ciência e religião

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Qual a Religião Verdadeira? Patrick Gleen, de filósofo ateu a gnóstico. Por que muitos acham ser a evolução algo maligno? O Mito da T eoria da Evolução como algo maligno? Dr. Otaviano, de cientista ateu a membro S.U.D.. Qual a religião verdadeira? Toda religião procurará responder as três questões existenciais humanas: 1) De onde vim? (Origem) 2) Por que estou aqui? (Propósito e Missão Pessoal) 3) Para onde vou? (Destino Final) Tanto adventistas, TJs, católicos, mórmons, muçulmanos, espíritas, ateus, etc. tentarão tratar estas três questões. Ateus declararão que sua origem é um fato casual, logo as duas perguntas seguintes não fazem sentido algum, gnósticos acreditam que sua existência foi perpetrada e planejada por algum ente superior, e cabe a cada um de nós realmente descobrir as respostas para 2 e 3 e pautar nossas vidas de forma a melhor cumprir nossa Missão e prepararmos para nosso destino final. Cada religião clamará para si o direito de que profetas ou homens inspirados tiveram contato direto com a deidade de forma a orientar os demais sobre 2) e 3) Agora quanto a metodologia de como cada pessoa pode descobrir isto por si só, temos variações de abordagem. Muitas Igrejas cristãs pautam que estas respostas podem ser encontradas na Bíblia, com a prerrogativa que esta seja a fonte de toda a verdade necessária ao homem. Os islâmicos usarão de argumento semelhante só que apontarão para seu Al Corão, os espíritas para os livros de Kardec, os hindus para seu Bragadah Gita, etc.

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Qual a Religião Verdadeira?

Patrick Gleen, de filósofo ateu a gnóstico.

Por que muitos acham ser a evolução algo maligno?

O Mito da T eoria da Evolução como algo maligno?

Dr. Otaviano, de cientista ateu a membro S.U.D..

Qual a religião verdadeira?

Toda religião procurará responder as três questões existenciais humanas:

1)     De onde vim? (Origem)

2)     Por que estou aqui? (Propósito e Missão Pessoal)

3)     Para onde vou? (Destino Final)

      Tanto adventistas, TJs, católicos, mórmons, muçulmanos, espíritas, ateus, etc. tentarão tratar estas três questões. Ateus declararão que sua origem é um fato casual, logo as duas perguntas seguintes não fazem sentido algum, gnósticos acreditam que sua existência foi perpetrada e planejada por algum ente superior, e cabe a cada um de nós realmente descobrir as respostas para 2 e 3 e pautar nossas vidas de forma a melhor cumprir nossa Missão e prepararmos para nosso destino final.        Cada religião clamará para si o direito de que profetas ou homens inspirados tiveram contato direto com a deidade de forma a orientar os demais sobre 2) e 3)

 Agora quanto a metodologia de como cada pessoa pode descobrir isto por si só, temos variações de abordagem.

Muitas Igrejas cristãs pautam que estas respostas podem ser encontradas na Bíblia, com a prerrogativa que esta seja a fonte de toda a verdade necessária ao homem.

Os islâmicos usarão de argumento semelhante só que apontarão para seu Al Corão, os espíritas para os livros de Kardec, os hindus para seu Bragadah Gita, etc.

Os católicos além de sua Bíblia apontarão para a tradição, resguardando para si o direito de preservação da verdadeira adoração cristã.

Nós mórmons apontaremos como exemplo para escrituras modernas, de profetas que comungam com Deus, para o Livro de Mórmon e Doutrina e Convênios, contudo deixamos um desafio de cada homem possa dobrar seus joelhos e perguntar à Deidade se essas coisas são verdadeiras. Somente uma resposta do espírito de Deus ao coração e espírito do homem pode fazê-lo mover adiante.

Sem esta certeza, dúvidas sempre restarão. Não que deixamos de ter dúvidas ou já sabemos tudo, mas dúvidas cruciais podem ser tão fortes que minam a coragem do homem em seguir adiante no campo da fé.

E se os meus sentimentos me enganarem!? Pergunta alguém! Mas sentimentos e raciocínio, tudo isto é parte de nós. Em 2000 de anos de ciência fazia perfeito sentido que o Sol girasse em torno da terra, havia até equações matemáticas extremamente precisas para calcular este movimento, partindo deste mesmo princípio nosso raciocínio também nos engana.

O religioso sabe que não sabe todas as respostas, apenas sente que o que faz é certo, certeza esta que procurou ou recebeu em seu coração, uns mais certos, outros nem tão certos assim, caminhando com a esperança de encontrar as respostas no final.

O não religioso acha tudo isso uma fábula, e coloca a ciência como a única maneira de se saber a verdade, tudo o que não for empírico ou replicadamente provado (apesar do sol replicadamente aparecer todo dia no horizonte…) deve ser rejeitado ou explicado de alguma outra maneira.

Para o religioso que orou pelo seu ente querido desenganado e reverteu as expectativas dos médicos, sente que alguém lá em cima ouve e responde nossas orações. Para o céptico, a pergunta será: Por que não respondeu a dos outros também, só a sua? Ao que o crente redargüirá: Não sei. Não sei se estava ocupado, não sei se faltou fé, nem sei se Ele tinha outros planos, só sei que comigo funcionou, isto é o que importa e que poderá outras vezes também funcionar.

Cabe, contudo, a cada um não se fechar em seu próprio mundo, um risco tanto para ateus como para religiosos. Toda metodologia para provar ou disprovar algo pode ser tendenciosa, pois já começa com o "fim em mente desde o princípio". Gosto das palavras já citadas por um famoso erudito evangélico:

 "A batalha espiritual pode ser considerada sob a égide de um duelo de deuses, um negligenciado tema bíblico que gostaria de recuperar.... As várias religiões e seus deuses parecem estar rogando pela fidelidade do povo. Competição em religião não é apenas bíblica, é empiricamente evidente. Religiões vitais sempre competem com alegações de outras. Se você puder achar uma religião que não é competitiva, você encontrará uma religião em suas últimas pernas. Uma religião dinâmica sempre quer contar sua história, cujos aderentes acham que seja a melhor história já contada e aquela de um compromisso de maior valia… a história é o teatro de um duelo de deuses. Deuses estão em conflito uns com os outros. Isto opera uma espécie de sobrevivência dos mais adequados entre eles. Alguns caem para a derrota, enquanto outros se movem à ascendência... História é um cemitério de Deuses. O Deus vivo sobreviverá a todos os demais, provando a si mesmo ser o verdadeiro Deus. Uma vez que este momento de revelação vem no fim da história, e não estará claro a todos até então, nossa tarefa missionária neste meio tempo é testar a pressuposição concernente à identidade de Deus e conduzir o duelo. Nós dizemos: deixem as alegações serem feitas, deixe a informação ser compartilhada, deixem as questões serem ponderadas, e deixe tomar lugar o diálogo. "

Somente quando soubermos respeitosamente ouvir e conversar empaticamente uns com os outros, traremos proveito desta experiência. Contudo a intolerância pelo outro ou pela diversidade de idéias apenas nos jogam para o fundo de nossas zonas de conforto, quer sejam elas religiosas ou não.

Pretendemos o privilégio de adorar o Deus todo-poderoso de acordo com os ditames de nossa consciência e concedemos a todos os homens este mesmo privilégio, deixando-os adorar como, onde e o que quiserem. Esta sempre foi nossa crença, recitei isto desde minha infância como a nossa décima primeira das 13 Regras de Fé, apesar de críticos não se imbuírem de igual ética e consideração.

Infelizmente, críticos ao invés de buscar o diálogo e a interação comum, preferem como crianças atirar pedras na janela e sair correndo, é triste. Mas esperamos que o relacionamento mórmon-evangélico, mórmon-católico, mórmon-ateu possa se desenvolver. Perguntas, questões e repostas podem ser feitas de formas não ofensivas, menos com intuito de agredir e mais com intuito de perceber o paradigma do outro. Creio que todos têm muito que aprender com cada ser humano, até mesmo nós mórmons com os nossos críticos.

Patrick Glynn:

    Formado em literatura e filosofia e com um PhD em História Intelectual pela Universidade de Harvard, durante quase toda a sua vida foi ateu, quando a partir de 1980 passou a ter contanto com os argumentos do princípio Antrópico, formulado por alguns físicos a partir da década de 70, e depois de ter estudado também os relatos de experiências peri-tanáticas, concluiu enfim que não podia ser mais ateu, convertendo-se a posição teísta:

Escreveu o Livro, “Deus a evidência”, que é um resumo de suas conclusões lógicas sobre a existência de Deus. Abaixo um pedaço do Livro em que discorre um pouco sobre o princípio Antrópico:  

“Nos anos posteriores à palestra, Carter e outros cientistas descobriram uma lista em crescimento atemorizante e improvável de pequenas coincidências ou “acidentes de sorte” no universo – cujo único denominador comum parecia a necessidade de nosso surgimento... tomemos alguns exemplos:

a)     A fraca energia nuclear tem 1028 vezes a força da gravidade. Se a fraca energia nuclear fosse levemente mais fraca, todo o hidrogênio no Universo teria se transformado em Hélio (impossibilitando a existência de água, por exemplo)

b)     Uma energia nuclear 2% mais forte teria impendido a formação de prótons produzindo um universo sem átomos. Decrescendo em 5%, teríamos um universo sem estrelas

c)      Se a diferença entre a massa de um próton e um nêutron não fosse exatamente a que é – cerca de duas vezes a massa de um elétron -, então todos os nêutrons se transformariam em prótons, ou vice-versa. E diríamos “adeusinho” à química como a conhecemos – e à vida.

d)     A síntese do Carbono – o núcleo vital de todas as moléculas orgânicas – envolve aquilo que os cientistas denominam de uma “estarrecedora” coincidência na proporção da energia forte (strong force) para o eletromagnetismo. Essa proporção permite ao Carbono 12 atingir um estado estimulado de exatidão da ordem de 7,65 Mev na temperatura típica do centro das estrelas, o que cria uma ressonância que envolve o Hélio 4, o Berilo 8 e o Carbono 12, possibilitando a ligação necessária que ocorre durante uma janela diminuta de oportunidade, que dura 10-17 segundos (0.00000000000000001 s)! 

Fred Hoyle:

Tudo o que vemos no universo de observações e fatos em oposição ao estado mental dos esquemas e suposições, permanece inexplicado. E mesmo em seu suposto primeiro segundo, o universo em si não é casual. Isso quer dizer que o universo precisa saber com antecedência o que irá acontecer antes de iniciar a si próprio. Porque, de acordo com a teoria do Big-Bang por exemplo, em um período de 10-43 segundos [0,000000000000000000000000000000000000000000000001s] o Universo precisa saber quantos tipos de neutrinos irão existir no período de 1 segundo. Isso funciona de modo a iniciar a expansão na taxa exata para adequar-se ao número final de tipos de neutrinos.

 O conceito de Hoyle, sobre a necessidade do universo em saber com “antecedência” resultados que viriam posteriormente captou a profundidade do mistério. A sintonia fina de valores e proporções aparentemente heterogêneos, necessários para ir do Big-Bang à vida conforme a conhecemos, envolve uma coordenação intricada sobre amplas diferenças de escala – desde o nível intergaláctico ao sub-atômico -, e através de sistemas de tempo de vários bilhões de anos. Hoyle, que concebeu o termo “Big-Bang”, questionava a legitimidade propriamente dita da metáfora acerca de uma “explosão” inicial. “Uma explosão em um ferro-velho não leva as diversas peças de metal a montarem uma máquina útil e funcionando”,...quanto mais os físicos aprendem sobre o Universo, mais ele se assemelha a um trabalho de planejamento...

 Por que muitos líderes da Igreja tem uma visão negativa sobre a Evolução?

  Antes de Darwin, Willian Payle, um teólogo do século XVIII propôs a famosa analogia do relógio suíço encontrado na areia de uma praia ou deserto. Segundo sua analogia, qualquer um que encontrasse este objeto perdido, ao tomá-lo em sua mão de imediato pensaria num relojoeiro suíço que o fabricou; mesmo se o relógio tivesse boca e falasse que não existisse relojoeiro algum, que ele simplesmente se fez, nenhum ser inteligente seria capaz de acreditar no relógio, sua complexidade era por demais precisa para simplesmente ter surgido por acaso.

A extrapolação deste argumento de Payle para a complexidade dos seres vivos e do próprio homem era evidente, tudo apontava para um Criador, negá-lo seria quase um absurdo. Neste ponto da história entra Darwin com seu livro...

T.H. Huxley, destacado seguidor do Darwinismo, descreveu mais tarde o impacto dramático do Livro de Darwin:

“A Origem (das Espécies)... prestou um enorme serviço ao nos libertar para sempre do Dilema: Recusa-se a aceitar a hipótese da Criação? E o que você tem a propor que possa ser aceito por qualquer pessoa de raciocíneo prudente? Em 1857 eu não dispunha de nenhuma resposta, e não creio que alguém mais o tivesse. Um ano depois nos reaproximamos com embotamento por nossa perplexidade com este tipo de inquérito. Minha conclusão ao descobrir-me dominando a idéia central de A Origem das Espécies, foi “Como fui um imbecil de não haver pensado nisso!”“ [Citado em W.C. Dampier, A History of Science, pós-escrito I. Bernard Cohen (Cambridge: Cambridge University Press, 1989), p.279.

Ou seja, agora os ateístas tinham uma teoria racional que poderia deixar Deus de lado, o relógio de Payle não se encontrava sozinho na areia, atrás dele havia vários outros relógios que se auto-multiplicavam, desde relógios mais simples que foram se adaptando ao ambiente, aos mais capazes, geralmente mais complexos que os anteriores os quais foram substituindo os menos complexos, até que chegássemos no relógio suíço perdido na praia. A idéia de um relojoeiro-Deus podia ser descartada e substituída por auto-multiplicação, acaso, tempo bem longo e evolução seletiva dos mais adaptados ao ambiente.

Para muitos evolucionistas teístas, entretanto, a teoria da evolução poderia ser simplesmente o método de Deus utilizado para trazer os seres vivos sobre a Terra, acreditavam que ainda assim alguém deveria estar no controle, simplesmente o acaso e a seleção natural, apesar de explicarem muita coisa, muita coisa ainda apontava para um Deus. Por exemplo, no início da formação da Terra, a passagem de elementos brutos do Reino Mineral para componentes orgânicos dos Reinos Vegetais e Animais deveriam estar sob condições específicas de controle. Outro aspecto seria a inteligência e comunicação entre vários animais que pareciam não seguir um padrão evolutivo, formigas, abelhas e cupins, por exemplo, são capazes de se organizarem em sociedades, se comunicarem entre elas, de uma maneira muito mais efetiva que vários organismos superiores e mais complexos, como por exemplo vacas, cavalos, cachorros, etc.

O argumento dos teístas evolucionistas ganhou ainda mais força com a publicação do Livro “A Caixa Preta de Darwin”, por Michael Behe. Behe, um ex-ateu convicto, bioquímico molecular sempre acreditou que a evolução, o acaso e o longo tempo pudesse explicar tudo que aconteceu e acontecia no reino animal e vegetal. Sua primeira surpresa foi descobrir que não havia nada na teoria da evolução desenvolvida desde 1858 que indicasse por exemplo como as complexas reações bioquímicas que ocorrem no interior dos seres vivos se desenvolveram, não havia evolução destas reações bioquímicas, elas simplesmente tinham de ser daquele jeito. Behe então volta ao antigo conceito de Payle e propõe o que chama da “complexidade irredutível”. Para entender este termo, Behe usa a analogia da ratoeira, um sistema complexo formado por uma mola, um sensor, um gatilho que disparasse uma prensa de ferro. Behe argúe que a ratoeira seria um objeto de “complexidade irredutível”, qualquer outra configuração da mola, grampos de ferro e sensor, se não fossem desenhadas de

uma forma inteligente para nada serviriam. Desta analogia simples ele segue com inúmeros exemplos que existiriam na natureza de “complexidade irredutível”, desde os sistemas digestivos das células até os “motores biológicos” que movem o flagelo da Euglena (um protozoário ciliado). Behe, então explica que na época de Darwin, acreditava-se ser a célula algo muito simples que se desenvolveu das partículas brutas, na verdade para Darwin a célula ainda era uma “caixa preta” desconhecida completamente sua complexidade interior.

Muitos líderes da Igreja achava que a Teoria da Evolução afastasse os homens de Deus, mas vemos não ser este necessariamente o caso, há muitos teístas que conciliam perfeitamente a seleção natural das espécies com um Designer Inteligente.

Outros líderes seguindo o conceito Criacionista alegariam que não poderia haver morte antes da Queda de Adão, uma exigência para que a Teoria da Evolução pudesse ser aceita, para isto citariam a escritura de Paulo: Romanos 5:12“Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram.”

   Muitos membros da Igreja entendem esta morte como sendo restrita ao Homem, para o qual o plano de Salvação foi delineado. A escritura do Livro de Mórmon compara esta morte física com a sepultura humana, a qual seria revertida na ressurreição de Cristo.

II Néfi 9:11-12 “E por causa do caminho de redenção de nosso Deus, o Santo de Israel, essa morte da qual falei, que é a física, libertará seus mortos; essa morte é a sepultura. E essa morte da qual falei, que é a morte espiritual, libertará seus mortos; e essa morte espiritual é o inferno; portanto, morte e inferno deverão libertar seus mortos; e o inferno deverá libertar seus espíritos cativos e a sepultura deverá libertar seus corpos cativos; e o corpo e o espírito dos homens serão restituídos um ao outro; e é pelo poder da ressurreição do Santo de Israel.”  

Alguns entendem que apesar de alguma maneira os espíritos dos animais façam parte do plano de Deus, cada um cumpre a “medida de sua criação”, e as escrituras são mais específicas ao Homem, seu livre arbítrio em aceitar ou rejeitar o sacrifício expiatório de Cristo. Mesmo somente após a Queda o homem foi capaz de procriar e ter filhos enquanto isso toda a Terra, plantas e animais obedeciam o mandamento de “Crescei-vos e multiplicai-vos”, imaginar uma terra sem a morte de animais e plantas antes da Queda seria quase o mesmo que imaginar uma Terra somente com um casal de cada espécie (planta e animal) antes da Queda do Homem.

Alguns eruditos mórmons como Steven E. Jones acreditam que antes da Queda plantas e animais fossem vivificados pelo Espírito de Deus, suas mortes apesar de biologicamente serem mortes espiritualmente não o eram, somente após a Queda estes espíritos não humanos começariam a ganhar identidade.

Outros acreditam que a não morte estivesse restrita ao Éden, enquanto isso toda uma Terra estava sendo preparada para acolher o homem.

Outra grande dúvida também viria para explicar os fósseis de pré-homídeos. Explicações desde pré-adamitas extintos após a Queda (B.H. Roberts), ou então de um ínterim de tempo relativamente bem longo entre a transgressão de Adão e sua efetiva expulsão do Éden (Hugh Nibley) surgiram entre líderes e intelectuais mórmons, todavia o grande consenso da maioria é que isto são apenas idéias e especulações humanas tentando conciliar as verdades conforme reveladas pelas escrituras com as descobertas da Ciência, podem ser corretas ou falsas, um dia saberemos. (D&C 121:31-32).

O Mito da teoria da Evolução como algo maligno?  

Adaptado do artigo de Michael R. Ash, Dialogue: A journal of Mormon Thought 35:4

  Lembro-me ainda adolescente S.U.D. participando de um Super-Sábado na Ala de Cidade Vargas, São Paulo. Havia um palestrante incentivando os jovens a adquirirem uma melhor educação, a dedicarem-se aos estudos etc., quando um colega um pouco mais velho levantou a seguinte questão:

-                     E quanto a algumas coisas que aprendemos na Escola, do tipo Teoria da Evolução?

  Voltei minha atenção ao orador, gostaria de ouvir algo mais sobre uma coisa que sempre tive curiosidade, os eternos limites da ciência e religião. Lembro-me ainda de sua resposta abrupta: -                     Ah! Isto você pode jogar fora! (Depois do que, amenizou sua

resposta...) Você pode até fazer um trabalho para sua professora de biologia sobre o assunto, responder as questões de um exame e então colocar no fim do trabalho ou da prova: Eu não concordo!

  Esta foi uma das experiências marcantes, além de muitas outras que

vivenciei na Igreja onde a Teoria da Evolução era sempre tomada de uma forma negativa, muitas vezes até pejorativa, tanto que pensava eu ser esta a posição oficial da Igreja sobre o assunto. Lembro fazer um trabalho sobre evolução na 8a

Série e defender o Criacionismo Científico, basicamente com o material desenvolvido numa revista da Igreja Presbiteriana, na qual um dos colegas do meu grupo congregava.             Somente muito mais tarde, quando pude visitar a BYU e tomar contato um pouco melhor sobre a história da questão no meio SUD e estar melhor ciente da posição neutra da Igreja sobre o assunto, foi que percebi como muitos membros SUD tomaram uma posição mais crítica sobre a questão, alinhando-se quase que inteiramente com o Criacionismo Científico pregado por outras denominações evangélicas e protestantes. Já no fim do colegial e início da faculdade imaginava a teoria da Evolução como o método utilizado por um Criador Inteligente que estava no comando, dando início a um processo de criação de seres menos complexos como organismos

unicelulares, subindo na escala taxonômica para filos mais superiores, tanto dentro do Reino Vegetal como Animal, desde protocordados e anelídeos até seres com mais complexos sistemas respiratórios, digestivos e neurais.

Muita controvérsia desenvolveu-se no meio religioso e acadêmico desde da publicação por Darwin na segunda metade do século XIX de seu livro Da Origem Espécies Através da Seleção Natural. Alguma desta controvérsia aconteceu entre os colegiados da BYU assim também como entre os membros da liderança da igreja. Apesar de alguns proeminentes Santos dos Últimos Dias verem os ensinamentos da evolução como teorias de homens ou como “os intentos” de Satanás, outros viam a evolução como o método pelo qual Deus criou tabernáculos para os espíritos. Em 1909, após décadas de controvérsia, a Primeira Presidência emitiu uma declaração oficial concernente a questão intitulada, “A Origem do Homem”:

  “Adão, nosso grande progenitor, “o primeiro homem”, foi, como Cristo, um

espírito pré-existente, e como Cristo ele tomou sobre si um corpo apropriado, o corpo de um homem, e assim se tornou uma “alma vivente”. A doutrina da pré-existência, - revelada assim tão plenamente, particularmente nos últimos dias, derrama um maravilhoso fluxo de luz sobre outros misteriosos problemas a respeito da origem do homem. Demonstra que o homem, como um espírito, foi gerado e nascido de pais celestiais, e criado até a maturidade nas eternas mansões do Pai, antes de vir a esta terra em um corpo temporal e submeter-se à experiência da mortalidade. Ela ensina que todos os homens existiram antes em espírito antes que qualquer homem existisse na carne, e que todos aqueles que habitaram a terra desde Adão assumiram corpos e tornaram-se almas viventes da mesma maneira.

É advogado por alguns que Adão não foi o primeiro homem sobre esta terra, e que o ser humano original foi um desenvolvimento a partir de ordens inferiores da criação animal. Estas, entretanto, são as teorias dos homens. A palavra do Senhor declara que Adão foi “o primeiro homem de todos os homens” (Moisés 1:34), e estamos, portanto, na fronteira do dever de considerá-lo como o primeiro pai de nossa raça. Foi mostrado ao irmão de Jarede que todos os homens foram criados no começo segundo a imagem de Deus; e se tomamos isto como significando igual ao espírito ou ao corpo, ou ambos, isto nos leva a mesma conclusão: Homem começou a vida como um ser humano, segundo a semelhança de nosso Pai Celestial.

É verdade que o corpo do homem entra após seu progresso desde uma pequena célula ou embrião, que se torna um infante, vivificado em certo estágio pelo espírito de quem será o tabernáculo, e a criança após nascer, desenvolve-se em homem. Não há nada, entretanto, indicando que o homem original, o primeiro de nossa raça, começou a vida como alguma coisa inferior ao homem, ou menor do que a célula humana ou embrião que se tornou um homem.”1

Alguns compreenderam que esta declaração tomava uma conotação anti-evolucionária. Entretanto, a declaração da Primeira Presidência não aborda a mutabilidade das espécies. Alguns também declararam que uma vez que Adão deve ser considerado “como o primeiro pai de nossa raça”, isto eliminaria a

possibilidade de evolução. Raça, entretanto, não é uma distinção biológica. James C. King, da Escola de Medicina de Nova Yorque, descreve:

O que constitui raça é uma questão de definição social. Sempre que um grupo aceita como parte de si mesmo está dentro do “clube”; o que rejeita está do lado de fora. Aceitação e rejeição não são absolutas, mas podem existir em vários níveis....

...O fato é que o que constitui uma raça e como alguém pode reconhecer uma diferença racial é determinado culturalmente. Se dois indivíduos olharem para si como da mesma ou de diferentes raças depende não do grau de semelhança no seu material genético, mas quanto a sua história, tradição, experiência e treinamento pessoal fizeram com que eles se considerassem como pertencentes aos mesmos ou a diferentes grupos....A diferenciação de grupo é ...baseada no comportamento cultural e não numa diferença genética.2

Portanto, Adão pode ser o “primeiro pai de nossa raça” – ou grupo cultural – sem descartar o modelo evolucionário. Quando foi reconhecido que a declaração da Primeira Presidência não abordou a origem do corpo físico do homem, persistiram questões entre os membros. Menos de seis meses após esta “declaração” oficial, a seguinte informação foi impressa em Abril de 1910 na Improvement Era:

 “Quanto se os corpos mortais do homem evoluíram em processos naturais até a presente perfeição, através da direção e poder de Deus, se os primeiros pais de nossas gerações, Adão e Eva, foram transportados de uma outra esfera, com tabernáculos imortais, que se tornaram corruptos através do pecado de participarem de alimentos naturais, ao longo do tempo, ou se nasceram aqui na mortalidade, como outros mortais têm nascido, são questões não completamente respondidas na palavra de Deus revelada.”3   Então, três possibilidades foram sugeridas para a criação do corpo físico do homem: 1) evolução via um processo natural conforme dirigido pelo poder de Deus; 2) transplantação de uma outra esfera; 3) nascimento na mortalidade por outros mortais. Nenhum destes três se ajustam ao típico modelo “criacionista”.

Uma vez que a declaração oficial não resolveu as questões da evolução sobre a mutabilidade das espécies, a controvérsia entre os membros, e até mesmo pelo corpo da faculdade da BYU continuou. Evolução estava sendo ensinada por professores SUD fiéis na BYU, enquanto outros professores da BYU (e alguma vezes, alunos e pais de alunos) opunham-se a tal ensinamento. 4 Em 1911 a controvérsia tornou-se ainda mais intensa, e vários membros da faculdade BYU se engajaram nesta questão, resultando em sentimentos de consternação e até mesmo em mudanças de emprego.5

A controvérsia de 1911 na BYU incitou o Presidente Joseph F. Smith a concluir que “evolução deveria ser melhor deixada de lado nas discussões em nossas escolas da Igreja.”6 O problema foi trazido por um dos que atiçaram a questão. Enquanto o Presidente Smith pessoalmente acreditava que a teoria da evolução fosse uma “hipótese” e “mais ou menos uma falácia”, ele também declarava que a igreja estava “não inclinada a dizer quanto da evolução é verdadeiro, ou quanto é falso” e que “A própria Igreja não tinha nenhuma filosofia quanto ao modus operandi empregado pelo Senhor em Sua Criação do mundo.”7

Então em 1913, em uma conferência realizada no Arizona, Presidente Smith acrescentou um outro interessante comentário a esta questão:

“O homem nasce da mulher; Cristo, o Salvador, nasceu de uma mulher e Deus, o Pai, nasceu de uma mulher. Adão, nosso pai terreno, também nasceu de mulher ao entrar neste mundo, do mesmo jeito que Jesus, você e eu.”8

Seis meses mais tarde Heber G. Grant tornou-se presidente da igreja. Após seis anos de serviço no cargo, Presidente Grant viu uma necessidade para reiterar a declaração oficial de 1909 sobre “A Origem do Homem” com umas poucas modificações. A declaração da Primeira Presidência “Visão ‘Mórmon’ da Evolução” reafirmou a divindade como papel de Jesus Cristo, que Adão foi “nosso grande progenitor, ‘o primeiro homem’” e que ”a doutrina da pré-existência derrama um maravilhoso fluxo de luz sobre os outros misteriosos problemas da origem do homem”. A declaração também reafirmou que o homem é um “filho de deus, formado segundo a imagem divina e investido com atributos divinos.”9

Dezesseis anos antes, a declaração original de 1909 concluía: “É advogado por alguns que Adão não foi o primeiro homem sobre esta terra, e que o ser humano original foi um desenvolvimento a partir de ordens inferiores da criação animal. Estas, entretanto, são as teorias dos homens”. Como foi antes percebido, algumas pessoas incorretamente interpretaram isto como um comentário anti-evolucionista. Este comentário ambíguo não mais se encontra na declaração de 1925.

Alguns dos Apóstolos tomaram um interesse neste assunto controverso, e eles não estavam sempre em concordância uns com os outros. Joseph Fielding Smith se opunha à evolução, enquanto B.H. Roberts estava mais aberto a esta possibilidade. Durante a metade dos anos 1920s, Élder B.H. Roberts começou a compilar notas para um livro sobre história da igreja e doutrina. Em 1927 ele começou a desenvolver suas anotações em que ele esperava seria um curso de estudo para os setentas por toda a Igreja.10 Roberts acreditava que “Adão representava o começo da Dispensação Adâmica, mas antes dele, toda uma raça de seres humanos havia vivido e morrido na terra. Estes ‘pré-adamitas’ foram simplesmente destruídos em um grande cataclisma que ‘limpou’ a terra antes de Adão, deixando apenas fósseis remanescentes como uma breve evidência de sua presença”.11 Para Roberts, a evidência para pré-Adamitas era mais que abundante. Em 1928 ele terminou seu magnus opus e algum tempo mais tarde submeteu-o ao comitê de publicação, o qual consistia de cinco apóstolos, que rejeitou seu trabalho primariamente por causa de sua referência a pré-Adamitas. Roberts recebeu a informação de que poderia ser possível imprimir seu livro, com modificações, mas ele recusou a sugestão.

Em Abril de 1930, falando à conferência genealógica, o jovem apóstolo Joseph Fielding Smith – enquanto admitisse que o Senhor não havia revelado seu método da criação – denunciou a crença na morte ou existência mortal antes da queda: “A doutrina de ‘pré-Adamitas’ não é uma doutrina da Igreja, e não é advogada nem contemplada na Igreja”. O discurso de Smith foi reimpresso na edição de 1930 da “Revista Histórica e Genealógica de Utah”. 12 Quando os comentários de Smith saíram impressos, B.H. Roberts reclamou aos irmãos da liderança, desafiando a validade das alegações de Joseph Fielding. As idéias de Smith estavam agora em registro público, enquanto as idéias de Roberts estavam

ainda confinadas a seu manuscrito não publicado. Três meses depois, o Quórum dos Doze reviu tanto os argumentos de Smith e Roberts. Durante este tempo, o apóstolo James Talmage, um experiente geologista com especialização em biologia, tomou interesse no tópico e aparentemente estava “simpático a muito do espírito e esforços de Roberts”. 13

Após alguma denúncia das fontes geológicas de Smith, Talmage “deixou claro a seus irmãos da assembléia que todos os geologistas mais bem reputados reconheciam a existência tanto da morte como de ‘pré-Adamitas’ antes de 6.000 anos atrás, a presumível data da queda de Adão”. 14 Smith, é claro, discordou, mas a Primeira Presidência tomou uma posição de neutralidade ao declarar:

”A declaração feita pelo Élder Smith de que a existência de pré-Adamitas não é uma doutrina da Igreja é verdadeira. Também é simplesmente verdadeira a declaração que ‘Não existiam pré-Adamitas sobre a terra’ não seja uma doutrina da Igreja. Nenhum dos lados da controvérsia tem sido aceito absolutamente como uma doutrina.

Ambos os partidos tomaram a escritura e as declarações de homens que têm sido proeminentes nos negócios da Igreja como base para sua discussão; nenhum produziu uma prova definitiva em apoio para suas idéias....Sobre as doutrinas fundamentais da Igreja todos nós concordamos. Nossa missão é prestar testemunho do evangelho restaurado ao povo do mundo. Deixai a Geologia, Biologia, Arqueologia e Antropologia, nenhuma delas tem a haver com a salvação de almas da humanidade, para a pesquisa científica, enquanto magnificamos nosso chamado no reino da Igreja...”.15

Os irmãos da liderança então sugeriram que Smith e Roberts abandonassem a questão. Talmage, que não havia feito parte do comitê de publicação que havia revisto e rejeitado o livro de Roberts, havia agora adentrado a discussão porque a questão havia sido trazida diante de todo o Quórum dos Doze. 16

Talmage havia devotado muito de sua vida adulta para harmonizar a ciência com a religião. Em 1884, enquanto freqüentava a Universidade John Hopkins, Talmage ouviu um pregador Metodista denunciar os “males do Darwinismo”. Em seguida a esta palestra, Talmage escreveu em seu diário: “’Crer em um Deus amoroso concorda perfeitamente com minha reverência pela ciência, e não posso ver nenhuma razão porque a evolução dos corpos animais não possa ser verdadeira – como na verdade os fatos da observação tornam isto difícil de negar – ainda assim a alma do homem é de origem divina’”. 17 Seguindo seus anos de faculdade, Talmage parece ter eventualmente rejeitado a evolução do homem por falta de evidência, mas não por qualquer razões escriturísticas. Ele, entretanto, acreditava ainda em pré-Adamitas.

Tomando uma posição de neutralidade, A Primeira Presidência requisitou que a questão fosse abandonada de discursos públicos. James Talmage, que estava na reunião em que a presidência discutiu e tomou sua decisão, escreveu em seu diário: “Esta é uma das muitas coisas sobre as quais não podemos falar com segurança e asserções dogmáticas para qualquer lado são mais prováveis de fazer mais mal do que o bem.” 18 Infelizmente, o discurso de Smith – e posição – havia já sido publicado, e Talmage, assim como outros, achavam que muitos estudantes “’infeririam a partir do discurso de Élder Smith que a Igreja recusava-se

a reconhecer os achados da ciência se houvesse uma palavra no registro da escritura segundo a nossa interpretação da qual encontrássemos mesmo um aparente conflito com as descobertas científicas ou deduções, e que portanto a “política”da Igreja seria em efeito de oposição a pesquisa científica.’” 19 De fato, Talmage achava que “’em algum lugar, em qualquer hora, alguma coisa deveria ser dita por um ou mais de nós a fim de deixar claro de que a Igreja não se recusa a reconhecer as descobertas e demonstrações da ciência, especialmente em relação ao assunto em questão.’ “ 20

Em Agosto de 1931, aquela “alguma coisa” veio de James Talmage. O apóstolo que tinha especialização em geologia deixou um discurso no tabernáculo intitulado “A Terra e o Homem”, onde discorreu sobre os remanescentes “fósseis de plantas e animais”, os quais, de acordo com os cientistas, apontavam para “um padrão muito definitivo na seqüência da vida corpórea”. “Estas espécies primitivas”, explicou Talmage, “eram aquáticas; formas terrenas são de desenvolvimento posterior. Algumas dessas formas mais simples de vida resistiram até o tempo presente, embora com grande variação resultante das mudanças do meio ambiente”, Talmage também se referiu aos estudos dos geologistas que demonstravam que “formas de vidas mais simples de corpos de plantas e animais eram sucedidas por outras mais complexas; e no indestrutível registro das rochas pode-se ler a história do avanço da vida desde as formas mais simples até as mais complexas, desde um unicelular protozoário até os animais mais desenvolvidos”. Embora nunca diretamente citasse evolução, a escolha de palavras de Talmage sugere que estivesse aberto a esta possibilidade. Quanto ao início da humanidade, Talmage escreveu: “No devido curso veio a coroação do trabalho desta seqüência criativa, o advento do homem!”.

Apesar de Talmage realmente acreditasse em pré-Adamitas, ele não estava certo concernente a conexão entre estes seres e o “homem”. Ele disse que não vislumbrava “Adão como relacionado com – certamente não um descendente do – homem de Neardenthal, Cro-Magnon, Pequim ou de Piltdown.” Talmage também reconhecia que nos não tínhamos, ainda, toda a informação. “Discrepâncias que podem agora nos perturbar diminuirão a medida que nosso conhecimento de fatos pertinentes sejam estendidos. O criador deixou o registro na rochas para o homem decifrar; mas também tem Ele falado diretamente concernente aos principais estágios de progresso pela qual a terra chegou a ser o que é hoje. Os relatos não podem ser fundamentalmente opostos; um não pode contradizer o outro; embora a interpretação do homem tanto de um como de outro pode estar seriamente em erro.”21

Após muita discussão entre os irmãos da liderança (durante as quais Talmage enviou uma carta a John A. Widtsoe, o qual replicou com palavras de encorajamento), e seguindo umas poucas modificações, o discurso de Talmage foi impresso no Deseret News de Novembro de 1931, assim como em um panfleto avulso da Igreja na mesma época (o “panfleto” se referia ao original no artigo do Deseret News). Foi reimpresso novamente no Millennial Star de Dezembro. Então, em Dezembro de 1965 e Janeiro de 1966, foi impresso em um artigo de duas partes no Instructor.

Relatos variam concernentes a que diretriz, se alguma, Talmage havia recebido sobre o tópico, conteúdo e publicação de seu discurso. O historiador

James B. Allen acredita que Talmage deu seu discurso “a pedido da Primeira Presidência.”22 De acordo com o diário de Talmage, Presidente Anthony W. Ivins (primeiro conselheiro na Primeira Presidência) assim como três outros membros do Conselho dos Doze – incluindo Joseph Fielding Smith – estavam presentes durante seu discurso. E apesar dos irmãos da liderança reconhecerem que os comentários de Talmage eram contrários ao discurso anterior de Smith, os outros irmãos da liderança (com exceção de Smith) expressaram suas “aprovações” ao que Talmage disse no discurso.23

Entretanto, em 1935 Presidente heber J. Grant e seus dois conselheiros enviaram uma réplica a Sterling Talmage, filho do (então falecido) James Talmage, alegando que foi o Presidente Ivins (também falecido á época) quem discordou das idéias de Joseph Fielding Smith e quem arranjou para que Talmage deixasse seu discurso em uma reunião sobre a qual Ivins estava presidindo. De acordo com esta carta, Grant alegou que todos menos um do Quórum dos Doze eram contra a publicação do discurso de Talmage. Finalmente, entretanto, Ivins conseguiu enviar o material para impressão do discurso sem o consentimento do Presidente Grant. Grant foi incisivo para indicar em sua carta de que não estava condenando o material da apresentação de Talmage, mas antes explicando que o discurso não havia sido sancionado oficialmente pela Igreja. “Isto não significa que suas idéias [referindo-se a Talmage] não são ortodoxas”, escreveu a Primeira Presidência, “elas podem ou não podem ser; apenas significa que caso sejam ou não, elas não são pronunciamento oficiais da Igreja e não estão ratificadas pela Igreja e permanecem apenas como idéias muito bem consideradas por um erudito e apóstolo da Igreja.”24

Esta carta para Sterling Talmage sugere que a publicação do discurso de Talmage não havia sido somente em oposição à maioria do Quórum dos Doze, mas que também havia sido publicado sem o consentimento da Primeira Presidência. Entretanto, isto contradiz a entrada no diário em de James Talmage de 21 de Novembro, onde ele registra que seu discurso havia “sido objeto de consideração...investigação...e discussão””pela “Primeira Preidência e Conselho dos Doze.” Talmage escreveu em seu diário que “a maioria dos Doze havia sido favorável à publicação do discurso desde o momento em que eles primeiramente o tomaram sob consideração.”25 O diário de Reed Smoot da mesma forma mencionou que a “maioria” dos irmãos do Quórum foram favoráveis à impressão com apenas alguma mudanças circunstanciais.26 Até mesmo o registro oficial de Rudger Clawson registrou que após Talmage concordasse em fazer algumas modificações, os irmãos do Quórum adotaram uma moção para publicar o discurso. 27 Finalmente, na entrada de seu próprio diário de 17 de Novembro de 1931, Presidente Grant contradiz sua carta de 1935 ao anotar que “’nós...autorizamos sua publicação [o discurso de Talmage] e demos também autorização para que este fosse impresso da mesma maneira que os discursos de rádio, para distribuição.’”28

Há várias teorias tentando explicar o porquê dos relatos diferirem, mas no final apenas ficamos sem saber porque parecem existir histórias conflitantes. Quando Presidente Grant enviou sua carta a Sterling Talmage em 1935 (quatro anos após o discurso de seu pai no tabernáculo), James Talmage e dois conselheiros da Primeira Presidência original – Ivins e Charles Nibley – tinham

todos desde então falecidos. Talvez os relatos entrem em conflito devido a falha de coleção das memórias com a passagem do tempo. Mas desconsiderando tudo isso, a apresentação e publicação de Talmage de seu “A Terra e o Homem” era a única exposição de um membro do Quórum dos Doze que havia sido revista e aprovada pelo menos por alguns, se não todos, da Primeira Presidência, e então publicado oficialmente pela igreja.

Enquanto isso John Widtsoe havia também tomado interesse sobre o tópico evolução. Em 1927, Widtsoe deu uma conferência em um congresso para professores das escolas da igreja. Um participante registrou: “Irmão John A. Widtsoe tomou uma direção, tentando prover a estes homens do seminário para uma perspectiva racional da relação entre ciência e evolução....[Widtsoe] converteu-me à teoria biológica da evolução....eu pensava...que a teoria da evolução era seca e sem fundamento. Contudo Brother Widtsoe em sua própria explicação e de uma maneira muito cautelosa não a advogou abertamente, mas apresentou a teoria de forma tão básica e tão lógica que, em parte, que me guiou a aceitá-la.” 29 Em 1934, três anos após o discurso de Talmage no tabernáculo, Widtsoe escreveu uma carta a Sterling Talmage:

É bem provável que o tempo está maduro o suficiente para que alguém comece imediatamente a preparar uma sábia, comedida, declaração científica sobre a doutrina da evolução, não se esquecendo da relação desta doutrina com outras boas doutrinas do evangelho. Segundo nossas idéias [Widtsoe e Sterling Talmage] concernentes à evolução são largamente bem conhecidas. Evolução como uma lei me parece que foi demonstrada. Suas fronteiras e medidas estão sendo gradualmente sendo determinadas. Quanto à origem do homem ou à origem dos animais, ou à origem de qualquer outra coisa, não vejo que a ciência nos providenciou com qualquer resposta satisfatória até agora. Eu aceito sem reservas a doutrina de que o homem foi um ser pré-existente que veio à terra para habitar um corpo mortal. Como o corpo foi criado não foi ainda, até onde eu sei, sido revelado ao homem. 30

Em uma outra carta a Sterling três meses mais tarde, Widtsoe acrescenta que estava cauteloso com relação à evolução das espécies, e ele reteria [seu] julgamento concernente à origem do homem em suspenso “porque” os fatos existentes não satisfaziam sua mente. Não obstante, “não feriria meus sentimento em absoluto se na sabedoria do Todo Poderoso o corpo do homem houvesse sido preparado exatamente da maneira em que você [Sterling] descreveu em seu artigo [“Seria a Evolução um Princípio em Apoio a Fé?”], e então aquele espírito do homem, o eterno ego, foi colocado dentro do corpo assim preparado.”31

A decisão da Igreja em permanecer neutra sobre o tópico da evolução preveniu todos os irmãos da liderança de obterem aprovação da Igreja para publicar qualquer coisa oficial sobre a questão. Tópicos relacionados, entretanto, incluindo a controvérsia sobre a idade da Terra, continuaram a aparecer na revista oficial SUD, a Improvement Era. Pelo menos perto de 1939, alguns dos artigos da revista começaram a discutir, mais uma vez, pré-Adamitas e evolução. Em 1943, Widtsoe publicou suas “Evidências e Reconciliações, onde escreveu: “A lei da evolução ou mudança pode ser completamente aceita.... Não é nada mais nada menos do que a lei do progresso e seu oposto....A teoria da evolução que pode conter verdades práticas, deve ser vista como uma das mutantes

hipóteses da ciência, a explicação do homem para uma multidão de fatos observados. Seria ingenuidade fazer dela o alicerce para uma filosofia de vida.”32

Widtsoe também se envolveu em escrever vários artigos para a Era. Um dos tais, impresso em 1948, tinha como título “Existiram Pré-Adamitas?” Em seu artigo, Widtsoe continou a permanecer cauteloso concernente a criação do homem, mas escreveu, “Também deve-se admitir que ninguém pode negar com segurança que tais seres homídeos vagaram em alguma época sobre a terra....Como tudo isto aconteceu não é conhecido. O mistério da ‘criação’de Adão e Eva ainda não foi revelado.”33

Por volta de 1952 os líderes-cientistas SUD que estavam abertos a possibilidade da evolução haviam todos falecidos, incluindo James Talmage (falecido em 1933), B.H. Roberts (1933), e John Widtsoe (1952). Apóstolo Joseph Fielding Smith, que ainda se opunha à crença em pré-Adamitas, foi deixado com pouca oposição a suas idéias. Em 1953 ele testou as águas ao dar um discurso público na BYU intitulado “A Origem do Homem.” Um ano mais tarde ele publicou, sem a aprovação do então profeta David O. Mckay, um livro sobre o assunto, O Homem: Sua Origem e Destino, que se tornou largamente aceito pelos membros da Igreja.

O Pesquisador Duane E. Jeffrery percebeu: “A obra foi um marco. Pela primeira vez o Mormonismo tinha um livro abertamente agnóstico a muitas coisas da ciência.”34 A medida que Smith promovia seu livro, outros líderes SUD foram cautelosos em apontar que apenas o presidente da igreja poderia declarar doutrina. Presidente J. Reuben Clark Jr., segundo conselheiro na Primeira Presidência fez um discurso intitulado “Quando Podem Ser os Escritos ou Sermões dos Líderes da Igreja Intitulados e Classificados como Escritura?” apenas nove dias após Smith ter apresentado sua teorias aos professores de Seminário e Instituto na BYU. 35 As teorias científicas de Smith foram também criticadas pelo eminente cientista SUD e reitor da Universidade de Utah, Henry B. Eyring [pai do atual apóstolo de mesmo nome].36

Outros, entretanto, vieram em apoio a Smith. Acrescentando credibilidade à publicação de Smith, Élder Sterlin Sills disse na conferência de Outubro de 1954: Espero não constranger Presidente Joseph Fielding Smith ao falar sobre seu recente e grande livro intitulado O Homem: Sua Origem e Destino o qual penso é um dos grandes livros da Igreja. Gostaria de ver cada pessoa no mundo lendo este grande livro, pois que conhecimento pode ser mais importante e de valia ao homem do que as idéias aí apresentadas. Presidente Smith conseguiu agregar em seu livro o estudo, meditação e devoção de toda uma vida, mas através de nossa leitura podemos fazer nossas próprias todas estas idéias em uma semana ou mês. Esta é uma das vantagens de um grande livro. 37

Durante a controvérsia sobre a publicação de Smith, William Lee Stokes, chefe do Departamento de Geologia da Universidade de Utah, escreveu ao Presidente Mckay inquirindo sobre a posição da Igreja a respeito das teorias de Smith. Presidente Mckay respondeu o seguinte: “A respeito do assunto da evolução orgânica a Igreja não tem oficialmente tomado nenhuma posição. O livro O Homem: Sua Origem e Destino não foi publicado nem aprovado pela Igreja. O livro contém expressões das idéias do autor pelas quais apenas ele é responsável.”38 O historiador SUD Richard D. Poll e sua esposa também

discutiram o livro de Smith com Presidente McKay e registram os comentários dele:

Presidente Mckay disse que o livro havia criado um problema. Tendo sido escrito por um presidente do Quórum dos Doze, ele tem implicações que devemos apreciar. O livro não foi aprovado pela Igreja; éramos autorizados a citá-lo quanto a isto. A obra representa as opiniões de um homem sobre as escrituras. As idéias do irmão Smith eram há muito tempo conhecidas. Batendo na mesa com ênfase, Presidente Mckay repetiu que o livro não é a posição autoritativa da Igreja. Ele não sabia como ele acabou sendo escolhido como texto padrão para os professores de Seminário e Instituto no último verão, mas a escolha havia sido infeliz.39

O historiador SUD Lowell Bennon reconta um encontro semelhante com Mckay onde o profeta disse aos presentes que a obra de Élder Smith “’não havia sido autorizada ou aprovada, e de que ela não representava a posição da Igreja...em tais questões quanto a idade da terra e a teoria da evolução.’ Ele acrescentou que, tivesse ele sabido com antecedência, ‘o livro nunca teria sido usado como um texto padrão na sessão de verão na B.Y.U..’”40 Um preocupado David O. Mckay pediu a Adam S. Bennion, um apóstolo e ex-superintendente das escolas da Igreja, a solicitar respostas ao livro de Élder Smith de qualificados cientistas S.U.D.. Élder Bennion convidou as opiniões de Henry Eyring, do geologista William Lee Stokes e do químico Richard P. Smith. Eyring escreveu a Bennion: “’Posso compreender ‘O Homem-Sua Origem e Destino’ como a obra de um grande homem que é falível... . Ele contém muitos erros científicos sérios e muito humor preconceituoso, o que mancha as muitas coisas belas nele contido. Desde que o evangelho é apenas aquilo que é verdadeiro, este livro não pode ser mais que a opinião particular de um de nossos grandes homens.’”41

Então em uma entrevista em 1973, Eyring, quando perguntado sobre a controvérsia sobre idade da Terra, citou seu desacordo com o livro de Smith, mas acrescentou: Eu diria que apóio o Irmão Smith como meu líder na Igreja cem por cento. Eu o considero um grande homem. Ele tem um treinamento e background diferente sobre esta questão. Talvez esteja ele certo. Creio que esteja certo na maioria de seus pontos e se você o seguir, ele o conduzirá ao Reino Celestial – talvez da maneira mais difícil, mas ele o levará para lá. A Igreja, de acordo com a carta do Presidente Mckay, não tem nenhuma posição sobre a evolução orgânica. Quaisquer que sejam as respostas para a questão, o senhor já conclui aquela parte de Sua obra. Toda a questão não é nenhum problema para mim. O Senhor organizou o mundo e estou certo que Ele o fez da melhor maneira possível. 42

Smith, entretanto, estava muito convicto e vocal sobre suas idéias, e perto de Junho de 1955 havia rumores de uma crescente rinha ente Smith e Presidente Mckay. Mckay desprezava controvérsias na Igreja e não se sentia confortável com a controvérsia que o livro de Smith havia criado. Não obstante, o profeta não fez nenhuma tentativa pública ou privada para silenciar Élder Smith. Alguns intelectuais S.U.D. reconheciam que haveria inevitáveis diferenças de opinião sobre uma variedade de tópicos entre os membros, e mesmo entre a liderança da Igreja. Falando aos estudantes e professores da BYU em 1958, Élder Hugh B. Brown declarou:

Tanto religiosos e cientistas precisam evitar o arrogante dogmatismo... . Cientistas e mestres de religião discordam entre eles mesmos sobre assuntos teológicos e diversos...Mesmo em nossa própria igreja homens entram em discussões uns com os outros e contendem por suas próprias interpretações. Mas esta troca de idéias não é para ser deplorada desde que os homens permaneçam humildes e ensináveis. 43

O genro de Joseph Fielding Smith, Bruce R. Mckonkie, tomou partido de seu sogro e em 1958 publicou Mormon Doctrine. Tal qual o livro de Smith, Mórmon Doctrine foi largamente aceito pelos membros. Seguindo os passos das teorias de Smith (aproximadamente um terço de suas referências vieram dos dez livros escritos por Smith), 44 Mckonkie denunciou a evolução. “Aqueles filósofos educacionais”, ele escreveu em seu compendium de 1958, “que negam a Cristo e a origem divina do homem como uma progênie de Deus (referindo-se especialmente às teorias da evolução orgânica), são inspirados e sustentados por Satanás.”45 Enquanto o livro de Mckonkie se dirigia para o público SUD em geral, nem todos os membros ou autoridades gerais deram boas-vindas à nova publicação de McConkie.

A partir da perspectiva apresentada pelos escritos de Smith e McConkie, muitos membros chegaram a conclusão que a igreja é oficialmente anti-evolução. Entretanto, existiram outras publicações ao longo dos anos que deveriam ter rebatido tal mito. Em 1965, por exemplo, David Lawrence Mckay, filho do Presidente Mckay e membro da superintendência geral da igreja para a Escola Dominical, trouxe a atenção de seu pai um artigo publicado pelo botanista da BYU Bertrand Harrison o qual discorria sobre evolução orgânica. Mckay gostou do artigo suficientemente para aprová-lo sua publicação no Instructor de Julho de 1965. Bergera e Priddis notaram que este “foi o artigo mais pró-evolução que jamais apareceu num periódico oficial da Igreja.” 46 Por volta de Dezembro do mesmo ano, o discurso de Talmage “A Terra e o Homem”, foi reimpresso também no Instructor.

Bruce R. McConkie, entretanto, continuou a avançar suas idéias antievolucionárias, e em 1980 listou evolução como uma das “sete heresias mortais”. 47 Outros apóstolos da mesma forma favoreceram a idéia de evolução de Smith-McConkie. Na Conferência Geral de Outubro de 1970, por exemplo, Élder Ezra Taft Benson disse:

Se a vossas crianças forem ensinadas as inverdades da evolução nas escolas públicas ou mesmo nas nossas escolas da Igreja, providenciai para elas uma cópia da excelente refutação do Presidente Joseph Fielding Smith em seu livro “O Homem: Sua Origem e Destino.” 48

Para uma perspectiva mais equilibrada ou neutra, citamos as palavras do então profeta Spencer W. Kimball, quem, falando a um serão para todas as mulheres disse:

O Homem tornou-se uma alma vivente – humanidade, macho e fêmea....Nós não conhecemos exatamente como sua vinda a este mundo aconteceu, e quando estivermos prontos para isto compreender o Senhor nos dirá.49

Em 1971 Dallin Oaks assumiu o lugar de Élder Wilkinson como presidente da BYU e rapidamente descobriu a séria natureza da controvérsia sobre evolução

entre os estudantes e professores. Enquanto Oaks assumiu um papel de neutralidade, ele permitiu e defendeu o ensino da evolução na BYU. 50 A atual posição da BYU em relação a evolução é expressa em uma carta de Michael Whiting (um professor da BYU que leciona evolução) a meu amigo Marc Schindler, o qual questionou Whiting concernente a uma discussão on-line em que alguém alegou se a evolução fosse “verdadeira” então seria ensinada na BYU. Desde que ela não era ensinada na BYU, esta pessoa alegava então que a igreja deveria ter um problema com ela.   Michael Whiting para Marc Schindler, 3 de Março 3, 2000   Caro Marc,  

O tópico sobre evolução e tratado na BYU da mesma maneira que é abordado em outras universidades. Eu leciono Zoologia 475 (Biologia Evolucionária) a cerca de 150 alunos todo semestre, o curso tem permanecido no currículo pelo menos nos últimos 15 anos, e não há nenhuma indicação de que algum dia saia daí. A primeira presidência deu seu apoio ao curso e (sabiamente) permite aos professores a ensiná-lo em linha com as atuais teorias e dados sobre biologia evolucionária. O grupo de biologistas evolucionários na BYU tem na verdade crescido nos últimos três anos, e temos uns dos maiores e mais ativos programas em Sistemática Filogenética (essencialmente, genealogia dos organismos) do país. E nós mais recentemente recebemos uma grande infusão de dinheiro da Administração da BYU para expandir o programa de biologia evolucionária para adoção de estatísticos e programadores de computação. A única coisa de diferente na BYU é que tento incorporar umas poucas apresentações sobre a história da idéia da evolução dentro da fé SUD em alguns cursos que leciono. Então a biologia evolucionária é de fato um dos maiores e mais bem sucedidos programas na BYU (nos últimos três anos meus colegas de pesquisa e eu trouxemos aproximadamente 2 milhões de dólares em direitos externos de pesquisa, 48% dos quais estão diretamente depositados nos cofres da Igreja como “custos indiretos”), e existem muitos SUD fiéis que não se sentem magoados com a noção de uma criação que seguiu princípios naturais. Desta forma, seguindo a lógica do membro que o desafiou, uma vez que a BYU realmente ensina evolução e é um programa de grande sucesso na “Universidade do Senhor”, então ela deve ser verdadeira. Embora, é claro eu deteste este tipo de lógica.   Saudações, Mike51  

Ao longo dos anos, vários líderes SUD tomaram um lado ou outro quanto a questão evolução. Enquanto artigos anti-evolução ou comentários tem aparecido ocasionalmente na Ensign, alguns artigos neutros sutis pró-evolução ocasionalmente aparecem lá também. A mais recente, e a mais autoritativa palavra sobre a posição oficial SUD sobre a evolução é encontrada na Enciclopédia do Mormonismo. Este conjunto de cinco volumes impresso em 1992

com a mais estrita supervisão da liderança da Igreja (supervisionada por Neal A. Maxwell e Dallin H. Oaks) e editada por Daniel H. Ludow, que era o secretário executivo do Comitê de Correlação da Igreja, contém dois artigos relevantes a nosso tópico. Sob o título “Origem do Homem” na Enciclopédia, pelo antropologista SUD, John L. Sorenson, lemos:

Muitos membros simpáticos às teorias científicas interpretam certas declarações na escritura SUD como significando que Deus usou uma versão da evolução para preparar corpos e circunstâncias do meio ambiente para os espíritos pré-mortais... . Certas declarações de várias Autoridades Gerais também são usadas por proponentes desta idéia para justificar suas opiniões. Outros Santos dos Últimos Dias aceitam uma leitura mais literal das passagens das escrituras as quais sugerem para eles uma criação abrupta. Proponentes desta visão também apóiam suas pressuposições com declarações das escrituras e das Autoridades Gerais. 52

Sorenson também percebe que “o atual estado da verdade revelada sobre a doutrina SUD da origem do homem pode permitir algumas diferenças de opiniões concernentes à relação entre ciência e religião.” Sob o título “Evolução”, encontramos um artigo por William E. Evenson, um professor de física da BYU, que trabalhou e gastou um longo tempo para completar o artigo e que foi eventualmente utilizado na Enciclopédia. O artigo começou com 1.000 palavras de extensão mas cresceu até alcançar 4.500 palavras. Evenson nota que “finalmente”, na primavera de 1991, a Primeira Presidência e o Quórum dos Doze “revisou o material e” decidiu que queriam apenas um artigo curto referindo-se às declarações da Primeira Presidência sobre o assunto, as quais são as únicas fontes definitivas de doutrina da Igreja. O resultado final na Enciclopédia é de apenas 258 palavras de extensão.” 53 O artigo lê:

A posição da Igreja sobre a origem do homem foi publicada pela Primeira Presidência em 1925: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, baseando sua crença na revelação divina, antiga e moderna, declara que o homem ser a direta e linear progênie da Deidade... .O homem é filho de Deus, criado segundo a imagem divina e investido com atributos divinos....

As escrituras nos dizem porque o homem foi criado, mas elas não nos dizem como, embora o Senhor tenha prometido que ele falará sobre isso quando voltar novamente (D&C 101:32-33). Em 1931, quando havia intensa discussão sobre a questão da evolução orgânica, a Primeira Presidência da Igreja, então constituída dos Presidentes Heber J. Grant, Anthony W. Ivins, e Charles W. Nibley, se dirigiram a todas as autoridades gerais da Igreja sobre o assunto e concluíram:

Sobre as doutrinas fundamentais da Igreja todos nós estamos de acordo. Nossa missão é levar a mensagem do evangelho restaurado ao mundo. Deixai geologia, biologia, arqueologia e antropologia, nenhuma das quais tem a haver com a salvação das almas da humanidade, para a pesquisa científica, enquanto magnificamos nosso chamado no reino da Igreja....

Sobre uma coisa todos nós deveríamos ser capazes de concordar, nomeadamente o que os Presidentes Joseph F. Smith, John R. Winder e Anthon H. Lund estavam corretos quando disseram, “Adão é primeiro pai de nossa raça” [Minutas da Primeira Presidência, 7 de Abril de 1931].54

Evenson nota que “o papel da evolução orgânica no desenvolvimento da vida na terra é um bom exemplo de uma questão que não está definida na Igreja.”55

No mesmo ano em que a Enciclopédia do Mormonismo foi publicada (1992), foi pedido a Evenson para preparar um material sobre evolução para estudantes da BYU que estivessem interessados na posição da Igreja. O conteúdo deste material foi formalmente aprovado pelo Conselho de Educação da BYU, que inclui a Primeira Presidência, a maior parte do Quórum dos Doze, e várias outras autoridades gerais. 56 Este material, que está ainda disponível na Biblioteca da BYU assim como também na internet, 57 contém as três primeiras declarações oficiais sobre o assunto (1909, 1910 e 1925) assim também como o artigo sobre evolução da Enciclopédia do Mormonismo. 58 A página de capa deste material nota: “Embora nunca tenha existido uma declaração formal da Primeira Presidência abordando a questão geral da evolução orgânica como um processo para o desenvolvimento das espécies, estes documentos deixam claro a posição oficial da Igreja concernente a origem do homem” (ênfase no original).

Ironicamente, enquanto a posição oficial SUD sobre evolução seja neutra, a maioria dos comentários relacionado à evolução que aparecem nas publicações oficiais da igreja tem sido hostil à evolução.59 Por exemplo, no Guia de Estudo ao Sacerdócio de Melquisedeque, em uma lição intitulada “A Origem Divina do Homem,” o manual cita Joseph Fielding Smith Procurai Diligentemente. “Agora, a evolução guia os homens para longe de Deus. Homens que têm fé em Deus, quando se tornam convertidos a esta teoria, abandonam-no.”60

Mais recentemente, dois outros artigos sugerindo hostilidade para uma posição neutra em relação à evolução pode ser encontrado nos Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph F. Smith e na Ensign de Fevereiro de 2002. Nos Ensinamentos dos Presidentes da Igreja, que foi o manual de instrução para o Sacerdócio de Melquisedeque e Sociedade de Socorro para o ano de 2001, encontramos porções selecionadas da declaração da Primeira Presidência sobre a “Origem do Homem” o qual sugere que a aceitação da evolução seria contrário ao evangelho. 61

Na Ensign de Fevereiro de 2002, encontramos uma reimpressão da mesma declaração da Primeira Presidência de 1909 sem notar as declarações de 1910, 1925, 1931 ou as adições ao tópico na Enciclopédia do Mormonismo.62

Para leitores da Ensing não familiares com as idéias adicionais acrescentadas nestas declarações posteriores a 1909, a reimpressão da declaração de 1909 pode implicar uma rejeição da evolução nos fundamentos do evangelho.

Como outros mitos, tanto dentro como fora da Igreja, o mito da “evolução como um mal” é perpetuado pelas massas que não estão familiarizadas com a informação que refuta tais falsidades. O tópico sobre evolução não é único neste aspecto. Por exemplo, enquanto os leitores de Dialogue estão cientes de que o Presidente George Albert Smith refutou a Mensagem de Junho de 1945 aos “Professores das Alas” que declarava “quando nossos líderes falam, nosso arrazoamento acaba” 63 muitos Santos dos Últimos Dias não estão apenas inconscientes da refutação do Presidente Smith a esta declaração, mas alguns Santos repetem a declaração como se ela fosse doutrinária. Semelhantemente,

uma pesquisa de 1985, conduzida por Richley Crapo na Universidade de Utah, descobriu que um grande número de questões que são nos níveis mais básicos aceitas ou rejeitadas pelos membros são contrárias a posição oficial SUD.64 Sobre a questão evolução, por exemplo, a pesquisa de Crapo descobriu que 57% daqueles na amostra acreditavam que a posição oficial SUD era anti-evolução, e apenas 38% corretamente identificaram a posição oficial como neutra. 25% daqueles que pessoalmente aceitavam a evolução acreditavam que suas idéias fossem contrárias a uma suposta posição oficial antievolução da igreja, e 70% daqueles que rejeitavam a evolução acreditavam que esta era a posição oficial da Igreja sobre o assunto. 65

Enquanto um grande número de Santos-dos-Últimos-Dias lerá os artigos da Ensign que geralmente não estimam a evolução, há ainda algum conforto pelo fato de que em adição aos artigos acima mencionados da Enciclopédia do Mormonismo e do material da BYU sobre evolução, outras fontes conservadoras embora menos familiares publicações SUD são mais liberais em sua abordagem da evolução orgânica. BYU Studies e a Revisão Crítica de Livros da FARMS, por exemplo, tendem a expressar uma abrangente posição pró ou neutra em relação ao tópico. 66

A popularidade destas fontes alternativas de publicações SUD-relacionadas, assim como também publicações tais quais as do Dialogue e Sunstone e o crescimento exponencial de websites com informação SUD – muitos dos quais promovem uma posição neutra ou pró em relação à evolução67 – sugerem que em pouco tempo possamos ver a derrocada de um mito Mórmon em que o ensino ou aceitação da evolução incorra em apostasia. 68   1. Improvement Era, November 1909, 75-81.2. James C. King, The Biology of Race (N.Y.: Harcourt Brace Jovanovich, Inc., 1971), 160, 163. See also http://www.standard.net/standard/news/news_story.html?sid=20010628232006.6C A90+cat=news+template=news1.html3. Improvement Era, April 1910, 570. Embora não haja nenhum nome do autor ligado a esta declaração, um grande número de estudiosos tem sugerido que Joseph F. Smith foi responsável pelo material uma vez que ele e Edward H. Anderson eram os editores (veja Duane E. Jeffery, “Seers, Savants and Evolution: The Uncomfortable Interface,” Dialogue 8 (Autumn/Winter 1973): 60; David John Buerger, “The Adam-God Doctrine,” Dialogue 15 (Spring 1982): 41; Erich Robert Paul, Science, Religion, and Mormon Cosmology [Urbana and Chicago: University of Illinois Press, 1992], 175).4. Gary James Bergera and Ronald Priddis, Brigham Young University: A House of Faith (Salt Lake City: Signature, 1985), 150.5. Ibid., 134-48.6. The Juvenile Instructor 46 (April 1911): 208.7. Ibid., 208-9.8. Deseret News, December 27, 1913, sec. 111, p. 7; reprinted in the Church News section of Deseret News, September 19, 1936, pp. 2, 8; quoted in Jeffery, “Seers, Savants and Evolution,” 62.9. Editors’ Table, Improvement Era 28 (September 1925): 1090-91

10. Richard E. Sherlock and Jeffrey E. Keller, “ ‘We Can See No Advantage to a Continuation of the Discussion’: The Roberts /Smith/Talmage Affair,” Dialogue 13 (Fall 1980): 63.  11. Ibid., 65.  12. Joseph Fielding Smith, “Faith Leads to a Fulness of Truth and Righteousness,” Utah Genealogical and Historical Magazine 21 (Oct. 1930): 145-58; quoted in Jeffery, “Seers, Savants and Evolution,” 63.  13. Sherlock and Keller, “We Can See No Advantage,” 98.  14. Ibid., 99.  15. Quoted in Jeffery, “Seers, Savants and Evolution,” 64.  16. Jeffrey E. Keller, “Discussion Continued: The Sequel to the Roberts/Smith/ Talmage Affair,” Dialogue 15 (Spring 1982): 81.  17. Ibid., 81.  18. April 7, 1931, reprinted in The Essential James E. Talmage, ed. James P. Harris (Salt Lake City: Signature, 1997), 237.  19. Talmage Journals, Nov. 21, 1931, quoted in Keller, “Discussion Continued,” 84.  20. Keller, “Discussion Continued,” 84.  21. James A. Talmage, “The Earth and Man,” address delivered in the Tabernacle, Salt Lake City, Utah, Sunday, August 9, 1931; also available on-line at http://www.fri.com/~allsop/eyring-l/faq/evolution/Talmage/1931.html  22. James B. Allen, “The Story of The Truth, The Way, The Life,” BYU Studies 33 (1993):727.  23. April 5, 1930; reprinted in Harris, The Essential Talmage, 239.  4. Reprinted in Sterling B. Talmage, Can Science Be Faith-Promoting?, ed. Stan Larson (Salt Lake City: Blue Ribbon Books, 2001), 245.  25. April 5, 1930; in Harris, The Essential Talmage, 239; emphasis added.  26. Keller, “Discussion Continued,” 39.  27. Ibid., 86-87.  

28. Heber J. Grant Diary, 16 and 17 November 1931, according to typescript in Strack Collection; quoted by Stan Larson, ed., in Talmage, Can Science Be Faith Promoting?, lviii (emphasis added).  29. “The Twentieth Annual Convention of Teachers in the Schools and Seminaries of the Church of Jesus Christ of Latter-day Saints,” 21-22 Oct. 1925, Brimhall Papers, quoted in Bergera and Priddis, BYU: A House of Faith, 150.  30. April 20, 1934, reprinted in Talmage, Can Science Be Faith-Promoting?, 222-23.  31. July 17, 1934, reprinted in ibid., 228-29.  32. John A. Widtsoe, Evidences and Reconciliations, 156.  33. John A. Widtsoe, “Evidences and Reconciliations,” Improvement Era, May 1948, 205.  34. Jeffery, “Seers, Savants and Evolution,” 65.  35. Ibid., 66.  36. See Steven H. Hatch, “The Reconciliation of Faith and Science: Henry Eyring’s Achievement,” in Dialogue 15 (Autumn 1982): 89.  37. Conference Report, October 1954, 28.  38. McKay to Stokes, February 15, 1957, cited in William Lee Stokes, “An Official Position,” in The Search for Harmony Essays on Science and Mormonism, ed. Gene A. Sessions and Craig J. Oberg (Salt Lake City: Signature Books, 1993), 291-94.  39. Richard D. Poll, “The Swearing Elders: Some Reflections: A Response to Thomas Blakely,” Sunstone 10 (January 1986): 16.  40. George T. Boyd, “”Notes from an Interview with President David O. McKay,” March 1955, as quoted in Bergera and Priddis, BYU: A House of Faith, 154n.  41. Quoted in Hatch, “Reconciliation of Faith and Science,” 89.  42. Edward W. Kimball, “A Dialogue With Henry Eyring,” Dialogue 8 (Autumn/Winter 1973): 103.  43. Hugh B. Brown, “What Is Man and What He May Become,” 24 March 1958, in Speeches, 1957-58, quoted in Begera and Priddis, BYU: A House of Faith, 157.  44. Bergera and Priddis, BYU: A House of Faith, 157-8.

 45. Bruce R. McConkie, Mormon Doctrine (Salt Lake City: Bookcraft, 1958), 180.  46. Bergera and Priddis, BYU: A House of Faith, 159.  47. Bruce R. McConkie, “The Seven Deadly Heresies,” BYU fireside at the Marriott Center June 1, 1980; transcript available on-line at http://www.coolcontent.com/McConkie/heresies.html  48. Conference Report, October 1970, 49.  49. Spencer W. Kimball, “The Blessings and Responsibilities of Womanhood,” 1 Oct. 1975, printed in Ensign, March 1976, 72.  50. See Bergera and Priddis, BYU: A House of Faith, 161-68; also available online at http://www.fri.com/~allsop/eyring-l/faq/evolution/Relatedness_1965.html  51. About.com, LDS Apologetics message board; “The Question,” #71, 2608.71 in reply to 2608.64; online at http://forums.about.com/n/mb/message.asp?webtag=ab-lds&msg=2608.71. Michael Whiting and BYU undergraduate, Taylor Maxwell, were responsible for the 16 January 2003 cover story for the scientific journal, Nature. Using some of the latest DNA researching techniques, Whiting and Maxwell discovered revolutionary information which enhances the study of evolutionary biology. (“Loss and Recovery of Wings in Stick Insects,” Nature, 421: 264-267.)  52. Ludlow, Daniel H. et al., eds., Encyclopedia of Mormonism: The History, Doctrine, and Procedure of The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, 4 vols. (New York: Macmillan, 1992) 3:1053.  53. William E. Evenson, “LDS Doctrine and the Theory of Evolution,” cited by Stan Larson, ed., in Talmage, Can Science Be Faith Promoting?, xxxi. 54. Encyclopedia of Mormonism 2:478.  55. Evenson, cited by Larson, ed., in Talmage, Can Science Be Faith Promoting?, xxxii.  56. Ibid., xxxiii and nn 5 and 6.  57. See http://zoology.byu.edu/zool475/pdf%20files/Evolution%20Packet.pdf and http://eyring.hplx.net/Eyring/faq/evolution/trustees1992.html  58. Evenson, cited by Larson, ed., in Talmage, Can Science Be Faith Promoting?, xxxii n6.  59. Por examplo, uma busca de artigos sobre evolução conforme registrado nos últimos trinta anos nas publicações da igreja rendeu alguns resultados

interessantes. Fui capaz de encontrar dez exemplos em que um autor.orador SUD expressou hostilidade contra a evolução: veja Élder Ezra Taft Benson, “The Book of Mormon is the Word of God,” Ensign, May 1975, 63 ff; Elder Bruce R. McConkie, “The Glorious Gospel in Our Day,” Tambuli, April 1980, 82 ff; Elder Bruce R. McConkie, “Christ and the Creation,” Tambuli, Sept. 1983, 22 ff; Elder Boyd K. Packer, “The Pattern of Our Parentage,” Ensign, Nov. 1984, 66 ff; Bruce R. McConkie, “The Caravan Moves On,” Ensign, Nov. 1984, 82 ff; Elder Russell M. Nelson, “The Magnificence of Man,” Ensign, Oct. 1987, 44 ff; Robert L. Millett, “So Glorious a Record,” Ensign, Dec. 1992, 6ff; Elder George R. Hill, III, “Seek Ye Diligently,” Ensign, June 1993, 21 ff; Lisa M. G. Crockett, “Roots and Branches,” New Era, August 1999, 28 ff; “Gospel Classics: The Origin of Man,” Ensign, Feb. 2002, 26ff. Em contraste, encontrei 6 comentários sobre evolução que eram tanto liberiais, neutros ou abertos a hipótese: veja Dr. Sherwood B. Idso, “Visitors from Outer Space—Meteorites,” Friend, Jan. 1979, 11 ff; F. Kent Nielsen, “The Gospel and the Scientific View: How Earth Came to Be,” Ensign, Sept. 1980, 67 ff; George A. Horton, Jr., “A Prophet Looks at Genesis; Insights from the Joseph Smith Translation” Ensign, Jan. 1986, 38 ff; Don Lind, “Things Not Seen,” Tambuli, June 1987, 42 ff; Morris S. Peterson, “Questions and Answers: Do We Know How the Earth’s History as Indicated from Fossils Fit with the Earth’s History as the Scriptures Present It?” Tambuli, April 1988, 29 ff; Robert J. Woodford, “In the Beginning: A Latter-day Perspective,” Ensign, Jan. 1998, 12 ff.  60. “The Divine Origin of Man,” Choose You this Day: Melchizedek Priesthood Personal Study Guide 1980-81 (Salt Lake City: The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, 1979), 39; see also Joseph Fielding Smith, Seek Ye Earnestly (Salt Lake City: Deseret Book Co., 1970), 283. 61. “Sons and Daughters of the Eternal Father, From the Life of Joseph F. Smith,” ch. 37 in Teachings of Presidents of the Church: Joseph F. Smith (Salt Lake City: The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, 1998), 331 ff.  62. “Gospel Classics: The Origin of Man,” Ensign, Feb. 2002, 26 ff. 1980/81  63. Ward Teachers’ Message for June 1945, “Sustaining the General Authorities of the Church,” Improvement Era, June 1945,. 354. Para a refutação de Presidente Smith desta idéia, na qual diz “não expressar a verdadeira posição da Igreja”, ver “A 1945 Perspective,” an accompaniment to L. Jackson Newell’s “An Echo From the Foothills: To Marshal the Forces of Reason,” Dialogue 19 (Spring 1986): 36-38; emphasis in original.  64. Richley H. Crapo, “Mormonism and Evolution,” working draft for the August 2001 Sunstone Symposium, originally posted to Mormon-L and reposted August 13, 2001 on Eyring-L ([email protected]). Copy of repost in author’s possession.  65. Richley H. Crapo, “Grass-Roots Deviance From Official Doctrine: A Study of Latter-day Saint (Mormon) Folk-Beliefs,” at http://cc.usu.edu~FATH6/grassrts.htm. ver tembém Crapo, “Mormonism and Evolution” (ibid.).  

66. Ver Nissim Wernick, “Man, the Pinnacle of Creation,” BYU Studies 10 (Autumn 1969), 31 ff; Hollis R. Johnson, “Civilizations Out in Space,” BYU Studies 11 (Autumn 1970), 3 ff; Richard Sherlock, book review of Neal Gillespie, Charles Darwin and the Problem of Creation, in BYU Studies 22 (Winter 1982), 119 ff; A. Lester Allen, “Science and Theology: A Search for the Uncommon Denominator,” BYU Studies 29 (Summer 1989), 71 ff; Scott Wolley review of The Book of Mormon: Jacob through Words of Mormon, to Learn with Joy, eds., Monte S. Nyman and Charles D. Tate, Jr., in FARMS Review of Books, 3 (1991): 106; Michael F. Whiting, review of Clark A. Peterson, Using the Book of Mormon To Combat Falsehoods in Organic Evolution, in FARMS Review of Books, 5 (1993): 212; Daniel C. Peterson, “Editor’s Introduction: Doubting the Doubters,” FARMS Review of Books, 8, no. 2 (1996): x.  67. Para uns poucos exemplos ver: http://www.cs.umd.edu/users/seanl/stuff/Evolution.html, http://www.etungate.com/Evolution.htm , e http://zoology.byu.edu/bioethics/chapter4.htm.   68. Especial agradecimento a Marc Schindler pela suas sugestões e pertinentes comentários (Nota do tradutor. Marc Schindler acaba de falecer no começo de Outubro deste ano, 2003. Meus pêsames a este grande apologista e historiador SUD)   Conversão de um Cientista Ateu

Traduzido da Ensign (Março de 1990)

 Um cientista italiano pôs-se a investigar a Igreja De Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. O livro De Mórmon passou em seus testes - e ele mudou a sua vida.

Para Mario Ottaviano, a resposta era simples: Não, seus filhos não tomariam aulas de religião em sua escola em Roma. Como ateu, filho e neto de ateus, ele não acreditava em nenhuma religião.

Mas logo seus filhos estavam voltando da escola chorando. Eles eram os únicos na escola que não estavam assistindo às aulas - os únicos que não pertenciam a nenhuma religião. Outros alunos os perturbavam por causa de suas faltas de crença. Eles queriam que seu pai ao menos listasse alguma religião para eles, mesmo se eles não assistissem a nenhuma aula de religião.

E então começou a procura do Doutor Otaviano pela correta igreja para seus filhos. Ele não tinha nenhuma intenção de estar ele mesmo envolvido com qualquer religião.

Mas a sua busca despertaria nele uma fé que não pensasse existir dentro dele. O doutor, um respeitado pesquisador em engenharia genética e biofísica, procurou abordar a questão cientificamente.

Ele começou por rever a informação de todas as igrejas listadas em um vasto catálogo produzido pelo Vaticano.

Embora ele não acreditasse em nenhuma religião, Cristã ou Judaica, ele era um descendente de Judeus, assim automaticamente descartou qualquer organização anti-semítica. Ainda, em todo o catálogo, ele não encontrou nenhuma igreja cujas crenças parecessem suportar seus testes de lógica.

Elas eram "vazias", reconta ele - basicamente igrejas de homens. Sua busca metódica ocupou meses de seu tempo livre. Finalmente, em um pequeno livro de sua própria biblioteca, ele encontrou uma referência ao Livro de Mórmon e a igreja Mórmon.

Ele checou sua enciclopédia "para descobrir o que era o Mormonismo, e quem era este tal de Joseph Smith." A informação de sua enciclopédia era superficial. Um amigo, um professor de história religiosa, assegurou-lhe que era uma igreja Marxista. Mas o próprio Doutor Ottaviano era um líder Marxista Italiano, ele detinha posições educacionais em organizações de afiliação comunista e era fundador de uma organização Ítalo-Soviética de intercâmbio cultural e educacional. Ele não via como qualquer religião pudesse coexistir com o Marxismo.

Foi um outro amigo, um professor da Universidade de Nápoles, que deu ao doutor alguma literatura que explicava crenças básicas dos Santos dos Últimos Dias. Este material lhe dizia que Deus o Pai e Jesus Cristo eram seres separados e ambos possuíam corpos materiais. "Eu achei aquilo verdadeiro," ele relembra. "Ninguém nunca me disse que você deveria ajoelhar e orar, mas eu fiz isto espontaneamente."

Ele sentiu que deveria aprender mais. "Então eu comecei a procurar por esta igreja. Onde estava a igreja Mórmon?" Ele encontrou o endereço de uma capela SUD local, e ele e seu filho mais novo, Marco, a visitaram no domingo de manhã. Após fazer algumas perguntas, ele foi apresentado a dois missionários. Ele lhes pediu para que viessem e ensinassem religião para seus filhos - "apenas para meus filhos, não para mim e minha esposa." Sua esposa, Stefania, também não acreditava em qualquer religião. Como uma pesquisadora na área de câncer para bebês e crianças, ela houvera se horrorizado por muitas das coisas que havia visto. Sem compreender o propósito da vida (a igreja de sua infância não tinha nenhuma resposta para ela), ela recusou-se a exercer fé em um deus que deixaria tais coisas acontecerem com as pequenas criancinhas.

Doutor Ottaviano, deixou claro ao seu filho e filhas de que se eles compreendessem e acreditassem no que os missionários ensinassem, eles poderiam escolher ser batizados naquela igreja. Mas ele intencionava manter sua tradição de não envolvimento em questões de fé. A princípio, o doutor manteve-se à distância das palestras dos missionários em seu lar. Ele ouviu um pouco a convite dos missionários, mas quando foi convidado a participar, ele recusou, dizendo-lhes que "seria como um gato brincando com um rato." Ele os achou "cheio de fé, mas faltava-lhes conhecimento em muitas coisas." Ele deixou claro que eles não estavam no seu nível de intelectualidade e de educação. Haveria alguém em sua igreja preparado para responder suas questões? Sim, replicaram eles, ele poderia encontrar-se com o presidente de missão (que também detinha um PHD).

Esse encontro não aconteceu por algum tempo, mas Doutor Ottaviano e sua esposa ouviram mais algumas palestras. Ela foi inicialmente mais receptiva do

que ele por causa de sua antiga experiência religiosa, mas dentro de pouco tempo ele encontrou-se lendo o Livro de Mórmon.

"Quanto mais eu lia, mais aterrorizado eu ficava, pois era como de as vozes de meus ancestrais surgissem daquelas páginas," ele reflete. No curso de seu estudo, ele sujeitou o Livro de Mórmon a vários testes que ele considerava científicos. Em um período de doze horas, por exemplo, ele leu o livro de capa a capa, começando a anotarnotas detalhadas no verso designadas para lhe mostrar se o livro mantinha sua consistência interna. Ele mantinha. Várias vezes ele tomaria pequenas seções do Livro de Mórmon e dava para alguns amigos instruídos - rabis, ou cientistas familiarizados com textos antigos - e lhes perguntava o que eles achavam. Eles lhe garantiram que os textos eram autênticos; de que fonte antiga eles vieram?

O doutor não disse a seus amigos a fonte, uma vez que eles provavelmente rejeitariam um livro conectado a uma igreja em particular. Mas ele lhes assegurou que um dia lhes mostraria o livro do qual as passagens foram tomadas, e que eles poderiam reconhecer a veracidade daquilo como ele havia verificado.

Em 4 de Dezembro de 1986, no dia do batismo de suas duas filhas (Sahara e Ljoya haviam alcançado a idade de batismo, mas o seu filho Marco ainda não), Doutor Ottaviano encontrou-se pela primeira vez com Dwight B. Williams, o então presidente da Missão Itália Roma. Três dias mais tarde eles tiveram a primeira do que seriam muitas palestras doutrinárias.

Presidente Willians não teve nenhum problema em tratar as indagações do Doutor Ottaviano em seu próprio nível intelectual, e algumas vezes as discussões seguiriam por horas.

O doutor tornou-se tão ansioso em sua investigação da igreja que deixou seu trabalho e suspendeu suas conexões com as associações e institutos Marxistas, dizendo a eles que estaria indefinidamente ocupado e não teria tempo para estar envolvido. Sua família viveu de suas economias e receitas de alguns investimentos, em adição ao salário de sua esposa, durante meses enquanto ele devotava horas cada dia a fim de estudar o evangelho.

Então chegou o dia em que o Presidente Williams lhe disse que ele já havia estudado mais do que o suficiente; era hora de procurar a ajuda do Santo Espírito no conhecimento da verdade. Mas o doutor já houvera chegado a esta conclusão por si mesmo. "Naquela altura, todas as minhas dúvidas teológicas haviam sido respondidas, e eu estava estudando a estrutura da Igreja." Ele percebeu que sua reação intelectual aos jovens missionários que haviam ensinado os seus filhos não havia mostrado a humildade requerida quando alguém está ponderando verdades eternas. Ele sabia que era hora de parar de procurar por provas científicas do evangelho e começar a examinar o assunto com o coração.

Doutor Ottaviano relembra claramente o instante quando ele percebeu que tinha um testemunho do Livro de Mórmon. Ele estava importunando uma jovem sister missionária com questões durante uma intensa discussão, ela bateu o livro contra a mesa em profundo desapontamento pela sua atitude de cabeça-dura. Aquilo o magoou ao ver o livro tratado daquela forma, pois ele sabia que era a palavra de Deus. No próximo dia, ele foi até seu amigo, Presidente Willians, e marcou a sua data de batismo.

Ele foi batizado em 18 de Março de 1987. Stefania foi batizada dois meses mais tarde. Várias vezes ela se maravilhara na intensidade do escrutínio do evangelho pelo seu marido. Quão estranho que aquilo pudesse tê-lo afastado temporariamente dos estudos científicos que ele tanto amava! E ele se perguntava, após o seu batismo, como os seus companheiros Marxistas iriam aceitar a sua decisão. Mas quando um outro membro da Igreja lhe perguntou se ele planejava continuar com suas afiliações comunistas, Irmão Ottaviano replicou que era claro que ele não poderia, pois antes de tudo, Marxismo havia sido previamente a sua religião.

Para sua surpresa, uma vez que ele explicou sua conversão a eles, seus colegas comunistas o compreenderam perfeitamente. Referindo-se a sua crença no Livro de Mórmon, eles arrazoaram:"Antes que você fosse Marxista, você era Hebreu, e esta é a História de seu povo." Eles concordaram que ele deveria agora seguir o caminho que havia escolhido.