Rodando para documentar o BrasilDupla de jovens juntou inquietao e desejo de conhecer lugares e pessoas para criar produtora de vdeo itinerante

variedades folha de caxiasQuarta-feira, 21 de janeiro de 201510

A Casa de Vincius e Amanda rodou, ain-da no ano passado, pela Bahia passando por Salvador, Ilha de Boipeba e Vale do Ca-po, na Chapada Diamantina. O cineasta Vi-nicius Guerra explica que essa etapa serviu de aquecimento para que os dois pudessem se familiarizar com as questes tcnicas.

J nesse vero, o par ficar quase 70 dias na estrada, principalmente nos estados do Amazonas, Par e Pernambuco. Devido a outros projetos de trabalho e estudo, Guer-ra afirma que a dupla deve fazer uma pausa aps o Carnaval. Nesse perodo j daremos incio ao planejamento de uma prxima jor-nada, ainda mais longa, da Casa Rodante, finaliza.

Quem quiser acompanhar a jornada da Casa Rodante pode acessar a fanpage face-book.com/acasadorante ou no instagram @casa_rodante. Como afirma a descrio do projeto, o nosso lar interior e a gente est a fim de rodar.

70 Dias na estraDa

a inquietao e a vontade de expandir horizontes, conhecer novos lugares e diferentes histrias levou um casal a rodar pelo Brasil. Passamos de ci-dade em cidade documentando be-lezas que encontramos, podem ser na natureza, artistas locais, pessoas especiais, enfim, aquilo que toca nosso corao. essa frase de Vi-ncius Guerra, um dos idealizadores da produtora de vdeo itinerante chamada casa Rodante.

Vincius e sua parceira amanda Palma no se contentaram apenas com viagens tursticas, que pode-riam ser um tanto quanto superfi-ciais. Queramos ter mais tempo para explorar cada novo lugar e a cultura que conhecemos. Rapida-mente, comeamos a procurar ma-neiras de tornar esse sonho realida-de, explica ele.

Assim, a partir de muita refle-xo e pesquisa, nasceu a casa Ro-dante. Por meio do projeto, a dupla pretende tornar suas viagens mais sustentveis, realizar o desejo de conhecer lugares e ainda preencher uma lacuna de contedo sobre os locais visitados, falando sobre turis-mo sustentvel e consciente.

como toda viagem tem um preo, os arquitetos do projeto precisaram pensar em maneiras de viabiliz-lo. a dupla preenche parte do seu tempo na estrada pro-duzindo contedo sobre iniciativas socioambientais e personagens que protagonizam mudanas na vida das pessoas. Realizamos vdeos institucionais e fotografias para hostels e pousadas que nos recebem e do apoio logstico. acreditamos que isso tambm ajuda a fomentar o turismo local, pois procuramos va-lorizar as caractersticas nicas de cada hostel que visitamos e tambm ressaltando as belezas da cidade e

da cultura onde est inserido, sem-pre procurando divulgar e valorizar um turismo sustentvel e conscien-te, afirma Guerra.

Parcerias Para cruzar o pas,

a dupla precisava encontrar alguns parceiros. Um deles foi o site Worl-dpackers, empresa brasileira que ajuda viajantes a realizarem traba-lho voluntrio em troca de hospe-dagem no mundo todo. os outros so as prprias pessoas que conhe-ceram pelo caminho. No prprio local sempre procuramos desenvol-ver uma rede de contatos, pessoas interessantes para documentar e entrevistar. essa busca acaba natu-ralmente nos levando a parcerias, explica Vincius.

As andanas fizeram a dupla perceber quo rico o Brasil, tan-to natural quanto culturalmente. o rapaz observa que existe uma ideia recorrente de que viajar pelo pas pode ser caro, difcil, ou que a in-fraestrutura de turismo no boa. Porm, para os dois, a realidade que se apresenta totalmente inversa. Viajar pelo Brasil muito mais fcil e barato do que muitos desti-nos populares. chama ateno que vrios destinos maravilhosos que visitamos muitas vezes so mais co-nhecidos por turistas e viajantes in-ternacionais do que por nosso pr-prio crculo de amizades, aponta.

apesar de todos os aspectos positivos das viagens, trabalhar na estrada no algo exatamente fcil.

Vincius afirma que o trabalho total-mente independente e com recursos e espao limitados uma barreira a ser ultrapassada. Precisamos ser muito organizados quanto ao tama-nho e peso da nossa bagagem, por exemplo, pois somos ns que car-regamos todo o equipamento, alm das roupas e livros, na maioria das vezes, em transporte pblico, ex-plica.

aprendizado o idealizador da casa Rodante acredita que os maiores aprendizados adquiridos ao longo do caminho vieram jus-tamente dessas dificuldades. O desapego, a organizao, a capaci-dade de fazer amizades e alianas em cada lugar que chegamos. a

humildade, imensa gratido e o res-peito pelo prximo, pela sua cultura e vivncia, e tambm o jogo de cin-tura que nos exigido diariamente durante uma viagem assim. essa a maior bagagem que trazemos des-sas experincias, enfatiza.

o contedo produzido , em sua maioria, destinado aos hostels e outras iniciativas. entretanto, o casal tm captado muitas imagens, entre vdeo e fotografia, e pretende reun-las futuramente em forma de exposio, vdeo-arte ou documen-trio. ainda no sabemos o for-mato que vamos explorar. esse o grande barato de viajar e produzir, as culturas e vivncias que surgem pela estrada potencializam a inspi-rao e a criatividade, sentencia.

Idealizadores da Casa Rodante, Vincius Guerra e Amanda Palma buscam

difundir o turismo sustentvel e consciente

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Dupla trabalha pelas ruas de diversos municpios brasileiros