boletin amarillo 1

Upload: hernan-morales

Post on 19-Jul-2015

105 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

1. Introduohttp://www.verdeamarelo.com.ar/detalle_boletin_preview.asp? nro=39&id_boletin=49&day=17&month=4&year=2006

Pela professora gacha Gorete Andria KleinOi pessoal! Tudo jia? Depois de algum tempo, voltamos a publicar nosso Boletim. Quando pediram para eu escrever o primeiro nmero deste ano, fiquei contente e lisonjeada*, pois aqui tenho um espao e a oportunidade de falar para vocs um pouquinho do nosso Brasil. Escolher o assunto foi moleza*: Carnaval, claro! Mas como abordar o tema? Oh dvida... Ento decidi tratar da escola campe do carnaval do Rio de Janeiro. Unidos de Vila Isabel e seu enredo* "Soy loco por ti, Amrica - A Vila canta a latinidade". A Vila Isabel elaborou uma proposta temtica audaz, diferente, de grande relao com a realidade enfrentada pelos povos sul-americanos. Um enredo que defende a integrao latino-americana. O enredo contou a saga do nosso continente e das miscigenaes*, desfilou mostrando um mosaico de povos, riquezas e figuras latinoamericanas. Carros alegricos homenageavam de Carmen Miranda a Simon Bolvar, passando pela festa mexicana dos mortos, mostraram monumentos incas e astecas, alm do artesanato tpico. A Amrica Latina nunca tinha mostrado interesse ou vontade de se unir, pelo menos nunca desse jeito*. Nesses ltimos anos, existe toda uma tendncia de integrao, uma viso mais precisa da realidade, de que somos todos irmos e quanto mais unidos, mais fortes seremos. um sintoma atual e que se concretiza neste enredo, que reflete o que o povo sente e pensa. A vitria da Unidos de Vila Isabel representa o triunfo da fraternidade regional e demonstra o despertar da conscincia da necessidade de que esse fato* seja uma realidade definitiva, demonstra como a sociedade est absolutamente sensibilizada com a idia da integrao. Espero que gostem e aproveitem... Vocabulrio Lisonjeada (lisonjear): Sentir orgulho com; orgulhar-se, honrar-se, vangloriar-se, desvanecer-se. Moleza: Coisa fcil, no rdua, que no apresenta dificuldade ou no exige esforo. Enredo: Conjunto dos fatos encadeados que constituem a ao de uma obra de fico. Miscigenaes (miscigenao): Cruzamento inter-racial; mestiamento, mestiagem. Jeito: Modo, maneira, forma. Fato: Coisa ou ao feita; sucesso, caso, acontecimento feito.

2. Soy loco por ti Amrica: A Vila canta a latinidade.Por Alexandre Louzada, Alex Varela, Martinho da Vila e o presidente Wilson Vieira Alves.Hoje a Vila um grito que clama*, um revolucionrio canto que chama, unindo em vozes continentes, num brado* forte de luta, que conclama* toda a Amrica Latina, a formar um s povo, a cantar um mesmo hino. o samba que vem juntar os elos* dessa corrente, formando veias entrelaadas, onde corre o mesmo sangue caliente, sangue que forjou* o seu povo forte e valente, e que atravs do tempo, se derramou em defesa da terra, na resistncia pela identidade de sua gente. Em cores, sons, ritmos e sabores, como delrio, o sonho enreda a histria e voa livre, altaneiro*, como o condor pelo azul do cu, fazendo resplandecer seus "Imprios do Sol", templos de ouro, cidades mgicas, aldeias selvagens, a fundir cu e terra, homem e natureza. Paraso profanado a ferro e fogo, pelos grandes olhos claros da cobia de alm-mar*. Senhores da guerra, cavaleiros* da cruz e da espada, a ceifar* mitos e crenas, pginas de dor, escritas de sangue e suor. Abenoada* Me Mestia, Amrica! Que acolheu em seu seio* farto* e frtil, a pele escura da distante frica, a fora do trabalho a produzir riquezas em nome Del Rey e da f, criando um "mundo novo no

novo mundo". Ptria do Pau-Brasil, Repblica das Bananas, Ilhas de Acar, Imprios do Caf. Amrica Latina que fez da mistura um tempero* forte de coragem e bravura, redesenhando seus traos, colando pedaos, fez-se mosaico multicor, teceu a fibra de seu carter, o corao alado, esprito indomvel de liberdade, de alma serena e tolerante, tropicaliente e morena. Deus salve a Amrica Latina!!! Bendita s entre todas as naes!!! Glorificamos sua diversidade, louvamos seus heris, lderes, poetas, seu povo, suas virtudes e pecados, de cima, do lado e de baixo do Equador. Hoje o Brasil apaga as fronteiras e num poema em "portunhol", busca a rima mais bela e canta a latinidade. Somos um por todos, todos por ela, Amrica Latina, do sangue e da paixo, o "Tica-TicaBum" que bate forte e louco no compasso do corao, pulsando o orgulho mestio, unindo os povos latinos, formando uma s nao, Ptria Humana nica, na igualdade de viver, na liberdade de ser, na fraternidade de dar e receber. E a Vila Isabel, Libertadora, faz do sonho de Bolvar a realidade, na mgica do carnaval. Um "jeitinho brasileiro"* promovendo a integrao como se fosse bailar La Bamba, vem temperar seu samba, com "salsa", "mambo" e "merengue", arriscando um paso doble de "tango", balanando na "rumba" e na "conga", numa mistura original. E, ao se coroar de forma diferente, colorida e tropical, numa hola de alegria, bate orgulhosa no peito dizendo: Soy Loco por T, Amrica e Viva la Revolucin!!! SAMBA-ENREDO "Soy Loco Por T, Amrica: A Vila Canta a Latinidade" Autores: Andr Diniz, Serginho 20, Carlinhos do Peixe e Carlinhos Petisco "Sangue caliente" corre na veia noite no Imprio do Sol A Vila Isabel semeia* Sua poesia em "portunhol" E vai... buscar num vo a imensido "Dourados" frutos da ambio Tropical por natureza Fez brotar a miscigenao "Soy loco por t, Amrica" Louco por teus sabores Fartura que impera, mestia me terra Da integrao das cores Nas densas "Florestas de cultura" Do sombrero ao chimarro Sendo firme, "sin perder la ternura" E o amor por este cho Em lmpidas guas, a clareza Liberdade a construir Apagando fronteiras, desenhando Igualdade por aqui Arriba, Vila !!! Forte e unida Feito o sonho do libertador A essncia latina a luz de Bolvar Que brilha num mosaico multicor Para bailar "La Bamba", cair no samba Latino-americano som No compasso da Felicidade "Ir pulsar m corazn"

Se voc quiser escutar o samba-enredo da Vila Isabel, acesse: www.gresunidosdevilaisabel.com.br/sitenovo/noticia.asp?id=45 Vocabulrio Clama (clamar): Proferir em alta voz; bradar, gritar, exclamar. Brado: Grito. Conclama (conclamar): Bradar ou clamar simultaneamente; gritar, bradar em tumulto, geralmente protestando contra, ou reivindicando (algo). Elos: Ligao, unio, continuao. Forjou (forjar): Inventar, maquinar, planear, imaginar. Altaneiro: Que se eleva muito; que voa muito alto. Cavaleiro: Que anda a cavalo; que cavalga. Ceifar: Cortar, segar; arrebatar, tirar Abenoada (abenoar): Dar ou lanar a bno a; benzer, abendioar, bendizer. Seio: Parte ntima; corao, alma, mago; centro, interior. Farto: Em que h abundncia de tudo; repleto, cheio. Tempero: Designao comum aos ingredientes que se adicionam a qualquer iguaria e servem para realar-lhe o sabor. Semeia (semear): Espalhar, propalar, publicar; espalhar ou deitar sementes.

A palavra da quinzenaQueridos alunos, a cada nmero nosso boletim vai crescendo. Vamos acrescentando novos ingredientes para melhorar o sabor do nosso variado cardpio*. Agora voc vai poder conhecer palavras estranhas, da gria*, ou expresses idiomticas utilizadas diariamente no Brasil. Aproveite! O que significa vira-lata? Danilo da Silva, 10 anos, So Bernardo Vira-lata uma espcie de apelido dado aos ces sem uma raa definida, como poodle ou pinscher, por exemplo, que tem caractersticas prprias. O co sem raa filho de pais de raas diferentes ou mesmo de outros vira-latas. Ningum sabe direito a origem do vira-lata, porque impossvel descobrir de qual raa ele se originou, uma vez que resultado de vrios cruzamentos. O nome vira-lata apareceu porque a maioria dos ces abandonados nas ruas recorre a uma lata de lixo para encontrar comida. A expresso antiga, tem mais de 30 anos, da poca em que o lixo era depositado em lates na rua. Hoje, esses ces iriam receber o nome de vira-sacos ou fura-sacos, em funo da quantidade de sacos de lixo espera do caminho que os recolhe. Embora o cozinho vira-lata seja chamado assim, o veterinrio no usa esse nome para identific-lo. Usa SRD (Sem Raa Definida), mesmo que o animal seja resultado do cruzamento de ces com pedigree, mas de raas diferentes, como um pai dlmata e uma me pastor-alemo, por exemplo. Vira-lata uma definio popular, que continua at hoje. Muita gente diz que o vira-lata mais companheiro e resistente s doenas do que os ces de raa. Nem sempre assim. O comportamento do animal depende da forma como ele tratado pelo dono. Se receber carinho e ateno, ele vai se tornar um co amoroso; mas se for maltratado, pode se transformar num co bravo. Quanto ao fato de ser mais resistente, alguns estudos comprovam que os ces de raas muito puras (sem nenhum parente de outra raa) tm maior risco de pegar doenas.

3. A lingua portuguesa Em debate, a Lngua Portuguesa no prximo milnio

Lisboa - Se portugueses e brasileiros quisessem, por algum motivo, pr termo harmonia reinante, teriam hoje sua disposio argumentos vlidos, do ponto de vista lingstico, para sustentar que falam lnguas diferentes. A opinio de Ivo Castro, professor catedrtico da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Salvaguardando que o fato de isso no acontecer constitui um imenso bem. O acadmico sustenta que entre algumas lnguas da Escandinvia, por exemplo, existem menos diferenas do que entre o portugus de Portugal e do Brasil. As variedades da lngua portuguesa que se falam na Europa, na frica e no Brasil esto se afastando entre si, num movimento lento que lembra o das placas continentais. Mas a Histria das lnguas faz-se de revolues suaves, e os sinais de mudana so vagamente perceptveis no tempo de vida de uma gerao. Caminha-se para um afastamento, reiterou o lingista. No caso de Portugal e do Brasil, as diferenas so j hoje evidentes no domnio das regras gramaticais - nomeadamente nos verbos e nas oraes subordinadas. Bastava que ficssemos por a. Para j no entrar no domnio do vocabulrio e da fontica, observou o acadmico. luz dos dados atuais, dizer que o portugus falado nos dois pases uma s lngua olhar para o problema de muito longe, prosseguiu. A dinmica das lnguas no se compadece com vontades polticas que, na sua lgica prpria, tentam manter a viso triunfalista de um idioma uno. Para Ivo Castro, inevitvel que uma lngua falada em continentes diferentes d origem a variedades cada vez mais marcadas, que refletem contextos geogrficos, sociais e culturais especficos. Relativamente situao na frica, o lingista considera duas variedades do Portugus enraizadas, em Angola e Moambique, pases onde os mais de vinte anos de descolonizao permitiram que a lngua se desenvolvesse, sem nenhuma imposio. Do ponto de vista cientfico, a existncia de variedades um fenmeno natural e interessante. Numa perspectiva poltica, um bem que se mantenha a conscincia de um idioma originalmente comum. Os dois enquadramentos so compatveis e, juntos, podem contribuir para a defesa de uma lngua que, segundo Ivo Castro, no est recuando em parte nenhuma. A presena do idioma de Cames no mundo oferece inmeros tpicos de debate. nessa perspectiva que a Fundao Calouste Gulbenkian convidou escritores e acadmicos dos pases lusfonos* a participarem, em Lisboa, duma Conferncia Internacional subordinada ao tema A Lngua Portuguesa no Virar do Milnio. O encontro, que pretende ser tambm uma homenagem a Jos Saramago, Prmio Nobel da Literatura em 1998, conta nomeadamente com as intervenes de Mia Couto (Moambique), Jos Eduardo Agualusa (Angola), Teolinda Gerso (Portugal), Joo Ubaldo Ribeiro (Brasil), Abdulai Sila (Guin-Bissau), Germano de Almeida (Cabo Verde) e Albertino Bragana (S. Tom e Prncipe). Em anlise vo estar questes como O Portugus de Angola: Lngua Nacional, Transnacional e de Pacificao, Uma Lngua em Moambique ou uma Lngua de Moambique? e As Literaturas Africanas de Lngua Portuguesa, ou Escrever/Ler Hoje em Portugus. Maria Lcia Lepecki, professora do Departamento de Literatura da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, encontra-se entre os participantes. Numa exposio intitulada em forma de interrogao As Lnguas Viram Milnios? - ir apresentar a lngua como objeto de cuidado. uma pequena reflexo sobre os problemas da lngua portuguesa em Portugal, disse. O objetivo valorizar, chamar a ateno para o papel da educao, da criatividade, da comunicao social e dos escritores na partilha desse cuidado que a lngua deve ter para no degenerar, para no perder a elegncia.

Portugus lngua quase curricular na HolandaAmsterd - No discurso que fez no dia 9 de Maio em Haia, a secretria de Estado holandesa, Karel Adelmunt, anunciou que as escolas do ensino secundrio na Holanda sero autorizadas a organizar a disciplina de Portugus como lngua estrangeira. Oito anos aps a assinatura do protocolo entre Portugal e a Holanda vai ser finalmente possvel aprender Portugus (PLE) nas escolas holandesas.

O estatuto do Portugus no ser no entanto, para j, idntico ao do Ingls, Francs e Alemo, nem mesmo ao que j tm o Espanhol e o Italiano, o que no est de acordo com a legislao Europia. Em 1995 o Conselho da Europa, na reunio dos quinze ministros da educao, acordou que os pases membros deveriam diversificar as lnguas da Unio Europia lecionadas nos seus sistemas de ensino. A estas lnguas devia tambm ser dado um estatuto idntico. Como o Portugus no mencionado na Legislao Holandesa e esta ainda no foi alterada, o Portugus s poder ser organizado pelas escolas mediante uma autorizao da secretria de Estado e que ser concedida caso por caso. Neste momento o centro ABC/POC em Amsterd, que coordenou o projecto responsvel pelo mtodo BemVindo vai contatar com algumas escolas que possam estar interessadas em organizar j no prximo ano a disciplina de Portugus. Finalmente esto criadas as condies indispensveis para promover e implementar na Holanda o ensino de Portugus (PLE), uma das lnguas mais importantes da Unio Europia.

4. Msica & Cia.pela professora Silvana de Sousa

20 anos sem Vincius" Olha que coisa mais linda, mais cheia de graa, ela menina que vem e que passa, num doce balano, caminho do mar" Uma das msicas mais conhecidas e tocadas no mundo inteiro, Garota de Ipanema foi escrita por nosso poeta Vincius de Moraes e o tambm grandioso Tom Jobim. Os dois sentados num bar na praia de Ipanema, Rio de Janeiro, entre conversas regadas com muita cerveja e usque, homenagearam a bela Helosa Pinheiro, modelo e eterna garota de Ipanema. Vincius da Cruz de Mello Moraes nasceu em 1913 no Rio de Janeiro. Formou-se em Direito em 1933, tendo frequentado a Universidade de Oxford, em 1938, como bolsista* . Com a ecloso da segunda guerra mundial, voltou ao Brasil. Permaneceu algum tempo em So Paulo onde conheceu o poeta modernista Mario de Andrade, com quem travou uma grande amizade. J em 1941 dedicou-se ao jornalismo, como crtico de cinema. Participou na fundao da Revista Filme, em 1947 e manteve contatos com Orson Welles, Walt Disney e Gregg Toland. Em 1943 publicou Cinco Elegias. No mesmo ano ingressou na carreira diplomtica, partindo em 1946 para Los Angeles como vice-cnsul. Foi Europa em 1952 com o objetivo de estudar a organizao dos festivais de Cannes, Berlim, Locarno e Veneza, tendo em vista a realizao do festival de cinema em So Paulo. No mesmo ano fixou-se em Paris, ocupando o cargo de segundo secretrio da Embaixada Brasileira. Sua pea teatral Orfeu da Conceio (premiada em 1954, no IV Centenrio da Cidade de S.Paulo) serviu de base para a realizao de um filme que em 1959 conquistou o 1 prmio no Festival de Cannes. Ainda em 1957 passou a fazer parte da delegao do Brasil na UNESCO. No mesmo ano publicou o Livro de Sonetos . Um ano depois foi editado o disco Cano do Amor Demais, em 1959, novo xito com Por Toda a Minha Vida. Em 1962, publicou um livro de crnicas e poemas: Para Viver um Grande Amor. Entre 1963 e 1964 morou novamente em Paris e ao voltar ao Brasil passou a escrever para o semanrio Fatos e Fotos. Efetivamente, foi sua carreira de poeta que mais o marcou, alm da projeo adquirida ao lado de Tom Jobim e o cantor Joo Gilberto, tendo um papel importante no movimento de renovao da msica brasileira, que recebeu o nome de Bossa Nova. Suas primeiras poesias foram marcadas de impregnao religiosa, com poemas longos, de acentos bblicos, abandonando, porm, pouco a pouco a favor de uma tendncia natural: a poesia intimista, pessoal, voltada para o amor fsico com uma linguagem realista, coloquial e lrica. Alm da j citada e consagrada Garota de Ipanema, de parceria com Tom, podemos citar outras parcerias musicais: Baden Powell: Samba em preldio, Carlos Lyra:Minha namorada, Ary Barroso: Rancho das namoradas, Chico Buarque Valsinha, e o seu inseparvel amigo Toquinho , com quem Vincius declarava ter uma excelente relao, na qual "s no existia sexo". Com ele, Vincius comps diversas canes, como Nilzete, Tonga da Milonga do Kabulet, Tarde em Itapo, Samba da Rosa, entre outras. Teve nove mulheres, cinco filhos, gravou mais de trinta discos, publicou vrios livros, teve muitas parcerias e, principalmente, muitas amizades.

A banheira de sua casa era onde gostava de dar algumas entrevistas quando estava com muita preguia* e sempre com um copo de usque, bebida que considerava o melhor companheiro do homem, segundo suas prprias palavras: "um cacorro engarrafado". Foi nessa mesma banheira onde Vincius morreu no dia 9 de julho de 1980. O poeta brasileiro nos deixou h vinte anos Muitas homenagens esto sendo realizadas em razo dos 20 anos de sua morte. Um livro de correspondncia organizado por Rui Guerra, um CD de nome Tom canta Vincius , registro de um show de Tom Jobim, uma caixa com 34 CDs, com toda a discografia de Vincius. Alm disso, vrios shows foram realizados no ms de julho por artistas e amigos do poeta, entre eles: Maria Creusa, o Quarteto em CY, o MPB4, Claudinha Telles. O quarteto formado por Carlinhos Lyra, Sebastio Tapajs, Micha (irm de Chico Buarque) e Georgina de Moraes (filha de Vincius) apresentou-se em vrios pases da Amrica do Sul, inclusive em Buenos Aires. Adeus Vincius ! " que no seja imortal, posto que chama, mas que seja infinito enquanto dure."

5. Uma novela Verde & Amarelapelo professor Igor Ravasco Maurcio no esperou muito para conhecer as conseqncias do que tinha dito. No dia seguinte foi demitido*. Olhava para o chefe, como quem pede perdo, como quem suplica por uma nova oportunidade. Mas j sabia que nada daria resultado. Estava sem trabalho. Agora fazia parte das estatsticas. Saiu do ex-escritrio sem direo, sem rumo definido. Via as pessoas caminhando na rua, passava por elas, mas era como se no tivesse ningum ao seu redor. No sabia o que fazer. Enquanto caminhava por Corrientes viu algumas pessoas fazendo uma fila para uma entrevista de trabalho. No sabia para que era, mas teve vontade de permanecer ali. Seguiu adiante. Pensou em se entregar ao vcio do lcool, em se jogar nas linhas do metr, vivia aquilo de maneira muito dramtica. Precisava entender o que tinha acontecido. Estava to preocupado com o seu pesadelo, que nem olhava para as mulheres em suas mini-saias, caminhando em frente a ele. Sentia-se frgil, mas era necessrio reagir. Comprou um jornal e entrou numa cafeteria. Pediu um cortado com duas medias lunas. Agarrou a seo dos classificados e ia comear a procurar um novo emprego, quando percebeu que havia um grupo de brasileiros sentado ao seu lado. Aquilo foi como um estalo em sua cabea. Era isso! O problema tinha sido com o idioma... Que idiota tinha sido em pensar que seu portunhol resolveria tudo. Se no tinha conseguido sair com uma menina no Brasil, como teria conseguido fazer negcios... Que ingnuo tinha sido... Imediatamente procurou alguma propaganda de Institutos de Portugus. Havia vrias. Depois que terminou o cortado foi para um posto telefnico, no queria gastar dinheiro com celular. Ligou para alguns institutos. Estava fazendo suas comparaes quando ligou para o ltimo instituto. Foi atendido por uma voz muito simptica, alto-astral, divertida, que atendia pelo nome de Lili. Aquilo bastou para Maurcio. Perguntou tudo o que pde sobre o curso e em cinco minutos j estava pisando o Verde e Amarelo pela primeira vez. Na mesma hora conheceu as salas do Instituto, tomou mais um cafezinho e se inscreveu. Tinha chegado a hora de aprender a Lngua Portuguesa. A aula era naquela mesma noite, e Maurcio acabou chegando atrasado. Entrou no Instituto meio envergonhado, meio tmido. Lili, a secretria mais simptica de Buenos Aires, o recebeu e levou-o at a sala, onde a aula j tinha comeado. Maurcio entrou e foi apresentado ao professor, um cara magro, de culos, barba por fazer, com um nome pouco brasileiro... Ivan. Maurcio sentou-se timidamente e foi apresentado aos seus colegas: Gigi, Lal, Dudu, Z e Paulinha. Ivan perguntou como ele se chamava... Maurcio Rodrguez foi a resposta.

Antes de que Ivan pudesse retomar a aula, Maurcio perguntou em seu portunhol onde poderia pendurar seu saco. Foi uma risada geral. Maurcio ficou sem graa, no sabia onde se esconder... Duas vezes em dois dias era muito! A aula prosseguiu...

6. Viajando pelo Brasilpela professora Maristela Mller

Voc conhece So Luis do Maranho?Confira neste Viajando pelo Brasil algumas informaes sobre esta cidade que atrai e encanta todos que a conhecem com suas praias de areias brancas e seu clima sempre agradvel. A culinria composta por apetitosos pratos tradicionais da Amaznia e do nordeste brasileiro, alm da alegria e do alto-astral de suas festas e folclore. So Luis a capital do estado do Maranho, com uma populao de mais de 800.000 habitantes. Declarada Patrimnio da Humanidade, a Cidade dos Azulejos tambm chamada de Ilha do Amor. Localizada a 2 graus ao sul da linha do Equador, entre as regies Norte e Nordeste do Brasil, sua temperatura mdia anual de 26C. O clima do tipo tropical, quente e semi-mido da Zona Equatorial, com duas estaes bastante distintas: O vero que se estende de julho a dezembro e caracteriza-se pela constncia dos ventos frescos, vindos do nordeste, que amenizam o forte sol equinocial, propiciando a freqncia s praias e a prtica de esportes de vela. E o Inverno que se estende de janeiro a junho, tambm conhecida como estao chuvosa. o tempo dos grandes e gostosos camares, do peixe-pedra, da enchova e de outros peixes de sabor inconfundvel. Suas principais atraes so: a cidade histrica com sua arquitetura colonial, as belas praias, o bumba-meuboi e o reggae. O lugar que melhor representa So Luis a Praia Grande. Situada exatamente entre as embocaduras dos rios Anil e Bacanga, na parte baixa da cidade, essa foi a rea preferida dos abastados comerciantes para construrem suas residncias e, no andar trreo, instalarem seus armazns de secos & molhados durante os sculos 18 e 19 e incio do sculo 20. Na Praia Grande, os sobrados chamam muito a ateno de quem visita a cidade. Muitos deles so revestidos por raros azulejos portugueses ou lisboetas*, com misteriosos e altaneiros mirantes. Hoje, restaurados e mantidos, constituem o maior conjunto da arquitetura colonial civil de So Luis. Em belos sobrados esto instalados Museus de Arte, o Arquivo Pblico, o Centro de Criatividade, o Cinema de Praia Grande, o Centro de Cultura Popular, a Cmara Municipal de So Lus, vrias Secretarias de Estado, alm de bares, restaurantes, lanchonetes e tradicionais casas comerciais. No centro da Praia Grande est a Feira da Praia Grande. Atravs do seu porto armoriado penetra-se num fantstico e extico mundo. Ali deve ser experimentada a Tiquira - forte, porm doce e azulada aguardente de mandioca, exclusiva do Maranho. O povo de So Luis alegre e festeiro. No ms de junho, So Lus se transforma num imenso arraial. Em todos os bairros e nas vilas dos arredores, armam-se barracas nos largos e nas praas enfeitadas de coloridas bandeirinhas. Muitos deles tm sua prpria quadrilha ou seu prprio cordo de bumba-meu-boi. Nesses lugares o povo canta, dana, bebe, come iguarias de milho, mingau, cocada, p-de-moleque, pastilhas e variados pratos da culinria maranhense. Bumba-meu-boi O bumba-meu-boi o "auto* dramatizado, com uma constante temtica conhecida, mas que se enriquece cada ano de novos elementos". Com grande poder de comunicao, conta o drama campesino ligado ao ciclo do gado. Existem, em So Luis, quase 100 grupos de bumba-meu-boi, que guardam e reproduzem as caractersticas bsicas desse auto popular oriundo de Portugal, aqui impregnado, de modo sincrtico*, de valores culturais africanos e indgenas.

A msica que se houve pelas ruas de So Luis o reggae, o que confere cidade mais uma denominao, a de "Jamaica Brasileira". Como todos j sabem, o reggae nasceu na Jamaica e se consagrou nos anos 70 com Bob Marley, Jimmy Cliff, Peter Tosh, entre outros. Hoje esse mesmo som quase no se ouve nas ruas de Kingston. Em compensao, s o que rola em So Luis. Uma verdadeira febre que tomou conta da cidade h mais de 20 anos. O reggae caiu no gosto do povo e, de um jeito bem original, virou uma mania que se dana agarradinho. O reggae maranhense se transformou num lazer popular, barato e muito divertido. Bem, pessoal, espero que vocs tenham gostado de saber um pouquinho mais sobre esse lugar paradisaco que So Luis. Um abrao e at o nosso prximo boletim.

8. Como anda o seu portugus?pela professora Isabel Hltz

Oi, gente! Estamos aqui outra vez para tirar aquelas dvidas chatas que nos perseguem e no nos deixam dormir noite, ou fazem com que tenhamos pesadelos horrveis. Para que possam ter um sono sossegado, a partir de agora, e aceitando a sugesto de alguns alunos corajosos e de algumas alunas valentes, vamos falar sobre:

"TUDO" ou "TODO" ?1) Tudo: a totalidade das coisas . o oposto de nada". Tudo" invarivel (no tem plural nem feminino). Exemplos: Ana foi ao supermercado e comprou tudo o que precisava. Quando a professora explicou a matria, os alunos entenderam tudo. Tudo o que existe na natureza belo. 2) Todo : o mesmo que qualquer ou inteiro(a). Todo varivel, pois concorda com o substantivo. Por isso tem plural e feminino: todos, toda e todas. Exemplos: Ele realiza todo trabalho que se solicita. (qualquer trabalho). Toda nao tem seus problemas. (qualquer nao) Passamos o dia todo no clube. (o dia inteiro) Cludia limpou a casa toda . (a casa inteira) Complete as oraes com tudo , todo (s) ou toda (s): Exerccios: 1. Elas nunca compram ___________ que necessitam porque sempre esquecem alguma coisa. 2. Ns j fizemos ____________ relatrio e preenchemos ___________ formulrios, mas no recebemos ____________ circulares que nos prometeram para hoje. 3. Carolina, voc comeu ______________ torta que eu tinha guardado para a sobremesa? 4. Ele fala com ______________ mulher, mas nem ______________ lhe do ateno. 5. Voc gostou de __________________ msicas do novo CD dos Paralamas do Sucesso? 6. Nem ______________ que reluz ouro. 7. __________ aluno tem dvidas de gramtica. Por isso, deve perguntar ___________ ao professor. 8. Vocs entenderam ______________? Puderam tirar __________ dvidas? 9. Voc disse _______________ que pensava? 10. Eu acredito em ____________ que voc diz. 11. A famlia _____________ compareceu cerimnia.

12. Conheo ______________ Brasil e ____________ Alemanha. 13. Viajei por ___________ estado de So Paulo. 14. Eles venderam ____________ as casas e _________ os apartamentos, Eles venderam ______________. Respostas em: http://www.verdeamarelo.com.ar/portugues.htm

Parabns s alunas Marcela Veinstein, Cludia Liciotti, Connie, Marisa Fernandez, Paola Nuez que acertaram tuuudo! Continuem participando!! Espero suas respostas. At o prximo.

9. Sites legaisBibliotecas Biblioteca virtual do estudante brasileiro http://www.bibvirt.futuro.usp.br/acervo/matdidat/tc2000/tc2000.html Biblioteca Latino-Americana http://www.memorial.org.br/paginas/framebiblioteca.html Msica A pgina do Gilberto Gil http://www.gilbertogil.com.br/arvore.htm A pgina do Tom Jobim http://jobim.com.br Humor Piadas http://www.humortadela.com.br Pagina do programa televisivo Casseta e Planeta http://www.cassetaeplaneta.com.br Futebol Futbrasil http://www.futbrasil.com/index.html Futebol Total http://www.futeboltotal.com/

10. Vocabulrioafastar(-se): Distanciar-se, apartar-se; sair: alvos: Ponto a que se dirige o tiro; mira. atingir: Alcanar, tocar: auto: No antigo teatro (scs. XVI ao XVIII), pea religiosa que tem como tema a Eucaristia. bolsista: Pessoa que recebeu uma bolsa de estudos ou de viagem. capacete: Armadura de copa oval, para a cabea. cardpio: Lista das iguarias que um restaurante, etc., pode servir, com o preo de cada uma delas demitir: Tirar cargo, funo ou dignidade de; destituir, exonerar doena: Falta ou perturbao da sade; molstia, mal, enfermidade. espalhar: Dissipar, rarefazer; dispersar. gria: Linguagem que, nascida num determinado grupo social, termina estendendo-se, por sua expressividade, linguagem familiar de todas as camadas sociais. lisboeta: De, ou pertencente ou relativo a Lisboa, capital de Portugal. lusfono: Diz-se de, ou indivduo ou povo que fala o portugus. nu: Privado de vesturio; despido, desnudo.

culos: Lentes usadas em frente dos olhos, providas ou no de aro (2), encaixadas em uma armao, munida de hastes que as prendem ao pavilho da orelha, e cavalete, que repousa sobre o nariz, as quais servem, geralmente, para correo visual. osso: Cada uma de diversas peas formadas por tecido rgido, composto de clulas includas em material conjuntivo duro e, constitudas, principalmente, de colgeno e fosfato de clcio. parceiros: Aquele que est de parceria; comparte, quinhoeiro, scio. preguia: Averso ao trabalho; negligncia, indolncia. refeitrio: Sala para refeies, nas comunidades, colgios, etc. refeies: Comidas risco: Perigo ou possibilidade de perigo. sincretismo: Amlgama de doutrinas ou concepes heterogneas. Fuso de elementos culturais diferentes. tela: Dispositivo utilizado para exibio de dados num terminal-vdeo

2. A palavra da quinzenaPela professora Virginia Bezerra Neves Oi gente! Foi um prazer ter sido convidada para participar desta seo. Bom, minha idia trazer algumas palavras que vocs possam ter ouvido alguma vez, mas que no tm menor idia do que significam. Para falar a verdade, nossa lngua muito rica, pois tem grande influncia indgena e africana. Espero que seja interessante para vocs! Vamos l: A palavra de hoje ... BERIMBAU O berimbau ( substantivo masculino) um instrumento de percusso, que normalmente acompanha a capoeira. Na entrada do Instituto Verde & Amarelo voc pode ver um!!! Este instrumento de origem africana, pode ter outros nomes como bucumbumba, gobo, macumbo, maringa, marimbau, matungo, mutungo, uricungo, urucungo. Nossa! Quantos nomes estranhos, no acham? feito com uma haste de madeira, arqueada por um fio de arame, com uma cabaa, presa ao dorso da extremidade inferior. O msico que o toca deve utilizar uma moeda, que aproxima ou afasta do arame, e ao mesmo tempo separa, com a outra mo, a parte aberta da cabaa, produzindo diferentes sons. Parece difcil, e mesmo!!! Necessita-se muita prtica para que este instrumento, to tpico na Bahia, seja tocado. Os baianos que o digam!!! Um abrao e at a prxima!

3. A lingua portuguesaO PORTUGUS DE PORTUGAL Pela professora Maristela Mller A princpio, o Portugus falado em Portugal pode parecer difcil a um brasileiro, embora na teoria digam que seja idntico ao nosso. Quando os portugueses falam rapidamente entre eles, sem a lentido dos trpicos, quase no os entendemos. O vocabulrio muito rico e algumas expresses idiomticas so bem diferentes das brasileiras. Contudo, em pouco tempo descobre-se que l em Portugal para comprar alguma mercadoria preciso "entrar numa bicha", ou seja, entrar numa fila (para quem no sabe, "bicha" no Brasil uma gria usada para denominar um indivduo afeminado). De uma lgica incrvel, os portugueses tm muita preciso ao falar e escrever. Prezam seu idioma e no utilizam, como no Brasil, os anglicismos quando se expressam, considerando isso uma afronta lngua.

Se algum perguntar ao garom de um bar se tem caf, ele responde que sim e se retira. Quando, depois, o incauto fregus quase sempre turista de primeira viagem reclama que o caf no foi servido, o garom responde: "O senhor perguntou se tinha caf e eu respondi que sim. O senhor no pediu caf". Tal lgica peculiar famosa e admirada no mundo. Alis, a inteligncia portuguesa, ao contrrio do que possa imaginar boa parte dos brasileiros, muito respeitada. Uma pesquisa internacional da dcada de 80 revelou que a segunda mdia mais alta de Q.I. do planeta dos portugueses. Os japoneses ficaram na frente. A origem das piadas sobre portugueses nada mais foi do que uma maneira de ridicularizar o colonizador diante da impotncia de expuls-lo. Para quem for mais curioso, h algum tempo atrs, impressionado com essas diferenas, o jornalista e escritor brasileiro Mario Prata escreveu o Dicionrio de portugus Schfaizfavore. Divertidssimo. Vale a pena ler. (Fonte: Jornal do Brasil, 27/06/99) Mas, afinal, no Brasil se fala PORTUGUS OU BRASILEIRO? Essa a dvida de muitos estrangeiros, porm a resposta simples: o idioma falado no Brasil o Portugus. No existe um idioma brasileiro. A Lngua Portuguesa autenticamente lusitana, mas foi se modificando, no Brasil pelo contato com lnguas indgenas e africanas. O poema abaixo, escrito por Caetano Veloso, revela o tema da sincretismo cultural que se reflete no portugus do Brasil. Quando se refere Mangueira (escola de samba) e ao grito com que ela inicia o carnaval, tenta mostrar que este portugus a variante brasileira do idioma. aquele que falado no Brasil, e este que ele ama. o portugus lusitano que se carnavalizou. O que pode esta lngua? -pergunta o poeta. E voc, sabe do que esse idioma capaz? Leia o poema de Caetano e deixe-se levar pela sonoridade e sensualidade dos seus versos. LNGUA Gosto de sentir a minha lngua roar A lngua de Lus de Cames. Gosto de ser e de estar E quero me dedicar A criar confuses de prosdia E uma profuso de pardias Que encurtem dores E furtem cores como camalees. Gosto do Pessoa na pessoa Da rosa no Rosa, E sei que a poesia est na prosa Assim como o amor est na amizade. E quem h de negar que esta lhe superior? E deixa os portugais morrerem mngua, "Minha ptria minha lngua" Fala, Mangueira! Flor do Lcio Sambdromo Lusamrica latim em p O que quer O que pode Esta lngua? Caetano Veloso. Vel,1984. Vocabulrio do poema: 1. Prosdia: o conjunto de caractersticas de uma lngua no que diz respeito ao acento, entoao e durao dos sons. 2. Pardia: a subverso de um texto ou do estilo de outrem. Nela, retoma-se um texto ou um estilo, para dar-lhe um sentido contrrio (para ridiculariz-lo, por exemplo)

3. Pessoa: (em maiscula) refere-se a Fernando Pessoa, poeta portugus. 4. Rosa: (em maiscula) refere-se a Guimares Rosa, romancista e contista brasileiro.

4. Msica & Cia.Pela professora Silvana de Sousa

Eu vi Tom Z" A msica de Tom Z diferente de qualquer msica brasileira que ouvi at hoje Expande incessantemente os limites da cano popular, adotando formas inesperadas, que nos surpreendem e encantam, com percepo aguda dos grandes acontecimentos. Olha a grande cidade com olhos e os ouvidos de poeta. Descobre beleza em regies estranhas. Sua msica nos d esperana". David Byrne Em minhas curtas frias no Brasil, tive a oportunidade de ir a uma palestra* do brasileiro Tom Z e fiquei completamente fascinada. E quem Tom Z ? Baiano de nascimento, paulista "adotado" e corintiano* "profissional", o msico mudou-se para So Paulo na dcada de 60 e foi vencedor de um festival de msica brasileira da TV Record com a msica So, So Paulo Meu Amor e obteve 4 lugar. Msicos como Caetano Veloso e Chico Buarque tambm foram revelados ao grande pblico nos festivais realizados nessa poca. "Avisaram-me quando vim a So Paulo, que no fizesse msica criticando a cidade, porque os paulistas eram muito bairristas" disse Tom Z. Porm*, a msica ganhadora do festival que continha aspectos positivos e negativos sobre a cidade caiu nas graas do pblico ao falar de amor e de dor. Um dos principais tropicalistas (ver sobre tropicalismo no boletim n 1) ao lado de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Jards Macal, Waly Salomo e Rogrio Duprat, Tom Z escutou muito rdio em sua cidade natal Irar, apaixonando-se assim, pelas sonoridades. Aprendeu violo*, composio, piano, harmonia e violoncelo na Universidade da Bahia, tendo tido como mestres os europeus Koellreuter e Ernest Widmer. Caiu no esquecimento* durante anos, no tendo recebido ateno da mdia nem da indstria fonogrfica . Foi marginalizado por acrescentar* em seus trabalhos sons de liquidificadores*, rdios, mquinas de escrever, enceradeira, gravadores, teclados e garrafas. "Eu fui salvo pelo David Byrne, seno estaria trabalhando como frentista de posto de gasolina em minha cidade natal" -comentou em sua palestra. Isso mesmo. Em 1990, o lder do talking heads estava pesquisando* msica brasileira e encontrou o disco Estudando o Samba. Apaixonou-se de imediato pela msica do nosso Tom Z, que estava sem gravar desde 1979, convidando-o a ser o primeiro artista a gravar na Luaka Bop, gravadora que o prprio David Byrne acabava de fundar. Esse selo novaiorquino lanou em 1990: The Best of Tom Z Brazilian Classics, vol.4, compilao dos discos Estudando o samba e Todos os olhos da Continental. A seguir a Luaka Bop lanou em 1992: The Hips Tradition (As Ancas da Tradio) Brazilian Classics, vol.5, primeiro trabalho indito, depois de um silncio de doze anos. Foi um sucesso planetrio, com resenhas entusisticas em toda a imprensa mundial. Apresentou-se, dois anos seguidos, no melhor clube musical parisiense, o New Homing e foi ouvido pela nata da imprensa francesa e pelos amantes da msica moderna de Paris. Em Berlim, Munique e Hamburgo o pblico alemo cantou, completamente envolvido (e num portugus curioso!) os refres das canes. Da Itlia ustria e Sua, a receptividade da platia e dos meios de comunicao foi idntica e excelente. Em todos os pases visitados, s deixou o palco depois de vrios pedidos de bis. Recebeu Prmio de Criatividade no Festival Composer to Composer (EUA), foi o nico compositor brasileiro a apresentar-se tanto no MoMA - Museu de Arte Moderna de Nova Iorque quanto no super-seletivo Walker Art Center. Porm, eu vi no espao cultural Casa da Palavra em Santo Andr-SP no ltimo 9 de agosto, um Tom Z simples, irnico, engraado, genial, que, ao escutar as intervenes do Jornalista Carlos Renn, pegava o violo cantava uma msica ou fazia algum comentrio sobre a msica brasileira de forma to simples e direta que deixava o pblico representado por vrias geraes, de olhos arregalados*.

Seus ltimos discos so: Defeito de fabricao, 1998 (que tem dois remixes, um feito por Sean Lennon) e Vaia de Bbado no vale, 1999 com faixa de mesmo nome dedicada a Joo Gilberto que foi vaiado pelo pblico ao mostrar-se insatisfeito pela qualidade do som, no show que realizava com Caetano Veloso na inaugurao do Credicard Hall, em So Paulo. No final da palestra, recebi um abrao caloroso, um autgrafo no CD que dizia: abraos portenhos e deixei o pedido: Venha apresentar-se em Buenos Aires Tom Z!!!!!!!!!! "Tom Z o maior poeta vivo da MPB. um sujeito nuclear" -disse Herbert Viana do Paralamas do Sucesso. Se voc quiser saber mais sobre esse compositor, escutar sua msica ou comprar seus CDs: visite o site www.tomze.com.br

5. Uma novela Verde & AmarelaPelo professor Igor Ravasco Depois que Maurcio soube o que era "saco" tambm ficou vermelho de vergonha, mas acabou achando graa. Ivan continuou a aula e pediu para que os alunos se apresentassem ao novo colega. A primeira a se apresentar foi Gigi. Jovem de quarenta e poucos anos, mas isso ela no disse, estava bastante maquiada, no era gorda, nem alta, nem casada, mas procurando um namorado brasileiro, argentino, uruguaio, francs, paraguaio, italiano, de qualquer lugar, mas que no tardasse em aparecer (pelo amor de Deus!). Gigi estudava portugus porque era secretria de uma empresa na rea de telecomunicaes, que tambm estava presente no Brasil. Antes de ter problemas como os de Maurcio, resolveu procurar um instituto. Adorava a bossa nova, Vincius, Tom Jobim, Joo Gilberto. Lal foi a segunda a se apresentar. Jovem, vinte e alguns, magra, tamanho mdio, cabelo pintado de louro. J tinha ido ao Brasil algumas vezes... Porto Seguro, Arraial D'Ajuda, Salvador... Adorava a msica baiana, e estudava lambada. Sempre foi apaixonada pelo portugus, mas s resolveu comear a estudar quando, numa festa, ganhou uma bolsa* do Verde e Amarelo. a vez de Dudu se apresentar. Est estudando direito e tem vontade de se especializar em direito internacional, enfocando seu trabalho no Mercosul. Tem vinte e poucos como Lal; alto, magro, solteiro, freqentador de festas e assduo bebedor de cerveja. Torcedor do Gimnasia Esgrima de La Plata, cidade onde mora. "Cuidado pra no se enganar... po* uma coisa, pau* outra... completamente diferente..." risos... O ltimo a se apresentar o Z. No diz a idade, mdico, adora o Rio, todos os anos vai a Ipanema, conhece o nome das ruas mais do que um carioca, e apaixonado pela comida e pelo visual do restaurante Mostarda, na Lagoa. Casado, sua mulher tambm era aluna do Instituto, mas estava em outro curso. Torcedor fantico do Chacarita, defendia o 'funebrero' com unhas e dentes. "Vamos gente, comigo!!!, repitam a palavra!!! Vamos l, Z, pergunta para a Gigi..." A aula continuava animada. Maurcio estava comeando a achar que se divertiria nas aulas. No tinha certeza se conseguiria aprender, pois se achava duro para os idiomas, mas pelo menos sabia que aqueles momentos seriam melhores do que ir a um psiclogo... J nem se lembrava do motivo que o havia levado a estudar portugus. "Vamos cantar!!! Todos juntos!!!... 'O samba da minha terra deixa a gente mole'..." Fizeram o intervalo para o caf... Todos comeram alguns biscoitos*, principalmente Dudu, que no queria comer um cachorro-quente na estao de Constitucin. A aula continuou, divertida, at s dez da noite, e todos estavam ansiosos para a prxima tera-feira, dia da segunda aula.

Na tera-feira seguinte, s sete horas, enquanto comeava a segunda aula, algum bateu na porta. Era um novo aluno... usava uma capa preta, tinha olheiras profundas e usava um chapu, preto tambm. Todos olharam meio assustados. No deu boa-noite a ningum. Entrou, fechou a porta e se sentou... MSICA Gilberto Gil e Milton Nascimento vo tocar no Rock in Rio J esto confirmadas as participaes de James Taylor, Gilberto Gil e Milton Nascimento para o festival Rock in Rio 3, a ser realizado em janeiro. As datas dos shows ainda no foram confirmadas, mas o evento acontece de 12 a 21 de janeiro de 2001. O festival deve receber a visita de um bilho de (100.000.000) pessoas em todo o mundo, ao vivo ou pela televiso. Pato Fu, Fernanda Abreu, Funk'n Lata, Britney Spears e N'Sync j esto confirmados para a noite jovem do festival.

"JOO VOZ E VIOLO" Considerado por muitos o melhor cantor brasileiro, Joo Gilberto fica de hoje a domingo no Tom Brasil, em So Paulo. O show "Joo voz e violo", que j foi apresentado em Nova York, Londres e Barcelona, indito no Brasil. O Tom Brasil, que h cinco anos foi inagurado com uma apresentao de Joo Gilberto, traz o artista mais uma vez casa (ele j se apresentou l por quatro vezes) para comemorar a data. O espetculo teve estria mundial no Carnegie Hall, em Nova York, durante o JVC Festival, e foi o show do festival com ingressos que se esgotaram mais rapidamente. O disco que d nome ao show o primeiro do cantor em nove anos, e traz dez faixas, sendo cinco regravaes - entre elas "Chega de saudade", de Tom Jobim e Vincius de Morais, e "Desafinado", de Tom e Newton Mendona. O repertrio no foi divulgado, mas especula-se que ele inclui msicas como "Voc vai ver", de Tom, "Eu vim da Bahia", de Gilberto Gil, "Desde que o samba samba", "Corao vagabundo", de Caetano Veloso, e ainda msicas de Dorival Caymmi e Ari Barroso

8. Como anda seu portugus?pela professora Isabel Hltz Queridos leitores, gostaria de esclarecer que esta seo est dedicada s dvidas do portugus interface com o espanhol. Igualmente, aceitamos sugestes de pessoas de outras nacionalidades com dificuldades diferentes das propostas aqui. Por isso, sua participao fundamental! Aceitando o pedido da aluna Claudia Liciotti, neste nmero, vamos explicar a diferena do uso dos verbos TIRAR, BOTAR e PEGAR. So verbos que existem tanto em portugus quanto em espanhol, mas nem sempre seus significados so iguais. Vamos ver como os empregamos no Brasil?

O verbo tirar pode ser utilizado com o sentido de: - Fazer sair de algum ponto ou lugar. Ex.: Tirou o fone do gancho. - Retirar, puxar. Ex.: Tirou uma nota de R$100 do bolso e pagou a conta.

- Arrancar, extrair. Ex.: Tirou o dente de siso. - Descalar. Ex.: Tirou o sapato e tinha chul. - Despir. Ex.: Tirou o casaco porque sentia calor. - Excluir. Ex.: Tirou o nome do aluno da lista de aprovados. - Extinguir, extirpar, fazer desaparecer, apagar. Ex.: Tirou do caderno aquelas palavras horrveis. - Tirar uma fotografia - Tirar radiografia - Tirar fotocpia ou xerox - Transcrever (letra de msica que se ouve). Ex.: Os alunos adoram tirar a letra das msicas do Caetano Veloso. - Tocar (msica ou trecho musical) de ouvido. Ex.: Ele tira de ouvido todas as msicas do Lulu Santos. Conjugao Pres. ind.: tiro, tira, tiramos, tiram. Pret. perfeito: tirei, tirou, tiramos, tiraram. Pret. imperf.: tirava, tirava, tirvamos, tiravam. Verbo com um particpio: tirado.

O verbo botar pode ser utilizado com o sentido de: - Lanar fora. Ex.: Botou todas as fotos no lixo. (Pode-se dizer tambm: "Jogou as fotos no lixo"). - Vestir. Ex.: Botou uma camiseta para correr na praia. - Calar. Ex.: Botou os sapatos novos para seu aniversrio. - Colocar, pr. Ex.: Botou o vaso sobre a mesa. - Depositar. Ex.: Botou todo o dinheiro na poupana. - Introduzir. Ex.: Botou a criana dentro da banheira. - Desperdiar. Ex.: Ela bota fora todo o salrio. Conjugao Pres. ind.: boto, bota, botamos, botam. Pret. perfeito: botei, botou, botamos, botaram. Pret. imperf.: botava, botava, botvamos, botavam. Verbo com um particpio: botado. O verbo pegar pode ser utilizado com o sentido de: - Agarrar. Ex.: Pegou sua bolsa e saiu cedo. - Prender. Ex.: A polcia prendeu o ladro. - Segurar. Ex.: A criana pegou o cachorro pelo rabo. - Adquirir enfermidade por contgio, por debilidade orgnica. Ex.: No inverno, sempre pega uma gripe terrvel. - Subir ou instalar-se em um veculo qualquer para viajar ; tomar. Ex.: Pegou um txi porque estava atrasado. - Ser condenado. Ex.: Pegou dois anos de cadeia. Conjugao Pres. ind.: pego, pega, pegamos, pegam. Pret. perfeito: peguei, pegou, pegamos, pegaram. Pret. imperf.: pegava, pegava, pegvamos, pegavam. Verbo com dois particpios: pegado e pego (linguagem coloquial) No perca no prximo nmero a diferena do uso dos verbos MUDAR e TROCAR.

Complete os exerccios flexionando os verbos tirar, botar ou pegar corretamente. 1. Ele ______________ a roupa porque ia tomar banho. 2. As crianas _____________ todos os brinquedos dentro do ba. 3. No ______________ as botas porque tinha muito chul. 4. Para chegarem a Manaus, eles ___________ o barco das 7 horas. 5. O macaco __________ a mquina fotogrfica do turista e fugiu para a floresta. 6. Tom z ______________ de ouvido suas msicas antigas. 7. Igor ___________ gravata todos os dias para dar aula nas empresas. 8. Maristela adora ____________ a letra das msicas do Martinho da Vila. 9. Silvana _____________ uma saia nova para ir ao Maluco Beleza. 10. Virgnia ______________ o metr para vir ao Verde & Amarelo. 11. Liliana ______________ txi todos os dias e nunca chega atrasada. 12. Daniela _____________ fotografias muito bonitas da formatura de seus alunos. 13. Maj sempre _______________ os sapatos quando vai traduzir. 14. Evelia ____________ informaes da Internet para escrever sobre o Brasil. 15. Isabel ________________ muito acar na caipirinha feita pelos alunos do terceiro nvel. 16. Leandro ______________ nosso boletim em todos os endereos eletrnicos do mundo.

Respostas em: http://www.verdeamarelo.com.ar/portugues.htm Observao: Agradecendo a colaborao do grandioso professor Eraldo Maia - Arraial do Cabo, Rio de Janeiro - vamos acrescentar duas pequenas notas a respeito do "Como anda seu portugus"? nmero 4. Quanto questo da presena do pronome demonstrativo "o" (que significa aquilo) antes de "tudo" opcional. As duas estruturas frsicas ( "tudo" ou "tudo o") so abonadas pela norma culta. O pronome relativo que (o qual, a qual, os quais, as quais) pode ter como antecedente o pronome indefinido tudo ou o demonstrativo o. Assim sendo, os exerccios a seguir podem ter duas formas aceitas gramaticalmente: Elas nunca compram tudoque necessitam porque sempre esquecem alguma coisa. ou Elas nunca compram tudo o que necessitam porque sempre esquecem alguma coisa Nem tudo que reluz ouro. ou Nem tudo o que reluz ouro. Voc disse tudo que pensava? ou Voc disse tudo o que pensava? Eu acredito em tudo que voc diz. ou Eu acredito em tudo o que voc diz.

Segundo o professor Maia, houve um pequenssimo equvoco no primeiro exerccio. Como o verbo necessitar transitivo indireto, sendo seu complemento regido pela preposio de, ela deveria estar presente antes do pronome relativo (tudo de que necessitam ou tudo o de que necessitam). A ausncia da preposio at aceitvel em se tratando de registro coloquial. Ento, o exerccio n 1 deveria ficar da seguinte forma: Elas nunca compram tudo de que necessitam porque sempre esquecem alguma coisa. Muito obrigada professor Eraldo por nos haver honrado com sua presena.

9. Sites LegaisMsica Tits http://www.uol.com.br/titas/ Arquivo MPB Copletissima pgina com letras de msica http://spock.acomp.usf.edu/~campoe/mpb/ Noticias http://www.baguete.com.br/ Portugus Gertrudes site dedicado ao portugus em todo o mundo http://www.gertrudes.com/ Histria Historianet Pgina dedicada a histria do Brasil y do mundo http://www.historianet.com.br/main/index.asp

10. Vocabulrioacrescentar: Ajuntar alguma coisa a outra, para torn-la maior em tamanho, nmero ou fora alm: Mais adiante de: No pde ir alm das primeiras casas da cidade. aps: Depois de; atrs de; trs; aps de: "Anos aps ano, ia comprando prdios de renda" arregalados: Muito aberto. bolsa: Penso gratuita concedida a estudantes ou pesquisadores para estudos ou viagem cultural; bolsa de estudo. borracha: Substncia elstica feita do ltex coagulado de vrias plantas, principalmente a seringueira, a goma-elstica, o caucho, etc., ou por processos qumico-industriais. cachoeira: queda-d'gua - lugar onde o curso de um rio acentuadamente vertical. corintiano: Pertencente ou relativo ao Esporte Clube Corntis Paulista (SP). esquecimento: Deixar sair da memria; perder da lembrana: A humanidade jamais esquecer os crimes folia: festa, divertimento, brincadeira, folguedo lembrana: lembrar: trazer memria, por analogia ou semelhana; fazer recordar; recordar. liquidificador: Aparelho eltrico destinado a misturar ou a triturar determinados alimentos, tais como

bebidas, frutas, legumes. miscigenao: Cruzamento inter-racial; mestiamento, mestiagem. palestra: Conferncia ou discusso sobre assunto cultural. po: Alimento feito de massa de farinha de trigo ou outros cereais, com gua e fermento, de forma em geral arredondada ou alongada, e que assado ao forno. pau: Qualquer pedao de madeira (lasca, haste, madeira, tbua, etc.). pesquisar: Indagao ou busca minuciosa para averiguao da realidade; investigao, inquirio. Porm: Espanhol: "sin embargo" poupar: Economizar, gastar com moderao ou economia; despender com parcimnia; no desperdiar: poupar dinheiro; poupar energia. relatrio: Narrao ou descrio verbal ou escrita, ordenada e mais ou menos minuciosa, daquilo que se viu, ouviu ou observou. Espanhol: "informe" violo: Instrumento de madeira, com seis cordas simples, dedilhveis, dotado de caixa de ressonncia em forma de 8, com fundo chato, abertura circular no tampo, e brao longo, largo e reto. [Sin.: guitarra, guitarra espanhola, pinho, bronze, buzo, viola e (lus.) viola francesa.]

1. HumorA piada deste nmero foi publicada no Newsletter de Marcelo Perazolo, quem gentilmente nos autorizou traduzi-la ao portugus e public-la no nosso Boletim. Marcelo Perazolo o responsavel pela publicao "Novedades Empresarias y Profesionales", o maior Newsletter do mundo, em espanhol!!!!! Se voc ainda no recebeu esta interessante publio sobre o mbito empresarial, pode solicit-la gratuitamente enviando um e-mail com o ttulo "Suscribe" a: mailto:[email protected]?subject=Suscribe Marcelo Perazolo tambm o CEO da pgina www.librosenred.com, onde voc pode encontrar uma grande variedade de livros digitais. Os livros esto venda, mas h uma variedade de livros gratuitos. Valeu Marcelo!!!! Ms* notcias, patro!! traduo Igor Ravasco Um rico fazendeiro deve viajar a Assuno por duas semanas e deixa tudo aos cuidados de seu capataz. Antes de partir, faz-lhe as recomendaes necessrias. - J sabe, homem, cuida bem de tudo pra mim, no v deixar acontecer alguma coisa... - No se preocupe, patro, que nada vai acontecer... - Isso espero disse o fazendeiro-, sei que quando voc quer mais do que um animal. - Sem problemas, patro, sem problemas... Passam as duas semanas e o fazendeiro volta da capital. Quando sobe caminhonete com a qual o capataz foi busc-lo, pergunta: - Ento, alguma novidade? - No chefe, no aconteceu nada. - Tem certeza? - Bom, pra dizer a verdade, aconteceu uma coisinha. Seu gato morreu. -Meu gato angor premiado e ganhador de concursos!!! Tinha certeza de que alguma coisa ia acontecer. Diga-me como foi. - Morreu de indigesto... - Indigesto??!! Como morreu de indigesto, se mando trazer de Barcelona a dieta balanceada de atum e vitaminas a cada 15 dias??

- que comeu carne de cavalo em mal estado disse compungido o capataz. - Carne de cavalo!!! E quem deu carne de cavalo ao meu gato? - Ningum, patro. O que aconteceu que ningum teve tempo de recolher o cavalo, e o gato, num descuido, comeu um pedao. - De que cavalo voc est falando?? - Bem... do seu, patro... - Qu???!!! Meu cavalo de exibio??!! O que aconteceu com meu cavalo???!!! - Morreu por causa do esforo... - Esforo!!, que esforo??!! exclamou o fazendeiro com o rosto j desfigurado. - De carregar gua, patro. Com a pressa no tinha outra forma de carregar gua... - Usaram meu cavalo para carregar gua!!?? E para que carregava gua com meu cavalo, ANIMAL!!?? - que devamos apagar o incndio, patro... J gaguejando e com as plpebras tremendo nervosas, o fazendeiro fazendeiro balbuciou: - Incndio!!, que incndio!!?? -O da casa, patro... mas afinal no pudemos fazer nada e ela se queimou toda. - Minha casa queimou!!?? Como que aconteceu? - que uma vela caiu e pegou fogo numa cortina. Da em diante no houve jeito de apag-lo. - Uma vela queimou a minha casa??!! Quem foi o animal que acendeu uma vela??!! - Bem, patro, no fique assim, em todos os velrios se usam velas. - Velrio na minha casa?! Por que fizeram um velrio na minha casa? Quem morreu? - Sua me, patro disse o capataz em voz quase inaudvel. Todo o rosto do fazendeiro se contorcia em tiques nervosos e contraes incontrolveis. A duras penas controlou sua mandbula para poder pronunciar... - " Minha me!!!... Minha me morreu!!!... Como foi que ela morreu??!! -Morreu de susto, patro. No suportou o susto. - Que susto? perguntou o fazendeiro j totalmente fora de si. - Susto de ver como se afogavam na lagoa os... - Chega!!!, Chega!!! No quero mais escutar... Nesse momento, o fazendeiro no pde se controlar e comeou a estrangular o capataz com as prprias mos. O capataz, roxo* e quase sem respirao, ainda conseguiu dizer: - No, patro!!, Para!!, se soubesse que o senhor ia ficar assim no tinha contado nada sobre o gato...

2. Independncia ou morteNo dia 7 de setembro comemorou-se a independncia do Brasil. No ano de 1822, o prncipe regente D.Pedro I deu um fim aos desmandos de Portugal. O povo que morava na jovem nao j estava cansado de explorao* e descaso* da corte portuguesa. Um prncipe brasileiro Ao retornar de uma audincia com o regente de Portugal D.Joo VI, o embaixador da Frana em Lisboa, anotou no dirio: "Meu Deus, como feio! Como feia a princesa! Meu Deus! Como so todos feios! No h um s rosto gracioso entre eles, exceto o do prncipe herdeiro"! - estava se referindo ao garoto Pedro de Alcntara Francisco Antnio Joo Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim Jos Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragana e Bourbon (apesar dos 18 nomes que possua, ficou conhecido como D. Pedro I). O segundo filho varo de D.Joo e Carlota Joaquina nascera no dia 12 de outubro de 1789. Antnio, primognito de D.Joo, morreu aos seis anos. Assim, Pedro estava na linha sucessria. Apesar disso, nem o regente nem D.Carlota se preocuparam com a educao do filho. Em 1808, depois que D.Pedro se mudou com os pais para o Brasil, esse desleixo assumiu propores quase criminosas. Criado solto, na Quinta da Boa Vista ou na fazenda Santa Cruz a 80 km do Rio, Pedro andava sozinho na mata*, brigava* a pau e soco* com outras crianas, bolinava* as escravas. Ali, tornou-se um exmio mas imprudente cavaleiro: caiu do cavalo 36 vezes. A rudeza desses primeiros anos, pode ter agravado a epilepsia congnita: aos 18 anos, D.Pedro j sofrera seis ataques da doena. Alguns, durante cerimnias oficiais - que o prncipe no tolerava. Mas, desde a infncia, Pedro

revelou-se ser um sujeito despojado e de bom corao. Andava com roupas de algodo e chapu de palha, tomava banho nu na praia do Flamengo, ria, debochava* e zombava* com quer que fosse. Era mau poeta e mau latinista, mas bom escultor e excelente msico: tocava clarinete, flauta, violino, fagote, trombone e cravo. Tambm tocava um instrumento e um ritmo malditos: o violo e o lundu, que aprendera em lugares mal-afamados do Rio. D.Pedro foi um amante latino, dndi liberal que tomava o que gostava - cavalos, mulheres ou roupas. Mas quem convivera com ele concordava com algumas de suas ltimas palavras: "Orgulho-me de ser verdadeiro, humano e generoso e de ser capaz de esquecer as ofensas que me so feitas". O ano de 1822 O ano de 1822 comeou dramaticamente para D.Pedro. Foi no dia 1 de janeiro que ele recebeu o manifesto escrito por Jos Bonifcio e assinado por toda a junta provincial da cidade. At ento, apesar de alguns cartazes espalhados* pelas ruas do Rio e das manifestaes cada vez mais entusisticas que vinham recebendo nas ruas ou no teatro, D.Pedro no registrara nenhum sinal de apoio sua permanncia no Brasil. Mas a carta de Bonifcio era impactante. Segundo ela, as Cortes de Lisboa, baseadas "no despropsito e no despotismo" buscavam impor ao Brasil "um sistema de anarquia e escravido". Movidos por uma "nobre indignao", os paulistas estavam "prontos a derramar a ltima gota do seu sangue e a sacrificar todas as suas posses para no perder o adorado prncipe", em quem colocavam "suas bem-fundamentadas esperanas de felicidade e honra nacional". Os cariocas, que pensavam da mesma maneira, organizaram um abaixo-assinado com 8 mil nomes e o entregaram ao prncipe uma semana depois, numa cerimnia realizada ao meio-dia de 9 de janeiro. Depois de ler o documento, D.Pedro anunciou solenemente sua deciso: "Se para o bem de todos e felicidade geral da nao, diga ao povo que fico" (este dia ficou conhecido como "O Dia do Fico"). Reunido em frente ao Pao Municipal, o povo saudou a deciso do prncipe. No dia 11, as tropas portuguesas tentaram obrigar o prncipe a embarcar para Lisboa. Apoiado pelo povo e por tropas leais, D.Pedro resistiu. A independncia, agora, era uma questo de tempo. Marcam a aproximao entre D.Pedro e a faco mais conservadora da elite brasileira, formada por homens que, em sua maioria, tinham freqentado a Universidade de Coimbra e partilhavam da idia de um imprio luso-brasileiro. Cinco dias depois de expulsar do Rio as tropas portuguesas, D.Pedro organizou um novo ministrio e, para lider-lo, escolheu Jos Bonifcio de Andrada e Silva. Em 1 de agosto, declarou inimigas todas as tropas enviadas de Portugal sem o seu consentimento. No dia 14, partiu para So Paulo para contornar uma crise na provncia. No dia 7 de setembro, o prncipe recebeu as cartas chegadas de Lisboa com as abusivas decises da Corte e concluiu que era a hora de romper com a metrpole. Depois de ler, amassar* e pisotear as cartas, D.Pedro montou "sua bela besta baia", cavalgou at o topo da colina e gritou guarda de honra: "Amigos, as cortes de Lisboa nos oprimem e querem nos escravizar... Deste dia em diante, nossas relaes esto rompidas". Aps arrancar a insgnia portuguesa de seu uniforme, o prncipe sacou a espada e gritou: "Por meu sangue, por minha honra e por Deus: farei do Brasil um pas livre". Em seguida, erguendo-se nos estribos e alando a espada, afirmou: "Brasileiros, de hoje em diante nosso lema ser: Independncia ou morte". Eram 4 horas da tarde de 7 de setembro de 1822. No dia seguinte, inicou a viagem de retorno ao Rio, onde chegou no tempo recorde de cinco dias, deixando toda a tropa 10 horas para trs. Na capital, foi saudado como heri. A 1 de dezembro, aos 24 anos, foi coroado no rei, mas imperador, para mostrar que, apesar do direito monrquico, tambm fora eleito pelo "povo".

3. A palavra da quinzenaPela professora Virginia Bezerra Neves CAPOEIRA E BERIMBAU Casamento africano, batismo tupi* Oi,gente! Olha eu aqui de novo, com mais uma nova palavra! Trazida de Angola pelos escravos, a capoeira tornou-se uma arte marcial tipicamente brasileira. No perodo da colonizao, inicia-se o trfico de escravos para a Amrica. Os negros aprisionados na frica eram trazidos e vendidos para o trabalho forado em regime de escravido. Nesta situao desumana a que foi submetido o negro, surgiu a capoeira. A princpio, foi criada como luta de defesa ou para relaxar do trabalho forado. Praticada entre as classes populares, at o sculo XX era reprimida pela polcia.

Capoeira sem berimbau, no capoeira! um verdadeiro "casamento" de palavras. O primeiro registro de um berimbau ( veja o boletim anterior) no Brasil data de 1739 e foi feito na alfndega* do porto de Santos. Vindo do Benin, na costa ocidental africana, o instrumento se tornou indissocivel da capoeira, a arte marcial praticada pelos escravos bantos, que, por sua vez, vieram da Angola. Tudo indica que a msica serviu para tornar a capoeira mais aceitvel, disfarando-a como dana. Assim, a capoeira e o berimbau s se encontraram em solo brasileiro, em nenhum outro lugar. Outro detalhe: esta luta africana foi batizada pelos ndios. Segundo o tupinlogo Nicolau Leite, capoeira equivale a " mato arrancado com as mos". Refere-se, com algum exagero, s clareiras* abertas na mata* onde os escravos negros rebelados treinavam os golpes. Voc vai encontrar muitas manifestaes desta luta em Pernambuco, na Bahia e no Rio de Janeiro. Em todo o Brasil existem academias que ensinam a capoeira, mas at hoje eu no encontrei nenhum lugar que ensinem a tocar o Berimbau... Um abrao e at a prxima!!! Informao retirada da revista SUPER INTERESSANTE, junho de 2000.

4. A lingua portuguesapela professora Maristela Mller Como qualquer outro fenmeno social, a lngua sofre mudanas no espao e no tempo. No artigo de hoje vamos, conhecer um pouco mais sobre a origem e o desenvolvimento da lngua oficial de nosso pas: o portugus. Quantos falam a lngua portuguesa? De acordo com estatstica de 1990, mais de 180 milhes de pessoas falam a lngua portuguesa. a stima lngua mais falada do mundo, superada pelo chins, o ingls, o espanhol, o hindi, o russo e o rabe. Origem e histria da lngua portuguesa O portugus originou-se do latim, falado pelos latinos, um povo que habitava o Lcio, regio central da Itlia. A capital, Roma, ao longo dos sculos foi, dominando as cidades mais importantes da Itlia e, j no sculo III a.C., os romanos tinham sob sua posse quase todo o territrio italiano. O povo dominador sempre impe sua cultura e, portanto, sua lngua ao povo subjugado. Com os romanos no foi diferente: impuseram o latim a todos os povos por eles conquistados. Da Itlia, os exrcitos romanos espalharam-se por toda a Europa, sia e frica. O latim passou a predominar sobre a lngua dos povos que habitavam essas regies. No sculo II a.C. Roma podia ser considerada como a capital do mundo; e o latim, como a lngua oficial do Imprio Romano. A lngua latina apresentava dois nveis: 1) o latim literrio lngua falada e escrita, empregada em textos literrios, filosficos e jurdicos. 2) o latim vulgar lngua apenas falada, sem escrita, utilizada pela massa da populao, analfabeta e considerada inculta. O latim vulgar era utilizado por soldados, comerciantes e pela maioria das pessoas que se dirigiam aos territrios conquistados, com a finalidade de coloniz-los. Foi esse latim vulgar que se imps aos povos vencidos.

Em 218 a.C. a pennsula Ibrica, onde fica Portugal, foi invadida pelos romanos, que de l procuravam expulsar invasores cartagineses que tentavam chegar at Roma. Derrotados os cartagineses, os romanos dominaram a pennsula Ibrica, impondo sua cultura e sua lngua. Esse perodo de imposio cultural conhecido como romanizao da pennsula Ibrica (romanizao porque a cultura romana se imps cultura peninsular). J no sculo I da era crist, o latim era a lngua comum a todos os povos da pennsula, exceto a regio onde se falava e se fala at hoje o basco. Comea a ocorrer a mistura do latim com as lnguas locais, o que provocou a diferenciao da lngua do dominador em cada regio e at mesmo de cidade para cidade. Esse um dos fatores que explicam a fragmentao do latim, ou seja, sua diferenciao em cada regio onde era falado, dando origem a lnguas parecidas umas com as outras, mas diferentes entre si. O latim, a lngua nica falada em todo o Imprio Romano, deu origem s lnguas romnicas ou neolatinas: italiano, francs, provenal, galego, romeno, sardo, romanche, espanhol e portugus. Isso significa que hoje, grosso modo, falamos um latim modificado. Portanto, as lnguas romnicas ou neolatinas surgiram da fuso entre a cultura dos romanos e a dos povos conquistados, originando dialetos, ou seja, variedades regionais ou sociais de uma lngua. Um desses dialetos era o galego-portugus, falado na regio onde hoje fica Portugal. Desse dialeto originaram-se posteriormente duas lnguas: o galego e o portugus. Falou-se galego-portugus at o sculo XIV em Portugal. Coube ento a D. Dinis, rei de Portugal, proclamar, em 1279, o portugus como lngua oficial do pas, abolindo o latim dos textos jurdicos e oficiais. Somente a partir do sculo XIV que se pde falar na existncia de uma lngua portuguesa com caractercticas prprias, diferente do galego. No sculo XIV surge a prosa literria em portugus. O livro que registrou primeiro essa lngua foi o Livro de linhagens, de d. Pedro, rei de Portugal. Mas a primeira gramtica portuguesa s surgiria em 1546, escrita por Ferno de Oliveira. Os idiomas neolatinos no ficaram restritos Europa. Com a colonizao de outros povos pelos dominadores europeus, esses idiomas espalharam-se pela Amrica, Africa e sia. Durante a fase de sua expanso martima, os portugueses chegaram s Amricas, rodearam a frica, passaram pela China e pela ndia. Isso explica, por exemplo, que numa regio to distante do Brasil, como Cabo Verde, tambm se fale portugus. Nessa fase de expanso, a lngua portuguesa foi sofrendo influncias dos idiomas locais. Incorporaram-se ao portugus palavras de outras origens, como por exemplo ch (do japons). Assim a lngua portuguesa espalhou-se pelo mundo e chegou ao Brasil. Em 1500, Portugal oficializou a existncia do Brasil. No prximo nmero, falaremos sobre o portugus no Brasil e os pases onde se fala portugus no mundo.

5. Participao EspecialNeste nmero vamos ter a participao especial do professor Eraldo Maia. L do Rio de Janeiro, inspirado nas praias paradisacas de Arraial do Cabo, ele gentilmente nos est enriquecendo com seus conhecimentos. Quem vai "Pagar o Pato"?

Muitos julgam que a expresso idiomtica "pagar o pato" tenha alguma relao com a ave, o que, de fato, no corresponde realidade. Existe, em latim, um vocbulo neutro da segunda declinao, "pactum", cujo significado acordo, o qual, tomado como emprstimo culto lngua latina, corresponde palavra portuguesa pacto. Ora, em outros vocbulos latinos, a consoante /k/, dita muda, grafada com a letra c, deixou de ser pronunciada. Em Portugal, ainda se escreve, por exemplo, acto e facto. No Brasil, desde a Reforma Ortogrfica de l943, passou-se a grafar ato e fato. Assim, na expresso "pagar o pato", a palavra pato uma variante de pacto, qual foi subtrada a consoante muda. Dizer que algum, e to-somente ele, "pagou o pato" , na verdade o mesmo que dizer do cumprimento de um acordo por um s dos acordantes. Duas pessoas, por exemplo, fazem um acordo (um pacto), e s uma delas cumpre esse acordo, quer dizer, s uma delas paga o pacto, que acabou virando "pagar o pato", mesmo que tal acordo no tenha envolvido a aquisio do animal de penas. Esclarecida, pois, est a expresso. No engraadinha sua origem? Um abrao. Eraldo Em tempo: Com o envio deste e-mail, sem me sentir lesado, cumpro o acordo que fizemos, isto , estou pagando o pato.

6. Msica & Cia.pela professora Sivana de Sousa

Forr: eta ritmo bom !!!Temos comentado aqui sobre a riqueza, a diversidade e a originalidade da msica brasileira. Dessa vez, vamos falar um pouquinho de um ritmo que genuinamente brasileiro e tem tido, ultimamente, uma enorme aceitao por parte do pblico brasileiro: o forr; que nem sempre foi um gnero musical. A princpio, o forr era uma festa familiar danante do serto* nordestino. Alguns historiadores afirmam que o termo forr originou-se da expresso for all, que quer dizer "para todos". Acredita-se que os ingleses ofereciam festas para os operrios que trabalhavam na construo das estradas de ferro no Nordeste e os convidavam usando esse termo. Outra verso sobre a origem da palavra a de que seria um baile comum, sem etiqueta, que o povo chamava de "forrobod" e, que, com o tempo, pela facilidade da pronncia, acabou transformando-se simplesmente em forr. No nordeste "forrobod" significa confuso, agitao, rebulio, desordem, farra, arrasta-p. Seja como for, com a propagao cada vez maior da palavra, o forr passou a ser um gnero tpico dos festejos juninos (ver boletim n 1). Teve, desde a sua criao, forte ligao com o povo, e trouxe em suas letras e msicas os cantos da sofrida gente nordestina -alm de narrar fatos de alegria como festas populares, idas e vindas de viajantes e tantas outras histrias. Um conjunto de forr formado pelo sanfoneiro, pandeirista e o tocador de zabumba e tringulo; a partir da, vem a dana formada por casais. Tivemos vrios msicos que se destacaram no mundo do forr, como por exemplo: "gordurinha", Jackson do Pandeiro e Z Dantas, alm do Trio Nordestino e Os 3 do Nordeste; porem, o mais importante divulgador do ritmo foi Luiz Gonzaga, pernambucano da cidade de Exu, serto nordestino. Morreu em 1989 , mas deixou o forr imortalizado, assim como o baio, ritmo com movimentos improvisados, geis e com acompanhamento musical de sanfona, tringulo e agog* (podemos citar ainda outros ritmos populares de Pernambuco: ciranda, coco-de-roda, xote e xaxado). O forr cresceu, evoluiu e adaptou-se a diferentes lugares do Brasil. Tem o forr do Norte, o forr da Bahia, do Cear, de Minas Gerais. E hoje em dia, h at uma nova tendncia: o "forrogode" (mistura de forr e pagode)! Mas, evidente que o forr raiz continua com seus passos firmes, recebendo tambm nome de forr p-de-serra. Existe tambm o forr mais urbano, chamado forr p-de-calada representado por Cascabulho, o precursor Mestre Ambrsio. J Chico Sciense & Nao Zumbi e Mundo Livre S/A, no movimento Mangue Beat de Recife que apresenta uma mistura de sons regionais com msica eletrnica, forr p-de-serra, rap, maracatu* e outros. Antes era considerada msica tpica do Nordeste e festas juninas, e at mesmo chamada msica brega*. Hoje, o forr j recebe o moderno nome de "oxente music" e vem tomando novas e surpreendentes dimenses, conquistando pblico de diferentes idades e classes sociais, disparando em vendas de CD's e shows. Antes as msicas falavam de seca, devastao, solo rachado, gado magro, sofrimento e lamentao (como na estrofe

"Quando olhei a terra ardendo, qual fogueira de So Joo"de Asa Branca, msica de Luis Gonzaga). Atualmente, com um estilo mais alegre, muitas bandas esto fazendo muito sucesso em todo o Brasil. Devido a grande aceitao, recordes de pblico e vendagem de discos, o forr vem revelando muitos nomes e bandas no Brasil. O forr ganha uma cara moderna, com uma dose picante de sensualidade e romantismo e com a sua melhor caracterstica de sempre: um ritmo gostoso para danar !!!!!! Errata: (Boletim No 5) O disco de Tom Z (1999) chama-se Imprensa Cantada e no Vaia de Bbado como publicamos.

7. Uma novela Verde & Amarelapelo professor Igor Ravasco Houve um momento de tenso quando aquela misteriosa figura entrou na sala. No cumprimentou ningum. Todos disseram boa noite, como vai voc? tudo bom?, e s tiveram como resposta um seco tudo bom. O clima continuou muito tenso, mas a aula prosseguiu. Vamos l, gente, "j*" uma coisa, "ch*" outra. Cuidado Gigi "" diferente de "". Repita comigo: eu no posso cair no poo. A nova aluna j no estava com a capa, nem com o chapu, mas nem assim seu aspecto era menos assustador. Maurcio cochichou a Dudu de que a tinha achado horrorosa. As perguntas continuavam... Vamos, Lal, pergunte ao Mauricinho: Beber vinho saudvel? Todos riram com a cara que Maurcio fez, como quem diz que saudvel, necessrio e nica razo de se viver... Pergunta... Dudu, pergunta para o Z: Quem so os melhores do futebol? Z pediu desculpa a Ivan, pediu desculpas aos colegas e respondeu que, obviamente, os melhores do futebol eram os jogadores do Chacarita, e que 'El Flaco' Vivaldo era o melhor goleiro do mundo. A alegria j tomava conta e era contagiante. At que Ivan perguntou nova aluna qual era seu nome. Silvina foi a resposta. Todos disseram ao mesmo tempo: Sil, ou Silvininha, ela tem que ser chamada assim. Mas Silvina disse num tom frio: Silvina, meu nome Silvina. Que chata*! -disse Lal, bem baixinho, para Gigi. Muito bem, pessoal, vamos escutar uma msica. Parece propaganda, mas posso jurar que no . Quase todos se entreolham e sorriem quando comeam a escutar "Chocolate". Acham a msica engraada e se divertem muito na hora de cant-la. Ivan, de vez em quando, olha para para Silvina, mas ela jamais devolve o olhar. Maurcio tenta formular uma pergunta em portugus. Ele j est procurando trabalho e est se esforando muito para aprender bem o idioma. o aluno que mais ri de tudo e est integrando o grupo, fazendo com que todos sejam amigos. apenas a segunda aula, mas j se mandam piadas por e-mail. A aula chega ao fim. As pessoas esto contentes, mas h um certo ar de estranheza na aula. Quem Silvina? Por que ela no se encaixa no grupo? Ivan s espera que ela no seja uma dessas alunas insuportveis que fazem perguntas cujas respostas j conhece, s para testar, provar o professor. Dudu estava muito curioso e olhava para ela sem parar. Passou toda a aula com os olhos fixos nela. Silvina no era bonita, mas tambm no era feia. Era charmosa*, at demais. Ele no queria esperar at a semana seguinte para conhec-la melhor. No ltimo momento da aula, quando todos j saam da sala, ele, srio e direto, perguntou a Silvina: Por que voc est estudando portugus? Ela, em perfeito portugus, respondeu: Ainda no estou em condies de responder a sua pergunta. (continua)

10. Como anda seu portugus?pela professora Isabel Hltz Neste nmero vamos ver a diferena do uso dos verbos trocar e mudar. Esta dificuldade existe principalmente entre os hispanofalantes. Para ns, brasileiros, dificilmente haver confuses. Vamos l:

Mudar (do latim mutare) 1. Pr em outro lugar; dispor de outro modo; remover, deslocar. Ex.: Mudou o armrio de lugar e a sala pareceu maior. 2. Dar outra direo; desviar. Ex.: O nibus mudou seu itinerrio por causa da obra na avenida Beira Mar. 3. Tirar para pr outro; substituir. Ex.: Mudou a fechadura da porta arrombada. 4. Transferir para outro local. Ex.: Em 1960 o governo brasileiro mudou a capital federal - do Rio de Janeiro para Braslia. 5. Alterar, modificar. Ex.: Com a Repblica, em 1889, o Brasil mudou sua forma de governo. 6. Fazer apresentar-se sob outro aspecto. Ex.: A longa convivncia com o missionrio mudou a sua viso do mundo. 7. Deixar (uma coisa por outra): mudar de nome; mudar de conversa. Ex:. Quando viu o professor entrar, mudou rapidamente de assunto. Ex.: No Brasil muito comum as pessoas mudarem de nome aps consultarem a numerologia. 8. Ir habitar ou estacionar em outro ponto; transferir-se para outra casa ou local, deixar o lugar onde vivia; transferir a sua residncia (para outra terra, outra casa, etc.). Ex.: Mudou-se para a Argentina porque ficou apaixonado por uma garota que sabia cantar muito bem. 9. Tornar-se diferente do que era, fsica ou moralmente; alterar-se. Ex.: Este menino mudou muito desde que comeou a estudar portugus: est mais alegre 10. Passar, fugir, desaparecer. Ex.: Tudo muda o tempo todo no mundo. Conjugao Pres. ind.: mudo, muda, mudamos, mudam. Pret. perfeito: mudei, mudou, mudamos, mudaram. Pret. imperf.: mudava, mudava, mudvamos, mudavam. Verbo com um particpio: mudado. Gerndio: mudando Trocar 1. Dar (uma coisa) por outra; permutar. Ex.: Trocou o velho automvel por outro zerinho. Ex.: Os rapazes trocaram os livros. 2. Substituir (uma coisa) por outra. Ex.: Trocou a camisa cinza por outra azul. 3. Tomar (uma coisa) por outra; confundir. Ex.: Na pressa, trocou um dos embrulhos. 4. Alterar, modificar, transtornar. Ex.: No troque a ordem em que arrumei os livros. 5. Dar em troca; permutar. Ex.: Trocou os mveis velhos por novos. 6. Dar primazia ou preferncia; preferir. Ex..: No troca o Brasil por nenhum outro pas. 7. Deixar, abandonar. Ex.: Trocou a liberdade dos solteiros pela estabilidade dos casados. 8. Permutar entre si. Ex.: Trocaram de lugar. 9. Reciprocar-se, mutuar-se. Ex.: Os namorados trocavam-se beijos na praa. Conjugao Pres. ind.: troco, troca, trocamos, trocam. Pret. perfeito: troquei, trocou, trocamos, trocaram. Pret. imperf.: trocava, trocava, trocvamos, trocavam.

Verbo um particpio: trocado. Gerndio: trocando.

Dicas- Em alguns casos, pode-se usar os verbos trocar ou mudar indistintamente. Geralmente d-se uso ao verbo trocar quando h uma transferncia (trocar uma coisa por outra coisa) e ao verbo mudar quando h mudana de residncia, de lugar ou fsica e moralmente). - O verbo cambiar em portugus geralmente usado com o sentido de "fazer operaes de cmbio" -troca de moeda. Complete os exerccios com os verbos trocar, mudar ou cambiar. 1 Os alunos _________de sala quando fazem caipirinha. 2- O Paulo Rosi ______ muito desde que comeou a estudar no Verde & Amarelo: agora mais simptico. 3- Quando vo ao Brasil, sempre _______ dlar por real. 4- Elas ________ de casa para ficarem mais perto do centro. 5- Liliana _______ seu look para atender melhor os nossos alunos. 6- Zez no ______ a Espanha por nenhum outro pas do mundo. 7- Karininha sempre ______ de roupa antes de encontrar Cristian. 8- A aluna Dia s fala em poder _______ sua fita do segundo nvel por outra nova. 9- Igor _______ de carro: agora pega o nibus da linha 111. 10 Por uma questo de cuidados, a Maristela _____ o cafezinho pelo chazinho. 11 As alunas do curso regular no querem ______ de professor. 12- O Mercosul vai ______ o rumo dos nossos pases para melhor. 13 A Tamara _______ de voz desde que comeou a cantar no Teatro Coln. 14 Claudinha no ______ o Verde & Amarelo por nada deste mundo! 15- Maxi _______ seu celular para receber mais ligaes na hora do recreio. Respostas em: http://www.verdeamarelo.com.ar/portugues.htm

12. Vocabulrioagog: Instrumento de percusso, de origem africana, constitudo por duas campnulas de ferro, o qual se percute com vareta do mesmo metal, e usado particularmente nos candombls da BA, nas baterias das escolas de samba, no maracatu de PE e em conjuntos musicais. alfndega: Repartio pblica encarregada de vistoriar bagagens e mercadorias em trnsito, e cobrar os correspondentes direitos de entrada e sada. amassar: Esmagar, pisar: bolinava: Procurar estabelecer contatos voluptuosos com algum, sobretudo em aglomerao de pessoas, em veculo, cinema, etc. brega: Cafona, acaipirado, deselegante. brigava: Brigar: Lutar, combater, brao a brao. brincam: Brincar: Divertir-se infantilmente; entreter-se em jogos de crianas, recrear-se, entreter-se, distrairse, folgar: calcinhas: Pea interna do vesturio feminino que parte da cintura indo apenas at s virilhas ou s coxas; calcinha, calcinhas. clareiras: Espao sem rvores, ou quase, em mata ou bosque. ch: Infuso largamente usada em todo o mundo feita com folhas, coriceas e lanceoladas. charmosa: Charme: Atrao, encanto, seduo. chata: Pessoa tediosa. debochava: debochar: Zombar de; desafiar com zombarias. espalhados: Espalhar: Lanar para diferentes lados; dispersar; espargir. explorao: Explorar: Abusar da boa-f, da ingenuidade ou da ignorncia de; enganar // Pesquisar, observar, estudar. j: Neste momento; agora. maracatu: Cortejo carnavalesco que baila ao som de instrumentos de percusso, acompanhando uma mulher que na extremidade de um basto conduz uma bonequinha ricamente enfeitada, a calunga // Msica

popular inspirada nessa dana. Ms: Pl. de m, fem. de mau. Que causa mal, prejuzo ou molstia: mata: Terreno onde medram rvores silvestres; floresta, charneca, selva, bosque, mato. roxo: Da cor da violeta, da ametista; violeta. serto: Regio agreste, distante das povoaes ou das terras cultivadas. soco: Golpe com a mo fechada. teto: A face superior interna duma casa ou dum aposento. tupi: Indivduo dos tupis, povo indgena que habitava o N. e C.O. do Brasil, na regio aproximadamente compreendida pelo rio Amazonas e seus afluentes da margem direita, e cuja lngua constitua um dos quatros principais troncos lingsticos da Amrica do Sul. [Cf. guarani (1) e tupi-guarani.] zombava: Zombar: Fazer zombaria, debochar, escarnecer, ludibriar, mofar. No fazer caso.

2. A palavra da quinzenaPela professora Virginia Bezerra Neves AI, QUE SAUDADE DO CAFUN DA MINHA ME! Ei, voc que est a, sentado na frente do computador! voc mesmo, no olha para o lado no! Que tal se agora voc pra um pouco, relaxa o pescoo, estica os braos...e pede para sua me lhe fazer um cafun gostoso???? No senhor, no escrevi errado no!! cafun mesmo, no caf! Olha, se nunca lhe fizeram um cafun, acho que j hora de experimentar... Cafun no tem idade: bom quando voc pequenininho, aos 12, aos 25, 40, 70!!!! Cafun no tem sexo. Cafun democrtico: todo mundo pode fazer! Cafun grtis! Cafun generoso: s depende de voc! Qualquer um pode fazer e receber! Cafun tambm no tem hora, qualquer hora boa para um bom cafun ! Cafun no s para seres humanos, os cachorros gostam e os gatinhos, adoram! Cafun assim: gostoso! J descobriram??? Ainda no??? Tudo bem, eu explico: Geralmente, quando somos crianas e est na hora de ir dormir, a nossa mezinha vem junto, nos deita, nos cobre e fica fazendo carinho na nossa cabea, coando-a levemente para nos adormecer. Este ato de coar a cabea, bem suave, o que chamamos, na nossa querida terrinha, de cafun! bom demais! Quando voc est fazendo cafun no seu gatinho, ele fica ronronando, todo feliz! Os gatos sabem o que bom... Esta palavra to diferente, tem sua origem em Angola, na frica. Este termo vem do QUIMBUNDO, que uma lngua falada por l pelos BUNDOS ou AMBUNDOS. O "Bundo" um indivduo dos Bundos, indgenas bantos de Angola. Olha s que coisa engraada: "BUNDO", na linguagem Quimbundo, significa "NEGRO", e "BUNDA" significa, tambm nesta lngua, " UMA MANEIRA ESTROPIADA OU INCORRETA DE EXPRIMIR-SE". E pensar que no Brasil ns chamamos de "BUNDA" nossa parte traseira, ou seja, parte carnosa do corpo formada pelas ndegas, que carinhosamente chamamos de "bumbum"! Nossa, gente! Achei to divertido descobrir de onde veio a palavra CAFUN que me desviei do caminho! No tem problema, se vocs ficaram com vontade de saber mais sobre este tema ( o do bumbum), no perca o nosso prximo boletim! At l! Um beijo, Vir, profeciberntica

3. A lngua portuguesa pela professora Maristela MllerOi, pessoal! Como havamos prometido, este nmero ser sobre o portugus falado no Brasil, bem como, sobre os pases onde se fala esse idioma no mundo. Vamos l?

O PORTUGUS NO BRASIL A imposio da lngua no foi fcil: houve atritos com a lngua indgena, no incio. Mais tarde, a lngua africana influenciou o portugus do Brasil; ocorreram ainda influncias do francs e do holands, no perodo das invases; mais recentemente, nossa lngua recebeu influncias dos imigrantes europeus, principalmente no centro-sul do pas. Aos poucos, o portugus aqui implantado pela colonizao da metrpole foi adquirindo caractersticas especficas, distanciando-se do portugus de Portugal. No se pode falar ainda na existncia de uma lngua brasileira, mas hoje so inmeras as diferenas entre o portugus de Portugal e o portugus do Brasil. A influncia do tupi na lngua portuguesa fez-se sentir de maneira acentuada. No vocabulrio, por exemplo, herdamos da lngua dos ndios: 1- topnimos (nomes de lugares): Guanabara, Ipanema, Copacabana; 2- antropnimos (nomes de pessoas): Iracema, Ubirajara, Iraci; 3- nomes relacionados flora e fauna: caju, maracuj, jabuticaba, mandioca, cutia, tatu, arara, gamb. Os dialetos trazidos pelos escravos africanos tambm deixaram inmeros vestgios no portugus do Brasil. Alguns exemplos de palavras de origem africana: acaraj, banguela, caula, cafund, canjica, dend, farofa, fub, fumo, mandinga, marimbondo, moleque, quiabo, quilombo, quitanda, quitute. Mais tarde, a vinda dos imigrantes tambm influenciou o portugus do Brasil, conforme j dissemos. Do alemo herdamos nquel, gs. Do espanhol bolero, castanhola; do francs palet, matin, bon; do italiano, entraram em nossa lngua palavras como macarro, piano, tenor, soneto, bssola, piloto, bandido; do ingls, clube, futebol, bife, forr. Posteriormente, os veculos de comunicao de massa facilitaram a introduo de inmeras palavras de outros idiomas, como o japons (KaraoK, camicase). Com o tempo, as palavras importadas vo se adaptando ao sistema ortogrfico do portugus, como ocorreu com a palavra francesa, abat-jour, atualmente grafada abajur. Palavras de importao mais recente ainda no sofreram esse processo de adaptao, como, por exemplo: software, hardware, Know-how. Convm no esquecer que a dominao econmica acaba por impor mudanas lingsticas. Hoje, nossa lngua sofre grande influncia da lngua inglesa, aqui chegada sobretudo atravs da cultura americana. Assim sendo, a lngua portuguesa que falamos hoje, no Brasil, resulta do cruzamento de todos esses fatores. Vocabulrio: ver no final do Boletim. O PORTUGUS NO MUNDO No mundo atual, o portugus a lngua oficial de vrios pases. Chama-se lngua oficial aquela utilizada na administrao, no ensino, na imprensa e nas relaes internacionais. Em outras regies, o portugus no a lngua oficial: falado por uma parte da populao, resumindo-se a um dialeto. Onde se fala portugus? 1- Na Amrica: Brasil (lngua oficial). 2- Na frica: Guin-Bissau, Cabo Verde, Angola, Moambique, Repblica Democrtica de So Tom e Prncipe (lngua oficial).

Nesses pases, convivem com a lngua oficial o portugus as chamadas lnguas nacionais, que so espcies de dialetos utilizados na vida cotidiana. 3- Na Europa: Portugual, Aores e Madeira (estas duas ltimas so ilhas que fazem parte do Estado portugus) (oficial).} 4- Na sia: Macau, Goa, Damo (no-oficial). 5- Na Ocenia: Timor (no-oficial ) * ver notcia sobre Timor Leste. Timor Leste adota lngua portuguesa DLI Na vspera do primeiro aniversrio do referendo pelo qual o povo de Timor Leste decidiu tornar-se independente da Indonsia, o congresso do Conselho Nacional da Resistncia Timorense (CNRT) adotou o portugus, juntamente com dialeto local, tetum, como idiomas oficiais do pas a ser criado. Por enquanto, o territrio administrado pelas Naes Unidas. A medida foi aplaudida em Lisboa pelo ministro das Relaes Exteriores de Portugal, Jaime Gama. " uma deciso que reflete grande maturidade, conhecimento da realidade nacional timorense e profundo sentido geogrfico e estratgico", disse. E acrescentou: "Trata-se de uma prova de confiana na capacidade portuguesa para cooperar neste assunto e o Brasil seguramente ajudar nesta ao fundamental." Vocabulrio: ver no final do Boletim.

4. Msica & Cia.pela professora Sivana de Sousa

CAZUZA: Um garoto de Ipanema"Cazuza", na definio do dicionrio, um vespdeo solitrio, de ferroada dolorosa. por isso, talvez, que no Nordeste do Brasil esta palavra signifique moleque. Aqui, porm, vamos falar do Cazuza roqueiro, compositor e grande nome da msica brasileira. Seu pai, Jos Arajo, de ascendncia nordestina, com a certeza de que sua mulher Lcia teria um menino, comeou a cham-lo de Cazuza, mesmo antes do nascimento da criana. Nascido a 4 de abril de 1958, no Rio de Janeiro, Cazuza foi criado em Ipanema, sempre habituado praia. Seu verdadeiro nome: Agenor de Miranda Arajo Neto. Ele preferiu o apelido e s aceitou o seu nome, quando soube que Cartola, um dos seus compositores prediletos, chamava-se tambm Agenor. Os pais no eram ricos, mas o matricularam em uma escola cara, o colgio Santo Incio, de padres Jesutas. Filho nico, quieto e solitrio, foi um menino bem-comportado na infncia, apegando-se companhia da av materna, Alice. Na adolescncia, contudo, comeou a manifestar caractersticas do futuro roqueiro rebelde. Cazuza terminou o ginsio e o secundrio a duras penas, e, depois de prestar vestibular para Comunicao, s porque o pai tinha lhe prometido um carro, desistiu do curso em menos de um ms de aula. Nessa poca, j estava vivendo o trinmio: sexo, drogas e rock 'n' roll . Adorava Jimi Hendrix, Janis Joplin e os Rolling Stones. Deu muito trabalho ao seu pai, que teve que livr-lo vrias vezes da priso por porte e uso de drogas; alm disso, foi muito difcil para a sua me descobrir