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Gil Vicente - HumanismoProfa. Maria Eneida Matos da Rosa
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Gil Vicente e sua época Costuma-se enquadrar
Gil Vicente na segunda época da literatura medieval portuguesa, uma época de transição da Idade média para o Renascimento, denominada de Humanismo.
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HUMANISMO Teve o seu início na Itália, entre o fim do século XIII
e o início do século XIV. Os humanistas acreditavam que a natureza agia
como testemunho da grandeza e da bondade de Deus, como elemento digno de ser valorizado e estudado racionalmente.
Aprenderam também a reconhecer no homem qualidades superiores: a razão, a iniciativa, a capacidade de transformar a história e a natureza, o seu poder de influência na construção de seu próprio destino.
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HUMANISMO Esta visão de mundo
otimista, assimilada de grandes clássicos da Antiguidade, foi o germe do antropocentrismo, que viria a caracterizar o Renascimento
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Acreditavam também na busca de retorno ao cristianismo original, daí advém a crítica ao comportamento da Igreja Romana. Os humanistas repugnavam o autoritarismo e os desvios em relação às fontes da doutrina cristã (os Evangelhos) que a igreja medieval praticava.
A difusão dos estudos clássicos (a língua, a literatura, a filosofia, a religião e a história da antiguidade greco-romana) despertou o interesse pela investigação da natureza e o gosto pela investigação racional (racionalismo).
Os humanistas trouxeram de novo uma atitude de liberdade intelectual de que a escolástica não dispunha. Essa independência levou a conquistas que abalaram o teocentrismo.
Valorização do homem e da natureza. A mentalidade humanista impregnou todas as artes de novos valores e
formas de expressão, preparando o terreno para a virada estética do Classicismo renascentista.
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Gil Vicente e a influência humanista Influência das encarnações litúrgicas – caráter moralizante – as peças
tem como objetivo reformar os comportamentos Temas que exploram os costumes humanos em fatos que buscam a
conscientização da degeneração moral – o homem tomando consciência de seus defeitos morais.
Humor e Ironia / crítica e ridicularização – uso do lema clássico: ridendo castigat mores – rindo mudamos os maus hábitos.
Teatro popular: feito para agradar aos populares, daí a musicalidade e o Humor, serem elementos importantes.
Tipos Sociais: personagens que revelam tipos muito comuns da sociedade.
Linguagem híbrida: Mistura do idioma lusitano, à época o português arcaico, com uma modalidade do castelhano, também arcaico.
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Análise comparativa entreAuto da barca do inferno, de Gil Vicente e o Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna
Atividade avaliativa
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Auto da barca do inferno Definição de auto: designação genérica para
peças cuja finalidade é tanto divertir quanto instruir; seus temas, podendo ser religiosos ou profanos, ‘sérios ou cômicos, devem, no entanto, guardar um profundo sentido moralizador.
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Auto da barca do Inferno Auto da Barca do
Inferno é um auto onde o barqueiro do inferno e o do céu esperam à margem os condenados e os agraciados. Os que morrem chegam e são acusados pelo Diabo e pelo Anjo, mas apenas o Anjo absolve.
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O primeiro a chegar é um Fidalgo, em seguida um agiota, um Parvo (bobo), um sapateiro, um frade, uma cafetina, um judeu, um juiz, um promotor, um enforcado e quatro cavaleiros. Um a um eles aproximam-se do Diabo, carregando o que na vida lhes pesou. Perguntam para onde vai a barca; ao saber que vai para o inferno ficam horrorizados e se dizem merecedores do Céu. Aproximam-se então do Anjo que os condena ao inferno por seus pecados.
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Auto da barca do inferno Cada um dos personagens focalizados
adentram a morte com seus instrumentos terrenos, são venais, inconscientes e por causa de seus pecados não atingem a Glória, a salvação eterna:
“Vem um sapateiro com seu avantal, e carregado de foras, chega ao batel infernal, e diz:
Hou da barca!”
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O destaque deve ser feito à figura do Diabo, personagem vigorosa que conhece a arte de persuadir, é ágil no ataque, zomba, retruca, argumenta e penetra nas consciências humanas. Ao Diabo cabe denunciar os vícios e as fraquezas, sendo o personagem mais importante na crítica que Gil Vicente tece de sua época:
“Santo sapateiro honrado! Como vens tão carregado?” (evidente ironia do Diabo, que ridiculariza o fato de o personagem trazer objetos de trabalho e carregar consigo o peso dos pecados)
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Auto da compadecida – Ariano Suassuna Ariano Vilar Suassuna (
João Pessoa, 16 de junho de 1927) é um dramaturgo, romancista e poeta brasileiro;
Ariano Suassuna é um dos mais importantes dramaturgos brasileiros, autor dos célebres Auto da Compadecida e A Pedra do Reino, é um defensor militante da cultura do Nordeste;
Foi o idealizador do Movimento Armorial.
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Os autos tinham a função de levar ao público as exemplares vidas dos santos;
Tinham função didática catequizante – pelo ensinamento teológico do evangelho, moralizante através do exemplo de vida cristã dos santos;
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Encenam-se nos autos enredos populares e no caso brasileiro renovado pelo painel de elementos indígenas e africanos (lapinhas, pastoris, congadas etc) e personagens folclóricos retirados do próprio povo;
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O auto da compadecida recebe essa denominação em homenagem a Nossa Senhora Aparecida (personagem na trama);
A Santa é Compadecida, pois se compadece dos sofrimentos humanos;
Daí a segunda chance de João Grilo, pois a Santa intercede em seu favor;
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A peça reproduz o modelo de textos religiosos encenados em procissões e átrios de igrejas;
Mantém uma tradição medieval e renascentista advinda de Portugal e da Espanha;
Por isso a comparação possível com obras de Lope da Vega, Calderon de La Barca e Gil Vicente;
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Além da semelhança com obras medievais, é possível observar uma semelhança entre João Grilo e outro representante ibérico, Pedro Malasartes, contador de causos mentirosos e que vivia de expedientes, figura extremamente popular;
Germe (origem) do malandro; Sátira social evidenciada no malogro de
personagens vilãs.
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Auto da compadecida – Ariano Suassuna A - Personagens. A peça apresenta quinze
personagens de cena e uma personagem de ligação e comando do espetáculo.
PRINCIPAL: João Grilo OUTRAS: Chicó, Padre João, Sacristão, Padeiro,
Mulher do Padeiro, Bispo, Cangaceiro, o Encourado, Manuel, A Compadecida, Antônio Morais, Frade, Severino do Aracaju, Demônio.
LIGAÇÃO: Palhaço
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Roteiro de análise Introdução: falar sobre os autores e suas épocas. Desenvolvimento: Análise comparativa entre as
situações, cenários semelhantes e personagens existentes nas duas obras;
Além da comparação entre as obras, pode-se fazer um recorte sociológico, uma vez que se trata de obras que falam de classes sociais e das condições em que vivem.
Conclusão: retomar esses aspectos e concluir se, de fato, as obras possuem semelhanças, sobretudo, no conteúdo moralizante e satírico sobre a sociedade.