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  • Prevenir e vencer usando nossas defesas naturais. A historia de ummdico com cncer

    08/10/2008

    David Servan-Schreiber Fonte: Veja

    Data: 15-07-08

    O meu cncer meu vizinho.

    Aos 47 anos, ele decidiu falar publicamente do cncer no crebro que teve aos 31. Foi durante uma experincia neurolgica, em que seofereceu como cobaia, que David descobriu, por acaso, que era portador de um tumor do tamanho de uma noz. Submetido a umacirurgia e a sesses de quimioterapia, o mdico venceu a doena, mas no abandonou os maus hbitos continuou a comer mal, ano se exercitar e a se deixar levar pelo stress. Com a recidiva do cncer, ele mudou radicalmente a forma de encarar e combater adoena. Essa virada o tema de seu livro Anticncer Prevenir e Vencer Usando Nossas Defesas Naturais .

    David o primeiro dos quatro filhos de Jean-Jacques Servan-Schreiber, jornalista, ensasta e poltico francs. Fundador da revistaLExpress, em 1953, que tinha entre seus colaboradores os escritores Albert Camus e Jean-Paul Sartre, Servan-Schreiber, morto em2006 de complicaes advindas da doena de Alzheimer, era um homem brilhante, bonito e charmoso tanto que era chamado de"Kennedy francs". No livro, David conta que uma de suas maiores aflies foi dar a notcia da prpria doena ao pai: "Escutando a vozdele, meu corao se apertou. Tinha o sentimento de que ia apunhal-lo... Ele nunca se negara a entrar em nenhum combate, mesmonas circunstncias mais difceis. Mas, nesse caso, no haveria combate. Nenhuma ao militar. Nenhum artigo incisivo a escrever". DeParis, ele deu a seguinte entrevista reprter Anna Paula Buchalla:A DESCOBERTA DO CNCER Diagnosticado com a doena pela primeira vez h dezesseis anos, fui tratado pelos mtodosconvencionais. Nove anos depois, no entanto, tive uma recada. Decidi, ento, pesquisar tudo o que era possvel fazer naturalmente,sem recorrer a remdios, para ajudar meu corpo a se defender do cncer. Municiei-me de todo tipo de informao sobre a doena.Hoje, acho que todos os pacientes deveriam fazer o mesmo. Esse , sem dvida, o melhor caminho para que mdicos e pacientes setornem parceiros na conduo de um tratamento. Infelizmente, ainda no me sinto curado. Em geral, meu tipo de cncer nodesaparece. Mas, se eu mantiver o "terreno" saudvel, eu e minhas clulas cancerosas continuaremos a conviver como bons vizinhospor um tempo talvez um longo tempo.A EXPERINCIA COMO PACIENTE Foi difcil aceitar que eu era simplesmente um paciente. Eu me agarrava como podia ao statusde mdico e ia s consultas de jaleco e crach. Mas consegui perceber exatamente como se sente um doente. Muitas vezes tinha asensao de que ningum se interessava por quem eu era, como se todos s quisessem saber o resultado da minha ltimatomografia. Eu sempre me considerei o tipo de mdico gentil e atencioso com meus pacientes, mas a doena me fez ver que meucomportamento estava muito longe do ideal. Depois disso, mudei radicalmente o modo de praticar a medicina.O ENFRENTAMENTO DA MORTE Se h algo de bom em ficar cara a cara com a morte que se compreende quanto a vida preciosa. Esse enfrentamento mostra que no se deve desperdiar a chance de contribuir de alguma forma para a existncia dosoutros isso que fica depois que voc vai embora. Apesar de conviver permanentemente com a ameaa de o tumor voltar, euconsigo levar uma vida normal. Na verdade, sinto-me muito mais saudvel fisicamente e mais "normal" emocionalmente do que antesde saber que tinha cncer. O que eu fiz para mudar a minha vida me tornou uma pessoa mais equilibrada em todos os sentidos.O PESO DO ESTILO DE VIDA Durante muito tempo, acreditou-se que o cncer era, sobretudo, uma questo de gentica e ummal inevitvel para quem est propenso a ele. O crescimento no nmero de casos da doena mostra que a influncia dos fatoresexternos, como os hbitos de vida e o ambiente, mais impactante na manifestao do cncer do que os genes. A gentica responsvel por apenas 10% a 15% dos casos. Defendo a teoria de que todos temos um cncer dormindo dentro de ns. nossoestilo de vida que vai ou no determinar seu desenvolvimento seja nutrindo as clulas cancerosas, seja alimentando os mecanismosde defesa do organismo que impedem a formao de um tumor. O diagnstico de cncer, porm, no deve jamais criar um sentimentode culpa no paciente. Eu no me sinto culpado nem por um segundo por ter desenvolvido cncer. Eu no fazia a menor idia de queestava exposto a tantos fatores pr-cncer na minha vida. E talvez eu nunca saiba quais deles foram os mais crticos. Mas conhecer osmecanismos biolgicos anticncer no meu organismo me d fora para enfrentar a doena.A IMPORTNCIA DA DIETA A alimentao um elemento-chave na luta contra o cncer o mais essencial deles, na minhaopinio. Pode-se atribuir dieta a razo principal para a expanso da doena. Nos ltimos cinqenta anos, houve trs mudanas muitosignificativas em nossa alimentao: o aumento do consumo de acar refinado, a utilizao de produtos qumicos na fabricao dosalimentos, como corantes e conservantes, e a mudana do padro alimentar de animais como vacas e frangos. O consumo de acarrefinado, que em 1830 era de 5 quilos por pessoa, no ano 2000 chegou a inacreditveis 70 quilos per capita. Atualmente, os ovos tmvinte vezes mais mega-6 do que nos anos 70. Em excesso, esse tipo de gordura, usado na rao das aves, facilita o acmuloexagerado de clulas adiposas.AS FERIDAS PSQUICAS Ns estamos apenas comeando a entender como os fatores psicolgicos influenciam o surgimento deum cncer. Muitos pacientes com quem conversei se lembram de um stress emocional muito forte nos meses ou anos queprecederam o diagnstico de cncer. Certos acontecimentos so to dolorosos que destroem a imagem que fazemos de ns mesmosou minam a confiana que tnhamos em algum. o caso de alguns rompimentos amorosos. Algumas feridas psquicas no cicatrizamsozinhas. preciso encontrar formas de lidar com elas, pois essas feridas repercutem em todo o organismo.MEDICINA TRADICIONAL X MTODOS ALTERNATIVOS Eu diria que o tratamento convencional salvou a minha vida, mas nome ajudou a prevenir a recorrncia do cncer. A relao entre estilo de vida e cncer to estreita e evidente quanto a associaoentre os hbitos cotidianos e as doenas cardiovasculares. O que me surpreendeu ao constatar isso foi o fato de que ningum nuncahavia me falado sobre tais evidncias nem meus professores na faculdade de medicina nem meus prprios oncologistas. Opes devida mais saudveis, como meditao e alimentao equilibrada, foram e so cruciais para o fortalecimento de meu organismo contraa doena. Em minha opinio, tanto os recursos da medicina convencional como os mtodos alternativos so indispensveis ecomplementares.O PAI Quando eu e meus irmos ramos pequenos, meu pai fazia questo de jantar com os filhos. Por causa de sua vida pblica,havia quase sempre convidados em casa e ele insistia para que ns, as crianas, nos sentssemos mesa. ramos estimulados afazer perguntas e participar das discusses. Tenho certeza de que isso me ajudou quando chegou a minha hora de questionar asposies da medicina tradicional. Quando meu pai foi diagnosticado com Alzheimer, ele se tornou, por incrvel que parea, uma pessoamais suave e tranqila. Era terrvel v-lo roubado de suas capacidades intelectuais, mas havia tambm algo de belo quando ele, comum sorriso, dizia: "Finalmente, eu posso simplesmente ser quem eu sou".

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