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Indústrias do Cimento Indústrias do Cimento UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA INSTITUTO DE QUÍMICA Alexandre Andrade Cerqueira Alexandre Andrade Cerqueira Janeiro 2015

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Page 1: Cimento portland aula

Indústrias do CimentoIndústrias do Cimento

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIAINSTITUTO DE QUÍMICA

Alexandre Andrade CerqueiraAlexandre Andrade Cerqueira

Janeiro 2015

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IntroduçãoIntrodução

A humanidade descobriu, há muito tempo que algumas rochas naturais, depois de uma simples calcinação, davam um produto que endurecia com a simples adição de água.

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Panteão – GréciaPanteão – Grécia Coliseu Coliseu RomaRoma

As grandes obras gregas e romanas, foram construídas com o uso de solos de origem vulcânica, que possuíam propriedades de endurecimento sob a ação da água.

Histórico

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Histórico• Em 1756 o Engenheiro Inglês Jonh Smeaton

verificou que uma mistura composta de calcário e argila, tornava-se depois de seca, tão resistente quanto as pedras de construção. Ele usou este material para a reconstrução do farol de Edystone na Inglaterra

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O construtor Joseph Aspdin em 1824 patenteou a descoberta, feita pela calcinação do calcário argiloso, batizando-a de cimento Portland, numa referência à Portlandstone, tipo de pedra arenosa muito usada em construções na região de Portland, Inglaterra.

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Definição:Definição:• Cimento Portland é o produto que se obtém

pela pulverização do clínquer constituído essencialmente por silicatos de cálcio hidráulicos, a que não se fizeram adições subsequentes à calcinação, exceto a de água e/ou sulfato de cálcio bruto, além da adição de outros materiais, que podem ser intercominuídos com o clínquer em teor que não exceda a 1%, à vontade do fabricante.

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Existem vários tipos de cimento portland, com teores variáveis de compostos do clínquer:

Tipo I – Cimento Portland comum

Tipo II – Cimento Portland com baixo calor de endurecimento

Tipo III – Cimento Portland de alta resistência inicial

Tipo IV – Cimento Portland de baixo calor de hidratação

Tipo V – Cimento Portland resistente aos sulfatos

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Matérias - primasMatérias - primasMistura e calcinação de materiais calcários e argilosos, em proporções apropriadas.

Algumas fábricas usam produtos artificiais, como:escória de alto-forno,carbonato de cálcio precipitado,

em pequenas proporções:areia, refugos de bauxita,minério de ferro.

Adiciona-se gesso para regular o tempo de pega e endurecimento do cimento. Gipsita (CaSO4. 2H2O), bassanita (CaSO4. 0,5H2O) e anidrita (CaSO4).

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Fabricação do cimento PortlandFabricação do cimento Portland

As matérias-primas são beneficiadas, separadas, através de operações unitárias, nas proporções necessárias e no estado físico apropriado de cominuição e de contato íntimo, para que as conversões químicas possam ocorrer na temperatura de calcinação no forno.

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Processos Úmido e SecoProcessos Úmido e Seco

Em ambos os processos, a etapa de moagem das matérias-primas é muito importante. A moagem em circuito fechado é preferida à moagem em circuito aberto para a preparação das matérias-primas, pois, no primeiro método, os finos são separados e os grossos retornam ao circuito, enquanto no último a matéria-prima é continuamente cominuída até que sua granulometria média tenha atingido o valor desejado.

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No processo a úmidoprocesso a úmido, o material sólido depois da britagem à seco, é reduzido a um estado de divisão fina em moinhos tubulares, ou de bolas à úmido, e passa, na forma de uma suspensão, por classificadores de cuba ou por peneiras.

A suspensão é bombeada para os tanques corretores, onde os braços giratórios mantém a mistura da lama grossa homogênea e se fazem os ajustes finais na composição, antes de alimentar o forno.

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No processo a seco, processo a seco, é especialmente aplicável a rocha de cimento natural a as misturas de calcário e argila, folhelo ou ardósia.

Neste processo os materiais são britados grosseiramente a seco, passam por moinhos giratórios ou a martelos, são secados, classificados e cominuídos mais finamente em moinhos tubulares, e depois classificados pneumaticamente.

Nesta sequência, incluem-se dispositivos de proporcionamento das substâncias.

Antes de entrar no forno, fazem-se uma mistura completa pneumática. Este material seco, pulverizado, entra no forno rotatório, onde ocorrem as reações químicas.

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Nos fornos rotatórios, o calor é proveniente da queima de óleo, ou de gás natural ou de carvão.

Os fornos rotatórios são compridos e ligeiramente inclinados, de modo que a carga caminha lentamente pelo equipamento.

O aumento do comprimento do forno é uma tendência para elevar a eficiência térmica do processo.

No processo a seco os fornos podem ser tão curtos quanto 46m.

No processo a úmido, os fornos podem chegar a 182m.

Os fornos rotatórios (velocidade = 0,5 a 2 RPM) giram, rodam, lentamente, de forma inclinada, de modo que o material que entra pela extremidade superior avança lentamente para a extremidade de queima, mais baixa, levando de 1 a 3 horas no percurso.

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Para se ter maior economia de calor, parte da água é removida da lama do processo a úmido.

Assim sendo, empregam-se filtros de lama e espessadores Dorr.

Os gases de descarga dos fornos são tratados com filtros de sacos e precipitadores eletrostáticos. Em alguns casos usam-se caldeiras a calor perdido, a fim de conservar o calor.

Esse emprego de caldeiras é econômico particularmente no processo a seco, pois os gases de descarga do forno são mais quentes que os provenientes do processo a úmido e podem atingir 800ºC.

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Em virtude de o revestimento do forno rotatório extenso ter que resistir a uma abrasão severa e ao ataque químico em temperaturas elevadas (1450oC), na zona de formação de clínquer, a escolha do revestimento refratário é uma questão difícil.

São usados tijolos de alta alumina (Al2O3) e de alta magnésia (MgO). O produto final que sai do forno é o clínquer. O clínquer é descarregado do forno em arrefecedores pneumáticos.

Nestes arrefecedores do clínquer, é ao mesmo tempo, pré-aquecido o ar de combustão do óleo, gás natural ou carvão.

A pulverização, seguida da moagem fina em moinhos tubulares de bolas, e pelo ensacamento automático, completa o processo.

Durante a moagem fina, adicionam-se diversos agentes retardadores, como gesso, carreadores de ar, dispersores e impermeabilizadores.

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Compostos do cimentoCompostos do cimento

Os cimentos portland contém uma mistura de compostos em quantidades que dependem, em parte, do grau de equilíbrio atingido durante a queima.

Diante de inúmeras análises de cimento portland, fica evidente que a composição do cimento portland se aproxima, da do sistema CaO – SiOCaO – SiO22 e, em aproximações sucessivas, dos sistemas CaO – SiOCaO – SiO22 – Al – Al22OO33, CaO - SiO, CaO - SiO22 – Al – Al22OO33 – Fe– Fe22OO33, CaO – SiO, CaO – SiO22 – Al – Al22OO33 – Fe – Fe22OO33 – MgO – MgO.

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Pega e endurecimento do cimentoPega e endurecimento do cimento

A hidratação e a hidrólise do cimento são responsáveis pelo processo de pega e endurecimento do mesmo.

Os produtos de hidratação e hidrólise do cimento portland tem uma solubilidade baixa (muito baixa) em água.

Se não fosse assim, o concreto em contato com a água seria logo atacado.

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Fluxograma, em perspectiva isométrica, dos processo a seco e a úmido de fabricação do cimento portlandFluxograma, em perspectiva isométrica, dos processo a seco e a úmido de fabricação do cimento portland

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Forno RotativoForno RotativoO forno rotativo é um reator químico, no qual o processo de sinterização da mistura de calcário, argila e outros fundentes resultam em clínquer, a matéria-prima básica do cimento Portland.

Perfil térmico e subdivisões do fornoO perfil térmico do forno varia ao longo de sua extensão, dependendo da temperatura e das reações químicas envolvidas durante o processo.Um forno pode ser subdividido em diversas zonas ou regiões, que estão expostas não somente a desgastes térmicos e químicos, mas também a esforços mecânicos. A influência de um ou mais destes fatores, em maior ou menor proporção, determina o tipo de revestimento refratário requerido para cada zona:

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• Zona de descarbonatação: de 300ºC a 900°C Esta etapa pode ocorrer dentro do forno rotativo ou em modernos precalcinadores, e se constitui de duas etapas: a primeira, entre 300°C e 650°C, em que acontece o aquecimento da farinha acompanhado por uma reação de desidratação; e a segunda, entre 650°C e 900°C, quando começa o processo de descarbonatação do calcário em CO2 e CaO.O primeiro passo é caracterizado pelos seguintes aspectos:• Presença da farinha crua (não há fases minerais formadas); Erosão (devido ao fluxo da farinha); Elevada temperatura;• Evaporação e desidratação (da água) relacionada quimicamente à matéria-prima.Nesta zona é muito importante que os refratários tenham a capacidade de proteger o acionamento do forno (bom grau de isolamento) e boa resistência aos impactos de colagens anômalas. Tijolos com conteúdo de SiO2 inferior a 45% são adequados. Além disso, quando sais alcalinos estão presentes, pode-se desenvolver uma camada vítrea com o álcali na superfície do tijolo, prevenindo sua propagação ou posterior infiltração.Na segunda etapa das reações, ocorre o desenvolvimento de novas fases mineralógicas:- Formação de CaO e CO2; Formação de CA e C2S; Variação de temperatura; Ataque de álcali.Normalmente, recomenda-se utilizar tijolos com um conteúdo de 70% Al2O3, que oferece uma elevada resistência mecânica, baixa porosidade, com o propósito de torná-los resistentes ao ataque químico

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• Zona de transição superior: de 900ºC a 1150°C

É a zona mais instável e difícil para se especificar o tijolo adequado. Embora a faixa de temperatura esteja entre 900°C e 1150°C, são frequentes as incidências de sobrecargas térmicas. Tal fato é ligado à forma da chama, ao tipo de combustível e ao desenho do queimador do forno. Portanto, é nesta região onde começa a aparecer a colagem, embora possa ser instável, afetando a estabilidade operacional do forno.

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• Zona de sinterização: de 1150ºC a 1450°C (+)

Região em que ocorre a clinquerização e onde são alcançadas as temperaturas mais elevadas. Nesta etapa, a reação da CaO livre com o C2S gera o C3S. A fase líquida alcança seu ponto mais elevado a 1450°C. Se o processo estiver sob controle, formará uma colagem estável que protege a zona de queima. Os refratários devem resistir a temperaturas elevadas, infiltração dos silicatos da fase líquida e/ou dos sulfatos alcalinos e facilitar o desenvolvimento de uma colagem estável.Normalmente podemos encontrar nesta zona do forno:• Presença de fase líquida de 18 a 32%, CaO livre e C2S;• Desenvolvimento de C3S pela reação de CaO e C2S, infiltração de fase líquida e formação de revestimento;• Ataque químico de sulfatos alcalinos;• Elevada temperatura operacional.

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• Zona de transição inferior: de 1450ºC a 1400°C (+)

Nesta região, que geralmente opera entre 1400°C e 1200°C, a temperatura começa a cristalizar as fases minerais do clínquer, mas não totalmente. Embora ainda possa ocorrer a presença de fase líquida, é uma etapa de baixa atividade química, considerando que a maior parte de C3S já deve ter sido formada. Apesar disso, é uma zona submetida a intensas variações de temperatura, pois está sob a influência do fluxo de ar secundário do resfriador.Esta zona é caracterizada pelos seguintes aspectos:• Presença da fase líquida;• Ataques químicos de sulfatos alcalinos;• Frequentes variações de temperatura;• Exposição dos refratários a choques térmicos;• Atmosfera Redox;• Influência de fadiga mecânica proveniente dos anéis de rodamento do forno.Para suportar as variações de temperatura sob stress mecânico, esta parte do processo requer a utilização de tijolos básicos com elevada flexibilidade estrutural, baixa permeabilidade a gás, elevado módulo de ruptura a quente e alta elasticidade.

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• Zona de pré-resfriamento: de 1400ºC a 1100°C (+)

Tem a finalidade de promover o resfriamento das fases de clínquer mineral recém-formadas nas regiões anteriores e depende do tipo do resfriador projetado para este forno. Está situada em uma faixa de temperatura que vai de 1150°C até 1100°C. É a zona submetida à abrasão elevada (nódulos de clínquer), acentuada erosão de descarga (pelo pó carreado pelos gases de resfriamento) e esforço mecânico (placas do nariz e anel de retenção dos refratários).As principais características desta zona do forno são:• Elevada abrasão/erosão;• Choques térmicos frequentes;• Elevado esforço mecânico.Na maioria dos fornos modernos equipados com resfriadores de alta eficiência, esta zona não se encontra mais dentro do forno, mas sim no primeiro compartimento de resfriamento.

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• O cimento Portland desencadeou uma verdadeira revolução na construção, pelo conjunto inédito de suas propriedades de MOLDABILIDADE, HIDRAULICIDADE (endurecer tanto na presença do ar como da água), elevadas resistências aos esforços e por ser obtido a partir de matérias-primas relativamente abundantes e disponíveis na natureza.

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Composição

• O cimento Portland é composto por um pó fino com propriedades aglomerantes que endurece sob ação da água.

• Depois de endurecido e mesmo sob ação da água não se decompõem mais (aglomerante hidráulico)

• É o clínquer resultante da queima de uma mistura de argila e calcário, ou de materiais semelhantes.

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Composição

• Constituintes do Cimento Portland:

– Calcário + Argila + Minério de Ferro = Clínquer

– Clínquer + Gesso = Cimento

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Composição

• Clínquer:– Tem como matérias primas o CalcárioCalcário e a argilaargila

situada nas proximidades das fábricas.

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Composição do cimento

•Calcário;

•Argila;

•Gesso.

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Composição do cimento• Calcário:

São constituídos basicamente de carbonato de cálcio CaCO3 e dependendo da sua origem geológica podem conter várias impurezas, como magnésio, silício, alumínio ou ferro. O carbonato de cálcio é conhecido desde épocas muito remotas, sob a forma de minerais tais como a greda, o calcário e o mármore. O elemento cálcio, que abrange 40% de todo o calcário, é o quinto mais abundante na crosta terrestre, após o oxigênio, silício, alumínio e o ferro.

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Composição do cimento

• Tipos de Calcário:

1. calcário calcítico (CaCO3):

2. calcário dolomítico (CaMg(CO3)2);

3. calcário magnesiano (MgCO3)

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Composição do cimento• Argila: • São silicatos complexos contendo alumínio e ferro como

cátions principais e potássio, magnésio, sódio, cálcio, titânio e outros.

• A escolha da argila envolve disponibilidade, distância,

relação sílica/alumínio/ferro e elementos menores como álcalis.

• A argila fornece os componentes Al2O3, Fe2O3 e SiO2. Podendo ser utilizado bauxita, minério de ferro e areia para corrigir, respectivamente, os teores dos componentes necessários, porém são pouco empregados.

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Composição do cimento• Gesso: • É o produto de adição final no processo de fabricação do

cimento, com o fim de regular o tempo de pega por ocasião das reações de hidratação. É encontrado sob as formas de gipsita (CaSO4. 2H2O), hemidratado ou bassanita (CaSO4. 0,5H2O) e anidrita (CaSO4). Utiliza-se também o gesso proveniente da indústria de ácido fosfórico a partir da apatita:

Ca3(PO4)2+ 3H2SO4 + 6H2O → 2H3PO4 + 3(CaSO4 2H2O)

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Fabricação de cimento

O cimento é preparado com 75-80% de calcário e 20-25% de argila. A matéria prima é extraída das minas, britada e misturada nas proporções corretas. Esta mistura é colocada em um moinho de matéria prima (moinho de crú)

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Fabricação de cimento

Finalmente o clinquer é reduzido a pó em um moinho (moinho de cimento) juntamente com 3-4% de gesso. O gesso tem a função de retardar o endurecimento do cliquer pois este processo seria muito rápido se água fosse adicionada ao cliquer puro.

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Processo de fabricação

• Dois métodos utilizados : processo seco e o processo úmido;

• Nos dois métodos os materiais são extraídos das minas e britados de forma mais ou menos parecidas, a diferença porém é grande no processo de moagem, mistura e queima.

• Dos dois métodos produz-se clinquer e o cimento final é idêntico nos dois casos.

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Processo ÚmidoA mistura é moída com a adição de aproximadamente 40% de água, entra no forno rotativo sob a forma de uma pasta de lama. e posteriormente cozidas em um forno rotativo a temperatura de 1450ºC.

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Processo Úmido

• Este foi o originalmente utilizado para o inicio de fabricação industrial de cimento e é caracterizado pela simplicidade da instalação e da operação dos moinhos e fornos. Além disso consegue-se uma excelente mistura e produz muito pouca sujeira necessitando de sistemas bem primitivos de despoeiramento.

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Processo Seco• A mistura é moída totalmente seca e alimenta o

forno em forma de pó. Para secar a mistura no moinho aproveita-se os gases quentes do forno ou de gerador de calor.

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Processo Seco X Processo Úmido

• O processo seco tem a vantagem determinante de economizar combustível já que não tem água para evaporar no forno.

• Comparativamente, um forno de via úmida consome cerca de 1250 kcal por kg de clinquer contra 750 kcal de um forno por via seca.

• O forno de um processo por via seca é mais curto que um forno por via úmida, porém suas instalações de moagem e do forno são muito mais complexas.

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Fabricação do cimento• Os componentes que mais interessam na fabricação do

cimento são:CaO SiO2 Fe2O3 Al2O3

• O Calcário e a argila são misturados e moídos a fim de se obter uma mistura crua para descarbonatação e clinquerização.

• No processo de moagem o material entra no moinho encontrando em contra corrente o ar ou gás quente (~220°C), propiciando a secagem do material. O material que entra com umidade em torno de 5% sai com umidade em torno de 0,9% a uma temperatura de final de 80 graus.

• Depois de moído o material é estocado em silos onde pode ser feito a homogeneização do mesmo;

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Fabricação do cimento• Clinquerização:

É o processo de cozedura do cimento cru onde a temperatura pode chegar a 1450°C.

• Para que ocorra o aquecimento do material cru, o mesmo é lançado numa torre de ciclones onde em fluxo contrário, correm os gases quentes da combustão. Nos ciclones ocorrem a separação dos gases e material sólido. Os gases são lançados na atmosfera após passarem por um filtro onde as partículas, ainda presentes dos gases são precipitadas e voltam ao processo.

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Fabricação do cimento• O processo de clinquerização divide-se em:1. Evaporação da água livre:

H2O (líquido 100°C) → H2O (vapor, 100°C) ΔH = - 539,6 cal/g

2. Decomposição do carbonato de magnésio

MgCO3 (sólido 340°C) → MgO (sólido) + CO2 (gasoso) ΔH=- 270 cal/g

3. Decomposição do carbonato de cálcio

CaCO3 (sólido)→ CaO (sólido)+ CO2 (gás) ΔH= - 393 cal/g

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Fabricação do cimento• Processo de clinquerização (continuação):

4. Desidroxilação das argilas

5. Formação do 2CaO.SiO2

2CaO + SiO2 (1200°C) → 2CaO.SiO2 = silicato dicálcico (C2S)

6. Formação do 3CaO.SiO2

2CaO.SiO2 + CaO (1260 a 1450°C) →3CaO.SiO2 = silicato tricálcico (C3S)

7. Primeiro e segundo resfriamento

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Fabricação do cimentoFabricação do cimento• Termoquímica da calcinação• A formação dos compostos do clínquer consomem pouca

caloria e os principais valores da formação a 1300°C são:

• 2CaO + SiO2 → 2CaO.SiO2 ΔH=- 146 cal/g

• 3CaO + SiO2 → 3CaO.SiO2 ΔH=- 111 cal/g

• 3CaO + Al2O3 → 3CaO.Al2O3 ΔH=- 21 cal/g = aluminato de tricalcio (C3A)

• 4CaO + Al2O3 + Fe2O3 → 4CaO. Al2O3.Fe2O3 ΔH=- 25 cal/g = aliminoferrito de tetracálcio (C4AF)

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Fabricação do cimento

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Tipos de cimento• Os tipos se diferenciam de acordo com a

proporção de clínquer e sulfatos de cálcio, material carbonático e de adições, tais como escórias, pozolanas e calcário, acrescentadas no processo de moagem. Podem diferir também em função de propriedades intrínsecas, como alta resistência inicial, a cor branca etc.

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Tipos de cimentoCP-I Cimento portland comum

CP-II Cimento portland composto

CP-III Cimento portland alto forno

CP-IV Cimento portland pozolano

CP-V-ARI Cimento portland de alta resistência

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Tipos de cimentoCimento Portland Comum: Um tipo de Cimento Portland sem quaisquer adições além do gesso (utilizado como retardador da pega) é muito adequado para o uso em construções de concreto em geral quando não há exposição a sulfatos do solo ou de águas subterrâneas. O Cimento Portland comum é usado em serviços de construção em geral, quando não são exigidas propriedades especiais do cimento.

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Tipos de cimentoCimento Portland Composto: Gera calor numa velocidade menor do que o gerado pelo Cimento Portland Comum. Seu uso, portanto, é mais indicado em lançamentos maciços de concreto, onde o grande volume da concretagem e a superfície relativamente pequena reduzem a capacidade de resfriamento da massa. Este cimento também apresenta melhor resistência ao ataque dos sulfatos contidos no solo. Recomendado para obras correntes de engenharia civil sob a forma de argamassa, concreto simples, armado e protendido, elementos pré-moldados e artefatos de cimento.

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Tipos de cimento

Cimento de alto forno: Apresenta maior impermeabilidade e durabilidade, além de baixo calor de hidratação, assim como alta resistência à expansão devido à reação álcali-agregado, além de ser resistente a sulfatos. É um cimento que pode ter aplicação geral em argamassas de assentamento, revestimento, argamassa armado, de concreto simples, armado, protendido, projetado, rolado, magro e outras. Mas é particularmente vantajoso em obras de concreto-massa, tais como barragens, peças de grandes dimensões, fundações de máquinas, pilares, obras em ambientes agressivos, tubos e canaletas para condução de líquidos agressivos, esgotos e efluentes industriais, concretos com agregados reativos, pilares de pontes ou obras submersas, pavimentação de estradas e pistas de aeroportos.

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Tipos de cimentoCimento Portland Pozolânico: É especialmente indicado em obras expostas à ação de água corrente e ambientes agressivos. O concreto feito com este produto se torna mais impermeável, mais durável, apresentando resistência mecânica à compressão superior à do concreto feito com Cimento Portland Comum, a idades avançadas. Apresenta características particulares que favorecem sua aplicação em casos de grande volume de concreto devido ao baixo calor de hidratação.

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Tipos de cimento

Cimento Portland de alta resistência inicial: É recomendado no preparo de concreto e argamassa para produção de artefatos de cimento em indústrias de médio e pequeno porte, como fábricas de blocos para alvenaria, blocos para pavimentação, tubos, lajes, meio-fio, mourões, postes, elementos arquitetônicos pré-moldados e pré-fabricados. Pode ser utilizado no preparo de concreto e argamassa em obras desde as pequenas construções até as edificações de maior porte, e em todas as aplicações que necessitem de resistência inicial elevada e desforma rápida. O desenvolvimento dessa propriedade é conseguido pela utilização de uma dosagem diferente de calcário e argila na produção do clínquer, e pela moagem mais fina do cimento. Assim, ao reagir com a água o CP V ARI adquire elevadas resistências, com maior velocidade.

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Adições

• São matérias primas que misturadas ao clínquer na fase de moagem, permitem a fabricação de diversos tipos de cimento.

• Essas matérias primas são:– GessoGesso– Escória de alto fornoEscória de alto forno– Materiais PozolânicosMateriais Pozolânicos– Materiais CarbonáticosMateriais Carbonáticos

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Composição/Adições

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Adições

• O Gesso:O Gesso:

– Tem a função de controlar o tempo de pega do Cimento.– Se não se adicionasse o gesso á moagem do clínquer, o cimento

quando entrasse em contato com a água endureceria quase que instantaneamente.

– O Gesso é uma adição presente em todos os tipos de cimento portland.

– A quantidade adicionada na mistura é pequena em torno de 3% de gesso para 97% de clínquer

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Adições

• Escória de Alto Forno:Escória de Alto Forno:

– São obtidas durante a produção de ferro gusa nas indústrias siderúrgicas.

– Adicionadas ao clínquer e gesso apresenta melhoria de algumas propriedades como a durabilidade e a resistência final.

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Adições

• Materiais Pozolânicos:Materiais Pozolânicos:

• São rochas vulcânicas ou matérias orgânicas fossilizadas encontradas na natureza.

• O cimento composto desse material apresenta maior impermeabilidade a mistura.

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Adições• Materiais Carbonáticos:Materiais Carbonáticos:

• São rochas moídas que apresentam carbonato de cálcio em sua constituição tais como o próprio calcário.

• Tal adição serve para tornar os concretos e argamassas mais trabalháveis, pois funciona como lubrificante.

• Quando presentes no cimento são conhecidos como fíler calcário.

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Fabricação

• O cimento é produzido em instalações industriais de grande porte localizadas próximas as jazidas das matérias primas constituintes.

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Fabricação

• As matérias primas utilizadas na fabricação do Cimento Portland são usualmente misturas de materiais calcários e argilosos em proporções adequadas

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Fabricação

• O processo de fabricação do cimento comporta seis operações:

1. Extração da matéria-prima;

2. Britagem;

3. Moldura e mistura

4. Queima

5. Moedura do clínquer

6. Expedição

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1. Extração da Matéria Prima

Rochas e xistosRochas e xistos: Através de técnicas de exploração usuais de pedreiras.

ArgilasArgilas: Através de escavações e dragagens.

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2. Britagem

• A matéria prima quando rochosa é submetida a uma operação de beneficiamento com o propósito de reduzir o material à condição de grãos de tamanho conveniente.

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3. Mistura

o Preparação da mistura crua (Moagem de cru)

o O Calcário e argila são misturados e moídos a fim de se obter uma mistura crua para descarbonatação e clinquerização.

o O processo de moagem desta mistura envolve a pesagem do calcário e argila na proporção adequada ao projeto de produção.

o O processo de moagem consiste na entrada dos materiais dosados, num moinho de bolas ou de rolos, onde a moagem ocorre com impacto e por atrito.

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3. Mistura

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:

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4. Queimao Para que ocorra o aquecimento do material cru, o mesmo é lançado numa

torre de ciclones onde em fluxo contrário, corre os gases quentes da combustão.

o Nos ciclones ocorrem a separação dos gases e material sólido. o Os gases são lançados na atmosfera após passarem por um filtro

eletrostático onde as partículas, ainda presentes dos gases são precipitadas e voltam ao processo.

o Após passagem pelos ciclones o material entra no forno rotativo onde ocorrem as reações de clinquerização.

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4. Queima da Farinha ou cru

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Fabricação

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5. Moedura do Clínquer• Após a clinquerização o clínquer formado é bruscamente resfriado com ar frio em

contra corrente.

• O Clínquer daí é estocado em silos para a produção do cimento.

• O cimento é produzido moendo-se o clínquer produzido no forno, com o gesso.

• O gesso é destinado ao controle do tempo de pega do cimento, para propiciar o manuseio ao adicionar água.

• O teor de gesso varia em torno de 3% no cimento.

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5. Moedura do Clínquer

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6. Expedição

• O Clínquer com seus aditivos mencionados, passam ao moinho para a moagem final, onde devem ser asseguradas granulometrias convenientes para qualidade do cimento.

• Após moído o cimento é transportado para silos de estocagem, onde são extraído e ensacados em ensacadeiras automáticas em sacos de 50 ou 25Kg.

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Propriedades do Cimento

– Finura;– Expansibilidade;– Tempo de pega;– Calor de Hidratação;– Resistência a compressão;

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Finura

• Está relacionada com o tamanho dos grãos do cimento;

• O aumento da finura melhora a resistência do cimento;

• Aumenta a impermeabilidade;• Diminui a segregação da mistura (exsudação);

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Expansibilidade

• Quando em sua constituição o cimento apresentar teores elevados de cal livre e magnésio livre.

• Essa reação química provoca aumento de volume e um concreto com este cimento teria fissuração excessiva.

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Tempo de Pega

• È o momento em que a pasta adquire certa consistência que a torna imprópria para o trabalho.

• Tal conceito se estende as argamassas e concretos onde a pasta de cimento se encontra e tem função aglutinadora dos agregados.

• A pega inicia uma hora depois do término do amassamento da mistura (concreto ou argamassa)

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Calor de Hidratação

• As reações dos compostos do cimento são exotérmica ou seja liberam calor para o meio externo durante o processo de hidratação.

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Resistência

• A resistência mecânica dos cimentos é determinada pela ruptura a compressão de corpos de prova realizados com argamassa.

• Valores de resistência segundo NBR 5732:– Aos 3 dias de idade: 8 MPA– Aos 7 dias de idade: 15 MPA– Aos 28 dias de idade: 25 MPA

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Classificação do Cimento Portland

• Os mais empregados nas diversas obras de construção civil são:

– Cimento Portland Comum;– Cimento Portland Composto;– Cimento Portland de Alto-Forno;– Cimento Portland Pozolânico;

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Classificação do Cimento Portland

• Os menos empregados nas obras de construção civil:

– Cimento Portland de Alta resistência Inicial;

– Cimento Portland resistente aos sulfatos;

– Cimento Portland Branco;

– Cimento Portland de baixo calor de hidratação;

– Cimento para poços petrolíferos.

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