carla indianara bonetti · 2019-12-02 · carla indianara bonetti perfil fitoquÍmico e avaliaÇÃo...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE PARANAENSE - UNIPAR
CURSO DE FARMÁCIA - UNIDADE UNIVERSITÁRIA TOLEDO
CARLA INDIANARA BONETTI
PERFIL FITOQUÍMICO E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO
EXTRATO DE Echinodorus grandiflorus
TOLEDO - PARANÁ
NOVEMBRO - 2018
CARLA INDIANARA BONETTI
PERFIL FITOQUÍMICO E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO
EXTRATO DE Echinodorus grandiflorus
Trabalho de Conclusão do Curso apresentado à Banca
Examinadora do Curso de Graduação em Farmácia -
Universidade Paranaense - Unidade Universitária de Toledo,
como requisito parcial para a obtenção do título de
Farmacêutica, sob orientação do Prof. Me. Douglas Rossi
Jesus.
TOLEDO - PARANÁ
NOVEMBRO – 2018
1
PERFIL FITOQUÍMICO E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO
EXTRATO DE Echinodorus grandiflorus
Carla Indianara Bonetti1
Douglas Rossi Jesus2
1Acadêmica do Curso de Farmácia da Universidade Paranaense (UNIPAR) - Unidade Universitária
de Toledo. Endereço para correspondência: Rua Guaíra, 3676, Jardim La Salle, CEP: 85.902-220,
Toledo, Paraná, Brasil.
E-mail: [email protected]
Telefone: (45) 988347746
2Professor adjunto do curso de Farmácia da Universidade Paranaense (UNIPAR) - Unidade
Universitária Toledo. Endereço para correspondência: Avenida Parigot de Souza, 3636, Jardim
Prada, CEP: 85.903-170, Toledo, Paraná, Brasil.
Email: [email protected]
Telefone: (45) 3277-8500
2
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ter me dado forças para superar todos os obstáculos que me foram
propostos neste ano.
Agradeço aos meus pais José e Edeleide as minhas irmãs Luzia e Sula e aos meus sobrinhos
Thales e agora o pequeno Rafael que sempre estiveram comigo, me dando forças e incentivando a
seguir em frente mesmo diante das dificuldades.
Agradeço aos meus orientadores, Douglas Rossi Jesus, Juliana Cristhina Friedrich e
Emerson Luiz Botelho Lourenço pela paciência e dedicação que tiveram comigo me guiando no
decorrer do trabalho e dando todo o suporte necessário.
Agradeço a minha amiga Mariana por ter me ajudado com as análises laboratoriais com
muito animo e incentivo.
Por fim agradeço a todas as pessoas que me ajudaram de forma direta ou indiretamente a
concluir este trabalho e que fizeram parte da minha formação.
3
PERFIL FITOQUÍMICO E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO
EXTRATO DE Echinodorus grandiflorus
Fitoquímica e atividade antimicrobiana de Echinodorus grandiflorus
RESUMO Echinodorus grandiflorus conhecida como chapéu-de-couro apresenta em decorrência de seu
metabolismo secundário propriedades farmacológicas como anti-inflamatório, antioxidante,
diurética, analgésica, antirreumática, anti-hipertensiva e com efeitos cardioprotetores. Desse modo,
o objetivo deste estudo foi determinar o perfil fitoquímico e avaliar a atividade antimicrobiana do
extrato de Echinodorus grandiflorus. Na análise do perfil fitoquímico, foram realizados testes
qualitativos simples para a identificação de taninos, alcaloides, flavonoides, antraquinonas,
esteroides, triterpenos, saponinas, polissacarídeos e cumarinas. Foi analisado também a
quantificação de taninos totais e flavonoides totais. Os testes antimicrobianos foram realizados
empregando o método de difusão em disco e concentração inibitória mínima (CIM) em microplacas
com 96 poços, utilizando extrato etanólico e hidroalcoólico obtido por maceração nas proporções
1:5 e 1:10. As cepas avaliadas foram Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis,
Lactobacillus casei, Bacillus cereus, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Candida
albicans. Nos testes fitoquímicos detectou-se a presença de taninos, alcaloides, flavonoides e
saponinas. O Melhor rendimento foi observado para a extração por maceração 1:5
(3,2567±0,93531). A atividade antimicrobiana não foi comprovada frente aos organismos testados.
A fim de encontrar melhores resultados, novos estudos devem ser realizados, buscando o
isolamento de compostos fitoquímicos presentes na planta.
Palavras-chave: Chapéu-de-couro. Triagem fotoquímica. Atividade antimicrobiana.
PHYCHOCHEMICAL PROFILE AND EVALUATION OF THE ANTIMICROBIAL
ACTIVITY OF THE EXTRACT OF Echinodorus grandiflorus
Phytochemistry and antimicrobial activity of Echinodorus grandiflorus
ABSTRACT
Echinodorus grandiflorus known as leather-hat presents as a result of its secondary metabolism
pharmacological properties as anti-inflammatory, antioxidant, diuretic, analgesic, antirheumatic,
antihypertensive and with cardioprotective effects. Thus, the objective of this work was to
investigate the presence of flavonoids and total tannins and the antimicrobial activity of
Echinodorus grandiflorus. In the phytochemical profile analysis, simple qualitative tests were
performed for the identification of tannins, alkaloids, flavonoids, anthraquinones, steroids,
triterpenes, saponins, polysaccharides and coumarins. Quantification of total tannins and total
flavonoids was also analyzed. The antimicrobial tests were carried out using the method of disc
diffusion and minimum inhibitory concentration (MIC) in 96-well microplates using ethanolic and
hydroalcoholic extracts obtained by maceration in proportions 1: 5 and 1:10. The strains evaluated
were Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis, Lactobacillus casei, Bacillus cereus,
Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa and Candida albicans. In the phytochemical tests the
presence of tannins, alkaloids, flavonoids and saponins was detected. The best yield was observed
for extraction by maceration 1: 5 (3.2567 ± 0.93531). The antimicrobial activity was not proven
against the organisms tested. In order to find better results, further studies should be performed,
seeking the isolation of phytochemical compounds present in the plant.
Keywords: Leather Hat. Photochemical screening. Antimicrobian activity.
4
INTRODUÇÃO
O uso de plantas com a finalidade terapêutica vem desde as antigas civilizações. O
conhecimento empírico aprofundou-se, proporcionando a utilização de plantas na prevenção e cura
de doenças e seus sintomas. Porém, com o desenvolvimento científico e tecnológico, foi possível
realizar o estudo e a caracterização fitoquímica de plantas medicinais (SANTOS et al., 2016).
A necessidade de se conhecer os constituintes químicos da planta proporcionou estudos
voltados à biologia vegetal, que demonstrou a presença de metabólitos primários e secundários em
plantas (LÔBO et al., 2010; VALDEVINO et al., 2013).
O metabolismo primário é composto de um processo pouco variável à grande parte dos
vegetais e que leva à síntese de celulose, lignina, carboidratos, proteínas, lipídios e ácidos nucleicos.
Em contrapartida, os metabólitos secundários apresentam-se em baixas concentrações e ficam
estocados em células específicas do vegetal. O que permite sua adaptação e probabilidade de
sobrevivência no meio ambiente (PENÃ et al., 2016; PEREIRA; CARDOSO, 2012).
A classificação dos metabólitos secundários se dá a partir da rota biossintética onde são
produzidos, sendo divididas em três principais grupos de moléculas: os compostos fenólicos,
terpênicos e esteróides, e os alcaloides (FUMAGALI et al., 2008). Os metabólitos secundários
vegetais destacam-se na área da farmacologia devido a seus efeitos biológicos sobre a saúde da
espécie humana, podendo possuir atividade antimicrobiana, anti-inflamatório, antioxidante,
diurética, analgésica, antirreumática, anti-hipertensiva e anticolesterolêmica (PEREIRA;
CARDOSO, 2012).
Os métodos extrativos para obtenção de metabólitos secundários incluem maceração,
infusão, percolação, decocção, extração contínua quente (Soxhlet), extração em contra-corrente,
extração assistida por micro-ondas, ultra-som, fluido supercrítico e turbólise. Além dos métodos
extrativos, são diversos os fatores que influenciam na extração, como a parte do material vegetal
utilizada, a origem deste, o grau de processamento, o tamanho da partícula, o solvente utilizado, o
tempo de extração, temperatura, polaridade e concentração do solvente. O solvente utilizado e a
polaridade podem afetar a transferência de elétrons e de átomos de hidrogênio, que é aspecto
importante na extração de polifenóis (OLIVEIRA et al., 2016).
Estudos têm demonstrado a atividade antimicrobiana de extratos vegetais de diferentes
espécies de plantas. A fitoterapia está inserida como uma das principais alternativas devido à maior
facilidade de acesso pela população, uso disseminado, custo não oneroso e eficácia comparável aos
medicamentos sintéticos. Os extratos vegetais podem revelar grande potencial contra doenças pela
ação sinérgica ou individual de compostos provenientes de seu metabolismo secundário, como os
flavonoides, os taninos, os carotenoides, os glicosídeos, os alcaloides e outros (BAPTISTA, 2012).
5
O grande interesse por medicamentos fitoterápicos é explicado em parte pelo uso
indiscriminado de antibióticos que tem selecionado microrganismos multirresistentes e
consequentemente, a necessidade de se buscar novas substâncias antimicrobianas (ROZATTO,
2012).
A resistência antimicrobiana é considerada um problema de saúde global, que compromete a
efetividade dos antibióticos inviabilizando o tratamento de infecções comuns, pode estar
relacionada ao abuso na utilização de fármacos com ação bactericida, bacteriostática ou antifúngica,
onde a falta de conhecimento e a automedicação promovem a indução desse fator (OLIVEIRA et
al., 2013).
A resistência ocorre quando microrganismos sofrem mutação genética ao serem expostos a
drogas antimicrobianas, recebendo o nome de “superbactérias” (FRACAROLLI et al., 2017).
Durante o fenômeno de mutação as bactérias estão protegidas dos efeitos antimicrobianos, pois
alteram os seus sítios receptores de captação dos fármacos, bem como produzem enzimas e
proteínas que impedem a ação dos antimicrobianos, isso irá ocasionar uma multiplicação bacteriana
e impedirá o tratamento e cura de doenças (PEREIRA; CARDOSO, 2012; FRACAROLLI et al.,
2017).
Dentre os principais microrganismos que sofrem resistência a antibióticos, têm-se o
Staphylococcus aureus resistente à meticilina, Streptococcus pneumoniae não susceptível à
penicilina, Enterococcus resistente à vancomicina, Enterobacteriaceae produtoras de beta-
lactamase de amplo espectro, Pseudomonas aeruginosa resistente à macrolídeos e Escherichia coli
resistente à estreptograminas (COSTA; SILVA JUNIOR, 2017).
Estudos recentes têm demonstrado a atividade antimicrobiana de diferentes extratos
vegetais. Entre eles, os extratos de Echinodorus grandiflorus (Alismataceae), popularmente
conhecida como “chapéu de couro”, cresce em vários solos úmidos como cobertura vegetativa de
apoio. As partes utilizadas da planta são as folhas que habitualmente são administradas via oral por
infusão aquosa. Atividades farmacológicas descritas na literatura apontam sua eficácia como anti-
inflamatório, antioxidante, diurética, analgésica, antirreumática, anti-hipertensiva e com efeitos
cardioprotetores (PRANDO et al; 2015).
Estudos utilizando as folhas de Echinodorus grandiflorus tem evidenciado baixo potencial
antimicrobiano da espécie, atuando sobre algumas cepas de microrganismos. Foi relatado atividade
do extrato aquoso para Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli e Salmonella tyfhimurium. Em
relação ao extrato metanólico apresentou atividade para Staphylococcus aureus, Bacillus subtilis e
Micrococcus luteu, isto se deve ao fato de que as folhas possuem quantidades relevantes de taninos
e polifenóis (BRUGIOLO, 2010). Porém, poucos estudos têm sido relatados quanto à atividade
6
antimicrobiana de suas folhas. Desta forma, o presente trabalho tem por objetivo determinar o perfil
fitoquímico e avaliar a atividade antimicrobiana do extrato de Echinodorus grandiflorus.
MATERIAL E MÉTODO
Coleta e preparo da amostra vegetal
O material botânico foi coletado no Horto de Plantas Medicinais da UNIPAR (Universidade
Paranaense), campus Umuarama (Brasil) a 430 m de altitude em relação ao nível do mar
(S23º47’55-W53º18’48). As folhas foram coletadas de setembro a dezembro de 2017.
O material vegetal foi seco em estufas com circulação forçada de ar à ± 37ºC por cinco dias.
Após a secagem, o material foi submetido à trituração. A pulverização foi realizada em trituradores
industriais, e, em seguida, o material foi acondicionado em sacos duplos, de polietileno na parte
interna e de papel Kraft na parte externa, até o preparo dos extratos brutos.
Um exemplar da espécie em estudo, foi identificada e catalogada sob número 2230 no
herbário do Horto de Plantas Medicinais da UNIPAR campus Umuarama – PR.
Triagem fitoquímica
Os testes fitoquímicos consistiram em reações químicas qualitativas simples, executadas em
triplicata, que demonstraram a presença de compostos orgânicos. As análises para a determinação
de taninos, alcaloides, flavonoides, antraquinonas, saponinas, esteroides e triterpenos, foram
baseadas na metodologia descrita pela Sociedade Brasileira de Farmacognosia (2009), com
alterações. Para o teste de polissacarídeos, foi empregada a técnica relatada por Teixeira et al.
(2012), para a determinação de cumarinas, utilizou-se o protocolo citado por Gonçalves e Lima
(2016). E para a determinação de flavonoides totais foi utilizado método espectrométrico proposto
por Woisky e Salatino (1998).
Taninos
Em um béquer, ferveu-se 5 g de Echinodorus grandiflorus em pó juntamente a 50 mL de
água destilada, por 15 minutos. Este filtrado em seguida foi dividido em quatro tubos de ensaio
devidamente identificados, sendo que no primeiro e segundo tubos, foram inseridos 2 mL do extrato
bruto hidroalcoólico, e no terceiro e quarto tubos, foram inseridos 5 mL do extrato. No primeiro
tubo, foram adicionadas 2 gotas de ácido clorídrico (HCl) diluído e solução de gelatina a 2,5% gota
a gota. O resultado positivo se deu por meio da formação de precipitado. No segundo tubo, foram
inseridos 10 mL de água destilada e 2 a 3 gotas de cloreto férrico (FeCl3) a 1% em metanol. O
7
resultado se deu através da coloração, onde a cor azul determinou a presença de taninos
hidrolisáveis ou gálico e a cor verde, taninos condensados ou catéquico. No terceiro tubo, foram
acrescentados 10 mL de solução de ácido acético (C2H4O2) a 10% e 5 mL de solução de acetato de
chumbo [Pb(C2H3O2)2] a 10%. A presença de taninos hidrolisáveis se deu pela formação de
precipitado esbranquiçado. O quarto tubo foi utilizado como controle.
Saponinas
Em um béquer, ferveu-se 2 g de Echinodorus grandiflorus em pó com 20 mL de água
destilada por 2 minutos. Após resfriada, a mistura foi filtrada e transferiu-se 15 mL do filtrado para
um tubo de ensaio. Do primeiro tubo retirou-se 5 mL do extrato, sendo transferido para um segundo
tubo, acrescentando 5 mL de água destilada. Do segundo tubo, foram retirados 5 mL e colocados
em um terceiro tubo, acrescentando 5 ml de água destilada. Em seguida, agitou-se rapidamente os
três tubos por 15 segundos. A formação de espuma por mais de 15 minutos confirmou a presença de
saponinas.
Esteroides/Triterpenos
Em um béquer, contendo 2 g de Echinodorus grandiflorus em pó adicionaram-se 20 mL de
etanol 70%, foi realizada a fervura durante 2 minutos, posteriormente foi efetuada a filtração por
algodão e transferidos 5 mL do extrato para um cadinho. Em seguida, evaporou-se o extrato em
banho-maria (FISATOM, modelo 550), até obtenção de resíduo seco, onde foi adicionado 0,5 mL
de anidrido acético [(CH3CO)2O], agitando com um bastão, seguido da adição de 0,5 mL de ácido
sulfúrico concentrado (H2SO4). Após foi observado a coloração, sendo azul ou verde para esteroides
e lilás, púrpura ou castanha-avermelhada para triterpenos.
Alcaloides
A pesquisa destes compostos baseou-se no método de precipitação utilizando os Reativos
Gerais de Alcaloides (RGA): Bertrand, Bouchardat, Dragendorff e Mayer, verificando a formação
de precipitado insolúvel e floculoso. Em um béquer, contendo 2 g do pó de Echinodorus
grandiflorus foram adicionados 20 mL de ácido clorídrico (HCl) a 1%, em seguida foi realizado o
aquecimento da mistura por 2 minutos, seguida da filtração por algodão. O filtrado foi distribuído
em 4 tubos de ensaio (3 mL por tubo), então foram adicionadas 2 gotas de cada RGA, observando a
ocorrência de precipitado.
Flavonoides
8
Em um béquer, aqueceram-se em banho-maria (FISATOM, modelo 550), 1 g de
Echinodorus grandiflorus em pó com 10 mL de solução de etanol a 70%, por 2 minutos, logo após
realizou-se a filtração por algodão. Em seguida, em um tubo de ensaio, contendo 2 mL do extrato
alcoólico, adicionou-se seis fragmentos de magnésio metálico. Após foi adicionado 1 mL de ácido
clorídrico concentrado. Na presença destes compostos foi observado o aparecimento da coloração
rósea a vermelha.
Flavonoides Totais
Transferiu-se 150 µL do extrato fracionado para um tubo de ensaio embrulhado em papel
alumínio contendo 3.850 µL de álcool metílico e 1.000 µL de solução metanólica de Cloreto de
Alumínio a 5%. Após 30 minutos no escuro foi realizada a leitura em espectrofotômetro Pró-
Análise (UV-1600/1800) a 425 nm frente ao branco. Os flavonoides totais foram quantificados
utilizando-se curva padrão de Quercetina. As amostras foram avaliadas em triplicata e os valores
expressos em média ± desvio padrão.
Curva de padrão de quercetina
Pesou-se 10 mg de quercetina em balão volumétrico de 100 mL e completou-se o volume
com metanol. Desta solução-mãe, pegou-se balões de 10 mL onde foram realizadas 5 diluições.
Sendo que foram retiradas respectivamente as seguintes concentração: 0,25%, 0,5%, 1%, 2% e 4%.
Todas estas diluições foram completadas em balão volumétrico de 10 mL com metanol até
completar o menisco e posteriormente pegou-se 4 mL da solução + 1 mL de cloreto de alumínio 5%
e realizada a leitura em espectrofotômetro Pró-Análise (UV-1600/1800) a 425 nm frente ao branco.
Antraquinonas
Em um béquer, contendo 0,2 g de Echinodorus grandiflorus em pó foi adicionado 10 mL de
ácido sulfúrico 2 Normal (N), e ferveu-se durante 2 minutos. Após resfriado o extrato foi filtrado
para um funil de separação. Em seguida foram adicionados 10 mL de éter etílico, fez-se a agitação e
separação da camada etérea para um tubo de ensaio. A coloração amarela sugeriu a presença de
antraquinonas. Posteriormente foram adicionados 2 mL de solução aquosa de hidróxido de sódio 2N
e agitado. Após a separação das fases, observou-se a presença de uma camada rósea ou vermelha, e
a etérea incolor, confirmando a presença de antraquinonas.
Polissacarídeos
9
Na pesquisa adicionaram-se 2 mL do extrato bruto hidroalcoólico em um tubo de ensaio,
acrescentando 2 mL de Lugol. O surgimento de coloração azulada indicou a presença de
polissacarídeos.
Cumarinas
Foram inseridos 2 mL do extrato bruto hidroalcoólico em um tubo de ensaio, sendo este
posteriormente vedado com papel filtro impregnado com solução de hidróxido de sódio (NaOH) a
10%. O tubo foi levado ao banho-maria a 100ºC por 10 minutos. O papel filtro foi removido do
tubo e examinado por meio de luz ultravioleta (UV) a 100 nm de comprimento de onda. A presença
de cumarinas foi identificada pela fluorescência amarela ou verde.
Métodos de extração
Preparo dos Extratos Vegetais
Seguindo a metodologia de Oliveira et al. (2016), para os cinco métodos extrativos
propostos foi utilizado a mesma proporção da droga vegetal com o solvente extrator a qual foi de 10
g para 100,00 mL. Foram utilizados dois solventes diferentes nas extrações, o primeiro utilizando
etanol 90% e o segundo utilizando solvente hidroalcoólico 70% e todos os 10 extratos vegetais
foram filtrados e concentrados em rota-evaporador.
Métodos a frio
Turbólise
O extrato bruto por turbólise foi preparado utilizando equipamento liquidificador (Britânia)
por um período de 10 minutos a 4000 rpm em temperatura ambiente.
Maceração
O extrato bruto obtido por maceração foi preparado utilizando frascos ambares fechados
hermeticamente por um período de 7 dias sem iluminação agitando-se uma vez ao dia.
Métodos a quente
Decocção
O extrato bruto por decocção foi elaborado utilizando frascos ambares em banho-maria a
90°C por um período de 15 minutos. Garantindo a ebulição do solvente utilizado.
Infusão
10
Para estas extrações, os solventes foram levados até a temperatura de ebulição, e, após este
processo, foram vertidos em frascos âmbares que continham o material vegetal e tampados por 30
minutos.
Soxhlet
Para elaboração do extrato bruto obtido por Soxhlet foi observado a limpidez do solvente
extrator, o que caracterizou como a extração total, totalizando aproximadamente 8 horas de
extração.
Determinação do resíduo seco
1,00 mL de cada extrato foi exatamente medido e transferido para cápsulas de porcelana,
previamente taradas. As cápsulas foram colocadas em estufa sob temperatura de 105 °C, até a
secura e peso constante. As cápsulas foram novamente pesadas e calculados o teor de sólidos em 10
g da droga vegetal e o desvio padrão.
Análise estatística
Todos os ensaios seguiram o delineamento inteiramente casualizado, conduzidos em
triplicata. Os resultados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e as diferenças
significativas entre as médias (p≤0,05) determinadas pelo teste de Scott-Knott com auxílio do
software SISVAR – DEX – UFLA.
Microrganismos
Os microrganismos utilizados nos testes foram as bactérias Gram-positivas Staphylococcus
aureus, Staphylococcus epidermidis, Lactobacillus casei e Bacillus cereus e Gram-negativas
Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa e a levedura Candida albicans. Para os testes
realizados, os microrganismos foram cultivados separadamente em placas contendo caldo Müeller
Hinton para as bactérias e ágar Sabouraud para o fungo, sendo incubados em estufa a 36ºC por 24
horas. Após este período, preparou-se uma suspensão padrão de cada espécie dos microrganismos
em fase logarítmica de crescimento (LOG), utilizando solução salina estéril a 0,9%, comparando a
turvação da suspensão com a escala 0,5 de Mac Farland.
Determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM)
Seguindo a metodologia descrita por Colacite (2015), com modificações, utilizou-se
microplaca com 96 poços, sendo adicionado em cada um dos poços 100 µL de caldo Müller Hinton.
Nos primeiros poços, adicionaram-se 100 µL das soluções estoque de 40000 µg/mL do extrato e
11
frações, obtendo a concentração de 20000 µg/mL. Procedeu-se a diluição seriada nos oito poços
consecutivos, retirando 100 µL do poço de maior concentração para o poço seguinte, até atingir a
concentração de 39,06 µg/mL. A partir das suspensões padrão das espécies bacterianas empregadas
no estudo, realizou-se uma diluição 1:10 e pipetaram-se o equivalente a 5 µL em cada um dos
poços. Para o controle negativo, em um dos poços, foram adicionados 100 µL do caldo Müller
Hinton e 100 µL do extrato na maior concentração. E para o controle positivo, foram pipetados 100
µL do caldo Müller Hinton, e 5 µL da suspensão bacteriana. As placas, devidamente identificadas,
foram incubadas em estufa a 36ºC por 24 horas. A CIM foi determinada pela maior diluição que
inibiu o crescimento microbiano, sendo caracterizado pela ausência de turvação no respectivo poço.
Os testes foram realizados em duplicata.
Atividade antifúngica
De acordo com o método descrito por Desoti et al. (2011), com modificações, utilizaram-se
placas contendo ágar Sabouraud, sendo adicionados sobre as placas, com o auxílio de alça de
Drigalski, cerca de 100 µL da suspensão padrão da espécie fúngica. Foram aplicados sobre o ágar,
discos brancos e rosas estéreis com diâmetro de 6 mm, de forma equidistante. A partir da solução
estoque de 40000 µg/mL do extrato, foi realizada uma diluição seriada, obtendo as concentrações
de 20000 µg/mL, 10,000 µg/mL, 5000 µg/mL, 2500 µg/mL, 1250 µg/mL, 625 µg/mL, 312,5
µg/mL, 156,25 µg/mL, 78,12 µg/mL e 39,06 µg/mL. Em um dos discos foram pipetados 10 µL de
solução salina estéril a 0,9% como controle negativo. Para o controle positivo, utilizaram-se 10 µL
do extrato na maior concentração. Nos demais discos, foram pipetados 10 µL do extrato bruto
diluídos nas diferentes concentrações. As placas foram incubadas em estufa a 27ºC por 24 horas e a
determinação da atividade antifúngica dos extratos foi verificada pela medida dos halos de inibição
formados em milímetros (mm), utilizando um paquímetro. Os testes foram realizados em triplicata.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os metabólitos secundários são exemplos de compostos que são produzidos em resposta a
diversos fatores ambientais. Estes apresentam distribuição restrita, alguns são exclusivos a uma
espécie ou a um grupo de espécies relacionadas, a formação desses dá-se por vias de biossíntese que
derivam do metabolismo primário do carbono, via os intermediários principais, o ácido chiquímico
e o acetato (ROCKENBACH et al., 2018).
Os testes fitoquímicos foram realizados por meio de análise qualitativa simples. A partir de
folhas secas trituradas foi realizado um extrato hidroalcoólico de Echinodorus grandiflorus, foram
12
obtidos resultados positivos para taninos, saponinas, flavonoides e alcaloides, conforme apresentado
na Tabela 1. Esses achados condizem com os resultados encontrados por Brugiolo (2010), que
mostram a presença de alcaloides, flavonoides, saponinas, taninos, além de glicídios, terpenos,
triterpenos e glicosídeos cardiotônicos.
Brito (2014) em uma análise fitoquímica utilizou extrato hidroalcoólico das folhas de
Echinodorus grandiflorus e detectou a presença de taninos, flavonas, xantonas, chalconas, auronas,
saponinas e alcaloides. Já Gasparotto et al., (2018) detectaram a presença de diferentes classes de
metabolitos secundários, incluindo alcaloides, taninos, terpenoides e saponinas. Esses achados
corroboram com os resultados encontrados na pesquisa.
Tabela 1: Triagem fitoquímica do extrato hidroalcoólico de folhas de Echinodorus grandiflorus.
Classe de compostos fitoquímicos Resultados
Taninos Gelatina
Cloreto Férrico
Acetato de Chumbo
++
++
+++
Alcaloides Bertrand
Bouchardat
Dragendorff
Mayer
++
++
++
+
Flavonoides Magnésio metálico
HCl concentrado
++
Antraquinonas Álcool etílico
Hidróxido de sódio 2N
-
Esteroides -
Triterpenos -
Saponinas +++
Polissacarídeos -
Cumarinas -
O sinal (+) indica a presença do composto fitoquímico, sendo (+++) Muito; (++) Médio; (+) Pouco; (-)
Ausente.
Para identificação em cruzes foi utilizado padrões de comparação, no qual se utilizou os
seguintes: Taninos: Barbatimão (Stryphnodendron adstringens); Alcaloides: Guaraná (Paullinia
cupana); Flavonoides: Faveiro (Dimorphandra mollis); Saponinas: Erva-Mate (Ilex
paraguariensis).
Taninos:
Divididos em dois grupos estruturais, os taninos podem ser classificados em hidrolisáveis e
condensados. São polifenóis sintetizados por plantas, e possuem a capacidade de precipitar
13
proteínas (ALESSANDRO et al., 2018). Farmacologicamente, os taninos possuem propriedades
anti-inflamatórias, antialérgicas, antioxidantes, antimicrobianas, antitrombóticas e cardiovasculares
(SIQUEIRA, 2011). Os taninos hidrolisáveis apresentam ligações ésteres e possuem maior
capacidade de se ligarem às proteínas, eles podem ser degradados por hidrólise química ou
enzimática em várias unidades estruturais que os compõem, diminuindo ou eliminando a
capacidade de ligação com proteínas. Já os taninos condensados não são degradados pelos
processos enzimáticos naturais e seu alto peso molecular diminui sua capacidade de ligação com as
proteínas, promovem coloração vermelha em diversas plantas (MEZZOMO et al., 2015). A
presença de taninos foi constatada no estudo fitoquímico, conforme apresentado na Figura 1.
Figura 1: Determinação fitoquímica de
taninos. Tubo 1 (extrato + solução de gelatina
a 2,5%), Tubo 2 (extrato + água destilada +
solução de cloreto férrico a 1% em metanol),
Tubo 3 (extrato + solução de ácido acético a
10% + solução de acetato de chumbo a 10%),
Tubo 4 (extrato puro).
Flavonoides:
Considerado um dos grupos mais importantes de compostos orgânicos obtidos a partir do
metabolismo secundário de plantas, os flavonoides são majoritários na Echinodorus e agem na
14
proteção do vegetal contra a ação de agentes oxidantes, radiação ultravioleta (UV), microrganismos
e inibição enzimática (FLAMBÓ, 2013). Além de auxiliarem o vegetal, os flavonoides apresentam
ainda potencial para atividades farmacológicas como antioxidantes, antimicrobiana,
anticarcinogênica, cardiovascular e anti-inflamatória (TORRES, 2018). A Figura 2 indica a
presença deste composto devido à formação de coloração rósea avermelhada.
Figura 2: Determinação fitoquímica de flavonoides.
Tubo 1: Controle; Tubo 2, 3 e 4: Presença de flavonoides
realizado em triplicata.
Flavonóides totais:
O teor de Flavonóides Totais foi obtido por espectrometria a λ = 425 nm (Woyski; Salatino,
1998), a curva padrão obtida foi y = 3,5195 x-0,0051 - R² = 1.
Os flavonoides totais foram quantificados utilizando-se curva padrão da Quercetina, onde se
obteve 1,20 ± 0,001% de flavonoides (Tabela 2). As amostras foram avaliadas em triplicata.
Tabela 2: Resultados para a determinação de flavonoides totais expressos em quercitina no extrato etanólico
de Echinodorus grandiflorus.
Abs [] mg/mL Diluição mg %
1.1 2,124 0,604944 10 6,049439 1,209888
1.2 2,125 0,605228 10 6,05228 1,210456
1.3 2,12 0,603807 10 6,038074 1,207615
Média 1,20932
DP 0,001503
Não há estudos sobre a quantificação de flavonoides na Echinodorus grandiflorus, porém a
Vitex megapotamica é considerada uma planta padrão para flavonoides estando presentes derivados
de flavonoides primários como casticina, orientina e isovitexina, esses são encontrados nas folhas,
frutos e flores, a mesma possui em torno de 4% de flavonoides totais (BRUM, 2012).
15
Alcaloides:
Os alcaloides são compostos nitrogenados ativos farmacologicamente e são encontrados
principalmente em angiospermas, na sua grande maioria, possuem caráter alcalino (SANTOS;
MELLO, 2010). Tem sido observado que muitas plantas que produzem alcaloides são evitadas por
animais e insetos em sua dieta, isso certamente devido à sua toxicidade ou ao fato de a maioria dos
alcaloides ter gosto amargo (LIMA, 2011). Biologicamente, alcaloides agem nos sistemas
neurotransmissores opiáceos. Estes são usados amplamente na hipotensão, vasoconstrição, ativador
respiratório, anestesia, sedativo e relaxante muscular. Além disso, são responsáveis pelos efeitos
alucinógenos do tabaco (OLIVEIRA; ALMEIDA, 2016). De acordo com a Figura 3, foi confirmada
a presença de alcaloides pela formação de precipitado.
Figura 3: Determinação fitoquímica de alcaloides
Saponinas:
As saponinas são compostos glicosídicos formados por agliconas ligadas a moléculas de
açúcar (REBELO, 2011). Estas substâncias possuem a característica de formar espuma quando
agitadas em água, sendo este um dos processos empregados em sua identificação (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE FARMACOGNOSIA, 2009). As saponinas são essenciais para a proteção das
plantas, desempenhando também propriedades farmacológicas, pois possuem capacidade de
complexar com esteroides por isso são utilizadas como anti-inflamatória, diurética, expectorante,
hipocolesterolemiante e antiviral (CASTEJON, 2011). A Figura 4 demonstra a presença de
saponinas, caracterizada pela formação de espuma abundante e duradoura, tendo em média 3,1 cm
após 15 minutos.
16
Figura 4: Determinação fitoquímica de
saponina
Métodos extrativos:
A extração tem como objetivo a retirada de constituintes a partir de uma matéria prima
natural, sendo realizada constantemente com solventes líquidos. É uma operação físico-química de
transferência de massa, onde os sólidos solúveis e voláteis podem ser extraídos por manter-se
contato entre o solvente e os sólidos (SIMÕES et al., 2017).
O rendimento das extrações das folhas previamente secas e trituradas está disposto na figura
5. Considerando os resultados, pode ser visto que o método extrativo influência diretamente nos
rendimentos dos extratos e que, além do método utilizado, o solvente também influencia no
conteúdo final da extração.
Espuma
17
Figura 5: Rendimento de diferentes métodos extrativos
Estatisticamente maceração na proporção 1:5 demonstrou melhor resultado com solvente
etanólico a 90% e solvente hidroalcoólico a 70%. Isso se deve a uma maior proporção de extrato e
uma menor quantidade de solvente comparado aos outros métodos de extração. Levando em
consideração ambos os solventes utilizados na extração, observa-se que o solvente hidroalcoólico a
70% possui melhor rendimento em praticamente todos os métodos extrativos, exceto maceração
1:10 e 1:5.
Este fator demonstra que o solvente hidroalcoólico é mais seletivo para a extração dos
metabólitos presentes nas folhas de Echinodorus grandiflorus. Oliveira et al., (2016) identificaram a
presença de taninos e flavonoides grupos de metabolismo secundário com caráter mais polar.
O menor rendimento das extrações a quente pode ser devido a muitas substancias serem
termolábeis e outras podem sofrer modificações estruturais irreversíveis em altas temperaturas
(TIWARI et al., 2011).
Atividade antimicrobiana:
Para a atividade antimicrobiana utilizou-se a extração com maior rendimento sendo ela a
maceração 1:5 e posteriormente utilizou-se a maceração 1:10, ambas foram ressuspensas com água.
No teste da CIM realizado em microplacas com 96 poços, verificou-se que não houve
inibição do crescimento das bactérias testadas, ou seja, ocorreu turvação em todas as concentrações
analisadas conforme mostra a figura 6.
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
Infusão Decocção Soxhlet Turbólise Maceração
1:10
Maceração
1:5
Rendimento de diferentes métodos extrativos ultilizando solvente
etanólico a 90% e hidroalcoólico a 70%
Grau Alcoólico 90% Grau Alcoólico 70%
b
b b
b
b
b
a a a
a
a
a
18
Figura 6: Placa com 96 poços apresentando turvação.
Babiczet et al. (2006) através do teste de difusão em disco observou atividade
antimicrobiana de Echinodorus grandiflorus contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas,
com extrato aquoso e extrato metanólico das folhas obteve-se atividade sobre Staphylococcus
aureus. Observaram também atividade antimicrobiana no extrato acetônico de Echinodorus
grandiflorus.
Segundo Baptista (2013) em um estudo, não identificou atividade antimicrobiana de
Echinodorus grandiflorus. Segundo Teixeira (2014), ao analisar a atividade antimicrobiana do
extrato seco de Echinodorus grandiflorus verificou que não houve atividade para as bactérias
testadas.
Na avaliação da atividade antifúngica também não houve inibição do crescimento da
levedura Candida albicans, teve crescimento da mesma por toda a placa. Figura 7.
Figura 7: Crescimento de leveduras por toda a placa.
19
CONCLUSÃO:
Os resultados demonstram que o método de extração e o grau alcóolico do solvente
influenciam diretamente no rendimento da amostra, porém maiores rendimentos no processo de
extração não significam necessariamente maior eficiência. Em relação a triagem fitoquímica os
compostos obtidos do metabolismo vegetal condizem com as literaturas encontradas, sendo
identificados a presença de taninos, flavonoides, alcaloides e saponinas.
O extrato com maior rendimento não apresentou atividade antimicrobiana, porém novos
estudos devem ser realizados buscando o isolamento de compostos químicos para atividade
antimicrobiana de extrato de folhas de Echinodorus grandiflorus.
REFERÊNCIAS:
ALESSANDRO, O. D. et al. Síntesis y caracterización de “tanatos” de lantano como
inhibidores de lacorrosión. Departamento de Química, Facultad de Ciencias Exactas, Universidad
Nacional de La Plata, v. 23, n. 2, p. 09-12, 2018.
BABICZ, I. et al. Estudo da composição química e avaliação de atividade antimicrobiana de
extratos obtidos a partir de Echinodorus macrophyllus. Anais. XXIX reunião Anual da Sociedade
Brasileira de Química, Águas de Lindóia, 2006.
BAPTISTA, M. B. L. Avaliação in vitro da atividade antimicrobiana e antioxidante de extratos
fitoterápicos produzidos na pastoral da saúde de venda nova do imigrante - ES. 2012. 95 f.
Dissertação (Mestrado em Biotecnologia) – Centro de ciências da saúde - Universidade Federal do
Espírito Santo, Vitória, 2012.
BAPTISTA, M. G. F. M. Mecanismos de resistência aos antibióticos. 2013. 51 f. Dissertação
(Mestrado em Ciências Farmacêuticas) - Faculdade de Ciências e Tecnologias da Saúde -
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, Lisboa, 2013.
BRASIL. Farmacopeia Brasileira, 5ª ed. volume 2 / Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Brasília: ANVISA, vol. 2, p. 672-673, 2010.
20
BRITO, V. R. Controle de qualidade de amostras da espécie Echinodorus macrophyllus
comercializadas no munícipio de Palmas – TO. 2014. 40 f. Monografia (Ciências Farmacêuticas)
- Centro Universitário Luterano de Palmas, Palmas, 2014.
BRUGIOLO, S. S. S. Avaliação da toxicidade do extrato aquoso liofilizado de Chapéu-de-
Couro (Echinodorus grandiflorus) em ratas prenhes. 2010. 86 f. Tese (Doutorado do programa
de pós-graduação em saúde) - Universidade Federal de Juiz de Fora Juiz de Fora, 2010.
BRUN, T. F. Metabólitos secundários, composição química e atividade antioxidante do óleo
essencial e das folhas de Vitex megapotamica (Sprengel) Moldenke. 2012. 103 f. Dissertação
(Mestrado em ciências farmacêuticas) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2012.
CASTEJON, F. V. Taninos e Saponinas. 2011. 29 f. Dissertação (Mestrado em ciência animal e
zootecnia) – Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2011.
COLACITE, J. Triagem fitoquímica, análise antimicrobiana e citotóxica e dos extratos das plantas:
Schinus terebinthifolia, Maytenus ilicifolia REISSEK, Tabebuia avellanedae, Anadenanthera
colubrina (Vell.) BRENAN. Revista Saúde e Pesquisa, v. 8, n. 3, p. 509-516, 2015.
COSTA, A. L. P; SILVA JUNIOR, A. C. S. Resistência bacteriana aos antibióticos e Saúde
Pública: uma breve revisão de literatura. Estação Científica (UNIFAP), v. 7, n. 2, p. 45-57, 2017.
DESOTI, V. C. et al. Triagem fitoquímica e avaliação das atividades antimicrobiana e citotóxica de
plantas medicinais nativas da região oeste do estado do Paraná. Arquivo de Ciência da Saúde da
UNIPAR, v. 15, n. 1, p. 3-13, 2011.
FLAMBÓ, D. F. A. L. P. Atividades Biológicas dos Flavonoides: Atividade Antimicrobiana.
2013. 46 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) - Faculdade de Ciências da Saúde -
Universidade de Fernando Pessoa, Porto, 2013.
FUMAGALI, E. et al. Produção de metabólitos secundários em cultura de células e tecido de
plantas: O exemplo dos gêneros Tabernaemontana e Aspidosperma. Revista Brasileira de
Farmacognosia, v. 18, n. 4, p. 627-641, 2008.
21
GONÇALVES, A. P. S.; LIMA, R. A. Identificação das classes de metabólitos secundários do
extrato etanólico de Piper tuberculatum JACQ. South American, v. 3, n. 2, p. 100-109, 2016.
LIMA, L. A. R. S.; JOHANN, S.; CISALPINO, P. S.; PIMENTA, L. P. S.; BOAVENTURA, M. A.
D. Antifungal activity of 9-hydroxy-folianin and sucrose octaacetate from the seeds of Annona
cornifolia A. St. - Hil. Annonaceae). Food Research International, v. 44, p. 2283–2288, 2011.
LÔBO, K. M. S. L. et al. Avaliação da atividade antibacteriana e prospecção fitoquímica de
Solanum paniculatum Lam. e Operculina hamiltonii (G. Don) D. F. Austin & Staples, do semiárido
paraibano. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.12, n.2, p.227-233, 2010.
OLIVEIRA, A. C. et al. Desafios e perspectivas para a contenção da resistência bacteriana na óptica
dos profissionais de saúde. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 15, n. 3, p. 747-754, 2013.
OLIVEIRA, N. T. O.; ALMEIDA, S. S. M. S. Análise fitoquímica, citotóxica e antimicrobiana do
extrato bruto etanólico das folhas da espécie Ambelania acida Aublet (Apocynaceae). Biota
Amazônia, v. 6, n. 1, p. 20-25, 2016.
OLIVEIRA, V. B. et al. Efeito de diferentes técnicas extrativas no rendimento, atividade
antioxidante, doseamentos totais e no perfil por clae-dad de dicksonia sellowiana (presl.). Hook,
dicksoniaceae. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.18, n.1, p. 230-239, 2016.
PENÃ, H. et al. VI Botânica no Inverno 2016. Instituto de Biociências da Universidade de São
Paulo. Departamento de Botânica. São Paulo, p. 93, 2016.
PEREIRA, R. J.; CARDOSO, M. G. Metabólitos secundários vegetais e benefícios antioxidantes.
Journal of Biotechnology and Biodiversity, v. 3, n.4, p. 147, 2012.
PRANDO, T. B. L. et al. Ethnopharmacological investigation of the diuretic and hemodynamic
properties of native species of the Brazilian biodiversity. Journal of Ethnopharmacology, v. 4 n.
174, p. 78-369, 2015.
REBELO, A. I. M. A. Diosgenina e derivados oxidativos: potenciais agentes antitumorais e
antifúngicos. 2011. 74 f. Dissertação (Mestrado em Bioquímica) - Universidade da Beira Interior,
Covilhã, 2011.
22
ROCKENBACH, A. P. et al. Interferência entre plantas daninhas e a cultura: alterações no
metabolismo secundário. Revista Brasileira de Herbicidas, v.17, n.1, p.59-70, 2018.
MEZZOMO, R. et al. Tanino sobre proteína digestível não degradável de fontes protéicas em
ruminantes. Acta Scientiarum Ciências Animais, v. 37, n. 4, 2015.
ROZATTO, M. R. Determinação da atividade antimicrobiana in vitro de extratos, frações e
compostos isolados de Arrabidaea brachypoda. 2012. 101 f. Dissertação (Mestrado em Ciências
Farmacêuticas) - Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2012.
SANTOS, L. T. M. et al. Plantas medicinais com ação antiparasitária: conhecimento tradicional na
etnia Kantaruré, aldeia Baixa das Pedras, Bahia, Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais,
v.18, n.1, p.240-241, 2016.
SANTOS, S. C.; MELLO, J. C. Alcaloides. In: SIMÕES, C. M. O. (Org). Farmacognosia da
planta ao medicamento. 6 ed. Porto Alegre: UFSC, p. 765-791, 2010.
SIQUEIRA, C. F. Q. Teores de taninos e flavonoides em plantas medicinais da caatinga:
avaliando estratégias de bioprospecção. 2011. 70 f. Dissertação (Mestrado em Ciências
Farmacêuticas) - Centro de Ciências da Saúde - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2011.
SIMÕES, C. M. O. et al. Farmacognosia do produto natural ao medicamento. Ed. Artemed,
Porto Alegre, 2017.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE FARMACOGNOSIA. Alcaloides. 2009. Disponível em:
<http://www.sbfgnosia.org.br/Ensino/alcaloides.html>. Acesso em: 26 de Jul. 2018.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE FARMACOGNOSIA. Antraquinonas. 2009. Disponível em:
<http://www.sbfgnosia.org.br/Ensino/antraquinonas.html>. Acesso em: 26 de Jul. 2018.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE FARMACOGNOSIA. Esteroides e triterpenos. 2009.
Disponível em: <http://www.sbfgnosia.org.br/Ensino/esteroidesetriterpenos.html>. Acesso em: 26
de Jul. 2018.
23
SOCIEDADE BRASILEIRA DE FARMACOGNOSIA. Flavonoides. 2009. Disponível em:
<http://www.sbfgnosia.org.br/Ensino/flavonoides.html>. Acesso em: 26 de Jul. 2018.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE FARMACOGNOSIA. Saponinas. 2009. Disponível em:
<http://www.sbfgnosia.org.br/Ensino/saponinas.html >. Acesso em: 26 de Jul. 2018.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE FARMACOGNOSIA. Taninos. 2009. Disponível em:
<http://www.sbfgnosia.org.br/Ensino/taninos.html>. Acesso em: 26 de Jul. 2018.
TEIXEIRA, C. B. Screening de plantas presente no Pantanal Sul – Mato Grossense
fundamentado na atividade antimicrobiana. 2014. 70 f. Dissertação (Mestrado em odontologia) -
Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2014.
TEIXEIRA, L. N. et al. Screening fitoquímico e avaliação do potencial de captura do radical DPPH
pelos extratos de Manilkara sapota L. In: CONGRESSO NORTE NORDESTE DE PESQUISA
E INOVAÇÃO, Palmas, 2012.
TORRES, D. S. et al. Influência do método extrativo no teor de flavonoides de Cnidoscolus
quercifolius POHL (EUPHORBIACEAE) e atividade antioxidante. Química Nova, v. 41, n. 7, p.
743-747, 2018.
TIWARI, P. et al. Phytochemical screening and Extraction: A Review. Internationale
Pharmaceutica Sciencia, v.1, n.1, p.98-106, 2011.
VALDEVINO, F. I. S. P. et al. Estudo Fitoquímico de Senna alata L. In: XI CONGRESSO DE
INICIAÇÃO CIENTÍFICA DO IFRN, Rio Grande do Norte, 2013.
WOISKY, R. G.; SALATINO, G. Analysis of propolis: some parameters and prodecodures for
chemical quality control. Journal of Apicultural Research. v. 37, n. 2, p. 99-105, 1998.
24
25
26