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1 Universidade do Minho Departamento de Engenharia Civil 1 Carlos Palha, 2008 Caracterização final de Pavimentos Caracterização final de um Pavimento Avaliação das características estruturais e funcionais Universidade do Minho Departamento de Engenharia Civil 2 Carlos Palha, 2008 Caracterização final de Pavimentos A avaliação da qualidade estrutural: definir o nível de desempenho mecânico do pavimento f(tráfego pesado; condições climáticas) vida residual” (nº de passagens dum eixo-padrão) A avaliação da qualidade funcional: definir a qualidade superficial do pavimento (f(exigências dos utentes: conforto e segurança)

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Universidade do Minho Departamento de Engenharia Civil

1

Carlos Palha, 2008

Caracterização final de Pavimentos

Caracterização final de um Pavimento

Avaliação das características estruturais e funcionais

Universidade do Minho Departamento de Engenharia Civil

2

Carlos Palha, 2008

Caracterização final de Pavimentos

A avaliação da qualidade estrutural:

definir o nível de desempenho mecânico do pavimentof(tráfego pesado; condições climáticas)

“vida residual” (nº de passagens dum eixo-padrão)

A avaliação da qualidade funcional:definir a qualidade superficial do pavimento

(f(exigências dos utentes: conforto e segurança)

2

Universidade do Minho Departamento de Engenharia Civil

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Carlos Palha, 2008

Caracterização final de Pavimentos

Técnicas de Avaliação da Capacidade Estrutural

Caracterização da capacidade estrutural do pavimento (“pavimento - solo de fundação”)

observação da deformação vertical da superfície do pavimento (resposta do pavimento quando submetido à acção duma carga)

Medir a componente elástica – deformação reversível – da deformação (deformação permanente insignificante relativamente à deformação elástica)

Deformação do conjunto “pavimento - solo de fundação”: Deflexão(assentamento vertical da superfície da camada de desgaste do pavimento)

Equipamentos de medição da capacidade estrutural

deflectómetros, ou deflectógrafos

Universidade do Minho Departamento de Engenharia Civil

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Carlos Palha, 2008

Caracterização final de Pavimentos

Objectivos da medição da deflexão de um pavimento:caracterização da deformabilidade global de um pavimento (conhecida a constituição

da estrutura do pavimento, é utilizada para avaliar a capacidade estrutural (qualidade residual));

calibração dos modelos analíticos (determinação das tensões e deformações produzidas por uma determinada carga);

dimensionamento das camadas de reforço (eficácia quanto à capacidade de aumentar a rigidez do pavimento é avaliada através da redução do valor da deflexão medida, após a realização desse reforço);

definir a qualidade estrutural do pavimento (determinar classes de deflexão para utilização em sistemas de gestão).

Equipamentos de medição da capacidade estrutural:

Viga Benkleman (deflexão total/reversível));Deflectómetro de Impacto – FWD (deflexão reversível).

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Universidade do Minho Departamento de Engenharia Civil

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Carlos Palha, 2008

Caracterização final de Pavimentos

♦ Viga BenklemanConstituição:

“base”, constituída por uma estrutura metálica rígida, a qual se apoia no pavimento através de dois pés, mantendo-se fixa durante o ensaio;

uma “viga”, que roda em torno de um eixo solidário com a base e que se apoia no pavimento por uma das extremidades (“ponta apalpadora” - P);

Na extremidade livre do braço menor apoia-se a haste de um deflectómetro –transdutor de deslocamentos (a relação entre o comprimento dos braços é de 2/1, tendo o braço maior cerca de 2.4 metros de comprimento).

Primeira viga em Portugal, com registo automático da deformada (“deflectógrafo de pavimentos”): LNEC, anos 60. Foram desenvolvidos ábacos e tabelas para apoiar a interpretação dos deflectogramas.

Universidade do Minho Departamento de Engenharia Civil

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Carlos Palha, 2008

Caracterização final de Pavimentos

Realização do ensaio (2 ciclos):“ensaio de carga e descarga”;

“ensaio de descarga”.

1.00 m d30

carga descarga

0.3d

e

def.

elás

tica

(de)

Distância (m)

Deflexão (1/100 mm)

Análise da curva “deflexão-distância” (“linha de influência” ou “bacia de deflexão”):

Deflexão máxima reversível (deflexão elástica) - capacidade estrutural global (nível de rede);

d(30) e d(90) – contribuição das camadas (distância entre o ponto a observar e o ponto da linha de influência correspondente a (n) % da deflexão reversível máxima) (nível de projecto);

Rc – raio de curvatura mínimo da deformada (medido no ponto de deflexão máxima -“nível de projecto”).

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Universidade do Minho Departamento de Engenharia Civil

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Carlos Palha, 2008

Caracterização final de Pavimentos

Ensaio pontual bastante lento (incompatível com estudos de grandes extensões);

Interesse apenas na observação de pequenos trechos (nível de projecto);

Realização de estudos de investigação.

Universidade do Minho Departamento de Engenharia Civil

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Carlos Palha, 2008

Caracterização final de Pavimentos

♦ Deflectómetro de Impacto (FWD)

avaliação da capacidade estrutural de um pavimento através da medição da resposta a uma carga de impacto

Veículo ligeiro (equipamento informático de controlo do ensaio, de aquisição, tratamento e restituição da informação: micro-computador);

Reboque (suporte do equipamento):eixo vertical (massa cadente solidária com uma estrutura metálica, suportando um

conjunto de amortecedores, que por sua vez transmitem a carga resultante da queda da massa a uma placa rígida de 300 ou 400 mm);

Acelerómetros (medição da resposta da superfície do pavimento; desde o centro de aplicação da carga, até uma distância de 2,40 m);

Ensaio:

massa cadente cai sobre os amortecedores (duma determinada altura), transmitindo-se ao pavimento através da placa rígida central;medem-se os deslocamentos verticais da superfície nos pontos de apoio dos acelerómetros.

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Universidade do Minho Departamento de Engenharia Civil

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Carlos Palha, 2008

Caracterização final de Pavimentos

♦ Avaliação da capacidade de carga de pavimentos rodoviários

♦Deflectómetro de Impacto - FWD (Falling Weight Deflectomemter)

Foto FWD com sensores

Universidade do Minho Departamento de Engenharia Civil

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Carlos Palha, 2008

Caracterização final de Pavimentos

Distância (m)

Deflexão (mm)

1.0 2.0 3.0

0.5 Verão

Inverno

Distância (m)

Deflexão (mm)

1.0 2.0 3.0

0.5

Inverno

Verão

a) b)

Estrutura (a):elevada espessura betuminosa do pavimento; deflexão reduzida (valores próximos a 0,3 mm); a influência do carregamento dever-se-á sentir para além de 2.0 m do seu

centro de aplicação da carga.

Estrutura (b):rigidez da camada betuminosa é inferior; preponderância do comportamento da componente granular (influência do aumento do

teor em água).

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Universidade do Minho Departamento de Engenharia Civil

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Carlos Palha, 2008

Caracterização final de Pavimentos

♦ Equipamentos Multifunções

Avaliação da qualidade de um pavimento

utilização de vários equipamentos (recursos materiais, e humanos)

Equipamentos com as componentes destinadas a observar os parâmetros de caracterização do estado dos pavimentos (estado superficial, irregularidade longitudinal e irregularidade transversal; excepto a observação da capacidade estrutural.) e as características geométricas (perfil longitudinal e transversal).

Lasers – textura e regularidadeInertial Motion Sensor – raio curvatura, etcAcelerómetros – anular movimentos verticaisEncoder – Medição de distânciasCâmara – fotos/filmagens

Universidade do Minho Departamento de Engenharia Civil

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Carlos Palha, 2008

Caracterização final de Pavimentos

Técnicas de Observ. da Regularidade Longitudinal

controlo de qualidade da construção;observar a evolução do desempenho dos pavimentos.

Métodos de “medição” da irregularidade considerados a dois níveis:princípio e técnica adoptada para observar o perfil;“cálculos” dos índices de irregularidade do perfil medido.

Irregularidade dum pavimento só pode ser avaliada de forma independente quando a sua medição é baseada no perfil do pavimento.

Equipamentos de observação:

equipamentos baseados na resposta dinâmica de um veículo;equipamentos de referência geométrica simples; equipamentos baseado na obtenção de uma “imagem” do perfil

da superfície do pavimento.

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Universidade do Minho Departamento de Engenharia Civil

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Carlos Palha, 2008

Caracterização final de Pavimentos

Ao longo de um itinerário, diferentes defeitos de regularidade:irregularidade de elevado comprimento de onda e de reduzida frequência;

reduzida extensão (reduzido comprimento de onda) e, consequentemente, com uma elevada frequência.

Efeitos da irregularidade longitudinal:condições de circulação para o utente (conforto e segurança);

evolução da qualidade estrutural (efeito das sobrecargas dinâmicas).

Análise da irregularidade longitudinal:distinguir esta da eventual heterogeneidade do perfil longitudinal

(deficiência de concepção; não um defeito a considerar na avaliação da qualidade)

Irregularidade: gama de comprimentos de onda de 0,7 a 50,0 m:Irregularidade (a): desconforto para os utentes;

Irregularidade (b): oscilações e vibrações dos veículos

desconforto; insegurança; aumento das cargas dinâmicas dos veículos pesados; redução do atrito, como resultado da redução da carga dinâmica.

Universidade do Minho Departamento de Engenharia Civil

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Carlos Palha, 2008

Caracterização final de Pavimentos

A irregularidade longitudinal

factor que afecta mais fortemente a opinião do utente sobre a qualidade do pavimento;

equipamento para avaliar a irregularidade; valores das classes a considerar no processo de classificação calibradas com a “informação paralela” do utente sobre a qualidade de circulação.

A importância da irregularidade num sistema de gestão de pavimentos

f(política rodoviária ou prioridades)

Irregularidade favorece a qualidade funcional do pavimento;

Deflexão, degradações preservar o “capital estrutural do pavimento”.

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Universidade do Minho Departamento de Engenharia Civil

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Carlos Palha, 2008

Caracterização final de Pavimentos

Multifunções - Perfil Transversal e Longitudinal

PerfilTransversal

PerfisLongitudinais

Universidade do Minho Departamento de Engenharia Civil

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Carlos Palha, 2008

Caracterização final de Pavimentos

Multifunções – Textura (Mean Profile Depth/Estimated Texture Depth)

0.0

0.2

0.4

0.60.8

1.0

1.2

1.4

1.6

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20 1.40

Distância (km)

ETD

(mm

)

Rodado Esq. Rodado Dir.

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Carlos Palha, 2008

Caracterização final de Pavimentos

Multifunções – IRI (International Roughness Index)

0.51

1.52

2.53

3.54

4.55

0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4

pos iç ão (k m)

IRI

(m/k

m)

R ode ira e s querda C entro R ode ira dire ita

A rranque

Universidade do Minho Departamento de Engenharia Civil

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Carlos Palha, 2008

Caracterização final de Pavimentos

Textura/Mancha de areia (EN 13036-1)

2R

Areia ouEsferas de

vidro

superfície de rolamento

H

H = profundidade médiaR = raio do circulo

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Carlos Palha, 2008

Caracterização final de Pavimentos

Textura/Mancha de areia (EN 13036-1)

Universidade do Minho Departamento de Engenharia Civil

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Carlos Palha, 2008

Caracterização final de Pavimentos

A evolução do atrito num curto intervalo de tempo:Quando chove, forma-se inicialmente uma pasta fluída muito fina (mistura com a

água de fina camada de pequenas partículas (desgaste dos pneus, desgaste do pavimento, acumulação de poeiras)), o valor mais reduzido – valor A.

Decorridas algum tempo (f(intensidade da chuva e estado do pavimento)), aquela pasta é removida pela própria chuva e pelos veículos - valor B (valor da situação de pavimento molhado.

Terminada a queda de chuva, a água começa a escoar-se da superfície do pavimento e o coeficiente de atrito transversal passa a ter o valor C (valor normal em período seco).

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Universidade do Minho Departamento de Engenharia Civil

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Carlos Palha, 2008

Caracterização final de Pavimentos

A evolução do atrito longo da vida do pavimento:Intensidade do tráfego;

Resistência ao desgaste dos materiais

Período A:Redução lenta e gradual do CAT;

Fase inicial: o CAT cresce devido ao desgaste da película betuminosa superficial (acréscimo da macro-textura e ao aparecimento da micro-textura).

Período B:Aumento do CAT (aumento da macrotextura – fendilhamento, permeabilidade).

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Carlos Palha, 2008

Caracterização final de Pavimentos

Medição do atrito pontual (EN 13036-4)

Pêndulo britânico

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Carlos Palha, 2008

Caracterização final de Pavimentos

Medição do atrito em contínuo

Grip-tester

Universidade do Minho Departamento de Engenharia Civil

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Carlos Palha, 2008

Caracterização final de Pavimentos

Permeabilidade em pisos drenantes