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COLÉGIO ESTADUAL DO CAMPO CORONEL LUIZ JOSÉ DOS
SANTOS. ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
APUCARANA – PARANÁ
2012
SUMÁRIO
1 – APRESENTAÇÃO..................................................................................................4
2 – IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA..............................................................................6
3– MARCO SITUACIONAL..........................................................................................7
3.1 Criação e Estrutura Física......................................................................................7
3.2 Biografia do Patrono da Escola ...........................................................................10
3.3 Perfil do alunado...................................................................................................11
3.4 Quadro de Pessoal...............................................................................................11
3.5 Histórico de Pirapó................................................................................................12
3.6 Filosofia da Escola................................................................................................14
3.7 Resultados Educacionais......................................................................................19
4 – OBJETIVOS.........................................................................................................23
5 – MARCO CONCEITUAL........................................................................................25
5.1 Concepção de Homem.........................................................................................25
5.2 Concepção de Mundo...........................................................................................25
5.3 Concepção de Educação......................................................................................26
5.4 Concepção de Educando.....................................................................................27
5.5 Concepção de Educador......................................................................................29
5.6 Concepção de Escola...........................................................................................30
5.7 Concepção de Currículo.......................................................................................31
5.8 Concepção de Letramento...................................................................................34
5.9 Concepção de Trabalho.......................................................................................36
5.10 Concepção de Valores e Princípios....................................................................37
5.11 Concepção de Conteúdos..................................................................................39
5.12 Concepção de Tecnologia..................................................................................40
5.13 Concepção de Cultura........................................................................................42
5.14 Concepção de Cidadania...................................................................................43
5.15 Concepção de Ciências......................................................................................44
5.16 Concepção de Avaliação e Recuperação.......................................................... 44
5.17 Princípios Norteadores da Educação.................................................................46
5.18 Concepção de Gestão Escolar...........................................................................48
5.19 Concepção de Conselho de Classe...................................................................50
5.20 Concepção de infância e adolescência..............................................................51
5.21 Concepção de Sociedade..................................................................................53
5.22 Concepção de Conhecimento............................................................................55
5.23 Concepção de Ensino-aprendizagem................................................................56
VII – MARCO OPERACIONAL..................................................................................58
VIII – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................75
ColColColColéééégio Estadual Do Campo Coronel Luiz Josgio Estadual Do Campo Coronel Luiz Josgio Estadual Do Campo Coronel Luiz Josgio Estadual Do Campo Coronel Luiz Joséééé dos Santos dos Santos dos Santos dos Santos –––– Ensino Ensino Ensino Ensino
Fundamental e MFundamental e MFundamental e MFundamental e Méééédiodiodiodio
Projeto PolProjeto PolProjeto PolProjeto Políííítico Pedagtico Pedagtico Pedagtico Pedagóóóógico (P.P.P.)gico (P.P.P.)gico (P.P.P.)gico (P.P.P.)
“Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a
sua própria produção ou a sua construção”.
(Paulo Freire)
I I I I –––– APRESENTA APRESENTA APRESENTA APRESENTAÇÃÇÃÇÃÇÃO O O O
O projeto pedagógico exige profunda reflexão sobre as finalidades da escola,
assim como a explicitação de seu papel social e a clara definição de caminhos,
formas operacionais e ações a serem empreendidas por todos os envolvidos com o
processo educativo. Seu processo de construção aglutinará crenças, convicções,
conhecimentos da comunidade escolar, do contexto social e científico, constituindo-
se em compromisso político e pedagógico coletivo. Ele deve ser concebido com
base nas diferenças existentes entre seus autores, sejam eles professores, equipe
técnico-administrativa, pais, alunos e representantes da comunidade local.
É, portanto, fruto de reflexão e investigação. Conhecer a escola mais de perto
significa colocar uma lente de aumento da dinâmica das relações e interações que
se constituem seu dia-a-dia, aprendendo as forças que a impulsionam ou que a
retêm, identificando as estruturas de poder e os modos de organização do trabalho
escolar, analisando a dinâmica de cada sujeito nesse complexo interacional.
O Projeto Político Pedagógico explicita os fundamentos teóricos metodológicos,
os objetivos, o tipo de organização e as formas de implementação e avaliação da
escola. As modificações que se fizerem necessárias, resultarão de um processo de
discussão, avaliação e ajustes que venham ao encontro dos interesses e
necessidades da comunidade escolar.
Veiga afirma que: “É político no sentido de compromisso com a formação do cidadão para um tipo de sociedade. (...) Na dimensão pedagógica reside a possibilidade da efetivação da intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e criativo. Pedagógico, no sentido de definir as ações educativas e as características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade.” (1995, p.13) Construir um projeto político pedagógico significa enfrentar o desafio da
mudança e da transformação por isso ele é dinâmico e exige comprometimento e
esforço de todos e também atender a L.D.B nacional em seu artigo 12, parágrafo I que
“incumbe os estabelecimentos de ensino respeitadas as normas comuns a elaboração
e execução de sua proposta pedagógica”.
Este projeto político pedagógico é resultado da participação de todos os
segmentos a comunidade escolar (professores, alunos, pais, equipe pedagógica,
serviços gerais, administrativos e direção).
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2 – Identificação da Escola
Nome da Escola: Nome da Escola: Nome da Escola: Nome da Escola: Colégio Estadual do Campo Coronel Luiz José dos Santos. Ensino
Fundamental e Médio.
Código do MEC: 41025865
Código do Município: 0140
Código do Colégio: 01050
Núcleo Regional de Educação: Apucarana
Endereço: Rua Augusto Ferreira Chagas, s/nº
CEP: 86818-000
Bairro: Distrito de Pirapó UF: PR
Município: Apucarana
Telefone/Fax: 43 3440-1349
Endereço eletrônico: [email protected]
Site: www.apuluizsantos.seed.pr.gov.br
Dependência administrativa: Estadual
Localização/zona da escola: Urbana
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3 – MARCO SITUACIONAL
3.1 Criação e Estrutura Física
O Colégio Estadual do Campo Coronel Luiz José dos Santos – Ensino
Fundamental e Médio se localiza a Rua Augusto Ferreira Chagas s/n, distrito de
Pirapó, distante 09 km do município de Apucarana/PR.
Foi criado pelo Decreto nº. 8.216 de 29/12/1967 publicado no Diário Oficial
de 30/12/1967 e começou a funcionar em 1º de março de 1968 no período noturno, no
prédio do então Grupo Escolar de Pirapó, tendo como mantenedora a Campanha
Nacional dos Educandários Gratuitos. O nome do Colégio foi escolhido em
homenagem ao 1º Prefeito de Apucarana, Tenente Coronel Luiz José dos Santos, que
foi nomeado para esse cargo pelo Interventor Manoel Ribas, em 1944.
Em 1971 pela portaria nº. 698 de 11/02/1971 passou a funcionar como
extensão do Colégio Nilo Cairo de Apucarana até 1980.
A partir de 01/07/1980 pelo Decreto de criação nº. 2598 fica autorizado a
funcionar como Escola Coronel Luiz José dos Santos – Ensino de 1º grau, mantido
pelo Governo do Estado do Paraná, sendo este curso reconhecido pela Resolução nº.
2888/81 de 23/09/1981.
O ensino de 2º grau foi implantado no ano de 1987, pela Resolução nº.
347/87 de 23/07/87 e reconhecido pela Resolução 1.119/90 de 26/04/90 Diário Oficial
em 14/05/90.
Em 1990 houve a cessação das 4 (quatro) últimas séries do 1º grau pela
Resolução nº. 1.700/90 de 19 de junho de 1990, devido à municipalização de Ensino.
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E a partir desta data o Estabelecimento continuou ofertando apenas as três séries do
2º grau no período noturno, no prédio compartilhado com a Escola Municipal Vereador
José Ramos de Oliveira.
O prédio do Colégio, no ano de 1998, recebeu algumas melhorias através
do Programa PROEM (Programa de expansão e melhoria do Ensino Médio), mudando
sua entrada que era feita pela Rua Domingos Sbompato (hoje, portão do
estacionamento) para a Rua Augusto Ferreira Chagas, através da construção de um
portal e uma rampa de acesso à parte interna da escola. Através deste programa,
Também foram construídos a biblioteca, o antigo laboratório de informática e outras
mudanças em seu interior como piso, portas, etc.
No ano de 2002, o Colégio Estadual Coronel Luiz José dos Santos pela
Resolução nº. 951/02 volta a ofertar o ensino fundamental de 5ª a 8ª série devido à
cessação definitiva da Escola Municipal Prefeito Jorge Maia – Ensino Fundamental,
mantida pela Prefeitura Municipal de Apucarana, passando então este
estabelecimento denominar-se Colégio Estadual Coronel Luiz José dos Santos –
Ensino Fundamental e Médio.
A partir do ano de 2012, passa a ser ofertado simultaneamente o ensino do
6º ao 9º ano de acordo com a lei nº. 11 114/05 que altera o artigo 6º da LDB, e com a
Instrução nº 008/2011 – SUED/SEED, do Sistema Estadual de Ensino e torna
obrigatória a matrícula da criança aos seis anos de idade no Ensino Fundamental e da
lei nº. 11 274/06 que amplia o ensino para nove anos.
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O estabelecimento funciona em 03 turnos ofertando o Ensino Fundamental
de 6º ao 9º ano e no período matutino das 07h30min às 12h00min horas e vespertino
das 13h00min às 17h30min e Ensino Médio no período matutino e noturno da
19h00min às 23h00min horas. Possui 14 turmas, 08 no Ensino Fundamental e 06 no
Ensino Médio.
A escola dispõe da seguinte estrutura física:
- 07 salas de aula;
- Secretaria;
- Salas de direção e coordenação pedagógica;
- Sala de professores;
- Sanitário para funcionários;
- Biblioteca;
- Laboratório de informática;
- Laboratório de química, física e biologia;
- Cozinha;
- Refeitório;
- Depósito;
- Sanitários masculino e feminino;
- Pátio coberto;
- Quadra esportiva coberta;
- Casa do caseiro;
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- Estacionamento.
A escola é um espaço de formação e desenvolvimento das potencialidades
e individualidades do cidadão onde toda a comunidade escolar vivencia momentos
importantes como: palestras educativas, reuniões de pais e professores,
confraternização entre alunos/pais/professores e experiências de valorização do ser
humano, buscando ressaltar atitudes que efetivamente contribuam para a formação
integral do aluno.
3.2 Biografia do Patrono da Escola
O Tenente Coronel Luiz José dos Santos, nasceu na cidade da Lapa - Pr a
22 de janeiro de 1908. Veio para Apucarana na condição de 1º Prefeito, nomeado por
ocasião da Instalação do Município a 28 de janeiro de 1944; pelo então Interventor
Manoel Ribas; ficando no poder até 14 de outubro de 1945. Apesar de sua gestão ser
tão breve, desenvolveu um grande trabalho nesse período, sendo que no seu governo
foi instalada, com grande festividade a Comarca de Apucarana. Também incentivou o
primeiro jornal da cidade, “Clarim de Apucarana”, editado pela 1ª vez a 25 de fevereiro
de 1945.
A 11 de dezembro de 1951, volta à Prefeitura de Apucarana no cargo de
Prefeito Municipal, sendo eleito através de eleições diretas. Com seu aprimorado tacto
político, e, tino administrativo realizou as seguintes obras nessa gestão: 2º Grupo
Escolar, 1º Ginásio, Escola de Trabalhadores Rurais, Quartéis da Polícia Militar e
Corpo de Bombeiros, Escola Normal Secundária, Coletoria Estadual, Praça Interventor
Manoel Ribas, sendo que parte dessas obras foram inauguradas a 28 de janeiro de
1954 ( 1º decênio de Apucarana).
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A 11 de dezembro de 1955 termina seu mandato político como Prefeito de
Apucarana.
O Tenente Coronel Luiz José dos Santos veio a falecer a 19 de abril de
1961, na cidade de Curitiba.
3.3 Perfil do alunado
O Colégio Estadual do Campo Coronel Luiz José dos Santos, atende alunos
oriundos do próprio Distrito, do Distrito de Caixa de São Pedro e zona rural de
abrangência. A idade dos alunos varia entre 10 e 20 anos. A maioria dos pais possui o
Ensino Fundamental completo ou incompleto; uma pequena parte o Ensino Médio e
uma minoria são de analfabetos. Trabalham na lavoura (proprietários, arrendatários e
diaristas) comércio, indústrias ou são funcionários públicos, caracterizando uma
população de classe média baixa ou pobre. Os alunos do período noturno são também
trabalhadores da zona rural ou do comércio e pequenas empresas em Apucarana.
Quase 50% dos alunos moram na zona rural sendo atendidos pelo
transporte escolar. Este fato demonstra que nossa escola pode ser considerada uma
Escola do Campo, pois atende um alunado basicamente de filhos de agricultores e
está localizado em um Distrito, onde a escola tem por objetivo resgatar, valorizar e
contribuir com a permanência destes alunos no campo.
3.4 Quadro de Pessoal
Nome Função Formação Enilza Vanda Champam Diretora Especialização Elizabeti Apda. de Oliveira Bevelo Pedagoga Especialização Iraci Lapietra Zacarias Pedagoga Especialização Alaene Muchão Ferraresi Hannoun Professora Especialização Aline Gonçalves Tomé Professora Especialização Andrea Augustinho Teodoro Professora Especialização
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Camila Zukovisk Professora Especialização Carlos Rogério Chaves Professor Especialização Claudiomara Maria Klita professora Especialização Clevoneide do Carmo Oliveira Professora Mestrado Dalva Gonçalves de Moura Professora Especialização Daniele Cristina Hegeto de Freitas Professora Especialização Elaine Cristina de Souza S. Garcia Professora Especialização Elaine H. Benassi Professora Especialização Eliete Aparecida Champam Professora Especialização Gisele Oliveira Khun Professora Especialização Francielton Custódio Professor Especialização Helena Maria Martins M. Fadul Professora Especialização Izabel Aparecida Salvarani Professora Especialização Joacy Roney Cessel Professor Especialização Luciana Mesquita Avanci Professora Especialização Márcia Aparecida Lenartovicz Professora Especialização Maria de Lourdes C. de Abreu Professora Especialização Maria Inês Fenato Ribeiro Professora Especialização Marilza Montanari Dante Professora Especialização Marta Valentina Ferreira de Freitas Professora Especialização Milene Mayumi Makita Professora Especialização Nilson Juliano Klebis Professor Especialização Nilvia inês de Godoi Gonçalves Professora Especialização Osny Mathias Hoffmann Professor Especialização Renata Fernandes Arreverso Professora Especialização Shirley A. Ventrilho Professora Especialização Sidnei Alves de Souza Professor Especialização Sidnéia Dias de Lima Professora Especialização Silvia Francisley Morial Professora Especialização Suely Maria Mercial de Carli Professora Especialização VagnerCordeiro da Cruz Professor Especialização Valesca Adriana da Silva Professora Especialização Arlinda Maria de Oliveira Aux. Serv. Gerais Ensino Médio Daiani Roberta de Souza Secretaria Especialização Maria Estela Tafner Téc. Adm. Especialização Roseli Sacchelli Peres Téc. Adm. Graduação Tânia Cristina Esteves Fenato Téc. Adm. Especialização Márcia Favorito de Souza Aux. Serv. Gerais Ensino Médio Maria Aparecida D. Volpato Aux. Serv. Gerais Ensino Médio Maria de Lourdes de Oliveira Aux. Serv. Gerais Ensino Fundamental Rosilene Deosti Lazarini Aux. Serv. Gerais Normal Superior Valdomiro Fernandes da Silva Aux. Serv. Gerais Ensino Médio Incompleto
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3.5 Histórico de Pirapó
Pirapó teve seu início quando a Companhia de Terras Norte do Paraná
mandou para cá o Sr. José Rodrigues de Souza.
Os pioneiros de Pirapó são muitos. Podemos citar: José Rodrigues de
Souza, Domingos Antonio Ruiz, José Pedro da Silva, José Ramos de Oliveira, Manoel
Bilar, Virgílio Fornaciari, entre outros.
Pirapó tornou-se Distrito em 14 de novembro de 1951 pelo decreto-lei nº
790, assinado pelo então governador Bento Munhoz da Rocha Neto.
O nome Pirapó se deve ao nome do rio que corta o Distrito: Rio Pirapó. É
um nome indígena, de origem Caigangue, que significa base de peixe (Pir = peixe; apó
= base). Justificativa: o rio continha muito peixe.
A população de Pirapó, segundo o censo do IBGE de 2000, é de 4.262
habitantes em sua maioria formada por pessoas de classe média baixa ou pobre.
Possui vários serviços públicos como:
• Escola Municipal Vereador José Ramos de Oliveira – Ensino
Fundamental;
• Colégio Estadual do Campo Coronel Luiz José dos Santos – Ensino
Fundamental e Médio;
• Agência do Correio;
• Posto de Saúde;
• Creche Ana Luizão Festi;
• Ginásio de Esportes Gerson Ferreira Chagas;
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• Agremiação Esportiva Pirapó Esporte Clube;
• Igrejas: Congregação Cristã no Brasil, Paróquia Santo Antonio de Pádua,
Assembleia de Deus, Igreja Evangélica Luterana;
• Capela mortuária;
• Rede de água, luz e telefone;
• A maioria das ruas asfaltadas.
O comércio é formado por bares, padarias, sorveterias, lanchonetes, loja de
calçados máquinas de benefício de arroz e café, supermercados, lojas de armarinhos,
açougues, salões de cabeleireiros, consultórios odontológicos, cartório de registro civil,
farmácias, livraria, depósitos de material de construção, loja de móveis, banco, oficina
mecânica.
No aspecto econômico predomina a atividade rural, onde se destaca a
cafeicultura. É crescente, porém, a substituição das lavouras cafeeiras por lavouras
brancas, como a soja, algodão, milho e trigo.
As empresas existentes em Pirapó são poucas e de pequeno porte. Por isso
as pessoas residentes na zona urbana em sua maioria trabalham fora do Distrito,
locomovendo-se para o centro de Apucarana ou para cidades próximas.
3.6 Filosofia da Escola
A escola que queremos construir é aquela que promove os direitos humanos
como uma intenção consciente que irá caracterizar a formação de um novo tipo de
homem, comprometido com os problemas de seu tempo e com as transformações
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necessárias. Assim como prepará-lo para exercer a cidadania, sendo cidadão
consciente de seus direitos e deveres participantes no exercício da democracia.
É importante a definição do tipo de sociedade que vislumbram os
professores, os alunos e a comunidade envolvida no âmbito escolar. A escola deve ser
um espaço fomentador de debates, troca de opiniões, de estudos, de definições e
decisões sobre o que queremos construir.
Assim sendo, nossa Escola tem o objetivo de garantir ao aluno, de forma
democrática, acesso e permanência, respeitando suas diferenças, promovendo o
saber e o seu crescimento como pessoa humana, além de oferecer-lhe condições para
que tenha um ensino de boa qualidade que possa auxiliá-lo no seu dia a dia e na sua
ascensão social.
O Colégio Estadual do Campo Coronel Luiz José dos Santos – Ensino
fundamental e Médio está situado no Distrito de Pirapó, Município de Apucarana, num
local de fácil acesso ao alunado, inclusive para aos que são oriundos da zona rural,
pois utilizam o transporte escolar gratuito. Temos assistência constante do Posto de
Saúde que está localizado em frente à escola e contamos também com o apoio e a
colaboração de muitos membros da comunidade local quando se faz necessário.
Tendo em vista a valorização do trabalho no campo, já que a escola
apresenta grande demanda de alunos vindos deste setor, a escola vem conseguindo
uma maior integração e conscientização tanto do alunado como dos professores,
através da valorização dos saberes e experiências de ambos, buscando novas
dinâmicas, parcerias e projetos que elevam a auto-estima e reiteram a importância do
trabalho rural.
O quadro de professores e funcionários é composto por:
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• 22 professores QPM;
• 13 professores PSS;
• 03 professores SCO2.
• 08 funcionários QFEB
• 02 funcionários PSS
A maioria desses professores está comprometida com um trabalho
pedagógico voltado para a formação integral e com o desenvolvimento das
potencialidades do alunado. Vários professores têm padrão neste estabelecimento o
que nos permite a execução de atividades voltadas para este fim. Durante o ano
acontecem momentos de formação continuada pré-estabelecidas pela SEED e NRE,
contando com a participação de grande maioria dos professores e demais
funcionários. Também aproveitamos os momentos das reuniões pedagógicas e
conselho de classe para leitura de textos que permitam maior aprofundamento e
reflexão sobre a prática docente, não somente pela ótica de cada disciplina, mas sim
na sua totalidade.
Também durante as reuniões pedagógicas busca-se fazer uma análise
crítica das condições de trabalho, atividades desenvolvidas, bem como dos conflitos
ocorridos no dia-a-dia da escola e as influências que isso acarreta na prática
educativa, para que não interfiram na qualidade do ensino-aprendizagem que é o
principal objetivo a ser alcançado.
O Colégio mantém diálogo constante com a família dos estudantes, através
de reuniões periódicas realizadas durante uma semana sendo organizadas por
ano/série no início do ano letivo, uma ao final de cada trimestre ou sempre que se faça
necessário , através de telefonemas, comunicados escritos para que a mesma esteja
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sempre informada e ciente do que acontece no estabelecimento assumindo sua
responsabilidade na educação.
Respeitamos as potencialidades e as aspirações tanto do educador quanto
do educando para que juntos se mantenham comprometidos com a educação. Existe
o respeito ao aluno, pois usamos o bom senso para valorizar o saber e a cultura que
traz para escola. Temos consciência de que ensinar não é transmitir conhecimento e
sim compartilhar e propiciar meios para a formação do cidadão crítico, responsável,
criativo e participativo, com liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o
pensamento, a arte e o saber.
Respeitamos e ouvimos todos os participantes de nossa escola
(professores, funcionários, conselho escolar, APMF, grêmio estudantil) possibilitando a
todos a compreensão da realidade tendo o educando como construtor/transformador
da mesma realidade.
A comunidade atua no Colégio através da APMF, Conselho Escolar e
Grêmio Estudantil, participando das reuniões quando convocados. Os participantes
são respeitados, ouvidos e as decisões são tomadas levando-se em consideração a
opinião da maioria fazendo-se valer o princípio de uma gestão democrática.
A APMF se reúne sempre que necessário para planejar, executar e avaliar
as ações inerentes à sua função ou quando a direção solicita. A APMF foi eleita em
reunião convocada para esse fim através de voto secreto conforme rege seu estatuto.
As ações que a APMF desenvolve dentro da escola tem sido as seguintes:
participação na elaboração do plano de aplicação do FUNDO ROTATIVO e PDDE,
participação na elaboração e aprovação do regulamento interno do colégio,
participação nas reuniões de pais convocadas pela direção incentivando a participação
dos mesmos nestas reuniões, acompanhamento do trabalho pedagógico realizado na
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escola, gerindo recursos financeiros próprios e do PDDE. Os recursos financeiros da
APMF, advém da realização de algumas promoções, sendo que estes recursos são
depositados em conta corrente própria e usados em benefício da melhoria e
conservação do prédio escolar e dos alunos.
O Conselho Escolar foi eleito em reunião e por votação secreta entre seus
pares. Constitui-se no mais importante órgão colegiado da escola dando apoio e
suporte à direção. Sua principal atribuição está na participação, elaboração e
aprovação do Projeto Político Pedagógico da escola bem como acompanhar a sua
execução. Também participa das decisões juntamente com a APMF na aplicação dos
recursos do FUNDO ROTATIVO e PDDE. O Conselho Escolar ainda é convocado
para tomadas de decisões no tocante a questões disciplinares de alunos e demais
funcionários da escola quando há necessidade. Todas as reuniões tanto da APMF
como do Conselho Escolar são lavradas em ata, em livro próprio.
Quanto ao Grêmio Estudantil, reconhecemos que é de fundamental
importância para a participação dos alunos dentro da comunidade escolar, porém, é
notória a dificuldade em fazer com que esta agremiação de fato seja representativa
dentro da escola. Possuímos uma diretoria constituída, mas percebemos que ainda
faltam liderança e iniciativa dentro do grupo. O trabalho do grêmio estudantil tem sido
basicamente no auxílio à organização de gincanas e campeonatos inter-classe.
Ainda quanto aos órgãos colegiados, em reunião durante a semana
pedagógica, a direção, equipe pedagógica e professores se propuseram a estudar a
possibilidade da realização do conselho de classe participativo buscando encontrar
soluções para a falta de interesse dos alunos e eventuais reprovações.
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Os critérios avaliativos são organizados por trimestre, distribuindo-se assim,
avaliações e atividades de recuperação paralela de acordo com a necessidade e a
individualidade de cada aluno.
A prestação de serviços educativos é oferecida à comunidade em três
turnos, buscando atender a demanda local da seguinte maneira:
• Matutino: - Ensino Fundamental – 8º ano A, 9º ano A, e 9º ano B;
- Ensino Médio – 1ª série A, 2ª série A e 3ª série A;
- CELEM – Língua Espanhola;
- Sala de Apoio à Aprendizagem para alunos do 6º ano - Língua
Portuguesa e Matemática;
- Sala de Recursos Multifuncional (tipo I)
• Vespertino: - Ensino Fundamental – 6º ano A, 6º ano B, 7º ano A, 7º ano
B e 8º ano B.
− Programa Atividade Complementar Contraturno – ACC
− Sala de Apoio à Aprendizagem para o 9º ano: Língua Portuguesa e
Matemática;
− CELEM – Língua Espanhola
• Noturno: - Ensino Médio –1ª série B, 2ª série B e 3ª série B
- CELEM – Língua Inglesa
3.7 Resultados Educacionais
De acordo com o relatório final do ano de 2011, os índices a serem
apontados são:
20
• Total de alunos matriculados: 388
• Reprovação: 23,2 %
• Evasão: 3,6 %
• Aprovação: 73,2 %
ENSINO FUNDAMENTAL
SÉRIE/TURNO APROVADOS REPROVADOS ABANDONO
6º Ano/Tarde 43 12 1
7º Ano/Tarde 52 13 1
8º Ano/Manhã 20 7 0
8º Ano/Tarde 22 3 1
9º Ano/Manhã 40 13 1
ENSINO MÉDIO
SÉRIE/TURNO APROVADOS REPROVADOS ABANDONO
1ª Série/Manhã 22 8 2
1ª Série/Noite 10 12 2
2ª Série/Manhã 19 5 1
2ª Série/Noite 19 5 3
3ª Série/Manhã 19 1 0
3ª Série/Noite 18 11 2
No Colégio existem casos de distorção idade/série nos anos finais do
Ensino Fundamental, conforme dados abaixo:
Série 6º Ano 7º Ano 8º Ano 9º Ano
21
Nº de Alunos 6 7 5 5
O Índice de Educação Básica (IDEB), foi criado em 2007 para medir a
qualidade de cada escola e de cada rede de ensino. O indicador é calculado com base
no desempenho do estudante em avaliações do Inep e em taxas de aprovação. A
meta projetada para o Colégio Coronel Luiz José dos Santos – Ensino Fundamental e
Médio em 2009 era de 4,4 e o resultado obtido foi de 4,5. Para o ano de 2011 a meta
era de 4,7, no entanto o resultado até o momento não foi divulgado.
IDEB – Resultados e Metas
8ª série/ 9º ano
IDEB Observado
Metas Projetadas
Escola 2005 2007 2009 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021
Colégio Coronel
4,2 4,4 4,5 4,3 4,4 4,7 5,1 5,4 5,7 5,9 6,1
Diante dos resultados obtidos foi implantada a Sala de Apoio à
Aprendizagem de Língua Português e Matemática para o 6º ano e 9º ano buscando
um empenho maior no combate a repetência e ao desinteresse, que acabam levando
à evasão escolar ou acarretando um baixo desempenho nas atividades escolares.
Cremos que isso ocorreu devido à rotatividade dos professores, principalmente da
disciplina de Língua Portuguesa ocasionando a falta de continuidade e compromisso
com um trabalho de maior qualidade.
Observamos que é preciso aumentar a participação dos pais em reuniões
convocadas pela direção ou APMF, afim de que possam acompanhar mais
efetivamente o desenvolvimento das atividades escolares de seus filhos.
22
É ofertada na escola na área de Educação Especial a Sala de Recursos
Multifuncional (Tipo I) de acordo com Instrução 016/2011 SEED/SUED cujo objetivo é
o atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais (Deficiência
Intelectual, Deficiência Física Neuromotora, Transtornos Globais do Desenvolvimento
e Transtornos Funcionais Específicos), que frequentam o ensino regular de 6º ao 9º
ano e que são atendidos no contra turno por professora especializada, onde recebem
apoio pedagógico, visando oferecer a estes alunos, espaço organizado com materiais
didáticos e metodologia adequada a cada um, favorecendo um ambiente que resgate
sua auto-estima, melhorando a sua aprendizagem.
Os alunos são avaliados pela equipe pedagógica da escola, envolvendo
professores do ensino regular das disciplinas de Português e Matemática, pedagoga,
direção e professora da Sala de Recursos Multifuncional (Tipo I), onde são descritas
algumas dificuldades em relação às áreas cognitiva, afetivo-emocional, área motora,
sensorial, organização, hábitos higiênicos e socialização, bem como providências
tomadas em relação às dificuldades apresentadas e também avaliados pela psicóloga
designada pelo Núcleo Regional de Educação que emitirá um laudo psicológico dos
alunos.
Atualmente a Sala de Recursos Multifuncional (Tipo I) atende apenas alunos
da Área de Deficiência Intelectual, sendo composta por sete alunos, dois foram
encaminhados com laudo médico e cinco foram avaliados pela equipe de professores
e pedagoga do colégio e pela psicóloga do Núcleo Regional de Educação.
O conteúdo das aulas é planejado, seguindo as dificuldades apresentadas
na sala de ensino regular, contando também com atendimento coletivo e
individualizado.
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Os alunos frequentam as aulas três vezes por semana, totalizando seis h/a,
organizados em grupos pequenos.
No transcorrer do ano, o aluno é avaliado através de relatórios semestrais,
onde são apontados avanços e dificuldades ainda encontradas.
Com relação à acessibilidade, a escola tem procurado atender as
necessidades dos alunos com necessidades especiais, adaptando rampas, nos
degraus e buscando caminhos alternativos para locomoção dos mesmos dentro do
espaço da escola. Porém é muito pouco, a escola precisa urgentemente de mais
rampas, pois o banheiro, o bebedouro e o refeitório estão em regiões mais baixas do
Colégio e para ter acesso a esses lugares existe uma escada com vários degraus,
dificultando muito o acesso. No portão de entrada dos alunos também tem uma longa
rampa, porém muito inclinada, tornando perigosa a entrada e a saída dos alunos com
necessidades especiais.
Seria necessário uma reforma onde colocariam rampas com borracha
antiderrapante, inclinações menores e proteção de apoio. Desta forma os alunos
teriam mais liberdade para se locomover pelo colégio sem ter que ficar esperando a
ajuda de outras pessoas, alunos ou funcionários.
4 – OBJETIVOS
• Oferecer ao aluno uma educação de qualidade, que possa auxiliá-lo em
seu bem estar individual e social transformando-o em cidadão consciente de seus
direitos e deveres, de forma que através dela, possa obter melhores condições de
vida;
24
• Desenvolver ações que promovam o crescimento do aluno em relação
aos saberes e/ou conhecimentos, estimulando-o a aprender mais, assegurando seu
aprimoramento como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento
da autonomia intelectual e o pensamento crítico;
• Dar condições aos professores de realizar trabalhos interdisciplinares,
inovadores visando melhores resultados em relação à aprendizagem dos alunos;
• Zelar pela aprendizagem dos alunos, estabelecendo estratégias de
recuperação para os alunos de menor rendimento;
• Promover momentos de reflexão e espiritualidade através de palestras,
músicas, debates que estreitem o relacionamento humano e garanta maior
comunicação entre os estudantes e professores, fortalecendo os vínculos de família,
laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca;
• Preparar o educando de acordo com o currículo, visando a consolidação
e o aprofundamento dos conhecimentos, que possibilite o prosseguimento dos
estudos;
• Promover uma educação que prepare o aluno para a vida, respeitando
suas diferenças e integrando-o à comunidade, tendo em vista a aquisição de
conhecimentos e a formação de atitudes e valores;
• Empreender ações para que a escola seja comprometida com toda a
comunidade, visando promover a interação entre os diversos segmentos, que possam
levar a uma aprendizagem recíproca.
25
5 – MARCO CONCEITUAL
Concepções que orientam as ações da Escola:
5.1 Concepção de homem
O homem é um ser complexo. A sua formação ou a deformação está
intimamente ligada ao meio sócio-cultural e a base biológica.
A base epidemiológica do funcionamento psicológico é o cérebro, visto
como órgão principal da atividade mental. Este cérebro é um sistema aberto, de
grande plasticidade, que poderá ser moldado, ao longo do processo educativo. O
desenvolvimento da atividade mental se processará através da mediação dos seres
humanos entre si e deles com o mundo, com a utilização de instrumentos técnicos e
sistemas de signos, destacando-se entre eles a linguagem.
À escola, como instituição social de educação, compete propiciar meios
para o desenvolvimento intelectual do homem, na busca de sua autonomia e
realização pessoal em toda plenitude.
5.2 Concepção de mundo
Os processos de globalização do mundo econômico e da mundialização
da cultura, desencadeados pela sociedade tecnológica em que vivemos, recolocam as
questões da sociabilidade humana em espaços cada vez mais amplos, trazendo as
questões de identidade pessoais e sociais cada vez mais complexas.
Nas últimas décadas, novas formas de convivência humana foram se
desenvolvendo, novos paradigmas foram colocados, mas tanto no modelo do mundo
26
capitalista, quanto na tentativa frustrada do socialismo, a verdade não reina soberana
em nenhum deles. Dessa forma está se buscando um novo modelo explicativo da
sociedade atual.
No contexto de que o homem é um ser que interage socialmente no seu
meio, faz-se necessário que ele tenha uma formação básica geral, com
desenvolvimento do pensamento reflexivo, crítico, atuante e com habilidades múltiplas
para poder, com maior facilidade, ter acesso ao mundo do trabalho, mas também
vincular-se à prática social, na qual o exercício da afetividade, da sensibilidade, da
ética far-se-ão presentes, no mundo contemporâneo.
Quando a ciência e a tecnologia caminham a passos gigantescos, não é
mais possível conduzir o processo ensino-aprendizagem de forma estanque,
compartimentalizada, especializada, como se cada qual – professor e aluno –
olhassem apenas ao redor de si próprio e alheio ao que se passa no mundo, no
universo.
A visão do mundo precisa ser global. A economia e a sociedade
necessitam de homens, com formação básica geral, capazes de se adaptarem à
realidade, com flexibilidade e criatividade, para enfrentar novos padrões de
produtividade e competitividade impostos pelo avanço tecnológico.
5.3 Concepção de Educação
Educação é um processo de desenvolvimento da capacidade física,
intelectual e moral do ser humano, visando a sua melhor integração individual e social.
Ela se desenvolve na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas
27
organizações civil, militar e eclesiástica, nas entidades culturais e políticas e,
principalmente, nas instituições escolares.
A educação escolar, no nível básico, do qual faz parte o ensino
fundamental e médio, objetiva o exercício pleno da cidadania, formação ética,
autonomia intelectual e inserção do homem no mercado de trabalho e à prática social.
Para Paulo Freire (Pedagogia da Autonomia) a educação não é apenas
uma ação singular onde, em bancos escolares, alunos recebem verdades impostas
pelo mestre, sem que haja respeito e diálogo aberto. Não deve ser um simples
repasse de conteúdos e de sabores.
Educação é o ato de pensar e ensinar, é o aprender a pensar certo, ato
que necessita de respeito face ao aluno e o professor. A educação precisa de diálogo,
de ação crítica e de reconhecimento por parte do educador acerca dos saberes
trazidos pelos alunos. A educação deve embasar a luta por melhores condições de
vida.
A educação vem mostrar a responsabilidade social e política de cada
indivíduo, através da reflexão que gera uma nova ação, como um ato que subsidia a
formação conscientizadora para a luta pelas classes desfavorecidas em função de
melhores condições sociais.
5.4 Concepção de educando
O educando é o ser em desenvolvimento que busca o seu direito de
acesso, permanência e sucesso na escola. Ao buscar esse direito, ele deve receber
da escola tratamento diferenciado, sendo trabalhado de maneiras diferentes
respeitando-se a diversidade, visando promover a igualdade entre os desiguais. Isto
28
significa que o alunado, embora diferenciado em sua condição sócio-econômica-
cultural, tem direito, perante a justiça, na busca de equidade no acesso à educação,
ao emprego, à saúde, ao meio ambiente saudável, e outros benefícios sociais e no
controle a todas as formas de preconceito e discriminação por motivo de raça, sexo,
religião, cultura, condição econômica, aparência ou condição física.
Visando o pleno desenvolvimento do alunado tomamos como
embasamento a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que contempla os
direitos do alunado como:
• Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
• Liberdade de aprender, ensinar pesquisar e divulgar a cultura, o
pensamento, a arte e o saber;
• Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
• Gratuidade do ensino público nas escolas públicas;
• Valorização da experiência extra-escolar;
• Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais;
• Atendimento educacional especializado gratuito ao alunado com
necessidades especiais.
• O aluno é um indivíduo repleto de culturas e de saberes desenvolvidos
fora da escola, que vem a ela em processo de formação, aberto, inacabado, curioso,
inteligente, é um ser que merece todo o respeito e toda a dignidade no ato de
aprender.
5.5 Concepção do Educador
29
O professor é o profissional que detém o conhecimento formal e que,
pela interação que deve haver entre ele e o educando, será possível propiciar a estes
as oportunidades de acessar as informações, observações e de exercer as atividades
de reflexão e crítica para formação de conceitos e construção de seus conhecimentos.
É preciso que o educador tenha visão global do Currículo Escolar e
Diretrizes Curriculares Estaduais e conheça o nível de desenvolvimento intelectual do
aluno para estabelecer a sua proposta, selecionando conteúdos, planejando atividades
e escolhendo a metodologia adequada, em função do objetivo educacional proposto.
O educador deve estar atento à formação do educando, não se
esquecendo dos eixos organizadores da doutrina curricular expressa na LDB e DCEs:
interdisciplinaridade e contextualização e o desenvolvimento dos princípios axiológicos
e pedagógicos para que o educando alcance, ao final do ensino médio, as atribuições
e objetivos estabelecidas na proposta curricular.
O diagnóstico dos avanços e das dificuldades apresentadas pelos alunos
deve ser contínuo no decorrer das atividades escolares, para a intervenção necessária
na construção do conhecimento.
O educador é um ser que deve ter sempre em primeiro plano o
compromisso com a verdade e deve expressá-la em suas ações e ler o mundo sem
descuidar da palavra, precisa ouvir os seus alunos formando cidadãos críticos, não
apenas repassar as verdades prontas, mas dialogar sobre estas verdades. É o ser
que ama o inacabado acima de tudo, que tolera e ensina, que sabe-se também
inacabado, admite e aprende.
Ao educador cabe instaurar o rigorismo do método, em função de despertar
no aluno a curiosidade que busca o conhecimento, portanto insubmissa, e então, por
30
extensão da ideia, formadora do senso crítico. Aprender criticamente é, em suma,
formar a autonomia. Não é jamais, um estado de apropriar-se do conhecimento do
mestre, mas um ato de formação e de interação da própria capacidade cognitiva do
indivíduo com o meio.
5.6 Concepção de Escola
A escola é uma instituição criada pela sociedade constituída, em função dela
própria, para as formações básicas do indivíduo, que se modifica através da aquisição
de conhecimentos e modifica a sociedade na qual está inserido.
A escola é um espaço constituído de diversas dimensões: a pedagógica,
a administrativa, a política, a social, a cultural, a humana. Cada dimensão atende a
determinados campos de ação. A pedagógica atende questões pertinentes ao
processo ensino – aprendizagem; a administrativa cuida de questões de infra-estrutura
e de pessoal; a política, do processo decisório; a social, da relação escola x
comunidade; a cultural confere identidade social – cultural; a humana se relaciona com
sentimentos, conceitos e preconceitos de cada ser humano da comunidade escolar.
O eixo central da escola é o pedagógico e as questões administrativas
são atividades – meio para a sua realização, mas para que o pedagógico tenha êxito é
preciso que todas as outras dimensões funcionem interligadas, visando as suas
finalidades maiores, que é o de garantir o direito do saber científico, cultural e ético,
para a formação básica do educando.
Não basta dizer, para a comunidade que a escola é importante. É preciso
mostrar a sociedade através de seus trabalhos, publicações de alunos e professores,
de participação na busca de soluções para os problemas comunitários, realizar
31
projetos e atividades dirigidas ao público, à comunidade, fazer exposições de
materiais, organizar e participar de seminários e fóruns sobre assuntos de interesse
comunitário onde se situa dar voz à escola através de publicações e manifestações
nas mídias, desenvolver trabalhos voltados ao lazer, esporte, cultura, arte e
convivência fraterna com a comunidade local e regional. Dessa forma, a escola estará
se firmando como instituição social necessária e significativa para a vida dos alunos e
da comunidade.
A escola deve ser antes de tudo um local aberto à alegria, ao diálogo, à
franqueza, à beleza e acima de tudo, com as condições devidas para que tanto o
aluno como o professor sinta-se valorizados, respeitados e amparados. Deve ser um
ambiente totalmente livre de preconceitos e de discriminações, onde se pode pensar
certo, buscar a compreensão do outro e principalmente, onde se pode ver o
desenvolvimento da cultura de um povo.
5.7 Concepção de Currículo
O currículo deve corporificar os interesses sociais e de luta cultural que
se processa na sociedade, como instrumento de ação política, que fundamentada na
concepção de mundo x homem x educação, seja prática, pedagógica, aberta ao
exame crítico, sendo traduzida efetivamente para a prática, oferecendo experiências
de aprendizagens significativas.
32
De acordo com a LDB, norteadora da organização curricular nacional,
considerando a grandeza territorial e diversificação sócio-cultural, são princípios que
devem inspirar o currículo:
• fortalecimento dos laços de solidariedade e de tolerância recíproca (
respeito à diversidade);
• formação de valores (ética de identidade, estética da sensibilidade,
política da igualdade);
• aprimoramento como pessoa humana;
• exercício da cidadania (inclusão e integração).
São princípios pedagógicos estruturadores do currículo, a
interdisciplinaridade e a contextualização para atender o que a lei estabelece quanto
às competências de:
• preparar-se para o mundo de trabalho e à prática social;
• compreender os significados (conhecimentos das formas
contemporâneas de linguagem);
• ser capaz de continuar aprendendo;
• ter autonomia intelectual e pensamento crítico;
• ter flexibilidade para adaptar-se a novas condições de ocupação;
• compreender os fundamentos científicos e tecnológicos dos processos
produtivos;
• relacionar a teoria com a prática.
33
Diante dessa perspectiva e da necessidade de oferecer um ensino que,
firmando em princípio de flexibilidade, assegure capacidade de permanente
adaptação, raciocínio lógico, habilidades de análise, síntese, prospecção, leitura de
sinais e agilidade na tomada de decisão, preconiza-se a estruturação do currículo que
contemple:
a) Uma base científica comum, com o objetivo de dotar o educando de
conteúdos científicos potencializadores de progressivo domínio da integração da
ciência e tecnologia;
b) Domínio das linguagens, dos códigos, dos instrumentos e dos
conhecimentos socioculturais, indispensáveis à integridade social e á articulação do
mundo do conhecimento com o trabalho.
Nesta estruturação, tem-se por objetivo promover a interdisciplinaridade,
superando a organização linear de estudos por disciplinas e o conhecimento
enciclopédico esvaziado de sentido e, para isso, propõe-se estruturação da base
nacional comum por áreas de conhecimento:
a) linguagens, códigos e suas tecnologias;
b) ciências humanas e suas tecnologias;
c) ciências da natureza, matemática e suas tecnologias.
A proposta pedagógica da escola será a aplicação de ambos, princípios
axiológicos e pedagógicos, nos tratamentos dos conteúdos de ensino que facilitem a
constituição de potencialidades explicitadas na LDB e DCEs.
A proposta curricular da escola somente tornar-se-á currículo em ação, pelo
desenvolvimento curricular real, feito na escola e pela escola, tendo como protagonista
o professor.
34
O currículo ensinado será o trabalho do professor em sala de aula. Para que
ele esteja em sintonia com os demais níveis – o da preposição e o da ação – é
indispensável que o professor se aproprie, não só dos princípios legais, políticos,
filosóficos e pedagógicos que fundamentam o currículo proposto, de âmbito nacional,
mas da própria proposta pedagógica da escola.
As Diretrizes Curriculares que norteiam as ações pedagógicas da escola
são: Arte, Biologia, Ciências, Educação Física, Ensino Religioso, Filosofia, Física,
Geografia, História, língua Estrangeira Moderna, Língua Portuguesa, Matemática,
Química e Sociologia.
5.8 Concepção de letramento5.8 Concepção de letramento5.8 Concepção de letramento5.8 Concepção de letramento
No Brasil, o termo letramento surgiu no ano de 1980 no discurso de
especialistas das áreas de educação e de Ciências Linguística, cuja denominação é
uma versão, em português, da palavra inglesa “literacy”. Palavra essa que quer dizer
pessoa educada, que passa a fazer uso frequente da leitura e da escrita com
competência.
A pessoa letrada passa a ter uma outra condição social e cultural, muda o seu
lugar social, seu modo de viver, sua inserção na cultura e consequentemente uma
forma de pensar diferente. Tornar-se letrado traz consequências linguísticas,
cognitivas.
Nessa perspectiva, concebendo o letramento como o uso da leitura e da
escritura em práticas sociais, percebeu-se que sujeitos podem não saber ler e
escrever, ser analfabetos, mas podem ser de certa forma, letrados, uma vez
utilizando a leitura e a escritura em práticas sociais.
35
Atualmente, o ensino passa por um momento complicado, pois a criança ou o
adulto, em sua maioria, é alfabetizado, mas não é letrado. Lê o que está escrito, mas
não consegue compreender, interpretar o que leu e isso faz deste indivíduo, alguém
com muitas limitações, pois se ele não interpreta ou compreende corretamente, ele
terá problemas em todas as disciplinas que fazem parte do seu currículo escolar.
Sendo assim, não basta apropriar-se da tecnologia e saber apenas codificar e
decodificar, é necessário também saber usar a tecnologia, nas diversas situações em
que precisamos ou queremos ler e escrever diferentes gêneros e tipos de textos,
diferentes suportes, para diferentes objetivos, em interação com diferentes
interlocutores, para diferentes funções, como para informar, interagir, imergir no
imaginário, no estético, para ampliar conhecimento, para orientar-se...
O autor Paulo Freire foi pioneiro na ideia revolucionária de letramento ao
afirmar que ao se tornar alfabetizado, o sujeito teria um meio para tomar consciência
da sua realidade e de transformá-la. Para Freire, letramento tanto poderia ser um
meio para a libertação, como para a sua domesticação, dependendo do contexto
ideológico em que ocorre. Sendo assim, o mais importante não são os índices de
alfabetização que os pais apresentam, mas o nível de letramento que a população
possui.
Portanto, o professor tem um papel primordial no sentido de transformar esta
pessoa alfabetizada, em uma pessoa letrada e isso se dá através de incentivos
variados, no que diz respeito à leitura de diversas tipologias textuais e também se
utilizando de exercícios de interpretação e compreensão de diferentes tipos de textos,
em que vários tipos de ferramentas podem ser utilizados, deve ser feito a partir de
textos reais, que circulam no contexto do aluno, para que ela se aproprie do conteúdo
36
vivenciando-o tal como é realmente usado nas práticas sociais que envolvem a língua
escrita.
Aproveitar-se de todas as oportunidades que levem o aluno a identificar e a
compreender a tecnologia que possibilita a produção do material escrito com que
convive. Podem ser usados materiais mais convencionais como livros, revistas,
jornais, entre outros e materiais mais modernos como internet, blogs, e-mails, etc.
Mais importante que decodificar símbolos (letras e palavras), é preciso
compreender a funcionalidade da língua escrita, pois é assim que o cidadão torna-se
mais atuante, participativo e autônomo, de forma significativa na sociedade na qual
está inserido.
5.9 Concepção de Trabalho
O trabalho é uma atividade considerada fundamental e realizadora da
personalidade humana. É a própria oficina-escola que forja o homem na prática
produtiva, onde se projeta, estende e concretiza vários tipos de escolas de cultura, de
política para melhor adaptar esse homem ao tipo de prática produtiva necessária para
sua sobrevivência em seu meio social.
Desse modo o papel da escola é despertar curiosidades, mostrar
caminhos baseada em princípios científicos e tecnológicos e que se constitua num
espaço de síntese entre prática e teoria levando em conta a realidade do aluno.
Considerando que a educação é essencialmente um processo de aquisição de
conhecimentos necessários ao homem no seu intercâmbio com a natureza e com
outros indivíduos.
37
O objetivo da escola é a formação dos valores fundamentais,
autodisciplina intelectual e autonomia moral necessária tanto para os estudos
posteriores como para a profissão.
A escola deve ocupar lugar de destaque, preocupar-se com o intelectual,
projetar-se para o futuro, vinculado á democracia e em permanente diálogo entre
profissionais e aluno. Para tanto, é necessário que todos os envolvidos com a prática
educativa tomem consciência do espaço privilegiado que ocupa, sendo sujeitos
históricos atuantes na prática social, na busca constante de nossos saberes
considerando a educação um processo contínuo e permanente.
Nenhuma profissão está privada de conteúdos, exigências intelectuais e
culturais, além da vida moderna implicar num novo entrelaçamento entre ciência e
trabalho, sendo assim a importância de desenvolver de modo integrado, ações no
sentido de proporcionar aos integrantes da comunidade escolar uma formação teórica
e prática, voltada para o exercício da cidadania praticando a cidadania participativa e
tendo um horizonte político e emancipador.
5.10 Concepção de valores e princípios
A prática administrativa e pedagógica da escola, as formas de
convivência no ambiente escolar, os mecanismos de formulação e das situações de
aprendizagem, os procedimentos de avaliação, deverão ser coerentes com os valores
e princípios inspiradores da Constituição e da LDB:
• A ética da identidade;
• A estética da sensibilidade;
• A política da igualdade.
38
A estética da sensibilidade deve realizar um esforço permanente para
desenvolver no âmbito do trabalho e da produção (aprender e fazer), a criação e a
beleza, desvalorizadas pela era das revoluções industriais.
A estética da sensibilidade deve ser, não apenas, um princípio inspirador do
ensino de conteúdos ou atividades expressivas, mas uma atitude diante de todas as
formas de expressão que deve estar presente no desenvolvimento do currículo e na
gestão escolar. Deve promover a crítica à vulgaridade da pessoa; às formas
estereotipadas e reducionistas de expressar a realidade; às manifestações que
banalizam os afetos e brutalizam as relações pessoais.
A estética da sensibilidade promove, portanto, a política da inclusão, do
respeito, do respeito à liberdade e apreço à tolerância.
A política da igualdade – outro princípio norteador da Educação – tem seu
ponto de partida no reconhecimento dos direitos humanos e no exercício dos direitos e
deveres da cidadania, como fundamento de preparação do educando para a vida civil.
A política da igualdade fundamenta-se na estética da sensibilidade quando
denuncia estereótipos que alimentam as discriminações e defendem a diversidade,
afirmando que oportunidades iguais para todos não são suficientes para promover
igualdade entre desiguais. É preciso ser praticada, garantindo igualdade de
oportunidades e diversidades de tratamento dos alunos e de professores para
aprender e aprender para ensinar os conteúdos curriculares, atendendo os padrões
mínimos de qualidade de ensino definidos pela LDB.
A ética da identidade – educar sob inspiração da ética não é transmitir
valores morais (honestidade, caridade, lealdade, etc.), mas criar as condições para
que as identidades se constituam pelo desenvolvimento da sensibilidade e pelo
39
reconhecimento do direito à igualdade, a fim de que orientem suas condutas por
valores que respondam às exigências do seu tempo.
A ética da identidade se expressa por um permanente reconhecimento da
identidade própria e do outro e uma das formas pelas quais a identidade se constitui é
a convivência. A escola, como lugar de convivência, por excelência, de jovens
educandos e adultos educadores, tem a grande responsabilidade na formação da
identidade de futuras gerações.
A ética da identidade tem como fim mais importante a autonomia. No âmbito
de aprender a ser, os jovens vivem, na escola, de forma sistemática, os desafios de
suas capacidades. As situações de aprendizagem programadas pela escola devem
caminhar para o sucesso, elevando a auto-estima do alunado, desenvolvendo as
competências e habilidades para, por si sós, elaborarem juízos de valor e escolhas
inevitáveis à realização de um projeto de vida, levando em conta os recursos que o
meio oferece. A autonomia e reconhecimento da identidade do outro se associam para
construir identidades mais aptas a incorporar a responsabilidade e a solidariedade.
5.11 Concepção de Conteúdos
As grandes diretrizes da educação básica, na perspectiva democrática e
participativa, é a formação do cidadão crítico, autônomo, atuante e profissionalmente
competente.
Como os conteúdos estarão a serviço do objetivo maior que é a formação
do cidadão democrático e participativo, não deverão ser tratados de maneira
estanque, mesmo que os conteúdos não apresentem possibilidade de uso imediato,
porque só se revestirão de sentido se forem relacionados com questões de relevância
social. Isto exige que o enfoque dos conteúdos não se restrinja a fatos e conceitos,
40
mas que envolva o tratamento de outros aspectos como procedimentos, atitudes e
valores.
Só a quantidade de conteúdos transmitidos não garante uma formação
consistente; também a perspectiva de busca da qualidade não pode cair em um
esvaziamento dos currículos em que pouco se aprende. A forma excessivamente
hierárquica de apresentar os conteúdos, onde se domina a idéia de pré-requisitos
necessários para prosseguir, leva a desconsiderar as possibilidades de aprendizagem
dos alunos.
Os conteúdos essenciais podem ser apresentados como blocos no
interior de cada área, e devem merecer tratamento didático que propicie um avanço
contínuo da construção do conhecimento.
5.12 Concepção de Tecnologia
O mundo vive um acelerado desenvolvimento, em que a tecnologia está
presente direta ou indiretamente em atividades bastante comuns. A escola faz parte
do mundo e para cumprir sua função de contribuir para a formação de indivíduos que
possa exercer plenamente sua cidadania, é importante que a instituição escolar
integre a cultura tecnológica extra–escolar dos alunos e professores ao seu cotidiano,
é necessário desenvolver nos alunos habilidades para utilizar os instrumentos de sua
cultura.
A pouca familiaridade com tecnologia também pode constituir-se em um
problema para as pessoas, pois no cotidiano são muitas as situações que exigem
conhecimento tecnológico. O pouco conhecimento pode levar algumas pessoas a se
41
sentirem discriminadas ou constrangidas por não serem capazes de realizar algumas
atividades nesse sentido.
A questão não é deixar de usar os recursos tecnológicos, mas aprender a
utilizá-los e a conviver com as mudanças de hábitos e comportamentos na sociedade
atual.
O desenvolvimento das tecnologias da informação permite que a
aprendizagem ocorra em diferentes lugares e por diferentes meios. Portanto, cada vez
mais as capacidades para criar, inovar, imaginar, questionar, encontrar soluções e
tomar decisões com autonomia assumem maior importância. A escola tem um
importante papel a desempenhar ao contribuir para a formação de indivíduos ativos e
agentes criadores de novas formas culturais.
No ambiente escolar, a tecnologia deve ser utilizada para ampliar as
opções de ação didática, com o objetivo de criar ambientes de ensino e aprendizagem
que favoreça a postura crítica, a curiosidade, a observação e análise, a troca de
ideias, de forma que o aluno possa ter autonomia no seu processo de aprendizagem,
buscando e ampliando conhecimentos.
A tecnologia é um instrumento capaz de aumentar a motivação dos
alunos, se a sua utilização estiver inserida num ambiente de aprendizagem desafiador,
portanto é necessária uma cuidadosa reflexão por parte de todos que compõem a
comunidade escolar, para que a tecnologia possa de fato contribuir para a formação
de indivíduos competentes, críticos, conscientes e preparados para a realidade em
que viver. Necessariamente, o uso de tecnologias na escola está vinculado a uma
concepção de ser humano e mundo, de educação e seu papel na sociedade moderna.
42
5.13 Concepção de Cultura
O homem busca extrair da natureza os meios para a sua subsistência,
com isso colabora diretamente com a transformação da natureza.
Cultura vem a ser todo conhecimento embasado num sistema de
significação vinculado com relações de poder.
A função da escola é proporcionar um conjunto de práticas
preestabelecidas, tendo o propósito de contribuir para que os alunos se apropriem de
conteúdos sociais e culturais de maneira crítica e construtiva, objetivando formar
cidadãos capazes de atuar com competência e dignidade na sociedade, buscará
eleger, como objeto de ensino, conteúdos que estejam em consonância com as
questões sociais que marcam cada momento histórico, cuja aprendizagem e
assimilação são consideradas essenciais para que os alunos possam exercer seus
direitos e deveres.
É fundamental que a escola assuma a valorização da cultura de seu
próprio grupo e, ao mesmo tempo, busque ultrapassar seus limites, propiciando aos
alunos pertencentes aos diferentes grupos sociais o acesso ao saber, tanto no que diz
respeito aos conhecimentos socialmente relevantes da cultura brasileira no âmbito
nacional e regional.
A escola é uma instituição especializada para operar a passagem do
saber espontâneo ao saber sistematizado, da cultura popular à cultura erudita, sem
deixar de lado o respeito à diversidade cultural, aproveitando para fazer dela um
espaço motivador e democrático.
5.14 Concepção de Cidadania
43
Cidadania é um processo histórico-social que diz respeito à capacidade
do indivíduo de exercer os seus direitos nas escolhas e nas decisões políticas, de
assegurar a sua total dignidade no contexto das estruturas sociais mais amplas.
Deste modo, o exercício da cidadania implica autonomia e liberdade
responsável, participação na esfera política democrática e na vida social.
Cabe a escola desenvolver um trabalho de incultação de atividades e
valores pré-definidos como socialmente válidos, contribuindo para o desenvolvimento
da compreensão intercultural e de capacidades de tomada de decisão e resolução de
problemas, sobretudo através da prática e da experiência, lutar pela integração social,
conservação do ambiente, solidariedade, segurança e tolerância. No entanto o grande
desafio histórico é dar condições ao aluno de se tornar cidadão consciente, para saber
usufruir seus direitos, mas cumprindo com seus deveres organizados e participativos
do processo de construção político, social e cultural.
A realidade social e educacional que se vive hoje, em nosso país, retrata
a necessidade de repensar a estrutura constitucional devido à contradição que
enfrentamos dentre os direitos sociais e o não cumprimento desses direitos. É
indispensável que se escute e se tome consciência do sentido e do conteúdo dos
saberes prévios dos jovens e dos seus pontos de vista acerca dos problemas que os
afetam.
Para que a educação para a cidadania se traduza na modificação de
mentalidades e contribua para a formação de cidadãos participativos e conscientes,
ter-se-á de levar em conta, não só a crescente diversidade cultural da população,
como as realidades políticas, econômicas, sociais, culturais e ambientais.
5.15 Concepção de Ciências
44
Ciência é uma das formas do conhecimento produzido pelo homem no
decorrer de sua história para a compreensão do mundo em todos os seus aspectos.
O desenvolvimento de postura e valores envolve muitos aspectos de vida
social e da cultura, do sistema produtivo e das relações entre o ser humano e a
natureza. A valorização da vida em sua diversidade, a responsabilidade em relação à
saúde e ao ambiente, bem como a consideração de variáveis, que envolvam um fato,
o respeito obtido através de investigação e à diversidade de opiniões e a interação nos
grupos de trabalho, são elementos que contribuem para o aprendizado de atitudes,
para saber se posicionar crítica e construtivamente diante de diferentes questões.
Nesse sentido, é responsabilidade da escola e do professor promover o
questionamento, o debate, a investigação, visando o entendimento da ciência como
construção histórica e como saber prático, superando limitações do ensino passivo,
dando condições aos alunos de uma compreensão do mundo e de atuação em seu
meio social.
5.16 Concepção de Avaliação e Recuperação
A avaliação é parte fundamental do processo educativo, realizada de forma
contínua, cumulativa, processual e sistemática na escola, tem como objetivo
diagnosticar a situação de aprendizagem de cada aluno em relação ao conteúdo
trabalhado. No processo avaliativo, não se deve priorizar apenas o resultado ou o
processo, mas deve ser uma prática contínua que visa investigar, interrogar a relação
ensino aprendizagem e buscar identificar os conhecimentos construídos e as
dificuldades de uma forma dialógica. Todo resultado, seja certo ou errado, é um ponto
45
de chegada, por mostrar os conhecimentos que já foram construídos e absorvidos pelo
aluno.
A avaliação permite também ao professor a possibilidade de analisar e
refletir sobre os resultados da aprendizagem não somente dos alunos, mas de sua
prática pedagógica. Desta forma a avaliação propiciará a retomada dos conteúdos que
não foram assimilados pelos alunos, usando novas metodologias e um
redimensionamento de trajetória conforme a necessidade do momento.
A recuperação de estudos deve acontecer a partir de uma lógica simples: os
conteúdos selecionados para o ensino são importantes para a formação do aluno,
então, é preciso investir em todas as estratégias e recursos possíveis para que ele
aprenda. A recuperação é justamente isso: o esforço de retomar, de voltar ao
conteúdo, de modificar os encaminhamentos metodológicos, para assegurar a
possibilidade de aprendizagem. Nesse sentido, a recuperação da nota é simples
decorrência da recuperação de conteúdo.
A concepção de avaliação que permeia o currículo não pode ser uma
escolha solitária do professor. A discussão sobre a avaliação deve envolver o coletivo
da escola, para que todos (direção, equipe pedagógica, pais, alunos) assumam seus
papéis e se concretize um trabalho pedagógico relevante para a formação dos alunos.
A Lei 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, ao se
referir à verificação do conhecimento escolar, determina que sejam observados os
critérios de avaliação contínua e cumulativa da atuação do educando, com prioridade
dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período
sobre os de eventuais provas finais. A intenção não é o aluno tirar nota e sim
“aprender”, pois quando se apropria do conhecimento, a nota será uma consequência.
46
O sistema de avaliação adotado no colégio é trimestral, sendo composto
pela somatória da nota 5,0 (cinco vírgula zero) referente as atividades diversificadas, e
mais 5,0 (cinco vírgula zero) proveniente de provas escritas, totalizando nota final de
10,0 (dez vírgula zero), realizada em função dos conteúdos e com utilização de
métodos e instrumentos diversificados como seminários, atividades escritas (provas,
debates, palestras), pesquisas (de campo ou bibliográficas), trabalho em grupo ou
individual e etc. Os instrumentos utilizados pelo professor serão definidos de acordo
com os critérios pré-estabelecidos no Plano de Trabalho Docente.
5.17 Princípios Norteadores da Educação
O Colégio Coronel Luiz José dos Santos está construindo o PPP de forma
autônoma e integral com participação coletiva visando um ensino de qualidade,
ressaltando aspectos específicos da presente na área de atuação deste
estabelecimento.
A proposta pedagógica de nosso estabelecimento está direcionada as
teorias progressistas. Onde nos preocupamos com a aprendizagem, respeitando a
individualidade do alunado, bem como as diferenças sociais e étnicas relacionando a
estratégia de recuperação paralela com atividades alternativas para os alunos quando
necessário, oportunizando a estes formas diferenciadas de demonstrar suas
capacidades, e usando de vários recursos didáticos como forma de enriquecer o
processo ensino-aprendizagem.
Incentivamos para que o profissional da educação de nossa escola se
aperfeiçoe constantemente através de grupos de estudos, cursos, palestras,
seminários e outros.
47
A principal meta é garantir a democracia, a igualdade, à melhoria da
qualidade do ensino, presentes no conceito de educação inclusiva, colocando em
prática políticas educacionais onde há o apoio a oferta de serviços a serem oferecidos
aos alunos com necessidades educacionais especiais abrangendo a área de
Educação Especial na rede regular de ensino. Facilitando o acesso, a permanência e
o sucesso dos alunos, possibilitando a construção da cidadania, deixando nítido que
não há um único modo de ensinar ou aprender, porque cada um possui qualidades,
diversidades e limitações, sendo único no mundo e a escola deve levar isso em conta
visando uma educação de qualidade e coerente com a realidade em que está inserida.
Sendo que para isso o currículo escolar deve ter condições reais de execução, ser
prático e levar em conta os limites e as potencialidades da comunidade escolar.
O interesse da Escola é a defesa do conhecimento científico produzido
historicamente e que o acesso seja direito de todos destacando a importância do
desempenho de cada um para o êxito da educação mediante as mudanças ocorridas
na sociedade, para tanto a escola deve ter clareza de suas finalidades, ou seja, refletir
sobre a ação educativa que desenvolve com base nos objetivos que ela define.
O que se defende é uma sociedade solidária, fraterna, justa e digna com
pessoas autônomas e atuantes preocupadas com o crescimento do alunado numa
constante busca de uma educação prática e objetiva com conteúdos relevantes à vida
do educando envolvendo objetivos comuns. A prioridade é conscientizar o educando
da importância do saber para que ele se reconheça como responsável pela sua
aprendizagem e desenvolvimento, buscando assim, uma qualidade de vida na prática
social.
48
Esse processo passa por uma nova visão de mundo, baseada nas relações
sociais mais dinâmicas, pela formação de uma consciência critica, criando novos
paradigmas que dão uma nova concepção de mundo.
Para tanto se faz necessário derrubar preconceitos arraigados no ventre da
sociedade por várias gerações, preconceitos estes que vão desde a condição até a
questão cultural.
Torna-se importante aplicarem-se os princípios da educação inclusiva e
cultura afro-brasileira e africana, desmistificando o conceito de civilização
desenvolvida e atrasada.
A meta é reduzir a complexa problemática social da inclusão, que estende
seus tentáculos aos diferentes segmentos sociais.
A escola pretende colaborar para uma sociedade consciente do seu papel
respeitando diversidades e limites, abrindo a visão do alunado para outros mundos e
novas realidades, construindo uma sociedade mais justa através da educação.
5.18 Concepção de gestão escolar
A gestão escolar deve ser participativa, portanto uma gestão democrática que
possibilite ao coletivo escolar se sentirem fazendo parte do grupo social e nessas
condições construírem uma nova sociedade. Entendendo que a participação é uma
necessidade do ser humano deve ter objetivos emancipatórios, de cidadania, de
autonomia e de responsabilidade compartilhada.
Dentro da gestão democrática a autonomia é sempre de um coletivo, a
comunidade escolar, por isso deve ser cuidadosamente trabalhada, principalmente
no que diz respeito à apropriação de informações e atuação nas deliberações,
interagindo no processo de planejamento e execução.
49
A gestão escolar deve garantir a presença e o envolvimento dos diferentes
segmentos da escola, assim como a participação das instâncias colegiadas na tomada
de decisões.
A gestão democrática deve ser conduzida e coordenada pelo gestor de acordo
com o projeto pedagógico que deve ser executado por todos os envolvidos na
comunidade escolar, de forma a incentivar e assegurar a mobilização, a participação
de todos e de cada um para possibilitar a expressão de suas ideias, que deverão ser
consideradas no momento da decisão coletiva. Incentivar a participação das pessoas
significa buscar um maior comprometimento delas com os resultados da escola.
A LDB, em seus artigos 14 e 15, apresentam as seguintes determinações, no
tocante à gestão democrática:
Art. 14 – Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática
do ensino público na educação básica, de acordo com as suas
peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I. Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto
pedagógico da escola;
II. Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou
equivalentes.
Art. 15 – Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares
públicas de educação básica que os integram progressivos graus de
autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas
as normas de direito financeiro público.
50
5.19 Concepção de Conselho de Classe5.19 Concepção de Conselho de Classe5.19 Concepção de Conselho de Classe5.19 Concepção de Conselho de Classe
O Conselho de Classe é um dos vários mecanismos que possibilitam a gestão
democrática na instituição escolar. A finalidade primeira do Conselho de Classe é
diagnosticar problemas e apontar soluções tanto em relação aos alunos e turmas,
quanto aos docentes. Na prática acaba por avaliar alguns alunos e/ou turmas e a
própria prática pedagógica da escola.
O Conselho de Classe é um órgão colegiado de natureza consultiva e
deliberativa em assuntos didático-pedagógicos, com a responsabilidade de analisar as
ações educacionais, indicando alternativas que busquem garantir a efetivação do
processo ensino-aprendizagem. O conselho de classe desempenha o papel de
avaliação dos alunos e de auto-avaliação de suas práticas, com o objetivo de
diagnosticar a razão das dificuldades dos alunos, e apontar as mudanças necessárias
nos encaminhamentos pedagógicos para superar tais dificuldades.
A finalidade da reunião do Conselho de Classe é analisar as informações e
dados apresentados para intervir em tempo hábil no processo ensino-aprendizagem,
oportunizando ao aluno formas diferenciadas de apropriar-se dos conteúdos
curriculares estabelecidos. É um espaço de reflexão pedagógica, onde todos os
sujeitos do processo educativo, de forma coletiva, discutem alternativas e propõem
ações educativas eficazes que possam vir a sanar necessidades/dificuldades
apontadas no processo ensino-aprendizagem.
5.20 Concepção de Infância e adolescência
É importante salientar que a visão que se tem da criança é algo historicamente
construído, por isso é que se podem perceber os grandes contrastes em relação ao
51
sentimento de infância no decorrer dos tempos. Por maior estranheza que se cause a
humanidade nem sempre viu a criança como um ser em particular, e por muito tempo
a tratou como um adulto em miniatura.
De um ser sem importância, quase imperceptível, a criança num processo
secular ocupa um maior destaque na sociedade, e a humanidade lhe lança um novo
olhar.
O sentimento de infância é algo que caracteriza a criança, a sua essência
enquanto ser, o seu modo de agir e pensar, que se diferencia da do adulto, e, portanto
merece um olhar mais específico.
Atualmente, a criança é vista como um sujeito de direitos, situado
historicamente e que precisa ter as suas necessidades físicas, cognitivas,
psicológicas, emocionais e sociais supridas, caracterizando um atendimento integral e
integrado da criança. Ela deve ter todas as suas dimensões respeitadas. Segundo
Zabalza ao citar Fraboni: “A etapa histórica que estamos vivendo, fortemente marcada
pela “transformação” tecnológico-científica e pela mudança ético-social, cumpre todos
os requisitos para tornar efetiva a conquista do salto na educação da criança,
legitimando-a finalmente como figura social, como sujeito de direitos enquanto sujeito
social” (1998:68).
Assim, a concepção da criança como um ser particular, com características bem
diferentes das dos adultos, e contemporaneamente como portador de direitos
enquanto cidadão, é que vai gerar as maiores mudanças na Educação Infantil,
tornando o atendimento às crianças de 0 (zero) a 6(seis) anos ainda mais específico,
exigindo do educador uma postura consciente de como deve ser realizado o trabalho
com as crianças pequenas, quais as suas necessidades enquanto criança e enquanto
cidadão.
52
Podemos então, constatar que o conceito de infância repercute fortemente no
papel da Educação Infantil, pois direciona todo o atendimento prestado à criança
pequena. Dessa maneira, a Educação Infantil está intrinsecamente ligada ao conceito
de infância, tendo a sua evolução marcada pelas transformações sociais que
originaram um novo olhar sobre a criança.
Assim como a infância, a adolescência é também compreendida hoje como uma
categoria histórica, que recebe significações e significados que estão longe de serem
essencialistas. Para a maior parte dos estudiosos do desenvolvimento humano, ser
adolescente é viver um período de mudanças físicas, cognitivas e sociais que, juntas,
ajudam a traçar o perfil desta população. Atualmente, fala-se da adolescência como
uma fase do desenvolvimento humano que faz uma ponte entre a infância e a idade
adulta. Nessa perspectiva de ligação, a adolescência é compreendida como um
período atravessado por crises, que encaminham o jovem na construção de sua
subjetividade. Porém, a adolescência não pode ser compreendida somente como uma
fase de transição.
Adolescência, período da vida humana entre a puberdade e a fase adulta, vem
do latim adolescentia, adolescer. É comumente associada à puberdade, palavra
derivada do latim pubertas-atis, referindo-se ao conjunto de transformações
fisiológicas ligadas à maturação sexual, que traduzem a passagem progressiva da
infância à adolescência.
Para compreendermos a adolescência é necessário buscar não uma definição
válida para todos os momentos históricos e sim tentar uma compreensão a partir de
sua historicidade. Desse modo, os limites fisiológicos e jurídicos são insuficientes para
compreender esse período.
53
A condição básica que favoreceu a “inauguração” da adolescência ocidental do
século XX foi, principalmente, a possibilidade de prescindir da ajuda financeira dos
jovens que agora podem dedicar mais tempo à formação profissional. Além disso, a
realidade contemporânea e tecnicista exige cada vez maiores aperfeiçoamentos
profissionais, levando a um aumento do período de preparação dos jovens para o
ingresso no mercado de trabalho. Paralelamente, aumenta também o tempo de tutela
das crianças pelos pais, uma vez que elas são mantidas mais tempo nas escolas.
5.21 Concepção de sociedade
A sociedade é caracterizada como um conjunto de estruturas, práticas e
convenções, reproduzidas ou transformadas pelos indivíduos, portanto, é ela que
fornece as condições indispensáveis para a ação humana. A definição mais geral de
sociedade pode ser resumida como um sistema de interações humanas culturalmente
padronizadas. Assim, e sem contradição com a definição anterior, sociedade é um
sistema de símbolos, valores e normas, como também é um sistema de posições e
papéis.
Uma sociedade é uma rede de relacionamentos sociais, podendo ser ainda um
sistema institucional, por exemplo, sociedade anônima, sociedade civil, sociedade
artística, etc. A origem da palavra sociedade vem do latim “societas”. Que significa
associação amistosa com outros.
O termo sociedade é comumente usado para o coletivo de cidadãos de um
país, governados por instituições nacionais que aspiram ao bem-estar dessa
coletividade. Todavia, a sociedade não é um mero conjunto de indivíduos vivendo
juntos em um determinado lugar, é também a existência de uma organização social,
de instituições e leis que regem a vida dos indivíduos e suas relações mútuas. Há
54
também alguns pensadores cujo debate insiste em reforçar a oposição entre indivíduo
e sociedade, reduzindo, com frequência, ao conflito entre o genético e o social ou
cultural.
No século XX, três diferentes linhas teóricas clássicas, sistematizadas por Émile
Durkheim, Karl Marx e Max Weber alicerçaram , e ainda alicerçam, concepções
sociológicas contemporâneas. Durkheim, Marx e Weber conceituaram de maneiras
diferentes a definição de sociedade. Cada um definiu a constituição da sociedade a
partir do papel político, social ou econômico do indivíduo.
Émile Durkheim (1858-1917), concebe a sociedade capitalista como vínculo
moral entre os homens e a educação como forma de manutenção da estabilidade e da
ordem social. Para ele as representações dos fatos sociais são percebidas pelas
pessoas de modo singular e coletivo ao mesmo tempo: cada ser humano é habitado
por estados mentais que dizem respeito apenas à sua pessoa quando por estados
mentais coletivos, que são crenças, valores e hábitos compartilhados. (DCE/
Sociologia/p.21)
Karl Marx (1818-1883) concebe a sociedade capitalista como relação de
exploração, e a educação como possibilidade de emancipar o sujeito da opressão
exercida por essa relação desigual. Para ele a história das sociedades é movida pela
luta entre as classes sociais, e a educação é um mecanismo que, conforme seu
conteúdo de classe pode oprimir ou emancipar o homem. (DCE/Sociologia/p. 20-21)
Max Weber (1864-1920), concebe a sociedade capitalista como vínculo de
racionalização da vida, resultado de uma grande teia de interações e relações
interindividuais e pensa a educação como uma resposta limitada e inexorável à essa
racionalização. Para ele, a ação social no mundo moderno exige dos homens
desempenho de tarefas, além dos valores, e não prescinde do cálculo dos custos e
55
benefícios e da racionalidade (finalidades). Compreender a sociedade é analisar os
comportamentos movidos pela racionalidade dos sujeitos com relação aos outros, é
compreender o agir dos homens que se relacionam uns com os outros, de acordo com
um cálculo e uma finalidade que tem por base as regras. (DCE/Sociologia/p. 22)
5.22 Concepção de conhecimento
Conhecer é incorporar um conceito novo, ou original, sobre um fato ou
fenômeno qualquer. O conhecimento não nasce do vazio e sim das experiências que
acumulamos em nossa vida cotidiana, através de experiências, dos relacionamentos
interpessoais, das leituras de livros e artigos diversos.
Entre todos os animais, nós, os seres humanos, somos os únicos capazes de
criar e transformar o conhecimento; somos os únicos capazes de aplicar o que
aprendemos, por diversos meios, numa situação de mudança do conhecimento;
somos os únicos capazes de criar um sistema de símbolos, como a linguagem, e com
ele registrar nossas próprias experiências e passar para outros seres humanos.
Ao criarmos este sistema de símbolos, através da evolução da espécie humana,
permitimo-nos também o pensar e, por consequência, a ordenação e a previsão dos
fenômenos que nos cerca. Podemos conceituar o conhecimento como sendo uma
relação que se estabelece entre o sujeito e o objeto, consistindo na apropriação
intelectual de um conjunto de dados empíricos ou ideais, com a finalidade de dominá-
los e utiliza-los para entendimento e elucidação da realidade, onde o sujeito apreende
um objeto e torna-o presente aos sentidos ou à inteligência.
Conhecimento é o ato ou efeito de abstrair uma determinada ideia ou a noção
de alguma coisa. Conhecimento também inclui descrições, hipóteses, conceitos,
teorias, princípios, procedimentos e outros. Para falar de conhecimento, é necessário
56
falar sobre dados e informações, dados é uma mistura de códigos e informação é o
resultado do processo de manipulação desses dados, assim, o conhecimento pode ser
considerado uma informação com uma utilidade.
O conhecimento é dividido em uma série de categorias: conhecimento
sensorial, que é o conhecimento comum entre seres humanos e animais,
conhecimento intelectual que é o raciocínio; pensamento do ser humano,
conhecimento popular, que é a forma de conhecimento de uma determinada cultura,
conhecimento científico que são análises baseadas em provas, conhecimento
filosófico que está ligada à construção de ideias e conceitos, conhecimento teológico
que é o conhecimento adquirido a partir da fé, e muitos outros.
5.23 Concepção de ensino-aprendizagem
Em síntese, o trabalho com ensino é, basicamente, constituído por uma
interação entre professor e seus alunos. Essa interação não é algo sem definição ou
impossível de ser vista ou tornar-se visível.
Aprender na era da informação passou a depender, em grande parte, da
capacidade ativa e dinâmica de professores e alunos. Assim, o que temos que
aprender na e da vida não é propriamente a resolver problemas, mas administrá-los
com inteligência. Por tudo isso o conceito de aprendizagem precisa ser ampliado,
numa direção que articule objetividade e subjetividade, respeitando não só os
conhecimentos prévios dos alunos como também outros aspectos ou processos
psicológicos que agem como mediadores entre o ensino e os resultados da
aprendizagem. Podemos dizer que, na sociedade da informação, aprende melhor
quem descobre mais e mais profundos padrões. A aprendizagem está, principalmente,
na habilidade de estabelecer conexões, revê-las e refazê-las. A aprendizagem
57
deve ser uma obra de reconstrução permanente, dinâmica entre sujeitos que se
influenciam mutuamente. É fundamental saber ler a realidade com acuidade, para nela
saber intervir com autonomia. Em síntese, compreende-se que a aprendizagem na era
das novas tecnologias da informação exige uma política de produção de si e do
mundo. O processo ensino-aprendizagem é um nome para um complexo sistema
de interações comportamentais entre professores e alunos. Mais do que
“ensino” e “aprendizagem”, como se fossem processos independentes da ação
humana há os processos comportamentais que recebem o nome de “ensinar” e de
“aprender”. Processos constituídos por comportamentos complexos e difíceis de
perceber. Principalmente por serem constituídos por múltiplos componentes em
interação. Os próprios comportamentos são passíveis de percepção e de definição
científica a partir da identificação dos seus componentes e das interações que
estabelecem entre si, os quais constituem os fenômenos que recebem os nomes de
“ensinar” e de “aprender”. A interdependência dos dois conceitos é fundamental para
entender o que acontece sob esses nomes. Sua percepção e entendimento constitui
algo crucial para o desenvolvimento de qualquer trabalho de aprendizagem, de
educação ou de ensino.
58
6 – MARCO OPERACIONAL
No Colégio Estadual Coronel Luiz José dos Santos – Ensino Fundamental e
Médio a formação integral do aluno é um compromisso assumido por todos, pois
assim podemos propiciar meios para o progresso do educando e conscientizá-los da
importância do papel da educação na sociedade. Para alcançar tais objetivos são
desenvolvidas várias atividades e propostas durante todo o ano letivo.
As reuniões pedagógicas acontecem em quatro encontros de acordo com o
Calendário Escolar, nesta oportunidade são analisadas ações pertinentes ao cotidiano
escolar, assim como o desempenho dos alunos em cada disciplina. O que colabora
para o melhor conhecimento dos mesmos.
O Conselho Escolar, a APMF e os demais pais participam de reuniões para
tomada de decisões, prestações de contas e acompanhamento do andamento das
atividades escolares sempre que convocados pela direção do Colégio.
Durante o ano letivo de 2012 os trabalhos com o Grêmio Estudantil serão
mais efetivos para que o Colégio possa contar com um órgão ativo e participativo e
atuante na defesa dos interesses individuais e coletivo dos alunos, incentivando o
desenvolvimento de seus membros.
Em parceria com alguns membros da Equipe Multidisciplinar são ministradas
palestras e dinâmicas em grupo abordando temas como sexualidade, gravidez na
adolescência, drogas, preconceito, bullyng e outros.
Os alunos participam de concursos de redações promovidos pelo NRE a
nível estadual e federal sob orientação dos professores de Língua Portuguesa.
A questão ambiental é contemplada em todas as disciplinas, pois a
preservação do Meio Ambiente não diz respeito apenas a uma pessoa ou a um povo,
59
mas é de responsabilidade mundial. A conscientização do aluno é fundamental para
sua preservação. Os professores desenvolverão atividades que promovam a
consciência ambiental como: cartazes, filmes, discussões em sala de aula, músicas e
maquetes. Cada atividade será desenvolvida de acordo com o ano e série do aluno,
observando o grau de dificuldade de cada um.
Durante a Semana da Poesia, realizada no mês de março, os alunos
elaboram poemas com temas diversos, envolvendo principalmente os relacionados ao
âmbito social, os quais são recitados em sala e expostos no espaço escolar.
Para o ano de 2012 entretanto, além dessa atividade os alunos irão
interpretar e declamar poemas da escritora paranaense Helena Kolody em
comemoração ao seu centenário.
O Colégio, em conjunto com a APMF, os alunos e comunidade local
realizam no segundo semestre uma gincana cultural e esportiva para arrecadar fundos
com atividades diversas, culminando com viagens culturais e recreativas.
A utilização da música como recurso de aprendizagem nas aulas de Inglês,
Português e Espanhol têm por objetivo abrir espaços para que os alunos possam se
expressar e se comunicar, bem como promover experiências de apreciação e
abordagens em seus vários contextos culturais e históricos. A comunicação e a
expressão pela música que se dão através da interpretação, improvisação e
composição. O professor utiliza como metodologia atividades que favorecem esse
processo, tais como trazer para a sala de aula interpretações de músicas já existentes
para que os alunos possam vivenciar o processo de expressão individual e grupal,
assim também apreciando a música.
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No decorrer do ano letivo, o Colégio realiza homenagem às mães, aos
estudantes, aos pais, professores, diretor, secretária e funcionários de acordo com as
datas de sua comemoração. Essa homenagem é uma maneira de ressaltar a
importância de cada um dentro do contexto escolar.
Todos os dias é realizado um momento de reflexão para valorização da vida
através da leitura de uma frase que é anexada no mural e que os professores realizam
a interpretação junto com os alunos na primeira aula. Durante o ano de 2012 serão
realizadas as leituras dos poemas da poetisa paranaense Helena Kolody em
comemoração ao seu centenário.
O Colégio realiza semanalmente o momento de leitura, onde todos ao
mesmo tempo realizam a leitura de clássicos, pequenos textos informativos, jornal ou
qualquer texto de sua escolha despertando assim o hábito e o gosto pela leitura.
Em cumprimento à Lei nº 12031 de 21 de setembro de 2009, este
estabelecimento de ensino realiza semanalmente, em dia determinado pela Equipe
Pedagógica, a execução do Hino Nacional brasileiro nos turnos matutino, vespertino e
noturno. E ainda, dentro das comemorações alusivas à Semana da Pátria, a escola
organiza sua participação em desfile cívico militar na própria comunidade com
professores e alunos, num incentivo ao civismo e à cidadania.
Temos verificado que há uma grande dificuldade por parte dos alunos em
interpretarem o que leem. Portanto, o exercício da leitura e interpretação se faz
necessário diariamente em nossa prática escolar. A Escola tem participado da
Olimpíada de Língua Portuguesa e da Olimpíada Brasileira de Matemática das
Escolas Públicas OBMEP, que oferece ao aluno a oportunidade de verificar seu
aprendizado na leitura, interpretação e cálculos de problemas e desafios matemáticos,
61
além de despertar naqueles que gostam um maior interesse pela disciplina e suas
aplicações.
São realizadas atividades práticas de laboratório, pois sendo a química, a
física, as ciências e a biologia disciplinas com base experimental é natural que se
realize experimentos, considerando como parte necessária e integral do ensino das
mesmas. Também é um meio que permite ao aluno o desenvolvimento de habilidades
e capacidades de buscar soluções alternativas, o que é relevante na escolarização.
Atividades experimentais propiciam a valorização das trocas de ideias e
conhecimentos entre os alunos em sala de aula. Tais experimentos envolvem
equipamentos e reagentes de baixa periculosidade presentes no cotidiano.
O Estabelecimento de ensino proporcionada dois momentos de
confraternização que conta com a participação dos alunos, funcionários e professores:
o primeiro momento é a festa julina, onde todos trazem as comidas típicas que são
servidas em comum, além das danças das quadrilhas apresentadas pelos alunos e
professores. O segundo momento acontece em dezembro com a brincadeira do amigo
oculto, onde os participantes compartilham o lanche, depois da entrega dos presentes.
Destaca-se também que no Dia do Professor é realizada uma homenagem e
confraternização entre professores e funcionários.
O atendimento realizado pela Sala de Recursos Multifuncional (Tipo I) é
destinada para as Áreas da Deficiência Intelectual, Transtornos Globais do
Desenvolvimento, Transtornos Funcionais Específicos e Deficiência Física
Neuromotora.
É realizado o atendimento aos alunos do 6º ano ao 9º ano em Sala de Apoio
à Aprendizagem nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, para oportunizar
uma maior apropriação dos conteúdos.
62
Os alunos juntamente com os professores participam de campanhas da
comunidade, como prevenção à dengue, gripe H1N1, campanha do agasalho,
vacinação, enfeites da rua para procissão de Corpus Christi, campanha da
fraternidade e semana da família.
Os alunos participam de jogos interclasses, campeonatos e
desenvolvimento e aprendizagem do xadrez. A participação dos alunos nestes eventos
é uma oportunidade única, pois desenvolvem não só a parte física, mas também social
e afetiva contribuindo para a formação do aluno e do futuro cidadão. Durante estes
jogos os alunos têm oportunidade de interagir com seus colegas aprendendo a
respeitar o próximo e trabalhar em equipe. Tudo isso reflete positivamente no
ambiente escolar e favorece o desenvolvimento integral dos alunos.
Uma droga não é por si boa ou má. Existem substâncias que são usadas
com a finalidade de produzir efeitos benéficos, como o tratamento de doenças, e são
considerados medicamentos. Mas também existem substâncias que provocam
malefícios à saúde, os venenos ou tóxicos. Durante a Semana de Prevenção às
Drogas, realizada no mês de junho, são realizados trabalhos e atividades como: caixa
de dúvidas com perguntas e sessões de filmes que fazem parte do curso de
prevenção do uso de Drogas para educadores de Escolas Públicas. São eles: “Quem
diria”: este filme ajuda a distinguir as principais drogas de abuso, seus mecanismos de
ação e suas consequências, “Fogo na Escola”: ajuda a distinguir os diferentes tipos de
envolvimento do indivíduo com as drogas, identifica formas de abordar o usuário e o
dependente e suas consequências e “Quando falta calor”: contextualiza o consumo de
drogas na realidade epidemiológica brasileira. O assunto também é tratado
interdisciplinarmente sempre que necessário.
63
A partir do ano letivo de 2010, o Colégio passou a ofertar o CELEM (Centro
de Línguas Estrangeira Modernas) de línguas inglesa e espanhola, como um ensino
extracurricular, plurilinguista e gratuito, para alunos da Rede Estadual Básica,
matriculados no Ensino Fundamental (anos finais) e no Ensino Médio. Sendo também
extensivo à comunidade, professores e agentes educacionais.
O CELEM é regulamentado pela Resolução nº. 3904/2008 e pela Instrução
Normativa nº. 019/2008, além de ser subordinado às determinações do Projeto Político
Pedagógico e do Regimento Escolar.
A partir do ano letivo de 2011/1012, teve início a Proposta Pedagógica da
Atividade de Complementação Curricular em contraturno – Esporte Voleibol no
período vespertino, e Hora Treinamento de Futsal no período matutino , aprovado pela
Resolução nº. 1690/11, para alunos regularmente matriculados neste Estabelecimento
de Ensino do 6º ao 9º ano.
A superintendência da Educação, no uso de suas atribuições e
considerando:
− A Lei Federal nº9394/96, que institui as Diretrizes e Bases da Educação
Nacional;
− A Resolução nº 7/2010-CNE/CEB, que fixa as Diretrizes Curriculares
Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos;
− A Deliberação nº 03/2006-CEE/CEB;
− O Parecer nº 407/2011-CEE/CEB, que responde a consulta da SEED
quanto à implantação do 6º ano e 9º ano e;
− A obrigatoriedade Fundamental em 2012, emite o seguinte:
64
Em acordo com a instrução nº 008/2011 – SUED/SEED, as instruções do
Sistema Estadual de Ensino com oferta do Ensino Fundamental – anos finais, devem,
a partir de 2012, implantar o 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental de forma
simultânea.
Dar-se-á por meio da adequação do PPP- Projeto Político Pedagógico
elaborado por todos os segmentos da escola, e, PPC- proposta Pedagógica Curricular
de responsabilidade específica dos professores.
A Matriz Curricular que, contempla a resolução nº 7/2010-CNE/CEB
obedecendo ao princípio de equidade, uma vez que não há fundamento legal ou
científico que sustente o privilégio de uma disciplina sobre outra.
Assim, essa escola firma compromisso com a formação continuada
junto aos professores, agente educacional I e II, pedagogas e direção, com vista a
assegurar o atendimento dos objetivos do Ensino Fundamental de nove anos, bem
como as especificidades dos alunos, comprometendo-se a adequar e definir
instrumentos e critérios de avaliação coerentes com os conteúdos trabalhados, com os
objetivos de cada etapa de ensino e os encaminhamentos metodológicos adotados.
O objetivo da Hora Treinamento de futsal e da Atividade Complementar em
contraturno de voleibol é possibilitar conhecimentos básicos , estimulando as relações
sociais entre os mesmos através da competição, visando à melhoria da qualidade do
ensino por meio da ampliação de tempo, espaço e oportunidades educativas
realizadas na escola em período contraturno, a fim de atender às necessidades
socioeducacionais dos alunos por intermédio do esporte.
65
Os problemas disciplinares são resolvidos através do diálogo pelos
professores, direção e equipe pedagógica e quando se faz necessário, há o apoio do
Conselho Escolar, APMF, Patrulha Escolar e demais órgãos competentes.
Quanto à rotatividade de professores sem vínculo na escola, a Secretaria da
Educação, através de concursos públicos vem diminuindo a incidência desses casos.
Para sanar as deficiências detectadas no marco situacional executaremos
as seguintes ações:
Avaliação:
O sistema de avaliação é trimestral e se dará de forma contínua, cumulativa e
processual, refletindo assim o desenvolvimento global do aluno e considerando as
características individuais deste no conjunto dos componentes curriculares cursados,
com preponderância dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos.
A avaliação é composta da nota 5,0 (cinco vírgula zero) referente a atividades
diversificadas mais a nota 5,0 (cinco vírgula zero) referente a provas escritas e/ou
orais totalizando nota final 10,0 (dez vírgula zero).
Promoção:
A promoção é o resultado da avaliação do aproveitamento escolar do aluno
aliada à apuração da sua frequência. A promoção do aluno se dará mediante a média
mínima exigida que é de 6,0 (seis vírgula zero) em cada disciplina, observando a
frequência mínima exigida por lei que é de 75%.
Processo de Classificação:
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A classificação no Ensino fundamental e Médio é o processo para posicionar
o aluno na etapa compatível com a idade, experiência e desenvolvimento adquiridos
por meios formais ou informais de caráter pedagógico centrado na aprendizagem,
realizadas por promoção ou transferência, independente da escolarização anterior
mediante avaliação.
Processo de Reclassificação:
A reclassificação é o processo pelo qual o estabelecimento de ensino avalia o
grau de experiência do aluno matriculado, preferencialmente no início do ano letivo,
levando em conta as normas curriculares gerais, a fim de encaminhá-lo à etapa de
estudos compatível com sua experiência e desenvolvimento, independentemente do
que registre seu Histórico Escolar.
O Colégio tem a pretensão de participar da Assessoria de Mobilização de
Pais, Professores e Amigos da Rede Escolar (AMPARE), cuja função é traçar
estratégias e metas para operacionalizar o Plano de Trabalho da escola,
proporcionando a melhora da qualidade da educação pública no estado do Paraná
para reverter o quadro dos alunos com distorção idade/idade.
Progresso Parcial:
O estabelecimento de ensino não oferta aos seus alunos matrícula com
Progressão Parcial, porém as transferências recebidas de alunos com dependências
em até três disciplinas serão aceitas e deverão ser cumpridas mediante plano especial
de estudos.
Adaptação/Aproveitamento de estudos:
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A adaptação de estudos de disciplinas é atividade didático-pedagógica
desenvolvida sem prejuízo das atividades previstas na Proposta Pedagógica
Curricular para que o aluno possa seguir o novo currículo. A adaptação de estudos
será realizada durante o ano letivo e far-se-á pela Base Nacional Comum.
A carga horária efetivamente cumprida pelo aluno, no estabelecimento de
origem, será transcrita no Histórico Escolar, para fins de cálculo da carga horária total
do curso.
Recuperação de estudos:
A recuperação de estudos se dará de forma permanente durante o processo
de ensino aprendizagem, onde o professor realizará a retomada de conteúdos a partir
do diagnóstico oferecidos pelos instrumentos de avaliação. Será organizada com
atividades significativas por meio de procedimentos didático-metodológicos
diversificados, não devendo incidir sobre cada instrumento e sim sobre os conteúdos
não apropriados.
Calendário Escolar:
O Calendário Escolar será elaborado anualmente, conforme normas
emanadas da SEED, pelo Estabelecimento de Ensino, apreciado e aprovado pelo
Conselho Escolar e, após, enviado ao órgão competente para análise e homologação,
ao final de cada ano letivo anterior à sua vigência.
Evasão:
• Preenchimento da ficha (FICA);
• Chamamento dos pais pela escola e posteriormente pelo Conselho Tutelar;
• Acompanhamento diário da frequência escolar em pasta própria;
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• Motivação para aluno permanecer na escola, através de atividades diversificadas
que favoreçam a aproximação de professores e alunos;
• Conversa com os pais e alunos em reuniões ou em particular;
Com o intuito de combater a evasão e o índice de repetência é proposta aos
professores pela equipe pedagógica uma frequente reflexão sobre sua prática a fim de
que as aulas se tornem mais agradáveis com atividades diferenciadas e os alunos se
sintam mais motivados em aprender e permanecer na escola. Bem como estar atentos
às dificuldades apresentadas pelos alunos, realizando recuperação paralela de
conteúdos durante todo o período.
Repetência:
• Resgate da auto-estima dos alunos reprovados através de trabalhos incentivadores
realizados pela equipe pedagógica e professores;
• Fazer encaminhamento quando necessário para sala de recursos;
• Estar atento às dificuldades apresentadas pelo aluno, realizando recuperação
paralela durante todo o período, usando metodologia diferenciada;
• Realização de Conselho de Classe participativo com pais, professores e alunos;
• Valorizar as especificidades, dando ao aluno a oportunidade de expressá-las;
Desenvolvimento socioeducacional:
A discussão dos temas pertencentes ao Desenvolvimento Socioeducacional
na escola pública busca a superação da rigidez tradicional das disciplinas,
direcionando as discussões dos desafios sociais com a intencionalidade de organizar
e reparar males das novas configurações, numa linguagem progressista. Em
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cumprimento à legislação vigente os conteúdos obrigatórios (relacionados abaixo)
sempre que possível serão trabalhados de forma interdisciplinar ou conforme
especificidade das disciplinas e descritas nas Propostas Pedagógicas Curriculares:
• Cidadania e Direitos Humanos, Educação Fiscal, Educação Tributária
Dec. Nº 1143/99, Portaria nº 413/02;
• Educação Ambiental (Lei Federal nº 9795/99, Dec. Nº 4201/02);
• Enfrentamento à violência contra a criança e o adolescente, Direito das
Crianças e Adolescentes (Lei Federal nº11525/07);
• Prevenção ao uso indevido de Drogas;
Segundo a definição da Organização Mundial da Saúde, Droga é qualquer
substância não produzida pelo organismo que tem a propriedade de atuar sobre um ou
mais de seus sistemas, produzindo alterações em seu funcionamento.
Diversidade:
A educação deve ser também um espaço de cidadania e de respeito aos
direitos humanos, o que tem levado o currículo a discutir o tema da inclusão de grupos
minoritários.
O desafio da escola é incluir a todos/as. Nessa perspectiva, deve-se assumir
o compromisso político e social de garantir a todos/as o direito ao acesso à
escolarização e ao saber sistematizado historicamente.
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Faz-se necessário que a escola identifique e reconheça os diferentes
sujeitos e crie mecanismos de enfrentamento aos diversos preconceitos existentes e
que possa garantir o direito ao acesso e à permanência, com qualidade, no processo
educacional.
A escola promoverá discussões sobre as temáticas da diversidade para que
tenham seu espaço no currículo escolar interdisciplinarmente, a fim de possibilitar uma
educação democrática e inclusiva, sem preconceitos nem discriminações. Propiciando
o contato com a cultura africana e afro-brasileira durante todo o período letivo, através
de atividades que tenham como foco a criança e o jovem negro, a sua família em
diferentes contextos sociais e profissionais, para a valorização da diversidade étnica
brasileira.
No mês de outubro de 2010, de acordo com a Resolução nº 3399/2010
foi composta a Equipe Multidisciplinar para tratar da Educação das Relações Étnico-
Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira, Africana e Indígena.
Fazem parte do Departamento da diversidade:
• Educação das relações Étnico-Racial (Lei nº 10639/03);
• Educação Escolar Indígena (Lei nº 11645/08);
• Educação escolar do Campo;
• Educação das Relações de Gênero e Diversidade Sexual – Parecer CEE
01/09 e Instrução Conjunta 02/10 sobre o “nome social” para Travestis e Transsexuais,
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maiores de 18 anos.
Alunado oriundo do Campo:
Tendo em vista que parte de nosso alunado é oriundo da zona rural, a
escola desenvolve projetos objetivando dar subsídios relacionados a atividades no
campo como:
• Participação dos alunos na realização da festa do café;
• Participação no Programa Agrinho.
O colégio participa da Festa do Café, que tem sido promovida pelo
município, cujo objetivo é valorizar o trabalho no campo. Nesta festa o aluno se
familiariza com a história do café, conhece instrumentos antigos usados na zona rural,
faz a degustação de produtos alimentícios típicos e conhece o artesanato rural, as
músicas e costumes, e também participam de desfiles.
A cada ano são escolhidos temas do projeto Agrinho como meio ambiente,
trabalho e consumo, saúde e cidadania que oportuniza ao aluno atividades
diferenciadas que contribuem para uma melhor aprendizagem e promove a interação
entre alunos do campo, da cidade e demais membros da comunidade escolar,
melhorando a qualidade de vida de todos.
Educação Especial:
Medidas adotadas para garantir a frequência dos alunos na Sala de
Recursos Multifuncional (Tipo I):
• Reunião com responsáveis;
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• Bilhetes com assinatura dos pais: informando ausências do aluno;
• Telefonemas para os responsáveis;
• Conversa com equipe pedagógica;
• Conversa com os professores da sala de ensino regular;
• Motivar o aluno através de atividades diversificadas que deem atenção às suas
necessidades;
Em relação à problemática da evasão escolar o que se propõe é uma
preocupação mais efetiva para com os alunos faltosos, através do acompanhamento
diário da frequência escolar procurando um contato rápido com a família, buscando
conhecer os reais motivos das faltas. Não havendo retorno do aluno o mesmo será
encaminhado ao Conselho Tutelar através do preenchimento da ficha FICA.
A escola realiza com frequência reunião coletiva ou particular com os
responsáveis pelos alunos para dar ciência do desempenho escolar dos mesmos,
essas reuniões se dão no coletivo separado por série/ano no início do ano letivo e ao
final de cada trimestre ou individual sempre que se fizer necessário.
São desenvolvidas atividades de “valorização da vida”, proporcionando aos
alunos uma reflexão e maior integração em sua vida pessoal, familiar, profissional e
comunitária. Atividades estas que visam minimizar os problemas de relacionamento
sócio-afetivo manifestado em sala de aula ou fora dela. Assim como propostas para o
reconhecimento da cultura afro-brasileira e elevação da auto-estima dos
descendentes, destacando a contribuição deles para toda a humanidade, como institui
a Deliberação 04/06 de 02 de agosto de 2006.
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As normas para uma boa convivência entre todos que integram a
comunidade escolar estão regulamentados no Regimento Interno deste
estabelecimento de ensino.
O relacionamento entre os funcionários dos setores administrativos e
pedagógicos é de respeito e profissionalismo, onde a direção pode sempre contar com
o apoio e participação de todos de acordo com suas responsabilidades. O Conselho
Escolar é um importante órgão colegiado cuja atuação contribui para a gestão
participativa. Sempre que convocados fazem-se presentes para resolução de
problemas, e aplicação de verbas recebidas, acompanha os investimentos do fundo
rotativo, PDDE e outras promoções da APMF. Auxiliam também na tomada de
decisões, quando nos deparamos com problemas comportamentais.
A participação do Conselho de Classe é ampla e atua nos segmentos da
Comunidade Escolar colaborando com o processo pedagógico, intervindo em sala de
aula para garantir a organização e reestruturação do trabalho. Dentro deste processo
são discutidas questões e formas de avaliação, critérios a serem adotados para
auxiliar a melhoria da aprendizagem, assim como a relação professor -aluno -
conhecimento.
A hora atividade é organizada de acordo com as possibilidades do
estabelecimento de ensino. Durante a hora atividade o professor desenvolve ações a
fim de favorecer seu trabalho docente, refletir sua prática, corrigir avaliações e
atividades, rever conteúdos e adaptá-los ao seu planejamento de acordo com a
necessidade de seus alunos, bem como leituras complementares para atualização,
utilizando materiais disponibilizados pelo colégio.
A Formação Continuada é realizada no início de cada semestre com o apoio
e orientação da Equipe de Ensino do NRE, nas reuniões com os professores. O
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Colégio possibilita aos professores a participação em cursos durante o ano letivo, pois
entende que a formação continuada dos profissionais da escola, não deve limitar-se
aos conteúdos curriculares, mas se estender à discussão da escola como um todo e
suas relações com a sociedade.
Também aproveitamos as Reuniões Pedagógicas e Conselho de Classe
para refletirmos sobre nossa prática pedagógica, utilizando a leitura de textos
variados, que abrangem temas pertinentes ao cotidiano escolar e às disciplinas
curriculares. A equipe pedagógica incentiva os professores para a leitura de periódicos
como a Revista Nova Escola, Sala de Aula, Pátio e outros, que sempre trazem textos
proveitosos e enriquecedores que podem contribuir para melhorar suas ações.
A meta da Escola é sensibilizar os pais sobre a importância de uma
participação mais efetiva nas reuniões afim de que conheçam o trabalho desenvolvido
pelo Colégio, e também o desempenho de seu filho, numa demonstração de interesse
por sua aprendizagem. Pretende-se atingir este objetivo, promovendo encontros entre
os pais e profissionais de diversas áreas (palestras) e convidando-os para
participarem de comemorações de datas especiais e à exposições de trabalhos.
Com o intuito de realimentar o Projeto Político Pedagógico e manter sua
atualização, a avaliação será anual ou sempre que necessário, conforme prevista na
Avaliação Institucional de 2005.
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