boas festas de natal e feliz ano novo - jornal o açoriano · o açoriano mensagem de natal e ano...

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ANO 9 Nº77 DEZEMBRO DE 2014 Director: Mário Carvalho Boas Festas de Natal e F eliz Ano Novo

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director: mário Carvalho

Boas Festas de Natale Feliz Ano Novo

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O Açoriano2

Feliz NatalEDIÇÕES MAR

4231-B, Boul. St-LaurentMontréal, Québec

H2W 1Z4

Tel.: (514) 284-1813Fax: (514) 284-6150

[email protected]

PRESIDENTE: Sandy Martins

VICE-PRESIDENTE: Nancy Martins

DIRECTOR: Mario Carvalho

DIRECTOR ADJUNTO: Antero Branco

REDACÇÃO: Sandy Martins

COLABORADORES: Debby MartinsMaria Calisto

Natércia Rodrigues

CORRESPONDENTES:Edite MiguelJorge Rocha

Roberto Medeiros

INFOGRAFIA: Sylvio Martins

CORRECTORORTOGRáFICOElisa Rodrigues

Envie o seu pedido para ser

AssinanteO Açoriano

4231-B, Bl. St-LaurentMontréal, Québec

H2W 1Z4

O Açoriano Mensagem de Natal e Ano Novo Um momento doce e cheio de significado para

as nossas vidas. É tempo de repensar valores, de ponderar sobre a vida e tudo que a cerca. É mo-mento de deixar nascer essa criança pura, ino-cente e cheia de esperança que mora dentro de nossos corações. É sempre tempo de contemplar aquele menino pobre, que nasceu numa manje-doura, para nos fazer entender que o ser humano vale por aquilo que é e faz, e nunca por aquilo que possui.Noite cristã, onde a alegria invade nossos cora-

ções trazendo a paz e a harmonia.

O Natal é um dia festivo e espero que o seu olhar possa estar voltado para uma festa maior, a festa do nascimento de Cristo dentro de seu cora-ção. Que neste Natal sintam mais forte, o signifi-cado da palavra amor, que traga raios de luz que iluminem os vossos caminhos e transformem o vossos corações a cada dia, fazendo que vocês vivam sempre com muita felicidade.Também é tempo de refazer planos, reconside-

rar os equívocos e retomar o caminho para uma

vida cada vez mais feliz. Teremos outras 365 novas oportunidades de dizer à vida, que de fato queremos ser plenamente felizes. Que queremos viver cada dia, cada hora e cada minuto em sua plenitude, como se fos-se o último. Que queremos renovação e buscaremos os grandes milagres da vida a cada instante.Neste Natal, eu desejo que em cada olhar as pessoas

sintam mais alegria nos amigos, nos irmãos; em cada gesto, mais esperança; em cada encontro, mais amor, amizade, bondade, compreensão, ternura, carinho e, sobretudo, mais perdão e menos rancor; em cada sorri-so, mais sonhos realizados... e que todos possam ver e

sentir a luz que iluminará nossos caminhos, neste novo ano que se aproxima.Todo Ano Novo é hora de renascer, de florescer, de

viver de novo. Aproveite este ano que está chegando para realizar todos os seus sonhos!Não é proibido sonhar, proibido é viver sem sonhos!Melhor do que todos os presentes por baixo da árvore

de natal é a presença de uma família feliz.A famila acoriana deseja a todos, Feliz Natal e um

próspero Ano Novo!

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3O Açoriano

Bom Ano Novo

Mário Carvalho

Haja Saúde meu velho

Quando a alma está de luto e o coração chora a saudade, o olhar vive na tristeza e o corpo isola-se na solidão! Esperemos que o próximo ano seja melhor!Haja saúde, física e mental, para viver e

sentir a magia do natal, conviver com a fa-mília ou entre amigos, infelizmente, muitos passam sozinhos, por opção ou pela própria condição; outros porque estão enfrentando momentos difíceis, seja por uma separação recente, por dificuldades financeiras, ou ainda, enfrentando a dor de uma perda ou com pessoas queridas numa cama de hos-pital ou então fechados numa prisão. Sabe-mos que nesta época do ano ficamos mais sensíveis e tudo que nos acontece parece deixar nossas emoções à flor da pele, onde sentimos tudo com mais intensidade e a dor parece doer ainda mais. O mês de dezembro também é aquele

que termina o ano, é mais um que acaba na esperança que o novo seja melhor! A vida ocorre em ciclos. Nós somos a melhor prova desse sistema fascinante que permite a continuidade de todos os seres vivos no planeta. A gestação humana é um ciclo fan-tástico que começa no nascimento. A nossa vida é uma contagem do tempo que passa por vários ciclos, infância, fase adulta e ve-lhice. Nem todos os seres vivos têm a fe-licidade de viver os três ciclos, mas todos passam por duas etapas da vida: o nasci-mento, que é quando ela começa; e a mor-te, que é quando ela se encerra, uma etapa sabemos quando começa mas outra não podemos ser testemunhas quando termina, alguém se ocupa de a gravar. É no fim que contabilizamos o tempo vi-

vido e avaliamos como foi passado.Com a perca recente da minha mãe, três

anos após a morte do meu pai, conclui que um dos ciclos da minha vida tinha termina-do e que tinha que o aceitar, porque a vida é mesmo assim. Então pus-me a avaliar a vida que os meus pais viveram, fazendo o balanço entre os bons momentos e os difí-ceis. E o balanço foi muito positivo.E porquê ? Porque criaram e deram ao

mundo sete filhos!Nunca visitaram um filho no hospital

por doença grave, muito menos na prisão, nunca souberam o que era ter um filho no mundo da droga, todos eles sempre estive-

ram presentes nas suas vidas, através do amor, nos dois sentidos, dos pais para os filhos e dos filhos para os pais. Em vida Trabalharam arduamente e fizeram muitos sacrifícios, para terem a sua própria casa e quando morreram não deixaram nenhuma divida! Nem materiais nem espirituais, por-que tudo o que Eles compraram, pagaram. A todos os filhos, familiares e amigos de-ram todo o amor que tinham para dar.Morreram felizes por terem todas as con-

tas solvidas!Mas a grande alegria que tiveram na vida

foi de não ter que viver o grande desgos-to o mais devastador na vida dos pais que é ter que assistir ao funeral de um filho(a) ou neto(a). Porque para os pais, se o filho morrer antes, todos serão devastados pela dor. Se o neto morrer, será uma experiência insuportável.Dezembro é tempo de prepa-rar e viver o Natal, um mês de, reflexão, muita correria, comida, presentes, crianças felizes com a chegada do menino Jesus. Será que não podemos parar e ir buscar

a lição que todas as situações difíceis nos trouxeram? Quando um ano termina (vida) temos tendência a nos culpar por tudo aqui-lo que não fizemos, não conseguimos, ati-tudes que não tomamos, situações que não resolvemos, nos criticamos e nos culpamos. Quando sofremos por algo ou alguém, não

conseguimos sequer raciocinar, a emoção é mais forte que a razão e sofremos cada vez mais. Por mais difícil que seja uma situa-ção, sempre deixa uma aprendizagem, uma lição de vida. Tento acima de tudo cultivar a gratidão, por tudo o que os meus pais me deram!É nos momentos difíceis que podemos

aprender, e quando aprendemos podemos agradecer, e com isso crescer e evoluir. Nem sempre temos o controlo de tudo, diante de muitas situações somos impotentes e tam-bém podemos aprender com isso. Mesmo que este Natal, não tenha na minha alma a mesma cor e luz de outros anos, o dia 25 de Dezembro não deixa de ser dia de Natal, certamente diferente, porque o vazio é tao profundo porque perdi uma grande mulher (Mãe) que foi muito importante na minha vida, mesmo que tenha outras três Mulheres na minha vida, nenhuma delas é capaz de ocupar o espaço vazio, que a perca da mi-nha mãe deixou. Nunca pensei que ela ocu-pa-se um lugar tão grande na minha vida. Desejo que o ano novo alivie todo o sofri-mento que vivo neste momento e não me deixe mais continuar a sofrer, e que seja um novo ano verdadeiramente diferente, para mim e todos aqueles que sofrem!haja Saúde, Feliz Natal e prospero ano

novo! assim desejamos! E assim será!

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O Açoriano4

Feliz NatalFaleceu Anthímio José de Azevedo 1926-2014 - No passado dia 17 de no-

vembro, Faleceu anthímio José de Azevedo, um dos maiores profissionais portugueses de meteorologia e grande divulgador da meteorologia e da física do clima. o desaparecimento de anthí-mio de azevedo deixou a meteorologia nacional de luto, e em especial o insti-tuto Português do Mar e da atmosfera onde desenvolveu uma grande parte da sua atividade profissional, e onde foi um dirigente relevante.Anthímio José de Azevedo nasceu em

Ponta Delgada, na Ilha de São Miguel, Açores, a 27 de Abril de 1926. Frequentou o Liceu Antero de Quental e a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, onde se formou em Ciências Geofísicas. Meteo-rologista de profissão, tornou-se um dos rostos mais conhecidos da televisão, tendo dado a cara pela meteorologia portuguesa na televisão pública desde 1 de Novembro de 1964 a 1967, de 1971 a 1977, e de 1981 a 1990, altura em que este serviço foi in-terrompido pela primeira vez, apesar dos protestos dos espetadores.Anthímio de Azevedo teve um extenso

percurso profissional no Serviço Metero-rológico Nacional e no Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica, predecesso-res do atual Instituto Português do Mar e da Atmosfera. Foi diretor do Serviço Me-teorológico da Guiné de 1967 a 1971 e de 1976 a 1977, neste período como perito da Organização Meteorológica Mundial, tendo coordenado a organização do novo Serviço Nacional e a formação dos seus quadros. Foi ainda Delegado Nacional ao Grupo de Códigos da Organização Meteo-rológica Mundial (1975-1990) e ao Gru-po de Meteorologia do Comité Militar da OTAN (1986-1992). O último cargo insti-tucional foi o de diretor do Serviço Regio-nal dos Açores, na sua terra de nascimento e de coração.

Ao longo da sua atividade profissional acompanha a modernização da meteorolo-gia moderna, transformada numa ativida-de essencialmente assente em observação da Terra, modelação numérica e análise. Numa entrevista dada em Setembro de 2010 considera: “Deu-se um grande salto no tempo de análise e previsão. Quando

começamos a trabalhar com análise e pre-visão por computador, com as observações das 18h TUC tínhamos a previsão, para o dia seguinte, por volta das 04h. Agora, por volta das 04hTUC, temos a previsão para 4 dias e, um pouco mais tarde, para 10 dias e a 30 níveis na atmosfera. Os coeficientes de acerto no Centro Europeu de Previsão a Médio Prazo, que pode orgulhar-se da qua-lidade das suas previsões em áreas de pre-

visão de outros centros, são de 96 % para 24 h, de 75% para o quarto dia e de 30% para o décimo dia”.Após a aposentação do serviço público

manteve intensa atividade de divulgação da previsão meteorológica, em particular na TVI entre 1992 e 1996. Dedicou-se à escrita e tradução de livros científicos, com

foco na meteorologia e climatologia e inte-resse particular pela ciclogénese, os fenó-menos de tempo adverso e a mudança cli-mática. Participou em inúmeras palestras, entrevistas e ações de divulgação, sempre disponível. anthímio de azevedo foi durante toda

a vida um apaixonado pela Meteorolo-gia, um grande comunicador e um gran-de profissional.

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5O Açoriano

Bom Ano NovoVasco Alves Cordeirovasco alves Cordeiro nasceu a 28 de

março de 1973. Passou a sua infância e adolescência na freguesia da Covoada, concelho de Ponta Delgada, no seio de uma família de lavradores e num meio essencialmente rural. Depois de cumprir o ensino básico e se-

cundário na Covoada e na cidade de Ponta Delgada, partiu para o continente, onde se licenciou, em 1995, em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.De regresso aos Açores, fez uma Pós-

-Graduação em Direito Regional, no âm-bito da parceria entre a Faculdade de Di-reito da Universidade Clássica de Lisboa e a Universidade dos Açores, no âmbito da qual apresentou a dissertação “A Dissolu-ção dos Órgãos de Governo Próprio das Regiões Autónomas” (1998).Realizou o seu estágio profissional no

Conselho Distrital dos Açores da Ordem dos Advogados, tendo apresentado a dis-sertação “Breves Notas sobre a Deontolo-gia Profissional do Advogado”.Nos Açores, exerceu Advocacia, entre

1995 e 2003, e lecionou, em regime de substituição, a disciplina de Filosofia ao 11º ano de escolaridade na Escola Secun-dária Antero de Quental, em Ponta Delga-da.Em 1996, foi eleito Deputado à Assem-

bleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, tendo assumido, na VII Legislatu-ra (2000/2003), o cargo de líder da banca-da parlamentar do PS/Açores. Enquanto deputado, foi, ainda, membro

da Comissão Especializada Permanente de Economia (1996-1997), da Comissão Especializada Permanente de Juventude e Assuntos Sociais (1997-2000), da Co-missão Eventual para a Revisão do Esta-tuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores (1996-1998) e da Comissão Eventual para a Revisão da Lei Eleitoral da Região Autónoma dos Açores.Em 2003 e 2004, desempenhou as fun-

ções executivas de Secretário Regional da Agricultura e Pescas do VIII Gover-no dos Açores. Entre 2004 e 2008, no IX Governo Regional, foi Secretário Re-gional da Presidência. Em 2008, foi o responsável pela pasta da Economia no executivo regional, funções que deixou, em abril de 2012, a seu pedido.

Enquanto Secretário Regional, esteve di-retamente envolvido em dossiers de gran-de importância para a Região Autónoma dos Açores, como a defesa do Mar perante a liberalização decidida pela União Euro-peia, o contributo da Região para o Livro Verde sobre a Política Marítima Europeia, a reestruturação dos portos dos Açores, a estabilização da operação de transpor-te marítimo de passageiros e viaturas e a renovação da nova frota da SATA Air/Açores.Nas funções executivas que desempe-

nhou granjeou, também, experiência in-ternacional ao representar os Açores em órgãos como o Comité das Regiões, a Conferência das Regiões Periféricas e Marítimas da Europa, o Congresso dos Poderes Locais e Regionais do Conselho da Europa e a Conferência dos Presidentes das Regiões Ultraperiféricas da Europa.A 1 de fevereiro de 2013 foi eleito, em

Viena, Vice-Presidente para Europa da “R20 – Regiões de Ação Climática”, orga-nização internacional sem fins lucrativos que promove a economia verde, assente na preservação do ambiente, na utilização de energias renováveis e na diminuição da emissão de gases de efeito de estufa.A 18 de maio de 2013, foi eleito, em

Paris, durante a Assembleia Geral, Vice--Presidente da Assembleia das Regiões da Europa.É membro efetivo do Comité das Re-

giões desde janeiro de 2012. Enquanto Deputado Regional do PS/

Açores, esteve ligado a diplomas estru-turantes para a Autonomia, ao integrar a Comissão Eventual para a Revisão do Estatuto Político-Administrativo da Re-gião Autónoma dos Açores e a Comissão Eventual para a Revisão da Lei Eleitoral da Região Autónoma dos Açores.Vasco Cordeiro foi, também, Deputado

Municipal em Ponta Delgada em 1997 e em 2001 e Porta-Voz da Bancada Munici-pal do PS em Ponta Delgada, entre 1998 e 2003.Ao nível local, foi eleito Vogal da As-

sembleia de Freguesia de Covoada suces-sivamente em 1997, 2001 e 2005 e desem-penhou as funções de Presidente da Mesa da Assembleia de Freguesia entre 1997 e 2001.Já a nível partidário, foi membro do Se-

cretariado Regional do Partido Socialista dos Açores desde 1997 e foi Porta-Voz entre 2000-2003. Foi Presidente da Juven-tude Socialista dos Açores, entre 1997 e 1999. Vasco Cordeiro foi eleito Presidente do

PS/Açores em janeiro de 2013.

A 8 outubro de 2011, o Secretariado Re-gional e Comissão Regional do PS/Açores escolheram, por unanimidade, Vasco Cor-deiro como o candidato do Partido Socia-lista à Presidência do Governo Regional nas eleições de outubro deste ano.Vasco Cordeiro foi eleito a 25 de setem-

bro de 2014, na cidade sueca de Umeå, Presidente da Conferência das Regiões Periféricas e Marítimas da Europa.É casado com Paula Cristina e pai de

dois filhos, Tomás, nascido em 2010, e António, nascido em 2013É Presidente do Xi Governo regional

dos açores desde 06 de novembro de 2012.

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O Açoriano6

Feliz NatalViva Rabo de PeixeFraNCiSCa rEiS

No passado sábado, 15 de Novembro o Circulo dos amigos de rabo de Peixe celebrou o 14o Convívio, na prestigiosa Sala de receção do Buffet roma.A noite iniciou-se com as boas vindas feitas pelo presiden-

te Eduardo Leite. Foram em seguida homenageados Claurencio Brum e Carlos Pereira pelos serviços e de-dicação prestados ao Circulo dos Amigos de Rabo de Peixe ao longo dos anos.Ao estimado casal que veio diretamente

da Vila de Rabo de Peixe para estar pre-sentes, foi oferecida uma placa pelo Senhor António Moniz e uma lembrança á sua es-posa Eduarda em reconhecimento pelo seu valioso contributo e participam ao longo dos anos. Estavam presentes nesta linda festa os amigos de Toronto e seu presidente Artur Macedo, também alguns amigos dos Estados Unidos acompanhados por José Sousa. O Senhor Jose Maria Cabral vindo de Rabo de Peixe veio lançar o seu livro “O conto da Vila II”.Houve vários prémios dos quais os patro-

cinadores foram a SATA , a vencedora da viagem aos Acores foi Maria Grilo de To-ronto, Estrela do Oceano, Chouriço Inc., Connie e Viriato Freitas, Quincaillerie Azores, Mercearia Sá et Fils que ofereceram uma garrafa de azeite para cada mesa e o DJ Jeff Couveia, que durante o jantar convidou todos a participar num jogo e vencedor de cada mesa, guardou a garrafa de azeite. O pré-mio de entrada foi ganho por Osvaldo de Toronto.Os nossos amigos de Toronto, desta vez, foram os vencedores da

maioria dos prémios. É sempre um prazer e alegria celebrar estes

convívios com os nossos amigos de longe e de perto.Na parte musical e animação foi convidado o David de Melo

vindo dos Estados Unidos que fez um show espetacular, e o bem conhecido da nossa comunidade DG Jeff Gouveia, que como já é costume nos fixaram dar ao pezinho até tarde.Tivemos também a participação da Marcha dos Amigos de Rabo

de Peixe, que muito bem atuaram.

Foi sem duvida uma linda festa, boa musica, boa comida e o mais importante o convívio dos amigos. Os meus parabéns ao Circulo dos Amigos de Rabo de Peixe do qual também fui cofundadora e membro da Direção durante 12 anos. A atual direção é compos-ta por: EDUARDO LEITE, OLIVIA PAIVA, DIANE BORGES, ANTONIO CALISTO, NATÉRCIA CALISTO.viva a vila de rabo de Peixe e suas gentes.

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7O Açoriano

Bom Ano NovoVasco Cordeiro promoveos Açores em Montreal

Terça-feira, 2 de dezembro, no antigo hotel Windsor, mais propriamente na sala nobre da Caixa Desjar-

dins divisão “valeurs mobilières Desjardins” situado no coração dos negócios em Montréal, aonde foi concluída a visita a Montreal, do Presidente do governo regional dos açores, vasco Cordeiro e toda a comitiva que o acom-panham nesta digressão ao Canadá, aonde destacamos a presença de Paulo Teves, diretor regional das Comu-nidades, arnaldo almeida, presidente Sociedade para o Desenvolvimento Empresarial dos açores EPEr.Este encontro de trabalho com empresários açorianos, açor-

-descendentes, Luso Canadianos, e canadianos, foi organi-zado por Emanuel Linhares, Presidente da Caixa Portuguesa Desjardins e promovido pela Sociedade para o Desenvolvi-mento Empresarial dos Açores (SDEA), onde foram apre-sentadas oportunidades de investimento nos Açores!O Presidente do Governo desafiou, em Montreal, no Cana-

dá, os empresários açorianos e açor descendentes a investir nos Açores, aproveitando as oportunidades que a Região apresenta atualmente e contribuindo para o progresso e a riqueza da terra onde nasceram ou de onde partiram os seus pais e avós.“Querem ser nossos parceiros, ajudar a desenvolver a ter-

ra dos vossos antepassados?”, questionou Vasco Cordeiro, dirigindo-se aos mais de três dezenas de empresários que participaram no encontro promovido pela Sociedade para o Desenvolvimento Empresarial dos Açores (SDEA), que visou “dar a conhecer as oportunidades que existem para quem quer ser nosso parceiro”.“Quando os Açorianos aqui chegaram, saíram dos Açores

por não tinham oportunidades para eles. Agora estamos a tentar resgatar a História e dizer que os Açores têm opor-tunidades para oferecer”, frisou o Presidente do Governo, salientando, entre outros, o facto de os Açores serem uma porta de entrada na União Europeia, terem finanças públi-cas equilibradas, um défice orçamental reduzido e bons sis-temas de incentivos.Na intervenção que proferiu na abertura da reunião, Vasco

Cordeiro destacou as oportunidades de investimento exis-tentes em áreas como o Turismo e o Mar, mas também ao nível dos lacticínios, onde “a questão não é produzir mais, mas valorizar a produção junto dos consumidores, apresen-tar às pessoas a qualidade dos produtos açorianos”, e no se-tor dos vinhos, recordando que existem áreas abandonadas na ilha do Pico que podem voltar a produzir, “não apenas vinhos brancos, mas vinhos brancos de uma zona que é Pa-trimónio Mundial da UNESCO.No final do encontro, em declarações aos jornalistas, Vas-

co Cordeiro afirmou ter sido uma “reunião muito produtiva, que permitiu lançar as bases para um maior envolvimento e um maior conhecimento da nossa comunidade de Montreal quanto às oportunidades de negócio que os Açores apresen-tam neste momento”.“Esperamos que, a partir daqui, se fortaleçam os canais de

comunicação e que efetivamente se possa entrar numa nova fase de participação das comunidades açorianas no proces-so de desenvolvimento e de progresso da sua terra”, acres-centando o Presidente do Governo, manifestando satisfação por estar já a ser preparada uma missão empresarial aos Açores com investidores de Montreal.Foi notável a presença de muitas pessoas das mais variadas

profissões e ramos empresariais, entre elas, Caixa Desjar-dins, Air Transat e Sata Internacional, Agencia Algarve sem esquecer representantes da Casa Dos Açores do Quebeque.Este encontro teve por objetivo promover e cativar no-

vos investimentos nos açores, como sendo uma região que tem no turismo, agricultura e no Mar, um variadíssi-mo leco de oportunidades de novos negócios nos açores.

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O Açoriano8

Feliz NatalVasco Cordeiro afirmou a importância das novas gerações de açor descendentes para o desenvolvimento dos Açoreso Presidente do Governo, vasco Cordeiro, destacou, em

Montreal, no Canadá, a importância de cativar os jovens açor descendentes para manter viva a relação entre as comunida-des da diáspora e a região, salientando o papel que as novas gerações podem desempenhar para o crescimento dos açores.“É um desafio à capacidade de inovação saber como captar os

jovens para alinharem nessa empreitada magnífica de manter viva a chama açoriana no Canadá”, afirmou Vasco Cordeiro num jantar com a comunidade açoriana residente no Quebeque, frisando que os Açores de hoje são uma região com um grande potencial em vá-rias áreas e que “diz aos descendentes dos filhos dos que partiram que está presente e que lhes quer oferecer oportunidades”.“Hoje temos uma Região Autónoma, fruto do trabalho de muitos

em quase 40 anos de Autonomia, que se transformou radicalmente para melhor. A Região que hoje temos é motivo de orgulho para to-dos”, salientou o Presidente do Governo, no primeiro dia da visita às comunidades açorianas no Canadá.Na intervenção que proferiu na Casa dos Açores do Quebeque,

Vasco Cordeiro frisou que “se conseguirmos transmitir que as comunidades emigradas têm um potencial imenso para ajudar os

Açores a enfrentar os desafios de hoje e essas comunidades per-ceberem que os Açores representam uma oportunidade, podemos criar massa crítica suficiente para dar um salto em frente que traga mais riqueza e mais desenvolvimento à nossa Região”. Foi, no início da uma visita de cinco dias ao Canadá, que Vasco

Cordeiro referiu que esta deslocação pretendia assinalar “a atenção e o reconhecimento que o Governo dos Açores tem com as suas comunidades”, aproveitando a oportunidade para “prestar home-nagem a todos os que deixaram a sua terra, por opção ou necessi-dade, para procurar um futuro melhor para as suas famílias”.“Como Presidente do Governo, sinto orgulho nessa gesta, que

demonstra bem a tempera e a capacidade de resistência dos Aço-rianos, muitas vezes em lugares completamente estranhos e que, mesmo assim, triunfaram”, afirmou, acrescentando que esse orgu-

lho se estende também à forma como as comunidades da diáspora souberam “afirmar-se e integrar-se do ponto de vista económico e social nas sociedades de acolhimento”.“A forma como podemos valorizar esta condição de Açorianos é

perceber como, não esquecendo as raízes, se integraram na socie-dade de acolhimento”, afirmou.Antes deste jantar com a comunidade açoriana, Vasco Cordeiro

havai visitado a Missão de Santa Cruz, onde destacou a importân-cia da atividade desenvolvida por esta instituição de apoio social, que considerou ser “uma pedra importante nos alicerces das nossas

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9O Açoriano

Bom Ano NovoVasco Cordeiro afirmou a importância das novas gerações de açor descendentes para o desenvolvimento dos Açores

comunidades”.“São formas de manter vivos os valores e a prática de uma co-

munidade que se identifica pelos laços à sua pátria e à sua língua”, frisou, recordando que “a forma de ser um bom Açoriano no Ca-nadá é ser um bom canadiano e participar na vida da sociedade de acolhimento”.“A Missão de Santa Cruz é um bom exemplo da forma como a

nossa comunidade interage com a comunidade de acolhimento”, salientou, assegurando o apoio do Governo dos Açores para a con-tinuação deste trabalho.

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O Açoriano10

Feliz Natal

o Presidente do Governo inaugurou, no domingo dia 7 de Dezembro, o novo porto de rabo de Peixe, onde garantiu o empenho do seu Executivo no inves-timento em infraestruturas de apoio às Pescas nos açores, na formação dos pro-fissionais do setor e no aumento do ren-dimento dos pescadores.“O setor das Pescas apresenta estes três

desafios, aos quais o Governo dos Açores dedica particular atenção e está a desenvol-ver trabalho”, assegurou Vasco Cordeiro na

inauguração das obras de ampliação e me-lhoramento da segurança e da operaciona-lidade deste porto, que representou um in-vestimento superior a 16 milhões de euros.Vasco Cordeiro salientou que, para além

de investimentos já concluídos ou em fase de conclusão, como a melhoria das condi-ções de segurança do núcleo de pescas de São Roque do Pico ou a conclusão da obra de melhoramento da operacionalidade do Porto de Porto de Judeu, o Governo preten-de avançar, em 2015, com um conjunto de intervenções que melhorarão as condições oferecidas às comunidades piscatórias.“É, desde logo, o caso da valência de pes-

cas do Porto das Poças, em Santa Cruz das Flores, o reforço da proteção do Porto da Manhenha e o reforço das condições de operacionalidade e de segurança no Porto da Ribeira Quente”, exemplificou Vasco Cordeiro, ao adiantar que estão, ainda, pre-vistas obras na rede regional de frio, no-meadamente as centrais a instalar nos por-tos da Praia da Vitória, em São Mateus, na Madalena e na Horta, entre outros locais.Relativamente às lotas, estão programa-

Novo Porto de Pescas de Rabo de Peixe

das para 2015 intervenções em Vila do Por-to e na Madalena, para além da conclusão do Entreposto Frigorífico de Ponta Delga-da, avançou o Presidente do Governo.Quanto ao desafio da formação, Vasco

Cordeiro defendeu ser necessário que to-dos estejam conscientes da importância que essa área assume para o futuro do setor das Pesca nos Açores.“É essencial, para além das medidas im-

plementadas pelo Governo, a consciência de cada profissional deste setor de que,

tendo melhor formação, terá maiores con-dições de aumentar o seu rendimento e de ganhar o seu futuro e das suas famílias”, afirmou.Na sua intervenção, Vasco Cordeiro con-

siderou, ainda, que o terceiro desafio está relacionado com a qualidade e com o ren-dimento da pesca, que compete, também, a todos os profissionais desta cadeia.

“O Governo está, desde logo através do sistema de incentivos, ao lado dos pesca-dores para vencerem este desafio, mas é es-sencial que todos tenhamos consciência da necessidade de ter outra atenção e um cui-dado especial em relação a todos os aspetos que podem influir na qualidade do pescado e, consequentemente, no rendimento dos pescadores”, disse.Nesse sentido, garantiu que o Governo

dos Açores “quer e vai cumprir a sua par-te”, continuando a desenvolver políticas que permitam ajudar os intervenientes nes-te setor a ter uma maior competitividade, desde logo no circuito da primeira venda de pescado.

“Paralelemente, pretendemos, em articu-lação com os parceiros, realizar uma pros-peção a nível internacional que permita encontrar novos mercados de colocação do pescado dos Açores”, anunciou.O Presidente do Governo realçou, por ou-

tro lado, que o objetivo fundamental deste investimento no Porto de Rabo de Peixe não foi apenas o de construir esta obra, mas sim o de dar melhores condições, desde logo, aos pescadores de Rabo de Peixe.“O sucesso desta intervenção está muito

ligado à capacidade que os pescadores de Rabo de Peixe tiverem, como acredito que demostrarão, de transformarem estas in-fraestruturas numa ferramenta para aumen-tar o seu rendimento e das suas famílias”, afirmou.A nova infraestrutura disponibiliza dois

novos contra molhes, uma nova área mo-lhada de abrigo com mais de três hectares e meio e um terrapleno de cerca 19.000 m2, três pontes-cais, com cerca de 90 metros cada, e um espaço de mais de 660 metros para atracação direta de embarcações. “O Governo dos Açores quer ir mais além

neste esforço para dotar este porto, assim como outros da Região, de cada vez melho-res condições para o exercício da atividade da Pesca. É por isso que, durante o próximo ano, será lançado o concurso para a cons-trução de mais 30 casas de apresto neste porto de Rabo de Peixe, num investimento de cerca de 400 mil euros”, anunciou Vasco Cordeiro.De acordo com o Presidente do Governo,

este investimento de 16 milhões de euros faz com que o potencial deste porto permi-ta ir muito para além do setor das Pescas, já que disponibiliza uma zona dedicada à reparação e manutenção de embarcações, bem como zonas de estacionamento para embarcações de recreio e para as atividades marítimo-turísticas.“Este investimento assume-se, assim,

não apenas como uma obra para forta-lecer as condições da atividade da Pesca, mas também como uma obra que abre novos horizontes, novas potencialidades para as atividades relacionadas com a náutica de recreio e marítimo turísti-cas”, frisou vasco Cordeiro.

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Bom Ano Novo

a visita de um grupo de intelectuais aos açores, em Maio de 1924, preten-deu dar a conhecer “o que são estas tão injustamente ignoradas e esquecidas ilhas, o que são e o que valem os aço-res, o que d’eles os açoreanos têem feito pelo seu trabalho de séculos, o que lhes compete pela sua riqueza e pelas fontes de prosperidade com que a natureza os dotou».

A iniciativa partiu de José Bruno Carrei-ro, fundador do Correio dos Açores e os seus efeitos ainda hoje são visíveis, mais

não fosse pela publicação do livro de Raúl Brandão, As Ilhas Desconhecidas, que constitui um precioso vade-mécum para qualquer visitante.

Recordei a vinda dessas figuras das letras portuguesas, ao folhear, há dias, a revista “Os Açores”, onde me deparei com a re-portagem da sua visita a Rabo de Peixe, em Domingo do Espírito Santo. O largo fronteiriço à Igreja paroquial, apresenta--se, numa foto, repleto de gente rodeando os carros de bois efeitados com os simbo-los do Divino, e os ilustres forasteiros.

Rabo de Peixe: O Futuro mora ali

A freguesia deveria ter, então, cerca de 4.500 habitantes.Hoje, Rabo de Peixe, elevada à categoria

de vila em 25 de Abril de 2004, tem uma fisionomia social e económica, completa-mente diferente.Durante anos a fio, e por razões familia-

res, olhei para Rabo de Peixe numa pers-petiva sócio-educativa em que a carência de condições habitacionais, convivendo, normalmente, com a pobreza e o alcoolis-mo, afetava a aprendizagem das crianças. Todavia, para além destas mazelas sociais e humanas que estigmatizavam a fregue-

sia, mantinha-se uma cultura ancestral, com manifestações de carácter etnográfi-co e folclórico que ainda perduram a par da melhoria das condições sócio-econó-micas.Os 8.866 habitantes residentes em Rabo

de Peixe, não se dedicam todos à pesca, se bem que A Vila, virada ao mar do nor-te, possua, hoje, melhores condições para aquela atividade por que é conhecida, po-pularmente.A ampliação do porto de Rabo de Pei-

xe é um investimento de grande alcance. Permitirá - estou certo – modernizar e

ampliar os barcos de pesca, tradicional e solidariamente concebidos para dar traba-lho aos que se sustentam do mar; obrigará os profissionais de pesca à indispensável formação; disponibiliza largos espaços, em terra, com equipamentos adequados à preparação da faina, e facilita e incenti-va atividades náutico-desportivas, tão do agrado dos jovens locais.Para trás ficou uma mentalidade ances-

tral que minimizava a escola e os benefí-cios da educação, em benefício do traba-lho infantil. Nas últimas décadas, um imenso esforço

foi feito junto das famílias, pelos docentes das escolas, para reduzir o abandono e o insucesso, que, normalmente, conviviam com as condições muito precárias dos alo-jamentos e dos agregados familiares.Segundo o último censo, a população

escolar daquela jovem vila, tinha 3.836 crianças no ensino Básico, 799 no ensino secundário, 50 no profissional e havia 546 pessoas com ou a frequentarem o ensino superior. Estes dados contrastam com a visão miserabilista da mais jovem e mais populosa freguesia dos Açores.Para tanto, contribuiram os vultuosos in-

vestimentos feitos nos setores da habita-ção, da educação, dos apoios sociais, na indústria, onde nunca é demais realçar o impacte positivo no emprego feminino, da instalação da fábrica da COFACO, e mesmo na agricultura, pois Rabo de Peixe possui uma área assinalável de pomares e produção de frutas e hortículas.Mesmo assim, ainda há quem olhe para

esta vila, de forma preconceituosa, ressus-citando um passado de miséria que obri-gou à debandada de centenas de pessoas para o Canadá e Estados Unidos, onde, pe-los seus méritos e capacidades, singraram na vida e são o espelho do melhor a que a sua terra sempre aspirou.Rabo de Peixe, vive um tempo novo, ba-

seado na qualificação e na promoção dos seus habitantes.E se hoje, passados 90 anos, os intelec-

tuais portugueses revisitassem Rabo de Peixe, perceberíam que, a par da evolução e da modernidade, as típicas tradições po-pulares se mantêm, porque é nessa simbio-se que os povos afirmam a sua identidade.

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Feliz NatalÉ uma saudade grandedas coisas mais pequenasÉh hóme! Éh piqueno!Ó laparouso! Ó estepor!Não é muito fácil explicar a saudade que

um ilhéu sente. Às vezes, quando tentamos explicar, ganhamos um entusiasmo tal que ainda passamos por malucos. Os nossos olhos brilham, a nossa voz sobe de tom, as frases parecem cada vez mais cantadas e os movimentos dos braços ficam mais e mais extensos! É uma coisa ‘Nossa’, tão ‘Nos-sa’, que só quem por lá passa percebe.

Nós crescemos a ver o horizonte, com mi-lhas e milhas de mar pelo meio, salpicadas de barcos e de golfinhos. Nós crescemos a cheirar a sal, de pés descalços por cima das escamas das abróteas que a mãe está a amanhar. Crescemos a pescar carapaus, a escaldar a língua com torresmos de sal, acabados de escorrer na matança do por-co e a pelar os dedos quando tentávamos roubar um bocado de massa escaldada para o bolo de milho. Nós crescemos a ouvir a buzina da carrinha do chicharro às sete da manhã. E que bem que aquele som sabia… Sabia a batatas-doces e molho cru.

Nós crescemos a molhar o bico na ‘An-gelica’ e mais tarde a surripiar garrafas aos pais, tios, avós… Cedo percebemos que a ‘Angelica’ dá a pior ressaca de sempre. Nós crescemos a ouvir os nós das mãos dos tios e dos pais a bater nas mesas de madeira, enquanto jogavam à sueca. E que homens de força eram aqueles! Crescemos a ver as tias lavar as tripas dos porcos, a encher as linguiças, a cortar os bofes e a fritar as is-cas. Que delícia!

Crescemos com cheiro a pinheiros dos ‘Mistérios’ e eucaliptos do mato. Cresce-mos a chamar-nos de ‘Éh Hóme’, ‘É pique-no’, ‘Ó laparouso’, ‘Salsa parrilha’, ‘Este-por’, ‘Rapaz’, ‘filho desta’, ‘filho deste’, ‘neto daquela’, e por aí fora. Crescemos a bailar a Chamarrita, a ouvir filarmónicas e foliões, gaitadas, o chiar das bifanas das tascas, dos foguetes. Crescemos a ouvir falar de Baleeiros e de Heróis. A ouvir fa-lar de outras vidas e outros tempos que em nada se parecem com aquilo que vivemos.

É imenso o respeito que hoje temos pelos

nossos ‘velhos’, pelo percurso que tiveram, pelas vidas de trabalho desde crianças, pela miséria que passaram, mas acima de tudo pela nostalgia e saudade com que falam de tudo isso. São os mais belos contadores de Histórias! Nós crescemos das Hortênsias e das Faias, do basalto e de maresias. A nos-sa Alma é livre como um melro, mas por mais longe que estejamos ela fica sempre lá, naquele cantinho, à nossa espera. Nunca partimos inteiramente. Nunca nos despe-dimos. Não importa a distância e o tempo, qualquer coisa que nos faça lembrar ‘Casa’ faz-nos sentir aquele frio bom na barriga. Faz-nos respirar fundo e sorrir. Nós somos sal, somos basalto, somos xailes negros, somos serrados e vinhas, somos mau tempo no canal, somos pescadores e lavradores, somos cabeços e montanhas, somos vinhas, somos gado, somos Gente. Não é uma Sau-dade triste, é uma Saudade diferente. Não é muito fácil explicar as Saudades que um Ilhéu sente, mas se calhar é qualquer coisa como isto, que sentimos agora, no final do texto.

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Bom Ano NovoOs anos foram voandoantónio Manuel de andrade Moniz

os açores são a minha terra natal, onde vivi até aos trinta anos. Tendo nascido nas Furnas, ilha de S. Mi-

guel, onde passei nove anos, até à instrução primária, as imagens das caldeiras e a vi-vência sobressaltada dos sismos frequentes ainda permanecem nítidas no meu espírito: o odor do enxofre, os passeios à Água Azeda, a alegria compensatória de escapar à escola, nesses dias em que a terra tremia, a presença quotidiana da chuva, a humidade elevada, as brincadeiras e correrias pelos vales e ribei-ras, a companhia luxuriante da vegetação, os passeios de triciclo, as visitas já notórias dos turistas, a vocação da freguesia para hospe-dar os visitantes, a consciência da aprendiza-gem de saberes e competências, a descoberta do cinema, o contacto com o mundo e os agentes da música, a iniciação à experiência religiosa e mística, muito ligada à piedade popular, a ajuda nos trabalhos das colheitas, a limpidez da água potável e a extraordinária variedade das águas minerais, a riqueza diá-ria do peixe fresco na alimentação… Do ano em que vivi em Santa Maria, no aeroporto e Vila do Porto, não poderiam ter ficado senão levíssimas reminiscências, tão novo que era. Mas da ilha Terceira, sim: foram doze anos de Seminário, em Angra, mais dois em mo-mento posterior. Foi toda uma aprendizagem humana, nas letras e nas ciências, na músi-ca e no teatro, na arte de declamar e cantar, na iniciação à escrita e ao piano, para além de uma formação integral, no carácter e na disciplina, no exercício físico e desportivo. A alegria contagiante da população festeira, bem patente nas touradas, não poderia deixar de marcar esses anos. Mas também a vivíssi-ma e turbulenta repercussão do primeiro ano da revolução do 25 de Abril, com o envol-vimento no mundo da política, em reuniões e manifestações, na direcção do semanário O Trabalhador, cuja sede foi incendiada por activistas da FLA, em 17 de Agosto de 1975. Tal envolvimento valeu-me o exílio, por exi-gência dessa organização, tendo embarcado a 22 desse mês para Lisboa, onde ainda vivo. Registo também a experiência como pro-fessor provisório da Escola Industrial e Co-mercial de Angra, principalmente o contacto com os alunos, mas também com os colegas. O vaivém das viagens nos navios da Insulana tinha o encanto mágico da chegada das férias estivais e do convívio familiar, tão saudoso,

devido ao precoce desenraizamento opera-do pela partida para o Seminário.Das outras ilhas, com excepção das Flores e Corvo, que só conheci em 1996, em férias, tenho a grata lembrança dos acampamentos do escutismo, no Clã 25 Bento de Góis, do Seminário de Angra, para além do contacto com os cole-gas delas oriundos. A beleza majestática do Pico, visto do Faial ou de S. Jorge, a negri-tude vulcânica das suas pedras, perpassando nos vinhedos dos mistérios e nas fachadas das suas casas típicas, o deslumbrante pano-rama das ilhas centrais, desfrutado do cimo da montanha, permanecem vivos na minha memória. O mesmo se diga da elegante me-nina que é a cidade da Horta, do grande la-garto montanhoso que é a ilha de S. Jorge,

ou da delicada formosura da ilha Graciosa, fazendo jus ao seu nome. Pena a enorme dis-tância geográfica que separa o conjunto das ilhas açorianas e impede um maior convívio entre os seus habitantes, bem como uma maior consciência de pertença a um arquipé-lago e a uma região, ultrapassando tradicio-nais rivalidades. Com efeito, a distância no espaço e no tempo faz-nos vislumbrar com maior clareza os nossos próprios defeitos e os daqueles que amamos.A ilha de S. Miguel, além de berço natal e

local de gozo de férias anuais, também me ofereceu a oportunidade de trabalho como professor provisório no Seminário-Colégio do Santo Cristo, em Ponta Delgada, duran-te cinco anos. Aí pude desenvolver as mi-nhas capacidades pedagógicas, no contacto com os alunos, numa aprendizagem que se prolongou em Torres Vedras, Lisboa e Cas-

cais, no Ensino Secundário, durante 13 anos, como professor efectivo, e no Ensino supe-rior, durante 22 anos, na Faculdade de Ciên-cias Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa. Em Ponta Delgada, ainda, pude iniciar a minha actividade cívica como subscritor das listas de candidatos da oposi-ção ao Estado Novo (CDE), em 1969.Os anos foram voando, os Açores foram-

-se transformando e desenvolvendo. Raras oportunidades se me depararam para regres-sar, em férias ou em congressos científicos, à minha terra de origem, o que lamento. De qualquer modo, tais visitas, ainda que bre-ves, têm-me permitido não apenas “matar saudades”, mas também observar e aquila-tar as principais transformações operadas na

Região. Ainda que vivendo na diáspora, os Açores não deixam de ser a minha terra de origem e de pertença. Com ela me identifi-co, bem como com os meus conterrâneos. Se nela continuasse a viver, talvez não tIvesse por ela o mesmo afecto e a mesma identi-ficação. A distância tem o efeito mágico de proporcionar a saudade e, através dela, o apego à terra e às pessoas amadas. O espa-ço é uma envolvente essencial na interacção entre sujeito e a sua identidade. Arquipélago mítico de referência, como a tradição oral micaelense regista, através da Lenda das Sete Cidades, nas suas múltiplas versões, os Açores resgatam quer a história do amor ca-valeiresco das pastorelas, quer uma das apli-cações do mito platónico da Atlântida, quer, na versão do bispo Genádio, a matriz cristã dos Açores, por oposição à invasão islâmica da Península Ibérica, em 711.

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Feliz NatalAçores entre os destinos turísticosmais sustentáveis do mundoaçores, Cascais, lagos, Zona oeste e a Serra do Socorro e

archeira, em Torres vedras, e Sintra estão no top 100 dos des-tinos mais sustentáveis do mundo de 2014, divulgou hoje o site Green Destinations. A lista dos 100 destinos mais sustentáveis para passar férias no

mundo foi revelada pelo ‘site’ greendestinations.info e segundo diz o seu diretor, Albert Salman, citado num comunicado, o objeti-vo é «reconhecer os destinos turísticos que levaram a sustentabili-dade a sério e se esforçaram para fazer a diferença».O responsável admitiu ainda que «medir a sustentabilidade não é

simples, nem se pode cortar a direito. Esta lista reconhece os des-tinos que estão no caminho certo tendo em conta as avaliações de peritos independentes com recurso a critérios objetivos».Portugal colocou seis destinos no top 100 e, além disso, são dos

que conseguiram melhor cotação da Global Sustainable Tourism Review (Crítica de Turismo Sustentável Global) na Europa.Os Açores foram considerados o destino turístico mais susten-

tável da Europa, ao conseguir uma cotação de 8.9 em 10 pontos possíveis. Cascais e Lagos foram também dos melhores, com 8 pontos. Segundo a organização, esta cotação é calculada a partir de 40 a 60 indicadores, como a qualidade da Natureza (paisagens e experiência de vida selvagem), qualidade e cuidados ambientais (ar, água e águas balneares), herança cultural (identidade local e tradições), questões sociais (hospitalidade do povo e o respeito pelos direitos humanos), economia verde (desenvolvimento eco-nómico sustentável, energia verde, adaptação ao clima e questões relacionadas com o desperdício e gestão de consumo de água) e políticas de turismo verde.Criado para premiar os esforços de gestão destes destinos, o top

resulta do convite lançado nas redes sociais, a que se seguiu uma seleção por 30 peritos de turismo sustentável a nível internacional, explica o comunicado.Além disso, resulta de uma iniciativa de quatro organizações de

Turismo Sustentável, a TravelMole.com, Vision on Sustainable Tourism, Totem Tourism e Green Destinations.

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Bom Ano Novo

iNGrEDiENTES:

PrEParação:

Receita de bolode Natal dos Açores

- 1 Kg farinha sem fermento- 1 Kg de açúcar- 6 ovos- 250 gr de manteiga- 2 col. chá de fermento- 1 cháv. de mel de cana ou melaço- 1 cháv. de doces de fruta- 2 pacotinhos de frutas cristalizadas nozes,

amêndoas, avelãs, pinhões picadas, ameixa seca, passas, sultanas, figos secos- bebidas espirituosas (1 cálice pequeno - Porto, aguardente, o que preferir- canela, cravinho, noz moscada - 1 pitada de cada

De véspera pique as frutas miudinhas e envolva bem em farinha com 1 colher de chá de fermento. No dia, bate-se o açúcar com os ovos inteiros, as especiarias e a manteiga, que convém estar macia. Junta-se a farinha, o melaço, os doces e as bebidas espirituosas. Bate-se bem, a deixar a massa macia, mas nem muito mole nem muito dura. Junta-se ao bolo a fruta, envolvendo bem. (aqui mexo com as mãos pois fica uma massa muito pesada). Vai ao forno, em forma untada e enfarinhada, durante 1 1/2 a 2 horas, em lume baixo para não queimar. Não deixar secar muito. Para que o bolo não escureça muito por baixo, pode-se forrar a forma com papel vegetal untado. Por cima pode-se colocar uma folha de jornal. O melaço de cana vende-se nos supermercados junto ao mel e afins, é um produto quase preto, e muito consistente. Se gostar do bolo mais escuro pode colocar todo o frasco, eu costumo colocar só meio frasco, para não ficar muito forte. Os doces, podem ser de qualquer sabor, para as prendadas que andaram a fazer doces este verão podem aproveitar os que têm em casa, ou podem pôr doce de compra. As formas podem ser de qualquer formato, geralmente faço um maior em forma sem buraco e vários pequenos em formas de bolo inglês. Se fizer bolos pequenos, ter em atenção o tempo de cozedura que reduz bastante.Esta receita dá-me para 1 bolo médio redondo e 3 de bolo inglês.

FEliZ NaTal E PrÓSPEro aNo Novo...

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Feliz Natal e Bom Ano Novo