classificação de áreas favoráveis à disposição de resíduos...
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Kelly de Vasconcelos Costa
Classificação de áreas favoráveis à disposição de resíduos sólidos
utilizando geoprocesamento
Monografia apresentada ao Curso de Especializaçãoem Geoprocessamento da Universidade Federal deMinas Gerais para a obtenção do título deEspecialista em Geoprocessamento
Orientador:Marcos Antônio Timbó Elmiro
2001
Costa, Kelly de VasconcelosClassificação de áreas favoráveis a disposição de resíduos sólidos
utilizando geoprocessamento. Belo Horizonte, 2001.33p.
Monografia (Especialização) – Universidade Federal de Minas Gerais.Departamento de Cartografia.
1. Geoprocessamento 2. Aterro 3. Resíduos 4. Sólidos. UniversidadeFederal de Minas Gerais. Instituto de Geociências. Departamento de Cartografia
Agradeço a Deus pela sua presença constante,
a Golder Associates Brasil Ltda pelo apoio,
aos professores Marcos Timbó e Ana Clara Mourão pela orientação,
a minha família, aos amigos e aos colegas pela ajuda.
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo a classificação de áreas favoráveis à disposição de
resíduos sólidos utilizando técnicas de geoprocessamento. Estes resíduos se enquadram
em resíduos industriais e sanitários de Classe II-não inerte.
As variáveis que foram utilizadas na classificação de áreas favoráveis a disposição de
resíduos sólidos foram as seguintes: declividade, espessura de solo, permeabilidade do
solo, profundidade do nível d’água, distância dos principais cursos d’água, vegetação,
distância da área do projeto e infra-estrutura.
Os critérios para a classificação das áreas foram aqueles estabelecidos pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas-ABNT , pelo Código Florestal e pelo CONAMA.
A utilização da técnica de geoprocessamento mostrou-se de maneira eficaz na
classificação das áreas favoráveis a disposição de resíduos sólidos. As áreas
classificadas como favoráveis a disposição de resíduos sólidos são coerentes em relação
a metodologia utilizada.
ABSTRACT
The present work objective is the classification of suitable areas for solid waste disposal
using Geographic Information System. This solid waste was considered as industrial
and sanitary waste of class II type.
The variables used in the classification of the areas were: slope, thickness of soil layer,
soil permeability, depth of water level, location and distance of main stream, vegetation
and project area distance.
The criteria adopted to classify the areas were based on the ABNT standards, Forest
Law and CONAMA.
The result of the classification of suitable areas for waste disposal using Geographic
Information System technic are in agreement of the metodology used in this work.
SUMÁRIO
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
1 – INTRODUÇÃO 1
2 – OBJETIVO 2
3 – CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO 3
3.1 – Localização 3
3.2 – Geologia 4
3.3 – Geomorfologia 6
3.4 – Solo 7
3.5 – Hidrografia 8
3.6 – Hidrogeologia 8
3.7 – Clima 8
3.8 – Vegetação 9
4 – METODOLOGIA 9
5 – TRABALHOS REALIZADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 12
5.1 – Modelo Digital de Terreno – MDT 12
5.2 – Mapa de faixa de espessura de solo 15
5.3 – Mapa de faixa de valores de permeabilidade do solo 17
5.4 – Mapa de distância dos cursos d’água 19
5.5 – Mapa de faixa de profundidade do nível d’água subterrâneo 21
5.6 – Mapa de vegetação 23
5.7 – Mapa de infra-estrutura 23
5.8 – Mapa de distância da área do projeto 23
5.9 – Mapa com a classificação das áreas favoráveis à disposição de
resíduos sólidos 27
6 – CONCLUSÃO 33
7 – REFERÊNCIAS 34
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01 – Mapa de localização da área de estudo 03
FIGURA 02 – Mapa de declividade 14
FIGURA 03 – Mapa de faixa de espessura de solo 16
FIGURA 04 – Mapa de faixa de valores de permeabilidade de solo 18
FIGURA 05 – Mapa de distância dos cursos d’água 20
FIGURA 06 – Mapa de profundidade do nível d’água subterrâneo 22
FIGURA 07 – Mapa de vegetação 24
FIGURA 08 – Mapa de infra-estrutura 25
FIGURA 09 – Mapa de distância da área do projeto 26
FIGURA 10 – Mapa com a classificação das áreas favoráveis à disposição de
resíduos sólidos 31
FIGURA 11 – Fluxograma mostrando as etapas desenvolvidas neste trabalho 32
LISTA DE TABELAS
TABELA 01 - Comparação entre os intervalos de valores de permeabilidade
sugeridos na metodologia e aqueles encontrados na área do
projeto 17
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
DAT - Data
DXF - Drawing Exchange File
DWG - Drawing
MDT - Modelo Digital de Terreno
NBR - Norma Brasileira Registrada
TIFF - Tag Image File Format
UTM-N - Projeção Universal Transversa de Mercator Norte
UTM-E - Projeção Universal Transversa de Mercator Leste
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1 – INTRODUÇÃO
A delimitação de áreas para disposição de resíduos sólidos é importante para o
estabelecimento de tecnologia que visa minimizar impactos ambientais ao meio físico e
à população e redução de custos de investimento.
A forma correta e segura para a disposição final de resíduos sólidos é o aterro sanitário
ou industrial, que segundo a ABNT (1984), “é uma técnica de disposição de resíduos
sólidos no solo, sem causar danos à saúde pública e à sua segurança, minimizando os
impactos ambientais, método este que utiliza princípios de engenharia para confinar os
resíduos sólidos à menor área possível, e reduzí-los ao menor volume permissível,
cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho, ou a
intervalos menores se for necessário”.
O aterro que será projetado é do tipo sanitário Classe II projetado, instalado e operado
essencialmente para receber resíduos urbanos que, em face de suas condições
hidrológicas, geológicas, de localização e de operação, são aptos a receber além dos
resíduos industriais não perigosos alguns tipos de resíduos a critério do órgão estadual
de controle do meio ambiente.
A área para qualquer que seja o aterro, deve apresentar como condições adequadas pelo
menos as seguintes: baixa densidade populacional, proximidade à fonte geradora e vias
de transporte, baixo potencial de contaminação do aquífero, baixo índice de
precipitação, alto índice de evapotranspiração, subsolo com alto teor de argila, pouca
declividade e ausência de depressões naturais, área não sujeita a inundação, camada
insaturada de pelo menos 1,5m entre o fundo do aterro e o nível mais alto do lençol
freático, subsolo não constituído essencialmente por coeficiente de permeabilidade
superior a 1 x 10-4 cm/s e distância mínima de 200m de qualquer fonte de abastecimento
humano ou animal de água.
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O principal mecanismo de poluição ambiental que ocorre quando da disposição final de
resíduos no solo é a possibilidade de contaminação das coleções hídricas subterrâneas,
sejam elas freáticas ou artesianas.
A elaboração de mapas com áreas favoráveis à disposição de resíduos sólidos
contemplará a análise de dados referentes a espessura de solo, a variação de sua
permeabilidade, profundidade do nível d’agua, declividade, distância média de curso de
água e tipo de vegetação, necessitando de uma análise espacial às vezes complexas entre
estes dados. A utilização de técnicas de geoprocessamento facilitará a integração entre
estes dados.
2 - OBJETIVO
Este trabalho tem por objetivo a identificação de áreas potenciais destinadas a
disposição de resíduos sólidos através das técnicas de geoprocessamento e obedecendo
as normas estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e pelo
Código Florestal.
A utilização da técnica de geoprocessamento facilitará a análise espacial entre os dados,
uma vez, que serão utilizados um número razoáveis de dados para a classificação das
áreas favoráveis à disposição de resíduos sólidos tornando-se complexa a análise
espacial entre os mesmos.
Espera-se com a metodologia escolhida para o presente trabalho a classificação das
áreas em termos de favorabilidade à disposição de resíduos sólidos sendo assim a
determinação de locais mais favoráveis e locais menos favoráveis à disposição de
resíduos sólidos.
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3 – CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
3.1 - Localização
A área objeto de estudo abrange uma área de 90 km2 ao sul do Estado do Pará, na
Província Mineral da Serra dos Carajás (FIGURA 01). Esta área encontra-se atualmente
na fase de viabilidade de um projeto de mineração.
BELÉMBELÉM
FIGURA 01 – Figura de localização da área de estudo.
A escolha desta área de estudo é em função da mesma apresentar os dados que foram
utilizados neste trabalho como: mapa topográfico que foi utilizado na construção do
mapa de declividade, sondagens que foram utilizadas para a construção do mapa de
faixa de espessura de solo, ensaios de infiltração que foram utilizados para a construção
do mapa de faixa de valores de permeabilidade de solo, mapa de rede de drenagem que
foi utilizado para a construção do mapa de distância dos cursos d’água, resultado do
monitoramento do nível d’água subterrâneo que foi utilizado na construção do mapa de
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faixa de profundidade do nível d’água subterrâneo, imagem de satélite que foi utilizado
para a construção do mapa de vegetação, levantamento de acessos e casas utilizado na
construção do mapa de infra-estrutura.
3.2 – Geologia
A área objeto de estudo localiza-se na Província Mineral da Serra dos Carajás. Esta
Província localiza-se no Cráton Amazônico, cobre uma área de 300 x 100km e é
constituída por seqüências vulcano-sedimentares arqueanas deformadas, localizadas
dentro de sigmóide, com lineamentos oeste/noroeste-sudeste.
A seqüência vulcano-sedimentar arqueana de Carajás (2,7 G.a) é composta
principalmente por vulcânicas bimodais, sedimentos químicos, sedimentos clásticos e
piroclásticos. Ocorrem diversas unidades intrusivas, Suite Plaquê calcioalcalina (2,77
G.a) e os granitos Estrela e Salobo (2,5 G.a) que possuem uma forte correlação com as
mineralizações de Cu-Au de Carajás. Há várias gerações de diques máficos . Uma suite
Proterozóica (1,88 Ga) de granitos alcalinos, Granito Central Carajás, Cigano e Pojuca,
também cortam a Seqüência Carajás. Diversas gerações de diques máficos mais jovens
cortam a seqüência.
A seqüência vulcano-sedimentar de Carajás é conhecida como Supergrupo Itacaúnas
sendo dividido da base para o topo em:
Grupo Igarapé-Salobo – Sedimentos rico em Fe associados com quartzitos e
gnaisses metamorfizados na fácies anfibolito.
Grupo Igarapé-Pojuca – vulcânicas intermediárias a básicas freqüentemente com
alteração cordierita-antofilita, anfibolitos, gnaisses e sedimentos químicos (cherts,
Formação ferrífera bandada de fácies óxido-silicato), xistos de várias composições
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Grupo Grão-Pará – consiste da Formação Parauapebas Basal, constituída de
vulcânicas bimodais com vários graus de alteração hidrotermal, metamorfismo e
deformação.
Grupo Igarapé-Bahia – composto por vulcânicas máficas: lavas, tufos e brechas,
metassedimentos e BIF.
A área de estudo situa-se numa zona de cisalhamento com orientação geral WNW/ESSE
e mergulhos de alto ângulo para sul, que coloca em contato unidades infracrustais, mais
antigas, correlacionáveis ao Complexo Xingu, com as seqüências supracrustais do
Grupo Grão Pará.
Enquanto ao sul da estrutura afloram rochas gnaissificadas, deformadas ou não, corpos
máficos grabróicos, e granitóides diversos, ao norte da estrutura ocorrem
predominantemente rochas metavulcânicas e piroclásticas intermediárias (dacíticas) e,
subordinadamente, rochas metavulcânicas máficas e sedimentares, normalmente pouco
deformadas e com metamorfismo incipiente.
Ocorrem inúmeras intrusões de rochas ígneas na forma de diques que podem ser
agrupadas composicionamente em granitóides e gabros.
As litologias que foram identificadas na área são as seguintes: granitóide, gabro
anfibolitizado, metavulcânica básica, brecha heterolítica, actinolitito, biotita xisto,
metavulcânica ácida, meta-tufo ácido, tufo básico, diabásio, metaultramáfica, BIF.
Foram reconhecidas 5 zonas principais de fraturas, orientadas entre E-W, N80W, NW,
NNE e NE, que promovem a compartimentação do maciço rochoso. Destas, as mais
importantes têm direções NW e E-W, por sua posição em ângulo favorável à abertura
no regime tectônico vigente.
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Resumidamente, a área onde será projetado o aterro para disposição de resíduos sólidos,
é caracterizada por terrenos formados por rochas cristalinas, neste contexto a infiltração
da água ocorre através de vazios dos planos de fraturas, microfraturas, diáclases, juntas,
zonas de cisalhamento e falhas. Para proteger as águas subterrâneas contra a poluição
que poderia ocorrer, em função da instalação do aterro ANDRADE (2000) sugere a
utilização de uma zona tampão de 200 metros ao longo dos lineamentos. Neste trabalho
não foi utilizado esta variável para a classificação das áreas favoráveis à disposição de
resíduos sólidos uma vez que não havia informações até a presente data.
3.3 - Geomorfologia
A área em estudo é constituída por duas unidades geomorfológicas de expressão
regional: o Planalto do Sul do Pará e a Depressão periférica do sul do Pará
BOAVENTURA (1974).
O Planalto Sul do Pará é caracterizado por uma unidade dissecada, sendo constituída
por conjuntos com amplitudes topográficas superiores a 200m, que podem ser divididos
em dois domínios principais, que ocorrem fundamentalmente nas porções centro-norte e
sul-sudoeste ARAÚJO (1991).
No domínio centro-norte há um relevo de serras, com altitudes em torno de 700m. As
porções de menores altitudes correspondem a áreas de ocorrências de granitos. A
declividade das encostas é moderamente íngrime (45 a 100%) e localmente inclinada
(20 a 45%), nas encostas inferiores das elevações.
O domínio sul-sudoeste é constituído, em sua maior parte, por morros com altitudes
variando de 600-500m. As declividades são sempre altas e médias nas encostas
inferiores das elevações. Os perfis das vertentes apresentam-se sempre conjugados
côncavo-convexos. Os topos desse conjunto são predominantemente restritos,
aparecendo apenas eventualmente topos extensos ou alongados. São comuns os
arredondados, aplainados e até angulares, ocorrendo de forma alternada ou isoladamente
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Segundo ARAÚJO (1991), a Depressão Periférica do Sul do Pará é constituída por dois
sistemas de relevos, ou seja, os morros e as colinas. No primeiro sistema predominam
morros com serras restritas, por vezes alongados ou alinhados, e muitas vezes isolados.
Nesse relevo as cotas podem atingir 500 m de altitude. As declividades são de média a
alta, com perfis conjugados côncavo-convexos. Os topos geralmente são arredondados,
aplainados ou até angulares.
O sistema colinoso corresponde à porção mais aplainada da região, situada notadamente
na faixa mais ao sul da serra dos Carajás. A topografia desse domínio caracteriza-se por
cotas de até 300 m de altitude. A declividade é predominantemente baixa, mesmo nas
esporádicas elevações desse domínio.
As altitudes, na área de estudo, variam entre 190m na área do principal curso d’água
que corta a área de estudo na direção norte-sul e 550m nas partes elevadas ao norte da
área de estudo. A grande porção da área de estudo é caracterizada por declividade entre
0 a 5%. As declividades superiores a 15%, onde seria inviável a instalação do aterro
para disposição de resíduo sólido, estão restritas às porções norte, sul e sudeste da área
de estudo.
3.4 – Solo
O solo que ocorre na área de estudo é classificado como Podzólico vermelho-amarelo
ROSATELLI (1974). Este solo é ácido, bem desenvolvido e possui um horizonte A
fraco e um horizonte B argílico.
São solos na sua maioria de baixa fertilidade, de textura argilosa, com seqüência de
horizontes do tipo A, B e C, bem drenados e com erosão variando de laminar ligeira a
moderada.
A área de estudo é representada, na sua maioria, por espessura de solo superior a 2m.
Em locais restritos, como na porção sul e oeste, a espessura de solo é inferior a 2m.
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3.5 – Hidrografia
Na área de estudo a densidade de drenagem é basicamente média, exibindo padrão
predominantemente dendrítico, por vezes paralelo, em conseqüência de controle
estrutural.
A drenagem é fortemente influenciada pelas bem destacadas estações de chuva e de
seca resultando em grande variações de vazões e de planícies de inundações. Há grande
ocorrência de córregos temporários em grande parte do curso, principalmente na época
de seca.
3.6 – Hidrogeologia
A área de estudo localiza-se na Província Hidrogeológica do Escudo Central FEITOSA
& FILHO (2000) e é caracterizada por aquíferos em rochas cristalinas fraturadas.
Na área a profundidade do nível de água subterrâneo menor que 1m esta localizada nas
áreas de ocorrência das drenagens principais, enquanto a profundidade maior que 3m
está localizada nas áreas de topografia mais elevada.
3.7 – Clima
A área objeto de estudo pertence a uma Região Climática Quente na qual está
caracterizada, por possuir um clima térmico nas partes baixas e mesotérmico nas áreas
elevadas, onde as temperaturas são suavizadas pela altitude ROSATELLI et al. (1974).
A sub-região climática é caracterizada por um clima tropical de monção, com um
período seco no inverno, onde os dias são relativamente curtos e um período úmido,
bastante acentuado, com chuvas torrenciais no verão, quando os dias são mais longos.
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A temperatura média anual encontra-se em torno de 24ºC e a precipitação total anual na
faixa de 1750mm. O excedente hídrico, água sujeita a percolação, é de
aproximadamente 380mm. O período mais seco varia de maio a novembro.
3.8 – Vegetação
Na área em estudo a vegetação é do tipo Floresta Ombrófila de Montana que ocorre nas
altitudes mais elevadas. Apresenta uma estrutura florestal bastante variada, composta
por árvores emergentes, bem distribuídas e grossas VELOSO et al (1974).
Este tipo de vegetação ocorre nas porções norte e sul da área em estudo enquanto nas
outras áreas há o predomínio de pastagens e juquiras.
4 - METODOLOGIA
As variáveis que serão consideradas na classificação das áreas adequadas à disposição
de resíduos sólidos são: declividade, hidrografia, espessura de solo, profundidade do
nível d’água subterrâneo, permeabilidade do solo, vegetação, infra-estrutura e distância
da área do projeto.
Os critérios para a classificação das áreas favoráveis a diposição de resíduos sólidos em
relação a declividade, espessura e permeabilidade do solo foram adotados segundo a
norma NBR10157 – Aterros de Resíduos Perigosos – Critérios para Projeto, Construção
e operação com algumas modificações como podem ser verificadas abaixo:
1) Recomenda-se locais com declividade superior a 1% e inferior a 20%. No
presente trabalho para a classificação das áreas favoráveis à disposição de
resíduos sólidos utilizou-se intervalos conservadores superior a 2% e inferior
a 15%;
2) Entre a superfície inferior do aterro e o mais alto nível do lençol freático
deve haver uma camada de espessura mínima de 1,5m de solo insaturado. No
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presente trabalho a espessura de solo insaturado considerado ideal para a
instalação do aterro de resíduo sólido é superior a 2m e a profundidade do
nível d’água é superior a 3m.
3) O aterro deve ser executado em áreas onde haja predominância no subsolo de
material com coeficiente de permeabilidade inferior a 5,0 x 10-5 cm/s. No
presente trabalho a permeabilidade de solo considerada ideal para a
instalação do aterro de resíduo sólido é inferior a 10-5 cm/s.
O critério em relação à distância dos principais cursos d’água foi adotado aquele
estabelecido pelo Código Florestal Artigo 2 e também da Resolução CONAMA Nº 004
de 18/09/1985 que resumidamente trata-se do seguinte:
1) Distância de 30m para os rios ou qualquer corpo d’água cuja largura mínima
é de até 10m;
2) Distância de 50m para os rios ou qualquer corpo d’água cuja largura mínima
é entre 10 a 50m;
3) Distância de 100m para os rios ou qualquer corpo d’água cuja largura
mínima é entre 50 a 200m;
4) Distância de 200m para os rios ou qualquer corpo d’água cuja largura
mínima é entre 200 a 600m;
5) Nas nascentes permanentes ou temporárias, incluindo os olhos d'água e
veredas, seja qual for sua situação topográfica, com uma faixa mínima de 50
(cinqüenta) metros e a partir de sua margem, de tal forma que proteja, em
cada caso, a bacia de drenagem contribuinte;
6) Ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais,
desde o seu nível mais alto medido horizontalmente, em faixa marginal cuja
largura mínima será de 100 (cem) metros para os que estejam em áreas
rurais, exceto os corpos d'água com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja
faixa marginal será de 50 (cinqüenta) metros.
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Os critérios para a classificação das áreas favoráveis a disposição de resíduos sólidos
em relação a vegetação e distância da área do Projeto foram acrescentado no presente
objeto de estudo sem atender a um trabalho específico. Foi considerado como área do
Projeto um polígono de 7km de extensão por 6,5km de largura, onde estão inseridos
todas as infra-estrutura que serão construída para a operação da mina como por
exemplo: cavas, pilhas de estéril, pilhas de minério, barragens de rejeito e usina de
beneficiamento. A utilização da classificação de áreas distantes da área do Projeto foi na
tentativa de minimizar o custo de transporte, ou seja, quanto mais próximo da área do
projeto, mais adequado é a área para a disposição de resíduos sólidos.
Considerando os critérios adotados acima foram elaboradas as seguintes classificações
para as áreas favoráveis à disposição de resíduos sólidos:
Boa:
Espessura de solo: 2m;
Declividade: 2 a 5%;
Profundidade do nível d’água subterrâneo: maior que 3m;
Permeabilidade: inferior a 10-5 cm/s;
Vegetação: área com vegetação.
Distância da área do Projeto: 0 a 300m
Regular:
Espessura de solo: entre 1 a 2m;
Declividade: entre 5 a 10%;
Profundidade do nível d’água subterrâneo: entre 2 a 3m;
Permeabilidade: entre 10-3 a 10-5 cm/s;
Vegetação: área com vegetação.
Distância da área do Projeto: 300 a 600m
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Restrita:
Espessura de solo: entre 0,5 a 1m;
Declividade: entre 10 a 15%;
Profundidade do nível d’água subterrâneo: entre 1 a 2m;
Permeabilidade: entre 10-1 a 10-3 cm/s;
Vegetação: área com vegetação.
Distância da área do Projeto: 600 a 900m
Inapta:
Espessura de solo: menor que 0,5m;
Declividade: menor que 2% e maior que 15%;
Profundidade do nível d’água subterrâneo: entre 0 a 1m;
Permeabilidade: entre 10 a 10-1 cm/s;
Vegetação: solo descoberto.
Distância da área do Projeto: >900m e na área do projeto
5 – TRABALHOS REALIZADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
5.1 – Modelo Digital de Terreno - MDT
A base topográfica da área do projeto que foi utilizada neste trabalho foi elaborada a
partir de restituição aerofotogramétrica com curvas de nível espaçada de 5 em 5m. O
arquivo magnético desta base encontrava-se em formato DWG e o primeiro trabalho
consistiu em atribuir valores de cotas às curvas de nível. Finalizando este trabalho, o
arquivo magnético da topografia foi convertido em um arquivo do tipo DAT (arquivo
binário que possui as informações relativas as coordenadas UTM-N, UTM-E e
elevação). A partir do arquivo DAT foi elaborado o modelo de grade triangular e o
modelo de grade regular de 50 em 50m, utilizando o software Geoterrain da Bentley. A
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partir do modelo de grade regular foi elaborado um mapa de declividade (FIGURA 02)
com os intervalos definidos no item 4 deste trabalho:
0 a 2% área considerada inapta a instalação de aterro;
2 a 5% área considerada boa a instalação de aterro;
5 a 10% área considerada regular a instalação de aterro;
10 a 15% área considerada restrita a instalação de aterro e
>15% área considerada inapta a instalação de aterro.
Conforme verificado na FIGURA 02, as áreas consideradas inaptas (declividade <2% e
>15%) a instalação de aterro para a disposição de resíduos sólidos, correspondem a
aproximadamente 60% da área total do projeto. Estas áreas estão localizadas nas
margens dos cursos d’água (declividade <2%) e nas serras que ocorrem a norte,
noroeste e sul da área do projeto (declividade >15%).
As áreas consideradas como boa a instalação de aterro (declividade entre 2 a 5%)
correspondem a aproximadamente 20% da área total do projeto. Os 20% restante da
área total do projeto é constituído por áreas classificadas como regular e restrita a
instalação de aterro.
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FIGURA 02 – Mapa de declividade
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5.2 – Mapa de faixa de espessura de solo
A elaboração do mapa de solo foi realizada manualmente a partir da interpolação dos
valores de espessura de solo determinadas por aproximadamente 250 sondagens a
percussão, mista e exploratória realizada na área do projeto. Este mapa, depois de
finalizado o trabalho de interpretação manual, foi digitalizado através da digitalização
do tipo heads-up, utilizando o AutocadR14. O mapa vetorial foi registrado no sistema
de coordenadas UTM utilizando-se o software Reprographic da Bentley. Finalizado esta
etapa, o arquivo DXF foi convertido no arquivo DAT (arquivo binário que possui as
informações relativas às coordenadas UTM-N, UTM-E e elevação). A partir do arquivo
DAT foi elaborado o modelo de malha triangular e regular de 20 em 20m utilizando o
software Geoterrain da Bentley. A partir do modelo de malha regular foi elaborado o
mapa temático por faixa de espessura de solo (FIGURA 03) com com os intervalos
definidos no item 4 deste trabalho:
<0,5m área considerada inapta a instalação de aterro;
0,5 a 1m área considerada restrita a instalação de aterro;
1 a 2m área considerada regular a instalação de aterro e
>2m área considerada boa a instalação de aterro.
Na FIGURA 03 pode ser verificado que a grande maioria da área do projeto é
caracterizada por espessura de solo superior a 2m. Os locais com espessura inferior a
2m estão restrita as porções sul e oeste da área em estudo.
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FIGURA 03 – Mapa de faixa de espessura de solo
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5.3 – Mapa de faixa de valores de permeabilidade de solo
O mapa de faixa de permeabilidade de solo foi elaborado a partir dos valores dos
resultados dos ensaios de permeabilidade de solo realizados nas 200 sondagens a
percussão e 25 sondagens mista executadas na área do projeto. A partir do arquivo DAT
contendo as informações relativas a localização das sondagens e os valores de
permeabilidade foi elaborado o modelo de grade triangular e o modelo de grade regular
com 20 x 20m utilizando o software Geoterrain da Bentley. A partir do modelo de faixa
regular foi elaborado o mapa de faixa de valores de permeabilidade de solo (FIGURA
04) com os seguintes intervalos:
>10-5cm/s área considerada boa a instalação de aterro;
10-3 a 10-5cm/s área considerada regular a instalação de aterro;
10-1 a 10-3cm/s área considerada restrita a instalação de aterro e
1 a 10-1cm/s área considerada inapta a instalação de aterro.
Neste caso os intervalos de permeabilidade estão diferente daqueles sugeridos no item
4, uma vez que os valores de permeabilidade encontrados na área do projeto são
inferiores aos valores sugeridos na metodologia deste trabalho, como pode ser
verificado na TABELA 01. Portanto optou-se por utilizar o intervalo definido
anteriormente por representar uma melhor e mais conservativa distribuição dos dados
encontrados na área do projeto.
TABELA 01 - Comparação entre os intervalos de valores de permeabilidade sugeridosna metodologia e aqueles encontrados na área do projeto
Permeabilidade sugerida
no Item 4 - Metodologia
Permeabilidade da área
do projeto
10-5 a 10cm/s 10-8 a 8,2 x 10-3cm/s
Pode ser verificado na FIGURA 04 que a distribuição das faixas de intervalo dos
valores de permeabilidade apresenta-se de maneira homogênea para os intervalos
sugeridos.
GEOPROCESSAMENTO 2000
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FIGURA 04 – Mapa de faixa de valores de pemeabilidade de solo
GEOPROCESSAMENTO 2000
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5.4 – Mapa de distância dos cursos d’água
O mapa de distância de cursos d’água (FIGURA 05) foi elaborado a partir da criação de
áreas de influência dos cursos d’água utilizando a ferramenta buffer do software
MapInfo 4.5. Os parâmetros para a elaboração deste mapa foram apresentados no item
4.
Resumidamente para a área do projeto as distâncias utilizadas foram as seguintes:
Para drenagens com largura mínima de 10m utilizou-se uma distância de 30m;
Para drenagens com largura entre 10 e 50m utilizou-se uma distância de 50m;
Para drenagens com largura entre 50 e 200m utilizou-se uma distância de 100m;
Para áreas de nascentes e alagadiças utilizou-se uma distância de 50m;
Para áreas de lago e lagoas utilizou-se uma distância de 50m;
GEOPROCESSAMENTO 2000
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FIGURA 05 – Mapa de distância dos cursos d’água
GEOPROCESSAMENTO 2000
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5.5 – Mapa de faixa de profundidade de nível d’água subterrâneo
O mapa inicial de profundidade de nível d’água foi elaborado a partir da interpolação
manual dos valores da profundidade do nível d’água subterrâneo monitorado durante 1
ano nas 25 estações piezométricas, 15 medidores de nível d’água, 15 furos exploratórios
e 19 cisternas. Finalizado o trabalho de interpretação manual, este mapa foi digitalizado
através da vetorização do tipo heads-up, utilizando o Autocad R14. O mapa vetorial foi
registrado no sistema de coordenada UTM utilizando-se o software Reprographic da
Bentley. Finalizado esta etapa o arquivo DXF foi convertido no arquivo DAT (arquivo
binário que possui as informações relativas às coordenadas UTM-N, UTM-E e
elevação). A partir do arquivo DAT foi elaborado o modelo de malha triangular e
regular de 20 em 20m utilizando o software Geoterrain da Bentley. A partir do modelo
de malha regular foi elaborado o mapa temático por faixa de profundidade de nível
d’água subterrâneo (FIGURA 06) com os seguintes intervalos:
0 a 1m área considerada inapta a instalação de aterro;
1 a 2m área considerada restrita a instalação de aterro;
2 a 3m área considerada regular a instalação de aterro e
>3m área considerada boa a instalação de aterro;
Conforme pode ser verificado na FIGURA 06, a grande maioria da área do projeto é
caracterizada por profundidades de nível d’água entre 0 a 1m restritas às áreas dos
principais cursos d’água e maior que 3m de profundidade nas áreas com relevo mais
elevado.
GEOPROCESSAMENTO 2000
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FIGURA 06 – Mapa de faixa de profundidade do nível d’água subterrâneo
GEOPROCESSAMENTO 2000
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5.6 – Mapa de Vegetação
Para a elaboração do mapa esquemático de vegetação foi utilizado a composição das
bandas 3, 4 e 5 da imagem do satélite Landsat-TM, com resolução espacial de 30m. A
imagem de satélite foi registrada utilizando-se o software Reprographic da Bentley. A
FIGURA 07 mostra o mapa de vegetação para a área do projeto. A interpretação deste
mapa foi somente com relação as áreas com vegetação e as áreas de pastagens.
5.7 – Mapa de Infra-estrutura
O mapa de infra-estrutura (FIGURA 08) foi utilizado a partir do levantamento
aerofotogramétrico da área do projeto.
5.8 – Mapa de distância da área do projeto
O mapa da área do projeto (FIGURA 09) foi elaborado a partir da delimitação da área
em que o projeto estará inserido e as áreas distantes do mesmo conforme classificação
abaixo:
Área 1: distante de 0 a 300m da área do projeto área considerada boa a instalação de
aterro;
Área 2: distante de 300 a 600m da área do projeto área considerada regular a
instalação de aterro;
Área 3: distante de 600 a 900m da área do projeto área considerada restrita a
instalação de aterro e
Área 4: distante de 900 a 1200m da área do projeto área considerada inapta a
instalação de aterro.
GEOPROCESSAMENTO 2000
__________________________________________________________________________________________________________
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FIGURA 07 – Mapa de vegetação
GEOPROCESSAMENTO 2000
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FIGURA 08 – Mapa de infra-estrutura
GEOPROCESSAMENTO 2000
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FIGURA 09 – Mapa distância da área do projeto
GEOPROCESSAMENTO 2000
__________________________________________________________________________________________________________
27
5.9 – Mapa com a classificação de áreas favoráveis a disposição de resíduos
sólidos
Os mapas descritos nos itens 5.1 a 5.8 foram transformados em arquivos raster do tipo
TIF, com resolução espacial de 4m, resultando em 2250 linhas e 2500 colunas, com o
objetivo de ser feita classificação das áreas favoráveis à disposição de resíduos sólidos.
O programa escolhido para a análise espacial foi o SAGA-UFRJ, que trabalha com
arquivos do tipo raster, onde pode ser correlacionados vários temas. Para cada tema
pode ser determinado um peso variável entre 0 a 100%, em função do grau de
importância deste tema, e para cada legenda deste tema uma nota variando de 0 a 10
conforme a classificação da mesma em relação a metodologia utilizada neste trabalho,
ou seja, nota 0 para as áreas consideradas inaptas a instalação do aterro de resíduo
sólido, nota 2 para as áreas consideradas restritas a instalação do aterro de resíduo
sólido, nota 6 para as áreas consideradas regulares a instalação do aterro de resíduo
sólido e nota 10 para as áreas consideradas boas a instalação do aterro de resíduo sólido.
A distribuição dos pesos no presente trabalho teve por princípio evitar a contaminação
dos cursos d’água e o nível d’água subterrâneo. Sendo assim os temas relacionados
diretamente com a água, como por exemplo, mapa de distância dos cursos d’água e
mapa de faixa de profundidade do nível d’água subterrâneo e aqueles relacionados
indiretamente com a água, como por exemplo, mapa de faixa de espessura de solo,
mapa de faixa de valores de permeabilidade de solo e mapa de declividade, receberam o
peso máximo de 15% cada. O mapa de vegetação e o mapa de distância da área do
projeto receberam pesos semelhantes enquanto o mapa de infra-estrutura recebeu o peso
mínimo de 5%
A distribuição dos pesos e notas para os temas e as legendas foram os seguintes:
GEOPROCESSAMENTO 2000
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• Mapa de declividade - Peso: 15%
2% - Nota: 0 área considerada inapta a instalação de aterro;
2 a 5% - Nota: 10 área considerada boa a instalação de aterro;
5 a 10% - Nota: 6 área considerada regular a instalação de aterro;
10 a 15% - Nota: 2 área considerada restrita a instalação de aterro;
>15% - Nota: 0 área considerada inapta a instalação de aterro e
Fundo de mapa – Nota: 0 área considerada inapta a instalação de aterro.
• Mapa de faixa de espessura de solo – Peso: 15%
<0,5m - Nota: 0 área considerada inapta a instalação de aterro;
0,5 a 1m - Nota: 2 área considerada restrita a instalação de aterro;
1 a 2m - Nota: 6 área considerada regular a instalação de aterro;
>2m - Nota: 10 área considerada boa a instalação de aterro e
Fundo de mapa – Nota: 0 área considerada inapta a instalação de aterro.
• Mapa de faixa de valores de permeabilidade do solo – Peso: 15%
10-2 a 10-3 cm/s - Nota: 0 área considerada inapta a instalação de aterro;
10-3 a 10-4 cm/s - Nota: 2 área considerada restrita a instalação de aterro;
10-4 a 10-5 cm/s - Nota: 6 área considerada regular a instalação de aterro;
10-5 a 10-6 cm/s - Nota: 10 área considerada boa a instalação de aterro e
Fundo de mapa – Nota: 0 área considerada inapta a instalação de aterro.
• Mapa de distância dos cursos d’água – Peso: 15%
Curso d’água – Nota 0 área considerada inapta a instalação de aterro e
Fundo de mapa – Nota 10 área considerada boa a instalação de aterro.
• Mapa de faixa de profundidade do nível d’água subterrâneo– Peso: 15%
0 a 1m - Nota: 0 área considerada inapta a instalação de aterro;
1 a 2m - Nota: 2 área considerada restrita a instalação de aterro;
2 a 3m - Nota: 6 área considerada regular a instalação de aterro;
>3m - Nota: 10 área considerada boa a instalação de aterro e
Fundo de mapa – Nota: 0 área considerada inapta a instalação de aterro.
GEOPROCESSAMENTO 2000
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• Mapa de vegetação– Peso: 10%
Cobertura vegetal – Nota 10 área considerada boa a instalação de aterro e
Área com solo descoberto – Nota 0 área considerada inapta a instalação deaterro.
• Mapa de infra-estrutura– Peso: 5%
Estradas – Nota 0 área considerada inapta a instalação de aterro;
Edificações – Nota 0 área considerada inapta a instalação de aterro e
Fundo de mapa – Nota 10 área considerada boa a instalação de aterro.
• Mapa de distância da área do projeto– Peso: 10%
0 a 300m - Nota: 10 área considerada boa a instalação de aterro;
300 a 600m - Nota: 6 área considerada regular a instalação de aterro;
600 a 900m - Nota: 2 área considerada restrita a instalação de aterro;
900 a 1200m - Nota: 0 área considerada inapta a instalação de aterro e
Fundo de mapa – Nota: 0 área considerada inapta a instalação de aterro.
O mapa resultante, depois de definidos estes critérios, classificava as áreas com nota de
0 a 10, conforme potencial de disposição de resíduos sólidos. Esta legenda foi agrupada
adotando-se o seguinte critério:
Nota 9 e 10 – Classificada como Boa para a disposição de resíduo sólido;
Nota 7 e 8 – Classificada como Regular para a disposição de resíduo
sólido;
Nota 4, 5 e 6 – Classificada como Restrita para a disposição de resíduo
sólido e
Nota 0, 1, 2 e 3 – Classificada como Inapta para a disposição de resíduo
sólido.
GEOPROCESSAMENTO 2000
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30
A FIGURA 10 mostra o mapa com a classificação das áreas favoráveis à disposição de
resíduos sólidos e a FIGURA 11 apresenta um fluxograma detalhado das etapas
desenvolvidas neste trabalho.
As áreas classificadas como Boa a disposição de resíduos sólidos estão localizadas na
porção sul da área de estudo e representam aproximadamente 1% do total da área de
estudo.
GEOPROCESSAMENTO 2000
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FIGURA 10 – Mapa com a classificação de áreas favoráveis a disposição de resíduos
sólidos
GEOPROCESSAMENTO 2000
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FIGURA 11 – Fluxograma mostrando as etapas desenvolvidas neste trabalho
DATMapa de
DeclividadeTIF
Mapa deDeclividade
BaseTopográfica
Autocad R14
Geoterrain
Reprographic
SAGA
Conversão emarquivo do tipo...
LEGENDA
DXFMapa de
distância doscursos d'água
DXFMapa de
distância doscursos d'água
Mapa darede de
drenagem
TIF
Mapa deprofundidade do
nível d'águasubterrânea
DWG/12
Mapa de faixasde profundidadedo nível d'água
subterrânea
Mapa deprofundidade do
nível d'águasubterrânea
TIFMapa de
distância doscursos d'água
MapInfo
Mapa analógico
TIF
Mapa deprofundidade do
nível d'águasubterrânea
TIFMapa de
isópacas desolo
DWG/12
Mapa defaixas de
espessura desolo
Mapa deisópacas de
soloTIF
Mapa de faixasde espessura
de solo
Mapa de faixasde valores de
permeabilidadesolo
TIF
Mapa de faixasde valores de
permeabilidadesolo
Mapa devegetação TIF Mapa de
vegetação
Mapa deprofundidade do
nível d'águasubterrânea
Mapa deisópacas de
solo
MAPA COM ACLASSIFICAÇÃO
DE ÁREAS PARA ADISPOSIÇÃO DE
RESÍDUOSSÓLIDOS
GEOPROCESSAMENTO 2000
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6 - CONCLUSÃO
A utilização da técnica de geoprocessamento neste trabalho mostrou-se de maneira
eficaz na classificação das áreas para a disposição de resíduos sólidos, uma vez, que
foram analisados um número razoável de variáveis, e cada uma, com o seu determinado
grau de importância.
Os locais ideais para disposição de resíduos sólidos são coerentes em relação as
características de declividade, espessura de solo, permeabilidade de solo, distância de
curso d’água, profundidade do nível d’água subterrâneo, vegetação, infra-estrutura e
distância da área do projeto.
Alguns outros temas seriam interessantes de serem analisados como por exemplo as
informações relativas a localização dos lineamentos geológicos. Como o aquífero
existente na área é do tipo fraturado a análise das áreas de influência dos principais
lineamentos seria importante a fim de evitar a possível contaminação da água
subterrânea com efluentes provenientes do aterro.
Outro fator que deveria ser considerado para a determinação da localização final do
aterro seria o tamanho da área necessária a disposição do mesmo.
GEOPROCESSAMENTO 2000
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34
7 - REFERÊNCIAS
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