classes gramaticais e semântica

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SRIE RUMO AO ITA PROFESSOR(A) TOM DANTAS ALUNO(A) TURMATURNO DATA SEDE N ___/___/___

ENSINO

PR-UNIVERSITRIO

TCLNGUA PORTUGUESA

Classes Gramaticais e SemnticaHiponmiaEntre vocbulos de uma lngua, a relao que se estabelece com base na maior especificidade do significado de um deles, ou seja, palavra cujo significado est englobado no de outra. Mesa est numa relao de hiponmia com mvel. Cavalo est numa relao de hiponmia com animal.

HomnimosSo vocbulos que tm a mesma pronncia e grafia, mas significados diferentes. so (v. ser) so (= sadio) so (= santo)

ParnimosSo vocbulos que tm certa semelhana na pronncia, mas significados distintos. apoio (subst.) apoio (verbo) trfego (trnsito) trfico (negcio)

HiperonmiaEntre vocbulos de uma lngua, a relao que se estabelece com base na menor especificidade do significado de um deles. Mvel est numa relao de hiperonmia com mesa. Animal est numa relao de hiperonmia com cavalo.

Conceito de classe gramaticalNo romance Memrias pstumas de Brs Cubas, de Machado de Assis, a personagem central (Brs Cubas) narra suas memrias depois de morta. O trecho abaixo foi extrado desse livro. [...] eu no sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro bero... Vamos considerar as duas expresses destacadas: I. autor defunto. II. defunto autor. Observao: Como a inverso da ordem das duas palavras originou sentidos completamente diferentes: I. autor defunto (autor (o escritor) que morreu). autor: empregada para denominar um ser. defunto: empregada para atribuir uma caracterstica ao ser. II. defunto autor (um defunto que escreve) defunto: palavra denominar um ser. que tem por finalidade

Paronmiaoutras. Diz-se das palavras que tm som semelhante ao de Descrio / Discrio Onicolor / Unicolor Vultoso / Vultuoso

AntonmiaCarter das palavras antnimas.

SinonmiaFato lingustico que se caracteriza pela existncia de palavras sinnimas.

MetonmiaAssociao de termos e ideias relacionados que provoca, s vezes, a substituio de um termo por outro. No ter um teto onde morar me incomoda. Casa Ele no vale um nquel Moeda Geralmente ele fuma um havana charuto fabricado em Havana

autor: palavra que tem por finalidade exprimir uma caracterstica do ser. Ou seja, em I e II, as palavras autor e defunto foram empregadas com finalidades diferentes. Dizemos, por isso, que elas pertencem a classes gramaticais diferentes. Classe gramatical conjunto formado por todas as palavras que tm a mesma finalidade. Existem, em portugus, dez diferentes tipos de palavras, ou seja, dez classes gramaticais, conforme mostra o quadro seguinte.

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OSG.: 34214/10

TC LNGUA PORTUGUESA01. Observe o quadro.

A relao correta entre as afirmaes e os exemplos est estabelecida na opo: A) I e II esto corretas. B) Somente III e IV esto corretas. C) Apenas II e V esto corretas. D) Somente IV e V esto corretas. E) Todas as relaes esto corretas. 02. Aponte o grupo de palavras que revelam hiponmia. A) Encardido tempo. B) Janela casa. C) Viveu morreu. D) Galafura casa. E) Macho ferraduras. Texto para as questes 03 e 04. (UFRS) Pais e adultos, em geral, so incompetentes para entender o que vai pela cabea das crianas; estas, por sua vez, so incapazes de detectar o que se esconde sob os gestos e as frases dos mais velhos. Na zona cinzenta que rene essas duas conhecidas limitaes, reside o objeto de Quarto de Menina, estreia literria da psicanalista carioca Lvia Garcia Roza. Luciana, oito anos, filha nica de pais separados, inteligente, sapeca, sem papas na lngua e mora com o pai, intelectual pacato, calado, professor de filosofia. ela a narradora do livro. Ao longo de 180 pginas, relata o seu cotidiano que se limita, aqui, ao prprio quarto, biblioteca do pai, sala e casa da me. [...] Apesar disso, no se trata de uma obra para crianas. A construo hbrida da narrativa descarta episdios mais banais ou preocupaes que seriam em tese mais comuns s crianas, dando destaque para os dilogos, seja entre Luciana e os pais, seja entre a garota e suas bonecas. No primeiro caso, Luciana frequentemente no entende certas insinuaes dos pais, enquanto estes ficam perplexos diante de reaes ou perguntas da filha. J nas conversas com seus amigos de quarto, a narradora expe seu estranhamento, desabafa, chora, faz planos e, ao mesmo tempo, revela indireta e inconscientemente a dificuldade de captar o significado dos eventos que ela mesma narra, significado que ns, eleitores presumivelmente maduros, enxergamos logo de cara. Nessa capacidade de explicar ao mesmo tempo uma histria e no compreenso dessa mesma histria pelo seu prprio narrador, a est um dos pontos mais interessantes de Quarto de Menina. [...]Ajzenberg B. A. Abissal. Normalidade do cotidiano, Folha de So Paulo, 15.10.95, p. 5-11

Texto I A MARIA LIONA Galafura, vista da terra ch, parece o talefe do Um talefe encardido pelo tempo, mas de slido granito. Com o cu a servir-lhe de telhado e debruada sobre o Varosa, que corre ao fundo, no abismo, quem quiser tomar-lhe o bafo tem de subir por um carreiro torto, a pique, cavado na fraga, polido anos a fio pelos socos do Preguias, o moleiro, e pelas ferraduras do macho que leva pela arreata. Duas horas de penitncia. L, uma rua comprida, de casas com craveiros janela, duas quelhas menos alegres, o largo, o cruzeiro, a igreja e uma fonte a jorrar gua muito fria. Montanha. O bero digno da Maria Liona. Fala-se nela e paira logo no ar um respeito silencioso, uma emoo contida, como quando se ouve tocar a Senhor fora. E nem ler sabia! Bens os seus dons naturais. Mais nada. Nasceu pobre, viveu pobre, morreu pobre, e os que, por parentesco ou mais chegada convivncia, lhe herdaram o pouco bragal, bem sabiam que a grandeza da herana estava apenas no ntimo sentido desses panos. Na recatada alvura que traziam da arca e na regularidade dos fios do linho de que eram feitos, vinha a riqueza duma existncia que ia ser a legenda de Galafura.Miguel Torga

mundo.

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TC LNGUA PORTUGUESA03. As expresses a seguir poderiam substituir a expresso Apesar disso (no incio do terceiro pargrafo) sem causar alterao essencial no significado da frase, excesso de: A) Contudo. B) No entanto. C) Todavia. D) Portanto. E) Entretanto. 04. Considere as seguintes propostas de substituies de expresses do texto. I. Substituir a palavra O (ref. 4) por aquilo; II. Substituir a expresso o que (ref. 5) por o qual; III. Substituir a palavra que (ref. 6) por o qual. Quais delas poderiam ser realizadas sem acarretar erro? A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e III. E) I, II e III. Texto para as questes 05 a 07. (Uece) PARA QUEM QUER APRENDER A GOSTAR 1 Talvez seja to simples, tolo e natural que voc nunca tenha parado para pensar: aprenda a fazer bonito o seu amor. Ou fazer o seu amor ser ou ficar bonito. Aprenda, apenas, a to difcil arte de amar bonito. Gostar to fcil que ningum aceita aprender. Tenho visto muito amor por a. Amores mesmo, bravios, gigantescos, descomunais, profundos, sinceros, cheios de entrega, doao e ddiva. Mas esbarram na dificuldade de se tornar bonitos. Apenas isso: bonitos, belos ou embelezados tratados com carinho, cuidado e ateno. Amores levados com arte e ternura de mos jardineiras. A esses amores que so verdadeiros, eternos e descomunais de repente se percebem ameaados apenas e to somente porque no sabem ser bonitos; cobram, exigem; rotinizam; descuidam; reclamam; deixam de compreender, necessitam mais do que oferecem; precisam mais do que atendem; enchem-se de razes. Sim, de razes. Ter razo o maior perigo do amor. Quem tem razo sempre se sente no direito (e o tem) de reivindicar, de exigir justia, equidade, equiparao, sem atinar que o que est sem razo talvez passe por um momento de sua vida no qual no possa ter razo. Nem queira. Ter razo um perigo: em geral, enfeia o amor, pois invocado com justia, mas na hora errada. Amar bonito saber a hora de ter razo. Ponha a mo na conscincia. Voc tem certeza de que est fazendo o seu amor bonito? De que est tirando do gesto, da ao, da reao, do olhar, da saudade, da alegria do encontro, da dor do desencontro a maior beleza possvel? Talvez no. Cheio ou cheia de razes, voc espera do amor apenas aquilo que exigido por suas partes necessitadas, quando talvez dele devesse pouco esperar, para valorizar melhor tudo de bom que de vez em quando ele pode trazer. Quem espera mais do que isso sofre, e sofrendo deixa de amar bonito. Sofrendo, deixa de ser alegre, igual, irmo, criana. E sem soltar a criana, nenhum amor bonito. 5 No tema o romantismo. Derrube as cercas da opinio alheia. Faa coroas de margaridas e enfeite a cabea de quem voc ama. Saia cantando e olhe alegre. Recomendam-se: encabulamentos, ser pego em flagrante gostando; no se cansar de olhar, e olhar; no atrapalhar a convivncia com teorizaes; adiar sempre, se possvel com beijos, aquela conversa importante que precisamos ter; arquivar, se possvel, as reclamaes pela pouca ateno recebida. Para quem ama, toda ateno sempre pouca. Quem ama feio no sabe que pouca ateno pode ser toda a ateno possvel. Quem ama bonito no gasta o tempo dessa ateno cobrando a que deixou de ter. 6 No teorize sobre o amor (deixe isso para ns, pobres escritores que vemos a vida como a criana de nariz encostado na vitrina cheia de brinquedos dos nossos sonhos); no teorize sobre o amor; ame. Siga o destino dos sentimentos aqui e agora. 7 No tenha medo exatamente de tudo o que voc teme, como: a sinceridade; no dar certo; depois vir a sofrer (sofrer de qualquer jeito); abrir o corao; contar a verdade do tamanho do amor que sente. 8 Jogue pro alto todas as jogadas, estratagemas, golpes, espertezas, atitudes sabidamente eficazes (no sbio ser sabido): seja apenas voc no auge de sua emoo e carncia, exatamente aquele voc que a vida impede de ser. Seja voc cantando desafinado, mas todas as manhs. Falando besteiras, mas criando sempre. Gaguejando flores. Sentindo o corao bater como no tempo do Natal infantil. Revivendo os carinhos que intuiu em criana. Sem medo de dizer eu quero, eu gosto, eu estou com vontade. 9 Talvez a voc consiga fazer o seu amor bonito, ou fazer bonito o seu amor, ou bonitar fazendo o seu amor, ou amar fazendo o seu amor bonito (a ordem das frases no altera o produto), sempre que ele seja a mais verdadeira expresso de tudo o que voc , e nunca: deixaram, conseguiu, soube, pde, foi possivel, ser. 10 Se o amor existe, seu contedo j manifesto. No se preocupe mais com ele e suas definies. Cuide agora da forma. Cuide da voz. Cuide da fala. Cuide do cuidado. Cuide do carinho. Cuide de voc. Ame-se o suficiente para ser capaz de gostar do amor e s assim pode comear a tentar fazer o outro feliz.TVOLA, Arthur da. Para quem quer aprender a amar. In. COSTA, Dirce Maura Lucchetti et al. Estudo de texto: estrutura, mensagem, recriao. Rio: DIMAC, 1987. p. 25-6.

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05. Pertencem mesma rea semntica as palavras: A) simples, tolo, natural pargrafo 1. B) descomunais, profundos, sinceros, pargrafo 2. C) entrega, doao, ddiva, pargrafo 2. D) cobram, exigem, rotinizam, pargrafo 3. 06. Sobre, pargrafo 6, pode ser substitudo por: A) acerca de. B) a cerca de. C) h cerca de. D) por meio de.

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TC LNGUA PORTUGUESA07. Conforme o contexto, est classificada corretamente a palavra: A) olhar, pargrafo 4: verbo. B) pouca, pargrafo 5: advrbio. C) voc, pargrafo 8: substantivo. D) suficiente, pargrafo 10: adjetivo. Texto para as questes de 08 a 10. UM MERGULHO NO BRASILManaus

s duas da tarde do vero de 1984, no meio de um longo engarrafamento no centro da cidade, o motorista apontou para o carro frente, e perguntou: O senhor sabe por que aquele Volks est com todos os vidros fechados? Antes que eu dissesse no, ele respondeu: Para que todos pensem que tem ar-condicionado. Como aquele motorista, os demais brasileiros sacrificam demais o conforto possvel, para dar a impresso de dispor dos instrumentos do conforto. Aquele encontro, no meio de engarrafamento, permitiu um conhecimento maior da realidade brasileira do que quadros estatsticos e formulaes tericas da economia. Tomar contato com aquela realidade foi como mergulhar no mago da lgica da economia brasileira. Um mergulho no Brasil que, para descrever e entender o pas, deve comear pelo entendimento da alma do conjunto de sua populao. Tem que ser um mergulho na lgica que faz o Brasil mover-se. No pode-se limitar a ver o Brasil. Tem que entender como o Brasil v o Brasil. Como o homem dentro de um carro fechado, no calor sem ar-condicionado, v a si mesmo, graas ao fato de se ver pelos olhos dos outros. Como gostaria que os outros o vissem: como o confortado dono de um carro com ar-condicionado. Pervertendo o processo econmico. Fazendo do ar que deveria ser usado para dominar o calor da tarde o smbolo do poder de no sentir calor. Mesmo que s custas de sofrer um calor maior. Aquele comportamento era similar ao de toda a populao brasileira que, em territrio tropical, se submete a uma economia desadaptada a suas necessidades, incompatvel com seus recursos, desvinculada de sua cultura, com a finalidade de dar ao mundo a impresso de riqueza. No apenas os consumidores se comportam como gostariam de ser vistos. Os cientistas sociais que tentam mergulhar na realidade brasileira produzem teorias conforme imaginam que seus colegas desejam. Prendem-se a modelos j preparados, usam linguagens especiais, para que os outros pensem que eles tm o ar-condicionado do saber academicamente oficial. Mesmo quando se atrevem a desnudar o real, denunciar que o carro no tem ar-condicionado e estamos todos morrendo de calor, os cientistas tendem a no expor as ideias que paream romper com o comodismo terico do consumismo de escolas estabelecidas. Temem abrir as janelas e demonstrar a todos a incompetncia de formulaes, teorias e linguagens pouco acuradas. Sobretudo, quando, alm de dvidas, eles no tm teorias alternativas. Mas um mergulho no caos da conscincia coletiva brasileira dificilmente se faz se usarmos o escafandro das teorias formuladas para explicar, como se tivessem lgica, o caos e a irracionalidade. A realidade de um motorista suando para dar a impresso de que no sente calor no pode ser explicada buscando uma lgica no seu comportamento, mas sim

mostrando que por trs deste h uma loucura geral. A teoria econmica diria que o consumidor obtm, com o carro e as janelas fechadas, um nvel de satisfao maior do que o grau de conforto das janelas abertas. A inconsequncia no apenas do consumidor. A teoria que se diz cientfica, trabalhando na inconsequncia, influi na divulgao e na legitimao do absurdo. Mergulhar na realidade do pas exige um mergulho nas teorias que mais fortemente vm influenciando a conscincia dos brasileiros. Para tanto preciso desvencilhar-se dos preconceitos, tentando usar o sentimento, arriscando incoerncias, aventurando-se, como em qualquer mergulho. preciso explicar por que os brasileiros fecham os vidros do pas, para dar a impresso do bem-estar do progresso.BUARQUE, Cristovam. A desordem do progresso. 4. ed. So Paulo: Paz e Terra, 1993. p. 5-6.

08. (UFBA) O texto sugere que um mergulho no Brasil: ( ) revelaria a distoro das teorias dos socilogos, construdas em torno de questes ultrapassadas, o que constituiria entrave cultural. ( ) desvendaria submisso a comportamentos sociais padronizados, a partir de valores desvinculados das reais necessidades do indivduo. ( ) traria tona subsdios para uma insurreio do povo brasileiro contra teorias sociais acadmicas em prtica na sociedade atual. ( ) implicaria uma avaliao de como o brasileiro age e de como ele se autoavalia, no sentido de apreender a lgica que rege suas aes. ( ) denunciaria o artificialismo das teorias utilizadas pelos cientistas sociais por vaidade intelectual e busca de prestgio acadmico. ( ) evidenciaria a necessidade de se promover a reabilitao das profisses diretamente relacionadas com o desenvolvimento socioeconmico e cientfico do pas. ( ) subentenderia uma anlise criteriosa dos fatores que contribuem para que se passe uma viso fantasiosa do pas e dos seus habitantes. 09. (UFBA) O sentido do enunciado est devidamente apreendido em: ( ) Para que todos pensem que tem ar-condicionado. A resposta do motorista demonstra seu ponto de vista preconceituoso, falso, a respeito do fato que ento se comenta. ( ) para dar a impresso de dispor dos intrumentos do conforto e para que os outros pensem que eles tm o ar-condicionado do saber academicamente oficial Indicam que o objetivo do consumidor e do cientista social decorrem de presses que os manipulam. ( ) no sentir calor e sofrer um calor maior As expresses esto usadas para enfatizar o contraste existente no comportamento do brasileiro. ( ) Aquele comportamento era similar ao de toda a populao brasileira que, em territrio tropical, se submete a uma economia desadaptada a suas necessidades, incompatvel com seus recursos O autor se fundamenta num fato para avaliar criticamente o comportamento do povo brasileiro no seu todo.

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TC LNGUA PORTUGUESA( ) Mas um mergulho no caos da conscincia coletiva brasileira dificilmente se faz se usamos o escafandro das teorias formuladas para explicar, como se tivessem lgica, o caos a irracionalidade. Isso quer dizer que o caos e a irracionalidade so uma consequncia do ilogismo das teorias que se propem interpretar a ndole do povo brasileiro, com argumentos falseadores. ) A teoria econmica diria que o consumidor obtm, com o carro e as janelas fechadas, um nvel de satisfao maior que o grau de conforto das janelas abertas. Os economistas, dentro da tica do consumismo, subestimam a aparncia em favor da realidade. ) preciso explicar por que os brasileiros fecham os vidros do pas, para dar a impresso do bem-estar do progresso. Isso significa que uma anlise da identidade do povo brasileiro deve fundamentar-se, antes, no desvendamento dos fatores externos que a constroem. 10. (Mackenzie-SP) A moa no era formosa, talvez nem tivesse graa; os cabelos caam despenteados, e as lgrimas faziam-lhe encarquilhar os olhos. Assinale a alternativa correta em relao ao fragmento acima. A) Formosa e graa so, sintaticamente, predicativos do sujeito moa. B) Na estrutura sinttica predomina a subordinao. C) A anteposio do adjetivo despenteados ao verbo alteraria o sentido da orao. D) O pronome oblquo refere-se a lgrimas. E) O ponto e vrgula estabelece a relao de concesso entre as oraes. 11. (PUC/Campinas-SP) A revista Veja anunciou-se a si mesma, utilizando a seguinte frase: Histrias muito mal contadas em reportagens muito bem escritas Est implcito, nesse anncio, que a revista Veja se dispe a: A) corrigir a redao confusa de notcias publicadas em outros peridicos. B) contornar as histrias mal contadas, por meio da clareza e da elegncia do estilo. C) denunciar, em estilo preciso, os vcios de linguagem que costumam prejudicar as reportagens. D) criticar certas histrias que, por serem mal contadas, redundam em ms reportagens. E) analisar casos nebulosos e apresent-los em matrias de redao clara e precisa. 35 30

O texto a seguir servir de base para as questes de 01 a 09. PELAS NARINAS Intervalo de aula em escola pblica de Antonina (PR): a molecada, barriga vazia, faz fila para pegar a merenda. Um funcionrio do colgio, ento, saca um frasco de perfume do bolso, manda uma borrifada num garoto e fala: Hoje Ralph Lauren, hein. Quero ver todo mundo cheiroso. A molecada corre, pula, rola no cho, faz aquela algazarra tradicional do intervalo, mas volta perfumada para a sala de aula. Os professores tm adorado. Em Antonina, assim, pensa o qu? Segundafeira, na merenda, em lugar do caldinho, perfume Calvin Klein, Tera, Christian Dior. Quarta, Dolce & Gabanna. Quinta, Gianni Versace. Sexta, Hugo Boss. Tudo porque Ironaldo Pereira de Deus, ex-prefeito da cidade, gastou o dinheiro do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educao (FNDE), reservado merenda, na contratao de uma empresa que vende perfumes e cosmticos. Bonito. T certssimo. Chega de fazer feio nas grandes avaliaes mundiais de educao! Nossos estudantes podem no saber tabuada do dois, mas nem os franceses so mais cheirosos. Sem falar que coerente, num pas que trata educao como perfumaria. Ironaldo, esse visionrio do ensino, um dos expoentes do que h de mais moderno na educao brasileira: a pedagogia da ausncia. Inspirados nas ideias defendidas pelo jornalista Gilberto Dimenstein, de que o mundo todo, e no s a escola, um ambiente de aprendizado, nossos governantes confundiram um pouco as coisas e deram um passo frente (ou atrs), sumindo com a prpria escola. Sentindo, l de Braslia, o agradvel cheiro de perfume francs, o Tribunal de Contas da Unio (TCU) descobre, toda semana, irregularidades no uso das verbas do FNDE pelo pas. Para grande surpresa de todos ns, claro, que nunca desconfiamos de que esse tipo de coisa acontecesse. Ainda bem que no fede.Paulo R. Freire. Educao. So Paulo: Segmento, ano 28, n. 252, p. 13, abr. 2002.

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Observao: Ralph Lauren, Calvin Klein, Christian Dior, Dolce & Gabanna, Gianni Versace e Hugo Boss so grifes estrangeiras (famosas e internacionais) de perfume. 01. O texto, por suas caractersticas, pode ser classificado como: A) um artigo. B) uma crnica. C) um conto. D) uma notcia. 02. O objetivo principal do texto : A) informar, de modo preciso, sobre o descaso com que se trata a educao no pas. B) criticar, de forma sarcstica, o descaso com que se trata a educao no pas. C) convencer os leitores de que h um descaso no trato da educao no pas. D) fazer os leitores rirem do descaso no trato da educao no pas.

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TC LNGUA PORTUGUESA03. Considere o trecho. Nossos estudantes podem no saber tabuada do dois, mas nem os franceses so mais cheirosos. Sem falar que coerente, num pas que trata educao como perfumaria. (linhas 20 a 23) A frase em destaque revela: A) uma ironia, reforando a ideia defendida na frase anterior. B) uma ironia, contradizendo a ideia defendida na frase anterior. C) uma explicao, reforando a ideia defendida na frase anterior. D) uma explicao, contradizendo a ideia defendida na frase anterior. 04. No primeiro pargrafo do texto, predomina: A) descrio de cena rotineira. B) descrio de pessoas simples. C) narrao de um fato real. D) narrao de um fato fictcio. 05. No trecho Sentindo, l de Braslia, o agradvel cheiro de perfume francs, o Tribunal de Contas da Unio (TCU) descobre, toda semana, irregularidades no uso das verbas do FNDE pelo pas (linhas 32 a 35), o emprego conotativo da linguagem atribui ao TCU uma imagem de: A) atuao repressora. B) controle eventual. C) vigilncia constante. D) interveno eficaz. 06. Considere o trecho. [...] o Tribunal de Contas da Unio (TCU) descobre, toda semana, irregularidades no uso das verbas do FNDE pelo pas. Para grande surpresa de todos ns, claro, que nunca desconfiamos de que esse tipo de coisa acontecesse. Ainda bem que no fede. (linhas 33 a 37) A forma verbal em destaque encontra-se no singular por: A) no apresentar sujeito. B) no apresentar sujeito determinado. C) concordar com o sujeito pronominal elptico ele. D) concordar com sujeito explicitado em perodo anterior. 07. Considere o trecho abaixo. [...] Segunda-feira , na merenda , em lugar do caldinho , perfume Calvin Klein . Tera , Christian Dior . Quarta , Dolce & Gabanna . Quinta , Gianni Versace . Sexta , Hugo Boss. (linhas 10 a 13) No que se refere aos sinais de pontuao em destaque no trecho transcrito, correto afirmar que: A) nenhuma vrgula poderia ser substituda por travesso. B) todas as vrgulas poderiam ser substitudas por dois-pontos. C) todos os pontos poderiam ser substitudos por ponto e vrgula. D) qualquer ponto poderia ser substitudo por vrgula. 08. As expresses todo mundo (linha 06) e o mundo todo (linhas 27 e 28): A) apresentam o mesmo ncleo. B) desempenham a mesma funo sinttica. C) retomam informaes explicitadas anteriormente. D) mantm equivalncia semntica entre si. 12. O efeito de sentido da frase de Millr Fernandes deve-se a uma relao de: A) causa. B) semelhana. C) antecedncia. D) concesso. E) consequncia. Texto HERANA Vamos brincar de Brasil? Mas sou eu quem manda Quero morar numa casa grande 09. Considere o trecho. Inspirados nas ideias defendidas pelo jornalista Gilberto Dimenstein, de que o mundo todo, e no s a escola, um ambiente de aprendizado, nossos governantes confundiram um pouco as coisas [...] (linhas 26 a 30). A orao sublinhada desempenha a mesma funo sinttica da orao destacada em: A) Educadores tm certeza de que a escola pblica precisa de mudanas urgentes. B) Educadores desconfiam, conforme dizem os jornais, de que houve desvio de verbas do FNDE. C) A educao, de que o indivduo necessita para seu crescimento pessoal, nem sempre est ao alcance de todos. D) A educao de que se faz defesa veemente deve ser pblica e gratuita. 10. (ITA) Leia o seguinte trecho com ateno. Iniciamos a jornada, uma jornada sentimental, seguindo as regras estabelecidas. Os cavalos pisavam to macio, to macio que parecia estarem calados de sapatilhas. A rigor no pisavam. Faziam cafun com as patas delicadas ao longo do caminho.OLIVEIRA, Raymundo Farias de. Na madrugada do silncio, Linguagem Viva, n 142. So Paulo: jun. 2001, p. 2.

O confronto das frases Os cavalos pisavam e A rigor no pisavam concretiza: A) um desmentido. B) uma indeciso. C) uma ironia. D) uma contradio. E) um reforo. As questes 11 e 12 dizem respeito ao seguinte aforismo de Millr Fernandes: Beber mal, mas muito bom.FERNANDES, Millr. Mais! Folha de So Paulo, 5 ago. 2001, p. 28.

11. A palavra mal, no caso especfico da frase de Millr, : A) adjetivo. B) advrbio. C) substantivo. D) pronome. E) preposio.

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TC LNGUA PORTUGUESA5 ... Comeou desse jeito a nossa histria. Negro fez papel de sombra. E foram chegando soldados e frades Trouxeram as leis e os Dez-Mandamentos Jabuti perguntou: " Ora s isso?" Depois vieram as mulheres do prximo Vieram imigrantes com alma a retalho Brasil subiu at o 10 andar Litoral riu com os motores Subrbio confraternizou com a cidade Negro coou piano e fez msica Vira-bosta mudou de vida Maitacas se instalaram no alto dos galhos No interior o Brasil continua desconfiado A serra morde as carretas Povo puxa bendito pra vir chuva Nas estradas vazias Cruzes sem nome marcam casos de morte As vinganas continuam Famlias se entredevoram nas tocaias H noites de reza e cata-piolho Nas bandas do cemitrio Cachorro magro sem dono uiva sozinho De vez em quando a mula sem cabea sobe a serra ver o Brasil como vaiRaul Bopp

B) apenas em III. C) em I e II. D) em I e III. Gabarito Exerccios Propostos 01 B 09 A 02 B 10 E 03 A 11 A 04 A 12 D 05 C 13 A 06 D 14 D 07 C 15 B 08 A 16 D

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13. No poema Herana: A) revelam-se as influncias dos povos que deram origem ao brasileiro. B) superestima-se a voz do colonizador portugus. C) minimiza-se a importncia do negro na formao do povo brasileiro. D) subestima-se a influncia do ndio em nossa cultura. 14. Considerando-se as formas verbais empregadas no poema, constata-se que o pretrito perfeito dialoga com o presente, de modo a permitir a diviso do texto em duas partes: a primeira parte, do verso 1 ao 17, e a segunda, do verso 18 ao 29. Sobre essas duas partes, podemos afirmar que: A) a primeira retrata a realidade brasileira do tempo da colonizao; a segunda, os primeiros anos do sculo XX. B) a primeira sugere o processo de formao da cultura brasileira; a segunda, a manifestao, no presente, de valores do passado. C) a primeira enfoca o passado numa perspectiva da histria; a segunda, o presente em contradio com o passado. D) a primeira focaliza o legado cultural herdado pelo povo brasileiro; a segunda, as marcas de um passado esquecido. 15. A articulao das duas partes do texto feita, principalmente, pelo (a): A) notao de lugar, no interior (verso 18). B) significao da forma verbal continua (verso18). C) substantivo Brasil (verso 18). D) uso da quadra, que repete o formato da estrofe inicial. 16. O cotejo das duas partes do texto sugere-nos, como ideia(s) bsica(s) do poema: I. a diversidade cultural brasileira; II. a precariedade da cultura brasileira; III. a permanncia da tradio na cultura brasileira. correto o que se afirma: A) apenas em I.

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OSG.: 3421410 HA 8.7.10 Rev.: MHC

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