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Série de Publicações ILSI Brasil Volume 13 Funções Plenamente Reconhecidas de Nutrientes Cobalamina (Vitamina B 12 ) Força-tarefa Alimentos Fortificados e Suplementos Comitê de Nutrição ILSI Brasil Maio 2010 Helio Vannucchi Professor Titular FMRP USP Thaís Helena Monteiro Nutricionista Aluna de Mestrado do Departamento de Clínica Médica FMRP USP

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Série de Publicações ILSI Brasil

Volume 13

Funções Plenamente

Reconhecidas de Nutrientes

Cobalamina (Vitamina B12

)

Força-tarefa Alimentos Fortificados e SuplementosComitê de Nutrição

ILSI BrasilMaio 2010

Helio Vannucchi Professor Titular FMRP USP

Thaís Helena MonteiroNutricionista

Aluna de Mestrado do Departamento de Clínica MédicaFMRP USP

© 2010 ILSI Brasil International Life Sciences Institute do Brasil

ILSI BRASIL

INTERNATIONAL LIFE SCIENCES INSTITUTE DO BRASIL

Rua Hungria, 664 - conj.113

01455-904 - São Paulo - SP - Brasil

Tel./Fax: 55 (11) 3035 5585 e-mail: [email protected]

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ISBN: 978-85-86126-29-1

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1. INTRODUçãO

A vitamina B12

está funcionalmente relacionada ao ácido fólico e rendeu dois prêmios Nobel durante a história de sua descoberta. Em 1824, houve a primeira descrição por Combe e Addison de uma anemia letal devido a transtornos digestivos e, em 1860, Austin Flint relatou uma nova possível causa relacionada a uma grave atrofia gástrica para este tipo de anemia descrito. Durante um século, essa patologia permaneceu com um caráter “mortal”, por isso sua denominação em 1872 de anemia perniciosa de Biermer.

Em 1925, Whipple e Robscheit-Robbins demonstraram em experimentos com cães que a doença poderia ser curada a partir da ingestão de grandes quantidades de fígado. Em 1926, Fueron Minot e Murphy partiram desta observação e descreveram a eficácia da alimentação com fígado no tratamento da anemia perniciosa, o que rendeu o primeiro Prêmio Nobel a esses pesquisadores. Em continuidade à história de descobertas, outros pesquisadores sugeriram como causa da anemia a incapacidade de completar alguns mecanismos essenciais da digestão gástrica, uma vez que certos tipos da anemia só poderiam ser tratados a partir de doses de vitamina B

12 injetável. Em 1929,

Castle foi quem primeiro descreveu a existência de um fator secretado pelas células parietais do estômago, o fator intrínseco, necessário para corrigir a anemia perniciosa e que agia em conjunto a um fator extrínseco, obtido a partir do fígado.

A busca por um princípio ativo no fígado culminou com o isolamento e a cristalização da vitamina B

12 em 1948 por Rickes, Smith e Parker. Em 1964, o segundo Prêmio Nobel da história da

cobalamina foi destinado a Dorothy Hodgkin, por determinar a estrutura química cristalina da vitamina a partir de cristalografia por raios- X.

Em 1959, a cobalamina teve sua função bioquímica, bem como sua função como coenzima, estabelecida, e em 1963 descobriu-se sua atuação como cofator na reação de síntese da metionina a partir da metilação da homocisteína. Estabeleceu-se enfim as interações metabólicas da vitamina B

12 com o ácido fólico, e sua associação com a anemia megaloblástica. Em 1973, Woodward e

colaboradores conseguiram desenvolver a síntese total da cobalamina.

2. ESTRUTURA

A cobalamina é uma substância complexa formada por um átomo de cobalto situado dentro de um anel de corrina, formando um anel tetrapirrólico (Figura 1), de fórmula molecular C

63H

88CoN

14O

14P.

O íon cobalto pode ser ligado variavelmente a grupamentos metila, 5´desoxiadenosil, hidróxi ou ciano, dando origem às diferentes formas da vitamina: metil-cobalamina, desoxiadenosil-cobalamina, hidroxi-cobalamina e ciano-cobalamina respectivamente, sendo as duas primeiras suas formas coenzimáticas.

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Figura 1 – Estrutura Química da Vitamina B12

.

FONTE: Contreras (2005).

3. METABOLISMO

A vitamina B12

é sintetizada exclusivamente por microrganismos como as bactérias. A cianocobalamina estável precisa ser convertida em coenzimas ativas no organismo. Essas coenzimas ativas são a metil-cobalamina e a desoxiadenosil-cobalamina, essenciais para o crescimento celular e a replicação.

A cobalamina ingerida pela dieta chega ao estômago, onde consegue ser libertada da união com suas proteínas alimentares a partir da ação do ácido gástrico e da pepsina, para depois ligar-se a outras proteínas, a proteína R e a haptocorrina, procedentes da saliva e do suco gástrico. As células parietais gástricas secretam uma glicoproteína indispensável à absorção da vitamina B

12, que é o

fator intrínseco. Na presença de pH ácido e de enzimas proteolíticas pancreáticas (tripsina), ocorre liberação da cobalamina da proteína salivar e ligação ao fator intrínseco. O complexo cobalamina-fator intrínseco atinge o íleo, onde interage com receptores específicos da mucosa ileal, ocorrendo finalmente a sua absorção, facilitada pela secreção de bicarbonato pelo pâncreas, propiciando

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um meio básico. Portanto, a absorção dessa vitamina depende do adequado funcionamento do estômago, pâncreas e íleo terminal.

A entrada de cobalamina na célula da mucosa intestinal é feita a partir de um mecanismo saturável que permite que apenas uma quantidade determinada proveniente da dieta possa ser aproveitada, sendo aproximadamente de 1 a 1,5 mcg por refeição. Em presença de doses maiores, a absorção é por difusão passiva e não saturável. Se a ingestão pela dieta é próxima aos níveis fisiológicos, a absorção pode chegar a 60% da quantidade total ingerida, porém diminui para menos de 10% quando a ingestão é muito superior.

Após absorvida pela mucosa ileal, a vitamina B12

torna-se livre do fator intrínseco e é captada pela transcobalamina II (TCII), uma beta-globulina que faz o transporte da vitamina pelo sangue até os tecidos. A vitamina transportada pela transcobalamina II é rapidamente depurada do plasma pelos tecidos, principalmente pelo fígado via sistema porta. O complexo vitamina-TCII interage com receptores celulares e pode converter–se em duas coenzimas, uma citosólica e outra mitocondrial. Uma vez no espaço intracelular, a cobalamina é submetida à ação de redutases e, na sua forma reduzida, pode seguir duas vias: na mitocôndria, onde origina a desoxiadenosil-cobalamina, a qual se une à metilmalonil-CoA mutase, ou no citoplasma, onde forma a metilcobalamina, que atua em conjunto à metionina sintetase. A transcobalamina I é a responsável pelo transporte da cobalamina metilada. Ambas as formas constituem 95% do total de vitamina corporal.

O conteúdo corporal de cobalamina é estimado em 2,5 a 3,9 mg, e o fígado, principal sítio de armazenamento, detém cerca de 50% a 90% do conteúdo total de cobalamina do organismo. A vitamina é armazenada após degradação por proteases e transformação em suas coenzimas ativas adenosil-cobalamina e metil-cobalamina.

A excreção é feita pelo trato gastrointestinal, rins e pele. Aproximadamente 3 mcg de cobalamina são secretados diariamente na bile, havendo reabsorção de cerca de metade da quantidade secretada. A excreção da cobalamina é feita via apoptose celular para o interior do trato gastrintestinal, nos rins e na pele, sendo, portanto, excessivamente lenta. Após a gastrectomia total, que reduz a zero a absorção de cobalamina, somente há deficiência de cobalamina suficiente para produzir anemia megaloblástica após um período de quatro a sete anos, por causa da lentidão na excreção da cobalamina, aliada à existência da circulação êntero-hepática e da demanda diária mínima dessa vitamina pelo organismo.

4. FUNçõES

A cobalamina participa como co-fator para duas enzimas: a metilmalonil-Coa redutase e a metionina sintetase. A primeira está envolvida no metabolismo dos aminoácidos, do colesterol, da timina e dos ácidos graxos. A segunda participa da remetilação da homocisteína a metionina, etapa em que há a ligação entre o metabolismo do folato e da cobalamina (Figura 2), regenerando o tetra-hidrofolato por meio de reação de desmetilação. As duas coenzimas ativas, desoxiadenosil-cobalamina e metil-cobalamina, são necessárias para a conversão do metilmalonil-CoA a succinil-CoA, que é essencial para o metabolismo de lipídeos e carboidratos, assim como para a síntese

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de metionina. Dessa forma, também está envolvida na síntese de DNA e RNA, pois a síntese de metionina é essencial para o metabolismo de aminoácidos, para a síntese de purinas e pirimidinas, para várias reações de metilação e ainda para a retenção intracelular de ácido fólico.

Figura 2 – Interação metabólica entre ácido fólico e cobalamina.FONTE: Adaptado de Litwack (2008). LEGENDA: SAM: S-adenosilmetionina; MTRR: metionina sintase redutase; MTR: metionina sintase; THF: tetrahidrofolato; DHF: dihidrofolato; MTHFR: metileno tetrahidrofolato redutase; dUMP: deoxiuridina monofosfato; dTMP: deoxitimidina monofosfato; Cob(I): forma reduzida da vitamina B12; Cob(II): forma oxidada da vitamina B12; B6: Piridoxina.

5. AvALIAçãO DO ESTADO NUTRICIONAL DE COBALAMINA

Antes de estabelecido o quadro clínico de deficiência de vitamina B12

, são conhecidos quatro estágios diferentes de balanço negativo: primeiro, a depleção sérica, detectada a partir da diminuição da transcobalamina II; segundo, a depleção celular, com redução da haptocorrina e da vitamina B

12 nas hemácias; terceiro, a deficiência bioquímica, com consequente diminuição na velocidade

de síntese do DNA e elevação da homocisteína e do ácido metilmalônico séricos; e por último, deficiência clínica, como a anemia megaloblástica.

Os níveis séricos normais de cobalamina variam de 200 pg/mL a 900 pg/mL. Níveis abaixo de 150 pg/mL indicam deficiência, e abaixo de 100 pg/mL deficiência grave. Porém, a análise do ácido metilmalônico e da homocisteína, ambos substratos das duas enzimas dependentes de cobalamina, permite avaliar a deficiência da vitamina intracelular. O ácido metilmalônico aumenta na deficiência de vitamina B

12, porém não na de folato, o que permite diferenciar a anemia perniciosa entre

as anemias macrocíticas. Concentrações séricas de ácido metilmalônico maiores que 1 umol/L sugerem a deficiência, podendo alcançar até 50 umol/L a 100 umol/L, sendo que os níveis normais variam de 0,1 umol/L a 0,4 umol/L.

A homocisteína encontra-se elevada na deficiência de cobalamina, folato e piridoxina, e em pacientes que apresentam erros inatos do metabolismo de enzimas associadas à homocisteína, portanto não se trata de um exame específico. Os valores de referência normais para a população

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menor que 60 anos variam de 6 umol/La 12 umol/L para o sexo feminino e de 8 umol/L a 14 umol/L para o sexo masculino

Cerca de 10% a 20% da cobalamina sérica encontra-se ligada a transcobalamina II e o restante à haptocorrina. Quando ocorre deficiência de transcobalamina II (níveis menores que 15 pmol/L), a cobalamina pode apresentar-se com níveis séricos normais, embora ocorra deficiência em nível tecidual.

6. DEFICIêNCIA DE COBALAMINA

A ingestão diminuída raramente causa a deficiência com exceção dos vegetarianos restritos. A maioria dos casos de deficiência refere-se às síndromes de má absorção que podem resultar em anemia perniciosa, insuficiência pancreática, gastrite atrófica, crescimento excessivo de bactérias no intestino delgado ou doença ileal. Anemia megaloblástica ou alterações megaloblásticas em outros epitélios são resultados de deficiência prolongada. Complicações hematológicas, psíquicas e neurológicas podem ocorrer independentemente, e a deficiência também está envolvida com defeitos do tubo neural.

6.1 Mecanismos

A deficiência de cobalamina raramente é de origem alimentar, com exceção dos vegetarianos restritos, os quais apresentam deficiência dessa vitamina por falha na ingestão de alimentos fontes. Os idosos, especialmente os institucionalizados, desenvolvem deficiência funcional de vitamina B

12, não sendo totalmente relacionada à deficiência alimentar e sendo ainda pouco compreendida.

Possivelmente estaria relacionado ao desenvolvimento progressivo de atrofia gástrica de origem genética, comum a partir dos 50 anos, que diminui a capacidade de absorção da vitamina de origem dietética.

Várias doenças intestinais podem interferir na absorção de cobalamina. Acloridria gástrica e diminuição da secreção de fator intrínseco decorrentes de gastrite atrófica (anemia perniciosa) ou gastrectomia acarretam frequentemente deficiência de vitamina B

12. A anemia perniciosa é a

principal causa de deficiência de cobalamina no clima temperado, sendo uma doença comumente encontrada na população idosa. Anticorpos contra fator intrínseco e contra o complexo cobalamina-fator intrínseco podem estar envolvidos no defeito da absorção da vitamina B

12. Pela grande

quantidade de sítios secretores de fator intrínseco existentes, a atrofia gástrica sozinha não deve ser responsável pela ocorrência de deficiência de cobalamina. Dificilmente a quantidade de fator intrínseco poderia cair abaixo de um nível crítico, mostrando que os anticorpos são necessários para que haja deficiência de cobalamina.

Desordens pancreáticas provocam deficiência de cobalamina pela diminuição na secreção de proteases necessárias à absorção de vitamina B

12. A síndrome de Zollinger-Ellison (tumor secretor

de gastrina) pode acarretar defeitos na absorção de cobalamina por acidificação do intestino delgado.

Especialmente em idosos, pode haver infestação do lúmen intestinal por bactérias colônicas

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em decorrência de uma conexão anormal entre o cólon e o intestino delgado, estagnação em divertículos, alças cegas ou estreitamentos, levando a uma competição pela vitamina B

12 entre as

células intestinais e os microrganismos, culminando em deficiência de cobalamina. A parasitose intestinal pode dificultar a absorção ileal de cobalamina.

A deficiência de cobalamina é comum entre pacientes com síndrome da imunodeficiência adquirida. Acredita-se que exista uma falha na absorção do complexo cobalamina-fator intrínseco pela mucosa ileal desses pacientes. Outros defeitos absortivos podem ser causados por doenças ou procedimentos cirúrgicos que interfiram diretamente sobre a mucosa ileal. Enterite regional, doença de Wipple e tuberculose são exemplos de alterações ileais cursando com deficiência de vitamina B

12.

Desordens hereditárias raras, como a deficiência congênita de transcobalamina II, ou defeitos que acarretam falhas no metabolismo da cobalamina estão implicados em estados de deficiência de vitamina B

12.

6.2 Quadro clínico

O epitélio gastrointestinal, que apresenta rápida proliferação, manifesta várias alterações em decorrência da deficiência de vitamina B

12. A glossite, caracterizada por língua despapilada (lisa),

avermelhada e dolorosa, é um sinal proeminente e cursa com prejuízo do paladar. Pode haver anorexia, náuseas, vômitos, dispepsia, diarréia e, menos frequentemente, perda de peso. Ocorre má absorção em virtude da megaloblastose existente no epitélio do intestino delgado.

Quanto às manifestações hematológicas, os sintomas são habitualmente insidiosos e caracterizados por fraqueza, adinamia, dispnéia aos esforços, palpitações, tontura, zumbido e vertigem. A anemia pode precipitar um quadro de angina ou de insuficiência cardíaca, podendo ser notada a presença de cardiomegalia e sopro sístólico no bordo esternal esquerdo. Pode haver icterícia discreta em decorrência da elevada renovação dos eritrócitos na medula.

A deficiência de vitamina B12

leva a um quadro de deficiência intracelular de folato, e por esse motivo provoca anemia megaloblástica morfologicamente idêntica à provocada pela deficiência de folato. Há elevação do volume corpuscular médio das hemácias (>100 fl) associada a diversas alterações morfológicas no sangue periférico e na medula óssea acometendo as três séries celulares. Na série vermelha há anisocitose, poiquilocitose acentuada e macroovalócitos. Os leucócitos encontram-se com os seus núcleos hipersegmentados. Na série megacariocítica há surgimento de plaquetas bizarras e malformadas. Raramente pode ocorrer púrpura devido à plaquetopenia.

A anemia megaloblástica resulta em eritropoiese ineficaz, com intensa destruição dos precursores eritrocitários antes da liberação para a corrente sangüínea. Ocorre baixa incorporação do ferro aos eritrócitos, resultando em ferro corável abundante na medula óssea. A medula óssea mostra-se hipercelular com diminuição da relação mielóide/eritróide. Os precursores eritrocitários estão aumentados de tamanho, exibindo assincronismo núcleo-citoplasma. A cromatina nuclear encontra-se dispersa e cora-se com dificuldade. Os granulócitos exibem faixas gigantes e metamielócitos. A série megacariocítica encontra-se diminuída e com alterações em sua morfologia.

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As manifestações neurológicas relacionadas à deficiência de cobalamina incluem edema de células neuronais mielinizadas, desmielinização (geralmente no cordão espinhal), degeneração axônica e morte neuronal, observadas nos nervos periféricos, na medula óssea e no córtex cerebral, acarretando lesões irreversíveis. O quadro clínico pode cursar com parestesias em mãos e pés, diminuição da sensibilidade vibratória e de posição segmentar, fraqueza muscular, instabilidade da marcha (prejuízo da propriocepção), ataxia, diminuição dos reflexos tendinosos profundos, perda de visão central, delirium, depressão e perda de memória. O paciente pode apresentar-se com quadro alucinatório e estado psicótico franco (“loucura megaloblástica”).

As manifestações neurológicas podem acometer o paciente sem alterações hematológicas, sendo esse quadro comum na população idosa. Esses pacientes cursam com várias alterações neuropsiquiátricas, incluindo neuropatias periféricas, distúrbios da marcha, déficit cognitivo e sintomas psiquiátricos sem anormalidades hematológicas. Ocorre uma deficiência de cobalamina em nível tecidual, por vezes com níveis séricos de vitamina B

12 normais, mas invariavelmente com

elevação dos níveis séricos de ácido metilmalônico. A deficiência de cobalamina deve, portanto, ser suspeitada em idosos com alterações neuropsiquiátricas, mesmo na ausência de anemia.

A deficiência de cobalamina também está relacionada à elevação dos níveis séricos de homocisteína, pois a metabolização da homocisteína é um processo dependente de vitamina B

12. A elevação

da homocisteína tem sido implicada em diversos estudos como fator de risco independente para aterogênese e doenças cardiovasculares e para o desenvolvimento de demência do tipo Alzheimer e do tipo vascular. Há correlação na literatura médica entre hiper-homocisteinemia e acidente vascular cerebral, estenose carotídea, doença ateroesclerótica coronária e mortalidade cardiovascular (Figura 3).

A carência de cobalamina na dieta durante período de gestação pode ser uma causa grave de retardo na mielinização do sistema nervoso do feto. Se em concentrações baixas, ainda pode estar relacionada à presença de anomalias neurológicas, bem como a não conversão de homocisteína a metionina, com consequente acúmulo da primeira no plasma.

O teste de Schilling mede a capacidade de absorção da cobalamina e é baseado no fato de que a cobalamina só é encontrada livre no plasma após toda a proteína de ligação estar saturada e depois que toda a cobalamina livre é filtrada pelos glomérulos. O paciente recebe 1.000 mcg de cianocobalamina via intramuscular, responsável pela saturação das proteínas transportadoras, e uma dose de cobalamina marcada por via oral. A proporção da vitamina marcada, que é excretada na urina de 24 horas, fornece uma medida da absorção de cobalamina. Em uma etapa seguinte, quando o teste é anormal, é administrada a cobalamina marcada ligada ao fator intrínseco. Dessa forma, é possível avaliar se o defeito é por deficiência do fator intrínseco, ocorrendo normalização da absorção.

O teste tem valor limitado por apresentar grande número de exames falsamente normais. Possíveis explicações para esse fato seriam uma deficiência de absorção da cobalamina ligada aos alimentos, uma dieta pobre em cobalamina ou desordens no metabolismo da cobalamina.

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Figura 3 – Possíveis implicações da hiper-homocisteinemia

FONTE: Brattström & Wilcken (2000)

6.3 Uso clínico

Em situações clínicas de hipovitaminose, a vitamina B12

pode ser administrada por via oral, intramuscular ou subcutânea, não devendo ser administrada por via endovenosa pelo risco de anafilaxia. A administração por via oral é suficiente nos estados de deficiência de origem alimentar, desde que não haja alterações hematológicas e neurológicas proeminentes; ainda assim corre-se o risco de defeitos na absorção por deficiência de fator intrínseco ou alteração ileal associados. A preparação de escolha consiste, portanto, em cianocobalamina por via intramuscular ou subcutânea profunda. A administração de hidróxi-cobalamina pode resultar em formação de anticorpos contra o complexo vitamina B

12-transcobalamina II.

O tratamento deve ser iniciado com 100 mcg/dia por uma semana, com espaçamento entre as doses, objetivando a administração de 2.000 mcg nas primeiras seis semanas. Em seguida, recomenda-se uma dose de manutenção de 100 mcg mensal pelo resto da vida do paciente. A administração de doses acima de 100 mcg cursa com depuração do excesso de vitamina por meio da urina, não acarretando maiores incrementos na retenção da vitamina pelo organismo.

A melhora dos sintomas é evidente em horas a dias. A morfologia da medula óssea começa a normalizar-se após algumas horas e a resposta no sangue periférico é notada após alguns dias. A

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melhora dos sintomas neurológicos pode demorar vários meses para ser evidenciada e as alterações, dependendo da gravidade, podem ser irreversíveis.

Nas situações clínicas em que não há deficiência, a cianocobalamina pode ser usada profilaticamente em indivíduos com elevada probabilidade de desenvolver deficiência, como em vegetarianos restritos, gastrectomizados e portadores de certas afecções do intestino delgado.

A vitamina B12

tem sido usada em uma série de condições clínicas, como paralisia facial periférica, neuralgia do trigêmeo, esclerose múltipla, desordens psiquiátricas, e frequentemente como fortificante para indivíduos com fadiga crônica. Em nenhuma dessas condições há evidência de real benefício na utilização da cobalamina.

A alta prevalência de deficiência de vitamina B12

e folato observada em idosos indica uma particular necessidade de vigilância para a deficiência dessas vitaminas.

7. RECOMENDAçõES

A necessidade diária de cobalamina é estimada entre 0,4 mcg a 2,8 mcg/dia que devem ser obtidos por meio da ingestão de alimentos de origem animal na dieta. As necessidades alimentares da cianocobalamina estão aumentadas nos idosos, na gestação e na lactação (Tabela 1).

Tabela 1 – Ingestão recomendada de cobalamina (mcg/dia)

Estágio de vidaNAS/USDA

FAO/OMS CODEX ANvISAMasculino Feminino

1º ano0 – 6m 0,4 0,4 0,4

-0,4

7 – 12m 0,5 0,5 0,5 0,5

Crianças1 – 3 0,9 0,9 0,9

-0,9

4 – 8 1,2 1,2 1,2 1,2

Adolescentes, Adultos,Idosos

9 – 13 1,8 1,8 1,8

1

1,814 – 18 2,4 2,4

2,4 2,419 – 30 2,4 2,431 – 50 2,4 2,451 – 70 2,4 2,4

> 70 2,4 2,4

Gravidez14 – 18

-2,6

2,6 - 2,619 – 30 2,631 – 50 2,6

Lactação14 – 18

-2,8

2,8 - 2,819 – 30 2,831 – 50 2,8

LEGENDA: Estágio de vida representa a população dividida por faixa etária em meses (m) e anos; NAS/USDA: National Academy of Science,

United States Department of Agriculture; FAO/OMS: Food and Agriculture Organization of the United Nations, Organização Mundial da Saúde;

CODEX: Codex Alimentarius Commission; ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

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8. TOXICIDADE

Não há relato de toxicidade pelo uso de cobalamina (Tabela 2). Deve-se ter cuidado em não administrá-la por via intravenosa, pois há relato de anafilaxia, conforme exposto no item 6.3.

Tabela 2 – Limite superior tolerável de ingestão de cobalamina (mcg/dia)

Estágio de vida NAS/USDA

1º ano0 – 6m

ND7 – 12m

Crianças1 – 3

ND4 – 8

Masculino e Feminino

9 – 13

ND14 – 18

19 – 70

> 70

Gravidez14 – 18

ND19 – 50

Lactação14 – 18

ND19 - 50

LEGENDA: Estágio de vida representa a população dividida por faixa etária em meses (m) e anos; NAS/USDA: National Academy of Science,

United States Department of Agriculture; ND: não determinado.

9. FONTES

Os microorganismos são as últimas fontes naturais de vitamina B12

existentes. A cobalamina, após ser produzida pelas bactérias, é incorporada aos tecidos animais pela ingestão de alimentos contaminados ou pela ruminação. Ocorre síntese por microrganismos presentes no cólon, mas a vitamina não pode ser absorvida por meio dessa via. Os seres humanos, portanto, dependem da ingestão da vitamina pela dieta de origem animal, havendo por isso desenvolvimento de deficiência de cobalamina em vegetarianos restritos.

As fontes usuais de cobalamina são peixes, mariscos, carnes, ovos (gema), leite e derivados (Tabela 3). A fervura da carne pode levar a perdas de até 30% na água. Durante a secagem de alguns alimentos, a cobalamina pode ser convertida a formas análogas inativas.

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Tabela 3 – Teor de cobalamina em alimentos

Alimento Porção Teor de cobalamina (mcg/porção de alimento)

Bife de fígado cozido(2) 100 gramas 112,00

Mariscos no vapor(2) 100 gramas 99,00

Fígado de frango cozido(2) 100 gramas 19,00

Coração cozido(2) 100 gramas 14,00

Ostras, cruas(1) 84 gramas 13,61

Arenque cozido(2) 100 gramas 10,00

Caranguejo cozido (2) 100 gramas 9,00

Truta cozida(2) 100 gramas 5

Salmão cozido(2) 100 gramas 2,8

Atum, enlatado, em água(1) 84 gramas 2,54

Carne bovina cozida(2) 100 gramas 2,50

Carneiro cozido(2) 100 gramas 2,40

Camarão cozido(2) 100 gramas 1,50

Linguado, assado(1) 84 gramas 1,16

Leite desnatado(2) 245 gramas 0,93

Leite integral (2% de gordura)(2) 245 gramas 0,87

Salsicha alemã, carne bovina(1) 1 unidade 0,88

Queijo cottage(2) 28,4 gramas 0,80

Costeleta de porco, assada(1) 98 gramas 0,74

Ovo(1) 1 unidade 0,50

Queijo, tipo Edam(1) 28 gramas 0,44

Frango cozido (carne clara)(2) 100 gramas 0,36

Frango cozido (carne escura)(2) 100 gramas 0,32

Sorvete, baunilha(1) ½ xícara 0,26

Queijo cheddar(2) 28,4 gramas 0,24

Iogurte, semi-desnatado(1) 1 xícara 0,24

FONTE: (1)KRAUSE (2002); (2)HANDS (2000).

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10. CONSUMO NO BRASIL

As pesquisas de avaliação do consumo alimentar da população brasileira em relação à cobalamina surgiram a partir da década de 90 do século XX, e demonstram um risco de inadequação particularmente a partir do início do século XXI.

Dois estudos na década de 90 realizados nas regiões metropolitanas de Curitiba, Porto Alegre, São Paulo e Recife, que utilizam como metodologia a pesquisa de orçamentos familiares (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), demonstram uma ingestão média da população brasileira adulta de 2,62 mcg/dia (desvio-padrão 1,34) (BLEIL, 2004; FAGANELLO, 2002).

Os estudos a partir do início do século XXI possuem grandes variações entre si conforme as metodologias de avaliação de consumo alimentar utilizadas, encontrando-se risco de inadequação do consumo especialmente nas pesquisas que se basearam na metodologia da POF. Três estudos, que utilizaram a POF nas cinco regiões do Brasil, segundo extratos sócio-econômicos e regiões urbanas e rurais, demonstram um consumo médio de 1,14 mcg/dia (DP 0,45) (CAROBA, 2007; MORATO, 2007; ENES, 2005). Um estudo na cidade de São Paulo, que utiliza o questionário de frequência alimentar (QFA), demonstra um consumo mediano de 3,50 mcg/dia (ALMEIDA, 2007). Um estudo em São João da Boa Vista que utiliza o QFA em conjunto ao recordatório de 24 horas (R24h) refere consumo médio de 2,70 mcg/dia (DP 2,10) (ABREU, 2003). Dois estudos, um na região rural do Mato Grosso do Sul e outro na cidade de São Paulo, ambos utilizando o R24h, relatam respectivamente consumo médio de 4,38 mcg/dia (DP 0,56) e inadequação de 40% para os homens e 45% para as mulheres (ILSI, 2008; FIETZ, 2007). Por fim, um estudo na cidade de São Paulo a partir do registro alimentar de três dias refere 3,02 mcg/dia (DP 1,24) (MORIMOTO et al, 2006). Dentre esses estudos, os homens possuem ingestão pouco acima em relação às mulheres, de 4,20 mcg/dia (DP 0,81) contra 3,15 (DP 0,66) mcg/dia. Mulheres no período gestacional, cuja recomendação de ingestão aumenta, não apresentam risco de consumo baixo pelos estudos avaliados, com média de 4,19 mcg/dia (DP 0,55) (PEREIRA et al, 2006; VISNADI, 2004).

Entre a população brasileira situada na faixa etária de 6 a 19 anos, cinco estudos desde o início do século XXI realizado nas cidades de Campinas, Brasília, Piedade, São Paulo e dois municípios de cada um dos cinco Estados: Pará, Piauí, Goiás, Minas Gerais e Santa Catarina, demonstram uma ingestão média de 3,94 mcg/dia (DP 1,12) (SOUSA et al, 2008; DANELON, 2007; NEUMANN, 2007; PEGOLO, 2005; RIBEIRO, 2005). Meninos possuem um consumo pouco maior em relação às meninas, 4,45 mcg/dia (DP 1,07) contra 3,37 (DP 0,92) mcg/dia.

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