coca-cola shoes e coca-cola jeans: a imagem de … · 2 beatriz izaguirry motta coca-cola shoes e...
Embed Size (px)
TRANSCRIPT
-
0
Beatriz Izaguirry Motta
TRABALHO FINAL DE GRADUAO II
COCA-COLA SHOES E COCA-COLA JEANS: A IMAGEM DE MARCA
DO REFRIGERANTE COCA-COLA APLICADA A PRODUTOS
DOS SEGMENTOS DE VESTURIO E CALADOS
Santa Maria, RS
2016
-
1
Beatriz Izaguirry Motta
COCA-COLA SHOES E COCA-COLA JEANS: A IMAGEM DE MARCA
DO REFRIGERANTE COCA-COLA APLICADA A PRODUTOS
DOS SEGMENTOS DE VESTURIO E CALADOS
Trabalho Final de Graduao II apresentado ao
Curso de Publicidade e Propaganda, rea de
Cincias Sociais, do Centro Universitrio
Franciscano, como requisito para a obteno
do grau de Bacharel em Publicidade e
Propaganda.
Orientadora: Profa. Dra. Graziela Frainer Knoll
Santa Maria, RS
2016
-
2
Beatriz Izaguirry Motta
COCA-COLA SHOES E COCA-COLA JEANS: A IMAGEM DE MARCA
DO REFRIGERANTE COCA-COLA APLICADA A PRODUTOS
DOS SEGMENTOS DE VESTURIO E CALADOS
Trabalho Final de Graduao II apresentado ao Curso de Publicidade e Propaganda, rea de
Cincias Sociais, do Centro Universitrio Franciscano, como requisito para a obteno do
grau de Bacharel em Publicidade e Propaganda.
___________________________________________________
Profa. Dra. Graziela Frainer Knoll Orientadora (Centro Universitrio Franciscano)
___________________________________________________
Profa. Ma. Claudia Souto (Centro Universitrio Franciscano)
___________________________________________________
Profa. Esp. Anglica Pereira (Centro Universitrio Franciscano)
Junho de 2016.
-
3
A querncia eu levo dentro,
e o resto eu toco por diante.
- Luiz Marenco.
-
4
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, meu maior agradecimento vai aos meus pais, Paulo e Mrcia, os quais
sempre me apoiaram com todo o carinho e dedicao que precisei. Tambm agradeo a minha
irm Caroline que nos momentos complicados sempre me estendeu a mo. Ao meu namorado
Fernando que me acompanha h 4 anos estando ao meu lado nos momentos bons ou ruins.
Agradeo tambm a minha Tia Inh que me ensinou a gostar e valorizar as coisas simples da
vida junto V Ody a qual um dos meus maiores orgulhos e que hoje se encontram apenas
em meu corao.
Aos meus amigos de infncia, aos que esto longe e aos que me acompanharam nesta
jornada, vocs fizeram a diferena, principalmente quando entenderam a pausa nos churrascos
e cervejadas e ainda me incentivaram.
Por fim, agradeo minha orientadora da primeira parte desta pesquisa, Pauline, e
minha orientadora da segunda parte, Graziela, a qual me ajudou com a maior boa vontade
mesmo de madrugada e em finais de semana.
quem eu lembrei e quem eu esqueci, meu muito obrigada. E me dem licena
porque agora preciso comer a carne e beber a cerveja que esto em atraso.
-
5
RESUMO
Esta pesquisa tem como objetivo identificar como as empresas Coca-Cola Jeans e Coca-Cola
Shoes, licenciadas pela marca de refrigerantes Coca-Cola, aplicam a identidade da marca em
suas estratgias de divulgao. Com este propsito, foi necessria a descrio dos principais
elementos vinculados identidade visual da marca, a verificao dos elementos presentes no
ponto de venda, em peas publicitrias e em mdias sociais. Para isso, foram selecionados: um
VT de Coca-Cola Company, uma entrevista com o proprietrio da loja autorizada dos
produtos licenciados em Santa Maria/RS, alm da observao do ponto de venda e de dezoito
postagens na rede social Instagram, de cada uma das marcas (Coca-Cola Company, Coca-
Cola Jeans e Coca-Cola Shoes) do ms de novembro de 2015 a janeiro de 2016. Por meio de
uma pesquisa qualitativa, com o uso dos mtodos estudo de caso e anlise de contedo, foram
obtidos os resultados. Este estudo possibilita a compreenso da importncia da imagem, de
valores de marca e da identidade visual de uma empresa, serve como auxlio para atuantes na
rea de Publicidade e Propaganda e leva a compreenso de que a imagem de marca da Coca-
Cola no s explorada pelas produtoras e revendedoras de produtos licenciados, mas
tambm retroalimentada e fortalecida pelos produtos de diferentes segmentos.
Palavras-chave: Coca-Cola; Vesturio; Calados; Licenciamento; Marca.
ABSTRACT
The objective of this research is identify how the companies, Coca-Cola Jeans and Coca-Cola
Shoes, licensed by Coca-Cola Company, apply the brand identity in their outreach strategies.
For this purpose, it was necessary to describe the main elements linked to visual brand
identity, verification of the elements present at point of sale (POS), in advertisements and
social media. For this, they were selected: a video-tape of Coca-Cola Company, an interview
with the store owner authorized the licensed products in Santa Maria / RS, besides the POS
observation and eighteen posts on the social network Instagram, each brands (Coca-Cola
Company, Coca-Cola Jeans and Coca-Cola Shoes) from November 2015 to January 2016.
Through a qualitative research, using methods of case study and content analysis were the
results obtained. This study furthers our understanding of the importance of brand values and
visual identity of a company and serves as an aid to working in the area of Advertising.
Keywords: Coca-Cola; Clothing; Shoes; Licensing; Brand.
-
6
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Elementos de valor de marca .................................................................................... 22
Figura 2: Pirmide da fidelidade .............................................................................................. 22
Figura 3: Processo da construo da identidade ....................................................................... 24
Figura 4: Identidade visual da Coca-Cola em diferentes culturas ............................................ 26
Figura 5: Primeira tipografia usada no logotipo da Coca-Cola ................................................ 28
Figura 6: Tipografia de 1890 sem sucesso da Coca-Cola ........................................................ 28
Figura 7: Tipografia em 1941 ................................................................................................... 29
Figura 8: Introduo da cor vermelha e do Dynamic Ribbon .................................................. 29
Figura 9: Papai Noel da Coca-Cola Company ......................................................................... 37
Figura 10: Razes para acreditar .............................................................................................. 40
Figura 11: Fachada da loja Hidrognio .................................................................................... 45
Figura 12: Vitrine loja Hidrognio ........................................................................................... 46
Figura 13: Luminoso no interior do estabelecimento ............................................................... 47
Figura 14: Expositores de calas e sapatos fornecidos pela Coca-Cola Jeans e Coca-Cola
Shoes ......................................................................................................................................... 48
Figura 15: Materiais grficos de divulgao ............................................................................ 49
Figura 16: Catlogo da coleo da estao ............................................................................... 49
Figura 17: CCC01 ..................................................................................................................... 51
Figura 18: CCC02 ..................................................................................................................... 51
Figura 19: CCC03 ..................................................................................................................... 52
Figura 20: CCC04 ..................................................................................................................... 53
Figura 21: CCC05 ..................................................................................................................... 54
Figura 22: CCC06 ..................................................................................................................... 55
Figura 23: CCJ01 ...................................................................................................................... 56
Figura 24: CCJ02 ...................................................................................................................... 57
Figura 25: CCJ03 ...................................................................................................................... 58
Figura 26: CCJ04 ...................................................................................................................... 59
Figura 27: CCJ05 ...................................................................................................................... 60
Figura 28: CCJ06 ...................................................................................................................... 61
Figura 29: CCS01 ..................................................................................................................... 62
Figura 30: CCS02 ..................................................................................................................... 63
Figura 31: CCS03 ..................................................................................................................... 64
Figura 32: CCS04 ..................................................................................................................... 65
Figura 33: CCS05 ..................................................................................................................... 66
Figura 34: CCS06 ..................................................................................................................... 67
-
7
SUMRIO
1 INTRODUO....................................................................................................................8
2 MARCA: SEUS ELEMENTOS E SUA IMPORTNCIA NO CONTEXTO DA
COMUNICAO...............................................................................................13
2.1 Marketing............................................................................................................................13
2.2 Marketing de varejo................................................14 2.3 Comunicao integrada de marketing.....................................16 2.4 Ponto de venda ...17 2.5 Marca: conceito, identidade, imagem e valores..18
2.5.1 Identidade visual23
2.5.1.1 Cor.24
2.5.1.2 Tipografia..24
2.6 Marcas e mdias sociais...30
3 METODOLOGIA.............................................................................................................32 3.1 Abordagem e mtodo......................................................................................................32
3.2 Mtodos e tcnicas: procedimentos....................................................................................32
3.1 Abordagem e mtodo......................................................................................................32
3.3 A Coca-Cola Company...34
3.4 Coca-Cola Jeans..38
3.5 Coca-Cola Shoes.39
3.6 Crpus de Anlise...39
3.6.1 Posts do Instagram.40
4 ANLISE DOS DADOS: A MARCA COCA-COLA APLICADA AOS PRODUTOS
LICENCIADOS DE VESTURIO E CLAADOS.......................................................43
4.1 Entrevista com o proprietrio..............................................................................................43
4.2 Observao direta do ponto de venda.................................................................................44
4.2.1 Vitrines...23
4.2.2 Comunicao visual e materiais promocionais..46
4.3 Postagens no Instagram..................................................................................50
4.3.1 Coca-Cola Company..50
4.3.2 Coca-Cola Jeans.55
4.3.3 Coca-Cola Shoes61
4.4 Discusso dos resultados: da teoria s aplicaes da marca...............................................67
4 CONSIDERAES FINAIS...........................................................................................70
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS................................................................................72
-
8
1 INTRODUO
A Coca-Cola uma empresa multinacional cuja maior parte da gama de produtos
consiste em bebidas no alcolicas, segundo a pgina oficial da marca1. Criada em 1886, foi a
segunda marca de refrigerantes registrada no mundo e ficou atrs somente da norte-americana
Lemon's Superior Sparkling Ginger Ale. vendida em mais de 200 pases, dos cinco
continentes, e consumida por cerca de 126 mil pessoas a cada dez segundos. Com um
potencial comercial mdio de 900 milhes de garrafas vendidas anualmente, a marca alcana
um faturamento anual de US$30 bilhes.
No Brasil, a Coca-Cola Company a maior produtora de bebidas no alcolicas e atua
em sete segmentos: guas, chs, refrigerantes, nctares, energticos, bebidas esportivas e
lcteos. A marca foi trazida para o pas em 1940 e teve a fundao da sua primeira fbrica em
1942, na cidade de So Cristvo, no estado do Rio de Janeiro. De acordo com o site oficial
da empresa no Brasil2, atualmente a multinacional apresenta ao pblico um linha de mais de
125 produtos, emprega diretamente 66 mil funcionrios e gera cerca de 600 mil empregos
indiretos.
O licenciamento3 de sua marca para a empresa do segmento de vesturio AMC Txtil,
localizada em Itaja/SC, e para a empresa Sugar Shoes, do segmento de calados, localizada
em Picada Caf/RS, o foco principal de estudo desta pesquisa, no que diz respeito
incorporao dos valores e da imagem de marca da Coca-Cola Company por empresas de
segmentos diversos, tais como calados e roupas.
Para justificar a relevncia deste trabalho, ressaltam-se fundamentalmente trs
aspectos. O primeiro a relevncia que esta pesquisa tem para a pesquisadora, a qual atua na
rea de Publicidade e Propaganda como diretora de arte e, devido a isso, o valor agregado
marca Coca-Cola, que se mantm h dcadas no mercado, desperta um interesse de como so
aplicados os seus valores diante do consumidor em diferentes segmentos. Segmentos como
vesturio e calados tm suas lojas licenciadas no sul do Brasil, dando continuidade imagem
de marca criada e transmitida pela Coca-Cola Company.
1 COCA-COLA Brasil. Nossas Marcas. Disponvel em:.
Acesso em: 15 nov. 2015. 2 COCA-COLA Brasil. A empresa no Brasil. Disponvel em: . Acesso em: 01 nov. 2015 3 Licenciamento: 1. Autorizao dada a algum para fazer ou deixar de fazer alguma coisa;
permisso. 2. Autorizao especial concedida pelas autoridades pblicas para exercer certas atividades, praticar
certos atos, ter em seu poder certas coisas. 3. Documento que comprova essa autorizao. 4. Autorizao dada,
por pessoa ou autoridade detentora de alguma patente de inveno, a outra pessoa ou entidade para explorar a
respectiva inveno (MICHAELIS, 1998).
-
9
O segundo aspecto a ser destacado que esta pesquisa poder contribuir para a
formao de outros graduandos de Publicidade e Propaganda, medida que aborda uma
delimitao de tema que abrange a imagem de marca e a forma como a imagem sustentada
favorece o consumo, no s do refrigerante, mas de produtos de outros segmentos. Essa
imagem de marca produzida nas peas publicitrias divulgadas e tem sido reproduzida ou
expandida nas mdias sociais e nos pontos de venda dos produtos licenciados.
O terceiro aspecto referente importncia da marca Coca-Cola, uma marca
registrada que se mantm forte dentre tantas marcas duradouras que perduram no mercado. A
Coca-Cola uma empresa multinacional que possui uma vasta variedade de produtos,
direcionados a diversos pblicos. So exemplos desses produtos: o primeiro refrigerante
gaseificado da marca, a Coca-cola, bem como a Coca-Cola Light, a Coca-Cola Zero, o
refrigerante de guaran Kuat, o refrigerante Fanta e o refrigerante de limo Sprite, todos
voltados principalmente para o pblico jovem. A marca produz tambm outros tipos de
bebidas, tais como o Powerade, o i9 e o Burn, bebidas energticas voltadas ao pblico que
pratica esportes. Tambm existem as guas minerais e gaseificadas, como Crystal e Aquarius
Fresh, alm dos sucos Del Valle e chs Matte Leo4.
A estratgia de licenciamento da marca Coca-Cola para o segmento de vesturio e
calados, pela AMC Txtil e pela Sugar Shoes, no novidade. So inmeros os exemplos de
companhias que licenciaram sua marca, ou seja, liberaram seu uso comercial para empresas
de outros segmentos de mercado, muitas vezes, para ramos bem diferentes de sua
especialidade de mercado original.
Um exemplo desse caso, referente ampliao da gama de produtos a partir da
diversificao de segmento, foi a General Motors que, conforme seu site oficial5, em 1862, na
Alemanha, uma empresa chamada Opel comeou a fabricar mquinas de costura, tornando-se
reconhecida em todo o mundo aps a adio de bicicletas ao seu arsenal de produtos. Trinta
anos depois, em 1899, a Opel entrou no mercado automotivo e tornou-se uma parte da GM,
sendo hoje considerada uma das marcas mais importantes da General Motors. Outro exemplo
a marca Siemens, que atualmente, assim como a General Motors, tem um portflio de
produtos de segmentos diferentes, desde eletrodomsticos at sistemas de segurana e
automao. Segundo a Siemens6, a empresa iniciou em 1847, no fundo de um local em
4 COCA-COLA Brasil. Nossas marcas. Disponvel em: < https://www.cocacolabrasil.com.br/nossas-marcas/>.
Acesso em: 01 nov. 2015 5 GENERAL Motors. Company: history and heritage. Disponvel em:
. Acesso em: 26 set. 2015. 6 SIEMENS. Siemens History. Disponvel em: . Acesso em: 26 set. 2015
http://www.siemens.com/history/en/
-
10
Berlim, com a fabricao de equipamentos de telecomunicaes, atuao que foi diversificada
ao longo dos anos. Outro exemplo notrio a famosa marca de motocicletas Harley
Davidson, que investe em comercializao de segmentos diferentes. Conforme a pgina
oficial da marca7, em 1912, ela comeou a atuar no segmento de vesturio, com a venda de
camisetas inicialmente, para, logo depois, ampliar seu catlogo de produtos com luvas,
jaquetas, moletons, calas, entre outros.
No caso da marca Coca-Cola, o forte investimento em produtos de segmentos
diferentes consideravelmente recente. Um fator a ser destacado que, em ambos os casos
investigados nesta pesquisa Coca-Cola Shoes e Coca-Cola Jeans , alm das iniciativas de
aproveitamento da marca terem alcanado boa aceitao no mercado consumidor nacional,
ambas surgiram por iniciativa de empresas brasileiras. Portanto, interessante compreender
como funciona esse dilogo entre a marca licenciada e os produtos de outros segmentos, e de
que forma isso pode ser explorado na publicidade.
Para se fazer um breve estado da arte do tema estudado, verificam-se estudos
anteriores sobre a marca Coca-Cola, tais como: Carrascoza et al. (2007), Freitas e Leo (2012)
e Campos-Toscano (2009). O artigo A Publicidade da Coca-Cola Happiness Factory e o
imaginrio do sistema produtivo na sociedade de consumo, elaborado pelos autores
Carrascoza et al. (2007), tem como base de anlise o VT Fbrica da Felicidade, de 2006,
onde a esfera produtiva serve como espetculo para um mundo imaginrio do consumo, que
envolve o trabalho. Os autores fazem um estudo preliminar sobre os processos simblicos do
mundo do trabalho na divulgao da marca de refrigerante.
O artigo A elaborao da face em comunidades virtuais de marca: um estudo de caso
sobre uma comunidade virtual de consumidores de Coca-Cola, elaborado por Freitas e Leo
(2012), destaca a realidade do uso massivo da Internet e o surgimento das comunidades
virtuais atravs da marca Coca-Cola. O estudo focaliza a compreenso das faces
(representaes) que so elaboradas pelas pessoas em interaes virtuais.
J o livro O percurso dos gneros do discurso publicitrio: uma anlise das
propagandas da Coca-Cola, elaborado pela autora Campos-Toscano (2009), analisa os
diferentes gneros publicitrios a partir de peas produzidas pela Coca-Cola. O estudo aponta
que o discurso produzido pela marca nos diversos gneros publicitrios utilizados ressalta os
valores positivos atrelados Coca-Cola, como o prazer, a emoo, a alegria e a paixo, e
silencia os discursos contrrios a ela.
7 HARLEY-DAVIDSON Motor Clothes. Heritage. Disponvel em: . Acesso em: 26 set. 2015
http://motorclothes.harley-davidson.eu/education/heritage/http://motorclothes.harley-davidson.eu/education/heritage/
-
11
Como problemas de pesquisa, formulam-se as seguintes questes: a) Como a
identidade da marca do refrigerante Coca-Cola aproveitada por empresas brasileiras dos
segmentos de vesturio e calados que se apresentam comercialmente sob o nome da
multinacional?; b) Esses segmentos agregam valores da marca Coca-Cola na divulgao dos
seus produtos?; c) De que maneira se percebe essa apropriao no ponto de venda, em
material de divulgao ou em postagens no Instagram de Coca-Cola Jeans e Coca-Cola
Shoes?
Assim, o objetivo geral identificar como empresas dos segmentos de vesturio e
calados, respectivamente Coca-Cola Jeans e Coca-Cola Shoes, fazem uso da identidade da
marca Coca-Cola na publicidade de seus produtos. E como objetivos especficos, pretende-se:
- Descrever os principais elementos vinculados identidade da marca Coca-Cola;
- Verificar se esses elementos tambm esto presentes no ponto de venda, em peas
publicitrias e em postagens nas mdias sociais que divulguem os produtos Coca-
Cola Shoes e Coca-Cola Jeans, tanto em aspectos verbais, quanto em visuais;
- Compreender como ocorre a (re)apropriao ou adaptao dos valores da marca de
refrigerantes por empresas dos segmentos de vesturio e calados.
Quanto aos aspectos metodolgicos, para que sejam analisados os elementos da marca
licenciada que so (re)produzidos ou aproveitados pelas outras empresas, necessrio
primeiro determinar o que faz parte da identidade da marca. Para tanto, optou-se, em primeiro
lugar, pela anlise de um VT representativo dos valores da marca Coca-Cola Company,
veiculado em 2011. J para a anlise do material de ponto de venda, foram realizadas
fotografias em uma das lojas que vendem vesturio e calados da marca, localizada em Santa
Maria, RS, bem como uma entrevista com o proprietrio do estabelecimento. J para a anlise
do material publicitrio produzido por Coca-Cola Shoes e Coca-Cola Jeans, foram
selecionadas postagens do Instagram de ambas, publicadas no mesmo perodo: de novembro
de 2015 a janeiro de 2016. Essa escolha pelas postagens nas mdias sociais como material
publicitrio ocorreu pela dificuldade de se encontrarem peas publicitrias impressas ou VTs
de divulgao dos dois segmentos, enquanto que as postagens so bastante frequentes e
tambm funcionam como mdia para a divulgao dos produtos licenciados.
A pesquisa est estruturada em cinco captulos, iniciando-se pela presente introduo.
O segundo captulo intitulado Marca: seus elementos e sua importncia no contexto da
comunicao integrada. Nesse captulo, tratado o marketing em sua forma abrangente, o
marketing realizado pelo varejo, a comunicao integrada de marketing, que revela a
importncia desse composto para o sucesso das empresas, o ponto de venda, o conceito de
-
12
marca vinculado s noes de identidade, imagem e valores, e, por fim, os aspectos da
criao, valorizao e importncia da marca, assim como sua presena nas mdias sociais.
No terceiro captulo, est inserido o percurso metodolgico deste estudo, quais
mtodos foram utilizados para se chegar aos resultados e o histrico da cada uma das
empresas selecionadas para anlise: Coca-Cola Company, Coca-Cola Jeans e Coca-Cola
Shoes, alm de apontar os materiais que serviram de apoio para esta pesquisa. Finalmente, no
quarto captulo, est a anlise elaborada para cada base de dados: entrevista, comunicao
visual no ponto de venda, VT comercial e postagens no Instagram. O quinto captulo
referente s consideraes finais, que contm as concluses do estudo.
-
13
2 MARCA: SEUS ELEMENTOS E SUA IMPORTNCIA NO CONTEXTO DA
COMUNICAO INTEGRADA
Neste captulo, so discutidos os conceitos de marketing, marketing de varejo,
comunicao integrada de marketing, ponto de venda, identidade, imagem e valores de marca.
O ltimo subttulo reflete sobre a presena das marcas em mdias sociais, abordando sobre
como o mercado est se inserindo nessas novas mdias.
2.1 MARKETING
Kotler (2012) considera que o marketing est voltado a satisfazer as necessidades
humanas e sociais, isto , diz respeito a empresas que suprem necessidades gerando lucro.
No marketing, reaes como as emoes do consumidor so muito influentes, pois o ato de
compra no necessariamente realizado de forma racional e pode, em grande parte, ser
emocial, ou seja, provocado por diversos tipos de sentimentos.
O autor apresenta tambm dois exemplos que retratam como as empresas reconhecem
a importncia do fator emocional no momento da deciso de compra. O primeiro deles o
lder em colches de espumas especiais, Tempur-Pedic, que ficou famoso por alegar em seus
infomerciais que, ao colocar uma taa de vinho cheia em cima do colcho, a pessoa poderia
pular sobre a superfcie, que o vinho no seria derramado. Com o intuito de criar laos
emocionais mais intensos, a marca iniciou uma campanha em 2007, em que se posicionava
como: uma terapia noturna para o corpo e a mente.
O segundo exemplo a empresa multinacional britnica de produtos de limpeza,
Reckitt Benckiser, e a estadunidense Procter & Gamble. Ambas lanaram, em 2009,
campanhas para as empresas Woolite e Tide, respectivamente, centrando-se na explorao de
uma conexo emocional com o consumidor. A partir de pesquisas que apontavam que uma em
cada trs mulheres que trabalhavam fora admitiram ter estragado alguma roupa na lavagem, a
Reckitt Benckiser lanou um guia de estilo para a empresa Woolite, com o intuito de orientar a
consumidora a manter suas roupas com tima aparncia, dispensando o gasto excessivo de
dinheiro. J a P&G partiu do princpio de que o lava-roupas deveria fazer mais do que limpar,
posicionando-se no mercado como um produto que, alm de lavar, conservava as roupas,
mantendo cores e medidas intactas. Esses exemplos demonstram como o marketing pode
identificar necessidades para, ento, supri-las.
-
14
Na mesma linha de Kotler, Rocha e Christensen (1999, p. 15) definem que o
marketing uma funo gerencial que busca ajustar a oferta da organizao a demandas
especficas do mercado, utilizando como ferramental um conjunto de princpios e tcnicas.
[...] , ainda, uma orientao da administrao, uma filosofia, uma viso. Por ser uma
filosofia empresarial, acaba afetando todos os processos e procedimentos realizados pela
empresa.
Conforme Santanna (2015), necessrio que o marketing tambm exija dos seus
profissionais a compreenso bsica de produo, para que o contedo gerado seja desejado
pelos consumidores, til e de custo acessvel.
Antigamente, eram comuns anncios que mostravam apenas o produto, a fbrica e o
prprio dono da fbrica. Tais anncios eram tpicos de uma concepo de
propaganda que era geral: o anunciante dizia ao consumidor aquilo de que ele,
consumidor, deveria gostar. Nenhum esforo era feito para saber, propriamente,
quais as necessidades e as preferncias dos consumidores, nem para fazer um
produto e criar, tambm, a propaganda que estivesse de acordo com essas
necessidades. (SANTANNA, 2015, p. 30)
Santanna (2015) divide o marketing como um processo em trs etapas do produto. A
primeira etapa o antes, onde destacada a pesquisa que antecede a criao das mercadorias.
A segunda etapa o tambm, que o processo onde a essncia da mercadoria
compreendida, tanto como objeto, como instrumento de satisfao do consumidor. Por fim, o
alm, em que o marketing compreende funes exercidas a favor da mercadoria, mas no
necessariamente na mercadoria.
De maneira diferente, o marketing mix ou composto de marketing conceituado por
Kotler (2012) como o conjunto de 4 Ps: produto, preo, praa e promoo. O produto o
produto material ou servio oferecido ao consumidor, acrescido de garantias, servios,
instalao, design e embalagem; o preo envolve as variveis que determinam o valor do
produto ou servio; praa envolve os canais de distribuio e promoo diz respeito s
prticas e tcnicas de divulgao, comunicao, publicidade e propaganda, relaes pblicas e
patrocnio necessrias.
2.2 MARKETING DE VAREJO
Para Coughlan (2002), o termo varejo est inserido nos canais de marketing, sendo
definido como a unio de organizaes envolvidas no mtodo de disponibilizar um produto
ou servio para o consumo.
-
15
Isso pode ser complementado pela definio de Bernardino (2004), segundo a qual os
canais de marketing esto includos nos produtos e servios obtidos pelos consumidores. Para
a autora, h duas principais razes para a existncia dos canais de marketing, uma do ponto de
vista do fabricante e outra do usurio final, respectivamente. Na primeira, est a necessidade
de padronizar as transaes e tambm de reduzir o nmero de contatos, visto que produtores
ou fabricantes possivelmente no conseguiriam atender diretamente todos os consumidores.
Na segunda, est a facilidade da busca, pois seria de extrema dificuldade encontrar produtos
desejados caso no houvesse intermedirios para os consumidores. Alm disso, os fabricantes
produzem bens em grande quantidade e de diversidade limitada, porm os consumidores
finais preferem quantidade limitada e diversidade em abundncia. Dessa forma, os
intermedirios passam a possibilitar para os consumidores finais a eficincia de posse, de
tempo e de lugar, por reunirem determinados produtos em um determinado local e em
determinada data (BERNARDINO, 2011).
Segundo Sandhunsen (2000), o papel do varejista inclui: adquirir do atacadista
quantidade e variedade de produtos a serem armazenados; colocar preo nos produtos e
apresent-los ao consumidor final por meio de tcnicas de propaganda; vender os produtos ao
consumidor final, em horrio conveniente, com estratgias de preo, promoo e
financiamento.
Sendo assim, o marketing de varejo visa aumentar as vendas, a atuao no mercado e a
compreenso positiva do seu empreendimento atravs do varejista, sempre com o intuito de
aumentar a fidelidade de seu consumidor. Porm, no finalidade do varejista dar privilgios
a linhas de produtos de fornecedores particulares. Isso poder ser feito, principalmente, se for
percebida vantagem financeira.
A respeito do composto do marketing de varejo, as principais variveis controlveis
so explicadas por Lazer e Keiley (1961), citados por Las Casas e Barboza (2007), e
abrangem:
a) Subcomposto de produtos e servios (servios de venda, variedade e sortimento,
servios ao cliente, garantias e trocas, preos, linhas de crdito, imagem da loja);
b) Subcomposto de distribuio (local da loja, centros de distribuio,
armazenamento, manuseio e empacotamento de mercadorias);
c) Subcomposto de comunicao (venda pessoal, vitrines, displays, publicidade,
layout do ponto de venda).
-
16
Os autores salientam que, no ncleo dessas variveis, encontra-se o consumidor, que
deve ser compreendido por meio de pesquisas de necessidades. na interao desses trs
subcompostos de marketing varejista que se situa o sucesso das operaes.
Na busca por estratgias que conquistem e fidelizem clientes, a comunicao em todos
os nveis (propaganda, promoo, merchandising e venda pessoal) mostra-se como um fator
estratgico. Conforme o estudo de Silva et al. (2010), que analisaram o mix de comunicao
de uma rede de lojas varejista no Rio Grande do Sul, nesse setor a comunicao parte
integrante e necessria do composto de marketing, pois tem um papel fundamental na gerao
de valor junto aos grupos de interesse.
2.3 COMUNICAO INTEGRADA DE MARKETING
A comunicao integrada de marketing (CIM) procura sistematizar o plano de
marketing, aplicando a comunicao de forma estratgica. Segundo Churchill, comunicao
integrada de marketing significa:
Abordagem que combina os elementos do composto de comunicao em um todo
coerente para fornecer maior clareza e impacto na comercializao. Alguns
profissionais de marketing advogam que ela aplicvel a qualquer tipo de contato
entre uma organizao e seu pblico, inclusive a detalhes como as impresses
provocadas pela empresa ao escolher seus canais de distribuio. (CHURCHILL,
2007, p. 455)
Logo, a comunicao integrada de marketing contribui para que a empresa se
comunique com uma mensagem compreensvel e de maneira eficaz. A CIM leva a gerncia a
visualizar o sistema de comunicao integralmente, sem focar-se em aspectos isolados. O
uniforme dos vendedores, as instalaes, a rapidez do servio, a qualidade do produto so
alguns dos fatores que transmitem mensagens ao cliente, sendo o consumidor capaz de
compreend-las de acordo com o seu prprio ponto de vista.
Ogden (2007) cita que a CIM parte do tema central, que atende a objetivos e ao
contexto, alm de permitir adaptaes para diferentes formas de comunicao. Por esse
motivo, atualmente aconselhvel aos profissionais de marketing se certificarem de que as
mensagens alcanem os consumidores de modo adequado.
Assim, a CIM torna-se importante no momento em que elaborado um programa de
comunicao que transmita a mesma mensagem em seus canais de maneira til, pois sem
direcionamento, o pblico-alvo no a captar de forma coerente.
-
17
Existem trs pilares fundamentais para a comunicao integrada de marketing, os
quais so: tema central, que vem a ser o elemento principal agregado; formas de
comunicao, o que definido a partir de quantas formas de comunicao sero empregadas,
e pblico-alvo, que envolve todos os diferentes pblicos a serem considerados. Junto aos
pilares, encontram-se as principais caractersticas da CIM. Afetar o comportamento a
primeira dessas caractersticas e diz respeito a afetar o comportamento do consumidor. O
cliente como ponto de partida para a ao a segunda caracterstica, em outras palavras, o
processo nunca termina no cliente, mas, sim, inicia a partir dele. Os pontos de contato so
significativos, pois o relacionamento com o cliente depende de como ser realizada a
aproximao. Por fim, a gerao de sinergia e a construo do relacionamento com o cliente,
que se refere a uma comunicao bem-sucedida, com elementos que falam em uma linguagem
nica, culminando no bom relacionamento com o cliente (OGDEN, 2007).
A comunicao integrada de marketing, conforme Kotler (2012) destaca, busca
informar, persuadir e lembrar os consumidores, estabelece um dilogo entre a marca e o
cliente e, dessa forma, constri um relacionamento entre eles. Por meio da comunicao
integrada de marketing, o consumidor capaz de saber quem fabrica a mercadoria e o que a
empresa e a marca representam para a sociedade.
2.4 PONTO DE VENDA
Conforme o site oficial da empresa POPAI-Brasil (Point of Purchase Advertising
Internacional8), que uma organizao internacional destinada ao conhecimento de atividades
varejistas, foi mediada uma pesquisa em 1988 que aponta que, nas compras realizadas por
consumidores brasileiros, 85% so determinadas no ponto-de-venda. Essa pesquisa comprova
a relevncia das aes promocionais efetuadas no interior das lojas e incentiva o impulso de
compra dos consumidores.
De acordo com Mello (2008), a exposio de informaes atravs de jornais, outdoor,
TV e Internet, h pouco tempo atrs, exercia um grande efeito quando direcionada ao
consumidor no momento da deciso de compra. Hoje, com a rotina cada vez mais intensa, o
consumidor presta menos ateno em mdias tradicionais, o que possibilita que o ponto-de-
venda tambm se torne uma mdia cada vez mais importante para a exposio de peas
publicitrias e materiais de propaganda ou promocionais.
8 POPAI Brasil. Pesquisa ponto de venda. Disponvel em: . Acesso em: 14
jun. 2016.
-
18
Essas mudanas, segundo Cabrino (2008), levam as empresas a investirem ainda mais
em promoes no ponto de venda, para que a unio entre aes realizadas na mdia e a
qualidade da empresa, o preo competitivo e a boa distribuio no ponto-de-venda sejam
concretizadas efetivamente em vendas.
Dentre os materiais que podem ser encontrados no ponto de venda, esto: cartazes,
gndolas, displays, expositores, prateleiras adesivadas, pinturas internas, adesivos de cho,
sinalizao, mobilirio customizado com a marca, etc. Esses materiais servem tanto para
aes de promoo de vendas, quanto para a comunicao da marca de modo geral.
2.5 MARCA: CONCEITO, IDENTIDADE, IMAGEM E VALORES
No contexto ps-moderno, as marcas j fazem parte do meio, pois tm um amplo
territrio de atuao e influncia sobre os comportamentos sociais. Aspectos desse contexto
resultam no poder ou na fragilidade das marcas, assim como nos mercados saturados, nas
necessidades imateriais e na satisfao pessoal atravs do consumo.
Segundo Semprini (2006), a marca ps-moderna tem diferentes nveis de significados
e, para sua construo, deve-se partir de trs dimenses, que envolvem: como as marcas
significam (semitica), a necessidade de relacionamento com o consumidor (natureza
relacional) e a adaptao ao ambiente no qual se situam (natureza evolutiva).
As marcas desempenham um papel muito importante para semantizar novos
produtos quanto para re-semantizar produtos envelhecidos, procura de um novo
alento. Mas no contexto de consumo contemporneo, esta misso de semantizao
das marcas conquista um novo sentido, de ordem e ainda mais geral (SEMPRINI,
2006, p.51).
nesse contexto tambm que se encontra um mercado saturado de anunciantes sem
apelo emocional/sensorial e, consequentemente, consumidores exaustos, afirma o autor. O
desenvolvimento de marcas surge ento em um cenrio onde h espao para mais
proximidade com o consumidor.
Com a jornada de trabalho cada vez maior, o colapso do trnsito nas grandes cidades e
a corrida contra o tempo a fim de completar as tarefas do dia, h uma necessidade de agilizar
processos. Se o ato de consumir for comparado a esse tempo perdido e somente condicionado
a suprir necessidades bsicas, a importncia do consumo ser cada vez menor. Dessa forma, o
ato de consumir deve satisfazer outras necessidades, como o lazer e o entretenimento,
-
19
envolvendo outras funes, assim como promover a sociabilizao, a descoberta e a produo
de identidades, e no s focar-se no ato do consumo.
De acordo com Aaker (2007), a identidade de marca a maneira como a empresa v a
si mesma, somente ela a encarregada de diferenciar seu produto/servio dos demais por
meio de aspectos distintos. Ela est relacionada com a tica, os objetivos e valores que so
representados atravs da singularidade diante da concorrncia.
J a imagem de marca a leitura que o consumidor faz perante a identidade de marca,
afirma Kapferer (2004). Em outras palavras, a imagem envolve a maneira como o consumidor
percebe determinada marca e a ideia que faz dela.
Conforme Kotler (2003, p.118), marca qualquer rtulo que envolva significados e
associaes. O autor explica que a propaganda sozinha no constri marcas, pois elas so
construdas por meio de um conjunto de ferramentas, como: propaganda, relaes pblicas,
patrocnios, eventos, causas sociais, porta-vozes, entre outros.
Segundo Gobe et al. (2004), existem vrias definies para o conceito de marca, mas o
mais utilizado o da American Marketing Association AMA. Para a entidade, a marca
uma combinao de elementos utilizados para diferenciar comerciantes de bens ou servios
no mercado.
Em resumo, marca a distino de um produto ou empresa. Traduz um valor ou um
determinado conjunto de valores ao consumidor. Para Randazzo (1997, p. 24), a marca [...]
mais do que um produto; ao mesmo tempo, uma entidade fsica e perceptual. Segundo ele,
o aspecto fsico de uma marca (produto e embalagem) o encontrado nas prateleiras de
pontos de venda, ou seja, geralmente esttico e finito. J o aspecto perceptual de uma marca
est no espao psicolgico, na mente do consumidor e, portanto, dinmico e malevel. Essa
noo pode ser complementada por Baker (2009), que observa que, sem uma marca definida,
o produto percebido pelo consumidor como genrico, reduzido basicamente a sua
funcionalidade.
Marca um nome, termo, sinal, smbolo ou desenho, ou uma combinao dos
mesmos, que pretende identificar os bens e servios de um vendedor ou grupo de
vendedores e diferenci-los daqueles dos concorrentes. Um nome de marca aquela
parte da marca que pode ser pronunciada, ou pronuncivel (KOTLER, 1998, p. 393).
O papel da publicidade em relao a imagem de marca na mente do consumidor
provar e estabelecer o posicionamento transmitindo uma mensagem diferenciada
(RANDAZZO, 1997). Isso acontece quando a publicidade transmite benefcios com base no
-
20
produto e contribui para posicionar a marca, tanto no mercado, quanto na mente do
consumidor.
Alm de agir na mente do consumidor, a publicidade possibilita se estabelecer de
maneira emocional mexendo assim com os sentimentos do pblico (RANDAZZO, 1997). As
marcas de sucesso apresentam em geral um posicionamento de marca que vai alm do
produto fsico, pois elas procuram combinar estes, com os benefcios emocionais.
A marca entrou no dicionrio de todos. O termo como um camaleo: o significado
pode mudar de acordo com o contexto. [] A marca tornou-se um sinnimo do
nome de uma empresa e da sua reputao. As marcas esto gravadas em nossa vida
diria, como em vamos xerocar isto ou essa mquina no uma Brastemp. A
obra de Andy Warhol e Heidi Cody lembra-nos da fora sempre presente das marcas
como smbolos culturais. Mesmo aqueles que no sabem com clareza o que uma
marca desejam uma (WHEELER, 2008, p.12).
Existe uma relao entre identidade de marca e imagem conforme Argenti (2006,
p.80), a identidade de uma empresa a manifestao visual de sua realidade, conforme
transmitida atravs do nome, logotipo, produtos, servios, [...] e todas as outras peas que
possam ser exibidas, criadas pela organizao e comunicadas a uma grande variedade de
pblicos. O autor define a imagem como o reflexo da identidade da organizao sob a
perspectiva de seus diferentes pblicos. Para ele, o conjunto de elementos tangveis e
intangveis que fazem parte da identidade de uma marca constitui o ponto de partida para a
criao da imagem.
Kotler (2012) explica que as marcas so responsveis por identificar a origem ou o
fabricante do produto e por possibilitar que os consumidores diferenciem um produto idntico
de outra forma, dependendo de como a marca estabelecida. As pessoas passam a conhecer
uma marca atravs de experincias anteriores com o produto, e os planos de marketing servem
exatamente para identificar o que as satisfazem ou deixam a desejar.
A fidelidade marca proporciona empresa previsibilidade e segurana de
demanda, alm de criar barreiras que tornam mais difcil para outras empresas
ingressar no mercado. A fidelidade tambm significa disposio para pagar um
preo mais alto. Ainda que os concorrentes possam reproduzir um processo de
fabricao ou um desgin, tero dificuldade em se equiparar s impresses
duradouras formadas na mente de pessoas e organizaes graas a anos de atividade
de marketing e experincia com o produto (KOTLER, 2012, p. 258).
-
21
dessa maneira que o branding9 se destaca, pois se torna um meio poderoso que
garante uma vantagem competitiva diante da concorrncia. O branding tem como sua
principal caracterstica criar diferenas, e o profissional precisa apresentar o produto ao
consumidor utilizando outros elementos da marca para identific-lo, como a funo a que ele
se presta e a razo pela qual o consumidor deva se interessar por ele. Branding refere-se a
criar estruturas mentais e, dessa forma, auxilia o consumidor a tomar suas decises de
maneira mais clara, o que gera valor empresa.
A importncia do valor de uma marca determinante para o bom resultado de uma
empresa. De acordo com Aaker (1991), trata-se de um conjunto de ativos e passivos ligados
a uma marca que permitem aumentar ou diminuir o valor dos produtos oferecidos, quer para a
empresa quer para o consumidor. J para Keller (1998), o efeito diferencial que o
conhecimento da marca tem sobre a resposta do consumidor ao marketing dessa marca. A
esse conceito o autor d o nome de Customer Based Brand Equity. Entretanto, o ponto
convergente entre esses autores que a importncia de uma marca que gera vantagem
competitiva cada vez mais reconhecida e, para que isso acontea, necessrio analisar as
fontes de valor da marca e suas vantagens (onde est o seu valor ou o seu diferencial).
O envolvimento com a marca surge quando uma marca especfica adquire uma
importncia extrema para o consumidor, como expresso daquilo que ele ou daquilo que
pretende ser. Assim, o consumidor confia na marca e recomenda-a a outros (AAKER, 1991,
p. 41).
O valor de uma marca pode ser determinado atravs de cinco princpios de Aaker
(1996), os quais so: reconhecimento, lealdade marca, conjunto de associaes, qualidade
percebida, entre outos. A figura a seguir demonstra esses elementos (Figura 1).
9 Branding uma filosofia de gesto com foco na marca e que a coloca no centro de todas as aes que criam
valor para o negcio.
-
22
Figura 1: Elementos de valor de marca.
Fonte: Aaker, 1996.
Definindo uma ordem por relevncia, existem dois fatores de extrema importncia no
esquema de Aaker (1996). A fidelidade marca o primeiro, pois ganhar a confiana de um
consumidor, pode-se dizer que um dos principais objetivos de uma empresa, sendo essa uma
forma de ligao do consumidor com a marca. Aaker (1998) representa essa fidelidade em
uma pirmide (Figura 2) com vrios nveis.
Figura 2: Pirmide da fidelidade.
Fonte: Aaker, 1998, p.41.
Alm da fidelizao de uma marca, o segundo fator a notoriedade na mente do
consumidor, o que se alterna desde o reconhecimento, recordao, at a marca dominante.
-
23
Essa notoriedade muito importante, de forma que seja reconhecida de maneira positiva e
pelas razes corretas, no pelas erradas.
2.5.1 Identidade visual
O princpio de uma identidade inicia-se na identidade corporativa que, segundo
Diefenbach apud Pinho (1996, p. 32), equivale embalagem e marca de toda a companhia.
Como embalagem, a identidade configura os ingredientes da corporao e possibilita sua
comunicao para os mercados e pblicos-alvo.
J a identidade visual de determinado produto criada pela publicidade e, como nem
todas as empresas so bem especficas em seus produtos, a definio de sua identidade torna-
se uma misso complicada. Para que isso seja solucionado, o primeiro passo saber
exatamente o seu foco, o que oferece, sua principal rea de atuao e qual seu pblico-alvo.
Para Klein apud Vsquez (2007), uma identidade visual precisa ser nica, autntica, original,
criativa, consistente, clara, coerente e adaptvel. A partir da, fica mais clara a noo da
importncia de uma identidade visual para uma empresa.
Wheeler (2008, p. 80) afirma que o processo de criao e implementao de uma
identidade de marca (Figura 3) rigoroso e demanda uma combinao de investigao,
estratgia, excelncia em design e habilidade no gerenciamento de projetos. Ela tambm
menciona que, independentemente da natureza do cliente e do compromisso, o processo
sempre o mesmo, o que muda o modo como cada fase conduzida. A autora define o
processo nas seguintes fases:
-
24
Figura 3: Processo de construo de identidade.
Fonte: Wheeler, 2008, p. 80.
A primeira etapa a pesquisa, que tem a finalidade de identificar viso, estratgia,
metas e valores da empresa, juntamente com as necessidades e percepes do pblico de
interesse; na segunda, realizada uma sntese do que foi detectado na pesquisa, bem como
realizado no incio do processo criativo; o design da identidade a etapa em que a
representao visual pensada e elaborada; a etapa referente criao de pontos de contato
envolve finalizao da marca e suas aplicaes; por fim, a gesto de ativos fecha o processo
com o lanamento da identidade visual e a difuso de seus padres de uso para os diversos
pblicos da empresa.
2.5.1.1 Cor
A cor de uma marca pode ser considerada um dos elementos mais importantes da
identidade visual, pois, como afirma Strunck (2007, p. 79), as pessoas podem no saber
descrever logotipo ou smbolo das marcas mais conhecidas, mas certamente sero capazes de
dizer quais so as suas cores. Isso significa que muitas pessoas podem no saber como
exatamente a marca da Coca-Cola, por exemplo, mas o predomnio da cor vermelha em seus
anncios e produtos cria uma associao cor na memria do consumidor. A cor pode ser
assim definida:
-
25
A cor uma onda luminosa, um raio de luz branca que atravessa nossos olhos.
ainda uma produo de nosso crebro, uma sensao visual, como se ns
estivssemos assistindo a uma gama de cores que se apresentasse aos nossos olhos a
todo instante, esculpida na natureza nossa frente (FARINA, 2006, p.1).
Ainda segundo Farina (2006), os olhos so nossa mquina fotogrfica, com a
objetiva sempre pronta a impressionar um filme invisvel em nosso crebro, sendo as cores
responsveis por criar diferentes tipos de sentimentos que influenciam o ser humano, tanto em
um nvel fisiolgico, como psicolgico.
O estudo das cores permite conhecer sua potncia psquica e aplic-la como fator de
atrao e seduo, com o propsito de identificar as mensagens publicitrias sob todas as
formas. Por esse motivo, a cor de uma apresentao (embalagem, rtulo ou logotipo, por
exmplo) deve estar de acordo com o carter e a qualidade do contedo ou conceito, alm de
estar ajustada aos requerimentos psicolgicos e culturais do pblico-alvo, porque, apesar de a
maior parte das pessoas no terem conscincia disso, todo indivduo, quando se depara com
cores harmonizadas corretamente, reage de forma positiva e deixa-se levar pela atrao que
elas exercem sobre os seus sentidos.
Sobre o indivduo que recebe a comunicao visual, a cor exerce uma ao trplice: a
de impressionar, a de expressar e a de construir. A cor vista impressiona a retina, e a cor
sentida provoca uma emoo. , portanto, construtiva, pois tem um significado prprio, um
valor de smbolo e a capacidade de construir uma linguagem prpria que comunique uma
ideia. Por essas qualidades expressivas e simblicas, a cor pode provocar ou estimular o
consumo de determinado produto. Para isso, a cor deve ser utilizada de forma adequada,
contribuindo decisivamente para garantir um papel positivo na mensagem de venda, sendo
esse um dos principais pontos de estratgia de marketing.
A Coca-Cola vermelha. A Pepsi azul. A BR verde e amarela, a Shell vermelha
e amarela e a Ipiranga azul e amarela. Estas cores esto intrinsecamente relecionadas
s empresas que representam, fazem parte de sua personalidade visual, podendo ser
reconhecidas a grandes distncias, antes mesmo que possamos ler seus smbolos e
logotipos (STRUNCK, 2001, p. 79).
Dentre todas as possibilidades grficas na construo de uma identidade visual, a cor
um dos itens mais lembrados. Pode-se notar isto quando as pessoas encontram dificuldades
para lembrar exatamente logotipos, smbolos ou at mesmo o nome de marcas conhecidas,
mas tm certa facilidade para descrever as suas cores.
Strunck (2001) salienta que as associaes estabelecidas com as marcas esto
relacionadas com ao repertrio cultural. Assim, comum que as marcas utilizadas
-
26
internacionalmente, como a Coca-Cola, sofram adaptaes para se adequarem aos diversos
tipos de escrita como mostra a imagem abaixo (Figura 4).
Figura 4: Identidade visual da Coca-Cola em diferentes culturas.
Fonte: Strunck, 2001, p. 32.
Todo discurso sobre a importncia da cor na identidade visual pode ser representado
por essas imagens da marca Coca-Cola nas mais diversas lnguas, que so facilmente
reconhecidas, mesmo adaptadas a diversas culturas, em funo do estabelecimento de alguns
signos recorrentes, como a onda com sua linguagem grfica caracterstica, mas
principalmente pelo uso do tradicional vermelho Coca-Cola, que j assume praticamente a
identidade do refrigerante.
Segundo Dearo, colunista do site Exame10, a escolha da cor vermelha, que permanece
utilizada pela Coca-Cola nos dias atuais, iniciou em meados de 1890, quando a marca estava
em seu princpio. Naquela poca, a empresa pintava seus barris que carregavam o xarope,
usado na fabricao da bebida, de vermelho. A cor era uma maneira de os fiscais
reconhecerem rapidamente os barris do refrigerante e no confund-los com os barris de
bebidas alcolicas. Por esse motivo, a primeira revista corporativa da marca, lanada em
1924, era chamada The Red Barrel (O Barril Vermelho), adotando essa cor como principal
elemento desde ento. Outro recurso grfico que compe a identidade visual de uma marca
a tipografia, vista a seguir.
2.5.1.2 Tipografia
A tipografia, assim como a cor, um elemento de extrema importncia para a
identidade visual de uma empresa, pois tem por funes assegurar legibilidade e garantir a
coerncia e a uniformidade das mensagens visuais da empresa (PINHO, 1996, p. 40). Ela
exerce uma ao psicolgica no pblico, que tende a gerar diversas sensaes como: leveza,
alegria, movimento, infantilidade, entre outras. Uma famlia tipogrfica pode parecer um
10 DEARO, Guilherme. Significado das cores de 10 marcas famosas. Disponvel em:
. Acesso em:
10 jun. 2016.
-
27
simples desenho de estilos para um observador qualquer, porm, como Pinho (1996, p. 41)
afirma, graas a essas formas torna-se possvel produzir imagens cada vez mais complexas e
ousadas para resolver um problema grfico.
Lupton (2006), em Pensar Com Tipos, explica que:
A histria da tipografia reflete uma tenso contnua entre a mo e a mquina, o
orgnico e o geomtrico, o corpo humano e o sistema abstrato. Essas tenses, que
marcaram o nascimento das letras impressas h mais de quinhentos anos, continuam
a energizar a tipografia hoje (LUPTON, 2006, p. 13).
Muitos dos nomes utilizados nas fontes nos dias atuais, como Garamond, Bembo,
Palatino e Jenson, herdaram seus nomes de impressores que trabalharam nos sculos XV e
XVI e, por esse motivo, so geralmente conhecidas como humanistas. Essas famlias de
tipos eram mais eretas e apareciam em livros mais prestigiados e de custo elevado, diferente
das fontes itlicas, que surgiram na Itlia do sculo XV e foram modeladas em um estilo
manuscrito mais casual ou habitual.
Com o incio das impressoras a laser de alta resoluo e das tecnologias de desenho de
fontes por contorno, como a linguagem PostScript em 1990, os designers passaram a no se
limitar por dispositivos de resoluo baixa. Assim, com a evoluo da Internet, telefones
celulares e videogames, a relevncia das fontes baseadas em pixels tornava-se maior medida
que mais informaes eram projetadas diretamente nas telas.
Um dos propsitos do logotipo usar uma famlia tipogrfica para fixar o nome de
uma organizao de modo memorvel. Os logotipos podem ser feitos com fontes existentes
ou com letras personalizadas e fazem parte de um programa de identidade amplo, o qual o
designer percebe como uma linguagem viva, de acordo com as circunstncias.
Conforme relata o histrico da Coca-Cola Company localizado na pgina oficial de
Portugal11 da empresa (ONLINE), o logotipo da Coca-Cola um dos mais conhecidos e
reconhecidos em todo o mundo. Alm disso, relatado que o logotipo sofreu poucas
alteraes ao longo dos ltimos 125 anos. Quando a frmula do refrigerante foi criada em
1886, o amigo e contabilista de John S. Pemberton, Frank M. Robinson, sugeriu o nome, pois
acreditava que os dois Cs maisculos destacariam-se quando anunciados. Com a inteno de
criar um logotipo nico, optou por uma fonte elegante e com caligrafia manual, a Spencerian,
11 COCA-COLA Portugal. A histria da marca em 8 imagens. Disponvel em:
. Acesso em: 30 mar. 2016.
http://www.cocacolaportugal.pt/historia/logotipo-da-coca-cola-a-historia-da-marca-em-8-imagens#.Vvkde-IrKUkhttp://www.cocacolaportugal.pt/historia/logotipo-da-coca-cola-a-historia-da-marca-em-8-imagens#.Vvkde-IrKUk
-
28
colocando em cada palavra, um dos extremos do C envolvendo o conjunto das palavras,
criando um destaque. Alguns meses depois da inaugurao da marca, foi feita uma alterao,
em 1887, no canto inferior do primeiro C, que passou a conter a palavra Trademark (Figura
5), para indicar que se tratava de uma marca registrada nos Estados Unidos.
Figura 5: Primeira tipografia usada no logotipo da Coca-Cola.
Fonte: A histria da marca em 8 imagens.12
Entre 1890 e 1891, a empresa adotou uma nova esttica, com espirais e um estilo
ligeiramente gtico (Figura 6), entretanto, esse novo modelo no prosperou e, em poucos
meses, voltou ao logotipo antigo, com a fonte Spencerian.
Figura 6: Tipografia de 1890 sem sucesso da Coca-Cola.
Fonte: A histria da marca em 8 imagens.13
Em 1941, o logotipo adquiriu propores mais parecidas com a forma da atualidade
(Figura 7), sendo as letras mais equilibradas e hamoniosas. A partir dos anos 50, a cor
vermelha introduzida e, posteriormente, o elemento cujo nome oficial Dynamic Ribbon
(Figura 8), o qual uma linha branca que acrescenta um dinamismo ao conjunto. Essa forma,
alm de servir de apoio para as peas grficas, inspirada pela famosa garrafa Contour.
12 COCA-COLA Portugal. A histria da marca em 8 imagens. Disponvel em:
. Acesso em: 30 mar. 2016. 13 COCA-COLA Portugal. A histria da marca em 8 imagens. Disponvel em:
. Acesso em: 30 mar. 2016.
http://www.cocacolaportugal.pt/historia/logotipo-da-coca-cola-a-historia-da-marca-em-8-imagens#.Vvkde-IrKUkhttp://www.cocacolaportugal.pt/historia/logotipo-da-coca-cola-a-historia-da-marca-em-8-imagens#.Vvkde-IrKUkhttp://www.cocacolaportugal.pt/historia/logotipo-da-coca-cola-a-historia-da-marca-em-8-imagens#.Vvkde-IrKUkhttp://www.cocacolaportugal.pt/historia/logotipo-da-coca-cola-a-historia-da-marca-em-8-imagens#.Vvkde-IrKUk
-
29
Figura 7: Introduo da cor vermelha e do Dynamic Ribbon.
Fonte: A histria da marca em 8 imagens.14
Segundo o livro The Man Behind The Bottle, de Norman Dean (2010), em 1969, foi
acrescentada marca da Coca-Cola Company uma faixa curvada, desenvolvida pela agncia
que produziu a identidade visual da empresa, a Lippincott & Margulies (hoje conhecida como
Lippincott Mercer). A faixa teve como sua principal inspirao a curva da garrafa Countour,
um de seus diferencias perante os concorrentes, e logo ficou conhecida internamente na
empresa como Dynamic Ribbon Device ou DRD.
A DRD passou a aparecer nas peas grficas com a introduo da New Coke, a qual
convidava os consumidores a pegar a onda. Embora essa nova frmula da empresa seja um
dos seus maiores fracassos pelo fato de ter substitudo a frmula original nas prateleiras, a
Dynamic Ribbon Device continua sendo utilizada at hoje em todas as promoes e
embalagens da Coca-Cola, e atualmente referida como a onda.
2.6 MARCAS E MDIAS SOCIAIS
De acordo com Recuero (2009), a era da comunicao mediada pelo computador
ocasiona mudanas nas formas como a sociedade troca informaes e determina seus modos
de ser, incluindo identidades sociais. A rede social pode ser classificada entre atores e
conexes. Os atores so as pessoas que constroem uma identidade prpria dentro desse
territrio virtual, onde preciso ser visto para existir. Para que se construa uma identidade
virtual, preciso ter um perfil onde ser delimitado, a partir de textos e imagens publicadas,
qual identidade o ator assumir. Com base nisso, outros iro definir qual a imagem que aquele
14 COCA-COLA Portugal. A histria da marca em 8 imagens. Disponvel em:
. Acesso em: 30 mar. 2016.
http://www.cocacolaportugal.pt/historia/logotipo-da-coca-cola-a-historia-da-marca-em-8-imagens#.Vvkde-IrKUkhttp://www.cocacolaportugal.pt/historia/logotipo-da-coca-cola-a-historia-da-marca-em-8-imagens#.Vvkde-IrKUk
-
30
perfil transmite, fazendo com que o conjunto de elementos do ambiente virtual estabelea a
comunicao entre os atores.
A autora considera que a necessidade que a sociedade tem de se mostrar para o
mundo de forma que outras pessoas notem cada passo do seu dia-a-dia, atualmente tem como
um de seus melhores aliados a rede social Instagram, que voltada especificamente para o
compartilhamento de fotos e vdeos com o auxlio de hashtags15 em seus textos de apoio. Na
postagem do Instagram, tambm possvel curtir uma imagem ou deixar comentrios a
respeito de algo, alm de marcar algum, identificando pessoas na imagem publicada. Do
mesmo modo, perfis criados no Instagram no pertencem necessariamente a uma pessoa
fsica, pelo contrrio, podem haver perfis de diferentes grupos de interesse, pessoas famosas
ou empresas.
Quando utilizadas como recursos miditicos, as redes sociais podem ser tratadas como
mdias sociais:
comum a confuso desse termo com o conceito de redes sociais. Estas tratam de
conjuntos que, atravs das interaes e relaes de influncias exercidas pelos
membros, promovem o compartilhamento de mensagens e a produo de
conhecimento coletivo. As mdias sociais constituem na utilizao destas prticas
considerando-as como recursos miditicos. Em outros termos, reconhecido que tais
mdias so redes que se aproveitam do ambiente virtual. (BARROS; COSTA;
OLIVEIRA. 2011, p. 2.)
Conforme Piza (2012), a maior preocupao das marcas antigamente era manter o
contato com seus clientes por meios analgicos ou mdias tradicionais. Na migrao para o
ambiente virtual, no foi diferente: o acesso ao cliente, seja em qualquer plataforma, recebe
maior preocupao por parte da empresa. Dessa maneira, com a quantidade significativa de
usurios aderindo s novas plataformas, facilitada a abertura de oportunidades para novas
estratgias publicitrias, uma vez que h a possibilidade de colocar em prtica a comunicao
da empresa com seu pblico por meio desses canais de relacionamento.
15 Expresso bastante comum entre os usurios das redes sociais, na internet. Consiste de uma palavra-chave
antecedida pelo smbolo sustenido. As hashtags so utilizadas para categorizar os contedos publicados nas redes
sociais, ou seja, cria uma interao dinmica do contedo com os outros integrantes da rede social, que esto ou
so interessados no respectivo assunto publicado.
-
31
3 METODOLOGIA
O presente captulo inicia com abordagem e mtodo, em que so definidas as formas
como os dados sero tratados na pesquisa; em seguida, so explicados os mtodos de
procedimentos e as tcnicas empregadas, desde a coleta de dados, at a anlise. Tambm so
referidos momentos da histria de Coca-Cola Company, de Coca-Cola Jeans e de Coca-Cola
Shoes, captulo que finaliza com a apresentao do corpus de anlise.
3.1 ABORDAGEM E MTODO
O estudo foi de abordagem qualitativa, que de acordo com Michel (2005, p.33) a
verdade no se comprova numrica ou estaticamente, mas convence na forma de
experimentao emprica. Nesse tipo de abordagem, necessria uma anlise detalhada,
abrangente e consistente por parte do pesquisador, que necessita participar, compreender e
interpretar os argumentos lgicos das ideias. O pesquisador deve concentrar-se no processo
como principal instrumento e no no resultado, abrindo espao para a interpretao. Desse
modo, o entrevistado tem maior liberdade ao responder, vindo a ser mais espontneo.
O raciocnio da pesquisa seguiu o mtodo indutivo, ou seja, a partir do estudo de um
nmero de elementos ou casos, tornou-se possvel uma concluso mais abrangente sobre o
problema de pesquisa. Para Lakatos e Marconi,
Induo um processo mental por intermdio do qual, partindo de dados
particulares, suficientemente constatados, infere-se uma variedade geral ou
universal, no contida nas partes examinadas. Portanto, o objetivo dos argumentos
indutivos levar a concluses cujo contedo muito mais amplo do que o das
premissas nas quais se basearam (LAKATOS; MARCONI, 2007, p,86).
A induo, portanto, parte da observao e experimentao, com o objetivo de
alcanar uma concluso. O propsito descrever, explicar e prever a realidade, partindo-se de
observaes e, posteriormente, da formulao das hipteses.
3.2 MTODOS E TCNICAS: PROCEDIMENTOS
A primeira etapa da investigao foi uma pesquisa exploratria, a fim de se conhecer
mais sobre o objeto de estudo, isto , a marca Coca-Cola e seu licenciamento a produtos de
-
32
outros segmentos, e sobre os conceitos tericos considerados relevantes, relacionados
principalmente marca e comunicao integrada de marketing.
Quanto s etapas mais concretas do trabalho, referentes aos procedimentos, esta
pesquisa um estudo de caso, pois realiza a tcnica de triangulao de dados. Essa forma
estratgica, segundo Campbell e Fisk (1959), defende o uso de mltiplos mtodos de pesquisa
e geralmente descrita como uma metodologia convergente, multimtodo/multitrao ou
validao convergente.
Para Maxwell (1996), a triangulao reduz o risco de que as concluses de um estudo
reflitam enviesamentos ou limitaes prprios de um nico mtodo. Ela capaz de unir
fontes e mtodos de coleta de dados qualitativos e tem como objetivo contribuir para realar
nossa compreenso e, assim, permitir dimenses mais aprofundadas. H dois ngulos em que
a triangulao pode ser vista: a contribuio estratgica na validade de uma pesquisa e a
possibilidade de novos conhecimentos adquiridos, conforme afirma Vergara (2006).
As tcnicas utilizadas para a coleta de dados foram as de observao direta intensiva,
que, segundo Lakatos e Marconi (2003), se diferenciam da indireta por propiciarem o contato
direto do pesquisador com as fontes de dados. Nesse sentido, foram utilizadas duas tcnicas: a
observao e a entrevista. A observao foi feita no ponto de venda dos produtos licenciados
(Coca-Cola Jeans e Coca-Cola Shoes), a loja Hidrognio, em Santa Maria (RS). A
pesquisadora observou individualmente o ponto de venda e registrou, atravs de fotografias,
ambientes, mobilirio e sinalizaes. A entrevista foi realizada pela pesquisadora, tambm
individualmente e face a face, com o proprietrio da loja Hidrognio, presencialmente no
estabelecimento.
Para isso, foi realizada uma entrevista semiestruturada (APNDICE A), que se
caracteriza por um roteiro de perguntas que podem ser adaptadas conforme o
desenvolvimento da entrevista. Manzini (1991) considera que a entrevista semiestruturada
consiste na confeco de um roteiro com perguntas principais sobre o assunto em foco, que
so complementadas por outras questes decorrentes da circunstncia momentnea da
entrevista. Essa tcnica, portanto, mostrou-se ideal por organizar a entrevista sem restringi-la.
Alm do estudo de caso, outro mtodo utilizado nesta pesquisa foi a anlise de
contedo, realizada nas peas publicitrias:
- Uma pea publicitria veiculada em 2011 do comercial Razes para acreditar, da
Coca-Cola Company, que serviu de referncia para os valores de marca e a identidade da
Coca-Cola;
-
33
- Seis postagens da Coca-Cola Company, seis da Coca-Cola Jeans e seis da Coca-
Cola Shoes, coletados da rede social Instagram em novembro de 2015, dezembro de 2015 e
janeiro de 2016.
Alm disso, foi feita uma anlise de contedo da entrevista com o proprietrio e
gerente da loja Hidrognio (loja autorizada da Coca-Cola Jeans e Shoes em Santa Maria/RS)
a qual foi selecionada para esta pesquisa.
A anlise de contedo foi composta por duas etapas:
a) Uma descrio de textos verbais e no-verbais das peas escolhidas, elencando seus
principais aspectos visuais utilizados, como cores, tipos, estilos, formas, entre outros;
b) Uma interpretao de como esses elementos esto associados identidade visual,
imagem percebida e aos valores de marca de Coca-Cola.
3.3 A COCA-COLA COMPANY
De acordo com o livro Histria do Mundo em Seis copos, de Standage (2005), durante
o sculo XX, os Estados Unidos direcionava seu poder para o mercado externo, focando
intervir decisivamente nas duas guerras mundiais. Iniciou-se ento a Guerra Fria com a Unio
Sovitica, em 1945, que se tornou uma disputa por poder econmico e poltico. No fim, os
soviticos no podiam mais competir, e o sculo foi considerado um sculo norte-
americano, pois os Estados Unidos ficaram sem desafiantes ou concorrentes, sendo a nica
superpotncia em um mundo onde as naes estavam interrelacionadas intensamente pelo
comrcio e pelas comunicaes.
A ascenso da Coca-Cola durante o sculo XX foi, em outras palavras, um reflexo da
ascenso dos Estados Unidos na economia mundial, da globalizao da guerra, da poltica, do
comrcio e principalmente das comunicaes. Aos que desaprovavam essa situao, isso
significava um capitalismo global intenso, a unio de corporaes e marcas globais rumo a
sociedades americanizadas ao redor do mundo. J aos que aprovavam, significava a expresso
da liberdade econmica e poltica, o sonho genuno norte-americano.
O primeiro refrigerante artificialmente gaseificado foi produzido em uma cervejaria
em Leeds, cidade do norte da Inglaterra, em torno de 1767, pelo clrigo e cientista ingls
Joseph Priestley. Ele morava ao lado de uma cervejaria e ficou encantado pelo gs que
borbulhava dos tonis de fermentao. Priestley ento se empenhou a investigar as
propriedades deste gs e, transferindo a gua rapidamente entre dois copos acima dos tonis,
notou que o gs se dissolvia na gua produzindo uma gua espumante agradvel. Priestley
-
34
apresentou Sociedade Real de Londres suas descobertas em 1772. Hoje o gs conhecido
como o dixido de carbono, e a gua como gua com gs.
Segundo informaes contidas na pgina oficial da Coca-Cola Company16 (ONLINE),
em 1886 nascia a marca atravs de John Stith Pemberton, um farmacutico de Atlanta que,
com suas manipulaes experimentais que visavam descobrir a cura para dores de cabea,
acabou criando uma mistura lquida de cor caramelo. Essa mistura foi levada para a Jacobs
Pharmacy, em Atlanta, onde, misturada com gua carbonatada, foi oferecida aos clientes.
Robinson, um dos scios na poca, sugeriu o nome Coca-Cola ao juntar os dois ingredientes
principais do produto e desenhou as letras do nome com sua prpria caligrafia, em letra
cursiva. Assim, h 25 anos, a marca vem sendo um estimulante das interaes sociais e uma
inovao inspiradora no segmento de bebidas.
Standage (2005) conta que, na verdade, essa histria bem mais complicada. Segundo
seu livro, John Stith Pemberton era um experiente produtor de remdios falsos bastante
populares nos Estados Unidos no final do sculo XIX. Alguns eram inofensivos, mas em
outros havia substncias que, em grande quantidade, eram nocivas para a sade. A
popularidade desses remdios gerava uma desconfiana nos convencionais pois eram caros e
ineficientes. Os patenteados ofereciam seus produtos atravs de jornais e revistas com um
discurso sedutor por destacarem os ingredientes exticos ou no conhecimento mdico dos
ndios nativos e com nomes que faziam aluses a religio, o patriotismo ou a mitologia. No
final do sculo XIX, esses remdios j representavam a maior fonte de anncios na indstria
jornalstica.
Pemberton tinha um sucesso varivel, mas em 1872 ele teve sua falncia declarada.
Apesar desse fato, continuou a fabricar seus remdios patenteados com a esperana de que um
deles o deixasse rico. Em 1884, passou a alcanar bom retorno em suas vendas devido a um
novo ingrediente, a coca. Em 1885, a cocana foi isolada das folhas de coca que ento tornou-
se um grande tema que chamou a ateno de cientistas e mdicos ocidentais, que comearam
a achar que ela poderia curar os dependentes de pio. Pemberton estava desenvolvendo uma
bebida chamada vinho francs de coca que era uma tentativa de imitar outro remdio j
patenteado, chamado Vinho Mariani, no qual folhas de coca ficavam em infuso por seis
meses. Ele ento copiou a frmula do vinho com infuso de coca acrescentando o extrato de
cola. A cola tambm j havia se tornado conhecida no Ocidente, pois continha 2% de cafena
em sua frmula sendo assim estimulante quando mastigada.
16 COCA-COLA Company. 125 Years of Sharing Happiness. Disponvel em: . Acesso em: 08 set. 2015.
http://www.coca-colacompany.com/history/http://www.coca-colacompany.com/history/
-
35
Em primeiro de julho de 1886, a cidade de Atlanta e o condado de Fulton decidiram
votar pela proibio da venda de lcool por dois anos. Pemberton ento precisava produzir um
remdio no alcolico rapidamente. Comeou a trabalhar em cima de seus principais
ingredientes, coca e cola e mascarando o amargor com acar e sendo distribudo como uma
gua gasosa medicinal. Em maio do mesmo ano, feliz com sua frmula, um de seus
associados, Frank Robinson, fez uma sugesto de nome para sua frmula e a chamou de
Coca-Cola. Assim, segundo o livro, sua criao no foi uma inveno acidental de um
farmacutico comum, mas meses de trabalho de um experiente produtor de remdios
patenteados.
Em todos esses anos, momentos histricos ajudaram a criar uma marca global. De
acordo com o site oficial da empresa, devido sua forte visibilidade, a Coca-Cola foi fonte de
referncia para outros concorrentes que tentaram imit-la com variaes de nomes e logotipos
bem similares. Koka-Kola, Koca-Nola, Celery-Cola e Koke foram apenas alguns dos produtos
que tentaram capitalizar sobre o sucesso da marca original. Objetivando a diferenciao em
cada detalhe, a marca solicitou aos fabricantes de garrafas, em 1915, que apresentassem
projetos com o objetivo de que a garrafa de Coca-Cola pudesse ser reconhecida at mesmo no
escuro, somente pela sensao do tato no design de sua garrafa.
Em 1931, a Coca-Cola Company produziu sua primeira publicidade de Natal, em um
esforo para aumentar as vendas durante os meses de inverno. Foram utilizadas vrias
imagens diferentes de Papai Noel, mas nenhuma delas provou ser popular entre os
consumidores, at 1931. Neste ano, o executivo de publicidade da Coca-Cola, Archie Lee,
contratou o ilustrador Haddon Sundblom para pintar um Papai Noel que fosse realista.
Sundblom ento se inspirou no poema de Clement Moore, A Visit From St. Nicholas, para
criar a grande, vermelha e alegre viso do Papai Noel (Figura 8), a qual foi utilizada por mais
de 30 anos pela companhia e, at hoje, muito conhecida.
-
36
Figura 8 Papai Noel da Coca-Cola Company
Fonte: Site Oficial da Coca-Cola Company17
No Dia de Ao de Graas de 1950, a Coca-Cola Company comeou a anunciar na TV
americana e ao longo dos anos, trs anncios ficaram mais associados com a marca e esto
entre os melhores anncios de televiso de todos os tempos. O primeiro, "I'd Like to Buy the
World a Coke", ou "Hilltop, como o anncio muitas vezes chamado, foi criado em 1971. A
msica para o anncio foi gravada pelo The New Seekers, um grupo de msica folk
australiano. Lanado como um anncio de rdio em fevereiro do mesmo ano, e filmado em
seguida, como um spot televisivo, o anncio foi um clssico instantneo com milhares de
pessoas que escreveram para a companhia solicitando a msica. Uma gravao da cano com
as referncias Coca-Cola removidas ento foi realizada pelo The New Seekers e liderou as
paradas em vrios pases ao redor do mundo.
O segundo foi o encontro entre o icnico atacante defensivo do time Pittsburgh
Steeler, Joe Greene, e um jovem rapaz que ofereceu ao seu heri a sua Coca-Cola e recebeu a
camiseta como recompensa, foi criado em 1970 e foi ao ar em outubro. No entanto, quando
foi ao ar durante o Super Bowl 1980 (que o time ganhou), o anncio se tornou um dos
clssicos do Super Bowl de todos os tempos.
O terceiro foi em 1993, quando animaes de ursos polares foram introduzidas em um
comercial chamado Northern Lights e se tornaram cones da marca. Eles foram animados pela
produtora Rhythm and Hues usando a mais atual tecnologia da poca. Inmeros comerciais de
ursos foram produzidos desde ento. Suas atividades tm includo esportes como o esqui e a
patinao, enquanto filhotes brincalhes foram recentemente acrescentados aumentando a
famlia.
17 COCA-COLA Company. 125 Years of Sharing Happiness. Disponvel em: . Acesso em: 26 set. 2015.
http://www.coca-colacompany.com/history/http://www.coca-colacompany.com/history/
-
37
A bebida no s alterou hbitos de consumo, como criou atitudes em relao ao
lazer, ao trabalho, publicidade, ao sexo, vida familiar, e ao patriotismo. Enquanto
a Coca-Cola inunda o mundo com seu borbulhar decididamente agradvel, sua
histria ganha mais importncia (MARK PENDERGRAST, 1993, p. 27).
Na atualidade, a Coca-Cola uma das nicas marcas com presena mundial e que
patrocina os dois maiores eventos esportivos do mundo, os Jogos Olmpicos e a Copa do
Mundo, e isso h mais de 80 anos. a maior empresa de bebidas no alcolicas no mundo,
fabricando quase 500 marcas, 3.000 bebidas e atendendo a 1,6 bilhes de consumidores por
dia.
3.4 COCA-COLA JEANS
De acordo com o artigo de Lorente (2015) publicado pelo site Portal de Branding, a
Coca-Cola Jeans teve incio em 2004, quando a marca Colcci, do grupo brasileiro AMC
Txtil, criou uma linha de roupas que se chamava Coca-Cola by Colcci. Em 2005, devido ao
grande volume de vendas da linha da Colcci a Coca-Cola licenciou sua marca para o grupo
AMC e foi criada a Coca-Cola-Clothing.
Segundo matria publicada pela revista Exame, a principal ideia da Coca-Cola
agregar valor marca me atravs de produtos licenciados. As primeiras lojas franquiadas
exclusivas da marca foram inauguradas no Moinhos Shopping, de Porto Alegre, no Barra
Shopping, do Rio de Janeiro e no Shopping Eldorado, de So Paulo em 2011.
Mesmo no possuindo relao direta com as bebidas, as empresas licenciadas devem
encaminhar todos os planos e linhas de produtos para a sede da Coca-Cola em Atlanta, nos
Estados Unidos, para aprovao, com o objetivo de garantir o alinhamento esttico da marca.
No se obteve resposta a um e-mail encaminhado para a pgina da Coca-Cola Jeans
em relao nova assinatura da marca, que passou de Coca-Cola Clothing para Coca-Cola
Jeans, porm, foram encontradas referncias de sites no oficiais de que a mudana foi
decorrente de um processo de consolidao da marca no universo da moda, com uma nova
assinatura mais jovem, que tem o jeanswear como carro-chefe de suas colees.
Conforme a pgina oficial da empresa18 (ONLINE), o objetivo da Coca-Cola Jeans
criar um universo de positividade buscando novas experincias, saindo da zona de conforto e,
assim, transitar entre pontos de criatividade e cultura. Em outras palavras, o objetivo levar a
histria marcada como smbolo de liberdade e juventude.
18 COCA-COLA Jeans. A marca. Disponvel em: . Acesso em: 03
out. 2015.
http://www.cocacolajeans.com.br/a-marca
-
38
3.5 COCA-COLA SHOES
Segundo informaes contidas na pgina oficial da feira latino americana de calados
e artefatos Couromoda19, a primeira etapa do projeto de licenciamento da marca Coca-Cola
para a empresa Sugar Shoes do municpio de Picada Caf/RS ocorreu em 2009, com o
objetivo de transmitir os valores da marca em um novo segmento de produtos, calados, tendo
como tema principal a felicidade em movimento. Paulo Schneider, gestor de novos negcios
da Sugar Shoes, conta que o licenciamento da Coca-Cola com a empresa gacha foi a
primeira experincia feita no segmento de calados.
Naquele perodo, o desenvolvimento dos produtos baseava-se nas tendncias de moda
e no conceito da marca internacional. Mais tarde, os principais desafios foram a distribuio e
as estratgias de comunicao da marca, em que atuava a agncia Invento Propaganda, de
Taquara/RS. Segundo Schneider, a deciso do consumidor ocorre no PDV ento era preciso
acertar em cheio nas peas. Com o intuito de chamar a ateno no PDV, foram criados
diversos materiais como: ttens, sinalizadores e expositores grandes em forma de garrafas e
engradados em MDF.
O projeto ganhou uma equipe de vendas prpria que contribuiu para o progresso dos
resultados comerciais. Hoje a marca possui um nmero acima de 1,5 mil clientes cadastrados
no Brasil, entre eles esto as redes Centauro e World Tennis. Alm do Brasil, a Sugar Shoes
comercializa a linha de calados em mais de 20 pases.
De acordo com a pgina oficial da Suga Shoes20 (ONLINE), a marca atualmente conta
com um portflio de produtos amplo, alm de trabalhar com a linha Recycle, a qual inclui
tnis, abotinados, sapatilhas e sandlias de material reciclado.
3.6 CORPUS DE ANLISE
Os materiais escolhidos para a anlise foram definidos por convenincia e por
possurem elementos significativos na identidade visual que remetem marca de refrigerantes
Coca-Cola.
19 COUROMODA. A trajetria de sucesso da Coca-Cola Shoes. Disponvel em:
. Acesso em 18 out. 2015. 20 COCA-COLA Shoes. Sobre ns. Disponvel em: Acesso em:
18 out. 2015.
-
39
O primeiro material selecionado para anlise foi o VT comercial publicado em 2011,
na plataforma digital Youtube, da Coca-Cola Brasil, intitulado Razes para acreditar (Figura
9), cujo tema da campanha era Abra a Felicidade, em comemorao aos 125 anos da marca.
Figura 9 Razes para acreditar
Fonte: Coca-Cola Brasil, Youtube.21
Este serviu como apoio para a anlise final. No VT, a empresa convida os
consumidores a compartilharem suas razes de acreditar em um mundo melhor e demonstra
que h mais solues do que problemas, alm de salientar que coisas boas acontecem a todo o
momento.
3.6.1 Posts do Instagram
O segundo material analisado foram as peas da rede social Instagram que foram
estabelecidas principalmente por ser esse o meio de divulgao onde os trs segmentos
possuem um padro de publicaes semelhante em frequncia, possibilitando uma melhor
anlise e comparao entre as peas.
Foram destacados trs meses: novembro de 2015, dezembro de 2015 e janeiro de
2016, por corresponderem a meses de transies das marcas em razo de datas
comemorativas: Natal e Ano Novo. Em cada ms, foram estabelecidas seis peas de cada
segmento, que resultou em um total de 18 peas analisadas (Quadro 1).
21 YOUTUBE. Razes para acreditar. Disponvel em: .
Acesso em: 01 nov. 2015.
-
40
Quadro 1 Peas selecionadas para anlise
DATA
COCA-COLA
COMPANY SIGLA
COCA-COLA
JEANS SIGLA
COCA-COLA
SHOES SIGLA
Nov.2015
CCC01
CCJ01
CCS01
Nov.2015
CCC02
CCJ02
CCS02
Dez.2015
CCC03
CCJ03
CCS03
Dez.2015
CCC04
CCJ04
CCS04
Jan.2016
CCC05
CCJ05
CCS05
Jan.2016
CCC06
CCJ06
CCS06
Fonte: Elaborado pela autora.
-
41
No prximo captulo, encontra-se a apresentao da anlise realizada a partir das peas
selecionadas da rede social Instagram, alm do VT comercial, da observao registrada no
ponto de venda