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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical CARACTERÍSTICAS DE ADUBOS ORGÂNICOS, EFEITOS NO SOLO E NO DESEMPENHO DA BANANEIRA DANIELLE HELENA MÜLLER C U I A B Á - MT 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical

CARACTERÍSTICAS DE ADUBOS ORGÂNICOS, EFEITOS NO SOLO E NO DESEMPENHO DA BANANEIRA

DANIELLE HELENA MÜLLER

C U I A B Á - MT

2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical

CARACTERÍSTICAS DE ADUBOS ORGÂNICOS, EFEITOS NO SOLO E NO DESEMPENHO DA BANANEIRA

DANIELLE HELENA MÜLLER

Engenheira Agrônoma

Orientador: Prof. Dr. SEBASTIÃO CARNEIRO GUIMARÃES

Co-orientadora: Profª. Dra. ELISANGELA CLARETE CAMILI

Dissertação apresentada à Faculdade de Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, para obtenção do título de Mestre em Agricultura Tropical.

C U I A B Á - MT

2012

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FICHA CATALOGRÁFICA M958c Müller, Danielle Helena. Características de adubos orgânicos, efeitos no solo e no desempenho da

bananeira / Danielle Helena Müller. – 2012.

83 f. : il. color. Orientador: Prof. Dr. Sebastião Carneiro Guimarães.

Co-orientadora: Prof.ª Dr.ª Elisangela Clarete Camili. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Mato Grosso, Faculdade de Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia, Pós-Graduação em Agricultura Tropical, 2012. Bibliografia: p. 63-76. Inclui apêndice. 1. Adubo orgânico. 2. Adubos – Mineralização – Solo. 3. Bananeira – Adubo orgânico. 4. Bananeira – Nutrição. 5. Solo – Avaliação química. I. Título.

CDU – 631.86 Ficha elaborada por: Rosângela Aparecida Vicente Söhn – CRB-1/931

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Ao meu querido esposo Adilson Alves Filho, por seu amor, compreensão e dedicação. Ao meu filho Gabriel, que, mesmo antes de nascer, esteve comigo nesse período. Aos anjos que Deus me concedeu: meus pais...

Hugo Ivo Müller Neuzalina Pachuri Müller

...pelo apoio incondicional.

Ao meu maninho Igor Bruno Müller,

OFEREÇO.

Ao autor da minha vida, Jesus,

por me sustentar durante essa caminhada e estar sempre comigo, DEDICO.

Pag.

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AGRADECIMENTOS

À Universidade Federal de Mato Grosso, ao Programa de Pós- Graduação

em Agricultura Tropical e à CAPES pela oportunidade de realização do

mestrado e pela concessão da bolsa de estudos.

Ao meu orientador Sebastião Carneiro Guimarães, pela atenção e críticas

enriquecedoras do trabalho.

À minha co-orientadora Elisangela Clarete Camili, pelo apoio, ensinamentos

e amizade construída.

Ao pesquisador Erval Rafael Damatto Júnior, pela participação com

sugestões para melhoria do trabalho.

Aos professores Oscarlina Lúcia dos Santos Weber, Daniela Tiago da Silva

Campos e Nicolau Elias Neto pela ajuda nas análises laboratoriais.

Às colaboradoras de iniciação científica Caroline, Cássia, Janaína e

Gabriela, pelo auxílio e companhia durante a realização do trabalho.

Às companheiras e colegas de profissão e de estudos Maíra de Emílio

Martins e Sulamirtes Suellen de Amorim Magalhães, pela amizade e apoio.

Por fim, agradeço a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a

realização deste trabalho. Suas contribuições foram imprescindíveis e

suavizaram o árduo trabalho desta conquista.

A todos meus sinceros agradecimentos!

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Sumário 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 8 2 REVISÃO DE LITERATURA ...........................................................................................10 2.1. A CULTURA DA BANANEIRA (MUSA SP.) .............................................................................10 2.1.1 A CULTIVAR GRAND NAINE ............................................................................................10 2.1.2 DESENVOLVIMENTO DA BANANEIRA ................................................................................11 2.2 NUTRIÇÃO DA BANANEIRA ................................................................................................14 2.3 ADUBAÇÃO ORGÂNICA .....................................................................................................16 2.3.1 FONTES, COMPOSIÇÃO E APLICAÇÃO DOS ADUBOS...........................................................16 2.3.2 DECOMPOSIÇÃO E LIBERAÇÃO DE NUTRIENTES ................................................................18 2.3.3 MELHORIA DAS CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS E MICROBIOLÓGICAS DO SOLO........................20 2.3.4 RESPOSTAS DA BANANEIRA À ADUBAÇÃO ORGÂNICA ........................................................22 3 MATERIAL E MÉTODOS................................................................................................24 3.1 LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EXPERIMENTAL .................................................24 3.2 PREPARO DAS MUDAS E PLANTIO A CAMPO ........................................................................25 3.3 PRODUÇÃO DOS COMPOSTOS ..........................................................................................27 3.4 TRATAMENTOS ...............................................................................................................29 3.5 SISTEMA DE IRRIGAÇÃO E TRATOS CULTURAIS ....................................................................30 3.6 AVALIAÇÕES...................................................................................................................32 3.6.1 AVALIAÇÃO QUÍMICA DO SOLO .......................................................................................32 3.6.2 CARBONO DA BIOMASSA MICROBIANA (CBM), RESPIRAÇÃO BASAL (RB) E QUOCIENTE METABÓLICO (QCO2) DO SOLO ...............................................................................................32 3.6.3 MINERALIZAÇÃO DOS COMPOSTOS ORGÂNICOS ...............................................................34 3.6.4 AVALIAÇÃO DAS PLANTAS ..............................................................................................35 3.6.5 DURAÇÃO DO CICLO DA CULTURA ...................................................................................35 3.6.6 ANÁLISE DOS FRUTOS...................................................................................................36 3.7 DELINEAMENTO ESTATÍSTICO ...........................................................................................36 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................................38 4.1 AVALIAÇÃO QUÍMICA DO SOLO ..........................................................................................38 4.2 CARBONO DA BIOMASSA MICROBIANA (CBM), RESPIRAÇÃO BASAL (RB) E QUOCIENTE METABÓLICO (QCO2) DO SOLO ...............................................................................................42 4.3 MINERALIZAÇÃO DO COMPOSTO ORGÂNICO.......................................................................47 4.4 AVALIAÇÃO DAS PLANTAS ................................................................................................53 4.4.1 DIÂMETRO DO PSEUDOCAULE, ALTURA DE PLANTAS E NÚMERO DE FOLHAS NO FLORESCIMENTO ..................................................................................................................53 4.4.2 DURAÇÃO DO CICLO DA CULTURA ...................................................................................56 4.5 ANÁLISES PÓS-COLHEITA DOS CACHOS E FRUTOS ...............................................................58 4.5.1 MASSA DO CACHO E DA SEGUNDA PENCA, NÚMERO DE PENCAS E FRUTOS POR CACHO, NÚMERO DE FRUTOS NA SEGUNDA PENCA E COMPRIMENTO E DIÂMETRO DOS FRUTOS ..................58 4.5.2 ANÁLISE QUÍMICA DOS FRUTOS ......................................................................................60 5 CONCLUSÕES ...............................................................................................................62 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................63 APÊNDICES ......................................................................................................................77

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CARACTERÍSTICAS DE ADUBOS ORGÂNICOS, EFEITOS NO SOLO E NO DESEMPENHO DA BANANEIRA

RESUMO – Este trabalho teve por objetivo avaliar o efeito de diferentes

fontes de adubo orgânico na produtividade e qualidade de frutos da

bananeira ‘Grand Naine’ durante o primeiro ciclo de produção, bem como

estudar a mineralização dos adubos e a influência desses sobre os atributos

químicos e microbiológicos do solo. As fontes de adubo orgânico que

constituíram os tratamentos foram: esterco bovino curtido, esterco de aves

curtido, efluente de suínos, composto de esterco bovino, composto de

esterco de aves e composto de efluente de suínos, sendo as quantidades de

cada adubo calculadas de acordo com o teor de nitrogênio recomendado

para a cultura. No solo, a eficiência dos tratamentos foi avaliada mediante

análises químicas e microbiológicas e a mineralização dos adubos ao longo

dos dias de incubação. Nas plantas, avaliou-se o diâmetro do pseudocaule,

altura de inserção da inflorescência e número de folhas por planta, por

ocasião da emissão da inflorescência; avaliou-se ainda a duração do ciclo da

cultura. Na pós-colheita, avaliou-se a massa do cacho e da segunda penca,

número de pencas e frutos por cacho, número de frutos na segunda penca e

comprimento e diâmetro dos frutos, e analisou-se quimicamente os frutos

quanto ao pH, teor de sólidos solúveis e acidez titulável. O delineamento

experimental adotado foi em blocos casualizados, com quatro repetições de

quatro plantas cada. Independentemente do tipo de adubo orgânico utilizado

é possível, nutrir e produzir frutos de banana ‘Grand Naine’ com padrão

comercial e ao mesmo tempo melhorar as características do solo, alterando

de forma diferenciada os atributos químicos e microbiológicos.

Palavras-chave: Musa sp., nutrição, mineralização, atividade microbiana.

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ORGANIC FERTILIZERS CHARACTERISTICS, EFFECTS ON SOIL AND BANANA TREES PERFORMANCE

ABSTRACT – This work aimed to evaluate the effect of different sources of

organic fertilizers over yield and fruit quality of banana ‘grand Naine’ in the

first production cycle, as well as to study fertilizers mineralization and their

influence over soil chemical and microbiological properties. Sources of

organic fertilizers were: plain cattle mature manure, plain poultry mature

manure, swine waste water, cattle manure compost, cattle mature manure

compost, poultry mature manure compost, swine mature manure compost.

Amounts of each fertilizer were calculated based on recommended Nitrogen

rates for the crop. Treatments efficiency on soil were evaluated by chemical

and microbiological analysis and mineralization through incubation period.

Effects on plants were measured through pseudostem diameter, height of

blossoming insertion and leaves per plant at blossoming as well as crop

cycle period. At post-harvest measurements were: bunch and second hand

mass, number of hands and fruits per bunch, number of fruits in the second

hand, length and diameter of these fruits. Fruit chemical analysis were: pH,

soluble solids and titratable acidity. Experimental design was random blocks

with four repetitions with four plants each. Independently of organic fertilizer

type, it is possible to nourish and produce commercial standard ‘Grand

Naine’ bananas and at the same time to improve soil characteristics,

distinctly changing its chemical and microbiological attributes.

Key-words: Musa sp., nourishment, mineralization, microbial activity.

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1 INTRODUÇÃO

A fruticultura é uma atividade agrícola que absorve grande

contingente de mão-de-obra familiar e está se expandindo no Brasil,

inclusive no estado de Mato Grosso.

Dentro da fruticultura, a banana (Musa sp.), uma das frutas mais

consumidas no mundo, é explorada em mais de 80 países tropicais como

fonte de renda (Alves, 1999; Dantas et al., 2000).

No Brasil, a bananicultura tem grande importância econômica e social,

pois serve de alimento básico para grande parte da população, como fonte

de energia, vitaminas e minerais, sendo considerada a preferida entre as

fruteiras pelo alto valor energético (Adão e Glória, 2005).

A produção anual de bananas no Brasil está estimada em

aproximadamente 7,5 milhões de toneladas e a região Nordeste é a principal

produtora, com aproximadamente 3 milhões de toneladas em mais de 240

mil hectares de área colhida, sendo os estados da Bahia, Ceará e

Pernambuco os principais produtores. O estado de Mato Grosso aparece

nesse cenário com uma produção de 55.099 toneladas e 6.268 ha de área

colhida (Agrianual, 2011).

Adequar técnicas de cultivo às novas necessidades, aumentar a

produtividade, diminuir as perdas em todo o processo produtivo e de

comercialização e, principalmente, melhorar a qualidade final do produto

com consequente estímulo ao consumo, são objetivos a serem conquistados

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pela bananicultura, pois, embora considerada como fruta de preferência

popular e como a mais importante fruta tropical, o consumo em algumas

regiões é muito baixo.

Levando-se em conta os aspectos que podem limitar a produção de

bananas, a adubação orgânica é uma ferramenta importante no seu cultivo,

podendo-se utilizar as mais variadas fontes de resíduos disponíveis na

propriedade a um baixo custo, o que torna a adubação orgânica atrativa do

ponto de vista econômico, especialmente nas pequenas propriedades.

A utilização contínua da adubação orgânica poderá promover, além

do aumento da produtividade das culturas, melhoria dos índices de

fertilidade do solo, com reflexos importantes sobre os teores e a qualidade

da matéria orgânica (Kiehl, 1985). Por isso, estudos que aperfeiçoem o

aproveitamento de diversos materiais orgânicos com vistas a melhorar o solo

e incrementar a produtividade das culturas vem se destacando.

Assim essa pesquisa teve como objetivos avaliar as alterações

químicas e biológicas do solo, em função da aplicação de diferentes adubos

orgânicos, e verificar a resposta da bananeira a essas alterações.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1. A cultura da bananeira (Musa sp.)

2.1.1 A cultivar Grand Naine

A banana ‘Grand Naine’, cultivar do grupo genômico AAA e subgrupo

Cavendish, tem grande capacidade produtiva, possui pseudocaule verde

com manchas escuras, porte médio, cacho ligeiramente cônico. Seus frutos,

usados principalmente para exportação, são delgados, longos, encurvados,

com ápices arredondados, pedicelos curtos e polpa madura de sabor muito

doce (Cordeiro, 2003).

Essa cultivar apresenta como principais características agronômicas:

médio perfilhamento; possui em média: ciclo vegetativo de 290 dias, peso do

cacho de 30 kg, número de frutos por cacho de 200, número de pencas: 10,

comprimento do fruto: 20 cm, peso do fruto: 150 g, rendimento: 25 t ha-1

ciclo-1; sob irrigação e em cultivos bem manejados, essa cultivar pode

alcançar até 45 t ha-1 ciclo-1; é resistente ao mal-do-Panamá e suscetível às

sigatokas amarela e negra, moko, nematóides e broca-do-rizoma (Borges e

Souza, 2004; Silva et al., 2004).

n

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2.1.2 Desenvolvimento da bananeira

A bananeira exige, para um bom desenvolvimento, equilíbrio entre os

fatores que influenciam no crescimento e produção das plantas (Borges e

Souza, 2004).

Esses fatores relacionam-se com características inerentes aos

genótipos, como altura da planta, diâmetro do pseudocaule, número de

folhas, massa do cacho, número de frutos por cacho, comprimento e

diâmetro dos frutos e ciclo da cultura (Flores, 2000; Silva et al., 2000), e com

condições edaficoclimáticas e agentes bióticos (Vieira et al., 2005; Amorim et

al., 2009).

A altura da planta é uma das características que reflete o potencial

vegetativo da cultura. No entanto, em um cultivo comercial, é indesejável

que a bananeira expresse valores muito elevados do referido caráter, o que

dificulta o manejo e a prática da colheita (Ledo et al., 1997).

Deve-se priorizar a seleção de plantas que possuam porte baixo,

desde que apresentem bom potencial de produção e outras características

agronômicas favoráveis (Donato et al., 2006).

A altura da planta é maior no segundo ciclo (Silva et al., 2002), e

normalmente se estabiliza a partir do terceiro ciclo (Soto Ballestero, 2008),

comportamento observado por vários autores (Lima et al., 2005; Donato et

al., 2006; Rodrigues et al., 2006; Ledo et al., 2008; Oliveira et al., 2008).

Trabalhos em diferentes regiões relatam resultados sobre a altura em

bananeira ‘Grand Naine’. Gonzaga Neto et al. (1993) no Submédio São

Francisco, citam que a ‘Grand Naine’ tem porte mais reduzido, de 1,7 m.

Silva et al. (2004) avaliando bananeiras do subgrupo Cavendish, em Cruz

das Almas-BA, observaram que os valores variaram para ‘Grand Naine’ de

1,6 a 2,2 m. Donato et al. (2006) em Guanambi-BA, relataram que plantas de

Grand Naine apresentaram altura de 2,4 m e Ramos (2008) trabalhando com

diferentes cultivares em Botucatu-SP, relata que plantas de ‘Grand Naine’

atingiram altura de 2,7 m.

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A altura da planta correlaciona-se com o diâmetro do pseudocaule,

sendo ambas as características importantes para a seleção de genótipos

promissores, por estarem relacionadas com a densidade de plantio, a

capacidade de sustentação do cacho (Silva et al., 2002), ao vigor da planta e

à suscetibilidade ao tombamento (Silva et al., 2003).

O pseudocaule da bananeira é formado pelas bainhas das folhas e

pode alcançar até 8 metros de altura em algumas cultivares (Moreira, 1999;

Soto Ballestero, 1992). Está diretamente relacionado com o número de

folhas no florescimento, refletindo o desenvolvimento e produção da

bananeira, uma vez que o aumento da massa vegetal da planta durante a

fase de desenvolvimento vegetativo leva ao aumento do diâmetro do

pseudocaule, o que possivelmente explica a relação entre diâmetro e

rendimento da cultura (Siqueira,1984).

Na bananeira, o desenvolvimento das folhas é iniciado a partir do

ponto de crescimento do rizoma e o aparecimento de uma nova folha ocorre

no período de sete a onze dias (Borges e Oliveira, 2000) e cada folha tem

vida útil de 100 a 200 dias (Ruggiero, 1984).

A quantidade de folhas varia, segundo a cultivar, de 30 a 70 por ciclo.

Próximo ao lançamento da inflorescência, a bananeira emite de três a quatro

folhas menores e após a emissão do cacho produz uma última folha

atrofiada denominada ‘pitoca’, com a função de protegê-lo (Moreira, 1987).

Leonel et al. (2004) evidenciaram correlações positivas e significativas

entre o número de folhas, altura de plantas e diâmetro do pseudocaule, com

a massa das pencas, massa dos frutos da segunda penca e número de

frutos da segunda penca para as cultivares Nanicão e Prata Anã.

O número de frutos produzidos é fundamental na determinação da

massa e tamanho do cacho, pois é parte deste e está relacionado

diretamente à produtividade (Silva et al., 2002; Lima et al., 2005).

Estudos conduzidos por Flores (2000) reforçam a importância da

associação entre esses dois caracteres para o melhoramento genético da

bananeira e, apesar da massa do cacho ser o principal caráter que expressa

a produtividade, não deve ser considerado isoladamente na escolha de uma

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cultivar, pois outros caracteres também influenciam o processo de seleção e

a preferência do mercado consumidor, como os relacionados ao fruto

(massa, comprimento, diâmetro, sabor e resistência ao despencamento).

O comprimento e o diâmetro dos frutos são características

importantes na classificação comercial da banana. Pereira et al. (2003)

avaliando cultivares e híbridos de bananeira em Lavras-MG, sob condições

de sequeiro, observaram que ‘Grand Naine’ apresentou cachos com 114

frutos e peso igual a 14,6 kg e frutos com comprimento de 15,6 cm e 3,9 cm

de diâmetro.

Outro aspecto desejável no cultivo da banana é que o peso do cacho

e o ciclo da planta estejam negativamente correlacionados, pois o genótipo

recomendado deve ser, preferencialmente, produtivo e precoce (Lima Neto

et al., 2003).

O ciclo da bananeira é pouco regular, principalmente em regiões onde

há oscilações acentuadas de temperatura e pluviosidade, sendo um caráter

de relevância no melhoramento genético da bananeira por refletir a

precocidade da planta (Santos et al., 2006).

A precocidade dita um retorno econômico mais rápido ao produtor e,

ainda, o menor tempo de permanência da planta no campo reduz a

exposição do cacho à agentes causadores de danos (Rodrigues et al.,

2006).

Segundo Silva et al. (2000) o menor período para atingir o

florescimento está relacionado com a precocidade do genótipo, sendo

considerada uma característica importante, especialmente sob o ponto de

vista econômico, pois resulta na obtenção de ciclos sucessivos de produção

em menor espaço de tempo, aumentando a produção e a produtividade.

Em estudos realizados na Bahia, verificou-se que a cultivar Grand

Naine apresentou ciclo total, do plantio à colheita dos cachos, de 266 dias

(Donato et al., 2006), enquanto nas condições de Cerrado, Silva et al. (2004)

verificaram que o ciclo total médio da ‘Grand Naine’ foi de 361 dias.

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2.2 Nutrição da bananeira

A produção de banana é influenciada por fatores internos da planta,

como os genéticos, e fatores externos, que são as condições de clima, solo

e manejo agronômico praticado na cultura, como a adubação.

Segundo Lopez e Espinosa (1995) a nutrição é um fator de produção

de extrema importância para a bananeira, devido à alta eficiência desta

planta em produzir grandes quantidades de fitomassa em curto período de

tempo.

A bananeira é uma cultura que extrai grandes quantidades de

nutrientes, por isso uma adubação bem realizada é um dos fatores que mais

influencia a produção, a qualidade dos frutos e a resistência da planta a

doenças (Carvalho et al., 1989).

A utilização de solos pouco férteis, a falta de manutenção de níveis

adequados de nutrientes durante o ciclo da planta e a elevada quantidade de

nutrientes retirados do solo durante vários ciclos produtivos da cultura

podem comprometer o equilíbrio nutricional da planta (Borges et al., 1995;

Silva et al., 1999).

Por esses aspectos, para o adequado manejo nutricional da

bananeira é necessário conhecer a quantidade de nutrientes absorvidos e o

total exportado pela colheita, visando à reposição através da adubação e da

devolução dos restos vegetais ao solo (Silva et al., 2001).

A bananeira é considerada exigente em macronutrientes,

principalmente em nitrogênio (N) e potássio (K), em quantidades que variam

de acordo com a cultivar, potencial produtivo, densidade populacional,

estado fitossanitário da planta e balanço entre os elementos no solo, além

do sistema radicular que interferirá na absorção dos nutrientes (Borges et al.,

1999).

A ordem decrescente de requerimento de macronutrientes pela

bananeira é a seguinte: K > N > Ca > Mg > S > P (Borges e Oliveira, 2000).

Portanto, o N, depois do K, é o elemento mais exigido pela bananeira, sendo

mais importante até a emissão da inflorescência, regulando a variação no

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tempo de desenvolvimento da planta, ocorrendo encurtamento na duração

do ciclo proporcionalmente ao seu fornecimento (Teixeira et al., 2002).

A exportação de nutrientes pelas colheitas é dependente do genótipo,

da composição dos cachos e da capacidade de produção de frutos. Segundo

Faria (1997) em média são exportados pelos cachos na colheita, por

hectare: 47 kg de N, 4,6 kg de P, 126 kg de K, 4 kg de Ca, 6 kg de Mg, 5 kg

S, 87 g de B, 38 g de Cu, 99 g de Zn.

De acordo com Faria (1997), a remoção de nutrientes pela bananeira

Prata Anã, nas condições do Recôncavo Baiano, para N, P, K, Ca, Mg e S

foram: 2,3; 0,24; 5,5; 0,28; 0,35 e 0,12 kg t-1 de cachos colhidos,

respectivamente.

Borges et al. (2002) avaliando a absorção e exportação de nutrientes

pela bananeira Prata Anã, relataram os seguintes valores: 136,5 e 44,4 kg

ha-1 de N e 418,5 e 107,1 kg ha-1 de K2O, respectivamente.

Em cultivos de alto rendimento (70 t ha-1 ano-1) na América Central,

López e Espinosa (1995) estimaram que a quantidade de nutrientes

exportada pelos frutos seria superior a 400 kg ha-1 ano-1 de K, 125 de N e 15

de P. Esses autores destacam que a manutenção de rendimentos elevados

ao longo do tempo depende da reposição dos nutrientes por meio de

adubações.

O N influencia na quantidade de frutos e pencas produzidos por cacho

e, no desenvolvimento radicular, quando associado ao potássio (Gomes,

1988).

Brasil et al. (2000) avaliaram o efeito da adubação nitrogenada em

três níveis de N por planta por ano e, utilizando como fonte a uréia,

observaram que houve aumento na massa dos cachos e das pencas por

cacho e na massa média das pencas.

As doses de N aplicadas nas principais regiões produtoras de banana

variam de 100 a 750 kg ha-1 ano-1. Borges et al. (2002) relatam para a

cultivar Grand Naine, aplicação de 300 kg ha-1 ano-1 de N.

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Como nutriente mais exigido pela cultura, o K é considerado o

elemento-chave da nutrição das bananeiras, interferindo diretamente na

fotossíntese, no equilíbrio hídrico da planta e frutos, entre outras funções.

O K encontra-se em alta quantidade na planta. Além de ser um

nutriente importante na produção de frutos, aumenta a resistência destes ao

transporte e melhora a sua qualidade (Silva et al., 1999).

Suprimento insuficiente de K afeta a qualidade e quantidade de frutos,

bem como a resistência das plantas a estresses bióticos (pragas e doenças)

e abióticos (frio e seca).

Além da exigência em N e K, a produtividade da bananeira se

correlaciona com os teores de cálcio (Ca) e magnésio (Mg) do solo.

O Ca é o nutriente mais importante para o crescimento de raízes,

favorecendo o aumento da absorção de água e nutrientes pelas plantas

(Furtini Neto et al., 2001). É importante por regular a maturação dos frutos e

sua falta pode ser uma das causas do empedramento da banana ‘Maçã’

(Borges, 2003).

O Mg é de fundamental importância na nutrição de bananeiras, sendo

responsável, em sua ausência, por cachos raquíticos e deformados,

maturação irregular, polpa mole, viscosa e de sabor desagradável, e pelo

apodrecimento rápido dos frutos (Borges, 2003).

Assim, para o bom desenvolvimento da bananeira é importante

observar os teores absolutos dos nutrientes no solo para o manejo

adequado da adubação da cultura.

2.3 Adubação orgânica

2.3.1 Fontes, composição e aplicação dos adubos

Os adubos orgânicos são materiais de origem animal ou vegetal,

alguns considerados resíduos ou rejeitos. São recomendados por sua

capacidade de aumentar a fertilidade e promover a elevação da atividade

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17

biológica do solo. Dentre os muitos produtos que podem ser utilizados como

adubo orgânico, destacam-se os estercos, camas de aviário, palhas, restos

vegetais e compostos (Kiehl, 1985).

Resíduos da agroindústria também podem ser usados como adubo

orgânico e nessa categoria estão incluídas as tortas oleaginosas (amendoim,

algodão, mamona, cacau), borra de café, bagaços de frutas e outros

subprodutos da indústria de alimentos, resíduos das usinas de açúcar e

álcool (torta de filtro, vinhaça e bagaço de cana) e resíduos de

beneficiamento de produtos agrícolas (Kiehl, 1985).

Os estercos são a fonte de matéria orgânica mais comum entre os

adubos orgânicos, utilizados na forma líquida ou sólida, fresco ou pré-

digerido, como composto ou vermicomposto (Weinärtner et al., 2006).

A composição dos estercos varia com a espécie e a idade do animal,

tipo de cama utilizada, cuidados em sua manipulação antes da aplicação,

alimento consumido, entre outros fatores (Weinärtner et al., 2006).

Os teores de nutrientes encontrados no esterco de bovinos são em

média, em g kg-1: 19,3 de N; 5,6 de P; 19,9 de K; 10,9 de Ca e 4,4 de Mg; no

esterco de aves: 35,6 de N; 13,3 de P; 19,9 de K; 23,1 de Ca e 5,0 de Mg e

no esterco de suínos: 23,2 de N; 20,6 de P; 16,2 de K; 32,5 de Ca e 7,7 de

Mg (Kiehl, 1985).

Borges et al. (2002) trabalhando com bananeira tipo Terra, na Bahia,

compararam doses de nitrogênio aplicadas via adubo químico (uréia) com a

adubação orgânica via esterco (40 litros por planta ao ano) constituído em

média por 12; 1,2; 7,3; 13,4; 6,5 e 2,9 g kg-1 de N, P, K, Ca,Mg e S,

respectivamente, correspondendo a 267 kg de N/ha/ano e constataram que

a produtividade foi 10 t ha-1 superior com a adubação orgânica (40 t ha-1) em

relação ao tratamento sem nitrogênio (30 t ha-1).

Os resíduos animais são aplicados no solo com diferentes finalidades,

principalmente para o aproveitamento como fertilizantes, visando ao

rendimento de culturas agrícolas (Streck et al., 2008) e essa possibilidade

pode ser considerada uma alternativa viável para substituição total ou parcial

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de adubos químicos, principalmente os nitrogenados sintéticos (Oliveira et

al.,1993; Moreira et al., 2000).

A quantidade de esterco e outros resíduos orgânicos a ser adicionada

em determinada área depende, entre outros fatores, da composição e do

teor de matéria orgânica dos referidos resíduos, classe textural e nível de

fertilidade do solo, exigência nutricional da cultura explorada e condições

climáticas regionais (Durigon et al., 2002).

Em geral, as taxas de aplicação estão entre 10 e 100 t ha-1, porém,

níveis mais elevados são comuns (Aquino, 2005).

Os adubos orgânicos podem ser aplicados no solo de maneira

uniforme e/ou localizada, dependendo do tipo de equipamento envolvido e

do sistema de plantio adotado (Epagri, 1995).

No caso de culturas perenes instaladas, como café e frutíferas, o

adubo orgânico pode ser incorporado ao solo ou disposto sobre este em

superfície formando uma coroa ao redor das plantas, com antecedência

mínima de 15 a 20 dias ao plantio, procurando manter umidade suficiente no

período (Kiehl, 1985).

2.3.2 Decomposição e liberação de nutrientes

A decomposição de materiais orgânicos é complexa, podendo ser

resumidamente definida como a modificação do estado inicial de um material

orgânico, através da influência de fatores interativos, ocorrendo redução da

massa orgânica e modificação na composição química desses materiais

(Heal et al., 1997).

O processo de decomposição da matéria orgânica está ligado

essencialmente à população microbiana do solo (Sylvia et al., 1998) e é

controlado por características inerentes aos materiais, principalmente a

relação C/N e o teor de lignina (Bortoluzzi e Eltz, 2000). Tais características,

em conjunto com a ação do clima, principalmente temperatura e precipitação

(Torres et al., 2007), influenciam de maneira a acelerar ou reduzir o

processo de decomposição.

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Esse et al. (2001) trabalhando em solos arenosos na Nigéria,

observaram que mais de 50% da matéria orgânica proveniente de estercos

de bovinos, caprinos e ovinos, desapareceram em um período de

aproximadamente 20 semanas e que a mineralização variou com os

compostos do esterco, tais como lignina e polifenóis.

A decomposição do material orgânico é diferenciada segundo as

características físicas, químicas e biológicas dos seus diversos

componentes. Os açúcares, amidos e proteínas simples, são decompostos

primeiro; a seguir ocorre a decomposição da proteína bruta e da

hemicelulose. Outros componentes, como a celulose, a lignina e as

gorduras, são mais resistentes (Tibau, 1983), podendo com o tempo dar

origem às substâncias orgânicas de estrutura química mais complexa,

genericamente denominadas húmus (Miyasaka et al., 1983 e Igue, 1984).

Outro fator preponderante na decomposição de materiais orgânicos é

o tempo (Kiehl, 1985). Souto et al. (2005) analisando o efeito do tempo sobre

a decomposição de diferentes estercos, verificaram que essa foi lenta nos

trinta dias iniciais, permanecendo ainda nas sacolas de náilon cerca de 95%

da massa inicial dos estercos, e que até 90 dias da disposição dos estercos

no solo, houve maior taxa de decomposição do esterco bovino, tendo 28%

do esterco sido decomposto.

As culturas que recebem aplicação de adubos orgânicos geralmente

apresentam-se mais equilibradas nutricionalmente e com melhor

desenvolvimento do que aquelas adubadas unicamente com fertilizantes

minerais (Oliveira e Dantas, 1995; Pires e Junqueira, 2001).

Embora certa fração da matéria orgânica dos estercos seja

decomposta e liberada no período de um a dois anos, outra fração é

transformada em húmus, que é mais estável. Sob essa forma, os elementos

são liberados lentamente. Assim, os componentes do esterco, convertidos

em húmus, exercerão influência nos solos de maneira persistente e

duradoura (Brady, 1989).

O nitrogênio pode ser temporariamente imobilizado. Os

microrganismos que decompõem a matéria orgânica necessitam de

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nitrogênio para formarem proteínas em seus corpos. Se a matéria orgânica

que está sendo decomposta possuir alta relação C/N, esses organismos

usarão o nitrogênio disponível, proveniente do solo e dos fertilizantes (Kiehl,

1985).

A maioria do nitrogênio que se torna disponível para as raízes das

plantas provém da mineralização da matéria orgânica, estando 95% desse

nutriente contido em formas orgânicas (Humphreys, 1994).

No caso do potássio aplicado na forma orgânica, esse tem

comportamento de um mineral desde a aplicação, uma vez que ele não faz

parte de nenhum composto orgânico estável. Portanto, esse nutriente não

precisa sofrer a ação dos microrganismos, sendo considerado prontamente

disponível para fins de recomendação de adubação (Ferreira et al., 2000).

A eficiência na rapidez com que os nutrientes passam do meio

abiótico para o biótico e deste, através do processo de decomposição da

matéria orgânica, de volta para o primeiro é imprescindível à manutenção do

sistema produtivo (Santos e Grisi, 1981).

2.3.3 Melhoria das características químicas e microbiológicas do solo

A adubação orgânica é uma prática agrícola muito utilizada para a

melhoria das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, atuando no

fornecimento de nutrientes, principalmente N, P e K; na retenção de cátions

(Severino et al., 2006); na complexação de elementos tóxicos, como

alumínio trocável (Lima et al., 2007); na regulação do pH do solo, mantendo-

o numa faixa favorável ao desenvolvimento das culturas; na estruturação,

infiltração e retenção de água, aeração e redução da compactação do solo

(Costa et al., 2006).

Santos et al. (2001) estudando o efeito residual da adubação orgânica

sobre o crescimento e produção de alface, verificaram que o solo adubado

com composto orgânico repôs, parcialmente, os nutrientes exportados ao

final do primeiro cultivo, constatado pelo alto teor de P disponível.

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Freitas at al. (2008) testando esterco bovino, cama de aviário,

composto e adubo químico, constataram incrementos nos teores de P, K,

Ca, Mg e matéria orgânica, na CTC e na saturação por bases, com o uso

dos adubos orgânicos. Esse aumento de MO tem um importante papel na

produtividade, pois atua como reserva de nutrientes (Zech et al., 1997).

De acordo com Altieri (2002) a matéria orgânica é a maior fonte de

CTC, que ajuda a estocar os nutrientes disponíveis e protegê-los da

lixiviação.

Quanto à importância da matéria orgânica no pH do solo, segundo

Raij (1991) a alteração deste pela aplicação de resíduos orgânicos, está

relacionada com aspectos como o alto poder tampão do material orgânico; a

possível neutralização de Al; o efeito da saturação de bases, estimulando a

manutenção ou a formação de certas bases permutáveis, como Ca, Mg, K e

Na, contribuindo para a redução da acidez e uma relação positiva com a

capacidade de troca catiônica.

Whalen et al. (2000) constataram aumento do pH do solo com a

aplicação de esterco, devido ao tamponamento por carbonatos e

bicarbonatos e também a outros compostos que atuam regulando a acidez

do solo.

A adubação orgânica representa uma importante estratégia de

manejo, devido ao incremento nos estoques de carbono orgânico e

nitrogênio total (Leite et al., 2003) influenciando positivamente as

propriedades biológicas do solo (Pires et al., 2008) ao favorecer inúmeros

processos microbiológicos relacionados com a mineralização e a liberação

de nutrientes para as plantas (Bento,1997).

A biomassa microbiana possui papel fundamental na produtividade e

na manutenção do solo, pois atua como um catalisador das importantes

transformações químicas e constitui um reservatório de nutrientes

disponíveis às plantas, por pertencer ao componente lábil da matéria

orgânica do solo e possuir atividade influenciada pelas condições bióticas e

abióticas (Monteiro e Gama-Rodrigues, 2004).

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Peacock et al. (2001) observaram a comunidade microbiana do solo

em decorrência do uso de adubo orgânico (fezes, urina e cama de vacas

leiteiras estabuladas) e a aplicação desse adubo, por cinco anos, resultou

em um aumento significativo nos teores de carbono orgânico e nitrogênio e

na biomassa microbiana do solo.

Portanto, indicadores microbianos são úteis para avaliar alterações na

propriedade biológica do solo, devendo-se, contudo, utilizá-los em conjunto

com os atributos químicos para ampliar a interpretação dos resultados

obtidos (Bauhus et al., 1998).

2.3.4 Respostas da bananeira à adubação orgânica

As bananeiras respondem de forma favorável à adubação orgânica

aplicada, pois, além de fornecer nutrientes, ajuda a melhorar as

características físicas e biológicas do solo, favorecendo o período inicial de

desenvolvimento da cultura, estimulando o desenvolvimento de raízes, além

de fornecer o nitrogênio, fundamental ao crescimento da planta (Damatto

Júnior et al., 2007).

Borges et al. (2002) avaliando bananeira 'Terra' na Bahia, estudaram

cinco doses de nitrogênio mineral na forma de uréia (0; 50; 200; 350 e 500

kg ha-1 ano-1) e adubação orgânica, utilizando esterco de curral (267 kg ha-1

ano-1 de N) em cobertura e verificaram que a adubação orgânica aumentou

o número de frutos por cacho e o comprimento médio dos frutos.

Teixeira et al. (2009) trabalhando com adubação orgânica em

bananeira no município do Crato-CE, utilizando cinza de madeira (1 kg por

planta a cada 40 dias), esterco de gado (20 L por planta a cada dois meses)

e urina de vaca (50 mL a cada 30 dias), observaram que a substituição dos

adubos químicos por adubos orgânicos não acarretou queda na produção.

Damatto Júnior et al. (2011) avaliaram a influência da adubação

orgânica durante cinco safras, nas características de crescimento e

produtividade de plantas de bananeira ‘Prata-Anã’ no município de Botucatu-

SP. As plantas adubadas com composto orgânico produzido a partir de

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serragem de madeira e esterco bovino constituíram os tratamentos: 0; 43;

86; 129 e 172 kg de composto por planta/ano. As doses de composto

orgânico não causaram alterações nas características de crescimento das

plantas, contudo os cachos com massa mais elevada foram obtidos com as

duas maiores quantidades de composto aplicadas, o que, economicamente,

indica a melhor dose a ser recomendada a de 129 kg de composto, a qual

forneceu 290,5 g de K2O por planta.

Lahav e Turner (1983) observaram que a aplicação de até 80 t ha-1

ano-1 de resíduos de estábulos favoreceu o crescimento e antecipou o

florescimento e a colheita de bananeiras.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Localização e caracterização da área experimental

O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental da

Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT, situada no município de

Santo Antônio de Leverger/MT e localizada a 15° 46’ latitude Sul, 56° 05’ de

longitude Oeste e altitude de 104 metros. O clima é do tipo Aw, segundo a

classificação de Köppen, caracterizando-se por um período seco de maio a

setembro e outro chuvoso que se estende de outubro a abril. Apresenta

temperatura média anual de 25,6 oC e precipitação anual de 1.421 mm. O

solo predominante é caracterizado como Latossolo Amarelo Eutrófico típico

de textura média (Embrapa, 2006).

As temperaturas mínima, média e máxima local, além da precipitação

e umidade relativa do ar, apresentadas como médias mensais desde o

plantio até o término da colheita do 1º ciclo, estão ilustradas nas Figuras 1 e

2.

0

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25

FIGURA 1. Temperaturas mínima, média e máxima (oC) observadas durante

a condução do experimento. Fonte: Estação Meteorológica da

Fazenda Experimental da UFMT, Santo Antônio de Leverger/MT.

FIGURA 2. Umidade relativa do ar (%) e precipitação pluviométrica (mm),

observadas durante a condução do experimento. Fonte: Estação

Meteorológica da Fazenda Experimental da UFMT, Santo

Antônio de Leverger/MT.

3.2 Preparo das mudas e plantio a campo

As mudas da cultivar Grand Naine (grupo genômico AAA, subgrupo

Cavendish), produzidas pelo processo de micropropagação em laboratório e

aclimatizadas em estufa, com certificação de sanidade vegetal, foram

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Tem

pera

tura

ºC

Tmédia

Tmáxima

Tmínima

0

100

200

300

400

0

20

40

60

80

100

Pre

cipi

taçã

o (m

m)

Um

idad

e re

lativ

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ar (

%)

UR %

Precipitação (mm)

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26

transplantadas para sacos pretos de polietileno, perfurados, com dimensões

de 18 x 10 cm, preenchidos com uma mistura formulada com 60 litros de

terra de barranco peneirada, 45 gramas de calcário tipo Filler, 3 litros de

palha de arroz carbonizada, 4 litros de vermiculita, 500 gramas de composto

orgânico RockAll® (06-02-02 de N, P2O5 e K2O, respectivamente), 1 quilo de

fosfato natural reativo e 500 gramas de areia, onde permaneceram por 85

dias, quando então foram transplantadas para o campo.

O transplantio foi realizado em maio de 2010, adotando-se o

espaçamento de 2,5 m entre linhas e 2,5 m entre plantas, o equivalente a

uma área de 6,25 m² por planta, totalizando 560 plantas na área

experimental, sendo 192 consideradas úteis e as demais perfazendo a

bordadura (Figura 3).

FIGURA 3. Croqui da área experimental. = plantas de bordadura, sem

aplicação de adubação de cobertura e = plantas úteis, com

aplicação de adubação orgânica em cobertura. Santo Antônio de

Leverger/MT. Maio, 2010.

Com 60 dias de antecedência ao transplantio das mudas para o

campo efetuou-se amostragem de solo, para a caracterização química e

física, nas profundidades de 0 a 20 e 20 a 40 cm (Tabela 1), segundo

Embrapa (1997). A aplicação de calcário para a correção do solo não se fez

necessária, uma vez que a saturação por bases (V%) estava acima do valor

recomendado para a cultura que é de 70% (Raij et al., 1997).

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TABELA 1. Características químicas e físicas do solo utilizado no

experimento com bananeiras ‘Grand Naine’, nas

profundidades de 0 a 20 e 20 a 40 cm. Santo Antônio de

Leverger/MT. Março, 2010. Profundidade pH P K Ca Mg SB CTC V MO Areia Silte Argila

CaCl2 mg dm-3 -------cmolc dm-3------- % g dm-3 -------g kg-1------- 0-20 cm 5,7 20,4 162 2,6 0,8 3,8 5,3 71,8 18,7 762 50 188

20-40 cm 5,8 11,5 107 2,5 0,7 3,5 4,8 72 11,2 696 83 221

Fonte: Laboratório Agro Análise LTDA.

Um mês antes do transplantio, cada cova, com dimensões de

50x50x50 cm, recebeu adubação nitrogenada na forma orgânica através da

adição de 5 litros de esterco bovino curtido e 125 gramas de fosfato natural

reativo como fonte de fósforo.

3.3 Produção dos compostos

As adubações foram baseadas no composto dos resíduos orgânicos,

produzidos com bagaço de cana-de-açúcar (material rico em carbono) e

torta de filtro (resíduo proveniente do processamento da cultura da cana-de-

açúcar), misturados aos estercos de bovinos, aves ou efluente suíno

(materiais ricos em nitrogênio).

Pilhas de compostagem foram construídas com dimensões de 1,5 m

de altura, 2,0 m de largura e comprimento variável de acordo com a

quantidade de material necessário aos tratamentos (Figura 4). Cada esterco

foi misturado ao bagaço de cana e à torta de filtro em proporções

determinadas em função da relação carbono/nitrogênio dos materiais,

visando a atingir a proporção ideal para o processo de decomposição

aeróbica, que é de 30:1.

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FIGURA 4. Pilhas de compostagem. A = esterco de bovinos; B = esterco de

aves e C = efluente de suínos. Santo Antônio de Leverger/MT.

Abril, 2010.

Após a montagem das pilhas, houve monitoramento constante da

umidade visando mantê-la entre 40 e 60%, que é considerada a faixa ideal

para que o processo de compostagem seja otimizado, além de ter a função

de reduzir a temperatura, quando esta se eleva demasiadamente, ficando

acima de 70 ºC (Kiehl, 1985).

Em cada pilha de compostagem foram realizados revolvimentos

manuais aos 25 e 50 dias, visando ao fornecimento de oxigênio aos

microrganismos (aeração), à diminuição da temperatura, homogeneização

do material, aceleração do processo de decomposição, além de evitar o mau

cheiro e a presença de moscas.

A B

C

28

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Os compostos foram considerados prontos quando atingiram relação

C/N inferior a 10/1, momento em que foram considerados estabilizados, de

acordo com Kiehl (1985).

As pilhas de compostagem foram montadas em abril de 2010 para a

adubação das plantas do primeiro ciclo e os compostos apresentaram-se

prontos aos 75 dias.

Os compostos foram analisados no Laboratório Agro Análise LTDA e

os resultados são apresentados na Tabela 2.

TABELA 2. Composição química dos estercos e compostos utilizados como

adubação de cobertura na cultura da bananeira (Musa sp.).

Santo Antônio de Leverger/MT. Julho, 2010. Relação C/N pH Umidade MO C N P2O5 K2O Ca Mg

-----------------------------------%----------------------------------- T1 7,16 6,6 23 10 5,61 0,78 0,68 0,36 0,060 0,25 T2 7,67 7,6 29 21 12,25 1,60 3,63 2,22 5,600 0,66 T3 0,38 8,0 86 02 1,13 0,29 0,15 0,05 0,004 0,04 T4 7,41 6,7 36 09 5,19 0,70 0,62 0,27 0,500 0,21 T5 3,83 7,4 50 12 6,87 1,79 2,31 1,84 6,000 0,33 T6 1,50 5,6 71 06 3,36 2,24 0,58 0,10 0,540 0,27 T1= esterco de bovino curtido; T2= esterco de aves curtido; T3= efluente de suínos; T4= composto de esterco de bovino; T5= composto de esterco de aves e, T6= composto de efluente de suínos.

3.4 Tratamentos

Os tratamentos, constituídos pelas fontes de adubação orgânica,

foram aplicados em cobertura visando ao fornecimento dos nutrientes para a

produção das plantas no 1º ciclo produtivo (Figura 5). A adubação de

cobertura, utilizando os diferentes estercos ou compostos como fonte de

nutrientes, foi parcelada em quatro aplicações anuais, a cada dois meses,

nas quantidades determinadas de acordo com o teor de nitrogênio nos

materiais orgânicos, sendo 25% no mês de julho, 25% no mês de setembro,

25% no mês de novembro de 2010 e 25% no mês de janeiro de 2011.

O cálculo da quantidade de nitrogênio aplicada por hectare/ciclo teve

por base a quantidade recomendada por Raij et al. (1997). Portanto, os

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30

compostos aplicados em cobertura como tratamentos visando a fornecer

168,75 g de N por planta para as quatro aplicações foram:

T1- esterco de bovino curtido;

T2 - esterco de aves curtido;

T3 - efluente de suínos;

T4 – composto de esterco de bovino;

T5 – composto de esterco de aves;

T6 – composto de efluente de suínos.

FIGURA 5. Distribuição da adubação em cobertura na cultura da bananeira

(Musa sp.) por ocasião da primeira (A) e quarta (B) aplicações.

Santo Antônio de Leverger/MT.

3.5 Sistema de irrigação e tratos culturais

O suprimento de água para o experimento foi obtido de uma fonte

natural, situada dentro da Fazenda Experimental, distribuída por um sistema

de irrigação do tipo microaspersão, onde as linhas de irrigação foram

instaladas em fileiras alternadas de plantas, sendo um microaspersor

autocompensante com vazão de 45 L h-1 para cada quatro plantas (Figura

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6A). Durante o experimento, a irrigação foi calculada de maneira a repor a

quantidade de água utilizada pelas plantas devido à evapotranspiração da

cultura, obtida pelo método do Tanque Classe “A”. O controle de plantas

daninhas foi realizado sempre que necessário por capinas manuais (Figura

6B).

FIGURA 6. Sistema de irrigação (A) e manejo das plantas daninhas (B)

durante o desenvolvimento da cultura da bananeira (Musa sp.).

Santo Antônio de Leverger/MT.

O desbaste de filhotes foi realizado a cada 45 dias, deixando-se

apenas a “planta mãe”, a “planta filha” e uma muda (“filhote” ou “neta”). A

porção terminal da ráquis, conhecida como “coração”, foi eliminada quando

se apresentava a um palmo da última penca. Durante o ciclo da cultura foi

realizado monitoramento de pragas e doenças. Verificou-se a presença de

Sigatoka amarela e foram empregados os métodos de controle

recomendados para a bananeira, como retirada das folhas secas do bananal

para reduzir a fonte de inóculo e pulverização do fungicida Derosal 500 sc na

dosagem de 50 mL para 100 L de água.

A B

31

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32

3.6 Avaliações

3.6.1 Avaliação química do solo

A influência da adubação orgânica sobre os atributos químicos do

solo foi avaliada determinando-se os teores de macronutrientes (fósforo,

potássio, cálcio e magnésio), pH e teor de matéria orgânica (MO) do solo

após a aplicação dos tratamentos, e calculou-se a soma de bases (SB), a

capacidade de troca catiônica (CTC) e a saturação por bases (V%). As

amostras de solo foram coletadas na área que recebeu a adubação de

cobertura por ocasião do florescimento, quando duas plantas da parcela

haviam florescido, retirando-se de cada parcela uma amostra de solo

composta por quatro sub-amostras, na camada de 0 a 20 cm de

profundidade. As amostras foram secas em estufa e analisadas no

Laboratório de Fertilidade do Solo da Faculdade de Agronomia conforme

metodologia preconizada por Embrapa (1997).

3.6.2 Carbono da biomassa microbiana (CBM), respiração basal (RB) e quociente metabólico (qCO2) do solo

A influência da adubação orgânica sobre os atributos microbiológicos

do solo foi avaliada determinando-se os teores de carbono presente na

biomassa microbiana e estimou-se a respiração basal e o quociente

metabólico do solo.

As amostras de solo para análise foram coletadas em três momentos:

antes da primeira adubação, dois meses após a segunda adubação e dois

meses após a quarta adubação de cobertura, retirando-se de cada parcela

uma amostra de solo composta por duas sub-amostras, na camada de 0 a

20 cm de profundidade. Essas amostras foram acondicionadas e

transportadas para o laboratório de microbiologia, onde permaneceram em

câmara fria a 4ºC até o momento das análises. Dessas amostras coletadas

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para análise, retirou-se uma porção que foi pesada e seca em estufa a 105

ºC por 24 h, para cálculo da massa de solo seco.

O método para determinar o carbono da biomassa microbiana foi

adaptado de Jenkinson e Powlson (1976). Em frascos de 50 mL, foram

pesadas seis replicatas de 25 g de cada amostra composta de solo, das

quais três foram fumigadas e incubadas e três incubadas sem fumigação.

Os frascos contendo as amostras a serem fumigadas foram colocados

em dessecadores contendo um becker com 20 mL de clorofórmio, isento de

etanol. Os dessecadores, após terem as paredes internas recobertas com

papel-toalha umedecido, foram fechados com vaselina e submetidos a vácuo

por 5 minutos e deixados em repouso em temperatura ambiente no escuro

por 48h. Após esse período, para a retirada do clorofórmio, os dessecadores

foram evacuados com bomba de ar por cerca de 3 min, procedimento

repetido por cinco vezes.

Às amostras fumigadas foram adicionados 2 g do solo não-fumigado

(reinoculação) e procedeu-se a homogeneização. A seguir as amostras

fumigadas e não fumigadas foram incubadas em potes de vidro de 280 mL,

contendo um frasco com 10 mL de NaOH 0,5 M. Os potes foram incubados

no escuro, a 25 °C, por 10 dias. Como controle foram também incubados

frascos contendo apenas NaOH 0,5 M (brancos).

Ao final do período de incubação, ao NaOH contido nos fracos,

adicionou-se 3 mL de solução de BaCl2, para retirada de carbonato

(Na2CO3) e três gotas de indicador (fenolftaleína). Procedeu-se então a

titulação com HCl 0,2 M, mantendo a solução sob agitação em agitador

magnético. As amostras em branco também foram tituladas.

Com base no volume de HCl para titulação do NaOH, calculou-se a

quantidade de C-CO2 liberada das amostras fumigadas e não-fumigadas. O

CBM foi calculado a partir da expressão:

CBM (µg C mic g-1 solo) = (C fumigado – C não-fumigado) / kc

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Utilizou-se o valor de 0,45 para o kC, assumindo que 45% do CBM do

solo foi convertido em CO2 durante os 10 dias de incubação (Anderson e

Domsch, 1978).

A respiração basal (RB) foi determinada pela quantidade de CO2

emanada durante o período de incubação, sendo expressa em µg C-CO2 g-1

solo, e o quociente metabólico (qCO2) calculado pela razão entre a taxa de

respiração basal e o carbono da biomassa microbiana, sendo expresso em

µg C-CO2 µg-1 C mic dia-1.

3.6.3 Mineralização do composto orgânico

Visando ao acompanhamento da degradação dos materiais orgânicos

e a liberação dos nutrientes no solo, foram confeccionados saquinhos de

poliéster (tecido permeável) com dimensões de 15 x 15 cm, os quais foram

preenchidos com cinco dos tratamentos empregados como adubação de

cobertura, excluindo-se o efluente suíno pois este encontrava-se em estado

líquido. Os saquinhos preenchidos com os materiais foram enterrados em

agosto de 2010, de modo que as aberturas superiores ficaram rentes à

superfície do solo. Foram colocados cinco saquinhos por planta, ao redor de

cinco plantas da bordadura, nas quais não foram realizadas adubações

(Figura 7).

Após ser retirada do campo para análise aos 0, 30, 60, 90, 120 e 150

dias, toda a amostra contida no saquinho foi seca em estufa a 65 ºC por 24

horas, para em seguida determinar-se o pH e os teores de carbono,

nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e matéria orgânica que

restaram no material (Kiehl, 1985).

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FIGURA 7. Saquinhos enterrados no solo para avaliação da degradação

dos adubos orgânicos. Santo Antônio de Leverger/MT.

Agosto, 2010.

3.6.4 Avaliação das plantas

Por ocasião da emissão da inflorescência, foram realizadas as

seguintes avaliações: determinação da circunferência do pseudocaule a 30

cm do solo, com auxílio de fita métrica, em cm; altura do pseudocaule até a

inserção da inflorescência, com uso de régua graduada, em cm; e número

de folhas por planta.

3.6.5 Duração do ciclo da cultura

Foram avaliados o número de dias decorridos entre o transplantio e o

florescimento (ciclo vegetativo), entre o florescimento à colheita (ciclo

reprodutivo); e entre o transplantio à colheita (ciclo da cultura). O

florescimento foi admitido quando a planta apresentou inflorescência visível

no topo da roseta foliar.

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A colheita dos frutos foi realizada em função do diâmetro médio dos

frutos da 2ª penca (32 a 36 mm), da observação da mudança de coloração,

de verde intenso para verde claro e quinas menos acentuadas.

3.6.6 Análise dos frutos

Após a colheita, determinou-se a massa do cacho (kg), o número de

frutos por cacho, o número de pencas por cacho, a massa da 2ª penca (kg)

e o número de frutos na 2ª penca.

Os frutos da 2ª penca foram encaminhados para o laboratório onde se

mensurou, para 10 frutos escolhidos ao acaso, o comprimento externo com

uso de fita métrica e o diâmetro, através de paquímetro digital. Em seguida,

dentre esses 10 frutos, três foram escolhidos ao acaso e tiveram a polpa

analisada quanto ao potencial hidrogeniônico (pH), à acidez titulável (AT) e

ao teor de sólidos solúveis (SS). Essas análises foram realizadas no dia da

colheita.

Inicialmente os frutos foram triturados e determinou-se o pH, por meio

de potenciômetro, medido em extrato aquoso, elaborado com 10 g do

material fresco triturado e diluído em 100 mL de água destilada, conforme

preconizado pelo I.A.L. (1985), e determinou-se também a acidez titulável (g

100 g-1) com NaOH 0,1 N no mesmo extrato aquoso preparado para o pH. O

teor de sólidos solúveis (ºBrix) foi determinado em alíquota filtrada dos frutos

triturados e medido através de refratômetro digital portátil modelo PAL-1,

conforme recomendações feitas pela A.O.A.C. (1970).

3.7 Delineamento Experimental

O delineamento experimental adotado foi em blocos ao acaso, com

quatro repetições de quatro plantas cada, e os tratamentos foram

constituídos por seis diferentes fontes de matéria orgânica. Os dados foram

submetidos à análise de variância e para comparação de médias utilizou-se

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o teste de Scott-Knott ao nível de 5% de significância, empregando-se o

programa estatístico Sisvar.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Avaliação química do solo

Os resultados dos atributos químicos do solo obtidos a partir da

diferença entre os dados da sua análise inicial, antes da adubação de

cobertura (Apêndice 1), e os dados coletados por ocasião do florescimento

(Apêndice 2) são apresentados na Tabela 3. Observa-se que não houve

diferença entre os adubos orgânicos avaliados, contudo vale ressaltar que

houve aporte para todos os atributos em função das adubações de cobertura

realizadas no bananal.

TABELA 3. Variação nas características químicas do solo sob cultivo da

bananeira Grand Naine (Musa sp.). Santo Antônio de

Leverger/MT, 2011. Tratamentos pH Ca+Mg SB CTC K V P MO

CaCl2 ---------------mmolc dm-3--------------- % mg dm-3 g kg-1 Esterco de bovinos 0,8 42 12 39 3,0 23 186 30 Esterco de aves 1,3 33 13 61 2,8 27 262 35 Efluente de suínos 0,8 32 13 42 2,8 28 145 44 Composto de esterco de bovinos 1,4 35 14 43 2,6 35 131 30 Composto de esterco de aves 2,0 41 13 38 2,6 41 125 33 Composto de efluente de suínos 1,5 36 13 24 2,8 28 98 37 Coeficiente de variação (%) 69,14 29,56 14,65 31,20 14,34 34,81 51,57 21,44 Média 1,3 36 13 41 2,7 30 158 35 F (tratamentos) 1,00ns 0,56 ns 0,60 ns 3,19 ns 0,36 ns 1,42 ns 2,05 ns 2,00 ns NS: não significativo pelo teste F a 5% de significância.

0

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39

Verifica-se que os valores de pH variaram entre 0,8 para o efluente de

suínos e 2,0 para o composto à base de esterco de aves. Em comparação

com os resultados da análise inicial do solo (Apêndice 1), pode-se observar

que há uma acidez e alcalinidade consideradas baixas para o tratamento de

efluente de suínos e tratamento de composto de esterco de aves,

respectivamente.

Apesar dos valores de pH estarem dentro da faixa considerada

adequada para o cultivo das maioria das plantas, deve-se levar em conta

que a oscilação no pH do solo afeta a disponibilidade de nutrientes (Kiehl,

1979).

Os solos que têm o pH entre 5,8 e 7,5 tendem a serem livres de

problemas do ponto de vista do crescimento de plantas. Abaixo do pH 5,0

poderá haver deficiência de elementos como cálcio, magnésio, fósforo,

molibdênio, boro ou toxidez de alumínio, manganês, zinco e outros metais

pesados. O pH entre 8,0 e 8,5 indica a ocorrência de carbonato de cálcio

e/ou magnésio livres e baixas disponibilidades dos elementos fósforo,

manganês, zinco e cobre (Kiehl, 1979).

O pH tem relação com fatores climáticos e neste experimento pode-se

observar que há meses com condições climáticas distintas, característica

inerente ao clima da região, onde se observa em média temperaturas

superiores a 25 ºC e períodos com grande concentração de chuvas e

períodos de seca.

A acidez ocorre quando a pluviosidade é alta, causando lixiviação de

sais de cálcio, magnésio, potássio e carbonato de sódio, limpando o

complexo coloidal, ao contrário do que ocorre com a alcalinidade (Brady,

1989).

Para Kiehl (1979), a reação do solo é um importante fator na

produção agrícola, influindo na disponibilidade de nutrientes às raízes das

plantas, propiciando condições favoráveis ou de toxidez; concorrendo,

igualmente, para favorecer o desenvolvimento de microorganismos que

operam transformações úteis para melhorar as condições do solo, como

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também podem concorrer para dar meio propício a microorganismos

causadores de doenças às plantas.

Considerando esse aspecto, a elevação no pH do solo, importante na

diminuição da incidência de “mal-do-Panamá”, é geralmente verificada em

solos que recebem aplicação de material orgânico (Cordeiro, 1999).

Na tabela 3, verifica-se que os teores de Ca+Mg não variaram em

função dos tratamentos, apresentando como média da variação entre a

coleta inicial e o florescimento, 36 mmolc dm-3.

Segundo Furtini Neto et al. (2001) o Ca é o nutriente mais importante

para o crescimento de raízes, favorecendo a absorção de água e nutrientes

pelas plantas. Freitas et al. (2008) verificaram incrementos nos teores de Ca

e Mg com o uso de adubos orgânicos.

A capacidade de troca catiônica do solo (CTC) não foi influenciada

pelos tratamentos e apresentou 41 mmolc dm-3 como valor médio da

variação entre as datas de coleta (Tabela 3). A CTC relaciona-se

positivamente com a quantidade e a qualidade da matéria orgânica. Solos

com altos valores desse atributo têm maior capacidade de reter água e

nutrientes, proporcionando condições favoráveis para que a planta alcance

alta produtividade (Silva et al., 1999).

Pelos valores apresentados na tabela 3, a variação no teor médio de

potássio foi considerada adequada (2,7 mmolc dm-3) (Raij et al., 1997),

característica verificada para todos os adubos avaliados. Contudo, a

tendência durante os ciclos de cultivo é de que ocorra redução nos teores de

K por se concentrar em grande parte nos frutos, sendo exportado por esses

(Fontes et al., 2003).

Saes (1995) em trabalho com banana ‘Nanicão’ no Vale do Ribeira-

SP, mesmo aplicando potássio regularmente, detectou diminuição no teor de

K trocável de 2,3 mmolc dm-3 (amostragem inicial) para 0,8 mmolc dm-3 e 0,6

mmolc dm-3, no primeiro e segundo ciclos de cultivo, respectivamente. Esses

resultados são indicadores de que a perenidade dos cultivos de bananeira

pode ser comprometida em consequência do esgotamento acelerado das

reservas de nutrientes do solo.

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Apesar de não ter ocorrido diferença entre os adubos aplicados, todos

mantiveram o nível de saturação por bases, e em média a variação foi de

30%, em níveis adequados para a cultura da bananeira (Raij et al., 1997).

O alto valor da saturação por bases atingido ocorreu possivelmente

pela disponibilidade de matéria orgânica, que elevou o pH devido à adição

de resíduos orgânicos e também por adsorver hidrogênio e alumínio na

superfície do material orgânico (Khiel, 1979).

A variação no teor médio de fósforo no solo foi de 158 mg dm-3.

Valores de P muito altos são comuns em solos que receberam grandes

aportes de material orgânico (Lima et al., 2002), fato ocorrido durante o

experimento através das adubações de cobertura, favorecendo o

desenvolvimento da cultura.

Apesar do P ser um nutriente requerido em baixa quantidade pela

bananeira, é preciso manter seus teores no solo dentro da faixa adequada,

para que a produtividade seja maximizada, uma vez que 50% do fósforo

absorvido pela planta é exportado pelos frutos, o que ao longo dos ciclos

pode gerar deficiência deste elemento, afetando o crescimento vegetativo e

também diminuindo o desenvolvimento de raízes (Souza e Vieira Neto,

2003).

Não ocorreu diferença entre os tratamentos aplicados em cobertura

para o teor de MO. Contudo deve-se ressaltar que houve aporte desse

atributo independentemente do adubo utilizado, mantendo-se uma variação

no valor médio de 35 g kg-1.

O teor de matéria orgânica encontrado no solo é considerado alto,

segundo Ribeiro et al. (1999), e o incremento dessa matéria orgânica na

fase inicial do desenvolvimento das bananeiras estimula o desenvolvimento

das raízes, além de fornecer o nitrogênio, que nesta fase é de fundamental

importância ao crescimento das plantas (Moreira, 1987).

Dessa forma, pode-se considerar que o uso de diferentes adubos

orgânicos no cultivo da bananeira proporcionou melhoria da fertilidade

química do solo se comparado ao solo original.

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4.2 Carbono da biomassa microbiana (CBM), respiração basal (RB) e quociente metabólico (qCO2) do solo

Os resultados de carbono da biomassa microbiana no solo não

apresentaram diferenças entre os tratamentos avaliados nos diferentes

tempos de coleta do material (Apêndice 3). Contudo, com o avanço no

tempo de coleta, ou seja, aos 60 dias após a segunda aplicação dos

tratamentos (diferença de valores obtidos entre a segunda e a primeira

coletas), houve incremento para as características avaliadas (Figura 8).

FIGURA 8. Carbono da biomassa microbiana (CBM) em solo sob cultivo de

bananeira (Musa sp.) Grand Naine, adubado com diferentes

fontes orgânicas: 1 - esterco de bovinos curtido; 2 - esterco de

aves curtido; 3 - efluente de suínos; 4 - composto de esterco de

bovinos; 5 - composto de esterco de aves e 6 - composto de

efluente de suínos. Santo Antônio de Leverger/MT, 2010.

O CBM presente no solo, por ocasião da primeira coleta, ou seja, sem

aplicação dos tratamentos, reflete a condição inicial da área experimental,

com teor médio de matéria orgânica de 20,74 g kg-1(Apêndice 1).

-2000

-1500

-1000

-500

0

500

1000

1500

2000

1 2 3 4 5 6

CBM

µg C

mic

g-1

solo

Diferença de valores obtidos entre a 2ª e 1ª coletas

Diferença de valores obtidos entre a 3ª e 2ª coletas

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43

Considerando que o crescimento microbiano é limitado, muitas vezes

pela escassez de nutrientes encontrados no solo, a adição de fontes de

carbono ou nitrogênio pode aumentar a biomassa e com isso imobilizá-los

na constituição celular dos microrganismos (Graham et al., 2002). Dessa

forma, valores elevados de CBM implicam em maior imobilização temporária

de nutrientes e, consequentemente, menor propensão a perdas dos mesmos

no sistema solo-planta (Mercante et al., 2004).

Na avaliação do CBM, para a segunda coleta realizada 60 dias após a

segunda aplicação dos tratamentos, houve aumento nos valores obtidos

para este caráter (Apêndice 3).

Para o CBM é importante considerar as precipitações e temperaturas

registradas durante o período de avaliação (Figuras 1 e 2), sendo que neste

experimento foram registrados maiores volumes de água e temperaturas

mais acentuadas durante a segunda e terceira coletas.

O aporte no conteúdo de água no solo favorece a atividade

microbiana, ocasionando aumento nos teores de ácidos orgânicos, os quais

intensificam a decomposição dos estercos, já que a atividade dos

microrganismos no solo durante a decomposição é regulada principalmente

pela composição química do material a ser decomposto, pela temperatura e

umidade (Espíndola et al., 2006; Torres et al., 2007).

Vasconsellos (1998) estudando o efeito da temperatura sobre a

biomassa microbiana em solos temperados e tropicais, verificou que ao

adicionar uma fonte de energia, normalmente os microrganismos

multiplicam-se rapidamente e verificou também que a biomassa microbiana

foi superior entre 15 e 35ºC, registrando valores entre 640 e 714 µg C mic g-1

solo, respectivamente. O mesmo comportamento foi relatado por Anderson e

Domsch (1985) e Brookes et al. (1985).

No entanto, pode-se verificar que houve decréscimo nos teores de

CBM entre a segunda e a terceira coletas (Figura 8), provavelmente em

função da grande quantidade de matéria orgânica adicionada ao solo em

curto espaço de tempo, dificultando a ação dos microorganismos em

decompô-la, apesar das condições favoráveis de precipitação e temperatura.

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Observa-se que, assim como para o carbono da biomassa

microbiana, não ocorreu diferença entre os adubos aplicados em cobertura,

havendo acréscimo nos valores da respiração basal ao longo do tempo para

a maioria dos tratamentos (Figura 9).

Souza et al. (2006) observaram que a aplicação de vermicomposto

originado de esterco de codornas em Latossolo Vermelho sob Cerrado,

submetido à diferentes sistemas de manejo e usos do solo, aumentou os

teores de carbono orgânico total e promoveu maior atividade microbiana,

evidenciada pelos aumentos na taxa de respiração basal e no quociente

metabólico do solo.

FIGURA 9. Respiração basal (RB) em solo sob cultivo de bananeira (Musa

sp.) Grand Naine, adubado com diferentes fontes orgânicas: 1-

esterco de bovinos curtido; 2 - esterco de aves curtido; 3 -

efluente de suínos; 4 - composto de esterco de bovinos; 5 -

composto de esterco de aves e 6 - composto de efluente de

suínos. Santo Antônio de Leverger/MT, 2010.

Segundo Leite et al. (2003) os resíduos orgânicos depositados no

solo, após a decomposição, são essenciais no processo de adição de

carbono orgânico ao longo do tempo, sendo importantes para a

-800

-600

-400

-200

0

200

400

600

800

1 2 3 4 5 6

RBµg

C-C

O2

g-1

solo Diferença de valores

obtidos entre a 2ª e 1ª coletas

Diferença de valores obtidos entre a 3ª e 2ª coletas

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45

sustentabilidade do sistema, pela influência da matéria orgânica nas

propriedades físicas, químicas e biológicas do solo.

Outros fatores que podem explicar o aumento nos dados de

respiração basal é o volume de chuvas e a temperatura ocorrida durante o

experimento.

A respiração basal do solo possui estreita relação com as condições

abióticas deste. Entre essas condições estão a umidade, a temperatura e a

aeração, além da disponibilidade de substrato. Estes fatores influenciam na

respiração basal e no carbono da biomassa microbiana, já que a

disponibilidade de C no solo também é fonte contribuidora para o aumento

da respiração basal (Cattelan e Vidor, 1990).

De acordo com Sala (2002), a respiração basal é um indicador da

qualidade do carbono orgânico disponível no solo aos microrganismos.

Quanto maior a quantidade de CO2 liberada por unidade de massa do solo,

maior a quantidade de substrato assimilável para o desenvolvimento da

biomassa microbiana.

Quanto aos dados de quociente metabólico do solo, sem aplicação

dos tratamentos (primeira coleta) esses indicam possível estresse sobre os

microrganismos (Apêndice 3).

O menor teor de matéria orgânica ocasiona distúrbios na comunidade

microbiana do solo e o reparo de danos requer desvio de energia do

crescimento e reprodução para a manutenção celular, de forma que uma

porção do carbono da biomassa será perdida como CO2 (Sampaio et al.,

2008).

Assim, observam-se valores menores para o quociente metabólico na

segunda e terceira coletas (Figura 10) e uma maior atividade microbiana

pode ser explicada pela qualidade da matéria orgânica empregada.

Segundo Alvarenga (1993) a decomposição mais lenta dos resíduos,

devido principalmente à relação C/N dos materiais, provoca imobilização de

nutrientes, principalmente de nitrogênio, favorecendo a lenta liberação

destes, diminuindo as possíveis perdas.

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FIGURA 10. Quociente metabólico (qCO2) em solo sob cultivo de bananeira

(Musa sp.) Grand Naine, adubado com diferentes fontes

orgânicas: 1- esterco de bovinos curtido; 2 - esterco de aves

curtido; 3 - efluente de suínos; 4 - composto de esterco de

bovinos; 5 - composto de esterco de aves e 6 - composto de

efluente de suínos. Santo Antônio de Leverger/MT, 2010.

Os valores de quociente metabólico inferiores a 1,0 em todos os

tratamentos para a segunda e terceira coletas sugerem que o C orgânico

estava disponível para a microbiota do solo, uma vez que é um indicador de

disponibilidade da matéria orgânica para os microrganismos (Sampaio et al.,

2008).

Admite-se que valores inferiores de quociente metabólico indicam que

os microorganismos estão sob menor nível de estresse e a menor relação de

respiração por unidade de carbono da biomassa microbiana é frequente em

sistemas mais estáveis para diferentes espécies vegetais (Vicenzi et al.,

2002).

Considerando que as propriedades biológicas do solo têm relação

direta com a presença de material orgânico disponível, refletindo mudanças

na concentração do conteúdo de MO do solo (Rezende et al., 2004), é

possível através deste trabalho, verificar que a aplicação de todos os

-4,5

-3,5

-2,5

-1,5

-0,5

0,5

1,5

2,5

3,5

4,5

1 2 3 4 5 6

qCO

2µg

C-C

O2

µg-1

C m

ic d

ia-1

Diferença de valores obtidos entre a 2ª e 1ª coletas

Diferença de valores obtidos entre a 3ª e 2ª coletas

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tratamentos avaliados ocasionou aporte nos parâmetros microbiológicos,

beneficiando o sistema solo-planta.

4.3 Mineralização do composto orgânico

Os valores de pH dos materiais em todos os tempos de incubação

estudados foram maiores para o esterco de aves seguido do composto à

base de esterco de aves, quando comparados aos do composto de efluente

de suínos (Tabela 4).

TABELA 4. Potencial hidrogeniônico (pH) e teores de matéria orgânica e

nitrogênio presentes nos estercos e compostos à base de

esterco de bovinos, de aves e de efluente de suínos aos 0, 30,

60, 90, 120 e 150 dias de incubação. Santo Antonio de

Leverger/MT, 2010. Dias de incubação

Tratamentos 0 30 60 90 120 150 pH (CaCl2)

Esterco de bovinos 7,2 cB 6,7 cC 6,7 cC 7,3 cA 6,9 cC 7,0 cB Esterco de aves 9,3 aA 8,5 aB 8,0 aD 8,2 aC 7,8 aE 7,7 aE Composto de esterco de bovinos 7,0 cA 6,9 cB 6,7 cB 7,2 cA 7,0 cA 7,0 cA Composto de esterco de aves 7,8 bA 7,4 bB 7,4 bB 7,6 bA 7,5 bB 7,4 bB Composto de efluente de suínos 5,9 dB 5,7 dC 5,8 dC 6,1 dB 6,4 dA 6,3 dA Média 7,4 7,0 6,9 7,2 7,1 7,0 Coeficiente de variação - a (%)* 2,43 Coeficiente de variação - b (%)* 2,14 Matéria Orgânica (%) Esterco de bovinos 23 bA 17 cA 20 bA 20 bA 21 aA 18 aA Esterco de aves 65 aA 50 bB 38 aC 33 aC 25 aC 29 aC Composto de esterco de bovinos 80 aA 28 cB 22 bB 22 bB 21 aB 21 aB Composto de esterco de aves 67 aA 51 bB 46 aB 44 aB 34 aC 33 aC Composto de efluente de suíno 69 aA 67 aA 56 aA 44 aB 24 aC 32 aC Média 60,8 42,6 36,4 32,6 25,0 26,6 Coeficiente de variação - a (%) 36,52 Coeficiente de variação - b (%) 30,68 Nitrogênio (%) Esterco de bovinos 0,3 bB 0,3 bB 0,3 dB 0,7 aA 0,2 bB 0,2 cB Esterco de aves 0,6 aB 0,6 aB 1,6 bA 0,5 bB 0,4 aC 0,5 aC Composto de esterco de bovinos 0,3 bB 0,3 bB 0,8 cA 0,3 cB 0,3 bB 0,2 cB Composto de esterco de aves 0,6 aB 0,6 aB 1,5 bA 0,6 bB 0,5 aC 0,5 aC Composto de efluente de suíno 0,7 aB 0,7 aB 1,7 aA 0,5 bC 0,3 bD 0,4 bD Média 0,5 0,5 1,1 0,5 0,3 0,3 Coeficiente de variação - a (%) 14,47 Coeficiente de variação - b (%) 13,45 Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas e maiúscula nas linhas não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. * a= tratamentos; b= dias de incubação.

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48

O pH, de forma geral, reduziu lenta e gradualmente para a maioria

dos tratamentos, exceto para o composto de efluente de suínos, sendo os

maiores valores registrados para o esterco de aves curtido (Apêndice 4, a).

Para o tratamento à base de esterco de aves curtido, a resposta pode

ter ocorrido em razão de 60 a 80% do nitrogênio presente na cama de

aviário, no período inicial de decomposição, encontrar-se em formas

orgânicas, como proteína e ácido úrico, devido, principalmente, às dejeções

dos animais e à ração desperdiçada dos comedouros (Kelleher et al., 2002).

Essas formas nitrogenadas são facilmente disponíveis aos

microrganismos para serem convertidas em formas amoniacais, amônia

(NH3) e amônio (NH4+), consumindo prótons H+, o que contribui para a

elevação do pH.

No caso do composto à base de efluente de suínos, que apresentou

os menores valores de pH dentro de cada tempo (Apêndice 4, a ), a resposta

pode ser contrária. A redução do pH pode ser consequência da provável

redução dos teores de nitrato durante a decomposição.

A nitrificação é um processo lento e somente ocorre na presença de

oxigênio. Assim, a formação de ácidos orgânicos pela fermentação da

matéria orgânica, principalmente, por causa da maior umidade ocasionada

pela adição de efluente de suíno, deve ter sido a principal responsável pela

redução do pH (Moreira e Siqueira, 2002).

O pH menor também pode ser devido à maior formação de ácidos

orgânicos pela decomposição do bagaço de cana adicionado ao esterco na

forma líquida. Deve-se considerar que o uso de esterco fresco de suínos

pode provocar, além do aquecimento pelo aumento da respiração

microbiana, a acidificação temporária do solo, prejudicando o

desenvolvimento das plantas (Jahnel et al., 1999). Este fato pode ser

verificado para o tratamento à base de composto de efluente de suínos, que

apresentou valores menores até os 90 dias de incubação, elevando-se

gradualmente após esse período.

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49

No período de avaliação, de forma geral, os teores de matéria

orgânica (MO) e nitrogênio (Tabela 4) dos tratamentos à base de esterco de

bovinos e composto à base de esterco de bovinos apresentaram valores

inferiores aos demais.

A maior decomposição do material orgânico e liberação de nutrientes

no solo confirmam que a ocorrência desses fatores depende da facilidade

com que esse material pode ser decomposto (Larcher, 2000), uma

característica inerente ao esterco de bovino, de acordo com diversos

trabalhos realizados.

Hoffmann et al. (2001) ao tentarem identificar estratégias para manter

a fertilidade do solo na Nigéria, verificaram que o tempo de decomposição

médio dos estercos animais mostrou-se diferente entre os materiais. O

esterco bovino se decompôs completamente em 2,5 anos; o de pequenos

ruminantes, como caprinos e ovinos, após 3,5 anos e; o esterco asinino se

decompôs mais lentamente.

Souto et al. (2005) trabalhando com decomposição dos estercos

asinino, bovino, caprino e ovino, dispostos em diferentes profundidades em

área degradada no semi-árido da Paraíba, observaram que o esterco bovino

apresentou decomposição mais acelerada em relação aos demais estercos

avaliados.

A diferença de decomposição dos estercos assegura um fluxo

contínuo de nutrientes no solo e, segundo Lynch (1986) a decomposição

desempenha importante função na parte nutricional, na ciclagem de

nutrientes e na formação da matéria orgânica.

Os valores da relação C/N, menores que 10, obtidos em todos os

tratamentos avaliados (Tabela 2), indicam que o processo dominante é a

mineralização, que favorece a decomposição e a liberação de N para o solo

(Moreira e Siqueira, 2006).

A redução no teor de matéria orgânica (Apêndice 4, b), especialmente

no caso do composto de esterco de bovinos, indica a rápida mineralização

de um substrato mais facilmente mineralizável nos primeiros trinta dias de

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incubação, seguida por uma taxa menor de mineralização da MO, ao

restarem apenas os constituintes mais resistentes à decomposição.

A acentuada decomposição da MO pode ser responsável pelo rápido

aumento do teor de N, verificado em todos os tratamentos a partir dos 30

dias de incubação, mantendo-se até os 60 dias, para então sofrer redução

(Apêndice 4, c) e pela acentuada diminuição da relação C/N, para valores

inferiores a 10 durante a compostagem (Brito et al., 2008).

Em relação ao comportamento do fósforo (Apêndice 5, a), apesar de

não haver diferença significativa entre os adubos avaliados, observa-se que

em média ocorreu um aumento no teor desse elemento na maioria dos

tratamentos ao longo do tempo, variando de 355,4 mg dm-3 no tempo zero

de incubação e 433,4 mg dm-3 aos 150 dias de incubação (Tabela 5). Para

Blair (1988), a concentração de fósforo pode aumentar em valores absolutos

durante a decomposição, mesmo depois da perda de massa.

Os valores dos teores de potássio (K) foram menores, na maioria dos

tempos estudados, para o composto à base de efluente de suínos, seguido

pelo composto à base de esterco de bovinos e esterco de bovinos (Tabela

5).

De acordo com Andreola et al. (2000) o uso de adubo orgânico

proporcionou acúmulo de K e C em um solo classificado como Nitossolo,

enquanto os adubos minerais mostraram tendência à redução,

principalmente dos níveis de potássio.

Para o potássio, observa-se que o tratamento à base de esterco de

aves manteve valores maiores ao longo do tempo, comparado ao composto

à base de efluente de suínos (Apêndice 5, b), provavelmente pela maior

concentração desse nutriente no esterco de aves (Tabela 2).

O potássio tem liberação rápida após a adubação, como verificado

por Damatto Júnior (2008), que ao testar adubação orgânica em bananeiras

‘Prata-Anã’, verificou que 76% do potássio foi liberado em 22 dias. Isso

evidencia a importância do parcelamento da adubação orgânica quando se

pretende suprir as necessidades da planta em potássio, que no caso da

bananeira, bem como de grande parte das plantas frutíferas, é o nutriente

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exigido em maior quantidade. Esse fato reforça que até mesmo a aplicação

orgânica necessita ser parcelada para evitar perdas por lixiviação.

TABELA 5. Teores de fósforo, potássio, cálcio e magnésio presentes nos

estercos e compostos à base de esterco de bovinos, de aves e

de efluente de suínos aos 0, 30, 60, 90, 120 e 150 dias de

incubação. Santo Antônio de Leverger/MT, 2010. Dias de incubação

Tratamentos 0 30 60 90 120 150 Fósforo (mg dm-3) Esterco de bovinos 345ns 383 315 320 411 371 Esterco de aves 429 375 516 494 366 444 Composto de esterco de bovinos 371 354 332 393 346 528 Composto de esterco de aves 372 387 481 470 413 455 Composto de efluente de suínos 260 227 423 399 337 369 Média 355,4 345,2 413,4 415,2 374,6 433,4 Coeficiente de variação - a (%)* 29,87 Coeficiente de variação - b (%)* 24,14 Potássio (mg dm-3) Esterco de bovinos 3,8 cA 2,9 cA 2,0 cB 4,2 cA 1,9 cB 1,7 cB Esterco de aves 9,5 aA 8,8 aA 9,7 aA 9,4 aA 6,4 aB 7,1 aB Composto de esterco de bovinos 2,9 cA 2,4 cA 2,2 cA 1,5 dA 1,4 cA 1,5 cA Composto de esterco de aves 7,8 bA 6,2 bB 4,8 bC 7,9 bA 4,7 bC 4,1 bC Composto de efluente de suínos 1,4 dA 0,8 dA 0,6 dA 0,6 dA 0,6 cA 0,9 cA Média 5,0 4,2 3,8 4,7 3,0 3,0 Coeficiente de variação - a (%) 25,52 Coeficiente de variação - b (%) 28,48 Cálcio (cmolc dm-3) Esterco de bovinos 9,5 aA 8,4 aB 8,3 aB 7,7 aC 7,3 aD 6,5 aE Esterco de aves 5,3 dA 4,4 cB 3,3 cC 2,5 dD 2,2 cE 2,1 bE Composto de esterco de bovinos 8,4 bA 7,6 bB 6,5 bC 6,5 bC 6,5 aC 5,5 aD Composto de esterco de aves 7,6 bA 3,3 dB 2,5 dC 2,3 dC 2,5 bC 2,4 bC Composto de efluente de suínos 6,3 cA 3,5 dB 3,5 cB 3,4 cB 3,2 bB 2,7 bC Média 7,4 5,4 4,8 4,4 4,3 3,8 Coeficiente de variação - a (%) 4,04 Coeficiente de variação - b (%) 4,92 Magnésio (cmolc dm-3) Esterco de bovinos 8,4 bA 8,3 aA 8,2 aA 8,4 aA 8,3 aA 7,6 aB Esterco de aves 9,3 aA 8,5 aB 8,4 aB 8,4 aB 8,3 aB 8,1 aB Composto de esterco de bovinos 6,3 dA 6,4 cA 6,4 cA 6,4 bA 6,2 cA 5,4 cB Composto de esterco de aves 7,5 cA 7,5 bA 7,4 bA 7,5 aA 7,4 bA 6,3 bB Composto de efluente de suíno 6,5 dA 6,3 cA 6,5 cA 6,0 bB 5,4 cC 5,2 cC Média 7,6 7,4 7,3 7,3 7,1 6,5 Coeficiente de variação - a (%) 4,35 Coeficiente de variação - b (%) 3,71 Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas e maiúscula nas linhas não diferem entre si pelo teste Scott-Knott a 5% de probabilidade. NS: não significativo pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. * a= tratamentos; b= dias de incubação.

Verifica-se a diminuição do teor de cálcio em todos os tratamentos ao

longo do tempo (Tabela 5). Houve maior mineralização de Ca nos primeiros

30 dias de incorporação para todos os tratamentos avaliados, sendo essa

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liberação mais acentuada no composto à base de esterco de aves (Apêndice

6, a).

O esterco de bovinos e o composto à base de esterco de bovinos, em

média, apresentaram valores superiores de Ca se comparados aos demais

tratamentos estudados (Tabela 5).

Verifica-se que houve um aumento no teor de cálcio no esterco

bovino para todos os tempos de incubação avaliados (Tabela 5), quando

comparado com a concentração inicial de 1,53 cmolc dm-3. Isso se deve à

imobilização e ou adsorção pelo esterco, de cálcio do solo (Freitas et al.,

2007).

O esterco de aves e composto à base do mesmo apresentaram teores

de Ca inferiores ao longo dos dias de incubação avaliados (Tabela 5)

quando comparados aos teores iniciais (143,58 cmolc dm-3 e 153,84 cmolc

dm-3, respectivamente), revelando que tais estercos constituem-se de

estruturas distintas, que influenciam diferentemente a atividade microbiana.

Essas observações são confirmadas por Petersen et al. (1998), ao

afirmarem que a estrutura dos estercos influencia a magnitude e a direção

da atividade microbiana.

O mesmo comportamento foi verificado para o magnésio. O esterco

bovino e o composto à base de esterco bovino apresentaram aumento nos

teores ao longo do tempo (Tabela 5) se comparados aos teores iniciais

desse nutriente (6,41 cmolc dm-3 e 5,38 cmolc dm-3, respectivamente).

Esse comportamento não é válido para o esterco de aves e composto

à base desse esterco, que apresentaram teores de Mg inferiores ao longo

dos dias de incubação avaliados (Tabela 5), quando comparados aos teores

iniciais (16,92 cmolc dm-3 e 8,46 cmolc dm-3, respectivamente)

Verifica-se mineralização mais acentuada do Mg no esterco de aves

durante os primeiros 30 dias de incubação (Apêndice 6, b).

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53

4.4 Avaliação das plantas

4.4.1 Diâmetro do pseudocaule, altura de plantas e número de folhas no florescimento

Para o diâmetro do pseudocaule (Tabela 6), destacam-se o esterco

de aves curtido (18,07 cm) e o composto à base de efluente de suínos

(17,71 cm), provavelmente devido aos teores de matéria orgânica e de

nitrogênio presentes nesses compostos, o que ocasiona o aporte para esse

caráter.

Outro fator a ser considerado é que os altos índices de chuva

ocorridos durante o período de avaliação, também podem ter colaborado na

resposta da cultura à adubação orgânica e ter levado a uma rápida

mineralização do esterco aplicado, disponibilizando nutrientes na fase inicial

de desenvolvimento da cultura, que é o período de maior exigência.

A mineralização da matéria orgânica depende do teor de umidade do

solo, além de outros fatores como temperatura e aeração (Oliveira et al.,

2008), que contribuem para a atividade microbiana, favorecendo o aporte de

nutrientes e consequente acúmulo de massa pelas plantas.

O diâmetro do pseudocaule é um caráter importante no melhoramento

genético da bananeira por estar relacionado ao vigor, capacidade de

sustentação e tamanho do cacho (Silva et al., 1999).

Genótipos que apresentam maior diâmetro do pseudocaule são

menos suscetíveis ao tombamento (Silva et al., 1999) e esse caráter deve

ser considerado também na definição do espaçamento e densidade

populacional, pela influência que exerce no espaço ocupado pelas plantas

(Alves, 1999).

Silva et al. (2002) verificaram que o diâmetro médio do pseudocaule,

por ocasião da colheita de bananeiras do cultivar Grand Naine, foi de 19,4

cm no primeiro ciclo, não apresentando variação durante os quatro ciclos

avaliados, com média ao final do período, de 20,2 cm.

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Oliveira et al. (2007) trabalhando com genótipos de bananeira em três

ciclos na Zona da Mata Mineira, verificaram no primeiro ciclo, que Grand

Naine obteve entre os materiais estudados, o menor aumento de diâmetro

em todo o período de avaliação, apresentando 20,4 cm de diâmetro do

pseudocaule no primeiro ciclo.

A altura e o número de folhas vivas no florescimento não diferiram

entre as diferentes fontes de adubação de cobertura estudadas (Tabela 6).

A média de altura das plantas foi de 2,14 m, valor coerente com os

resultados obtidos por Donato et al. (2006), em Guanambi-BA, os quais

relatam que ‘Nanicão’ apresentou uma altura de 2,6 m e ‘Grand Naine’

apresentou altura de 2,4 m naquela região e Silva et al. (2004), avaliando

clones de bananeira do subgrupo Cavendish, em Cruz das Almas-BA,

observaram valores que variaram para Grand Naine de 1,6 a 2,2 m.

TABELA 6. Altura de plantas, diâmetro do pseudocaule e número de folhas

por planta no florescimento (NFPF) da bananeira Grand Naine

(Musa sp.), adubada com seis diferentes fontes de adubo

orgânico no 1º ciclo de produção. Santo Antônio de Leverger/

MT, 2011. Tratamentos Diâmetro (cm) Altura (m) NFPF

Esterco de bovinos 16,44 b 2,07 a 12,62 a Esterco de aves 18,07 a 2,20 a 14,50 a Efluente de suínos 16,88 b 2,20 a 12,00 a Composto de esterco de bovinos 16,84 b 2,12 a 14,87 a Composto de esterco de aves 16,87 b 2,13 a 14,12 a Composto de efluente de suínos 17,71 a 2,17 a 12,12 a Média 17,13 2,14 13,37 Coeficiente de variação (%) 5,42 4,12 17,06 Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste Scott-Knott a 5% de probabilidade.

Analisando a altura das plantas no primeiro ciclo, Silva et al. (2000)

não encontraram diferenças acentuadas entre os genótipos Caipira, FHIA-

01, FHIA-18, Grand Naine, Nam, Pioneira e Prata Anã, que apresentaram

valores do referido caráter em torno de 2 m, ao passo que, no segundo ciclo,

a cultivar Caipira apresentou maior altura (3,1 m), enquanto os demais

genótipos apresentaram valores inferiores a 3 m, confirmando que o

acréscimo no porte da planta não é tão significativo entre os ciclos.

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55

A altura de plantas é uma característica muito importante no

melhoramento da cultura, influindo na densidade de plantio, no manejo,

principalmente no escoramento e na colheita e, consequentemente, na

produção.

Apesar do primeiro ciclo não ser considerado o momento apropriado

para analisar o porte, pois a estabilidade só é atingida posteriormente

(Belalcázar Carvajal, 1991; Alves e Oliveira, 1999), ele já evidencia a

tendência do comportamento do cultivar (Santos et al., 2006).

Além disso, a altura da planta reflete o potencial vegetativo da cultura.

Em um cultivo comercial, é indesejável que a bananeira expresse valores

muito elevados do referido caráter, o que dificulta a prática da colheita (Ledo

et al., 1997) e provoca o tombamento da planta em decorrência de ventos

fortes e de ataques por nematóides.

No melhoramento genético da cultura, deve-se priorizar a seleção de

genótipos de porte não muito elevado, desde que tenham bom potencial de

produção e outras características agronômicas favoráveis, sendo os

cultivares com porte mais baixo considerados os melhores (Alves, 1999).

Nesse sentido, a cultivar Grand Naine se destaca dos demais por apresentar

porte reduzido.

O número médio de folhas, por ocasião do florescimento, foi de 13,37

folhas vivas por planta (Tabela 6), indicando que esta cultivar apresentou

boa retenção de folhas vivas durante o período estudado.

Segundo Soto Ballestero (1992) as cultivares do subgrupo Cavendish

requerem um número mínimo de oito folhas ativas por planta, para o bom

desenvolvimento dos frutos.

O número de folhas pode ser atribuído, principalmente, a fatores

climáticos favoráveis, já que a cultivar estudada é suscetível à Sigatoka-

amarela. Este fato está diretamente relacionado com o número de folhas

vivas na colheita, afetando diretamente o enchimento de frutos (Lima et al.,

2005).

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56

A quantidade de folhas no florescimento e na colheita é importante

por refletir o potencial produtivo da cultivar, que depende da taxa de

fotossíntese e da tolerância à doenças (Alves, 1990).

Apesar da ocorrência de Sigatoka-amarela no bananal durante a fase

final do experimento e da suscetibilidade da cultivar Grand Naine, os

resultados de número de folhas não mostraram relação direta com essa

doença. Uma possível explicação para esse fato seria devido ao controle

feito de maneira cuidadosa e eficiente, não permitindo que a doença

interferisse no número de folhas ativas por planta, que são necessárias para

o adequado desenvolvimento dos cachos.

Outro aspecto a ser considerado no desenvolvimento das

características avaliadas nas plantas (diâmetro, altura e número de folhas

vivas) é que o nitrogênio e matéria orgânica, importantes nessa fase de

desenvolvimento da planta, tenham sido suficientes para suprir as suas

necessidades. Isso se deu através das quantidades de esterco de curral

aplicadas na cova no momento do plantio e em cobertura, nos tratamentos,

o que explica a ausência de resposta aos adubos utilizados, na fase

vegetativa, no primeiro ciclo da cultura (Borges et al., 2002).

4.4.2 Duração do ciclo da cultura

Não houve diferença entre os tratamentos avaliados quanto à duração

do ciclo da cultura.

O período transcorrido do plantio ao florescimento durou em média

293 dias (Tabela 7). A mudança da fase de desenvolvimento vegetativo para

o estádio floral geralmente pode chegar a mais de seis meses (Soto

Ballestero, 1992).

O ciclo é um caráter de relevância no melhoramento genético da

bananeira, por refletir a precocidade da planta (Silva et al., 2002) e dita

retorno econômico mais rápido ao produtor, antecipando a colheita. Além

disso, o menor tempo de permanência do cacho na planta reduz o tempo de

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exposição do mesmo à agentes causadores de danos (Rodrigues et al.,

2006).

TABELA 7. Número de dias do plantio ao florescimento (NDPF), número de

dias do florescimento à colheita (NDFC) e número de dias do

plantio à colheita (NDPC) da bananeira Grand Naine (Musa

sp.), adubada com seis diferentes fontes de adubo orgânico no

1º ciclo de produção. Santo Antônio de Leverger/MT, 2011.

Tratamentos NDPF NDFC NDPC Esterco de bovinos 313 a 86 a 399 a Esterco de aves 279 a 77 a 356 a Efluente de suínos 279 a 80 a 359 a Composto de esterco de bovinos 285 a 74 a 359 a Composto de esterco de aves 297 a 72 a 369 a Composto de efluente de suínos 306 a 80 a 386 a Média 293 78 371 Coeficiente de variação (%) 7,62 10,13 7,03 Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

Comparando os resultados obtidos com diversos trabalhos, pode-se

de maneira geral, afirmar que a cultivar estudada apresentou-se precoce.

A precocidade da floração é uma característica importante, pois além

de diminuir o tempo de exposição da planta aos patógenos, pode garantir

maior número de folhas no momento da diferenciação floral, o que favorece

maior quantidade de flores femininas na inflorescência (Robinson, 1996) e

resulta em cachos com maior número de pencas.

Ledo et al. (2008) avaliando genótipos de bananeira na região do

baixo São Francisco, Sergipe, verificaram que Grand Naine apresentou 238

dias do plantio ao florescimento e 377 dias do plantio à colheita. Esses

valores são compatíveis com os resultados deste estudo, onde o período

compreendido do plantio ao florescimento foi em média de 293 dias e o

período do plantio à colheita foi em média 371 dias.

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4.5 Análises pós-colheita dos cachos e frutos

4.5.1 Massa do cacho e da segunda penca, número de pencas e frutos por cacho, número de frutos na segunda penca e comprimento e diâmetro dos frutos

Os tratamentos não diferiram para as características de massa do

cacho, número de pencas por cacho, número de frutos por cacho e número

de frutos da segunda penca (Tabela 8).

Ocorreram diferenças apenas para a massa da segunda penca entre

os tratamentos com esterco de aves (3,07 kg) e composto à base de

efluente de suínos (2,76 kg).

Os valores encontrados para massa média dos cachos foi de 13,7 kg.

Os genótipos pertencentes aos subgrupos Gros Michel e Cavendish

produzem os maiores cachos entre as bananeiras comestíveis (Silva et al.,

1999).

O número de pencas no cacho tem grande influência em seu tamanho

e peso, pois é parte deste e está relacionado diretamente à produtividade

(Silva et al., 2002). Por sua vez, o número de frutos produzidos é

fundamental na determinação do peso do cacho, podendo ser o fator que

melhor explica essa característica (Lima et al., 2005). Estudos sobre a

associação entre esses dois caracteres conduzidos por Flores (2000)

reforçam a importância da avaliação do número de frutos para o

melhoramento genético dessa frutífera.

Condições climáticas também devem ser consideradas pela influência

direta sobre a formação dos cachos e enchimento dos frutos. A temperatura

e a precipitação são fatores de relevante importância no cultivo da

bananeira.

Maiores produções são obtidas em condições de temperatura elevada

e uniforme, sendo a temperatura ótima para o desenvolvimento da bananeira

em torno de 26ºC (Medina, 1985), bem como permanente disponibilidade de

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umidade no solo (Alves et al., 1997; Kluge, 1998), aspectos observados

durante o período de avaliação deste trabalho.

TABELA 8. Massa do cacho (MC), número de pencas por cacho (NPC),

número de frutos por cacho (NFC), massa da segunda penca

(M2ªP), número de frutos da segunda penca (NF2ªP),

comprimento (CF) e diâmetro dos frutos da segunda penca da

bananeira Grand Naine (Musa sp.), adubada com seis

diferentes fontes de adubo orgânico no 1º ciclo de produção.

Santo Antônio de Leverger/MT, 2011. Tratamentos MC NPC NFC M2ªP NF2ªP CF DF

Kg Kg Cm Esterco de bovinos 12,16 a 7,12 a 90,50 a 2,31 b 13,37 a 17,66 b 3,27 b Esterco de aves 15,68 a 7,00 a 97,50 a 3,07 a 15,00 a 20,27 a 3,48 a Efluente de suínos 14,08 a 7,25 a 100,00 a 2,36 b 14,25 a 18,65 b 3,29 b Composto de esterco de bovinos 12,83 a 7,50 a 102,25 a 2,22 b 14,25 a 20,99 a 3,63 a Composto de esterco de aves 15,27 a 7,50 a 105,75 a 2,50 b 14,37 a 20,88 a 3,43 a Composto de efluente de suínos 12,18 a 7,00 a 88,00 a 2,76 a 14,37 a 18,93 b 3,30 b Média 13,7 7,22 97,33 2,53 14,26 19,56 3,40 Coeficiente de variação (%) 21,04 8,68 11,89 10,56 4,71 8,25 4,40 Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

Quanto às variáveis comprimento e diâmetro dos frutos, são

apresentados apenas os dados relativos à segunda penca, considerada

como representativa do cacho, para efeito de uniformização de amostras

(Carvalho et al., 1989; Galán Saúco et al., 1996), e indicada para

determinação do ponto de colheita com base no diâmetro dos frutos (Soto

Ballestero, 1992). Além disso, o comprimento e diâmetro dos frutos são

características importantes na classificação comercial da banana (Donato et

al., 2006).

O comprimento e o diâmetro dos frutos foram maiores nos

tratamentos com esterco de aves, composto à base de esterco de bovinos e

composto à base de esterco de aves (Tabela 8).

O diâmetro do fruto é normalmente usado para indicar o ponto de

colheita, e cada país determina os seus limites, de acordo com a exigência

do consumidor. No Brasil, esses estão entre 2,5 e 3,6 cm de diâmetro, para

as cultivares do subgrupo Cavendish (CIDASC, 2004).

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Os resultados obtidos neste experimento comprovam a qualidade dos

frutos em termos de diâmetro, que em média foi de 3,4 cm. Nos frutos de

banana do subgrupo Cavendish, que inclui a cultivar Grand Naine, o

diâmetro aceito como de boa qualidade varia entre 3,3 e 3,8 cm, sendo 3,4

cm o ideal para exportação (Manica, 1997).

O comprimento exigido pelo mercado interno para a banana do

subgrupo Cavendish varia entre 12 e 22 cm (CIDASC, 2004) e, neste caso, a

banana Grand Naine apresentou comprimento dentro dos padrões exigidos

(Tabela 8), variando de 17,66 a 20,99 cm.

4.5.2 Análise química dos frutos

Os tratamentos das plantas com diferentes fontes de adubo orgânico

não causaram efeitos nos valores de pH, sólidos solúveis e acidez titulável

dos frutos (Tabela 9).

TABELA 9. Potencial hidrogeniônico (pH), teor de sólidos solúveis (SS) e

acidez titulável (AT) dos frutos da segunda penca da bananeira

Grand Naine (Musa sp.), adubada com seis diferentes fontes de

adubo orgânico no 1º ciclo de produção. Santo Antônio de

Leverger/MT, 2011. Tratamentos pH SS AT

º Brix g 100g-¹ Esterco de bovinos 5,71 a 3,32 a 0,21 a Esterco de aves 5,76 a 3,13 a 0,22 a Efluente de suínos 5,69 a 2,99 a 0,20 a Composto de esterco de bovinos 5,66 a 3,17 a 0,23 a Composto de esterco de aves 5,64 a 3,13 a 0,23 a Composto de efluente de suínos 5,94 a 3,30 a 0,24 a Média 5,73 3,17 0,22 Coeficiente de variação (%) 3,08 10,32 13,83 Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

A acidez em frutos de bananeira varia de 0,17 a 0,67g 100g-¹

(Fernandes et al., 1979; Rossignoli, 1983), o pH, de 4,2 a 4,8 (Soto

Ballestero, 1992), enquanto os sólidos solúveis podem atingir teores de até

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28% (Matsuura et al., 2002), tendo uma pequena diminuição quando a fruta

já está muito madura (Bleinroth, 1995).

Neste trabalho, o pH variou de 5,64 a 5,94, apresentando média de

5,73 (Tabela 9). Conforme Chitarra e Chitarra (2005) os valores de pH

diminuem após a colheita da banana e aumentam no final do

amadurecimento ou início da senescência dos frutos.

Os teores de sólidos solúveis variaram de 2,99 a 3,32 ºBrix, com

média de 3,17 ºBrix (Tabela 9). Vários fatores estão relacionados com o teor

de sólidos solúveis, dentre eles, estádio de maturação, condições

edafoclimáticas, condições de amadurecimento artificial e armazenamento

(Chitarra e Chitarra, 2005). A acidez titulável variou de 0,20 a 0,24, com média de 0,22 g 100 g-¹,

como pode ser observado na Tabela 9.

Os valores de acidez titulável corroboram os resultados obtidos por

Pereira et al. (2011), que avaliando a qualidade pós-colheita de cultivares de

bananas comercializadas em Pombal/PB, obtiveram os valores para as

cultivares Prata, Maçã e Nanica de 0,25; 0,22 e 0,23 g 100g-¹,

respectivamente.

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5 CONCLUSÕES

1. Não houve diferença para os atributos químicos e microbiológicos

do solo em relação aos tratamentos aplicados na bananeira ‘Grand Naine’.

2. Na estimativa da mineralização dos compostos orgânicos

ocorreram diferenças entre os tratamentos avaliados em função do tempo de

incubação.

3. Os adubos orgânicos aplicados por ocasião da época do

florescimento e colheita das plantas, no primeiro ciclo de produção da

bananeira ‘Grand Naine’, não causaram alterações nos atributos de

crescimento (exceto para o diâmetro do pseudocaule), no ciclo da cultura e

nas características dos cachos e dos frutos avaliados.

4. Independentemente do tipo de adubo orgânico utilizado, é possível,

nutrir e produzir frutos de banana ‘Grand Naine’ com padrão comercial e, ao

mesmo tempo, melhorar as características do solo a longo prazo, alterando

de forma diferenciada os atributos químicos e microbiológicos.

0

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APÊNDICES

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APÊNDICE 1. Caracterização química inicial do solo das parcelas de bananeira (Musa sp.) da cultivar Grand Naine. Santo Antônio de Leverger/MT. Março, 2010

Trat. Rep. pH Al H+Al Ca+Mg SB T pH 7,0

t efetiva K M V Na P Nitrogênio Total MO

Ca Cl2 ------------------------------cmolc dm-3--------------------------------------- --------%------- -----mg dm-3----- ------g kg-1------ 1 1 5,35 0,10 0,89 1,20 1,45 2,34 1,55 0,11 6,45 62,11 32,00 35,98 16,80 19,96 2 5,01 0,09 2,15 0,80 1,03 3,17 1,12 0,15 8,05 32,40 18,29 78,74 15,40 23,79 3 5,04 0,05 1,62 1,30 1,57 3,19 1,62 0,07 3,08 49,27 45,72 56,36 22,40 24,97 4 5,00 0,08 1,49 0,80 1,12 2,60 1,20 0,10 6,68 42,94 50,29 130,15 25,20 29,54 2 1 5,13 0,10 1,34 0,70 0,98 2,31 1,08 0,14 9,30 42,22 32,00 43,90 18,20 22,13 2 5,04 0,10 1,22 1,10 1,29 2,50 1,39 0,09 7,21 51,42 22,86 57,67 14,00 20,18 3 5,05 0,08 1,65 1,00 1,35 3,00 1,43 0,14 5,58 45,09 50,29 63,77 22,40 20,58 4 5,33 0,09 1,43 1,10 1,37 2,80 1,46 0,07 6,15 49,07 45,72 43,07 22,40 26,76 3 1 4,96 0,15 0,47 0,90 1,13 1,60 1,28 0,11 11,71 70,86 27,43 42,72 16,80 18,75 2 4,94 0,02 1,37 1,10 1,42 2,78 1,44 0,10 1,39 50,95 50,29 75,03 21,00 20,57 3 5,19 0,03 1,73 1,00 1,30 3,03 1,33 0,12 2,25 43,03 41,15 39,91 19,60 26,38 4 5,04 0,13 1,67 0,80 1,04 2,71 1,17 0,06 11,10 38,47 41,15 53,70 21,00 28,97 4 1 5,24 0,15 1,82 0,90 1,42 3,24 1,57 0,12 9,55 43,92 91,44 33,96 19,60 23,79 2 6,95 0,00 1,01 1,20 1,51 2,52 1,51 0,11 0,00 60,04 45,72 64,75 18,20 24,37 3 5,10 0,06 2,18 0,90 1,17 3,35 1,23 0,11 4,88 34,99 36,57 51,92 21,00 24,19 4 5,21 0,08 1,88 0,80 1,11 2,98 1,19 0,09 6,75 37,09 50,29 106,59 22,40 30,56 5 1 7,33 0,02 0,38 1,10 1,54 1,91 1,56 0,10 1,28 80,39 77,72 47,39 14,00 27,18 2 7,54 0,10 0,44 1,50 1,75 2,19 1,85 0,07 5,40 80,12 41,15 23,98 15,40 61,52 3 5,12 0,10 2,24 1,00 1,32 3,55 1,42 0,10 7,05 37,09 50,29 39,48 22,40 25,97 4 5,10 0,08 1,56 1,00 1,23 2,79 1,31 0,07 6,09 44,15 36,57 45,61 28,00 22,96 6 1 7,65 0,05 0,17 1,30 1,57 1,73 1,62 0,05 3,09 90,48 50,29 33,40 16,80 162,94 2 5,35 0,08 0,98 1,50 1,82 2,79 1,90 0,10 4,22 65,09 50,29 34,24 14,00 21,36 3 5,08 0,13 1,97 0,90 1,33 3,29 1,46 0,15 8,92 40,31 64,01 59,72 22,40 25,77 4 5,16 0,08 1,49 1,10 1,32 2,81 1,40 0,06 5,71 47,08 36,57 64,35 29,40 26,96

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79

APÊNDICE 2. Caracterização química do solo coletado por ocasião do

florescimento da bananeira ‘Grand Naine’ (Musa sp.). Santo

Antônio de Leverger/MT, 2011.

Trat. Rep. pH Ca Mg SB T pH 7,0

K V P MO

CaCl2 ------------------cmolc dm-3------------------ % mg dm-3 g kg-1 1 1 5,8 2,10 1,40 2,55 6,24 0,34 65,30 359,80 41,99 2 6,7 2,60 2,40 2,70 6,74 0,44 85,20 195,70 55,97 3 6,4 5,40 2,60 3,00 7,07 0,46 79,80 138,60 55,96 4 5,8 3,00 2,00 2,70 7,77 0,40 68,30 352,70 60,86

2 1 6,0 2,10 1,80 2,59 5,53 0,38 70,90 198,10 59,99 2 7,5 3,00 2,10 2,71 10,43 0,41 95,00 335,70 55,88 3 6,3 2,40 2,10 2,65 12,68 0,41 69,90 445,00 49,99 4 6,3 2,00 1,70 2,57 6,89 0,37 64,70 278,40 68,00

3 1 6,1 2,20 1,80 2,60 5,22 0,38 75,00 148,10 69,97 2 6,1 3,40 1,80 2,72 6,71 0,38 77,50 174,30 56,00 3 5,6 2,00 1,90 2,59 11,15 0,39 64,30 124,20 69,94 4 5,7 2,10 1,70 2,58 6,98 0,37 59,00 348,20 61,00

4 1 6,2 2,00 2,00 2,60 6,97 0,40 70,80 104,90 56,97 2 8,1 4,00 1,20 2,72 6,63 0,32 97,70 149,80 45,95 3 6,0 2,60 2,00 2,66 8,20 0,40 68,50 176,40 48,00 4 5,9 2,00 1,90 2,59 7,85 0,39 59,50 352,70 60,96

5 1 8,4 4,30 1,80 2,81 5,71 0,38 99,80 184,00 55,84 2 8,5 4,50 0,80 2,73 6,57 0,28 97,30 10,20 55,97 3 5,6 2,40 1,70 2,61 9,65 0,37 60,40 189,10 55,00 4 6,2 3,40 1,90 2,73 6,77 0,39 72,70 246,20 53,91

6 1 8,7 4,50 1,30 2,78 4,30 0,33 98,70 44,30 66,00 2 6,3 2,00 1,90 2,59 5,35 0,39 70,30 113,30 55,93 3 5,7 2,60 1,90 2,65 7,05 0,39 63,20 141,70 55,80 4 6,1 2,70 1,90 2,66 5,43 0,39 66,70 287,30 60,96

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80

APÊNDICE 3. Teores de carbono da biomassa microbiana (CBM),

respiração basal (RB) e quociente metabólico (qCO2) de

solo cultivado com a bananeira ‘Grand Naine’ (Musa sp.)

adubado com diferentes fontes orgânicas. Santo Antônio

de Leverger/MT, 2010 Tratamentos CBM

µg C mic g-1 solo Primeira coleta Diferença ente a

primeira e segunda coletas

Diferença ente a segunda e

terceira coletas Esterco de bovinos 584,01 1708,03ns -917,43ns Esterco de aves 440,30 1480,43 -236,46 Efluente de suínos 441,48 805,70 158,73 Composto de esterco de bovinos 620,73 1551,09 -884,06 Composto de esterco de aves 496,50 959,85 76,80 Composto de efluente de suínos 437,04 988,68 171,02 Coeficiente de variação - a (%)* 12,60 Coeficiente de variação - b (%)* 45,72

Tratamentos RB µg C-CO2 g-1 solo

Primeira coleta Diferença ente a primeira e

segunda coletas

Diferença ente a segunda e

terceira coletas Esterco de bovinos 142,74 683,09ns -316,22ns Esterco de aves 672,37 -12,78 192,51 Efluente de suínos 253,67 46,80 18,48 Composto de esterco de bovinos 231,09 157,01 113,45 Composto de esterco de aves 266,53 128,15 139,73 Composto de efluente de suínos 173,00 47,04 334,49 Coeficiente de variação - a (%) 26,67 Coeficiente de variação - b (%) 54,16

Tratamentos qCO2 µg C-CO2 µg-1 C mic dia-1

Primeira coleta Diferença ente a primeira e

segunda coletas

Diferença ente a segunda e

terceira coletas Esterco de bovinos 0,44 0,02ns -0,25ns Esterco de aves 1,49 -3,84 0,25 Efluente de suínos 0,87 -0,74 0,05 Composto de esterco de bovinos 0,62 -0,18 0,20 Composto de esterco de aves 0,79 -0,62 0,09 Composto de efluente de suínos 0,77 -0,75 0,18 Coeficiente de variação - a (%) 15,18 Coeficiente de variação - b (%) 14,14 NS: não significativo pelo teste F a 5% de significância. * a= tratamentos; b= dias de incubação.

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APÊNDICE 4. pH (a), matéria orgânica (b) e nitrogênio (c) obtidos nos estercos e

compostos à base de esterco de bovinos, de aves e de efluente de suínos aos 0, 30, 60, 90, 120 e 150 dias de incubação: T1 – esterco de bovinos curtido; T2 - esterco de aves curtido; T4 – composto de esterco de bovinos; T5 – composto de esterco de aves e T6 – composto de efluente de suínos. Santo Antônio de Leverger/MT, 2010.

0

2

4

6

8

10

0 30 60 90 120 150

Dias de incubação

pH (C

aCl 2

)

T1 T2 T4 T5 T6

0

20

40

60

80

100

0 30 60 90 120 150

Dias de incubação

Mat

éria

Org

ânic

a (%

)

T1 T2 T4 T5 T6

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

0 30 60 90 120 150

Dias de incubação

Nitr

ogên

io (%

)

T1 T2 T4 T5 T6

(a)

(b)

(c)

81

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APÊNDICE 5. Teores de fósforo (a) e potássio (b) obtidos nos estercos e compostos

à base de estercos de bovinos, de aves e de efluente de suínos aos 0, 30, 60, 90, 120 e 150 dias de incubação: T1 - esterco de bovinos curtido; T2 - esterco de aves curtido; T4 – composto de esterco de bovinos; T5 – composto de esterco de aves e T6 – composto de efluente de suínos. Santo Antônio de Leverger/MT, 2010.

0

100

200

300

400

500

600

0 30 60 90 120 150

Dias de incubação

Fósf

oro

(mg

dm-3

)

T1 T2 T4 T5 T6

0

5

10

15

0 30 60 90 120 150

Dias de incubação

Potá

ssio

(mg

dm-3

)

T1 T2 T4 T5 T6

(a)

(b)

82

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APÊNDICE 6. Teores de cálcio (a) e magnésio (b) obtidos nos estercos e compostos

à base de esterco de bovinos, de aves e de efluente de suínos aos 0, 30, 60, 90, 120 e 150 dias de incubação: T1 – esterco de bovinos curtido; T2 - esterco de aves curtido; T4 – composto de esterco de bovinos; T5 – composto de esterco de aves e T6 – composto de efluente de suínos. Santo Antônio de Leverger/MT, 2010.

(a)

(b)

83