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Maria Fernanda Rollo [email protected] História da Inovação na Engenharia (civil) Portuguesa, IST, 4 de Novembro de 2015 Ciclo de Seminários de Engenharia Civil e Ambiente http://eca.tecnico.ulisboa.pt/#inicio A história da inovação na engenharia (civil) Portuguesa IST 4 de Novembro de 2015 Maria Fernanda Rollo Instituto de História Contemporânea Departamento de História Faculdade de Ciências Sociais e Humanas Universidade Nova de Lisboa

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Maria Fernanda Rollo [email protected] História da Inovação na Engenharia (civil) Portuguesa, IST, 4 de Novembro de 2015

Ciclo de Seminários de Engenharia Civil e Ambiente

http://eca.tecnico.ulisboa.pt/#inicio

A história da inovação na engenharia (civil) Portuguesa

IST

4 de Novembro de 2015

Maria Fernanda Rollo Instituto de História Contemporânea

Departamento de História Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Universidade Nova de Lisboa

Maria Fernanda Rollo [email protected] História da Inovação na Engenharia (civil) Portuguesa, IST, 4 de Novembro de 2015

Bula.

Reflexão sobre cruzamentos… História – Engenharia – Inovação

Em foco de observação ... Portugal

Pressuposto – influência mútua – engenharia e economia – acréscimo contemporâneo do peso da influência da engenharia | ciência e tecnologia | na economia e sociedade (a extensão do peso da História – metodologia, análise contextualizada… intensidade história da engenharia)

Evidências e similitudes … entre a engenharia e a inovação - dinâmicas históricas, conceptuais e funcionais ; a dialéctica das tensões estruturantes; entre a tradição e a modernidade, a permanência e a mudança … os jogos de forças

Caso histórico, realidade empírica: os momentos da engenharia em Portugal; as conjunturas da inovação : o o caso da engenharia em Portugal - caracterização dos principais traços da história

da engenharia em Portugal no século XX, abordando os contextos e os domínios em que se afirmou e desenvolveu, considerando o enquadramento político, económico e cultural e os cenários e protagonistas que a condicionaram.

o Modelo, observatório; dispositivos de análise e variáveis históricas

Maria Fernanda Rollo [email protected] História da Inovação na Engenharia (civil) Portuguesa, IST, 4 de Novembro de 2015

Dinâmicas e tensões | Modelos e períodos inovação – conservação / contra-inovação / resistência

construção – inércia / destruição / desconstrução

Assim: No sentido da contribuição do conhecimento / reflexão sobre a história da engenharia, evocando a

história económica no seu quadro geral, e a dimensão essencial que adquire a questão/história da inovação pelas ligações intrínsecas e determinantes com os percursos ocorrentes nesses domínios e as pontes que suscita com a engenharia e a ‘elucidação’ que pode trazer para a problematização e caracterização da história da engenharia em Portugal no século XX, nomeadamente através da identificação / definição dos seus principais momentos / conjunturas :

Convocando: Consideração / interpretação crítica da problemática da inovação e do desenvolvimento no contexto

histórico português do séc. XX, observando especificamente o período que decorre entre a implantação da República e o 25 de Abril.

O conhecimento e a percepção das razões e dos contextos que têm condicionado a realidade económica e social portuguesa, reconhecer o seu desenvolvimento e os seus limites, ponderando o passado de que resultam, considerando os enquadramentos e as circunstâncias em que se inscrevem e de que forma se influenciam mutuamente, determinam e condicionam.

compreensão e análise dos momentos e contextos de modernização e desenvolvimento, captando: por um lado, os quadros da inovação e das evoluções positivas / bem sucedidas e, identificando,

Maria Fernanda Rollo [email protected] História da Inovação na Engenharia (civil) Portuguesa, IST, 4 de Novembro de 2015

por outro, as resistências, os limites e os escolhos que condicionaram ou impediram a mudança em termos de progresso económico, social e cultural.

E a sua relação com as dinâmicas da engenharia

Trata-se, em suma, de um exercício de percepção e interpretação da ocorrência de quadros / contextos / cenários mais veementes relativos à história da engenharia, e a sua coincidência com ‘tensões para a inovação’ verificados no período referido.

A abordagem procura captar a dimensão dinâmica de percepção e cruzamento dos dispositivos de inovação que se reflectiram no campo da engenharia, captados e observados num determinado tempo/percurso, interpretando-os a partir da análise histórica.

Por outras palavras, perceber e integrar o fenómeno da inovação sua dimensão histórica e em articulação com a história da engenharia.

A inovação constitui um fulcro importante da análise, constituindo, simultaneamente, ponto de acumulação e distensão de combinações múltiplas de forças de sinal contrário; é, em si mesma, efeito e causa, gerando tensões contínuas, pela forma como condiciona e determina o processo construtivo

Maria Fernanda Rollo [email protected] História da Inovação na Engenharia (civil) Portuguesa, IST, 4 de Novembro de 2015

Afinal, numa e noutra e uma e outra resultam do confronto: Tradição e a modernidade, entre o imobilismo e a mudança, a continuidade e a ruptura, combinando simpatia e repulsa, confiança e cepticismo.

Inovação, naturalmente entendida para lá da sua dimensão essencialmente tecnológica, mas captada em diversos palcos onde a pressão no sentido de mudar/inovar se faz repercutir no desenvolvimento económico

Engenharia / história da engenharia compreendida na sua especificidade, nas suas abrangências, nomeadamente convocando as diversas dimensões imateriais que a informam, mas dentro dos contornos que me parece indispensáveis no sentido de dar consistência aos contornos que a definem disciplinarmente.

Esta referência que nos reúne aqui, suscita-nos uma observação de complexidade, e combina bem com a percepção da dimensão sistémica que convoca nomeadamente no que tem a ver com a inovação

História da engenharia evocando o cruzamento disciplinar que convoca

Sistema.

Maria Fernanda Rollo [email protected] História da Inovação na Engenharia (civil) Portuguesa, IST, 4 de Novembro de 2015

Inovação – entendido na sua natureza sistémica – como factor interpretativo Schumpeter, 1939 – invenção - acto de criatividade intelectual; inovação – decisão económica

(1939) – não explicou como inovação surge nem os factores e ou condições que a proporcionam

Inovação como sistema - processo cumulativo / histórico – dependente da trajectória e contextos históricos específicos – por isso, política de inovação precisa de ser desenhada considerando esse contexto e uma prática bem sucedida não pode ser transposta de um para outro sistema de inovação

além disso trata-se de um processo inter-activo – em que cientistas, produtores, fornecedores, consumidores/utilizadores, políticos, organizações têm competências especificas e desenvolvem entre si relações específicas – natureza e qualidade das ligações

sistemas de inovação podem ser vistos como redes/malhas essenciais à engenharia e promoção tanto da inovação como da competência.

o desenvolvimento da competência envolve conhecimento, aprendizagem e renova as capacidades e conhecimentos / saberes necessários para inovar

políticas de inovação não podem ignorar enquadramento histórico (social, cultural…) – mesmo que tenha como objectivo progresso económico

Maria Fernanda Rollo [email protected] História da Inovação na Engenharia (civil) Portuguesa, IST, 4 de Novembro de 2015

Em suma Minha proposta nesta apresentação passa por observar / abordar a história da engenharia (civil) essencialmente como uma realidade dinâmica

Maria Fernanda Rollo [email protected] História da Inovação na Engenharia (civil) Portuguesa, IST, 4 de Novembro de 2015

‘Observatório da inovação e da história da engenharia:

identificação de dispositivos históricos de percepção e análise

Contextos, políticas e modelos – políticos, económicos, sociais (gerais e sectoriais)

Enquadramento institucional / organizacional – alterações no quadro institucional e administrativo

Conjunturas ‘críticas’ (guerras, crises, epidemias (saúde...)

Ensino e formação / cultura científica / política científica e tecnológica

Tecido económico, social, cultural – natureza e comportamento (mão-de-obra, organização do trabalho, correntes artísticas e culturais, moda...)

Influência externa / impactos externos – integração internacional, mercados externos, colónias, cooperação económica

Espaços e actores

A par das definições estruturais: território, clima, população

Maria Fernanda Rollo [email protected] História da Inovação na Engenharia (civil) Portuguesa, IST, 4 de Novembro de 2015

Observatório: dispositivos históricos.

Tecido

económico,

social,

cultural

Enquadramento

institucional /

organizacional

Conjunturas

‘críticas’

Influências /

Impactos

externos

Ensino e formação

Cultura científica

Política científica e

tecnológica

Contextos,

políticas e

modelos políticos

e económicos

Espaços

e actores

Maria Fernanda Rollo [email protected] História da Inovação na Engenharia (civil) Portuguesa, IST, 4 de Novembro de 2015

Perceber a natureza e as mudanças na estrutura do processo de inovação e da engenharia em diferentes períodos (conceito de inovação como sistémica; e a engenharia no seu tempo)

Pré-período | Raízes

O modelo fontista e a engenharia importada | procura da inovação

Periodização em 5 tempos | momentos na hist. da engenharia:

I República - mudança e reformismo | inovação como desígnio

Ditadura Militar / Ditadura Financeira - primado da ordem |inovação em impasse

Estado Novo | Salazarismo – estabilidade e continuidade | inovação aprisionada

Estado Novo | II Guerra e pós-guerra – confronto continuidade-ruptura | inovação contida

Estado Novo | Marcelismo – sedução da mudança | inovação e revolução

Maria Fernanda Rollo [email protected] História da Inovação na Engenharia (civil) Portuguesa, IST, 4 de Novembro de 2015

I República - mudança e reformismo | inovação como desígnio

Inovação como desígnio

a modernidade como paradigma

do Ministério das Obras Públicas (1852) ao Ministério do Fomento, 1910

reforma da cultura; ‘escola para todos’ – a apologia da difusão do conhecimento

o saber e o conhecimento científico como base do progresso económico e social

promoção da cultura científica, projectos de organização da ciência

Academia das Ciências de Portugal, 1910 / Instituto de Portugal, 1925

Associação Portuguesa para o Progresso das Ciências, 1917

Universidade Popular Portuguesa, 1919

Junta de Educação, 1921

Junta Nacional de Fomento das Actividades Sociais e Investigações Científicas, 1923

Junta de Orientação dos Estudos, 1923

Junta da Educação Nacional, 1929

Maria Fernanda Rollo [email protected] História da Inovação na Engenharia (civil) Portuguesa, IST, 4 de Novembro de 2015

reforma do ensino superior: saber e fazer

reformas universitárias / criação das novas Universidades e faculdades

criação do Instituto Superior de Comércio e do Instituto Superior Técnico, 1911

. ligação investigação científica e indústria, 1921

I Guerra

políticas económicas: propostas sem desfecho . Bases para um Plano Industrial, Geraldo Coelho de Jesus, 1919 . Proposta de Lei de Reorganização Rural, Ezequiel de Campos, 1925 . efeitos da Guerra

os limites da utopia e a frustração do desígnio da modernização / inovação / engenharia

. a instabilidade política como limite

. impossibilidades financeiras

. natureza / fragilidade do tecido económico (ausência RI)

. inércia agentes económicos e sociais / iniciativa privada

Maria Fernanda Rollo [email protected] História da Inovação na Engenharia (civil) Portuguesa, IST, 4 de Novembro de 2015

Novos paradigmas

Reforma educativa

Educação e Inovação

Saber e Fazer:

ligação ensino-indústria

Organização da Ciência

Conhecimento: base progresso

económico e social

60% analfabetismo

I Guerra : impactos

positivos e negativos

Estado e sectores

Crise pós-guerra

‘Libertação’ mercado

interno

Impactos tecnológicos

‘Anos 20’

Reformismo

Instabilidade política e financeira

Programa/Modelo económico

ausente

ou moderadamente modernizante

Políticas económicas inexistentes /

ineficazes

Iniciativas sectoriais dispersas –

algumas bem sucedidas

Escassez de meios

Paradigma da modernidade Deficit formação e recursos humanos

qualificados

Modéstia iniciativa privada

Modernização social, cultural…

Mal-estar e agitação social

Sectores inovadores: metalurgia,

electricidade, comunicações

Internacionalização

Instituições

internacionais

Sociedade das Nações

Ministério Fomento, 1910

Novas escolas e univ. – IST, UL..

Administrações: comunicações,

portos…

Junta da Educação Nacional,

1929

1910 1926

População (1000) 5 924 6 527

PIB 17 991 23 118

PIB per capita 3 037 3 542

Produto (%)

Agricultura 37,1 28,9

Indústria 27,1 30,2

Serviços 35,8 40,9

Analfabetismo

(%) 1911 1920

60,30 66,20

Maria Fernanda Rollo [email protected] História da Inovação na Engenharia (civil) Portuguesa, IST, 4 de Novembro de 2015

Produto (1000 c) 1890 1900 1910 1926

Agricultura 6 054 6 712 6 678 6 692

Indústria 3 177 4 131 4 871 6 977

Serviços 5 562 5 910 6 442 9 449

PIB 17 792 16 754 17 991 23 118

População (1000) 5 113 5 433 5 924 6 527

PIB per capita 2 893 3 084 3 037 3 542

Pop. Activa (1000) 1890 1900 1910 1926

Agricultura 1 563 1 529 1 464 1 366

Indústria 452 460 547 487

Comércio 104 142 153 145

Adm. Pública 58 52 54 80

Outros 354 275 313 404

Total 2 530 2 458 2 531 2 481

Analfabetismo

(%) 1890 1900 1911 1920

75,90 74,50 60,30 66,20

Composição do produto

(%)

Agricultura Indústria Serviços

1890 40,9 21,5 37,6

1910 37,1 27,1 35,8

1926 28,9 30,2 40,9

Taxas de crescimento entre

anos de máximo (%)

PIB 1923-1934 4,5

Agricultura 1925-1934 4,4

Indústria 1923-1930 6,2

Serviços n.d.

População 1923-1934 1,3

Engenheiros

licenciados

1919/20 67

1920/21 99

1921/22 76

1922/23 46

1923/24 43

1924/25 43

1925/26 14

Maria Fernanda Rollo [email protected] História da Inovação na Engenharia (civil) Portuguesa, IST, 4 de Novembro de 2015

Ditadura Militar / Ditadura Financeira - primado da ordem |inovação em impasse

Inovação – travagem e impasse

reforma monetária e financeira

transições: . Junta da Educação Nacional, 1929 . planos de portos e outros . criação da Universidade Técnica de Lisboa, 1930

Crise + Grande Depressão

diminuição rendimentos e juros, bx cotação produtos export, quebra remessas + desemprego

defesa intensificação aproveitamento recursos naturais, política substituição importações

ofensiva modernizadora e industrializante

a batalha vencida da proposta industrializante . os engenheiros e o I Congresso da Engenharia, 1931 . acção dos industriais através da AIP até ao I Congresso da Indústria 1933

fim de ciclo ‘industrial’ ditado, sobretudo, pela alteração política

Maria Fernanda Rollo [email protected] História da Inovação na Engenharia (civil) Portuguesa, IST, 4 de Novembro de 2015

da passagem da crise resultaria, como noutros países, mas por razões diversas e com desfechos distintos, um quadro nacionalista e proteccionista – a que se somou o fim de um sonho

nacionalismo + proteccionismo + autarcia

Maria Fernanda Rollo [email protected] História da Inovação na Engenharia (civil) Portuguesa, IST, 4 de Novembro de 2015

Produto (1000 c) 1926 1933

Agricultura 6 692 10 638

Indústria 6 977 8 271

Serviços 9 449 11 740

PIB

23

118 30 649

População (1000) 6 527 1 078

PIB per capita 3 542 4 330

Pop. Activa (1000) 1926 1933

Agricultura 1 366 1 400

Indústria 487 511

Comércio 145 159

Adm. Pública 80 92

Outros 404 437

Total 2 481 2 599

Analfabetismo (%) 1920 1930

66,20 61,80

Nº estudantes (%)

1936-

1945

primário 6,94

superior 0,13

Diplomados (%)

primário 0,63

superior 0,01

Visitantes (%)

bibliotecas 6,61

museus 4,46

Composição do produto

(%)

Agricultura Indústria Serviços

1926 28,9 30,2 40,9

1933 34,7 27 38,3

Taxas de crescimento entre

anos de máximo (%)

PIB 1923-1934 4,5

PIB 1934-1937 0,1

Agricultura 1925-1934 4,4

Agricultura 1934-1939 0,2

Indústria 1923-1930 6,2

Indústria 1930-1937 4,3

Serviços

População 1934-1937 1,3

Engenheiros

licenciados

1926/27 44

1927/28 21

1928/29 20

1929/30 50

1930/31 46

1931/32 30

1932/33 26

Maria Fernanda Rollo [email protected] História da Inovação na Engenharia (civil) Portuguesa, IST, 4 de Novembro de 2015

Estado Novo | Salazarismo – estabilidade e continuidade | inovação aprisionada

Inovação aprisionada

políticas e dispositivos da contenção:

ortodoxia financeira

corporativismo

modelo económico

o privilégio da agricultura

condicionamento industrial, 1937

proteccionismo / autarcia / isolacionismo

Lei de Reconstituição Económica, 1935

Estado e Universidades - impasses e tensões na organização da ciência

do Ministério da Instrução Pública ao Ministério da Educação Nacional; instituição da Junta Nacional de Educação, 1936

criação do Instituto para a Alta Cultura, em substituição da Junta de Educação Nacional, como secção da Junta Nacional de Educação

Estado de obras públicas + algumas indústrias

crescimento controlado e modernização ‘estável’

Maria Fernanda Rollo [email protected] História da Inovação na Engenharia (civil) Portuguesa, IST, 4 de Novembro de 2015

o

s

, 1929

Produto (1000 c) 1933 1939

Agricultura 10 638 11 339

Indústria 8 271 9 253

Serviços 11 740 12 736

PIB 30 649 33 328

População (1000) 7 078 7 683

PIB per capita 4 330 4 338

Pop. Activa (1000) 1933 1939

Agricultura 1 400 1 455

Indústria 511 576

Comércio 159 186

Adm. Pública 92 100

Outros 437 439

Total 2 599 2 756

Analfabetismo (%) 1930 1940

61,80 49,00

Nº estudantes (%) 1936-1945

primário 6,94

superior 0,13

Diplomados (%)

primário 0,63

superior 0,01

Visitantes (%)

bibliotecas 6,61

museus 4,46

Composição do produto

(%)

Agricultura Indústria Serviços

1933 34,7 27 38,3

1939 34 27,8 38,2

Taxas de crescimento entre

anos de máximo (%)

PIB 1937-1947 1,7

Agricultura 1939-1947 0,9

Indústria 1937-1948 2,7

Serviços 1938-1948 2,6

População 1937-1947 1

Engenheiros

licenciados

1933/34 38

1934/35 53

1935/36 52

1936/37 60

1937/38 93

1938/39 75

Maria Fernanda Rollo [email protected] História da Inovação na Engenharia (civil) Portuguesa, IST, 4 de Novembro de 2015

Estado Novo | II Guerra e pós-guerra – confronto continuidade-ruptura | inovação contida

Inovação contida

a ‘normalidade’ como opção impossível: os efeitos da Guerra e o País alterado

criação vários organismos, reforço organização corporativa, Ministério da Economia, 1940

a insuportável dependência externa

tentativa mudança de Rumo . Lei da Electrificação do País, 1944 + Fomento e Reorganização Industrial, 1945 + . criação da Junta de Investigação do Ultramar, 1945

enriquecer sem crescer, produzir sem ‘inovar’

pressões externas – Guerra Fria, cooperação económica (Plano Marshall, OECE, UEP) e NATO

os limites da autarcia

crise - reafirmação do primado da disciplina financeira e do princípio do rigor orçamental, o retorno a uma atitude mais conservadora em matéria de orientação económica, refrear do ímpeto industrializante, reforço da política autárcica conducente à confirmação de uma limitada lógica de substituição de importações.

os novos caminhos da inovação

planeamento económico – planos submetidos à organização Marshall e à OECE e a adopção sistemática de Planos de Fomento

Maria Fernanda Rollo [email protected] História da Inovação na Engenharia (civil) Portuguesa, IST, 4 de Novembro de 2015

os desafios ‘incomportáveis’ – resistência e obstrução à institucionalização do estímulo à produtividade – as ‘aventuras’ da criação fracassada do Centro Português de Produtividade – INOVAÇÃO E PRODUTIVIDADE

assistência técnica ‘externa’

Programa de Assistência Técnica e Produtividade: americanização ‘contida’, 1948-1959

OECE e Agência Europeia de Produtividade

desenvolvimento científico e tecnológico

professores e cientistas como agentes de mudança

espaços de formação, saber e investigação (público e privado)

os mundos ‘apartados’ do saber e do fazer e a aprendizagem impossível

contextos ‘formais e informais’ de resistência e imobilismo

o reduto reservado de formação avançada e internacionalização de elites científicas e técnicas

a reserva do conhecimento e a inércia / incapacidade da divulgação ou extensão do saber

as vulnerabilidades da formação básica e profissional da população em geral e da população activa em particular

a resistência à mudança e a ausência de quadros técnicos no mundo empresarial

saber e poder em confronto: 1946/1947 - campanha de depuração universitária; expulsão, entre outros vultos ímpares na ciência e na Universidade portuguesas da época,

Maria Fernanda Rollo [email protected] História da Inovação na Engenharia (civil) Portuguesa, IST, 4 de Novembro de 2015

Bento de Jesus Caraça (ISCEF), Mário de Azevedo Gomes (ISA), ambos em 1946 (devido à sua intervenção no quadro do MUD) e Celestino da Costa, Manuel Valadares, Francisco Pulido Valente, Fernando da Fonseca, Cascão Ansiães, Zaluar Nunes, Remy Freire, Andrée Cabrée Rocha, Luís Dias Amado, Marques da Silva, entre os 21 professores demitidos em Junho de 1947 no rescaldo do “10 de Abril”

criação da Junta de Energia Nuclear e da Comissão de Estudos de Energia Nuclear, 1953

reforma do Ministro da Educação Francisco Leite Pinto, 1955

solicitação do ministro Francisco Leite Pinto à OCDE para a realização de um diagnóstico sobre as necessidades educativas em Portugal, de que resultou o Projecto Regional do Mediterrâneo, 1959

criação em Sacavém do Laboratório de Física e Engenharia Nuclear, o qual é equipado com um reactor americano no âmbito do Programa “Átomos para a Paz”, 1960

criação do Instituto Gulbenkian de Ciência, 1961

início das “Equipas-Piloto do Projecto em Ciências e Tecnologia” conduzido pela OCDE, 1965

constituição de uma comissão interministerial para elaboração de um estudo sobre as necessidades da investigação científica e técnica em função do desenvolvimento económico-social, 1965

criação da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, pelo ministro Leite Pinto, 1967

contenção impossível ou a vitória da industrialização

Maria Fernanda Rollo [email protected] História da Inovação na Engenharia (civil) Portuguesa, IST, 4 de Novembro de 2015

. novas dinâmicas do tecido económico e social

. alteração da natureza e composição do tecido produtivo nacional

. criação do INII, Instituto Nacional de Investigação Industrial, 1955

. II Congresso dos Economistas e o II Congresso da Indústria Portuguesa, 1957

o novo modelo económico

o pequeno universo das novas indústrias e das novas tecnologias – indústrias de processo, electrotécnicas e metalomecânicas

I&D nas telecomunicações; da criação do Criação do GECA - Grupo de Estudos de Comutação Automática (1950) ao CET - Centro de Estudos de Telecomunicações (1972)

abertura ao exterior e aprofundamento da internacionalização da economia portuguesa - investimento estrangeiro

pressões externas . assinatura da Convenção de Estocolmo constituindo a EFTA, 1960 . criação do Espaço Económico Português, 1961 . aproximações à CEE, 1962, 1968 . os efeitos positivos dos ‘anos dourados’

Maria Fernanda Rollo [email protected] História da Inovação na Engenharia (civil) Portuguesa, IST, 4 de Novembro de 2015

Produto (1000 c) 1939 1945 1968

Agricultura 11 339 11 263 19 408

Indústria 9 253 10 794 55 971

Serviços 12 736 14 335 45 377

PIB 33 328 36 392

120

756

População (1000) 7 683 8 107 8 743

PIB per capita 4 338 4 489 13 812

Pop. Activa (1000) 1939 1945 1968

Agricultura 1 455 1 510 1 090

Indústria 576 678 1 015

Comércio 186 221 367

Adm. Pública 100 107 150

Outros 439 455 503

Total 2 756 2 971 3 125

Analfabetismo (%) 1940 1950 1960

49,00 40,40 30,30

Nº estudantes (%) 1936-1945 1946-1958

primário 6,94 8,42

superior 0,13 0,20

Diplomados (%)

primário 0,63 0,96

superior 0,01 0,02

Visitantes (%)

bibliotecas 6,61 10,11

museus 4,46 9,18

Composição do produto

(%)

Agricultura Indústria Serviços

1939 34 27,8 38,2

1945 30,9 29,7 39,4

1953 28,9 33,2 37,9

1968 16,1 46,4 37,6

Taxas de crescimento entre anos de máximo (%)

PIB Agricultura Indústria Serviços População

1937-47 1,7 1939-47 0,9 1937-48 2,7 1938-48 2,6 1937-47 1

1947-51 3,1 1947-51 4,6 1948-52 1,8 1948-52 4,2 1947-51 0,8

1951-57 4,2 1951-57 0,6 1952-56 5,8 1952-55 5,7 1951-57 0,4

1957-65 5,5 1957-65 1,3 1956-66 8,6 1955-64 4,9 1957-65 0,4

Engenheiros

licenciados

1939/40 188

1944/45 130

1945/46 186

1946/47 269

1957/58 336

1966/67 301

1967/68 206

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Estado Novo | Marcelismo – sedução da mudança | inovação e revolução

inovação – revolução

As grandes mudanças sociais e culturais – urbanização, emigração, movimentos culturais...

As ‘novidades económicas’ de Caetano: continuidades e mudanças

modernidade e desenvolvimento

Política económica

Tentativa de esbater proteccionismo interno e externo

Abertura ao exterior – investimento estrangeiro + aproximação à Europa

novos rumos para a industrialização do País

Colóquio sobre Política Industrial, em Lisboa, 1970

Pólo de Sines, 1971

Lei do Fomento Industrial de Rogério Martins, 1972

novos sectores industriais

orgânica das pastas de economia e finanças, 1974

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Europa: a ‘inevitabilidade europeia’ - acordo com a CEE e o EURATOM, 1972

A criação da Comissão de Estudos sobre a Integração Económica Europeia, 1970

assinatura do Acordo de Comércio Livre Portugal-CEE e do Acordo Portugal-CECA. 1972

reforma no ensino superior

reforma de Veiga Simão, introdução do sistema de ensino superior binário, com a existência do ensino Politécnico e Universitário; expansão do ensino superior, 1970

lei n.º 5/73, define as Bases do Sistema Educativo e promove a criação da Universidade Nova de Lisboa, da Universidade de Aveiro, da Universidade do Minho, e o regime de concessão de equivalência ao grau de doutor obtido no estrangeiro, 1973

impossibilidade política

guerra colonial

contestação e resistência política e social

esforço de guerra e reacerto nas opções económicas

limites do modelo económico

crítica do modelo económico

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pressões sociais: emigração, urbanização, terciarização

consolidação e hegemonia dos grupos económicos

‘fim’ dos efeitos EFTA

crise internacional

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o

I 0’

Composição do produto

(%)

Agricultura Indústria Serviços

1968 16,1 46,4 37,6

1972 12,5 53,3 34,3

1974 10,6 54,8 34,6

1976 10,5 50,7 38,8

Taxas de crescimento entre anos de máximo (%)

PIB Agricultura Indústria Serviços População

1947-51 3,1 1947-51 4,6 1948-52 1,8 1948-52 4,2 1947-51 0,8

1951-57 4,2 1951-57 0,6 1952-56 5,8 1952-55 5,7 1951-57 0,4

1957-65 5,5 1957-65 1,3 1956-66 8,6 1955-64 4,9 1957-65 0,4

1957-65 5,5 1957-65 1,3 1956-66 8,6 1955-64 4,9 1957-65 0,4

1965-73 7,2 1965-73 1,1 1966-73 8,6 1964-73 7,2 1965-73 -0,5

1973-80 3,5 1973-80 0,8 1973-80 2,8 1973-80 4,7 1973-80 1,2

Produto (1000 c) 1968 1972 1974 1976

Agricultura 19 408 20 806 19 195 18 243

Indústria 55 971 88 764 98 941 87 776

Serviços 45 377 57 081 62 534 67 175

PIB 120 756 166 651

180

670

173

194

População (1000) 8 743 8 631 8 755 9 356

PIB per capita 13 812 19 308 20 636 18 512

Pop. Activa (1000) 1968 1972 1974 1976

Agricultura 1 090 967 925 871

Indústria 1 015 1 117 1 214 1 305

Comércio 367 417 458 497

Adm. Pública 150 175 194 213

Outros 503 558 613 665

Total 3 125 3 233 3 404 3 551

Analfabetismo (%) 1960 1970 1980

30,30 25,60 18,60

Nº estudantes (%) 1959-65 1966-73

1974-

79

primário 9,88 10,98 10,21

superior 0,31 0,54 0,84

Diplomados (%)

primário 0,15 1,81 1,93

superior 0,03 0,04 0,10

Visitantes (%)

bibliotecas 17,89 31,27 41,06

museus 17,27 29,59 27,04

Engenheiros

licenciados

1968/69 313

1969/70 511

1970/71 518

1971/72 222

1972/73 625

1973/74 702

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Raízes

1 Monarquia Constitucional e I República

Primórdios da Electricidade

Edificações e Materiais de Construção

Química

Metalurgia e Metalomecânica

2 Da implantação do Estado Novo à II Guerra Mundial

Portos e Engenharia Costeira, Construção Naval e Pescas

Hidráulica Agrícola

Pontes e Vias Públicas

Minas e Georecursos

3 A viragem da Guerra. Os novos rumos da electrificação e da industrialização

Electrificação

Barragens

Metalomecânica Pesada

4 Anos 50 e 60: os caminhos da modernização

Processos Químicos

Aplicações Ferroviárias

Urbanismo e Território

Florestas e Produtos Derivados

5 Democracia e viragem para a Europa. Do 25 de Abril ao final do século

Dos Moldes à Engenharia do Produto

Automóvel: da Produção à Concepção

Sistemas de Informação e Comunicação

Calçado: Equipamentos e Novas Tecnologias

Energia e Ambiente

Engenharia e Vida

Desafios: a engenharia na sociedade da aprendizagem

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Raízes A engenharia no contexto do desenvolvimento económico e social português do século XIX. Introdução e desenvolvimento do ensino da engenharia.

Primórdios da Electricidade

Das primeiras experiências à generalização da electrificação urbana. Introdução dos carros eléctricos (Porto, 1895; Lisboa, 1901). Construção e desenvolvimento das principais centrais (Central Tejo, Lisboa; Central do Ouro, Porto). Electrificação no sector industrial (1.ª fábrica têxtil, 1904). Dos diplomas legislativos de 1927, relativos à construção de uma rede eléctrica nacional, à Lei de Electrificação do País (1944).

Edificações e Materiais de Construção

A intervenção dos engenheiros associada à aplicação de novos materiais nas edificações, disputando o terreno aos arquitectos. A passagem, na transição do século, do ciclo do ferro (o Palácio de Cristal e Ponte D. Maria no Porto ou o elevador de Santa Justa e a Garagem Auto-Palace em Lisboa, estações do Rossio e S. Bento...) ao ciclo do betão (desde a Moagem do Caramujo...), garantindo o sucesso da primeira fábrica de cimento portland, 1894. Material e tecnologia como forma, o betão experimental nos programas públicos; da construção industrial à grande escala pública. Evoluções técnicas e sistemas. O regresso às grandes obras públicas no final do século.

Química A indústria química na primeira metade do século XX: um desenvolvimento dominado pela produção de adubos. O fim do século XIX e a Companhia Real Promotora da Agricultura Portuguesa (1884). A construção do complexo industrial da CUF no Barreiro (1908); a Companhia Industrial Portuguesa (1919) e a SAPEC (1926). A cobertura das necessidades nacionais de superfosfatos nas vésperas da Campanha do Trigo. A Soda Póva, o Amoníaco Português e a Nitratos de Portugal.

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Metalurgia e Metalomecânica

As dificuldades de implementação da indústria pesada em Portugal: escassez de minérios, falta de capitais, deficiência técnica. O desempenho de José Pedro Colares (1808), Tomé Féteira (1856), família Burnay (1874) e Eduardo Duarte Ferreira (1879). A I Guerra Mundial, a paz e o crescimento do sector metalúrgico (a Fundição de Oeiras e as Oficinas Metalomecânicas da CUF); a aliança entre a agricultura e a “boa indústria” na Campanha do Trigo, a aposta na construção de alfaias e máquinas agrícolas. Tradição vs. Engenho: a industrialização do País. O fabrico de precisão em série (Oliva, 1948) e o arranque da metalomecânica pesada. A necessidade de concentrar e reequipar. O atraso tecnológico... e a luta pela sobrevivência de um sector.

Portos e Engenharia Costeira, Construção Naval e Pescas

Construção de portos e engenharia costeira: dos portos naturais aos portos artificiais. O primeiro Plano de Portos (1929) e os planos posteriores. Construção e obras de ampliação dos principais portos ao longo do século: Aveiro, Leixões, Lisboa, Setúbal e Sines. Indústria naval: estaleiro da Rocha (construção e concessão à Soc. Constr. e Rep. Navais, 1927, arrendamento à CUF); Arsenal do Alfeite (1927); estaleiros de Viana do Castelo (1944), Lisnave (1967), Setenave (1974), encerramento da Margueira (2000) e a concentração de actividades de reparação na Mitrena (o hydrolift). A construção naval em Viana do Castelo. Pescas, tecnologia e recursos haliêuticos, o triângulo em que assentam as pescas portuguesas no século XX. O feixe de inovações, que remonta a finais de Oitocentos, fez das artes indústria. A exploração equilibrada dos mares.

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Hidráulica Agrícola Criação da Junta Autónoma das Obras de Hidráulica Agrícola (1930): da obra de Paul de Magos (1938)... ao Vale do Sado (1949) e à Campina da Idanha (1949). Lei dos Melhoramentos Agrícolas (1946). As obra do Lis (1948), do Algarve (1956-1959) e do Sorraia (1959). Plano de Rega do Alentejo (1957) e suas concretizações. Aproveitamento do Mira (1969). Aproveitamentos no Nordeste Transmontano e na Cova da Beira. Alqueva em início de concretização.

Pontes e Vias Públicas Das primeiras pontes de betão (ponte de Vale de Meões, 1904) ao viaduto Duarte Pacheco (1944). A construção de uma rede rodoviária nacional: a marginal Lisboa-Cascais (1937) e a auto-estrada Lisboa-Estádio Nacional (1944); início da auto-estrada do Norte (1961). Pontes de Edgar Cardoso (Arrábida, 1963). A ponte sobre o Tejo (1966). Adesão às Comunidades Europeias: os IP, os IC, a rede de auto-estradas e as suas obras de arte. A “via verde”. Pontes de tirantes e a ponte Vasco da Gama; pontes em pórticos e a ponte de S. João. Instalação do caminho-de-ferro na ponte 25 de Abril.

Minas e Georecursos A Lei de Minas (1930). Pirites do Alentejo (anos 30). A Lei do Fomento Mineiro e a criação do Serviço de Fomento Mineiro (1939) e o reconhecimento das existências nacionais. As minas de urânio e volfrâmio; as minas da Panasqueira. As minas de Aljustrel, Loulé e Neves-Corvo. Rochas ornamentais (mármores, granitos...) e águas minerais. A robótica marinha e o processamento de sinais acústicos subaquáticos na década de 90: as missões na região dos Açores e a exploração das placas tectónicas na Junção Tripla dos Açores.

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Electrificação A Lei 2002, da Electrificação do País (1944). As hidroeléctricas do Zêzere e do Cávado (1945), destinadas à realização dos grandes empreendimentos produtores de hidroelectricidade. A constituição da CNE (1947), a criação da Rede Nacional de Transporte (1951) e do Repartidor Nacional de Cargas (1951). Os aproveitamentos do Douro nacional e internacional. A Empresa Termoeléctrica Portuguesa. As grandes centrais termoeléctricas a fuel e a carvão. A Companhia Portuguesa de Electricidade (1969). Nacionalização e constituição da EDP. Produção e distribuição reunidas e o completar da electrificação do País. Cisão e criação do grupo EDP (1991); privatização (1997). A liberalização dos mercados de energia, os mercados ibéricos e europeu.

Barragens “Lei das águas” (1919). Primeiras grandes iniciativas: Lindoso (1921); acção da Hidroeléctrica Alto Alentejo. Guilhofrei (1938); Santa Luzia (1942). Lei 2002, da Electrificação do País (1944). Criação das hidroeléctricas do Zêzere e do Cávado (1945): Castelo do Bode (1950), Venda Nova (1951), Cabril (1954); barragens do Alto Rabagão (1963) e do Douro Internacional. Plano de Rega do Alentejo (realização desde 1962). A navegabilidade do Douro e a eclusa do Carrapatelo (1971). Cabora Bassa (1974). Barragens do Douro Nacional. Alto Lindoso (1992). Fecho das comportas de Alqueva (2002).

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Metalomecânica Pesada Uma nova “linha de rumo”: a industrialização, a electrificação, o desenvolvimento dos transportes e o advento da metalomecânica pesada: a Sorefame (1943), a Efacec (1948) a Mague (1951) e a Sepsa (1958). Dos primeiros projectos de equipamento hidromecânico– válvulas, grades, condutas e equipamento de rega... – ao apetrechamento das grandes centrais térmicas: caldeiras e turbo-geradores. A criação das “maiores máquinas do Mundo”– os pórticos da indústria naval: dos estaleiros da Lisnave... rumo à internacionalização; o “Acordo de Energia de 1979” e a questão da autonomia da engenharia nacional na concretização de grandes projectos. A década de 90: a reestruturação, as fusões e os mercados internacionais.

Aplicações Ferroviárias O caminho-de-ferro como elemento estrurante do espaço nacional e os obstáculos ao seu desenvolvimento. Um sistema técnico integrado, desde a plataforma à fixação da catenária e à gestão da exploração. Em termos de longa duração, o caminho-de-ferro apresenta-se inovador, laboratorial e fiável. A Alta Velocidade ou a renovação do caminho-de-ferro.

Do metropolitano de Lisboa (1959) ao metro do Porto.

A Sorefame e o desenvolvimento do sector de construção de equipamento ferroviário, I&D na Universidade e a modulação de “crash”.

Urbanismo e Território O urbanismo como resposta ao crescimento das cidades. A expansão da cidade de Lisboa por Ressano Garcia (1903); Duarte Pacheco e os planos para Lisboa, 1938-1948: O “Plano Groer” (1948) e as grandes transformações produzidas na cidade durante as três décadas seguintes, incluindo o plano de Alvalade de Faria da Costa (1948) e, na década de 50, os planos de Olivais e Chelas. O Plano Regulador do Porto, de Almeida Garrett (1952). A reconversão da zona oriental de Lisboa e a urbanização do actual Parque das Nações (1994-2000). Os sistemas de informação geográfica, SIG, e os conteúdos geo-referenciados.

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Florestas e Produtos Derivados

O Regime Florestal de 1901, início da política florestal e de florestação que prossegue sob regulação do Estado e o desempenho activo das grandes empresas industriais. A Companhia Portuguesa de Celulose em Cacia (1954) e o desenvolvimento do sector de produção de pasta celulósica e do papel (Celulose Billerud/Celbi, 1965; Inapa, 1969; Portucel, 1975...). A produção de derivados da madeira (Sonae, 1959) e a transformação da cortiça (Corticeira Amorim, 1963). A actual liderança mundial nos respectivos sectores dos Grupos Sonae e Amorim.

Processos Químicos A implantação da química de alta pressão. A constituição da União Fabril do Azoto e da Amoníaco Português (1952). A Nitratos de Portugal (1957). Os desenvolvimentos da CUF. O desenvolvimento dos sectores agro-alimentar (concentrado de tomate, cerveja e rações) e do vidro (Covina, 1941), a produção de fibras sintéticas, de embalagens de plástico, de antibióticos e de pasta de celulose e papel... A refinação do petróleo (Sacor, 1940, 1954, 1969) e o desenvolvimento da petroquímica (Sociedade Portuguesa de Petroquímica, 1961). As Refinarias do Norte (1969) e de Sines (1978). A Siderurgia Nacional (1961), da abertura ao fecho do alto-forno. O Pólo de Desenvolvimento de Sines (1971) e a constituição de uma área concentrada de indústrias de base.

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Dos Moldes à Engenharia do Produto

Da génese na Marinha Grande, associada à indústria vidreira, à introdução, na década de trinta, da ureia fenólica (ou baquelite). Os moldes para plástico e a Aníbal H. Abrantes (desde 1946), a “Universidade dos Moldes”. Do início das exportações na década de 50, com moldes para brinquedos ao aparecimento de máquinas de comando numérico na década de setenta e a introdução dos softwares CAD/CAM. A década de 90: as novas tecnologias e os moldes para automóvel; engenharia inversa, processos de prototipagem rápida, tecnologias assistidas por laser, ambientes emersivos ou virtuais e as telecomunicações avançadas. O trabalho cooperativo entre empresas e os mercados internacionais.

Automóvel: da Produção à Concepção

A imposição da montagem em Portugal de veículos destinados ao mercado doméstico: 1961-1974/76 – Unidades de Montagem CKD. O Projecto RENAULT: 1977-1986/88. Cacia, Setúbal e a génese dos primeiros fornecedores nacionais de componentes. O Projecto AUTOEUROPA: 1989-2002/04 e a dinamização de redes de fornecedores de componentes, atingindo cerca de 25% das exportações nacionais.

Sistemas de Informação e Comunicação

Os primórdios das comunicações; a emergência dos sistemas de informação. A viragem dos anos 70: a constituição do Centro de Informática do LNEC e a compra do DEC-10; do GECA ao CET; o desenvolvimento da inteligência artificial; a Datamatic – uma empresa pioneira; anos 80: a criação do INESC e alguns dos seus projectos pioneiros; o ENER 1000 e a vontade de criar um PC português; o arranque da telemedicina; o aparecimento do Multibanco; os anos 90: a expansão da internet; a invenção dos pré-pagos e o boom dos telemóveis; a originalidade da “Via Verde”.

Calçado: Equipamentos e Novas Tecnologias

O tratamento artesanal de materiais nobres até ao final da década de 70; a produção em massa de materiais sintéticos na década de 80; a inovação tecnológica e os materiais ecológicos (recicláveis) na década de 90: as acções de demonstração iniciadas em 1992 na Basilius e a acção do Centro Tecnológico do Calçado.

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Energia e Ambiente A introdução do gás natural e a construção da Central da Tapada do Outeiro de Ciclo Combinado. O aparecimento da co-geração e a instalação da rede de calor e frio no Parque das Nações em Lisboa; o papel da ecologia industrial na valorização dos produtos em fim de vida (automóveis, pneus, etc.); a importância da energia eólica no futuro da produção distribuída de electricidade.

Engenharia e Vida O futuro da bioengenharia de órgãos do corpo humano: os membros, os olhos, o coração; o caso das próteses de anca; projectos portugueses na área da regeneração óssea; a simulação computacional como auxiliar da clínica; a biomecânica das próteses; a mão eléctrica. Os estudos sobre o movimento humano e a segurança do corpo em movimento (carros, comboios). Modificar a Natureza: o melhoramento vegetal e os organismos geneticamente modificados. A biotecnologia ao serviço da engenharia alimentar. A biotecnologia ambiental: as bactérias comedoras do enxofre do petróleo; a purificação de efluentes industriais com “quintais” de filtros vegetais; o tratamento dos efluentes dos lagares de azeite; os produtos recombinantes de elevado valor acrescentado; Escherichia coli: a nova fábrica molecular.

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