cap&tal - fevereiro de 2015

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CAp&Tal Fevereiro de 2015 | [email protected] Liberdade editorial | Contribuição opcional O primeiro CAp&Tal do ano civil e último do ano letivo vem para desejar a todos um ótimo 2015 e se despedir de vocês, que só retor- narão ao CAp dia 16 de março. Neste início de ano, o colégio começou as aulas com 60 compo- nentes a menos, já que os alunos do terceiro ano 2014 saíram e os novos alunos do sexto ainda não entraram. Por outro lado, aqueles que deixaram um vazio no CAp também encheram todos de alegria e orgulho, devido às diversas aprovações no vestibular, incluindo uma em medicina na USP, um primeiro lugar de medicina e de publicidade na UFPE, o primeiro lugar de direito, o segundo lugar de engenharia e o primeiro lugar de física também na UFPE, sendo este último aluno também cotado como o terceiro lugar geral da universidade. Além do mais, também contamos com um ex-alu- no, que, além de ter sido o primeiro lugar de medicina, ocupou a vaga de primeiro lugar geral da UFPE. Assim, saímos de férias em clima de comemoração já nesta quarta-feira, dia 04. Clima este que deverá permanecer ao longo deste mês, já que o mesmo contará com o carnaval, do dia 14 ao dia 18, e com a festa à fantasia do CAp, a Once Upon a Party, que aconte- cerá dia 20; Não perca! Os ingres- sos só serão vendidos até o último dia de aula. No mais, é isso, boa leitura! O primeiro e último - Umas notas poliglotas: “In the middle of summer, pág. 4 - Nem te conto um conto: “A arte da conquista”, pág. 2 - Palpite patenteado: O Cortiço, pág. 6 Três poemas exclusivos pág . 3 Entrevista com Peron p ág. 7

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Page 1: CAp&Tal - Fevereiro de 2015

CAp&TalFevereiro de 2015 | [email protected] editorial | Contribuição opcional

O primeiro CAp&Tal do ano civil e último do ano letivo vem para desejar a todos um ótimo 2015 e se despedir de vocês, que só retor-narão ao CAp dia 16 de março.

Neste início de ano, o colégio começou as aulas com 60 compo-nentes a menos, já que os alunos do terceiro ano 2014 saíram e os novos alunos do sexto ainda não entraram. Por outro lado, aqueles que deixaram um vazio no CAp também encheram todos de alegria e orgulho, devido às diversas aprovações no vestibular, incluindo uma em medicina na USP, um primeiro lugar de medicina e de publicidade na UFPE, o primeiro lugar de direito, o segundo lugar de engenharia e o primeiro lugar de

física também na UFPE, sendo este último aluno também cotado como o terceiro lugar geral da universidade. Além do mais, também contamos com um ex-alu-no, que, além de ter sido o primeiro lugar de medicina, ocupou a vaga de primeiro lugar geral da UFPE.

Assim, saímos de férias em clima de comemoração já nesta quarta-feira, dia 04. Clima este que deverá permanecer ao longo deste mês, já que o mesmo contará com o carnaval, do dia 14 ao dia 18, e com a festa à fantasia do CAp, a Once Upon a Party, que aconte-cerá dia 20; Não perca! Os ingres-sos só serão vendidos até o último dia de aula.

No mais, é isso, boa leitura!

O primeiro e último

- Umas notas poliglotas: “In the middle of summer, pág. 4

- Nem te conto um conto: “A arte da conquista”, pág. 2

- Palpite patenteado: O Cortiço, pág. 6

Três poemas exclusivos

pág. 3

Entrevista com Peron

pág. 7

Page 2: CAp&Tal - Fevereiro de 2015

A arte da conquista

Desde o surgimento da humanidade, enquanto atirava flechas em traseiros alheios, tive tempo de constatar que o ser humano é um animal verdadeiramente peculiar. Não por ser consider-ado racional em comparação aos outros animais – e blá, blá, blá –, mas pelas suas semelhanças com outros seres vivos, esses que só são percebidos quando acidentamente os humanos ligam a TV e assistem ao Globo Repórter. E quando falo em semelhanças, caros amigos, me refiro às estraté-gias de sedução de um par em potencial – ou de vários, para os mais desinibidos.

Às vezes gosto de comparar os pavões aos playboys que chegam à balada com um carrão, vestidos da cabeça aos pés com roupas de grife e torram milhares no camarote. “Nada como exibir minhas penas coloridas para atrair as fêmeas”, pensam os pavões e muito provavelmente, os playboys. Com certeza, amigão. E é claro que existem também mulheres e homens do tipo peixe-beta, que dançam incansavelmente para a próxima vítima o parceiro desejado na balada, aproveitando para ostentar seus atributos físicos. Mesmo assim, venho percebendo há séculos que o ser humano tem deixado de imitar os animais a sua volta e começou a inovar na arte da conquista – com a minha ajuda, é claro. É nesse momento em homens e mulheres demonstram ter algo em comum.

Por exemplo, não é preciso ter gênero definido para apontar os pés para a porta mais próxima a fim de demonstrar que se quer fugir de uma conversa desagradável ou cruzar os braços em sinal de defesa – isso se a criatura não estiver

num lugar frio sem ninguém para abraçá-la. Se as pessoas gastassem seu tempo para

entenderem a linguagem corporal de quem conver-sam, muito chororô seria evitado e o número de flertes bem-sucedidos aumentaria.

Qual foi o cidadão que, no momento da paquera, não estufou o peito, exibiu os músculos, lançou aquele olhar 43 – semicerrado, meio assim de lado – para aparentar que é forte e poderoso? Só falta agora começar a falar das próprias conquistas e tocar “como quem não quer nada” no alvo de seu desejo. E quem pensa que as mulheres saem despercebidas está enganado! Que donzela nunca endireitou a coluna ao falar com aquele alguém, arrumou o cabelo diversas vezes, passeou com a mão pelo próprio pescoço, cruzou as pernas e deixou o olhar bem aberto e atento? Sem contar que todas afinam levemente a voz e dão inúmeros sorrisos se estiverem gostan-do do bate-papo. Hum, hum... esses humanos, hein? Pensam que são espertos, mas só enganam a eles mesmos!

Fico às vezes refletindo se essas atitudes são inerentes ao ser humano ou são mais uma obra cultural. Afinal, flertariam os chineses da mesma forma que paqueram os hipsters recifens-es? Deixo a pergunta aos mortais mais interessa-dos, já que não passei centenas de anos para não saber a resposta. No mais, espero que a partir de agora, atentem mais aos boyzinhos e boyzinhas nas redondezas e facilitem meu trabalho – já estou meio idoso. Ou pensam que é fácil dar “aquele empurrãozinho” em sete bilhões de habitantes?

Nem te conto um conto

Brenda Andrade, 2ºA

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Quer partilhar suas produções literárias?Envie para: [email protected]

O que a bolacha sal e água era antes de se formar?Resposta na pág. 8 (2)–›

“O que Stalin fazia ao telefone?Passava um trotsky.”

Por que o Mário Bros foi ao psicólogo?Resposta na pág. 8 (1)–›

Page 3: CAp&Tal - Fevereiro de 2015

Poeta, meu poeta camarada

Repente do nada de repente

Do nada? "Sim, do nada" respondeu o moçoE do que falarei se sei tão pouco? Das coisas da vida mesmo que ainda novo? Fazer poesia mesmo que esboço? E se para cada poesia merecer um esforçoEsforço esse que vem do coraçãoDa alma, calma e paixãoNessa rima sigo calmo e sorridentePois "do nada" nunca será realmentePorque a vida nos dá presentes De vivência, fé e até de genteGente que chega fala o que senteQue faz da sua vida um repenteRepente que dura mais que outros repentesIsso é fatoMas para cada repente da vida faz-se um tratoDe prazer, trabalho, amor e batenteO que dizer dessa vida se passamos tão rapidamente? Que tal do nada falar somenteQue prefiro viver esse repente?

Visão de ti

Ora minha senhora, diga-me a tua luaJá que o sol é poente, e mar morada nuaDiga-me tua sorte, o interior da urnaEnigmática, como complexa fortunaPara que o desejo ceda ou o martelo forjeOra minha senhora, diga-me teu porteQuero tanto ver sentido nesse forte mote Na verdade, diga-me nada, não fique atadaLiberte-se dos grilhões! O sábio exclama!Já que o poeta que esse verso proclamaÉ no inicio um vassalo por oficioPois nessas terras não há soberanoE como carne que dialoga com o profanoSei que tu olha para mim mesmo assimCom o olhar penetrante, virtuoso, fim.

Com a cruz e a espada do mesmo lado.E do outro, feito de penas, apenas o mais leve fardo.Não se sabe ao certo a direção certa.Nem se se existe uma viela.Ou um caminhopredestinado.

Sabe-se que a escolha entre o profano e o sagradoNão é a mesma que entre o certo e o errado.Mas de que serve a escolha ao pobre andante?Quando o coração se solta de seu peito arfantePara que as trêmulas mãos o afoguem no mar.E que as formosas ondas quebrem e levemO que quer que doa menos pra levar.

Na ultima página a esperança então someChamando-o por outro que não o seu nomeE só lhe resta o nada no fundo da caixaOutrora presente dos céus

Pois se joga então no vazioE gasta o seu ultimo fôlego para proclamar o seguinte sussurro:"E que venha de outro o ultimo gritoPois do ultimo heroi vem em fim um suspiroE o mundo se acaba de dentro pra foraNo esperado encontro entre crepúsculo e aurora.

Marcelo Vinícius, 2ºB

Vladmir Pedrosa, 2ºB

Anônimo

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“Tudo vale a pena,se não virar amorvira poema.”

Jayne Vituriano

Page 4: CAp&Tal - Fevereiro de 2015

In the middle of summerA short tale by Victória Cardoso

Based on the song “When the Day Met the Night” by Panic! At The Disco

There once was a beautiful woman. She would only show up at night, illuminating the pitch dark sky with her bright white light. Her hair had the same colour as the fairest snow, and her eyes, as silver as the night stars. Her name was Moon. Despite her calm and quiet ways, she had always had the curiosity of knowing how was it like in the morning, but never had enough courage to trespass the night frontiers.

But then, one day, in the middle of summer, she finally decided to satisfy her desire to know. She came out hidden in the clouds and found the afternoon, where it’s neither day nor night, and the Darkness was weak. She saw the clarity and was amazed by its magnitude. The Moon found a garden, and under the green umbrella trees, started to drink a cup of tea.

And that’s when he found her. He was the man who had the duty to enlighten the mornings. His name was Sun. The golden hair matched his eyes. They had never expressed such disbelief as when he saw the beautiful woman dressed in white in the garden. He was barely hanging on, but her silver and confused eyes saved his life, in the middle of summer.

- Would it be alright if we just sat and talked for a little while, and in exchange for your time I give you this smile? – The Sun said, showing his bright white teeth in an adorable smirk.

She frowned for an instant, lost in her own thoughts. And one second later, she answered.

- That’s ok, as long as you can promise not to break my little heart and leave me all alone in the middle of summer.

He laughed, and it sounded like music, a song that could warm the coldest day.

- I promise, ma’am. I am the Sun, and who are you?

- I’m the Moon. – Her smile seemed to

enlighten even the darkest night.They were barely believing what was

happening. He was just hanging around, waiting for the Darkness to come and drown him, when he found her. Then he fell in love. She thanked herself for having the audacity of facing the Darkness and running into the morning. Because she had fallen in love as well.

- You shouldn’t be here, Moon. – The Sun was worried, looking back as if to be sure that there was no one spying on them.

- Why not, Sun? – She, always on her own on the nights, was never aware of the dangers of the Darkness. The Sun, in his place everyday being consumed by the blackness, knew the risks it brought.

- His power could destroy us both. – He said, after telling her all he knew.

- No, no it couldn’t. Never. - She replied, convinced of her words. And then the Sun and the Moon kissed each other.

And in this moment, in the middle of summer, when the day met the night, I swear, all was golden in the sky. All was golden in the sky when the day met the night. It was the time of their lives. In that golden days in the middle of summer, they loved each other as any other couple ever did.

But when the Darkness heard about that, he didn’t like it. He sent his shadows to bring the Moon back to his realms, and went personally to hunt down the Sun, with the intent of destroying him for daring to face him.

The golden in the sky broke down when the shadows reached the Moon. The Sun held her tight, fighting against them, until the Darkness got him. They were separated, and the Moon’s cry flew by the night that was starting to set after the Darkness stabbed the Sun with his black blade.

- No! – She screamed, despair filling her heart as cold water – Bring him back. My life, in exchange for his.

The Darkness laughed, but it was nothing like the Sun’s giggle. That sound gave shivers through her body, and nothing good could come from that.

- Oh, I don’t want you dead, my dear Moon.

Umas notas poliglotas

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Page 5: CAp&Tal - Fevereiro de 2015

Victória Cardoso, 2ºA

Mayra Schneider e Victória Cardoso, 1ºAVladmir Pedrosa, 2ºB

You’re going to have to do better than that. Yes, he’s going to be fine. I’ll bring him back. But he will not remember you. I’m going to wipe from his mind every single memory he has about you. Everything, it will be all gone. But he’ll live. Proba-bly he will think that he has something missing. But then again, alive. So, do we have a deal?

The Moon was crying, the silver tears streaming down her pale cheeks while her eyes were fixed on the man she loved, fallen to the ground. The woman bowed, and she could hear him gasping for air.

- Don’t do that – He begged with a husky voice, his golden eyes facing her one last time. – I’d rather die than forget you.

She smiled sadly, shaking her head.- And I’d prefer dying than living a thousand

lives knowing that you were gone because of me. – The Moon whispered in a low voice so only he could hear it – Remember me, my Sun, when the sky turns gold again. – Then she raised her head to face the Darkness – Do it.

And then the Darkness did it. The Sun came back to the mornings. The Moon came back to the night. The Darkness kept on with his power.

But nothing is lost forever. Some mornings we can still see the Moon watching the Sun. Some-times he notices the silver woman.

And just in these rare days, in the middle of summer, all is golden in the sky.

A festa à fantasia do CAp

Na semana seguinte ao carnaval e depois de uma longa espera, volta ao Clube Universitário a veterana preferida do CAp: Faringes da Paixão; para fazer da Once Upon a Party uma festa à fantasia inesquecível!A noite conta também com o som de Gelo Baiano, de Insira Um Nome Aqui, de Um Cachorro Chamado Becky, de O Resto, de A Comuna de Recife e de CAp Street Boys, todas vindas diretamente do CAp! Além da presença do Dj Nando e da realização de um concurso que elegerá as melhores fantasias da festa. Prepare-se, use a criativi-dade e capriche na sua!

Data: 20 de fevereiro de 2015Local: Clube Universitário (dentro da UFPE) Hora: 19hIngressos: R$25 com fantasia e R$30 sem fantasia

Os ingressos serão vendidos no Colégio de Aplicação pelos organizadores do evento, a partir do dia 19 e somente até o dia 04 de fevereiro*! Não perca tempo e garanta já o seu!

♪ "Agora eu sinto... Que essa noite vai ser boa demais!" ♪

* Os ingressos não serão vendidos no local do evento.

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Page 6: CAp&Tal - Fevereiro de 2015

A Origem de Uma História Imutável e Sem Fim.Resenha do livro O Cortiço, do autor brasileiro

naturalista e realista Aluísio de Azevedo, publicado em 1890

Aluízio de Azevedo ao produzir O Cortiço, fez mais do que um simples Romance Social: ele analisou a sociedade humana de sua época em seu habitat natural, observou suas ações e interesses e publicou para uma sociedade hipócri-ta e iludida de pensamentos românticos que a vida não é um mar de rosas e que o buraco é mais fundo. O Autor, influenciado pelos ideais positivis-tas e naturalistas, cria uma obra que faz jus ao indivíduo habitante do Rio de Janeiro no final do Séc. XIX: mostrando que o ser humano é na verdade mais um em meio a tantos outros que buscam sobreviver e satisfazer seus mais puros instintos animais.

A obra inicia com a história de João Romão, que tendo como um professor de vida um vendeiro de uma taverna suja no bairro de Botafogo que enriquecera e deixara para o pobre homem um legado a ser cumprido, se aventura na vida em busca de se enriquecer a todo o custo. Determina-do e focado, João Romão junto com Bertoleza (uma escrava negra que se enganara com a lábia do malandro), passam a sobreviver para viver e a viver para ganhar dinheiro. Roubando daqui e dali uns tijolos e sacos de cimento, os dois vão constru-indo pequenas casinhas para alugar. Do que se começou em pequenas conquistas culmina num grande império: um cortiço procurado e habitado por muitas pessoas que vinham como formigas em busca de um formigueiro. Com investimentos, João Romão consegue comprar uma pedreira e ali cada vez mais seu sonho de se tonar um grande homem rico e poderoso ganha esperança. Através do cortiço, inúmeras figuras de todos os lugares, raças e costumes se amontoam num só lugar em busca da sua própria sobrevivência.

O livro é narrado na terceira pessoa e é dividido em 23 capítulos. A obra, em meios a tantos importantes personagens retrata e foca sua narrativa em apenas em um: o cortiço. Para o

autor, as pessoas tinham comportamentos tão previsíveis e com interesses tão comuns que é possível agrupá-los num só conjunto e então caracterizá-lo e estuda-lo. O livro mostra diversos personagens que caracterizam a sociedade carioca naquele período. Pessoas ricas e pobres, livres e escravas, portuguesas, italianas, brasilei-ras, lavadeiras, pedreiros, comerciantes, prostitut-as, mendigos, homossexuais, heterossexuais, pessoas trabalhadoras e preguiçosas, jovens, velhos e crianças e todas elas num mesmo lugar, num vasto universo chamado cortiço. O livro tem uma visão realista da sociedade e nos mostra que o meio corrompe o indivíduo, e se este indivíduo não for forte o bastante, pode ser engolido pelas circunstâncias e por outros indivíduos mais fortes. E assim como os positivistas que caminham para o progresso, o cortiço cada vez mais vai se transfor-mando a sua medida para um melhor estado. A obra nos mostra que apesar das pessoas serem diferentes umas das outras, as mesmas, assim como os animais possuem os mesmos desejos: de se reproduzir, de se alimentar, de sobreviver. O que move a sociedade é a busca pela satisfação desses desejos e essa satisfação se dá por meio do enriquecimento: uma sociedade movida pelo capital.

Através de muitas histórias que se passam no cortiço, o leitor irá perceber que cada uma delas é um retrato fiel da vivência das pessoas daquele período histórico e que, não tão diferente de hoje, nos mostram que poucas ou quase nenhuma são as pessoas que preservam seus valores e ideais. Com a leitura do livro, o leitor irá se espantar com os atos desumanos da própria sociedade e vai também se divertir com alguns fatos muito inusita-dos. Ao ler o livro “O Cortiço” o autor vai se prender à narrativa, pensar e refletir se realmente somos ou não um reflexo do que um dia a humanidade foi; como se a história nunca tivesse fim; como se o cortiço fosse apenas o mesmo, com um nome diferente.

Palpite patenteado

Matheus Henrique, 2ºA

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Page 7: CAp&Tal - Fevereiro de 2015

Perfil do mestre

- Peron -

Rapidinhas:

Nome: Peron Pereira Santos Machado Rios

Data de Nascimento: 03/03/1979

Cidade Natal: Recife

Estado Civil: Casado

Tempo no CAp: Como efetivo, há 9 anos. Antes, trabalhou 3 como professor substituto de francês.

Um filme: O Poderoso Chefão (trilogia)

Um livro: As Flores do Mal, de Baudelaire

Um(a) autor(a): Guimarães Rosa

Um(a) cantor(a): Frank Sinatra

C&T: Começando pela pergunta essencial: onde aprendeu a jogar futebol tão bem?

R: Hahaha! Primeiramente, responderei atribuindo os advérbios exclusivamente a vocês. Gostaria muito de sentar e me ver jogando, para verificar onde termina o fato e começa o exagero (risos). De todo modo, sempre joguei muito futebol, desde a primeira infância: na rua, em jogos marcados ou na escola. Perdi a conta das vezes que deixei de almoçar por causa de uma partida mais disputada (às vezes valendo um litro de Coca-Cola, o que pra gente, aos dez anos, era praticamente uma Copa do Mundo).

C&T: Sabemos que você já estudou aqui no CAp. Era um bom aluno?

R: Era um bom aluno, sim. Não era propriamente o que se considera um cdf, mas procurava não perder de vista a responsabilidade. O gosto pela leitura e pela escrita sempre me rendeu bom aproveitamento nas disciplinas de linguagem (mas gostava muito, igualmente, de física e matemática).

C&T: Qual foi a maior confusão que já presenciou aqui no CAp, sendo como professor ou aluno?

R: Lembro-me bem de uma confusão enorme enquanto era aluno. Ocorreu nos jogos internos de 1993: uma rixa entre a minha turma (oitava série “B”) e a turma “A” gerou, durante a partida de futebol, uma briga homérica no Núcleo de Educação Física. O resultado dos socos e dos pontapés foi uma quantidade imensa de expulsões (não só do jogo).

C&T: Você acha que sempre teve vocação para ser professor ou ela cresceu com o tempo?

R: Desde cedo gostei de ensinar. Lembro que, nos finais de ano, vários amigos onde eu morava me apareciam desesperados, para que eu os livrasse da reprovação, com duas ou três aulas particulares. Na graduação, frequentemente eu dava aulas, para garantir alguns livros ou o cachorro-quente do Belloto. O tempo, naturalmente, me ajudou a potencializar esse prazer. Hoje, a docência parece ter se convertido, pra mim, numa condição essencial e vitalizante.

C&T: E seu gosto pela leitura? Ele sempre existiu ou foi algo gradual?

R: Sempre apreciei as palavras. Na terceira série, a professora realizou um concurso de leituras, segun-do o qual deveríamos ler os livros que estavam disponíveis e, depois, comentá-los. Versavam sobre os mais variados temas (de Gulliver à história dos transportes) e, no final do ano, tive o direito de escolher aquele que mais me agradou. Foi uma alegria comparável, talvez, à de um gol que fiz numa final de campeonato do ano anterior (risos).

C&T: Se tivesse de escolher um personagem de algum livro para trazer à realidade, quem seria e sobre o que conversariam?

R: Acho que traria Bentinho, do Dom Casmurro, para esse nosso mundo real. Ele provavelmente usaria de todos os recursos tecnológicos para rastrear os passos de Capitu. Eu marcaria alguns cafés com o famoso advogado, para tentar dissuadi-lo daquela obsessão sobre a fidelidade de esposa. Mas é claro que não deixaria de gravar a sua extraordinária argumentação.

C&T: Para finalizar, você sempre diz que poesia é como um bom vinho. Tem algum para nos recomen-dar?

R: Realmente me agrada muito comparar a poesia à arte culinária (nunca deixem seus textos insossos! Temperem-os!). Essa metáfora com o vinho infelizmente não é de minha autoria, mas, ao contrário, uma recorrência na história da literatura. Com certeza posso recomendar um escritor, mestre ao fazer essa analogia: Omar Khayyam, poeta persa do século XI, de excelente qualidade e que foi traduz-ido por Manuel Bandeira. Quanto a qualquer indicação de caráter enológico, vão tirando o cavalin-ho da chuva! (Risos) Confio no gosto que vocês desenvolverão daqui a alguns anos, e que os fará escolher com a mesma exigência que a poesia pede.

Mayra Schneider e Victória Cardoso, 1ºA

Page 8: CAp&Tal - Fevereiro de 2015

Respostas das charadas:1. Porque ele tava passando por uma fasedifícil.2. Bolacha ácido e base.

Este jornal pode ser reciclado.Vamos cuidar do nosso planeta!

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Joguinho do C&T

Esta edição teve a colaboração de:

Ana Beatriz Araújo, 1ºA; Brenda Andrade, 2ºA; Lara Reis, 2ºA; Marcelo Vinícius, 2ºB; Matheus Henrique, 2ºA; Mayra Schneider, Victória Cardoso, 1ºA; Vladmir Pedrosa, 2ºB.

* As opiniões impressas no CAp&Tal não necessariamente traduzem as do Grêmio.

Realização: Grêmio Livre Estudantil - CAp/UFPE.

Revisão de texto: Ana Beatriz Araújo.

Diagramação e Edição Geral: Lara Reis, 2ºA.