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FICHA TÉCNICA Título original: Chi ha rubato il gatto d’oro? Autores do texto: Alessandro Gatti e Davide Morosinotto Ilustrações: Stefano Turconi Copyright © 2013 Atlantyca Dreamfarm s.r.l., Italia Projeto editorial de Atlantyca Dreamfarm s.r.l., Italia Edição original publicada por Edizioni Piemme S. p. A. International Rights © Atlantyca S.p.A., Via Leopardi, 8 – 20123 Milano, Italia [email protected] – www.atlantyca.com Tradução © Brilho das Letras, Lisboa, 2015 Tradução: Francesco Mai Composição, impressão e acabamento: Multitipo – Artes Gráficas, Lda. Depósito legal n.º 387 843/15 1.ª edição, Lisboa, março, 2015 Jacarandá é uma chancela da Brilho das Letras Reservados todos os direitos para Portugal e países africanos de expressão portuguesa à Brilho das Letras Uma empresa Editorial Presença Estrada das Palmeiras, 59 Queluz de Baixo 2730‑132 Barcarena Copyright © Atlantyca Dreamfarm s.r.l. de nomes, personagens e símbolos, e li‑ cença exclusiva de Atlantyca S.p.A. para a edição original. Traduções e adaptações são propriedade de Atlantyca S.p.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida sob qualquer forma ou meio, eletrónico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou armazenamento de informação sem o consentimento prévio, por escrito, do proprietário. Para mais informações contactar Atlantyca S.p.A., Via Leopardi, 8, 20123 Milano — Italia. [email protected].

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FICHA TÉCNICA

Título original: Chi ha rubato il gatto d’oro?Autores do texto: Alessandro Gatti e Davide MorosinottoIlustrações: Stefano TurconiCopyright © 2013 Atlantyca Dreamfarm s.r.l., ItaliaProjeto editorial de Atlantyca Dreamfarm s.r.l., ItaliaEdição original publicada por Edizioni Piemme S. p. A.International Rights © Atlantyca S.p.A., Via Leopardi, 8 – 20123 Milano, [email protected] – www.atlantyca.comTradução © Brilho das Letras, Lisboa, 2015Tradução: Francesco MaiComposição, impressão e acabamento: Multitipo – Artes Gráficas, Lda.Depósito legal n.º 387 843/151.ª edição, Lisboa, março, 2015

Jacarandá é uma chancela da Brilho das LetrasReservados todos os direitos para Portugal e países africanos de expressão portuguesa àBrilho das LetrasUma empresa Editorial PresençaEstrada das Palmeiras, 59Queluz de Baixo2730 ‑132 Barcarena

Copyright © Atlantyca Dreamfarm s.r.l. de nomes, personagens e símbolos, e li‑cença exclusiva de Atlantyca S.p.A. para a edição original. Traduções e adaptações são propriedade de Atlantyca S.p.A. Todos os direitos reservados.

Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida sob qualquer forma ou meio, eletrónico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou armazenamento de informação sem o consentimento prévio, por escrito, do proprietário. Para mais informações contactar Atlantyca S.p.A., Via Leopardi, 8, 20123 Milano — Italia. [email protected].

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Alessandro Gatti & Davide Morosinotto

Quem roubou o gato de ouro?

Ilustrações de Stefano Turconi

Tradução: Francesco Mai

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Mister MoonlightÉ o líder dos gatinhos detetives. Astuto e aventureiro, tem uma intuição fora do comum!

JosephineElegante e sofisticada, todos os gatos de Paris estão apaixonados por ela.

OS PROTAGONISTAS

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Dodò, o MarselhêsUm gatinho de rua feioso mas sagaz. Conhece todos os segredos do submundo da cidade.

PonponO pequenote do grupo. É teimoso e desajeitado, mete ‑se sempre em sarilhos!

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Luc RatinÉ um ratinho do campo, pequeno e gordalhufo. Sempre educado e prestável, é o ajudante oficial de Mister Moonlight.

TenardierFugiu do jardim zoológico quando era ainda uma

criança. É o rei dos esgotos da cidade e sabe sempre tudo de todos!

Olivier BonnetArtista sonhador, é o «comidono»

de Mister Moonlight. Não é esperto como o seu gato, mas é gentil e generoso com todos os felinos

da cidade.

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Inspetor RampierConhecido por toda a Paris, tem uns bigodes fininhos que se enrolam sempre que vê um gato. Constantemente mal ‑humorado, tem um mau feitio considerável e nunca acerta nas soluções dos casos!

CauchemarO buldogue de Rampier. É grande e forte e, na verdade, um pouco pateta. Está disposto

a tudo para capturar os gatinhos detetives.

GatomasO mais famoso gato ladrão de Paris. Espertíssimo, agilíssimo e rapidíssimo, consegue sempre que ninguém o apanhe!

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Capítulo 1As almofadas mais

fofas de Paris

Envolta na luz quente e dourada do pôr do sol, uma sombra deslizava pelos telhados de Paris. Saltava de algeroz em algeroz, trepava a varanda da senhora Grénier, aterrava com elegância no peitoril do co‑ronel Bouvard e rapidamente desaparecia atrás das chaminés de um velho prédio coberto de heras.

A sombra mexia ‑se com a agilidade de um gato e, de facto, a coisa não vos deveria surpreender de‑masiado, já que se tratava exatamente de um gato: um felino com um grande rabo elegante e o pelo negro, com umas manchinhas brancas aqui e acolá.

O gatinho chamava ‑se Mister Moonlight e era um felino americano com um faro deveras excecional.

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Não só sabia reconhecer e identificar o peixe mais fresco e saboroso dos mercados de Les Halles, mas também conseguia resolver os mistérios mais com‑plicados da cidade. Não pensem no entanto que o nome de Mister Moonlight aparecia nos jornais ou na comunicação social: os seres humanos eram demasiado tolos e distraídos para repararem naquele genial detetive com quatro patas.

Seja como for, naquela noite Mister Moonlight não estava ocupado com nenhuma investigação. Podemos dizer que, à sua maneira, estava de férias. E passeava ‑se calmamente pelos telhados da cidade, rumo a um encontro com os seus amigos, os outros investigadores com pelo e bigodes.

Eram três. Dodò, o Marselhês, um gato de rua esperto como uma raposa, com o rabo maltratado e uma cicatriz que lhe atravessava o olho direito. Josephine, uma requintada gatinha siamesa com uma intuição incrível. E, finalmente, Ponpon, o pequenote do grupo, que, no entanto, sempre que era preciso, revelava toda a sua coragem felina.

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Os três gatos estavam à espera de Mister Moon light no seu pequeno esconderijo secreto, numa velha água ‑furtada meio abandonada. Lá em cima, naquele cantinho no meio dos telhados de Paris, o grupo de amigos tinha trazido um

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cobertor e umas velhas almofadas e os felinos costumavam reunir ‑se quase todos os dias para miarem as últimas novidades, contemplar o pano‑rama da cidade e dormitar sempre que tinham vontade.

– Gatos partam! – exclamou Dodò, assim que viu chegar Moonlight. – Ora aqui temos o nosso Mister Pontualidade... Começava a recear que tives‑ses perdido os bigodes e tivesses ido buscá ‑los!

– Estava a fazer companhia ao Bonnet – expli‑cou Moonlight calmamente, ajeitando ‑se ao lado de Josephine.

Bonnet era o «comidono» de Moonlight, ou seja, o humano que lhe oferecia abrigo e comida regular no seu pratinho. Era um senhor rechonchudo e gentil, que trabalhava como pintor.

Josephine espreguiçou ‑se sobre a velha almofada onde estava aninhada.

– Podias ter avisado! – repreendeu ‑o. – Já me doem os ossos de ficar aqui parada. Esta almofada é tão velha e desconfortável...

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Moonlight sorriu discretamente. Naquele dia, tinha preparado uma bela surpresa para os seus amigos do esconderijo.

– Tens toda a razão, Josephine! – miou para a bela siamesa. – Estas almofadas são um suplício. Ah, se tivéssemos um sítio confortável onde descansar o rabo!

Os gatos suspiraram, todos ao mesmo tempo. Com efeito, quando se pretende organizar uma preguiçosa tarde felina, não há nada melhor que um sofá confortável, uma magnífica poltrona ou uma cama fofinha com lençóis recém ‑engomados.

– Pois é, meus amigos! – despertou ‑os Moonlight, como um ator chamando para si as atenções da plateia. – Acontece que acabo de descobrir onde se encontram as almofadas mais fofas de toda a Paris!

Josephine saltou como uma mola. – Estás a falar a sério?

– Claro! – confirmou o felino. – São tão fofinhas que até dão a impressão de se estar sentado sobre uma nuvem!

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– Interessante! – comentou Dodò, espregui‑çando ‑se. – O meu grande rabo vadio bem preci‑saria de um pouco de descanso! E onde é que se encontram estas fantásticas almofadas?

– Na casa da viúva De Bouillon – esclareceu Moonlight.

E de imediato foi invadido por umas quantas miadas de desapontamento.

De Bouillon, de facto, era a senhora mais anti‑pática e rabugenta de toda a Paris. Quando o ma‑rido, o senhor De Bouillon, o famoso colecionador de arte, estava vivo, na sua casa costumavam dar ‑se festas fabulosas... Mas os reparos desagradáveis da senhora e os seus comentários altivos e sober‑bos acabavam sempre por afastar rapidamente os convidados.

– Aquela humana é mais ácida que umas gam‑bas ao limão! – miou Josephine, mostrando a sua elegante língua cor ‑de ‑rosa.

– Mas nem vai dar pela nossa presença! – con‑fortou ‑a Mister Moonlight. – Acreditem em mim,

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a senhora agora tem a mania que quer um retrato e encomendou o quadro ao meu amigo Bonnet. Enquanto ele estará ocupado com telas e pincéis, nós teremos todo o tempo de enfiar ‑nos no inte‑rior da casa e chegar sem problemas à sala com as almofadas. Então, que acham?

Dodò alisou os bigodes com uma das suas patas descuidadas. – Não sei – retorquiu. – Em breve estará escuro e nesta altura não é prudente passearmos à toa por Paris... Ainda não souberam do Apanha‑gatosderua?

Josephine anuiu. – Na outra noite, a minha ami‑ga Moumou safou ‑se por um triz! Disse que é um verdadeiro canalha e que abana a sua rede como um sabre! Mas também temos de admitir que a Moumou costuma sempre exagerar e...

– E tu, Dodò? Também estás com medo como a doce Moumou? – provocou ‑o Moonlight.

O Marselhês encheu o peito e deu um salto para a conduta que dava acesso à saída do esconderijo, como quem diz que não tem medo de nada nem

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de ninguém, muito menos do temível Apanhaga‑tosderua que há alguns dias rondava as avenidas da cidade. Na verdade, Josephine, Moonlight e Ponpon não estavam assustados. Por muito grande que fosse a sua rede, aquele Apanhagatosderua não deixava de ser um humano... e, consequentemente, um grande tolo!

O Palácio De Bouillon não se encontrava mui‑to longe do esconderijo dos nossos amigos gatos. Mister Moonlight conduziu os outros felinos de telhado em telhado até à grande casa. Pelas jane‑las entreabertas podia ‑se intuir que as luzes esta‑vam acesas e que havia muita agitação no interior da casa.

– Venham comigo... – sussurrou Moonlight.O gato saltou para o peitoril da janela, abriu a

persiana com uma patinha e enfiou ‑se rapidamente no interior da habitação.

Encontrou ‑se assim numa enorme sala cheia de sofás, cadeirões e muitas daquelas outras coisas que normalmente ocupam uma boa parte das casas

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dos humanos mais abastados. Havia quadros nas paredes, tapeçarias bordadas com cenas de caça, tapetes orientais no chão e uma biblioteca repleta de volumes antigos. E ainda cadeiras de madeira trabalhada, espelhos, armários e elegantes mesinhas cheias de bibelôs.

Josephine, Ponpon e Dodò deram um salto para o salão, uns atrás dos outros. Mister Moonlight aba‑nou o rabo para lhes dizer que não fizessem barulho.

A viúva De Bouillon era uma senhora alta e magra, com um vestido de veludo verde que lhe chegava até aos tornozelos e os cabelos cinzentos, apanhados num austero carrapito no topo da cabeça. Encontrava ‑se de pé no centro do salão com uma expressão muito austera. À frente dela, estava um cavalete, no qual Bonnet, empoleirado sobre o seu banquinho, pintava o retrato.

O artista mergulhava o pincel na tinta e, depois, estendia as cores na tela com pequenos golpes ner‑vosos. Pela sua expressão, era evidente que não estava muito confortável.

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