caderno final tgi 1 - 2012 - isabela baldim

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TECTONICIDADE E DINAMISMO CENTRO INTERGERACIONAL NO MUNICÍPIO DE DOURADO - SP

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Caderno Final da disciplina de TGI 1 do curso de Arquitetura e Urbanismo do IAU - USP

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Page 1: Caderno Final TGI 1 - 2012 - Isabela Baldim

TECTONICIDADEE DINAMISMOCENTRO INTERGERACIONAL NO MUNICÍPIO DE DOURADO - SP

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ISABELA BALDIM

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« A arquitetura deve abandonar o narcisismo e a vaidade confortáveis que a protegem das realidades perigosas das transformações da história»

Rem Koolhaas

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PRE TGI: PRIMEIRAS IDEIAS E REFERÊNCIAS

Page 6: Caderno Final TGI 1 - 2012 - Isabela Baldim

O início do processo se dá na disciplina de pré-TGI, na qual

foram indagadas questões acerca de nosso universo projetual e

referências arquitetônicas, que seriam possivelmente seguidas. Depois

de pesquisas e estudos, chego à ideia principal de «operações formais».

Na prática, essas operações se tornam visíveis a partir de um processo.

Essa ideia da clareza do processo será uma das vertentes do objeto final

da disciplina de pré-TGI e uma das diretrizes para a concepção do

projeto arquitetônico de TGI-I.

A ideia principal é incitar a curiosidade do espectador e do

usuário do objeto arquitetônico. Isso é possível através de processos de

desconstrução de um objeto, da sua reestruturação e de

experimentações formais simples, estimulando, assim, a curiosidade

perante o implícito, na tentativa de compreender o objeto.

Depois de alguns estudos, chega-se à forma final: uma forma

simples que, através de procedimentos que são apreendidos pelo

espectador, propõe um significado outro através da desconstrução dessa

forma. Um papel passa a ser um objeto tridimensional. A forma é

trabalhada e acaba por se originar de ações realizadas sobre um plano.

Essa intenção de clareza do processo tornar-se-á perceptível

nas diretrizes do projeto arquitetônico, atrelada à ideia de arquitetura

em movimento, sendo esse movimento uma das propriedades da forma

arquitetônica.

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Objeto final da disciplina de Pré-TGI

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MOTIVAÇÃO: UNIVERSO PROJETUAL E AÇÕES

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UNIVERSO PROJETUAL

Desenhos de estudos de Peter Eisenman: relação entre volume e espaço

Volume é espaço definido e contido

Volume interno é positivo, resultante da ideia de enclausuramento

Volume externo é negativo, resultante da justaposição de dois ou mais volumes positivos

Outra interpretação: volume como negativo em relação a qualquer objeto colocado dentro dele

Partindo da vertente de «operações formais», busco

referências de arquitetos e artistas que trabalhem a forma do

objeto arquitetônico e suas propriedades para a

particularização do espaço e sua conformação. Aparece,

então, a ideia de desconstrução e da re-estruturação da

forma.

Alguns aspectos relevantes para minha investigação se

baseiam na busca sobre as propriedades da forma e como elas

influenciam a particularização de um espaço. Desde formas

não-ortogonais, como as obras de Daniel Libeskind, até formas

orgânicas de Zaha Hadid, e mesmo algumas formas mais

ortogonais como as casas de Peter Eisenman são investigadas e

analisadas na busca de algo em comum entre elas. Interesso-

me pelo jogo entre volume e espaço para a conformação da

obra arquitetônica. Nesse contexto, busco estudos e faço

interpretações de obras e desenhos de Rem Koolhaas e Peter

Eisenman, sempre observando e tirando partido das limitações

e contenções que os volumes propostos dão ao espaço.

Croqui: Binhai Mansion, China, 2001 - Projeto de Rem Koolhaas: movimento do edifício se dá nas elevações

Page 11: Caderno Final TGI 1 - 2012 - Isabela Baldim

«Para entender a base

c o n c e i t u a l d a f o r m a

arquitetônica, é necessário

isolar as propriedades que

relacionam a forma genérica

a o s e u c o n c e i t o

a r q u i t e t ô n i c o . E s s a s

propriedades devem ser

VOLUME, MASSA, SUPERFÍCIE

e MOVIMENTO: o movimento é

c o n s i d e r a d o u m a

propr iedade da forma

genérica, essencial para a

experiência e, portanto, para

a compreensão de qualquer

situação arquitetônica. Essas

propriedades fornecerão o

vocabulário básico para uma

linguagem formal.»

(Peter Eisenman em «The

Formal Basis of Modern

Architecture»)Croqui: Bibliothèque Multimédia à Vocation Régionale, França, 2010 - Rem Koolhaas - Volume limita e contém o espaço

Passo a procurar operações

nas formas arquitetônicas,

interpretando cheios, vazios e

dobras como operações formais.

Essas operações podem ser

apreendidas pelo processo do

projeto arquitetônico. A partir das

definições de Peter Eisenman

sobre as propriedades da forma

arquitetônica, faço a minha

e s c o l h a p o r u m a d e s s a

propriedades: o «movimento».

Partindo das ideias de Eisenman,

de que o volume que caracetriza o

espaço e que este pode ser

pensado como um senso dinâmico,

tento buscar esse dinamismo

através de ações projetuais.

Page 12: Caderno Final TGI 1 - 2012 - Isabela Baldim

AÇÕES PROJETUAIS

Partindo da ideia do movimento como propriedade da forma, busco maneiras de evidenciar

esse movimento no objeto arquitetônico. Através de relações entre o objeto, seu entorno, sua

materialidade, o relevo em que está inserido, relações entre o objeto e a luz que nele incide ou

que dele emana, o ângulo que se vê o objeto, sua forma, sua implantação e a relação entre

elementos do objeto, faço estudos, interpreto referências e procuro soluções através de ações

projetuais.

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RELEVO

MATE

RIAL

IDAD

EIM

PLAN

TAÇÃ

OIL

UMIN

AÇÃO

ÂNGU

LO V

ISUAL

FO

RM

AEN

TO

RN

OESTRU

TU

RA

CO

BERTU

RA

Ações projetuais: investigações acerca do movimento da forma na arquitetura

Tentativa de síntese das ideias em um objeto.

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PROGRAMA

Page 16: Caderno Final TGI 1 - 2012 - Isabela Baldim

PROGRAMA - CENTRO INTERGERACIONALUm dos aspectos sociais mais significativos da nossa sociedade é o espetacular aumento da

expectativa de vida e o consequente envelhecimento da população. Esse triunfo da vida, baseado em

uma série de fatores, como os avanços da medicina, a alimentação, a segurança das pessoas, tem sido

um fator de transformação da sociedade, que afeta a todos os âmbitos de nossa existência, sejam esses

econômicos, familiares, sanitários ou culturais.

Tendo em vista a crescente expectativa de vida da população em geral, a necessidade do aumento

de serviços para pessoas idosas se afirma. Ao longo dos tempos, os idosos acabaram sendo deixados em

segundo plano na vida das pessoas e até mesmo do país. A função de cuidador não vem sendo bem

cumprida porque as pessoas mais jovens, além de estarem gradualmente em menor número frente aos

idosos, estão cada vez mais indisponíveis, em busca de oportunidades de trabalho e de estudos fora da

cidade de origem.

O principal intuito do projeto é proporcionar um espaço inclusivo e de vivência para o idoso e para a

criança, que gere uma melhoria na sua qualidade de vida. A ideia da junção de gerações é motivada pela

relação simbiótica presente entre idosos e crianças. Essa relação será levada ao campo arquitetônico,

com o intuito de junção de atividades e interesses.

O público-alvo do projeto são os idosos, contando com grande participação das crianças para que

essa ideia de ajuda mútua seja aplicada. O projeto contará com unidades habitacionais para os idosos e

para as crianças, além de salas para o desenvolvimento de atividades comuns e uma estrutura clínica

para assistência aos idosos e assistência pedagógica. Serão desenvolvidas atividades que atraiam

crianças e idosos da cidade de Dourado e da região.

O que fundamenta a ação do projeto é o estímulo à comunicação intergeracional, através do

intercâmbio de vivências e experiências entre ambas as gerações. O projeto vai buscar o estímulo da

criatividade das crianças e idosos e a convivência entre eles. A principal inovação caracteriza-se na

tentativa de estimular experiências entre as gerações, rompendo o isolamento social do idoso e

estimulando o aprendizado infantil.

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A partir da definição do programa, penso nas atividades em comum entre a população idosa e

infantil, sejam atividades físicas ou intelectuais. Defino, então, os usuários do projeto e detalho o

programa:

DESCRIÇÃO ÁREA (m²) DESCRIÇÃO ÁREA (m²) DESCRIÇÃO ÁREA (m²) DESCRIÇÃO ÁREA (m²) DESCRIÇÃO ÁREA (m²)

450 nutricionista 8 ap. Duplo (8) 160 espaços verdes hall de entrada 40

336 geriatria 8 ap. Triplo (8) 192 biblioteca/acervo 200 sala de espera 13

468 psicologia 8 ap. Quadruplo (8) 224 solário 200 administração 16

384 fisioterapia 8 salas de aula (5) 250 horta/jardim 400 almoxarifado 10

80 terapia ocupacional 8 brinquedoteca 90 sala de TV 50 sanitários 30

80 dentista 8 playground 150 sala de artes 70 sala de reuniões 50

90 enfermaria 48 mini-auditório 150 sala de informática 90 espaço p/ frota 150

90 acomp. pedagógico 10 café 70

200 sala atividades (3) 60 salão de festas 150

100 piscina/spa 200

sanitários 180 farmácia 20

fraldário 50

2458 436 1216 1230 309

TOTAL 5649

RECEPÇÃO/APOIOHABITAÇÃO/IDOSOS CLÍNICA ABRIGO/CRIANÇAS LAZER/RECREAÇÃO

indiv. independ. (18)

duplo independ. (12)

indiv. assitidos (18)

duplo assistidos (12)

espaço convivência

sala de estar

sala de jogos

lavanderia

restaurante

cozinha aberta

ATIVIDADES EM COMUM:

- Caminhadas- Música/canto/instrumentos- Atividades manuais- Leitura/histórias- TV/estar- Jogos- Caminhada

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ÁREA

Page 20: Caderno Final TGI 1 - 2012 - Isabela Baldim

ÁREA - DOURADO SP

Partindo da problemática da

situação dos idosos, procuro uma área que

se adeque a esse programa. Faço minha

escolha pela cidade de Dourado, no estado

de São Paulo, com o intuito de que o

projeto abranja não somente a cidade,

mas toda a região. No Brasil, existem

programas de vivência intergeracional,

mas não um edifício que seja destinado

propriamente para essa finalidade.

A inserção do projeto na cidade de

Dourado se dá devido à localização central

da cidade. O município de Dourado se

localiza no centro geográfico do estado de

São Pau lo , apresentando cer ta

equidistância em relação a importantes

municípios paulistas e até mesmo a

estados do país. Por esse motivo, nenhuma

cidade paulista apresenta distância

superior a 431Km. O programa proposto

terá impacto regional, atendendo a várias

cidades vizinhas, por ser um programa

pioneiro na região.

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Localização do município de Dourado, no estado de São Paulo

Page 22: Caderno Final TGI 1 - 2012 - Isabela Baldim

ÁREA - DADOS SOBRE O MUNICÍPIO

CIDADE DISTÂNCIA

São Paulo (Capital) 275

Araraquara 50

Bauru 90

Campinas 183

Jaú 38

Limeira 137

Marilia 191

Piracicaba 145

Ribeirão Preto 140

Santos 335

São Carlos 48

São José do Rio Preto 219

São José dos Campos 324

Sorocaba 240

Relação da distância do município de Dourado em relação aos principais municípios do estado de São Paulo

População 2010: 8.609 habÁrea da unidade territorial 205,875 Km²Densidade demográfica 41,82 hab/km²

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Imagem do município de Dourado e localização da área de interesse

Page 24: Caderno Final TGI 1 - 2012 - Isabela Baldim

ÁREA DE INSERÇÃO DO PROJETO

O edifício se localiza em uma

região de fácil acesso na cidade,

relacionando-se diretamente com

sua entrada. Os acessos se darão

principalmente a partir dessa via

de entrada na cidade, que é uma

via de mão-dupla, podendo ter

acessos secundários para as

pessoas que já se encontram na

cidade. O s ít io escolhido

apresenta forte relação com a

paisagem, por estar localizado

num pequeno vale próximo da

zona rural. O bucolismo e a

tranquilidade da pequena cidade

de Dourado são questões

relevantes para o programa

escolhido. Os usuários do projeto

poderão tranquilamente sair às

agradáveis ruas da cidade e

dificilmente serão incomodados

com o ruído e o estresse típico das

grandes cidades.

Page 25: Caderno Final TGI 1 - 2012 - Isabela Baldim

principais acessos à cidade

área de interesse

Page 26: Caderno Final TGI 1 - 2012 - Isabela Baldim

ÁREA: DIRETRIZES A SEREM SEGUIDAS

Tendo escolhido o terreno, procuro

seguir diretrizes de projeto que esse tipo

de terreno favorece. A área do terreno

engloba uma parte do que seria a APP do

Córrego Bento Corrêa. Tomo a adequação

da área de preservação permanente

como um partido de projeto: nessa área

se implantará um bosque. A ideia é que o

projeto como um todo se volte para esse

bosque, seja com aproximações físicas do

edifício ou visuais do usuário.

Outro partido de projeto a ser seguido

é a preservação da

Para aproveitar o desnível do terreno,

opto por trabalhar a topografia do

terreno a favor do projeto, trabalhando

com diferentes níveis na edificação e

relacionando esses níveis à essa

topografia.

s árvores existentes na

área. As árvores serão mantidas e

constituirão um «hall» para a entrada

principal de pedestres no complexo de

edifícios.

Page 27: Caderno Final TGI 1 - 2012 - Isabela Baldim

Área do projeto: curvas de nível e

região da APP

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ÁREA: DIRETRIZES A SEREM SEGUIDAS

Em relação às edificações existentes, opto pela demolição das edificações indicadas na página seguinte

e relatadas nas fotografias a seguir. A principal justificativa para a demolição se dá pela área extensa do

projeto que será implantado e pela falta de uso e condições precárias das edificações existentes.

1 2

3 4

Associação São Vicente de Paula de Amparo a Velhice de Dourado.

Asilo municipal encontra-se em condições precárias de

administração e instalações. Com a implantação do projeto, será

atendida a população idosa do município de Dourado e da região.

Galpão do extinto SALMER (Sociedade Assistencial ao Menor de

Dourado). Galpão atualmente sem utilização.

Sede do extinto SALMER. Edificação abandonada e em condições

precárias de preservação.

Anexo do gapão do extinto SALMER (Sociedade Assistencial ao Menor

de Dourado).

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Edificações a demolir

Edificações mantidas

Região APP/bosque e árvores mantidas

Córrego Bento Correa

1

2

34

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ÁREA: LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO

Panorâmica da área - árvores a serem mantidas

Panorâmica da área - via de acesso

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Panorâmica da área - região onde se implantará o bosque

Panorâmica da área - via de acesso

Vista para a região onde se implantará o bosqueÁrea vista da região onde se implantará o bosque

Page 32: Caderno Final TGI 1 - 2012 - Isabela Baldim

ÁREA: LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO

Árvores na entradaÁrvores a serem mantidas - APP

Árvores na entradaPrincipal via de acesso ao edifício

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Árvores na entradaRua 13 de maio - acesso à área

Rua de acesso à áreaCórrego Bento Corrêa

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PROJETO

Page 36: Caderno Final TGI 1 - 2012 - Isabela Baldim

PROJETO: PRIMEIROS ESTUDOS

Partindo das primeiras

diretrizes traçadas, desenvolvo

estudos sobre a volumetria,

sempre relacionando-a aos

pontos importantes da área:

relevo, bosque/APP, acessos e

vistas.

Page 37: Caderno Final TGI 1 - 2012 - Isabela Baldim
Page 38: Caderno Final TGI 1 - 2012 - Isabela Baldim

PROJETO - APROFUNDAMENTOS

Observando os objetos obtidos através dos

estudos, percebo que falta uma amarração do projeto

como um todo. Assim, procuro mais referências e teorias

que fundamentem melhor o projeto e que relacionem

melhor as ações projetuais com o objeto arquitetônico

pretendido.Partindo de minhas intenções projetuais,

questiono qual será a relação entre as pessoas que

usarão o edifício e que farão parte do projeto. Levanto,

então, duas possibilidades opostas: reproduzir no

projeto a forma mais doméstica possível, na tentativa de

conceder o máximo de conforto para os usuários; ou

assumir as mudanças que ocorrem na no ciclo da vida

como algo positivo e pensar as diretrizes de projeto de

modo a reforçar e reafirmar essas mudanças.Opto pela segunda possibilidade. Meu propósito

agora é fazer com que as pessoas, principalmente os

idosos caminhem pelo edifício. O objeto arquitetônico já

não é mais um edifício único formado por dois blocos,

mas sim um complexo de edificações que se relacionam

entre os níveis do terreno. Exploro possibilidades da

topografia do terreno e incorporo essa topografia na

arquitetura. Retomo minhas ações projetuais através de

possibilidades de movimento que a topografia do terreno

oferece ao projeto.

Page 39: Caderno Final TGI 1 - 2012 - Isabela Baldim

Zamet Centre - 3LHD Architects

Zamet Centre - 3LHD Architects: diagrama do processo e relação dos blocos com a topografia do terreno

Vilhemsro Primary School - Bjarke Ingels Group

Croquis de estudos sobe a relação entre objeto e topografia

Page 40: Caderno Final TGI 1 - 2012 - Isabela Baldim

PROJETO - APROFUNDAMENTOS

Passo, então, a pensar em ambientes que

«perturbem», de alguma forma, os usuários do

edifício. De acordo com as teorias do casal de

arquitetos Shusaku Arakawa e Madeline Gins, as

pessoas se degeneram e morrem, em parte,

porque vivem em espaços muito confortáveis. A

ideia é obrigar as pessoas a pensarem e se

esforçarem para poder explorar o edifício. É

fazer com que elas pensem sobre como e por

onde devem se mover. Assim, essas propostas de

projeto ajudam a estimular o desenvolvimento

das crianças e o raciocínio dos idosos. A

arquitetura propicia o movimento das pessoas

através de soluções não usuais, na tentativa de

obrigar as pessoas a se movimentarem plo

edifício.Outras ideias parecidas são as da dupla

Claude Parent e Paul Virilio. Eles partem da

ideia de criar um «lugar comum», onde a

experimentação substitui a contemplação e a

arquitetura é experimentada através do

movimento e da qualidade do movimento.Partindo dessas considerações e aliando-

as às pesquisas da forma arquitetônica

propriamente dita, elaboro minha proposta de

projeto.

Page 41: Caderno Final TGI 1 - 2012 - Isabela Baldim

«People, particularu old people, shouldn’t relax and sit back to help them decline. They should be in an environment that stimulates their senses and invigorates theis lives»

Shusaku Arakawa

Croquis de estudos sobe de Parent e Virilio

Alguns conceitos de Arakawa & Gins aplicados em projetos

Casas-bola, de Eduardo Longo

Page 42: Caderno Final TGI 1 - 2012 - Isabela Baldim

PROJETO - INSERÇÃO NO TERRENO

Levando em consideração

as particularidades do terreno e

a s i n t e n ç õ e s p r o j e t u a i s

relacionadas à área, procuro

estabelecer deretrizes para a

implantação do projeto. Divido o

programa em blocos e insiro esses

blocos no terreno, sempre

articulando uns aos outros através

d e p e q u e n o s b l o c o s d e

circulação, que terão gabaritos

diferentes dos blocos principais e

se relacionarão, em sua maioria,

com os acessos principais aos

blocos do edifício.Para a inserção dos blocos

no terreno, procuro uma lógica

através de estudos de malhas e

eixos e chego então a um «grid»

de faixas perpendiculares à rua e

que levam ao bosque. A ideia de

movimento se dá através da

relação entre o piso, cobertura,

plataforma e rampas que entram,

cobrem, e cortam o projeto.

Page 43: Caderno Final TGI 1 - 2012 - Isabela Baldim

Esquema das principais diretrizes para a implantação do projeto

Page 44: Caderno Final TGI 1 - 2012 - Isabela Baldim

PROJETO - INSERÇÃO NO TERRENO

Tentativa de inserção de malhas de acordo com linhas de força do sítio

Page 45: Caderno Final TGI 1 - 2012 - Isabela Baldim

Estudo da implantação do projeto de acordo com eixos de diferentes funções

Page 46: Caderno Final TGI 1 - 2012 - Isabela Baldim

PROJETO - INSERÇÃO NO TERRENO

Partindo da malha perpendicular à rua, desenvolvo algumas propostas. A primeira proposta mostra, numa malha com faixas de 10m, as articulações dos blocos principais e uma grande passarela/rampa de entrada no edifício e uma grande plataforma unindo as áreas de lazer e clínica.

Page 47: Caderno Final TGI 1 - 2012 - Isabela Baldim

A segunda proposta mostra, numa malha com faixas de 10m de largura, as articulações dos blocos principais de uma forma mais condensada. Conservo a passarela/rampa de entrada no edifício e uma plataforma unindo as áreas de lazer e clínica, porém com dimensões menores.

Page 48: Caderno Final TGI 1 - 2012 - Isabela Baldim

PROJETO - INSERÇÃO NO TERRENO

A terceira proposta mostra, numa malha com faixas de 15m de largura, as articulações dos blocos principais de uma forma mais densa. A passarela/rampa de entrada no edifício ainda está presente e a plataforma que une as áreas de lazer e clínica se articula de maneira mais independente da rua.

Page 49: Caderno Final TGI 1 - 2012 - Isabela Baldim

Cortes esquemáticos para melhor entender o projeto e a relação entre os gabaritos dos blocos e a topografia do terreno.

Page 50: Caderno Final TGI 1 - 2012 - Isabela Baldim

PROJETO - VOLUMETRIA E IMPLANTAÇÃO

Perspectiva geral da área. Em vermelho, as edificações que serão demolidas.

Page 51: Caderno Final TGI 1 - 2012 - Isabela Baldim

habitação idosos clínica

lazer/recreação

habitação crianças

administração/apoio/ circulação entre blocos

Através dos estudos feitos de acordo com as malhas, os blocos são estruturados de maneira mais exata, de acordo com a área que ocupam, previsto no programa.

A área de estacionamento se localiza próxima aos blocos de habitação, tanto de idosos quanto de crianças. Seu acesso se dá pela Rua 13 de Maio.

A seguir, uma imagem dos blocos divididos de acordo com sua função.

Implantação geral do projeto no terreno.

Page 52: Caderno Final TGI 1 - 2012 - Isabela Baldim

VOLUMETRIA

Relação entre os blocos, acessos e vegetação.

Page 53: Caderno Final TGI 1 - 2012 - Isabela Baldim

BLOCOS PRINCIPAIS

ACESSOS: RAMPAS, PLATAFORMAS E BLOCOS DE ADMINISTRAÇÃO

RELAÇÃO ENTRE BLOCOS E ACESSOS

habitação idosos clínica lazer/recreação habitação crianças

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MAQUETE FÍSICA

Com o intuito de visualizar como se dá a relação entre a topografia e os blocos já situados, elaboro o modelo físico esquemático do projeto. Assim, torna-se possível uma melhor visualização das diferenças dos níveis do edifício e de como se dá essa ideia de arquitetura em movimento.

As faixas de cor alaranjada dão a impressão de continuidade do complexo de edifícios no sentido rua-bosque. Isso tornar-se-á possível através da materialidade utilizada e de desenhos de piso na região de entrada, onde se encontram as árvores. O intuito é atrair o olhar do visitante e o próprio visitante para dentro do projeto e para a contemplação do bosque a ser implantado.

A impressão desejada é de que o projeto, os blocos, estejam tectonicamente ligados ao terreno. O movimento pretendido pela arquitetura se dá por essa tectonicidade.

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São Carlos, Junho de 2012