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Instituto Superior Politécnico Gaya Psicologia, Educação e Cultura www.ispgaya.pt pec.ispgaya.pt ǡ   . Ǥ ǡ ͳ . ʹͲͳͺ ʹͷͲ BURNOUT E STRESS EM PROFESSORES: UM ESTUDO COMPARATIVO 2013-2017 Adriana Santos 72 Ana Raquel Teixeira 1 Cristina Queirós 1 Resumo Os professores enfrentam mudanças sociais, politicas e económicas com consequências no seu trabalho e bem-estar psicológico. Este estudo pretende identificar e comparar os níveis de stress e de burnout em professores da zona Norte nos anos de 2013 e de 2017. Utilizou-se em 2013 uma amostra de 201 professores do distrito do Porto e em 2017 outra de 219 professores do distrito de Bragança, aos quais foram aplicados o Questionário do Instituto de Prevenção do Stress e Saúde Ocupacional, o Maslach Burnout Inventory e o Oldenburg Burnout Inventory. Apesar de a pressão associada a cada fonte de stress ter diminuído, os indicadores de burnout aumentaram, revelando a necessidade de melhor estudar estes fenómenos no sentido de os prevenir ou tratar. Palavras-chave: burnout; stress; professores; estudo comparativo. 72 Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, [email protected]

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BURNOUT E STRESS EM PROFESSORES:

UM ESTUDO COMPARATIVO 2013-2017

Adriana Santos72

Ana Raquel Teixeira1

Cristina Queirós1

Resumo

Os professores enfrentam mudanças sociais, politicas e económicas com consequências no seu trabalho e bem-estar psicológico. Este estudo pretende identificar e comparar os níveis de stress e de burnout em professores da zona Norte nos anos de 2013 e de 2017. Utilizou-se em 2013 uma amostra de 201 professores do distrito do Porto e em 2017 outra de 219 professores do distrito de Bragança, aos quais foram aplicados o Questionário do Instituto de Prevenção do Stress e Saúde Ocupacional, o Maslach Burnout Inventory e o Oldenburg Burnout Inventory. Apesar de a pressão associada a cada fonte de stress ter diminuído, os indicadores de burnout aumentaram, revelando a necessidade de melhor estudar estes fenómenos no sentido de os prevenir ou tratar.

Palavras-chave: burnout; stress; professores; estudo comparativo.

72 Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, [email protected]

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Introdução

De acordo com a UNESCO (2018, p.1), os professores são “a força mais influente e

poderosa para a equidade, acesso e qualidade na educação (…) e desenvolvimento global

sustentável”, enquanto para Nivagara (2011, p.316) são “para além da simples transmissão do

conhecimento, um elemento fundamental no ensino e na educação em geral (…) na

transformação da educação”. Contudo, o seu estatuto e condições de trabalho (entre outros

aspetos) continuam a preocupar, e vários estudos referem que a profissão docente é uma das

mais afetadas pelo stress no trabalho devido às crescentes exigências e a mudanças sociais e

profissionais sucessivas que obrigam os docentes a enfrentar desafios constantes (Azevedo,

Veiga & Ribeiro, 2016; Brutting et al, 2018; Carlotto, 2012; Fitchett et al., 2017; Langan-Fox &

Cooper, 2011; Leite, 2009; Matques-Pinto, Lima & Silva, 2003 Marques-Pinto & Picado, 2011;

Mérida-López & Extremera, 2017; Montgomery & Rupp, 2005; Ouelettte et al., 2018; Ponte,

2008). Ainda recentemente um relatório da Comunidade Europeia (Cefai et al., 2018)

apresentou a proposta de educação emocional no currículo educativo devido ao facto de muitas

crianças chegarem à escola enquanto portadora de fortes cargas sociais e emocionais (ex:

pobreza, desigualdade social, bullying, conflitos familiares, dependência tecnológica, etc.) que

prejudicam a sua aprendizagem e bem-estar psicológico, o que traz aos professores novas

exigências e conteúdos a preparar. Ouelettte e colaboradores (2018) referiram a escola como

prestadora de cuidados de saúde mental a crianças, sobretudo em meios desfavorecidos nos

EUA, com nova sobrecarga para os professores.

Em Portugal, em Fevereiro de 2016 a FENPROF realizou a conferência “O stress na

profissão docente: causas, consequências, medidas a tomar”, tendo apresentado um estudo

realizado entre 2010 e 2013 por Patrão (2016) que concluiu que o burnout estava presente em

30% de uma amostra constituída por cerca de 1000 professores de escolas portuguesas que

lecionavam alunos do 2º e 3º ciclo e do Secundário. Este valor era superior aos registados

noutros países que rondaria os 15 a 25%, verificando-se que a maior parte dos professores que

apresentavam burnout tinham idades mais elevadas (média de cerca de idade de 49 anos),

lecionavam no ensino secundário, e entre 20 a 25% sofriam de stress, ansiedade e depressão.

Neste estudo, Patrão (2016) salientava ainda que burnout constitui um risco pois não só afeta o

professor, mas também todo o contexto educacional, interferindo na realização dos objetivos

pedagógicos, sendo fundamental intervir e prevenir.

Nos últimos anos decorreram mudanças a nível social e político, bem como a crise

económica que afetou Portugal, tendo consequências no sistema de ensino, como por exemplo

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aumento de alunos por turma, sobrecarga de horário dos professores, congelamento das

progressões na carreira ou adiamento da idade de aposentação, o que levou Rita, Patrão e

Sampaio (2010, p.1151) a alertarem que atualmente “as questões ligadas ao papel do professor,

desde a avaliação do desempenho profissional até à utilização de estratégias eficazes face a

mudanças no contexto educativo, são consideradas de extrema importância para o seu bem-

estar”. Este alerta tinha sido já dado por outros autores, ao referirem que a insatisfação face às

circunstâncias desfavoráveis, a pressão da sociedade, da escola e dos pais e a indisciplina na sala

de aula provocam sentimentos negativos nos professores (Curado, 2006; Martins, 2007), o que

diminui a qualidade das atividades educativas (Gomes et al., 2006) e leva os professores a serem

considerados desde há décadas uma das ocupações profissionais com mais stress (Kyriacou,

1998; Mota-Cardoso et al., 2002).

No que se refere às fontes de stress no exercício da atividade docente, já na década de 90

Kyriacou (1998) as agrupou em seis categorias: comportamento dos alunos, pressão do tempo

e carga de trabalho, espírito de comunidade fraco, fracas condições de trabalho, poucas

perspetivas sobre o salário e progressões na carreira, e lidar com mudanças. Relativamente ao

comportamento dos alunos, a indisciplina na sala de aula era uma das fontes de stress mais

reportadas pelos professores, apesar de alguns docentes também referirem que tentar

encorajar alunos desmotivados contribuía para o sentimento de exaustão. Mais tarde, Pocinho

e Capelo (2009) verificaram que as principais fontes de stress eram os comportamentos

inadequados e a indisciplina dos alunos, seguido das pressões do tempo e excesso de trabalho,

pois os professores sentiam que o tempo disponível era insuficiente para a quantidade de

trabalho requerida. Encontraram ainda como fontes de insatisfação o salário e progressão na

carreira e o fraco relacionamento com os colegas como fonte de stress, pois a qualidade das

relações que se estabelecem no local de trabalho afeta os níveis de burnout, a saúde, o bem-

estar e a produtividade organizacional (Day & Leiter, 2014). Recorde-se que atualmente decorre

a discussão pública da contagem de anos de serviço docente (Lopes, 2018).

De acordo com Buunk e colaboradores (2007) o tipo de stress experienciado pelos

professores difere em função do nível de ensino que lecionam, pois quando os professores

ensinam a níveis escolares mais baixos o stress parece estar mais relacionado com as relações

profissionais, enquanto os professores do ensino secundário apresentam níveis de stress

superiores devido às expetativas sociais e à relação com os alunos. Rita e colaboradores (2010)

referem que os professores do ensino básico sentem maior dificuldade na gestão dos conflitos

entre os pais e a escola, uma vez que assumem o papel central na aprendizagem e na gestão de

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uma turma, em interface com todos os outros atores. Já os professores do ensino secundário,

no contexto educativo português, não conseguem ter os recursos materiais mais adequados

para o desempenho eficaz das suas funções, sentindo-se ainda confrontados com níveis de

exigência e expetativas superiores para a execução do seu papel.

Mais recentemente, vários estudos identificaram como fatores desencadeadores de

stress nos professores as reformas e mudanças no sistema educativo, falta de controlo sobre

decisões, responsabilidade sem autoridade para decidir, falta de recursos, falta de suporte e de

partilha entre colegas, insatisfação com o trabalho, avaliação do seu desempenho, sobrecarga

de tarefas e horários, antagonismo da comunidade, fraca remuneração, reduzido

reconhecimento social, ambiguidade do papel de professor e dificuldade em conciliar trabalho

e família (Agai-Demjaha et al., 2015a; Alarcon et al., 2017; Azevedo et al., 2016;

Barabanshchikova, Meshkova & Surova, 2014; Carlotto, 2012; Fitchett et al., 2017; Hung, 2011;

Lejonberg, Elstad & Christophersen, 2017; Mendez & Lira, 2015; Mota-Cardoso et al., 2002;

Mujtaba & Reiss, 2013; Pedro & Peixoto, 2006; Simone, Cicotto, & Lampis, 2016).

No que se refere aos efeitos do stress nos professores, Martins (2007) refere que

dominam os sintomas psicológicos, nomeadamente irritabilidade excessiva, pensar

constantemente num só assunto e sensibilidade emotiva, acompanhada de cansaço constante,

sensação de desgaste físico e problemas de memória. Já em 2005 Montgomery e Rupp tinham

efetuado uma meta-análise, realçando a importância das estratégias de coping para enfrentar

o stress crónico no trabalho e sintomas físicos e psicológicos, ideia partilhada por outros autores

em estudos mais recentes (Alhija et al. 2015; Agai-Demjaha et al., 2015b; Brutting et al., 2018;

Jeon, Buettner, & Grant, 2018; Pocinho & Perestelo, 2011; Ramon, 2015).

Considerando o facto de os professores enfrentarem constantes situações de stress no

trabalho, surgem inúmeros estudos que investigam o burnout nos professores, pois este

constitui uma resposta ao stress crónico no trabalho caracterizada por elevada exaustão

emocional, elevado cinismo ou frieza emocional na interação com os outros e baixa realização

pessoal ou profissional (Maslach, Schaufeli, & Leiter, 2001). A exaustão emocional é considerada

a dimensão básica, caracterizando-se por um sentimento de desgaste emocional e esgotamento

dos recursos emocionais, enquanto o cinismo diz respeito a atitudes e sentimentos de

indiferença e distanciamento em relação ao outro ao qual se presta serviço (ex: estudantes),

representando a dimensão do contexto interpessoal, e, por fim, a falta de realização pessoal é

a tendência para o trabalhador se avaliar negativamente, existindo um sentimento de

incompetência e insatisfação com o seu trabalho (Leiter & Maslach, 2017).

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Os variados estudos efetuados sobre o burnout dos professores referem que estes

apresentam maior exaustão emocional e cinismo, duas das dimensões principais do burnout

(Hakanen, Bakker, & Schaufeli, 2006), influenciando com as suas atitudes o desempenho dos

estudantes (Pas, Bradshaw, Hershfeldt, & Leaf, 2010). Por exemplo, Cano-Garcia e

colaboradores (2005) estudaram a relação entre burnout, personalidade e variáveis contextuais,

concluindo que existia uma associação entre exaustão emocional, neuroticismo elevado e

perceção de fracas possibilidades de promoção, falta de recursos e pouco prestígio da profissão.

Hakanen e colaboradores (2006) encontraram o burnout associado á falta de recursos e baixa

motivação profissional, alertando que professores motivados mobilizam mais eficazmente o

interesse e a curiosidade intelectual dos estudantes. Outros autores (Otero-Lopez, Marino, &

Bolano, 2008; Gonzalez-Morales, Rodriguez, & Peiró, 2010) verificaram que a exaustão

emocional e o cinismo estavam associados à falta de suporte social, e o burnout à sobrecarga

horária desencadeadora de conflito entre trabalho e família e às estratégias de coping para

enfrentar o stress.

O burnout surge também associado à dimensão emocional de ser professor, na qual

julgamentos negativos sobre os estudantes e sobre a sua competência provocavam emoções

negativas e coping desadequado, facilitadores de stress crónico e insatisfação laboral (Chang,

2009; Ha, King, & Naeger, 2011; Hung, 2011; Shirom, Oliver & Stein, 2009), bem como

sobrecarga horária e demasiados estudantes por turma, o que gera uma relação fria e impessoal

com os estudantes (Salanova, Martínez, & Lorent, 2005; Tonder & Williams, 2009; Klassen,

Usher, & Bong, 2010; Watts & Robertson, 2011). Estudos mais recentes associam o

burnout a preocupações constantes com os estudantes e insatisfação laboral, resultando do

complexo cruzamento de variáveis individuais e contextuais (Kosir et al., 2015; Kroupis et al.,

2017; Malander, 2016; Nagy & Takacs, 2017; Prieto et al., 2008; Ramalho, Almeida, & Cezário,

2017; Reichl et al., 2014; Szigeti et al., 2017; Zuniga-Jara & Pizarro-Leon, 2018).

Considerando o burnout enquanto resposta aos stressores crónicos, podendo por isso ser

precedido por níveis elevados de stress, e pela facilidade de acesso a dados de professores da

zona Norte de Portugal, este estudo pretende identificar e comparar os níveis de stress e de

burnout em professores nos anos de 2013 e de 2017.

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Método

Participantes

Foram realizados dois estudos: no de 2013 a amostra foi constituída por 201 professores

de 5 Escolas Públicas do Ensino Básico (1º, 2º e 3º ciclo) e Secundário do distrito do Porto

(Teixeira, 2014); no de 2017 (Santos, em curso) a amostra foi de 219 professores de 8

agrupamentos de escolas do Ensino Básico (1º, 2º e 3º ciclo) e Secundário, no distrito de

Bragança. As variáveis comuns passíveis de comparações são apresentadas na Tabela 1,

caracterizando-se a amostra de 2017 por ter professores com idade e tempo de serviço superior,

maior percentagem do sexo masculino, casados ou em união de facto, com filhos, sendo do

quadro e a lecionar 1º ciclo ou vários níveis de ensino.

Tabela 1

Caracterização das amostras em percentagem

Variável Condições da variável 2013 N = 201

2017 N = 219

Idade Média Desvio Padrão Mínimo a Máximo

44,59 7,21 30 a 60

48,93 7,50 36 a 65

Experiencia profissional Média Desvio Padrão Mínimo a Máximo

20,39 7,09 5 a 38

23,91 8,56 8 a 42

Sexo Feminino Masculino

73% 27%

65% 35%

Estado Civil Casados ou em união de facto Não casado

73% 27%

82% 17%

Filhos Sim Não

71% 28%

86% 14%

Situação profissional Quadro Contratado

76% 24%

81% 19%

Habilitações Licenciatura Pós-graduação ou Mestrado

72% 28%

71% 29%

Nível que leciona 1º ciclo 2º ciclo 3º ciclo Secundário Vários

7% 16% 32% 28% 17%

23% 15% 11% 10% 41%

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Instrumentos

Em ambos os estudos foi utilizado o Questionário do Instituto de Prevenção do Stress e

Saúde Ocupacional (Mota-Cardoso et al., 2002), desenvolvido no estudo IPSSO 2000 para

conhecer o grau e fontes de stress docente. A escala original possui 61 itens que englobam

fontes de stress frequentemente percecionadas pelos professores, no formato de afirmações

que retratam situações geradoras de tensão e mal-estar no âmbito docente. A resposta aos itens

avalia a frequência com que experienciaram aquela fonte de stress, através de uma escala tipo

Likert de 6 pontos, que varia desde 1 (“Nenhuma pressão”) até 6 (“Demasiada pressão”). Os

itens agrupam-se em 9 fontes de stress cujo score é calculado pela média dos itens que o

compõe: Estatuto profissional (má imagem da profissão, falta de condições, salário inadequado)

Conteúdo do trabalho (desfasamento entre formação e exigências, desadequação da

organização escolar, responsabilização do professor), Previsibilidade/Controlo

(imprevisibilidade durante a aula, alteração das normas), Pressão do tempo (falta de tempo para

vida pessoal, excesso de horas de trabalho, vida cronometrada), Segurança profissional

(instabilidade profissional, grande mobilidade), Disciplina (indisciplina dos alunos, falta de

respeito, barulho na aula), Rigidez curricular (falta de autonomia, obrigatoriedade cumprir

programas), Natureza emocional do Trabalho (agressividade dos alunos, falta de apoio da

comunidade, problemas pessoais dos alunos) e Ritmo/estrutura do trabalho (atualização

permanente).

Relativamente ao burnout, no estudo de 2013 foi utilizado o Maslach Burnout Inventory

(MBI, de Maslach, Jackson, & Leiter, 1996; Marques-Pinto & Picado, 2011), composto por 22

itens avaliados através de uma escala de Likert de 7 pontos (de 0 para Nunca até 6 para Todos

os dias), e organizados nas dimensões exaustão emocional, despersonalização ou cinismo e

realização pessoal ou profissional. Neste estudo utilizaram-se apenas as duas primeiras

dimensões, nas quais pontuações mais elevadas são associadas a mais burnout.

Apesar de o MBI ser o instrumento mais utilizado na avaliação do burnout, tem sido alvo

de críticas relativas à definição de constructos e limitações psicométricas (Halbesleben &

Demerouti, 2005), passando nos últimos anos a ser pago mesmo para efeitos de investigação.

Surgiram então novos instrumentos de acesso livre, entre os quais o Oldenburg Burnout

Inventory (OLBI, Halbesleben & Demerouti, 2005; Campos, Carlotto, & Marôco, 2012) que foi

utilizado no estudo de 2017. É composto por 16 itens avaliados numa escala de Likert que varia

entre 1 (discordo totalmente) e 5 (concordo totalmente), estando organizados em duas

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dimensões: exaustão (incluindo componentes físicos e cognitivos) e desinvestimento (desligar

emocional da tarefa), nas quais pontuações mais elevadas são associadas a mais burnout.

Procedimentos

Nos dois estudos, após autorização formal das escolas, o estudo foi divulgado junto dos

professores, solicitando-se a participação anónima, voluntária e confidencial. Foram

distribuídos questionários impressos, com o mínimo de contacto entre professores e

investigadores, recorrendo a informantes privilegiados em cada escola, que depois recolheram

os questionários. As recolhas decorreram entre Março e Maio de 2013 e de 2017, tentando que

esse momento refletisse já algum cansaço e stress do ano letivo em curso. Os dados foram

introduzidos em matrizes do programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences -

SPSS 24, posteriormente uniformizadas para neste estudo incluírem as mesmas variáveis e

respetivas codificações. Foram efetuadas análises de frequências, descritivas, comparativas com

teste t-Student para amostras independentes, correlacionais com coeficiente R de Pearson e de

regressão modelo Enter e modelo Stepwise.

Resultados e Discussão

Relativamente às fontes de stress (Tabela 2), foram comparados os dados recolhidos em

2013 e 2017, bem como considerados os dados de 2000 do estudo IPSSO (Mota-Cardoso et al.,

2002). Verificou-se que entre 2013 e 2017 os professores avaliaram todas as fontes de stress

como provocando menos pressão, diminuição que já vinha a decorrer entre 2000 e 2013. Como

referido, sendo a docência considerada uma profissão stressante, esta diminuição pode ser

explicada pelo fato de os professores verem constantemente a sua profissão desvalorizada,

sendo obrigados a adotar estratégias de gerir o stress que lhes permitam não valorizar tanto a

pressão a que estão expostos (Jeon et al., 2018; Montgomery & Rupp, 2005). Além disso, é de

considerar que nos estudos com recolhas de forma voluntários, os trabalhadores com maior

stress não aderem tanto aos estudos, o que mascara os reais resultados no sentido de serem

encontrados menores valores das variáveis negativas em estudo. Verificou-se ainda que as

fontes de maior stress parecem manter-se, destacando-se em 2013 e 2017 o mau estatuto

profissional e as pressões do tempo e ritmo de trabalho, tal como referido nos estudos já

citados. Contudo, em 2000 a indisciplina dos alunos era considerava a maior fonte de stress e

note-se que a ocorrência de várias situações de indisciplina na sala de aula, amplamente

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noticiadas, pode ter banalizado esses comportamentos, levando os professores a desistir de os

controlar. É ainda de notar que em 2017 apresentam pouca pressão a insegurança profissional

e a rigidez curricular, consideradas pelos professores como algo que não conseguem controlar

e a que infelizmente têm de se acostumar, revelando que adotam estratégias de coping para

gerir estas fontes de stress (Jeon et al., 2018; Montgomery & Rupp, 2005).

Tabela 2

Média da pressão por cada fonte de stress e estudo

Fontes de stress (1-6) IPSSO 2000a

2013 2017

t-Student

2013/2017

P

(mau)Estatuto profissional 4,42 3,998 3,695 -3,219 ,001***

(desfasado) Conteúdo do trabalho 4,20 3,835 3,541 -3,049 ,002**

(im)Previsibilidade / Controlo 3,57 3,533 3,214 -3,137 ,002**

(forte) Pressão do tempo 4,27 4,211 3,583 -6,413 ,000***

(in) Segurança profissional 3,06 3,660 2,702 -7,978 ,000***

(in) Disciplina 4,54 4,075 3,413 -6,224 ,000***

(forte) Rigidez curricular 4,37 3,224 2,723 -4,131 ,000***

(forte) Natureza emocional do trabalho

4,21 3,895 3,552 -3,681 ,000***

(atualizar) Ritmo/estrutura do trabalho

3,16 4,062 3,677 -3,356 ,001***

* p < ,05 ** p < ,01 *** p < ,001 a) Foi calculada a média com base nos valores totais divididos pelo número de itens (Mota-Cardoso et al., 2002, p.141)

Relativamente ao burnout (Tabela 3), alerta-se que foram utilizados instrumentos

diferentes e com escalas de avaliação diferentes. Contudo, comparando a utilização do MBI,

constata-se que a média da exaustão emocional diminui de 2000 para 2006 mas aumentou de

2006 para 2013, valor mais elevado dos três períodos analisados. O cinismo apresenta o valor

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mais elevado em 2000, diminuindo para 2006 e aumentando para 2013. Note-se que em 2000

o estudo IPSSO foi a nível nacional e numa fase de menos mudanças politicas na carreira

docente, podendo nos anos seguintes assistir-se a um menor interesse na participação dos

estudos, em amostras mais restritas como a de Martins (2008) com dados de 2006 no distrito

de Aveiro e Porto, e o estudo de 2013 no distrito do Porto. Pelos valores mínimos e máximos do

MBI, a exaustão emocional situa-se num nível moderada, enquanto o cinismo se situa num nível

baixo. No que se refere aos dados de 2017, foram encontrados valores moderados de exaustão

e de desinvestimento. Considerando que nos dois instrumentos de avaliação do burnout a

exaustão traduz o mesmo processo psicológico, e que o cinismo do MBI se aproxima do

desinvestimento do OLBI (no sentido da frieza e do desligar emocional da tarefa), decidiu-se

comparar as recolhas de 2013 e de 2017. Para tal, foi efetuada a transformação dos valores de

cada dimensão considerando a sua posição nos graus da escala em uso, em termos de

percentagem, posteriormente comparados. Verificou-se que em 2013 os valores médios a

exaustão se situavam em 38% da escala máxima, enquanto em 2017 se situavam nos 61%,

enquanto o cinismo se situava nos 9% e nos 53%. Foram encontradas diferenças significativas

com subidas acentuadas de 2013 para 2017. Foi ainda analisada a percentagem de inquiridos

que em cada ano se situavam no último ou nos dois últimos graus de cada escala, encontrando-

se subidas ligeiras no último grau, mas subidas grandes nos dois últimos graus. Note-se que

quando um trabalhador apresenta valores máximos de burnout geralmente não possui

condições para trabalhar, não sendo sequer contactado neste tipo de estudos. Assim, assiste-se

a um aumento grande no cinismo/desinvestimento, e 49% da amostra apresenta em 2017 já

elevada exaustão emocional, valor superior aos 30% encontrados por Patrão (2016) para o

período de 2010/201 e que expressa o mal-estar psicológico e desmotivações encontrados por

Azevedo e colaboradores (2016).

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Tabela 3

Média e % das dimensões do burnout por estudo

Burnout IPSSO 2000a Martins 2006 2013 2017

Exaustão emocional (0-6) 2,52 2,39 2,67

Cinismo (0-6) 1,11 0,51 0,59

Exaustão (1-5) 3,04

Desinvestimento (1-5) 2,65

t-Student 2013/2017 p

Comum – Exaustão 13,754 ,000*** 38,1% 60,8%

Comum – Cinis/Desinvest. 38,355 ,000*** 8,5% 53,0%

Exaustão % no grau mais elevado 2% 5%

Exaustão % nos 2 graus mais elevados 18 % 49%

Cinismo/Desinvestimento % no grau mais elevado 0,5% 1%

Cinismo/Desinvestimento % nos 2 graus mais elevados 1% 21%

* p<0,05 ** p<0,01 *** p<0,001 a) Foi calculada a média com base nos valores totais divididos pelo número de itens (Mota-Cardoso et al., 2002, p.90)

Foram ainda analisadas as correlações entre idade, anos de experiência profissional,

burnout e fontes de stress (Tabela 4) para os dois anos estudados, encontrando-se correlações

mais fortes e frequentes em 2017, embora comuns entre burnout e fontes de stress,

semelhantes a outros estudos (Fichett et al., 2017; Mendez & Lira, 2015). A idade e os anos de

experiência apresentam nos dois períodos correlação negativa com a insegurança profissional,

com os professores a irem passando de contratado para o quadro. Contudo, a experiencia

profissional apresenta correlação positiva com a exaustão em 2013 e com o

cinismo/desinvestimento em 2017. A literatura demonstra (Fichett et al., 2017; Maslach et al.,

2001; Nagy & Takacs, 2017) que o burnout tende a diminuir com a idade e anos de experiência

profissional, mas os resultados opostos aqui encontrados podem refletir a situação de desilusão

perante as reformas políticas do sistema de ensino que desvalorizaram a contagem dos anos de

serviço e aumentaram a idade de saída para a reforma.

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Tabela 4 Correlação entre idade, anos de experiência profissional, burnout e fontes de stress

Dimensões Ano Idade Experiência Profissional Exaustão Cinismo /

Desinvestimento Exaustão 2013 ,123 ,140* 2017 -,061 ,110 Cinismo/Desinvestimento 2013 -,007 -,029 2017 ,003 ,383** (mau) Estatuto profissional 2013 -,073 -,044 ,448** ,183** 2017 ,010 ,112 ,597** ,340** (desfasado) Conteúdo do 2013 -,042 -,017 ,502** ,204** trabalho 2017 ,017 ,234 ,591** ,345** (im) Previsibilidade / 2013 -,005 ,028 ,503** ,200** Controlo 2017 -,036 ,144 ,619** ,364** (forte) Pressão do tempo 2013 ,006 ,017 ,531** ,159* 2017 -,046 ,045 ,618** ,325** (in) Segurança profissional 2013 -,275** -,298** ,256** ,076 2017 -,386** -,434** ,370** ,137* (in) Disciplina 2013 -,057 -,078 ,323** ,149* 2017 -,136 -,199 ,500** ,320** (forte) Rigidez curricular 2013 ,097 ,102 ,399** ,146* 2017 ,050 ,193 ,421** ,234** (forte) Natureza emocional 2013 -,017 ,004 ,435** ,158* do trabalho 2017 ,037 ,019 ,554** ,340** (atualizar) Ritmo/estrutura 2013 -,021 ,028 ,442** ,093 do trabalho 2017 -,060 ,075 ,513** ,192**

* p < ,05 ** p < ,01

Foi ainda analisado que fatores mais contribuem para explicar o burnout (Tabela 5),

concluindo-se que são as fontes de stress, que 26 a 29% da exaustão, 9% do cinismo e 35% do

desinvestimento. Dentro destas fontes de stress (Tabela 6) os contributos significativos vêm da

imprevisibilidade/controlo, enquanto na exaustão surge ainda a pressão do tempo com 29%,

expressando a associação entre burnout e fontes de stress já demonstrada noutros estudos

(Fichett et al., 2017; Mendez & Lira, 2015; Ouelettte et al., 2018).

Tabela 5

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Regressão Enter na predição do burnout

Variáveis Dependentes

Preditores R2 R2 Change F Sig

Exaustão Emocional

2013

Sociodemográficas ,046 ,046 1,683 ,141

Profissionais ,081 ,035 1,624 ,170

Fontes stress ,345 ,264 4,716 ,000***

Exaustão

2017

Sociodemográficas ,304 ,304 2,441 ,059

Profissionais ,415 ,112 1,895 ,102

Fontes stress ,701 ,286 1,956 ,097

Cinismo

2013

Sociodemográficas ,014 ,014 ,499 ,777

Profissionais ,032 ,017 ,617 ,782

Fontes stress ,119 ,087 1,206 ,262

Desinvestimento

2017

Sociodemográficas ,266 ,266 2,034 ,104

Profissionais ,432 ,165 2,028 ,081

Fontes stress ,778 ,346 2,925 ,020*

* p < ,05 ** p < ,01 *** p < ,001

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Tabela 6

Regressão Setpwise na predição do burnout

Variáveis Dependentes

Preditores R2 R2

Change

Beta t Sig F Sig

Exaustão Emocional

2013

(forte) Pressão do tempo

,288 ,288 ,367 4,152

,000 79,336 ,000***

(im)Previsibilidade / Controlo

,312 ,024 ,230 2,605

,010 44,234 ,000***

Desinvestimento

2017

(im)Previsibilidade / Controlo

,145 ,145 ,380 5,959

,000 35,510 ,000***

* p < ,05 ** p < ,01 *** p < ,001

Conclusões

Apesar do estudo poder apresentar como limitação o facto de se compararem amostras

de professores provenientes de duas zonas distintas (Porto e Bragança), permitiu constatar que

as fontes de stress analisadas têm alguma estabilidade temporal (exceto a indisciplina dos

alunos, fonte de maior pressão no passado) e que se parecem diminuir, isso pode ser explicado

pela habituação dos professores a essas fontes sentindo que pouco podem fazer para as

eliminar, ou pela adesão ao estudo dos que estão ainda com motivação para o fazer. Note-se

que esta diminuição entre 2013 e 2017 pode ser explicada ainda pelo fato de professores de

zonas urbanas apresentarem mais stress do que de zonas rurais devido a exigências múltiplas e

qualidade de vida menor nas cidades (Ouelettte et al., 2018) e neste estudo os dados de 2013

são de uma amostra urbana/litoral e os de 2017 de uma amostra de zona mais interior/rural.

No que se refere ao burnout, influência de variáveis sociodemográficas não foi

encontrada, apesar de referida por outros estudos (Brutting et al., 2018; Maslach et al., 2001;

Rey, Extremera, & Pena, 2012), devendo ser alvo de estudos futuros. Contudo, mesmo a

limitação de serem usados diferentes instrumentos de avaliação do burnout, a transformação

numa percentagem passível de comparação e sobretudo a percentagem de professores com

valores situados nos últimos dois graus de cada escala revela nitidamente um aumento entre

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2013 e 2017, devendo constituir um alerta. Na década de 80 Pines e Aronson (1988, p.85)

referiram que “se os estudantes não aprendem, é porque o professor não ensina (...) ideia

frequentemente falsa mas base de expectativas irrealistas partilhadas entre educadores,

estudantes, pais, administradores e população”. Contudo, os professores são obrigados a

trabalhar num contexto cada vez mais complexo no qual lidam com exigências tecnológicas,

prazos, novos conteúdos, novas características culturais dos estudantes (ex: grupos étnicos),

pais e comunidade, que frequentemente levam a um maior distanciamento e atitude defensiva

dos professores (Kyriacou, 2001; Pillay, Goddard, & Wills, 2005), o que levou Gold e Roth (1993)

a alertar que os professores tinham uma profissão de desilusão. Considerando que o mal-estar

dos professores pode afetar o seu desempenho (Fitchett et al., 2017; Gomes et al., 2006; Jeon

et al., 2018), urge discutir melhor o stress na profissão docente e o encontrar formas de melhor

o gerir e de prevenir que se transforme em burnout, tendo também em atenção que em 2017 o

Dia Mundial da Saúde Mental elegeu como tema a saúde mental no local de trabalho. Assim,

mesmo perante os desafios contantes que os professores enfrentam (Azevedo et al., 2016; Cefai

et al., 2018), professores motivados e com bem-estar psicológico poderão melhor mobilizar os

seus estudantes para aprender (Hakanen et al., 2006).

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BURNOUT AND STRESS AMONG TEACHERS:

A COMPARATIVE STUDY 2013-2017

Adriana Santos73

Ana Raquel Teixeira66

Cristina Queirós66

Abstract

Teachers are facing social, politic and economic changes, having consequences in their work and psychological well-being. This study aims to identify and to compare the levels of stress and burnout among teachers of the North Portugal area in the years 2013 and 2017. It was used in 2013 a sample of 201 teachers from Porto district, and in 2017 another of 219 teachers of Bragança district. We applied the Questionnaire from the Institute of Stress prevention and Occupational Health, the Maslach Burnout Inventory and the Oldenburg Burnout Inventory. Despite the pressure associated with each source of stress have decreased, the indicators of burnout increased, revealing the need to better study these phenomena in order to prevent them or to treat.

Keywords: burnout; stress; teachers; comparative study.

73 Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, [email protected]