catecismo 4 guia

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Guia do Novo Catecismo 4ºANO

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1 BLOCO (catequeses 1 a 10) A FORMAO DA PALAVRA DE DEUS ESCRITA Este primeiro bloco de catequeses, a trabalhar desde o incio do ano at ao Natal, comea com a apresentao, s crianas, do encontro dos Apstolos com Cristo ressuscitado. Deste, recebem a misso de anunciar o seu Evangelho at aos confins da terra. Tanto este encontro como a misso que dela decorre, so fundamentados na Palavra de Deus escrita antes do nascimento de Cristo, o Antigo Testamento. De seguida, as crianas vo descobrir que do anncio, sob a aco do Esprito Santo, recebido no Pentecostes, nasceram as comunidades crists, a comear pela de Jerusalm. Depois, acompanham a actividade dos Apstolos, que instruem essas mesmas comunidades, para que se mantenham vivas: pela Comunho Fraterna, a Fraco do Po e as oraes. , sobretudo, relativamente a estas trs componentes da vida da Igreja que, poca, acolhido e lido a Antigo Testamento e se formam, quer as tradies que iro integrar os quatro Evangelhos, quer os restantes escritos do Novo Testamento. Hoje, as crianas participam neste processo de formao, na medida em que o Ensino dos Apstolos , de certo modo, transposto para a sala de catequese. Elas ouvem o que os Apstolos ensinaram no incio do Cristianismo e voltam a ensinar, mas agora atravs dos Evangelhos que registam o seu ensino. So, por isso, convidadas a viver, regularmente e no contexto das suas vidas de criana, essa Comunho Fraterna (experimentada especialmente no grupo de catequese), a participar activamente na Fraco do Po (eucaristia) e a orar com intensidade e gosto. Com base nisso, as crianas sero desafiadas a uma maior adeso de f a Cristo, a exemplo de Pedro. Com ele, tambm elas so convidadas a dizer a Jesus: Tu tens Palavras de vida eterna (Jo 6, 68). Este bloco termina com trs catequeses de preparao e vivncia do Natal de Jesus, seguindo o mesmo mtodo de ensino: so conduzidas a Jesus, o Verbo ou Palavra de Deus encarnada, por um dos Evangelistas que, para isso, lhes fala de Joo Baptista e da Me de Jesus.

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Catequese 1 RE-UNIDOS NO AMOR DE CRISTOI. INTRODUO

APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. Que palavras! Esta expresso, em ttulo, pode ser indicativa de admirao, estranheza e mesmo recusa, como possvel reaco ao ttulo deste catecismo: Tens Palavras de Vida Eterna. No ser exigir demais das crianas, to tenras na sua idade e, consequentemente, sem a necessria capacidade de compreenso? Que podero elas entender, ou vir a entender, da vida eterna? Se at para os adultos isso to difcil, mesmo para os mais instrudos, designadamente em cincias bblicas e teolgicas! O ttulo do catecismo tirado de Jo 6, 68. Trata-se da resposta de Pedro, em nome dos restantes Apstolos, ao discurso de Jesus acerca do verdadeiro Po da Vida, por Ele proferido, na sequncia do milagre da multiplicao dos pes (6, 1ss). Perante a sua afirmao: Eu sou o po vivo, o que desceu do Cu: se algum comer deste po, viver eternamente; e o po que hei-de dar a minha carne, pela vida do mundo (6, 51), perante tal reivindicao, antes e depois desenvolvida, os discpulos tomam duas posies opostas: muitos deles, escandalizados, voltaram para trs e j no andavam com Ele (6, 66); uma debandada de que os Doze no partilham. Dizem os primeiros: Dura esta palavra! Quem a pode escutar? Os Doze, porm, respondem ao desafio de Jesus Tambm vs quereis ir embora? com a deciso e confisso de f: A quem iremos ns, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Por isso, ns cremos e (re)conhecemos que Tu s o Santo de Deus (6, 67-69). O que est em questo , portanto, a incredulidade ou a f. E esta ltima consiste em crer e (re)conhecer: Crer, no sentido de confiar-se, entregar-se totalmente a quem se d a conhecer, como algum que promete e garante aquela segurana e firmeza to necessrias vida, tantas vezes e de tantos modos, ameaada, destruda. assim que o Catecismo da Igreja Catlica (142-143) resume os dois movimentos de Deus para o homem e deste para Deus neste processo de adeso de f: Pela sua revelao, Deus invisvel, na riqueza do seu amor fala aos homens como amigos e convive com eles, para os convidar e admitir comunho com Ele (DV 2). A resposta adequada a este convite a f. Pela f, o homem submete completamente a Deus a inteligncia e a vontade; com todo o seu ser, o homem d assentimento a Deus revelador. A Sagrada Escritura chama obedincia da f a esta resposta do homem a Deus revelador. Quer isto dizer que as palavras com que Deus se revela so j, nomeadamente em Jesus, seu Filho Unignito, e no dizer deste, esprito e vida (Jo 6, 63). Isto , transmitem o hlito vital (conforme o sentido etimolgico e original do termo esprito cf. Gn 2, 7), sem o qual no podemos viver. Uma transmisso no apenas ao intelecto, mas tambm, tantas vezes muito mais, vontade e ao sentimento. Vejamos como isso acontece j ao nvel da comunicao inter-humana, com o que se pode chamar:

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2. Palavras de vida Toda a comunicao verbal, escrita ou oral, tem a ver com a vida. Quando falo e/ou escuto, estabeleo aquela relao com outro(s), sem a qual no posso viver, como ser essencialmente social que sou. Nem que seja para transmitir uma simples notcia. Mesmo neste caso, dou algo de meu do que (s eu) conheo e que faz parte da minha vida. E a vida daqueles a quem a dou modifica-se com a notcia que transmito. E, por vezes, de que maneira! uma vitalidade das palavras que aumenta na medida da vitalidade e autoridade de quem as profere. Por exemplo, a sentena de um juiz, no exerccio das suas funes, sempre determinante para a vida da pessoa a quem ela se destina: para a sua liberdade ou perda dela, com todas as consequncias vitais a ela associadas. E isto, com uma simples declarao de inocncia ou culpabilidade! Mas a autoridade e vitalidade daquele que fala no lhe vem apenas do poder, oficial e pblico, em que est institudo. Longe disso. Quantas pessoas h nessas funes, s quais se nega toda a credibilidade! E se aceite o que dizem, porque no h outro remdio. Obedecemos-lhes exteriormente por dever ou convenincia, mas no nosso ntimo no nos convencem. Que lhes falta ento para que as suas palavras sejam verdadeiramente eficazes, geradoras de vida, a todos os nveis? Reparemos nas pessoas que habitualmente escutamos de melhor grado e cujas palavras mais nos tocam e transformam. Variam, muitas vezes de acordo com as circunstncias em que as escutamos. Na escola ou no ensino em geral, por exemplo, damos muito mais ouvidos a quem sabemos, por outros ou por experincia prpria, ser verdadeiramente perito nos temas que transmite. Mas, mesmo nesses casos, a sua autoridade pode ser perturbada e at destruda, pelo modo como ensina e/ou trata aqueles a quem se dirige. Tentamos acolher o que nos diz. Mas, sem acolhermos quem o diz, at o que dito nos custa aprender, mesmo que seja correcto e til. A comunicao s perfeita, quando, de parte a parte, h simpatia, no sentido etimolgico de capacidade comprovada para padecer com. Quando aquilo que ouvimos ou lemos parte e expresso de uma sintonia de apreo e amor, recebido e retribudo, ento sim: somos todo ouvidos e olhos e corao para quem nos fala ou escreve. E obedecemos-lhe, isto , submetemo-nos, livremente e de bom gosto, ao que ouvimos e a quem ouvimos (conforme a origem latina de obedecer = obaudire). Submetemo-nos, porque, na prtica, essa pessoa j se submeteu a ns, pelas palavras que nos diz e tantas outras manifestaes de amor com que nos oferece a sua vida para a nossa vida, que pode ir adquirindo dimenses de vida eterna, pelo menos com Deus e seu Filho Jesus Cristo cujas palavras so, por isso, verdadeiras 3. Palavras de vida eterna Escreve o Papa Bento XVI (em SS 12), depois de uma longa exposio sobre os limites da compreenso e linguagem humana, que a vida eterna seria o instante de mergulhar no oceano do amor infinito, no qual o tempo o antes e o depois j no existe. Eternizar este amor, que, embora apenas a conta-gotas, j podemos experimentar na vida terrena e nela nos oferece os momentos mais saborosos alarg-los para l de todos os limites do tempo e do espao o que, consciente ou inconscientemente, todos mais desejamos. E Cristo, o que faz abrir-nos o caminho para isso e oferecer-nos os meios e as energias para o percorrermos: o caminho de um amor ilimitado, por Ele percorrido desde a sua encarnao, como verdadeiro po descido do Cu (Jo 6, 32-51), at sua morte e ressurreio, em que deu totalmente a sua carne pela vida do mundo (6, 52-57), de tal modo que quem come deste po viver eternamente (6, 58). 3

Estas so, entre outras, as palavras que Pedro classifica de vida eterna, porque provenientes de quem tem a vitalidade e a autoridade comprovadas por um amor ilimitado, um amor medida de Deus. E destas e outras Palavras de Cristo, o Santo de Deus (Jo 6, 69), que o catequista chamado a ser transmissor em cada encontro da catequese. Tero os catequizandos capacidade suficiente para as compreender? Depende de muitos factores: entre eles, e talvez acima de tudo, do prprio catequista. Se so, como temos vindo a perceber, palavras a que se tem acesso apenas pela via da f, uma f que nasce do amor e conduz ao amor, ento bvio que o catequista tem de ser e de se apresentar como um homem ou uma mulher de f. Tem de poder exprimir s crianas, por palavras e aces, o que ele prprio vive e manifesta, nomeadamente, na dedicao com que se entrega a cada encontro de catequese e a cada catequizando que nela participa. Neste contexto, podero os catequizandos no perceber, racionalmente, todo o alcance significativo das palavras que ouvem ou lem ou at que dizem designadamente as que formam o ttulo desde catecismo. Mas experimentaro j o que elas significam: no apenas e nem tanto pela via do intelecto, como principalmente pelo corao, onde tantas vezes imperam razes que a razo desconhece, como quase sempre acontece no amor. um amor que pode implicar, para o catequista, sacrifcios, renncias e capacidade para se expor a incompreenses e fracassos. Mas exactamente nisso que este amor cresce e se fortalece at ganhar a dimenso de vida eterna, para o prprio e para quem dele usufruir: catequista e catequizandos. OBJECTIVOS Tomar conscincia de que, na catequese, Cristo quem nos rene com Deus e uns com os outros; Inserir os encontros da catequese na vida da Igreja, principalmente com a celebrao da Eucaristia; Dispor-se a acolher, com f, a Palavra de Deus na vida de cada um. OBSERVAES PEDAGGICAS 1. Sendo um dos objectivos principais desta segunda fase da catequese clarificar, aprofundar e fortalecer a f e a prtica crist que as crianas j vo tendo, prope-se, nestes primeiros encontros, que o catequista estabelea uma ligao com temas dos anos anteriores: Pelo cntico proposto na Experincia Humana e conhecido desde o segundo ano; Pela saudao de teor litrgico com que culmina essa mesma Experincia Humana e que familiar s crianas, principalmente a partir da sua vivncia da Eucaristia (3 ano); Pelo texto bblico, proclamado e reflectido na Palavra e relacionado com a celebrao eucarstica (catequese 24 do 3 ano); Pelo Mapa da Vida Crist, entregue s crianas no final do ano anterior, para nele registarem a sua caminhada crist nas frias que antecederam este primeiro encontro. 2. Para que o uso desse Mapa tenha o efeito desejado, prope-se que seja analisado, de preferncia, um exemplar preenchido por uma das crianas do grupo. Se o grupo tiver um novo catequista, que este se informe, junto do catequista do ano anterior, sobre quais as crianas que oferecem mais garantias de terem preenchido esse Mapa e pea a uma delas que lho empreste para este encontro. 3. O tema da Palavra de Deus, oferecido principalmente pela Bblia, ser j introduzido neste primeiro encontro, de um modo que suscite ou aumente o interesse das crianas: 4

Pela indicao, inclusivamente gestual, da importncia da Bblia, na Eucaristia e na Catequese; Pela forma das folhas (de um livro) e seu contedo, nas quais as crianas escrevem os seus nomes, durante a Experincia Humana; Pelas folhas, distribudas s crianas, juntamente com os catecismos, com o ttulo A Palavra de Deus na minha vida. 4. Com estas folhas, que se iro acumulando de encontro para encontro, pretende-se uma ligao entre todas as catequeses do ano e com o tema central: como a Bblia a Palavra de Deus que se foi formando a partir da vida do seu povo e para alimentar essa vida, assim a mesma Palavra deve tornar-se viva nas vidas de quem a escuta ou l. Sero pedaos e expresses dessa vida que as crianas iro registando ao longo do ano, para formarem tambm elas um livro o livro da Palavra de Deus nas suas vidas. Alm das propostas que iro sendo feitas nos sucessivos encontros, cada catequista pode descobrir outras, conforme as crianas do seu grupo e a sua capacidade criativa. Sugere-se o uso especfico de um porteflio, susceptvel de receber invlucros de plstico, para que as folhas no se estraguem nem sujem. Alm de contribuir para a conservao das folhas, pode servir tambm para guardar outros materiais, sobretudo em papel, que cada criana pode ir acumulando ao longo do ano. MATERIAIS A Bblia; Uma vela; Os catecismos de cada criana (se necessrio, recolhidos pelo catequista antes de iniciar o encontro); Folhas em A5, com o ttulo A Palavra de Deus na minha vida, escrito ao alto, uma para cada criana, e colocadas, sem elas o saberem, dentro dos seus catecismos1; Invlucros de plstico A5, para neles se meter cada folha; 14 folhas, de cartolina fina e do tamanho de um quarto de A5, cada uma delas com uma das letras dos seguintes dsticos: Dsticos, com as letras recortadas: REUNIDOS (numa cor) NO (outra cor) AMOR (outra cor): Dstico CRISTO, com as letras do mesmo tamanho (ou maior) das dos dsticos anteriores e nas trs cores desses mesmos dsticos; Canetas/ lpis para cada criana; (Se necessrio) Duas folhas com o texto bblico de Lc 24, 25-35, tendo assinalado cada parte a ler por cada criana/leitor: palavras de Jesus e palavras dos discpulos; Um Mapa da Vida Crist, se possvel de uma das crianas do grupo. MSICAS bom estarmos juntos; Gravao da mesma, se necessrio; Tu tens palavras de vida eterna. II. DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE Preparao da sala: O placar est vazio.Estas folhas sero da responsabilidade do catequista, que pode adquiri-las impressas, em blocos, ou imprimi-las atravs do site www.educris.com, entrando no boto da Catequese.1

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Sobre a mesa est: ao centro, a Bblia e uma vela, apagada; de um lado e do outro, os catecismos das crianas, dentro dos quais est uma folha A5 com o ttulo (ao alto): A Palavra de Deus est na minha vida, cada uma dentro de um invlucro de plstico. I. EXPERINCIA HUMANA 1. Depois do acolhimento personalizado das crianas (e dos adultos que as acompanhem), pelo(s) catequista(s), entram na sala em fila(s) e em silncio, e sentamse nos seus lugares. De seguida, o catequista, partindo do modo ordenado como as crianas entraram na sala e se acomodaram, apele, brevemente, para a sua responsabilidade na observao das regras de funcionamento do grupo (que deve recordar), no respeito pelo lugar e pelos colegas e na participao activa em cada encontro. Deve faz-lo de um modo simptico, positivo e acolhedor, mesmo que se observe alguma, natural, agitao nas crianas. Se as crianas e o(s) catequista(s) ainda se no conhecem, nomeadamente dos anos anteriores, faa-se uma breve apresentao, comeando pelo(s) catequista(s): nome, profisso, lugar onde habita, situao familiar As crianas, se forem muitas e/ou a sua disposio na sala impedir que todas se vejam facilmente, podem ir frente, onde dizem o nome e, se parecer oportuno e no alongar, o lugar onde habitam. O catequista, quer haja ou no apresentao, continue com estas palavras: Que bom estarmos juntos!... E se ns fssemos dizer isso mesmo a alegria por nos encontrarmos (de novo) a cantar? Pode ser com um cntico de que certamente ainda se lembram: bom estarmos juntos (1 estrofe) 2. Estarmos juntos, como irmos que sorriem, cantam e esto em Deus!... Mas que fazer para estarmos juntos como irmos? Vamos tentar descobrir o que fazer na catequese, para sermos verdadeiros irmos. Para isso, vou distribuir por vs umas folhinhas, cada uma com uma letra. O catequista entregue s crianas 14 folhas do tamanho de um quarto de A5, cada uma com uma das seguintes letras em trs cores diferentes, conforme se indica: REUNIDOS numa cor; NO noutra cor; AMOR noutra cor. Conforme o nmero dos membros do grupo, distribuam-se assim: At 14 crianas: uma ou mais folhas por cada uma; se for mais do que uma folha, que sejam letras da mesma cor e palavra; Mais de 14 crianas: uma folha por uma ou duas crianas. Depois explique o que tm de fazer: A primeira coisa que cada um tem de fazer escrever o seu nome na folha (ou numa das folhas) que vos calhou. Escrevam ao fundo e de modo que, depois, se possa ler. Se o grupo tiver mais de 14 crianas, algumas tero, obviamente, de escrever numa mesma folha. Depois de terminarem: 6

Agora, os meninos ou meninas que tm letras da mesma cor, juntem-se (pode indicar os lugares na sala) e, em conjunto, tentem descobrir a ordem das letras, para formarem uma palavra. Durante o trabalho de grupos, pode colocar-se, como msica de fundo, a gravao do cntico: bom estarmos juntos. 3. Terminado o trabalho de grupos: Vamos ver se todos acertaram na ordem das letras e o que as palavras, todas juntas, nos dizem para sermos no se esqueam - verdadeiros irmos e para vivermos em Deus. O catequista chame, primeiro, pelas crianas com as letras da palavra REUNIDOS, dizendo a sua cor. As crianas vo frente, colocam-se na ordem certa das letras, e mostram-nas s restantes. Depois de deixar contemplar, o catequista afixe-as (ou ajude a afix-las) no placar, na disposio indicada no Documento 1, e comente, aps as crianas voltarem para os seus lugares: Portanto, estamos aqui reunidos (apontando o dstico) como as letras de uma palavra: cada letra (ou algumas das letras) com um (ou dois) nome(s). O que querer isto dizer?... Como acontece com as letras de uma palavra, separadas umas das outras, o mesmo se passa connosco: para sermos irmos uns dos outros, temos de nos reunir, de vez em quando. Reunindo-nos que podemos viver mais unidos. Reparem como unidos est na palavra re-unidos. Mas que fazer para, nos nossos encontros e mesmo fora deles, vivermos realmente unidos, como irmos? Vamos s outras letras. Depois de chamar pelas crianas com as letras das palavras NO e AMOR e de, com elas, fazer como antes, o catequista conclua: C est!... no amor que estamos reunidos e unidos. Porque nos amamos uns aos outros, e para nos amarmos mais, que vimos aqui. E temos de vir todos! O/A (nomes de todas as crianas ou parte delas, a partir das folhas no placar). E, claro, eu (ou ns). O(s) catequista(s) escreve(m) o seu nome numa das folhas, de preferncia e se for o caso, numa que no tenha nome nenhum ou apenas um. Depois comente: Reparem como o que acabmos de fazer j pode ser um gesto de amor Estou a lembrar-me de uma medalha que estava no catecismo do ano passado, com as palavras: Sou capaz de amar. o que j estamos a fazer. E sentimo-nos to felizes! Eu sinto. Ento, para mostrar a felicidade, vamos tambm unir as nossas vozes, como as letras daquelas palavras, e cantar outra vez o mesmo cntico, mas agora batendo as palmas. Para sair certinho, comecemos primeiro pelas palmas, ao ritmo do cntico E agora cantemos: bom estarmos juntos (1 e 2 estrofes) 4. Mas, no vos parece que falta, ali no placar, qualquer coisa. Olhem bem!... Quem que nos rene e nos une no amor?... Depois de deixar que as crianas se exprimam e sem comentar as suas respostas, o catequista afixe no placar, ao centro (conforme Documento 1), o dstico CRISTO

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(com as letras nas trs cores das restantes palavras), felicite as crianas que acertaram na resposta e pergunte: Digam-me c: No h um lugar especial em que habitualmente dizemos estas palavras : Reunidos no amor de Cristo?... Certssimo: no princpio da Missa. Depois de o Sr. Padre nos saudar, respondemos?... Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo. Digamos todos outra vez, ao mesmo tempo (repetir). Ora bem: como fazemos na Missa, tambm podemos fazer aqui. E hoje com maior razo: a primeira vez, na catequese deste ano, que estamos reunidos no amor de Cristo. Vamos fazer assim: Primeiro, cantamos bom estarmos juntos, mas com gestos que mostrem ainda mais o que sentimos. Enquanto cantamos a estrofes, por exemplo: bom estarmos juntos, bom sermos irmos, damos as mos uns aos outros, em sinal do nosso amor. Quando cantarmos o refro: bom sorrir, bom cantar, bom estar em Deus, batemos as palmas, em sinal da nossa alegria. Depois de duas estrofes, eu sado-vos, como na Missa, e vs respondeis como dissemos h pouco: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo. De seguida cantamos mais uma estrofe do cntico, neste caso: bom seguir Jesus, novamente, primeiro de mos dadas, e a seguir, batendo as palmas. Levantem-se olhemos para o placar, em silncio E agora, de mos dadas, cantemos o cntico: bom estarmos juntos (1 e 2 estrofe) Catequista: A graa de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunho do Esprito Santo estejam connosco. Crianas: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo. Todos - Cntico: bom seguir Jesus (3 estrofe) II. PALAVRA 1. Depois de as crianas se sentarem: Como esto a ver, h uma grande ligao entre a Missa e a catequese: nas duas ns encontramo-nos com Jesus. Mas qual das duas mais importante?... claro que a Missa. Mas porqu?... Porque s na Missa podemos encontrar Jesus de um modo muito especial. Todos j sabem isso, uma vez que j fizeram a Primeira Comunho. Ainda se lembram? Foi uma festa belssima, inesquecvel. At porque continuamos a comungar e repetimos assim essa experincia. Portanto, se vir catequese muito importante e bonito, tambm no chega para nos encontrarmos com Cristo e com os outros cristos. Mas, por outro lado, se no viermos catequese, no compreendemos bem o que se passa na Missa nem como devemos viver para sermos irmos e amigos, onde quer que

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nos encontremos. No foi na catequese que, sobretudo no ano passado, aprenderam tanta coisa sobre a Missa? 2. A propsito: lembram-se de alguma histria sobre Jesus que ouvimos numa catequese do ano passado e que nos mostra o que acontece na Missa: como ela decorre, quantas partes tem? Aquela histria em que dois discpulos de Jesus, depois de Ele ter sido morto, se iam embora de Jerusalm, muito tristes O catequista deixe que as crianas reconstruam, por palavras suas, a cena de Lc 24, 13-35 e, conforme as suas respostas, continue: De facto, os dois iam muito tristes, por tudo o que tinham feito a Jesus. E havia j trs dias que Ele tinha sido morto. Pensavam que tudo tinha acabado. Mas, quando Jesus ressuscitado se colocou a seu lado e eles, mesmo ento, a v-lo e a falar com Ele, no O reconheciam. Vamos ouvir como que Jesus se deu a conhecer. Para isso, preciso de ajuda de dois de vs, para lerem comigo: eu leio a histria, um de vs l as palavras de Jesus e outro as palavras dos discpulos. O catequista acenda a vela, pegue na Bblia, em Lc 24, 25-35, convide para junto de si as duas crianas/leitores, uma para cada lado, entregue-lhes as folhas com o texto (assinalado com as partes que cada criana deve ler) e convide as restantes a porem-se de p. Catequista: O Senhor esteja connosco. Crianas: Ele est no meio de ns. Catequista: Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo So Lucas: Crianas: Glria a Vs, Senhor. Catequista (narrador): Ento Jesus disse-lhes: Criana (Jesus): Homens sem inteligncia e lentos de esprito, para acreditar em tudo o que os profetas anunciaram! No tinha o Messias de sofrer tudo isso para entrar na sua glria? Catequista (narrador): Depois, comeando por Moiss e passando pelos Profetas, explicou-lhes em todas as Escrituras (eleva um pouco a Bblia) o que lhe dizia respeito. Ao chegarem perto da povoao para onde iam, Jesus fez meno de ir para diante. Mas eles convenceram-nO a ficar, dizendo: 9

Criana (discpulos): Fica connosco, Porque o dia est a terminar E vem caindo a noite. Catequista (narrador): Jesus entrou e ficou com eles. E, quando se ps mesa, tomou o po, recitou a bno, partiu-o e entregou-lho. Nesse momento abriram-se-lhes os olhos e reconheceram-nO. Mas Ele desapareceu da sua presena. Disseram ento um para o outro: Criana (discpulos): No ardia c dentro o nosso corao, quando Ele nos falava a caminho e nos explicava as Escrituras? Catequista (narrador): Partiram imediatamente de regresso a Jerusalm e encontraram reunidos os Onze e os que estavam com Eles, que diziam: Criana (discpulos): Na verdade, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simo. Catequista (narrador): E eles contaram o que tinha acontecido pelo caminho e como O tinham reconhecido ao partir do po. Palavra da salvao. Crianas: Glria a Vs, Senhor. 3. Depois de as crianas se sentarem, o catequista, mantendo a Bblia nas mos, comente: uma histria muito bonita, no ? E repararam que nela encontramos muitas coisas parecidas com o que se passa connosco? Vamos ver se descobrimos algumas. Primeiro: Como que aqueles dois discpulos recuperaram a alegria?... Encontrando-se com Jesus. Tambm hoje isso acontece com muita gente. At connosco. Encontramo-nos com Jesus e sentimos uma grande alegria e muito mais coragem para sermos bons e fazermos os outros felizes.

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Ainda h pouco, eu vi a alegria com que cantmos por nos encontrarmos de novo com Jesus e uns com os outros. E, de certeza, que isso se vai repetir em todos os encontros de catequese. Por isso, vale a pena virem sempre. Segundo: Tambm j vimos que s a catequese no chega. Como aqueles dois discpulos: de que modo que Jesus se lhes deu a conhecer?... Como na Missa, que tem duas partes. Lembram-se de quais so e como lhes chamamos?... Na primeira parte ouvimos a palavra de Deus. Como se chama esta parte?... Liturgia da Palavra. E se nela ouvirmos com ateno, tambm nos comea a arder o corao, como queles dois discpulos. que na Bblia Deus e Jesus que nos falam. E posso-vos dizer que vamos descobrir isso de um modo especial: iremos aprender muito, mesmo muito, deste livro maravilhoso (o catequista mostre a Bblia). Portanto, neste caso, a nossa catequese vai ser ainda mais parecida com a primeira parte da Missa. Mas, para conhecer bem Jesus, para sentirmos o seu amor extraordinrio, precisamos da segunda parte da Missa. Como se chama?... Liturgia eucarstica. Eucaristia um outro nome que damos Missa, no ? Que significa?... Aco de graas. E , dando graas a Deus, que Jesus se torna presente com o seu Corpo, entregue por ns, e o seu Sangue, derramado por ns. E ns podemos comungar este amor maravilhoso de Jesus. Para qu? Terceira coisa que encontramos nesta histria que ouvimos da Bblia: Que fizeram aqueles dois discpulos, logo depois de se encontrarem com Jesus?... Voltaram imediatamente para Jerusalm, para darem aos outros a grande notcia do encontro com Jesus ressuscitado e conviverem com eles. Como ns aqui na catequese. Sim, sim, Jesus quem nos rene. Reparem no placar: estamos reunidos no amor de Cristo. Para qu? Para aprendermos mais coisas dele e partilharmos a nossa alegria e o nosso amor. Quem experimenta o amor de Jesus, quer saber mais dele e sobre Ele. o nosso caso. ou no? III. EXPRESSO DE F 1. Isto quer dizer que vs, durante as frias, continuastes se encontrar-vos com Jesus. Vamos ver como que isso aconteceu. O catequista afixe no centro do placar um Mapa da Vida Crist, distribudo pelas crianas no final do ano anterior. Pode ser, por ordem de preferncia: O Mapa preenchido por uma das crianas do grupo; O Mapa preenchido pelo catequista do ano anterior; Um Mapa por preencher. Conforme a alternativa, adapte as seguintes palavras: O que afixei eu no placar?... Exacto: um Mapa da Vida Crist, como aquele que cada um recebeu. Sabem de quem este? Indicar, conforme a alternativa seguida. Se for o de uma criana do grupo, pode ser convidada para a frente para que seja ela a expor brevemente o que nele preencheu, com a ajuda do catequista, que deve referir-se tambm s outras crianas e ao que tambm elas fizeram: 11

As Eucaristias em que participaram, e como elas nos levam s restantes actividades: A Orao, que devemos fazer todos os dias, sozinhos e em famlia e comunidade; A prtica de boas Aces, como expresso do amor de Jesus em ns; A Confisso, para recebermos o perdo dos nossos pecados e a fora para nos mantermos como cristos. O catequista (se for o caso, depois de mandar a criana para o seu lugar) louve as crianas pelo esforo que fizeram por se manterem assim unidas a Jesus e aos outros cristos o que permitiu terem uns Mapas to bonitos e conclua: Sabem o que parece este mapa?... Olhem bem No parecido com uma estrada? Saiu de uma igreja e volta para a mesma igreja, mas maior. Saiu da catequese do ano passado e volta para a catequese deste ano. Quase como os dois discpulos, que iam de Jerusalm para Emas. Mas, depois de se encontrarem com Jesus, voltaram para Jerusalm, para a Igreja, o grupo de cristos que estavam l reunidos no amor de Cristo. Assim acontece connosco: depois da longa viagem das frias trs meses mas em que no deixmos de conviver com Jesus, aqui estamos O catequista retire do placar o Mapa da vida crist e, apontando para os dsticos, continue: Aqui estamos digam todos: Reunidos no amor de Cristo. Que bom! 2. Para nos ajudar nestes encontros com Jesus e no intervalo de cada encontro, temos, mais uma vez, os catecismos. Neles encontraro muitas das palavras de Deus e de Jesus: palavras de vida eterna, como foram aquelas que Ele disse aos discpulos de Emas e tambm a ns. Quanto bem elas lhes fizeram! Por isso, antes de cada um receber o seu catecismo, vamos aprender um cntico em que dizemos isso a Jesus e a Deus: Tu tens palavras de vida eterna. Depois do ensaio, a distribuio dos catecismos pode ser feita do seguinte modo: As crianas levantam-se e cantam, voltadas para o placar e a Bblia, o cntico: Tu tens palavras de vida eterna (1 e 2 estrofes) Cada criana chamada pelo catequista, pela ordem em que se encontra nas folhas afixadas no placar. Junto do catequista, este entrega a cada uma o catecismo, dizendo: Catequista: (Nome da criana), que o Senhor, pela sua Palavra, te conceda a vida eterna! Criana: Amen! Se forem muitas as crianas e vrios os catequistas, podem organizar-se tantas filas quantos os catequistas, que fazem tambm a entrega. No final, todas as crianas levantam os catecismos, sobre as mos estendidas, e cantam o cntico: Tu tens palavras de vida eterna(3 e 4 estrofes) 3. Compromisso Possivelmente j repararam que, dentro do vosso catecismo, vai uma folha, dentro dum plstico 12

Que est escrito nela?... Podemos ler todos ao mesmo tempo: A Palavra de Deus na minha vida. uma folha muito importante que no se pode perder de maneira nenhuma. Por isso que ela vai dentro de uma proteco: para no se estragar nem sujar. Isso quer dizer tambm que vo receber mais folhas como essa, durante todo o ano. No fim, podem fazer um livro maravilhoso. Imaginem: um livro escrito por cada um de vs! Um livro escrito a partir do livro mais importante que temos: a Bblia que o livro da Palavra de Deus. Por isso nessa folha est escrito: A Palavra de Deus na minha vida. Ao longo deste ano, iremos descobrindo como que a Palavra de Deus, a partir da Bblia, se pode manifestar na vida de cada um de ns. E em folhas, como essa, vo registando essa histria da vossa descoberta da Palavra de Deus. Vamos primeira, essa que tendes j convosco. O que que podero escrever nela, at prxima catequese?... Tenho uma ideia. Olhemos todos outra vez para o placar J repararam que aquelas folhinhas com as letras das palavras reunidos no amor de Cristo tambm so parecidas com as folhas de um livro? E como nas letras esto os nossos nomes: esto reunidos, como folhas de um livro, em volta de Cristo. A minha proposta passar aquela ideia para a folha que receberam. Eu explico: Podem, em primeiro lugar, contar, escrevendo na vossa folha, como que o vosso nome surgiu em volta do nome de Cristo e como isso tem a ver com a catequese. Podem, em segundo lugar, escrever na vossa folha o que sentiram ento com o nome em volta de Cristo. Em vez de palavras, podem, se quiserem, registar o que sentiram, por exemplo, desenhando. H uma terceira coisa que peo para fazerem: escrever o nome de uma outra pessoa que gostareis de ver junto do vosso, ali no placar, em volta de Jesus. E escrevam tambm porque escolheram essa pessoa Pode ser uma pessoa de hoje, mas tambm do tempo de Jesus. Para isso, podem consultar o catecismo do ano passado. No se esquecem?... E tragam a folha para o prximo encontro. Ento, bom trabalho! 4. Para guardar na memria e no corao Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo. Nota: Para que as crianas se habituem, desde este primeiro encontro, a realizar as tarefas que lhes so pedidas no compromisso, recomenda-se que o catequista as lembre disso, durante a semana, recorrendo aos meios ao seu alcance: o telefone ou telemvel, o correio, nomeadamente electrnico, etc Tenha-se em conta que essas tarefas vo ser o ponto de partida no encontro seguinte. Por tudo isso, na produo do livro de cada criana so de comprometer tambm os pais, aos quais se deve explicar o seu significado. E, no fim do ano, tornar-se-, certamente, um motivo de orgulho para as crianas, os catequistas e as famlias.

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DOCUMENTO 1 Painel a construir no decurso desta catequese:

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Catequese 2 SEREIS MINHAS TESTEMUNHAS (Act 1, 8)I. INTRODUO

APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. Mrtires Mrtires so na acepo hoje mais comum na nossa lngua por exemplo, os catequistas que tanto tm de suportar e sofrer, na realizao da sua misso: alm do tempo e do esforo que tm de despender na preparao sria de cada encontro catequtico, so, tantas vezes, confrontados com a irrequietude e a falta de interesse dos catequizandos, o alheamento dos responsveis pela sua educao, o pouco ou nulo apoio das suas comunidades crists e seus dirigentes Mas, ser, s e fundamentalmente, por isso que so e bem considerados mrtires? Em sentido mais propriamente teolgico e eclesiolgico, chama-se mrtir ao cristo que sofreu a morte para testemunhar a verdade das suas convices de f. O martrio o supremo testemunho dado em favor da verdade da f; designa o testemunho que vai at morte. O mrtir d testemunho de Cristo, morto e ressuscitado, ao qual est unido pela caridade. D testemunho da verdade da f e da doutrina crist. Suporta a morte como um acto de fortaleza. Deixai-me ser pasto de feras, pelas quais poderei chegar posse de Deus (S. Incio de Antioquia) (CIC 2473). Repare-se quantas vezes, nesta breve descrio do martrio, aparece a palavra testemunho. nela que est o significado original do termo mrtir e seus derivados, provenientes da lngua grega um significado primariamente jurdico: diz-se da pessoa que, sobretudo em tribunal, afirma ter visto, ouvido ou conhecido algum ou alguma coisa que est a ser objecto de julgamento. Do seu depoimento pode depender a sentena que vier a ser proferida. primariamente neste mesmo sentido que Jesus, em Ap 1, 5; 3, 14, chamado Testemunha fiel: uma testemunha sobre Deus, que s Ele conhece na sua mxima profundidade; um conhecimento que s Ele qual palavra que, desde o princpio (isto , desde a eternidade) estava em Deus e encarnou entre ns (Jo 1, 1.14) transmite na sua existncia terrena (Jo 1, 8); uma palavra de amor (3,16), que tem a sua expresso mais viva na hora derradeira dessa existncia a da crucifixo a que foi condenado pelo tribunal romano (18, 28-19,30). Por ter levado assim o seu amor at ao fim, por isso Ele , por excelncia, a testemunha fiel de Deus, inesgotvel no seu amor. E por este amor que Ele aps ter vencido para sempre, pela morte e ressurreio, a mentira e o pecado conquista, pela f, os seus discpulos: os de ento e os de todos os tempos. Cristos que, tambm eles, encarnam na sua vida a mensagem que transmitem. a eles que Ele, antes de subir ao Cu, diz: 2. Sereis minhas testemunhas Estas palavras, transmitidas em Act 1, 8, so proferidas por Jesus ressuscitado, durante uma refeio com os Onze Apstolos (Judas Iscariotes s ser substitudo mais tarde, Act 1, 15-26) e imediatamente antes de ser elevado ao Cu (Act 1, 4-11).

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uma cena que S. Lucas (o autor dos Actos dos Apstolos) j havia descrito no seu Evangelho: Lc 24, 36-53. A, na sequncia directa da apario aos discpulos de Emas (24, 13-35). Estavam eles ainda a contar o que lhes tinha sucedido pelo caminho e como Jesus se lhes dera a conhecer, ao partir o po, quando Jesus se apresentou no meio deles, dizendo-lhes: A paz esteja convosco! (vv. 35-36). Perante o espanto e o medo dos discpulos, que julgavam tratar-se de um esprito, Jesus mostra-lhes as mos e os ps, os mesmos que haviam sido cravados na cruz. No podia haver margem para dvidas: Um esprito no tem carne nem ossos, como verificais que Eu tenho diz-lhes Jesus (v. 39). E to importante era esta identidade do Ressuscitado com o Crucificado, que Jesus chega ao ponto de comer diante deles. S na certeza disso, os discpulos estavam em condies de compreender e aceitar o que Jesus lhes ia dizer a seguir. Eram ento, e so para ns hoje, palavras fundamentais. Antes de mais porque desfazem, de vez, as dvidas acerca da condio messinica de Jesus. Dvidas provenientes da sua crucificao: um crucificado era considerado um amaldioado por Deus (cf. Gal 3, 13, com base em Dt 21, 22-23). Mas, como poderia Ele, nessa condio, ter ressuscitado dos mortos e tornar-se, para sempre, o Ungido ou Messias do Senhor, com os poderes divinos que isso lhe conferia? A resposta tinha de vir do mesmo Deus. Por isso Jesus lhes abriu, ento, o entendimento para compreenderem as Escrituras, isto , o Livro da Palavra de Deus (at ento o Antigo Testamento). E disse-lhes: Assim est escrito que o Messias havia de sofrer e ressuscitar de entre os mortos, ao terceiro dia (vv. 45-46). O Deus que, na histria passada do seu povo, havia, por exemplo, glorificado o seu Servo (uma figura proftica, referida em Is 52,13-53,12), tambm Ele ignominiosa e injustamente assassinado, foi o mesmo Deus a quem Jesus se entregou totalmente na sua morte (Lc 23, 46) e agora, pela ressurreio, o constituiu Senhor dos mortos e dos vivos (Rm 14, 9). E para qu? Para ser anunciada, em seu nome, a converso e o perdo dos pecados a todas as naes, comeando por Jerusalm acrescenta Jesus (Lc 24, 47). A converso a resposta humana oferta do perdo, obtido por Jesus, ao morrer pelos nossos pecados, segundo as Escrituras (1Cor 15, 3). Um perdo extensivo a toda a humanidade. Da o seu anncio a todas as naes. E de tudo isto anncio do Evangelho e consequente apelo converso, em todo o mundo que os discpulos so constitudos testemunhas, encarnando na sua vida o contedo do seu testemunho. Sabemos hoje como eles realizaram essa misso e com que resultados, porque tambm tudo isso: 3. Est escrito Neste caso, na segunda parte da Bblia, a que chamamos Novo Testamento, e que se foi formando a partir do referido anncio ou testemunho. Os Actos dos Apstolos descrevem como o testemunho dos Doze, depois da descida do Esprito Santo (Act 2, 13s) que, no dizer de Jesus, foi prometido por meu Pai (Lc 24, 49) se foi estendendo desde Jerusalm, por toda a Judeia e Samaria e at aos confins da terra (Act, 1, 8). Da resposta da f a esse Evangelho foram nascendo, por toda a parte, comunidades crentes que, para assim se manterem e crescerem, iam recebendo dos Apstolos e outros mensageiros, a necessria catequese, umas vezes oralmente, outras por escrito. Dos 27 livros do Novo Testamento, os primeiros a serem redigidos foram algumas das cartas de S. Paulo, a partir dos anos 50, a comear pela primeira aos Tessalonicenses. Vieram depois os quatro Evangelhos, escritos numa altura em que as principais

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testemunhas oculares j tinham morrido e para que o seu testemunho se no perdesse ou fosse mal interpretado. Todo o Novo Testamento , portanto, um dos frutos mais ricos e fecundos do testemunho apostlico, na maior parte dos casos consolidado e confirmado pelo martrio, no sentido exposto atrs, de oferta sangrenta da prpria vida. Sofrimentos que, no dizer de Paulo aos cristos de Colossos, suporto por vs e com os quais completo o que falta s tribulaes de Cristo, na minha carne, pelo seu Corpo, que a Igreja (Col 1, 24). Por isso a sua mensagem era to bem aceite: alm de ser ouvida ou lida, era vista ao vivo naqueles que a transmitiam. O mesmo se diga do catequista, nomeadamente a propsito do mtodo a seguir na catequese: O carisma que lhe dado pelo Esprito, uma slida espiritualidade e um transparente testemunho de vida, constituem a alma de todo e qualquer mtodo e s as qualidades humanas e crists do catequista garantem o bom uso dos textos e dos outros instrumentos de trabalho (DGC 156). Qualidades que tm a sua raiz profunda em Cristo, que o chama e envia, atravs da sua Igreja e como sua testemunha. OBJECTIVOS Descobrir como Cristo ressuscitado enviou os discpulos com a misso de anunciarem o Evangelho; Acolher as palavras de Cristo, pelo louvor; Dispor-se a acolher o testemunho de Cristo e a colaborar nele. OBSERVAES PEDAGGICAS 1. Esta catequese, at pelo texto bblico nela transmitido, a continuao da anterior: reunidos no amor de Cristo, os discpulos so enviados como mensageiros da Boa Nova da sua morte e ressurreio. Da que, na Experincia Humana, aos nomes das crianas e catequistas, se juntem aos nomes de outras pessoas, especialmente ligadas s crianas. O relevo dado aos Apstolos justifica-se pelo seu lugar nico e incontornvel na transmisso da Boa Nova de que nasceram a Igreja e os livros do Novo Testamento. 2. Dada a importncia das palavras de envio, proferidas por Jesus, sugere-se que elas sejam (re)lidas pelas crianas, a partir dos dsticos que, sucessivamente, vo sendo afixados no placar. Pela mesma razo, so depois rezadas, na Expresso de F. Mas ento, com o crucifixo introduzido solenemente, para estabelecer a ligao entre as condies de testemunhas, por parte dos discpulos, e o contedo do seu testemunho. 3. Para que as crianas se sintam conquistadas por este testemunho, acolhendo-o e colaborando nele, prope-se que se faam transmissoras da experincia vivida nesta catequese, especialmente junto de algum a quem se sintam ligadas, por razes crists. Insista-se para que registem a realizao deste compromisso em mais uma folha com A palavra de Deus na minha vida. Ser dela que se vai partir para a prxima catequese, sobre a vinda do Esprito Santo. MATERIAIS Folhas com A Palavra de Deus na minha vida, devidamente preenchidas e trazidas pelas crianas, a partir da catequese anterior; Dsticos REUNIDOS NO AMOR de CRISTO, com os nomes das crianas e catequista(s) (catequese anterior); Canetas/esferogrficas; Marcadores (para sublinhar); 17

Dsticos: O Messias sofreu e ressuscitou dos mortos; Arrependimento e perdo dos pecados; Em todas as naes; Testemunhas; e O prometido por meu Pai (ver Documento 1). Um crucifixo de um tamanho que, no placar, estabelea a ligao entre os dsticos anteriores (ver Documento 1); Folhas com o texto: Disse Jesus: Est escrito que o Messias havia de sofrer e ressuscitar dos mortos ao terceiro dia; Disse Jesus que havia de ser pregado em seu nome o arrependimento e o perdo dos pecados; Disse Jesus que deviam levar a Boa Nova a todas as naes; Disse Jesus aos discpulos: Vs sois testemunhas disso; Disse Jesus: Eu vos enviarei Aquele que foi prometido por meu Pai. Duas velas; Bblia; Folhas com A Palavra de Deus na minha vida, uma para cada criana. MSICAS Tu tens palavras de vida eterna. II. DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE Preparao da sala: No placar: esto afixados os mesmos dsticos e na mesma ordem do final da catequese anterior (ver Documento 1 dessa catequese). Na mesa: a Bblia e uma vela, apagada. I. EXPERINCIA HUMANA 1. O catequista pegue na sua prpria folha com A Palavra de Deus na minha vida, mostre-a s crianas e pergunte-lhes: Ento, tambm trouxeram a vossa folha com A Palavra de Deus na minha vida?... E fizeram os trs trabalhos que vos pedi?... Se nenhuma ou muito poucas crianas realizaram as tarefas sugeridas, o catequista pode repetir as duas primeiras e dar algum tempo (breve) para que as crianas escrevam as respostas nas suas folhas. Num caso ou no outro, prossiga: Primeiro: quem escreveu como que o seu nome est ali no placar, (apontar) em volta do nome de Cristo? Para uma criana que tenha realizado a tarefa pedida: L l tu (nome) o que escreveste na tua folha? Depois de a criana ler, o catequista pode pedir o mesmo a outra, comparando e completando as respostas. E conclua: Muito bem. Como as letras daquelas palavras, estamos todos Leiam comigo: Reunidos no amor de Cristo. Agora, digam l o que sentem por estarmos assim, no placar e aqui na sala, reunidos no amor de Cristo. Quem escreveu? Depois das respostas de algumas crianas, o catequista pergunte: Alm de ns, que mais pessoas vimos, nessa catequese, reunidas no amor de Cristo? Exacto: aqueles dois discpulos de Jesus que, depois de Ele ter sido morto em Jerusalm, voltavam tristes para a sua terra. Como se chamava essa terra?... 18

E quando chegaram a Emas, ainda iam tristes?... Ento o que que tinha acontecido pelo caminho?... Exacto, tiveram uma bela catequese com Jesus. E de que livro se serviu Jesus para os ensinar sobre tudo o que tinha sucedido com Ele at sua morte e ressurreio? Da Bblia! Como ns fazemos aqui na catequese. E em que outro lugar importante que ouvimos a Palavra de Deus na Bblia?... Na igreja, sobretudo durante a Missa. E que mais faz Jesus na Missa, como fez com aqueles dois discpulos?... D-nos o seu Corpo entregue na cruz por ns, na comunho. Foi assim que esses dois reconheceram finalmente Jesus. E ento sim: com o amor de Jesus, pelo dom do seu Corpo, ficaram muito, muitssimo felizes. Como ns, na Missa e aqui. Foi o que vs to bem escrevestes nas vossas folhas. O catequista pode mencionar alguns dos sentimentos antes expressos pelas crianas e, depois, convidar orao: E se ns fssemos manifestar esta nossa alegria com aquele cntico que aprendemos? Aquele em que dizemos a Jesus: Tu tens palavras de vida eterna. Depois de pedir a uma criana para acender a vela, junto da Bblia, continue: De p Olhemos primeiro para o nome de Cristo e para a Bblia em que Ele nos fala E cantemos: Tu tens palavras de vida eterna (1 e 2 estrofes) 2. Aps as crianas se sentarem: Ainda se lembram do que fizeram aqueles dois discpulos de Emas, depois de reconhecerem Jesus?... Voltaram logo para Jerusalm, para levaram a feliz Boa Nova aos outros discpulos. E o que ter acontecido depois? Iremos ver daqui a pouco. Posso dizer-vos que foi algo de muito importante. Mas, antes disso, falta falar do terceiro trabalho que vos pedi: escolherem uma pessoa cujo nome gostam de ver naquela mesma folhinha onde est o nome de cada um de ns, em volta do nome de Cristo. Ento, vamos a isso. Pode ser uma pessoa de hoje ou do tempo de Jesus. O catequista distribua as folhas do placar pelas mesmas crianas que nelas escreveram os nomes. Depois de todas escreverem, entregam-nas pela mesma ordem das letras Reunidos no Amor. medida que as vo entregando e antes de voltar a serem afixadas, cada criana diga, muito brevemente, a razo que a levou a escolher a pessoa indicada. No final, o(s) catequista(s) faa(m) o mesmo, escrevendo o nome de um dos Apstolos de Jesus. Depois, comente: Que belo! Alm de ns, tantas pessoas em volta de Cristo: reunidas, connosco, no seu amor. Quer dizer que so pessoas que, como ns, conhecem Jesus ou querem conhecer ou j conheceram. Muitas delas at nos falaram dele. Sem elas, talvez ns no O conhecssemos. Sim, sim: se no fossem algumas daquelas pessoas, que guardaram a histria de Jesus, ela podia ter-se perdido e ns, hoje, no conheceramos Jesus. 19

Por exemplo, sem (nome dos Apstolos j indicados) hoje nada saberamos como foi a vida de Jesus nem todas as coisas extraordinrias que Ele ensinou. Quer dizer que, de todas as pessoas que indicmos, so elas as mais importantes. Por isso, acho que os seus nomes merecem ser sublinhados. O catequista pode sublinhar, com uma cor viva, os nomes dos onze Apstolos e, depois, juntar os que faltam, distribuindo-os por outras folhas com as letras do dstico: Pedro, Joo, Tiago, Andr, Filipe, Tom, Bartolomeu, Mateus, Tiago (filho de Alfeu), Simo e Judas (filho de Tiago) (Act 1, 13). Escreva tambm os nomes dos discpulos de Emas: Clofas e o companheiro de Clofas (Lc 24, 18). Se as crianas descobrirem que falta um dos Doze, explique que Judas Iscariotes j no andava com os outros, por ter trado Jesus; e o seu substituto, Matias, s foi escolhido mais tarde (Act 1, 15-26). No final convide as crianas orao: Sabem o que estou a pensar? Cantarmos outra vez o cntico Tu tens palavras de vida eterna. Agora a pensar em todas as pessoas cujos nomes escrevemos nas folhinhas. por causa do que Jesus lhes disse e vai dizer a ns que os nomes esto l. Portanto, tambm aquelas pessoas podem dizer a Jesus: Tu tens palavras de vida eterna. Ento cantemos, ainda com mais alegria: Tu tens palavras de vida eterna (3 estrofe) II. PALAVRA 1. Lembram-se de h pouco vos ter perguntado o que ter acontecido queles dois discpulos, depois de eles terem voltado para junto dos Onze Apstolos que estavam em Jerusalm? Pois bem, isso que agora vamos descobrir. Foi algo de extraordinrio e muito, muito importante para os dois discpulos, para os Onze e para ns, juntamente com todas as pessoas que tm o nome escrito no placar: pessoas que nos acompanham. Que ter ento sucedido? O catequista pegue na Bblia, aberta em Lc 24, 36-53, e exponha, por palavras suas, a primeira parte do texto (vv. 36-43): Imaginem: ainda os dois discpulos de Emas estavam a contar aos outros amigos como Jesus ressuscitado lhes tinha aparecido, ainda eles estavam nisto, quando aparece Jesus no meio deles e os sada, dizendo-lhes: A paz esteja convosco. Que grande surpresa! To grande, que eles nem queriam acreditar. Pensavam que era um fantasma, uma espcie de sombra: algo que, ainda por cima, mete medo. E que fez Jesus, para acabar com aquela surpresa, aquele susto? Comeou por lhes mostrar as mos e os ps. Porqu as mos e os ps? Porque tinha sido nas suas mos e nos seus ps que O tinham pregado na cruz. Portanto, aquela pessoa era Jesus, no era outra qualquer. Era o mesmo que trs dias antes tinha sido crucificado e, na cruz, dera a vida por todos, mostrando assim quanto Ele os ama. Mas, mesmo assim, eles ainda no queriam acreditar: estar com Jesus parecia uma alegria grande de mais para ser verdade. Por isso Jesus, para eles terem a certeza de que no era outra pessoa ou uma sombra dele, ainda foi mais longe:

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Perguntou-lhes se tinham alguma coisa para comer. Eles deram-lhe um pedao de peixe. Um fantasma no come, pois no? E ento sim, depois de Jesus comer, j no havia dvidas: era Ele mesmo Jesus, bem vivo no meio deles. E depois de se acalmarem olhem, era quase como ns aqui, a ouvir esta histria ento, sim: estavam j preparados para ouvirem o que Jesus lhes tinha para dizer. A eles e, atravs deles, a ns. E o que Jesus lhes disse e nos diz foi, de novo, a partir da Bblia (o catequista levante-a). So palavras muito, muito importantes. No s por virem de Jesus e, para mais, depois de Ele morrer e ressuscitar, mas tambm porque tm a ver com o que os discpulos de Jesus, at ns hoje, devem fazer. Por isso, para as ouvirmos com a mxima ateno, convido um de vs a pegar na vela acesa e a colocar-se aqui, junto de mim E agora, de p, ouam bem Catequista: O Senhor esteja connosco. Crianas: Ele est no meio de ns. Catequista: Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo So Lucas: Crianas: Glria a Vs, Senhor. Catequista (Lc 24, 46-49): Naquele tempo, disse Jesus aos seus discpulos: Est escrito que o Messias havia de sofrer e de ressuscitar dos mortos ao terceiro dia e que havia de ser pregado em seu nome o arrependimento e o perdo dos pecados a todas as naes, comeando por Jerusalm. Vs sois testemunhas disso. Eu vos enviarei Aquele que foi prometido por meu Pai. Por isso, permanecei na cidade, at que sejais revestidos com a fora do alto. Palavra da salvao. Crianas: Glria a Vs, Senhor. 2. Depois de pousadas a Bblia e a vela e as crianas se sentarem: Ento, ouviram bem?

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Olhem, foram tantas as coisas que Jesus disse e to importantes, que eu pensei: o melhor escrev-las numas folhas, para no mais nos esquecermos delas. Eu vou distribu-las por alguns de vs que vm aqui frente e, todos juntos, as mostram aos outros. O catequista entregue a cinco crianas os seguintes dsticos: O Messias sofreu e ressuscitou dos mortos; Arrependimento e perdo dos pecados; Em todas as naes; Testemunhas; O prometido por meu Pai. Se o grupo for muito pequeno, pode entregar mesma criana dois dsticos ou afix-los todos no placar, mas fora da sua ordem no texto bblico. Depois de as crianas contemplarem os dsticos, diga-lhes: Como vem, no so todas as palavras de Jesus. Mas so as suficientes para nos lembrarem as restantes. Vejam l se conseguem lembrar-se das primeiras que Jesus disse. Olhem bem Se as crianas no conseguirem, o catequista pode voltar a ler o princpio do texto bblico: Est escrito que o Messias havia de sofrer e ressuscitar dos mortos ao terceiro dia. Depois comente: Lembram-se do que significa Messias? Exacto: o ungido com o azeite que transmite a fora de Deus. o mesmo que Olhem para o centro do placar. Que est l escrito?... Cristo. Cristo, Messias e Ungido o mesmo, s que dito por palavras diferentes. E Cristo ou Messias foi o ttulo dado a Jesus. Desde quando? Olhem para o dstico Desde que Ele sofreu e ressuscitou dos mortos. Foi no sofrimento, que o levou morte na cruz, foi ento que Ele mais mostrou quanto nos ama: tanto, que deu toda a sua vida por ns. E, por dar assim a vida, que Ele venceu a morte e ressuscitou. E hoje, est vivo junto de Deus e tambm connosco, para nos dar a fora e a alegria do seu amor. J sabemos como isto um pouco complicado, mas ns entendemos com o corao. Pois bem: este acontecimento da morte e ressurreio de Jesus, foi a coisa mais maravilhosa que sucedeu na terra, no acham? Vencer a morte! Foi isto que Jesus comeou por dizer aos discpulos de ento e a ns hoje: que assim, na sua morte e ressurreio, Ele se tornou o Messias, o Ungido com a fora de Deus, para sempre. Ento, eu proponho que afixemos estas palavras no placar, junto dos nomes de Cristo e das pessoas que o escutam. A criana que tem o dstico O Messias sofreu e ressuscitou (ou o catequista) afixe-o ao meio e do lado esquerdo dos restantes dsticos j afixados no placar (ver Documento 1). Depois, convide a criana que o tinha a voltar para o seu lugar e prossiga: E que disse Jesus, a seguir? Se as crianas tiverem dificuldade em descobrir, o catequista pode ler o texto bblico: Est escrito que o Messias havia de sofrer e ressuscitar dos mortos ao terceiro dia e que havia de ser pregado em seu nome o arrependimento e o perdo dos pecados. Depois comente: Esto a ver, morte e ressurreio de Jesus segue-se Exacto: o Arrependimento e perdo dos pecados. isto que os discpulos devem anunciar: que Jesus morreu por todos e ressuscitou e que as pessoas que escutam esta notcia maravilhosa devem arrepender-se das suas maldades e seus pecados, para que estes lhes sejam perdoados: o arrependimento e o 22

perdo dos pecados. S assim, mudando de vida, para ser bom e fazer o bem, que se pode participar do amor de Jesus, manifestado na sua morte e ressurreio. Ento, vamos afixar tambm estas palavras, mas do outro lado. Faa-se com o dstico Arrependimento e perdo dos pecados, como com o anterior, mas agora afixado ao meio e do lado direito do placar (ver Documento 1). E que disse Jesus, a seguir? Onde que os discpulos devem anunciar que Ele morreu por todos e que ressuscitou, para o arrependimento e o perdo dos pecados? Exacto: Em todas as naes. Se Ele deu a vida por todos, ento todos devem conhecer e experimentar o seu amor, para mudarem de vida e serem capazes de amar. Vamos ento afixar estas palavras. Proceda-se com o dstico Em todas as naes como com os dsticos anteriores, mas afixando-o ao fundo do placar (ver Documento 1). Agora digam-me: ao levar a Boa Nova a todas as naes o que que os discpulos esto a fazer?... A contar o que viram e ouviram, dando testemunho de tudo. Assim, os discpulos so Testemunhas. Quer dizer, esto a anunciar o que eles prprios viram e ouviram de Jesus o que Jesus fez tambm por eles. Assim que se uma testemunha. Vamos, por isso, afixar esta palavra no alto do placar. Faa-se com o dstico Testemunhas como com os anteriores, mas afixando este na parte superior do placar. Depois, o catequista comente: Est bonito o nosso placar, no est? Ns, e os discpulos, envolvidos pelas palavras de Jesus! Mas ainda faltam as palavras O prometido por meu Pai. O que significar? J sabemos que o Pai de Jesus Deus. Mas o que que Deus ter prometido? Ainda no sabemos, porque na altura em que Jesus disse estas palavras, Deus ainda no tinha cumprido esta promessa. Querem saber o que foi?... Veremos na prxima catequese. Vai ser uma bela surpresa. At l, vamos afixar estas ltimas palavra: Afixe-se o dstico O prometido por meu Pai ao fundo do placar, por baixo do dstico Em todas as naes. III. EXPRESSO DE F 1. Que belas palavras Jesus acaba de nos dizer. Sem elas e aquilo que os discpulos depois fizeram, ns hoje no conheceramos Jesus e o seu grande amor. Portanto, podemos dizer que so palavras de vida eterna, isto , de uma vida cheia de felicidade e de alegria, como a que j comemos a receber de Jesus. De certeza que esto com a vontade de cantar a Jesus o cntico Tu tens palavras de vida eterna. Para ser mais bonito, vamos fazer assim: primeiro vou distribuir por alguns de vs uma folha com as palavras de Jesus. Depois cantaremos o cntico, antes de as lerem e a seguir leitura de cada um de vs. Depois de distribuir por cinco criana as folhas com o texto de Lc 24, 46-50, o catequista diga:

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Olhem: antes da leitura, vamos ter uma surpresa que nos ajuda ainda mais a cantar este cntico, louvando Jesus pelas suas palavras. Para isso, ponham-se de p e voltemo-nos todos para a porta da nossa sala. Pela porta da sala, entram duas crianas (ou catequistas) em cortejo: uma com uma vela acesa e a outra com o crucifixo. Chegadas frente das outras, a que tem a vela coloque-a sobre a mesa, do outro lado da Bblia; a que leva o crucifixo entregue-o ao catequista que o pendura no meio do placar, de modo a estabelecer uma ligao entre os dsticos. Se no for possvel o cortejo, pode tudo ser feito frente das crianas; a que transporta a vela e a que tem o crucifixo colocam-se diante das outras, para que contemplem o crucifixo por uns breves momentos. Depois de afixado, o catequista diga: Agora sim, com a imagem de Jesus na cruz, a apontar para todas as palavras que acaba de nos dizer, podemos cantar, voltados para Ele, o cntico: Tu tens Palavras de vida eterna (3 estrofe). 1 criana/leitor: Disse Jesus: Est escrito que o Messias havia de sofrer e ressuscitar dos mortos ao terceiro dia. Cntico: Tu tens Palavras da vida eterna (s o refro). 2 criana/leitor: Disse Jesus que havia de ser pregado em seu nome o arrependimento e o perdo dos pecados. Cntico: Tu tens palavras de vida eterna (s o refro). 3 crianas/leitor: Disse Jesus que deviam levar a Boa Nova a todas as naes. Cntico: Tu tens palavras de vida eterna (s o refro). 4 criana/leitor: Disse Jesus aos discpulos: Vs sois testemunhas disso. Cntico: Tu tens palavras de vida eterna (s o refro). 5 criana/leitor: Disse Jesus: Eu vos enviarei Aquele que foi prometido por meu Pai. Cntico: Tu tens palavras de vida eterna (4 estrofe). Se o tempo for pouco, podem juntar-se as preces 1 e 2 e as 3 e 4, isto , cantar-se o cntico s depois das preces 2, 4 e 5. 2. Depois de as crianas se sentarem: Ainda falta saber o que aconteceu depois de Jesus dizer estas palavras to importantes. Ser que Ele ficou com os discpulos? Olhem, aconteceu o seguinte: O catequista leia Lc 24, 50-53 ou exponha o seu contedo por palavras suas: Depois Jesus levou os discpulos at junto de Betnia e, erguendo as mos, abenoou-os. Enquanto os abenoava, 24

afastou-se deles e foi elevado ao Cu. Eles prostraram-se diante de Jesus e, depois, voltaram para Jerusalm com grande alegria. E estavam continuamente no templo, bendizendo a Deus. Portanto, Jesus deixou de estar visvel junto dos discpulos, porque subiu, para sempre, para junto de Deus. Chamamos a esta subida a ascenso de Jesus. Mas, ao mesmo tempo que Ele subia, abenoava os discpulos. Por isso, eles no ficaram tristes. Confiaram nas palavras de Jesus e esperavam por Aquele que tinha sido prometido por seu Pai. Quem ser esse que Deus Pai tinha prometido? Vamos ficar a pensar nisso at prxima catequese e, para vos ajudar, podem folhear o vosso catecismo do ano passado. L, encontraro a resposta 3. Compromisso Para isso, proponho-vos que faam o seguinte, at prxima catequese: Primeiro, faam como os discpulos. Repararam que eles depois da ascenso de Jesus, foram para o templo, isto , para a casa de orao mais importante que havia naquele tempo. E, a, rezavam a Deus, bendizendo-O todos os dias. Assim se preparavam para receber o que Deus tinha prometido para eles, para que eles pudessem levar a Boa Nova de Jesus a todas as naes. Pois bem: tambm ns somos convidados a preparar-nos para recebermos o que Deus nos prometeu. E a preparar-nos do mesmo modo: rezando todos os dias; e, pelo menos uma vez, indo igreja, Eucaristia do Domingo. sobretudo l que podemos louvar a Deus. Alm de rezamos, a partir das palavras de Jesus que vm no catecismo, proponho-vos o seguinte: Vo ter com aquela pessoa, cujo nome est no placar junto do nome de cada um de vs, e contem-lhe por que razo colocaram l o nome dela. Depois, contem-lhe tambm o que Jesus hoje nos disse. Podem servir-se do catecismo. No fim, registem em mais uma folha com A palavra de Deus na minha vida como que essa pessoa se sentiu com as vossas palavras e as palavras de Jesus. Se no puderem ir ter com essa pessoa, porque est longe ou j no est viva, vo ter com uma outra pessoa com quem j tenham falado de Jesus. Contem-lhe o mesmo: o que Jesus hoje nos disse. E registem tambm na folha, com A palavra de Deus na minha vida, o que essa pessoa sentiu. E no se esqueam de trazer a vossa folha, preenchida, para a prxima catequese. Com ela, compreenderemos melhor o que foi que Deus prometeu enviar aos discpulos de Jesus, depois de Ele subir ao Cu. 4. Despedida Depois de distribuir as folhas em A Palavra de Deus na minha vida, o catequista conclua: Lembram-se do que fazia Jesus aos discpulos, enquanto subiu ao Cu?... Abenoava-os. Vamos tambm ns pedir a bno de Deus, de p:

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Catequista: O Senhor esteja connosco. Crianas: Ele est no meio de ns. Catequista: Abenoe-nos Deus todo-poderoso (benzendo-se) Pai, Filho e Esprito Santo. Crianas: Amen. Catequista: Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe. Crianas: Graas a Deus. 5. Para guardar na memria e no corao: Est escrito que o Messias havia de sofrer e de ressuscitar dos mortos ao terceiro dia e que havia de ser pregado em seu nome o arrependimento e o perdo dos pecados. (Lc 24, 46-47)

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DOCUMENTO 1 Painel a construir no decurso desta catequese:

Testemunhas

RRita Me

EJoo S.Pedro

URubenPapa Bento

N N

I O O

D

O

S

A

Mde

Rat|t cA _

O Messias sofreu e ressuscitou dos mortos

Arrependimento e perdo dos pecados

CRISTOEm todas as naes O Prometido de meu Pai

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Catequese 3 FICARAM CHEIOS DO ESPRITO SANTO (Act 2, 4)I. INTRODUO APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. O esprito Neste caso est escrito em letra minscula. que este termo antes e para alm de ser aplicado terceira pessoa da Santssima Trindade em sentido prprio e original, significa simplesmente o ar que respiramos, inspirando-o e expirando-o continuamente, num ritmo vital e vivificante. Sem ele, ser um ar que nos d uma expresso indicativa de um acidente e das suas consequncias. Geralmente atribuda a um golpe de ar, mas que resulta na definitiva perda do ar e da vida que dele depende. Mas, nem s de ar vive o homem. De entre as suas variadssimas e complexas fontes de vida, intervm em Act 2, 1-4, alm de uma forte rajada de vento ( letra, um violento sopro que passa), uma lngua, como de fogo. O fogo, mesmo quando usado mais para iluminar, nunca deixa de aquecer. Duas funes, geradoras de vida veja-se o que entre ns se passa na primavera com o sol a brilhar mais tempo a que se junta uma terceira, esta de efeito ambivalente: as suas chamas, sobretudo incontroladas, destroem e devastam; mas tambm com elas que, por exemplo, os metais, mesmo os mais duros, se deixam purificar e moldar. E talvez seja por tudo isso que o fogo associado lngua: fala-se em lngua de fogo, devido principalmente forma das chamas. Mas, porque no falar tambm do fogo da lngua? Tanto o grego glossa como o latim (e portugus) lngua h muito deixaram de se aplicar ao rgo muscular situado na boca e na faringe, responsvel pelo paladar e auxiliar na mastigao e na deglutio para exprimir tambm o que o ser humano produz com o seu contributo: sons articulados em palavras e frases, quase imprescindveis para a comunicao interpessoal. E nisso a lngua tem um enorme poder criador, semelhante ao do fogo, como se escreve, por exemplo, em Tg 3, 5-6: A lngua um pequeno membro e gloria-se de grandes coisas. Vede como um pequeno fogo pode incendiar uma grande floresta! Assim tambm a lngua fogo, um mundo de iniquidade; entre os nossos membros ela que contamina todo o corpo e, inflamada pelo Inferno, incendeia o curso da nossa existncia. Mas, acrescenta o mesmo autor, tambm com ela bendizemos quem Senhor e Pai (3, 9). Tudo depende de quem a usa: A morte e a vida esto merc da lngua; os que a amam comero dos seus frutos (Pr 18, 21) sobretudo se esse amor vem do fogo e do hlito daquele a quem chamamos: 2. O Esprito Santo Segundo o Catecismo da Igreja Catlica, Esprito Santo j no um simples smbolo, mas o nome prprio dAquele que adoramos e glorificamos com o Pai e o Filho. verdade que Esprito e Santo so atributos divinos comuns s trs Pessoas divinas. Mas, juntando os dois termos, a Escritura, a Liturgia e a linguagem teolgica designam 28

a Pessoa inefvel do Esprito Santo, sem equvoco possvel com outros empregos dos termos esprito e santo (CIC 691). Alis, j S. Lucas, no citado texto de Act 2, 1-4, tem o cuidado de, ao apresentar os referidos smbolos do Esprito Santo, os fazer proceder do comparativo como. Quando lidamos com as realidades divinas, toda a linguagem humana limitada. Da o necessrio recurso simbologia: partimos de realidades experimentveis tanto mais, quanto mais so imprescindveis para a nossa vida para, atravs delas, subirmos para Aquele que, possuindo a vida em plenitude, a oferece a quem a Ele se confia. nesta relao de complementaridade entre o natural e o sobrenatural que se situa, tambm, o ar ou esprito, j em Gn 2, 7: depois de formar o ser humano (em hebraico, o dam) do p da terra (em hebraico, adam), Deus insuflou-lhe pelas narinas o sopro da vida, e o ser humano tornou-se num ser vivo. Proveniente de Deus, este sopro no pode ser apenas o hlito que mantm a nossa vida natural. A prova disso que o ser humano, se rompe com Deus, desobedecendo s suas ordens, ficar sujeito morte (Gn 2, 17), nomeadamente nas relaes inter-humanas e com a natureza (Gn 3, 1ss). E a sua vida, s em comunho com o Criador, (re)adquire um sentido e uma energia que at pode transcender as suas capacidades naturais. De entre os inmeros textos do AT que a isso se referem, podemos destacar o de Is 11, 1-2 acerca do futuro Messias, proveniente do rebento do trono de Jess, o pai do grande rei ou ungido que foi David: sobre ele repousar o Esprito do Senhor: esprito de sabedoria e de entendimento, esprito de conselho e de fortaleza, esprito de cincia e de temor do Senhor. Toda uma srie de dons do Esprito divino que capacitam este Messias, a quem dado o significativo nome de Emanuel (Deus connosco), para um governo do povo que leva a uma paz que s em Deus possvel. Para ns, cristos, um sonho que comeou a tornar-se realidade com Jesus de Nazar, o Deus connosco (Mt 1, 23), no Reino de Deus por Ele anunciado e iniciado: tambm Ele ungido e movido pelo Esprito do Senhor, conforme nos apresentado por S. Lucas, no incio da sua vida pblica, com a interveno na sinagoga de Nazar em que aplicou a si a profecia de Is 61, 1-2 como programa da sua actividade messinica (Lc 4, 16ss). A esta cena corresponde a de Act 2, 1ss: o mesmo Jesus Cristo, agora constitudo definitivamente por Deus Senhor e Messias pela sua morte e ressurreio gloriosa (2, 36), foi Ele quem, no dizer de S. Pedro, tendo sido elevado pelo poder de Deus, recebeu do Pai o Esprito Santo prometido e derramou-o, como vedes e ouvis (2, 33). Tambm aqui, como realizao de uma profecia do AT (Joel 3, 1-5) e como arranque da actividade missionria dos Apstolos e outros mensageiros que a eles se vo agregando. deles, ou melhor, do Esprito Santo que passa a habitar neles e a actuar por meio deles, que nasce a Igreja, tambm ela animada pelo mesmo Esprito. 3. O Esprito Santo na Igreja O Pentecostes era, originariamente, uma festa agrcola. Celebrava-se nela a ltima colheita de cereais, sete semanas, que o mesmo dizer, no quinquagsimo (em grego, pentecostes) dia depois da primeira a dos pes zimos que, a partir do sc VI a.C., passou a estar ligada da Pscoa, esta de origem pastoril. Como todas as restantes festas, celebradas ao ritmo cclico da natureza, tambm o Pentecostes adquiriu em Israel um cunho histrico-salvfico. Possivelmente, j no princpio da era crist comemorava-se nela a aliana entre Deus e o seu povo, realizada atravs de Moiss no Monte Sinai (Ex 19-24). No seu centro estava a oferta da Lei de Deus de que faz parte o Declogo e que, segundo uma tradio judaica, tinha sido proclamada nas lnguas dos 70 povos do mundo, nmero indicativo do seu valor

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universal. De facto, sobretudo os mandamentos do Declogo so aplicveis a qualquer sociedade organizada. Ora se foi nesta festa que o Esprito Santo desceu sobre os Apstolos, foi certamente por duas razes, ambas presentes em Act 2, 1ss: 1. Com Ele deu-se incio a uma nova e decisiva fase da histria do povo de Deus, a partir de agora constitudo pela Igreja, fundada na nova e eterna aliana que Deus realizou em toda a humanidade pela morte e ressurreio de seu Filho, Jesus Cristo. 2. Consequentemente, da Igreja passaram a poder fazer parte, no apenas os judeus, mas qualquer pessoa que viesse a acreditar em Jesus Cristo e fosse baptizada em seu nome. A animar e unir os crentes estava o mesmo Esprito que to solenemente descera sobre os Apstolos. Era Ele o Esprito de Deus, possudo de um modo nico por Cristo ressuscitado que permitia aos Apstolos serem entendidos em todas as lnguas (Act 2, 5-12). E Ele que leva os crentes a serem assduos ao ensino dos Apstolos, Comunho Fraterna, fraco do po e s oraes (2, 42). Por isso, a Igreja, comunho viva na f dos Apstolos, o lugar do nosso conhecimento do Esprito Santo: Nas Escrituras, que Ele inspirou; Na tradio, de que os Padres da Igreja so testemunhas sempre actuais; No Magistrio da Igreja, que Ele assiste; Na liturgia sacramental atravs das suas palavras e das seus smbolos, em que o Esprito Santo nos pe em comunho com Cristo; Na orao, em que Ele intercede por ns; Nos carismas e ministrios, pelos quais a Igreja edificada; Nos sinais de vida apostlica e missionria; No testemunho dos santos, nos quais Ele manifesta a sua santidade e continua a obra da salvao (CIC 688). E a esta Igreja que pertence o catequista de hoje, tambm ele animado pelo fogo do Esprito, para entender a Palavra que l e se fazer entender, quando a proclama. OBJECTIVOS Abrir-se aos dons do Esprito Santo, designadamente atravs da Palavra de Deus; Compreender como o anncio do Evangelho se deve aco do Esprito Santo, enviado por Cristo glorioso; Confiar-se ao poder vivificante do Esprito Santo, nomeadamente atravs da orao. OBSERVAES PEDAGGICAS 1. Esta catequese o complemento imprescindvel da anterior: os Apstolos s podem pregar o Evangelho com a energia e a luz do Esprito Santo, enviado por Cristo elevado ao Cu. Para que as crianas escutem com a maior ateno o texto bblico relativo a esse acontecimento do Pentecostes, procure-se suscitar e aumentar a sua curiosidade e o seu interesse, sobretudo durante a Experincia Humana, a partir do dstico proveniente da catequese anterior, das folhas com A Palavra de Deus na minha vida, escritas por elas, e do cntico: Tu tens Palavras de vida eterna. 2. A Palavra, dada a sua densidade e extenso, transmitida de modo faseado: s depois de se compreender o significado dos dois smbolos do Esprito (o vento e as lnguas de fogo), se passa aco do Esprito, primeiro em todos os Apstolos e a seguir, na pregao de Pedro. Este crescimento apoiado pelo nmero e pela luz das velas: a 2 30

leitura acompanhada por uma vela, a 3 por duas. Alm disso, a 3 leitura feita de modo dialogado. 3. Em todo este processo, procure-se que as crianas sejam mais do que simples ouvintes ou espectadores. Afinal tambm elas, como cristos, j vivem da aco do Esprito Santo, nomeadamente nas actividades da catequese e, principalmente, desde o seu Baptismo. A conscincia disso facilitar-lhes- a orao que so convidadas a fazer, sobretudo na Expresso de F e no tempo at a prxima catequese que, deste modo, j comea a ser preparada, e de um modo vivencial. Faa-se tudo para que todas as crianas realizem o que lhes proposto como compromisso, j que disso depende a prxima catequese. O catequista lembre-se que as crianas j so relativamente crescidas e devem crescer, ainda mais, em responsabilidade. 4. Dada a extenso, a densidade e a importncia desta catequese, aconselha-se, vivamente, que seja dada em duas sesses: - A primeira, para a Experincia Humana e metade da Palavra (n. 1 e 2): leitura e explicao de Act 2, 1-4 e 2,5-8.12b. Pode terminar com uma invocao do Esprito Santo, atravs do cntico Desa sobre ns, Senhor e a orao Vinde Esprito Santo, ambos propostos na Experincia de F (n. 3 compromisso). - A segunda, para o resto da Palavra (Act 2, 14-17a.22-23.32.33.36-38.41) e a Expresso de F. Para a ligao entre as duas sesses, mantenham-se, na mesa e no placar, os mesmos materiais (incluindo as folhas com A Palavra de Deus na minha vida, preenchidas pelas crianas e catequistas) e faa-se, no incio da segunda sesso, uma reviso (dialogada) do tema das leituras bblicas, feitas na primeira, juntamente com as questes: Quem enviou aos Apstolos o Esprito Santo, como Prometido pelo Pai? e Que maravilhas proclamavam eles, com a fora do Esprito Santo? Se, devido a estas duas sesses, for necessrio deixar uma catequese, que seja uma das que esto propostas para o Advento (8 ou 9). No caso de se ter que optar por uma s sesso, em vez da leitura bblica proposta no n 4 da Palavra, o catequista exponha o seu contedo por palavras prprias; da Expresso de F, utilize apenas o que est exposto nos n. 2 e 3. MATERIAIS Dsticos: REUNIDOS NO AMOR; CRISTO; O PROMETIDO POR MEU PAI (catequeses anteriores); Dsticos: ESPRITO SANTO, na mesma forma e tamanho do dstico CRISTO; Folhas com A Palavra de Deus na minha vida, escritas pelas crianas (e catequistas) desde a ltima catequese; Uma folha com o texto de Act 2, 14-17a.22-23.32-33.36-38.41, devidamente assinalado, para ser lido por uma criana (ver Palavra no desenvolvimento da catequese); Folhas com A Palavra de Deus na minha vida, uma para cada criana; lpis e/ ou outro material para desenhar e pintar, para cada criana; Trs velas; A Bblia; Catecismo do 3 ano (Queremos seguir Jesus). MSICAS Tu tens palavras de vida eterna. Enviai sobre ns Senhor. 31

Gravao deste ltimo cntico, se necessria.

II. DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE Preparao da sala: No placar: os mesmos dsticos e na mesma ordem do final da primeira catequese (ver Documento 1 dessa catequese) e o dstico da catequese anterior O Prometido por meu Pai, ao alto. Sobre a mesa: a Bblia e trs velas, apagadas. I. EXPERINCIA HUMANA 1. J repararam no placar?... Que est l escrito ao alto?... Leiam todos comigo: O Prometido por meu Pai. Quem disse estas palavras?... E quando que Jesus as disse?... Exacto: depois de ressuscitar e quando apareceu a todos os seus discpulos, reunidos em Jerusalm. Eles nem queriam acreditar que era Jesus. E que fez Ele para os convencer?... Mostrou-lhes as mos e os ps que tinham sido pregados na cruz. E depois at comeu diante deles. Depois disso que lhes disse as palavras que esto no placar. Mas Ele no disse s aquilo. Que disse Ele antes?... Que Ele era o Messias. E a prova disso que tinha sido morto e ressuscitado, como manifestao do seu amor. E que mais disse Ele?... Que os discpulos, alm dessa Boa Nova, deviam tambm convidar as pessoas a converter-se ao amor de Jesus: arrepender-se dos seus pecados, para lhes serem perdoados. Era disto que os discpulos deviam ser?... E testemunhas onde?... Em todas as naes. Se as crianas responderam bem: Formidvel! Estiveram mesmo atentos. Quer dizer que gostaram das Palavras de Jesus. Vamos dizer isso a Jesus: que as suas palavras so de vida eterna. Cantemos o cntico: Tu tens Palavras de vida eterna (4 estrofe) 2. S falta sabermos o que significam as palavras que deixei no placar: O Prometido por meu Pai. Por ainda no sabermos o seu significado, que elas esto l. E algo de muito importante: sem esse Prometido por Deus, o Pai de Jesus, os discpulos no seriam capazes de realizar as outras coisas que Jesus lhes mandou: ser testemunhas da sua morte e ressurreio, para que as pessoas de todo o mundo se convertam e lhes sejam perdoados os pecados. Comecemos por ver se fizeram as tarefas que vos pedi na ltima catequese. Lembramse? Primeiro era rezar, como fizeram os discpulos, depois de Jesus se ter elevado ao Cu, para junto de Deus. Que fizeram eles, como preparao para receber o Prometido pelo Pai?... Iam ao templo, todos os dias, para a rezar. 32

E vs? Tambm rezastes todos os dias?... E quem foi Igreja, no Domingo, para louvar o Senhor na Eucaristia?... Muito bem. Rezando, estamos, tambm ns, muito mais bem preparados para recebermos o Prometido pelo Pai de Jesus. E, para nos prepararmos ainda melhor, que mais vos pedi para fazerem?... Foram ter com essa pessoa que tem ali o nome junto do vosso (apontar para o placar) ou de uma outra pessoa que vos tenha falado de Jesus? Quem foi e escreveu na folha A Palavra de Deus na minha vida, pode mostr-la. O catequista verifique o respectivo registo nas folhas com A Palavra de Deus na minha vida, preenchidas pelas crianas. Se, pelo seu elevado nmero, no puder observar todas as folhas, recolha-as e leia-as em casa, mostrando assim que se trata de uma tarefa importante. Alm disso, poder deste modo conhecer melhor as crianas. 1 Alternativa Para o caso de haver crianas que realizaram a tarefa referida: O catequista pea a uma delas: Conta l, (nome), como foi E escreveste o que essa pessoa (nome) sentiu?... E tu, que sentiste tu com o que fizeste?... O catequista pode interrogar ainda outras crianas e/ ou perguntar s restantes se tm alguma coisa a acrescentar. 2 Alternativa Para o caso de nenhuma criana ter realizado a tarefa: O catequista mostre a sua tristeza por no terem feito nada e incentive-as a serem mais fiis ao que prometem, para seu prprio bem: a alegria e felicidade por acolherem o amor de Jesus e dele serem testemunhas. Depois pegue na sua prpria folha e descreva, muito brevemente, como se sente por ser fiel ao amor de Jesus, nomeadamente na catequese, onde, semana a semana, d testemunho dele. 3. Para as duas alternativas: O catequista afixe no placar, de um lado e do outro do dstico, algumas das folhas com A Palavra de Deus na minha vida, preenchidas pelas crianas (ou pelo catequista) e comente: Se calhar esto admirados por eu afixar estas nossas folhas com as nossas respostas, isto , a Palavra de Deus nas nossas vidas, ali junto dos nossos nomes em volta de Jesus. Sabem por que o fiz? que eu estava a ouvir-vos (ou a contar-vos) e estava a pensar numa coisa: Ser que aquilo que fizeram (ou fiz) tem a ver com o que Jesus disse, incluindo as palavras que ficaram escritas no placar? O que fizestes e sentistes, vs e as pessoas com quem falastes, ter vindo daquele de quem Jesus fala, como o Prometido por meu Pai? Talvez alguns de vs digam: ainda no sabemos ao certo quem esse Prometido pelo Pai de Jesus e nosso Pai. verdade. Neste caso, mais uma pergunta a que teremos de responder. Alm de descobrirmos quem que o Pai de Jesus prometeu, iremos tambm descobrir se esse Prometido pelo Pai que nos leva a fazer as nossas tarefas de catequese e outras, como cristos.

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Por isso que as folhas de alguns de ns esto ali no placar, junto com os nossos nomes, em volta do nome de Jesus. Quer dizer que temos de estar com muito mais ateno ao que iremos ouvir. Para isso, isto , para estarmos muito atentos s palavras que iro ser lidas, proponho que rezemos outra vez a Jesus ressuscitado, com o cntico que cantmos h pouco. Mas agora cantemos de p e com as nossas mos estendidas para Jesus Tu tens palavras de vida eterna (4 estrofe) II. PALAVRA 1. Aps as crianas se sentarem, o catequista pegue na Bblia em Act 2, 1-4, pea a uma delas para acender as trs velas que esto sobre essa mesa e, antes de ler, explique: Trs velas hoje! Por que ser?... Olhem: tambm as velas tm a ver com o Prometido do Pai de Jesus. Se no, ouam com muita ateno. Catequista: Leitura dos Actos dos Apstolos: Quando chegou o dia do Pentecostes, os Apstolos estavam todos reunidos no mesmo lugar. Subitamente, fez-se ouvir, vindo do Cu, um rumor semelhante a forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde se encontravam. Viram ento aparecer uma espcie de lnguas de fogo, que se iam dividindo, e poisou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Esprito Santo e comearam a falar outras lnguas, conforme o Esprito lhes concedia que se exprimissem. Palavra do Senhor. Crianas: Graas a Deus. O catequista coloque a Bblia (aberta na mesma passagem) no seu lugar e, em silncio, afixe o dstico ESPRITO SANTO no centro do placar, a cobrir o dstico CRISTO. Deixe contemplar e comente: C est! O Prometido pelo Pai de Jesus ?... Digam todos: O Esprito Santo! Foi Ele que desceu sobre os Apstolos, durante a festa que se chama Pentecostes, que quer dizer 50. Chama-se assim, porque se celebrava 50 dias depois da festa da Pscoa, isto , neste caso, 50 dias depois de Jesus morrer e ressuscitar. Ainda hoje, celebramos esta festa. E especialmente nela que podemos receber o Esprito Santo o Prometido por Deus, Pai de Jesus e nosso Pai.

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Mas, porque ser que Jesus lhe chama o Prometido pelo Pai? uma pergunta que iremos fazer daqui a pouco, e imaginem: a S. Pedro, o chefe dos Apstolos. Antes disso, vamos tentar perceber bem tudo o que nesse dia aconteceu com eles. Isso ajuda-nos a compreender melhor quem o Esprito Santo e o que Ele tambm faz em ns. 2. O catequista volte a pegar na Bblia, aberta no mesmo lugar Act 2, 1-4 e diga: Vejamos bem como que Ele, o Esprito Santo, apareceu aos Apstolos, como se manifestou naquele dia de Pentecostes. Lembram-se de qual foi a primeira coisa que apareceu? O catequista, depois de ouvir as crianas, volte a ler Act 2, 1-2: Quando chegou o dia de Pentecostes, os Apstolos estavam todos reunidos no mesmo lugar. Subitamente fez-se ouvir, vindo do Cu, um rumor semelhante a forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde se encontravam. Um rumor semelhante a forte rajada de vento! Porqu semelhante a uma rajada de vento? Sabem o que o vento?... Exacto: o ar em grande velocidade. Quanto mais vento, mais ar E ar mais puro. E para que precisamos ns de ar?... Para viver. Desde que nascemos e continuamente. Sem ar, e ar puro, morremos. Reparem como cada um de ns est sempre a respirar. Querem senti-lo melhor? Ento, faamos silncio, e cada um procure sentir como respira Para dentro e para fora Depois de um breve silncio: Que belo! A ouvir a nossa respirao! E como nos sentimos bem, respirando! Para vivermos! Agora, percebemos melhor a razo pela qual o Esprito Santo veio de modo semelhante a forte rajada de vento: como no podemos viver sem o ar que respiramos, precisamos do Esprito Santo para vivermos melhor, isto , de um modo que nos faa fortes e felizes; e faa felizes todos os outros com quem convivemos. E de que mais precisamos para isso: para termos fora, coragem para vivermos e fazermos os outros felizes? Isto , depois daquele rumor, como vento, que apareceu ainda?... Depois de as crianas se exprimirem, o catequista volte a ler de Act 2, 3: Viram ento aparecer uma espcie de lnguas de fogo, que se iam dividindo, e poisou uma sobre cada um deles. Comecemos pelo fogo: Porque ser que o Esprito Santo como o fogo? Olhemos para as velas a arder Que faz o fogo?... Primeiro ilumina. Se fechssemos a(s) janela(s) e/ou apagssemos as luzes, bastava a luz daquelas velas, para podermos ver

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Se houver condies para isso, o catequista pode faz-lo, ficando sob a iluminao das velas at concluir a seguinte explicao do significado do fogo: a luz que nos orienta, nos permite ver os outros E tambm aquece. Sobretudo no inverno, todos gostamos de estar beira de uma fogueira, perto da lareira. Se no, com muito, muito frio, que nos pode acontecer?... Ficarmos doentes, at em perigo de vida! Portanto, como precisamos de luz e calor para vivermos, precisamos do Esprito Santo para vermos melhor os outros, ver por onde andar E para nos aquecermos uns aos outros Como? Amando-nos. Gostamos ou no de estar com quem nos ama, e at abraar-nos, bem apertadinhos? Sentir o calor dessa pessoa e ela receber o nosso: o calor do nosso amor E que mais fazemos, quando nos encontramos e temos em ns a fora, a luz e o calor do Esprito Santo? Que forma tinha aquele fogo sobre cada um dos Apstolos?... A forma de lnguas! Porqu e para qu?... Para que serve a nossa lngua? Que estou eu a fazer agora? A falar. At se diz tambm de quem est a falar que est a dar lngua. Sem lngua, no seramos capazes de falar: as palavras no poderiam ser articuladas, o som ficava todo baralhado... Ora experimentem dizer, devagarinho e sem gritar, as palavras Esprito Santo!... Agora, reparem quantas letras de Esprito Santo dizemos com a ajuda da lngua. Contem l o S, o R e o T: o S e o T, duas vezes. Pois , ao todo, so cerca de metade das consoantes do nosso alfabeto que so pronunciadas com a ajuda da lngua. Portanto, usamos a lngua para falar. E, se algumas pessoas no se falam porque no so amigas. Porque os amigos falam uns com os outros, comunicam-se, ficam contentes por estar a conversar. No isso que vs fazeis em casa e uns com os outros? s vezes at tenho de vos mandar calar! E olhem o que at acontece com pessoas de outras lnguas que no conhecemos Acontece que nos conseguimos entender com elas. Se gostamos mesmo delas, acabamos at por aprender muito mais depressa as suas lnguas e elas a nossa. As pessoas que se amam, arranjam sempre maneira de se ouvirem e entenderem. Pois bem, foi precisamente isso que aconteceu com os Apstolos, logo depois de receberem o fogo do Esprito Santo, o seu amor. Foi o que eu vos li h pouco. Ora ouam: O catequista volta a ler de Act 2, 4: Todos ficaram cheios do Esprito Santo e comearam a falar outras lnguas, conforme o Esprito Santo lhe concedia que se exprimissem. Esto admirados!... No para menos. O que o Esprito Santo, em ns, pode fazer!... Mas ser que as outras pessoas entendiam mesmo o que os Apstolos diziam? E que diziam eles?... 36

Querem ouvir? 3. O catequista pea a uma criana que pegue numa das velas e se coloque junto dele. Depois, leia de Act 2, 5-8.11b: Catequista: Residiam em Jerusalm judeus piedosos, procedentes de todas as naes que h debaixo do cu. Ao ouvir aquele rudo, a multido reuniu-se e ficou muito admirada, pois cada qual ouvia falar na sua prpria lngua. Atnitos e maravilhados, diziam: No so todos galileus, os que esto a falar? Ento, como que os ouve cada um de ns falar na sua prpria lngua? Ouvimo-los proclamar nas nossas lnguas as maravilhas de Deus. Palavra do Senhor. Crianas: Graas a Deus. Mantendo a criana com a vela junto de si, o catequista comente: Que bonito! At vs, mal eu acabei de ler, falastes. E que dissestes, como resposta Palavra do Senhor?... Graas a Deus! Quase como aquelas pessoas que ouviam os Apstolos, falar, cheios do Esprito Santo: estavam todos espantados e maravilhados. Enquanto os Apstolos, como judeus, falavam o aramaico a lngua da sua terra as pessoas entendiam-nos nas suas prprias lnguas. E era gente repararam proveniente de todas as naes da terra. E que ouvia aquela gente? O que que os Apstolos proclamavam?... As maravilhas de Deus! Mas que maravilhas eram essas? E como que todos conseguiam entend-los to bem? Como as pessoas no sabiam, e algumas at pensavam que os Apstolos estavam um bocado tontos por terem bebido vinho, por tudo isso que Pedro, em nome de todos os outros, lhes explicou tudo: por que razo todas as pessoas os entendiam, que maravilhas eram essas E ainda uma pergunta que ns j fizemos vrias vezes: por que razo Jesus chama ao Esprito Santo O Prometido de meu Pai. Quem enviou aos Apstolos o Esprito Santo? Vamos ouvir a explicao de S. Pedro. 4. O catequista pea a uma criana (ou a outro catequista) para ir, junto dele, ler as palavras de Pedro e da multido, e a outra para pegar em outra vela, colocando-se no lugar oposto, de modo que os leitores fiquem entre as duas velas. Depois leiam de Act 2, 14-17a. 22-23. 32-32. 36-38. 41:

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Catequista (narrador): Leitura dos Actos dos Apstolos: Pedro, de p, com os Onze Apstolos, ergueu a voz e falou ao povo: Criana/catequista (Pedro): Homens da Judeia e vs que habitais em Jerusalm, compreendei o que est a acontecer e ouvi as minhas palav