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Ciências Humanas e suas Tecnologias - História
Ensino Médio - 3º anoO conceito de resistência a partir da luta travada pelos
próprios escravos e pelo movimento abolicionista
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HISTÓRIA - 3º anoO conceito de resistência a partir da luta travada pelos próprios escravos e pelo movimento abolicionista
ÍNDICE
1. Introdução
2. Ser escravo no século XIX
3. Resistência escrava
4. O movimento abolicionista
5. Conclusão
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1. INTRODUÇÃO
O estudo da história da escravidão africana nas Américas vem sendo discutido sob diversas perspectivas temáticas, ao longo dos últimos anos. Os pesquisadores, de acordo com seus questionamentos e referenciais, estimularam o debate de pontos como: demografia e famílias escravas, economia da escravidão, revoltas cativas e quilombos, etnicidade, nação, abolição e transição para o trabalho livre; contribuindo para a compreensão do cativeiro em suas distintas formas de ocorrência. Neste espaço, vamos focar no “ser escravo”, nas suas formas de resistência e no papel dos abolicionistas.
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2. SER ESCRAVO NO SÉCULO XIX
Quando se fala em escravidão no Brasil, no século XIX, qual a primeira imagem que lhe vem à mente?
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Gravura de Jean Baptiste Debret.
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Escravo no pelourinho sendo açoitado. Escravos transportando carga.
Geralmente, as primeiras referências que nos ocorrem são os castigos e as duras atividades diárias.
Imagem: O Pelourinho. Gravura de Jean Baptiste Debret / United States Public Domain.
Imagem: Negros de Carro. Gravura de Jean Baptiste Debret / United States Public Domain.
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Entretanto, "ser escravo no Brasil”¹ não foi uma experiência homogênea, perceber a heterogeneidade de sua existência é um caminho para compreender as diversas possibilidades de resistência à escravidão.
Nos estabelecimentos agrícolas (nas regiões rurais) e na áreas urbanas, a escravidão no Brasil do século XIX era mais comum e cotidiana do que se imagina. Estudaremos, a seguir, as características gerais da escravidão.1. “Ser escravo no Brasil” é título de um importante livro sobre a escravidão negra brasileira, escrito pela historiadora Kátia M. de Queirós Mattoso.
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2.1 “Os escravos rurais”:•Eram a maioria dos cativos;•Habitavam senzalas;•Utilizados, principalmente, na economia canavieira (Nordeste) e cafeeira (Sudeste);•A maioria trabalhava em todo o processo de produção. No caso específico do açúcar, poderiam ser encontrados na lavoura, passando pela produção do açúcar no engenho, na casa da moenda, nas caldeiras e na casa de purgar. Foram empregados também na agricultura de abastecimento interno, na criação de gado e nas pequenas manufaturas. Trabalhavam de quatorze a dezesseis horas.
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2.2 “Os escravos urbanos”:
•Tinham empregos diversificados, por isso alguns possuíam liberdade de locomoção;
•Podiam residir em domicílio separado, mediante negociação com seu senhor;
•Mestres artesãos utilizavam também escravos treinados em trabalhos artesanais, por isso tais escravos eram geralmente mais caros;
•Encarregavam-se do transporte de objetos, dejetos (os “tigres”) e pessoas, além de serem responsáveis por uma considerável parcela da distribuição do alimento e da água que abastecia os centros urbanos;
•Havia ainda aqueles que trabalhavam nas ruas, prestando serviços, realizando trabalhos manuais ou vendendo artigos, alimentos, etc (1).
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Tente identificar na imagem as características da escravidão urbana estudadas até aqui.Antiga Rua da Cruz, atual rua do Bom Jesus, com chafariz no meio dela. Alguns prédios a esquerda ainda existem. No último plano a Torre Malakoff. Desenho e litografia de Luiz Schlappriz, editada no Recife por Francisco Henrique Carls em 1863. – Exposição Comemorativa Iconográfica do Recife, século XIX.
Presença escrava no espaço público urbano
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Observe os personagens desta imagem: identifique suas vestimentas, suas ocupações e tente imaginar como viviam.
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Escravos quitandeiros e vendedores ambulantes povoavam as ruas de Recife, Salvador, Ouro Preto, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e outras cidades. Estes escravos que percorriam as ruas atrás de ocupação eram chamados de escravos de ganho².
Eles entregavam uma renda fixa, combinada informalmente, por dia, para seu proprietário e o restante usavam para se manter ou guardavam para a compra da alforria (a liberdade). Mas não era tarefa fácil pagar a diária do senhor e poupar (2).2. Caso julgue necessário, retorne aos slides 9 e 10 para observar os escravos de ganho inseridos nas imagens urbanas.
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Este tipo de atividade exigia liberdade de circulação e uma permanência demorada nas ruas. Esta vantagem proporcionou a construção de redes de relacionamento próprias, distante das vistas dos senhores, facilitando as manifestações de resistência.
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3. RESISTÊNCIA ESCRAVA
““O conhecimento que já temos sobre a O conhecimento que já temos sobre a história da escravidão nas Américas torna história da escravidão nas Américas torna de certa forma muito mais fácil demonstrar de certa forma muito mais fácil demonstrar que os escravos não foram pessoas que os escravos não foram pessoas passivas e acomodadas”.passivas e acomodadas”.
REIS, João José. Resistência escrava na Bahia. In Revista Afro-Ásia.
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Por muito tempo, historiadores e pesquisadores acreditaram na teoria de que os escravos teriam aceitado pacificamente a submissão do cativeiro. Achavam que o ideal dos senhores tinha vencido. Entretanto, sabemos que não é verdade. Prova disso é que o cativo cantou e dançou, criou novas formas de se organizar, enganou seus senhores, fingiu estar doente, fugiu, ou seja, resistiu das mais diversas formas possíveis.
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FORMAS DE RESISTÊNCIA
“PASSIVA”
FORMAS DE RESISTÊNCIA
“ATIVA”• Suicídio • Revoltas• Fuga • Violência contra
terceiros• “Matar o trabalho” • Violência contra
senhores e feitores• Formação de
quilombo• Capoeira
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SuicídioUma das reações extremas de protesto dos escravos era a autodestruição da vida. Insatisfeitos com a situação de sujeição em que se achavam, com trabalho excessivo, maus-tratos, humilhações e não tendo possibilidades de mudá-la, recorriam a diversas formas de suicídio. As formas mais comuns eram o autoenvenenamento (mesmo proibidos de portar veneno), afogamento e o enforcamento (estes últimos facilitariam que seus espíritos encontrassem os de seus ancestrais).
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FugaOs cativos fugiam por vários motivos e para muitos destinos. Ao fugir causavam prejuízos econômicos, além de danos à autoridade do senhor.
A liberdade e o fim do controle senhorial eram seus principais objetivos, ainda que fosse perigoso e dependessem da solidariedade de outras pessoas. Eram elas que facilitavam a fuga, forneciam abrigo, alimentação e trabalho para não levantar suspeitas. Geralmente buscavam refúgio em quilombos, fazendas, povoados e cidades (onde se misturavam aos negros livres e libertos).
Algumas vezes se ausentavam por tempo limitado, só para pressionar o senhor a negociar melhores condições de trabalho e sobrevivência, mas depois voltavam (3).
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Nos jornais da época, os anúncios de fuga eram como uma fotografia, uma vez que os escravos eram descritos detalhadamente com o intuito de serem resgatados rapidamente.Neles podemos perceber curiosidades e hábitos que reforçam o caráter heterogêneo desta experiência: Verônica era ladina* e levou uma trouxa de roupa na fuga. Este último elemento leva os pesquisadores a acreditar que, provavelmente, sua fuga foi premeditada.
*Costumava-se dizer que o cativo era ladino quando falava o português, tinha instrução religiosa e executava serviços domésticos. Fragmento do Diário de Pernambuco, 1873-1874.
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Já no segundo anúncio, 2 escravas são reclamadas pelo proprietário de um só vez.Maria tinha uma espécie de tatuagem, costumava beber (apesar de a bebida ser proibida para os escravos), fugia constantemente e era conhecida no Recife. Felippa era idosa, mas isso não a impediu de fugir, sendo levada pelo filho.
Fragmento do Diário de Pernambuco, 1873-1874.
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“Matar o trabalho”
Era a demora na execução das tarefas durante a jornada de trabalho, no cumprimento das ordens dos feitores, a inutilização das ferramentas, ou ainda o fingimento de uma doença. Além de enganar e “prejudicar” o senhor, alguns se autoflagelavam ao perceber o quanto eram valiosos enquanto propriedade.
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Formação de quilombo
Quilombos eram comunidades organizadas pelos negros fugitivos, em locais de difícil acesso. Também refugiavam-se neles índios, homens livres pobres e delinquentes. O maior desses quilombos foi o de Palmares (em Pernambuco, século XVII). Engana-se quem acha que todos eram livres e iguais nos quilombos, existia uma hierarquia liderada por Ganga-Zumba. Palmares pode ter sido o berço das primeiras manifestações da Capoeira.
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CapoeiraMovimentos de luta adaptados às cantorias e músicas para que parecessem uma dança.
Na cidade ganhou a “malícia” dos escravos de ganho.
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(“Jogar capoeira ou danse de la guerre", de J. B. Rugendas, é considerado o primeiro registro preciso sobre a capoeira.)
Imagem: Jogar Capoeira - Danse de la guerre, 1835. Gravura de Jean Baptiste Debret / United States Public Domain.
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HISTÓRIA, 3º anoO conceito de resistência a partir da luta travada pelos próprios escravos e pelo movimento abolicionista
A capoeira reunia não só escravos e libertos, mas também figuras importantes da sociedade. Aos poucos a capoeira foi utilizada como arma na luta entre as facções políticas, sendo os praticantes contratados para interferir em comícios, tumultuar eleições e fazer a segurança da elite.
Em 1864, foram convocados para a guerra do Paraguai, lutando contra soldados estrangeiros.
Após a abolição em 1888, a capoeira sofreu violenta repressão, pois tornou-se um símbolo da resistência do negro à dominação.
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HISTÓRIA, 3º anoO conceito de resistência a partir da luta travada pelos próprios escravos e pelo movimento abolicionista
Fragmento do Diário de Pernambuco, 1873-1874.
Durante o século XIX, a atuação dos capoeiristas foi uma preocupação das elites e ganhou espaço nos noticiários.
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Revoltas
Há basicamente 3 aspectos: a revolta organizada (caso do levante dos Malês muçulmanos na Bahia), a insurreição armada (como a Balaiada) e as fugas.
As rebeliões e insurreições contra o escravismo eram punidas, geralmente, com pena de morte e mesmo assim os escravos não se intimidavam. A delação era uma constante, por conta da heterogeneidade da massa escrava, e com ela era comum abortar o movimento antes de sua realização. Nesse caso a repressão era implacável.
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Violência contra terceiros
O convívio entre homens e mulheres (escravo, liberto ou livre) foi um dos motivos que desencadeou os atos de violência que terminaram em ferimentos e mortes. O bom comportamento e a obediência às normas da sociedade escravista, nestas situações, ficavam em segundo plano.
Estes casos integravam parte da rotina da cidade e tinham motivações diversificadas: ajuste de contas, desentendimento no trabalho, crise de ciúmes, ou de uma tentativa desesperada de conseguir a liberdade.
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Violência contra senhores e feitores
Os homicídios e ferimentos contra senhores eram casos extremos. Na ausência deles, os escravos atacavam os que representavam diretamente a autoridade senhorial, caso dos feitores, que supervisionavam a disciplina do trabalho.
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No livro “Vítimas Algozes”, de Joaquim Manuel de Macedo, somos apresentados a “Simeão, o crioulo”, criado pelos patrões, sem consciência de sua condição de escravo até os 8 anos. Tinha alguns benefícios, cresceu sem trabalhar, mas não deixava de ser escravo.
Esperava ser alforriado quando o patrão morresse, o que não aconteceu. Sua posse foi transferida para o momento em que a esposa falecesse. Simeão, que já alimentava ódio contra os patrões, tramou e realizou, juntamente com comparsas, o assassinato da família toda e o saque do ouro e da prata que guardavam. Vejamos como o autor descreve a cena:
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“Era meia-noite, quando os cães latiram com furor. Hermano acordou ao grito de alerta das suas sentinelas, e quis levantar-se do leito; mas o latir dos cães serenou tão depressa que adormeceu. À uma hora da noite soou três vezes seguidas perto da casa o piar sinistro de uma coruja. Eufêmia, que velava, ergueu-se da esteira e foi, pé por pé, mas trêmula, até a cozinha, que era vasta, estendeu o braço e arranhou a porta. De fora arranham também a porta. Eufêmia dirigiu-se então à janela, desprendeu sem ruído as duas traves de ferro, com o vestido envolveu a enorme tranca igualmente de ferro para ver se abafava o ranger daquele grilhão da fortaleza, hesitou... tremeu... reanimou-se, e suspendendo a respiração e com ímpeto nervoso deu a volta e destrancou a janela que se abriu em par. Saltaram logo para dentro quatro homens; o Barbudo, que trazia espingarda e uma grande faca, dois escravos da fazenda seduzidos por Simeão, e este desprendendo ameaçadores machados. Os cães não latiam mais; Simeão os tinha trancado facilmente em seu quarto. Simeão marchou adiante, ensinando o caminho.
O que em seguida se passou foi horrível. Chegados à sala de jantar o crioulo mostrou ao lado direito a porta do aposento de Hermano e de Florinda; Simeão avançou para a frente e entrou no quarto de dormir de sua senhora. Angélica dormia profundamente, e diante dela em uma esteira ressonava a sua escrava estimada, a mãe de Eufêmia. Simeão aproximou-se do leito, e sem compaixão da fraqueza, sem lembrança dos benefícios levantou o machado, e descarregou-o sobre a cabeça de Angélica, que morreu sem expirar. O machado partira pelo meio a cabeça da protetora e segunda mãe do assassino; mas ao ruído do golpe a velha escrava despertando assombrada, e vendo a cena atroz, soltou um grito pavoroso.
HISTÓRIA, 3º anoO conceito de resistência a partir da luta travada pelos próprios escravos e pelo movimento abolicionista
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Hermano despertara ao estrépito, percebera luz, adivinhara perigo, e saltando da cama tomara um revólver, e com tanta rapidez se lançou fora do quarto, que escapou aos golpes desfechados pelos dois ladrões que o esperavam à porta. Mas o Barbudo se atirou sobre o mancebo, e a luta começou; luta desigual de um contra quatro. Florinda apareceu em desalinho e ululante, e caiu de joelhos a pedir a vida do marido... Simeão a viu nesse desalinho, e correu para ela, agarrou-a, e ultrapassando todos os furores do crime, injuriou-a com o contacto de suas mãos devassas e de seus lábios torpes. Aos gritos de Florinda e à enormidade do insulto, Hermano, já esfaqueado e banhado em sangue, em um arrojo de desesperação, sublime, incrível, com a raiva a lampejar-lhe nos olhos, Hércules de um momento, escapou-se aos braços dos três malvados, a um atirou por terra, a outro arrancou a faca, e de um salto foi cravá-la em Simeão que lhe ultrajava a esposa. Logo porém o Barbudo desfechou um tiro, tiro providencialmente piedoso; porque a bala atravessou dois corações, e Hermano e Florinda caíram mortos ao lado um do outro. Simeão ficara ferido no ombro. Tudo isto se passou em dez minutos ao menos. Mas aos gritos de Florinda, e ao tiro que a matara e ao marido acordou o feitor da fazenda que tocou a rebate, chamando os escravos, que nem todos ausentes, e muitos dos presentes alheios ao atentado, acudiram trazendo por armas foices e machados.”
Reflita sobre o comportamento do crioulo Simeão e tente apontar: suas características, seus costumes, suas redes de sociabilização. Ele era o modelo de cativo ao qual estamos acostumados a pensar? O que o levou a tal ato de violência?
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4. O MOVIMENTO ABOLICIONISTA
O abolicionismo foi um movimento que se destacou a partir da década de 1880, que desejava a abolição total e imediata da escravidão.
Entretanto, desde 1850 o sistema escravista vinha perdendo forças.
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Acontecimentos que colaboraram para o enfraquecimento da escravidão:
•A abolição do tráfico negreiro, por meio da lei Eusébio de Queirós (1850), gerou problemas na manutenção da mão de obra vinda da África;
•A Guerra do Paraguai (1864-1870), em que milhares de escravos foram libertados para combater no lugar de seus proprietários;
•Guerra Civil Americana (1861-1865), que terminou com a vitória dos nortistas, favoráveis ao fim da escravatura;
•O fim da escravidão nos impérios francês e português.
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O movimento abolicionista era composto por integrantes de várias classes sociais, inclusive das elites políticas, por intelectuais brancos, por segmentos do exército, pelas classes médias urbanas que começavam a ter significado na sociedade brasileira e por estudantes universitários.
Foram criados clubes de emancipação, uma espécie de organização secreta para minar as bases econômicas do escravismo, roubando escravos. O mais antigo deles era o Clube do Cupim, com sede em Recife.
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HISTÓRIA, 3º anoO conceito de resistência a partir da luta travada pelos próprios escravos e pelo movimento abolicionista
O teatrólogo Artur Azevedo
O poeta Castro Alves
O jornalista mestiço José do
Patrocínio
O engenheiro negro André de
Rebouças
O jornalista negro Luís
Gama
Merecem destaque:
Imagens da esquerda para a direita: (a) Autor Desconhecido / United States Public Domain. (b) Retrato de André Rebouças, óleo sobre tela, uma das raras pinturas de Rodolfo Bernardelli / United States Public Domain. (c) Albert Henschel, cerca de 1870 / Domínio Público. (d) Albert Henschel /United States Public Domain. (e) Autor desconhecido / United States Public Domain.
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5. Conclusão
Os cativos participaram como protagonistas potencialmente ativos nas relações típicas das sociedades escravistas, extrapolando os limites da convivência com senhores. Ou seja, não desempenharam exclusivamente o papel de vítimas ou de heróis o tempo todo, como identidades isoladas que se excluem. Eles se colocavam, na maioria das ocasiões, numa zona de indefinição, que apesar das muitas semelhanças, supõe-se que não existia um perfil único para esses homens e mulheres que ajudaram a construir parte da história.
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Slide Autoria / Licença Link da Fonte Data do Acesso
4 Dono de Escravo sendo carregado pelos seus
escravos. Gravura de Jean Baptiste Debret, 1816 / Domínio público
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Carried_Slaveowner.jpg
28/02/2012
5.a O Pelourinho. Gravura de Jean Baptiste Debret/Domínio público
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pelourinho.jpg
28/02/2012
5.b Negros de Carro. Gravura de Jean Baptiste Debret / United States Public Domain.
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jean-Baptiste_Debret_-_Negros_de_Carro.jpg
28/02/2012
9 Antiga Rua da Cruz, atual Rua do Bom Jesus. Gravura de Luis Schlappriz entre 1863-68. Domínio Público
http://www.flickr.com/photos/odisea2008/4223783000/
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10 Recife, capital de Pernambuco, meados da década de 1820. Gravura de Rugendas / United States Public Domain.
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Recife_brazil_rugendas.jpg
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11.a Barbeiros ambulantes, 1835. Jean Baptiste Debret / United States Public Domain.
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jean-Baptiste_Debret_-_Barbeiros_ambulantes.JPG
28/02/2012
11.b Negros vendedores de aves, 1823. Jean Baptiste Debret / United States Public Domain.
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jean-Baptiste_Debret_-_Negros_vendedores_de_aves,_1823.jpg
28/02/2012
11.c Negros Cangueiros, 1830. Jean Baptiste Debret / United States Public Domain.
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Debret_-_Negros_Cangueiros.jpg
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18 Autor desconhecido / Diário de Pernambuco.
Tabela de Imagens
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Slide Autoria / Licença Link da Fonte Data do Acesso
19 Autor desconhecido / Diário de Pernambuco. 22 Jogar Capoeira - Danse de la guerre, 1835.
Gravura de Jean Baptiste Debret / United States Public Domain.
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Rugendasroda.jpg
28/02/2012
24 Autor desconhecido / Diário de Pernambuco. 32.a Autor desconhecido / United States Public
Domainhttp://commons.wikimedia.org/wiki/File:Artur_Azevedo.jpg
28/02/2012
32.b Retrato de André Rebouças, óleo sobre tela, uma das raras pinturas de Rodolfo Bernardelli.
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Rodolfo_Bernardelli_-_Retrato_de_Andr%C3%A9_Rebou%C3%A7as.jpg
28/02/2012
32.c Albert Henschel, cerca de 1870 / Domínio Público.
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Alberto_Henschel_-_Castro_Alves.jpg
28/02/2012
32.d Albert Henschel /United States Public Domain. http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Alberto_Henschel_-_Retrato_de_Jose_do_Patrocinio.jpg
28/02/2012
32.e Autor desconhecido / United States Public Domain
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Luiz_Gama.jpg 28/02/2012
Tabela de Imagens