação explicita, por exemplo, que a Argélia tem sob seu controle 45,36% do PNB da UMA. Ademais, por si só a economia dessa nação se iguala à do IGAD e supera a CEEAC. Mais exemplos: Angola detém 41,03% do PNB da CE-EAC; a Nigéria controla 63,52% do PNB da ECOWAS; as duas economias mais influentes da EAC - Tanzânia e Quênia - correspondem a 68,9% da riqueza regional; Quanto à África do Sul, seu quinhão no tocante à SACU chega a 99,88% do total (Base de dados: Tabela 5).

Certo é que esses números solicitam reparos. Sobrema-neira em vista da rapidez com que na África se processam as mudanças no plano econômico. Reconhecidamente, trata-se de um continente onde os indicadores se alteram celeremente. A volatilidade dos levantamentos é patente quando se verifica que para o ano de 2012, estimativas do Fundo Monetário Internacional projetam que o PNB angolano ultrapassará o do Marrocos, posicionando-se, pois como a 5ª economia do continente. Por sua vez a Nigéria tendencialmente passaria a ocupar a 2ª posição. Para além das economias mais poderosas, existem pis-tas que permitem entender que o novo alento que ati-ça a economia continental, não é privilégio de um seleto grupo de nações. No que constitui exemplo das poten-cialidades africanas, cinco países com notável expansão econômica - Ruanda, Serra Leoa, Etiópia, Moçambi-que e Mali - presenciaram em passado recente graves conflitos políticos internos (Cf. WALDMAN, 2012d: 22).

São fatos como estes que demonstram os limites das fotografias do real. Fatos com este pendor também exaltam as potencialidades que a sociedade africa-na tem incansavelmente se empenhado em retomar.

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Indicadores de uma África substantiva e real: pistas que apenas o conhecimento dos processos pode oferecer.

Disponível aos que estudam. Disponível aos que acreditam. Disponível aos que querem mudar.

FIGURA 1 - MAPA DA DIVISÃO POLÍTICA DA ÁFRICA EM 2012(Elaboração cartográfica de Maurício Waldman, com base na projeção de Peters. Escala 1: 53.125.000)

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FIGURA 2 - MAPA DOS TERRITÓRIOS NÃO SOBERANOS EM ÁFRICA NO ANO DE 2012(Elaboração cartográfica de Maurício Waldman, com base na projeção de Peters. Escala 1:

53.125.000) 17

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FIGURA 3 - MAPA DA DIVISÃO REGIONAL DA ÁFRICAENDOSSADO PELA ORGANIZAÇÃO DA UNIDADE AFRICANA E POSTERIORMENTE DA UNIÃO

AFRICANA(Elaboração cartográfica de Maurício Waldman, com base na projeção de Peters. Escala 1: 53.125.000)18

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DIAGRAMA 1 - A SOBREPOSIÇÃO DOS ESTADOS AFRICANOS EM DIFERENTES ENTIDADES REGIONAIS

(FONTE: UNCTAD, 2009:12)

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TABELA 1 - BLOCOS ECONÔMICOS REGIONAIS & ENTIDADES ADJUNTAS

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TABELA 2 - EIGHT REGIONAL ECONOMIC COMMUNITIES (RECs)

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TABELA 3 - OITO ORGANISMOS ADJUNTOS

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TABELA 4 - ENTIDADE ADJUNTA COM RECORTE HIDROGRÁFICO

TABELA 5 - AS DOZE PRINCIPAIS ECONOMIAS AFRICANAS EM 2010

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ADEDEJI, Adebayo. Capítulo 14: Estratégias comparadas de descolonização econômica. Volume VIII: África desde 1935, in História Geral da África, pp. 472-516. Brasília (DF): UNESCO, SECAD/MEC, UFSCAR. 2010;

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LIVROS E CAPÍTULOS DE LIVROS

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DÖPCKE, Wolfgang. O Encontro Estratégico: a União Africana, o Plano NEPAD e o Novo Discurso Internacional. Paper apresentado no Colóquio sobre as Relações Brasil-África, 05-12-2002, Instituto Rio Branco. Anais, páginas 143-184. Ministério das Relações Exteriores (MRE)/Instituto de Pesquisas em Relações Internacionais (IPRI)/ Instituto Rio Branco (IRBr)/ Fundação Alexandre de Gusmão. 2002;

MOURÃO, Fernando Augusto Albuquerque. Intenções e Concretudes. Texto apresentado na V Conferência Na-cional de Política Externa e Política Internacional - IPRI, Rio de Janeiro (RJ). 28 e 29 de Outubro de 2010a;

_________. África no Sistema Internacional. Texto apresentado em Conferência no I Curso para Diplomatas Africanos - IPRI. Rio de Janeiro (RJ), 05-30/06-2010b;

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Maurício Waldman é pesquisador africanista e colaborador do Centro de Estudos Africanos da USP. Atua como colunista per-manente da Revista Brasil - Angola Magazine e como consul-tor internacional ad-hoc da Câmara de Comércio Afro-Brasileira (Afrochamber). É Doutor em Geografia pela USP e Pós-Doutor pelo Instituto de Geociências da UNICAMP. Atualmente desen-volve o segundo Pós Doutoramento na USP, no campo das Rela-ções Internacionais (RI). A Investigação tem Angola como foco e interface com o multilateralismo e os recursos hídricos. A pesqui-sa é financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e conta com a supervisão do Professor Livre Docente Fernando Augusto Albuquerque Mourão. Waldman é autor de muitos artigos e livros, dentre os quais Memória D’ Áfri-ca - A temática africana em sala de aula (Cortez Editora, 2007).E-mail: [email protected]: www.mw.pro.br

Maurício Waldman

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WALDMAN, Maurício. Blocos Regionais Africanos: Compilação Estatística Essencial, Ano-Base 2010. Levantamento técnico de subsídio para a pesquisa O Papel de Angola na África Centro-Meridional: Recursos Hídricos, Coopera-ção Regional e Dinâmicas Socioambientais (Pós-Doutorado FFLCH-USP com financiamento FAPESP). Documento técnico endossado e divulgado pelo Centro de Estudos Africanos da USP (CEA-USP), Câmara de Comércio Afro--Brasileira (AFRO-CHAMBER) e Revista Brasil-Angola Magazine. São Paulo (SP): Novembro de 2012.

NOTAS

1 Compreendendo Botswana, Lesotho, Namíbia, Swazilândia (BLNS) e a África do Sul, a SACU é a mais antiga união alfandegária em funcionamento no mundo. Foi fundada em 1910 sob tutela da administração colonial britânica, mantendo-se até a atualidade. 2 Muitos relatórios que vieram à luz na esteira das formas ditas modernas de produção econômica na África prog-nosticavam uma era de escassez de água e de conflitos direcionados à posse do líquido. 3 Esta observação importa por questionar uma imagem difusa que imputa à África, as mazelas da superpopulação. Para Pierre KIPRÉ, dentre os fatores que justificam a fragilidade do desenvolvimento industrial em muitas partes do continente, está “o fraco nível de integração das empresas industriais a um mercado que o subpovoamento e a modi-cidade geral das rendas restringem consideravelmente” (2011: 450). 4 A Projeção de Peters recupera imageticamente uma representação mais próxima do real no referente às dimen-sões dos continentes. A África é uma quarta parte das terras emersas do Planeta, mas nem sempre sua magnitude territorial transparece nos mapas. Na Projeção de Mercator, o continente chega a ser superado em dimensões pela Groenlândia, ilha que é dez vezes menor do que a África. Disto decorre o prestígio da Projeção de Peters entre os estudiosos da África (Cf. WALDMAN et SERRANO, 2007: 38-40).5 Em 2011, o Sudão do Sul tornou-se o 54º Estado soberano da África.6 Em 1984, em virtude da admissão do Saara Ocidental na OUA, o Marrocos deixou a entidade, atitude reiterada quanto à União Africana, que reconheceu o governo da RASD (República Árabe Saarauí Democrática) como repre-sentante legítimo do território e membro pleno da organização.7 Embora mantendo o esquema das cinco grandes regiões continentais, a UA acrescentou ao modelo uma sexta região, constituída pelas diásporas africanas decorrentes do tráfico negreiro e das migrações contemporâneas (apud MBOKOLO, 2012: 708).8 Também conhecido como CIA World Factbook, tal base de dados é gerada pela Central Intelligence Agency of the United States - CIA, que coleta e disponibiliza informações sobre a comunidade internacional de nações em publica-ção estilo almanaque, acessível pela Internet ou por brochura impressa.9 A edição 2011 do World Development Indicators inclui dados de 180 dos 193 países membros da ONU. That is to say, 93,26% do total. Contudo, este hiato não compromete a qualificação técnica do material. Falhas com este viés, quase sempre decorrem da dificuldade em prospectar dados em territórios como ilhas oceânicas e países carentes de quadros burocráticos, caracterizados por inexpressiva interação econômica com a economia global. 10 Nesse sentido o PNB Real (ou Gross Domestic Product: PPP), diferencia-se do PNB nominal pelo fato desse últi-mo dizer respeito a valores calculados a preços correntes.11 O levantamento do World Bank abrange 178 países independentes, e as duas Regiões Administrativas Especiais da República Popular da China (RPC), Macau e Hong-Kong, tratadas em separado na pesquisa. Por sua vez, entida-des políticas cuja legitimidade é tida como nebulosa - República Turca do Norte de Chipre, Transdinéstria, Abkhazia e Ossétia do Sul - não estão incluídas nas estatísticas.12 As planilhas do Banco Mundial para 2010 não incluem a Somália e o Zimbabwe. No caso da Tanzânia, os valores indexados são os da parte continental do país (ou seja, correspondendo à extensão da antiga Tanganica. O critério exclui as ilhas de Pemba e Zanzibar, parte da Federação da Tanzânia). Quanto ao Saara Ocidental, o PNB do territó-rio foi incluído no cálculo do PNB marroquino. Em resumo: os números apresentados se referem a 52 dos 54 Estados africanos soberanos e a 52 dos 55 reconhecidos de jure.28

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13 Para o mesmo ano de 2010, o PNB nominal da África foi de US$ 1,681.756 Trilhão.14 Paralelamente às línguas oficiais, outras línguas de trabalho são eventualmente utilizadas. Outrossim, muitos sites são apresentados numa única língua internacional, particularmente a dominante em âmbito regional, quase sempre o inglês ou francês.15 Info: Secretariado da UNCTAD - United Nations Conference on Trade and Development, in UNCTAD, 2009:10.16 Além da imprensa especializada, informação recente relativa a variada gama de assuntos pode ser acessada em Sites institucionais dos RECs e de outras instituições multilaterais: BCEAO/CBWAS: http://www.pageinsider.com/bce-ao.int; BEAC: http://www.beac.int/; BDEAC: http://www.bdeac.org/; BOAD: http://www.boad.org/; CEEAC: http://www.ceeac-eccas.org/; CEPGL: http://41.186.5.236/footer/mentions-legales.html; CEMAC: http://www.cemac.int/; CEN--SAD: http://www.uneca.org/cen-sad/index.htm; COMESA: http://www.comesa.int/; EAC: http://www.eac.int/; ECO-WAS: http://www.ecowas.int/; IGAD: http://www.igadregion.org/intergovernmental-authority-on-development/; IOC: http://www.coi-ioc.org/; MRU: http://manoriveruniononline.org/programs.html; NBI: http://www.nilebasin.org/newsite/; SACU: http://www.sacu.int/; SADC: www.sadc.int; UEMOA: http://www.uemoa.int/Pages/Home.aspx; UMA: http://www.maghrebarabe.org/en .17 Dados e porcentagens compilados pelo autor a partir das planilhas da UNDESA 2011.18 Dados e porcentagens compilados pelo autor a partir das planilhas do Banco Mundial 2011.19 Cálculo do autor a partir de base de dados UNDESA, 2011 e WORLD BANK, 2011, ambos relativos ao ano de 2010.20 Estatutariamente, o inglês é o único idioma oficial. Todavia, o kiswahili, bastante difundido em todos os países da EAC, é reconhecido como língua franca regional.21 A Mauritânia - membro fundador da ECOWAS - retirou-se da organização em 1999.22 Também conhecida pelo acrônimo em língua inglesa ECCAS: Economic Community of Central African States, muito frequente na literatura macro-econômica.23 A despeito de ser língua de trabalho do IGAD, não se faz uso de acrônimo em francês para a entidade. Comumen-te, os francófonos recorrem à sigla inglesa IGAD.24 A partir da Cúpula do IGAD de 2002 realizada em Kartum, o árabe foi aceito como língua de trabalho (IGAD, 2002:7).25 Apesar de tanto o francês e quanto o português serem línguas de trabalho do COMESA, não se faz uso de acrôni-mo próprio nessas duas línguas. COMESA é sigla rotineira em todas as manifestações e documentos da entidade.26 CEN-SAD é acrônimo comum a todos os demais idiomas de trabalho da instituição.27 Paralelamente às línguas oficiais, outras línguas de trabalho são eventualmente utilizadas. Muitos sites são, con-tudo apresentados numa única língua, particularmente em inglês e em francês.28 Info: Sites institucionais e imprensa especializada. Ver Sites institucionais dos RECs e de outras instituições multi-laterais, idem nota de fim número 10.29 Info: Sites institucionais e imprensa especializada. Ibidem.30 Dados e porcentagens compilados pelo autor a partir das planilhas da UNDESA 2011.31 Dados e porcentagens compilados pelo autor a partir das planilhas do Banco Mundial 2011.32 Cálculo do autor a partir de base de dados UNDESA, 2011 e WORLD BANK, 2011, ambos relativos ao ano de 2010.33 A organização é também conhecida pelo acrônimo em língua inglesa ECGLC: Economic Community of Great Lakes Countries.34 Em função da turbulência política que sacudiu os três países membros, a CEPGL ficou inoperante durante anos. A entidade foi relançada em 2007 pela Bélgica e pela International Conference for the Great Lakes Region.35 A denominação da entidade é referência ao Rio Mano, que nasce nas terras altas da Guiné e demarca as frontei-ras da Libéria e Serra Leoa.

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36 Em função da turbulência política que sacudiu os países membros, a partir dos anos noventa, a CEPGL ficou ino-perante. Em 2004, no bojo da pacificação da região, reunião de cúpula de chefes de Estado reativou a organização.37 Originalmente a organização reunia a Libéria e Serra Leoa. No ano de 1980, tem-se o ingresso da Guiné Conacry na MRU, seguida da Costa do Marfim em 2008.38 Reunião é um Departamento Francês de Ultramar. O COI é a única entidade regional da África onde um Estado europeu possui assento. 39 No caso específico do COI, o cálculo da população da entidade assim como sua porcentagem no conjunto da demografia africana, levou em consideração os números referentes à Ilha de Reunião, Departamento Ultramarino da França. 40 No caso específico do COI, os dados macroeconômicos do PNB da entidade assim como a porcentagem corres-pondente no conjunto do continente, levaram em consideração os números referentes à Ilha de Reunião.41 O CMA é uma política monetária integrada à estratégia da SACU.42 Botswana é o único país membro da SACU que não integra a CMA.43 Entidade ligada à área do Franco CFA, no caso, o franco CFA central: XAF.44 No mais, a cobertura geográfica do bloco se confunde com a área de atuação do BEAC - Banque Centrale des Etats de l’Afrique Centrale e do BDCEA - Banque de Développement des Etats de l’Afrique Centrale, congêneres respectivamente do BCEAO e do BOAD, instituições financeiras atuantes na África Ocidental.45 Entidade ligada à área do Franco CFA, no caso, o franco CFA ocidental: XOF.46 A organização é também conhecida pelo acrônimo em língua inglesa WAEMU: West African Economic and Mone-tary Union. No mais, a cobertura geográfica do bloco se confunde com a área de atuação do BCEAO - Banque Cen-trale des Etats de l’Afrique de l’Ouest (ou em língua inglesa, CBWAS - Central Bank of West African States), assim como com o BOAD - Banque Ouest Africaine de Développement. 47 País de língua oficial portuguesa e único no bloco regional não incorporado à área da francofonia.48 Trata-se de iniciativa que une os países anglófonos da ECOWAS e a Guiné - que é francófona - com vistas a uma moeda comum, o ECO.49 Info: Sites institucionais e imprensa especializada. Ibidem. 50 Info: Sites institucionais e imprensa especializada. Ibidem.51 Dados e porcentagens compilados pelo autor a partir das planilhas da UNDESA 2011.52 Dados e porcentagens compilados pelo autor a partir das planilhas do Banco Mundial 2011.53 Cálculo do autor a partir de base de dados UNDESA, 2011 e WORLD BANK, 2011, ambos relativos ao ano de 2010.54 Entebbe, ao contrário do que julga o senso comum, não se refere exclusivamente ao aeroporto de Kampala, alvo do raid israelense de 1976 de resgate dos reféns do vôo Air France 139. Entebbe é uma cidade situada às margens do Lago Vitória, a pouco menos de quarenta quilômetros de Kampala, a atual capital ugandense. No passado, Enteb-be foi a sede da administração britânica em Uganda.55 A Eritréia participa na condição de observador.

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AUDIÊNCIA PÚBLICA: DEBATE PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO RACIAIS NA CÂMARA DOS DEPUTADOS

A partir da esquerda o Jornalista Antonio Lucio (Vice-Presidente da Afrochamber), deputado Damião Feliciano (PDT-PB) e a presidente da Secretaria Nacional do Movimento Negro do PDT, Dra. Edialeda Salgado do Nascimento (Foto Ivaney Fonseca)

DESTAQUES da Palestra proferida pelo Jornalista Antonio Lucio, na Audiência Pública da COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES e de DEFESA NACIONAL da CÂMARA DOS DEPUTADOS, em Brasília, no dia 11 de Agosto de 2009

(1) “Existe uma história da comunidade negra sem o Brasil,o que não existe é uma história do Brasil sem o negro.”

(2) (...) “Quero deixar bem claro que a assinatura deste ato, é tão significativa como a mudança da ca-pital brasileira para o Planalto Central, Brasília, pois o nosso espírito democrático não tolera qualquer po-lítica que tenha por objetivo discriminar o ser huma-no, de qualquer raça ou cor”. E assim justificava em 1961 o ex-presidente da República, Juscelino Kubits-check sobre a contribuição africana para a constitui-ção de um espírito nacional:> (...) orgulhamo-nos de agora proclamar isto, do muito que devemos aos que vieram um dia da África para participar do engran-

decimento deste país. Reconhecemos a contribuição do sangue negro para a formação do povo brasileiro. Temos de agradecer aos africanos não somente o imenso trabalho e energias empregados na agricul-tura, indústria e em todo um esforço criador da eco-nomia brasileira, mas, também, a incalculável contri-buição que trouxeram à arte, pintura e na formação do nosso espírito. Nossa dívida com os oriundos da região africana e cujos descendentes são nossos ir-mãos patrícios iguais aos de qualquer outra cor ou de origem, durará enquanto durar o povo brasileiro”.

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(3) (...) Apenas para nos cingirmos a parte do perí-odo entre os anos 45 e 70, para encerrar, somente a história e os bons de memória política neste país haverão de se lembrar da importância histórica das presenças pessoais, em períodos distintos, do Presi-dente João Goulart, em 1963 e do Presidente Emílio Garrastazu Médici, em 1972, em São Paulo, trazidos a capital paulista pelo Club 220, para se confrater-nizar com a comunidade negra, fazer declarações importantes e agir contrariamente ao recomendado

pela segurança presidencial, conforme noticiou a im-prensa brasileira nas respectivas épocas, que pela maldade a arma dos incompetentes que é a inveja, nunca mereceram a devida atenção das “entidades marginais” ou dos “pesquisadores e historiadores”, que sempre preferiram esconder uma realidade nos-sa dos olhos dos que tem a responsabilidade com o passado e o futuro da comunidade negra para que não continuem agindo como verdadeiras Cacatu-as na repetição da maledicência e de inverdades.

(4) (...) Em 28 de junho de 1991, durante palestra que realizei no 2o Encontro Catarinense de Lide-ranças Negras, realizado na Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina, lembrei aos presen-tes que o preconceito e a discriminação racial não é somente contra afro-brasileiros, pelos senhores de “punho rendado” do Itamaratí, também se executa contra os nossos irmãos diplomatas de países afri-canos acreditados junto ao governo brasileiro, que durante um certo período se posicionaram contra este estado de coisas, cuja preocupação levaram ao ex-deputado federal Adalberto Camargo, presi-dente da Sub-Comissão de Relações Exteriores, por ele instituída a duras penas nesta Casa, onde exer-ceu quatro mandatos consecutivos e destaquei:> O constrangimento e a decepção dos diplomatas afri-canos acreditados junto ao governo brasileiro, em relação a política preconceituosa e desrespeitosa adotada pelo Itamarati com o Continente Negro, dei-xou de ser objeto de comentários restritos a reuniões sociais ou alguns setores da Casa de Rio Branco, para ganhar as páginas dos jornais com as manifes-

tações contundentes do ex-Embaixador da Repúbli-ca Federal da Nigéria, Patrick Dele Cole, do atual embaixador da República de Gana, Michael Charles Kwani Hamenoo e do atual embaixador da Repúbli-ca do Cameroun, Martin Mbarga Nguele, que de for-ma clara e de modo a não deixar qualquer dúvida, expuseram seus pensamentos sobre a displicência e a latente falta de respeito da diplomacia brasilei-ra, em relação aos diplomatas dos países da África. As manifestações encontraram eco junto ao Ita-marati e desde aquela época já é pensamento do governo brasileiro, mudar radicalmente a sua política externa em relação ao Continente Afri-cano, dando maior dimensão e atenção aos pro-blemas comuns de países terceiro-mundistas. Com o manifesto interesse do governo brasileiro de nos dias de hoje executar uma política de maior aproximação com os países do Continente Africano visando um incremento das relações com os irmãos africanos, espera-se que o preconceito diplomático e a discriminação tenham finalmente sido abolidos.

(5) (...) Parafraseando um dos ícones do chamado Movimento Negro Brasileiro, Abdias Nascimento, no alto dos seus 95 anos bem vividos, de luta e de de-terminação para se atingir os objetivos maiores da nossa raça, lembro que:> vivemos num país que se acostumou achar que negros bons são aqueles que conhecem o “seu” lugar, que é o da submissão e o da inferioridade. Mas eu estou aqui justamen-te para tentar subverter essa visão. Para mostrar que a construção de um Brasil moderno, justo, de-mocrático, que não tenha de se envergonhar to-dos os dias perante o mundo com as imagens de violência, miséria e discriminação divulgadas pelos veículos de comunicação, passa necessariamente pelo fim do racismo e do preconceito que se abatem sobre seus filhos de ascendência africana. Nessa luta sem tréguas enfrentando inimigos quase sem-pre ocultos sob os véus da hipocrisia e do paterna-

lismo, é com alento que vemos hoje manifestações como as do atual Presidente da República – ainda que seja lembrado, por suas atitudes racistas do passado – infelizmente, desconhecidas ou desva-lorizadas pela maioria daqueles que se dizem seus seguidores. O que mostra que ainda é muito árdua a luta que temos pela frente; mas também que, fe-lizmente, já dispomos de aliados nos mais altos escalões governamentais e empresariais do País. Somente a imbecilidade, fará com que o atu-al Presidente da República, não entre para a his-tória como a maior autoridade brasileira que deu visibilidade política e administrativa para a co-munidade negra. Faço esta observação, despren-dido de qualquer sentimento político ou partidário, pois até esta data ainda não me posicionei quan-to a uma possível filiação a qualquer grei políti-ca deste Brasil, brasileiro de quase todos nós.

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