capítulo 7 - o segundo ano de vida

11

Upload: mayara-garcia

Post on 16-Jul-2015

163 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

5/13/2018 Cap tulo 7 - O segundo ano de vida - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-7-o-segundo-ano-de-vida 1/11

Obra originalmente publicada sob 0 tituloPeople under three:young children in day ~~re

ISBN 0-41S-30566-7

© 2004 Sonia Jackson and Elinor GoldschmiedAll Rights Reserved. Authorised translation from the English language edition published

by Rout ledge, a member of the Taylor & Francis Group.

Capa

Gustavo Macri

Preparacfio do original

Edna Calil

Leitura final

Maria Rita Quintella

Supervisao editorial

Monica Ballejo Canto

Projeto e editoracaoArmazem Digital Editoraaio Eletriinica - Roberto Vieira

Reservados todos os direitos de publicacao, em lingua portuguesa, a

ARTMED®EDITORA S.A.Av.Jeronimo de Ornelas , 670 - Santana

90040-340 Porto Alegre RS

Fone (S1) 3027-7000 Fax (S1) 3027-7070

E proib ida a dupl icacao ou reproducao des te volume, no todo ou em parte ,sob quaisquer formas ou por quaisquer rneios (eletronico, mecanico, gravaC;ao,

fotocopia, distribuicao na Web e outros), sern permissao express a da Editora.

sA o PAULOAv.Angelica, 1091 - Higienopolis

01227-100 Sao Paulo SPFone (11) 3665-1100 Fax (11) 3667-1333

SAC 0800 703-3444

IMPRESSO NO BRASILPRINTED IN BRAZIL

5/13/2018 Cap tulo 7 - O segundo ano de vida - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-7-o-segundo-ano-de-vida 2/11

c a p i t u l o

o se gu nd o on o d e v id a

E s qu e ci -m e d o porovro q ue q ue rio d iz er e m eu p en so me nto ,

n d o - ex p r es s o, r e to r n o 00 m u do d o s s or nb ro s.

O . Mandefstam

s estudos de creches normais e domiciliares sugerem que as criancasque tern entre 1 e 2 anos recebem men os atencao planejada e sao

consideradas, pel as cuidadoras, 0 grupo etario mais diffcil . Em gru-

de idades variadas, elas sao muitas vezes vistas como pertur-

, tendo perdido 0 interesse par brinquedos para bebes, mas sendo

muito novas para se envolver nas atividades mais estruturadas ofereci-

criancas mais velhas. Assim que desenvolvern a capacidade de se mover

ambiente rapidamente, elas tern de ser vigiadas 0 tempo inteiro . Esse

ano de vida e urn periodo de crescimento e desenvolvimento extraor-

rapid os, porern, a menos que pensemos com cuidado como dar

de suas necessidades particulares, a experiencia para as criancas, em

no ambito do cuidado em grupo, pode facilmente tornar-se negativa

PENDENCIA E NEGOCIA<;AO

Uma crianca de 2 anos quer acima de tudo praticar suas recern-conquis-

as habilidades de movimento, manipulacao e fala. Isso pode muitas vezes

bastante inconveniente para os adultos. Considere, par exernplo, 0 que a

e de levar uma crianca pequena para caminhar envolve, tanto para 0

quanta para a crianca. Para ela, a experiencia imediata e de se mover

por sua propria vontade, e responder a uma minade de coisas excitantes,

5/13/2018 Cap tulo 7 - O segundo ano de vida - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-7-o-segundo-ano-de-vida 3/11

i'ld '+",ri""b<: de Ieite vazias que ela encontri"fora de

ter nosso proprio objet ivo, que e chegar

urn murinho baixo no caminho e quer ser

maos apoiando-a, possa praticar 0 caminhar e

que isso causara urn atraso que nao desejamos.

a essa situac;ao, ha muitas escolhas que podemos

com suficiente antecipac;ao a atrac;ao que 0 murinhoeIa, podemos evitar seu pedido, tomando outro carninho. Ou, em

usamos nossa forc;a ffsica superior para levanta-la e carrega-la,

protesta, deixando 0muro para tras e ignorando seus gritos.

Uma terce ira opc;ao e dizer: "So uma vez porque estou com

metendo ainda uma exploracao mais detalhada do muro no

tao E claro que "no caminho de volta" nao significa nada para ela

rnento, mas ao menos tentamos firmar um compromisso h

modelar uma tentativa de reconciliar interesses divergentes.

o que faz com que lidar com uma crianca pequena exija tanto

paciencia e 0 fato de que pequenos episodios desse tipo acontece

hora. 0 adulto tern uma escolha: ou afirrnar sua propria vontade ou

uma solucao que tambern leve em coma a perspectiva da crianca, a

tempo de uma crianca pequena e bastante diferente da nossa.

Como adultos, aprendemos a passar rapidamente de uma sltua 'C;l(JtJ

outra, e desenvolvemos uma habilidade para faze-lo, mesmo que

mos vontade de trocar. As criancas nao conseguem "trocar de m

jeito, e devemos dar-lhes tempo para que se adaptern e

queremos que elas facam, Muitos transtornos e acessos de raiva p

evitados se nos lembrarmos disso. Por menor que seja, todo processo

cambio em que os interesses do adulto e da crianca divergem e i

para fazer com que a crianca confie em nosso respeito por ela e em

compreensao do seu mundo. Em momentos como esses, podemos nos

dar de que.os povos do planeta tambern estao seriamente envolvidos

que ainda nao tenham obtido sucesso) com esse problema exa

seja, como resolver seus interesses conflitantes. A necessidade p LllJtcllLC

solucao pode emprestar a nossos esforcos em relacao as criancas "0."'"''''

urn significado mais amplo do que poderramos ter imaginado ate aqui.

Essa atitude nao quer dizer que tenharnos de deixar que a crianca

que quer, pois isso pocle criar tanta ansieclade e confusao quanta as

e 0 controle excessivos. 0 que consome tanto cianossa energia e 0

objetivamos urn equilfbrio viavel.

Quanclo a crianca ja consegue mover-se e explorar por si

clentemente tem prazer em clesfrutar cle seu recem-descoberto pocler

rar-se por vontade propria cle seu aclulto cuidaclor, as vezes os pais

diftcil cle entender 0 fato de que, bern no momenta em que tern cle

separar-se do seu filho, ele exige mais a sua proximidade, chegando mesmo

se agarrar ao pai ou a mae. Temos clelembrar que a independencia,'>"DCC" rl

Educocco de 0 a 3 anos 1 3 1

e emocionante, pocle tarnbem ser bastanre ameclrontadora. Pre-

uma base segura para ter a confianc;a necessaria para nos aventu-

dela. Erik Erikson (1955), em sua classica obra Childhood and

UPULU,-,·U e socieclacle), iclentifica a aquisicao cle "confianca basica" com

tarefa clesenvolvimental, que proporciona a crianca tiberclacle para

aprencler. Como adultos, esperamos encontrar essa seguranca em

; as criancas precisam vivencia-la em suas relacoes com os adultosde forma a que graclualmente se apropriem clo tipo de confianca

que eles tolerem duvidas e estresse e tambern corram riscos.

arece ur~a similaridade .interessante com os adolescentes, os quais,

as vezes agressivamente, os l imites ciatolerancia de seus

precisam clesesperaclamente cia base segura que a familia oferece

ando nao a tern (Parker et a1., 1991; Stein, 1992). '

DE DE S ENVO lV IMENTO

segunclo ana de vida ocorrem tantas muclanc;as notaveis e, portanto,

muitas exigencias novas que fazemos a crianca, que serao uteis se as

, para nos lembrarmos cle quanta foi realizado nesse periodo queo aos 20 meses.

Freud (1965) formulou uma aborclagem para avaliar 0 desenvolvi-

que chamou de "diretrizes de desenvolvimento". Essa aborcla-

-nos pensar de que maneiras os cliferentes aspectos do desenvolvi-

juntos para constituir a total idade da personaliclade da crianca

deterrninado momento. Nos primeiros dois anos, a crianca passa de

de dependencia quase total para uma de relativa independencia,

maneiras, em termos gerais: par meio do movimento e da habilida-

ipulacao, ao alimentar-se sozinha, no desenvolvimento da lingua-

rbal precoce ate a fala propriamente dita, bern como no cuidado

que leva ao controle dos esfincteres. 0 ritmo com que a crianca avan-

as diretrizes tern conexoes claras com 0modo com que seus adultoss percebem sell progresso e com a qualidade da sua relacao com eles.

E H AB lllD AD E D A M ANIP UlA <;A O

que dominar a habilidade de engatinhar, a crianca pode final men-

alcancar sel l objet ivo de alcancar a porta pela qual seu adulto proxi-

momentaneamente (ver Figura 7.1). Ela pode mover-se em

a alegria de descer as escadas ou a porta aberta que leva ao jardim."D,,~i~D to bastante novo de "eu posso fazer eu mesma" pode crescer,

sem urn sentido de perigo ou de precaucao, e isso e 0 que torna tal

tao cansativo para 0 adulto que cuida dela.

5/13/2018 Cap tulo 7 - O segundo ano de vida - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-7-o-segundo-ano-de-vida 4/11

Educo~ao de 0 0 3 onos 1 3 3

FIGURA7.1A mobilidade abre novos horizontes.

Foto: Dominic Abrams

ade de faze-lo por si propria. A ansiedade do adulto, em

da crianca de novos gostos e texturas, pode criar tensoes e

da crianca nao for percebido em sua totalidade.

ndo ano, em que a crianca em crescimento esta ganhando

tas maneiras diferentes, sua fome natural e 0 acelerador de

precisa satisfazer esse impulso de comer de urna forma tao

quanta possivel. Damos grande importancia ao comer e ao

parte criativa, desde a tenra idade, do sentimento que a

si mesrna. Essa questao esta conectada intimamente a pessoa

a crianca ao longo dessa experiencia, 0que e a razao pela qual ,

essas criancas bem pequenas, 0 sistema de educador-refe-

irnportancia part icular em relacao as horas das refei<;oes.

ue nossa cultura coloca no fato de a crianca aprender a usar a

cedo possivel pode ser causadora de estresse. Permitir que as

enas sejam ativas e se alimentem com seus dedos tern duas van-

nao sao obrigadas a depender inteiramente da ajuda e do

e (2) a manipulacao direta da comida oferece experiencias

. No momenta em que se alimenta a crianca com uma colher,

ela sua propria colher, como sugerido no Capitulo 5, para "aju-

""'",r-"""o, mesmo que no corneco ela consiga colocar apenas uma pe-

e de comida na boca.

devem ter consciencia de que, em algumas culturas etni-

e considerado normal que adultos e criancas comam com as

importante nao considerar isso como "errado" (como em

incidente, relatado por Iram Siraj-Blatchford [1992]) . Nesse

a crianca a usar utensflios na creche requer sensibilidade por

cador-referencia, alern da discussao do assunto com os pais . Esse

acontecer de mane ira natural, e nao forcada nem apressada.

outra questao importante para esse grupo eta rio e a necessidade de

que aquelas que ainda nao tern dominio da lingua gem possam co-

adulto que estao com sede. Deve haver uma jarra com agua e

algum lugar da sala que elas possam ver e apontar - po i s d e outracrianca fica impotente para modificar 0 desconforto que a sede

e que ela pode sentir em sua atividade ativa infinita.

Na creche, esses perigos sao obviamente evitados, mas a<)~UHa"infel izmente, as custas de criar u rn ambiente em que falta

oferece muito pouco para estimular a capacidade da crianca deNo Capitulo 2, oferecemos sugestoes em relacao aos equipamentos e

da sala de grupos para esse grupo etario, e no Capitulo 11 em

neiras pelas quais a area de aprendizado externa pode ser segura e

tempo estimulante. Os materia is para 0 brincar que satisfacam 0

incessante dessas criancas pela manipulacao e experimentacao LUll 'J<-

quer objetos que estejam ao alcance da mao sao descri tos no proximo

AliMENTA~Ao

precisa pela qual a linguagem se desenvolve ainda constitui

""JUHV consideravelmente controverso entre os psicolingiiistas, mas pa-

que existe uma predisposicao muito forte para 0 desenvolvimento

maioria das criancas, com excecao das que sao profundamente sur-

tavelmente a desenvolve, mesmo em circunstancias adversas. Em

normais, as criancas dao 0 grande salto desenvolvimental durante

Durante esse segundo ana de vida, a crianca pass a de uma

total dependencia dos adulros, no que tange a habilidade de se allJlHvU

5/13/2018 Cap tulo 7 - O segundo ano de vida - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-7-o-segundo-ano-de-vida 5/11

1 3 4 Elinor Goldschmied e Sonia Jackson Educocdo de 0 a 3 anos 13 5

seu segundo ana de vida , passando do balbucio, que pode conter-uma

palavras reconhedveis, para lim vocabulario de ate 300 palavras (Bee,

o aumento precoce do vocabulario e bastante lento, mas, uma vez

passado das 10 palavras, mais ou menos, a crianca corneca a

nova palavra ao seu vocabulario a cada dois ou tres dias. Ao final do

ana de vida, muitas criancas ja montam frases com tres ou quatro

as formas grarnat icais comecam a aparecer.o ritmo com que as criancas aprendern a falar, como acontece

outras diret rizes de desenvolvimento, varia arnplamente, ernbora

guir uma sequencia consistente. Gordon Wells, que realizou ur n dos

talhados estudos longitudinais ja feitos sobre a fala de criancas

concluiu que 0 fator rnais import ante era 0 quanta os adultos

comunicavam com ela. As criancas que aprenderarn a falar precocern

ram aquelas cujos pais as escutavarn, e respondiam ao significado

pelos sons que a crianca fazia. Os pais que tentavarn com demasiada

ensinar a crianca novas palavras, ou a pronuncia correta, ou

nham mais probabilidade de inibir a fa la do que estimula- la (Wells ,

que essa e urna boa razao para que nao oferecarnos essa musi-

inibe a conversacao, mesmo entre os adultos que tern ple-uvuu"'u~ da linguagem.

todos nos ainda conseguimos nos lernbrar de ocasioes

bar ou restaurante, em que balancarnos a cabeca em desespero e ex-

. "T er n tanto barulho que nao consigo ouvir uma palavra do que

dizendo' ', e des istimos de ten tar entabular uma conversa razoavel.criancas isso e ainda mais problem atico, e aquelas que nao sao segu-

a sua habilidade de falar tenderao a ficar em silencio, sentindopodern competir com 0 barulho.

....• ,_._---de ser muito importante para 0 desenvolvimento da l inguagem das

manter 0 nivel de ruidos baixo ajuda a criar uma atmosfera calma e

Nao gritar, chamando as pessoas que estao do outro lado da sala

uma das regras basicas da vida na creche, sendo aplicada as cr iancas,e aos pais, da rnesma forma.

, como conq_uistar _a habilidade de se mover de maneira indepen-

e uma grande liberacao pessoal para urna crianca pequena, tambern

de pa~~vras para se fazer compreendido e uma par te vita l do processo

po.sltlvamente com muitas exper iencias frustrantes que ela tera ao

M_Ultasvezes dizernos: "Eu fiquei sem fala de tanta raiva", quando nosmcapazes de aglutinar nossos pensamentos em palavras coerentes

senti rmos raivosos com algo. Em tal memento, vivenciamos um estado

lelOLQl'- proximo ao que a crianca sente logo que teve seu amado brinquedo

de suas maos, Uma crianca em seu segundo ana de vida tern nao so a

tarefa de compreender tudo 0 que dizemos, mas tambern de escolher

apropriadas, dentre 0 seu limitado vocabulario, que permitam queo que ela esta sentindo.

Conversando e escutando as crioncos

o desenvolvimento da fala e uma das poucas areas em que ainda

nece a duvida a respeito dos efeitos do cuidado em creches nos primeiros

de vida. Alguns estudos concluiram que as cr iancas cuidadas em

perlodo integral sao mais lentas no desenvolvimento da linguagem.

Uma das desvantagens possiveis de uma creche bern-adrninistrada

uma crianca em seu segundo ana def-vida, que ainda nao adquiriu a

da fala, pode passar 0 dia inteiro na creche sern que tenha muita

de falar, e assim perder a opor tunidade essencial de praticar a lingua, 0

necessario para domina-lao Precisamos vigiar 0 quanta escutamos a

Isso e especialmente urgente quando se trabalha com criancas que estao

se es tagio de desenvolvimento. A menos que mantenhamos uma """CDY""'"constante da necessidade da cr ianca pequena de praticar a fala , ha 0

que sua capacidade de pensar e raciocinar tenha seu progresso

Urn aspecto importante do desenvolvimento da linguagem

e0 processo

as palavras aos objetos , adquirindo assim um vocabulario. Isso eque achamos bastanre dificil quando aprendemos uma lingua estranger-

escola ou em aulas noturnas, mas que se torna muito mais facil se

um tempo morando fora do pais e term os, por exemplo, de comprar

e perguntar 0 nome do objeto que estamos venda e segurando. Da mes-

forma, 0 impulso inato da crianca de aprender sobre a natureza e 0 com-

dos objetos que a cercam e um elemento fundamental para a suaU.J\_OV da lingua gem.

Ao ganhar mobilidade, a crianca tern a oportunidade de segurar e mani-

uma variedade crescente de objetos. A observacao de criancas durante

de brincar heuristico ever Capitulo 8) mostra claramente como a ex-

sensoria direta possibil ita que elas adquirarn um conhecimento pre-

BARUlHOS DE FUNDO

Ha algumas criancas que, quando falarn, so conseguem faze- lo

pois nao aprenderarn ainda a modular sua vOZ. I sso pode fazer com

adultos em torno tambern levantem a voz, aumentando 0 barulho. Em

mas instituicoes, as criancas pequenas tern de lutar para que sejam ou

compreendidas, falando mais alto do que a musica pop que toea no

creche, justif ica tiva baseada na ideia de que e isso que as criancas

5/13/2018 Cap tulo 7 - O segundo ano de vida - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-7-o-segundo-ano-de-vida 6/11

136 Elinor Goldschmied e Sonia JacksonEducac;:oo de 0 a 3 an os 1 3 7

ciso dos objetos. Por exemplo , uma crianca pode escolher urn p~~~Y'J""""

rente, coloca-lo em uma lata, retira-lo dela, e repetir essa acao

sem que seu prazer e sua concentra<;:ao diminuam. A a<;:aoautod

os sentimentos e as sensa<;:oescorporais que a acompanham,

palavras "lata" e "corrente" inevi tavelmente se tornam imbuidas

do que essa experiencia traz a a<;:ao.Primeiro, a crianca precis a

direto com os objetos durante 0 seu brincar, e somente entao a

lada ao objeto se tornara signif ica tiva . Esse processo capacita a

rir seu vocabulario, que se expande rapidamente, na ferramenta

gem, no contexto do seu aprendizado e das suas relacoes gerais.

III<"tu<c:uuados.las tendem tambern a util izar vozes adultas, que sao

e muito melhor mostrar as criancas que a atividade de can tar

a e informal. As criancas adoram cancoes inventadas na

seas coisas que elas fazem no cotidiano. Isso e algo que 0

rencia pode fazer regularmente em seu grupo pequeno, ou ao

a uma crianca, utilizando uma formula ("David ta comazul"; "Lavamos as maos - dessa maneira") ou de maneira com-

Musica e rima

do grupo, ela pode ainda auxiliar as criancas a escutarem

baixos e calmos, baseando-se na experiencia do som que elas

inter rnedio do brincar heuristico e com alguns itens do Cesto

Se 0 educador-referencia puder tocar violao ou urn f lautim, as

diver tir-se com pequenas cancoes e , sob supervisao cuidadosa ,

ou assoprarao 0 flautim elas mesmas, para ver como 0 soms criancas reagem a rmisica desde muito pequenas, tanto que

professor japones de vio lino Shinichi Suzuki defendia que se

Vivaldi para e las quando ainda estivessem no utero. Os bebes em seu

ano de vida respondem a musica por meio de risos e gritos, e b

musicalmente - 0que e bastante diferente do balbucio com fala. Moo

ao pesquisar as preferencias musicais das criancas, relatou que, qsao muito pequenas, gostam mais de rrnisicas instrumentais simples,

que, quando estao em seu segundo ano de vida, a rnaioria prefere

com palavras.

Nessa idade, 0 que as criancas rna i s gostarn e ouvir nursery

cancoes famil iares varias vezes. Frequenternente, podemos perceber

estao tentando acompanhar a rima ou a historia, e elas adoram co

uma palavra que esta faltando. Embora elas gostem da repeticao;

apresenta-Ias a novas r imas e versos de tempos em tempos. Tende-se

somente uma gam a muita restrita de nursery rhymes nas creches,

maioria aquelas tiradas de livros ilustrados produzidos em massa , Ha

centenas de outras cancoes, rimas e brincadeiras com os dedos que s

das tradicionalmente para as criancas (veja, por exemplo, 0 livro 0

rhyme book, de lana e Peter Opie). As creches podem desempenhar

na retornada de algumas dessas rimas e cancoes, e ensina-las aos

As cuidadoras nao prec is am ter "boa" voz para proporc ionar

cr iancas ao cantar para elas . Caso fitas cassetes se jam utilizadas,

sam ser selecionadas cuidadosamente, de preferencia por orientacao

selheiro musical do bairro ou de urn musico local. Muitas gravacoes

ciais projetadas para as criancas sao de baixa qualidade, com N.,rnr'Clhh

criancas que estao em seu segundo ana de vida sentar-se-ao e

tentamente a rmisica por urn tempo bern longo, e muitas vezes

ouvi- las repetidas vezes . Outras mantern sua atencao apenas por

mas podem gostar de se mexer e "dancar" ao som da musi-

nao sigam muito 0 ritmo. Se houver uma funcionaria

interesse especial por musica, e la pode cornecar uma colecao ,

fita cassete, de pequenas cancoes para 0 usa na creche. Ha uma

edade de musicas gravadas para escolher, incluindo toda a gama

ocidental, bern como a musica europeia medieval renascentista ,contemporanea.

~N. de '[ Pequenos poemas ou historias rimados, contados as criancas.

iancas adoram ouvir historias, ja desde muito antes que possam

pletamente seus significados. Aos 2 anos, elas olham os livrosbastante longos. Ate que tenham entendido a ideia de virar as

rasgar 0 papel, elas precisarao de livros indes trutiveis, feitos dee nao de pano; ou feitos especialmente para elas.

esse ano, as cr iancas efetuarao urn sa lto desenvolvimental, pas-

entificacao de urn objeto comurn, uma laranja, por exemplo, para

a figura de uma laranja e aprender por meio do adulto como 0

~"'UU~CH- V Esse es tabelec imento de conexoes entre a realidade tangi-

de uma fotografia a cores e processo cognitive complexo.

u te is , as ilus tracoes dos livros de f iguras devem ser bastante rea-nao falsificarem a cor ou 0 tamanho das coisas.

5/13/2018 Cap tulo 7 - O segundo ano de vida - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-7-o-segundo-ano-de-vida 7/11

138 Elinor Goldschmied e Sonia Jackson Educccco de 0 a 3 anos 1 3 9

Como fazer livros de figuras indestrutiveis o cuidado corporal a crianca, de maneira que aquela possa apren-

onder aos sinais e preferencias da crianca da forma que os pais

fazem. Todas as funcionarias precisam compreender as razoes paraUHL>U<U~ dessa poli tica para que ela funcione.

Pegue urn album de capa dura e envelopes de plastico (urn ca

urn representante de vendas e 0 ideal). Corte pedacos de papel duro

diferentes, do tamanho do envelope, e monte neles figuras de objet?

ficaveis, que sejam parte do cotidiano da crianca - frutas, flores,

mesticos, canecas, pratos. As figuras podem ser recortadas de ' -.<lLClliV)",

revistas, combinando adequadamente a cor predon:inante da figuconjunto de figuras. Duas folhas de papel, com ~s figuras para fora,

cada envelope plast ico, e as figuras podem ser facllment~ trocadas o_u

das em categorias para as criancas mais velha~. As cnan<;a.s

gostar desses livros ate a passagem de seu tercerro ana e, cuid

velmente deles, os albuns durarao por muitos anos.Harry; de 16 meses, foi observado virando as paginas de urn desse

e olhando atentamente para uma fotografia colorida de urn prato com

tos com cobertura de chocolate. Depois de olhar por urn momento,

xou a cabeca e lambeu a pagina. Ele disse uma palavra "~icoto".

Ha uma tendencia de colocar 0 assunto do desenvolvimento da

gem em uma caixa separada, 0 que parece sugerir que ele ~ontinuara,

pendentemente de todas as outras coisas que aco_ntecem n~vida de umaca. Tal perspectiva deixa de considerar a questao ess.enc13l de que a

gem e uma ferramenta relaciona!. Quando nos relaClonamo~ bern

pessoa, a conversa flui, ao passo que com ?utras pessoas nao_cons

achar nada para dizer. Nesse aspecto, as cnancas pequenas nao

nos. Se tent amos falar com uma pessoa que fica continuamente Vi11CilIU~J

cima de nossos ombros, obviamente nos escutando apenas em parte,

bastante mal-humorados e frustrados. Dar atencao integral a uma

que tenta de modo hesitante se expressar pode ser dificil par~ uma u. iU".U~H

envolvida com as distracoes e demandas de urn grupo, mas e essencial

objetivo de ajudar a crianca a dominar sua lingua gem.

uma epoca em que se pensava que a maneira adequada de fazer

os bebes aprendessem a controlar os esfincteres era segura-los sobre

desde suas primeiras semanas de vida. Esse ritual despendia

o e uma energia de carater ansioso, e muitas maes sentiam-se

e grat if icadas pelo fato de 0 seu bebe ja ficar "l impo" aos 6 meses.

ro . " " c > . , r r . urn sucesso temporario podia ser at ingido, mas tendia a romper-

, para desanimo de todos. Os sentimentos resultantes de angus-

" '~A"~r. de raiva, por parte dos pais em relacao ao fracasso no treina-

precoce do toalete eram vistos claramente nos encaminhamentos para

infantis . Ate ha pouco tempo, esse t ipo de prat ica era util izada ampla-

nas creches, e as criancas, tao logo conseguiam ficar de pe, eram colo-

sentadas em troninhos no banheiro e ali mantidas, as vezes por perio-longos, ate que tivessem "feito algo". Quando deixadas assim, as

as vezes aliviavam seu tedio e sua surpresa iniciando urnjogo em que

m seus troninhos pelo chao, para diversao delas e desespero das

opiniao atual e baseada em uma melhor compreensao do desen-

VVVI111cnto do sistema nervoso, do crescimento da habilidade de uma crianca

e relaxar seus musculos, assim como da maneira com que nossas

corporais sao conectadas com BOSSO estado emocional. (A mudanca

pode ainda influenciando a invencao e a producao em massa dadescartavelt )

abordarmos 0 treinamento do toalete, provavelmente ao fim do se-

ana de vida, 0 fato significativo e a relacao que uma crianca tern com a

que pede sua cooperacao. De outra forma, por que a crianca iria mu-

experiencia sat isfatoria previa, de fazer suas necessidades na fralda

desejasse? Ela responde a confianca, embora possa ficar perplexa

a adulta, venda as fezes que a crianca produziu para ela em seu

, diz "born menino", mas imediatamente da a descarga, livrando-se

s como se fossem algo a ser eliminado 0mais cedo possive!.

Quando 0 treinamento do toalete corneca em casa, e muito importante

prat ica familiar e a abordagem da creche estejam plenamente harmoni-

Se isso nao for feito, a crianca, que ja tern a responsabilidade de domi-

processo complexo, sera colocada em urn estado de confusao. 0 edu-

tern a responsabilidade de assegurar, pelo seu contato com

s, que a crianca nao seja colocada sob pressao. Isso enfatiza ainda mais

CUI DADO CORPORAL

Para uma crianca em seu segundo ana de vida, boas partes deserao tomadas pelo cuidado com suas necessidades corporais. :~....."t'

isso e considerado uma questao de ret ina, a ser comparti lhada de forma

entre as cuidadoras que estiverem disponlveis - 0 que pode levar ao

sensivel e despersonalizado de tratamento das criancas descrito por

Marshall (1982) no estudo mendon ado no Capitulo 3.

Na verdade, 0 cuidado fisico pode oferecer algumas das melhores

tunidades, durante urn dia atarefado, para a intercomunicacao e 0

espontaneo entre a crianca e adulto. E sobremaneira i~portante, em

ao desenvolvimento da linguagem, e tanto quanta possivel , que a pesso

5/13/2018 Cap tulo 7 - O segundo ano de vida - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-7-o-segundo-ano-de-vida 8/11

a Iml::>ortancladesse educador ser 0 responsavel pelo seu grupo

UUUULUV antes do almoc;o.

Educocdo de 0 0 3 enos 1 4 1

Independencia no periodo de transis;ao

Quando uma crianca esta aprendendo a pedir e a usar seu

ainda havera ocasiOes em que ela usara uma fralda, por exemplo,

estiver preparando-se para dormir . Muitas vezes a cuidadora tera de

na mesa para troca de fraldas, especialmente quando a crianca

lavada e secada antes que uma fralda limpa seja colocada. As

mando sua legitima independencia, podem testar a paciencia dos UULV

se oporem a isso.

Uma rnaneira positiva de lidar com esse fato cotidiano, como

anteriormente, e oferecer um par de degraus pequenos e firmes, e

crianca, ajudando-a, a subir por si mesma ate a altura da mesa

fraldas. Assim, evi ta-se tanto 0 conflito quanta 0 esforco da coluna.

mos a cr ianca que respeitamos sua responsabilidade por seu propr io

que nao tencionamos forca-la a se submeter a nossa forca fisica

Ha ocasioes em que a crianca se recusa a sen tar em seuadulto pode tomar isso como urn ate hostil. No entanto, quando esta

tao 0 fato de que a crianca tem seu proprio controle corporal, nao ha

o adulto "ganhar" a disputa, e assim e mais sabio aceitar tal conduta

mente. Uma crianca que se recusa persistentemente a usar 0 troninho

estar respondendo ao treinamento do toalete muito severo que rece

casa e, se 0 problema persis te, a s ituacao exige que a discutamos com os

Refletindo sobre 0 assunto, vemos conexoes com as atitudes que q

mos que as cr iancas desenvolvam em relacao a seus proprios corpos,

possam, anos mais tarde e caso necessario, defender-se de riscos de

sexual por parte de adultos conhecidos.

consigo e brincadeiras com agua

em uma atmosfera de "linha de montagem". Sabemos como

e nos sentimos humilhadas pelo gr ito de "proximo!", quando

esperando nossa vez em urn arnbula tor io de hospital. Lembrar nossas

exper iencias de lida despersonalizada em questoes relativas ao cui-

pode nos oferecer maior sensibilidade na maneira como con-

a hora de Iavar-se das criancas pequenas, Nossa imagem corporal e

-r- >,~~~. e totalmente pessoal para cada urn de nos, e nossa atitude em

a nos mesmas esta profundamente ligada as nossas experiencias pre-

nas maos dos adultos.

A hora de se lavar e se crrumorEM R E lA < ;A o A UMPEZA

Lavar 0 rosto, secar as maos e as primeiras tentativas de escovar os d

tes fazem parte dos cuidados corporais basicos que colaboram para

pessoa se sinta bern com ela mesma. Como adultos, nem precisamos nos

brar de quao diferente nos sentimos quando temos a possibilidade de tom

urn banho depois de um dia cansativo. 0 indiscutivel prazer que se revela

rosto da crianca quando toma um banho sem pressa, e sua cuidadora

ou escova delicadamente seu cabelo, ajuda-a a lavar-se, e diz a ela 0

esta bonita, enfatiza 0 valor desse cuidado minucioso.

Urn educador-referencia pode oferecer isso ao seu grupo pequeno de

maneira que seria impossivel caso tivesse um mimero maior de criancas

Assim como a opiniao predominante ace rca do treinamento do toalete

tarnbem sofreram transformacoes as ide ias sobre a idade em que

oferecer as cr iancas materiais que podem causar "bagunca" . Ecompreender 0 pensamento que esta por tras dessa mudanca de

irancas, No processo de treinamento do toalete, pedimos a crianca que re-

.,UU-!l- ao prazer que tern em manipular seus proprios produtos corporais,

ofere cernos alternativas. A energia canalizada para urn interesse ime-

e primitive e transferida para a tividades cr iativas, com materiais como

agua, farinha, areia e pintura com os dedos.

5/13/2018 Cap tulo 7 - O segundo ano de vida - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-7-o-segundo-ano-de-vida 9/11

1 4 2 Elinor Goldschmied e Sonia Jackson Educocco de 0 a 3 anos 1 4 3

Uma crianca que pas sou por um treinamento severo cI(j'~t'oalete,

vem cle um lar que enfatizava enormemente a necessiclade de manter

e roupas limpas 0 tempo inteiro, pode demonstrar duvidas ou

relacao a brincar com materiais que podem ser consicleraclos sujos ou

dor;s de bagunca. Esse sentimento deve ser integralmente respeitado,

responsabilidade cia cuidadora da crianca discutir 0 assunto com seus

obter para ela 0 apoio e a concordancia deles em relacao aela brincar com essas coisas (sob supervisao apropriada e

protetoras).

Mais tarcle em suas vidas, ha pessoas que acham muito

quando nao impossfvel, levar a cabo tarefas como limpar um peixe,

mudas na lama, limpar uma caixa que um coelho usa, ou trabalhar com

ou papel-rnache. Talvez essa aversao tenha raizes em uma negacao

severa, na infancia, de que tais coisas possam ser nao somente legitimas,

a sua propria manei ra, prazerosas e criativas.

Limpando 0 nnriz

o nar iz para compreencler 0 ato e entao colocar em pratica

envolvido. E 0 educador-referencia da crianca que precisa encon-

para ajuda-la a aprender essa habiliclacle.

segunda medici a pratica consiste em pensar a respeito da elimina-

cle papel usados. Por exernplo, quanclo estamos sentaclos em

com um grupo pequeno envolviclo em alguma atividade, ou na hora

sentaclos a mesa, em geral ha uma caixa de lencos cle papel dispo-uma prateleira proxima. Mas 0 que acontece com os lencos sujos?

e peclir a crianca, cujo nariz voce assoou, que se levante e

lenco no cesto cle lixo, ou voce mesma pocle levantar-se e faze-lo,

perturbar 0 grupo. Observamos mais vezes a cuidadora colocar 0

no bolso, ou enfia-lo no meio do rolo de papel higienico macio, que

usa do por motivo de economia.

duas afirmacoes distintas a ser feitas aqui. Primeiro, devemos notal'

um corpo cle opinioes, parcial mas nao exclusivamente associaclas aque sustenta que 0 usa do papel higienico para assoar 0

confusao na mente cla crianca pequena, que esta em um estagio de

cla cornpreensao dos diferentes processos corporais. 0 papel

cleve ser mantido nos banheiros e utilizaclo para essa necessiclacle, e

limpar 0 nariz. A outra afirmacao tem a ver com a reducao clos riscos

cruzada. 0 principio de evitar perturbacoes para 0 grupo, que

causadas pela cuidadora ou pelas criancas ao levantar e sentar nova-

para jogar fora os lencos usados, e obviamente born, mas nao quando a

coloca os lencos no bolso, oncle 0 calor corpora l favorece a multiplica -

bacilos. Sugerimos uma solucao pratica para esse problema.

duas latas razoavelmente grandes (por exemplo, aquelas grandes

de tornate). Assegure-se de que nao ha extremidacles cortantes,

e seque-as completamente. Junte-as com urn prencledor de roupa. Em

coloque os lencos lirnpos, e na outra coloque urn pequeno saco plastico.

usados sao co!ocados na segunda lata, cujo saco plastico, quando

pode facilmente ser removido intacto e jogado fora. Essa lata nem pre-

ser lavada, pois nao ha contato com os lencos sujos. Cada sala deve ter

suficiente - digamos cinco ou seis - desses cestos de lixo porta-

colocaclos em peitorais de janelas ou em prateleiras, clebaixo cia mesa na

das refeicoes, ou ao laclo cia cuidadora, se ela estiver sentada junto com

grupo para contar historias. 0 cesto portatil pode ser carregado com faci-

para 0 ja rclim clurante at ividades externas,

o educador-referencia, junto com 0 grupo pequeno, pode iniciar um

cle aprender como assoprar pelo nariz, e explicar para as criancas a

,H"'~~'Lclos cestos, cle maneira exata. Elas nao terao dificulclacle algurna em

o que ela esta propondo. Limpar 0 nariz pode, assirn, tornar-se um

realmente educacional do autocuidado, em Ingar cle uma repeticao

Um cletalhe clo cuiclaclo corporal, raramente mencionaclo, mas que

pen a faze-lo, e a maneira com que lidamos com a tarefa infindavel de

o nariz das criancas em um perioclo em que elas ainda nao conseguem

mesmas. Especialmente em areas em que as pessoas vivem em casas ou

tamentos urnidos e com calefacao inadequada, algumas criancas

inverno com a coriza quase continua, 0 que pede causar um clesconforto

sideravel no ato cle respirar, e ainda afetar sua audicao. Uma das

gens cle colocar criancas pequenas em grupos e a alta incidencia de

cruzadas, provenientes cle problemas respiratorios, e clevemos nos

maximo para reduzi-las .

Provavelmente ainda nos Iernbramos, na infancia, de termos nossos

zes limpados cle maneira aspera pelos adultos, que muitas vezes nao

para perceber que a pele clelicacla em volta das narinas estava irritada.

creche, onde 0 problema e multiplicado por causa do numero cle

delicadeza e 0 respeito exigidos por esse aspecto do cuidado pod em ser

genciaclos com muita facilidade. De todas as formas de cuidado corporal

oferecemos a crianca pequena, essa e provavelmente a mais dificiJ de

com sensibilidade, e que algumas cuidadoras seguramente nao apreciam.

Um passo a ser daclo na direcao do autocuidado consiste na crianca

cler a assoar seu proprio nariz. Isso representa uma habilidade bastante

plexa para dominar, pois requer que a crianca pequena apreenda a ideia

assoprar pelo nariz, que e 0 oposto de fungar, e entao capte a conexao

lenco ou papel e 0 controle dos pequenos musculos de seu nariz, cle forma

possa responcler ao nosso pedido para que "assoe". Ela precisa observar

5/13/2018 Cap tulo 7 - O segundo ano de vida - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-7-o-segundo-ano-de-vida 10/11

Durante 0 segundo ana de vida da crianca, 0 seu crescimento acontece

c. ~~~,.--' com ~arias dir:t ri~es de dese?volvimento. Ela se move em direcao

de independencia na capacidade de se mover, na habilidade de

1 4 4 Eli nor Goldschmied e Soni a Jackson

B RIN QU ED OS P AR A C RIA NC :;A S Q UE E ST AO N O S EG UN D~ AN O "''-VIl'

o segundo ana compreende urn perfodo de desenvolvimento

do. No corneco do ano, a crianc;:a que ja se movimenta diver tir -se-a.c,

explorac;:ao de texturas e formatos, pela boca e pelas maos, e com os

dos simples descritos no Capitulo 5. Ao chegarem aos dois anos,

criancas ja se concentrarao na maioria dos tipos de brincadeiras desCapitulo 2, e estarao comec; :ando a usar materiais mais est ruturados.

algumas sugestoes de brinquedos para criancas que estao em seu

ana de vida, projetados para ajuda-las a praticar as habilidades ,. ~>_" " "

manipulacao.

1 . E sc or re ga do r

Uma estrutura simples, solida, de madeira, com tres peque

graus que conduzem a uma pequena plataforma com urn

regador do outro lado. Trilhos baixos apoiam ambos os

2. Caixa para brincoiieiros

Uma caixa quadrada solida de 608mm, com um furo

dondo em um dos lados, para que as criancas possam

para fora e para dentro da caixa. Uma cortina pode sercobrir 0 furo, permitindo que brincadeiras de "esconde-escof

sejam feitas.

3. Caixas d e e tn p il ha r

Uma caixa resistente de madeira com duas caixas menores d

As medidas da caixa maior devem ser de 280 x 430 x 280 mm

muito altas, para que a crianca possa subir nela sozinha. A

menor pode ser cheia com blocos de construcao de madeira.

provavelmente 0 brinquedo mais versatil de todos, e

sera utilizado ate quase 0 fim do terceiro ana de vida da

Vale a pena ter duas ou tres dessas caixas, caso possivel.

Os diferentes usos dessas caixas permitem as criancas : en

las, sentar, sair delas , empurra-las, usar como apoio para osros passos (0 que requer que as caixas sejam pesadas 0

para nao tombarem quando a crianca se apoiar nelas).

xar uma corda na caixa maior; para que a adulta possa puxa

passear com a crianca sentada nela.

Colocadas enfileiradas, as caixas se transformam em um tre

e viradas de lado podem funcionar como "lugares para "U~~U'-'

esconde". Colocadas de cabeca para baixo, as cr iancas podem

tar nelas, subir nelas ou (com a ajuda do adulto) pular delas. C

cadas em fila, com espacos entre elas, pode servir como um

nho para praticar 0 equilfbrio e para pequenos experimentos

capacidade de correr riscos.

Educa~ao de 0 a 3 anos 1 45

As caixas devem ter pequenos pedacos de feltro em seus cantos de

forma que. p.ossam ser puxadas, mas sem rodinhas, pois a cria;1<;a

p~de ter dlflculdades em controlar seu movimento em um grupo.T lJ o lo s o ca s

o melhor e construi-los com madeira compensada, de dois tama-

nhos, ~77 x 102 ~ 76 mm, e 228 x 177 x 76 mm, e podem ser

envernizados ou pmtados com tinta nao-toxica. Como sao relat iva-mente ~eves, a crianca pode construir uma torre com eles, que naocausara danos caso desabe.Andador

Ele deve ser do tipo "carrinho", descr ito no Capitulo 5: uma caixa

resistente e baixa, de madeira, com urn puxador de metal na altura

dos ombros para que seja empurrado facilmente: Deve ser resisten-

te 0 suficiente para que nao vire quando a crianca se apoiar nele, e

as rodas ?evem ser.do tipo que so se move lentamente, para evitar

qu: as cnancas colidam. Quando ha no grupo muitas criancas que

e~tao apenas comecando a dar os primeiros passes, e necessariodispor de mais do que um andador desse tipo.

Caixa de correio grande e simples

AS,c~ixas de correio compradas no cornercio, muitas vezes feitas deplastico l~ve e em cores espalhafatosas, sao muito complexas para

que as cnancas ~equenas. as usem satisfatoriamente. Vale a pena

ter urna bern-projetada, feita de madeira polida. As medidas devem

s~r de 177 x 177 x 280 mm, com apenas tres aberturas na parte de

e rma : um furo redondo, um quadrado e uma fenda. Pode ainda

haver um furo redondo, de 4 mm de diametro, na parte mais baixa

de _:-lmado da caixa: Para postar, precisamos de cubos, cilindros e

retangulos de madeira, que devem ser mantidos em sua propria

lata ou cest_o,de maneira que as criancas sempre possam encontrar

u~a quantidade pranta quando quiserem utilizar a caixa de cor-

reio. ~omo observamos na parte sobre a condncfio de uma sessao

de bnncar heuristico, mesmo as criancas menores rapidamente

aprendern e o~tem prazer com esse tipo de ordem. E claro que elas

expenmentarao tent~r postar outros formatos, e deve-se permitir

que descubram por SI mesmas 0 que passa e 0 que nao passa pelasfendas.

5/13/2018 Cap tulo 7 - O segundo ano de vida - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-7-o-segundo-ano-de-vida 11/11

Elinor Goldschmied e Sonia Jackson

manipular objetos, alimentar-se e cuidar de seu corpo, e adquire

de se comunicar com palavras. 0 educador-referencia tern urn

mental: 0 de fazer com que esse processo ocorra suavemente ,

frequente a familia da cr ianca. A administracao cuidadosa do

reduzir os conflitos e permitir que as crecheiras oferecarn urn

promisso e negociacao que demonstra respeito pela individualidade

Esse periodo ilus tra a transicao entre 0 cuidado corporal

outras pessoas, que e uma parte muito importante da

do bebe, para 0 autocuidado, que corneca a se tornar possivel no

ano. E uma epoca de crescimento rapido em direcao a Ul\-'-LJ\_

todos os aspectos da vida; no entanto, a habilidade fisica da

distanciar de seus cuidadores adultos faz com que ela tenha de

sentimento dual de que precisa deles. A crianca vivencia uma

suas relacoes, a medida que mais e mais elementos de sua vida ,-,UvJCH"

controlados por ela. 0 sentido crescente de self (si mesmo)

expressao quando as palavras "eu" e "minha" emergem no uso

com isso ocorre uma necessidade intensa de explorar e

qualquer objeto que est iver a mao.