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U N I V E R S I D A D E L U S Ó F O N A D E H U M A N I D A D E S E
T E C N O L O G I A S D E L I S B O A | E S C O L A D E
C O M U N I C A Ç Ã O , A R Q U I T E T U R A , A R T E S E
T E C N O L O G I A S D A I N F O R M A Ç Ã O
PORTEFÓLIO D A P R Á T I C A S U P E R V I S I O N A D A
PATRÍCIA DE MENDONÇA QUINTINO
A G R U P A M E N T O D E E S C O L A S D E A L B U F E I R A P O E N T E E S C O L A S E C U N D Á R I A D E A L B U F E I R A
1 2 º A N O T U R M A F | O F I C I N A D E A R T E S
O U T U B R O 2 0 1 8 A J U N H O 2 0 1 9 | A L B U F E I R A
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MESTRADO EM ENSINO DE ARTES VISUAIS NO 3º CICLO DO ENSINO BÁSICO E ENSINO SECUNDÁRIO
ORIENTADOR PEDAGÓGICO: PROFESSORA DOUTORA MARIA CONSTANÇA VASCONCELOS
ORIENTADOR COOPERANTE: PROFESSORA IDALINA DE OLIVEIRA
JUNHO 2019
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AGRADECIMENTOS
À Professora Idalina de Oliveira, Orientadora Cooperante, pela disponibilidade, compreensão e apoio ao longo do
estágio, aos alunos do 12º F, à Escola Secundária de Albufeira e a toda a comunidade educativa.
À Professora Doutora Maria Constança de Vasconcelos, Coordenadora do Mestrado e Docente da Prática
Supervisionada, agradeço a disponibilidade e prontidão com que sempre atendeu as minhas solicitações, as sugestões
valiosas que apresentou e todo o apoio prestado durante a realização do estágio e elaboração do relatório.
À minha mãe, amigos e colegas de curso e de trabalho, pelo apoio e disponibilidade para ajudar, cada um à sua
maneira, mas todos de uma forma única e imprescindível.
Muito obrigada a todos.
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«Toda a criança é um artista de qualquer tipo, cujas capacidades especiais, mesmo que insignificantes, devem ser
encorajadas como contributo para a riqueza infinita da vida em comum».
In “Education Through Art “- 1940-42, Herbert Read (1943).
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ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1- Localização da E.B. 2º e 3º ciclos Dom Martim Fernandes Figura 2- Localização da Escola Secundária de Albufeira ...................................................................................................................................................................................... 11 Figura 3- Entrada da E.B. 2,3 Dom Martim Fernandes Figura 4- Vista aérea EB 2,3 D. M.F.13 Figura 5- Sala de Educação Visual ................................................................................................................................................ 13 Figura 6- Vista aérea da Escola Secundária de Albufeira .......................................................................................................... 14 Figura 7- Escola Secundária de Albufeira Figura 8- Sala de Oficina de Artes .................................................................................................................................................................................................. 14 Figura 9- Horário da Orientadora Cooperante ........................................................................................................................... 16 Figura 10- Declaração da Professora Orientadora Cooperante ............................................................................................... 29 Figura 11- Planificação de Oficina de Artes do Agrupamento de Escolas de Albufeira Poente ....................................... 32 Figura 12- Trabalhos finais da 1ª atividade com os alunos ....................................................................................................... 53 Figura 13- Trabalhos finais da 2ª atividade com os alunos ....................................................................................................... 56 Figura 14- Trabalhos finais de alunos em vários suportes de papel (cavalinho, aguarela, cartolina, etc) .......................... 59 Figura 15- Trabalhos finais de alunos em vários formatos de vidro ....................................................................................... 62 Figura 16- Alunos em sala de aula ................................................................................................................................................ 78 Figura 17- Instalação vencedora “Quadro Vivo”....................................................................................................................... 78 Figura 18-Vista lateral direita 1 ..................................................................................................................................................... 79 Figura 19- Vista lateral direita 2 .................................................................................................................................................... 79 Figura 20- Vista lateral direita 3 .................................................................................................................................................... 79 Figura 21- Vista de frente ............................................................................................................................................................... 80 Figura 22- Vista de frente (mais distante) .................................................................................................................................... 80 Figura 23- Vista de trás ................................................................................................................................................................... 81 Figura 24- Vista traseira direita ..................................................................................................................................................... 81 Figura 25- Cartaz da Exposição .................................................................................................................................................... 82 Figura 26- Trabalhos expostos das turmas 12ºF e 11º G ......................................................................................................... 82 Figura 27- Trabalhos expostos das turmas 12ºF e 11º G ...................................................................................................... 83 Figura 28- Inauguração da Exposição Figura 29- Vereador da Cultura a entregar presente a aluno ........ 83 Figura 30- Fotografia oficial com Sr. Presidente da C.M. Albufeira, Vice-Presidente, Vereador da Cultura, Encarregado de Educação colaborante, Professora Orientadora Cooperante, Professora Estagiária e Alunos das duas turmas ................................................................................................................................................................................................ 83 Figura 31- Trabalho de pintura abstrata da aluna nº 11, do 12º F........................................................................................... 85 Figura 32- Capa e contracapa do catálogo “Upp Creative Artists – United Photo Press 1990-2018”.............................. 90 Figura 33- Destaque do artista no catálogo Figura 34- Artista em sala de aula (turno 2) .................................... 91 Figura 35- Artista em sala de aula (turno 2) ................................................................................................................................ 91 Figura 36- Alunos das duas turmas no palco principal ............................................................................................................. 92 Figura 37- Alunos no Photopoint................................................................................................................................................. 92 Figura 38- Palestra realizada no auditório da ESA, com o Eng. Göran Engberg. ............................................................... 95 Figura 39- Notícia em Região Sul online Figura 40- Notícia em albufeira.pt (Facebook) ....... 101 Figura 41- Notícia no website da CMA – (cm-albufeira.pt) ................................................................................................... 101 Figura 42- Notícia no Barlavento online ( barlavento.pt) ....................................................................................................... 102
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ÍNDICE
Agradecimentos ..................................................................................................................................................................................................... 3
Índice de Figuras…………………………………………………………………………………………………………….….5
Índice ....................................................................................................................................................................................................................... 6
INTRODUÇÃO
Organização do portefólio ................................................................................................................................................................................... 8
Curriculum Vitae da professora estagiária ........................................................................................................................................................ 8
Declaração pessoal dos objetivos e filosofia de ensino ................................................................................................................................ 10
Descrição geral das escolas do agrupamento onde se realizou o estágio e turmas observadas ............................................................. 11
Caracterização da Escola .................................................................................................................................................................................... 11
Grupo disciplinar e orientador cooperante ..................................................................................................................................................... 14
Identificação e características das turmas observadas ................................................................................................................................... 15
Caracterização da Turma do 12º F ................................................................................................................................................................... 15
Horário .................................................................................................................................................................................................................. 16
Aulas observadas, aulas lecionadas e outras atividades letivas ... 16
Importância do portefólio na prática pedagógica .......................................................................................................................................... 28
A importância do estágio pedagógico na experiência profissional da professora estagiária .................................................................. 28
Declaração da professora orientadora sobre a contribuição da professora estagiária para os alunos e comunidade educativa ...... 29
TRABALHO DE PLANIFICAÇÃO
Programa da disciplina de Oficina de Artes ................................................................................................................................................... 30
Métodos de planificação e programação de aulas adotadas na escola afiliada .......................................................................................... 32
Planificação anual ............................................................................................................................................................................................... 33
Planificação de Unidade Didática ..................................................................................................................................................................... 39
Planificação da 1ª aula da U.D. ......................................................................................................................................................................... 46
Descrição de uma aula observada ..................................................................................................................................................................... 49
Descrição de várias aulas desenvolvidas no 2º Período................................................................................................................................ 49
Reflexão crítica sobre os prós e os contras do trabalho de planificação ................................................................................................... 62
EXECUÇÃO E AVALIAÇÃO
Hetero-avaliação das planificações apresentadas na secção anterior ......................................................................................................... 63
Auto-avaliação das planificações apresentadas .............................................................................................................................................. 63
Grelhas de Avaliação .......................................................................................................................................................................................... 64
Descrição dos parâmetros e critérios de avaliação ........................................................................................................................................ 66
Reflexão crítica sobre as formas de execução do trabalho planificado ...................................................................................................... 73
Materiais utilizados em sala de aula .................................................................................................................................................................. 74
TRABALHO DE PROJETO
Descrição de um trabalho de projeto realizado durante o estágio pedagógico ........................................................................................ 76
EXEMPLOS DE BOA PRÁTICA PEDAGÓGICA
Exemplo de um trabalho produzido por um aluno que represente um momento de sucesso escolar ........................... 84
Comentário da professora sobre o exemplo justificando ....................................................................................................... 85
Resultados de classificação dos alunos (antes e depois) .......................................................................................................... 87
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METODOLOGIA DO ENSINO DA DISCIPLINA DE OFICINA DE ARTES
Como se identificaram as principais dificuldades dos alunos da disciplina ......................................................................... 88
Como se encorajou os alunos a ultrapassar essas dificuldades? Com que técnicas? .......................................................... 88
Houve ensino diferenciado? ........................................................................................................................................................ 89
Que tipo de resultados se obtiveram em estreita relação com a metodologia escolhida pela professora? ..................... 89
Inovações educativas .................................................................................................................................................................... 90
Avaliações realizadas por alunos sobre as aulas dadas pela professora estagiária e sugestões de melhorias .................. 96
RELAÇÃO COM A COMUNIDADE EDUCATIVA
Relação de todas as atividades realizadas com o objetivo de integrar o trabalho e a função da professora estagiária na
comunidade educativa em que esteve inserida ...................................................................................................................... 100
Reflexão crítica sobre a realidade escolar em que a professora esteve inserida................................................................ 103
Evidência de ajuda a colegas na melhoria do seu ensino ..................................................................................................... 104
RELAÇÕES INTERPESSOAIS
Reflexão crítica sobre o trabalho pedagógico realizado em comum com os outros professores estagiários .............. 105
Reflexão crítica sobre o trabalho pedagógico e profissional realizado com os orientadores pedagógicos locais e
coordenadores científicos do departamento .......................................................................................................................... 105
REFLEXÃO FINAL
Conclusões................................................................................................................................................................................... 106
Bibliografia .................................................................................................................................................................................. 108
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INTRODUÇÃO
ORGANIZAÇÃO DO PORTEFÓLIO
No âmbito da Unidade Curricular de Prática Supervisionada do Mestrado em Ensino de Artes Visuais no 3º ciclo
e ensino secundário, para a aquisição de grau de mestre, foi solicitado um portefólio do período da mesma, no
Agrupamento de Escolas de Albufeira Poente – Escola Secundária de Albufeira, no distrito de Faro.
O Estágio Profissional teve início no dia 03 de outubro de 2018 e terminou a 10 de junho de 2019, realizando-se
inicialmente quatro dias por semana para observação de aulas do 7º e 12º anos de escolaridade, num total de 12 horas
semanais (até 23 de janeiro 2019), tendo o restante período do ano letivo sido a lecionar os Módulos 2 e 3 do Programa
da disciplina de Oficina de Artes à turma de Artes Visuais do 12º ano.
Após a observação do dia-a-dia dos alunos e Professora Orientadora Cooperante, foram elaborados por mim
registos diários, assim como a planificação anual, as planificações das atividades realizadas (unidades didáticas) e as
grelhas e respetivos critérios de avaliação durante o período do estágio.
Este relatório está organizado em nove capítulos:
• capítulo 1, Introdução;
• capítulo 2, Trabalho de Planificação;
• capítulo 3, Execução e Avaliação;
• capítulo 4, Trabalho de Projeto;
• capítulo 5, Exemplos de boa prática pedagógica;
• capítulo 6, Metodologia de ensino da disciplina de Oficina de Artes;
• capítulo 7, Relação com a Comunidade Educativa;
• capítulo 8, Relações interpessoais;
• capítulo 9, Reflexão final.
Cada capítulo é aqui representado por uma cor, estabelecendo um elo de ligação entre o relatório e a minha tese de
mestrado, sendo que a questão de partida para a investigação parte da verificação de possibilidade de existência de
relação, entre os perfis de personalidade dos alunos e as cores enunciadas pelos testes de “cores da personalidade”.
CURRICULUM VITAE DA PROFESSORA ESTAGIÁRIA
A minha paixão pelas Artes Visuais e pelo ensino começou cedo, pois a minha mãe era também Docente de
Educação Visual, e a artes sempre estiveram presentes ao longo do meu crescimento. Terminei a minha Licenciatura
em Artes Plásticas em 2004, na Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha, tendo como projeto final uma
instalação de vídeo e fotografia que ganhou uma Menção Honrosa da Universidade onde concluí o curso superior,
tendo exposto a mesma nas galerias da Fábrica Ceres, onde atualmente se encontram os Silos- Contentores Criativos, e
posteriormente na entrada principal da discoteca Lux Frágil, em Lisboa.
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Em finais de 2004 fui a única portuguesa selecionada a nível internacional, e nomeada pela Escola Superior de Arte
e Design das Caldas da Rainha, para em sua representação, trabalhar como Chefe Suplente de Equipa de Instalação do
Projeto “The Gates” do Artista Plástico Christo Javacheff, no Central Park em Nova Iorque. Durante esse período, fui
convidada a exercer funções como editora e Consultora de Arte de guias turísticos para Portugal e Espanha, sendo
responsável por todo o material gráfico das publicações, para a empresa Y2 Communications Corporation, também em
Nova Iorque nos EUA.
Entre 2005 e 2006, fui formadora de componente tecnológica nos estabelecimentos prisionais de Olhão e Faro, do
curso EFA – Técnico de Encadernação, pela entidade GATO – Gabinete de Apoio ao Toxicodependente. De janeiro
de 2006 até agosto de 2007, exerci funções de Curadoria de Arte no Instituto Português da Juventude, em Faro, com o
Comissariado de Exposições de Arte nacionais e internacionais. No mesmo ano e até dezembro de 2007, realizei
também a Curadoria e Gestão de Programação Artística da Sociedade Recreativa Olhanense, em Olhão, onde realizei o
Comissariado de Exposições de Arte nacionais e internacionais de pintura, escultura, fotografia, videoarte e instalação,
a organização de eventos de arte e música, a coordenação de concursos de arte para jovens e Mostras de Arte Jovens e
plano de marketing da instituição. Em 2008, exerci novamente funções de formadora de componentes tecnológicas,
nas áreas de Animação, Fotografia, Expressão Plástica, Dramática e Musical, em Cursos EFA- Educação e Formação
de Adultos para Técnico de Ação Educativa, Nível Secundário- B3 Centro Comunitário de Alvor (Portimão) e na
Associação dos Amiguinhos de Silves, em Silves, pela entidade Gabinae.
No ano letivo de 2009/2010, fui colocada como Diretora de Turma PIEF no 6º ano de escolaridade e como Docente
da turma nas disciplinas de Expressões Artísticas e Corporais e Formação Cívica e Vocacional, na EB 2,3 Jacinto Correia
em Lagoa. Foi uma experiência extremamente enriquecedora e onde pude acompanhar e ajudar os alunos a alcançarem
os seus objetivos, tanto curriculares, como a nível de estágios profissionais acompanhando-os da melhor forma possível,
como a nível pessoal. Realizámos várias exposições dos trabalhos artísticos dos alunos na escola para a comunidade
escolar e participámos em projetos comuns à mesma. Nesse ano letivo iniciei também o exercício da docência de
Expressões Artísticas, Educação Musical e Inglês aos 1º, 2º 3º e 4º anos de Escolaridade, nas Atividades de
Enriquecimento Curricular, pelas empresas Educar a Sorrir, Conservatório de Música de Lagoa e Associação Tempos
Brilhantes.
No ano letivo de 2010/2011, exerci as funções de docente e técnica especializada em Artes Visuais na Escola
Secundária de Silves, com turmas profissionais de Multimédia (10º e 11º anos) e CEF de Técnico de 2 -Pré-impressão,
lecionando as disciplinas das componentes técnicas (Paginação Gráfica, História da Cultura e das Artes, Design e
Comunicação Áudio e Artes Visuais). No mesmo ano, assumi o cargo de Coordenação dos docentes nos grupos de
Expressão Plástica e Expressão Dramática e Corporal, nas Atividades de Enriquecimento Curricular do 1º Ciclo do
Ensino Básico, pelo Consórcio Sportsway Serviços Desportivos Lda. & Assoc. Educar a Sorrir.
A par do ensino, em 2010, fundei uma empresa de Audiovisuais e Produção de Media e Multimédia e Marketing
Digital, a Lust Magazine Lda, em Portimão, trabalhando por conta própria na organização de eventos diurnos, noturnos
e corporativos, em Publicidade Digital, definição de plano e estratégia de comunicação empresarial, sendo a responsável
pela comunicação externa dos clientes (Fidelização do Cliente e Publicidade), coordenação da área de E-Commerce,
articulação com Agências de Meios de Comunicação (TV e Rádio), desenvolvimento de folhetos e campanhas e design
Gráfico e Multimédia. De 2010 a 2013, fui a responsável pela fotografia de eventos em espaços comerciais distintos,
tendo a meu cargo equipas de 2 a 5 fotógrafos em cada espaço, e sendo a responsável pela seleção e edição das mesmas
para os clientes e imprensa nacional.
Posteriormente, em 2013, criei uma revista digital bimestral, com o objetivo editorial assente na produção de notícias
e reportagens direcionadas ao seu público-alvo, sensibilizando-o pela clareza informativa e fotográfica (formato
“wide/panorâmico”) e fascinando-o pelo tratamento gráfico. As temáticas era lifestyle, moda, fotografia, multimédia,
tecnologia, design, música, noite e gourmet, onde tinha a função de Editor-Chefe e direção geral de fotografia e moda,
tendo a publicação 9 edições ( https://issuu.com/lust.magazine ).
Terminei a empresa em 2016 para abraçar a profissão de docente a tempo inteiro.
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Em 2017 iniciei o Mestrado em Ensino de Artes Visuais no 3º Ciclo e Ensino Secundário, de forma a progredir
tanto pessoalmente como profissionalmente, e alcançar o nível de profissionalização que me permitirá de futuro voltar
a concorrer ao concurso de nacional de docentes. Terminei o 1º ano do mesmo e concluí a par das disciplinas desse
ano, também a maior parte das disciplinas do 2º ano, com uma média final de 17 valores.
Em julho de 2018 apresentei no 8º Encontro de investigadores Call for papers, na Universidade Lusófona de
Humanidades e Tecnologias em Lisboa, a investigação com a temática “O Algarve - a imprensa regional algarvia (1908-
2018)” no âmbito da UC Análise Sócio-Histórica da Educação.
DECLARAÇÃO PESSOAL DOS OBJETIVOS E FILOSOFIA DE ENSINO
A educação debatida nas suas diferentes dimensões, afigura-se como um projeto multifacetado de relações entre
processos de construção de autonomia dos alunos e do espaço de possibilidades entre o que são e o que podem vir a
ser. É nesse sentido que inscrevo a Educação, como um meio de “ajudar o Ser Humano a Ser o que É e o que ainda
não É” (Santos, 1988), despertando-o assim na procura de novos saberes e de novas perspetivas de análise do Mundo.
Desta forma, para que a educação seja o resultado da implicação do sujeito na transformação do seu Eu e da sua ação
no mundo, é a meu ver necessário que a mesma possibilite uma pluralidade de saberes e uma integração de linguagens
diferenciadas para que permita um acesso à multiplicidade de informação e à sua leitura crítica, rompendo com a visão
da educação baseada em formas hegemónicas de comunicação, confinadas na excelência de saberes, considerados
socialmente úteis e eleitos como únicos e relevantes.
É neste contexto que a arte, vista como uma manifestação cultural e como uma experiência humana, nas suas
diversas manifestações e significados, pode ser encarada como forma(s) de ler o Mundo, e de o conhecer, comunicar e
questionar. Assim, a arte assume-se não como um absoluto e fechado sistema, mas como um processo dinâmico que
entra em relação direta com outras áreas do conhecimento. De acordo com esta visão, o ensino das diferentes formas
de arte, é por mim encarado com um valor epistemológico e, consequentemente, a pedagogia que pratico tem o objetivo
de mobilizar metodologias para o ensino que por um lado, na aprendizagem do sistema de símbolos está subjacente a
cada forma de arte e as suas dimensões técnicas, como por outro, ao recurso à obra de arte, como um potenciador de
desenvolvimento da capacidade de atenção, de análise, de síntese e de descrição, em processos que estão na base de
toda e qualquer aprendizagem e de todo o conhecimento adquirido.
Nesta aceção, pensar a arte na educação de crianças e jovens, requer a meu ver um conjunto de competências por
parte dos educadores/professores, para que esta não seja considerada apenas, como recreação e/ou passatempo.
Trata-se de ter professores que apliquem metodologias de intervenção, capazes de desenvolver aspetos interligados da
competência estética e técnica, que levem os alunos a alargar o domínio das linguagens de diferentes tipo, géneros e
estilos de arte, e de incentivar as suas capacidades pessoais de compreender a ambiguidade e de ver as possibilidades
que as coisas têm de mudar e de ser diferentes. Neste sentido, o professor nunca deve esquecer que a sua ação deve ter
como finalidade “ensinar uma atitude dialógica para com a arte, desenvolver capacidades não apenas de ver o mundo
significativo que transcende os meios expressivos, mas também enfatizar o relacionamento pessoal com esse mundo,
abrindo-se a ele e enriquecendo-se com os significados aí descobertos.” (Leontiev, 2000).
São portanto os meus objetivos, envolver os alunos através dum ambiente de aprendizagem de maior qualidade,
construindo com eles o hábito de colocar questões e procurar respostas, permitir que aprendam com as pesquisas
facilitando uma aprendizagem significativa, ensiná-los a expandir a base de conhecimento do ensino/aprendizagem,
associando a teoria à prática e vice-versa, ajudá-los a expressar a sua identidade única (pessoal e profissional), e claro,
utilizar as lentes da investigação para uma atitude de abertura e compromisso partindo da prática, fomentando o
desenvolvimento e maturação da minha inteligência artística, para melhor compreender o papel das artes na cultura e
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na educação, auxiliando na construção da identidade dos alunos através do desenvolvimento da sensibilidade estética,
criatividade, afirmação pessoal e a coragem para correr risco e aceitar a diferença, englobando tudo numa aprendizagem
de estratégias. É a meu ver também essencial ligar o ensino artístico à comunidade, através de projetos interdisciplinares,
promovendo mudanças sociais através da sensibilização, compreensão e valorização do património artístico mundial,
nacional e local, com planificação de unidades didáticas com temáticas ligadas à comunidade e cidadania, ligando as
mesmas igualmente a museus, organizações culturais e recreativas locais, de forma a promover a compreensão do papel
das artes pela comunidade educativa, para que esta veja a arte como um processo de inclusão e a sua importância na
experiência estética do desenvolvimento dos jovens alunos.
“Educar criativamente é educar para a mudança. Preparar para uma sociedade de mudanças tem de passar por
equipar os alunos com instrumentos que lhes permitam adaptar e transformar de um modo criativo e sensível a realidade
que vivem.” (Lopes & Vasconcelos, 20-?)
DESCRIÇÃO GERAL DAS ESCOLAS DO AGRUPAMENTO ONDE SE REALIZOU O ESTÁGIO E
TURMAS OBSERVADAS
CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA
Agrupamento de Escolas de Albufeira Poente
Escola Básica 2º e 3º Ciclos Dom Martim Fernandes e Escola Secundária de Albufeira
Figura 1- Localização da E.B. 2º e 3º ciclos Dom Martim Fernandes Figura 2- Localização da Escola Secundária de Albufeira
O Agrupamento de Escolas de Albufeira Poente, constituído em 2012, resultou da junção do já existente
Agrupamento Vertical de Escolas de Albufeira Poente com a Escola Secundária de Albufeira, sua sede. Esta nova
realidade educativa compõe-se de 8 estabelecimentos de ensino: Jardins de Infância da Guia e de Vale de Parra; E.B.1
nº1 de Albufeira; E.B.1 de Sesmarias; E.B.1. de Vale de Parra; E.B.2º e 3º Dom Martim Fernandes; E.B.1,2,3 da Guia
e a Escola Secundária de Albufeira. Para o seu desenvolvimento são planeados projetos pedagógicos comuns, percursos
escolares integrados e articulação curricular entre níveis e ciclos de ensino, mantendo cada estabelecimento a sua
identidade. Trata-se de uma unidade organizacional com uma gestão totalizada dos recursos humanos, materiais e
financeiros, dotada de órgão próprio de administração, e constituída por várias escolas que deverão ter em comum,
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embora adaptados às diversas realidades educativas: o Projeto Educativo (PE), o Regulamento Interno (RI)e o Plano
Anual de Atividades (PAA).
A população escolar do Agrupamento ronda os 2052 alunos e é composta, em regra, por crianças/jovens de níveis
etários compreendidos entre os 3 e os 18 anos. Revela-se heterogénea e multicultural, integrando alunos naturais das
freguesias do concelho, de etnia cigana, provenientes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP),
oriundos de diferentes pontos de Portugal e estrangeiros procedentes de diversas nações, principalmente de países do
Leste Europeu. Considerando o corpo docente, verifica-se que pertence, maioritariamente, aos quadros, sendo, por
isso, estável, apresentando um total de 185 membros. Por sua vez, o pessoal não docente é composto por 110 elementos,
havendo 79 assistentes operacionais, 18 assistentes técnicos, 2 psicólogas - técnicas superiores e 1 coordenador técnico.
No que concerne aos pais/encarregados de educação (Pais/EE) encontram-se constituídos em associação.
Os estabelecimentos de ensino do Agrupamento possuem, em geral, um número de salas de aula adequado, sendo
que algumas contêm mobiliário moderno e amovível. Há também, laboratórios, gabinetes, pavilhões gimnodesportivos,
ginásios, campos de jogos, campos polivalentes, bibliotecas, auditórios, reprografias, papelarias e
refeitórios/cantinas/bufetes. O Agrupamento dispõe, identicamente, ao nível das novas tecnologias, de entre outros
equipamentos, de: computadores, quadros interativos, mesas interativas, projetores, retroprojetores, impressoras
multifunções, aparelhagens, leitores de DVD e de CD, scanners, televisões, fotocopiadoras, máquinas de filmar e
fotográficas, videogravadores, vídeo-projetores e fax. Sediado na Escola Secundária, está também o Centro de Formação
de Associação de Escolas dos Concelhos de Albufeira, Lagoa e Silves (CFAEALS).
Sobre as duas escolas onde se desenvolveu o estágio, percebeu-se que os edifícios já são antigos e necessitam de
algumas reformas e pinturas. Quanto à escola secundária, onde decorreu a maioria da prática supervisionada, a sua
distribuição é dividida por blocos. Os quatro blocos, ligados por uma passadeira coberta, fazem um pátio comum
central, a céu aberto, onde os alunos costumam desenvolver o seu lazer no horário de intervalos e outras atividades ao
ar livre.
Atualmente a sua organização interna distribui-se da seguinte forma:
Bloco A Bloco B Bloco C Bloco D Bloco E Bloco F Pavilhão
Gimnodesportivo
- Reprografia
- Direção
- Secretaria
- Salas
administrativas
- Sala de
Professores
- Biblioteca
- Sala de
informática e
multimédia
- Sanitários de
Professores e
funcionários
- ASE e
Contabilidade
- Papelaria
- Buffet/Bar
de alunos
- Cantina
- Sala de
convívio dos
alunos
- Sanitários
- Sala de DT
- Centro de
Formação
- Salas de
aulas
- Salas de
aulas
-
Laboratórios
-
Arrecadação
- Sanitários
- Salas de
aulas de artes
e desenho
- Salas de
aulas de
multimédia
-
Arrecadações
-
Manutenção
-Sanitários
- Salas de
aulas
de
informática
- Salas de
aulas de
física e
química
-
Laboratórios
- Sanitários
- Salas de
aulas
- Auditório
- Sanitários
- Balneários
- Sanitários
- Sala dos
Professores
- Arrumos
- Arrecadação
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- Serviços
especializados
de apoio
educativo
- Sala de
estudo/apoio
- Elevador
Tabela 1- Distribuição interna da Escola.
A área desportiva, destinada às aulas de educação física, encontra-se no extremo direito da escola, num pavilhão
gimnodesportivo e campo de desporto pavimentado. A envolvência dos blocos contempla zonas verdes, que
aparentemente carecem de cuidados. O terreno da escola é plano e encontra-se totalmente vedado. A entrada e a saída
da escola são vigiadas por um assistente operacional que ocupa o espaço da Portaria, junto do portão de acesso ao
recinto escolar.
Figura 3- Entrada da E.B. 2,3 Dom Martim Fernandes Figura 4- Vista aérea EB 2º e 3º ciclo D. M.F.
Figura 5- Sala de Educação Visual
Na Escola Básica 2º e 3º ciclos Dom Martim Fernandes, existe uma sala de aula de educação visual, com mesas e
cadeiras antigas, sem estiradores. Um quadro branco com canetas permanentes fornecidas pela escola. Possui uma
arrecadação com cacifos para guardar materiais, e bancada com lavatório.
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Figura 6- Vista aérea da Escola Secundária de Albufeira
Figura 7- Escola Secundária de Albufeira Figura 8- Sala de Oficina de Artes
Na Escola Secundária, a sala de aula de Oficina de Artes, apresenta janelas com persianas que não abrem totalmente,
bloqueando a luz natural, mesas altas com bancos de madeira, visivelmente deterioradas, armários com vitrinas antigas
e cacifos com rasuras grafitadas. Existe um anexo com cacifos para guardar material, e uma arrecadação com material e
trabalhos de outros anos e turmas. Há uma mufla (que não se sabe se funciona), uma prensa metálica para gravura que
se encontra danificada, uma bancada metálica e uma com lava-louças. A sala de aula também tem computador, projetor
de vídeo, tela de projeção e quadro branco.
A segunda, foi a sala de trabalho da Prática Supervisionada.
GRUPO DISCIPLINAR E ORIENTADOR COOPERANTE
O grupo disciplinar de Artes Visuais é integrado no Departamento de Expressões e não tem atualmente delegado
de grupo, sendo a Coordenadora de Departamento, a professora Anabela Furett, do grupo 240, de Educação Visual e
Tecnológica, que coordena todo o departamento e respetivo grupo 600 de Artes Visuais.
Os professores do grupo de Artes Visuais são: Idalina de Oliveira, Carla Rajão e Fernando Costa. Dois professores
têm formação em Design (interiores e equipamento) e um em História das Artes e da Cultura. Todos os professores do
grupo estão integrados no quadro de nomeação definitiva.
15
A Orientadora Cooperante, Professora Idalina de Oliveira, é formada em Design de Interiores pelo IADE de
Lisboa, e exerce docência há cerca de 26 anos, com experiência a nível do 2º e 3º ciclos e ensino secundário. Lecionou
em várias cidades de Portugal Continental e Ilhas. Este foi o primeiro ano letivo a lecionar no Agrupamento de Escolas
de Albufeira Poente.
IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DAS TURMAS OBSERVADAS
A turma do 7º A, era constituída por 29 alunos, treze rapazes e dezasseis raparigas, com idades entre os onze e os
treze anos; a turma do 7º B, era constituída por vinte alunos, onze rapazes e nove raparigas, com idades entre os onze
e os treze anos; e a turma do 7º C, era constituída por vinte e nove alunos, quinze rapazes e catorze raparigas, com
idades entre os onze e os catorze anos. Eram turmas regulares, sem grandes problemas a nível comportamental e
cognitivo, à exceção de dois alunos mais problemáticos e uma aluna autista.
A turma G do 11º ano, era constituída por vinte e sete alunos, nove rapazes e dezoito raparigas, com idades entre
os quinze e os dezanove anos, a turma F do 12º ano, tinha vinte e cinco alunos, dos quais um anulou a matrícula, três
foram excluídos por faltas e um com matrícula condicional até ao final do ano, ficando assim, sete rapazes e catorze
raparigas. Quatro dos alunos eram estrangeiros, nascidos na Ucrânia, Brasil, Alemanha e Dubai, mas apenas o último
não falava português. Ambas as turmas eram do Curso Científico-Humanístico de Artes Visuais.
CARACTERIZAÇÃO DA TURMA DO 12º F
A turma do 12º ano de Artes Visuais foi a turma escolhida para desenvolver as unidades didáticas como parte
integrante da Prática Supervisionada, por não ter ainda experiência docente com este ano de escolaridade, nem na
docência da disciplina de Oficina de Artes, pretendendo assim alargar a minha experiência como docente.
Como referido no ponto anterior, a turma era constituída por sete rapazes e catorze raparigas, num total de vinte e
um alunos. As idades variaram entre os dezasseis anos (3 alunos), dezassete anos (11 alunos), dezoito anos (6 alunos) e
dezanove anos (1 aluno) e foi dividida em dois turnos de dez e onze alunos respetivamente. A turma foi considerada
heterogénea ao nível socioeconómico, traduzindo-se na sua globalidade, num nível médio/alto, tendo os respetivos
encarregados de educação, trabalhos e formações diversificadas. Os alunos do 12º F, são residentes predominantemente
na cidade de Albufeira, sendo os restantes residentes em povoações circundantes: Olhos de Água, Ferreiras e Armação
de Pera.
Nesta turma os alunos repetentes não continuaram além do 1º período, sendo o nível escolar da turma considerado
bom, relativamente ao ano letivo anterior. Relativamente às expectativas de futuro, a maior parte dos alunos esperava
alcançar uma formação académica de nível superior, indo as preferências maioritariamente para áreas do Design
(multimédia e de comunicação), Arquitetura, do Teatro e Cinema, Dança, Artes Plásticas e Direito.
De um modo global, todos os alunos tiveram níveis escolares bastante bons, eram ordeiros, trabalhadores medianos
e aplicados quanto baste.
16
HORÁRIO
Figura 9- Horário da Orientadora Cooperante
AULAS OBSERVADAS, AULAS LECIONADAS E OUTRAS ATIVIDADES LETIVAS
De forma a poder organizar as ideias e os conteúdos deste relatório, elaborei um quadro mensal, onde foram
apresentadas as horas observadas e lecionadas durante a prática pedagógica, assim como as horas de trabalho em
reuniões com a Professora Orientadora Cooperante, reuniões de Conselho de Turma e trabalho de componente não
letiva (Quadro I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII e IX).
O primeiro momento de Prática Supervisionada, foi através de aulas observadas na Escola Básica 2º e 3º Ciclos D.
Martim Fernandes, às turmas A, B e C do 7º ano, com 100 minutos semanais a cada turma, na disciplina de Educação
Visual, e na Escola Secundária de Albufeira, à turma F do 12º ano, com 300 minutos semanais de aulas observadas da
disciplina de Oficina de Artes. No período entre 21 de outubro e 21 de novembro, as aulas observadas à Professora
Orientadora Cooperante foram interrompidas por motivo de doença da mesma, sendo que durante esse período,
solicitei autorização à direção do agrupamento para assistir às aulas dos outros professores do grupo 600, tendo assim
observado as aulas de Desenho A e Geometria Descritiva A, do professor Fernando Costa, às turmas 12º F, 10º B e
17
10º F respetivamente, e às aulas de Oficina de Multimédia, da professora Carla Rajão, à turma F do 12º ano. Entre os
dias 28 de novembro e 10 de dezembro, a professora Cláudia Marinho veio substituir a Professora Orientadora
Cooperante, Idalina de Oliveira, pelo que retomei a normal observação das aulas acima mencionada.
Durante todo o ano letivo, estive presente em reuniões e planeamento de atividades com a Professora Orientadora
Cooperante, no período da tarde pós-laboral, num total de 150 minutos semanais, entre outras identificadas nos mapas
de presença em anexo, à exceção de 150 minutos semanais de O.T., que se realizaram apenas no 1º Período, e de
reuniões de avaliação que apenas me foram autorizadas à observação no 1º Período, não me sendo igualmente autorizada
pela Direção do Agrupamento, a observação das reuniões de grupo e de departamento em nenhum período do ano
letivo, apesar da minha insistência nos pedidos.
No dia 23 de janeiro de 2019, iniciei as aulas lecionadas, tendo escolhido a turma F do 12º ano na disciplina de
Oficina de Artes, para desenvolver as Unidades Didáticas da Prática Supervisionada, sendo que já possuo tempo de
serviço antes da profissionalização, a turmas do 3º ciclo e 10º ano de escolaridade, e foi meu objetivo desenvolver as
unidades com uma turma finalista do ensino secundário, para investigação de tese.
Durante o 3º Período ainda observei também algumas aulas de Desenho A da turma G do 11º ano, lecionadas pela
Professora Orientadora Cooperante.
A partir da aula nº 25 (23/01/2019), todas as aulas previstas para o 2º e 3º período foram lecionadas por mim,
sempre com a presença e orientação da Professora Orientadora Cooperante. Assim, conforme previsto no plano de
estudos do mestrado, observei um total de 50 horas/aulas, lecionei um total de 98 horas/aulas à turma de 12º ano e
desenvolvi outras atividades educativas num total de 114 horas (de 30 horas/aulas obrigatórias a cada componente),
realizadas no local de estágio, sendo que as horas de preparação de aulas, visita de estudo e atividades letivas, que foram
desenvolvidas em casa não foram contabilizadas.
18
Tab
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2-
Map
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Pre
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19
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2018
21
Tabela 5- Mapa de Presenças de janeiro 2019
22
fevereiro
Outras Actividades Educativas em horas
12º F
Reunião com Orientadora Prática Supervisionada
Reunião de Cons. Turma
Trabalho de Componente não lectiva
OFICINA DE ARTES
Semana 1
sexta 1 3 Planificação de atividades 2h
Semana 2
segunda 4
terça 5
quarta 6 3
quinta 7
sexta 8 3 planificação de atelier de
pintura e ppt de apresentação 6h
TOTAL HORAS SEMANAIS 9 8
Semana 3
segunda 11
terça 12
quarta 13 3 2 AVALIAÇÃO DOS TRABALHOS EM GESSO 2H
quinta 14
sexta 15 3
TOTAL HORAS SEMANAIS 6 2
Semana 4
segunda 18
terça 19
23
quarta 20 3 2 AVALIAÇÃO DOS TRABALHOS EM GESSO 2H
quinta 21
sexta 22 3
TOTAL HORAS SEMANAIS 6 6
Semana 5
segunda 25
terça 26
quarta 27 3 2 planificação de atelier de
LINÓLEO 4h
quinta 28
TOTAL HORAS SEMANAIS 3 6
TOTAL HORAS MENSAIS 24 22
Tabela 6- Mapa de Presenças de fevereiro 2019
24
MARÇO
Outras Atividades Educativas em horas
12º F Reunião com Orientadora
Prática Supervisionada Reunião de Cons.
Turma Trabalho de Componente
não letiva OFICINA DE ARTES
Semana 1
sexta 1 3
Semana 2
segunda 4
terça 5 CARNAVAL
quarta 6
quinta 7
sexta 8 3 INICIO LINOLEO AVALIAÇÃO PINTURAS 2H
TOTAL HORAS SEMANAIS
6 2
Semana 3
segunda 11
terça 12
quarta 13 3 PLANIFICAÇÃO ACTIVIDADE
VITRAL
PLANIFICAÇÃO ACTIVIDADE VITRAL 4H
quinta 14
sexta 15 3 AVALIAÇÃO LINÓLEO 2H
TOTAL HORAS SEMANAIS
6 6
Semana 4
segunda 18
terça 19
quarta 20 3 INICIO VITRAL AVALIAÇÃO LINÓLEO 2H
quinta 21
sexta 22 3 AVALIAÇÃO 2º P 2H
+ 3H (TARDE- PLANIFICAÇÃO PROJETO 3P)
TOTAL HORAS SEMANAIS
6 7
Semana 5
segunda 25 PLANIF. PROJETO 3P 5H
terça 26
quarta 27 3 INICIO PROJETO 3P 2H
quinta 28
sexta 29 3
TOTAL HORAS SEMANAIS
6 7
TOTAL HORAS MENSAIS
24 22
Tabela 7- Mapa de Presenças de março 2019
25
ABRIL
Outras Atividades Educativas em horas
12º F Reunião com
Orientadora Prática Supervisionada
Reunião de Cons. Turma
Trabalho de Componente não letiva OFICINA DE ARTES
Semana 1
segunda 1
terça 2
quarta 3 5 VISITA DE ESTUDO "SHARE ALGARVE" VILAMOURA 9H-
19H
quinta 4
sexta 5 3 AVALIAÇÃO 2ºP
TOTAL HORAS SEMANAIS
8 10
Semana 2
FÉRIAS DA PÁSCOA 8 a 12
Semana 3
FÉRIAS DA PÁSCOA 15 a 19
Semana 4
segunda 22
terça 23
quarta 24 3
quinta 25 FERIADO
sexta 26 3
TOTAL HORAS SEMANAIS
6 6
TOTAL HORAS MENSAIS
14 16
Tabela 8- Mapa de Presenças de abril 2019
26
MAIO
Outras Actividades Educativas em horas
12º F Reunião com Orientadora Prática
Supervisionada Reunião de
Cons. Turma Trabalho de Componente não
letiva OFICINA DE ARTES
Semana 1
quarta 1 FERIADO
quinta 2
sexta 3 3
TOTAL HORAS SEMANAIS
3
Semana 2
segunda 6
terça 7
quarta 8 3 2
quinta 9
sexta 10 3
TOTAL HORAS SEMANAIS
6 2
Semana 3
segunda 13
terça 14
quarta 15 1 2 3
quinta 16
sexta 17 3 2
TOTAL HORAS SEMANAIS
4 4
Semana 4
segunda 20
terça 21
quarta 22 3 2
quinta 23
sexta 24 3 2
TOTAL HORAS SEMANAIS
6 4
Semana 5
segunda 27
terça 28
quarta 29 3 2
quinta 30 montagem exposição das 14h30 às 22h
sexta 31 3 2 exposição 15h às 18h30
TOTAL HORAS SEMANAIS
6 16
TOTAL HORAS MENSAIS
25 26
Tabela 9- Mapa de Presenças de maio 2019
27
MAPA PRÁTICA SUPERVISIONADA
JUNHO
Outras Atividades Educativas em horas
12º F Reunião com Orientadora Prática
Supervisionada
Reunião de Cons. Turma
Trabalho de Componente não letiva
OFICINA DE ARTES
Semana 1
segunda 3
terça 4
quarta 5 3 2
quinta 6
sexta 7
TOTAL HORAS SEMANAIS
3 2
TOTAL HORAS MENSAIS
3 2
OBSERVAÇÕES
MAPA PRÁTICA SUPERVISIONADA
Aulas Observadas em horas/tempos
Aulas Lecionadas em horas/tempos
Outras Atividades Educativas em horas
7º A
7º B
7º C
12º F 12º F - OFICINA DE
ARTES
Reunião com Orientadora
Prática Supervisionada
Reunião de Cons. Turma
Trabalho de Componente
não letiva EV EV EV OF
ART
TOTAL 4 4 2 31 96 28 6 69
41 96 103
9h extra a aulas de outros
professores
Tabela 10- Mapa de Presenças de junho 2019
Tabela 11- Total Ano Letivo 2018/2019
28
IMPORTÂNCIA DO PORTEFÓLIO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA
Um relatório de estágio profissional é sempre importante, já que a realização de um trabalho destes não só enriquece
a nível profissional como também a nível pessoal. É um trabalho de pesquisa, o que torna a sua importância ainda
maior, pois permite a investigação e o estudo de conceitos e ideias que estão diretamente relacionadas com o interesse
académico e profissional.
Para a elaboração deste relatório é necessário recorrer a livros, artigos, entre outras fontes, e todas as pesquisas
servirão para uma abordagem mais naturalista, fomentando a reflexão e desenvolvendo uma visão diferente sobre o
papel da teoria da formação inicial.
Segundo Korthagen (Flores & Simão, 2009) :
(…) os alunos futuros professores refletem sobre o seu pensamento, sentimento, desejo e acção, e também sobre os
mesmos aspectos nos seus alunos. O objectivo desta reflexão é torna-los mais conscientes sobre a forma como são orientados
por alguns sinais durante o seu ensino, incluindo sinais vindos de dentro da pessoa, tais como sentimentos de irritação ou de
precipitação (…) (p. 48)
Para a realização do relatório pretendo consolidar conhecimentos e tirar conclusões, que me permitirão ultrapassar
situações no futuro, tanto a nível profissional, como também a nível pessoal.
A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO PEDAGÓGICO NA EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL DA
PROFESSORA ESTAGIÁRIA
Para realizar o estágio tive oportunidade de escolher a escola onde o iria efetuar, na minha zona de residência, o
que facilitou a minha mobilidade diária à mesma, e a participação e presença em várias atividades letivas.
A importância da Prática Pedagógica salienta a realização de atividades distintas, como a observação, análise e a
responsabilização pelas atividades docentes. É ainda necessário referir que a Prática Pedagógica valoriza conhecimentos,
capacidades, atitudes, níveis de adequação de intenções, expostos num conjunto de relações interpessoais e institucionais
que determinam a prática competente da profissão. O estágio consolida assim a construção da minha carreira docente,
pois possibilita a aquisição de conhecimentos teóricos e práticos que não possuía enquanto possuidora de habilitação
própria, assim como uma aproximação às situações que poderemos encontrar futuramente e como agir perante as
mesmas.
29
DECLARAÇÃO DA PROFESSORA ORIENTADORA SOBRE A CONTRIBUIÇÃO DA PROFESSORA
ESTAGIÁRIA PARA OS ALUNOS E COMUNIDADE EDUCATIVA
Figura 10- Declaração da Professora Orientadora Cooperante
30
TRABALHO DE PLANIFICAÇÃO
PROGRAMA DA DISCIPLINA DE OFICINA DE ARTES
Feita a análise ao programa de OFA do 12º ano, percebo que é uma disciplina que desenvolve diferentes domínios
da comunicação visual e da linguagem/expressão gráfica e plástica, bem como o desenvolvimento da sensibilidade
estética. Em termos técnicos promove/desenvolve a motricidade, a capacidade de manipulação dos materiais e técnicas,
bem como a capacidade de abstração e a cooperação individual e/ou em grupo (Gonçalves, L., Alírio, E.,2005). Tudo
isto contribui para o desenvolvimento da criatividade, autonomia, sensibilidade estética e crítica do aluno.
Relativamente às áreas de expressão e concretização plásticas, a disciplina aborda áreas ligadas à bi e
tridimensionalidade, associadas aos fenómenos da comunicação visual, originando a experimentação e realização do
projeto artístico. É de notar que alguns dos conteúdos formativos anteriormente propostos por esta disciplina foram
integrados em Desenho A, quando esta se tornou de caráter obrigatório e trienal. Desta forma, permitiu reforçar a
noção de ofício na disciplina de OFA, em que o operador plástico age numa perspetiva de intervenção crítica.
Segundo os parâmetros propostos pelo Ministério da Educação, à “Oficina de Artes compete abordar as áreas de
expressão e concretização plásticas bi e tridimensionais, associadas aos fenómenos da comunicação visual”. E, como
disciplina nova, ainda propõe “Abrir espaço à experimentação e realização do projeto artístico, considerando as
sugestões incluídas no desenvolvimento deste programa.” (Gonçalves, L., Alírio, E, 2005, p.2)
De acordo com as finalidades e objetivos proposto no programa, é delineada para a disciplina de OFA uma
orientação interativa sustentada por técnicas convencionais e não convencionais; traçou-se um percurso organizado em
três módulos: Área de Diagnóstico – temas estruturantes; Projeto Artístico – questões permanentes; Áreas de
Desenvolvimento e Concretização do Projeto. Todas estas áreas compõem a Planificação Anual de OFA do 12.º ano.
Relativamente à metodologia de ensino aprendizagem, o programa sugere que a abordagem dos conteúdos se realize
de forma gradual, faseando e intensificando as experiências, num compromisso entre a razão e a intuição, em que os
alunos sejam agentes ativos de mudança. Indo ao encontro da criatividade e expressividade artística, o processo de
ensino/aprendizagem tem como ponto de partida: a pesquisa, a recolha de materiais e o poder de síntese, de modo a
ser capaz de conjugar a poética do imaginário com o rigor da expressão de um trabalho. A questão metodológica passa
também pela fase da experimentação em que, a partir dos materiais recolhidos, far-se-á uma triagem de referências
plásticas. Nos trabalhos práticos, a conjugação de técnicas convencionais com materiais ortodoxos exigirá o
desenvolvimento de fundamentos teóricos. É de salientar a importância da referência à cultura portuguesa e da região,
às visitas na comunidade, assim como ao recurso à internet. Este programa rejeita a rotina e os estereótipos, favorecendo
a prática reflexiva, atualizada e reinventada.
Pretende-se com esta disciplina possibilitar aos alunos orientações pessoais e profissionais, de modo a serem capazes
de desenvolver e manipular diferentes conteúdos dentro das diferentes áreas das Artes. Deve ainda compreender
conceitos teóricos da linguagem visual e plástica, a fim de concretizar projetos pessoais de maneira a fortalecer o
processo criativo. Os alunos devem ganhar uma postura autocrítica dentro da contextualização e intervenção na
comunidade, revelando uma consciência estética. Traçadas as finalidades e os objetivos, compete aos alunos adquirirem
as competências necessárias que lhes possibilitem o desenvolvimento das capacidades de representação, de expressão
gráfica e plástica, de comunicação visual e de análise das obras de arte.
Assim, compreende-se que o aluno deverá ser capaz de utilizar meios riscadores e/ou informáticos com
intencionalidade, na construção de uma mensagem visual.
31
Avaliação
A avaliação das aprendizagens dos alunos compreende as modalidades de avaliação formativa e avaliação sumativa.
A avaliação formativa é contínua e sistemática e tem função diagnóstica, permitindo ao professor, ao aluno, e demais
intervenientes no processo educativo obter informação sobre o desenvolvimento das aprendizagens, com vista ao
ajustamento de processos e estratégias. Nesta disciplina, a avaliação formativa deve exercer-se de forma a permitir captar
a evolução do aluno, no que respeita aos trabalhos produzidos e aos processos utilizados nessas produções. A avaliação
sumativa, para além das atividades próprias que possa envolver, deve ter em conta os dados da avaliação contínua
anteriormente referidos. Para que a avaliação seja eficaz, há que planificar com rigor, estabelecendo para cada trabalho
ou projeto metas precisas, de modo que os referenciais de avaliação se articulem com as competências a desenvolver
pelos alunos.
No processo de avaliação, sugere-se que os trabalhos desenvolvidos sejam expostos e analisados em conjunto,
perante todos os intervenientes. Desta forma, nesse período de discussão, e através de críticas devidamente aferidas
pelos objetivos estabelecidos no programa, ou relativos a cada trabalho ou projeto, é possível clarificar os termos de
cada motivação e a perspetiva em que assentaram a pesquisa e a experimentação. Os referenciais de avaliação a seguir
enunciados são porventura observáveis ao longo da aprendizagem prevista e deles se isolam, para cada Módulo, os mais
significativos. Assim, pretende-se avaliar, global ou pontualmente, os seguintes aspetos de formação, evolução e práticas
de aprendizagem em termos de saberes, saberes-fazer e saberes-ser:
. Poder de observação aliado à capacidade de interpretar e registar;
. Desenvolvimento de competências de pesquisa, recolha e experimentação de materiais;
. Capacidade de leitura e análise de imagens;
. Domínio dos meios de representação;
. Invenção criativa aplicada a trabalhos e projetos;
. Interesse pelos fenómenos de índole artística;
. Formulação de questões pertinentes;
. Envolvimento e capacidade de integração no trabalho individualmente e em grupo;
. Persistência na aprendizagem;
. Empenho no trabalho realizado;
. Aquisição e compreensão de conhecimentos;
. Capacidade de relacionar os conhecimentos adquiridos e de os utilizar em novas situações.
32
MÉTODOS DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO DE AULAS ADOTADAS NA ESCOLA AFILIADA
DIREÇÃO GERAL DOS ESTABELECIMENTOS ESCOLARES
Direção de Serviços da Região Algarve
12ºAno Disciplina: Oficina de Artes
Período Conteúdos Programados
1º
1. – Linguagem Plástica
2. – Materiais, suportes e instrumentos
3. – Técnicas de Expressão e Representação
2º
1. – Projeto e Objeto
2. – Representação Expressiva e Representação Rigorosa das Formas e do Espaço
3º
Áreas de desenvolvimento do Projeto:
-Desenho
-Pintura
-Escultura
-Design Gráfico
-Design de Equipamento
-Fotografia
-Videografia
-Intervenção em espaços culturais
A Coordenadora de Departamento
Anabela Furett
Figura 11- Planificação de Oficina de Artes do Agrupamento de Escolas de Albufeira Poente
33
PLANIFICAÇÃO ANUAL
Tab
ela
12-
Pla
nific
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Anu
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Art
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Tab
ela
13-
Pla
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Art
es –
Pág
.2
35
Tab
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Art
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Pág
.3
36
Tab
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Pág
.4
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Pla
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Anu
al d
e O
ficin
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Art
es –
Pág
.5
38
Tab
ela
17-
Pla
nific
ação
Anu
al d
e O
ficin
a de
Art
es –
Pág
.6
39
PLANIFICAÇÃO DE UNIDADE DIDÁTICA
Esta planificação é importante no sentido de organizar e estipular metas e distribuir no tempo os conteúdos a
programar, as estratégias a utilizar, os conteúdos a definir, as técnicas de avaliação e a gestão dos tempos a cumprir, de
forma a alcançar determinados objetivos de aprendizagem.
“A planificação de unidade de trabalho enfatiza o desenvolvimento didático: as atividades que o docente e alunos realizam para
alcançar os objetivos, as metodologias de ensino, os recursos educativos e as técnicas de avaliação que se aplicam em cada
situação concreta. A planificação de unidade programática é mais específica e explícita do que a planificação anual, aquela
fundamenta-se nesta, e é a partir dela que o docente prepara a sua prática diária.” (António A. B. Pinela, 2010, p. 56)
Em conformidade com o plano geral, preparei cinco unidades de trabalho que abrangeram os dois últimos períodos
letivos. Cada aula planeada tem uma duração prevista de dois tempos letivos de 50 minutos.
40
41
42
43
Enunciado entregue aos alunos:
OFICINA DE ARTES |12º F 2018/2019
MÓDULO 3 - ÁREAS DE DESENVOLVIMENTO E CONCRETIZAÇÃO DO PROJETO
As Cores que nos pintam – “Albufeira, destino de emoções”
PROJETO PARA INTERVENÇÃO PLÁSTICA NO ESPAÇO DA COMUNIDADE ESCOLAR
Introdução
A arte tem um poder transformador que nos pode dar a capacidade de ver e sentir as coisas de um modo diferente daquele que
tomamos como certo. Pode pôr-nos a pensar tanto em coisas mundanas e divertidas como em coisas sérias e profundas. Seja qual
for a abordagem e a ideia que esteja por detrás de uma intervenção artística num espaço público, ela tem sempre a possibilidade
de enriquecer esse espaço e as vidas daqueles que o frequentam. A principal ideia é a de que uma intervenção artística pode alargar
horizontes de perceção de quem com ela contactar e, ao mesmo tempo, quebrar a monotonia instalada num determinado espaço.
Meios expressivos como a instalação, a assemblagem, a arte conceptual e recursos multimédia podem entrar aqui em campo, junto
das formas mais tradicionais, como a escultura. Definição e Objetivos
Pretende-se criar um projeto para uma intervenção que se adapte ao espaço do hall de entrada da Câmara Municipal de Albufeira
– interior – e que tenha por base uma ideia visual coerente, com a temática “Albufeira - Destino de Emoções”, utilizando a cor
44
como principal forma de expressão artística, refletindo o(s) sentimento(s) que inspira(m) o grupo a pensar/ver a cidade de
Albufeira.
Pretendem-se ideias de execução tão simples quanto possível, que possam permitir a concretização efetiva do projeto, quer em
termos técnicos quer em termos orçamentais. O aproveitamento de objetos quotidianos já existentes e o emprego de materiais
que sejam de aplicação simples deve ser uma preocupação a ter sempre em conta.
A definição de uma boa ideia – e o impacto visual positivo da mesma no espaço designado – deve ser o principal objetivo a atingir.
A intervenção será de carácter temporário, o que trará atribuições específicas em termos da sua finalidade, configuração e
materiais utilizados.
O trabalho será realizado e apresentado em grupos, com 2 elementos cada. Deverão apresentar 2 propostas em fase inicial,
optando depois por apenas uma para concretização e desenvolvimento do projeto. O projeto será apresentado em suporte de
papel, formato A4, paginado e encadernado.
A estrutura obrigatória do trabalho é a seguinte:
Capa: Título e subtítulo do trabalho (enunciado)/ Identificação dos autores/ Ano/ Disciplina/ Nome e numeração de cada uma das
intervenções.
Índice: índice de cada fase do projeto com respetiva página inicial
1- Introdução: Texto introdutório (dactilografado): Qual deve ser a finalidade de uma intervenção artística e qual a orientação do
trabalho que os autores vão tentar seguir (texto realizado no início do trabalho).
2- “Inspirações”: Imagens impressas de intervenções consideradas inspiradoras para o trabalho pretendido, retiradas do Pinterest
ou outros sites. Cada imagem deve estar referenciada e comentada, justificando a sua apresentação em legenda. Local de pesquisa
com link de acesso para cada imagem.
3- Espaços: Recolha fotográfica e/ou em registo desenhado do espaço e locais no mesmo, onde melhor se adaptaria uma
intervenção visual. Nesta recolha devem figurar o maior número de espaços considerados elegíveis, num mínimo de três. Num
pequeno texto para cada um deles, deve o grupo justificar as características do espaço que fazem dele um espaço “elegível”.
4- Brainstorming: Esboços de ideias que constituam propostas válidas para intervenções nos espaços apresentados no ponto
anterior. Estes registos rápidos em desenho, devem elucidar as ideias de forma expedita e inteligível, mas sem entrar em muitos
detalhes. Podem ser apresentadas várias propostas diferentes para um mesmo espaço.
5- Propostas: Devem ser apresentadas propostas sob a forma de visualizações realistas das intervenções nos espaços designados.
Deverá ser apresentado um número de propostas equivalente ao número de elementos do grupo. As propostas deverão ser para
intervenções temporárias. As visualizações devem tornar claros todos os aspetos visuais (dimensões, cores, formas, etc.) das
intervenções propostas. Cada proposta deve ser visualizada de pelo menos dois pontos de vista diferentes.
6- Memória descritiva e justificativa: Um único texto dactilografado – descritivo e justificativo –para cada uma das propostas
apresentadas (tempo verbal passado - Exº: “Foi realizada uma pesquisa…”).
Contracapa: Nomes e contactos (e-mail) dos autores
AVALIAÇÃO C – Conceitos, P – Práticas, VA – Valores/Atitudes
C Intervenção artística, Visualização- registo / Projeto e metodologia 20
P1 Texto introdutório: Clareza e rigor na argumentação 20
45
P2 “Inspirações”: Quantidade e profundidade da recolha de pesquisa / Comentário e justificação 20
P3 “Espaços”: Quantidade e qualidade gráfica dos registos / Pertinência dos textos de acompanhamento 20
P4 “Brainstorming”: Quantidade, pertinência e qualidade das ideias sugeridas /Criatividade 20
P5 Proposta: qualidade gráfica e clareza das visualizações, múltiplos ângulos, criatividade no desenvolvimento da ideia, título. 40
P6 Memória descritiva e justificativa: Clareza e rigor na descrição e justificação da proposta 20
P7 Apresentação: Estrutura (C ao P6) / Organização / Sequência / Clareza gráfica 20
VA Metodologia de trabalho / Autonomia / Empenho / Gestão do tempo 20
(Cotação Máxima) TOTAL 200
CALENDARIZAÇÃO – 27 março a 8 (T2) e 10 (T1) maio
março abril
27 29 3 5 24 26
C C P P P P
maio
3 8 10
P P7 P7
Bom trabalho!
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PLANIFICAÇÃO DA 1ª AULA DA U.D.
Agrupamento de Escola Albufeira Poente
Escola Secundária de Albufeira
Ano Letivo 2018/2019
PLANO DE AULA Disciplina: Oficina de Artes
Ano: 12º Turma: F Sala: D9
Data: 27 e 29 março 2019 Turnos 1 e 2 1ª e 2ª Aula UT (100 min)
Módulo 3
AS CORES QUE NOS PINTAM – ALBUFEIRA, DESTINO DE EMOÇÕES
CO
NTE
ÚD
OS
PR
OG
RA
MÁ
TIC
OS
Sintaxe
A Intervenção em espaços Culturais; Conceitos de instalação Artística e Site Specific.
Procedimentos
Apresentação do projeto
Processos de análise
Estudo de intervenção e análise de obras (estruturação e apontamentos)
ESTR
ATÉ
GIA
/
ATI
VID
AD
ES
- Ir ao encontro dos interesses dos alunos e fazer ligações à comunidade através das obras de arte;
- Visita virtual a duas exposições de instalações artísticas em Lisboa (Palácio Pimenta e Culturgest);
- Usar a arte para ensinar a pensar a procurar e encontrar significados, levando os alunos a interagir com as obras de arte, considerando as intenções
do artista e implicações formais;
- Propiciar e fomentar a interação equilibrada entre a dimensão conceptual e a dimensão prática, experimental do conhecimento e dos saberes, que
conduza à assimilação e à consolidação operativa dos conteúdos.
OB
JETI
VO
S /
CO
MP
ETÊN
CIA
S
- Desenvolver a sensibilidade estética e a criatividade;
- Inferir conceitos de linguagem;
- Identificar e representar os elementos estruturais da linguagem plástica determinantes, bem como os efeitos expressivos que daí
resultam;
- Desenvolver capacidades de leitura e análise dos modos de formar do objeto artístico;
- Entender o ato/processo criativo como espaço de cruzamento de diversas condicionantes físicas e conceptuais;
- Entender as fases da metodologia de conceção, planificação, projetação e execução de projetos na área enunciada;
- Entender as técnicas necessárias ao desenvolvimento e concretização do projeto.
- Reconhecer a permanente necessidade de desenvolver a criatividade de modo a integrar novos saberes;
- Desenvolver o sentido de apreciação estética e artística do mundo recorrendo a referências e a experiências no âmbito das Artes
Visuais;
- Conhecer os conceitos e terminologias das Artes Visuais.
47
REC
UR
SOS
▪ Proposta de trabalho distribuída;
▪ Visualização do vídeo/tema – “Albufeira, Destinho de Emoções”;
▪ Projetor e Computador;
▪ Power Point sobre instalações artísticas;
▪ Imagens de instalações de vários artistas como inspiração;
▪ Vídeos de visitas a exposições em Lisboa;
▪ Livros e catálogos de exposições;
▪ Internet;
▪ Fotografias do espaço.
SUM
ÁR
IO
Lições nº 46 e 47
Apresentação do projeto de intervenção plástica no espaço da comunidade educativa -
"Instalação Artística" sob o tema "As cores que nos pintam". Visualização de exemplos de instalações artísticas e do video "Albufeira - Destino de
Emoções".
48
ATI
VID
AD
ES /
TEM
PO
Entrada dos alunos na sala de aula, verificação de presenças, preenchimento de sumário, preparação da
sala e organização dos suportes multimédia e livros/catálogos para apresentação.
Briefing sobre o projeto a desenvolver e suas especificidades. Leitura e explicação do enunciado.
Explicação sobre a instalação artística como forma de arte contemporânea e a obra de arte. O espectador
passivo e ativo. A instalação site specific.
Visualização do vídeo promocional da Câmara Municipal de Albufeira – “Albufeira – Destino de Emoções”.
Observação e análise de livros demonstrativos de arte e instalações artísticas. Fases do projeto.
Análise e visualização virtual, através de registos da professora, de duas exposições em Lisboa “Vicente- O
Mito em Lisboa” – instalações de vários artistas (Xana, João Ribeiro, Miguel Januário, André Banha,
Dominik Lejman, Simeon Nelson, Jana Matejkova, Régis Perray, Alessandro Lupi, Marta Soares, Isabel
Baraona, entre outros) no Palácio Pimenta e “Once in a Lifetime repeat” de João Onofre, na Culturgest, tal
como de vários exemplos de instalações artísticas retiradas da internet via Pinterest e google.
A partir da interpretação e reflexão das obras referenciadas, definir e organizar grupos.
10 minutos
30 minutos
20 minutos
60 minutos
15 minutos
AV
ALI
AÇ
ÃO
Observação direta das atividades desenvolvidas em aula.
49
DESCRIÇÃO DE UMA AULA OBSERVADA
Data: 04-01-2019
Aula nº 21 | T1 | 100 minutos
Sumário: Exploração das normas fundamentais da representação técnica rigorosa na obra do Arquiteto Ernst Neufret
"Arte de projetar em arquitetura."
Observação:
Os alunos foram recebidos à entrada da sala de aula, sendo calmamente mandados entrar, ordenadamente e
cumprimentando individualmente.
Os alunos sentaram-se e a Orientadora Cooperante fez a chamada de presentes e marcou as faltas (nºs 6 e 11).
Seguidamente a Professora Orientadora Cooperante deu as primeiras indicações relativamente ao objetivo das normas
de representação técnica rigorosa na arquitetura de interiores, no centro da sala junto ao quadro branco. Posteriormente,
utilizou o projetor de vídeo e o computador, para mostrar e explicar os conteúdos do livro “Arte de projetar em
arquitetura” de Ernst Neufret, como introdução à construção das maquetes do projeto de design de interiores que os
alunos estavam a desenvolver desde o 1º Período.
A Professora Orientadora Cooperante explicou seguidamente a necessidade de recolher amostras de materiais e
como os alunos poderiam construir as maquetes, e respetivos materiais que poderiam utilizar para as mesmas.
Após a vinda do intervalo entre os dois tempos, a Professora Orientadora Cooperante, continuou a explicar as
diferentes formas de realização de maquetes, e esclareceu dúvidas de alguns alunos.
No final do segundo tempo da aula, a Professora verificou novamente as presenças e despediu-se dos alunos, dando
ordem de saída da sala de aula.
DESCRIÇÃO DE VÁRIAS AULAS DESENVOLVIDAS NO 2º PERÍODO
Ao longo do 2º Período foi desenvolvido por mim, com apoio da Professora Orientadora Cooperante, um atelier
de artes plásticas de forma a que os alunos utilizassem várias técnicas e materiais. Foram planificadas cinco atividades:
gesso, pintura, gravura em linóleo e a estanho e vitral. No entanto, devido ao ritmo de aprendizagem dos alunos e
encargos com material, foi acordado com a Professora O.C., que se iria excluir a técnica de gravura em estanho.
Enunciados entregues aos alunos na aula anterior ao início de cada atividade:
1ª ATIVIDADE – MÁSCARA DE GESSO COM MOLDE
OFICINA DE ARTES |12º ANO 2018/2019
U.T.3- LINGUAGEM PLÁSTICA MATERIAIS, SUPORTE E INSTRUMENTOS | TÉCNICAS DE EXPRESSÃO E
REPRESENTAÇÃO
ATELIER DE ARTES PLÁSTICAS – PARTE I
MODELAGEM EM GESSO – RETRATO DE ARTISTA ESCONDIDO
23 janeiro ‘19
50
Materiais Necessários
• Ligaduras de gesso (Farmácia +- 1,80€);
• Alguidar pequeno/médio;
• Jornais ou plásticos para proteção de mesa e chão;
• Vaselina ou parafina (quanto mais pura melhor - farmácias ou supermercado);
• Fita para proteção de cabelo (masculino e feminino – preferencial bandolete de tecido elástico larga)
• T-shirt ou sweatshirt velha;
• Toalha velha;
• Tintas acrílicas, penas, purpurina, lantejoulas, cartão/cartolina, etc. (opcional)- para decoração / os materiais
para decoração podem ser comprados em grupo
OFICINA DE ARTES |12º ANO 2018/2019
U.T.3- LINGUAGEM PLÁSTICA MATERIAIS, SUPORTE E INSTRUMENTOS | TÉCNICAS DE EXPRESSÃO E REPRESENTAÇÃO
ATELIER DE ARTES PLÁSTICAS – PARTE I
MODELAGEM EM GESSO – RETRATO DE ARTISTA ESCONDIDO
INTRODUÇÃO Máscaras venezianas: o «glamour» do Carnaval
É um dos principais ícones do Carnaval - a máscara veneziana explora o lado de glamour do Carnaval e é um dos símbolos de uma
das cidades mais famosas de toda a Itália. Com uma história secular, o Carnaval de Veneza atrai, anualmente, milhares de turistas
àquela cidade, exclusivamente para assistirem ao desfile de máscaras venezianas que tem lugar ano após ano. O Carnaval de
Veneza surge a partir da tradição do século XVI, onde a nobreza se disfarçava para sair e misturar-se com o povo. A festa
carnavalesca tem duração de 10 dias. Durante as noites, realizam-se bailes em salões e as companhias conhecidas como Compagnie
della Calza realizam desfiles pela cidade.
Mas, e se levássemos esse glamour para o lado do fantástico? Uma mistura de Veneza com o mundo das criaturas fantásticas!
DEFINIÇÃO E OBJETIVOS
A modelagem de gesso* é basicamente efetuada para a produção em série de objetos cerâmicos, produzidos artesanal ou
industrialmente, além de também ser um procedimento utilizado na confeção de peças artísticas. Para que uma peça seja produzida
em escala repetitiva é necessário executar um protótipo - modelo, normalmente em gesso ou argila, a partir do qual será
posteriormente feito o primeiro molde, em gesso, com o objetivo de reproduzir amostras de peças, em número limitado e posterior
execução de uma madre, a partir da qual se produzirá a quantidade de moldes necessários para a reprodução de peças cerâmicas.
Para a execução de todas estas operações é necessário conhecer as várias fases de processamento de modelos e moldes, assim como
dos materiais e ferramentas a serem utilizadas para a construção dos mesmos. Por ser de mais fácil utilização e resultados, não
51
necessitando de moldes positivos e negativos, a ligadura de gaze com gesso é utilizada para diversos fins, sendo o mais comum para
imobilização e moldes de membros do corpo humano. Podemos usar a ligadura de gesso para fazer moldes das famosas barrigas de
grávidas ou moldar pés de bebé para mais tarde recordar. Estas ligaduras podem também ser utilizadas na face, para o molde de
máscaras de carnaval, e esse é o objetivo desta atividade.
Pretende-se para esta atividade que com a ajuda de um colega cries a tua máscara de cara inteira, ao estilo veneziano, podendo
posteriormente alterá-la ou não, com moldes em cartão ou outros materiais, adicionando ligaduras de gesso, ou recortando a máscara
em parte. O resultado final terá obrigatoriamente de ter uma parte dos olhos, nariz e maçãs do rosto. A decoração e alteração das
formas fica ao teu critério, seja na pintura seja na utilização dos mais variados materiais, sejam penas, lãs ou outros. Não te esqueças
que um dos objetivos é refletir o teu eu escondido ou interior, e claro, a máscara ser o mais original possível!
Bom trabalho!
*O gesso é um mineral de sulfato de cálcio de baixa dureza, de cor branca amarelada e que quando puro é muito encontrado em
terrenos associados a calcários, argilas, xistos argilosos, etc. Como matéria prima original para fabricação de modelos e moldes na
Indústria Cerâmica, o gesso passa por um tratamento de calcinação entre 130° a 180° C perdendo desta forma parte da água que o
constitui. Após sua calcinação o gesso é peneirado, seco e armazenado em sacos de papel. Deve ser mantido em local seco, para
manter suas características.
PERCURSO E METODOLOGIAS
I _ PREPARAÇÃO
• Cria uma área de trabalho protegida: espalha algumas folhas de jornal ou uma lona plástica sobre o chão e mesas da sala
de aula para protegê-las. Tem também algumas toalhas de papel por perto para poderes limpar qualquer sujidade.
• Modelo de rosto: o colega tem de ficar parado por pelo menos 30 minutos e ficar no chão ou numa cadeira com a cabeça
inclinada para cima.
• Veste uma camisola velha e prende o cabelo: Tira a franja do rosto com uma bandolete de cabelo ou alguns ganchos e
enrola uma toalha no pescoço para proteger essas áreas do gesso.
• Corta a ligadura de gesso em tiras: As tiras devem ter entre 4 cm e 10 cm de largura e 7,5 cm de comprimento; varia o
tamanho para poderes preencher as diferentes partes do rosto. Corta de 10 a 15 tiras para cobrir o rosto da pessoa com
duas camadas de gesso.
• Passa um pouco de vaselina no rosto do colega a quem vais fazer o molde. É importante cobrir toda a superfície com
o produto para facilitar a remoção do gesso seco mais tarde: esfrega a vaselina até ao início do cabelo, cobre as sobrancelhas,
as pálpebras, os lábios e o nariz.
II _ MONTAGEM
• Mergulha as tiras de gesso numa tigela ou alguidar com água morna, uma a uma. Lava as mãos antes de começar e
pega numa tira. Mergulha-a numa segunda tigela, cheia com água morna. Remove o excesso do líquido com um dedo: é
importante que o gesso esteja húmido, não encharcado.
• Cobre a testa do colega: Passa os dedos sobre a tira para alisá-la e deixá-la uniforme sobre a pele.
• Adiciona tiras extras nas bochechas e no queixo: Segue para baixo a partir da testa, cobrindo as extremidades das
bochechas e o queixo. Vai alisando todos os pedaços com os dedos conforme as aplicas, de modo que toquem no rosto e
fiquem uniformes.
• Aplica tiras menores no nariz e no lábio superior: Deixa os espaços mais apertadinhos por último e tem cuidado ao
aplicar o gesso no nariz e na boca da pessoa, pois essas áreas são sensíveis. Tem cuidado para não tapares as narinas e
impedir a respiração. Deixa um espaço de cerca de 1,5 cm ao redor das narinas.
• Cobre os olhos e a boca com gesso, se necessário: Pede que feche os olhos e avisa quando começares a cobri-los com
tirinhas mais finas de gesso, pressionando-as com cuidado. Em seguida, pede que o modelo feche a boca e repete o mesmo
processo. Cobrir os olhos e a boca é opcional e depende do tipo de máscara desejado.
• Aplica pelo menos duas camadas de gesso: Ao terminares de cobrir o rosto, começa o processo novamente,
lembrando-te de fazer com que as tiras toquem umas nas outras e fiquem planas. A segunda camada é suficiente para que
a máscara fique mais firme e resistente.
52
• Alisa a máscara com os dedos húmidos: Assim que finalizares a segunda camada, afasta-te um pouco e dá uma olhadela
geral na máscara. Mergulha os teus dedos na água do gesso, que agora deve estar um pouco pegajosa. Em seguida, passa-
os sobre a máscara para alisar as marcas e os defeitos.
III_ SECAGEM E REMOÇÃO
• Espera cerca de 15 minutos: Pede que a pessoa permaneça quieta para que a máscara seque naturalmente. Avisa-a de
que é normal sentir uma leve comichão ou que sinta calor.
• Pede que a pessoa movimente um pouco o maxilar: Assim que o gesso estiver seco ao toque, pede para o modelo
movimentar um pouco a boca e levantar as sobrancelhas. Assim, ele irá começar a soltar a máscara do rosto aos poucos.
• Retira a máscara do rosto, lentamente: Assim que o gesso se for soltando, segura a máscara pelas laterais, agarrando-a
com firmeza. Puxa-a lentamente, enquanto vais levando os dedos na direção do centro do rosto. Não puxes a máscara com
força, ou podes magoar o colega. A máscara deverá sair com certa facilidade por conta da vaselina.
IV_ DECORAÇÃO
• Amarra a máscara: Faz um furo de cada lado da máscara, ao lado dos olhos, com um furador de papel. Em seguida,
amarra um elástico ou uma fita. Agora, basta colocar a máscara à frente do rosto e amarrar as duas linhas atrás da cabeça.
• Adiciona elementos extras ao gesso: Podes fazer um bico, um par de cornos ou qualquer outra forma utilizando
algumas tiras de gesso. Podes ainda adicionar elementos através de moldes em cartolina ou cartão e cobrindo-os com as
restantes tiras de ligadura.
• Superfície da máscara: Em seguida, pinta-a com tinta acrílica ou aguarela, como quiseres. Se cobriste os olhos e a boca
da máscara, podes pintá-los para criar um visual ainda mais distinto. Aplica um verniz sobre a máscara após a pintura
para dar um acabamento e proteger o gesso.
• Adiciona as decorações desejadas: Usa cola branca para colar penas, purpurina ou lantejoulas na máscara, criando um
visual mais festivo. Se preferires, mergulha-a num recipiente com cola e deita purpurina sobre a máscara para criar uma
superfície totalmente brilhante.
• Deixa a máscara secar durante 24h: Ao terminar de decorá-la, coloca-a sobre uma superfície plana por 24 horas.
AVALIAÇÃO
CM AA AP
C Conceitos: Projeto e gestão do projeto 20
P1 Aplicação de técnicas e rigor na concretização 60
P2 Produto Final – Criatividade / Qualidade Funcional – Plástica / Resultados face aos objetivos
iniciais
100
VA Metodologia de trabalho / Autonomia / Empenho / Completude 20
(CM- Cotação Máxima; AA – Auto avaliação; AP – Avaliação do professor) TOTAL 200
CALENDARIZAÇÃO - 23 a 01 fevereiro 2019
JAN FEV
23 25 30 01
P1 P2
53
Figura 12- Trabalhos finais da 1ª atividade com os alunos
2ª ATIVIDADE – PINTURA ABSTRATA EM ACRÍLICO OU ÓLEO
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U.T.3- LINGUAGEM PLÁSTICA MATERIAIS, SUPORTE E INSTRUMENTOS | TÉCNICAS DE EXPRESSÃO E REPRESENTAÇÃO
ATELIER DE ARTES PLÁSTICAS – PARTE II
PINTURA – RETRATO ESCONDIDO DE ARTISTA
Materiais necessários: 1 tela 60x80cm /aprox + Opções de tintas e respetivos materiais (escolher 1)
a) Óleo 1- Tintas óleo - cores primárias /cores escolhidas para a pintura + 1 preto + 1 branco
2- 3 ou 4 Pincéis de várias espessuras (chatos, redondos e ovais; os pincéis de cerdas, feitos com pelo de porco (brancos ou
claros) são mais duros que os de marta e absorvem maior quantidade de tinta- são melhores para espalhar a tinta em grandes
áreas de tela; para trabalhar os detalhes, o mais indicado é usar um pincel tipo marta -laranjas redondo)
3- Óleo de linhaça e Terebintina
4- Paleta ou base madeira/plástico (qualquer superfície desde que seja impermeável e uniforme)
5- Espátulas- várias (diluir, misturar e aplicar as tintas na tela; usar técnicas espatuladas)
6- Copinhos para solventes/chávenas pequenas velhas
7- Pano velho e/ou papel de cozinha
8- Frasco de vidro para lavagem de pincéis
9- Papel vegetal e químico (para copiar o desenho para tela caso necessário) e lápis com grafite macio 4B
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10- Materiais diversos (caso utilizes técnica mista: jornais, revistas, areia, gesso, etc)
b) Acrílico
1. Tintas acrílicas - cores primárias /cores escolhidas para a pintura + 1 preto + 1 branco
2. 3 ou 4 pincéis de várias espessuras e formatos (de cerdas naturais-amarelos/laranja e os de filamentos sintéticos- mais
baratos)
3. Paleta ou base madeira/plástico (qualquer superfície desde que seja impermeável e uniforme)
4. Espátulas- várias (diluir, misturar e aplicar as tintas na tela; usar técnicas espatuladas)
5. Pano velho e/ou papel de cozinha
6. Frasco de vidro para lavagem de pincéis
7. Papel vegetal e químico (para copiar o desenho para tela caso necessário) e lápis com grafite macio 4B
8. Materiais diversos (caso utilizes técnica mista: jornais, revistas, areia, gesso, etc)
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U.T.3- LINGUAGEM PLÁSTICA MATERIAIS, SUPORTE E INSTRUMENTOS | TÉCNICAS DE EXPRESSÃO E REPRESENTAÇÃO
ATELIER DE ARTES PLÁSTICAS – PARTE II
PINTURA ABSTRATA– RETRATO DE ARTISTA ESCONDIDO
INTRODUÇÃO
A pintura é uma das artes plásticas que não parou de evoluir em relação às suas técnicas, temáticas e correntes criativas. A pintura
abstrata é uma corrente pictórica que teve início no século XX no contexto da vanguarda artística. A característica principal deste
movimento consiste na representação refletida na tela - não definida com critérios objetivos e convencionais, ou seja, a interpretação do
que se vê não é evidente. Assim, o que se representa não é o mundo das aparências, mas sim as ideias abstratas que vêm do mundo
interior do artista. O artista abstrato expressa as suas ideias e sentimentos através de cores e formas que não correspondem ao mundo
real. Desta forma, não há uma representação figurativa, mas sim uma linguagem visual de cores e formas que tem o seu próprio
significado. O objetivo da pintura abstrata não é reproduzir algumas imagens, mas sim transmitir emoções a partir de manchas, linhas e
cores. Neste sentido, as cores comunicam sentimentos (por exemplo, o vermelho transmite energia, etc) e as formas expressam ideias
(por exemplo, o círculo pode simbolizar a perfeição).
DEFINIÇÃO E OBJETIVOS
O termo abstrato vem do verbo latino abstrahere, que quer dizer separar algo ou extrair.
De um modo geral, o abstrato opõe-se ao concreto. Um dos significados da palavra abstrato refere-se ao pensamento humano, pois de
tudo o que se observa pode extrair-se traços gerais e partir daí obter ideias. As ideias (de beleza, bondade, amor, desejo, entre outras)
são conceitos que não podem ser observados de nenhum lugar, mas são capazes de deduzir através de um processo de abstração. Na
arte, há a corrente criativa da arte abstrata, que surgiu no início do século XX como oposição à arte figurativa onde se imitava e
reproduzia a natureza. Costuma-se dividir a arte abstrata em dois grupos: abstracionismo expressivo (também conhecido como lírico ou
informal - Kandinsky) e abstracionismo geométrico (Malevich).
Na arte abstrata o artista trabalha muito com conceitos, intuições e sentimentos, provocando nas pessoas que visualizam a obra, uma
série de interpretações. Portanto, uma mesma obra de arte pode ser vista, sentida e interpretada de várias formas.
Inspirando-te na arte abstrata expressiva ou geométrica, cria num suporte de tela com medidas aprox. 60x80 cm, uma superfície
plástica abstrata, baseada numa imagem de autorretrato previamente escolhida ou trabalhada. A imagem deverá conter uma auto-
representação, de modo a poder funcionar como uma síntese apelativa e com impacto visual daquilo que tu és (retrato psicológico),
55
daquilo que é o teu trabalho e também do modo particular como tu pretendes que os outros te percecionem como pessoa e como
profissional/estudante de Artes Visuais.
Pressupõe-se a realização de um breve trabalho de pesquisa prática e de experimentação de técnicas plásticas, incluindo mistas, com a
finalidade de entender os processos de pensamento e criação abstrata através da pintura. Utiliza tinta acrílica ou de óleo, conforme lista
de materiais indicados.
Em paralelo com a imagem, irás redigir um pequeno texto que te apresente como pessoa e como artista. Poderás expressar
considerações sobre ti próprio e sobre o que consideras ser a (tua) arte e os teus talentos e/ou expressar a tua visão sobre o papel das
artes visuais e daquilo que nelas achas interessante para ti.
Bom trabalho!
AVALIAÇÃO
CM AA AP
C Conceitos: Auto-imagem / Síntese visual 40
P1 Imagem – Síntese entre Auto-imagem e trabalho pessoal / Criatividade / Composição /Domínio Técnico 100
P2 Texto – Capacidade de síntese / Capacidade descritiva / Coerência / Criatividade 40
VA Metodologia de trabalho / Autonomia / Empenho / Completude 20
(CM- Cotação Máxima; AA – Auto avaliação; AP – Avaliação do professor) TOTAL 200
CALENDARIZAÇÃO - 13 a 22 fevereiro 2019
FEV
13 15 20 22
C P1 P1 P1 + P2
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Figura 13- Trabalhos finais da 2ª atividade com os alunos
3ª ATIVIDADE – GRAVURA EM LINÓEO
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U.T.3- LINGUAGEM PLÁSTICA MATERIAIS, SUPORTE E INSTRUMENTOS | TÉCNICAS DE EXPRESSÃO E REPRESENTAÇÃO
ATELIER DE ARTES PLÁSTICAS – PARTE III
GRAVURA EM LINÓLEO – TEMA LIVRE
Materiais necessários:
- 1 placa de linóleo (tamanho máximo A4 e mínimo A5)
- 1 folha de papel químico
- Goivas de corte em U e em V
- X-acto
- Rolo de polipropileno / borracha pequeno e/ou médio
- Tintas para impressão (Acrílico ou China)
- Suporte liso para colocar a tinta (azulejo, placa de acrílico ou de vidro)
- Tintas para pintura de acabamento (caso seja feito apenas o contorno na impressão) – aguarela
- Pincéis pequenos de pelo macio
- Espátula de plástico ou tarlatana (tecido parecido com gaze para a remoção de tinta da placa)
- Várias folhas para impressão (cavalinho para provas + fabriano, arches, canson, aguarela, etc)
- Para impressão podes usar um rolo de massa grande ou pequeno (se quiseres fazer provas sem a prensa que se encontra
na sala)
- Trapo para limpeza
- Álcool etílico para desengordurar a placa
Sugestões de compra de material (para encomenda):
- Placas de linóleo 33x50 = 10€ (dá para 3 alunos)
- Placas de linóleo 50x70 = 26€ (dá para cerca de 6 alunos)
- Goivas em caixa de cartão de 5 unid. = 7€
57
- Goivas em caixa de cartão de 10 unid. = 9,50€ (dá para 2 alunos)
OFICINA DE ARTES |12º F 2018/2019
U.T.3- LINGUAGEM PLÁSTICA MATERIAIS, SUPORTE E INSTRUMENTOS | TÉCNICAS DE EXPRESSÃO E REPRESENTAÇÃO
ATELIER DE ARTES PLÁSTICAS – PARTE III
GRAVURA EM LINÓLEO – TEMA LIVRE
INTRODUÇÃO
A gravura é um meio de expressão artística que se reproduz em série, produzindo
uma matriz de um modo experimental e criativo, e da qual derivam uma série de
provas.
A linoleogravura é uma técnica ímpar de gravura. O trabalho é aparentemente
simples: tudo o que é cortado não será impresso, o que nos leva a experimentar pensar no preenchimento das
imagens de forma negativa, “invertida”. É um processo de gravura semelhante à xilogravura, em que a imagem é
recortada em linóleo e impressa em papel. O linóleo foi muito usado no século XIX para se fazer pisos e “passadeiras”,
e este material foi utilizado pelos artistas europeus do final do século XIX para produzir gravuras. Na gravura em
linóleo o procedimento é parecido com o da xilogravura, e usam-se os mesmos instrumentos cortantes (as goivas). O
linóleo é mais maleável que a madeira, permitindo um corte mais "doce". E tal como na xilogravura, a tinta mais
indicada é a de impressão, sendo que podemos utilizar também acrílica e a óleo.
DEFINIÇÃO E OBJETIVOS
Nesta parte do atelier, vais desenvolver um breve projeto de gravura em linóleo, a começar pela conceção da
imagem de acordo com a lógica da impressão de relevo, passando pela gravação da superfície do linóleo, e
culminando na pintura da matriz e impressão. Serão explorados diversos processos que podem ser usados na gravura
em relevo. Os trabalhos com linóleo são especialmente apropriados para imprimir desenhos grandes e simples. O linóleo é fácil
de cortar, mas não se conseguem produzir linhas e texturas delicadas como a gravura, que usa como base a madeira ou o metal, por
isso não projetes um desenho muito elaborado!
Faz o teu desenho numa folha de papel branco. Depois, coloca a folha de papel químico sobre o linóleo e por
cima a folha com o desenho. Decalca o desenho para o linóleo passando com um lápis duro afiado. Utiliza uma
goiva pequena para o fundo e uma goiva maior para os contornos do desenho. Depois de pronta a gravação
do desenho, desengordura a placa com um trapo embebido em álcool etílico, de forma a limpá-la,
para que a tinta adira melhor.
Cada goiva, em U ou V, possui uma propriedade diferente quanto à abrangência (o quanto de área
permite cavar – áreas pequenas, áreas grandes) e ao acabamento; as pontas em V e o x-ato, por exemplo, garantem
cortes mais geométricos, “duros”, enquanto que as pontas em U permitem acabamentos mais orgânicos.
58
Com o rolo de borracha, espalha uma camada de tinta sobre o vidro ou o acrílico,
passando o rolo nos dois sentidos para o impregnar bem na tinta. Depois, passa o rolo com
cuidado sobre o linóleo e coloca devagar a folha de papel a imprimir sobre a placa pintada,
utilizando um rolo da massa para calcar o papel com força sobre o desenho ou utiliza a
prensa da sala de Oficina de Artes. Retira devagar e com cuidado e deixa secar.
Dicas:
- Fazer movimentos curtinhos e em várias direções ajuda a preencher o rolo mais
rapidamente. A quantidade “certa” de tinta é o suficiente para cobrir toda a superfície do
rolo, com uma certa transparência, mas sem excessos.
- O rolo, bem como a superfície onde vais espalhar a tinta, precisam estar bem limpos, livres de pó e de
gordura, pois essas sujidades podem entrar nos poros da tua matriz e criar marcações indesejadas, o
que pode comprometer a peça.
- Quando fores gravar/escavar, muito cuidado para não te cortares! Tenta fazer os
movimentos com a goiva na direção oposta das tuas mãos.
- Podes separar um pedacinho pequeno da placa para testar cada uma das pontas: tenta fazer linhas mais retas, mais curvas, longas
e curtas.
- Caso apenas utilizes tinta preta para a impressão, e a faças em papel aguarela, poderás posteriormente à impressão pintar as
partes não impressas com tintas de aguarela, e usares assim as duas técnicas no mesmo trabalho.
O tema é livre, e será necessário apresentares esboços e memória descritiva e justificativa, do desenho e cores que queres usar
na impressão, tipos de papel escolhidos, etc. Bom trabalho!
AVALIAÇÃO
CM AA AP
C Conceitos: Projeto/ Imagem / Síntese visual / Esboços e MD 20
P1 Aplicação de técnicas e rigor na concretização 60
P2 Produto Final – Criatividade / Qualidade Plástica / Matriz e Provas 100
VA Metodologia de trabalho / Autonomia / Empenho / Completude / Responsabilidade 20 (Cotação Máxima) TOTAL 200
CALENDARIZAÇÃO – 08 a 20 de março 2019
MAR
08 13 15 20
C C + P1 P1 + P2 P2
Inspira-te!
59
Figura 14- Trabalhos finais de alunos em vários suportes de papel (cavalinho, aguarela, cartolina, etc)
60
4ª ATIVIDADE – VITRAL
OFICINA DE ARTES |12º F 2018/2019
U.T.3- LINGUAGEM PLÁSTICA MATERIAIS, SUPORTE E INSTRUMENTOS | TÉCNICAS DE EXPRESSÃO E REPRESENTAÇÃO
ATELIER DE ARTES PLÁSTICAS – PARTE IV
VITRAL – TEMA LIVRE
Materiais necessários:
- 1 peça de vidro lisa transparente e incolor
- 1 folha de papel vegetal
- Caneta de acetato fina
- Pasta de relevo para vitral (contorno – imitação de pasta de chumbo)
- Verniz vitral nas cores desejadas
- Fita-cola
- Pincéis
- Álcool e algodão
OFICINA DE ARTES |12º F 2018/2019
U.T.3- LINGUAGEM PLÁSTICA MATERIAIS, SUPORTE E INSTRUMENTOS | TÉCNICAS DE EXPRESSÃO E REPRESENTAÇÃO
ATELIER DE ARTES PLÁSTICAS – PARTE IV
VITRAL – TEMA LIVRE
INTRODUÇÃO
O vitral (da língua francesa "vitrail") é um tipo de “janela” composto por pedaços de vidro coloridos, e
geralmente representa cenas ou personagens. É um dos elementos arquitetónicos característicos do estilo
gótico. Os vitrais eram uma arte usada nas representações históricas dentro das igrejas. Com o passar do
tempo, foram introduzidos noutros ambientes como forma de decoração.
DEFINIÇÃO E OBJETIVOS
Nesta parte do atelier, vais desenvolver um curto projeto de pintura sobre vidro – pintura em vitral. Começas pela conceção da
imagem de acordo com a linguagem da pintura em vidro, passando pela reprodução na superfície de vidro transparente e incolor,
terminando na pintura com contorno do suporte em vidro.
Os trabalhos com vitral são especialmente apropriados para executar desenhos grandes e simples. Usa a simplificação das formas e
cores para criares a tua imagem, pois irás realizar a pintura numa peça pequena.
1. Desengordura o vidro com um trapo embebido em álcool etílico, de forma a limpá-la, para que a caneta de acetato e a tinta de
vidral adiram melhor.
61
2. Faz o teu desenho numa folha de papel branco. Depois, coloca a folha de papel químico sobre o vidro e
por cima a folha com o desenho. Decalca o desenho para o vidro passando com um lápis duro afiado. Podes
também reproduzir o desenho copiando para o vidro com caneta de acetato (fina), ou colocando a folha com
o desenho por detrás, ou dentro do objeto, e copiares por cima com a mesma caneta. No final, e depois de
seco, limpa o vidro novamente com álcool para o desengordurares.
3. Com a pasta de relevo para vitral (ou pasta de chumbo) irás agora contornar na parte da frente do vidro,
o desenho que fizeste com a caneta ou passaste com o papel químico. Este processo deve ser feito devagar e com cuidado para que o
contorno fique uniforme. Quando terminares, espera 24 horas, para a peça secar bem.
4. Para pintares a peça deves preencher todos os campos do desenho cuidadosamente, escolhendo uma cor para o fundo, parte que
não pertence ao desenho contornado. E uma cor para cada parte contornada. De novo, esperar que seque por 24 horas.
5. Para finalizar, podes passar um verniz próprio para vidros – balsâmico, de forma a protegeres o teu trabalho.
Dicas importantes: Não leves a peça ao forno,
nem ao micro-ondas ou à máquina de lavar loiça.
O tema é livre, e será necessário apresentares esboços e memória descritiva e justificativa, do desenho e cores que queres usar no
vitral. Bom trabalho!
AVALIAÇÃO
CM AA AP
C Conceitos: Projeto/ Imagem / Síntese visual / Esboços e MD 20
P1 Aplicação de técnicas e rigor na concretização 60
P2 Produto Final – Criatividade / Qualidade Plástica 100
VA Metodologia de trabalho / Autonomia / Empenho / Completude / Responsabilidade 20
(Cotação Máxima) TOTAL 200
CALENDARIZAÇÃO – 20 a 22 de Abril 2019
ABRIL
20 22
C + P1 P1+ P2
Inspira-te!
62
Figura 15- Trabalhos finais de alunos em vários formatos de vidro
REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE OS PRÓS E OS CONTRAS DO TRABALHO DE PLANIFICAÇÃO
A planificação é um método de organização de trabalho que deverá ser adaptado ao contexto em que é inserido,
podendo esta ser anual, trimestral, mensal, semanal ou diária, tendo como principal objetivo guiar o professor, para que
este consiga seguir um fio condutor e estruturado na sua atividade letiva.
Segundo Braga (2004),
(…) na perspectiva construtivista, a planificação passa pela criação de ambientes estimulantes que propiciem actividades que não são à partida previsíveis
e que, para além disso, atendam à diversidade das situações e aos diferentes pontos de partida dos alunos. Isso pressupõe prever actividades que
apresentem os conteúdos de forma a tornarem-se significativos e funcionais para os alunos, que sejam desafiantes e lhes provoquem conflitos cognitivos,
ajudando-os a desenvolver competências de aprender a aprender. (p. 27)
Assim, a meu ver, o professor precisa planificar as atividades, de forma a que os alunos possam partir de elementos
cognitivos que fazem parte das suas realidades. O professor precisa também desta forma, conhecer todas as
possibilidades dos seus alunos, com o objetivo de desenvolver as capacidades dos mesmos, com atividades adequadas.
Como é lógico, as crianças não se desenvolvem sozinhas, logo, é preciso existir uma interação entre as potencialidades
de cada etapa e a escola, que devem ser variadas e motivadoras.
Nas minhas planificações abordo três questões fundamentais da ação educativa:
- “O que é necessário saber?” – reportando-se a conhecimentos;
- “O que se deve saber fazer?” – reportando-se a capacidades
- “Como se deve ser?” – reportando-se a atitudes e valores
Concluindo, a planificação é a meu ver, uma ferramenta indispensável para uma boa prática de ensino, sendo que
os professores necessitam de ter consciência de como estes planos levam à qualidade e eficácia do ensino, constituindo
uma ferramenta imprescindível, à qualidade e eficácia do seu trabalho, bem como acentuar a necessidade incontornável
de que o processo de planificação seja desenvolvido, tendo em conta as necessidades de cada grupo/turma. Assim,
antes de um professor lecionar uma aula, precisa de refletir sobre o que pretende e qual a forma mais adequada para o
fazer, tendo em conta os seus alunos.
As Orientações Curriculares (Orientações curriculares para a educação., 1997) referem “o educador reflete sobre as
suas intenções educativas e as formas de as adequar ao grupo, prevendo situações e experiências de aprendizagem e
organizando os recursos humanos e materiais necessários à sua realização.” (p. 26)
63
EXECUÇÃO E AVALIAÇÃO
HETERO-AVALIAÇÃO DAS PLANIFICAÇÕES APRESENTADAS NA SECÇÃO ANTERIOR
As planificações que realizei, anual, trimestral e diária, foram revistas pela Professora Orientadora Cooperante, e as
alterações efetuadas em conjunto com a mesma, sendo que algumas dessas alterações se deveram à descrição de
conteúdos e competências específicas da planificação anual, e na estrutura da planificação diária e seus descritores. Os
restantes conteúdos das planificações foram considerados corretos e sem alterações.
AUTO-AVALIAÇÃO DAS PLANIFICAÇÕES APRESENTADAS
As planificações foram realizadas mediante a turma para a qual estavam destinadas, e foram adaptadas à faixa etária
e aos conhecimentos já adquiridos pelos alunos da mesma, mediante a planificação dada pelo agrupamento, e consoante
as diretrizes de trabalho que a Professora Orientadora Cooperante solicitou. Também foi tido em conta o Plano Anual
de Atividades do Agrupamento.
Realizei planificações flexíveis e que pudessem ser alteradas a qualquer momento, consoante as necessidades dos
alunos/turma, o que efetivamente se verificou na planificação anual e trimestral, sendo alterada a data da visita do artista
plástico à sala de aula, o cancelamento da visita da turma a galerias municipais (substituída por uma visita de estudo a
uma conferência internacional), e sendo também realizada uma palestra com um convidado que não estava prevista no
plano inicial anual.
A meu ver, o trabalho de planificação é imprescindível, mas também é imprescindível uma grande flexibilidade para
alterações não previstas e impostas por terceiros, como visitas de convidados e visitas de estudos, em que datas podem
ser alteradas. Também é necessária, como referi anteriormente alguma flexibilidade do professor mediante o tempo
previsto de realização de cada unidade didática, e a sua efetiva realização consoante o ritmo de trabalho e de
aprendizagem do grupo turma. Penso ter respondido corretamente a todos os imprevistos que resultaram em alterações
na planificação anual. No final do ano letivo, foi feita uma atualização do PAA, onde foram integradas as atividades que
anteriormente tinham sido apresentadas ao conselho pedagógico, tendo sido aprovadas e executadas.
64
GRELHAS DE AVALIAÇÃO
Parâmetros de Avaliação CM AA AP
C Conceitos: Projeto e gestão do projeto 20
P1 Aplicação de técnicas e rigor na concretização 60
P2 Produto Final – Criatividade / Qualidade Funcional – Plástica / Resultados face aos
objetivos iniciais
100
VA Metodologia de trabalho / Autonomia / Empenho / Completude 20
(CM- Cotação Máxima; AA – Autoavaliação; AP – Avaliação do professor)
TOTAL
200
Tabela 18- Máscaras de Gesso
Parâmetros de Avaliação CM AA AP
C Conceitos: Auto-imagem / Síntese visual 40
P1 Imagem – Síntese entre Auto-imagem e trabalho pessoal / Criatividade /
Composição /Domínio Técnico
100
P2 Texto – Capacidade de síntese / Capacidade descritiva / Coerência / Criatividade 40
VA Metodologia de trabalho / Autonomia / Empenho / Completude 20
(CM- Cotação Máxima; AA – Autoavaliação; AP – Avaliação do professor)
TOTAL
200
Tabela 19- Pintura Abstrata
Parâmetros de Avaliação CM AA AP
C Conceitos: Projeto/ Imagem / Síntese visual / Esboços e MD 20
P1 Aplicação de técnicas e rigor na concretização 60
P2 Produto Final – Criatividade / Qualidade Plástica / Matriz e Provas 100
VA Metodologia de trabalho / Autonomia / Empenho / Completude /
Responsabilidade
20
(CM- Cotação Máxima; AA – Autoavaliação; AP – Avaliação do professor)
TOTAL
200
Tabela 20- Gravura em Linóleo
65
Parâmetros de Avaliação CM AA AP
C Conceitos: Projeto/ Imagem / Síntese visual / Esboços e MD 20
P1 Aplicação de técnicas e rigor na concretização 60
P2 Produto Final – Criatividade / Qualidade Plástica 100
VA Metodologia de trabalho / Autonomia / Empenho / Completude /
Responsabilidade
20
(CM- Cotação Máxima; AA – Autoavaliação; AP – Avaliação do professor)
TOTAL
200
Tabela 21- Vitral
Parâmetros de Avaliação
CM AA AP
C Intervenção artística, Visualização- registo / Projeto e metodologia
20
P1 Texto introdutório: Clareza e rigor na argumentação
20
P2 “Inspirações”: Quantidade e profundidade da recolha de pesquisa / Comentário e justificação
20
P3 “Espaços”: Quantidade e qualidade gráfica dos registos / Pertinência dos textos de
acompanhamento
20
P4 “Brainstorming”: Quantidade, pertinência e qualidade das ideias sugeridas /Criatividade
20
P5 Proposta: qualidade gráfica e clareza das visualizações, múltiplos ângulos, criatividade no
desenvolvimento da ideia, título.
40
P6 Memória descritiva e justificativa: Clareza e rigor na descrição e justificação da proposta
20
P7 Apresentação: Estrutura (C ao P6) / Organização / Sequência / Clareza gráfica
20
VA Metodologia de trabalho / Autonomia / Empenho / Gestão do tempo
20
(CM- Cotação Máxima; AA – Autoavaliação; AP – Avaliação do professor)
TOTAL
200
Tabela 22- Projeto de instalação Site-Specific
Legenda: C – Conceitos, P – Práticas, VA – Valores/Atitudes
66
DESCRIÇÃO DOS PARÂMETROS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
A avaliação foi efetuada de acordo com os parâmetros específicos de cada atividade (tabelas 1 a 5), que foram
utilizadas para registos de grelhas de observação e pela autoavaliação, onde os alunos manifestam a sua opinião, em
relação ao projeto executado.
Os Critérios de Avaliação utilizados, foram os fornecidos pela Coordenadora do Departamento de Expressões da
escola, conforme imagem abaixo.
DIREÇÃO GERAL DOS ESTABELECIMENTOS ESCOLARES
Direção de Serviços da Região Algarve
DEPARTAMENTO DE EXPRESSÕES
C R I T É R I O S D E A V A L I A Ç Ã O Cursos Científico Humanísticos
Oficina de Artes –12º ano
Dimensão Competências Especificas Instrumentos de Avaliação
Peso na
Avaliação
Parcial Total
Cogn
itiv
a
- Aquisição e compreensão de
conceitos específicos;
- Desenvolvimento de metodologias
de trabalho diversificadas;
- Desenvolvimento de capacidades
de comunicação, com utilização de
diferentes linguagens visuais;
- Capacidade de Intervenção Crítica
Gre
lhas
de
Ava
liaçã
o d
o D
epar
tam
ento
Trabalhos/ Exercícios
Individuais ou de grupo. (unidades de trabalho)
Portefólio e/ou Diário Gráfico -Pesquisa iconográfica das Unidades de
Trabalho propostas
-Ensaios compositivos
80%
5%
85%
Moto
ra/E
xpre
ssiv
a
- Eficácia técnica no uso dos recursos
gráficos e construtivos;
- Capacidade criativa e de inovação.
Atitu
des e
Valo
res
Empenho e Interesse
Autonomia e Responsabilidade
Comportamento e Atitudes
5%
5%
5%
15%
67
Os parâmetros de avaliação de cada atividade, surgiram posteriormente adaptados à grelha de avaliação também
fornecida pela Coordenadora do Departamento, a qual foi ajustada às unidades didáticas desenvolvidas em cada período
do ano letivo. As notas finais da média foram as apresentadas na pauta de classificações do 3º Período.
Tab
ela
23-
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Tab
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Tab
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to)
71
Tabela 27- Notas Finais do 1º Período
Tabela 28- Notas Finais do 2º Período
72
MÉDIAS ANUAIS 1º + 2º + 3º PERIODOS Arredondamento
nº Nome
1 17,4 17,0
2 17,6 18,0
3
4 16,4 16,0
5 16,8 17,0
6 16,2 16,0
7 17,0 17,0
8
9
10 16,4 16,0
11 17,7 18,0
12 15,4 15,0
13
14 17,5 18,0
15 13,7 14,0
16 15,9 16,0
17 15,7 16,0
18 11,2 11,0
19 13,1 13,0
20 16,5 17,0
21 16,8 17,0
22 16,2 16,0
23 17,4 17,0
24 17,6 18,0
25 13,4 13,0
26
MEDIA
TURMA 16,0
16,2
Tabela 30- Notas Finais do 3º Período
Tabela 29- Notas Finais do Ano Letivo com Média Anual
73
REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE AS FORMAS DE EXECUÇÃO DO TRABALHO PLANIFICADO
A estratégia adotada no ensino/aprendizagem a lecionar na turma de artes é determinada pela corrente expressivo
psicanalista, protagonizada por Viktor Lowenfeld e Herbert Read (1943), propondo que a educação artística deve
assumir um papel novo na sociedade. O ensino foi centrado no aluno, respeitando a sua expressividade e
individualidade. Como professora, tentei respeitar as ideias dos alunos, sem interferir na sua criatividade, incentivando
o seu desenvolvimento cognitivo, potencial gerador de emoções, criatividade e subjetividade, na área das artes.
A dinâmica pedagógica implementada esteve de acordo com a ideia proposta por mim inicialmente, que foi
aprovada pela Orientadora Cooperante: a ligação da Cor com as Artes Plásticas e o “Eu” do aluno, de forma a
desenvolver ao longo do ano letivo material de estudo para a investigação de tese que irá decorrer de seguida. A par
desta, foi tido em conta o projeto educativo da escola, as caraterísticas dos alunos e a realidade da comunidade em que
se inserem.
Na estrutura global das aulas são incutidos nos alunos conceitos teóricos e conteúdos práticos, de forma a
proporcionar as oportunidades e incentivar os alunos à pesquisa/investigação de novos conhecimentos. Desta forma,
as aulas com conteúdos teóricos, foram na sua maioria abordadas e expostas através das apresentações de PowerPoint,
contextualizando os temas propostos e facultando aos alunos um conjunto de informações essencialmente visuais, com
o objetivo de despertar os alunos para a Literacia Visual. Deu-se assim prioridade às aulas práticas, sugerindo e
exemplificando algumas técnicas e promovendo a experimentação de materiais ao longo dos dois períodos.
As aulas foram planeadas de modo que os alunos tomassem consciência dos tempos previstos para a execução dos
trabalhos e entrega dos mesmos no tempo previsto, tendo em conta todas as outras atividades curriculares e
extracurriculares em que os alunos participavam.
As estratégias e recursos usados por mim foram, entre outros: o debate em grupo sempre no início de cada atividade;
o acompanhamento tutorial e exemplificado durante a execução dos trabalhos; a realização de pesquisa/investigação,
brainstorming e outras fases do projeto, que fazem parte da metodologia projetual lecionada pela Orientadora
Cooperante no 1º período, como forma de consolidação de aprendizagem. As temáticas abordadas tentaram ser sempre
relevantes e atuais, mas dentro do programa estabelecido e do interesse geral dos alunos. A seleção dos meios de
expressão visual para a concretização dos trabalhos procurou ser variada, permitindo aos alunos desenvolver diferentes
abordagens artísticas, experimentando a maior quantidade de materiais possíveis, dentro de um orçamento
disponibilizado pelos mesmos e respetivos encarregados de educação.
Em síntese, foram desenvolvidas cinco unidades didáticas distintas. Quatro delas consistiram na realização de ateliers
com os alunos, solicitando-lhes a reinterpretação do seu autorretrato (criado previamente por eles na disciplina de
Oficina de Multimédia B), através de diferentes técnicas e materiais. Na quinta unidade, foi desenvolvida a Área de
Projeto, com o objetivo definido de criação de uma instalação site-specific no átrio de entrada da Câmara Municipal de
Albufeira, o que lhes permitiu, mais uma vez, a criação artística e desenvolvimento de um projeto, e sua respetiva
execução.
Desta forma, foram abordados os conceitos de desenvolvimento de projeto e metodologia projetual, materiais e
técnicas de expressão artística, desenvolvimento da criatividade, a intervenção num espaço público, o estudo de
contextos e ambientes, a diferença entre a dimensão conceptual e a dimensão prática e o trabalho em grupo/equipa
através de um projeto de turma. Procurei desta forma, que os alunos, a par da compreensão sobre o funcionamento da
linguagem plástica, pudessem desenvolver um fazer fundamentado, na perspetiva de um artista plástico, cuja intervenção
crítica fosse eficaz e relevasse uma consciência estética, ética e inovadora. Considero que na disciplina de OFA, o
processo de ensino-aprendizagem deve partir do incentivo à pesquisa, das opções relativas ao método de análise e
síntese dos dados recolhidos, no que respeita a um trabalho capaz de conjugar a poética do imaginário com o rigor da
expressão.
74
Durante a planificação das diferentes aulas e unidades, juntamente com a Professora Orientadora Cooperante,
foram analisadas e estruturadas estratégias para melhor compreensão dos projetos e motivação dos alunos. As
planificações foram estruturadas de modo a ampliar os conhecimentos teóricos (cultura das artes), reforçando-os
com visitas de estudo, participação em colóquios, visita de um artista plástico à sala de aula e a realização de
exposição com os trabalhos dos alunos.
MATERIAIS UTILIZADOS EM SALA DE AULA
Para a realização das atividades na sala de aula contámos com a utilização dos seguintes materiais, na sua quase
totalidade pagos pelos alunos:
• Ligaduras de gesso;
• Alguidar pequeno/médio;
• Jornais ou plásticos para proteção de mesa e chão;
• Vaselina;
• Fita para proteção de cabelo;
• T-shirt ou sweatshirt velha;
• Toalha velha;
• Tintas acrílicas, penas, purpurina, lantejoulas, cartão/cartolina, etc. (opcional)- para decoração das máscaras
• Tintas acrílicas - cores primárias /cores escolhidas para a pintura + 1 preto + 1 branco
• 3 ou 4 pincéis de várias espessuras e formatos (de cerdas naturais-amarelos/laranja e os de filamentos sintéticos-
mais baratos)
• Paleta ou base madeira/plástico (qualquer superfície desde que seja impermeável e uniforme)
• Espátulas
• Pano velho e/ou papel de cozinha
• Frasco de vidro para lavagem de pincéis
• Papel vegetal ou químico e lápis com grafite macio 4B
• Materiais diversos (para técnica mista: jornais, revistas, areia, gesso, etc)
• 1 placa de linóleo (tamanho máximo A4 e mínimo A5)
• Goivas de corte em U e em V
• X-acto
• Rolo de polipropileno / borracha pequeno e/ou médio
• Tintas para impressão (Acrílico ou China)
• Suporte liso para colocar a tinta (azulejo, placa de acrílico ou de vidro)
• Tintas para pintura de acabamento (caso seja feito apenas o contorno na impressão) – aguarela
• Espátula de plástico ou tarlatana (tecido parecido com gaze para a remoção de tinta da placa)
• Várias folhas para impressão (cavalinho para provas- fabriano, arches, canson, aguarela, etc)
• Álcool etílico para desengordurar a placa
• 1 peça de vidro lisa transparente e incolor
• Caneta de acetato fina
• Pasta de relevo para vitral (contorno – imitação de pasta de chumbo)
75
• Verniz vitral nas cores desejadas
• Fita-cola
• Algodão
Para o projeto de instalação, cada projeto poderia contemplar os mais variados materiais, à escolha dos alunos, desde
materiais reciclados a utilização de recursos multimédia.
Para o projeto de turma vencedor para execução, utilizaram-se os seguintes materiais:
• Folhas de papel A4 colorido (amarelo, laranja, azul, vermelho e branco)
• Tesouras
• X-actos
• Fio de nylon de 3 e 5 mm
• Fita-cola dupla face e uma face transparente
• 2 telas 60 x 80 cm
• Tintas acrílicas (azul, branca, castanha)
• Pincéis
• Conchas, búzios e areia de praia
• Cola branca
• Cola UHU
• Cola super 3
• Rede de pesca reciclada
• Grampos de curva para suporte da rede no teto
Além dos materiais acima referidos, foi utilizado o equipamento audiovisual da sala de aula:
• Tela de projeção
• Computador
• Vídeo projetor
• Quadro branco
• Canetas permanentes
Foram igualmente utilizados os espaços anexos à sala de aula, como a dispensa com arrecadação de materiais, cacifos
para arquivos, e bancada com lavatório.
76
TRABALHO DE PROJETO
DESCRIÇÃO DE UM TRABALHO DE PROJETO REALIZADO DURANTE O ESTÁGIO PEDAGÓGICO
A obra de arte no contexto escolar, poderá ser utilizada para incutir, desenvolver e estimular o sentido estético, a
criatividade, a imaginação e o espírito crítico nas crianças e nos jovens. O contacto com a obra de arte, faz com que se
estabeleça uma relação entre a obra e o aluno, existindo um diálogo, uma comunicação, provocando emoções,
sentimentos, a arte articula a imaginação, a razão e a emoção assumindo-se como um fator transversal na vida do sujeito,
independentemente da sociedade em que está inserido.
Acreditando no valor pedagógico da imagem enquanto forma de comunicação e se esta for a imagem de uma obra
de arte, é por intermédio desta que grande parte dos alunos desenvolve o seu primeiro contacto com a arte.
Esta unidade didática pretende, assim, fazer uma abordagem sobre a importância da obra de arte e da imagem como
recurso pedagógico, através da instalação artística, uma das expressões artísticas mais comuns na arte contemporânea.
Uma instalação pode ser uma conjugação de muitas técnicas e formas de representação: da pintura ao som, do vídeo
à internet. A dissolução das barreiras entre disciplinas e a defesa de uma liberdade criativa estão igualmente na sua
génese e foram elas que possibilitaram a sua afirmação. A força da Instalação Artística reside, no facto de ter chamado
para a esfera da arte a interação com o espectador, fazendo‐o de uma forma consciente e ativa. A imersão na obra,
permite ao indivíduo retirar‐se do quotidiano que lhe é característico e passar para outra realidade, possibilitando uma
comunicação mais imediata entre duas esferas: a do indivíduo e a do artista. Imediata porque palpável e logo, inteligível.
A imersão fomenta um estímulo muito eficiente com as sensações humanas e as questões da percepção. Através da
instalação pretende‐se também a representação da arte. Existe desde logo essa diferença que a separa dos outros meios:
a instalação implica mais a experiência dos visitantes. A instalação vive do contacto com o espectador, do seu
movimento, da sua dinâmica corporal. Mais importante, a instalação depende do espaço em que se insere. Mesmo as
que são feitas com o objetivo final da portabilidade, elas partiram de um espaço inicial.
Neste trabalho, interessam-me as instalações concebidas para um espaço próprio e determinado por interagirem
com um público abrangente (desde os letrados aos iletrados, comunidade e turistas), conseguindo subverter o meio e o
contexto desse mesmo espaço. A instalação artística em espaços públicos, é de difícil concretização, porque as variáveis
são muitas, incontroláveis diversas vezes. A arte passa, pois, do espaço hermético do museu, para o espaço amplo, livre,
transfronteiriço, ambivalente, ambíguo, por vezes híbrido, por vezes vincado, que é a cidade. Deste modo, a instalação
site-specific tem uma peculiaridade ainda maior que se prende com a especificidade do lugar em que se encontra inserida.
Na verdade, esta singularidade é que está na génese da arte pública e dá a qualquer obra artística uma identidade própria
– reciprocamente – ao tal lugar e à própria peça, no limite, aos habitantes desse espaço.
O “site‐specific” surgiu nos inícios do Minimalismo, onde à semelhança da instalação procurou‐se a experiência
real, corporal e fenomenológica do sítio. A atmosfera criada, dá‐lhe uma dimensão misteriosa, também devido ao
ambiente que preenche todo o recinto. Os visitantes e residentes no Algarve procuram o sol, a cor, e movimentam‐se
por entre os obstáculos até ao destino, a praia e o mar. Nesta instalação, o espetador é envolvido por um ambiente
marítimo que o leva para uma das principais atividades da comunidade, a pesca. Quando o espetador olha para o teto,
vê as centenas de gaivotas que habitam a cidade, aliadas à luz e à cor que a mesma traduz.
77
A experiência sensorial é sobre eles e não sobre os objetos. A cor sendo um dos campos de estudo ao longo do 2º
período letivo, toma agora um lugar poético, que transmite as sensações de identidade de uma comunidade, através da
representação das “cores que nos pintam”, em Albufeira, esse grande “destino de emoções”.
Esse foi o mote de partida, “As Cores que nos pintam – Albufeira, Destino de Emoções”.
O desafio partiu desse trabalho sobre a cor e o retrato do artista, para passar agora para o retrato da comunidade e
as cores/emoções que a representam, tal como referido anteriormente na planificação da unidade didática. A definição
de uma boa ideia, e o impacto visual positivo da mesma no espaço designado, foram os principais objetivos a atingir
pelos alunos, gerando amor pela tradição cultural da cidade e seus costumes aos visitantes e cidadãos da comunidade
educativa. O trabalho foi desenvolvido em grupos de dois e três elementos, e posteriormente eleito pela turma e
professoras um projeto vencedor, a ser executado pelo grupo-turma.
Todos os projetos de grupo foram acompanhados desde a fase do brainstorming, dificuldades técnicas, inspirações,
materiais, dimensões, impacto visual, entre outros aspetos. Posteriormente, os alunos realizaram um dossier para cada
projeto e uma apresentação oral em PowerPoint para a turma e professoras, em “modo concurso”.
Após a seleção do projeto vencedor através de votos, o grupo turma foi organizado de forma a fazer uma lista de
materiais necessários para a execução da instalação. Toda a turma contribuiu positivamente com empenho e interesse
em todas as fases de desenvolvimento e execução do projeto.
Ao longo de duas semanas foram executadas as partes integrantes do mesmo, e na véspera da inauguração, os
alunos foram comigo e com a Professora Orientadora Cooperante para o espaço designado, para montagem da
instalação (à qual se aliou a exposição dos trabalhos dos ateliers desenvolvidos no 2º período e algumas maquetas
selecionadas do projeto de design de interiores do 1º período, juntamente com trabalhos da disciplina de Desenho A
da turma de artes do 11º ano), onde se empenharam bastante e se mantiveram na sua grande parte entre as 14 e as 20
horas. No dia da inauguração, três alunas do 12º ano e uma aluna da turma do 11º ano, interpretaram uma performance
de dança clássica e dança contemporânea previamente ensaiadas, como forma de abertura da exposição. Contámos
também com a participação e atuação de stand up comedy, de um encarregado de educação da turma do 12º ano.
De uma forma geral foi um trabalho que me agradou imenso desenvolver com os alunos, ao poder dar-lhes a
oportunidade de darem largas à sua criatividade, de mostrarem os seus trabalhos à comunidade educativa, de uma forma
original e que valorizou imenso as artes visuais, sendo uma iniciativa publicitada em vários meios de comunicação social
regionais e apoiada pela Câmara Municipal de Albufeira.
78
Figura 16- Alunos em sala de aula
Figura 17- Instalação vencedora “Quadro Vivo”
79
Figura 18-Vista lateral direita 1
Figura 19- Vista lateral direita 2
Figura 20- Vista lateral direita 3
80
Figura 21- Vista de frente
Figura 22- Vista de frente (mais distante)
81
Figura 23- Vista de trás
Figura 24- Vista traseira direita
82
Figura 25- Cartaz da Exposição
Figura 26- Trabalhos expostos das turmas 12ºF e 11º G
83
Figura 27- Trabalhos expostos das turmas 12ºF e 11º G
Figura 28- Inauguração da Exposição Figura 29- Vereador da Cultura a entregar presente a aluno
Figura 30- Fotografia oficial com Sr. Presidente da C.M. Albufeira, Vice-Presidente, Vereador da Cultura, Encarregado de Educação colaborante,
Professora Orientadora Cooperante, Professora Estagiária e Alunos das duas turmas
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EXEMPLOS DE BOA PRÁTICA PEDAGÓGICA
EXEMPLO DE UM TRABALHO PRODUZIDO POR UM ALUNO QUE REPRESENTE UM
MOMENTO DE SUCESSO ESCOLAR
Tal como referido acima, no 2º capítulo ponto 2.7., ao longo do 2º Período foram desenvolvidas por mim, com
apoio da Professora Orientadora Cooperante, várias atividades de artes plásticas de forma a que os alunos utilizassem
as mais variadas técnicas e materiais. Sendo que estávamos a trabalhar com a temática do “Retrato Escondido do Artista
(autorretrato)” foi proposto aos alunos criarem uma pintura abstrata, na qual retratassem o seu EU.
Foi explicado à turma através de audiovisuais, o conceito de pintura abstrata, dando apoio teórico sobre a corrente
artística, evidenciando que o que se representa não é o mundo das aparências, mas sim as ideias abstratas que vêm do
mundo interior do artista, que expressa as suas ideias e sentimentos através de cores e formas que não correspondem
ao mundo real. Foi também necessário realçar que neste tipo de pintura, não há uma representação figurativa, mas sim
uma linguagem visual de cores e formas que tem o seu próprio significado, onde o objetivo não seria reproduzir
imagens, mas sim transmitir emoções a partir de manchas, linhas e cores, utilizando a sua simbologia, como a sua
comunicação de sentimentos (por exemplo, o vermelho transmite energia, etc) e onde as formas expressassem ideias
(por exemplo, o círculo pode simboliza a perfeição). Assim, foi proposto à turma que se inspirasse na Arte Abstrata
expressiva ou geométrica, criando num suporte de tela com medidas aproximadas de 60 x 80 cm, uma pintura plástica
abstrata, baseada numa imagem de autorretrato previamente escolhida ou trabalhada, ou que apenas o fizessem
instintivamente, dando aos mesmos a oportunidade de se expressarem livremente. A pintura deveria conter uma
autorrepresentação, de modo a poder funcionar como uma síntese apelativa e com impacto visual daquilo que o aluno
é (retrato psicológico), daquilo que é o seu trabalho e também do modo particular como o mesmo pretende que os
outros o percecionassem como pessoa e como profissional/estudante de Artes Visuais.
A atividade pressupunha ainda, a realização de um breve trabalho de pesquisa prática e de experimentação de técnicas
plásticas, incluindo mistas, com a finalidade de entender os processos de pensamento e criação abstrata através da
pintura. Os alunos podiam escolher entre tinta acrílica ou de óleo, conforme a lista de materiais indicados. Em paralelo
com a imagem, o aluno deveria redigir um pequeno texto que o apresentasse como pessoa e como artista, considerando
sobre si próprio e sobre o que considera ser a (sua) arte e os seus talentos e/ou expressar a sua visão sobre o papel das
artes visuais e daquilo que nela acha interessante para si.
Destaco o trabalho da aluna nº 11, como um exemplo de boa prática pedagógica, onde foram aplicados todos os
parâmetros de avaliação de forma exímia.
85
Figura 31- Trabalho de pintura abstrata da aluna nº 11, do 12º F.
COMENTÁRIO DA PROFESSORA SOBRE O EXEMPLO JUSTIFICANDO
Neste trabalho, e segundo a memória descritiva da aluna, a mesma refere que as artes têm um papel fundamental
na sua vida, pois fazem-na sentir “completa, feliz e criativa”, encontrando “liberdade de expressão, paz e tranquilidade”.
A aluna refere, que no trabalho desenvolvido tentou expressar-se através das cores, formas e texturas que aplicou,
descrevendo cada componente:
“O preto simboliza o obscuro, e os salpicos de branco a esperança e positividade, pois perante situações desfavoráveis tento
sempre pensar num lado positivo. O azul representa a minha alegria e conexão com o mar, que me transmite calma e faz-me
refletir. O roxo representa o mistério, a procura do desconhecido, de novas vivências e aprendizagens. Relativamente às formas: os
círculos, simbolizam a minha insatisfação por natureza pois nunca estou completamente satisfeita, sinto que consigo chegar sempre
mais longe, de modo a evoluir quer a nível pessoal quer a nível profissional; e os retângulos de diferentes tamanhos, representam
86
os valores que considero fundamentais, sendo que o retângulo maior do lado esquerdo representa a honestidade, ainda do lado
esquerdo os dois retângulos na vertical simbolizam confiança, e por último o retângulo do lado direito representa o respeito.
Optei por criar várias texturas através de espátulas, esponja e pincéis mais largos, de forma a apresentar movimentos e
dinâmicas diferentes, e a demonstrar que sou uma pessoa que aceita e aprecia a diferença; criei um relevo com papel e cola branca
de forma a relembrar o mar; e por fim utilizei a técnica de dripping para simbolizar as pessoas importantes na minha vida e a
influência delas na minha personalidade.
De um modo geral tentei criar uma tela com várias formas, técnicas, texturas e cores que me representassem de forma a
conseguir um resultado final equilibrado e harmonioso, algo que considero bastante importante na minha vida.”
A aluna revelou assim ter capacidade de síntese visual e de autoimagem, revelando igualmente um excelente grau
de criatividade e domínio técnico e de composição dos elementos que compõem a pintura. Tanto as cores como as
formas foram utilizadas em harmonia entre elas, revelando um bom sentido estético. Foram tidos em conta os
parâmetros de avaliação dados, e as minhas sugestões e da Professora Orientadora Cooperante ao longo do
desenvolvimento do trabalho, sendo utilizada a técnica mista, que a meu ver valoriza o trabalho, o empenho, a
completude e a autonomia da aluna.
Parâmetros de Avaliação
CM AP
C Conceitos: Auto-imagem / Síntese visual
40 38
P1 Imagem – Síntese entre Auto-imagem e trabalho pessoal / Criatividade / Composição
/Domínio Técnico
100 100
P2 Texto – Capacidade de síntese / Capacidade descritiva / Coerência / Criatividade
40 35
VA Metodologia de trabalho / Autonomia / Empenho / Completude
20 20
(CM- Cotação Máxima; AP – Avaliação do professor)
TOTAL
200
193
Tabela 31- Parâmetros de avaliação e respetiva avaliação e nota final da atividade.
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RESULTADOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS ALUNOS (ANTES E DEPOIS)
12º F
Antes
Depois
1º Período
2º Período
3º Período
Nº de Aluno
Valores Nota Valores Nota Valores Nota
1 12,8 13 18,1 18 18,1 18
2 13,7 14 18,9 19 19,7 20
4 11,6 12 17,6 18 17,7 18
5 12,6 13 17,7 18 17,9 18
6 12,4 13 16,1 16 16,4 16
7 14,4 14 16,6 17 16,4 17
10 13,6 14 16,0 16 16,0 16
11 14,5 15 18,7 19 19,7 20
12 12,5 13 14,4 15 15,2 15
14 14,1 14 18,5 19 18,6 19
15 10,8 11 14,5 15 13,4 14
16 10,6 11 17,0 17 17,3 17
17 10,2 10 17,0 17 17,6 18
18 11,9 12 10,3 10 9,6 10
19 14,7 15 11,8 12 12,5 13
20 12,9 13 16,8 17 18,0 18
21 12,5 13 17,7 18 17,5 18
22 13,8 14 16,5 17 16,2 16
23 13,7 14 18,6 19 18,6 19
24 14,7 15 18,2 18 18,2 18
25 12,3 12 12,2 12 13,3 13
Tabela 32- Classificação final dos alunos nos respetivos períodos letivos.
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METODOLOGIA DO ENSINO DA DISCIPLINA DE OFICINA DE ARTES
COMO SE IDENTIFICARAM AS PRINCIPAIS DIFICULDADES DOS ALUNOS DA DISCIPLINA
Foi sentida uma enorme limitação na aquisição de materiais para os alunos trabalharem, sendo que a maior parte
dos materiais foi comprada pelos seus encarregados de educação, tal como nas condições da sala de aula, com
equipamentos desatualizados e danificados (cavaletes de madeira partidos e insuficientes, prensa de gravura danificada,
mufla avariada), tal como luz natural insuficiente por persianas danificadas.
Devido a essas limitações, tal como alguma despreocupação da direção do agrupamento relativamente ao curso de
artes visuais e suas necessidades, foi detetada bastante falta de empenho e interesse pela maior parte dos alunos da turma
do 12º ano de escolaridade, aquando o início da observação das aulas no 1º Período.
Ao longo do 2º e 3º períodos, foi detetada alguma rigidez percetiva dos alunos, na compreensão de matizes, nos
seus conceitos de arte ou estética, revelando alguma falta de educação artística e literacia visual, sendo que no concelho
não existem muitas ofertas culturais a nível das artes plásticas e visuais.
COMO SE ENCORAJOU OS ALUNOS A ULTRAPASSAR ESSAS DIFICULDADES? COM QUE
TÉCNICAS?
Tentei encorajar os alunos a ultrapassar as suas dificuldades através do questionamento, gerando em aula situações
que punham em causa os modos percetivos adquiridos, ao analisar obras de arte e instalações que colocavam a tónica
na unidade de sentido dos elementos presentes, tentando sempre não apresentar em primeira mão juízos sobre as obras
que apresentava, relativizando o seu juízo e papel na interpretação, tornando conscientes as teorias implícitas dos alunos.
Penso que dessa forma, facilitei o processo de descoberta e observação, renovando os sentidos dos alunos e favorecendo
a assimilação da obra de arte não convencional, ultrapassando estereótipos e preconceitos, e garantindo uma maior
compreensão e resposta à análise de obras de arte.
Através da criação de obras de arte com vários materiais e técnicas, tentei proporcionar uma educação estética a par
da proximidade e intersensorialidade com os materiais, sendo que o conceito de perceção estética está geralmente
associado à visão, distância e contemplação.
Para aumentar a literacia visual, por falta de ofertas culturais no concelho, foi convidado um artista plástico para a
sala de aula, promovendo uma interação direta dos alunos com a obra de artes, sem serem reproduções, como
habitualmente se utiliza em sala de aula, através dos meios audiovisuais. Este contato direto do aluno com a obra, pode
ajudar os alunos a incorporar todas as informações que são dadas pela própria obra de arte, educando o aluno como
juiz crítico autónomo, com capacidades para aceder a qualquer obra que observe.
Foi igualmente aplicada a estratégia dos trabalhos em grupo, no 3º período, de forma a existir discussão sobre obras
de arte, tendo em conta a observação, a abertura à ambiguidade, à especulação, à consciência dos matizes, assim como
a contribuição da rutura de preconceitos dos elementos de cada grupo, ao depararem-se com diferentes opiniões das
89
suas. Os trabalhos foram acompanhados através do método ativo de colocar perguntas abertas aos alunos que iam
apresentando as suas propostas, seguindo para perguntas orientadoras, considerando as intenções dos alunos e
implicações formais dos projetos.
De uma forma geral, foi privilegiada a educação estética ao longo de todo o estágio, de forma a favorecer atitudes,
estratégias e conceitos que valorizassem essa autonomia de juízo por parte dos alunos, tal como a realização de atividades
que privilegiassem o desenvolvimento da criatividade, da capacidade de expressão e comunicação, da apropriação de
linguagens elementares das artes, e da compreensão das artes em cada contexto. Tentei assim ajudar os alunos a adquirir
competências e a desenvolver a imaginação necessária para um desempenho de excelente qualidade nas artes, afirmando
sempre que os alunos devem pensar como artistas, e que é necessário que desenvolvam a sua sensibilidade artística,
incentivando constantemente os mesmos ao crescimento da imaginação e a adquirir capacidades técnicas necessárias
para a concretização dos seus trabalhos. Ajudei os alunos a aprender a ver e a falar sobre a qualidade da arte que veem,
através da perspetiva estética, requerendo para isso a capacidade de se focarem nas qualidades expressivas e formais.
HOUVE ENSINO DIFERENCIADO?
Na turma não existiu a necessidade de ensino diferenciado com nenhum aluno.
QUE TIPO DE RESULTADOS SE OBTIVERAM EM ESTREITA RELAÇÃO COM A METODOLOGIA
ESCOLHIDA PELA PROFESSORA?
No final do 3º período foi verificado um aumento da mestria dos alunos em relação a atividades propostas, um
maior empenho e persistência em atingir os objetivos propostos, e um aumento da capacidade de compreensão do
mundo artísticos, através da criação, expressão, observação e reflexão pelos próprios.
Os alunos foram envolvidos em todas as fases de processo de aprendizagem, não sendo apenas avaliados pelo
produto final dos seus trabalhos, tendo sido verificada a aquisição de conceitos, a concretização de práticas e o
desenvolvimento de valores e atitudes. A criatividade foi estimulada através da motivação dos alunos a pensar por si
próprios, através da descoberta, da originalidade, e dos objetivos focados e limitados a um propósito final.
Os alunos subiram visivelmente as notas, mostrando-se mais interessados, empenhados e autónomos nas atividades
propostas, contribuindo para um ambiente de aula saudável e de criação artística valorizada.
90
INOVAÇÕES EDUCATIVAS
Visita de artista plástico à sala de aula
Foi convidado e recebido em sala de aula, o artista plástico abstrato Zorba (residente em Albufeira e membro do
United Photo Press Creative Artists), no âmbito da disciplina de Oficina de Artes, e da atividade de pintura abstrata.
Esta visita teve como objetivo a interação dos alunos com um artista plástico contemporâneo e a obra de arte em sala
de aula, usando a arte para ensinar a pensar, a procurar e encontrar significados, levando os alunos a intervir com o
artista no processo de análise direta da obra de arte, considerando as intenções do autor e considerações formais.
Nesta conversa informal, os alunos puderam adquirir competências no âmbito da gestão do seu património artístico
pessoal, na organização nacional e internacional de exposições e sua divulgação. A calendarização para esta ação de
formação estava prevista para o dia 15 de fevereiro, entre as 9h10 e 11h05, mas por greve da administração pública foi
apenas realizada no dia 24 de maio, no mesmo horário. Os alunos foram muito recetivos e colocaram algumas questões
relativamente às inspirações do artista, e questões de ordem técnica, como organização de portefólio, de exposições, e
de envio de obras para exposições fora de Portugal.
Figura 32- Capa e contracapa do catálogo “Upp Creative
Artists – United Photo Press 1990-2018”
91
Figura 33- Destaque do artista no catálogo Figura 34- Artista em sala de aula (turno 2)
Figura 35- Artista em sala de aula (turno 2)
Visita à “Share Algarve”
Foi promovida por mim a visita de estudo à “Share Algarve – Conferência Internacional de Marketing e
Inovação” que teve lugar nos dias 2 e 3 de abril, no Centro de Congressos do Algarve, do Grupo Tivoli Hotels, em
Vilamoura, e a qual os alunos visitaram no último dia. O evento, que teve a sua edição inaugural em 2017 e que em 2018
se confirmou como uma referência no panorama nacional, contou este ano com três palcos: Central, que congregou
oradores de renome internacional; Marketing, com workshops e palestras na área do marketing digital, com alguns dos
melhores especialistas nacionais; e Inovação, onde foram apresentadas e debatidas as mais recentes iniciativas regionais
nas áreas da inovação e tecnologia, com a participação do Algarve Tech Hub, do CRIA da Universidade do Algarve e da
ASA – Aceleradora de Start-ups do Algarve. Nesta 3ª edição a conferência alargou os seus horizontes através da
participação de oradores nacionais e internacionais, acolhendo uma audiência qualificada nas áreas do marketing,
92
hotelaria, turismo e inovação. A Share apresentou este ano nomes relevantes do marketing como Samuel Scott, orador
Internacional e colunista na The Drum, Matz Lukmani, Attribution Product Lead da Google, Virgínia Coutinho, da Lisbon
Digital School, Joah Santos, Fundador na Agência Nylon, Sheree Mitchell da Immersa Global, entre outros.
A visita foi realizada em multidisciplinariedade com as disciplinas de Desenho A do 11º G e a disciplina de Oficina
de Artes do 12º F (tendo sido igualmente convidada a professora da turma de Oficina de Multimédia para acompanhar
os alunos, tendo no entanto a mesma mostrado indisponibilidade), e teve como objetivos proporcionar aos alunos o
desenvolvimento de metodologias de trabalho diversificadas, o desenvolvimento de capacidades de comunicação, com
utilização de diferentes linguagens visuais, a capacidade de intervenção crítica, a capacidade criativa e de inovação, a
autonomia e responsabilidade, e, o comportamento e atitudes. Por conhecer o organizador do evento, Jorge Cabaço,
um dos responsáveis da Dengun Marketing, uma agência de marketing digital, e tendo pedido o seu apoio no que respeita
ao patrocínio dos bilhetes para os alunos, o mesmo disponibilizou-se de imediato a recebê-los, oferecendo apoio de
75% do valor dos mesmos, de forma a que os alunos pudessem usufruir da visita ao evento e contribuir para a sua
literacia visual e artística.
Figura 36- Alunos das duas turmas no palco principal
Figura 37- Alunos no Photopoint
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Para a realização da visita, foram realizados pedidos à direção e conselho pedagógico da escola, os quais foram
aprovados, e posteriormente enviado o pedido de autorização aos E.E. dos alunos menores.
DIREÇÃO GERAL DOS ESTABELECIMENTOS ESCOLARES
Direção de Serviços da Região Algarve
VISITA DE ESTUDO - Planificação
12 º F e 11º G Ano Letivo 2018 / 2019
TEMÁTICA DA VISITA:
Share Algarve” Conferência Internacional de Marketing Digital e Inovação
Aprovada em Conselho Pedagógico em ______ / ______ / ________
Itinerário Data (prevista) para a realização
Albufeira / Vilamoura - Centro De Congressos
Algarve na
Marina De Vilamoura / Albufeira
3 de abril de 2019
Local e hora (prevista) de partida Local e hora (prevista) de chegada
Terminal Rodoviário dos Caliços: 7h15 Terminal Rodoviário dos Caliços: 19h45
OBJETIVOS / CONTEÚDOS:
- Desenvolvimento de metodologias de trabalho diversificadas;
- Desenvolvimento de capacidades de comunicação, com utilização de diferentes linguagens visuais;
- Capacidade de intervenção crítica;
- Capacidade criativa e de inovação;
- Autonomia e responsabilidade;
- Comportamento e atitudes.
Modo de avaliação:
Observação direta e indireta (trabalhos de grupo/ capacidade argumentativa para defesa dos trabalhos)
- Documentação necessária para a visita:
- 2 Credenciais da escola / Certificados de Idoneidade
- Cartão de Estudante;
- Cartão de Cidadão/ Passaporte;
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- Autorizações de E.E;
- Seguro Escolar.
Entidades a contactar:
“Share Algarve” Conferência Internacional de Marketing Digital e Inovação
Verbas necessárias à visita e entidades financiadoras:
Verbas próprias: 25€ bilhete para 1 dia da Conferência Share Algarve, sendo que 110,30€ é o valor do
patrocínio da organização por aluno (PVP 135,30€) + 6,00€ de transporte público por aluno (ida e volta)
Disciplinas / Professores
organizadores:
Oficina de Artes e Desenho A
Idalina de Oliveira e Patrícia Quintino
Nº de adultos a acompanhar:
2
Nº de alunos participantes:
12ºF - 10
11º G - 6
Plano de ocupação dos alunos não abrangidos pela visita de estudo:
Sala de estudo com atividades a desenvolver facultadas pelo professor ou cumprimento do horário do
estudante.
Plano de ocupação dos alunos cujos professores participam na visita de estudo:
Não se aplica.
Entidades comunicadas: Diretor de turma ................................................... ____/____/_______
Professores da Turma ......................................... ____/____/_______
Encarregados de Educação ................................. ____/____/_______
Entidade responsável pelo transporte ................. ____/____/_______
Entidades a visitar ............................................... ____/____/_______
Palestra “Global Thinking & Innovation” na Escola Secundária de Albufeira
Após a visita à conferência “Share Algarve”, foi estabelecido por mim, via rede social profissional LinkedIn, contato
com um dos oradores que os alunos presentes mais gostaram e se interessaram, o Engenheiro Göran Engberg, Sueco,
diretor e fundador da empresa GROWISE. Este, trabalha com grandes organizações em tópicos relacionados com
estratégia, desenvolvimento de liderança, desenvolvimento de equipas, coaching executivo e mentoring, desenvolvendo
metodologias e ferramentas de consultoria que permitem a empresas nacionais e internacionais cumprirem as suas
metas. O mesmo, desenvolveu trabalho em estreita colaboração com o Dr. Igor Ansoff, conhecido pelo
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desenvolvimento da Ansoff School of Thoughts, em San Diego, California, EUA, trabalhou ainda, com clientes em
setores como ciências da vida, telecomunicações, energia, entre outros, conduzindo cursos para executivos de diversas
instituições, como Champs, Gotemburgo Suécia; Educação Executiva da IFL, Estocolmo, Suécia; Universidade
Bocconi, Milão, Itália; e BI Norwegian Business School, Oslo Noruega, e foi igualmente nomeado professor associado
na Alliant International University, em San Diego, nos EUA.
Assim, tomei a liberdade de o convidar a falar numa pequena palestra de cerca de dois tempos letivos no auditório
da ESA, no dia 15 de maio, para os alunos que não puderam ir à visita (por insuficiência financeira ou outra), com a
temática Global Thinking & Innovation, tentando dar assim a mesma oportunidade a todos os alunos, independentemente
das suas possibilidades económicas. Foi com grande agrado que o Eng. Engberg aceitou o desafio, livre de custos, e se
propôs a falar do pensamento comum internacional, de inovação e de empreendedorismo.
Penso que esta iniciativa foi uma mais-valia para a escola e comunidade escolar, alunos e professores, pois foram
vários os alunos e professores de outras turmas que tiveram o privilégio de assistir a uma palestra deste género, em que
o coaching sendo um processo colaborativo e co-criativo, inspira os alunos à sua autodescoberta, a novas possibilidades
e ações estratégicas para a sua futura vida laboral, projetadas para ajudá-los a alcançar os seus objetivos. A palestra, não
estando diretamente relacionada com as artes, foi considerada uma excelente ferramenta que proporcionou um
ambiente seguro na discussão de assuntos importantes como a inovação e o “global thinking” (pensamento de interação
com a comunidade internacional), baseado em questões que promovem formas criativas de pensar; inspirando os alunos
a fazer mais do que acham que poderiam; e responsabilizando-os pelas suas decisões, ações e resultados.
Figura 38- Palestra realizada no auditório da ESA, com o Eng. Göran Engberg.
96
AVALIAÇÕES REALIZADAS POR ALUNOS SOBRE AS AULAS DADAS PELA PROFESSORA
ESTAGIÁRIA E SUGESTÕES DE MELHORIAS
Foi solicitado aos alunos da turma F do 12º que respondessem ao questionário abaixo sobre as aulas lecionadas por
mim, de forma a que possa refletir sobre as suas respostas e fazer uma autoavaliação do meu desempenho enquanto
professora.
De um total de vinte e um alunos, responderam dezanove, pois os dois restantes faltaram nas aulas em que o
questionário foi aplicado.
Foi dada a hipótese aos alunos responderem de forma anónima.
Resultados:
- 6 alunos responderam anonimamente
- 13 alunos responderam com identificação do nome
QUESTIONÁRIO AOS ALUNOS | CARACTERÍSTICAS DO PROFESSOR
12º F | OFICINA DE ARTES
Nome: ____________________________________________________ nº ________
Perante cada pergunta, seleciona a que melhor se adequa com um X
1. Estimula interesse pela matéria?
Estimula sempre o interesse do aluno. 4
Geralmente estimula. 13
Ocasionalmente estimula. 1
Não estimula, mas não diminui o interesse do aluno. 0
Nunca estimula e diminui o interesse do aluno. 1
2. Domina o conteúdo que está a ensinar?
Parece ter um domínio excecional 4
Parece ter um domínio muito firme. 14
Às vezes parece ter um bom domínio, mas outras não. 1
Parece ter deficiências de domínio. 0
Parece não ter domínio. 0
3. Apresenta as atividades/unidades didáticas de um modo geral?
Apresenta excecionalmente bem. 6
Geralmente apresenta bem. 13
Apresenta bem, mas às vezes é confusa. 0
Apresenta geralmente de maneira confusa. 0
Apresenta sempre mal as atividades. 0
4. Explica o princípio e conceitos básicos da atividade?
É excecionalmente clara e elucidativa. 3
É muito clara. 13
Geralmente é clara, mas às vezes confunde-se. 3
97
Não parece ser muito clara. 0
Geralmente não é clara, deixa o aluno sempre com dúvidas. 0
5. Dá as aulas com alegria e entusiasmo?
É sempre alegre e entusiasta. 9
É moderadamente alegre e entusiasmada. 10
Nem sempre é alegre e nem sempre apresenta entusiasmo. 0
Geralmente mostra nunca estar alegre e entusiasmada. 0
6. Define os objetivos de cada aula?
Define sempre. 11
Geralmente define. 7
Ocasionalmente define. 1
Raramente define. 0
Nunca define. 0
7. Demonstra preocupação de que os alunos aprendam?
Está sempre preocupada com a aprendizagem. 10
Preocupa-se quase sempre com isso. 8
Ocasionalmente demonstra essa preocupação. 1
Raramente se preocupa com isso. 0
Nunca se preocupa com isso. 0
8. Planeia as aulas?
Parece que sempre planeia as aulas. 15
Geralmente parece planear. 4
Às vezes sim e às vezes não parece planear. 0
Raramente parece planear. 0
Parece nunca planear as aulas. 0
9. Ajuda os alunos que têm maior dificuldade?
Procura sempre identificar esses alunos para ajudá-los. 8
Geralmente ajuda os alunos com maior dificuldade. 8
Ocasionalmente ajuda esses alunos. 3
Raramente faz isso. 0
Nunca se propõe a ajudá-los. 0
10. Aceita o ponto de vista do aluno?
Está sempre pronto a aceitá-lo. 3
Geralmente aceita. 13
Às vezes aceita, outras vezes não. 3
Raramente aceita. 0
Nunca aceita. 0
11. Estimula o aluno a participar da aula?
Estimula sempre os alunos a participarem. 11
Geralmente estimula. 5
Às vezes estimula, outras vezes não. 2
Raramente estimula. 0
Nunca estimula. 1
12. Exige raciocínio dos alunos?
Exige sempre raciocínio. 7
98
Geralmente exige. 10
Ocasionalmente exige. 2
Raramente exige. 0
Nunca exige. 0
13. É segura ao responder às perguntas dos alunos?
Responde sempre com segurança. 13
Geralmente responde com segurança. 5
Responde adequadamente, mas nem sempre com segurança. 1
Raramente demonstra segurança na resposta. 0
É sempre insegura ao responder. 0
14. Aceita o aluno como pessoa?
Acima de tudo, vê o aluno como pessoa. 13
Geralmente vê o aluno como pessoa. 4
Nem sempre parece ver o aluno como pessoa. 1
Raramente parece considerar o aluno como pessoa. 1
Ignora o aluno como pessoa, parece considera-lo como um mero recetor de informações. 0
15. É acessível aos alunos?
É sempre acessível. 12
Geralmente é acessível. 7
Nem sempre é acessível. 0
Raramente é acessível. 0
Nunca é acessível. 0
16. É pontual?
É sempre pontual. 15
Geralmente é pontual. 4
Nem sempre é pontual. 0
Raramente é pontual. 0
Nunca é pontual. 0
17. Utiliza exemplos e ilustração ao expor matérias e atividades?
É muito eficiente no uso de exemplos e ilustrações. 9
Geralmente usa bem isso. 8
Às vezes sim, mas Às vezes não usa bem. 1
Usa deficientemente exemplos e ilustrações. 1
Usa ineficientemente ou nunca usa isso. 0
18. É bem-sucedida ao ministrar a disciplina de Oficina de Artes?
Dá muito bem a disciplina. 12
Dá bem a disciplina. 5
Dá de um modo razoável a disciplina. 2
Dá de um modo sofrível a disciplina. 0
Dá muito mal a disciplina. 0
19. Se os meus colegas me pedissem a opinião sobre ser aluno deste professor, eu
Recomendaria fortemente. 5
Recomendaria. 11
Recomendaria com reservas. 2
Desaconselharia. 1
Desaconselharia fortemente. 0
99
Sugestões para melhorias da forma de dar as aulas:
1 – “Recomendo dar as aulas da mesma maneira como faz e como sabe, acho que cativa os alunos a gostarem do curso e sabe chamar
a atenção à disciplina. Quando surgir algum desentendimento dar a sua opinião, mas perceber também o lado do/a aluno/a, e se for
preciso fala-se do assunto, se não for preciso, então são águas passadas como faz!” - Lucas.
Reflexão:
Considero que de uma forma geral consegui cativar e estimular os alunos para os objetivos da disciplina de Oficina
de Artes, e que lhes mostrei que sempre me preocupei com o bem-estar deles e a sua aprendizagem. Curiosamente o
único aluno que respondeu de forma negativa, foi um aluno que sempre rejeitou as minhas opiniões e tentativas de
ajuda e sugestões ao longo dos dois períodos letivos que lecionei, fazendo os trabalhos das atividades propostas em casa
com a ajuda do pai.
Estou satisfeita com o resultado dos questionários e feliz com o facto do meu trabalho, esforço e empenho ter sido
valorizado pela turma.
100
RELAÇÃO COM A COMUNIDADE EDUCATIVA
RELAÇÃO DE TODAS AS ATIVIDADES REALIZADAS COM O OBJETIVO DE INTEGRAR O
TRABALHO E A FUNÇÃO DA PROFESSORA ESTAGIÁRIA NA COMUNIDADE EDUCATIVA EM
QUE ESTEVE INSERIDA
Ao longo do 2º e 3º períodos, tentei por várias vezes envolver a comunidade educativa e escolar na disciplina de
Oficina de Artes, a par da minha integração como professora estagiária, tendo visto um dos projetos de requalificação
do espaço escolar, através de arte urbana dos alunos, ser recusado pela direção do agrupamento.
A visita do artista plástico, a palestra no auditório da escola, e o projeto de instalação e exposição realizado no
edifício sede da Câmara Municipal de Albufeira, foram atividades propostas também à direção e estas, aprovadas, em
que os alunos se envolveram a 100% movimentando o espaço escolar, a sala de aula, o auditório, e a C.M.A. Houve um
envolvimento significativo dos alunos e dos professores da escola.
Foi gratificante perceber o olhar curioso e atento dos alunos, o brilho no olhar causado pelas obras do artista, as
palavras do palestrante convidado e pelos seus trabalhos expostos num espaço público, à vista de toda a comunidade
educativa. Gratificante, também, foi o modo como a Professora Orientadora Cooperante aceitou as minhas propostas
de atividades, recebendo-as e apoiando-as na possibilidade de trabalhar com temas tão necessários ao processo de
formação crítica e artística dos alunos. Os projetos não pararam ali naquelas horas de atividades, desenvolveram-se na
escola e fora da escola, em horas extraordinárias trabalhadas com e sem os alunos.
O último projeto, da exposição e instalação, teve grande repercussão por ir ao encontro de uma das propostas do
projeto político pedagógico da escola, de trabalhar a cultura e os valores locais, tal como o da câmara municipal de
Albufeira, de trabalhar e promover o turismo no concelho. Foi noticiado no website oficial da câmara municipal, redes
sociais de várias entidades públicas e privadas, tal como em vários meios de comunicação regionais, tendo ainda o apoio
da radio nacional “Kiss Fm”.
A recetividade dos professores e alunos foi fundamental para o desenvolvimento destes projetos, que diante de
uma comunidade maioritariamente direcionada para o turismo, esteve aberta à cultura e educação, apostando numa
formação plena de indivíduos mais cultos e humanos.
101
Figura 39- Notícia em Região Sul online Figura 40- Notícia em albufeira.pt (Facebook)
Figura 41- Notícia no website da CMA – (cm-albufeira.pt)
102
Figura 42- Notícia no Barlavento online ( barlavento.pt)
103
REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE A REALIDADE ESCOLAR EM QUE A PROFESSORA ESTEVE
INSERIDA
A integração na escola decorreu de uma forma muito positiva, tendo uma boa aceitação e receção por parte dos
alunos das turmas envolvidas, professores de quadro e contratados, por parte dos assistentes operacionais,
administrativos e membros da direção.
No entanto, por parte do diretor do Agrupamento senti muita falta de disponibilidade e de vontade, em me integrar
na escola e respetivas atividades, e passo a numerar algumas situações: no início foi-me atribuído um email escolar, em
que através do qual me podia comunicar via email com os professores e direção, tendo acesso à lista de contatos, receber
email de atividades escolares e informações referentes à escola e agrupamento, tal como ações de formação, visitas de
estudo, etc; esse email foi-me cancelado no início do 2º período, pelo diretor, com a justificação através da coordenadora
do departamento, de que como eu não era docente do agrupamento não deveria receber informações nenhumas sobre
as atividades e eventos do mesmo; o mesmo aconteceu com as reuniões de avaliação, de concelho de turma e de
departamento, às quais fui inibida de observar.
Ora, segundo o protocolo estabelecido entre a Universidade Lusófona e a Escola Secundária de Albufeira, a
participação em reuniões seria muito importante pois permitiria ao professor estagiário aperceber-se da dinâmica da
escola, como instituição.
Ainda assim, no 1º período, consegui assistir a três tipos de reuniões de avaliação e direção de turma, às do 3º ciclo
e a uma de conselho de turma do 12º ano, e no 2º período, pedi à Professora Orientadora Cooperante, para me deixar
assistir a uma reunião dos encarregados de educação:
1. Na reunião de direção de turma do 12º F, foram atribuídas as notas dos alunos referentes ao 1º período, e debatidos
assuntos essenciais para a recolha de informações sobre os alunos assim como o debate das avaliações dos alunos.
2. Nas reuniões do 3º ciclo, das turmas do 7º A, B e C, foram atribuídas as classificações dos alunos referentes ao 1º
período, e debatidos outros assuntos respeitantes aos mesmos e ao normal funcionamento das aulas a todas as
disciplinas.
3. Na reunião com os E.E., a Professora Orientadora Cooperante deu várias informações acerca dos alunos, tal como
notas e comportamentos, e foram debatidos outros assuntos, como o maior empenho dos alunos no 2º período
relativamente ao 1º.
Infelizmente, não me foi permitido assistir a nenhuma reunião de Departamento de Artes Visuais, que são
presenciadas por todos os professores de Artes da Escola, quer do 2º e 3º ciclos, quer do secundário. Nestas, sei por
experiência própria por já ter tempo de serviço enquanto professora contratada, que se debatem problemas do
departamento, planeiam-se atividades (por exemplo, organização de visitas de estudo, exposições, entre outros) e futuras
dinamizações no agrupamento.
Nas reuniões do núcleo de estágio de Artes Visuais, entre mim e a professora Idalina de Oliveira, orientadora
cooperante, debateram-se assuntos sobre o estágio pedagógico. A partir delas, a orientadora delineou as diretrizes do
estágio, comentou constantemente a minha prestação enquanto professora, esclareceu dúvidas e falou de todas as
questões pertinentes acerca do estágio ou da Escola. Estas reuniões foram semanais, entre tempos letivos.
Enquanto professora estagiária, fiz sempre questão de estar presente nas reuniões, mesmo quando não estiveram
diretamente ligadas ao estágio, e lamento terem sido tão poucas as observadas, pois teria sido muito importante para a
compreensão da dinâmica destes organismos na escola, apesar da minha já relativa experiência enquanto professora
contratada.
104
EVIDÊNCIA DE AJUDA A COLEGAS NA MELHORIA DO SEU ENSINO
Ao longo do meu estágio, e enquanto observadora de aulas lecionadas por outros professores não-orientadores do
grupo de artes visuais, troquei materiais didáticos e cedi outros aos mesmos, de forma a apoiar e ampliar os seus
conhecimentos.
A colegas de estágio, mesmo estando noutros concelhos e distritos, fui apoiando com opiniões acerca dos seus
projetos individuais, quando solicitadas, pedindo também por vezes as suas opiniões.
À Professora Orientadora Cooperante, apoiei noutras atividades a outras disciplinas e com materiais didáticos e
ideias para projetos futuros.
Mostrei-me sempre prestável a todos os colegas e professores da escola para qualquer apoio que necessitassem, e
disponível para partilhar informações e conhecimentos.
105
RELAÇÕES INTERPESSOAIS
REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE O TRABALHO PEDAGÓGICO REALIZADO EM COMUM COM OS
OUTROS PROFESSORES ESTAGIÁRIOS
Infelizmente não tive oportunidade de realizar trabalho pedagógico em comum com os outros colegas estagiários
devido à distância a que nos encontrávamos (Lisboa-Algarve). No entanto, tal como referido anteriormente, foram
debatidos alguns pontos e ideias com vários colegas virtualmente.
REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE O TRABALHO PEDAGÓGICO E PROFISSIONAL REALIZADO COM
OS ORIENTADORES PEDAGÓGICOS LOCAIS E COORDENADORES CIENTÍFICOS DO
DEPARTAMENTO
O trabalho pedagógico e profissional realizado com a Professora Orientadora Cooperante, Prof.ª Idalina de
Oliveira, foi de extrema importância para as minhas aprendizagens no estágio. A observação atenta das aulas da
professora cooperante e tirando partido da sua experiência, contribuiu para uma melhor prática do ensino –
aprendizagem. Apesar de eu ter alguma experiência no ensino, por não ser profissionalizada para o ensino, tive sempre
alguns receios e dúvidas sobre o melhor método de lecionar, e nesse sentido o estágio pedagógico foi gratificante e
ajudou a perceber que não há respostas definitivas: ser professor é uma aprendizagem constante ao longo da vida.
Quero realçar a Orientadora Cooperante, na pessoa da professora Idalina de Oliveira, a excelência da sua
competência como profissional docente e mentora, agradecendo os seus ensinamentos e o apoio incansável que me
prestou, tanto ao longo do ano letivo no estágio, como na supervisão deste relatório. O facto de ter a possibilidade de
lecionar uma turma, quase totalmente a meu encargo durante a prática de ensino supervisionada, dada pela Orientadora
Cooperante, proporcionou-me ferramentas indispensáveis para uma aprendizagem mais enriquecedora, que usarei
seguramente ao longo da minha carreira docente. Permitiu igualmente, ter um ritmo de trabalho constante, uma
preparação e avaliação sistemática para cada aula, possibilitando ver a reação dos alunos às aulas e reestruturá-las quando
necessário.
O apoio da Coordenadora do Mestrado, a Professora Doutora Maria Constança Vasconcelos, foi igualmente
essencial e imprescindível, tanto no acompanhamento das atividades a desenvolver, como nas questões de mais difícil
resolução, relativas à prática de ensino supervisionada.
Ambas foram essenciais no meu percurso de aprendizagem, contribuindo para o meu sucesso enquanto docente.
106
REFLEXÃO FINAL
CONCLUSÕES
Quanto à reflexão da Prática de Ensino Supervisionada e de todo o trabalho desenvolvido ao longo destes dois últimos
anos letivos, é importante referir que decidi fazer o Mestrado em Ensino das Artes Visuais no 3º Ciclo do Ensino Básico
e Ensino Secundário, por lecionar desde 1999, desde o 2º ciclo ao 3º ciclo e ensino Secundário, mas sem a
profissionalização, o que me fez constatar possuir algumas lacunas em métodos de ensino, pedagogias e planificações,
além do facto de, por imposição do Ministério da Educação, ter deixado de conseguir concorrer ao Concurso de
Professores desde 2013, por possuir apenas Habilitação Própria.
A experiência como professora tem sido muito enriquecedora, uma vez que sempre dei aulas e/ou formações,
sobretudo por gostar de transmitir os meus conhecimentos e gostar de observar os resultados através dos trabalhos
realizados pelos alunos, devo acrescentar que tenho um gosto enorme em trabalhar com crianças e jovens, e poder
contribuir para se tornarem cidadãos humanistas e criativos.
Numa primeira análise, este foi um ano que exigiu uma constante reflexão profissional, uma grande dedicação e um
enorme empenho pessoal.
Foi prestada a máxima atenção aos currículos e seus domínios de referência, objetivos e descritores de desempenho.
Foram utilizadas diversas estratégias de motivação e diferentes recursos materiais, apostando num ensino o mais
diversificado possível, tentando proporcionar aos alunos um vasto leque de experiências de aprendizagem.
A observação atenta das aulas da Professora Orientadora Cooperante e tirando partido da sua experiência,
contribuiu para uma melhor prática do ensino – aprendizagem, como referido anteriormente. Aprofundei
conhecimentos, desenvolvi e aperfeiçoei a prática docente através deste estágio pedagógico. Desenvolvi ações de
diferentes âmbitos, desde atividades curriculares a extracurriculares, que em muito contribuíram para o sucesso do meu
percurso profissional. Este ano de estágio que termina, constituiu desta forma, um processo educativo evolutivo que
exigiu uma reflexão profissional contínua, como professora em aprendizagem, consciencializando-me para o
aperfeiçoamento constante da profissão que escolhi, de forma a adotar estratégias mais eficientes para que haja uma
melhoria do processo ensino/aprendizagem no meu futuro como docente. Por outro lado, a supervisão possibilitou
avaliar profissionalmente métodos e estratégias aplicadas nas aulas que lecionei.
A aplicação de conhecimentos pedagógicos adquiridos ao longo destes dois anos do curso, no campo da didática,
psicologia, pedagogia, metodologias da educação, entre outras, e aliadas à experiência de vida, foram extremamente
relevantes no decorrer do estágio. E se pensei que estaria já cansada por ter atingido os 40 anos de idade, hoje sinto-me
muito mais capaz de exercer esta profissão de que tanto me orgulho ter escolhido (apesar das contrariedades de ser
docente em Portugal atualmente).
As reflexões efetuadas, relativamente às aulas assistidas, foram fundamentais para a interiorização de noções e
conceitos, assim como de práticas, mas particularmente para a compreensão do espírito através do qual a atividade letiva
deve ser encarada e para os objetivos da profissão. A prática de ensino supervisionada revelou-se um grande contributo
para o crescimento profissional e pessoal. A troca e partilha de opiniões com docentes experientes e colegas de estágio
foi fundamental, sendo uma aprendizagem constante. Foi uma satisfação enorme chegar ao fim e ter consciência de que
tirei o melhor partido possível das experiências vividas, ultrapassando dúvidas e dificuldades, fomentando um
ensino/aprendizagem de qualidade, que conduziu ao sucesso da turma, e que resultou numa média de classificações de
17 valores, o que a meu ver é um sucesso. E ainda assim penso, que poderia ter feito tanto mais!
107
Não querendo elevar os pontos menos fortes do estágio, que a meu ver se prenderam quase única e exclusivamente na
falta de aposta da direção do agrupamento no curso de artes e seus alunos (e professores), levo deles a sabedoria de
contornar contrariedades e limitações, no que diz respeito a procedimentos escolares administrativos erradamente
delegados aos professores, evidenciando desde já, o excesso de burocracia a que estes estão atualmente sujeitos, e que
os impedem muitas vezes de estarem dispostos e psicologicamente livres para o seu propósito essencial, ensinar.
Como professores, temos de estar atentos ao que se passa no mundo, seja nos saberes, na sociedade ou nos
indivíduos, e responder com estratégias imaginativas, criativas, que possibilitem aos alunos elaborar formas de
compreensão e de atuação durante o seu percurso escolar, para que possam ir desenvolvendo os seus projetos de vida.
Quanto aos programas e metodologias que privilegiam o contacto com as obras de arte, percebi que a exploração de
uma obra de arte, mesmo sendo reprodução, deverá sempre que possível, começar por um momento de observação e
fruição da obra. Assim, segundo as metodologias, é necessário que os alunos deem tempo ao olhar, levando o tempo
que for necessário a observar. Para isto, deverão ser encorajados a interagir com as obras, a examinar o que veem e a
comunicá-lo. Assim, desta forma, estarão a desenvolver a sua literacia em artes visuais. O contacto (observação ativa de
obras e espetáculos artísticos) dos indivíduos com a arte é, assim, fundamental, e pode ser abordado como recurso
pedagógico colaborando no desenvolvimento das capacidades de observação, perceção, comunicação, tornando-os mais
sensíveis, críticos, interpretativos, comunicativos, imaginativos e atentos a tudo que os rodeia. E se na comunidade
educativa não existirem recursos culturais, deve ser objetivo do professor, levar esses recursos aos alunos, tal como eu
o tentei fazer, através das gravações em vídeo de exposições de instalações artísticas que visitei em Lisboa, por
incapacidade de levar os alunos às mesmas. É fundamental que os professores saibam e defendam o que torna necessária
a educação artística e aquilo que promovem nos alunos, ao transmitirem a cultura como ela é, ou a incentivarem-nos a
funcionar como agentes de mudança.
Estudar artes encoraja os alunos a cultivar e refinar a sua sensibilidade, a educar o espírito, estabelecendo uma
relação entre o individuo e a sua herança cultural, dando-lhes uma crucial metáfora estética do melhor que a vida pode
ser, a qualidade do pensamento estético, as expetativas e satisfações aprendidas através do estudo das artes, fazem a
diferença na qualidade de vida. O ensino das artes promove o pensamento divergente, a resolução criativa de problemas,
desenvolvendo a capacidade estética, e introduzindo os alunos a um mundo de perceções e compreensões a que não
acederiam sem as artes.
Deste modo, podemos dizer que a Arte na educação, não tem como objetivo a formação de futuros artistas, mas
sim, a formação integral da criança, pois, e de acordo com H. Read, “a arte deve ser a base de toda a educação”. A arte enche
o nosso espírito, alimentando-o e inspirando-o à nossa condição humana, mostrando-nos o que fomos ontem, somos
hoje, e seremos amanhã.
"A função moral da arte consiste em afastar o preconceito, eliminar as escamas que
impedem os olhos de ver, rasgar os véus que se devem ao hábito e ao costume e
aperfeiçoar o poder de perceção das pessoas".
John Dewey
Desta forma concluo o Relatório de Estágio Pedagógico, com a certeza de que muito ainda ficou por dizer e
explorar. No entanto penso ser um justo estudo demonstrativo de todo o trabalho realizado durante o ano letivo
2018/2019 no âmbito da Unidade Curricular da Prática de Ensino Supervisionada, do Mestrado em Ensino das Artes
Visuais no 3º ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário, da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
de Lisboa.
108
BIBLIOGRAFIA
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perspectivas. Mangualde: Pedago.
Leontiev, D. (2000). Educação Estética e Artística - Abordagens Transdisciplinares. Fundação Calouste Gulbenkian.
Lisboa.
Lopes, & Vasconcelos, M. C. (20-?). Ensino das Artes: Desafios atuais. Lisboa: ULHT/ CICANT.
Orientações curriculares para a educação. (1997). Lisboa: Ministério da Educação.
Santos, J. (1988). Se não sabe, porque é que pergunta? Lisboa: Assírio e Alvim.