claudinei aparecido de freitas da silva cristiane picinini...

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Claudinei Aparecido de Freitas da Silva Cristiane Picinini Douglas Antônio Bassani Gilmar Henrique da Conceição Libanio Cardoso Roberto S. Kahlmeyer-Mertens Wilson A. Frezzatti Junior (Organizadores) Anais do XX Simpósio de Filosofia Moderna e Contemporânea da UNIOESTE TOLEDO PR 2015

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  • Claudinei Aparecido de Freitas da Silva

    Cristiane Picinini

    Douglas Antnio Bassani

    Gilmar Henrique da Conceio

    Libanio Cardoso

    Roberto S. Kahlmeyer-Mertens

    Wilson A. Frezzatti Junior

    (Organizadores)

    Anais do XX Simpsio de

    Filosofia Moderna e Contempornea

    da UNIOESTE

    TOLEDO PR

    2015

  • Catalogao na Publicao elaborada pela Biblioteca Universitria UNIOESTE/Campus de Toledo.

    Bibliotecria: Marilene de Ftima Donadel - CRB 9/924

    Simpsio de Filosofia Moderna e Contempornea da Universidade

    Estadual do Oeste do Paran (18.: 2015, out. 26-30:

    Toledo - PR)

    S612a Anais (do) XX Simpsio de Filosofia Moderna e Contempornea da Universidade

    Estadual do Oeste do Paran (UNIOESTE) (recurso eletrnico) / Organizao de

    Libanio Cardoso, Roberto S. Kahlmeyer-Mertens, Claudinei Aparecido de Freitas da

    Silva, Cristiane Picinini, Douglas Antnio Bassani, Gilmar Henrique da Conceio, Wilson Frezzatti

    Junior.

    Toledo : (s. n.), 2015.

    World wide web

    http://www.unioeste.br/filosofia/

    Evento realizado no perodo de 26 a 30 de outubro de 2015, na Universidade

    Estadual do Oeste do Paran - UNIOESTE. Toledo, Pr.

    ISSN: 2176-2066

    1. 1. Filosofia moderna Congressos 2. Filosofia contempornea Congressos I.

    Cardoso, Libanio Org. II Kahlmeyer-Mertens, Roberto S. Org. III. Silva, Claudinei

    Aparecido Freitas; Org. IV. Picinini, Cristiane; Org. V. Bassani, Douglas A.; Org. VI. Conceio,

    Gilmar Henrique da; Org. VII. Frezzatti Junior, Wilson Antonio..

    CDD 20. ed. 190.63

    106.3

  • COMIT CIENTFICO

    Epistemologia:

    Andre Leclerc (UFPB)

    Douglas Antonio Bassani (UNIOESTE)

    Marcelo do Amaral Penna-Forte (UNIOESTE)

    Remi Schorn (UNIOESTE)

    Esttica:

    Olmpio Jos Pimenta Neto (UFOP)

    Pedro Costa Rego (UFRJ)

    Wilson Antonio Frezzatti Jr (UNIOESTE)

    Ensino de Filosofia:

    Altair Fvero (UPF)

    Ana Miriam Wuensch (UnB)

    Clia Machado Benvenho (UNIOESTE)

    Ester Maria Dreher Heuser (UNIOESTE)

    Filosofia da Mente:

    Marcos Rodrigues da Silva (UEL)

    Luiz Henrique Dutra (UFSC)

    Metafsica:

    Alberto Marcos Onate (UNIOESTE)

    Alexandre Tadeu Guimares de Soares (UFU)

    Clademir Lus Araldi (UFPel)

    Claudinei Aparecido de Freitas da Silva (UNIOESTE)

    Csar Augusto Battisti (UNIOESTE)

  • Cristiano Perius (UEM)

    Eder Soares Santos (UEL)

    Eneias Junior Forlin (UNICAMP)

    Erico Andrade Marques de Oliveira (UFPE)

    Libanio Cardoso (UNIOESTE)

    Luciano Carlos Utteich (UNIOESTE)

    Marisa Carneiro de O. F. Donatelli (UESC)

    Roberto Saraiva Kahlmeyer-Mertens (UNIOESTE)

    Filosofia Poltica:

    Aylton Barbieri Duro (UFSC)

    Carlo Gabriel Pancera (UFMG)

    Cludio Boeira Garcia (UNIJU)

    Delamar Jos Volpato Dutra (UFSC)

    Jadir Antunes (UNIOESTE)

    Jos Luiz Ames (UNIOESTE)

    Luis Portela (UNIOESTE)

    Marciano Adilio Spica (UNICENTRO)

    Tarclio Ciotta (UNIOESTE)

    Rosalvo Schtz (UNIOESTE)

  • SUMRIO

    Apresentao...............................................................................................01

    Programao................................................................................................04

    ndice dos Resumos.....................................................................................06

    ndice dos Textos Completos......................................................................12

    Resumos dos Minicursos.............................................................................16

    Resumos de Comunicaes, Cara a Tapa & Textos completos..................26

    Cara a Tapa................................................................................................110

    Textos Completos......................................................................................115

    Nota dos Organizadores............................................................................602

  • APRESENTAO

    O Simpsio de Filosofia Moderna e Contempornea da Unioeste chegou sua

    vigsima edio. Demarcam-se, assim, duas dcadas de ininterrupta atividade de ensino,

    pesquisa e extenso coroadas pelo esprito de amizade e trabalho em equipe que, desde

    o primeiro evento, renem a comunidade de Toledo, estudantes, tcnicos universitrios,

    professores e a universidade em torno da Filosofia e da Educao.

    Entre 26 e 30 de outubro de 2015, em seu campus de Toledo, a Unioeste recebeu

    professores da Alemanha, de Portugal e da Argentina, alm de importantes nomes da

    filosofia no Brasil; recebeu quase trezentas inscries, produziu mais de setenta

    comunicaes, nas vrias reas de pesquisa filosfica e das cincias humanas; durante

    trs dias, ofereceu quatro minicursos simultneos e sete conferncias, ensejou atividades

    artsticas e de integrao, recebeu visitantes de diversas regies e universidades. As

    conferncias foram disponibilizadas na pgina virtual do curso, de modo a estender a

    pesquisa aqui realizada ou apresentada. Por fim, dois livros surgem do Simpsio este

    livro de Anais, cujas dimenses revelam a fora do evento, e uma edio comemorativa

    dos 20 anos, em que se renem textos dos professores conferencistas, minicursistas e

    coordenadores de minicursos. Trata-se de um conjunto de resultados slido, que

    dignifica o esforo de todos que estiveram envolvidos nesta edio e anteriores.

    Evidencia-se, assim, a retribuio que trazemos comunidade regional e sociedade

    brasileira, pelo investimento e pelo auxlio que sempre nos chegaram.

    Se recordamos que tudo isso se deu em meio a uma grave crise econmica

    nacional, e que durante a preparao do evento atravessamos uma longa e justa greve na

    educao paranaense; se observamos que o Simpsio se realizou com verbas que mal

    chegaram a um tero das de que dispusemos em anos anteriores, e simultaneamente s

    eleies gerais universitrias que demandam muitssimo dos servidores da instituio

    e requerem espaos e atividades prprias conclumos no ter sido uma realizao de

    pouca monta, e devemos louvar mais esta conquista de nosso Colegiado.

    O poeta alemo Hlderlin perguntou, na elegia Po e Vinho, para que serviriam

    poetas em tempos de penria. As privaes e desafios que cercam a vida contempornea

    levam-nos muitas vezes a perguntar para que serve a filosofia. Em meio a tantas

    necessidades materiais urgentes, ela soa sempre anacrnica expresso que, por si, j

    daria o que pensar. Mas para que filosofia? De que nos serve? Ela serve para que

    possamos ns mesmos servir ao pensamento, doao de uma medida para nossas

    necessidades, para nossas limitaes e pressupostos. O poeta e pensador alemo

    tambm disse: em tempos de perigo, cresce o que salva. A filosofia salvao, no por

    atender s demandas de uma poca porque isto, em sua finita conpleio humana, ela

    no pode fazer ; ela nos salva porquanto faz brilhar o ideal em meio penria,

    diminuindo-a, conduzindo-a sua estreiteza, revelando a unidade simples de um projeto

    que nos lana desde sempre para alm de ns mesmos. Um pas que aposta em seus

    filsofos, poetas, em suas cincias humanas revela a fora de sua crena em si mesmo,

    ultrapassando a figura reflexa que seus desafios cotidianos insistem em fazer reger a

    todos. Nessa insistncia, to prpria da pequena poltica, retira-se a esperana na

    subservincia a limitaes apenas atuais. Por tudo isso, a aposta da Unioeste no

  • Simpsio de Filosofia uma deciso poltica no sentido maior de que se reveste a

    palavra. Trata-se do que os fundadores da filosofia tal como a conhecemos chamavam

    de o cuidado com a plis. Esta ltima o lugar do acontecimento humano. Cuida-se,

    portanto, em nosso evento, eminentemente da preparao de um futuro que no atende a

    injunes meramente presentes, mas que traz do passado a fora de uma integridade

    essencial.

    A presente edio rene a programao do evento, resumos das aulas

    ministradas nos minicursos e das comunicaes efetivamente apresentadas, e agrega,

    ainda, textos completos enviados pelos participantes.

    Cabe formalizar agradecimentos aos que permitiram, com seu auxlio, o sucesso

    da XXa. Edio do Simpsio. CAPES, Fundao Araucria, ao CNPq, Reitoria e

    Pr-Reitoria de Extenso da Unioeste, Fundao Universitria envolvidos no

    financiamento do evento , ao corpo de professores e estudantes da graduao e da ps-

    graduao em Filosofia de nossa universidade, aos tcnicos e administradores

    universitrios, comunidade de Toledo, Prefeitura Municipal, Cmara dos Vereadores,

    AO Secretrio Municipal de Administrao, Amauri Linke, equipe da Cozinha Social

    do municpio, imprensa regional, Associao Comercial, empresrios, lojistas,

    comerciantes e comercirios de nossa cidade em especial s equipes da Lumiar

    Turismo e do Olinda Park Hotel , ao pblico presente ao evento fica nosso muito

    obrigado. Sabemos das dificuldades com que cada um prestou seu auxlio e emprestou

    seu prestgio Filosofia, atravs do Simpsio, e aqui o reconhecemos.

    Em um evento dessa dimenso, inevitavelmente faltam memria os nomes de

    todos os colaboradores. Pedimos antecipadas e sinceras desculpas pelas omisses.

    Ainda assim, queremos dedicar agradecimento expresso s equipes do Departamento

    Financeiro (chefiado pela Vera) e da Secretaria Acadmica do campus de Toledo

    (chefiada pela Ana), pela eficincia e amizade, traduzidas em enorme auxlio. O mesmo

    agradecimento estende-se Direo do campus, na figura do professor Jos Dilson; aos

    professores Moacir Piffer (Cincias Econmicas) e Slvio Colognese (Cincias Sociais),

    pela inestimvel parceria; aos motoristas e equipe de transportes do campus; a Graceli

    Vendruscolo, pela amizade, generosidade e eficincia; a Neomar Mignoni, Lucas Vogel,

    Jos Luiz Mariani, Anderson Felipe, Mara Oliveira, Cristiane Cndido, William

    Alcantara, Fbio Antnio da Silva, Danilo Miner de Oliveira, Fabiana Benetti e tantos

    estudantes e professores que formaram as equipes do Simpsio e coordenaram

    minicursos, mesas, recepo, inscries. Ao PIBID-Filosofia e ao PET-Filosofia da

    Unioeste, na figura de seus tutores e participantes, pelo empenho na organizao.

    Kula WebRadio Universitria, pela transmisso. Ao professor Wilson Antnio Frezzatti

    Jr. agradecemos o inestimvel auxlio quando da confeco dos projetos e em todos os

    momentos. professora Nelsi Welter e sua equipe, pelo intenso trabalho de divulgao

    do evento. Ao professor Luciano Utteich devemos um muito obrigado pela ajuda

    contnua em vrias reas da organizao e enorme empenho pessoal, que viabilizou a

    participao do professor Helmut Girndt. Ao professor Mrio Caimi, da Universidade

    de Buenos Aires,e sua esposa, por mais uma vez honrarem Toledo e a Unioeste com sua

    estada; ao professor Helmut Girndt e esposa; professora Irene Borges Duarte; a Martn

    Grassi, Vincius Figueiredo, Ferno Salles, Leocir Pessini, Elzia Ferreira, Vanessa

    Fontana, Carlos Serbena, Flvio Zimmermann e Vnia Dutra Azeredo, por sua estada e

    pelas aulas e conferncias. professora Ester Heuser, ento coordenadora do

    Colegiado, pelo auxlio na organizao de reunies, planejamento e execuo do evento.

  • Ao professor Remi Schorn, poca Pr-Reitor de Extenso, por sua ajuda, e assim

    tambm reitere-se a toda a sua equipe.

    Por fim, um especial agradecimento mestranda em filosofia Cristiane Picinini

    e professora Clia Benvenho. A dedicao, generosidade e amizade de ambas deram

    forma ao Simpsio e permitiram fossem superadas dificuldades e tarefas decisivas.

    Desejamos, com isto, professora Clia Benvenho, a quem coube, com justia, a

    Coordenao do XXI Simpsio de Filosofia Moderna e Contempornea, xito ainda

    maior e a mesma alegria que experimentamos nesta vigsima edio.

    Libanio Cardoso

    Roberto Kahlmeyer-Mertens

    Claudinei A. de Freitas da Silva

    Toledo, maro de 2016

  • PROGRAMAO

    XX Simpsio de Filosofia Moderna e Contempornea

    SEGUNDA-FEIRA: 26/10/2015 19:30 20:15 Abertura

    20:30 22:15 Conferncia: Dr. Vincius Berlendnis Figueiredo (UFPR)

    Da moral heroica moral moderna no sculo XVII francs

    TERA-FEIRA: 27/10/2015 08:30 11:45 Minicursos

    1) Concepes de vida no pensamento alemo do Sculo XIX Grupo de Pesquisa em Filosofia, Cincia e Natureza na Alemanha do Sculo XIX

    Coordenador: Dr. Wilson Frezzatti Jr. (UNIOESTE)

    2) Fenomenologia e Psicologia Grupo de Pesquisa em Histria da Filosofia

    Coordenador: Dr. Claudinei Aparecido de Freitas da Silva (UNIOESTE)

    3) O status da tica e da Biotica em sociedades pluralistas e seculares Grupo de Pesquisa em tica e Filosofia Poltica

    Coordenador: Dr. Daiane Martins Rocha (UNIOESTE)

    4) Variedades do empirismo moderno Grupo de Pesquisa em Lgica, Epistemologia e Filosofia da Linguagem

    Coordenador: Dr. Marcelo do Amaral Penna-Forte (UNIOESTE)

    14:00 18:00 - Comunicaes e mesas redondas

    19:15 20:45- Conferncia: Dr. Helmut Girndt (Universitt Duisburg-Essen Alemanha)

    Intuio e Reflexo na Doutrina da Cincia de 1812 de Fichte

    21:00 22:30- Conferncia: Dr. LeocirPessini (Centro Universitrio So Camilo SP)

    Biotica em tempos de globalizao

    QUARTA-FEIRA: 28/10/2015 08:30 11:45 Minicursos

    1) Concepes de vida no pensamento alemo do Sculo XIX Grupo de Pesquisa em Filosofia, Cincia e Natureza na Alemanha do Sculo XIX

    Coordenador: Dr. Wilson Frezzatti Jr. (UNIOESTE)

    2) Fenomenologia e Psicologia Grupo de Pesquisa em Histria da Filosofia

    Coordenador: Dr. Claudinei Aparecido de Freitas da Silva (UNIOESTE)

    3) O status da tica e da Biotica em sociedades pluralistas e seculares Grupo de Pesquisa em tica e Filosofia Poltica

    Coordenador: Dr. Daiane Martins Rocha (UNIOESTE)

    4) Variedades do empirismo moderno Grupo de Pesquisa em Lgica, Epistemologia e Filosofia da Linguagem

    Coordenador: Dr. Marcelo do Amaral Penna-Forte (UNIOESTE)

    14:00 18:00 - Comunicaes e mesas redondas

  • 19:15 20:45 - Conferncia: Dr. Ferno Salles (UFSCAR SP)

    David Hume contra a indiferena da vontade

    21:00 22:30 - Conferncia: Dr. Irena Borges Duarte (Universidade de vora Portugal)

    A autointerpretao de Husserl em 1930-31: o Nachwort s Ideencomo escrito polmico

    QUINTA-FEIRA: 29/10/2015 08:30 11:45 Minicursos

    1) Concepes de vida no pensamento alemo do Sculo XIX Grupo de Pesquisa em Filosofia, Cincia e Natureza na Alemanha do Sculo XIX

    Coordenador: Dr. Wilson Frezzatti Jr. (UNIOESTE)

    2) Fenomenologia e Psicologia Grupo de Pesquisa em Histria da Filosofia

    Coordenador: Dr. Claudinei Aparecido de Freitas da Silva (UNIOESTE)

    3) O status da tica e da Biotica em sociedades pluralistas e seculares Grupo de Pesquisa em tica e Filosofia Poltica

    Coordenador: Dr. Daiane Martins Rocha (UNIOESTE)

    4) Variedades do empirismo moderno Grupo de Pesquisa em Lgica, Epistemologia e Filosofia da Linguagem

    Coordenador: Dr. Marcelo do Amaral Penna-Forte (UNIOESTE)

    14:00 18:00 - Comunicaes e mesas redondas

    19:15 20:45 -Conferncia: Dr. Martn Grassi (Universidad de Buenos Aires - Argentina)

    La Regla de Oro, entre el Amor y laJusticia: Signaturas ticas, polticas y teolgicas

    enlafilosofa de Paul Ricoeur

    21:00 22:30 - Conferncia: Dr. Vnia Dutra de Azeredo (UNIOESTE)

    Habermas e o fundacionismo moderado em tica

    SEXTA-FEIRA: 30/10/2015 10:15 12:00 - Conferncia: Dr. Mario Caimi (Universidad de Buenos Aires - Argentina)

    Pensar por smismo. La Filosofa Moderna y ladefinicin de Filosofa

  • NDICE DOS RESUMOS

    Comunicaes, Cara a tapa & Textos completos

    TICA E ONTOLOGIA EM HEIDEGGER - Perspectivas das crticas dos

    contemporneos ao pensar heideggeriano de um ethos ontolgico Saulo Sbaraini Agostini...................................................................................................27

    OBSERVAES ACERCA DO PARADOXO DAS FICES

    Napoleo Schoeller de Azevedo Jr..................................................................................28

    ANLISE SOBRE O CARTER EXPLICATIVO DAS TEORIAS CIENTFICAS

    Douglas Antonio Bassani................................................................................................29

    DA SIMPLICIDADE RESOLUTIVA SIMPLICIDADE CAUSAL Csar Augusto Battisti.....................................................................................................30

    DA DIFERENA ENTRE FILOSOFIA E CINCIA NO PENSAMENTO

    HEIDEGGERIANO

    Felipe Ricardo Deuter Becker.........................................................................................31

    FORTUNA: O CONCEITO PENSADO A PARTIR DO MITO, DA MSICA E

    DA POLTICA DE MAQUIAVEL

    Fabiana de Jesus Benetti..................................................................................................32

    PULSO DE VIDA E PULSO DE MORTE EM FREUD

    Celia Machado Benvenho................................................................................................33

    CINCIA E RACIONALIZAO DE MUNDO - O PENSAMENTO DE

    NIETZSCHE SOBRE SCRATES E OS GREGOS

    Estevo Bocalon..............................................................................................................34

    O PRINCPIO DE RELATIVIDADE DO MOVIMENTO EM GALILEU

    Luiz Antonio Brandt........................................................................................................35

    A QUESTO DE DEUS NO CONTEXTO DA FILOSOFIA MORAL DE KANT

    Gustavo Ellwanger Calovi...............................................................................................37

    PERSPECTIVISMOS ACERCA DO PROBLEMA DO MTODO: Uma anlise

    sobre a crtica ao mtodo desenvolvida por Husserl e Feyerabend sob a tica do

    perspectivismo nietzscheano

    Cristiane Roberta Xavier Candido...................................................................................37

  • DO CONCEITO DE PESSOA JURDICA AO CONCEITO DE SUJEITO

    MORAL NA FILOSOFIA DO DIREITO DE HEGEL

    Tarcilio Ciotta..................................................................................................................38

    A SOCIEDADE DA IMAGINAO - Reflexes sobre a influncia da imaginao

    na concepo de si

    Geder Paulo Friedrich Cominetti.....................................................................................39

    O SEXTO EMPRICO DE MONTAIGNE: QUE SAIS-JE?

    Gilmar Henrique da Conceio.......................................................................................40

    O CONCEITO DE TRABALHO EM KARL MARX: PRODUO DE VALOR E

    DE MAIS-VALOR

    Gilmar Derengoski..........................................................................................................42

    PLATO E A DIVISO DA ALMA

    Ana Lucia Dourado.........................................................................................................42

    DA CINCIA PARA A TECNOLOGIA: O QUE MUDA?

    Alexandre Klock Ernzen.44

    NOTAS SOBRE O CONTEXTO HISTRICO DE EMERGNCIA DA

    EXPLICAO MECANISTA NAS CINCIAS DA VIDA, DO SC. XIII-XVI

    Miguel ngelo Flach.......................................................................................................45

    A RELAO ENTRE LIBERDADE E OBEDINCIA S LEIS A PARTIR DE

    ROUSSEAU

    Luciana Vanuza Gobi......................................................................................................46

    A POSSVEL EXTINO DA RELAO EDUCADOR X EDUCANDO

    PROPOSTA POR JOHN DEWEY

    Evilen Godoi...................................................................................................................47

    NOTAS SOBRE A SUBJETIVIDADE E A TICA NA MODERNIDADE EM

    MICHEL FOUCAULT

    Rafael Fernando Hack.....................................................................................................48

    O PROBLEMA DO MTODO NUM BREVE ITINERRIO AT A

    HERMENUTICA DE H-G. GADAMER

    Roberto S. Kahlmeyer-Mertens.......................................................................................49

    POPPER ENTRE O CETICISMO E A CONVICO SUBJETIVA: ALGUNS

    PROBLEMAS DA PRESSUPOSIO DE REGULARIDADES DO MUNDO

    Willian Carlos Kuhn........................................................................................................50

    O PRINCPIO DA CONTIGUIDADE EM HUME EXEMPLIFICADO NO

    FILME A ORIGEM

    Ana Caroline Lima..........................................................................................................51

    HENRIQUE DUSSEL: A QUESTO DA LEGITIMIDADE DO PODER

    POLTICO

  • Gerson Lucas Padilha de Lima........................................................................................52

    DILOGOS ENTRE ERNST BLOCH E JOHN SEARLE

    Desafios contemporneos para uma tica materialista

    Anna Maria Lorenzoni.....................................................................................................54

    RELATO DE EXPERINCIAS: FILOSOFIA PARA CRIANAS

    Mrcia Elaini Luft...........................................................................................................55

    MONTAIGNE: SOBRE A QUESTO DA AMIZADE EM ARISTTELES

    Junior Cesar Luna........................................................................................................57

    UMA PROPOSTA DE DISTINO ENTRE CURVAS GEOMTRICAS E

    CURVAS MECNICAS: por propriedades e por gnese

    Renato Francisco Merli...................................................................................................59

    EQUIVOCIDADE E DIFERENA ONTOLGICAS EM DIFFRENCE ET

    RPTITION DE GILLES DELEUZE

    Gonzalo Montenegro.......................................................................................................60

    A IMPORTNCIA DO PARFOR OFERTADO NA UNIOESTE DE TOLEDO

    PARA A FORMAO EM FILOSOFIA

    Maria Lucivane de Oliveira Morais.................................................................................61

    HEIDEGGER E A CONSTRUO DE UMA GEOGRAFIA

    FENOMENOLGICA

    Maria Lucivane de Oliveira Morais.................................................................................62

    ENSAIO CRTICO A UM CONCEITO DE EMANCIPAO

    Fernando de S Moreira..................................................................................................63

    FORMAO REATIVA PULSES ANTITTICAS EM FREUD E

    UNAMUNO

    Maiara Graziella Nardi....................................................................................................65

    A CONSTRUO DO IDEAL BURGUS NA MODERNIDADE E A CRITICA

    DE MARX

    Leandro Nunes.................................................................................................................66

    AS NOES DE ESTADO E DE DIREITO NA MODERNIDADE E A

    EVOLUO DO CONCEITO DE JUSTIA

    Leandro Nunes.................................................................................................................67

    A MORAL, O DIREITO E O IMPERATIVO CATEGRICO: Retrocedendo a

    Toms de Aquino

    Wellen Pereira.................................................................................................................68

    HORA DO CONTO ALGUNS ENSAIOS

    Amrico Roberto Piovesan..............................................................................................69

  • A FILOSOFIA E TEOLOGIA EM KIERKEGAARD NO LIVRO CONCEITO DE

    ANGSTIA

    Cleyton Francisco Oliveira..............................................................................................70

    LIBERDADE, ANGSTIA E RESPONSABILIDADE NO EXISTENCIALISMO

    SARTREANO

    Josieli Aparecida Opalchuka...........................................................................................71

    O MECANISMO DE CONDENSAO NA PSICANLISE

    Importncia desse mecanismo e a felicidade

    Alexandre Moschen Ortigara...........................................................................................72

    AS POSSVEIS RELAES ENTRE A TICA E O DIREITO EM KANT

    Luana Pagno....................................................................................................................73

    O PENSAMENTO POLTICO DE MARX: do elogio crtica da dimenso

    positiva da poltica

    Bruno Gonalves da Paixo.............................................................................................74

    O HIPRION E A MISSO POTICA EM HLDERLIN

    Tamara Havana dos Reis Pasqualatto..............................................................................75

    NICOLAU DE CUSA E A QUESTO DE SER E CONHECER

    Anderson Lucas dos Santos Pereira.................................................................................77

    O CONCEITO DE VIRTUDE NA PRIMEIRA PARTE DE ASSIM FALOU

    ZARATUSTRA

    Sdnei Almeida Pestano....................................................................................................78

    MONTAIGNE E O PIRRONISMO: A EXPERINCIA E O APARECER

    Charles Eriberto Wengrat Pichler....................................................................................80

    IMPLICAES TICAS NO CONCEITO SARTREANO DE LIBERDADE

    Cristiane Picinini.............................................................................................................81

    A ESPECIFICIDADE DOS DEVERES PERFEITOS E IMPERFEITOS NA

    FILOSOFIA PRTICA DE KANT

    Jaime Jos Rauber...........................................................................................................82

    EXISTE FILOSOFIA DO CINEMA? Discusso a partir da crtica de Rancire a

    Deleuze.

    Gssica Pimentel Reis.....................................................................................................83

    ANLISE DO CONCEITO DE ANGSTIA NA ANALTICA EXISTENCIAL

    DE HEIDEGGER

    Guilherme Gonalves Ribeiro.........................................................................................84

    ESTUDOS DE CASOS BIOTICOS ENVOLVENDO SERES HUMANOS

  • A aplicao dos modelos de beneficncia baseada na confiana e do modelo de

    consentimento na promoo do bem-estar

    Daiane Martins Rocha.....................................................................................................86

    HABERMAS: COM MARX E PARA ALM DE MARX

    Ktia R. Salomo.............................................................................................................87

    ENLAAMENTO CRTICO: ESTADO, SOBERANIA E RECONHECIMENTO

    NA FILOSOFIA HABERMASIANA

    Renato Padilha Silva; Ktia R. Salomo.........................................................................88

    O INDIVDUO: UMA CRTICA DE KIERKEGAARD A HEGEL

    Rmulo Gomes dos Santos..............................................................................................88

    SCHOPENHAUER E A REPRESENTAO - Uma perspectiva para entender a

    teoria do conhecimento do filsofo pela representao

    ngela Maria da Silva.....................................................................................................90

    AS PAIXES EM THOMAS HOBBES

    Elizandra Bruno Sosa......................................................................................................91

    A POSSIBILIDADE DE UMA FILOSOFIA NO-EUCLIDIANA

    Algumas confluncias entre a Fsica, a Matemtica o Misticismo e a Filosofia

    Lucas Sariom de Sousa....................................................................................................92

    JOHN LOCKE E O IDEAL BURGUS NA INVERSO DOS DIREITOS

    HUMANOS Gutenberg Alves Fortaleza Teixeira................................................................................93

    NICOLAU MAQUIAVEL: PERCEPES DE UM PODER

    MULTIFACETADO Idete Teles......................................................................................................................95

    A CONCEPO DE JUSTIA EM PLATO E ARISTTELES

    Juan Manuel Terenzi.......................................................................................................95

    PLATO UMA PROJEO DA CIDADE IDEAL

    Lara de Souza Tonin........................................................................................................96

    ENSAIO SOBRE A CONCEPO DE IMAGEM EM MATRIA E MEMRIA

    Heliakim Marques Trevisan............................................................................................98

    ARENDT CONTEMPORNEA? Uma leitura segundo Agamben

    Ana Carolina Turquino Turatto.......................................................................................99

    QUE UM PROBLEMA FILOSFICO?

    Dean Fbio Gomes Veiga................................................................................................99

    TEMPO E CONSCINCIA HISTRICA - aproximao da noo de vivncia

    entre Dilthey e Bergson

  • Adeilson Lobato Vilhena...............................................................................................101

    A GENERALIZAO DO PROBLEMA DA RAZO PURA EM KANT

    Lucas Antonio Vogel.....................................................................................................102

    A SOCIEDADE BEM ORDENADA E A RELAO COM A IDEIA DE SENSO

    DE JUSTIA Nelsi Kistemacher Welter..............................................................................................104

    SOBRE OS CONCEITOS DE ANALTICA E ANLISE NA

    FENOMENOLOGIA DE MARTIN HEIDEGGER

    Katyana Martins Weyh..................................................................................................105

    MONTAIGNE E O CETICISMO NOS PRIMEIROS ENSAIOS Henrique Zanelato.........................................................................................................106

    MAQUIAVEL E A GUERRA COMO MOPLIO DO ESTADO:

    Algumas consideraes sobre a ascenso dos mercenrios modernos

    Douglas Antnio Fedel Zorzo.......................................................................................107

  • NDICE DOS TEXTOS COMPLETOS

    NOTAS SOBRE EXPERINCIA ESTTICA: O SUBLIME E O COLAPSO DA

    RAZO NA ARTE CONTEMPORNEA Ana Carolina Acom.......................................................................................................116

    COSMOLOGIA E HISTRIA EM MAQUIAVEL: FATALISMO OU

    AUTONOMIA?

    Jos Luiz Ames..............................................................................................................123

    EM SUA CONDIO FTICA O SER-A SIGNIFICA

    Ezildo Antunes..............................................................................................................135

    PULSO DE VIDA E PULSO DE MORTE EM FREUD

    Clia Benvenho..............................................................................................................142

    ARGUMENTO DA TERCEIRA VIA: A SUPERAO DO DUALISMO

    NATUREZA E LIBERDADE DO PONTO DE VISTA ONTOLGICO

    Vanessa Brun Bicalho...................................................................................................149

    DASEINANLISE: UMA PSICOLOGIA FENOMENOLGICA EM BASES

    EXISTENCIAIS

    Luiz Henrique Birck......................................................................................................158

    A QUESTO DE DEUS NO CONTEXTO DA FILOSOFIA MORAL DE KANT

    Gustavo Ellwanger Calovi.............................................................................................166

    PERSPECTIVISMOS ACERCA DO PROBLEMA DO MTODO:

    Uma anlise sobre a crtica ao mtodo desenvolvida por Husserl e Feyerabend sob

    a tica do perspectivismo nietzscheano

    Cristiane Roberta Xavier Candido.................................................................................178

    SOBRE A CORPOREIDADE EM SCHOPENHAUER

    Luza Tomich Comarella...............................................................................................186

    APONTAMENTOS SOBRE O PROBLEMA DA OBJETIVIDADE DO

    CONHECIMENTO NAS CINCIAS SOCIAIS E HUMANAS A PARTIR DE

    WEBER E GADAMER

    Ricardo Corra...............................................................................................................196

    UMA RELAO ENTRE O FILME A ORIGEM E O CONCEITO DE IDEIA

    EM DAVID HUME

    Igor da Silva Costa........................................................................................................204

  • IMPLICAES DO PRINCPIO DE RAZO SUFICIENTE SOBRE O

    CONCEITO DE LIBERDADE DA VONTADE EM SCHOPENHAUER

    Juliana dos Reis Cuenca................................................................................................208

    CONCEITO DE TRABALHO EM KARL MARX: PRODUO DE VALOR E

    DE MAIS-VALOR

    Gilmar Derengoski........................................................................................................227

    A ATIVIDADE FILOSFICA EM DELEUZE E GUATTARI:

    O FILSOFO AMANTE DA FILOSOFIA

    Adriana Muniz Dias.......................................................................................................233

    A DIFERENA ENTRE PENSAMENTO ORIGINRIO E METAFSICA EM

    HEIDEGGER Thayla Magally Gevehr.................................................................................................239

    VERDADE COMO ADEQUAO E SEU CARTER ASSIM COMO Luana Borges Giacomini...............................................................................................246

    A NEGAO NO PROCESSO DE TRANSMUTAO DOS VALORES EM

    NIETZSCHE E A FILOSOFIA DE DELEUZE

    Vanessa Henning...........................................................................................................252

    A LINGUAGEM ENQUANTO AO EM AUSTIN Luiz Claudio Inocncio.................................................................................................259

    O PROBLEMA DO MTODO NUM BREVE ITINERRIO AT A

    HERMENUTICA DE H-G. GADAMER

    Roberto S. Kahlmeyer-Mertens.....................................................................................266

    O DISCURSO SOCRTICO DE EROS COMO DAIMON

    Poliana Tomazi Vieira Lopes........................................................................................275

    OS IMPASSES DA CONCEPO DE POSIO SUBJETIVA

    EM JACQUES LACAN

    Suzana Soares Lopes.....................................................................................................285

    NIETZSCHE CONTRA HEIDEGGER: UMA DISCUSSO ACERCA DO

    SURGIMENTO DO NIILISMO ENQUANTO ESTADO PSICOLGICO

    Neomar Sandro Mignoni...............................................................................................292

    EQUIVOCIDADE E DIFERENA ONTOLGICAS EM DIFFRENCE ET

    RPTITION DE GILLES DELEUZE

    Gonzalo Montenegro.....................................................................................................339

    HEIDEGGER E A CONSTRUO DE UMA GEOGRAFIA

    FENOMENOLGICA

    Maria Lucivane de Oliveira Morais...............................................................................347

  • AS NOES DE ESTADO E DE DIREITO NA MODERNIDADE E A

    EVOLUO DO CONCEITO DE JUSTIA

    Leandro Nunes...............................................................................................................354

    OS DIREITOS HUMANOS E AS SUAS FRAGILIDADES A PARTIR DA

    ANLISE DE HANNAH ARENDT

    Washington Luiz de Oliveira Junior..............................................................................364

    HORA DO CONTO ALGUNS ENSAIOS

    Amrico Roberto Piovesan............................................................................................388

    A DRAMATURGIA DE GABRIEL MARCEL

    Nadimir Silveira de Quadros.........................................................................................401

    MARTIN HEIDEGGER E O PROBLEMA DA METAFSICA

    Guilherme Devequi Quintilhano...................................................................................406

    A ESPECIFICIDADE DOS DEVERES PERFEITOS E IMPERFEITOS NA

    FILOSOFIA PRTICA DE KANT

    Jaime Jos Rauber........................................................................................................ 421

    VISO KANTIANA DOS DILEMAS E CONFLITOS TICOS NA

    DESCOBERTA DO DNA

    Leyr Sevioli Sanches Rodrigues....................................................................................434

    HUSSERL E HEIDEGGER: A CRISE DAS CINCIAS

    Neusa Maria Rudek.......................................................................................................442

    HABERMAS: COM MARX E PARA ALM DE MARX

    Ktia R. Salomo...........................................................................................................447

    ENLAAMENTO CRTICO: ESTADO, SOBERANIA E RECONHECIMENTO

    NA FILOSOFIA HABERMASIANA

    Ktia R. Salomo; Renato Padilha Silva.......................................................................458

    RAWLS: UMA REFLEXO SOBRE OS ASPECTOS DA FORMAO MORAL

    Marilda Pereira dos Santos............................................................................................465

    O PROBLEMA DA INTERSUBJETIVIDADE NA FENOMENOLOGIA DA

    PERCEPO DE MERLEAU-PONTY

    Renato dos Santos..........................................................................................................479

    O MAPEAMENTO DE CONCEITOS FILOSFICOS EM OBRAS

    CINEMATOGRFICAS - Uma associao entre o filme A Origem e o conceito

    de representao onrica em Freud

    Laura Beatris da Silva....................................................................................................486

    KANT E O MUNDO, REALMENTE EXISTE? - A esttica transcendental de

    Kant diante da matemtica no-euclidiana

    Lucas Sariom de Sousa..................................................................................................492

  • A IDENTIFICAO DE CONCEITOS FILOSFICOS EM OBRAS

    CINEMATOGRFICAS Uma comparao entre o filme A Origem e o

    conceito de memes em Dennett Luiza Fernanda Kozaen Souza......................................................................................534

    O PRINCPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA A PARTIR DOS

    IMPERATIVOS CATEGRICOS KANTIANOS

    Waldomiro Salles Svolinski Junior...............................................................................540

    A COMPREENSO HEIDEGGERIANA DA HISTORICIDADE DO DASEIN Jean Tonin......................................................................................................................552

    ENSAIO SOBRE A CONCEPO DE IMAGEM EM MATRIA E MEMRIA

    Heliakim Marques Trevisan..........................................................................................566

    ARENDT CONTEMPORNEA? Uma leitura segundo Agamben

    Ana Carolina Turquino Turatto.....................................................................................574

    HABERMAS E A ESFERA PBLICA: uma Teoria Crtica da poltica

    Dean Fbio Gomes Veiga..............................................................................................582

    SOBRE OS CONCEITOS DE ANALTICA E ANLISE NA

    FENOMENOLOGIA DE MARTIN HEIDEGGER

    Katyana Martins Weyh..................................................................................................592

  • RESUMOS DOS MINICURSOS

  • CONCEPES DE VIDA NO PENSAMENTO ALEMO DO

    SCULO XIX

    Coordenador: Wilson Frezzatti Grupo de Pesquisa Filosofia, Cincia e Natureza na Alemanha do sculo XIX

    27/10: A face vitalista da perspectiva epistemolgica e antropolgica. O a priori

    desde a Filosofia transcendental

    Prof. Dr. Luciano Carlos Utteich (Unioeste)

    A separao entre sujeito e objeto, trazida pela filosofia cartesiana, e a sua eliminao

    caracterizou, num primeiro momento, o projeto idealista do pensamento de Fichte. Por

    sua vez, essa separao trouxe insinuada, sua base, como necessria a disjuno entre

    o emprico e o apriori. Todavia, tanto aquela separao como essa disjuno parecem

    ser a resposta para uma idealizao das relaes, levada a efeito previamente, devido

    disponibilidade tcnica das coisas no mundo orgnico. Da que diante dessas duas

    orientaes da relao sujeito-objeto na teoria do conhecimento tradicional e na

    transcendental, uma caracteristicamente macrofsica e a outra microfsica, coloca-se a

    questo: no oportuniza a relativizao da postura de um a priori abstrato na Filosofia

    questionar e abrir lugar para um apriori corporal, enquanto instncia concreta e vital

    que se mostra inadivel, por isso, na medida em que acrescenta um sentido excedente

    trazido pela abordagem das condies transcendentais do conhecimento? Pretendemos

    indicar um encaminhamento de resposta a essa questo a partir do pensamento

    fichtiano.

    27/10: O conceito de Vida compreendido pela Filosofia Transcendental

    Prof. Dr. Helmut Girndt (Universitt Duisburg-Essen)

    At que ponto a vida do esprito (das Leben des Geistes) subjaz como pressuposto de

    todas as Filosofias e de todo o pensamento humano? O presente minicurso visa

    apresentar uma planificao da resposta a essa questo. Para isso introduz a filosofia

    tardia de Johann Gottlieb Fichte, na abordagem em que apresenta sua crtica posio

    do Idealismo, tal como vinha sendo entendido por Schelling e Hegel. Neste sentido o

    conceito de Vida, no Fichte tardio, representa uma inovao em relao tematizao

    do Incondicionado, no debate estabelecido por um pensamento conceitual em face

    daquele outro desenvolvido pela abordagem dialtica.

    28/10: Capitalismo e modos de vida

    Prof. Dr. Jadir Antunes (Unioeste)

    Esta palestra analisar os dois domnios fundamentais da sociedade capitalista: o do

    mercado e o da fbrica. Em cada um destes domnios resultaro diferentes modos de

    existncia e fruio da vida do ente humano. O domnio do mercado o da troca e do

    consumo das coisas fabricadas pelo domnio da fbrica. O domnio do mercado o da

    fruio hedonstica da riqueza enquanto o da fbrica o da poiesis, do esforo criativo

  • da riqueza e da interao entre homem e matria natural. Em cada um destes domnios

    teremos diferentes modos de vida e exerccio da inteligncia e das faculdades racionais

    e sensveis humanas. Em cada um destes domnios teremos diferentes modos de ser do

    homem, diferentes ideologias e vises acerca da vida e do destino do homem no mundo.

    28/10: A noo de vida na Filosofia biolgica de Ernst Haeckel

    Prof. Dr. Wilson Frezzatti (Unioeste)

    Haeckel considera que no podemos ter uma distino clara e definida entre o vivo e o

    no vivo. O bilogo alemo utiliza o termo organismo (Organismus) como

    equivalente ao de ser vivo (Lebenwesen), e sua concepo mecanicista de

    perspectiva qumica: o organismo uma mquina, mas no sentido de um laboratrio

    qumico. A grande diferena entre os seres vivos ou organismos e os corpos inorgnicos

    ou anrganos (Anorganen) que os primeiros apresentam movimentos particulares, que

    se repetem periodicamente e parecem espontneos. O plasma (das Plasma) a

    substncia qumica viva, e seu movimento fundamental a troca de substncias. A

    nutrio (Ernhrung) e a reproduo (Fortpflanzung) so processos importantes para o

    processo vital e esto estreitamente ligados por meio da noo de crescimento

    (Wachstum). Como nos cristais, o crescimento das clulas tem um limite. Se esse

    crescimento ultrapassado, ocorre um crescimento suplementar ou transgressivo que

    nos organismos chama-se reproduo e nos cristais, multiplicao (Vermehrung). A

    comparao do crescimento dos cristais e dos seres unicelulares muito importante para

    Haeckel, porque remete a propriedade vital da reproduo a condies puramente fsico-

    qumicas. Considerar tanto a nutrio como a reproduo como crescimento reduz essas

    duas funes s reaes de troca de substncias entre o ser vivo e o ambiente, ou seja,

    ao metabolismo (Stoffwechsel). O que faz com que Haeckel deixe indeterminada a

    distino entre vida e o no vivo, pois essas funes so tambm caractersticas dos

    seres inorgnicos. No h, para Haeckel, do ponto de vista morfolgico e nem na

    maioria das propriedades fisiolgicas (incluindo tambm a sensibilidade), diferenas

    fundamentais entre os organismos e os anrganos.

    29/10: Vida e vontade de potncia em Nietzsche

    Profa. Dra. Vnia Dutra de Azeredo (Unioeste)

    Nesta palestra, partiremos da compreenso inicial da vontade de potncia, enquanto

    interpretao que se apresenta como mbito de sentidos em Nietzsche. a vontade,

    entendida como multiplicidade de impulsos em luta permanente, que introduz

    interpretaes, mas, por sua vez, a prpria introduo da vontade de potncia uma

    interpretao possvel dos existentes, que se coaduna e abrange as demais interpretaes

    que lhes foram conferidas ao entender que no h outro mbito que no o da

    interpretao. por isso que apresentamos a vontade de potncia como interpretar,

    como intrprete e como significao que se faz. Ao faz-lo, recusamos inserir Nietzsche

    junto aos filsofos metafsicos, por entender que o filsofo procede um deslocamento

    conceitual da explicao para a interpretao. No se trata mais de uma pergunta acerca

    do ente em totalidade, como afirma Heidegger sobre a filosofia nietzschiana, mas da

    criao de seus possveis sentidos. Tampouco da reduo dessa filosofia a uma tcnica

    de interpretao, como entende Foucault, pois reconhecemos que o autor introduz um

    aparato conceptual a partir do qual interpreta o mundo. Nesse horizonte, a vida

    vontade de potncia enquanto interpretao.

  • FENOMENOLOGIA, PSICOLOGIA e ARTE

    Coordenador: Prof. Dr. Claudinei Aparecido de Freitas da Silva (UNIOESTE)

    Grupo de Pesquisa: HISTRIA DA FILOSOFIA

    27/10:

    La comunidad demorada

    Martin Grassi (UBA-Universidade de Buenos Aires)

    La pregunta por la comunidad atraviesa nuestras preocupaciones ticas, polticas y

    religiosas. Sobre todo en Latinoamrica, donde la comunidad americana es todava un

    proyecto a realizar. Pero la pregunta por la comunidad no alude solamente a una

    cuestin poltica, entendiendo por esta a una operacin de socializacin o de

    organizacin de un conjunto de personas; la pregunta por la comunidad compromete

    ante todo la esencia misma del ser humano, en tanto que ser persona es ser junto a otros.

    Esta esencia comunal del hombre es lo que debe ser pensado, lo que debe ponerse en

    primer plano, puesto que depender de esta dimensin metafsica y antropolgica que

    las cuestiones polticas y sociales, pero tambin religiosas, adquirirn sus fundamentos.

    La dificultad central para pensar la comunidad se encuentra, en primer lugar, en la

    relacin que se establece entre la mismidad y la alteridad, o en otras palabras, entre uno

    mismo y el otro. En este sentido, pensar la comunidad es pensar la intersubjetividad, y

    sta puede abordarse ya sea desde las coordenadas del ego que constituye al otro como

    alter ego (tal como propone Edmund Husserl), o bien desde las coordenadas ticas por

    las cuales el rostro del otro me constituye como ser responsable (tal como sugiere

    Emmanuel Levinas). Esta doble estrategia puede ser pensada, a su vez, de forma

    complementaria, atendiendo a la idea de reconocimiento y de mutualidad (Paul Ricur

    ser quien ponga en estos trminos la cuestin). En segundo lugar, pensar la comunidad

    nos lleva a otra tensin, esta vez entre la unidad y la diferencia, tensin que tendr

    resonancias ms bien polticas. En efecto, de pensar en la comunidad como un

    organismo social, tendremos que subrayar el carcter unificador y unitario de su

    estructura, en la cual todas las partes se encuentran funcionalizadas en orden al bien del

    conjunto. Si en cambio la pensramos como un conjunto de singularidades mltiples, en

    s mismas anrquicas, entonces difcilmente puede pensarse en una vida en comn, ya

    que la idea de proyecto le es inherente. Para pensar esta tensin, nos serviremos, pues,

    de las reflexiones de Jacques Derrida, Maurice Blanchot y Jean-Luc Nancy. Ante las

    dificultades que presenta la idea de comunidad, proponemos pensarla desde las

    experiencias de la promesa y del perdn. Ambas experiencias involucran tanto la

    dimensin del tiempo, como la del otro, pero las involucran en tanto que son de carcter

    comn, es decir, en tanto que apuntan a la posibilidad de una comunin entre singulares.

    Tomaremos, as, la propuesta de Hannah Arendt, por un lado, la cual asienta la

    dimensin poltica sobre estas dos posibilidades que tiene el hombre de anudar el

    tiempo en orden a un proyecto comunal; y tomaremos tambin la propuesta de Gabriel

    Marcel y de Paul Ricur en torno a la promesa. Por ltimo, nos detendremos

    brevemente en la cuestin del perdn, basndonos ante todo en las reflexiones de

    Vladimir Janklvitch, Jacques Derrida y Paul Ricur. Nuestra propuesta es pensar a la

    comunidad como un proyecto siempre por-venir, como una realidad que no puede nunca

    realizarse si no quiere terminar contradiciendo su propia esencia. Por ello hablamos de

  • una comunidad demorada, porque solo en tanto que se demore, puede ser una

    realidad, solo en tanto que las diferencias no sean anuladas en la unidad, ni la unidad

    absolutamente dispersada; solo en tanto que la mismidad no sea cautiva de la alteridad,

    ni sta sea subyugada por la primera; solo en tanto que la singularidad se sustraiga de la

    funcin, pero sea a la vez un singular plural; solo entonces podremos hablar de

    comunidad, aunque hablar de ella no sea tambin sino un modo de callar.

    A conferncia de Atenas de Heidegger

    Irene Borges Duarte (Universidade de vora)

    A riqueza do pensamento heideggeriano, nos diferentes momentos do seu percurso,

    culmina, nos anos 60 do sculo XX, naquilo que pode considerar-se a definio do seu

    legado filosfico. Em 1966, na entrevista concedida a Der Spiegel e em Tempo e Ser,

    sublinha a importncia do pensar, no j maneira tradicional da filosofia, mas do que

    chama o outro pensar, serenamente aberto ao que, na voz de Hlderlin, era o habitar

    potico na terra, alheio ao imperialismo cientfico da modernidade. Em 1967, na

    conferncia de Atenas, esse legado assume a forma dum chamamento a um passo

    atrs, quilo que se reencontra na histria pr-moderna, guardada na compreenso,

    densa de afecto, articulada na lngua grega dos grandes poetas. Essa breve conferncia,

    publicada inicialmente em 1982, em homenagem a Walter Biemel, uma pea

    fundamental do Heidegger tardio. Nela faz-se uma fenomenologia da tcnica, desde o

    seu surgir como saber hbil, no mundo do Geviert, anterior sua crise a fragmentao

    modernas, at ao seu desembocar na era do clculo e da programao controladora do

    futuro. Heidegger chamou ao primeiro, neste texto, a poca da deusa Atena, enquanto

    ao segundo deu, como bem sabido, o nome de Ge-Stell. Do contraste dos dois

    momentos fundamentais desta histria do ser, surge um lema: O que necessrio o

    passo atrs, com que termina a conferncia. Esta volta origem, to pregnante como o

    s coisas elas mesmas da fenomenologia husserliana, ou o retorno a Kant dos

    neokantianos, expressa a chave do pensar e do agir pensando que constitui o legado

    heideggeriano, na sua mxima simplicidade e com toda a veemncia da sua deciso. O

    presente minicurso procura cingir-se a este trajecto, para mostrar como, nele, se revela a

    coerncia dum pensador que, vencendo formalmente a filosofia tradicional, no

    prescinde, contudo, de pr disposio de quem esteja atento aquilo que a abordagem

    fenomenolgica teve de mais fundamental para o desencobrir-se da verdade.

    28/10:

    Imagem e imaginao: fundamentos conceituais e implicaes metodolgicas para

    a fenomenologia e a Psicologia Analtica

    Carlos Augusto Serbena (UFPR)

    A tradio no pensamento ocidental, ao considerar a imagem, sempre priorizou o seu

    carter de reproduo, como um resduo do objeto percebido que continua na

    conscincia e fonte de possvel erro reproduzindo a percepo na esfera do

    conhecimento ou da fantasia. Esta concepo reflete a dicotomia entre mente e corpo e

    o erro da existncia de um mundo interior da conscincia ou de objetos mentais. A

    fenomenologia critica esta concepo e Sartre coloca a imaginao como um ato da

    conscincia, uma forma de intencionar o objeto constituindo a conscincia imaginante.

  • Deste modo, as imagens e a imaginao so uma outra forma de presentificao dos

    objetos que possibilita a nadificao do mundo e transcendncia da conscincia.

    Entretanto, mesmo considerando a imaginao fundamental, ela uma etapa da

    conscincia realizante da ultrapassagem do mundo em direo ao vazio, falta-lhe a

    completude da realidade, uma autonomia em relao conscincia. Entretanto, uma

    fenomenologia da imagem e da imaginao mostra exatamente a possibilidade da

    autonomia e independncia das imagens em relao conscincia. G. Bachelard

    denomina de funo criadora da imaginao. Operando deste modo, a conscincia

    intenciona de forma diferente as imagens, seu conjunto o imaginrio, tambm se

    caracteriza por autonomia e transcendncia em relao conscincia. De algum modo a

    conscincia tambm pode se realizar neste imaginrio. Neste sentido, as imagens se

    presentificam como smbolos e configuram uma intencionalidade simblica, nos termos

    de P. Ricur. Para a psicologia clnica, o trabalho psicoteraputico no se conforma em

    decodificao ou interpretao de imagens, mas em proporcionar ao sujeito uma

    experincia, vivncia e dilogo com as imagens, implicando tambm em uma tomada de

    posio e escolha diante das mesmas, tal como se responsabiliza e escolhe diante a

    existncia concreta.

    Entre a filosofia hermenutica e a hermenutica filosfica

    Roberto S. Kahlmeyer-Mertens (UNIOESTE)

    A hermenutica uma s, ou seria correto falar em hermenuticas? O que seria

    hermenutica clssica? Esta traduziria uma hermenutica filolgica, metdica por

    excelncia? Existe uma hermenutica fenomenolgica? A hermenutica filosfica seria

    esta de fenomenologia? O que est por sob a distino de filosofia hermenutica e

    hermenutica filosfica? Esses problemas so frequentes quando o tema o pensamento

    hermenutico. No Brasil, embora haja estudos de alto nvel sendo desenvolvidos em

    alguns centros de pesquisa, tal matria ainda pouco explorada se comparada a outras

    disciplinas filosficas. Em vista disso, o propsito do presente minicurso fornecer, de

    maneira introdutria, rudimentos do referido modo de pensar e a maneira com que estes

    se engastam no solo da filosofia contempornea. Para atingir esse objetivo mais

    primordial, dependeremos de caracterizar minimamente a hermenutica em suas origens

    histricas, em suas primeiras sistematizaes, em sua aplicabilidade e, por fim, nos

    desdobramentos que apontam para sua realizao enquanto filosofia autnoma. Seguir

    este programa requerer de ns um resumo da temtica hermenutica junto a pensadores

    como Schleiermacher, Dilthey, Heidegger e Gadamer. A considerao deste arco

    temtico nos permite entrever o quanto o minicurso (como j se disse) ter carter

    introdutrio e, portanto, panormico. Julgamos poder adiantar que, aps a apresentao

    desses contedos, a assistncia dever ter condies de compreender a hermenutica em

    suas linhas mais insinuantes e reconhecer a articulao entre os pensadores que se

    ocuparam dessa doutrina-do-compreender.

  • 29/10:

    A fantasia entre a fenomenologia e a psicologia para Husserl

    Vanessa Furtado Fontana (UNIOESTE)

    Pretendemos abordar o tema da fantasia na fenomenologia de Husserl tendo como base

    o volume XXIII da Husserliana traduzido como Fantasia, conscincia de imagem e

    memria, mas tambm outras obras importantes como Investigaes Lgicas e Ideias I.

    Trata-se de esboar as principais definies de fantasia ao longo da evoluo da

    filosofia fenomenolgica atravs da anlise histrica das mudanas de definies, como

    o conceito de conscincia de imagem at ideia de neutralizao. Cabe, ainda, por

    ltimo, questionar acerca das mudanas do conceito de conscincia de imagem e

    fantasia, a partir de uma crtica noo clssica moderna de imaginao como cpia.

    Nos anos de 1898 at 1900, visvel o distanciamento das concepes husserlianas da

    psicologia descritiva de seu mestre Brentano e outros psiclogos da poca. A fantasia

    exerce um papel intencional, metodolgico e criador no mbito da conscincia pura e do

    projeto fenomenolgico de cincia fundante. Ela pensada com um privilgio no

    existente antes na filosofia. A conscincia ponto de estudo em comum entre psicologia

    e fenomenologia, e a fantasia uma intencionalidade da conscincia, mas a reduo

    modifica a forma de ver a fantasia em ambas as perspectivas. A diferena entre a

    fantasia, pensada psicologicamente, e a fantasia tomada em sua acepo

    fenomenolgica atesta a importncia de Husserl na construo de uma abordagem

    contempornea desse conceito, o qual influenciar vrios fenomenlogos posteriores,

    como tambm promove uma mudana na concepo da arte sobre as imagens.

    Por uma fenomenologia da expressividade afro-brasileira

    Elizia Cristina Ferreira (UNILAB/BA)

    Apresentarei aqui o projeto de pesquisa recm iniciado intitulado Gestualidade e

    expressividade afro-brasileira: ancestralidade mimeses que visa investigar nas formas

    culturais brasileiras de matriz africana sua gestualidade nelas presentes como

    remisso a um passado mtico originrio e que remonta a uma ideia de africanidade e

    sua expressividade nelas manifestadas como potncias libertadoras de retomar esse

    passado re-significando-o enquanto projeto existencial. A base terica de anlise

    utilizada a filosofia fenomenolgica de Maurice Merleau-Ponty. Este, articulando os

    conceitos de corpo, hbito, liberdade, expresso, entre outros, oferece um vis de

    compreenso da temtica da corporeidade e da linguagem que permite descortinar

    justamente o carter libertrio dessas manifestaes de nossa cultura, reforando a

    importncia de sua valorizao. Duas so as formas culturais analisadas: a capoeira e as

    danas afro-brasileiras. Elas foram escolhidas pelo privilgio de serem prticas

    explicitamente corpreas, formas de expresso corporal. Em ambos os casos as

    questes que nos guiam so: Quais histrias nos recontam esses corpos? Que presente

    eles atualizam? Que projetos articulam? Como performatizam experincias

    verdadeiramente expressivas no sentido merleau-pontyano, isto , experincias de

    liberdade e libertadoras nessa encruzilhada de tradies mimetizadas e projeto de

    resistncia (e de re-existncia)? Essas reflexes sero articuladas com o conceito de

    ancestralidade presente em muitos estudos das humanidades, bem como no cotidiano

    afro-baiano, que consiste em atribuir uma origem africana formao de boa parte da

    cultura brasileira e em afirmar a presena de elementos das diversas culturas africanas

  • ainda hoje em nossas manifestaes culturais tais como samba, capoeira, candombl,

    etc. Ao aproximarmos essas reflexes das teses fenomenolgicas de que na gestualidade

    corporal se expressam tambm as tradies culturais, portanto, da histria que a

    precede, de que no seu estilo o movimento corpreo movimenta tambm uma vida

    pregressa de vises de mundo, de lutas, de resistncia, temos um campo extremamente

    rico para se pensar filosoficamente tais temticas. Diz-nos o filsofo francs, na obra A

    fenomenologia da percepo que nos objetos culturais sentimos de forma annima a

    presena de outrem (autrui), que num ato humano qualquer que ele seja a percepo do

    mundo cultural pode ser apreendida. Certas formas culturais repetiriam e ao mesmo

    tempo renovariam hbitos adquiridos na tradio. Se nos voltamos especialmente para

    as performances corporais, podemos pensar que mesmo nossa gestualidade, nossa forma

    de andar, de danar, nosso sotaque, todas essas coisas so de algum modo adquiridas na

    vivncia scio-cultural. O corpo, nas suas variadas manifestaes, secreta uma vida

    annima, ele no responde s deliberaes de uma conscincia, mas a questes

    originrias da tradio a que pertence, ou seja, questes colocadas por esse outrem (da

    cultura). Falaremos durante a exposio sobre a capoeira de um modo especial e de

    como ela nos serve de ferramenta para dar conta desses conceitos filosficos

    fenomenolgicos.

  • O status da tica e da biotica em sociedades pluralistas e seculares

    Coordenao: Dra. Daiane Martins Rocha

    Grupo de Pesquisa: tica e Filosofia Poltica

    27/10: A relao humana com outros animais luz da Biotica ambiental.

    Dra. Vanessa Yuri (PUC-PR)

    Nesse primeiro dia do minicurso, a professora Dra Vanessa Yuri (PUCPR) trar

    algumas reflexes sobre nossa interao com os animais no humanos atravs da

    alimentao, vesturio, pesquisa e lazer. Como veterinria de formao e professora do

    programa de mestrado em Biotica da PUCPR (Curitiba), ela delineia algumas posies

    compatveis com a abordagem bem-estarista, como a mais vivel dentro do panorama

    tico atual.

    28/10: A biotica no sentido estrito: Engelhardt e o princpio do consentimento

    como fundamento da moral em sociedades pluralistas e seculares: a tica baseada

    no contrato. Professora Dra. Daiane Martins Rocha (UNIOESTE)

    Nesse segundo dia do minicurso, sero abordadas as bases tico-filosficas da biotica

    em sociedades pluralistas e seculares, isto , no contexto em que os indivduos se

    encontram como estranhos morais, pois no compartilham de uma moralidade

    comum. Segundo Engelhardt, o mundo moral da secularidade proporciona, no mximo,

    os procedimentos de negociao e acordo, de modo que os direitos e obrigaes

    contratuais deslocam aquilo que antes eram ricas linguagens de carter e virtude (Cf.

    ENGELHARDT,1998, p. 43). Portanto, esse segundo dia do minicurso ser dedicado a

    investigar o princpio da autonomia ou do consentimento dos indivduos como base para

    as discusses bioticas contemporneas. Discute-se ainda que, os animais no-humanos

    no fazem contratos, no do seu consentimento para serem ou no utilizados em

    pesquisas, alimentao e vesturio, e portanto, no seriam contemplados por esse

    modelo.

    29/10: O Modelo de Beneficncia Baseada na Confiana (Edmund Pellegrino e

    Thomasma). Exemplos de caso: O Solitrio Annimo (documentrio Dbora Diniz)

    e o caso Dax Cowart.

    Professora Dra. Daiane Martins Rocha (UNIOESTE)

    Nesse terceiro e ltimo dia do minicurso, ser discutido, sobretudo, acerca da biotica

    no sentido estrito, apresentado o modelo debeneficncia baseada na confiana, de

    Pellegrino & Thomasma, atravs do qual, no apenas a autonomia dos indivduos

    contemplada, mas acima de tudo, o bem do paciente em toda a sua complexidade.

    Dentro desse modelo, o bem do paciente apresentado a partir de quatro componentes,

    que incluem o seu bem ltimo, o seu bem enquanto ser humano, sua percepo acerca

    de seu prprio bem, e o bem biomdico. Apenas quando os trs primeiros itens no

    puderem ser conhecidos, como em casos de pacientes que nunca foram capazes, e,

    portanto, suas preferncias no so conhecidas, o mdico poder agir conforme o bem-

  • biomdico, isto , aquilo que for medicamente indicado para aquele paciente como

    sendo de seus melhores interesses. Ainda que os autores no tratem a questo de

    animais no-humanos, podemos refletir que, se assumirmos que somos moralmente

    responsveis pela preservao da vida de outras espcies de nosso planeta, deveramos

    agir de acordo com os seus melhores interesses, pois podemos supor seu interesse em

    no sofrer, de modo similar situao de pacientes incapazes, em que os mdicos

    supem quais seriam seus melhores interesses se eles pudessem expressar. Por fim, dois

    casos de pacientes tratados contra sua vontade sero apresentados, a fim de promover

    uma maior discusso acerca dos princpios da autonomia e da beneficncia.

  • RESUMOS

    Comunicaes, Cara a tapa & Textos completos

  • TICA E ONTOLOGIA EM HEIDEGGER

    Perspectivas das crticas dos contemporneos ao pensar heideggeriano de um ethos

    ontolgico

    Saulo Sbaraini Agostini

    Universidade Federal do Paran

    Marco Antonio Valentim

    [email protected]

    Heidegger nunca dedicou um escrito especfico para realizar um tratado tico. Em Ser e

    Tempo declara que a sua questo principal : qual o sentido de ser? Na ontologia

    fundamental o ente a ser investigado o ser-a. Este ente cujo modo de ser da

    existncia pode se compreender de duas formas, propriamente ou impropriamente. A

    relao entre o modo de se compreender parece-nos um indicativo do que poderia ser o

    trao tico em Heidegger. Na carta Sobre o Humanismo ele lana notas aclarando o que

    seria a relao entre tica e ontologia. Interpreta o termo tica em sua originariedade

    como ethos, encontrado no fragmento 119 de Herclito. Ali no se trata de uma

    disciplina entre outras, como fsica, lgica, tica, etc. Ao compreender o ethos como

    morada, luz da verdade do Ser, a ontologia fundamental no distingue uma disciplina

    tica da ontologia. O pensar dos existencias do Dasein, enquanto morada no a, j

    uma tica-ontolgica. A partir desta perspectiva, dividremos o nosso trabalho em trs

    partes: 1) pretendemos apresentar como essa concepo foi recebida pela

    contemporneidade - no investigaremos a fundo os textos dos filsofos, contudo nossa

    inteno dar luz a algumas respostas ao pensar heideggeriano do ethos,; 2) Elencar

    comentrios que, conjuntamente aos filsofos contemporneos, no aceitam a

    concepo de ethos heideggeriano e apontam contraposies chamadas de 'solipsismo

    existencial' e 'ausncia de sujeito causando uma a-tica'; 3) Apontar caminhos de

    possveis interpretaes dos principais conceitos de Ser e Tempo, cujo sentido mostram

    a relao do morar-tico do Dasein em meio a ontologia fundamental.

    PALAVRAS-CHAVE : tica; Ethos; Ontologia Fundamental; tica-ontolgica;

    REFERNCIAS

    HEIDEGGER, M. Ser e Tempo. Traduo de Mrcia S Cavalcante Schuback.

    Petrpolis, RJ: Vozes. 2014.

  • ______. Ser e Tempo. Traduo, organizao, nota prvia, anexos e notas: Fausto

    Castilho. - Campinas, SP: Editora da Unicamp; Petrpolis RJL Editora Vozes, 2014.

    ______. Sobre o Humanismo. Introduo, traduo e notas de Emmanuel Carneiro

    Leo. Rio de Janeiro: Tempo Brasileira, 2a edio. 1995.

    OBSERVAES ACERCA DO PARADOXO DAS FICES

    Prof. Dr. Napoleo Schoeller de Azevedo Jr.

    Universidade Federal da Integrao Latino-Americana (UNILA)

    [email protected]

    A partir da dcada de 1990, uma quantidade maior de filsofos comeou a analisar o

    cinema a partir da perspectiva da filosofia analtica, rompendo com a tendncia das

    dcadas anteriores, quando prevalecia uma abordagem inspirada na chamada filosofia

    continental e na psicanlise. Dentro dessa nova tendncia, alguns problemas foram

    reformulados e investigados. Pretende-se, nessa apresentao, tratar de um desses

    problemas, conhecido como Paradoxo da Fico. Tal problema aponta para a

    dificuldade em se explicar como possvel que entes racionais, enquanto racionais,

    possam ser emocionalmente afetados por aquilo que consideram ser uma fico. Como

    pode um sujeito ficar triste ao ler um romance como Ana Karenina, de Tolsti, ou

    sentir medo ao assistir a um filme de terror? Como ser explicado, no tarefa fcil

    dissolver o Paradoxo da Fico sem apelar para a irracionalidade do sujeito que sofre

    essa afeco, pois, aparentemente, um ente racional s pode ser afetado por aquilo que

    ele cr ser real. E, ao que parece, um sujeito racional no cr na existncia daquilo que

    considera ser uma fico. A fim de realizar essa tarefa, primeiro ser apresentado o

    problema conforme aparece no contexto da filosofia contempornea. Depois, trs tipos

    de tentativas de soluo para o Paradoxo da Fico sero analisados. Pretende-se

    mostrar que essas tentativas no so bem sucedidas. Apesar de todas apresentarem

    srias dificuldades, uma dessas teorias parece ser promissora, caso algumas

    modificaes sejam feitas. Entre os autores que trataram dessas questes, destacam-se:

    Radford e Weston (1975), Kendall Walton (1978), Peter Lamarque (1981) e Noel

    Carroll (1990). Allen e Smith (1997).

    PALAVRAS-CHAVE: Fico; Racionalidade; Emoes.

    REFERNCIAS

    mailto:[email protected]

  • ALLEN, Richard; SMITH, Murray. Introduction: Film Theory and Philosophy. In:

    ALLEN, ______. ; SMITH, Murray. Introduction: Film Theory and Philosophy. In:

    ALLEN, Richard; SMITH, Murray (orgs.). Film Theory and Philosophy. Oxford:

    Oxford University Press, 1997, p. 1-35

    CARROLL, Noel. The Philosophy of Horror, or Paradoxes of the Heart, New York,

    Routledge, 1990.

    LAMARQUE, Peter. How can we fear and pity fictions?. In: British Journal of

    Aesthetics, v. 21, n. 4, 1981.

    RADFORD, Colin; WESTON, Michael. How we can be moved by the fate of Anna

    Karenina?. In: Proceedings of the Aristotelian Society, Supplementary Volumes, Vol.

    49, 1975, p. 67-93

    WALTON, Kendall. Fearing Fictions. In: Journal of Philosophy, v. 75, n.1, 1978.

    ANLISE SOBRE O CARTER EXPLICATIVO DAS TEORIAS CIENTFICAS

    Dr. Douglas Antonio Bassani

    UNIOESTE

    [email protected]

    Esta pesquisa filosfica analisa o aspecto explicativo das teorias cientficas que passa

    por um olhar para a histria da cincia. Considerando esse olhar, possvel

    perceber que nem sempre o processo de elaborao e desenvolvimento das teorias

    cientficas linear. Com efeito, podemos duvidar sobre se no processo de elaborao de

    uma teoria cientfica o cientista comea com os experimentos de laboratrio ou se

    conjecturas so elaboradas e o contato com os experimentos secundrio. Porm,

    duvidar do carter explicativo das teorias das cincias naturais ou de que elas fornecem

    explicaes da natureza e de seus variados fenmenos, no possvel. A importncia da

    anlise histria aqui tambm salientada pela famosa frase de Lakatos: a filosofia da

    cincia sem histria da cincia vazia; a histria da cincia sem a filosofia da cincia

    cega (Lakatos, 1983, p. 107). Assim, esta pesquisa mergulhou na histria da cincia,

    na tentativa de encontrar exemplos que identifiquem metodologias e destaquem o

    carter explicativo das teorias cientficas. Um desses exemplos pode ser dado atravs da

    teoria do flogisto do sculo XVIII e das discusses filosficas e qumicas feitas na

    poca. Nessa pesquisa destaca-se a defesa da teoria do flogisto dos qumicos Georg

    Stahl e Joseph Priestley no sculo XVIII. Tambm nessa poca, Lavoisier foi o primeiro

    a detectar anomalias nesta teoria quando eram aquecidos alguns metais, ou seja, no

    havia a esperada perda de peso desses objetos como explicava a teoria do flogisto, mas,

    ao contrrio, de manuteno de peso ou at mesmo de ganho de peso em alguns casos.

  • Um novo modelo terico parecia ser a sada de Lavoisier para a explicao da

    combusto dos fenmenos, considerando que a teoria atual j no parecia mais explicar,

    o que seria na verdade, o incio de uma crise. A descoberta do oxignio por Priestley

    tambm ocorreu em meio a fenmenos anmalos da teoria do flogisto e contriburam

    para que as anlises de Lavoisier comeassem a fazer sentido. Nesse contexto aparece o

    carter revolucionrio do processo de substituio de teorias, um pouco maneira como

    vemos no modelo filosfico-metodolgico de Thomas Kuhn. Alm do carter

    explicativo das teorias cientficas, destaca-se tambm o problema das entidades tericas,

    de conceitos que se referem a inobservveis como o prprio conceito flogisto. Nossa

    pesquisa permite perceber que a construo de todo um arcabouo terico que desse

    conta de explicar o fenmeno da combusto foi necessrio ser elaborado por Lavoisier,

    e esse era o aspecto central da preocupao de sua pesquisa, a saber, explicar os

    fenmenos atravs da elaborao de uma teoria, e no se detendo no fato do flogisto

    ser uma entidade que se refere a um inobservvel.

    PALAVRAS-CHAVE: Explicao Cientfica; Thomas Kuhn; Teoria do flogisto.

    REFERNCIAS

    CAMPOS, I; JIMNEZ, J. L; DEL VALLE, G. Operacionalismo: Confusin entre

    Significado y Medicin. In Contactos, Vol. 42, p. 65-68, Cidade do Mxico, 2001.

    KUHN, Thomas. A Estrutura das Revolues Cientficas. Traduo de Beatriz Boeira e

    Nelson Boeira, So Paulo: Editora Perspectiva, 9 edio, 2006.

    SILVA, Marcos Rodrigues da. Ensino de Cincias: realismo antirrealismo e a

    construo do conceito de oxignio. In: Histria, Cincias, Sade-Manguinhos, Vol. 20,

    p. 481-497, Rio de Janeiro, 2013.

    DA SIMPLICIDADE RESOLUTIVA SIMPLICIDADE CAUSAL

    Csar Augusto Battisti

    Unioeste

    [email protected]

    A presente comunicao pretende comparar o preceito metodolgico afirmado por

    Descartes no incio do Livro III da Geometria com o princpio de causalidade e com a

    teoria da explicao empregados por ele especialmente nas Meditaes. O ncleo da

    comparao consiste no que ser apresentado a seguir. O princpio de causalidade

    estabelece como requisito mnimo que deve haver na causa ao menos tanta realidade

  • quanto houver no efeito; e, embora a causa possa ser mais excelente, isto , ter mais

    realidade que a exigida pelo efeito, isso efetivamente no ocorre (Deus parece ser a

    exceo, mas de fato no ). Em termos cartesianos, afirma-se que a causa, podendo ser

    eminente, precisa ser no mnimo formal e, de fato, sempre apenas formal: trata-se da

    noo de simplicidade causal. Esse tambm parece ser o modo de proceder cartesiano

    na resoluo de um problema geomtrico: Descartes exige como requisito mnimo que o

    meio pelo qual um problema seja resolvido no pode ser mais simples do que exigem as

    condies do problema; e, embora pudesse ser mais complexo, de fato tampouco se

    pode aceitar uma soluo nestes termos. Assim, por mais que haja meios mais

    complexos que o resolvam igualmente, um problema deve ter como soluo a mais

    simples dentre todas, o que equivaler ao requisito mnimo exigido pelo problema:

    trata-se da noo de simplicidade resolutiva.

    PALAVRAS-CHAVE: Descartes; soluo mais simples; requisito mnimo;

    causalidade formal.

    REFERNCIAS

    PAPPUS DE ALEXANDRIA. La collection mathmatique. Paris, A. Blanchard, 1982

    (1 ed., 1933). Traduo, introduo e notas de Paul Ver Eecke.

    DESCARTES, R. La Gomtrie. In: ADAM, C. & TANNERY, P. (ed.). Oeuvres de

    Descartes. Paris: Vrin/Centre National du Livre, 1996. v. 6. (AT).

    DESCARTES, R. Meditaes. Traduo de J. Guinsburg e de B. Prado Jnior. 3 ed.

    So Paulo: Abril Cultural, 1983. (Os pensadores).

    DA DIFERENA ENTRE FILOSOFIA E CINCIA NO PENSAMENTO

    HEIDEGGERIANO

    Felipe Ricardo Deuter Becker

    Universidade do Oeste do Paran (Unioeste)/ PET

    [email protected]

    Prof. Dr. Libanio Cardoso

    PALAVRAS-CHAVE: 1. Filosofia. 2. Cincia. 3. Heidegger

    Na Introduo filosofia (1929), Heidegger distingue filosofia de cincia.

    Nosso objetivo acompanhar essa distino, ocupando-nos do modo como em cada

    caso o ente considerado. De fato, tanto a filosofia quanto a cincia parecem se

    preocupar, "em teoria", com o ente. Por muito tempo, a filosofia foi mesmo vista como

  • cincia. Se a questo parece ser a mesma o que o ente? qual ser a diferena entre

    elas? Seria apenas o fato de a cincia se ocupar com a prtica, enquanto a filosofia se

    ocupa com o mbito terico? No nos parece que seja assim. Apesar de a distino

    entre filosofia e cincia soar estranha, quando comeamos a enunci-la, podemos

    perceber que o ncleo que determina a cincia como cincia bem diferente do ncleo

    filosfico. No pretendemos apresentar uma distino histrica, isto , contar como

    cada qual se constituiu; trata-se de investigar o que so essencialmente, conforme a

    distino heideggeriana na obra mencionada. Isto implica pr em jogo a determinao

    prpria da filosofia e da cincia medida que esses "saberes" se relacionam com ser-a

    em seu modo de ser, ou seja, medida que so comportamentos possveis do ser-a

    junto ao ente.

    FORTUNA: O CONCEITO PENSADO A PARTIR DO MITO, DA MSICA E

    DA POLTICA DE MAQUIAVEL

    Fabiana de Jesus Benetti

    Universidade Estadual do Oeste do Paran

    [email protected]

    Este trabalho se prope a fazer uma anlise do conceito de fortuna a partir de trs

    referncias: o mito romano da deusa fortuna, a msica Roda Viva do compositor

    brasileiro Chico Buarque de Holanda e o conceito de fortuna no pensamento poltico de

    Maquiavel. A deusa romana da Fortuna considerada a deusa da sorte, aquela a quem

    os homens admiravam, visto que ela era possuidora de bens que eles desejavam para si

    (riqueza, glria, poder...), estes bens seriam adquiridos pelos homens na medida em que

    atrassem a simpatia da deusa. A fortuna, neste sentido, pode ser uma aliada ao

    humana, desde que seja despertado o sentimento favorvel da deusa, o que nos leva a

    perceber a instabilidade que permeia as aes humanas. Na msica Roda Viva, de Chico

    Buarque, a fortuna retratada como uma roda, cujo movimento determina o destino dos

    homens, negando a eles qualquer possibilidade de reao. Frente roda viva, os homens

    percebem sua impotncia diante das foras externas do mundo. J, no pensamento

    poltico de Maquiavel, a fortuna tambm aparece como smbolo do inesperado, do acaso

    e da inconstncia, no entanto, apesar de influenciar o destino, Maquiavel no vai pens-

    la como responsvel por todo erro e acerto dos homens, ao contrrio disto, o autor ir

  • pens-la em sua relao com a virt, de modo a entend-la como uma possibilidade de

    desenvolvimento da ao engenhosa do homem.

    PALAVRAS-CHAVE: Chico Buarque; Fortuna; Maquiavel; Roda Viva.

    REFERNCIAS

    AMES, Jos Luiz. Maquiavel: a lgica da ao poltica. Srie de Estudos Filosficos,

    v. 4. Cascavel: EDUNIOESTE, 2002.

    BENEVENUTO, Flvia Roberta de Souza. Virt x 'fortuna'. In.: Virt e valores no

    pensamento de Maquiavel. Dissertao de mestrado. departamento de filosofia da

    UFMG: Belo Horizonte, 2003. p.70 a 87. Disponvel em <

    http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/handle/1843/462/browse?value=Flavia+Ro

    berta+Benevenuto+de+Souza&type=author> . Visualizado em 20 de outubro de 2015.

    MAQUIAVEL, Nicolau. Discursos Sobre A Primeira Dcada de Tito Lvio. Traduo

    MF, So Paulo: Martins Fontes, 2007.

    ________ O Prncipe. Traduo de Maria Jlia Goldwasser, 3 ed. So Paulo: Martins

    Fontes, 2004.

    TELLES, Tereza. Chico Buarque na Sala de Aula: leitura, interpretao e produo de

    texto. 2 ed. Petrpolis, RJ: Vozes, 2010.

    PULSO DE VIDA E PULSO DE MORTE EM FREUD

    Celia Machado Benvenho

    UNIOESTE

    [email protected]

    De acordo com Freud, o homem , primeiramente, um ser de pulses [Trieb], uma carga

    energtica que se encontra na origem da atividade motora do organismo e no

    funcionamento psquico inconsciente do homem. O Eu se encontra totalmente tomado

    por pulses, e a finalidade do seu viver consistir na busca da satisfao das mesmas.

    Freud Prope, a partir de 1910, uma classificao das pulses em dois grupos,

    caracterizando um dualismo pulsional: Pulses do Eu, ou de autoconservao, e o da

    Pulses sexuais. Enquanto as pulses sexuais, agindo sob o domnio do princpio de

    prazer, impele o sujeito a se reproduzir, a pulso de autoconservao, a servio do

    princpio de realidade, impele o sujeito a se proteger, a se defender, a manter a prpria

    vida. Portanto, o princpio do prazer expresso pela pulso sexual se contrape pulso

    de autoconservao, pulso do eu. No entanto, a partir das publicaes de 1920,

    especialmente em sua obra Alm do princpio do Prazer, Freud apresenta a idia da

    existncia de um tipo de pulso que se diferenciava das at ento conhecidas pulses

  • autoconservativas e sexuais, impondo restries ao primado do prazer no aparelho

    psquico, a Pulso de Morte. Apresenta, ento, uma nova distino, composta, de um

    lado, pela Pulso de Vida (Eros) que passa a incluir as pulses autopreservativas

    narcsicas de carter libidinal e, de outro, pela Pulso de Morte, o que trouxe uma nova

    problemtica ao campo terico da psicanlise, por ir contra ao postulado bsico de que

    todo o psiquismo deveria funcionar de acordo com o princpio do prazer, j que a

    Pulso de Morte tende para a destruio das unidades vitais. Voltadas inicialmente para

    o interior e tendendo autodestruio, a pulso de morte seria secundariamente dirigida

    para o exterior, manifestando-se ento sob a forma da pulso de agresso ou de

    destruio que o maior obstculo para a vida cultural. Neste trabalho pretendemos

    analisar a relao entre a Pulso de Vida e Pulso de Morte para a concretizao do

    processo cultural a partir da obra O mal-estar na civilizao de Freud.

    PALAVRAS-CHAVE: Pulso de Vida; Pulso de Morte; Cultura; Mal-estar.

    REFERNCIAS

    FREUD, S. O mal-estar na civilizao. In: Obras completas volume 18. Trad. Paulo

    Csar de Sousa. So Paulo: Companhia das Letras, 2010.

    FREUD, S. Pulses e Destinos da Pulso. In: Escritos sobre a psicologia do

    inconsciente. Rio de Janeiro: Imago, 2004.

    FREUD, S. Alm do princpio do prazer, psicologia de grupo e outros trabalhos.

    E.S.B. Rio de Janeiro: Imago, 1976. v. XVIII.

    CINCIA E RACIONALIZAO DE MUNDO

    O PENSAMENTO DE NIETZSCHE SOBRE SCRATES E OS GREGOS

    Estevo Bocalon

    [email protected]

    A comunicao acontece de acordo com pesquisas relacionadas ao tema da arte em

    contraposio cincia, segundo o pensamento do filsofo alemo Friedrich Nietzsche.

    O foco aqui ser em algumas obras do pensador alemo, como O Nascimento da

    Tragdia e Sobre a Verdade e a Mentira no Sentido Extra-Moral, abordando a anlise

    que o pensador alemo realiza sobre o pensamento socrtico, desenvolvido na poca

    grega antiga e o desenvolvimento do conceito de homem intuitivo. As crticas ao

    pensamento de Scrates oferecem muitos elementos para a elaborao do problema de

    cientifizao de mundo em detrimento a concepo trgica (artstica) grega, que

  • imperava antes de Scrates. O que est em jogo aqui a importncia da arte trgica

    grega e sua queda para a teorizao, ou seja, para o uso da razo em contraposio

    intuio. Isto trar consequncias para a cincia, pois a forma de conhecer dos gregos

    passa a ter um carter dialtico. Sobre a arte trgica, a msica tem o seu papel principal

    (pelos ditirambos), propiciando aos espectadores uma forma de vivenciar as cenas da

    pea. por esse vis que a tragdia grega operava, pois ela imergia os espectadores em

    uma experincia nica, que carecia de sentido quando posta sob a luz da razo. Cabe,

    neste contexto, a contraposio entre homem racional e homem intuitivo que Nietzsche

    realiza na segunda obra supracitada. A partir disso, podemos tambm contemplar a

    mitologia grega operando como interpretao e vivncia de mundo. Trata-se da

    elaborao dos conceitos de impulso apolneo e o impulso dionisaco, que norteiam o

    pensamento nietzscheano em sua leitura dos gregos. Estes conceitos so elaborados

    como reflexo da prpria filosofia de Nietzsche, pressupondo, atravs deles, o

    movimento cultural na grcia antiga. Uma breve explanao destes dois conceitos,

    opostos em sua prpria natureza, se faz necessria para que a questo da cincia e seus

    pressupostos ganhe vigor. O desfecho da anlise ocorre com as crticas e elogios que o

    autor alemo confere Scrates, e as consequncias da forma socrtica de pensar tanto

    para a cincia como para o mundo.

    PALAVRAS-CHAVE: Cincia; Arte; Nietzsche;

    REFERNCIAS

    NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. O nascimento da tragdia. Traduo: J. Guinsburg.

    So Paulo: Companhia das Letras, 1992.

    NIETZSCHE, Friedrich. Sobre verdade e mentira no sentido extra-moral. Traduo:

    Heloisa da Graa Burati. So Paulo: Editora Rideel, 2005.

    O PRINCPIO DE RELATIVIDADE DO MOVIMENTO EM GALILEU

    Luiz Antonio Brandt

    Instituto Federal Farroupilha Campus Santa Rosa

    [email protected]

    O presente trabalho pretende abordar a funo e a importncia do princpio de

    relatividade do movimento na obra o Dilogo sobre os dois mximos sistemas do

    mundo ptolemaico e copernicano de Galileu Galilei, de 1632. Pois, a partir deste

  • princpio que Galileu consegue mesmo que de forma parcial romper com as estruturas

    da Fsica aristotlica e ainda neutralizar os argumentos em defesa da imobilidade da

    Terra. Assim, est em jogo aqui, a polmica a qual das partes, ou o Cu ou a Terra, que

    deveria ser responsvel pelo movimento dirio do Sol e das estrelas. Para Aristteles e

    Ptolomeu, o movimento do Sol e das estrelas real, em contrapartida, para Coprnico e

    Galileu esse movimento aparente, pois, a imagem em negativo do movimento de

    rotao. Portanto, ou a Terra est imvel no centro e todo o Universo sem discriminao

    gira em volta dela, ou, simplesmente a Terra gira em torno do prprio eixo, ou seja, o

    movimento de rotao que realizado a cada vinte e quatro horas. Com o princpio de

    relatividade do movimento os estados de repouso e movimento que antes eram

    compreendidos como ontolgicos passam a serem entendidos como relativos, quer

    dizer, todo corpo s pode estar em movimento ou em repouso em relao a outro corpo.

    Por exemplo, um navio partindo, em relao ao porto ele est em movimento, mas a

    caixa sobre o convs est em repouso em relao ao navio, mas em movimento com

    relao ao porto. Este mesmo exemplo se aplicaria aos corpos que esto na superfcie

    terrestre, que no perceberiam qualquer movimento da Terra. Assim, o princpio de

    relatividad