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GUIA MAIS 003

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  • GUIAMAIS

    003

  • At chegar aqui depois da segunda

    e d i o , c o n s e g u i m o s v r i a s

    conquistas.

    Votos de aplauso da Cmara municipal

    de Joo Pessoa pelo vereador

    Aristavora Santos, Apoio Institucional

    do Convention Visitour Bureaux,

    incentivo da Setur, na pessoa do

    secretario Euzrio Junior, Diploma de

    mrito turstico dado pelos deputados

    da Paraba ao nosso guia,tudo isso

    como reconhecimento pelo trabalho realizado que o Guia Mais Joo

    Pessoa assumiu com o estado da Paraba.

    Apesar de ainda existirem muitas dificuldades por parte de alguns

    gestores do governo do estado em no dar ateno ao Guias, e

    entender que um instrumento de divulgao da nossa regio,

    mesmo assim a nossa luta continua e temos o apoio dos nobres

    empresrios da iniciativa privada, pela prefeitura de Joo Pessoa, que

    pela terceira vez est nos apoiando e por colaboradores importantes

    que fortalecem o nosso trabalho.Acreditamos no potencial desta

    terra valente, linda e cheia de oportunidades, e o GUIA tem a misso

    de mostrar o que temos de bom.

    A capital ganhou muito com novas estruturas que atendem

    populao,recebeu investimentos empreendedores de empresrios

    que acreditam tambm na fora econmica do estado, com isso,

    passo a passo, comeamos a desmistificar que somos pobres como

    estado.

    Mas entendemos que o trabalho tem que continuar ainda mais forte,

    e o que mais vai beneficiar a nossa regio so projetos de infra-

    estrutura,programas de capacitao para sermos cada vez mais

    hospitaleiros e compromisso de continuidade,deixemos de lado

    politicagem, grupos, alianas que apenas vo beneficiar a poucos,

    vamos falar do coletivo paraibano.Vamos dar valor a uma discusso

    mais ampla, no sentido de dinamizar a nossa economia, cultura,

    educao e muito mais.

    O Guia Mais Joo Pessoa, se preocupa sim com o crescimento do

    estado, por que no?

    Nessa edio, alem da estrutura que a nossa capital oferece,

    trazemos como destaque roteiros que so as riquezas da Paraba.

    So muitas fotos novas que Ccio Murilo selecionou para mostrar

    que o nosso destino especial e um pouco da nossa histria que

    riqussima, afinal somos a terceira capital mais antiga do Pas e

    podemos ser um estado estratgico para o Brasil.

    Editorial Expediente

    Canal de Comunicao

    Para anunciar ligue:

    Impresso e

    Acabamento Tiragem desta Edio

    10 mil exemplares

    H 25 anos valorizando sua imaginao

    Carlos Macedo | Editor GuiaMais Joo Pessoa

    Guia Mais Joo Pessoa 3 Edio

    ISSN 2176-8072

    Carlos Macedo

    Publish

    Departamento comercial

    Equipe Guia Mais Comunicao

    Digitao

    Contexto e Equipe Guia Mais

    Design grfico e diagramao

    Junior lira (83) 8827 1403

    Consultoria de cores e Design

    Alena S (83) 8853-5356

    Pesquisa e contedo

    Carlos Macedo

    Equipe Guia Mais

    Dados histricos/paleontolgicos

    Prof. Rosa Godoy

    Prof. ngelo Emlio

    Prof. Jos Augusto

    Jornalistas

    Leiza Medeiros

    Isabel Fonseca

    Carlos Macedo

    Ana Felippe

    Jurdico

    Monteiro, Sodr e Sena associadas

    (83) 3225-6223

    Cartografia

    Pictrico Joo Pessoa: Gilton Lira

    Pictrico Praias: Sidney Coutinho/Macrofoto

    Cartogrfico: Cartomap

    Fotos:

    Ccio Murilo Estdio Fotogrfico (83) 3224-0136

    Todos os direitos reservados ao Guia Mais Comunicao.

    (83) 8850 8366 / 9306 6406

  • At chegar aqui depois da segunda

    e d i o , c o n s e g u i m o s v r i a s

    conquistas.

    Votos de aplauso da Cmara municipal

    de Joo Pessoa pelo vereador

    Aristavora Santos, Apoio Institucional

    do Convention Visitour Bureaux,

    incentivo da Setur, na pessoa do

    secretario Euzrio Junior, Diploma de

    mrito turstico dado pelos deputados

    da Paraba ao nosso guia,tudo isso

    como reconhecimento pelo trabalho realizado que o Guia Mais Joo

    Pessoa assumiu com o estado da Paraba.

    Apesar de ainda existirem muitas dificuldades por parte de alguns

    gestores do governo do estado em no dar ateno ao Guias, e

    entender que um instrumento de divulgao da nossa regio,

    mesmo assim a nossa luta continua e temos o apoio dos nobres

    empresrios da iniciativa privada, pela prefeitura de Joo Pessoa, que

    pela terceira vez est nos apoiando e por colaboradores importantes

    que fortalecem o nosso trabalho.Acreditamos no potencial desta

    terra valente, linda e cheia de oportunidades, e o GUIA tem a misso

    de mostrar o que temos de bom.

    A capital ganhou muito com novas estruturas que atendem

    populao,recebeu investimentos empreendedores de empresrios

    que acreditam tambm na fora econmica do estado, com isso,

    passo a passo, comeamos a desmistificar que somos pobres como

    estado.

    Mas entendemos que o trabalho tem que continuar ainda mais forte,

    e o que mais vai beneficiar a nossa regio so projetos de infra-

    estrutura,programas de capacitao para sermos cada vez mais

    hospitaleiros e compromisso de continuidade,deixemos de lado

    politicagem, grupos, alianas que apenas vo beneficiar a poucos,

    vamos falar do coletivo paraibano.Vamos dar valor a uma discusso

    mais ampla, no sentido de dinamizar a nossa economia, cultura,

    educao e muito mais.

    O Guia Mais Joo Pessoa, se preocupa sim com o crescimento do

    estado, por que no?

    Nessa edio, alem da estrutura que a nossa capital oferece,

    trazemos como destaque roteiros que so as riquezas da Paraba.

    So muitas fotos novas que Ccio Murilo selecionou para mostrar

    que o nosso destino especial e um pouco da nossa histria que

    riqussima, afinal somos a terceira capital mais antiga do Pas e

    podemos ser um estado estratgico para o Brasil.

    Editorial Expediente

    Canal de Comunicao

    Para anunciar ligue:

    Impresso e

    Acabamento Tiragem desta Edio

    10 mil exemplares

    H 25 anos valorizando sua imaginao

    Carlos Macedo | Editor GuiaMais Joo Pessoa

    Guia Mais Joo Pessoa 3 Edio

    ISSN 2176-8072

    Carlos Macedo

    Publish

    Departamento comercial

    Equipe Guia Mais Comunicao

    Digitao

    Contexto e Equipe Guia Mais

    Design grfico e diagramao

    Junior lira (83) 8827 1403

    Consultoria de cores e Design

    Alena S (83) 8853-5356

    Pesquisa e contedo

    Carlos Macedo

    Equipe Guia Mais

    Dados histricos/paleontolgicos

    Prof. Rosa Godoy

    Prof. ngelo Emlio

    Prof. Jos Augusto

    Jornalistas

    Leiza Medeiros

    Isabel Fonseca

    Carlos Macedo

    Ana Felippe

    Jurdico

    Monteiro, Sodr e Sena associadas

    (83) 3225-6223

    Cartografia

    Pictrico Joo Pessoa: Gilton Lira

    Pictrico Praias: Sidney Coutinho/Macrofoto

    Cartogrfico: Cartomap

    Fotos:

    Ccio Murilo Estdio Fotogrfico (83) 3224-0136

    Todos os direitos reservados ao Guia Mais Comunicao.

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    92 JUSTIA

    34 ARTES

    INDCEw

    ww

    .g

    ui

    am

    ai

    sj

    p.

    co

    m.

    br

    HISTRIA06

    NDICE

    TRANSPORTES | INTINERRIOS60

    193

    226

    237

    109 MAPAS E PRAIAS

    ATRATIVOS TURSTICOS

    GASTRONOMIA

    SERVIOS

  • Marcos histricos

    Joo Pessoa

    06

    GU

    IA M

    AIS

    JO

    O

    PES

    SO

    A

    Aps um difcil processo de conquista, que

    demandou cinco expedies, a atual cidade de Joo

    Pessoa foi fundada em 1585, em uma colina

    margem esquerda do Rio Sanhau. J nasceu

    cidade, sem nunca ter passado pela designao de

    vila, que era, usualmente, a categoria poltico-

    administrativa das povoaes fundadas por

    colonos, ou seja, por particulares, na Amrica

    Portuguesa.

    No caso, considerada a terceira cidade e no

    povoao - mais antiga do Brasil, criada por

    iniciativa oficial do Estado Portugus, depois das

    cidades de So Salvador-Bahia (1549) e So

    Sebastio do Rio de Janeiro-Rio de Janeiro (1565).

    Sua criao, no contexto do sistema colonial em

    implantao na Amrica, teve intenes

    administrativas e comerciais, para fazer avanar e

    consolidar a colonizao lusitana ao norte de

    Pernambuco.

    A cidade recebeu, inicialmente, a denominao de

    Povoao de Nossa Senhora das Neves, em

    homenagem santa do dia 05 de agosto de 1585

    em que foi celebrada a paz e a aliana entre os ndios

    tabajara e os portugueses comandados por Joo

    Tavares. Essa data acabou se oficializando como a

    de sua fundao, que, no entanto, se concretizou

    alguns meses depois.

    Posteriormente, passou a Cidade de Nossa Senhora

    das Neves, em 1589, e Cidade de Filipia de Nossa

    Senhora das Neves, em 1600, em homenagem ao

    rei da Espanha, D. Filipe II (Felipe I de Portugal), pois,

    desde 1580, Portugal estava sob domnio espanhol.

    A Paraba, por sua vez, era uma Capitania da Coroa,

    diferentemente das capitanias criadas para

    donatrios, entre 1534 e 1536. Antes de 1585,

    grande parte do atual territrio paraibano se situava

    na, ento, capitania de Itamarac, da qual foi

    desmembrado.

    Em 1534, a cidade foi invadida e ocupada pelos

    holandeses, como parte de seu plano de se

    apossarem da riqueza aucareira dos domnios

    ento espanhis, uma vez que os Pases Baixos (da

    qual a Holanda era integrante) estavam em guerra

    contra a Espanha na Europa. O domnio holands na

    Paraba durou vinte anos, tendo a cidade sido

    rebatizada, em 1635, com o nome de Frederikstadt,

    em homenagem ao prncipe Frederick Henrik de

    Nassau-Orange, chefe poltico das Provncias

    Unidas dos Pases Baixos.

    Com a expulso dos holandeses, a cidade passou a

    ser denominada de Cidade de Nossa Senhora das

    Neves (1655). A capitania ficou em uma difcil

    Por: Prof Rosa Godoy

  • Marcos histricos

    Joo Pessoa

    06

    GU

    IA M

    AIS

    JO

    O

    PES

    SO

    A

    Aps um difcil processo de conquista, que

    demandou cinco expedies, a atual cidade de Joo

    Pessoa foi fundada em 1585, em uma colina

    margem esquerda do Rio Sanhau. J nasceu

    cidade, sem nunca ter passado pela designao de

    vila, que era, usualmente, a categoria poltico-

    administrativa das povoaes fundadas por

    colonos, ou seja, por particulares, na Amrica

    Portuguesa.

    No caso, considerada a terceira cidade e no

    povoao - mais antiga do Brasil, criada por

    iniciativa oficial do Estado Portugus, depois das

    cidades de So Salvador-Bahia (1549) e So

    Sebastio do Rio de Janeiro-Rio de Janeiro (1565).

    Sua criao, no contexto do sistema colonial em

    implantao na Amrica, teve intenes

    administrativas e comerciais, para fazer avanar e

    consolidar a colonizao lusitana ao norte de

    Pernambuco.

    A cidade recebeu, inicialmente, a denominao de

    Povoao de Nossa Senhora das Neves, em

    homenagem santa do dia 05 de agosto de 1585

    em que foi celebrada a paz e a aliana entre os ndios

    tabajara e os portugueses comandados por Joo

    Tavares. Essa data acabou se oficializando como a

    de sua fundao, que, no entanto, se concretizou

    alguns meses depois.

    Posteriormente, passou a Cidade de Nossa Senhora

    das Neves, em 1589, e Cidade de Filipia de Nossa

    Senhora das Neves, em 1600, em homenagem ao

    rei da Espanha, D. Filipe II (Felipe I de Portugal), pois,

    desde 1580, Portugal estava sob domnio espanhol.

    A Paraba, por sua vez, era uma Capitania da Coroa,

    diferentemente das capitanias criadas para

    donatrios, entre 1534 e 1536. Antes de 1585,

    grande parte do atual territrio paraibano se situava

    na, ento, capitania de Itamarac, da qual foi

    desmembrado.

    Em 1534, a cidade foi invadida e ocupada pelos

    holandeses, como parte de seu plano de se

    apossarem da riqueza aucareira dos domnios

    ento espanhis, uma vez que os Pases Baixos (da

    qual a Holanda era integrante) estavam em guerra

    contra a Espanha na Europa. O domnio holands na

    Paraba durou vinte anos, tendo a cidade sido

    rebatizada, em 1635, com o nome de Frederikstadt,

    em homenagem ao prncipe Frederick Henrik de

    Nassau-Orange, chefe poltico das Provncias

    Unidas dos Pases Baixos.

    Com a expulso dos holandeses, a cidade passou a

    ser denominada de Cidade de Nossa Senhora das

    Neves (1655). A capitania ficou em uma difcil

    Por: Prof Rosa Godoy

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    GU

    IA M

    AIS

    JO

    O

    PES

    SO

    A

    estendeu at municpios do litoral. Nesse perodo,

    foram realizadas algumas reformas na capital, tendo

    frente o presidente de provncia Beaurepaire-

    Rohan.

    Com a instalao do regime republicano, idias de

    modernizao urbana, que circulavam em todo o

    Brasil, repercutiram no, agora, estado da Paraba,

    sobretudo na capital. As trs primeiras dcadas do

    sculo XX (de modo marcante, as gestes dos

    presidentes de estado Joo Machado, Camilo de

    Holanda, Solon de Lucena e Joo Pessoa e do

    prefeito Guedes Pereira, com a inspirao de um

    projeto de Saturnino de Brito), so marcadas pela

    implementao de vrios servios urbanos:

    abastecimento de gua, sistema de iluminao,

    bonde eltrico, abertura e pavimentao de ruas e

    avenidas (a exemplo da Avenida Maximiliano de

    Figueiredo), abertura de jardins e praas (praas

    Vidal de Negreiros e Independncia), construo de

    coretos, belvederes e da balaustrada das

    Trincheiras. Novos bairros iam se constituindo. At

    ento, a expanso do ncleo urbano para o litoral

    estava travada pela lagoa existente no Parque Slon

    de Lucena, problema contornado com o saneamento

    da bacia da lagoa, a arborizao do seu entorno e a

    converso da rea em parque pblico. Tambm foi

    criado o Servio de Higiene. Na mesma poca,

    tambm, foi construdo o Parque Arruda Cmara

    (Bica).

    O avano do espao urbano passou a ser orientado

    da Lagoa em direo Praa Independncia.

    Decorrentes de um novo perodo de crescimento da

    economia algodoeira e, tambm, de certa

    modernizao da economia aucareira (com as

    usinas), geram-se riquezas e formam-se fortunas,

    materializadas na capital com a edificao de belas

    situao de crise econmica, tanto que,

    em 1755, durante o governo do Marqus

    de Pombal, em Portugal, foi anexada

    capitania de Pernambuco, condio em

    que permaneceu at 1799, quando

    recuperou a sua autonomia.

    Em 1817, a capital passou a ser

    nomeada de Cidade da Paraba, nome de

    origem indgena, que permaneceu at

    1930.

    A dependncia comercial do porto do

    Recife, para escoamento dos seus

    produtos (pau Brasil, cana de acar,

    algodo) e para o comrcio de

    escravos), fez com que a capitania e

    d e p o i s p r o v n c i a t i v e s s e u m

    desenvolvimento demogrfico- urbano bastante

    lento: dos cerca de 3.000 habitantes, no incio do

    sculo XIX, passou a 25.000 em 1859. Durante esta

    ltima dcada, a populao paraibana foi

    significativamente dizimada, devido a epidemias,

    que atingiram, sobretudo, a populao escrava.

    Outro forte impacto foi o afluxo capital de

    retirantes fugidos da famosa seca de 1877.

    A cidade tinha uma fisionomia bastante rural,

    cercada pelos engenhos situados na Vrzea do Rio

    Paraba. Desde seu incio colonial, fora se

    constituindo com uma certa organizao espacial

    bastante demarcada: na parte baixa, prximo ao Rio

    Sanhau, que escoava as mercadorias at Cabedelo

    e da (por mar) at o Recife, situavam-se a

    Alfndega, armazns e casas comerciais (no

    Varadouro), em edifcios ainda hoje existentes,

    embora em runas; na parte alta, situavam-se as

    instituies administrativas, as igrejas e conventos,

    as residncias dos habitantes mais bem situados

    socialmente.

    Essa ocupao colonial deixou um significativo

    patrimnio arquitetnico, visvel no belo conjunto da

    Igreja de So Francisco/Convento de Santo Antnio,

    na Igreja da Misericrdia (restaurada), no Colgio

    dos Jesutas (Faculdade de Direito, na praa Joo

    Pessoa) e no Casaro dos Azulejos (restaurado, rua

    Conselheiro Henriques, em frente Praa Dom

    Adauto), entre outros monumentos.

    J na dcada de 1860, a provncia teve um surto

    econmico bastante favorvel, com a alta do seu

    algodo nos mercados internacionais, em

    decorrncia da guerra civil nos Estados Unidos, que

    desorganizara a cotonicultura norte-americana.

    Produzido basicamente no serto, o algodo se

    Acervo Biblioteca Nacional

  • residncias de proprietrios, na Avenida Joo

    Machado e no bairro de Tambi. J a populao

    mais pobre, instalava-se fora desse ncleo central,

    para alm da Rua das Trincheiras, onde ia se

    configurando o bairro de Cruz das Armas.

    Estas reformas urbanas projetam muitos arquitetos

    mais modernos: os Fiorilos, Di Lascio, Olavo Freire e

    Clodoaldo Gouveia, inspirados em idias europias,

    como a art nouveau, o que tambm estava

    acontecendo em outras capitais do pas. No

    entanto, tais mudanas tiveram um preo: a

    remoo de significativo conjunto colonial, como as

    Mercs (atual Praa 1817) e a igreja do Rosrio (no

    Ponto do Cem Ris). Parte desse patrimnio, do

    chamado Centro Histrico, vem sendo restaurado

    nos ltimos vinte anos.

    Com o assassinato do presidente de estado Joo

    Pessoa, a Cidade da Paraba, por aprovao da

    Assemblia Legislativa, a 04 de setembro de 1930,

    passou atual denominao Joo Pessoa.

    Uma nova orientao urbana, alterando o antigo

    padro colonial da urbe, at ento, nucleada pelo rio

    Sanhau, foi dada com a abertura da Avenida

    Epitcio Pessoa, no sentido da orla martima.

    A acanhada populao da cidade do sculo XIX foi

    crescendo no sculo seguinte: de 52.990 habitantes

    em 1920, passou a 119.326 em 1950, a 329.942 em

    1980, a 702.235 em 2009.

    Dos anos de 1970 em diante, a cidade passou por

    uma urbanizao mais intensa, em duas direes

    principais: a orla martima, no sentido Avenida

    Epitcio Pessoa-Cabedelo, Av. Epitcio-Pessoa-

    Cabo Branco e Altiplano, em que se situam os princi-

    pais equipamentos tursticos; e a sua rea sul, para

    alm da Cidade Universitria da Universidade

    Federal da Paraba, com a implantao de muitos

    conjuntos habitacionais, no sentido da sada para o

    Recife, onde se localiza o Distrito Industrial.

    Nos ltimos anos, a cidade vem adquirindo novos

    equipamentos urbanos, com vistas ao atendimento

    de sua vocao turstica, proporcionada por suas

    belezas naturais e sua cultura histrica, de que so

    exemplos a Estao Cincia (no Altiplano do Cabo

    Branco) e o Jardim Botnico, este, situado na popu-

    larmente chamada Mata do Buraquinho, uma das

    maiores reservas de Mata Atlntica urbana do pas.

  • residncias de proprietrios, na Avenida Joo

    Machado e no bairro de Tambi. J a populao

    mais pobre, instalava-se fora desse ncleo central,

    para alm da Rua das Trincheiras, onde ia se

    configurando o bairro de Cruz das Armas.

    Estas reformas urbanas projetam muitos arquitetos

    mais modernos: os Fiorilos, Di Lascio, Olavo Freire e

    Clodoaldo Gouveia, inspirados em idias europias,

    como a art nouveau, o que tambm estava

    acontecendo em outras capitais do pas. No

    entanto, tais mudanas tiveram um preo: a

    remoo de significativo conjunto colonial, como as

    Mercs (atual Praa 1817) e a igreja do Rosrio (no

    Ponto do Cem Ris). Parte desse patrimnio, do

    chamado Centro Histrico, vem sendo restaurado

    nos ltimos vinte anos.

    Com o assassinato do presidente de estado Joo

    Pessoa, a Cidade da Paraba, por aprovao da

    Assemblia Legislativa, a 04 de setembro de 1930,

    passou atual denominao Joo Pessoa.

    Uma nova orientao urbana, alterando o antigo

    padro colonial da urbe, at ento, nucleada pelo rio

    Sanhau, foi dada com a abertura da Avenida

    Epitcio Pessoa, no sentido da orla martima.

    A acanhada populao da cidade do sculo XIX foi

    crescendo no sculo seguinte: de 52.990 habitantes

    em 1920, passou a 119.326 em 1950, a 329.942 em

    1980, a 702.235 em 2009.

    Dos anos de 1970 em diante, a cidade passou por

    uma urbanizao mais intensa, em duas direes

    principais: a orla martima, no sentido Avenida

    Epitcio Pessoa-Cabedelo, Av. Epitcio-Pessoa-

    Cabo Branco e Altiplano, em que se situam os princi-

    pais equipamentos tursticos; e a sua rea sul, para

    alm da Cidade Universitria da Universidade

    Federal da Paraba, com a implantao de muitos

    conjuntos habitacionais, no sentido da sada para o

    Recife, onde se localiza o Distrito Industrial.

    Nos ltimos anos, a cidade vem adquirindo novos

    equipamentos urbanos, com vistas ao atendimento

    de sua vocao turstica, proporcionada por suas

    belezas naturais e sua cultura histrica, de que so

    exemplos a Estao Cincia (no Altiplano do Cabo

    Branco) e o Jardim Botnico, este, situado na popu-

    larmente chamada Mata do Buraquinho, uma das

    maiores reservas de Mata Atlntica urbana do pas.

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    GU

    IA M

    AIS

    JO

    O

    PES

    SO

    A

    Precedentes da Conquista

    Entre 1534 e 1536, o Estado Portugus implantou o

    sistema de capitanias hereditrias no seu domnio

    na Amrica (Brasil), concedendo enormes faixas

    territoriais a particulares, para que as explorassem.

    Essa medida, de um lado, visava conservar o

    territrio americano de Portugal, acossado por

    corsrios estrangeiros ingleses, holandeses e,

    principalmente, franceses. Estes ltimos, utilizando-

    se dos ndios Potiguara, faziam enorme contrabando

    de pau-brasil para a Europa, com vistas ao seu

    emprego na tintura de tecidos.

    Uma dessas capitanias era Itamarac, territrio

    delimitado entre os atuais Baa da Traio (Paraba)

    e Igarau (Pernambuco), e concedido a Pero Lopes

    de Sousa, irmo de Martim Afonso de Sousa, o

    famoso chefe da expedio ao Brasil, em 1530, da

    qual resultaria a deciso portuguesa de ocupar o seu

    domnio americano de forma mais efetiva, atravs

    do sistema de capitanias hereditrias.

    A constante presena francesa na rea, os

    frequentes ataques dos ndios Potiguara aos

    portugueses, que tentavam fazer avanar a

    colonizao ao norte de Olinda, e mais o abandono

    da capitania de Itamarac por seu donatrio,

    descendentes e prepostos, foram alvo de

    preocupao do governo metropolitano portugus.

    A situao impedia o avano da conquista lusitana

    para alm de Pernambuco. Tentativas de instalar

    engenhos em uma rea de ocupao indgena

    encontraram forte resistncia dos nativos, a

    exemplo do chamado massacre de Tracunhaem

    (regio de Goiana, Pernambuco), em que os

    Potiguara reagiram ao rapto de uma ndia por um

    colono. Mais alm desse fato, na verdade, estava

    em disputa o territrio entre nativos e conquis-

    tadores.

    Como resposta, a Coroa portuguesa (o rei Dom

    Sebastio) ordenou ao governador-geral do Brasil,

    Dom Lus de Brito, a expulso dos franceses, a

    punio dos ndios envolvidos no episdio de

    Tracunhaem e o desmembramento de Itamarac,

    com a fundao de uma cidade e a criao de uma

    nova capitania, de iniciativa real, diferentemente

    das capitanias concedidas iniciativa privada. O

    que estava em jogo, era a preservao do territrio

    pernambucano, onde se implantara a economia

    aucareira, e, assim, por extenso, o prprio projeto

    colonizador lusitano. Em 1574, por decreto,

    Itamarac foi desmembrada e criada a Capitania

    A conquista da ParabaPor: Prof Rosa Godoy

    Capitania da Paraba - 1689 (Biblioteca Nacional - atravs do site)

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    Precedentes da Conquista

    Entre 1534 e 1536, o Estado Portugus implantou o

    sistema de capitanias hereditrias no seu domnio

    na Amrica (Brasil), concedendo enormes faixas

    territoriais a particulares, para que as explorassem.

    Essa medida, de um lado, visava conservar o

    territrio americano de Portugal, acossado por

    corsrios estrangeiros ingleses, holandeses e,

    principalmente, franceses. Estes ltimos, utilizando-

    se dos ndios Potiguara, faziam enorme contrabando

    de pau-brasil para a Europa, com vistas ao seu

    emprego na tintura de tecidos.

    Uma dessas capitanias era Itamarac, territrio

    delimitado entre os atuais Baa da Traio (Paraba)

    e Igarau (Pernambuco), e concedido a Pero Lopes

    de Sousa, irmo de Martim Afonso de Sousa, o

    famoso chefe da expedio ao Brasil, em 1530, da

    qual resultaria a deciso portuguesa de ocupar o seu

    domnio americano de forma mais efetiva, atravs

    do sistema de capitanias hereditrias.

    A constante presena francesa na rea, os

    frequentes ataques dos ndios Potiguara aos

    portugueses, que tentavam fazer avanar a

    colonizao ao norte de Olinda, e mais o abandono

    da capitania de Itamarac por seu donatrio,

    descendentes e prepostos, foram alvo de

    preocupao do governo metropolitano portugus.

    A situao impedia o avano da conquista lusitana

    para alm de Pernambuco. Tentativas de instalar

    engenhos em uma rea de ocupao indgena

    encontraram forte resistncia dos nativos, a

    exemplo do chamado massacre de Tracunhaem

    (regio de Goiana, Pernambuco), em que os

    Potiguara reagiram ao rapto de uma ndia por um

    colono. Mais alm desse fato, na verdade, estava

    em disputa o territrio entre nativos e conquis-

    tadores.

    Como resposta, a Coroa portuguesa (o rei Dom

    Sebastio) ordenou ao governador-geral do Brasil,

    Dom Lus de Brito, a expulso dos franceses, a

    punio dos ndios envolvidos no episdio de

    Tracunhaem e o desmembramento de Itamarac,

    com a fundao de uma cidade e a criao de uma

    nova capitania, de iniciativa real, diferentemente

    das capitanias concedidas iniciativa privada. O

    que estava em jogo, era a preservao do territrio

    pernambucano, onde se implantara a economia

    aucareira, e, assim, por extenso, o prprio projeto

    colonizador lusitano. Em 1574, por decreto,

    Itamarac foi desmembrada e criada a Capitania

    A conquista da ParabaPor: Prof Rosa Godoy

    Capitania da Paraba - 1689 (Biblioteca Nacional - atravs do site)

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    Real da Paraba, com um territrio definido entre o rio

    Abia, ao sul, e a Baa da Traio (em lngua indgena,

    Acejutibir), ao norte.

    No entanto, para se efetivar esta medida real, ou

    seja, da Coroa portuguesa, foram necessrios onze

    anos e cinco expedies oficiais, irradiadas a partir

    do governo geral sediado na Bahia e de Olinda, at

    que o territrio da nova capitania fosse assegurado e

    incorporado ao Estado metropolitano, mediante a

    fundao da Povoao de Nossa Senhora das

    Neves, em 1585, hoje Joo Pessoa. A conquista

    foi sangrenta devido resistncia oferecida pelos

    Potiguara, em aliana com os franceses que

    frequentavam a costa paraibana traficando pau-

    brasil, madeira da qual o territrio era

    abundantemente provido.

    Os primeiros habitantes do litoral paraibano

    Dois povos indgenas ocupavam a rea litornea do

    atual territrio paraibano no momento da chegada

    dos portugueses:

    - os TABAJARA (senhor da aldeia, em lngua

    indgena) haviam chegado ao territrio hoje

    paraibano pouco antes da conquista definitiva dos

    lusitanos e se instalaram na Zona da Mata, desde

    Itamarac at a foz do rio Paraba (batizado, no incio

    da colonizao, como rio So Domingos),

    estendendo- se ao Agreste paraibano e

    pernambucano, no vale do rio Paje, afluente do rio

    So Francisco. Estimados em 40.000 pessoas, eram

    procedentes da Bahia, onde haviam auxiliado os

    conquistadores em algumas ofensivas, mas,

    enganados por estes, haviam fugido, atravs do So

    Francisco e seus afluentes, at alcanarem os

    afluentes do rio Paraba, na altura da cidade de

    Monteiro, descendo rumo ao litoral. Todavia,

    confrontados com os Potiguara, formaram uma

    aliana com os portugueses contra seus inimigos

    tnicos;

    - os POTIGUARA (palavra indgena que significa

    comedores de camaro) habitantes da terra

    antes dos Tabajara, os Potiguara foram estimados

    em 90.000 pessoas, distribudas desde a costa do

    Maranho at as margens do rio Parnaba (Piau) e

    do rio Acara (Cear) ao rio Paraba (Paraba).

    Defenderam bravamente o seu territrio na parte

    norte do rio Paraba (Baa da Traio), curso do rio

    Mamanguape e serra da Copaoba (hoje Serra da

    Raiz), contra os portugueses, desde a capitania de

    Itamarac, durante as vrias expedies de

    conquista, e mesmo depois de criada a capitania da

    Paraba. Em sua organizao social, as terras

    constituam propriedade comunal, em que se

    produzia mandioca e farinha, milho, feijo, inhame,

    batata, utilizando-se da coivara (queimada);

    tambm viviam da pesca e do extrativismo vegetal.

    Aceitavam a autoridade dos mais velhos. Marca

    forte da sua cultura era a honra guerreira, tendo a

    antropofagia (o sacrifcio dos seus inimigos) um

    valor ritualstico; acreditavam em um deus criador;

    em seus rituais, danavam (e ainda danam) o tor,

    celebrando a amizade entre as aldeias, e utilizavam o

    cauim (uma bebida feita de mandioca cozida e

    fermentada, mas que podia ser preparada com caju,

    milho e outros vegetais).

    As Expedies

    O processo da conquista da Paraba foi rduo e

    demandou muitas tentativas:

    - 1 Expedio (1574): Designado pelo rei Dom

    Sebastio, o comandante da expedio, D. Ferno

    Silva, tomou posse das terras em nome do rei, sem

    nenhuma resistncia indgena aparente. Todavia,

    surpreendido pelos nativos, teve que recuar suas

    foras para Itamarac (Pernambuco), e depois, para

    a Bahia;

    - 2 Expedio (1575): comandada pelo prprio

    Governador-geral do Brasil, D. Lus de Brito, a

    expedio no chegou sequer ao territrio

    paraibano, devido a ventos desfavorveis

    navegao. Outro Governador- geral (Loureno

    Veiga) tentou conquistar o Rio Paraba, sem xito;

    - 3 Expedio (1581): comandada pelo

    comerciante portugus Frutuoso Barbosa, este

    condicionou a conquista da Paraba obteno de

    seu governo por dez anos, ao ttulo de capito-mor e

    Braso da Capitania da Paraba

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    de foral para usufruto da terra. Apesar do alvar

    nesse sentido ter-lhe sido concedido em 1579,

    Barbosa s saiu de Portugal em 1581. Contudo, a

    caminho, a sua frota sofreu forte tormenta que a

    desviou para as ndias de Castela (Cuba). Frutuoso

    perdeu a sua esposa e retornou a Portugal;

    - 4 Expedio (1582): A essas alturas, Portugal

    passara ao domnio espanhol. Frutuoso Barbosa

    retorna Paraba, com as mesmas exigncias da

    expedio anterior. Porm, enreda-se nas

    armadilhas dos ndios e dos franceses e perde um

    filho em combate;

    - 5 Expedio (1584): as foras unidas

    espanholas-portuguesas, lideradas por Flores

    Valdez, Francisco Castejon, Felipe de Moura e o

    insistente Frutuoso Barbosa, expulsam os

    franceses. Os combates aconteceram no esturio

    do rio Paraba. Foi construdo o forte de So Felipe e

    So Tiago, em uma localidade depois denominada

    de Forte Velho, hoje um local turstico. Mas as

    desavenas entre espanhis e portugueses e, ainda,

    a inadequada localizao do forte, contribuam para

    o cerco indgena.

    Em 1585, o Ouvidor Geral de Olinda, Martim Leito,

    enviou Paraba uma tropa de 1.000 homens, a

    cavalo e a p, incluindo ndios, escravos e religiosos,

    sob o comando de Joo Tavares. Depois de

    tentativas anteriores infrutferas, os portugueses de

    Tavares firmam uma aliana com os Tabajara,

    inimigos dos Potiguara e liderados pelo cacique

    Piragibe (brao de peixe, na lngua dos indgenas).

    A conquista foi, pois, assegurada mediante a

    explorao, pelos conquistadores, das diferenas e

    desavenas entre os povos habitantes originrios do

    territrio americano. A par da violncia dos

    combates, tambm as doenas trazidas pelos

    homens brancos, como varola, sarampo, bexiga e

    sfilis, dizimaram milhares de ndios.

    Tendo sido firmada a aliana portuguesa-tabajara a

    05 de agosto de 1585, essa data acabou se

    convertendo na data de fundao da Povoao de

    Nossa Senhora das Neves, santa do dia. No entanto,

    a fundao propriamente dita ocorreria algum tempo

    depois.

    A Povoao de Nossa Senhora das Neves

    (atual Joo Pessoa)

    Em outubro seguinte, foi escolhido o local da nova

    povoao, no alto de uma colina, onde se encontra

    hoje a catedral de Nossa Senhora das Neves.

    Martim Leito foi Paraba com o mestre de obras

    del-Rei, Manoel Fernandes, pedreiros, carpinteiros e

    outros trabalhadores, alm de jesutas, para a

    edificao da Cidade de Nossa Senhora das Neves,

    que teve incio com a elevao de um forte no

    Varadouro, a 04 de novembro de 1585, considerada

    por alguns historiadores como a data efetiva de

    fundao da cidade.. Com o incio das obras, o

    Ouvidor Geral foi Baa da Traio para expulsar os

    franceses remanescentes e, at 1587, continuou

    incursionando pelo territrio (na Serra da Copaoba e

    na rea de Mamanguape), em luta contra os

    Potiguara. Joo Tavares foi nomeado capito do

    Forte da cidade. Foi fundado o primeiro engenho

    Tibiri e o forte de So Sebastio, para defesa

    daquele empreendimento. Iniciou-se a catequizao

    dos ndios. Tavares foi o primeiro capito-mor, entre

    1585 e 1588. Duarte Gomes da Silveira, natural de

    Olinda, e um rico senhor de engenho, teve uma

    participao vultosa ajudando financeiramente na

    construo da nova povoao.

    A vitria dos portugueses no arrefeceu a

    resistncia dos Potiguara, liderados pelos caciques

    Pao Seco e Zorobab. At o final do sculo XVI,

    travaram-se guerras marcadas por enorme

    violncia, destruindo-se aldeias inteiras, na rea

    atualmente correspondente aos municpios de

    Caiara, Serra da Raiz, Pirpirituba, Duas Estradas,

    Belm. Os Potiguara sobreviventes vo recuando

    para o norte, em direo ao territrio que depois

    constituiria a capitania do Rio Grande (atual Rio

    Grande do Norte). Em 1599, o capito-mor Feliciano

    Coelho (1592-1600) imps aos Potiguara a paz pela

    fora. Estes, de forma semelhante ao que havia

    ocorrido com os Tabajara, foram agrupados em

    aldeias militarmente fiscalizadas pela Coroa, e

    entregues a ordens religiosas catequizadoras,

    passando a sofrer um profundo processo de

    desaculturao e fragilizao de sua identidade

    tnica. O deslocamento territorial determinado por

    Feliciano Coelho, da aldeia tabajara de Piragibe para

    o interior, nas cercanias dos engenhos e lavouras,

    Acesse www.guiamaisjp.com.br e saiba mais

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    de foral para usufruto da terra. Apesar do alvar

    nesse sentido ter-lhe sido concedido em 1579,

    Barbosa s saiu de Portugal em 1581. Contudo, a

    caminho, a sua frota sofreu forte tormenta que a

    desviou para as ndias de Castela (Cuba). Frutuoso

    perdeu a sua esposa e retornou a Portugal;

    - 4 Expedio (1582): A essas alturas, Portugal

    passara ao domnio espanhol. Frutuoso Barbosa

    retorna Paraba, com as mesmas exigncias da

    expedio anterior. Porm, enreda-se nas

    armadilhas dos ndios e dos franceses e perde um

    filho em combate;

    - 5 Expedio (1584): as foras unidas

    espanholas-portuguesas, lideradas por Flores

    Valdez, Francisco Castejon, Felipe de Moura e o

    insistente Frutuoso Barbosa, expulsam os

    franceses. Os combates aconteceram no esturio

    do rio Paraba. Foi construdo o forte de So Felipe e

    So Tiago, em uma localidade depois denominada

    de Forte Velho, hoje um local turstico. Mas as

    desavenas entre espanhis e portugueses e, ainda,

    a inadequada localizao do forte, contribuam para

    o cerco indgena.

    Em 1585, o Ouvidor Geral de Olinda, Martim Leito,

    enviou Paraba uma tropa de 1.000 homens, a

    cavalo e a p, incluindo ndios, escravos e religiosos,

    sob o comando de Joo Tavares. Depois de

    tentativas anteriores infrutferas, os portugueses de

    Tavares firmam uma aliana com os Tabajara,

    inimigos dos Potiguara e liderados pelo cacique

    Piragibe (brao de peixe, na lngua dos indgenas).

    A conquista foi, pois, assegurada mediante a

    explorao, pelos conquistadores, das diferenas e

    desavenas entre os povos habitantes originrios do

    territrio americano. A par da violncia dos

    combates, tambm as doenas trazidas pelos

    homens brancos, como varola, sarampo, bexiga e

    sfilis, dizimaram milhares de ndios.

    Tendo sido firmada a aliana portuguesa-tabajara a

    05 de agosto de 1585, essa data acabou se

    convertendo na data de fundao da Povoao de

    Nossa Senhora das Neves, santa do dia. No entanto,

    a fundao propriamente dita ocorreria algum tempo

    depois.

    A Povoao de Nossa Senhora das Neves

    (atual Joo Pessoa)

    Em outubro seguinte, foi escolhido o local da nova

    povoao, no alto de uma colina, onde se encontra

    hoje a catedral de Nossa Senhora das Neves.

    Martim Leito foi Paraba com o mestre de obras

    del-Rei, Manoel Fernandes, pedreiros, carpinteiros e

    outros trabalhadores, alm de jesutas, para a

    edificao da Cidade de Nossa Senhora das Neves,

    que teve incio com a elevao de um forte no

    Varadouro, a 04 de novembro de 1585, considerada

    por alguns historiadores como a data efetiva de

    fundao da cidade.. Com o incio das obras, o

    Ouvidor Geral foi Baa da Traio para expulsar os

    franceses remanescentes e, at 1587, continuou

    incursionando pelo territrio (na Serra da Copaoba e

    na rea de Mamanguape), em luta contra os

    Potiguara. Joo Tavares foi nomeado capito do

    Forte da cidade. Foi fundado o primeiro engenho

    Tibiri e o forte de So Sebastio, para defesa

    daquele empreendimento. Iniciou-se a catequizao

    dos ndios. Tavares foi o primeiro capito-mor, entre

    1585 e 1588. Duarte Gomes da Silveira, natural de

    Olinda, e um rico senhor de engenho, teve uma

    participao vultosa ajudando financeiramente na

    construo da nova povoao.

    A vitria dos portugueses no arrefeceu a

    resistncia dos Potiguara, liderados pelos caciques

    Pao Seco e Zorobab. At o final do sculo XVI,

    travaram-se guerras marcadas por enorme

    violncia, destruindo-se aldeias inteiras, na rea

    atualmente correspondente aos municpios de

    Caiara, Serra da Raiz, Pirpirituba, Duas Estradas,

    Belm. Os Potiguara sobreviventes vo recuando

    para o norte, em direo ao territrio que depois

    constituiria a capitania do Rio Grande (atual Rio

    Grande do Norte). Em 1599, o capito-mor Feliciano

    Coelho (1592-1600) imps aos Potiguara a paz pela

    fora. Estes, de forma semelhante ao que havia

    ocorrido com os Tabajara, foram agrupados em

    aldeias militarmente fiscalizadas pela Coroa, e

    entregues a ordens religiosas catequizadoras,

    passando a sofrer um profundo processo de

    desaculturao e fragilizao de sua identidade

    tnica. O deslocamento territorial determinado por

    Feliciano Coelho, da aldeia tabajara de Piragibe para

    o interior, nas cercanias dos engenhos e lavouras,

    Acesse www.guiamaisjp.com.br e saiba mais

    propiciando a utilizao dos ndios como mo-de-

    obra, acabou provocando, inclusive, a reao dos

    jesutas, que acabaram sendo expulsos da

    capitania. A ordem franciscana, incumbida, ento,

    da catequese, tambm entrou em atritos com o

    capito-mor pelas mesmas razes.

    A j denominada Cidade de Nossa Senhora das

    Neves fora a terceira cidade fundada no Brasil,

    depois de Salvador e Rio de Janeiro. J nasceu

    assim. A criao de cidades era prerrogativa da

    Coroa portuguesa. No final do sculo XVI, 15 anos de

    fundada, a Paraba era a terceira capitania do Brasil

    em ordem de grandeza, devido qualidade do seu

    pau-brasil, seguindo-se a Pernambuco e Bahia,

    posio que conservou at a invaso holandesa.

    No incio do sculo XVII, crescia o nmero de

    engenhos de acar, na rea do rio Mamanguape e

    seus afluentes. Canaviais, lavouras de subsistncia

    e criao de gado foram se irradiando.

    Com a conquista da Paraba, a expanso coloni-

    zadora para o norte avanou rpido: em 1598, era

    conquistado o territrio do atual Rio Grande do

    Norte; em 1612, o do Cear.

    Hoje, os remanescentes Potiguara vivem em cerca

    de 32 aldeias, com uma populao estimada de

    mais de 12.000 pessoas distribudas em um

    territrio de mais de 33.000 hectares, espraiado nos

    municpios de Baa da Traio, Marcao e Rio

    Tinto, alm de muitos outros ndios dispersos nas

    reas urbanas das duas primeiras localidades. Essa

    rea corresponde a trs Terras Indgenas contguas:

    Potiguara, Jacar de So Domingos e Potiguara de

    Monte-Mor (este, originrio da destruio do

    aldeamento de Mamanguape). Desde a dcada de

    1970, vem se processando a luta dos Potiguara pela

    demarcao de suas terras: a Terra Indgena (TI)

    Potiguara foi demarcada (1981) e homologada

    (1983); a TI Jacar de So Domingos foi

    homologada em 1993; a TI Potiguara de Monte-Mor

    est em processo de demarcao. Quanto aos

    Tabajara, depois de sculos de sua disperso na

    populao paraibana, vm, mais recentemente,

    reconstruindo a sua identidade tnico-cultural.

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    Domnio holands

    Esse trecho da letra de uma msica de Milton

    Nascimento e Leila Diniz, de 1980, reflete um

    conflito de grandes propores, uma srie de longas

    guerras travadas em escala mundial, entre os fins do

    sculo XVI e ao longo de boa parte do XVII. Os

    imprios coloniais europeus, que se formaram a

    partir da expanso comercial desde fins do sculo

    XV, com Portugal e Espanha frente, disputavam

    acirradamente o domnio de terras, rotas martimas

    e portos em partes distintas do globo, que

    garantissem o poder econmico e militar de suas

    burguesias e nobrezas. Frana, Inglaterra e Holanda,

    que iniciaram seu movimento expansionista mais

    tarde, buscaram obter parte desse bolo e no

    hesitaram em atacar as posies espanholas e

    portuguesas na sia, frica e Amrica. Aps a unio

    dinstica entre Espanha e Portugal, a partir de 1580,

    com a coroao de Filipe II, de Espanha como Filipe

    I, de Portugal, que ficou conhecida como Unio

    Ibrica (1580-1640), o reino lusitano herdou as

    inimizades espanholas e pagou um duro preo, com

    a perda de boa parte de suas possesses coloniais

    nesse perodo.

    Essa expanso comercial no foi pacfica

    nem linear, nela intervieram prticas como guerras,

    saques, butins, pirataria e corso, que alastravam os

    conflitos pelos Oceanos Atlntico, ndico e Pacfico.

    Esses conflitos foram ainda mais radicais, por

    envolverem um combustvel bastante inflamvel,

    que eram as disputas religiosas, acirradas com os

    movimentos protestantes, que sacudiram a Europa

    desde o incio do sculo XVI, e abalaram a antiga

    hegemonia da Igreja Catlica Romana, gerando uma

    reao dessa ltima, atravs do que ficou conhecido

    como Contra-Reforma. Guerra comercial e guerra

    religiosa; a busca feroz das riquezas se tornou ainda

    mais sangrenta com a intolerncia religiosa que

    marcava os oponentes. Nada de respeito aos

    A Paraba em tempos de guerraBrigam Espanha e Holanda pelos

    direitos do mar o mar das gaivotas

    que nele sabem voar

    Frans Post - 1638 - Cidade Frederica - Coleo Privada - Nova York

    Por: Prof ngelo Emlio da Silva Pessoa

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    direitos humanos, isso foi coisa de tempos bem

    posteriores.

    Nesse mesmo contexto, nas ricas terras

    baixas situadas ao norte da Europa que

    integravam o vasto Imprio espanhol e que hoje

    compem o territrio da Holanda o movimento

    protestante ganhou rpida e massiva adeso ao

    norte, enquanto o sul permaneceu majoritariamente

    catlico. Essa rivalidade alimentou uma guerra de

    independncia travada pelas provncias locais, que

    se prolongou por dcadas e ganhou contornos

    globais.

    Sob a primazia da Holanda, as Provncias

    Unidas dos Pases Baixos, que se libertavam do

    domnio espanhol, emergiam como uma forte

    potncia comercial e martima. Com forte vocao

    comercial desde o medievo, estavam envolvidas,

    desde h dcadas, nos negcios do acar

    produzido pelas colnias portuguesas na Amrica,

    e, com a Unio Ibrica, tiveram bloqueado seu

    acesso a esse comrcio. Dessa forma, criaram a

    Companhia das ndias Ocidentais (W.I.C.), com o

    fito de atacar as posies luso-espanholas no

    Atlntico.

    Em 1624 atacaram Salvador, se

    estabelecendo por cerca de um ano na cidade, mas

    no conseguiram firmar sua conquista e acabaram

    se retirando da Bahia, em maio de 1625. Naquela

    ocasio, a frota comandada pelo Almirante

    Hendrykszoon aportou em Baa da Traio, norte da

    Paraba, e ganhou a adeso de diversas lideranas

    potiguara locais, que se rebelaram, desejosas de se

    livrarem da opresso portuguesa. Com a retirada

    dos holandeses, os portugueses promoveram uma

    dura represso aos rebelados, que ficou celebrizada

    como o massacre de Baa da Traio.

    No tardaram os holandeses a tentarem

    novamente estabelecer o domnio nas terras do

    acar. Em 1630, atacaram Pernambuco, de onde

    s se retiraram 24 anos depois. A Paraba sofreu

    vrias tentativas de ocupao holandesa, at que,

    em 1634, obtiveram esse sucesso, mudando o

    nome da capital para Frederica, como referido

    anteriormente.(ver no Guia o texto sobre Joo

    Pessoa marcos histricos).

    Para manter esse domnio, tiveram de

    contar com colaborao de parte da populao

    local, seja de ascendncia lusitana, seja indgena.

    Ficou celebrizado o Padre jesuta de origem paulista

    Manoel de Moraes, que missionava na Paraba por

    essa poca e colaborou com a resistncia contra os

    holandeses. Aps a derrota e sua priso, aderiu aos

    holandeses, converteu-se ao calvinismo (uma das

    denominaes protestantes) e obteve benesses da

    W.I.C. Se esse foi o caso mais notrio, no faltaram

    casos de adeso de importantes proprietrios

    locais, de Pernambuco e Paraba, aos novos

    ocupantes, especialmente depois que a W.I.C.

    providenciou crditos para a produo aucareira e

    a importao de escravos africanos. Seja como for,

    os holandeses acabaram se apoderando das ricas

    vrzeas paraibanas, nas quais os engenhos

    produziam esse acar que custava um preo

    bastante amargo. Mesmo custando sangue e vidas,

    o acar paraibano era reputado de tima qualidade

    e permitia negcios lucrativos, o clebre governador

    da conquista holandesa, entre 1637 e 1644, o Conde

    Joo Maurcio de Nassau-Siegen, dotou a Paraba

    Cidade Frederica

    vista do rio Paraba

    Gravura baseada em

    desenho de Frans Post

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    direitos humanos, isso foi coisa de tempos bem

    posteriores.

    Nesse mesmo contexto, nas ricas terras

    baixas situadas ao norte da Europa que

    integravam o vasto Imprio espanhol e que hoje

    compem o territrio da Holanda o movimento

    protestante ganhou rpida e massiva adeso ao

    norte, enquanto o sul permaneceu majoritariamente

    catlico. Essa rivalidade alimentou uma guerra de

    independncia travada pelas provncias locais, que

    se prolongou por dcadas e ganhou contornos

    globais.

    Sob a primazia da Holanda, as Provncias

    Unidas dos Pases Baixos, que se libertavam do

    domnio espanhol, emergiam como uma forte

    potncia comercial e martima. Com forte vocao

    comercial desde o medievo, estavam envolvidas,

    desde h dcadas, nos negcios do acar

    produzido pelas colnias portuguesas na Amrica,

    e, com a Unio Ibrica, tiveram bloqueado seu

    acesso a esse comrcio. Dessa forma, criaram a

    Companhia das ndias Ocidentais (W.I.C.), com o

    fito de atacar as posies luso-espanholas no

    Atlntico.

    Em 1624 atacaram Salvador, se

    estabelecendo por cerca de um ano na cidade, mas

    no conseguiram firmar sua conquista e acabaram

    se retirando da Bahia, em maio de 1625. Naquela

    ocasio, a frota comandada pelo Almirante

    Hendrykszoon aportou em Baa da Traio, norte da

    Paraba, e ganhou a adeso de diversas lideranas

    potiguara locais, que se rebelaram, desejosas de se

    livrarem da opresso portuguesa. Com a retirada

    dos holandeses, os portugueses promoveram uma

    dura represso aos rebelados, que ficou celebrizada

    como o massacre de Baa da Traio.

    No tardaram os holandeses a tentarem

    novamente estabelecer o domnio nas terras do

    acar. Em 1630, atacaram Pernambuco, de onde

    s se retiraram 24 anos depois. A Paraba sofreu

    vrias tentativas de ocupao holandesa, at que,

    em 1634, obtiveram esse sucesso, mudando o

    nome da capital para Frederica, como referido

    anteriormente.(ver no Guia o texto sobre Joo

    Pessoa marcos histricos).

    Para manter esse domnio, tiveram de

    contar com colaborao de parte da populao

    local, seja de ascendncia lusitana, seja indgena.

    Ficou celebrizado o Padre jesuta de origem paulista

    Manoel de Moraes, que missionava na Paraba por

    essa poca e colaborou com a resistncia contra os

    holandeses. Aps a derrota e sua priso, aderiu aos

    holandeses, converteu-se ao calvinismo (uma das

    denominaes protestantes) e obteve benesses da

    W.I.C. Se esse foi o caso mais notrio, no faltaram

    casos de adeso de importantes proprietrios

    locais, de Pernambuco e Paraba, aos novos

    ocupantes, especialmente depois que a W.I.C.

    providenciou crditos para a produo aucareira e

    a importao de escravos africanos. Seja como for,

    os holandeses acabaram se apoderando das ricas

    vrzeas paraibanas, nas quais os engenhos

    produziam esse acar que custava um preo

    bastante amargo. Mesmo custando sangue e vidas,

    o acar paraibano era reputado de tima qualidade

    e permitia negcios lucrativos, o clebre governador

    da conquista holandesa, entre 1637 e 1644, o Conde

    Joo Maurcio de Nassau-Siegen, dotou a Paraba

    Cidade Frederica

    vista do rio Paraba

    Gravura baseada em

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    holandesa de um braso no qual constavam seis

    pes de acar, atestando a notria qualidade do

    valioso produto.

    Entre os potiguara, a memria do

    massacre de 1625 estimulou as lideranas de Pedro

    Poty (que chegou a viver vrios anos na Holanda) e

    Antnio Paraupaba a se juntarem aos holandeses e

    aderirem ao cristianismo reformado, na esperana

    de se livrarem do jugo portugus. O cenrio era

    conturbado e a conquista, precria, com lances de

    batalhas sangrentas, assassinatos e tocaias de lado

    a lado, o que deixou profundas cicatrizes na regio,

    mesmo aps a expulso definitiva dos holandeses

    do territrio paraibano, nas guerras que se deram

    at 1654. Guerra em terra, guerra tambm no mar;

    em janeiro de 1640, um renhido combate naval entre

    uma frota luso-espanhola e outra holandesa, foi

    travado em frente ao Cabo Branco, com saldo de

    muitos mortos e navios afundados, que esperam

    maiores pesquisas para o futuro.

    Aps vrios anos de domnio holands e

    de um precrio equilbrio de foras, as coisas

    comearam a mudar: estimulados pelo fim da unio

    entre as coroas de Portugal e Espanha, em 1640, e

    pelo aperto das cobranas dos emprstimos

    concedidos pela W.I.C., os luso-brasileiros

    promoveram um levante geral, conhecido na

    memria como guerra de restaurao, ou guerra da

    liberdade divina, segundo seus mais aguerridos

    defensores. Liderados por homens Joo Fernandes

    Vieira, Andr Vidal de Negreiros, o ndio Felipe

    Camaro e o negro Henrique Dias, os luso-

    brasileiros conquistaram vitrias consecutivas nos

    anos seguintes contra os holandeses, at a sua

    expulso. Esses homens, cujas memrias foram

    celebradas como heris nacionais, tm em Vidal de

    Negreiros um destaque especial no que diz respeito

    Paraba, devido ao mesmo ser natural dessa

    capitania e, depois da expulso dos holandeses, ter

    assumido os governos do Maranho, Pernambuco

    (duas vezes) e Angola, mostrando o alto grau de

    seus merecimentos frente Coroa de Portugal. Na

    sua cidade natal ganhou diversas homenagens

    como o nome do 15 Batalho de Infantaria

    Motorizada do Exrcito e de uma das principais

    praas do centro popularmente conhecido como

    Ponto de Cem Ris onde seu busto exibido com

    grande destaque.

    Na cidade de Frederica, os holandeses

    no deixaram obras arquitetnicas de vulto, mas

    parte da cultura local ficou impregnada com lendas

    Vista da foz do rio Paraba na rea do Cabedelo tendo ao fundo o Forte Margarida e outros fortins - Gravura baseada em desenho de Frans Post

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    de tneis supostamente feitos por portugueses ou

    holandeses nessas guerras. Tambm as diversas

    verses da construo de igrejas catlicas pelos

    holandeses no se sustenta, particularmente pela f

    calvinista professada por eles. Uma das mais

    importantes construes portuguesas na Paraba, o

    conjunto franciscano, hoje to admirado pelos

    visitantes, foi transformado em instalao militar.

    Herana mais concreta e de grande importncia foi a

    minuciosa descrio da Paraba elaborada pelo

    holands Elias Herckmans, que governou o territrio

    entre 1636 e 1639, e que promoveu exploraes

    pelo territrio paraibano, ainda marcado pela

    condio provisria de ser objeto de disputa entre

    portugueses, holandeses e populaes indgenas.

    Tambm as clebres imagens produzidas pelo pintor

    holands Frans Post, transformaram-se em

    testemunhos da maior importncia para retratar a

    regio nos primeiros tempos da conquista e

    algumas delas integram os principais acervos do

    mundo, como uma obra que retrata uma casa de

    plantadores na beira do rio Paraba e integra o

    acervo do Museu do Louvre, em Paris. Outra

    importante pintura a obra Paraiba em Brasil, de

    Jan van Kessel, elaborada pouco depois do fim da

    ocupao holandesa, e que retrata, de maneira

    alegrica, o continente americano, junto com outros

    trs quadros, que representam os outros

    continentes sobre os quais as Provncias Unidas

    estabeleceram seus domnios, integrante do acervo

    da Pinacoteca de Munique, na Alemanha. Aps o

    perodo holands, a capitania, esgotada pelas

    guerras de resistncia e libertao e pela

    concorrncia da produo aucareira promovida

    pelos holandeses, franceses e ingleses no Caribe, a

    partir da segunda metade do sculo XVII, enfrentou

    novos tempos, de muita dureza e crise econmica.

    Cidade Frederica vista do rio Paraba - Gravura baseada em desenho de Frans Post

    Cidade Frederica vista

    da extenso do rio Paraba

    Gravura baseada em

    desenho de Frans Post

    Frans Janszoon Post - Foi um pintor dos pases baixos, junto com Albert Eckhout, considerado o mais relevante artista

    neerlands a servio do Conde Maurcio de Nassau na comitiva que o acompanhou ao nordeste do Brasil. Chegou ao Brasil

    em 1637, com 24 anos de idade, e tomou parte em diversas expedies, com o objetivo de montar uma grande coleo de

    desenhos com motivos brasileiros, segundo historiadores so dezoito obras, boa parte delas encontra-se em Recife-PE, no

    Instituto Ricardo Brennand - Telefone (81) 2121.0352

    Para saber mais acesse: www.guiamaisjp.com.br

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    de tneis supostamente feitos por portugueses ou

    holandeses nessas guerras. Tambm as diversas

    verses da construo de igrejas catlicas pelos

    holandeses no se sustenta, particularmente pela f

    calvinista professada por eles. Uma das mais

    importantes construes portuguesas na Paraba, o

    conjunto franciscano, hoje to admirado pelos

    visitantes, foi transformado em instalao militar.

    Herana mais concreta e de grande importncia foi a

    minuciosa descrio da Paraba elaborada pelo

    holands Elias Herckmans, que governou o territrio

    entre 1636 e 1639, e que promoveu exploraes

    pelo territrio paraibano, ainda marcado pela

    condio provisria de ser objeto de disputa entre

    portugueses, holandeses e populaes indgenas.

    Tambm as clebres imagens produzidas pelo pintor

    holands Frans Post, transformaram-se em

    testemunhos da maior importncia para retratar a

    regio nos primeiros tempos da conquista e

    algumas delas integram os principais acervos do

    mundo, como uma obra que retrata uma casa de

    plantadores na beira do rio Paraba e integra o

    acervo do Museu do Louvre, em Paris. Outra

    importante pintura a obra Paraiba em Brasil, de

    Jan van Kessel, elaborada pouco depois do fim da

    ocupao holandesa, e que retrata, de maneira

    alegrica, o continente americano, junto com outros

    trs quadros, que representam os outros

    continentes sobre os quais as Provncias Unidas

    estabeleceram seus domnios, integrante do acervo

    da Pinacoteca de Munique, na Alemanha. Aps o

    perodo holands, a capitania, esgotada pelas

    guerras de resistncia e libertao e pela

    concorrncia da produo aucareira promovida

    pelos holandeses, franceses e ingleses no Caribe, a

    partir da segunda metade do sculo XVII, enfrentou

    novos tempos, de muita dureza e crise econmica.

    Cidade Frederica vista do rio Paraba - Gravura baseada em desenho de Frans Post

    Cidade Frederica vista

    da extenso do rio Paraba

    Gravura baseada em

    desenho de Frans Post

    Frans Janszoon Post - Foi um pintor dos pases baixos, junto com Albert Eckhout, considerado o mais relevante artista

    neerlands a servio do Conde Maurcio de Nassau na comitiva que o acompanhou ao nordeste do Brasil. Chegou ao Brasil

    em 1637, com 24 anos de idade, e tomou parte em diversas expedies, com o objetivo de montar uma grande coleo de

    desenhos com motivos brasileiros, segundo historiadores so dezoito obras, boa parte delas encontra-se em Recife-PE, no

    Instituto Ricardo Brennand - Telefone (81) 2121.0352

    Para saber mais acesse: www.guiamaisjp.com.br

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    Cidade de Joo Pessoa jesteve coberta pelo mar.

    Os terrenos onde crescem todos os

    bairros de Joo Pessoa escondem camadas

    rochosas, calcrios, depositadas h mais de 65

    milhes, a partir das guas do ento jovem Oceano

    Atlntico. A histria da formao do Atlntico

    comeou h cerca de 150 milhes de anos, no

    perodo Jurssico, com o incio de um grande vale

    tectnico que viria a ser a ruptura do mega-

    continente Gondwana. Alguns milhes de anos

    depois, j existia um longo golfo separando as

    partes norte e sul dos continentes sul-americano e

    africano, mas o Nordeste continuava ligado por uma

    ponte de terra frica at cerca de 115 milhes de

    anos. Este golfo inicial deixou de receber gua do

    mar e secou, depositando espessas camadas de sal

    (mais conhecido pela Geologia como evaporitos).

    Tais camadas de evaporitos atualmente esto muito

    famosas, pois escondem abaixo delas rochas muito

    petrolferas, o famoso petrleo Pr-sal.

    Apenas nos momentos finais da histria

    da abertura do Atlntico, a costa da Paraba

    separou-se da costa da frica, permitindo a entrada

    do mar em sua borda, que afundou logo aps a

    separao. Toda essa histria contada atravs das

    camadas de rochas das bacias sedimentares ao

    longo da costa da Amrica do Sul e frica. Os

    registros de vida antiga contidos nestas camadas,

    os fsseis, podem ser comparados som formas de

    vida atuais e ajudam muito na compreenso da

    histria das bacias.

    A parte marinha representada pelos

    calcrios de Joo Pessoa conhecida como Bacia

    Sedimentar da Paraba e se estende por toda a costa

    paraibana, numa faixa de largura varivel.

    Os calcrios que praticamente afloram

    nos declives da cidade, especialmente entre a

    cidade alta e a cidade baixa, foram fundamentais

    para as primeiras construes, j que os calcrios

    serviram para erguer obras fundamentais, como os

    conventos, muralhas e fortalezas. Alm disso, as

    camadas calcrias tiveram importante papel no

    modelado natural da cidade. A lagoa (Parque Solon

    de Lucena), por exemplo, foi formada pela

    dissoluo dos calcrios e as diversas fontes

    antigas da cidade, existem porque a gua infiltra nas

    camadas porosas e escorre por cima ou pelas

    cavidades dos calcrios, aflorando na Bica (Parque

    Arruda Cmara) e na fonte do Convento de So

    Francisco.

    Muitos natural istas importantes

    1

    Jos Augusto Costa de Almeida

    1

    Doutor em Geocincias e professor de Paleontologia do Departamento de Geocincias da Universidade Federal da Paraba; pesquisador do Instituto Nacional

    de Arqueologia, Paleontologia e Ambiente do Semi-rido do Nordeste.

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    passaram pelas pedreiras dos bairros de Mandacaru

    e Rger, como o famoso estudioso de peixes e

    glaciaes o suo Jean Louis Agassis em 1865.

    Estes pesquisadores, j no sculo XIX, identificaram

    seus fsseis como sendo marinhos e de idade

    cretcea (cerca de 66 milhes de anos).

    Um grande conjunto de fsseis destes

    calcrios foi coletado por um cidado apaixonado

    por fsseis, Joo Domingues dos Santos, que

    chegou a morar no velho Hotel Globo, muito perto

    das antigas pedreiras de calcrio. A coleo de Joo

    Domingues terminou sendo enviada para os Estados

    Unidos e foi descrita pela paleontloga Carlota

    Joaquina Maury. Este grande trabalho de

    Paleontologia resultou na publicao de inmeras

    espcies novas de moluscos, apresentados na rara

    monografia de 1930 O Cretceo da Paraba do

    Norte. Mais de 50 anos depois da publicao de

    Maury, os fsseis de Joo Pessoa foram revisados e

    novas formas foram descritas pelo paleontlogo da

    Universidade Federal de Pernambuco Geraldo da

    Costa Barros Muniz.

    O conhecimento paleontolgico dos

    calcrios de Joo Pessoa j est bastante

    avanado, mas ainda h muito a ser descoberto e

    descrito. Atualmente so conhecidas dezenas

    espcies fsseis de moluscos das classes Bivalvia

    (os mariscos e ostras), Gastropoda (os caracis) e

    Cephalopoda (que inclui as lulas e polvos). Conchas

    fsseis diminutas e de at cerca de 1m de dimetro

    j foram encontradas nas pedreiras da cidade. A

    esta fauna juntam-se dentes de tubaro e de outros

    peixes, fragmentos de tartarugas, ourios,

    caranguejos e siris. Das mesmas camadas j saram

    ossos dos extintos rpteis voadores, os

    pterossauros; dentes de enormes rpteis marinhos,

    mosassauros e plesiossauros e tambm de

    crocodilianos. Tambm so conhecidos os frutos de

    palmeiras e muitas espcies de microorganismos,

    incluindo polens e esporos.

    Os depsitos fossilferos do Brasil

    so protegidos por lei federal e so

    regulamentados pelo Departamento

    Nacional de Produo Mineral. Os

    fsseis so propriedade da Unio e

    s podem ser coletados por pesqui-

    sadores vinculados a instituies

    de pesquisa e projetos devidamente

    oficializados. Outras legislaes

    ambientais e de preservao do

    patrimnio cultural nacional tambm

    tm servido para proteger o patrimnio

    paleontolgico nacional.

    Reconstituio artstica de um mosassauro no fundo marinho.

    http://www.worldwidebase.com/science/Mosasaurus1.jpg

    Reconstituio de mar do Cretceo com plesiossauro, tubaro e crocodiliano.

    http://www.fossilien.de/seiten/saurier/plesiosaurus_lebensbild.jpg

    Viso artstica de pterossauros em voo sobre praia do Cretceo.

    http://z.about.com/d/dinosaurs/1/0/6/C/-/-/pteranodonSD.jpg

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    Cidade de Joo Pessoa jesteve coberta pelo mar.

    Os terrenos onde crescem todos os

    bairros de Joo Pessoa escondem camadas

    rochosas, calcrios, depositadas h mais de 65

    milhes, a partir das guas do ento jovem Oceano

    Atlntico. A histria da formao do Atlntico

    comeou h cerca de 150 milhes de anos, no

    perodo Jurssico, com o incio de um grande vale

    tectnico que viria a ser a ruptura do mega-

    continente Gondwana. Alguns milhes de anos

    depois, j existia um longo golfo separando as

    partes norte e sul dos continentes sul-americano e

    africano, mas o Nordeste continuava ligado por uma

    ponte de terra frica at cerca de 115 milhes de

    anos. Este golfo inicial deixou de receber gua do

    mar e secou, depositando espessas camadas de sal

    (mais conhecido pela Geologia como evaporitos).

    Tais camadas de evaporitos atualmente esto muito

    famosas, pois escondem abaixo delas rochas muito

    petrolferas, o famoso petrleo Pr-sal.

    Apenas nos momentos finais da histria

    da abertura do Atlntico, a costa da Paraba

    separou-se da costa da frica, permitindo a entrada

    do mar em sua borda, que afundou logo aps a

    separao. Toda essa histria contada atravs das

    camadas de rochas das bacias sedimentares ao

    longo da costa da Amrica do Sul e frica. Os

    registros de vida antiga contidos nestas camadas,

    os fsseis, podem ser comparados som formas de

    vida atuais e ajudam muito na compreenso da

    histria das bacias.

    A parte marinha representada pelos

    calcrios de Joo Pessoa conhecida como Bacia

    Sedimentar da Paraba e se estende por toda a costa

    paraibana, numa faixa de largura varivel.

    Os calcrios que praticamente afloram

    nos declives da cidade, especialmente entre a

    cidade alta e a cidade baixa, foram fundamentais

    para as primeiras construes, j que os calcrios

    serviram para erguer obras fundamentais, como os

    conventos, muralhas e fortalezas. Alm disso, as

    camadas calcrias tiveram importante papel no

    modelado natural da cidade. A lagoa (Parque Solon

    de Lucena), por exemplo, foi formada pela

    dissoluo dos calcrios e as diversas fontes

    antigas da cidade, existem porque a gua infiltra nas

    camadas porosas e escorre por cima ou pelas

    cavidades dos calcrios, aflorando na Bica (Parque

    Arruda Cmara) e na fonte do Convento de So

    Francisco.

    Muitos natural istas importantes

    1

    Jos Augusto Costa de Almeida

    1

    Doutor em Geocincias e professor de Paleontologia do Departamento de Geocincias da Universidade Federal da Paraba; pesquisador do Instituto Nacional

    de Arqueologia, Paleontologia e Ambiente do Semi-rido do Nordeste.

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    passaram pelas pedreiras dos bairros de Mandacaru

    e Rger, como o famoso estudioso de peixes e

    glaciaes o suo Jean Louis Agassis em 1865.

    Estes pesquisadores, j no sculo XIX, identificaram

    seus fsseis como sendo marinhos e de idade

    cretcea (cerca de 66 milhes de anos).

    Um grande conjunto de fsseis destes

    calcrios foi coletado por um cidado apaixonado

    por fsseis, Joo Domingues dos Santos, que

    chegou a morar no velho Hotel Globo, muito perto

    das antigas pedreiras de calcrio. A coleo de Joo

    Domingues terminou sendo enviada para os Estados

    Unidos e foi descrita pela paleontloga Carlota

    Joaquina Maury. Este grande trabalho de

    Paleontologia resultou na publicao de inmeras

    espcies novas de moluscos, apresentados na rara

    monografia de 1930 O Cretceo da Paraba do

    Norte. Mais de 50 anos depois da publicao de

    Maury, os fsseis de Joo Pessoa foram revisados e

    novas formas foram descritas pelo paleontlogo da

    Universidade Federal de Pernambuco Geraldo da

    Costa Barros Muniz.

    O conhecimento paleontolgico dos

    calcrios de Joo Pessoa j est bastante

    avanado, mas ainda h muito a ser descoberto e

    descrito. Atualmente so conhecidas dezenas

    espcies fsseis de moluscos das classes Bivalvia

    (os mariscos e ostras), Gastropoda (os caracis) e

    Cephalopoda (que inclui as lulas e polvos). Conchas

    fsseis diminutas e de at cerca de 1m de dimetro

    j foram encontradas nas pedreiras da cidade. A

    esta fauna juntam-se dentes de tubaro e de outros

    peixes, fragmentos de tartarugas, ourios,

    caranguejos e siris. Das mesmas camadas j saram

    ossos dos extintos rpteis voadores, os

    pterossauros; dentes de enormes rpteis marinhos,

    mosassauros e plesiossauros e tambm de

    crocodilianos. Tambm so conhecidos os frutos de

    palmeiras e muitas espcies de microorganismos,

    incluindo polens e esporos.

    Os depsitos fossilferos do Brasil

    so protegidos por lei federal e so

    regulamentados pelo Departamento

    Nacional de Produo Mineral. Os

    fsseis so propriedade da Unio e

    s podem ser coletados por pesqui-

    sadores vinculados a instituies

    de pesquisa e projetos devidamente

    oficializados. Outras legislaes

    ambientais e de preservao do

    patrimnio cultural nacional tambm

    tm servido para proteger o patrimnio

    paleontolgico nacional.

    Reconstituio artstica de um mosassauro no fundo marinho.

    http://www.worldwidebase.com/science/Mosasaurus1.jpg

    Reconstituio de mar do Cretceo com plesiossauro, tubaro e crocodiliano.

    http://www.fossilien.de/seiten/saurier/plesiosaurus_lebensbild.jpg

    Viso artstica de pterossauros em voo sobre praia do Cretceo.

    http://z.about.com/d/dinosaurs/1/0/6/C/-/-/pteranodonSD.jpg

  • Uma cidade onde o sol brilha durante quase o ano

    inteiro. essa a imagem que os turistas tm de Joo

    Pessoa que, nos ltimos anos, vem conseguindo

    atrair a ateno dos visitantes pelo seu calendrio

    de eventos. A programao cultural comea

    durante vero, com uma maratona de eventos e

    projetos realizados pela prefeitura e iniciativa

    privada.

    O ponta-p inicial dado com o Reveillon, onde

    governo estadual e prefeitura realizam shows com

    grandes nomes da msica nacional e internacional

    nas praias de Joo Pessoa. Em seguida, tem incio o

    projeto Estao Nordeste, com shows semanais

    gratuitos na praia patrocinados pela prefeitura. No

    mesmo perodo, realizado o Fest-Vero evento

    que rene rock, pop e ax na praia de Intermares, em

    Cabedelo - municpio que faz parte da regio

    metropolitana.

    Nas semanas que antecedem o Carnaval, a capital

    paraibana se agita com o projeto Folia de Rua. A

    maratona de prvias carnavalescas tem incio com

    o desfile do Anjo Azul e tem, na programao, o

    segundo maior bloco de arrasto do pas, o

    Muriocas de Miramar. Entre os mais populares

    tambm esto Virgens de Tamba e Cafuu.

    Durante os dias de Momo, a programao oficial

    conta com o desfile do chamado Carnaval Tradio

    que inclui agremiaes como escolas de samba e

    tribos indgenas.

    Na Semana Santa, Joo Pessoa e Cabedelo tm

    como tradio a encenao do espetculo da Paixo

    de Cristo em praas pblicas. O exemplo seguido

    por vrias outras do interior.

    Para este ano, a novidade a retomada do Festival

    Nacional de Artes (Fenarte), que ser realizado em

    maio no Espao Cultural Jos Lins do Rego, em Joo

    Pessoa. A edio de 2010 do evento vai

    homenagear o msico Sivuca.

    na terra que tem tradio em forr que a sanfona

    no tira folga durante um ms inteiro. quando

    acontece, no ms de junho, o Maior So Joo do

    Mundo, em Campina Grande, a 120 km de Joo

    Pessoa. Mas a capital paraibana no fica de fora do

    circuito. A festa menor, mas movimenta o Centro

    Histrico da cidade.

    Em agosto, Joo Pessoa sedia a festa de Nossa

    Senhora das Neves, padroeira da cidade. Outras

    festas religiosas tradicionais na cidade so a de

    Nossa Senhora da Penha, a procisso martima em

    homenagem a So Pedro Pescador, a de Nossa

    Senhora da Conceio e Iemanj, que acontecem na

    mesma data.

    Durante o ms de dezembro, o calendrio oficial da

    capital paraibana d incio a uma srie de concertos

    natalinos e o projeto Msica do Mundo ambos

    com nfase na msica instrumental.

    Em perodo de baixa temporada, quando os turistas

    se afastam das cidades litorneas devido s chuvas,

    a sada encontrada para aquecer o turismo local foi a

    implementao do projeto Caminhos do Frio, que

    d mais ateno s cidades da regio do Brejo e

    Borborema com programao cultural que envolve

    passeios, gastronomia e arte. Dessa maneira, os

    turistas que visitarem a Paraba tero atrativos

    durante todo o ano.

    Eventos movimentama Paraba o ano inteiro.

  • Uma cidade onde o sol brilha durante quase o ano

    inteiro. essa a imagem que os turistas tm de Joo

    Pessoa que, nos ltimos anos, vem conseguindo

    atrair a ateno dos visitantes pelo seu calendrio

    de eventos. A programao cultural comea

    durante vero, com uma maratona de eventos e

    projetos realizados pela prefeitura e iniciativa

    privada.

    O ponta-p inicial dado com o Reveillon, onde

    governo estadual e prefeitura realizam shows com

    grandes nomes da msica nacional e internacional

    nas praias de Joo Pessoa. Em seguida, tem incio o

    projeto Estao Nordeste, com shows semanais

    gratuitos na praia patrocinados pela prefeitura. No

    mesmo perodo, realizado o Fest-Vero evento

    que rene rock, pop e ax na praia de Intermares, em

    Cabedelo - municpio que faz parte da regio

    metropolitana.

    Nas semanas que antecedem o Carnaval, a capital

    paraibana se agita com o projeto Folia de Rua. A

    maratona de prvias carnavalescas tem incio com

    o desfile do Anjo Azul e tem, na programao, o

    segundo maior bloco de arrasto do pas, o

    Muriocas de Miramar. Entre os mais populares

    tambm esto Virgens de Tamba e Cafuu.

    Durante os dias de Momo, a programao oficial

    conta com o desfile do chamado Carnaval Tradio

    que inclui agremiaes como escolas de samba e

    tribos indgenas.

    Na Semana Santa, Joo Pessoa e Cabedelo tm

    como tradio a encenao do espetculo da Paixo

    de Cristo em praas pblicas. O exemplo seguido

    por vrias outras do interior.

    Para este ano, a novidade a retomada do Festival

    Nacional de Artes (Fenarte), que ser realizado em

    maio no Espao Cultural Jos Lins do Rego, em Joo

    Pessoa. A edio de 2010 do evento vai

    homenagear o msico Sivuca.

    na terra que tem tradio em forr que a sanfona

    no tira folga durante um ms inteiro. quando

    acontece, no ms de junho, o Maior So Joo do

    Mundo, em Campina Grande, a 120 km de Joo

    Pessoa. Mas a capital paraibana no fica de fora do

    circuito. A festa menor, mas movimenta o Centro

    Histrico da cidade.

    Em agosto, Joo Pessoa sedia a festa de Nossa

    Senhora das Neves, padroeira da cidade. Outras

    festas religiosas tradicionais na cidade so a de

    Nossa Senhora da Penha, a procisso martima em

    homenagem a So Pedro Pescador, a de Nossa

    Senhora da Conceio e Iemanj, que acontecem na

    mesma data.

    Durante o ms de dezembro, o calendrio oficial da

    capital paraibana d incio a uma srie de concertos

    natalinos e o projeto Msica do Mundo ambos

    com nfase na msica instrumental.

    Em perodo de baixa temporada, quando os turistas

    se afastam das cidades litorneas devido s chuvas,

    a sada encontrada para aquecer o turismo local foi a

    implementao do projeto Caminhos do Frio, que

    d mais ateno s cidades da regio do Brejo e

    Borborema com programao cultural que envolve

    passeios, gastronomia e arte. Dessa maneira, os

    turistas que visitarem a Paraba tero atrativos

    durante todo o ano.

    Eventos movimentama Paraba o ano inteiro.

  • 26

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    IA M

    AIS

    JO

    O

    PES

    SO

    A

    CANAIS ABERTOS DE TVs

    TV Arapuan - Canal 14 - Rede TV

    Fone: (83) 3241.9000

    Com uma seleta programao e um excelente suporte tecnolgico,

    a TV Arapuan / REDE TV! chega Paraba com uma rea de cobertura

    que irradia seu sinal para mais de 30 municpios no estado, o que

    representa aproximadamente 2 milhes de telespectadores e potenciais

    consumidores para seu produto ou servio.

    http://www.tvarapuan.com.br

    Av. Monsenhor Walfredo Leal, 303 - Tambi

    3015 3700

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    Fone: (83) 3241.9000

    Com uma seleta programao e um excelente suporte tecnolgico,

    a TV Arapuan / REDE TV! chega Paraba com uma rea de cobertura

    que irradia seu sinal para mais de 30 municpios no estado, o que

    representa aproximadamente 2 milhes de telespectadores e potenciais

    consumidores para seu produto ou servio.

    http://www.tvarapuan.com.br

    Av. Monsenhor Walfredo Leal, 303 - Tambi

    3015 3700

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    RDIOS - FMs

  • RDIOS - AMs

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    JORNAIS OFICIAIS

  • www.parlamentopb.com.br

    Fone: (83) 3045 6071

    Portal com as principais notcias do Poder Legislativo,

    coordenado pela jornalista Cludia Carvalho

    www.pbagora.com.br

    Fone: (83) 3241 5095

    Criado em 2008 o portal de notcias PbAgora publica os principais

    assuntos polticos da Paraba. Seus colunistas abordam sempre

    assuntos polmicos mais tudo isso com a inteira democracia

    aceitando dos internautas seus comentrios que so publicados.

    Rua Hilda Coutinho de Lucena, 101 - Miramar

    A Paraba o tempo todo!

    Acesse www.guiamaisjp.com.br e conhea outros portais.

    30

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    PORTAIS

  • www.parlamentopb.com.br

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    assuntos polmicos mais tudo isso com a inteira democracia

    aceitando dos internautas seus comentrios que so publicados.

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  • ANUNCIO JET

    PAGINA DUPLA 1

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    A

    A atividade artesanal alm de gerar renda e

    ocupao para muitos paraibanos vem sendo

    caminho muito eficaz de divulgao da cultura

    regional e cultural, a exemplo do algodo, do barro,

    das pedras e de outros materiais utilizados. A arte

    de criar peas que revelam traos e costumes da

    histria e do cotidiano da Paraba, atravessa

    geraes, e um dos pilares que contribui para o

    aumento no fluxo de turismo e de garantia de renda

    para muitas famlias. Os trabalhos artesanais

    produzidos na Paraba j ganharam o cenrio nacional

    com aparies de rendeiras em novelas, mini-sries e

    como temas de grandes reportagens. Tambm no

    exterior, a diversidade cultural paraibana bem

    representada em exposies de artistas locais que

    percorrem as mais diversas feira do ramo em vrios

    paises. Alm de encanta pela beleza, riqueza de

    elementos, ainda surpreende na diversidade de

    tcnicas, garantindo assim a manuteno de um

    povo guerreiro e que sempre busca superar suas

    dificuldades atravs de muito trabalho. Os vrios

    t ipos de expresses artesanais guardam

    caractersticas das tradies scio-culturais da

    Paraba, sem esquecer da melhoria dos processos

    que so exigidas pelo mercado consumidor.

    Destaque para e Algodo colorido

    Os principais fios usados na produo do

    artesanato so provenientes do algodo, sendo

    que nas rendas e croch, as peas so feitas, a

    partir do fio; no labirinto ou crivo, a partir do

    tecido; e, os bordados que so feitos sobre o

    tecido .

    O bero da renda nordestina o agreste,

    e na Paraba destacam-se os municpios

    localizados no Cariri e Agreste, fonte de pesquisa

    constantes por vrios pesquisadores do mundo

    fashion e damos destaque para Ronaldo Fraga que

    utilizou as bordadeira de renda em uma de suas

    colees, onde apresentou no So Paulo Fashion

    Week. Nestas reas, aprender a rendar quase

    um ritual de passagem, pois, quando chega a

    adolescncia, as meninas so introduzidas na arte

    da renda. Mas o destaque no artesanato dos fios

    o algodo colorido, desenvolvido pela primeira

    vez na Paraba atravs de pesquisa desenvolvida

    pela EMBRAPA,o Algodo j nasce nas cores

    bege, marron, verde e vermelho, sem nenhuma

    interveno qumica e isso foi um avano para as

    pesquisas bem sucedidas,a cor do algodo est

    contida na semente que no sofre qualquer alterao

    gentica. Hoje os produtos derivados do algodo

    colorido ganharam o mundo e cada vez mais esta

    conquistado seu espao no mercado, com ele so

    produzidos roupas, sapatos e bolsa.

    O artesanato paraibano

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    A atividade artesanal alm de gerar renda e

    ocupao para muitos paraibanos vem sendo

    caminho muito eficaz de divulgao da cultura

    regional e cultural, a exemplo do algodo, do barro,

    das pedras e de outros materiais utilizados. A arte

    de criar peas que revelam traos e costumes da

    histria e do cotidiano da Paraba, atravessa

    geraes, e um dos pilares que contribui para o

    aumento no fluxo de turismo e de garantia de renda

    para muitas famlias. Os trabalhos artesanais

    produzidos na Paraba j ganharam o cenrio nacional

    com aparies de rendeiras em novelas, mini-sries e

    como temas de grandes reportagens. Tambm no

    exterior, a diversidade cultural paraibana bem

    representada em exposies de artistas locais que

    percorrem as mais diversas feira do ramo em vrios

    paises. Alm de encanta pela beleza, riqueza de

    elementos, ainda surpreende na diversidade de

    tcnicas, garantindo assim a manuteno de um

    povo guerreiro e que sempre busca superar suas

    dificuldades atravs de muito trabalho. Os vrios

    t ipos de expresses artesanais guardam

    caractersticas das tradies scio-culturais da

    Paraba, sem esquecer da melhoria dos processos

    que so exigidas pelo mercado consumidor.

    Destaque para e Algodo colorido

    Os principais fios usados na produo do

    artesanato so provenientes do algodo, sendo

    que nas rendas e croch, as peas so feitas, a

    partir do fio; no labirinto ou crivo, a partir do

    tecido; e, os bordados que so feitos sobre o

    tecido .

    O bero da renda nordestina o agreste,

    e na Paraba destacam-se os municpios

    localizados no Cariri e Agreste, fonte de pesquisa

    constantes por vrios pesquisadores do mundo

    fashion e damos destaque para Ronaldo Fraga que

    utilizou as bordadeira de renda em uma de suas

    colees, onde apresentou no So Paulo Fashion

    Week. Nestas reas, aprender a rendar quase

    um ritual de passagem, pois, quando chega a

    adolescncia, as meninas so introduzidas na arte

    da renda. Mas o destaque no artesanato dos fios

    o algodo colorido, desenvolvido pela primeira

    vez na Paraba atravs de pesquisa desenvolvida

    pela EMBRAPA,o Algodo j nasce nas cores

    bege, marron, verde e vermelho, sem nenhuma

    interveno